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17/04/2015 Número: 0000211-96.2015.5.14.0001 Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA - Relator: MARCELLA DIAS ARAUJO FREITAS Valor da causa (R$): 1.000.000,00 Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região PJe - Processo Judicial Eletrônico Consulta Processual Partes Tipo Nome RÉU EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADVOGADO ANDERSON FERNANDES DE CARVALHO - OAB: RO1774 ADVOGADO ELISANGELA GONCALVES DE SOUZA CHAGAS - OAB: RO825 ADVOGADO ANTONIO MARCOS MOURA DA SILVA - OAB: RO2045 ADVOGADO FERNANDO MOREIRA DA SILVA FILHO - OAB: BA12344 ADVOGADO ODESSA DOURADO DE MELLO E SILVA SCHILOTTFELDT - OAB: RO1942 AUTOR MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO - PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO PROCURADOR MARCOS GOMES CUTRIM - CPF: 701.099.402-10 Documentos Id. Data de Juntada Documento Tipo 5d7e7 d3 13/03/2015 17:38 Petição Inicial de Ação Civil Pública Petição Inicial 2f271 5f 13/03/2015 17:38 DOC 1 Ofício n 117-NEFIT-SRTE-RO - de 27 04 2012 Documento Diverso 234f7 0c 13/03/2015 17:38 DOC 2 Relatório de Diligência PRT-14a Região Documento Diverso 93ac0 62 13/03/2015 17:38 DOC 3 Relatório de Inspeção de Segurança Documento Diverso 83374 e1 13/03/2015 17:38 DOC 4 Parecer Técnico - Subnúcleo de Segurança e Medicina do Trabalho PRT-14ª Região Documento Diverso f2098f 4 19/03/2015 12:22 Minutar despacho Despacho 7c372 7a 19/03/2015 13:36 Mandado Mandado 46a49 d5 24/03/2015 15:20 Ciência Documento Diverso 10c14 74 25/03/2015 15:13 Notificação Notificação 91629 26 25/03/2015 17:13 Diligência Diligência 01088 75 07/04/2015 16:29 Habilitação em processo Procuração d0989 3a 07/04/2015 16:29 Doc. 01 - Procuração Procuração 8e0f6 b2 07/04/2015 16:29 Doc. 02 - Portaria Diretor Regional Documento Diverso 759d7 2a 07/04/2015 16:29 Doc. 03 - Estatuto da ECT - DECRETO 8016 DE 17 DE MAIO DE 2013 Estatuto

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  • 17/04/2015

    Nmero: 0000211-96.2015.5.14.0001

    Classe: AO CIVIL PBLICA - Relator: MARCELLA DIAS ARAUJO FREITAS

    Valor da causa (R$): 1.000.000,00

    Tribunal Regional do Trabalho da 14 RegioPJe - Processo Judicial EletrnicoConsulta Processual

    PartesTipo Nome

    RU EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOSADVOGADO ANDERSON FERNANDES DE CARVALHO - OAB: RO1774ADVOGADO ELISANGELA GONCALVES DE SOUZA CHAGAS - OAB: RO825ADVOGADO ANTONIO MARCOS MOURA DA SILVA - OAB: RO2045ADVOGADO FERNANDO MOREIRA DA SILVA FILHO - OAB: BA12344ADVOGADO ODESSA DOURADO DE MELLO E SILVA SCHILOTTFELDT - OAB: RO1942AUTOR MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO - PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA

    14 REGIOPROCURADOR MARCOS GOMES CUTRIM - CPF: 701.099.402-10

    DocumentosId. Data de Juntada Documento Tipo

    5d7e7d3

    13/03/2015 17:38 Petio Inicial de Ao Civil Pblica Petio Inicial

    2f2715f

    13/03/2015 17:38 DOC 1 Ofcio n 117-NEFIT-SRTE-RO - de 27 042012

    Documento Diverso

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    13/03/2015 17:38 DOC 2 Relatrio de Diligncia PRT-14a Regio Documento Diverso

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    13/03/2015 17:38 DOC 3 Relatrio de Inspeo de Segurana Documento Diverso

    83374e1

    13/03/2015 17:38 DOC 4 Parecer Tcnico - Subncleo de Segurana eMedicina do Trabalho PRT-14 Regio

    Documento Diverso

    f2098f4

    19/03/2015 12:22 Minutar despacho Despacho

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    19/03/2015 13:36 Mandado Mandado

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    24/03/2015 15:20 Cincia Documento Diverso

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    25/03/2015 15:13 Notificao Notificao

    9162926

    25/03/2015 17:13 Diligncia Diligncia

    0108875

    07/04/2015 16:29 Habilitao em processo Procurao

    d09893a

    07/04/2015 16:29 Doc. 01 - Procurao Procurao

    8e0f6b2

    07/04/2015 16:29 Doc. 02 - Portaria Diretor Regional Documento Diverso

    759d72a

    07/04/2015 16:29 Doc. 03 - Estatuto da ECT - DECRETO 8016 DE 17DE MAIO DE 2013

    Estatuto

  • MINISTRIO PBLICO DA UNIOMinistrio Pblico do Trabalho

    EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA ____ VARA DOTRABALHO DE PORTO VELHO - RO.

    TRABALHO - Procuradoria Regional do TrabalhoO MINISTRIO PBLICO DOda 14 Regio, com endereo na Avenida Presidente Dutra, 4055, Olaria, Porto Velho-RO,CEP 76801-327, por intermdio do Procurador do Trabalho signatrio, vem presente deVossa Excelncia, com fundamento nos arts. 127 e 129, inc. III, da Constituio da Repblica;1, incs. I e IV, da Lei n. 7.347/1985 e nos arts. 81, incs. I e II, e 82, I, ambos da Lei n.8.078/1990, ajuizar a presente

    AO CIVIL PBLICA

    Num. 5d7e7d3 - Pg. 1Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380401700000001923338Nmero do documento: 15031317380401700000001923338

  • em face de ,EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELGRAFOS - ECTempresa pblica federal, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 34.028.316/0027-42, com endereo naAvenida Presidente Dutra, 2701, Centro, Porto Velho-RO, pelas razes de fato e de direito aseguir aduzidas:

    I - DOS FATOS

    A Procuradoria Regional do Trabalho da 14 Regio recebeu denncia informando quea r descumpre normas de meio ambiente do trabalho em prejuzo dos seus trabalhadores.Aps diligncias preliminares, instaurou-se o Inqurito Civil n. 000286.2003.14.000/8 para acompleta apurao dos fatos.

    A investigao demonstrou que a demandada afronta deliberadamente mltiplasnormas jurdicas garantidoras da higidez das condies de trabalho disponibilizadas a seusempregados e colaboradores. Nessa linha, inspeo in loco realizada pela SuperintendnciaRegional do Ministrio do Trabalho e Emprego em Rondnia - SRTE/RO aponta a omissoda r quanto implantao do Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA), doPrograma de Controle Mdico de Sade Ocupacional (PCMSO) e dos Servios Especializadosem Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho (SESMT).

    Em consequncia, a r expe seus trabalhadores a riscos de acidentes de trabalho, anteo completo descaso com as Normas Regulamentadoras (NR's) do Ministrio do Trabalho eEmprego (MTE) e demais regramentos protetivos da sade dos obreiros atingidos.

    Por tal conduta, a SRTE/RO autuou a promovida em diversas infraes trabalhistas.

    Cabe ressaltar que ao inspecionar instalaes da demandada, o Subncleo de Medicinado Trabalho da PRT-14 Regio elaborou minudente relatrio o qual condensa extenso rol deviolaes e irregularidades praticadas pela r, em inequvoca afronta a normas de tutela dasade, segurana e higidez do ambiente de trabalho. Com feito, pde-se constatar acostumeira inobservncia de preceitos concernentes : i) atuao da CIPA, ii) equipamentosde proteo, iii) higidez das edificaes, iv) segurana eltrica, v) s diretrizes das NRs 11(Transporte, movimentao, armazenamento e manuseio de materiais), 12 (Mquinas eEquipamentos), 17 (Ergonomia), 23 (Proteo Contra Incndios), 24 (Condies Sanitrias ede Conforto) e 26 (Sinalizao de Segurana).

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  • Interessante observar que em Relatrio de Inspeo de Segurana por ela elaborado, aprpria r reconhece sua culpa na ausncia de implementao efetiva da proteo do ambientede trabalho propiciado aos laboristas.

    Com efeito, nessa verificao promovida por Tcnico de Segurana do Trabalhointegrante dos quadros da r, reconhece-se a falha patronal no tocante a EPIs, confortoambiental, procedimentos de segurana contra incndio, treinamento sobre normas desegurana, NR 24/MTE, iluminao, instalaes eltricas (NR 10/MTE) etc.

    Extrai-se, assim, que a promovida insiste em desrespeitar a ordem pblica trabalhista,notadamente em matria de higiene, sade e segurana do trabalho. A despeito da escorreitaconstatao dessas irregularidades na via investigativa, a apontada empresa recusou-se avoluntariamente adequar sua conduta aos comandos normativos afrontados.

    Por tal razo, no restou outra alternativa seno a propositura da presente ao.

    II - DA COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO - DO CABIMENTO DAAO CIVIL PBLICA E DA LEGITIMIDADE DO MINISTRIO PBLICO DOTRABALHO

    Em se tratando de judicializao de irregularidades trabalhistas ofensivas higidez domeio ambiente do trabalho, competente a Justia do Trabalho para processar e julgar olitgio, na forma do disposto no art. 114, I, da Carta de 1988, segundo a qual: "Art. 114.Compete Justia do Trabalho processar e julgar: I as aes oriundas da relao de trabalho,abrangidos os entes de direito pblico externo e da administrao pblica direta e indireta daUnio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios", conforme redao da EmendaConstitucional n 45, de 2004.

    No bastasse isso, nota-se que a r empresa pblica que emprega trabalhadores sob oregime da Consolidao das Leis do Trabalho, aspecto que refora, ainda mais, a competnciamaterial da Justia do Trabalho para o deslinde da questo posta. Entretanto, ainda que osempregados da r fossem regidos por regime jurdico-administrativo, a competncia desta

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  • Especializada sobressairia, seja em razo do carter genuinamente trabalhista das normasprotetivas da sade no trabalho, seja porque nesta Justia Especializada que o MinistrioPblico do Trabalho tem atuao jurdico processual.

    A jurisprudncia do E. Supremo Tribunal Federal j pacificou a questo, ao sedimentar,na Smula n. 736 de sua jurisprudncia uniforme, o seguinte entendimento, "verbis":

    "SMULA 736/STF. COMPETNCIA. JUSTIA DO TRABALHO.DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TRABALHISTAS RELATIVAS SEGURANA, HIGIENE E SADE DOS TRABALHADORES. CF/88,ART. 114. CLT, ART. 643".

    Por sua vez, nota-se que a ao civil pblica trabalhista o remdio constitucionalespecialmente vocacionada para a garantia e promoo dos direitos sociais fundamentais e dosdireitos coletivos "lato sensu" na seara laboral, consoante dico do art. 129, III, da Carta daRepblica. Assim, cuidando a presente causa da tutela do meio ambiente do trabalho, avulta ocabimento desse importante instrumento processual para a salvaguarda de tais interesses.

    Essa a inteligncia que se extrai da leitura sistemtica do disposto nos arts. 1, I e IV,da Lei n. 7.347/85; 81, I e II, da Lei n. 8.078/1990 e 6, VII, "a", "b" e "e", XIV, "a", "c", "g" e83, III, todos da LC 75/1993.

    Em consequncia da adoo da sobredita "actio", nasce para o Ministrio Pblico doTrabalho a legitimidade autnoma para ingressar em Juzo na defesa de direitos imantados deinteresse pblico relevante como o so os direitos difusos e coletivos. A prpria Carta de 1988outorgou ao "Parquet" essa condio jurdica, ao preconizar no art. 127, "caput", que "OMinistrio Pblico instituio permanente, essencial funo jurisdicional do Estado,incumbindo-lhe a defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais eindividuais indisponveis".

    E avanou a Carta de 1988, ao ditar que: "So funes institucionais do MinistrioPblico: [] II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Pblicos e dos servios de relevnciapblica aos direitos assegurados nesta Constituio, promovendo as medidas necessrias a suagarantia; III - promover o inqurito civil e a ao civil pblica, para a proteo do patrimniopblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos" (art. 129, II eIII).

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  • No mbito infraconstitucional, observa-se que a legitimidade do Ministrio Pblico doTrabalho em matria de interesses difusos e coletivos, em particular do meio ambiente dotrabalho, est sedimentada nos arts. 83, III, 84, II, 6, VII, "a", "b" e "d", XIV, "a", "c" e "g",todos da LC 75/1993. Tais normas so reforadas pelas regras contidas nos arts. 25, IV, "a", e27, IV, da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgnica Nacional do Ministrio Pblico).

    Assim, resultam incontestes a competncia da Justia do Trabalho para o feito, ocabimento desta ao coletiva para o deslinde da controvrsia e, por fim, a inequvocalegitimidade do Ministrio Pblico para a judicializao dos direitos e interesses sob tutela napresente demanda.

    III - DOS FUNDAMENTOS JURDICOS DA PRETENSO: Do direito fundamental aomeio ambiente do trabalho saudvel e seguro - Das normas de higiene, sade esegurana no trabalho.

    A Constituio Federal de 1988 elencou o meio ambiente como bem jurdicofundamental, de natureza difusa e de interesse intergeracional (CF, art. 225, caput). Na mesmalinha, promoveu a proteo do meio ambiente do trabalho, enunciando competir ao sistemanico de sade colaborar na sua proteo (art. 200, VIII).

    Nota-se que o constituinte originrio fez questo de tratar do meio ambiente do trabalhojustamente no tpico relativo ao direito fundamental sade - Seo II do Captulo II doTtulo VIII (da Ordem Social), ao aludir que "Art. 200. Ao sistema nico de sade compete,alm de outras atribuies, nos termos da lei: [] VIII - colaborar na proteo do meioambiente, nele compreendido o do trabalho".

    Preconiza o art. 196 da Carta da Repblica que "A sade direito de todos e dever doEstado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo do risco dedoena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para suapromoo, proteo e recuperao". De sua vez, releva notar que a sade do trabalhador direito social fundamental (CF, arts. 6, "caput" e 7, XXII), razo pela qual imposto aoempregador a obrigao inequvoca de adotar procedimentos e padres de conduta voltados "reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio [da implementao] de normas de sade,higiene e segurana".

    Por essa razo, a Consolidao das Leis do Trabalho dispe, no seu Captulo V doTitulo II, de importante cabedal normativo voltado promoo da segurana e medicina dotrabalho.

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  • J no art. 157, "caput", a CLT aduz que:

    "Art. 154 - A observncia, em todos os locais de trabalho, do disposto nesteCapitulo, no desobriga as empresas do cumprimento de outras disposiesque, com relao matria, sejam includas em cdigos de obras ouregulamentos sanitrios dos Estados ou Municpios em que se situem osrespectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenescoletivas de trabalho. (Redao dada pela Lei n 6.514, de 22.12.1977)"

    Em seus arts. 155, I, e 157, I, o diploma celetrio elucida que:

    "Art. 155 - Incumbe ao rgo de mbito nacional competente em matria desegurana e medicina do trabalho: (Redao dada pela Lei n 6.514, de22.12.1977)I - estabelecer, nos limites de sua competncia, normas sobre a aplicao dospreceitos deste Captulo, especialmente os referidos no art. 200; (Includo pelaLei n 6.514, de 22.12.1977)"

    "Art. 157 - Cabe s empresas: (Redao dada pela Lei n 6.514, de22.12.1977)I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurana e medicina do trabalho;(Includo pela Lei n 6.514, de 22.12.1977)"

    Essas normas de segurana e medicina do trabalho referidas pelos sobreditosdispositivos so as Normas Regulamentadoras (NRs), expedidas pelo Ministrio do Trabalhoe Emprego com base no poder de polcia que a prpria Constituio da Repblica deferiu Unio Federal quando lhe outorgou competncia para "organizar, manter e executar ainspeo do trabalho" (CF, art. 21, inc. XXIV).

    Em verdade, essas normas de higiene, sade e segurana so expresso do bloco deconstitucionalidade a que faz referncia o 2 do art. 5 da CF, ao preconizar que: " 2 - Os

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  • direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem outros decorrentes do regime edos princpios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Repblica Federativado Brasil seja parte".

    Com rigor, diversos tratados e convenes internacionais, albergando a pauta dotrabalho decente, enumeram conjuntos de direitos relacionados promoo da sade noambiente de trabalho. Ressalta-se, nessa tica, que "A melhoria de todos os aspectos dehigiene do trabalho e do meio ambiente" traduzida em modalidade qualificada de direitohumano (pois adstrita ao mundo do trabalho), com previso no art. 12, item 2, letra "b" doPacto Internacional dos Direitos Econmicos, Sociais e Culturais (PIDESC) de 1966/ONU.No bastasse, em seu art. 7, o PIDESC averba o seguinte:

    "ARTIGO 7

    "Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa degozar de condies de trabalho justas e favorveis, que asseguremespecialmente:

    []

    b) A segurana e a higiene no trabalho;[...]

    No mbito do sistema regional de proteo dos direitos humanos trabalhistas, aConveno Americana de Direitos Humanos, adotada pela OEA, assevera que "Toda pessoatem direito a que se respeite sua integridade fsica, psquica e moral" (art. 5, 1).

    Ademais, consta da sobredita norma internacional o princpio da proteo contrata oretrocesso em matria de direitos sociais, ao preconizar que:

    "Artigo 26 - Desenvolvimento progressivo

    Os Estados-partes comprometem-se a adotar as providncias, tanto no mbitointerno, como mediante cooperao internacional, especialmente econmica etcnica, a fim de conseguir progressivamente a plena efetividade dos direitosque decorrem das normas econmicas, sociais e sobre educao, cincia ecultura, constantes da Carta da Organizao dos Estados Americanos,reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursosdisponveis, por via legislativa ou por outros meios apropriados."

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  • Na vanguarda da proteo internacional dos direitos humanos trabalhistas, destaca-se aOrganizao Internacional do Trabalho (OIT), que tem editado importante acervo normativovisando a humanizar as relaes de trabalho nos diversos setores da economia transnacional.Digno de nota, nesse contexto, a Conveno n. 161/OIT, a qual estipula o dever fundamentalde os empregadores organizarem os servios de sade no trabalho, tudo com vistas a semanter um ambiente de trabalho seguro e salubre, de molde a favorecer uma sade fsica emental tima em relao com o trabalho (art. 1, "a", I). Tais servios so expressadosbasicamente pela implantao patronal do PPRA, PCMSO, SESMT, PCMAT e CIPA.

    Mencione-se, ainda, a Conveno n. 155/OIT, que trata da "Segurana e Sade dosTrabalhadores". Nela encontram-se previstas, como exigncia para os empregadores, asseguintes obrigaes:

    "Art. 16 1. Dever ser exigido dos empregadores que, na medida que forrazovel e possvel, garantam que os locais de trabalho, o maquinrio, osequipamentos e as operaes e processos que estiverem sob seu controle soseguros e no envolvem risco algum para a segurana e a sade dostrabalhadores.

    2. Dever ser exigido dos empregadores que, na medida que for razovel epossvel, garantam que os agentes e as substncias qumicas, fsicas ebiolgicas que estiverem sob seu controle, no envolvam riscos para a sadequando so tomadas medidas de proteo adequadas.

    3. Quando for necessrio, os empregadores deveriam fornecer roupas eequipamentos de proteo adequados a fim de prevenir, na medida que forrazovel e possvel, os riscos de acidentes ou de efeitos prejudiciais para asade".

    Art. 17 Sempre que duas ou mais empresas desenvolveremsimultaneamente atividades num mesmo local de trabalho, as mesmas tero odever de colaborar na aplicao das medidas previstas na presente Conveno.

    Art. 18 Os empregadores devero prever, quando for necessrio, medidaspara lidar com situaes de urgncia e com acidentes, incluindo meiosadequados para a administrao de primeiros socorros.

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  • Art. 19 Devero ser adotadas disposies, em nvel de empresa, em virtudedas quais:

    a) os trabalhadores, ao executarem seu trabalho, cooperem com ocumprimento das obrigaes que correspondem ao empregador;

    b) os representantes dos trabalhadores na empresa cooperem com oempregador no mbito da segurana e higiene do trabalho;

    c) os representantes dos trabalhadores na empresa recebam informaoadequada acerca das medidas tomadas pelo empregador para garantir asegurana e a sade, e possam consultar as suas organizaes representativassobre essa informao, sob condio de no divulgarem segredos comerciais;

    d) os trabalhadores e seus representantes na empresa recebam treinamentoapropriado no mbito da segurana e da higiene do trabalho;

    e) os trabalhadores ou seus representantes e, quando for o caso, suasorganizaes representativas na empresa estejam habilitados, emconformidade com a legislao e a prtica nacionais, para examinarem todosos aspectos da segurana e a sade relacionados com seu trabalho, e sejamconsultados nesse sentido pelo empregador; com essa finalidade, e em comumacordo, poder-se- recorrer a conselheiros tcnicos alheios empresa;

    f) o trabalhador informar imediatamente o seu superior hierrquico diretosobre qualquer situao de trabalho que, a seu ver e por motivos razoveis,envolva um perigo iminente e grave para sua vida ou sua sade; enquanto oempregador no tiver tomado medidas corretivas, se forem necessrias, nopoder exigir dos trabalhadores a sua volta a uma situao de trabalho ondeexista, em carter contnuo, um perigo grave ou iminente para sua vida ou suasade.

    Art. 20 A cooperao entre os empregadores e os trabalhadores ou seusrepresentantes na empresa dever ser um elemento essencial das medidas emmatria de organizao e de outro tipo, que forem adotadas para a aplicaodos artigos 16 a 19 da presente Conveno.

    Art. 21 As medidas de segurana e higiene do trabalho no deveroimplicar nenhum nus financeiro para os trabalhadores".

    Nesse contexto, era dever da r dar efetivo cumprimento s Normas Regulamentadores(NRs) do Ministrio do Trabalho e Emprego. No entanto, observou-se o completo descaso daECT com diversas disposies normativas editadas pela autoridade de inspeo do trabalho,

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  • como as NRs 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 17, 23, 24 e 26, conforme se verifica do Relatrio deFiscalizao encaminhado ao Ministrio Pblico do Trabalho atravs do Ofcio n.117/NEFIT/SRTE/RO, de 27.04.2012. Releva notar que o prprio relatrio de inspeo desegurana elaborado pela r corrobora essa constatao, que reforada pelos registrosconsignados no relatrio de diligncia e no parecer tcnico elaborados pelo Subncleo deSegurana e Medicina do Trabalho da PRT-14 Regio (docs. juntados).

    Ora, na atual quadra do constitucionalismo democrtico impensvel a afronta a esseconjunto de normas de proteo do meio ambiente do trabalho. que essas normas sintetizamo que a melhor doutrina denomina de normas de cidadania (Maurcio Godinho Delgado ),[1]porque visam, em ltima anlise, dotar a vida do cidado-trabalhador de condies mnimasde dignidade e cidadania. Representam, por assim dizer, o patamar civilizatrio mnimo ou omnimo tico irredutvel abaixo do qual o trabalhador no pode ser colocado.

    Alis, todo esse arcabouo normativo, nacional e internacional, contemplando normasformal e materialmente constitucionais, encontram validez no macroprincpio da dignidadehumana e no direito fundamental valorizao social do trabalho (CF, arts. 1, I e IV). Porisso a ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tempor fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social (CF, art.170, caput). E, sem dvida, no existe justia social quando so desrespeitadas as normas queinformam um ambiente de trabalho hgido, saudvel e seguro.

    Em vista dessa compostura jurdica, no se tolera a violao a normas de direitoambiental do trabalho, o que seria andar na contramo do disposto no inc. VI do art. 170 daCF, que impe livre iniciativa a obrigao de atuar na "defesa do meio ambiente, inclusivemediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e deseus processos de elaborao e prestao". Nessa medida, no pode haver dvidas que otrabalho humano integra os processos de consumao dos fins visados pelo agente econmico(estatal ou no). E no caso da ECT, que atua no mercado visando ao interesse pblico, maiorimportncia deve ser dada ao respeito ao meio ambiente do trabalho, sob pena de completodesvirtuamento dos objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil consistentesem construir uma sociedade livre, justa e solidria (CF, art. 3, I).

    Com toda certeza, sendo a r entidade integrante do Poder Pblico, sua misso essencialmente de pleno respeito ao Estado Democrtico de Direito (CF, art. 1, caput). Dessasorte, permitir que uma empresa pblica negue vigncia ao direito fundamental ao trabalhodigno seria chancelar que o Poder Pblico pudesse atuar em violncia ao princpio do "venirecontra factum prprium". Sim, porque ele (Estado), como instituidor de normas jurdicas,estaria ao mesmo tempo a nega-lhes vigncia, quando sujeito s suas hipteses de incidncia.Da o carter contraditrio e, portanto, ilcito dessa conduta, ante a violncia ao princpio daproteo da confiana, boa-f objetiva e vedao ao abuso de direito (CC, art. 113 e 187).

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  • Cabe ressaltar, por fim, que a responsabilidade ambiental-trabalhista objetiva,consoante alude a Lei n. 8.938/1991, em seu art. 1, 1, verbis:

    "Art. 14 - []

    1 Sem obstar a aplicao das penalidades previstas neste artigo, opoluidor obrigado, independentemente da existncia de culpa, a indenizar oureparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por suaatividade. O Ministrio Pblico da Unio e dos Estados ter legitimidade parapropor ao de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meioambiente."

    A sobredita norma disciplina o meio ambiente do trabalho, seja pela tcnica do dilogodas fontes (Erik Jayme ), seja em razo de o direito comum ser fonte subsidiria do direito[2]do trabalho (CLT, art. 8, par. nico). No bastasse, a regra cogente do art. 225, "caput", daCF, preside a natureza objetiva e solidria de tal responsabilizao, quando assegura que:

    "Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-seao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para aspresentes e futuras geraes."

    Dessa sorte, competindo coletividade o dever de atuar, independentemente de suacondio subjetiva, na proteo do meio ambiente do trabalho, no pode haver dvida daeficcia irradiante dessa disposio fundamental, em ordem a impor aos empregadores edemais tomadores de servios a responsabilidade objetiva e solidria em matria depreservao da sade ocupacional de todos aqueles que se ativam na realizao dos finseconmicos e/ou sociais por eles albergados.

    IV - DA TUTELA INIBITRIA COLETIVA

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  • O surgimento dos novos direitos (Norberto Bobbio ) fez eclodir a necessidade de se[3]obter uma tutela jurisdicional que no se preocupasse simplesmente com a mera reparao daleso a direitos, portanto, com o carter unicamente ressarcitrio da demanda, masprincipalmente com a preveno da leso ou perigo de leso. So exemplos desses "novosdireitos" os interesses coletivos no bojo dos quais se insere naturalmente o direitofundamental ao meio ambiente do trabalho saudvel e seguro.

    Com esse escopo (preventivo-assecuratrio) que surgiu a chamada tutela inibitria, apartir das lies do jurista Luiz Guilherme Marinoni , e cuja misso atuar na preveno do[4]ilcito, com capacidade para impedir a violao dos mais caros interesses da atual sociedadede massas. Da seu carter inibidor de condutas ilcitas.

    Essa especie de tutela atua com olhos voltados para o futuro, pois no se preocupa como dano. Tem por misso regular as condutas vindouras, e, com isto, preservar a integridade dobem jurdico tutelado. de sua ndole a imposio de provimentos mandamentais hbeis aimpingir ao agente transgressor da ordem jurdica um dever de agir, omissiva oucomissivamente, com vistas a impedir a prtica, repetio e/ou continuao do ilcito. Taltutela se satisfaz, assim, com a imposio de obrigaes de fazer, no fazer e suportar.

    A tutela inibitria coletiva encontra base normativa no direito fundamental de acesso justia (CF, art. 5, XXXV) e nas normas dos arts. 461 do CPC, 84 do CDC e 11 da Lei n.7.347/1985 (Lei de Ao Civil Pblica). Por essas normas possvel ordenar ao ru que seabstenha de praticar novas condutas antijurdicas, sob pena de cominao pecuniria, queatuar como meio de coero em ordem a forar o imediato cumprimento do provimentojudicial correspondente.

    V - DO DANO MORAL COLETIVO

    Aps um momento de dvida quanto a existncia do instituto do dano moral, aConstituio de 1988 encerrou o debate acerca da configurao desse importante fenmenojurdico. Assim, pelo art. 5, inc. V, da Carta de 1988, tem-se que " assegurado o direito deresposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem". Nesse mesmo compasso, o inc. X, do mesmo dispositivo, assentou que: "soinviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direitoa indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao".

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  • Na perspectiva da proteo aos direitos da personalidade, no qual se insere aintegridade moral do indivduo, o Cdigo Civil de 2002 assim refere (art. 12): "Pode-se exigirque cesse a ameaa, ou a leso, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, semprejuzo de outras sanes previstas em lei". Como reflexo dessa previso, assenta o art. 186do diploma civilista que: "Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ouimprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, cometeato ilcito".

    Diante desse cenrio, induvidoso que o sistema brasileiro tutela a moral individual.Ocorre que no somente esta goza de amparo, vez que a evoluo e massificao dos diversosconflitos sociais e econmicos fez surgir o fenmeno do dano de massa, resultando naconfigurao do assim chamado dano moral coletivo, hoje amplamente aceito pela maisabalizada doutrina e pelos tribunais superiores do pas.

    Com feito, diante da ecloso de diversas demandas sociais transindividuais (conflitosconsumeristas, ambientais e coletivos-trabahistas), a sociedade ps-moderna se deparou comcondutas ilcitas transgressoras de bens jurdicos fundamentais de titularidade difusa ecoletiva. Surgiram, assim, os interesses metaindividuais a empolgar a releitura da figura dodano moral de modo a subsumirem-se em seu espectro os danos genrica e objetivamenteimpingidos coletividade.

    De fato, os direitos coletivos, em especial os direitos fundamentais de terceira dimenso(p.ex., meio ambiente do trabalho - art. 200, VIII, c/c art. 225, , da CF/1988), passaramcaputa sofrer violaes em nvel macrossocial, da prev o sistema jurdico a possibilidade de seimpor ao agente lesante da ordem coletiva uma condenao por dano genrico, moral coletivoou mesmo por "dumping" social. Isto como efeito sancionatrio e, ao mesmo tempo,pedaggico, para evitar novas reincidncias e educar a sociedade, semelhana do "pinitivedamages" do direito norteamericano.

    Rememore-se que a jurisprudncia j admite o dano moral em face de pessoa jurdica,conforme Smula n. 227/STJ, o que, no direito do trabalho, refora a existncia do dano moralcoletivo, haja vista que neste ramo jurdico o empregador considerado um ser coletivo pornatureza .[5]

    Para alm de razes doutrinrias e jurisprudenciais, insta consignar que a Lei n.7.347/1985 (Lei da Ao Civil Pblica), em seu art. 1, caput e inc. IV, informa que a tutelados direitos coletivos tambm alberga "as aes de responsabilidade por danos morais epatrimoniais causados..." aos bens e interesses difusos e coletivos. Portanto, o ordenamentojurdico expressamente adotou a responsabilizao dessa modalidade de dano, sendodesprovidas de plausibilidade jurdica decises judiciais que olvidam essa notvel previsolegal.

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  • Esse avano normativo de salutar importncia. que o dano moral coletivo tem acapacidade de lesar o senso de justia coletiva, com afronta ao princpio do solidarismo emque se inspira o Estado Social e Democrtico de Direito.

    A doutrina define dano moral coletivo como "a injusta leso a interessesmetaindividuais socialmente relevantes para a coletividade (maior ou menor), e assimtutelados juridicamente, cuja ofensa atinge a esfera moral de determinado grupo, classe oucomunidade de pessoas ou at mesmo de toda a sociedade, causando-lhes sentimento derepdio, desagrado, insatisfao, vergonha, angstia ou outro sofrimento psico- fsico" (JooCarlos Teixeira, in "Dano Moral Coletivo". So Paulo, LTr, 2004, f. 140/141). Configura-se,pois, leso ao patrimnio moral da coletividade, passvel de indenizao, quando flagrante odescaso do empregador para com a dignidade da pessoa humana, submetendo os trabalhadoresa condies degradantes, para o alcance do objetivo empresarial, como instalar os laboristasno campo em habitao precria, forrada com lonas e placas de metal, sem piso ou qualquerinstalao adequada nos termos das normas regulamentares, como banheiro e chuveiros, cominstalaes eltricas sem a adequada proteo, nem mesmo sendo oferecida gua potvel,dormindo os trabalhadores em estrados e, ainda, despendendo jornada suplementar. Ntidahiptese de descaso para com a vida e a dignidade do trabalhador, pela inobservncia deelementares normas de segurana e higiene, com a exposio dos laboristas a risco de morte econtaminao.

    Para a sua configurao, no h que se perquirir acerca de eventual resultado danosoem busca de aferir-se a dor ntima dos lesados. que o dano em causa "in re ipsa", valedizer, presume-se ocorrente to somente em vista da conduta macrolesiva perpetrada a direitosfundamentais de ndole difusa e coletiva assim afetados. Aqui, incide a noo que se extrai doconceito de dimenso objetiva dos direitos fundamentais, em razo da qual o ordenamentotutelar valores jurdico-fundamentais (meio ambiente do trabalho, sade ocupacional etc) quese espraiam pelo tecido social, independentemente da repercusso subjetiva desses valoressobre o patrimnio jurdico individual.

    Assim, considerada a reiterada, renitente e deliberada afronta ao meio ambiente dotrabalho perpetrada pela demandada, a durao prolongada das leses, a essencialidade dosbens jurdicos afrontados (sade, vida digna, meio ambiente do trabalho, segurana etc) e agravidade do risco gerado com a negligncia patronal, postula-se a responsabilizaocivil-coletiva da ECT pela prtica de danos morais coletivos, com a fixao de indenizaoem valor no inferior a R$ 1.000.000,00 (um milho de reais).

    VI - DA FORA PROBATRIA DOS DOCUMENTOS PBLICOSNum. 5d7e7d3 - Pg. 14Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIM

    https://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380401700000001923338Nmero do documento: 15031317380401700000001923338

  • Cumpre asseverar que os documentos contidos nos inquritos civis pblicos e demaisprocedimentos investigatrios presididos pelo Ministrio Pblico, notadamente as provasproduzidas em seu bojo (laudos tcnicos, relatrios de diligncia, exames documentais etc),assim como os autos de infrao lavrados pelo Ministrio do Trabalho e Emprego, por suaSuperintendncia Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), e os relatrios de fiscalizaoelaboradores por seus Auditores-Fiscais do Trabalhos, so documentos dotados de f pblica,isto por expressa disposio de lei (CPC, art. 364) e pela circunstncia de emanarem deentidades e autoridades pblicas, cujos atos so, presumidamente, legtimos e verdadeiros(CC/2002, art. 212, IV) .

    Nesse sentido, colhe-se a seguinte diretriz do artigo 364 do Cdigo de Processo Civil(CPC), de observncia compulsria no processo trabalhista, diante da capitulao do artigo769 da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT):

    " Art. 364. O documento pblico faz prova no s da sua formao, mastambm dos fatos que o escrivo, o tabelio, ou o funcionrio declarar queocorreram em sua presena.". [negritos acrescidos]

    Assim, h que deixar assente que a fora probatria dos documentos juntados noprocesso pelo rgo ministerial no se sujeitam a desqualificao por mera impugnao. Valedizer, a f pblica de que dispem, todos indistintamente, somente pode ser rechaada porlegtima contraprova. Mesmo a circunstncia de os documentos produzidos pelo MPT teremnascido em sede de procedimento inquisitorial, sua inquestionvel qualidade jurdica temfonte na lei, o que os coloca acima da prova produzida pelo particular ou ente privado.

    Essa eficcia probatria dos documentos pblicos tem sido confirmada pelos tribunaissuperiores, como se infere do posicionamento adotado pelo Colendo Tribunal Superior doTrabalho e pelo Egrgio Superior Tribunal de Justia, nos arestos a seguir transcritos:

    "RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE. NEGATIVA DE PRESTAOJURISDICIONAL. Deixa-se de examinar a preliminar, com base no art.249,2, do CPC. 2. AO CIVIL PBLICA. INQURITO CIVIL PBLICO.LAUDO DE INSPEO DO MINISTRIO DO TRABALHO. MEIO DEPROVA. VALIDADE. luz do disposto no art. 364 do CPC, os documentospblicos gozam de presuno de legitimidade e somente podem serdesconstitudos por meio de contraprova produzida pela parte adversa, nobastando para tanto, a singela impugnao. O laudo de inspeo do Ministriodo Trabalho e as peas de inqurito civil pblico, promovido pelo Ministrio

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  • Pblico do Trabalho, desfrutam de valor probante e, sem elementos quecontradigam os fatos neles descritos, no podem ser ignorados como meios deprova. Recurso de revista conhecido e provido."

    (Tribunal Superior do Trabalho - Ministro Relator ALBERTO LUIZBRESCIANI DE FONTAN PEREIRA - NMERO NICO PROC: RR -973/1998-006-13-00 - PUBLICAO: DEJT - 18/09/2009)

    "PROCESSO CIVIL - AO CIVIL PBLICA - INQURITO CIVIL:VALOR PROBATRIO - REEXAME DE PROVA: SMULA 7/STJ.1. O inqurito civil pblico procedimento facultativo que visa colherelementos probatrios e informaes para o ajuizamento de ao civil pblica.2. As provas colhidas no inqurito tm valor probatrio relativo, porquecolhidas sem a observncia do contraditrio, mas s devem ser afastadasquando h contraprova de hierarquia superior, ou seja, produzida sob avigilncia do contraditrio.

    3. A prova colhida inquisitorialmente no se afasta por mera negativa,cabendo ao juiz, no seu livre convencimento, sopes-las.4. Avano na questo probatria que esbarra na Smula 7/STJ.

    5. Recursos especiais improvidos.

    ( Superior Tribunal de Justia - REsp n 476.660, 2 T., Rel. Min. ElianaCalmon, j. 20/05/2003

    VII - REQUISIO DE DOCUMENTOS EM PODER DO "MTE"

    Observa-se do OFICIO N 117/NEFIT/SRTE/RO (doc. juntado) que houve a lavraturapelo Ministrio do Trabalho e Emprego de diversos autos de infrao os quais registramimportante parcela das irregularidades aqui judicializadas. Tais documentos pblicos noforam encaminhados a este rgo Ministerial, por isso no instruem a petio inicial.

    Entrementes, considerando a natureza pblica de tais documentos e a fora probatriadestes para a comprovao judicial dos fatos deduzidos na vertente causa, requer-se, na formado art. 399, II, do CPC, aplicado ao processo do trabalho por fora do art. 769 consolidado,que se digne esse r. Juzo a requisitar cpia reprogrfica dos autos de infrao n. 1110462,

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  • 1241680, 1240404, 2060248, 22020369, 1080288, 2100460, 2060256, 2060094, 1170716,1230930, 2050013, 0014060 e 1040189, conforme rol elencado no sobredito ofcio.

    Com rigor, em matria de prova via documento pblico, preconiza o art. 399 e incs. doCPC, que: "

    "Art. 399. O juiz requisitar s reparties pblicas em qualquer tempo ougrau de jurisdio:I - as certides necessrias prova das alegaes das partes;

    II - os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados aUnio, o Estado, o Municpio, ou as respectivas entidades da administraoindireta.

    1o Recebidos os autos, o juiz mandar extrair, no prazo mximo eimprorrogvel de 30 (trinta) dias, certides ou reprodues fotogrficas daspeas indicadas pelas partes ou de ofcio; findo o prazo, devolver os autos repartio de origem. (Renumerado pela Lei n 11.419, de 2006).

    2o As reparties pblicas podero fornecer todos os documentos em meioeletrnico conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que setrata de extrato fiel do que consta em seu banco de dados ou do documentodigitalizado. (Includo pela Lei n 11.419, de 2006)."

    Sobre a disciplina desse regramento processual na seara trabalhista, anota o juristaCarlos Henrique Bezerra Leita, verbis:

    "Em se tratando de documentos pblicos indispensveis prova dos fatosalegados pelas partes, o art. 399 do CPC prescreve de forma imperativa, isto ,independentemente de requerimento da parte interessada, que o 'juizrequisitar s reparties pblicas em qualquer tempo e grau de jurisdio: I -as certides necessrias prova das alegaes das partes; II - osprocedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a Unio,o Estado, o Municpio, ou as respectivas entidades da administrao indireta.Nesse ltimo caso, recebidos os autos do processo (ou procedimento)administrativo, o juiz mandar extrair, no prazo mximo e improrrogvel detrinta dias, certides ou reprodues fotogrficas das peas indicadas pelaspartes ou de ofcio; findo o prazo, devolver os autos repartio de origem".[6]

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  • Ressalta-se a desnecessidade da vinda de todo o processo administrativo em quelavrados tais autos de infrao, bastando a remessa ao Juzo de cpias reprogrficas fsicase/ou digitalizadas dos apontados documentos.

    VIII - DOS PEDIDOS

    Diante do exposto, o Ministrio Pblico do Trabalho requer:

    1) A condenao da r nas seguintes obrigaes de fazer e no fazer, sob pena de multa noimporte de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por clusula descumprida, acrescida de R$ 1.000,00(mil reais) por trabalhador prejudicado, reversvel ao Fundo de Amparo ao Trabalho (FAT)ou a entidades e/ou aes de interesse social relevante, convenincia do Ministrio doPblico do Trabalho e deste Juzo, visando-se reconstituio dos bens jurdicos lesados,cujos valores sero executados nos prprios autos, com atualizao monetria e juros naforma do reajustamento dos dbitos trabalhistas:

    A) ESTENDER a assistncia do Servio Especializado em Engenharia de Segurana eMedicina do Trabalho - SESMT s suas contratadas, conforme NR 4 da Portaria3.214/78 do MTE;

    B) GARANTIR a organizao, constituio, processo eleitoral, treinamento,funcionamento e o cumprimento das atribuies da CIPA, conforme NR 5 da Portaria3.214/78 do MTE;

    C) FORNECER aos empregados, gratuitamente, Equipamentos de Proteo Individual,possuindo Certificado de Aprovao, adequado ao risco e em perfeito estado deconservao e funcionamento, treinando-os sobre o uso adequado, substituindoimediatamente quando danificados ou extraviados e tornando obrigatrio o seu uso, deforma, a atender os preceitos estabelecidos na NR 6 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    D) ELABORAR E IMPLEMENTAR o Programa de Controle Mdico de SadeOcupacional - PCMSO, com o objetivo de promoo e preservao da sade doconjunto dos seus trabalhadores, na formar da NR 07 da Portaria 3.214/78 do MTE;

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  • E) MANTER o estabelecimento em condies de conforto, segurana e salubridade,conforme NR 08 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    F) ELABORAR E IMPLEMENTAR o Programa de Preveno de Riscos Ambientais -PPRA, visando preservao da sade e da integridade dos trabalhadores, atravs daantecipao, reconhecimento, avaliao e consequente controle da ocorrncia de riscosambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo emconsiderao a proteo do meio ambiente e dos recursos naturais, conforme NR 09 daPortaria 3.214/78 do MTE;

    G) MANTER as instalaes eltricas em perfeitas condies, garantindo a segurana e asade dos empregados, conforme NR 10 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    H) MANTER nos equipamentos de transporte motorizados buzina e alarme sonoro demacha r, alm de fornecer treinamento aos operadores, conforme a NR 11 daPortaria 3.214/78 do MTE;

    I) ADOTAR as diretrizes da NR 12 da Portaria 3.214/78 do MTE quanto sinalizaode segurana (subitens 12.116 e seguintes), permitindo que as mquinas eequipamentos, bem como as instalaes em que se encontrem, possuam sinalizaopara advertir os trabalhadores e terceiros sobre os riscos a que esto expostos;

    J) EXECUTAR melhorias nas condies de trabalho dos empregados, referente aoconforto trmico e nveis de iluminncia dos postos de trabalho, conforme NR 17 daPortaria 3.214/78 do MTE;

    K) REALIZAR anlise ergonmica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mnimo,as condies de trabalho, conforme estabelecido na NR 17 da Portaria 3.214/78 doMTE, com vistas a avaliar a adaptao das condies de trabalho s caractersticaspsicofisiolgicas dos trabalhadores;

    L) ADOTAR as diretrizes da NR-23 da Portaria 3.214/78 do MTE com vistas a prevenir a ocorrncia de incndios, em conformidade com a legislao estadual e asnormas tcnicas aplicveis;

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  • M) MANTER as instalaes sanitrias em condies de utilizao, com higienizaopermanente, conforme NR 24 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    N) GARANTIR a sinalizao de segurana no estabelecimento em harmonia com a NR26 da Portaria 3.214/78 do MTE.

    2) A condenao da r, por danos morais coletivos, em valor no inferior a R$1.000.000,00 (um milho de reais), reversvel ao Fundo de Amparo ao Trabalho (FAT) ou aentidades e/ou aes de interesse social relevante, convenincia do Ministrio do Pblico doTrabalho e deste MM. Juzo, visando-se reconstituio dos bens jurdicos lesados.

    3) A condenao da demanda, no que for cabvel, nas despesas do processo.

    IX - DOS REQUERIMENTOS FINAIS

    Por fim, requer o autor:

    (a) A citao da r no endereo declinado no prembulo desta vestibular, a fim deapresentar defesa, querendo, sob pena de revelia e confisso;

    (b) A requisio Superintendncia Regional do Trabalho e Emprego em Rondnia -SRTE/RO de cpias reprogrficas fsicas e/ou digitalizadas dos autos de infrao n.1110462, 1241680, 1240404, 2060248, 22020369, 1080288, 2100460, 2060256,2060094, 1170716, 1230930, 2050013, 0014060 e 1040189;

    (c) A intimao do Ministrio Pblico do Trabalho, com a remessa dos autos Procuradoria Regional do Trabalho da 14 Regio, de todos os atos e decises exaradosno processo, nos termos do art. 18, II, "h", da LC 75/1993 e do art. 19, par. nico, daConsolidao dos Provimentos da Corregedoria Geral da Justia do Trabalho/TST.

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  • Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito,especialmente provas documentais, testemunhais, exames periciais, diligncias, vistorias,entre outras.

    D causa o valor de R$ 1.000.000,00 (um milho de reais).

    Porto Velho - Rondnia, 13 de maro de 2015.

    MARCOS G. CUTRIM

    Procurador-Chefe

    do Ministrio Pblico do Trabalho em Rondnia e Acre

    Num. 5d7e7d3 - Pg. 21Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380401700000001923338Nmero do documento: 15031317380401700000001923338

  • DOCUMENTOS QUE INSTRUEM A AO:

    1. Ofcio n. 117/NEFIT/SRTE/RO, de 27.04.2012 e correspondente Relatrio deFiscalizao (fls. 855/860 do IC 286/2003);

    2. Relatrio de Diligncia Confeccionado pela PRT-14 Regio (fls. 744/753 do IC286/2003);

    3. Relatrio de Inspeo de Segurana (fls. 598/608 do IC 286/2003);4. Parecer Tcnico elaborado pelo Subncleo de Segurana e Medicina do Trabalho da

    PRT-14 Regio (fls. 442/447).

    DELGADO, Maurcio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 13 ed. So Paulo: LTr,[1]2014, p. 1389.

    MARQUES, Cludia Lima Marques. Superao das antinomias pelo Dilogo das[2]ApudFontes: o modelo brasileiro de coexistncia entre o Cdigo de Defesa do Consumidor e oCdigo Civil de 2002. Revista da ESMESE, n 07 - Doutrina - 15. Disponvel em: >. Consultado em: 12.mar.2015.http://www.diario.tjse.jus.br/revistaesmese/revistas/7.pdfBOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Campus: 2004.[3]

    MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela Inibitria e Tutela de Remoo do Ilcito. ABDC.[4]Disponvel em: . Consultado em: 12.mar.2015.formatado.pdf

    cf. DELGADO, Maurcio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 13 ed. So Paulo: LTr,[5]2014, p. 1442.

    LEITE, Carlos Henrique Bezerra. . 10 ed. So[6] Curso de Direito Processual do TrabalhoPaulo: LTr., 2013, p. 685.

    Num. 5d7e7d3 - Pg. 22Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380401700000001923338Nmero do documento: 15031317380401700000001923338

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    SERVIO PBLICO FEDERAL MINISTRIO DO TRABALHO

    SUPERINTENDNCIA REGIONAL DO TRABALHO EM RONDNIA Ncleo de Fiscalizao do Trabalho

    OFICIO N 117/NEFIT/SRTE/RO. Porto Velho (Ro), 27 de Abril de 2012.

    A Sua Excelncia Fabiola Bessa Salmito Lima Procuradora do Ministrio Pblico do Trabalho 14 Regio Av. Guanabara: 3480 Conjunto Santo Antonio NESTA

    Referncia: IC. 000286.2003.14.000/8 Inquirido: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELGRAFOS. Endereo: Av: Costa e Silva: 1360 Bairro So Sebastio I.

    Senhora Procuradora,

    De ordem do Senhor Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Rondnia, e em ateno ao Oficio de n 21440/2012-CODIN, datado de 27/03/2012, estamos encaminhando a Vossa Excelncia, cpia do relatrio de fiscalizao, realizada pelo Auditor Fiscal do Trabalho, Danilo Barroso Frota, na empresa acima citada, para conhecimento.

    Por derradeiro, colocamo-nos a disposio de Vossa Excelncia, para eventuais esclarecimentos.

    MPU MPT PRT 14. R9140

    Rsenbulo em

    Respeitosamente, 02. 05- P-1

    s 0500

    wilm ves Nfirte da 110 odrigues dos Santas ,6004782.8 Chefe do Ncleo de Fiscalizao do Trabalho em Rondnia

    MISSO DA SRTE/RO Promover a efetiva aplicao dos Direitos Sociais, na rea Trabalhista atravs da Orientao, Fiscalizao e mediao, visando e equilbrio das Relaes de Trabalho e a

    Busca da Paz Social. Rua Jose Garnacho, 909, bairro Olaria , CEP: 76801-312, Porto Velho-RO. Fone: (069) 3217-3709

    igtfi-U Num. 2f2715f - Pg. 1Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIM

    https://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380538300000001923386Nmero do documento: 15031317380538300000001923386

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  • Ministrio do- - -` Trabalho e Emprego

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    Minuta Relatrio fiscalizao Correios Ab initio, cabe destacar que a filial da ECT EMPRESA

    BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS localizada na Costa e Silva 2137 no mudou praticamente em nada, no que diz respeito aos pontos vistoriados pelos Auditores Fiscais do Trabalho, desde a inspeo do perito do Ministrio Pblico do Trabalho.

    As constataes a seguir foram registradas pelos Auditores Fiscais do Trabalho Jansen Viana e Danilo Barroso Frota, tendo este relatrio sido escrito conjuntamente.

    Foram lavrados 14 (quatorze) autos de infrao, abrangendo as seguintes ementas:

    1. 1110462: Manter equipamento de transporte motorizado sem sinal de advertncia sonora.

    2. 1241680: Manter banheiro que no oferea privacidade aos usurios.

    3. 1240404: Deixar de dotar os gabinetes sanitrios de recipientes com tampa, para guarda de papis servidos.

    4. 2060248: Deixar de fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteo individual adequado ao risco, em perfeito estado de conservao e funcionamento.

    5. 22020369: Deixar de manter as vias de circulao de pessoas sinalizadas e/ou desimpedidas e/ou protegidas contra queda de material e/ou em boas condies de segurana e trnsito.

    6. 1080288: Manter, nos locais de trabalho, cobertura que no assegure proteo contra a chuva.

    7. 2100460: Deixar de manter as instalaes eltricas em condies seguras de funcionamento ou deixar de inspecionar e controlar periodicamente os sistemas de proteo das instalaes eltricas, de

    VVV1__ Num. 2f2715f - Pg. 3Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380538300000001923386Nmero do documento: 15031317380538300000001923386

  • Num. 2f2715f - Pg. 4Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380538300000001923386Nmero do documento: 15031317380538300000001923386

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    acordo com as regulamentaes exi ptes C>2.p

    2060256: Deixar de exigir o uso dos L_ equipamentos de proteo individual.

    2060094: Deixar de substituir imediatamente o equipamento de proteo individual, quando danificado ou extraviado.

    e definies de projetos.

    10. 1170716: Deixar de manter as condies de iluminamento e/ou rudo e/ou conforto trmico e/ ou a proteo contra outros fatores de risco qumico e fsico de acordo com o previsto na NR-17 e outras normas regulamentadoras.

    11. 1230930: Deixar de adotar medidas de preveno de incndios, e/ou adotar medidas de preveno de incndio em desacordo com a legislao estadual e/ou normas tcnicas aplicveis.

    12. 2050013: Deixar de constituir e manter em regular funcionamento a Comisso Interna de Preveno de Acidentes.

    13. 0014060: Manter documentos sujeitos inspeo do trabalho fora dos locais de trabalho.

    14. 1040189: Deixar de designar profissional qualificado para chefiar o servio especializado em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho.

    Cumpre esclarecer de pronto que a Diretoria Regional dos Correios em Rondnia no possui mais um responsvel pela rea de segurana do trabalho vez que a funcionria que exercia o cargo de Tcnica de Segurana no Trabalho, Sra. Adriana Cabral de Brito, foi aprovada em outro concurso pblico e o referido cargo encontra-se vago, aguardando a autorizao de realizao de concurso pblico.

    Nenhum dos funcionrios entrevistados, seja no estabelecimento situado na Av. Costa e Silva, onde foi realizada a diligncia de fiscalizao dos normas de segurana, seja na sede da Diretoria Regional dos Correios situada na Rua Rogrio Weber, local para onde os agentes fiscais se dirigiram em busca de esclarecimentos, soube informar acerca do paradeiro do PPRA, PCMSO e Laudo Ergonmico da filial da Costa e Silva.

    (pango (BarfOSOftga _ t' Fiscal 357 52

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    . Num. 2f2715f - Pg. 5Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIM

    https://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380538300000001923386Nmero do documento: 15031317380538300000001923386

  • Num. 2f2715f - Pg. 6Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380538300000001923386Nmero do documento: 15031317380538300000001923386

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    Ft t5S 5,2-,) -----W-- :4

    A ausncia dos programas de avaliao de sade e de rWpos .5' 3

    ambientais prejudicou sobremaneira a realizao de uma verificao mais minucisii 7e

    das iniciativas da empresa no que diz respeito garantia de um ambiente de trabalho seguro e salubre.

    NR4

    As entrevistas realizadas no esclareceram acerca do funcionamento do SESMT e a implementao de polticas de proteo sade dos trabalhadores no mbito da Diretoria Regional dos Correios em Rondnia.

    Os funcionrios e terceirizados relatam que no h nenhuma iniciativa da empresa ou de suas prestadoras de servios no que diz respeito oferta de treinamento e orientaes acerca das normas segurana e higiene no trabalho.

    Os empregados terceirizados da rea de limpeza estavam usando EPI (luvas). Os servios de lavagem e borracharia no estavam em funcionamento, razo pela qual restou prejudicada a verificao do cumprimento de normas de higiene e segurana do trabalho nestes setores.

    NR5

    As entrevistas realizadas revelaram que houve urna eleio para a CIPA, no entanto, no h realizao de reunies e _nem tampouco a discusso_de inicvas que objetivem a preveno de acidentes e o cumprimento das Normas Regulamentadoras emitidas pelo Ministrio do Trabalho e Emprego. No foi possvel mesmo identificar os componentes da CIPA, visto que no h ata da eleio, relao de membros ou calendrio de reunies.

    NR6

    No setor denominado "CDD" verificou-se a existncia de estoque mnimo de EPI, dentre eles, bons, chapus, calados (tnis e bota tipo "motociclista"), jaquetas, luvas e uniformes a serem utilizados pelos carteiros. Foi informado que a reposio do material lenta. Destaco que os chapus fornecidos no so do tipo legionrio, razo pela qual as orelhas e o pescoo dos carteiros ficam expostos ao sol. Saliento, no entanto, que h fornecimento de protetor solar fator 30 e que o 'mee-n-io encontrava-se dentro da validade. A quantidade de protetor solar apresentada (01 (um) frasco) _ pequena considerando_o.universo de carteiros.

    No setor denominado "CTCE" verificou-se que a maior parte dos trabalhadores labora sem luvas, embora grande parte do trabalho exija o carregamento e descarregamento de materiais. O operador de empilhadeira estava usando protetor auricular tipo "concha".

    A verificao da adequao dos EPI aos riscos foi prejudicada em virtude da no _ apresentao do PPRA. _ _ .

    (Danilo (Barroso cfrotta00 visca d.." eT 39 -9 pudor- 52

    shs'e 2844 Num. 2f2715f - Pg. 7Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380538300000001923386Nmero do documento: 15031317380538300000001923386

  • ; Num. 2f2715f - Pg. 8Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380538300000001923386Nmero do documento: 15031317380538300000001923386

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    iter cid 4

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    rce, der.,

    As salas de trabalho localizadas no galpo do "CTCE" possuem excesso de umidade mofo. Os trabalhadores denunciam que o telhado repleto de goteiras e que por se tratar de um imvel antigo, eles temem pela possibilidade de um desabamento do telhado.

    NR-9

    Neste particular, restou prejudicada a fiscalizao, posto que o Programa de Preveno de Riscos Ambientais no foi apresentado. Os empregados entrevistados no possuem conhecimento da existncia de PPRA. A mquina de raio-x estava inoperante em virtude da ausncia de peas de reparo. No h previso para sua utilizao.

    NR-10

    Os quadros de fora do "CTCE" possuam tampas e estavam identificados. No entanto, no h utilizao de conduits e a fiao fica exposta sobre as paredes, telhado e rodaps. H grande quantidade de fios emendados e precariamente isolados.

    NR-8

    NR-11

    Uma das empilhadeiras no possui sinal de r e nem buzina de r. O operador de empilhadeira informou que recebeu treinamento para operar o equipamento, no entanto no h comprovao de sua habilitao. . .

    Os funcionrios do posto da SEFIN-RO que se encontra no setor "CTCE" denunciaram que os acidentes com a empilhadeira so comuns e que por duas vezes as empilhadeiras j chegaram a derrubar a parede da sala da SEFIN, quase causando ferimentos nos trabalhadores que ali se encontravam.

    NR-12

    No que tange este item, verifica-se a ausncia de sinalizao no piso, prejudicando a circulao_segura de Ressoas.

    NR-17

    No h notcia da realizao de um Laudo de Avaliao Ergonmica. A inspeo "in loco" identificou que no setor "CTCE" alguns ventiladores esto quebrados e h reclamao generalizada dos trabalhadores acerca do desconforto trmico e da iluminao fraca naquele setor._ Some-se a isso o fato de que as atividades de carregamento de descarregamento de encomendas e correspondncias evidencia a realizo de_ esfors repetitivos. A avaliao minuciosa desse fato ficou_prejudicada

    dando Oarroso Trota waitor-Fiscat do Trabalho

    NAFE 2844487 - CiF 35752 - 9

    d}t Num. 2f2715f - Pg. 9Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIM

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    t, c; w)

    por falta da documentao (PPRA). Falta ainda iluminao suficiente, apta a p itir o Vf

    trabalho em condies adequadas. S2he

    NR-23

    O setor "CTCE" possui apenas 3 extintores de incndio, embora seja um galpo de grande porte repleto de materiais inflamveis. A sinalizao de piso estava apagada. Um dos extintores estava obstrudo, razo pela qual foi exigida pelos agentes fiscais a sua imediata desobstruo.

    NR-24

    Os banheiros dotados de chuveiros no possuem portas que impeam o devassamento. Embora adequadamente higienizados, no possuem lixeira com tampa.

    NR-26

    O "CTCE" no possui sinalizao de segurana de modo a delimitar os espaos de circulao de pessoas e de mercadorias corii o objetivo de evidenciar riscos e prevenir acidentes. Pessoas, mercadorias e veculos dividem indistintamente os mesmos espaos.

    Acreditamos que estas so as informaes a serem prestadas, mantendo-nos disposio para futuros esclarecimentos.

    o relatrio.

    Porto Velho, 7-1- de abril de 2012.

    L 1 'ANILO BARROSO FROTA

    Auditor Fiscal do Trabalho

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  • Num. 2f2715f - Pg. 12Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380538300000001923386Nmero do documento: 15031317380538300000001923386

  • MINISTRIO PBLICO DA UNIO MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO - 14. REGIO SUBNCLE0 DE SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO

    "t14 Regl 3144 a

    Sit 41:1

    Processo: IC 000286.2003.14.000/8 Inquirida: ECT - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELGRAFOS. Objeto: MEIO AMBIENTE DE TRABALHO.

    RELATRIO DE DILIGNCIA

    Considerando:

    O Despacho (folhas de n741 a 742), da Exma. Procuradora do Trabalho, Dr.' Michelle Bastos Chermont, apresentamos o trabalho tcnico a seguir.

    Objetivo

    Demonstrar se a inquirida est em conformidade com a redao dada pela Lei n6.514/77 que alterou o Captulo V do Titulo II da Consolidao das Leis do Trabalho e a Portaria 3.214/78 do Ministrio do Trabalho e Emprego que aprovou as Normas Regulamentadoras relativas Segurana e Medicina do Trabalho.

    Identificao da inquirida

    TELGRAFOS. Razo social: ECT - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E

    Estabelecimento: Complexo Operacional de Porto Velho/RO.

    Endereo do estabelecimento: Av. Costa e Silva, n2137, Bairro So Sebastio, Porto Velho - RO.

    Atividade: Atividades de Correio. CNAE (2.0): 5310-5, Grau de risco 2 e Grupo C - 25. Nmero de empregados: 198 (Cento e noventa e oito).

    Metodologia

    A metodologia aplicada neste parecer se resume anlise dos autos, inspeo do ambiente e postos de trabalho, fotos, entrevistas com trabalhadores e o confronto destas informaes com os conceitos tcnicos e legais relativos matria.

    1

    Num. 234f70c - Pg. 1Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380680600000001923394Nmero do documento: 15031317380680600000001923394

  • Num. 234f70c - Pg. 2Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380680600000001923394Nmero do documento: 15031317380680600000001923394

  • MINISTRIO PBLICO DA UNIO MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO - 14 REGIO SUBNCLEO DE SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO

    Diligncia

    A diligncia foi realizada no dia 22 de abril de 2010, no perodo das 08:30 s 11:30 horas, no estabelecimento supracitado.

    Em diligncia, estabelecemos os primeiros contatos com a Sr' Adriana Cabral de Brito (Tcnico de Segurana do Trabalho), acompanhando este perito aos seguintes setores:

    1. -Gerncia tcnica; 2. CDD Porto Velho; 3. CTCE; 4. Setor de grandes clientes a faturar; 5. Agncia So Sebastio; 6. Lanchonete e local para refeies; 7. Setor de lavagem de veculos; 8. Setor de manuteno de veculos; 9. Estacionamento interno.

    Em inspeo, identificamos as seguintes irregularidades:

    NR 4 - Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho

    Identificamos empregados de empresas terceirizadas, atuantes no estabelecimento, sem EPI e orientaes, referente segurana do trabalho. So terceirizados os servios de limpeza, borracharia, lavagem, entre outros.

    NR 5 - Comisso Interna de Preveno de Acidentes

    Indagados, alguns empregados informaram que a Comisso Interna de Preveno de Acidentes pouco atuante no estabelecimento, atravs da falta de treinamento sobre preveno dos riscos inerentes ao processo de trabalho e outras atividades relacionadas rea de segurana do trabalho.

    A Sr.' Adriana informou que a CIPA atual est em fase de trmino de mandato, estando o processo de constituio da nova CIPA, em andamento.

    2

    Num. 234f70c - Pg. 3Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380680600000001923394Nmero do documento: 15031317380680600000001923394

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  • MINISTRIO PBLICO DA UNIO MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO - 14 REGIO SUBNCLEO DE SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO

    NR 6 - Equipamentos de Proteo Individual

    Constatamos em vrios setores do estabelecimento, empregados exercendo suas atividades sem EPI. No setor de lavagem de veculos, identificamos o Sr.. Francisco, exercendo a atividade de lavador, em contato permanente com gua e produtos qumicos utilizados no processo de lavagem, sem a utilizao de nenhum EPI, utilizando sandlias, bon e vestimenta pessoal encharcada (foto n01). No setor "CTCE", onde se realiza o recebimento, empilhamento e expedio de carga em geral, identificamos empregados (foto n2), sem EPI (Botas de segurana, luvas de segurana, culos de segurana, entre outros).

    Indagados, no setor "CDD", alguns empregados, exercendo funo de carteiro convencional, informaram que o bon fornecido no eficaz para a_proteo da cabea e pescoo, contra a exposio ao sol, ocasionando a compra de chapu de abas pelos mesmos, para se proteger (foto n03).

    Os carteiros convencionais entrevistados, relataram que a reposio dos EPI,_ quando danificados, muito demorada, ocasionando a falta em perodo longo. Informaram ainda que o blogueador solar, utilizado para a proteo contra os raios solares est vencido desde FEV/2010, conforme constatado por este perito (foto n4). Atualmente, a inquirida no possui estoque mnimo de EPI para a reposio imediata em caso de necessidade.

    foto n1 foto n2 foto n3

    foto n4

    3

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  • In MINISTRIO PBLICO DA UNIO ile MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO 44403 ,,,,t- < PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO - 14 REGIO

    SUBNCLEO DE SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO

    A,39,09 1o00,

    t?14, Regia'

    NR 8 - Edificaes

    A parede da sala do coordenador, no setor de manuteno de veculos, apresenta umidade excessiva (foto n5).

    foto n5

    NR 9 - Programa de Preveno de Riscos Ambientais

    Realizando a. _anlise comparativa entre o PPRA (folhas de n624 a 678), o Parecer Tcnico (folhas de n442 a -447-)-, a- HR 9 e ainda _ as irregularidades encontradas em diligncia, apresentamos as seguintes irregularidades:

    1. O planejamento anual de aes (setembro de 2009 a agosto de 2010, folha de- n661), apresenta aes imediatas no executadas:

    *Retirada imediata dos utenslios de dentro dos banheiros, definindo um local apropriado para a guarda dos materiais de limpeza;

    Monitorar a utilizao dos equipamentos (EPI) e dispositivos de segurana dos trabalhadores;

    Implementao do 5 "S", como ferramenta de ordenao do local de trabalho.

    2. A inquirida informa no PPRA apresentado (folha n633), a _ divulgao dos dados atravs de quadros de aviso e a intranet, porm os espregados indagados, informaram no ter conhecimento sobre o PPRA;

    3. A planilha de anlise qualitativa dos riscos ambientais (folhas de n648 e 649), no apresenta medidas de controle para todos os riscos identificados. Os EPI indicados em planilha, em algumas funes, no so adequados a Eodos os riscos identificados, como exemplo temos o carteiro convencional, sem a indicao de calado de segurana e oficial de manuteno, sem a indicao de calado de segurana, luvas, culos de segurana, respiradores (risco qumico na realizao de pintura). A planilha dever ser adequada;

    4

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    4. A folha n651 apresenta as medies de temperatura no ambiente, indicando no setor "CTCE" apenas uma medio, visto que o mesmo apresenta vrias posies de trabalho, algumas com ventiladores de teto e outras sem ventilao, conforme constatado em diligncia. Ser necessrio a leitura em todas as posies. de trabalho;

    5. Em relao mquina de raio x, o PPRA apresentado, no comprovou a ausncia de risco (radiaes ionizantes), ao empregado neste posto de trabalho._

    Em resumo o PPRA apresentado necessita ser inicialmente reavaliado e implementado no estabelecimento, assim como est melhor articulado com as demais normas de segurana do trabalho.

    NR 10 - Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade

    Observamos irregularidades em relao s instalaes eltricas do estabelecimento, so elas:

    1. Quadros de distribuio, sem tampa protetora e identificao (foto n7),

    2. Quadros de distribuio com identificao ilegvel (foto n6);

    3. Motor, localizado no setor de lavagem de veculos, sem proteo contra a umidade (foto n8), ocasionando risco de choque eltrico ao empregado neste setor;

    4. Condutores de energia expostos, sem a devida isolao por eletrodutos (foto n9).

    foto n6 -foto n7 foto n8

    foto n9 5 Isfin

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    Pegi000 *0 j14 ReglEIG

    "g0 749 ' a

    k4.

    NR 11 - Transporte, Movimentao, Armazenagem e Manuseio de Materiais

    descarregamento informado que estabelecimento, buzina e alarme informao sobre

    "CTCE", notamos a existncia de 2 (duas) n10), utilizadas no processo de carregamento e materiais, porm no momento da inspeo, foi

    os operadores das mquinas, no estavam no sendo desta forma impossvel averiguar a existncia de sonoro acoplado ao sistema de marcha r, e ainda a . _ o treinamento para a operao da mquina.

    No setor empilhadeiras (foto

    de

    foto n10

    NR 12 - Mquinas e Equipamentos

    Notamos no setor "CTCE", onde se realiza a movimentao de materiais, que as principais viasde circulao no possuem demar.co no piso (fotos n10, 11 e 12), conforme estabelece a NR 26, separando as reas dos corredores de reas de armazenamento de materiais. A falta de sinalizao, dificulta circulao de pessoas, mquinas e equipamentos (empilhadeira), P roporcionando riscos de acidentes.

    foto n11 foto n12

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  • .

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  • L, foto n15 foto n16

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    NR 17 - Ergonomia

    Identificamos nos postos de trabalho a necessidade de elaborao e implementao da Anlise Ergonmica do Trabalho-.

    Atravs de TCAC n038/2007 e Primeiro Termo Aditivo ao TCAC n038/2007 (folhas de n469 a 478) a inquirida _se_ comprometeu a implementar e a implantar as solues apresentadas nas anlises ergonmicas referente rea operacional e a rea de atendimento, adquirindo materiais, mobilirios e equipamentos at 31/12/2014.

    As condies ambientais de trabalho no setor "CTCE"t_ . _ necessitam de melhorias em relao aos nveis mnimos de iluminamento (foto n13) e conforto trmico, assim como no setor "Copa". Empregados indagados, reclamaram em relao ao calor nos postos de trabalho, sem nenhum tipo de ventilao (foto n14).

    foto n13 foto n14

    NR 23 - Proteo Contra Incndios

    Localizamos no estabelecimento, extintores de incndio encobertos Ror Rilhas de materiais (fotos n15 e 16), com ---sinalizao de piso inadequada. -

    7 kj Num. 234f70c - Pg. 13Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIM

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    NR 24 - Condies Sanitrias e de Conforto nos Locais de Trabalho

    No estabelecimento, constatamos instalaes sanitrias servindo de depsito de materiaisde limpeza (foto n17), gabinetes sanitrios com vasos sem assento e tampa (foto n016) e ainda lixeiras desprovidas de tampa (foto n16).

    NR 26 - Sinalizao de Segurana

    No h sinalizao de segurana no ptio externo da inquirida (foto n20), delimitando reas para a circulao de pessoas e o trnsito de veculos, aumentando os riscos de acidentes. Outros setores no estabelecimento necessitam de sinalizao de segurana, como exemplo o "CTCE" (foto n11 e 12).

    foto n20

    8 ito Num. 234f70c - Pg. 15Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIM

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    114. Regia

    ao 752 fit

    Concluso

    Em virtude dos fatos mencionados, recomendamos inquirida o cumprimento das seguintes metas;

    ESTENDER a assistncia do Servio Especializado em Engenharia de Segurana e Medicina do Trabalho - SESMT, s contratadas, conforme NR 4 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    GARANTIR a organizao, constituio, processo eleitoral, treinamento, funcionamento e o cumprimento das atribuies da CIPA, conforme NR 5 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    FORNECER aos empregados, gratuitamente, Equipamentos de Proteo Individual, possuindo Certificado de Aprovao, adequado ao risco e em perfeito estado de conservao e funcionamento, treinando-os sobre o uso adequado, substituindo imediatamente quando danificados ou extraviados e tornando obrigatrio o seu uso, de forma, a atender os preceitos estabelecidos na NR 6 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    MANTER o estabelecimento em condies de conforto, segurana e salubridade, conforme NR 8 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    ELABORAR e IMPLEMENTAR o PPRA, conforme NR 9 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    MANTER as instalaes eltricas em perfeitas condies, garantindo a segurana e a sade dos empregados, conforme NR 10 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    MANTER nos equipamentos de transporte motorizados, buzina e alarme sonoro de macha r, alm de fornecer treinamento aos operadores, conforme a NR 11 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    ''. EXECUTAR melhorias nas condies de trabalho dos empregados, referente ao conforto trmico e nveis de iluminncia dos postos de trabalhO, conforme NR 17 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    MANTER livre os acessos aos extintores de indndio e sinaliz-los, conforme NR-23 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    MANTER as instalaes sanitrias em condies de utilizao, com higienizao permanente, conforme NR 24 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    GARANTIR a sinalizao de segurana no estabelecimento em harmonia com a NR 26 da Portaria 3.214/78 do MTE;

    Num. 234f70c - Pg. 17Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380680600000001923394Nmero do documento: 15031317380680600000001923394

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    Recomendamos que seja realizada a anlise do PCMSO (folhas de n702 a 732), pela Mdica do Trabalho Dr.' Joana Ester, devido a natureza da matria, anexando suas consideraes a este relatrio de diligncia.

    A - inquirida apresentou os projetos de reforma do estabelecimento, porm no comprovaram a contratao de empresa especializada para a execuo de tais projetos.

    Este parecer contm (10) dez folhas.

    Porto Velho (RO), 29 de abril de 2010.

    Antenor Garci Oliveira Jnior Analista Pericial - Eng. De Segurana do Trabalho

    CREA 1794-D/R0 Matricula 6004635-X

    3_0

    Num. 234f70c - Pg. 19Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380680600000001923394Nmero do documento: 15031317380680600000001923394

  • Num. 234f70c - Pg. 20Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380680600000001923394Nmero do documento: 15031317380680600000001923394

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    C4,,,, 5" g ' 0 o-e:

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    Processo: ICP 181/2003. Inquirida: ECT EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELGRAFOS. Objeto: MEIO AMBIENTE DE TRABALHO.

    PARECER TCNICO

    Analisando os autos e considerando: A determinao da Exma. Procuradora do Trabalho em Despacho

    (folha de n439); O Termo de Concluso (folha de n441); Ainda, considerando as documentaes apresentadas pela inquirida

    (Cpias da Requisio de Material / Servio, Projetos Arquitetnicos, PPRA, PCMSO e Manual do Equipamento de Inspeo por Raio X) em folhas de n 234 a 417, apresentamos o trabalho tcnico a seguir:

    Ob etivo Demonstrar se as documentaes apresentadas (folhas de n 234 a 417)

    pela inquirida "ECT EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELGRAFOS", esto de acordo com a Lei n6.514/77 que alterou o Capitulo V do Titulo II da Consolidao das Leis do Trabalho e a Portaria 3.214/78 do Ministrio do Trabalho e Emprego que aprovou as Normas Regulamentadoras relativas Segurana e Medicina do Trabalho.

    Identificao da Inquirida Razo social: ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos. Endereo: Av. Costa e Silva, n2137, So Sebastio,

    Cep.: 78903-971, Porto Velho RO. Atividade: Atividades de Correio. Estabelecimento: Complexo Operacional Porto Velho/DR/RO.

    CNAE (2.0):5310-5 (NR 4). Grupo:531 e C 25 (NR05) Grau de risco: 2 Nmero de empregados (informados): 199 (Cento e noventa e nove)

    efetivos e 12 (doze) terceirizados.

    Num. 93ac062 - Pg. 1Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380818300000001923404Nmero do documento: 15031317380818300000001923404

  • Num. 93ac062 - Pg. 2Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARCOS GOMES CUTRIMhttps://pje.trt14.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031317380818300000001923404Nmero do documento: 15031317380818300000001923404

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    Metodologia A metodologia aplicada neste parecer se resume anlise dos autos e o

    confronto destas informaes com os conceitos tcnicos e legais relativos matria.

    Anlise

    PPRA 1. O PPRA - Programa de Preveno de Riscos Ambientais (folhas de

    n241 a 259 e 374 a 388), elaborado pela Sra. Adriana Cabral de Brito (Tcnica em Segurana do Trabalho), em maro de 2008, apresenta as seguintes irregularidades:

    1.1. O CNAE apresentado (folha de n243), no especfico das 7 atividades executadas pela inquirida no qual dever basear-se na Classificao Nacional de Atividades Econmicas - CNAE (Verso 2.0), para fins de dimensionamento do SESMT de acordo com a NR 4, item 4.2 e composio -da CIPA de acordo com a NR 5, item 5.6 ou item 5.6.4;

    4.2 O dimensionamento dos Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho vincula-se gradao do risco da atividade principal e ao nmero total de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos, observadas as excees previstas nesta NR.

    5.6 A CIPA ser composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alteraes disciplinadas em atos normativos para setores econmicos especficos.

    5.6.4 Quando o estabelecimento no se enquadrar no Quadro I, a empresa designar um responsvel pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de participao dos empregados, atravs de negociao coletiva.

    1.2. No item, rea de Aplicao (folha de n248) informado que o PPRA ser aplicado, especificamente, em todos os estabelecimentos de jurisdio da Diretoria

    stando desta f-&-r-n-a qenerliz-ad-O, em -desacordo com a NR 9, item 9.1.2, abaixo:

    9.1.2 As aes do PPRA devem ser desenvolvidas no mbito de cada estabelecimento da, empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participao dos trabalhadores, sendo sua abrangncia e profundidade dependentes das caractersticas dos riscos e das necessidades de controle.

    1.3.0 Planejamento Anual de Aes (folha de n258 e 259), possui metas sem a indicao de perodos ao longo do ano, para o seu cumprimento.

    1.4. Em boafiarte do seu texto o programa no define de forma clara e g objetiva, as suas aes, reportando-se sempre aos itens da NR 9, conforme exemplos abaixo:

    "A estratgia e a metodologia a serem adotadas neste Programa devero, em principio, seguir os procedimentos corporativos internos j utilizados pela