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1 abitus ASSESSORIA CONSULTORIA & HABITUS – ASSESSORIA & CONSULTORIA LTDA ECOPLAN ENGENHARIA LTDA ELABORAÇÃO DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE SÓCIO-TÉCNICO- ECONÔMICO E AMBIENTAL DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE BARRAGENS DE REGULARIZAÇÃO DE VAZÃO DA BACIA DO RIO DAS VELHAS NO ESTADO DE MINAS GERAIS. VERIFICAÇÃO ARQUEOLÓGICA RELATÓRIO DE PESQUISA ENCAMINHADO AO IPHAN NOS TERMOS DA PORTARIA 7/88 PORTARIA IPHAN Nº 230/02 EVERSON PAULO FOGOLARI ARQUEÓLOGO ERECHIM, FEVEREIRO DE 2007 Rua Emílio Grando 187 / 401 - Centro - Erechim - RS - CEP: 99700 000 Fone/fax: (54) 3522-5856 - epf@clicalpha.com.br HABITUS Assessoria & Consultoria Ltda CNPJ: 06.268.828/0001- 01

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HABITUS – ASSESSORIA & CONSULTORIA LTDA ECOPLAN ENGENHARIA LTDA

ELABORAÇÃO DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE SÓCIO-TÉCNICO-ECONÔMICO E AMBIENTAL DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE

BARRAGENS DE REGULARIZAÇÃO DE VAZÃO DA BACIA DO RIO DAS VELHAS NO ESTADO DE MINAS GERAIS.

VERIFICAÇÃO ARQUEOLÓGICA

RELATÓRIO DE PESQUISA ENCAMINHADO AO IPHAN NOS TERMOS DA PORTARIA 7/88

PORTARIA IPHAN Nº 230/02

EVERSON PAULO FOGOLARI ARQUEÓLOGO

ERECHIM, FEVEREIRO DE 2007

Rua Emílio Grando 187 / 401 - Centro - Erechim - RS - CEP: 99700 000 Fone/fax: (54) 3522-5856 - [email protected]

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ASSUNTO Relatório Parcial / Atividades de Campo

SUPORTE NORMATIVO Portaria IPHAN 230, de 17 dezembro de 2002, artº 1 e 2

RESPONSÁVEL TÉCNICO

Drando. Everson Paulo Fogolari – Sociólogo e Arqueólogo Registro IBAMA: 574843

DATA Erechim, fevereiro de 2007

INTERESSADO ECOPLAN ENGENHARIA LTDA

PROJETO Elaboração dos Estudos de Viabilidade Sócio-Técnico-Econômico e Ambiental da

Implantação de um Sistema de Barragens de Regularização de Vazão da Bacia do

Rio das Velhas no Estado de Minas Gerais. - Verificação Arqueológica

LOCALIZAÇÃO Curvelo /MG,

Santo Hipólito/ MG

Presidente Jucelino /MG,

Gouvêa /MG

Monjolo /MG

Inimutaba / MG

Santana de Pirapama / MG

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1 EQUIPE DE PESQUISA

Coordenador Pesquisador:

Drando. Everson Paulo Fogolari - Registro IBAMA: 574843

Carteira de identidade: 6039088684 / SSP / RS / 26/11/2001

CPF: 49382322000

Endereço: Rua Emílio Grando 187/401 Centro

99700000 Erechim, RS – Brasil

Telefone: (54) 3522 5856 Fax: ( 54) 3522 5856

E-mail: [email protected]

2003 – 2008 Doutorando em Arqueologia.

Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, Brasil.

Título: Gestão em Arqueologia de Projeto.

Orientador: José Luiz de Morais.

1994 – 1997 Mestrado em Sociologia.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Rio Grande do Sul, Brasil.

1990 – 1992 Especialização em Sociologia da Educação. (Carga horária: 360h)

Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC, Santa Catarina, Brasil.

1985 – 1989 Graduação em Filosofia.

Universidade de Passo Fundo, UPF, Rio Grande do Sul, Brasil.

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Técnicos de campo:

Fabrício Vicroski – Técnico em Arqueologia – Graduando em História

Auxiliares de campo – Contratados específicos para a pesquisa do momento

Consultor:

Dr. José Luiz de Morais – Geógrafo e Arqueólogo.

Revisão: Ms. Cleonice Mª. Dariva Fogolari – Lic. em Letras, Especialista em Literatura e

Mestre em Educação.

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SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO...............................................................................................06

DELIMITAÇÃO DA ÁREA ABRANGIDA PELO PROJETO..............................08

CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS.............................................................12 3.1 CURVELO .................................................................................................12 3.2 SANTO HIPÓLITO ...................................................................................19 3.3 PRESIDENTE JUCELINO.........................................................................24 3.4 GOUVEIA..................................................................................................30 3.5 MONJOLOS..............................................................................................38 3.6 INIMUTABA..............................................................................................44 3.7 SANTANA DE PIRAPAMA .......................................................................49

4 CARACTERIZAÇÃO ARQUEOLÓGICA.............................................................54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................97

ANEXOS..................................................................................................................102

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APRESENTAÇÃO

Em atenção à Portaria do IPHAN sob o nº 230/02, que normatiza a pesquisa

arqueológica no âmbito do Licenciamento Ambiental para empreendimentos

potencialmente causadores de impacto sobre a base finita do Patrimônio

Arqueológico Brasileiro, a HABITUS está encaminhando Relatório de Pesquisa Verificação Arqueológica realizado a pedido da ECOPLAN ENGENHARIA LTDA

na área dos Estudos de Viabilidade Sócio-Técnico-Econômico e Ambiental da

Implantação de um Sistema de Barragens de Regularização de Vazão da Bacia do

Rio das Velhas no Estado de Minas Gerais.

Esta pesquisa atende às orientações da Portaria IPHAN sob o n° 007/88, que

instrumentaliza a forma de execução das Pesquisas Arqueológicas em Território

Nacional, bem como a Lei Federal n° 3.924/61 que dispõe sobre a Proteção do

Patrimônio Cultural Arqueológico Brasileiro.

A Verificação Arqueológica atingiu os municípios de Curvelo, Santo Hipólito, Presidente Jucelino , Gouvêa , Monjolo, Inimutaba, Santana de Pirapama, que

fazem parte do lado esquerdo do trecho da Bacia do Rio das Velhas, no Estado de

Minas Gerais.

A pesquisa de campo teve por objetivo específico Verificar o Potencial

Arqueológicos existentes na área de impacto direto do empreendimento, através de

metodologia moderna e reconhecida pela comunidade científica e orientar o quanto

representa os bens arqueológicos localizados no contexto geral do

Empreendimento.

A contextualização arqueológica e etnohistórica da área de influência do

empreendimento teve os seguintes procedimentos:

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1. comunicou-se ao IPHAN/MG, mediante ofício, que seria realizada a Verificação

Arqueológica (sem prospecção e Transects) e as visitas aos locais com

potencias de sítios arqueológicos, a fim de Estudo de Viabilidade;

2. pesquisou-se no Cadastro Nacional de Sítios - CNS – registros arqueológicos e

etnohistóricos existentes na área direta e indireta do empreendimento;

3. procedeu-se a verificação Arqueológica (sem prospecção e Transects) na área direta do barramento e nas áreas indiretas com potencias de sítios

arqueológicos;

4. pesquisou-se nas cartas temáticas ambientais disponíveis sobre a área do

potencial dos recursos naturais circundantes que podem proporcionar condições

de sobrevivência ao grupo (ou grupos) que ocupou (ou ocuparam) a região;

5. coletou-se informações orais, junto à população local, sobre os achados ou a

existência de vestígios arqueológicos, a fim de se conhecer as informações que

os moradores detêm sobre a potencialidade arqueológica da área. Para tanto,

foram feitas entrevistas com o maior número possível de moradores,

principalmente, com aqueles que praticam atividades ligadas diretamente à

natureza (agricultores, lenhadores, pescadores);

O resultados da Verificação Arqueológica critérios serão apresentados nos

tópicos desenvolvidos no documento a seguir.

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3 DELIMITAÇÃO DA ÁREA ABRANGIDA PELO PROJETO1

A Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas localiza-se na região central do

Estado de Minas Gerais, estando inserida entre as coordenadas 17º15’ e 20º25’ de

latitude sul e 43º 25’ e 44º 50’ de longitude oeste. Possui uma forma alongada que

se desenvolve na direção norte-sul,

As principais rodovias federais de acesso à bacia são: BR-381, BR-040, BR-

262 e BR-356 (acesso à Belo Horizonte), BR-365 (Pirapora), BR-259 e BR-135

(Curvelo), BR-367 e BR-259 (Gouveia). Internamente, os municípios são interligados

por várias rodovias estaduais: MG-010, MG-020, MG-424, MG-238, MG-231, MG-

323, MG-220.Cabe desatacar que Minas Gerais conta com a malha viária mais

densa do país, concentrada na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Possui uma área total de 27.852 km², compreendendo 51 municípios que

estão total ou parcialmente inseridos na bacia. De acordo com a contagem realizada

em 2000 pelo IBGE, a população dos municípios que compõem a bacia do Rio das

Velhas atingiu cerca de 4,4 milhões de habitantes. Desse total, cerca de 89%

residiam nos distritos e municípios integralmente inseridos na bacia.

A bacia do Rio das Velhas pertence à sub-bacia do Alto São Francisco,

desaguando neste curso d’água aproximadamente 20 km a jusante da cidade de

Pirapora. As suas principais sub-bacias são as do rio Paraúna, rio Itabirito, rio

Taquaraçu, rio Bicudo e rio Ribeirão da Mata.

1 Os dados deste item foram retirados do Estudos de Inventário de Barramentos/Planejamento da Bacia do Rio Das Velhas (Etapa 01)

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Ao Norte, a bacia (parte baixa) é limitada pelo rio São Francisco, tendo ao

nordeste a Serra do Cabral, com seu prolongamento conhecido pela denominação

de Serra da Onça, formando o divisor de águas do rio Jequitaí. Ao Sul, o início da

Serra do Espinhaço, com denominação local de Serra de Antônio Pereira, define as

nascentes do rio Das Velhas. O desenvolvimento da Serra do Espinhaço para o

Norte delimita o lado leste da Bacia. A Oeste, as Serras do Ouro Branco, da Moeda

e do Curral, terminando, na extremidade baixa da bacia, com as Serras do Rio de

Janeiro e do Repartimento, que já servem de divisor de águas com o curso do São

Francisco.

A bacia do rio Das Velhas foi subdividida por Guimarães (1953) em trechos

segundo os cursos, alto, médio e baixo. O trecho alto corresponde aos territórios que

compreendem desde as sub-bacias dos primeiros formadores do Rio das Velhas até

os municípios de Sabará, Belo Horizonte, Contagem e Caeté. O trecho do médio

curso está definido, ao sul, entre as divisas desses municípios ao norte, no lado

direito do vale, pelo curso do córrego Salobinho. No lado esquerdo, atravessa o

território do município de Curvelo e, em outro trecho, coincide com os limites do

município de Corinto. O Baixo Rio das Velhas compreende as demais áreas ao

norte, até a foz no rio São Francisco.

No que se refere ao comportamento sazonal das precipitações, é possível

individualizar nitidamente três meses secos nas cabeceiras (junho a agosto), que

passam a quatro meses (maio a agosto), a jusante, ainda na região do Alto Velhas e

na drenagem da margem direita do Médio Velhas. Nas demais áreas da Bacia, o

mês de setembro pode, em alguns casos, incorporar-se no período seco totalizando

cinco meses, sobretudo, no extremo de jusante e da borda oriental, junto aos

divisores de drenagem com o curso do rio São Francisco.

No trimestre seco, as chuvas médias mensais representam apenas cerca de

1,5% a 4,0% dos totais médios anuais, o que demonstra a severidade do período de

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estiagem na Bacia. Mesmo considerando um período maior, ou seja, o semestre

menos úmido, a participação média das chuvas mensais do período em relação ao

total anual fica sempre aquém dos 15% (média em torno de 12% para os postos com

dados disponíveis). Esses valores, apesar de não permitirem considerar o semestre

de abril a setembro como sendo característico de seca, mostram que essa condição

é muito próxima.

As temperaturas médias anuais na Bacia variam entre 18ºC, na região das

cabeceiras, até 23ºC, no extremo norte junto à foz no rio São Francisco. O aumento

das temperaturas médias praticamente acompanha o desenvolvimento da calha

principal de montante para jusante. Apresenta, ainda, alguns núcleos com

temperaturas médias entre 19º e 20ºC, ao redor de áreas elevadas da Serra do

Espinhaço, próximas aos municípios de Caeté e Diamantina. As temperaturas

médias das máximas e médias das mínimas têm um comportamento espacial com

configuração semelhante às temperaturas médias, porém, variando no intervalo

entre 25º a 30ºC e 15ºC a 16ºC, respectivamente.

A umidade relativa do ar na bacia varia entre 70 e 80%, com os menores

valores na Baixa Bacia e os maiores nos limites ocidentais da Média Bacia, em

áreas de topografia elevada da Serra do Espinhaço, próximo ao município de

Diamantina. Nas demais áreas, predominam valores médios da ordem de 75%.

Sazonalmente, as menores médias ocorrem no trimestre de julho a setembro,

enquanto as maiores ocorrem indistintamente no período entre os meses de

novembro e abril, com maiores incidências para os meses de dezembro e janeiro.

A insolação apresenta um comportamento espacial médio inverso ao da

pluviometria. Enquanto as áreas menos chuvosas apresentam maiores valores de

insolação, da ordem de 2.600 h anuais ou cerca de 7,1 h/dia, as áreas mais úmidas

dos topos serranos têm os menores valores, entre 2.000 h a 2.200 h ou entre 5,5

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h/dia a 6,0 h/dia. As maiores médias mensais inserem-se no período seco, ou seja,

entre os meses de junho e agosto.

A largura média da bacia do Rio das Velhas é de 38 km, sendo de 802 km o

comprimento do rio principal. As altitudes variam de 1.500 m, na região das

cabeceiras, até aproximadamente 500m na foz, junto ao rio São Francisco. O rio das

Velhas é um dos principais tributários da bacia hidrográfica do rio São Francisco,

mormente se considerado o incremento líquido médio disponibilizado nesse curso

d’água em relação ao montante total da macrorregião.

Essa alta produtividade vai decrescendo à medida que se desenvolve para

jusante, culminando com um valor mínimo da ordem de 2,5 l/s/km² junto à foz, no rio

São Francisco. Nesse local, a vazão mínima média de 7 dias consecutivos é inferior

a 70,0 m³/s, que representam mais de 20,0%, em média, das vazões mínimas no

curso do rio São Francisco, logo a jusante dessa contribuição.

Esse percentual é altamente representativo para a bacia do São Francisco,

realçando a importância regional do Rio das Velhas na regulação dos deflúvios

durante os períodos de estiagens na grande bacia.

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4 CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS 4.1 CURVELO/MG2

Início séc. XVIII - Curvelo foi fundada há mais de 250 anos pelo Padre

Redentorista Ávila Corvelo. Povoamento da região, em torno da capela, por viajantes

vindos do Rio ou de Piratininga com destino à Bahia.Formação de sítios de lavouras

e criação de gado no limite do futuro Julgado do Papagaio, feita pelos primeiros

habitantes - Portugueses e Baianos.

Em 1714, o lugarejo fora denominado "Santo Antônio da Estrada", pelo Padre

Antônio Corvelo de Ávila. Aos 16 de Março de 1720 criou-se o Distrito de Curvelo.

Em 1749 morre o Padre Corvelo. Em 1731 o Distrito de Santo Antonio do Curvelo

possuía uma área de 19.510 Km, ou seja, quatorze vezes maior do que o antigo

Estado da Guanabara; mais de três vezes o atual Distrito Federal. Maior do que três

países da América Central; um da América do Sul; seis da Europa; três da Ásia; dois

da África e dois da Oceania.

Aos 13 de Outubro de 1831, Curvelo é elevada a categoria de Vila. Aos 30

dias de Julho de 1832, em seção solene, instala-se a primeira Câmara de

Vereadores. A partir dos anos subseqüentes, deu-se início a fase da cultura

algodoeira e o início da industrialização do lugarejo. Em 1865 instalou-se a primeira

fábrica de tecidos e a primeira sociedade anônima do estado de Minas Gerais, a

Cedro & Cachoeira. Em 1867 - Curvelo sofre a primeira mutilação em sua área, ao

perder o território do Curato de Taboleiro Grande, anexado ao Município de Sete

Lagoas. Em 1875 instalou-se a 2ª fábrica do Cedro & Cachoeira. Neste mesmo ano,

Curvelo foi elevada à categoria de Cidade.

2 Informações coletadas do Site http://www.curveloportaldosertao.com.br/historia.html em 8/02/2007

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Aos 13 de Novembro de 1891, dar-se à denominação da Comarca de

Curvelo. 1911 - Curvelo sofre a sua segunda mutilação ao perder o território de

Pirapora, elevado à categoria de cidade. O Município ainda sofreu mais mutilações

em seu território em 1923, 1938, 1948 e por último em 1962, quando perdeu os

Distritos de Inimutaba, Morro da Garça e Presidente Juscelino.

Curvelo encontra-se situada na mesoregião central de Minas Gerais, na

microrregião de Curvelo, com uma área de 3.344, 1 Km2, distante 160 Km da capital

mineira. A cidade tem localização privilegiada em região servida por importante

sistema rodoviário, onde se destaca a BR 040 que faz a ligação entre Brasília, Belo

Horizonte e Rio de Janeiro. A sede do município apresenta altitude de 633 m e tem

sua posição geográfica determinada pelo paralelo de 18o 45' da latitude sul em sua

interseção com o meridiano de 44o25' de longitude oeste. A cidade está situada num

grande chapadão na região central do estado, onde não há serras propriamente

ditas. Localizado entre as bacias do Rio São Francisco, Rio das Velhas, Paraopeba,

Cipó e Bicudo, o município é cortado por diversos ribeirões que deságuam nestes

rios. Os mais importantes são Maquiné, Picão, Almas, Meleiros e Santo Antônio.

A vegetação de Curvelo original é o cerrado, modificada pela expansão das

pastagens e plantação de eucaliptos. Segundo o IEF, é um dos mais arborizados do

estado MG, onde predominam espécies florestais como Sibipiruna e Oitti. CLIMA: O

clima da cidade é predominantemente seco. As temperaturas médias são elevadas

em torno de 28º. Seu índice médio pluviométrico é 1.126 mm ano. Suas reservas

minerais são: ardósia, calcário, zinco, cristais e Quartzo.

É bem servida de estradas asfaltadas que fazem ligação com importantes

centros regionais: BR-040 que, ao cortar o Município, liga Brasília ao Rio de Janeiro,

passando por Sete Lagoas e Belo Horizonte; BR-135 que liga Curvelo a Montes

Claros; BR-496 que liga Curvelo a Pirapora; MG-259 que liga Felixlândia a

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Diamantina, passando por Curvelo. Essas mesmas rodovias, direta ou

indiretamente, ligam o Município aos principais centros nacionais.

Na economia vê-se que a vantagem competitiva de sua localização faz com

que Curvelo seja sede de compras, serviços na área de saúde e educação. Assim,

um número cada vez mais elevado de municípios se torna dependentes de serviços

que só encontram em Curvelo. Isso faz com que a cidade tenha um grande número

de visitantes quase todos os dias. Calcula-se que passam em média 70.000 pessoas

pelo Terminal Rodoviário.

Curvelo apresenta muitas vantagens competitivas para a implantação de

empreendimentos industriais e comerciais. A localização próxima à BR 040 (Rio -

Brasília) e a proximidade com a capital mineira são excelentes atrativos para

empresários. Curvelo é sede regional de repartições públicas estaduais e federais. A

cidade é o centro regional de comércio, serviços públicos e privados, saúde e

educação. Os municípios próximos encontram em Curvelo o atendimento adequado

às suas necessidades.

O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (2003) realizado pelas

Organizações das Nações Unidas - ONU caracteriza a cidade de Curvelo /MG da

seguinte forma:

Caracterização do Território

Área: 3.306,1 km² Densidade Demográfica:²20,3 hab/km² Altitude da Sede: 632 m Ano de Instalação: 1.831 Distância à Capital: 128,0 km Microrregião: Curvelo

Mesorregião: Central Mineira Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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15

abitusASSESSORIA CONSULTORIA&

População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000 1991 2000 População Total 59.015 67.512 Urbana 47.987 59.197 Rural 11.028 8.315 Taxa de Urbanização 81,31% 87,68% Fonte: www.pnud.org.br/atlas

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a população de Curvelo teve uma taxa média de

crescimento anual de 1,56%, passando de 59.015 em 1991 para 67.512 em 2000. A

taxa de urbanização cresceu 7,83, passando de 81,31% em 1991 para 87,68% em

2000. Em 2000, a população do município representava 0,38% da população do

Estado, e 0,04% da população do País.

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Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e 2000

1991 2000

Mortalidade até 1 ano de

idade (por 1000 nascidos

vivos)

33,8 27,4

Esperança de vida ao

nascer (anos)

66,5 70,4

Taxa de Fecundidade

Total (filhos por mulher)

3,2 1,8

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu

18,86%, passando de 33,77 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 27,40 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3,92 anos,

passando de 66,50 anos em 1991 para 70,42 anos em 2000.

Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais), 1991 e 2000

1991 2000 Taxa de analfabetismo 20,7 13,8 % com menos de 4 anos de estudo

40,6 31,7

% com menos de 8 anos de estudo

78,7 71,8

Média de anos de estudo 4,5 5,4 Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000

1991 2000

Renda per capita Média

(R$ de 2000)

153,1 210,2

Proporção de Pobres (%) 49,6 33,0

Índice de Gini 0,58 0,55

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

A renda per capita média do município cresceu 37,31%, passando de R$

153,05 em 1991 para R$ 210,15 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 33,47%, passando de 49,6%

em 1991 para 33,0% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de

0,58 em 1991 para 0,55 em 2000.

Desenvolvimento Humano 1991 e 2000

1991 2000

Índice de Desenvolvimento.

Humano Municipal

0,685 0,755

Educação 0,751 0,843

Longevidade 0,692 0,757

Renda 0,613 0,665

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-

M) de Curvelo cresceu 10,22%, passando de 0,685 em 1991 para 0,755 em 2000.

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A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com

44,0%, seguida pela Longevidade, com 31,1% e pela Renda, com 24,9%. Nesse

período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e

o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 22,2%.

Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 17,5

anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do

Brasil (0,919), e 9,6 anos para alcançar Poços de Caldas (MG), o município com o

melhor IDH-M do Estado (0,841).

Situação em 2000

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Curvelo é

0,755. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões

consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8).

Em relação aos outros municípios do Brasil, Curvelo apresenta uma boa

situação: ocupa a 1.713ª posição, sendo que 1712 municípios (31,1%) estão em

situação melhor e 3.794 municípios (68,9%) estão em situação pior ou igual.

Em relação aos outros municípios do Estado, Curvelo apresenta uma boa

situação: ocupa a 242ª posição, sendo que 241 municípios (28,3%) estão em

situação melhor e 611 municípios (71,7%) estão em situação pior ou igual.

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4.2 SANTO HIPOLITO / MG 3

O município está à margem direita do Rio das Velhas, há 193 quilômetros de

Belo Horizonte, cuja produção de cana-de-açúcar e pecuária leiteira é a força de sua

economia. O setor industrial baseia-se na fabricação de aguardente, produto

responsável pela maior parte da arrecadação municipal. É uma das maiores

indústrias no gênero do Estado, famosa pela qualidade de sua cachaça. As praias

do Rio das Velhas, principais locais de lazer da cidade, são procuradas pelos

visitantes vindos de vários lugares, em época de férias e fins de semana. Originou-

se da construção de uma ponte sobre o rio das Velhas, em 1910, para dar

passagem ao ramal da estrada de ferro que ligava Corinto a Diamantina. A antiga

estrada de ferro Central do Brasil (R.F.F.S.A.) construiu ali casas para abrigar as

famílias de seus empregados, criando, assim, um pequeno povoado. Fazendo as

escavações para a edificação dos pilares de sustentação das duas pontes, às

margens do rio das Velhas, os trabalhadores encontraram uma imagem de Santo

Hipólito, o que deu o nome ao povoado. Sua instalação definitiva como município

data de 1962. Teve seu território desmembrado do município de Corinto.

O piloto Bruno Junqueira, competidor da Fórmula Mundial, é o mais novo

investidor do setor sucroalcooleiro. Se nas pistas não quer perder tempo, nos

investimentos a corrida é para colocar em operação sua destilaria de álcool já na

próxima safra, a 2006/07, na cidade de Santo Hipólito, na região central de Minas

Gerais.

3 Site consultados : http://www.biodieselbrasil.com.br/clip2006/janeiro/clipping231bb-310106.htm http://www.indi.mg.gov.br/municipios/m60603.htm

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O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (2003) realizado pelas

Organizações das Nações Unidas - ONU caracteriza a cidade de Santo Hipólito /MG

da seguinte forma:

Caracterização do Território

Área: 432,1 km² Densidade Demográfica:² 8,0 hab/km² Altitude da Sede: 526 m Ano de Instalação: 1.962 Distância à Capital: 171,2 km Microrregião: Curvelo

Mesorregião: Central Mineira Fonte: www.pnud.org.br/atlas

População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000 1991 2000 População Total 3.705 3.488 Urbana 2.078 2.127 Rural 1.627 1.361 Taxa de Urbanização 56,09% 60,98% Fonte: www.pnud.org.br/atlas

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a população de Santo Hipólito teve uma taxa média

de crescimento anual de -0,69%, passando de 3.705 em 1991 para 3.488 em 2000.

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A taxa de urbanização cresceu 8,73, passando de 56,09% em 1991 para 60,98% em

2000. Em 2000, a população do município representava 0,02% da população do

Estado, e 0,00% da população do País.

Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e 2000

1991 2000

Mortalidade até 1 ano de

idade (por 1000 nascidos

vivos)

41,7 41,0

Esperança de vida ao

nascer (anos)

64,0 66,3

Taxa de Fecundidade

Total (filhos por mulher)

4,7 2,8

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu

1,80%, passando de 41,73 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 40,98 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 2,34 anos,

passando de 63,98 anos em 1991 para 66,32 anos em 2000.

Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais), 1991 e 2000

1991 2000 Taxa de analfabetismo 41,5 28,1 % com menos de 4 anos de estudo

68,0 53,3

% com menos de 8 anos de estudo

91,6 85,9

Média de anos de estudo 2,5 3,7 Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000 1991 2000

Renda per capita Média

(R$ de 2000)

81,0 111,8

Proporção de Pobres (%) 77,2 64,0

Índice de Gini 0,57 0,60

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

A renda per capita média do município cresceu 37,31%, passando de R$

153,05 em 1991 A renda per capita média do município cresceu 38,04%, passando

de R$ 80,96 em 1991 para R$ 111,76 em 2000. A pobreza (medida pela proporção

de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à

metade do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 17,06%, passando

de 77,2% em 1991 para 64,0% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini

passou de 0,57 em 1991 para 0,60 em 2000.

Desenvolvimento Humano 1991 e 2000

1991 2000

Índice de Desenvolvimento.

Humano Municipal

0,596 0,671

Educação 0,632 0,763

Longevidade 0,650 0,689

Renda 0,506 0,560

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-

M) de Santo Hipólito cresceu 12,58%, passando de 0,596 em 1991 para 0,671 em

2000.

O que mais contribuiu para esse crescimento foi a Educação, com 58,5%,

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seguida pela Renda, com 24,1%, e pela Longevidade, com 17,4%. Nesse período, o

hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite

máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 18,6%.

Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 23,0

anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do

Brasil (0,919), e 16,5 anos para alcançar Poços de Caldas (MG), o município com o

melhor IDH-M do Estado (0,841).

Situação em 2000

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Santo Hipólito é

0,671. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões

consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8).

Em relação aos outros municípios do Brasil, Santo Hipólito apresenta uma

situação intermediária: ocupa a 3434ª posição, sendo que 3433 municípios (62,3%)

estão em situação melhor e 2073 municípios (37,7%) estão em situação pior ou

igual.

Em relação aos outros municípios do Estado, Santo Hipólito apresenta uma

situação ruim: ocupa a 668ª posição, sendo que 667 municípios (78,2%) estão em

situação melhor e 185 municípios (21,8%) estão em situação pior ou igual.

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4.3 PRESIDENTE JUCELINO / MG 4

Presidente Juscelino originou-se do rancho de tropas São Sebastião do

Paraúna, às margens do rio Paraúna. Quando da construção da primeira ponte por

escravos, torna-se distrito com o nome de Ponte do Paraúna. Sociedade patriarcal e

escravocrata, assim era Minas Gerais, um complicado mosaico de grupo e raças, de

novos imigrantes brancos, e de segunda e terceira gerações de americanos natos, e

de novos escravos e de brancos nascidos em cativeiro, conforme relata Kenneth

Maxwell. A população de Minas Gerais em 1776, excluídos os índios, era superior a

300 mil habitantes, o que representava 20% da população total da América

Portuguesa e constituía a maior aglomeração da colônia. Os realizadores censitários

classificam a população em grupos raciais, embora não apresentassem estatística

sobre a proporção de escravo, relativamente aos homens livres. Mais de 50% da

população era negra, integrada por africanos importados ou por brasileiros de pura

herança africana. O restante da população era constituído por porcentagens de

brancos e pardos.

Os negros escravos, cujo valor atingiu, nas Minas, o preço equivalente a um

quilo de ouro, eram explorados ao máximo, sofrendo constante vigilância para

impedir que se apoderassem do ouro extraído. Minas Gerais chegou a ter a maior

população escrava africana das Américas. Diversas nações foram aqui trazidas pelo

tráfico. No primeiro quartel do século XVIII, verificou-se predominância dos "negros

minas", isto é, africanos de etnia sudanesa. Duas circunstâncias forçaram o declínio

com a Costa da Mina: a queda do poder aquisitivo dos mineiros, com a diminuição

das faisqueiras, e os prejuízos causados ali pela hostilidade dos holandeses. A

predominância passou, nas Minas, para os Angolas, os Benguelas, os Congos, os

Moçambiques, ou negros Bantos, originários do porto de Novo Redondo, porto

situado ao norte de Benguela e de domínio português.

4 http://www.tratosculturais.com.br/diamantina/UniVlerCidades/Cidades/presidente_juscelino/area.htm

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Também a população original foi composta de grupos diversos: em Minas

eram da nação Tapuia quase todas as tribos com a designação genérica de

Botucudos. Neles se incluem as nações dos Arari, Aimoré, Coropó, Coroado,

Crenak, Guanhã, Maxacali, Pataxó, dentre outros. Na região do Norte de Minas

viviam os Abatirá, beirando o rio São Francisco; os Aranan e os Imbiru dominavam o

médio rio Doce; os Giporok habitavam o Nordeste mineiro; os Goianá, que vieram

com a bandeira de Fernão Dias, fixaram-se no vale do rio das Velhas; os Manaxós e

Moxotós se espalharam pelo vale do Jequitinhonha.

Mandioca vem-se tornando destaque nas plantações e encontrando maiores

meios de expansão em vista do funcionamento de usina de álcool na região. A

atividade industrial, em crescimento, oferece serraria e fábricas de cachaça e

rapadura. O território de 797 quilômetros quadrados no Alto São Francisco dista 222

quilômetros da Capital. A cidade fica a 555 metros acima do nível do mar. Presidente

Juscelino é originário do rancho de tropas denominado São Sebastião do Paraúna,

às margens do rio Paraúna. Com a construção da primeira ponte, no tempo dos

escravos, pelo coronel Domingos Diniz, torna-se distrito, com o nome de Ponte do

Paraúna. Em 30 de dezembro de 1962, foi elevada à cidade, com o nome de

Presidente Juscelino, desmembrando-se de Curvelo.

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O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (2003) realizado pelas

Organizações das Nações Unidas - ONU caracteriza a cidade de Presidente

Jucelino /MG da seguinte forma:

Caracterização do Território

Área: 698,8 km² Densidade Demográfica:² 6,2 hab/km² Altitude da Sede: 596 m Ano de Instalação: 1.962 Distância à Capital: 131,6 km

Microrregião: Curvelo Mesorregião: Central Mineira

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000 1991 2000 População Total 4.292 4.319 Urbana 1.235 1.736 Rural 3.057 2.583 Taxa de Urbanização 28,77% 40,19% Fonte: www.pnud.org.br/atlas

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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No período 1991-2000, a população de Presidente Juscelino teve uma taxa

média de crescimento anual de 0,07%, passando de 4.292 em 1991 para 4.319 em

2000. A taxa de urbanização cresceu 39,69, passando de 28,77% em 1991 para

40,19% em 2000. Em 2000, a população do município representava 0,02% da

população do Estado, e 0,00% da população do País.

Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e 2000

1991 2000

Mortalidade até 1 ano de

idade (por 1000 nascidos

vivos)

48,3 45,1

Esperança de vida ao

nascer (anos)

62,1 65,2

Taxa de Fecundidade

Total (filhos por mulher)

3,5 3,2

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu

6,60%, passando de 48,33 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 45,14 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3,13 anos,

passando de 62,08 anos em 1991 para 65,21 anos em 2000.

Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais), 1991 e 2000

1991 2000 Taxa de analfabetismo 40,4 29,0 % com menos de 4 anos de estudo

71,3 56,3

% com menos de 8 anos de estudo

92,9 87,8

Média de anos de estudo 2,4 3,4 Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000 1991 2000

Renda per capita Média

(R$ de 2000)

71,5 97,4

Proporção de Pobres (%) 78,9 61,4

Índice de Gini 0,55 0,53

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

A renda per capita média do município cresceu 36,14%, passando de R$

71,52 em 1991 para R$ 97,37 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 22,25%, passando de 78,9%

em 1991 para 61,4% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de

0,55 em 1991 para 0,53 em 2000.

Desenvolvimento Humano 1991 e 2000 1991 2000

Índice de Desenvolvimento.

Humano Municipal

0,578 0,654

Educação 0,629 0,755

Longevidade 0,618 0,670

Renda 0,486 0,537

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-

M) de Presidente Juscelino cresceu 13,15%, passando de 0,578 em 1991 para

0,654 em 2000.

O que mais contribuiu para esse crescimento foi a Educação, com 55,0%,

seguida pela Longevidade, com 22,7%, e pela Renda, com 22,3%. Nesse período, o

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hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite

máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 18,0%.

Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 23,9

anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do

Brasil (0,919), e 17,6 anos para alcançar Poços de Caldas (MG), o município com o

melhor IDH-M do Estado (0,841).

Situação em 2000

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Presidente

Juscelino é 0,654. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as

regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8)

Em relação aos outros municípios do Brasil, Presidente Juscelino apresenta

uma situação ruim: ocupa a 3694ª posição, sendo que 3693 municípios (67,1%)

estão em situação melhor e 1813 municípios (32,9%) estão em situação pior ou

igual.

Em relação aos outros municípios do Estado, Presidente Juscelino apresenta

uma situação ruim: ocupa a 732ª posição, sendo que 731 municípios (85,7%) estão

em situação melhor e 121 municípios (14,3%) estão em situação pior ou igual.

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4.4 GOUVEIA /MG5

No século XVIII, um caminho de enigmas, peripécias e muito brilho, rompido

na Serra do Espinhaço por homens de diversas raças que buscavam o ouro e o

diamante no seio da terra, nos meandros dos rios, na rigidez das rochas fica

conhecido como Estrada Real. A Estrada Real rompeu exuberante ligando Parati no

Rio de Janeiro a Diamantina em Minas Gerais e no entorno destes caminhos surge o

Arraial Velho servindo de pouso aos garimpeiros, tropeiros e habitantes de

Diamantina, Conceição do Serro Frio e outras localidades da Região. Arraial Velho,

local de propriedade da portuguesa Maria Gouveia, que a propósito marca a história

local, como pessoa supersticiosa, pioneira, acolhedora e proprietária de inúmeros

escravos de origem africana de uma certa tribo Kobu. O nome Kobu serviu para

denominar o bolo de fubá enrolado em folha de bananeira, feito pelos escravos, que

até os dias de hoje é consumido na cidade.

O povoado cresce e passa a ser conhecido pelo nome de Francisca Gouveia

e ao se tornar município, mantém o sobrenome Gouveia. Mas a história do local

remonta ao século XVIII, mais precisamente ao ano de l765, quando foi concedida à

Capela de Santo Antonio de Gouveia licença para ter a pia batismal. Desde estes

tempos, como em toda a Minas Gerais a religiosidade sempre foi marcante e sua

grandeza não é percebida apenas na presença dominante das igrejas, ou pelo seu

número, mas principalmente na relação que o povo mantém com os locais de culto.

As missas não se limitam aos espaços das igrejas, mas são campais e muitas vezes

transmitidas pelos alto-falantes, e a cidade ouve os sermões, canta junto com os

fiéis as canções da missa e participa do culto sem sair de casa.

A crença é também nos raizeiros, benzedeiras e curadores, eles não têm

mistério, não vêem mistério no mundo e acreditam que a sua força de curar e

5 http://www.indi.mg.gov.br/municipios/m27602.htm

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composição de remédios vem de Deus, é parte da natureza. São orações para curar

quebranto, mau-olhado, espinhelas caídas, livrar de animais peçonhentos, mau-de-

espanto. No convívio com eles é possível ver o seu respeito pela natureza e a

capacidade de retirarem dela tudo que precisam. Gouveia é terra onde ainda é

possível acordar com o canto dos pássaros madrugadores, com o canto do galo no

poleiro ou no mourão do curral. Ainda se vê na cidade a distribuição do leite nas

portas das casas, retirado dos latões, como se fazia há um século atrás. Seu

rebanho é de baixa produção, mas o certo é que, dando lucro ou não, a vaca leiteira

é personagem marcante na cidade e seu entorno. E o artesanato caseiro produz

queijos, doces e outros alimentos derivados, tradição que se reflete no almoço ou

jantar de cada dia, quando o gouveiano põe à mesa o doce de leite ou o queijo com

goiabada.

Gouveia é uma terra cheia de sabores e aromas advindos dos tradicionais

fogões a lenha, de onde surgem o feijão tropeiro, o lombinho, a lingüiça, o frango

com quiabo e angu, o ora-pro-nobis, enfim a insuperável comida mineira. Toda essa

variedade é a alma da culinária mineira feita num dos espaços mais valorizados pelo

mineiro do interior: a Cozinha. Espaço físico, geralmente amplo e confortável, para

caber a família inteira e mais os amigos. Constituída de mesa de madeira, bancos,

fogão a lenha, sugerindo boa acolhida e aconchego, estando sempre pronta para

revelar aos visitantes as surpresas resguardadas pelas montanhas destas Minas

Gerais.

O amante da natureza tem aqui um paraíso, rigorosamente sólido, formado

por montanhas, serras e morros, historicamente intrigantes, com suas pinturas

rupestres, suscitando a presença de vidas primitivas. A cidade torna-se

deliciosamente aprazível no contato com as águas cristalinas de seus rios e

cachoeiras. Riacho dos Ventos, Barro Preto, Barão de Guaycui, são cachoeiras que

dominam alguns ângulos da paisagem serrana como a chamar os turistas para

conhecerem um mundo de beleza, que mistura água, pedras, animais silvestres e

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uma das maiores diversidades da flora do cerrado e campos rupestres.

O perfume e a beleza das flores completam o charme da terra, cuja formação por

matas de galeria e campos.

De altitude, características do cerrado, escondem maravilhas como o Ipê,

quaresmeiras, sempre viva, amarílis, orquídeas e as bromélias. Os muros de pedras.

Marcantes na cidade e no campo eram assim que se fixavam os limites das

fazendas e dos currais a séculos atrás. Obra que demonstra extrema delicadeza e

simplicidade, mas ao mesmo tempo requer tecnologia de construção que hoje temos

dificuldades em recriar. Há mais de um século lá estão, construídos pelos escravos

como atividade para evitar a sua ociosidade. Vivendo longe de tudo e de todos, os

mineiros aprenderam virtudes que, mais tarde, iriam ser atribuídas a todos os

nascidos em Minas: a paciência, a lenta contemplação, a disposição para ouvir mais

do que falar. O artesanato surge para atender as necessidades da época e contribui

para essas características do mineiro. O artesanato da cidade varia da tecelagem

dos tapetes arraiolos ou peças de crochê em linha fina às bonecas e utensílios feitos

de palha de milho. O couro é também trabalhado para produção de selas e arreios,

utilizando técnicas do século passado. O povo é simples, acolhedor, religioso,

festeiro, pronto a receber forasteiros, e ávidos em contar as histórias de seu

passado. Histórias da cata ao ouro, de coronéis, de pioneirismo do comércio e

industria. O município de Gouveia está localizado em Minas Gerais, no Alto Vale do

Jequitinhonha , na microrregião mineradora de Diamantina, nas coordenadas 430

44" de longitude Oeste e 180 27" de latitude Sul. A sua área territorial é de 867 km2,

está inserida dentro do Domínio Morfoclimático dos Cerrados com altitude de 1.113

m.

Gouveia divisa ao norte com Diamantina, a leste com Datas, ao sul com

Santana do Pirapama e Conceição do Mato Dentro e a oeste com Monjolos e

Presidente Juscelino. Gouveia comunica-se com outros municípios através das

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estradas MG-259, na direção de Curvelo e a MG-367, na direção de Diamantina. A

distância da capital do estado, Belo Horizonte, é de 252 km, seguindo-se o itinerário

BR259 - BR135 - BR040. O município de Gouveia é formado por dois distritos, o da

sede municipal e o da Vila Alexandre Mascarenhas. Existem várias localidades nas

quais foram construídas escolas municipais e estaduais. As principais localidades

são: Água Limpa, Água Parada, Barão de Guaicuy, Camelinho, Caxambu,

Contagem, Cuiabá, Engenho da Bilia, Engenho da Raquel, Espinho, Pedro Pereira,

Ponte Izabel, Riacho dos Ventos, Rio Grande, São Roberto, Usina. A maior parte da

população de Gouveia mora na sede municipal. Dados do IBGE - 1996, informam

que a população total de Gouveia é de 11.424, sendo a população urbana de 7.415

e rural 4.009, sendo 5.561 homens e 5.863 mulheres.

O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (2003) realizado pelas

Organizações das Nações Unidas - ONU caracteriza a cidade de Gouvêa /MG da

seguinte forma:

Caracterização do Território

Área: 877,7 km² Densidade Demográfica:² 13,3 hab/km²

Altitude da Sede: 1.113 m Ano de Instalação: 1.953 Distância à Capital: 153,1 km

Microrregião: Curvelo Mesorregião: Central Mineira

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000 1991 2000 População Total 11.457 11.689 Urbana 7.178 7.740 Rural 7.178 7.740 Taxa de Urbanização 62,65% 66,22% Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a população de Gouvêa teve uma taxa média de

crescimento anual de 0,23%, passando de 11.457 em 1991 para 11.689 em 2000. A

taxa de urbanização cresceu 5,69, passando de 62,65% em 1991 para 66,22% em

2000. Em 2000, a população do município representava 0,07% da população do

Estado, e 0,01% da população do País.

Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e 2000

1991 2000

Mortalidade até 1 ano de

idade (por 1000 nascidos

vivos)

34,8 26,2

Esperança de vida ao

nascer (anos)

66,2 70,8

Taxa de Fecundidade

Total (filhos por mulher)

3,7 2,5

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu

24,68%, passando de 34,76 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 26,18 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 4,67 anos,

passando de 66,17 anos em 1991 para 70,84 anos em 2000.

Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais), 1991 e 2000

1991 2000 Taxa de analfabetismo 17,8 17,2 % com menos de 4 anos de estudo

47,8 41,7

% com menos de 8 anos de estudo

83,8 79,6

Média de anos de estudo 4,0 4,5 Fonte: www.pnud.org.br/atlas

Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000 1991 2000

Renda per capita Média

(R$ de 2000)

99,4 145,4

Proporção de Pobres (%) 57,3 48,7

Índice de Gini 0,53 0,58

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

A renda per capita média do município cresceu 46,32%, passando de R$

99,38 em 1991 para R$ 145,41 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 15,04%, passando de 57,3%

em 1991 para 48,7% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de

0,53 em 1991 para 0,58 em 2000.

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Desenvolvimento Humano 1991 e 2000 1991 2000

Índice de Desenvolvimento.

Humano Municipal

0,662 0,735

Educação 0,760 0,838

Longevidade 0,686 0,764

Renda 0,540 0,604

Fonte: www.pnud.org.br/atlas Evolução 1991-2000

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-

M) de Gouvêa cresceu 11,03%, passando de 0,662 em 1991 para 0,735 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com

35,5%, seguida pela Longevidade, com 35,5% e pela Renda, com 29,1%.

Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH

do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 21,6%.

Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 18,5

anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do

Brasil (0,919), e 11,2 anos para alcançar Poços de Caldas (MG), o município com o

melhor IDH-M do Estado (0,841).

Situação em 2000

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Gouvêa é

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0,735. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões

consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8)

Em relação aos outros municípios do Brasil, Gouvêa apresenta uma situação

intermediária: ocupa a 2290ª posição, sendo que 2289 municípios (41,6%) estão em

situação melhor e 3217 municípios (58,4%) estão em situação pior ou igual.

Em relação aos outros municípios do Estado, Gouvêa apresenta uma

situação intermediária: ocupa a 382ª posição, sendo que 381 municípios (44,7%)

estão em situação melhor e 471 municípios (55,3%) estão em situação pior ou igual.

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4.5 MONJOLOS / MG6

Município do Alto do São Francisco, criado pela lei nº. 2764, de 30 de

dezembro de 1962, com território desmembrado de Diamantina, Monjolos tem a

maioria de sua população ocupada com o cultivo de milho, feijão, mandioca e cana-

de-açúcar, além da pecuária bovina, atividades estas que guardam a tradição dos

anos setecentos. O monjolo é um engenho primitivo, movido por água, empregado

para socar milho. Ele estava incorporado à propriedade rural, que possuía casa

coberta de telhas, casa de tear, curral e os equipamentos da roça - o monjolo,

moinhos, um engenho de pilões e uma casa de mandioca. Além disso, a

propriedade possuía carro tocado por bois, dois paióis que serviam para guardar

milho, cobertos com capim. Seu uso na região estava ligado ao vigor da economia

de garimpo de diamantes que dividia espaço e mão-de-obra com a agricultura, a

pecuária e atividades manufatureiras. Assim, as unidades rurais produziam os

chamados "gêneros da terra" necessários à sobrevivência da população: milho,

mandioca, suas farinhas, arroz, feijão, rapaduras, açúcar e aguardentes, carnes (de

boi, porco e frango), toucinhos, peixes, azeite para iluminação, algodão e seus

tecidos rústicos, eram as principais demandadas.

Segundo o historiador José Coelho, a agricultura de alimentos se configurou

como a principal alternativa econômica ao lado da mineração e do comércio, durante

todo o período colonial. Ela foi, além do fator de ascensão econômica e social de

homens livres brancos, a atividade pelas quais muitos pretos e pretas forras

buscaram a sua sobrevivência e, até, muitos escravos acumularam recursos para a

compra de sua liberdade. De acordo com Coelho, as culturas de milho e feijão se

configuraram na consorciação da produção agrícola mais comum naquele tempo; as

explicações para essa associação são de ordem biológica, cultural e econômica. Era

a possibilidade produtiva que melhor atendia aos hábitos de consumo alimentar,

6 http://www.asminasgerais.com.br/diamantina/UniVlerCidades/Cidades/monjolos/area.htm

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assim como a alternativa de aproveitamento da mão-de-obra no tempo e nos seu

uso em outras atividades, como a mineração. O preparo da terra para se plantar o

milho implica no seu aproveitamento concomitante para semear o feijão e a colheita

dos dois cereais ocorrem em tempos diferentes. Rodovias que servem ao Município:

BR 040, BR 135 e MG 220.

O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (2003) realizado pelas

Organizações das Nações Unidas - ONU caracteriza a cidade de Monjolos /MG da

seguinte forma:

Caracterização do Território

Área: 654,2 km² Densidade Demográfica:² 3,9 hab/km² Altitude da Sede: 560 m Ano de Instalação: 1.962 Distância à Capital: 166,7 km

Microrregião: Curvelo Mesorregião: Central Mineira

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000 1991 2000 População Total 2.941 2.579 Urbana 979 1.416 Rural 1.962 1.163 Taxa de Urbanização 33,29% 54,91% Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a população de Monjolos teve uma taxa média de

crescimento anual de -1,50%, passando de 2.941 em 1991 para 2.579 em 2000. A

taxa de urbanização cresceu 64,94, passando de 33,29% em 1991 para 54,91% em

2000. Em 2000, a população do município representava 0,01% da população do

Estado, e 0,00% da população do País.

Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e 2000

1991 2000

Mortalidade até 1 ano de

idade (por 1000 nascidos

vivos)

48,3 45,1

Esperança de vida ao

nascer (anos)

62,1 65,2

Taxa de Fecundidade

Total (filhos por mulher)

4,9 2,7

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu

6,60%, passando de 48,33 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 45,14 (por mil

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nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3,13 anos,

passando de 62,08 anos em 1991 para 65,21 anos em 2000.

Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais), 1991 e 2000

1991 2000 Taxa de analfabetismo 42,0 28,4 % com menos de 4 anos de estudo

66,4 51,1

% com menos de 8 anos de estudo

90,8 82,9

Média de anos de estudo 2,7 3,9 Fonte: www.pnud.org.br/atlas

Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000 1991 2000

Renda per capita Média

(R$ de 2000)

73,5 145,5

Proporção de Pobres (%) 76,6 55,6

Índice de Gini 0,53 0,62

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

A renda per capita média do município cresceu 97,78%, passando de R$

73,54 em 1991 para R$ 145,45 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 27,42%, passando de 76,6%

em 1991 para 55,6% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de

0,53 em 1991 para 0,62 em 2000.

Rua Emílio Grando 187 / 401 - Centro - Erechim - RS - CEP: 99700 000 Fone/fax: (54) 3522-5856 - [email protected]

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Desenvolvimento Humano 1991 e 2000

1991 2000

Índice de Desenvolvimento.

Humano Municipal

0,577 0,676

Educação 0,623 0,754

Longevidade 0,618 0,670

Renda 0,490 0,604

Fonte: www.pnud.org.br/atlas Evolução 1991-2000

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-

M) de Monjolos cresceu 17,16%, passando de 0,577 em 1991 para 0,676 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com

44,1%, seguida pela Renda, com 38,4% e pela Longevidade, com 17,5%. Nesse

período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e

o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 23,4%.

Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 16,8

anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do

Brasil (0,919), e 12,0 anos para alcançar Poços de Caldas (MG), o município com o

melhor IDH-M do Estado (0,841).

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Situação em 2000

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Monjolos é

0,676. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões

consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8)

Em relação aos outros municípios do Brasil, Monjolos apresenta uma situação

intermediária: ocupa a 3349ª posição, sendo que 3.348 municípios (60,8%) estão em

situação melhor e 2158 municípios (39,2%) estão em situação pior ou igual.

Em relação aos outros municípios do Estado, Monjolos apresenta uma

situação ruim: ocupa a 650ª posição, sendo que 649 municípios (76,1%) estão em

situação melhor e 203 municípios (23,9%) estão em situação pior ou igual.

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4.6 INIMUTABA /MG7

Fundada em 1874 e situada no vale do Alto do São Francisco, Inimutaba,

originalmente Cachoeira, teve em suas terras a instalação da segunda fábrica de

tecidos da família Guimarães. Tratava-se da Fábrica de Santo Antônio do Curvelo,

que iniciou sua produção em janeiro de 1877. Àquela época, somente uma fábrica

de tecidos existia no Brasil, a modesta Santo Aleixo, nas vizinhanças do Rio de

Janeiro, além da Fábrica do Cedro, primeira indústria da família Guimarães. O

empreendimento em Cachoeira foi cercado de grande arrojo, numa época em que

nada havia no campo industrial. Ele também é um marco na história das

manufaturas, que foi entravada durante toda época colonial por obstáculos criados

pela Metrópole que pautava a economia nacional na dependência de seus

fornecimentos. A situação nas Gerais foi ainda mais grave do que nas demais

Capitanias; no caso de Minas houve ainda a preocupação de evitar a aplicação de

braços e capitais em outras atividades que não fosse o da extração do minério de

ouro. A indústria têxtil da família Mascarenhas tinha como fundamento o algodão

cultivado na região de Minas Novas e nas cercanias de Paracatu, havendo em toda

as parte, no entanto, pequenas plantações de algodão. Rodovias que servem ao

Município: BR 040 e BR 135.

O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (2003) realizado pelas

Organizações das Nações Unidas - ONU caracteriza a cidade de Inimutaba /MG da

seguinte forma:

7 http://tratosculturais.com.br/diamantina/UniVlerCidades/Cidades/inimutaba/area.htm

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Caracterização do Território

Área: 530,7 km² Densidade Demográfica:² 11,5 hab/km² Altitude da Sede: 600 m Ano de Instalação: 1.962 Distância à Capital: 166,7 km

Microrregião: Curvelo Mesorregião: Central Mineira

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000 1991 2000 População Total 6.032 6.116 Urbana 3.629 4.080 Rural 2.403 2.036 Taxa de Urbanização 60,16% 66,71% Fonte: www.pnud.org.br/atlas

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a população de Inimutaba teve uma taxa média de

crescimento anual de 0,16%, passando de 6.032 em 1991 para 6.116 em 2000. A

taxa de urbanização cresceu 10,88, passando de 60,16% em 1991 para 66,71% em

2000. Em 2000, a população do município representava 0,03% da população do

Estado, e 0,00% da população do País.

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Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e 2000

1991 2000

Mortalidade até 1 ano de

idade (por 1000 nascidos

vivos)

48,3 42,1

Esperança de vida ao

nascer (anos)

62,1 66,0

Taxa de Fecundidade

Total (filhos por mulher)

3,9 2,7

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu

12,87%, passando de 48,33 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 42,11 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3,93 anos,

passando de 62,08 anos em 1991 para 66,01 anos em 2000.

Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais), 1991 e 2000

1991 2000 Taxa de analfabetismo 29,5 19,8 % com menos de 4 anos de estudo

52,7 46,3

% com menos de 8 anos de estudo

89,1 83,4

Média de anos de estudo 3,3 4,0 Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000

1991 2000

Renda per capita Média

(R$ de 2000)

110,2 124,8

Proporção de Pobres (%) 54,7 45,7

Índice de Gini 0,51 0,49

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

A renda per capita média do município cresceu 13,24%, passando de R$

110,19 em 1991 para R$ 124,78 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 16,49%, passando de 54,7%

em 1991 para 45,7% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de

0,51 em 1991 para 0,49 em 2000.

Desenvolvimento Humano 1991 e 2000 1991 2000

Índice de Desenvolvimento.

Humano Municipal

0,628 0,691

Educação 0,707 0,812

Longevidade 0,618 0,684

Renda 0,558 0,578

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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Evolução 1991-2000

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-

M) de Inimutaba cresceu 10,03%, passando de 0,628 em 1991 para 0,691 em 2000.

O que mais contribuiu para esse crescimento foi a Educação, com 55,0%, seguida

pela Longevidade, com 34,6% e pela Renda, com 10,5%. Nesse período, o hiato de

desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite máximo do

IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 16,9%.

Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 25,9

anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do

Brasil (0,919), e 17,8 anos para alcançar Poços de Caldas (MG), o município com o

melhor IDH-M do Estado (0,841).

Situação em 2000

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Inimutaba é

0,691. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões

consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8)

Em relação aos outros municípios do Brasil, Inimutaba apresenta uma

situação intermediária: ocupa a 3137ª posição, sendo que 3136 municípios (56,9%)

estão em situação melhor e 2370 municípios (43,1%) estão em situação pior ou

igual.

Em relação aos outros municípios do Estado, Inimutaba apresenta uma

situação ruim: ocupa a 585ª posição, sendo que 584 municípios (68,5%) estão em

situação melhor e 268 municípios (31,5%) estão em situação pior ou igual.

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4.7 SANTANA DO PIRAPAMA /MG8

Nome original era Traíras, distrito de Curvelo, tendo sido elevado à paróquia

em 1850. Em 1938, ao ser criado, o município de Cordisburgo foi para ele

transferido. Em 1943, mudou a denominação para Pirapama, ganhando a condição

de município em 27 de dezembro de 1948.

Localizado na região Metalúrgica, o município compreende, de maneira geral,

um extenso planalto irregular, com topografia ondulada e montanhosa em que a

altitude máxima de 1.430 metros se localiza na Serra do Cipó. Santana do Pirapama

tem como cursos d'águas principais o ribeirão Guará, o rio Cipó e o rio das Velhas.

Sua população está ocupada economicamente no setor agropecuário, cultivando

gêneros de primeira necessidade, além de banana. laranja, algodão e tomate, além

de importante criação de gado. O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (2003) realizado pelas

Organizações das Nações Unidas - ONU caracteriza a cidade de Santana do

Pirapama /MG da seguinte forma:

Caracterização do Território

Área: 1.223,7 km² Densidade Demográfica:² 7,0 hab/km² Altitude da Sede: 628 m Ano de Instalação: 1.948 Distância à Capital: 90,6 km

Microrregião: Sete LagoasMesorregião: Metropolitana de Belo Horizonte

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

8 /www.tratosculturais.com.br/diamantina/UniVlerCidades/Cidades/santana_do_pirapama/area.htm

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População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000 1991 2000 População Total 9.212 8.616 Urbana 2.335 2.894 Rural 6.877 5.722 Taxa de Urbanização 25,35% 33,59% Fonte: www.pnud.org.br/atlas

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a população de Santana de Pirapama teve uma taxa

média de crescimento anual de -0,77%, passando de 9.212 em 1991 para 8.616 em

2000. A taxa de urbanização cresceu 32,51, passando de 25,35% em 1991 para

33,59% em 2000. Em 2000, a população do município representava 0,05% da

população do Estado, e 0,01% da população do País.

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Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e 2000

1991 2000

Mortalidade até 1 ano de

idade (por 1000 nascidos

vivos)

46,9 39,1

Esperança de vida ao

nascer (anos)

62,5 66,8

Taxa de Fecundidade

Total (filhos por mulher)

3,0 2,5

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu

16,49%, passando de 46,87 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 39,14 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 4,33 anos,

passando de 62,49 anos em 1991 para 66,82 anos em 2000.

Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais), 1991 e 2000

1991 2000 Taxa de analfabetismo 36,8 25,0 % com menos de 4 anos de estudo

70,9 54,9

% com menos de 8 anos de estudo

93,6 87,1

Média de anos de estudo 2,6 3,5 Fonte: www.pnud.org.br/atlas

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Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000 1991 2000

Renda per capita Média

(R$ de 2000)

83,1 120,3

Proporção de Pobres (%) 73,6 53,8

Índice de Gini 0,57 0,54

Fonte: www.pnud.org.br/atlas

A renda per capita média do município cresceu 44,82%, passando de R$

83,07 em 1991 para R$ 120,30 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 26,86%, passando de 73,6%

em 1991 para 53,8% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de

0,57 em 1991 para 0,54 em 2000.

Desenvolvimento Humano 1991 e 2000 1991 2000

Índice de Desenvolvimento.

Humano Municipal

0,586 0,679

Educação 0,623 0,767

Longevidade 0,625 0,697

Renda 0,511 0,572

Fonte: www.pnud.org.br/atlas Evolução 1991-2000

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-

M) de Santana de Pirapama cresceu 15,87%, passando de 0,586 em 1991 para

0,679 em 2000. O que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com

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52,0%, seguida pela Longevidade, com 26,0% e pela Renda, com 22,0%. Neste

período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e

o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 22,5%.

Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 17,8

anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do

Brasil (0,919), e 12,6 anos para alcançar Poços de Caldas (MG), o município com o

melhor IDH-M do Estado (0,841).

Situação em 2000

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Santana de

Pirapama é 0,679. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as

regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8).

Em relação aos outros municípios do Brasil, Santana de Pirapama apresenta

uma situação intermediária: ocupa a 3308ª posição, sendo que 3307 municípios

(60,1%) estão em situação melhor e 2199 municípios (39,9%) estão em situação pior

ou igual.

Em relação aos outros municípios do Estado, Santana de Pirapama apresenta

uma situação ruim: ocupa a 638ª posição, sendo que 637 municípios (74,7%) estão

em situação melhor e 215 municípios (25,3%) estão em situação pior ou igual.

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5 CARACTERIZAÇÃO ARQUEOLÓGICA

Os resultados alcançados através dos estudos de verificação arqueológica

efetuados na área da bacia do rio das Velhas, na região central do Estado de Minas

Gerais, realizado em função da necessidade da elaboração de estudos de

viabilidade para a construção de uma barragem, cujo reservatório será destinado,

sobretudo a contribuir para a revitalização do rio São Francisco, serão devidamente

apresentados a seguir.

O grande potencial hídrico do rio das Velhas o torna um dos principais

tributários da bacia hidrográfica do rio São Francisco, sua importância para os

habitantes da região automaticamente nos desafia a estabelecer uma analogia

quanto à relação deste rio com as populações pré-coloniais que ali habitaram, visto

que tinham o fator da disponibilidade de recursos hídricos como um dos principais

condicionantes na escolha do local para o estabelecimento de assentamentos e

também para seu deslocamento.

Existem alguns reservatórios projetados ao longo da bacia do rio das

Velhas, entretanto, o trabalho em questão diz respeito a apenas um deles, situado

no trecho do médio curso deste rio, tendo seu barramento previsto no município de

Santo Hipólito, nas coordenadas M03: Y= 7.967.522,240 X= 580.749,276 Z=

558,158m M02: Y= 7.966.809,291 X= 579.245,566 Z= 554,571m M01: Y=

7.966.704,445 X= 579.229,934 Z= 555,606m. As pesquisas estão limitadas à área

de abrangência do lago, compreendendo, portanto, um total de sete municípios, os

quais são: Curvelo, Gouveia, Inimutaba, Monjolos, Presidente Juscelino, Santana de

Pirapama e Santo Hipólito.

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Resultados Alcançados

• Arqueologia pré-colonial

Os trabalhos de avaliação do potencial arqueológico do médio curso da bacia

do rio das Velhas foram estruturados basicamente em duas etapas. Inicialmente,

realizou-se um levantamento de dados através da bibliografia disponível acerca das

pesquisas arqueológicas, até então, efetuadas na região, pesquisando no Cadastro

Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) disponível no banco de dados do Instituto

do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sendo que dos sete municípios

em estudo, cinco deles apresentam sítios arqueológicos cadastrados, perfazendo

um total de 43 sítios (Figura 01).

Quantidade de Sítios Arqueológicos Cadastrados na Área em Estudo9

Figura 01

MUNICÍPIO NÚMERO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS CADASTRADOS

Curvelo 18

Gouveia 16

Monjolos 5

Santana de Pirapama 3

Santo Hipólito 1

Apenas para os municípios de Presidente Juscelino e Inimutaba não constam

registros, entretanto, a ausência de sítios cadastrados não implica necessariamente

na inexistência dos mesmos, o contexto arqueológico da região permite pressupor a

9 Pesquisa realizada no CNSA em Janeiro de 2007.

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existência de áreas desconhecidas da comunidade científica, seguramente

levantamentos sistemáticos na região podem resultar na descoberta de novos sítios

arqueológicos, inclusive em locais já pesquisados.

Após o levantamento de dados bibliográficos deu-se início aos trabalhos de

campo, que consistiram basicamente na visitação de áreas consideradas

estratégicas do ponto de vista do interesse histórico-cultural, além da visitação de

alguns sítios arqueológicos ao longo da bacia do rio das Velhas.

O diálogo com a população local foi de fundamental importância nessa etapa

de trabalhos, pois ela, mais do que ninguém conhece a região e pôde fornecer

indícios que contribuem consideravelmente na realização das atividades de campo.

Dessa forma, foi possível identificar dois sítios arqueológicos ainda não cadastrados no CNSA, um no Distrito de Senhora da Glória, município de Santo Hipólito, o outro no município de Presidente Juscelino, município este, que, até então, não possuía nenhum sítio cadastrado.

O primeiro sítio, no Distrito de Senhora da Glória, encontra-se na propriedade

do Sr. Dirceu Pereira Coelho, que encontrou ossos em sua área de lavoura ao

trabalhar o solo, além de um cachimbo de cerâmica de procedência indígena (Figura

02), o qual foi coletado pelo Sr. Dirceu, o qual se encontra em seu poder.

O sítio está localizado em área de planície, a cerca de 200 metros de um

córrego, numa altitude de 572 metros, suas coordenadas em UTM são WGS 84:

0587359 E / 7963646 N.

A equipe não tinha, no momento, as cotas de alagamento para esta área, não

podendo, portanto, avaliar se o sítio será diretamente impactado, contudo,

constatou-se que o local está situado relativamente próximo ao rio das Velhas, e o

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córrego ao lado eventualmente pode vir a conduzir a água do reservatório até as

proximidades do sítio.

Figura 02

O cachimbo de cerâmica constitui um artefato difundido entre várias culturas

indígenas, de Norte a Sul do Brasil. Este exemplar encontrado em Senhora da Glória

é rico em detalhes, muito bem elaborado, e se encontra em ótimo estado de

conservação.

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Figura 03

Vista geral da área do sítio onde o Sr. Dirceu Pereira Coelho encontrou ossos

e o cachimbo de cerâmica. No momento de nossa visita, o solo apresentava pouca

visibilidade, contudo, a terra encontrava-se bastante remexida, atualmente é

utilizada também como área de pastagem. A ficha de cadastro do sítio será

preenchida e encaminhada ao IPHAN para inclusão no Cadastro Nacional de Sítios

Arqueológicos.

Na oportunidade, visitou-se também o sítio arqueológico Lapa Pintada,

também situado no Distrito de Senhora da Glória, na Fazenda do Vaquejador, de

propriedade do Sr. Maurílio Ribeiro da Glória, que terá sua fazenda atingida pelo

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lago da Barragem. O sítio está localizado numa encosta próxima ao topo de colina,

em meio à mata fechada, dentro de uma Reserva Florestal Legal de 99,00 ha. O

sítio é constituído por um abrigo-sob-rocha calcária com entrada voltada para

noroeste, é possível observar um painel com pinturas rupestres relativamente bem

conservadas. Observou-se uma grande quantidade de moluscos gastrópodes

(Megalobulimus Oblongus) no exterior do abrigo.

O local está situado a aproximadamente 2500 metros do rio das Velhas, nas

coordenadas UTM WGS 84: 0591005 E / 7964341 N, a 635 metros de altitude.

Figura 04

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Figura 05

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Figura 06

Painel com pinturas rupestres, a cor vermelha é predominante. Formas

geométricas, zoomorfas e antropomorfas, geralmente monocrômicas. Na foto acima,

distingue-se um cervídeo no detalhe ampliado.

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Figura 07

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Figura 08

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O sítio arqueológico Lapa Pintada tem significativa importância não só pela

arte rupestre, mas pelo fato de que no interior da gruta, há algum tempo, foi

encontrado um recipiente cerâmico praticamente intacto, apenas com uma pequena

fratura e algumas incrustações de calcário (Figuras 09 e 10).

A cerâmica apresenta uma superfície com fundo branco e detalhes em

vermelho. Atualmente, encontra-se em poder do proprietário da área em que se

encontra a gruta, o Sr. Maurílio Ribeiro da Glória.

Figura 09

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Figura 10

Detalhe da cerâmica encontrada no sítio arqueológico da Lapa Pintada.

Decoração em cor vermelha sob o fundo branco.

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Já para o município de Presidente Juscelino, que terá grande parte de sua

área urbana inundada, não constava registro no banco de dados do IPHAN quanto à

existência de sítios arqueológicos. Entretanto, há apenas 2000 metros do perímetro

urbano constatou-se a existência de um abrigo-sob-rocha com pinturas rupestres.

O abrigo situado em rocha calcárea tem sua entrada voltada para o leste.

Está localizado no Morro do Coroado, que segundo o relato de alguns habitantes

abriga ainda outros locais com pinturas rupestres. O Morro do Coroado é de difícil

acesso, não havendo trilhas até o sítio, que está localizado numa meia encosta, em

meio à mata fechada, a cerca de 400 metros de um córrego.

O sítio encontra-se na Fazenda do Brejão, de propriedade da família Castro.

O difícil acesso ao local contribui para o bom estado de conservação das pinturas,

mesmo assim, percebe-se que a ação antrópica pode vir a causar sérios prejuízos à

integridade do sítio, pois fogueiras são feitas junto ao paredão de calcário ao lado

das pinturas, para possibilitar a retirada de mel de uma colméia localizada na parte

superior do abrigo.

Esse sítio arqueológico no Morro do Coroado encontra-se a 820 metros de

altitude, suas coordenadas UTM WGS 84 são: 0596878 E / 7938682 N.Será

preenchida uma ficha de registro e enviada ao IPHAN para inclusão no Cadastro

Nacional de Sítios Arqueológicos

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Figura 11

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Figura 12

Figura 13

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Figura 14

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Figura 15

Figura 16

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Figura 17

Figura 18

.

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A região pesquisada é extremamente propícia à identificação de sítios

arqueológicos, sobretudo, àqueles com arte rupestre. No município de Monjolos

visitou-se outro sítio, mas este consta nos registros do IPHAN.

Situado na Fazenda Velha, numa meia encosta, em meio à mata, o abrigo-

sob-rocha está a aproximadamente 150 metros de um córrego, segundo a ficha de

registro deste sítio, além das pinturas rupestres também foram encontrados artefatos

líticos lascados. A arte rupestre está expressa também através da técnica de gravura

picoteada. A fazenda é de propriedade do Sr. Marcelo Moreira de Souza, suas

coordenadas UTM WGS 84 são: 0595954 E / 7978597 N. É importante salientar que

essas coordenadas são aproximadas, já que no momento de nossa visita o tempo

encontrava-se encoberto, dificultando a recepção do GPS.

Figura 19

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Figura 20

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Figura 24

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Figura 28

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Existem alguns dados disponíveis em termos de datação das pinturas

rupestres no Estado de Minas Gerais. Segundo as pesquisas realizadas pela

Universidade Federal de Minas Gerais, foram encontrados pigmentos com datação

entre 3.500 anos e 12.000 anos atrás. Entretanto, não existem estudos conclusivos

que afirmem se esse material realmente tenha sido utilizado para produzir as

pinturas.

As pesquisas realizadas nos arredores de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo

remetem as pinturas rupestres a uma antiguidade de aproximadamente 7.000 anos

atrás. È importante lembrar que foi no sítio Lapa Vermelha IV, em Lagoa Santa, que

a arqueóloga francesa Annete Laming-Emperaire encontrou nos anos 70 o crânio de

Luzia, o mais antigo já encontrado no Brasil, com cerca de 11.500 anos. Foi

encontrada num abrigo-sob-rocha a 12 metros abaixo da superfície.

A bacia do rio das Velhas certamente constituiu um importante suportes às

populações ameríndias, que ali habitaram, seus vestígios estão espalhados ao longo

de seu curso, a cada nova pesquisa surgem dados que fornecem apreciáveis

contribuições para a compreensão dos processos de ocupação da região, gerando

importantes contribuições à arqueologia brasileira.

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• Arqueologia Histórica

Em se tratando de arqueologia histórica, a região ao longo da área do

empreendimento mostrou-se de grande importância em termos de interesse

histórico-cultural, apresentando inclusive municípios que criaram leis que

estabelecem a proteção de seu patrimônio cultural, apoiados pela Lei Estadual

Robin Hood (Ver Anexos), através da qual são destinados incentivos fiscais para a

preservação do patrimônio.

Esse é o caso do município de Presidente Juscelino, onde há um projeto em

andamento que visa a proteção e a preservação de seu patrimônio histórico-cultural.

Até o momento foi realizado um levantamento dos locais com alta representatividade

para a população, sendo que, de acordo com o prefeito, ainda no primeiro semestre

de 2007 deve ser concluído o processo de tombamento destes locais.

Dentre os locais em processo de tombamento e que se encontram dentro da área de estudo, destaca-se a comunidade de Capão, formada por remanescentes quilombolas. Situada próximo ao encontro do rio das Velhas com o

rio Paraúna, possui cerca de 800 habitantes, dos quais, cerca de 85% são negros.

A igreja da comunidade (Figura 29) encontra-se em processo de

tombamento, mas por localizar-se na parte alta do relevo provavelmente não será

atingida, entretanto, a área rural do povoado está dentro da área diretamente

afetada. Muitas casas da região têm o adobe como principal material utilizado em

sua construção (Figura 30). É importante mencionar que, segundo o prefeito, os

habitantes de Capão não gostam de ser identificados como descendentes de

escravos, e negam que um quilombo tenha dado origem a esta comunidade, sendo

que em alguns casos se sentem até mesmo ofendidos diante de tal afirmação.

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Figura 29

Figura 30

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No perímetro urbano do município de Presidente Juscelino é possível

observar diversas construções com reconhecido valor arquitetônico, seja pela época

em que foram construídas, pela técnica utilizada ou pelo seu valor estético. Está em

processo de tombamento a igreja da paróquia São Sebastião, que se encontra não

muito distante do rio Paraúna, em perímetro urbano, estando, portanto, dentro da

área de alagamento (Figura 31). Há também uma antiga ponte sobre o rio Paraúna

que está em processo de tombamento. Atualmente estão conservadas apenas as

estruturas da base, entretanto, de acordo com o prefeito, depois de efetivado o

tombamento a idéia é restaurá-la. Na figura 32, pode-se observar uma reprodução

antiga da ponte, e na figura 33 uma imagem atual.

Figura 31

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Figura 32

Figura 33

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Outro conjunto arquitetônico de grande importância está situado no município

de Santo Hipólito, mais especificamente no Distrito de Senhora da Glória. Em 1998

foi sancionada a Lei Municipal nº 564, da qual transcrever-se-á aqui o seu Artigo 1º.

Ficam sob a proteção especial do Poder Público Municipal, os bens culturais de propriedade pública ou particular existentes no Município, que, dotados de valor estético, ético, filosófico ou científico, justifiquem o interesse público em sua preservação.

É instituído, portanto, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, que

realizou um inventário dos bens com valor histórico-cultural e, portanto, passíveis de

tombamentos. Dessa forma, uma das localidades mais antigas da região, o Distrito

Senhora da Glória, que se encontra praticamente em sua totalidade dentro da área

de alagamento, tem hoje cerca de 150 casas, das quais 61 estão em processo de

tombamento, o correspondente a 40% do povoado, compreendendo uma área de

25,3 ha.

Serão apresentados em seguida o registro fotográfico de algumas das 61

edificações em processo de tombamento no Distrito de Senhora da Glória (Figuras

34 a 41).

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Figura 34

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Figura 35

Figura 36

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Figura 37

Figura 38

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Figura 39

Figura 40

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Figura 41

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Na comunidade de Várzea de Cima, no município de Curvelo, não existem

casas tombadas, contudo, o patrimônio arquitetônico presente dentro da área do

empreendimento é significativo (Figuras 42 a 45). Observou-se uma casa na

Fazenda do Morro com aproximadamente 100 anos, mantendo-se em bom estado

de conservação, pois a própria fazenda tem mais de 150 anos.

Figura 42

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Figura 43

Figura 44

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Figura 45

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Na época do Brasil Colonial, a busca por minerais valiosos no Estado de

Minas Gerais foi intensa, para o escoamento da produção foi estabelecida pela

Coroa Portuguesa uma única rota autorizada, conhecida como Estrada Real. Dessa

forma, tornou-se possível à Coroa manter um controle sobre a produção, podendo,

portanto, realizar a cobrança de impostos. Transitar por outras vias que não a

Estrada Real constituía em crime de lesa-majestade, tendo como conseqüência, a

pena de morte.

Alguns dos municípios da área em estudo encontram-se dentro da região

da Estrada Real (Figura 46), reproduziu-se um mapa disponibilizado pelo Instituto

Estrada Real onde é possível verificar as regiões compreendidas por esta rota

(Figura 47). Figura 46

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Figura 47

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da verificação arqueológica no médio curso da bacia do rio das

Velhas, foi possível constatar a grandeza do patrimônio histórico-cultural da região.

Em termos de arqueologia pré-colonial este território já é reconhecido pela

comunidade científica como uma importante referência em estudos do gênero, com

mais de duas centenas de sítios arqueológicos cadastrados no Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) ao longo da bacia do rio das

Velhas.

Destaca-se a quantidade de sítios com arte rupestre, as formações calcárias

tão freqüentes na região serviram também como locais de abrigo e sepultamento, e

hoje guardam os registros das populações pré-cabralinas que ali habitaram,

fornecendo indícios sobre seu modo de vida naquela época. O fato de que, em

muitos casos esses sítios se encontram em locais de difícil acesso contribuem para

a sua preservação, permitindo que perdurem por milênios. O importante é despertar

o interesse e criar uma consciência quanto à necessidade de preservação de tais

vestígios, pois em alguns casos o que se percebeu é que o principal motivo da

degradação deste patrimônio infelizmente é a ação do homem, que por falta de

orientação ou simples desinteresse causa prejuízos desnecessários aos sítios.

Muitas pesquisas arqueológicas estão em andamento na região, e a

ocupação pré-colonial dos afluentes da bacia do rio São Francisco tem sido tema de

teses e dissertações nos últimos tempos. A grande quantidade de vestígios na

região chama cada vez mais a atenção do povo leigo, que a cada nova descoberta

dos pesquisadores vem aumentando progressivamente seu interesse. Alguns

municípios da região estão despertando para as possibilidades do turismo

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arqueológico, incluindo os sítios em suas rotas turísticas, iniciando as excursões

com alunos das próprias escolas municipais.

O patrimônio arquitetônico encontrado na região constitui uma abundante

fonte de pesquisas para a arqueologia histórica. Com antigas fazendas iniciadas

ainda na época das sesmarias, possui casarões coloniais e casas de adobe

adornadas com lambrequins.

A Fazenda do Brejo, no interior do município de Santo Hipólito, com sua sede

construída em estilo colonial francês, chegou a ser descrita pelo explorador britânico

Richard Burton, que na segunda metade do século XIX navegou pelo rio das Velhas.

A fazenda recebeu ainda a visita do naturalista dinamarquês Peter Lund, que no ano

de 1804 já percorria as cavernas da região em busca de vestígios arqueológicos.

Atualmente, encontra-se tombada como patrimônio histórico pelo município, onde

além do casarão e outras construções, pode-se observar ainda uma senzala, de

onde, segundo relato do prefeito do município de Presidente Juscelino, podem ter

fugido muitos escravos que se refugiaram no quilombo que deu origem a

comunidade de Capão no interior de seu município.

A Fazenda do Brejo, juntamente com as edificações em processo de

tombamento no Distrito de Senhora da Glória e no município de Presidente

Juscelino, constituem ótimos exemplos da riqueza histórica da região, e de sua

importância para as respectivas comunidades, além de proporcionar um farto

material para possíveis pesquisas arqueológicas.

Nesse sentido, há possibilidade de desenvolver o projeto almejado, no

entanto percebe-se que haverá uma certa resistência da população a respeito da

mesma, pois necessita de um estudo aprofundado da área em termos arqueológicos

e patrimoniais. Observou-se também que a população possui um apego muito

grande às questões regionais, sita-se o exemplo do Distrito de Senhora da Glória em

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que a maior parte das residências (adobe) é patrimônio já tombado. No que se trata

as questões arqueológicas e o patrimônio cultural os investimentos financeiros e

educacionais deverão ser mais intensos do que em outros empreendimentos de

semelhante envergadura, especialmente, porque o Estado de Minas Gerais como

um todo possui grande tradição cultural.

Portanto, os resultados da verificação arqueológica foram extremamente

produtivos devido aos diversos locais com Alto Potencial Arqueológico, o que

torna imprescindível à realização do Levantamento Arqueológico Sistemático Prospectivo, Salvamento Arqueológico (se for o caso) e Monitoramento Arqueológico em um Projeto de Arqueologia Preventiva ao longo da área direta

e indireta do empreendimento.

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Plano de Trabalho, Relatório Final . São Paulo, ProjPar, 2003.

_______Estudo de Arqueologia Preventiva na área de influência da LT Baixada Santista-Tijuco Preto [345 kV, 3º circuito]. LP: Relatório Ambiental Preliminar; LI:

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Preliminar. São Paulo, ProjPar, 2003.

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Everson Paulo Fogolari

ARQUEÓLOGO Coordenador da Pesquisa

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ANEXOS

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LEI Nº 13.803, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2000Publicada no “MG” de 28/12/2000

Dispõe sobre a distribuição da parcela dareceita do produto da arrecadação do ICMSpertencente aos municípios, de que trata oinciso II do parágrafo único do art. 158 daConstituição Federal e dá outrasprovidências.

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome,sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - A parcela da receita do produto da arrecadação do Imposto sobre Operações Relativas àCirculação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal ede Comunicação - ICMS - pertencente aos municípios, de que trata o inciso II do parágrafo único do art.158 da Constituição Federal, será distribuída nos percentuais indicados no Anexo I desta lei, conforme osseguintes critérios:

I - Valor Adicionado Fiscal - VAF -, valor apurado com base nos critérios para cálculo daparcela de que trata o inciso I do parágrafo único do art. 158 da Constituição Federal;

II - área geográfica: relação percentual entre a área geográfica do município e a área total doEstado, informada pelo Instituto de Geociências Aplicadas - IGA -,

III - população: relação percentual entre a população residente no município e a população totaldo Estado, medida segundo dados fornecidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE -;

IV - população dos cinqüenta municípios mais populosos: relação percentual entre a populaçãoresidente em cada um dos cinqüenta municípios mais populosos do Estado e a população total destes,medida segundo dados fornecidos pelo IBGE;

V - educação: relação entre o total de alunos atendidos, inclusive os alunos da pré-escola, e acapacidade mínima de atendimento pelo município, publicada pela Secretaria de Estado da Educação atéo dia 30 de abril de cada ano, relativamente aos dados do ano civil imediatamente anterior, calculada deacordo com o Anexo II desta lei, observado o disposto no § 1º deste artigo;

VI - produção de alimentos: os valores decorrentes da aplicação dos percentuais à frente de cadaitem serão distribuídos aos municípios segundo os seguintes critérios:

a) parcela de 50% (cinqüenta por cento) do total será distribuída de acordo com a relaçãopercentual entre a área cultivada do município e a área cultivada do Estado, referentes à média dos doisúltimos anos, incluindo-se na área cultivada a área destinada à agricultura de pequeno porte;

b) parcela de 25% (vinte e cinco por cento) do total será distribuída de acordo com a relaçãopercentual entre o número de pequenos produtores rurais do município e o número de pequenosprodutores rurais do Estado;

c) parcela de 15% (quinze por cento) do total será distribuída entre os municípios onde existaprograma ou estrutura de apoio à produção e à comercialização de produtos agrícolas, que atendaespecialmente aos pequenos produtores rurais, de acordo com a relação percentual entre o número de

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pequenos produtores rurais atendidos e o número total de pequenos produtores rurais existentes nomunicípio;

d) parcela de 10% (dez por cento) do total será distribuída aos municípios que tiverem, naestrutura organizacional da Prefeitura, órgão de apoio ao desenvolvimento agropecuário, respeitada amesma relação percentual estabelecida na alínea "b" deste inciso;

VII - patrimônio cultural: relação percentual entre o Índice de Patrimônio Cultural do municípioe o somatório dos índices de todos os municípios, fornecida pelo Instituto Estadual do PatrimônioHistórico e Artístico - IEPHA -, da Secretaria de Estado da Cultura, que fará publicar, até o dia 30 de abrilde cada ano, os dados apurados relativos ao ano civil imediatamente anterior, observado o disposto noAnexo III desta lei;

VIII - meio ambiente: observado o seguinte:

a) parcela de, no máximo, 50% (cinqüenta por cento) do total será distribuída aos municípioscujos sistemas de tratamento ou disposição final de lixo ou de esgoto sanitário, com operação licenciadapelo órgão ambiental estadual, atendam, no mínimo, a, respectivamente, 70% (setenta por cento) e 50%(cinqüenta por cento) da população, sendo que o valor máximo a ser atribuído a cada município nãoexcederá o respectivo investimento, estimado com base na população atendida e no custo médio "percapita" dos sistemas de aterro sanitário, usina de compostagem de lixo e estação de tratamento de esgotossanitários, fixado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental.

b) o restante dos recursos será distribuído com base no Índice de Conservação do Município,calculado de acordo com o Anexo IV desta lei, considerando-se as unidades de conservação estaduais,federais e particulares, bem como as unidades municipais que venham a ser cadastradas, observados osparâmetros e os procedimentos definidos pelo órgão ambiental estadual;

c) a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável fará publicar, até oúltimo dia do trimestre civil, os dados apurados relativos ao trimestre imediatamente anterior, com arelação de municípios habilitados segundo as alíneas "a" e "b" deste inciso, para fins de distribuição dosrecursos no trimestre subseqüente;

IX - saúde: os valores decorrentes da aplicação dos percentuais constantes no Anexo I desta leiserão distribuídos aos municípios segundo os seguintes critérios:

a) um valor de incentivo para os municípios que desenvolverem e mantiverem emfuncionamento programas específicos voltados para o atendimento à saúde das famílias, mediantecomprovação junto à Secretaria de Estado da Saúde, limitado a 50% (cinqüenta por cento) do percentualrelativo a saúde previsto no Anexo I, que serão distribuídos e ponderados conforme a populaçãoefetivamente atendida;

b) encerrada a distribuição conforme a alínea "a" deste inciso, o saldo remanescente dos recursosalocados a essa variável será distribuído tendo em vista a relação entre os gastos de saúde "per capita" domunicípio e o somatório dos gastos de saúde "per capita" de todos os municípios do Estado, calculadacom base nos dados relativos ao segundo ano civil imediatamente anterior, fornecida pelo Tribunal deContas do Estado;

X - receita própria: relação percentual entre a receita própria do município oriunda de tributos desua competência e as transferências de recursos federais e estaduais recebidas pelo município, baseada emdados relativos ao segundo ano civil imediatamente anterior, fornecidos pelo Tribunal de Contas doEstado;

XI - cota mínima: parcela a ser distribuída em igual valor para todos os municípios;

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XII - municípios mineradores: percentagem média do Imposto Único sobre Minerais - IUM -recebido pelos municípios mineradores em 1988, com base em índice elaborado pela Secretaria de Estadoda Fazenda, demonstrando a efetiva participação de cada um na arrecadação do IUM naquele exercício;

XIII - compensação financeira por emancipação de distrito: compensação financeira aosmunicípios remanescentes de Mateus Leme e Mesquita, devido à emancipação de distritos delesdesmembrados.

§ 1º - Para o efeito do disposto no inciso V deste artigo, ficam excluídos os municípios cujonúmero de alunos atendidos pela rede municipal não corresponda a, pelo menos, 90% (noventa por cento)de sua capacidade mínima de atendimento.

§ 2º - Os dados referentes ao inciso VI deste artigo, relativos à produção de alimentos, serãofornecidos pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que fará publicar, a cadatrimestre civil, no órgão oficial dos Poderes do Estado, as informações pertinentes às alíneas enumeradasnaquele inciso, para fins de distribuição no trimestre subseqüente.

§ 3º - A Secretaria de Estado da Saúde fará publicar, na primeira segunda-feira de cada mês, asmodificações ocorridas no mês anterior relativamente às alíneas "a" e "b" do inciso IX deste artigo, parafins de distribuição no mês subseqüente.

§ 4º - A Fundação João Pinheiro fará publicar, até a segunda segunda-feira de cada mês, osíndices de que tratam os incisos II a XIII deste artigo, relativos ao mês anterior, bem como a consolidaçãodestes por município.

§ 5º - A Secretaria de Estado da Fazenda fará publicar até o dia 30 de junho de cada ano o índiceprovisório de que trata o inciso I deste artigo.

§ 6º - Sem prejuízo das ações cíveis e criminais cabíveis, os Prefeitos Municipais e asassociações de municípios ou seus representantes poderão impugnar, no prazo de trinta dias contados desua publicação, os dados e os índices relativos aos critérios de apuração anual e, no prazo de cinco diasúteis, os demais.

§ 7º - A Fundação João Pinheiro fará publicar o resultado do julgamento das impugnaçõesprevistas no § 6º deste artigo no prazo de 15 dias contados do recebimento.

§ 8º - A Secretaria de Estado da Fazenda fará publicar, até o dia 31 de agosto de cada ano, oíndice definitivo de que trata o inciso I deste artigo, para fins de distribuição dos recursos no exercíciosubseqüente, após o julgamento das impugnações previstas no § 6º.

§ 9º - A participação de município em razão de critério previsto em determinado inciso nãoprejudica sua participação na distribuição na forma dos demais dispositivos.

§ 10 - As publicações de índices previstas nesta lei apresentarão os dados constitutivos e osrespectivos percentuais para cada critério, previstos nos incisos I a XIII deste artigo.

§ 11 - O critério de compensação financeira por desmembramento de distrito, previsto no incisoXIII, extingue-se no exercício de 2005, e os resíduos apurados em razão de perda anual serãoincorporados ao índice de que trata o inciso I do art. 1º, observado o disposto no Anexo I desta lei.

Art. 2º - A apuração do Valor Adicionado Fiscal - VAF - compreenderá o montante global daapresentação do movimento econômico, observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei ComplementarFederal nº 63, de 11 de janeiro de 1990.

Art. 3º - Para se estabelecer o valor adicionado relativo à produção e à circulação de mercadoriase à prestação de serviços tributados pelo ICMS, quando o estabelecimento do contribuinte do imposto se

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estender pelos territórios de mais de um município, a apuração do valor adicionado será feitaproporcionalmente, mediante acordo celebrado entre os municípios envolvidos e homologado pelaSecretaria de Estado da Fazenda.

§ 1º - Com relação às operações de circulação de energia elétrica, entendem-se comoestabelecimento de usina hidrelétrica as áreas ocupadas pelo reservatório de água destinado à geração deenergia, pela barragem e suas comportas, pelo vertedouro, pelos condutos forçados, pela casa demáquinas e pela subestação elevatória.

§ 2º - O valor adicionado relativo a usina hidrelétrica cujo estabelecimento ocupe território demais de um município será creditado conforme os seguintes critérios:

I - 50% (cinqüenta por cento) ao município onde se localizarem a barragem e suas comportas, overtedouro, os condutos forçados, a casa de máquinas e a estação elevatória; no caso de um ou algunsdesses componentes se situarem em território de mais de um município, o percentual será dividido emtantas partes iguais quantos forem os municípios envolvidos, a cada qual atribuindo-se uma delas;

II - 50% (cinqüenta por cento) aos demais municípios, inclusive ao município-sede a que serefere o inciso anterior, respeitada a proporção entre a área do reservatório localizada em território doEstado e a localizada em cada município, de acordo com o levantamento da Agência Nacional de EnergiaElétrica - ANEEL, sem prejuízo de termo de acordo a ser celebrado entre os municípios.

Art. 4º - Para os efeitos desta lei, considera-se pequeno produtor rural aquele que satisfizer osseguintes requisitos:

I - mantiver até dois empregados permanentes, permitida a contratação eventual de terceiros;

II - não detiver, a nenhum título, área superior a quatro módulos fiscais, sendo que cadamunicípio possui seu próprio módulo fiscal, cuja extensão varia entre o limite mínimo de 5 ha. (cincohectares) (Belo Horizonte) e o máximo de 70 ha. (setenta hectares) (São Romão);

III - ter, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de sua renda bruta anual proveniente de exploraçãoagropecuária;

IV - residir na propriedade rural ou em aglomerado urbano próprio.

Art. 5º - Esta lei entra em vigor no primeiro dia do ano subseqüente ao da data de suapublicação.

Art. 6º - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 12.040, de 28 dedezembro de 1995; a Lei nº 12.428, de 27 de dezembro de 1996; o art. 26 da Lei nº 12.581, de 17 de julhode 1997; a Lei nº 12.734, de 30 de dezembro1997, e a Lei nº 12.970, de 27 de julho de 1998.

PALÁCIO DA LIBERDADE, em Belo Horizonte, aos 17 de dezembro de 2000.

ITAMAR FRANCOHenrique Eduardo Ferreira Hargreaves

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ANEXO I

( a que se refere o art. 1° da Lei n° 13.803, de 27 de dezembro de 2000 )

Critérios de Distribuição 2001 2002 2003 2004A partirde 2005

VAF ( art. 1°, I ) 4,632 4,644 4,656 4,668 4,68Área geográfica ( art. 1°, II ) 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000População ( art. 1°, III ) 2,710 2,710 2,710 2,710 2,710População dos 50 mais populosos (art. 1°, IV )

2,000 2,000 2,000 2,000 2,000

Educação ( art. 1°, V ) 2,000 2,000 2,000 2,000 2,000Produção de alimentos (art. 1º, VI) 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000Patrimônio cultural ( art. 1°, VII ) 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000Meio ambiente ( art. 1°, VIII ) 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000Gastos com saúde ( art. 1°, IX ) 2,000 2,000 2,000 2,000 2,000Receita própria ( art. 1°, X ) 2,000 2,000 2,000 2,000 2,000Cota mínima ( art. 1°, XI ) 5,500 5,500 5,500 5,500 5,500Municípios mineradores ( art. 1°, XII ) 0,110 0,110 0,110 0,110 0,110Mateus Leme (art. 1º, XIII) 0,032 0,024 0,016 0,008 0Mesquita (art. 1º, XIII) 0, 016 0,012 0,008 0,004 0

TOTAL 25,000 25,000 25,000 25,000 25,000

ANEXO II

Índice de Educação - PEi

( a que se refere o inciso V do art. 1° da Lei n° 13.803, de 27 de dezembro de 2000 )

PEi = , considerando, se:

a) ICMAi = , onde

a.1) MRMi é o número de matrículas na rede de ensino do Município,

a.2) CMAi é a capacidade mínima de atendimento do Município,calculada pela relação entre 25% (vinte e cinco porcento) da receita de impostos do Município,compreendida a proveniente de transferências, e ocustos por aluno estimado pela Secretaria de Estado daEducação,

b) ΣΣ ICMi é o somatório do ICMAi para todos os Municípios.

ICMAi x 100

ΣΣ ICMi

MRMi

CMAi

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ANEXO IIIÍndice de Patrimônio Cultural - PPC

( a que se refere o inciso VII do art. 1° da Lei n° 13.803, de 27 de dezembro de 2000 )

PPC =

ATRIBUTO CARACTERÍSTICA SIGLA NOTAN° de domicílios > 5.000 NH1 16

Cidade ou distrito com seu núcleo históricourbano

5.000 > N° de domicílios > 3.000 NH2 12

Tombado pelo Governo Federal ou pelo Estadual 3.000 > N° de domicílios > 2.001 NH3 082.000 > N° de domicílios NH4 05

Somatória dos conjuntos urbanos ou paisagístico, Σ unid > 30 e área > 10 ha CP1 05Localizados em zonas urbanas ou rurais, Σ unid > 20 e área > 5 ha CP2 04Tombados pelo Governo Federal ou peloEstadual

Σ unid > 10 e área > 2 ha CP3 03

Σ unid > 5 e área > 0,2 ha CP4 02Bens imóveis tombados isoladamente pelo N° unid > 20 BI1 08Governo Federal ou pelo Estadual, incluídos os 20 > N° unid > 10 BI2 06Seus acervos de bens móveis, quando houver 10 > N° unid > 5 BI3 04

5 > N° unid > 1 BI4 02Bens imóveis tombados isoladamente pelo N° unid > 5 BM1 02Governo Federal ou pelo Estadual 5 > N° unid > 1 BM2 01Cidade ou distrito com seu núcleo históricourbano

N° de domicílios > 2.001 NH21 04

Tombado pela administração municipal 2.000 > N° de domicílios > 50 NH22 03Somatória dos conjuntos urbanos ou paisagístico,Localizados em zonas urbanas ou rurais, Σ unid > 10 e área > 2 ha CP21 02Tombados pela administração municipal Σ unid > 5 e área > 0,2 ha CP22 01Bens imóveis tombados isoladamente no nível N° unid > 10 B121 08municipal, incluídos os seus acervos de bens 10 > N° unid > 5 B122 06móveis, quando houver 5 > N° unid > 1 B123 04Bens imóveis tombados isoladamente pelaAdministração municipal BM21 01Existência de planejamento e de políticamunicipalDe proteção do patrimônio cultural PCL 03

NOTAS

1) Os dados relativos aos bens tombados pelo Governo Federal são os constantes no “Guia de BensTombados em Minas Gerais”, publicado anualmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional - IPHAN.

2) os dados relativos aos bens tombados pelo Governo Estadual são os constantes na “Relação de BensTombados em Minas Gerais”, fornecida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico deMinas Gerais - IEPHA-MG -, e no artigo 84 do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias daConstituição do Estado.

3) O número de domicílios a que ser refere a tabela foi obtido a partir do somatório do número total dedomicílios dos setores censitários integrantes dos perímetros de tombamento.

4) Os perímetros de tombamento são os estabelecidos pelos respectivos dossiês de tombamento ouoriginários de estudos e resoluções da 13ª Coordenação Regional do IPHAN.

Somatório das notas do Município

Somatório das notas de todos os Municípios

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5) O número total de domicílios é fornecido pelo IBGE.

6) Os dados relativos aos tombamentos e às políticas municipais são atestados pelo Conselho Curador doIEPHA-MG, mediante a comprovação pelo município:

a) de que os tombamentos estão sendo realizados conforme técnica e metodologia adequadas;b) de que o município possui política de preservação do patrimônio cultural, devidamente

respaldada por lei,c) de que o município tem efetiva atuação na preservação dos seus bens culturais.

ANEXO IVÍndice de Conservação do Município - IC

( a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art. 1° da Lei n° 13.803, de 27 de dezembro de 2000 )

I - Índice de CONSERVAÇÃO DO MUNICÍPIO “i” :

ICi = , onde :

a) FCMi - Fator de Conservação do Município “i “ b) FCE - Fator de Conservação do Estado

II - FCMi - Fator de Conservação do Município “i “

FCE = ΣΣ FCM i , onde: I

a) FCMi - Fator de Conservação do Município “i “

FCMi = ΣΣ FCM i,j J

b) FCM i,j - Fator de Conservação da Unidade de Conservação “j” no município “i”

FCMi

FCE

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III - FCM i,j - Fator de Conservação da Unidade de Conservação “j” no município “i”

FCM i,j = x FC x FQ , onde :

a) Área UC i,j - área da Unidade de Conservação no Município “j” do Município “i“

b) Área Mi - área do Município “i”

c) FC - Fator de Conservação relativo a categoria de Unidade de Conservação, conforme tabela d) FQ - Fator de Qualidade, variável de 0,1 (um décimo) a 1 (um), relativo à qualidade física da área,

plano de manejo, infra-estrutura, entorno protetivo, estrutura de proteção e fiscalização,dentre outros parâmetros, conforme deliberação normativa do Conselho Estadual de PolíticaAmbiental - COPAM (1).

NOTA

(1) - O Fator de Qualidade será igual a 1 até que sejam ponderadas as variáveis e disciplinada a aplicação,através da deliberação normativa do COPAM.

TABELAFatores de Conservação para Categoria de Manejo de Unidades de Conservação - FC

( a que se refere a alínea “c” do item III do ANEXO IV da Lei n° 13.803, de 27 de dezembro de 2000 )

CATEGORIA DE MANEJO CÓDIGOFATOR DE

CONSERVAÇÃOFC

Estação ecológica EE 1

Reserva biológica RB 1

Parque PAQ 0,9

Reserva particular do patrimônio natural RPPN 0,9

Floresta nacional, estadual ou municipal FLO 0,7

Área indígena AI 0,5

Área UC i,j

Área Mi

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(1) Área de proteção ambiental IZonas de vida silvestre

Demais zonas

APA IZVSDZ

10,1

(1) Área de proteção ambiental II,federal ou estadual APA II 0,025

(2) Área de proteção especial APE 0,1

Outras categorias de manejo definidas em lei e declaradas pelo poder público estadual,com o respectivo fator de conservação.

NOTA1) - APA I dispõe de zoneamento ecológico-econômico; a APA II não dispõe de zoneamento.2) - APE: declarada com base nos arts 13, I, e 14 da Lei Federal n° 6.766, de 19/12/79 para proteção demananciais ou do patrimônio paisagístico e arqueológico._____________________________________________________________________________________

___________________

ANEXO I - Custo Médio “per capita” de Implantação do Sistema ( K j )(a que se refere o art. 1° da Deliberação COPAM n° 061, de 17 de dezembro de 1996)

UFIR para 1997 = 0,9108SISTEMA DE TRATAMENTO ou

DISPOSIÇÃO FINALCódigo do Sistema

( j )Custo Médio(UFIR/Hab)

Custo Médio(R$/Hab) p/1997

LIXO: - Aterro Sanitário ....................... - Usina de Compostagem ........

12

K 1 = 3K 2 = 20

2,732418,2160

ESGOTO SANITÁRIO : - Estação de Tratamento ............ 3 K 3 = 39 35,5212

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A Estada Real existe de fato, ou é ape-nas um produto em fabricação? Para os jor-nalistas mineiros, essa seria apenas umagrande jogada de marketing do Governode Minas, e o turista que vier à procura deuma estrada colonial para fazer caminhadapode ficar um pouco decepcionado. O as-sunto polêmico foi debatido numa mesaredonda no VIII Congresso Mineiro deJornalistas, que aconteceu nos dias 5, 6 e 7de junho, em Mariana.

De acordo com o jornalista e ex-coordenador da Campanha DiamantinaPatrimônio Cultural da Humanidade,Américo Antunes, a Estrada Real queestá sendo usada como marketing peloGoverno de Minas não seria apenas oúnico caminho colonial brasileiro. Eledisse que pelo Brasil existem outrospercursos que foram usados pelosbandeirantes paulistas na época dodescobrimento do país. Para Antunes,houve um processo de marketing muitobem feito na medida em que se colocouna prateleira um produto que existe emMinas, mas por outro lado ele apontouas deficiências na organização dealgumas cidades na recepção turística.

“Na verdade, as estradas reais sãomuitas, espalhadas pelo Brasil. Por isso éimportante ressaltar que o caminho colonialque nos leva às cidades mineiras não ésomente esse. A delimitação da EstradaReal do ponto de vista do marketing écorreto, mas historicamente não é preciso.Ainda não temos um mapa com ascoordenadas geográficas por onde passavaa Estrada Real. O nosso único atrativo sãocidades históricas que surgiram ao longoda estrada”, salientou Antunes.

A jornalista Cláudia Tonacoconfirmou que Minas tem as atraçõespara serem preparadas, mas os produtos

Estrada Real

Governo tenta construir caminho turístico“Estrada Real” ainda não estão prontos.Para ela, que é a responsável pela ediçãodo caderno de turismo do Jornal OTempo, Minas ainda é muito amadora nagestão do turismo e a população aindanão tem o cuidado de receber bem ovisitante em sua cidade. SegundoTonaco, o papel do jornalista seriamostrar que Minas Gerais pode ser muitomais do que é hoje, e ainda citou a Bahiacomo um Estado modelo a ser seguido.

Brasil ColonialPara Israel Quirino, procurador do

município, as cidades precisam aproveitarum gancho na divulgação da Estrada Reale se estruturarem bem para receber oturista estrangeiro que será atraído para oEstado. De acordo com Quirino, querepresentou o prefeito de Mariana, CelsoCota Neto, cada município precisadescobrir o seu potencial para ser“vendido” junto da Estrada Real. Elefinalizou dizendo que a Estrada Real formao elo com as cidades que viveram o apogeucultural no Brasil colonial.

A mesa foi mediada pela jornalistaFátima Oliveira, diretora do Sindicato dosJornalistas Profissionais de Minas Geraise, atualmente, repórter do Diário da Tar-de. O debate foi finalizado com depoimen-to do jornalista Carlos Felipe, que em 1962teria sido o primeiro repórter a percorreros mais de 800 km da Estrada Real a pé.Ele começou o percurso ainda quando es-tudante -, saiu da cidade de Paraty e feztodo o trajeto que hoje está sendo divulga-do pelo Governo de Minas como um dosmaiores produtos do Estado.

Douglas Couto1º período do Curso de Jornalismo

VOCÊ SABIA?Que o primeiro jornal lançado em Minas surgiu na Região dos Inconfidentes? Em1823, o padre José Joaquim Viegas de Menezes, diretor do “Compilador Mineiro”,lançou o primeiro jornal publicado no Estado, sendo que a primeira edição circulouno dia 13 de outubro de 1823, na região de Ouro Preto e Mariana. Essa informaçãofoi divulgada durante o VIII Congresso Mineiro de Jornalistas, que ocorreu nos dias5, 6 e 7 de junho, no auditório do Colégio Providência, em Mariana.

Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social da UNIPAC - Lafaiete - MG - Ano 01 - Número 1

Carlos Pacceli

UNIPACA sua maior Universidade multicampi

Congresso discuteEstrada Real

Página 06

Entrevista com ojornalista Carlos Felipe

Página 08

Estrada Real:eixo histórico-cultural

Página 03

O maior destino turísticodo Brasil

Páginas 04 e 05

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Um ofício de contar histórias.Para muitos jornalistas, esta é umaarte diária. Apurar o fato e perceberonde está a notícia é o primeiro pas-so de um processo que faz as notí-cias chegarem às casas, seja atra-vés da televisão, da internet, do rá-dio ou dos jornais impressos.

A cada dia uma nova cobertu-ra. A cada reportagem o desafio deesticar as horas, os minutos, de cor-rer contra o relógio. Um exercíciodiário de atenção e perspicácia. Ho-ras infindáveis dentro de uma reda-ção para que as páginas do jornalfiquem repletas de assuntos inte-ressantes e bem distribuídos.

É atrás desse desafio que jo-vens ingressam no curso de Comu-nicação Social da Universidade Pre-sidente Antônio Carlos (UNIPAC/Lafaiete). Sangue novo em buscade novos aprendizados, de um jor-nalismo comprometido com a ver-dade dos fatos e das questões so-ciais. Tudo isso quem pode fazersão pessoas que trazem no peito odesejo de mudar o curso da histó-ria, lutar pelo espaço de um Jorna-lismo ético.

Douglas Couto1º período de jornalismo

A Estrada Real surge como umadas maiores potências para impulsionaro turismo nas cidades históricas minei-ras. Ela revela seus atrativos com maisde 1,4 mil quilômetros de belezas natu-rais, concentração dos principais conjun-tos arquitetônicos do país, estânciashidrominerais, sítios arqueológicos e im-portantes núcleos formadores da arte eda cultura brasileira.

Surge o maiorpotencial turístico de Minas

No primeiro Seminário dos Muni-cípios da Estrada Real, que aconteceuno dia 11 de fevereiro, em Belo Hori-zonte, o governador Aécio Neves infor-mou aos 162 municípios localizados naárea de influência da Estrada Real, so-bre a implantação do novo circuito turís-tico mineiro. O evento foi promovido pelogoverno do Estado e pela Federação dasIndústrias de Minas Gerais (Fiemg).

O caminho de Santiago deCompostela, na Espanha, nasceu depoisque um eremita espalhou pela região, queluzes apareciam no meio da floresta daGalícia. Depois a Igreja veio com umaversão de que as luzes seriam reflexodo túmulo do apóstolo Tiago.

Quando a notícia se espalhou, di-versos fiéis, partindo de vários pontos daEuropa, foram visitar o local, nascendoassim o que hoje é o famoso caminhode Santiago de Compostela, que no últi-mo século renasceu com grande pompapara o turismo.

Já a Estrada Real nasceu com re-quintes de nobreza, pois se trata do ca-minho por onde passava a riqueza dacoroa portuguesa. A comparação com oCaminho de Compostela não pode ser feitacomo base para definir a Estrada Real. Oprimeiro foi marcado pela devoção e a Es-trada Real nasceu da exploração do ouroe da cobiça portuguesa.

Em vez de apóstolo como referên-cia, temos o bandeirante. Em Compostelaos fiéis tinham total liberdade para transi-tar. Na Estrada Real os itinerantes só pas-savam perante pedágio.

Atrativo turístico

Ela tem tudo para se tornar umgrande atrativo turístico. A cada quilô-metro uma paisagem nova, recantos aco-lhedores, sem falar da culinária carac-terística das regiões.

Percorrendo a Estrada, podemos sen-tir viva a história deste país: casarões efazendas tricentenárias, igrejas forjadascom barro, suor e muito ouro. Hoje o anti-go caminho dos diamantes e dos ouros nostraz uma nova riqueza, que é o turismo.

O governo de Minas, juntamente deempresários, prefeitos e ONGs, vem semobilizando para colocar de vez o velhoroteiro dos bandeirantes na rota do tu-rismo mundial. Mas muita coisa terá queser feita, já que grande parte da históriase perdeu.

O descaso das autoridades ao lon-go do tempo deixou morrer parte dessaimportante e rica história. Percebemos

Estrada Real e não Compostela

isso claramente na antiga Queluz de Mi-nas, hoje Conselheiro Lafaiete. Casarõesque contavam a história de um povo de-ram lugar a grandes lotes, ou caixotesde cimento sem vida. Alguns ainda re-sistem bravamente ao tempo, na espe-rança de um dia receber dos nossos di-rigentes um carinho especial. “Povo quenão cultua e não preserva sua história,deixa de existir”.

Se quisermos receber o turista, te-remos que preservar a nossa história.Queremos salvar e curtir a Estrada Real.

Fabrício Henrique de Miranda2º período de Jornalismo

A Estrada Real é um dos 31 pro-jetos estruturadores apresentados porAécio Neves para promover o cresci-mento do Estado nos próximos anos eatrair 2,5 milhões de turistas por ano,gerarando cerca de 180 mil empregosdiretos. As expectativas são tão favo-ráveis que o governador garantiu queem pouco tempo Minas vai se trans-formar no segundo ou terceiro póloturístico brasileiro.

Dados da Organização Mundial doTurismo revelam que a atividade tu-rística cresce em média 10% ao ano ejá emprega uma em cada dez pessoasem todo o mundo.

O prefeito de Mariana, CelsoCota, ficou muito animado com a for-ça do novo empreendimento e anun-ciou o empenho da primeira cidade deMinas no projeto. Ele disse que esse éo momento das cidades históricas mi-neiras se unirem e investirem nessepotencial.

Douglas Couto1º período de Jornalismo

EXPEDIENTE

Capela deSantana doPé do Morro,do século XVIII.Em destaque, ocruzeiroinspirado nacapela doPadre Faria, deOuro Preto

Ponte de pedrado século XIXna EstradaReal, tambémconhecidacomo Estradada Corte

Sanguenovo no

jornalismo

Reitor (licenciado) da Unipac:Bonifácio José Tamm de Andrada.

Diretor da Faculdade deTecnologia e Ciências-FATEC:

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Redação:Alunos do 1º e 2º períodos do Cursode Comunicação Social/Jornalismo

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Carlos Pacceli

Carlos Pacceli

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Com o aquecimento da economia, umsetor que cresce assustadoramente é oturístico. Grandes investimentos são feitosem diversos setores dessa área como hotéis,estradas, restaurantes e agências deviagens. Segundo estatísticas, a empresa doturismo é a única que dá um retorno maisrápido ao empresário investidor.

Aproveitando essa nova onda decrescimento, Minas Gerais desponta comgrandes investimentos, visando atrair maisturistas. A Federação das Indústrias doEstado de Minas Gerais (Fiemg), em parceriacom o governo mineiro, vem apostando no“Projeto Estrada Real”. O antigo caminhodo ouro tem uma gama enorme de atrações,e é justamente esse potencial que a Fiemgestá mostrando ao mundo. Este ano elainvestiu uma parcela grande na escola desamba da Magueira, divulgando para omundo inteiro o Projeto Estrada Real. Nocarnaval do Rio de Janeiro também foraminstalados outdoors que divulgaram o queMinas Gerais tem de melhor.

Circuito de fazendas

Para fortalecer as cidades cortadas pelaEstrada Real, foi adotado um modelo turísticofrancês. Nele são criados diversos circuitos,respeitando as potencialidades de cadaregião.

Aproveitando os bons ventos, 11cidades dos vales Piranga e Paraopebafundaram o Circuito Turístico Villas eFazendas de Minas. Essa associação demunicípio quer criar oportunidade deemprego e renda para seus moradores e,nasceu juntamente com a reativação daEstrada Real.

O Villas e Fazendas tem umacaracterística única no mundo –, uma riquezahistórica e natural preservada com carinhopelos seus habitantes, que vivem naatualidade como seus antepassados. Osvales foram povoados em meados do séculoXVII. Aglomerados de casas foram surgindoem torno das fazendas que abasteciam aregião mineradora. Como os bandeirantesnão encontraram ouro fácil nessas terras,sentiram que poderiam obter lucro com aagropecuária. As terras eram férteis e osmineradores precisavam de alimentos.Começava então um circuito de fazendasenorme, engenhos de açúcar, fábrica dequeijo artesanal, enfim os caçadores de ourose tornaram grandes fazendeiros.

Nessa época também surgiram aspequenas vilas em torno de imponentes igrejas.Casas de pequeno porte deram lugar a grandesedificações. Um detalhe interessante nesse

“Villas e Fazendas de Minas”

período, mostra que o padrão social da épocaimpunha certos preceitos nas edificações.Quanto mais rico o fazendeiro, maior era seucasarão. Quanto mais importantes dentro dasociedade, mais detalhes deveriam ter asfachadas de suas residências.

Ao longo dos anos muita coisa seperdeu. Felizmente ainda resistem grandesedificações desse período de ouro. Éjustamente o que restou, que o circuito temcomo ponto central. Dezenas de fazendas,casarões, igrejas setecentistas, matas ecachoeiras e, logicamente, uma culináriaesplendorosa, servem como cartão de visitaao turista.

A onda da Estrada Real criou um ânimonovo para as cidades participantes dessaassociação. Rio Espera, terra ondeAleijadinho se refugiou no período deinsurgência da Inconfidência Mineira, lugaronde esculpiu o altar-mor da igreja de São

Francisco de Ouro Preto e uma Pietá, que é apadroeira da cidade, vê no turismo aoportunidade de sair da estagnação de anos.

Catas Altas da Noruega, com oartesanato em pedra sabão, seu conjunto decasarios remanescentes do século XVII eXVIII surge também com um potencialenorme. Itaverava, terra de Marília de Dirceu,foi berço das Minas Gerais, já que ali osbandeirantes encontraram as primeiras lavrasde ouro, mostra um reaquecimento de suaeconomia. Lamim, cidade jardim, guarda asabedoria e simplicidade do povo mineiro.Nela cultua com grande fervor a festa emhonra ao Divino Espírito Santo, uma grandefonte de renda do comércio , o turismoreligioso.

Em Santana dos Montes, a cidadenatureza como está ficando conhecida, oturismo está mais sedimentado. Hotéis-fazendas foram ativados em centenáriasedificações, as cachoeiras preservadas e asfestas populares fortalecidas. O resultadodo investimento no turismo já surte efeito,pois boa parte da renda da cidade é oriundados hotéis e seus turistas.

Restam ainda dentro do Circuito Villase Fazendas as cidades de Jeceaba, Queluzito,Cristiano Otoni, Congonhas, Carandaí,Conselheiro Lafaiete e São Brás do Suaçui.

As tradições do ciclo do ouro aindapairam sobre as cidades do CircuitoTurístico Villas e Fazendas de Minas. Asfolias de reis, congadas, quadrilhas, ashomenagens aos padroeiros, as antigasbandas de músicas, e naturalmente, asaborosa e autêntica comida mineira.

Fabrício Henrique Miranda2º período de Jornalismo

Quando das andanças dos bandeirantes, nosmeados do século XVII buscando ouro e pedraspreciosas pelas Gerais, contam os historiadoresque a região onde se situa hoje ConselheiroLafaiete já era habitada pelos índios Carijós.

O fato é que os garimpeiros de OuroBranco uniram-se aos índios e criaram o arraialCampo Alegre dos Carijós em 1683. Adescoberta de ouro na região, em Itaverava,deu-se pela grande bandeira formada emTaubaté/SP, por Manoel de Camargo e seusfamiliares no ano de 1694. A verdadeincontestável é que com a intensamovimentação para as Minas Gerais, com oaparecimento dos arraiais de Ouro Branco,Catas Altas e Guarapiranga, surgiu o arraialCampo Alegre dos Carijós, pois era passageme pouso obrigatório para os desbravadores.

Em 1709 passa para a categoria de freguesia,pois já possuía uma igreja: Nossa Senhora daConceição. Em 19 de janeiro de 1752, foi elevadaà condição de colativa. Os moradores queriamque o arraial fosse elevado à categoria de vila eforam atendidos pelo Visconde de Barbacena -, epassou a ser Real Vila de Queluz. Em 2 de janeirode 1866 é elevada à categoria de cidade.

O nome Estrada Real passou a aludir,assim, àquelas vias que, pela sua antiguidade,importância e natureza oficial, eram propriedadeda Coroa metropolitana. Durante todo o séculoXVIII, e também parte do XIX, quando a eramineradora já se fora e os caminhos se tornaramlivres e empobrecidos, as estradas reais foram ostroncos viários principais do centro-sul doterritório colonial.

Ao longo dos caminhos reais espalharam-se os antigos registros, postos fiscais de controle,

alguns dos quais ainda podem ser apreciados naatualidade. Eram de diversos tipos: registros doouro, que fiscalizavam o transporte do metal ecobravam o quinto; registros de entradas, quecobravam pelo tráfego de pessoas, mercadorias eanimais; registros da Demarcação Diamantina,responsáveis pelo severo policiamento docontrabando e pela cobrança dos direitos deentrada na zona diamantífera; e contagens, quetributavam o trânsito de animais. Os prédios dosregistros eram instalados em locais estratégicosdos caminhos: passagens entre serras,desfiladeiros e margens de cursos de água. Noseu interior se colocava o pessoal empregado:um administrador, um contador, um fiel e doisou quatro soldados. Um portão com cadeadofechava a estrada.

As estradas reais foram, ainda, os eixosprincipais do intenso processo de urbanizaçãodo centro-sul brasileiro. Ao longo do seu leito ounas suas margens se distribuíram centenas dearraiais, povoados e vilas em que se organizavama massa populacional envolvida com a economiada mineração e com as economias a ela associadas.O povoado à beira do caminho, com o cruzeiro, acapela, o pelourinho, o rancho de tropas, a venda,a oficina e as casas de pau-a-pique simbolizou,durante longo tempo, o processo de nucleaçãourbana do centro-sul da colônia. Povoados e vilastípicos foram visitados e descritos pelos viajanteseuropeus do século XIX, que nos deixarampáginas e páginas de notas de viagens sobre aspaisagens e os núcleos urbanos que encontraramnas suas jornadas pelos caminhos coloniaisbrasileiros.

No auge da mineração, esses caminhos seviram percorridos por imigrantes paulistas,

baianos, pernambucanos e europeus; portropeiros do sul e de São Paulo; por boiadeirosdo rio São Francisco e do rio das Velhas; porsertanistas da Bahia e das vilas paulistas; porescravos negros e índios; por mascates,administradores reais, homens do fisco, soldadosmercenários e milícias oficiais.

A expansão originária dos primeirosgrandes caminhos do centro-sul do territóriocolonial conformou um dos mais significativosmovimentos de apropriação do interiorbrasileiro e de sua integração com a faixalitorânea. Ampliando a base territorial da

Eixo histórico-cultural

Viajantes

percorrem

a Estrada

Real

América portuguesa, as vias hoje reunidas sobo nome de Estrada Real foram, assim,fundamentais na história do povoamento e dacolonização de vastas regiões do territóriobrasileiro, tornando-se verdadeiros eixoshistórico-culturais de construção de parte danossa história.

Fonte: Biblioteca Antônio Perdigão -Museu e Arquivo da Cidade.

Joyce Mendes2º período de Jornalismo

Fazenda Passatempo, em Rio Espera

Fabrício Miranda

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Uma aposta de gran

Dentre os mais de 200 Projetosapresentados no Plano Plurianual de AçãoGovernamental do Governo de Minas Gerais(PPAG 2004-2007), foram escolhidos 31prioritários, os chamados ProjetosEstruturadores. No setor de turismo, apenas oProjeto Estrada Real foi escolhido, segundoinformação da Secretaria de Estado de Turismo.

Essa Secretaria informa ainda que oProjeto tem o objetivo de promover edesenvolver os 162 municípios mineiros daárea de influência da Estrada Real, atravésda exploração sustentável da atividadeturística. A meta nos próximos 4 anos é criar178 mil empregos e atrair 2,5 milhões deturistas por ano.

Os públicos-alvo são as comunidadeslocais, a iniciativa privada e o poder públicoda área de influência da Estrada Real, emMinas Gerais. A justificativa reside nopotencial desenvolvimentista que aatividade turística possui e do forte potencialturístico da região, advindo da diversidadede atrativos naturais, históricos e culturaispresentes no destino.

O Projeto Estruturador Estrada Realprevê a realização de 16 ações, com gastosorçamentários estimados, no período 2004-2007, de R$ 116.390.296,00. Com oestabelecimento de parcerias, o investimentoem cada ação poderá ser bastante superior,caso necessário. Casa do século XVIII no alto do Itatiaia

Carlos Pacceli

• Desenvolver o potencial turístico na áreade influência da Estrada Real, em seusdiversos aspectos: história, ecologia eaventura, gastronomia e acervo cultural,dentre outros;

• Oferecer ao mercado turístico umproduto de destaque no cenário nacionale internacional, que se converta no maiordestino turístico do Brasil, de forma atornar Minas Gerais o principal centroreceptivo nacional;

• Levar o desenvolvimentosocioeconômico aos municípios da áreade influência da Estrada Real, com a

Objetivos do Projeto Estrada Realcriação de mais de 178 mil empregos noprazo de quatro anos;

• Atrair 2,5 milhões de turistas por ano,trazendo US$ 1,25 bilhão para aseconomias municipais envolvidas;

• Resgatar e preservar o patrimônio naturale histórico-cultural das localidades daárea de influência da Estrada Real;

• Possibilitar o incremento da arrecadaçãodo Estado e dos municípios mineiros;

• Facilitar e incentivar o investimentoprivado no Estado;

• Viabilizar a melhoria da infra-estruturabásica da região.

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ande opção turística

Aconteceu no dia 16 de junho, noSindicato dos Produtores Rurais emConselheiro Lafaiete, a reunião doCircuito Villas e Fazendas de Minas paraa eleição da nova Diretoria e aprovaçãodo Regimento Interno. O Circuito écomposto pelas cidades de Carandaí,Catas Altas da Noruega, Congonhas,Conselheiro Lafaiete, CristianoOtoni,Itaverava, Jeceaba, Lamim,Queluzito, Rio Espera, Santana dosMontes e São Brás do Suassuí.

A reunião contou com a presença dediversas autoridades, entre elas orepresentante da Secretaria de Estado deTurismo, Ronildo Machado, que tem atuadode maneira efetiva para a regularização doCircuito.Segundo Ronildo, “esta reunião éimportante, pois mostra toda a seriedadee compromisso para a oficialização docircuito, o que irá tornar a Estrada Real

Circuito Villas e Fazendasde Minas tem nova diretoria

como um dos mais importantes roteirosturísticos do mundo.”

Estiveram presentes tambémrepresentantes do Sebrae, de hotéis,pousadas, professores, estudantes, Ongs edemais representantes da cidade e região.

A nova diretoria estará atuandodurante dois anos, sendo ela assimconstituída pelo: Diretor Presidente: JoséGeraldo Dutra - Santana dos Montes;Vice-Presidente: José Leite Antonucci -Conselheiro Lafaiete; Diretor Executivo:Divaldo Antoniazzi - ConselheiroLafaiete; Diretor de Administração eFinanças: Alair Tavares Vieira - Queluzito;Diretora Marketing e Vendas: MariaAuxiliadora - Lamim; SecretáriaExecutiva: Ana Alcântara - Congonhas.

Maria Helena Rodrigues2º período de Jornalismo

• A Estrada Real pode se tornar uma dasmelhores opções entre os destinosturísticos brasileiros, atraindo visitantesde outros Estados e países.

• A iniciativa combina muito bem trêsaspectos essenciais do atual governo: apreocupação com a geração de renda eemprego, a preservação do patrimôniohistórico e a conservação do meioambiente. Ela vai desenvolver opotencial turístico de toda a região poronde passava a antiga estrada, fazendogirar as economias locais, atraindo cercade 2,5 milhões de turistas por ano.

• A Estrada Real vai promover o encontroentre a memória e a tradição de Minascom a modernidade e as exigências dosnovos tempos. Os antigos caminhos quelevavam a riqueza do ouro e do diamantepara fora de Minas Gerais vão agora servirde rota para a chegada de recursos,investimentos e divisas trazidas peloturismo. Como resultado, teremos umamelhoria da qualidade de vida para osmineiros de uma maneira geral.

Como beneficia a população• Os estudos mostram que as receitas

podem ser superiores a US$ 1,25 bilhão,com a geração de 178 mil empregos emcinco anos. Com a presença do turista,abrem-se novas oportunidades paratodos os setores do turismo, comohotelaria, alimentação e bebidas, eventos,agências de viagens, transportadoras,planejamento turístico, guias etradutores.

• O turismo tem um efeito multiplicadorpara o desenvolvimento regional. Setoresindustriais como o de cimento, cerâmicas,louças, equipamentos eletroeletrônicos,móveis, tecidos, transporte,comunicação, agroindústria, artesanato,dentre vários outros, serão tambémbeneficiados.

• A Es t rada Rea l t em um grandepotencial para servir de instrumentode c resc imento econômico edesenvolvimento social, reduzindoas des igua ldades soc ia i s emelhorando a v ida de todos noEstado.

• A Estrada Real liga Diamantina a Paratye ao Rio de Janeiro, passando por OuroPreto, com um percurso total de 1.410quilômetros. São 177 municípiosenvolvidos, sendo 162 em Minas Gerais,8 no Rio de Janeiro e 7 em São Paulo.

• O percurso Diamantina – Ouro Preto temo nome de Caminho dos Diamantes.Ligava Vila Rica (maior núcleo urbano daCapitania), ao Arraial do Tejuco, sede doDistrito Diamantino, centro da região quepassou a fornecer as pedras preciosasmais cobiçadas pela Coroa, os diamantes.Cidades mais conhecidas: Diamantina,Serro, Conceição do Mato Dentro,Itabira, Barão de Cocais, Santa Bárbara,Mariana, Ouro Branco e Ouro Preto.

• O percurso Ouro Preto – Paraty édenominado Caminho Velho, e foiaberto pelas Entradas e Bandeiras, nofinal do século XVII. Ligava o Porto de

A Gameleira, com o Monumento a Tiradentes

Paraty aos núcleos mineradores deMinas. As cidades mais conhecidassão: Tiradentes, São João Del Rei, SãoThomé das Letras, Carrancas,Caxambu, Baependi, Lambari,Cambuquira, São Lourenço, Itamonte,Cunha (SP) e Paraty (RJ).

• O percurso Ouro Preto – Rio de Janeiroé denominado Caminho Novo e nasceude um projeto oficial da CoroaPortuguesa, no início do século XVIII,cujo objetivo era reduzir o tempo deviagem entre o litoral e a região dasMinas. As cidades mais conhecidassão: Ouro Preto, Conselheiro Lafaiete,Barbacena, Juiz de Fora, Petrópolis (RJ)e Rio de Janeiro (RJ).

Localização e abrangência

Cachoeira no trechoda Serra deOuro Branco aConselheiro Lafaiete,onde muitosdesportistasdesfrutam opotencial do lugar

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Carlos Pacceli

Carlos Pacceli

Studio Pollyana

Pesquisa: Maria Helena RodriguesFonte: Secretaria de Estado de Turismo

Eleição da nova diretoria do Circuito Villas e Fazendas de Minas

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A Estrada Real foi um dos temas empauta no VIII Congresso Estadual de Jor-nalismo ocorrido em Mariana nos dias 4, 5e 6 de junho. A bancada que discutiu oassunto foi composta pela Diretora do Sin-dicato de Jornalistas Fátima de Oliveira,como mediadora, pelo jornalista AméricoAntunes, pelo procurador geral IsraelQuirino e pela jornalista Cláudia Tonaco.

Um dos temas centrais da palestra foio turismo na Estrada Real. Visto que é umprojeto que ainda não saiu do papel, ospalestrantes deixaram bem claro que a Es-trada Real só existe virtualmente, pois nãopossui um trecho formatado.

Américo Antunes falou sobre outrospercursos importantes como o da Bahia.“Não podemos dizer, do ponto de vistahistórico, que a Estrada Real só é repre-sentada pelo trecho Rio de Janeiro -Diamantina. Há vários outros”.

Segundo Américo falta um pólo re-ceptivo nas cidades. Para o jornalista, ascidades devem ter estrutura para recebertodas as classes de turistas. Tambémenfatizou a importância dos repórterespercorrerem a estrada para divulgá-la com

maior fidelidade.”As pessoas que escre-vem sobre a Estrada Real devem passarpor ela”.

A jornalista Cláudia Tonaco discutiusobre as deficiências de Minas Gerais emrelação ao turismo. “Minas estáengatinhando. As pessoas não sabem ocuidado que precisam ter com os turistas”.Destacou a importância dos jornalistas emdefesa dos direitos dos turistas no Proje-to Estrada Real. “Os jornalistas têm de tera responsabilidade de dizer o que está fal-tando na Estrada Real. O produto deve termuitas opções, dando acessibilidade a to-dos os tipos de turistas do ponto de vistaeconômico”.

Importante eloIsrael Quirino, que foi o representan-

te do Prefeito de Mariana, Celso Cota, des-tacou a ruptura turística de muitos muni-cípios e ressaltou os problemas das cida-des históricas. Um deles foi as igrejas quepegaram fogo, dando como exemplo a Igre-ja Nossa Senhora do Carmo, em Mariana.O procurador ainda disse que as cidades

“Estrada Real” é tema de discussão noVIII Congresso Estadual de Jornalistas

devem se encontrar como centro de cultu-ra e concordou que a Estrada Real é virtu-al, porém é um importante elo entre as ci-dades.

No final, a mediadora da palestra, Fá-tima de Oliveira, chamou o jornalista CarlosFelipe para falar um pouco da história daEstrada Real, visto que percorreu todosos trechos a pé e acompanhou a sua for-mação. Carlos contou fatos importantes edestacou o ano de 1962, quando saiu dacidade de Paraty, para percorrer os cami-nhos da Estrada Real. O jornalista disseque há muitas deficiências com relação àparte turística e fez uma previsão de 20anos para o Projeto alcançar marcos signi-ficativos. “Há pólos na Estrada Real e éum produto a ser construído”.

O Seminário encerrou com a certezade que há muito a ser mudado com relaçãoà receptividade que se deve dar a todas asclasses de turistas e ao reconhecimentode outros trechos da Estrada Real.

Stefan Willian1º período de jornalismo

Dom Luciano, arcebispo de Mariana, esteve presente no Congresso

Douglas Couto

LEI 13173 1999 de 20/01/1999Dispõe sobre o Programa de Incentivo aoDesenvolvimento do Potencial Turístico daEstrada Real.

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seusrepresentantes, decretou e eu, em seu nome,sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - O Programa de Incentivo aoDesenvolvimento do PotencialTurístico da Estrada Real, a sercriado pelo Poder Executivo,obedecerá ao disposto nesta Lei.

Parágrafo único - Para os efeitos destaLei, consideram-se Estrada Real oscaminhos e suas variantes construídosnos séculos XVII, XVIII e XIX, noterritório do Estado.

Art. 2º - São objetivos do Programa:

I - possibilitar o incremento daarrecadação do Estado e dosmunicípios mineiros;

II - incentivar o investimentoprivado no território doEstado;

III - promover a alteração do perfilde distribuição de renda e elevaro nível de emprego da populaçãodo interior do Estado;

IV - promover e divulgar aatividade turística interna e delazer no Estado;

V - resgatar, preservar erevitalizar os pontos deatração turística e de lazer já

existentes, bem como os sítiosarqueológicos, espeleológicose palenteológicos e aspaisagens naturais nãoexploradas, interligados pelaEstrada Real.

Art. 3º - Compete ao Poder Executivo aadministração e a gerência doPrograma, nos termos das leis nºs12.396 e 12.398, ambas de 12 dedezembro de 1996.

§ 1º - Fica assegurada a participaçãode representantes de instituições ouentidades ligadas à historiografia, aoturismo, ao meio ambiente e a outrasatividades afins no planejamento, naexecução e na fiscalização dodisposto nesta Lei.

§ 2º - A Empresa Mineira de Turismo- TURMINAS -, órgão gestor doPrograma, definirá a forma departicipação dos representantescitados no parágrafo anterior.

§ 3º - Cabe à TURMINAS definir eregulamentar o disposto no §1º desteartigo, sem prejuízo de suasatribuições legais.

§ 4º - Serão destinadas dotações noorçamento do Estado, com rubricasespecíficas, nas unidadesorçamentárias envolvidas na criação,na administração e na fiscalizaçãodo Programa.

Art. 4º - Compete ao órgão gestorprovidenciar, no âmbito de suacompetência:

I - o levantamento de dados e aorganização de pesquisashistóricas que possibilitem omapeamento da Estrada Realem território mineiro;

II - a identificação e a divulgaçãode áreas abrangidas peloPrograma adequadas à práticado turismo e do lazer;

III - a pesquisa e a divulgação dasmanifestações culturaisrelacionadas com a Estrada Real,especialmente no que se refereao folclore regional e local;

IV - a celebração de convênios comentidades de direito público ouprivado para a execução dodisposto nesta Lei;

V - a criação ou a revigoração demecanismos institucionais deação conjunta com associaçõesde municípios e outros Estadosda Federação, para a realizaçãodos objetivos desta Lei;

VI - outras ações relacionadas como desenvolvimento do Programa.

Art. 5º - Serão concedidos, na forma da lei,compensação financeira, incentivofiscal ou creditício:

I - aos empreendimentosturísticos e de lazer existentese a serem implantados aolongo dos caminhos daEstrada Real;

II - aos proprietários de terrenoscortados por trechos daEstrada Real considerados de

interesse histórico ou sócio-cultural , desde que ospreservem ou revitalizem;

III - aos proprietários de áreas deinteresse ecológico oupaisagístico adjacentes àEstrada Real ou por elacortadas, desde que aspreservem ou revitalizem;

IV - aos municípios cortadospela Estrada Real ou a elaadjacentes, desde quedirecionem recursos paraatividade turíst icarelacionada direta ouindiretamente com a EstradaReal, no montante mínimoequivalente à compensaçãofinanceira recebida e definidanos termos da lei.

Parágrafo único - A revitalização ea recuperação previstas nesteartigo obedecerão a parecer eorientação dos órgãos técnicoscompetentes.

Art. 6º - O Poder Executivo regulamentaráesta lei no prazo de sessenta diascontados do início de sua vigência.

Art. 7º - Esta Lei entra em vigor na data desua publicação.

Art. 8º - Revogam-se as disposições emcontrário.

Dada no Palácio da Liberdade, em BeloHorizonte, aos 20 de janeiro de 1999.

Itamar Franco - Governador do Estado

Incentivo ao Desenvolvimento doPotencial Turístico da Estrada Real

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Uma vista belíssima nos aguarda,do alto da Serra de Ouro Branco, ondeé possível avistar as cidades de OuroBranco, Conselheiro Lafaiete,Congonhas e a barragem de Soledade.

Tombada pelo Instituto Estadualdo Patrimônio Histórico e Artístico deMinas Gerais, em 7 de novembro de1978, a Serra se destaca por sua bele-

Serra de Ouro Brancoza paisagística.Nela nasce umacadeia de monta-nhas, denomina-da Espinhaço,que se estendeaté o Estado daBahia.

No localexistem grutas,nascentes e ca-choeiras. Há tri-lhas que dãoacesso à área. Avegetação da re-gião já foi estuda-

da por vários botânicos e naturalistas,atraídos por sua diversidade.

O lugar também é muito visitadopor turistas e moradores de cidades vi-zinhas. Essas visitas se tornam fre-qüentes durante a festa de Nossa Se-nhora Aparecida (no alto da serra), edurante a Caminhada da Inconfidên-cia, pela Estrada Real.

Localizada em meio às montanhasda zona metalúrgica e campo das ver-tentes, e apenas a 89 Km de Belo Hori-zonte, Congonhas é hoje um dos pólosturísticos mais visitados de Minas Ge-rais. A cidade se orgulha em mostrarpara seus visitantes as grandes obrasdeixadas pelo mestre Aleijadinho.

Basílica do Bom Jesus deMatosinhos

A Basílica do Bom Jesus deMatosinhos é a mais visitada da cidade.A construção foi iniciada 1757, pelo por-tuguês Feliciano Mendes, que morreuoito anos depois, deixando-a inacabada.As obras foram retomadas posterior-mente, contando com a ajuda dos me-lhores artistas da época. Entre eles, Alei-jadinho, que deixou esculpido na entradada Basílica, a imagem dos doze profetasbíblicos em tamanho real.

Logo abaixo da igreja, encontram-se as seis capelas, com 64 figuras es-culpidas em pedra sabão, também porAleijadinho, por volta de agosto de 1796a dezembro de 1799. As esculturas re-latam a via sacra de Jesus Cristo.

Principais Igrejas

A igreja de São Rosário é a maisantiga de Congonhas. Construída pelosescravos em fins do século XVII, antesmesmo da chegada dos primeirosmineradores. Outras igrejas se destacamno cenário da região, ricas em peças sa-cras como: Igreja Nossa Senhora daConceição, Igreja São José e Nossa Se-nhora da Ajuda.

LazerQuem vai a Congonhas, além de vi-

sitar as obras do mestre Aleijadinho, nãopode deixar de conhecer a cachoeira deSanto Antônio. Com dez piscinas de águacorrente, sendo uma delas natural, en-canta adultos e crianças e fica apenas acinco Km do centro da cidade.

Há ainda outras opções, como aárea de preservação ambiental, que foiinaugurada em 1984. Ela abrange 70,4

Congonhas mostra Aleijadinho

Minas Gerais tem hoje o maiorprograma de turismo do país: a Estra-da Real. O projeto envolve 177minicípios, sendo 162 em Minas Ge-rais, oito no Rio de Janeiro e sete emSão Paulo, ao longo de uma rota de1.400 quilômetros de extensão.

A Federação das Indústrias deMinas Gerais (Fiemg) é a grande pa-trocinadora e coordenadora desse pro-cesso. Para gerenciar o projeto foi cri-ado o Instituto Estrada Real (IER), di-rigido por Eberhard Hans Aichinger. OInstituto é uma sociedade sem fins lu-crativos e visa, sobretudo, fomentaros negócios e o turismo na regiãoabrangida pelo projeto.

Acreditando que o setor é dosmais promissores na indústria do tu-rismo, o governo do Estado investe nainiciativa. O programa vai gerar maisde 170 mil empregos diretos, o que vaide encontro ao projeto do GovernoFederal em criar 1,2 milhão de empre-gos nessa área, segundo declaraçõesdo ministro do turismo, Walfrido dosMares Guia.

Nessa nova fase de valorização daEstrada Real, ainda há espaço para lem-branças do passado: A descoberta doouro, em 1694 deu origem ao CaminhoVelho da Estrada Real, que tinha o obje-tivo de ligar o porto de Paraty e o interiorpaulista às regiões das minas. Hoje, suasmarcas ainda estão ali, num extenso per-curso que sai de São Paulo, passandopelos municípios de Cunha,Guaratinguetá, Serra da Mantiqueira,Passa-Quatro, Itanhandu, Pouso Alto,Baependi, Conceição do Rio Verde,Cruzília, Travessia do Rio Grande,Ibituruna, Rio das Mortes, São João del-Rei e Mariana, para chegar a Ouro Preto.

O Caminho Novo, construído em1701 por Garcia Rodrigues Paes, filhode Fernão Dias Paes, também traz es-condido verdadeiros tesouros da his-tória de Minas. Saindo do Rio de Ja-neiro, para chegar a Ouro Preto, a es-trada foi sendo aberta e, junto a ela,surgiram muitos povoados que hojeformam diversos municípios, entreeles,Santos Dumont, Barbacena, Con-selheiro Lafaiete, Ouro Branco,Mariana e Ouro Preto.

Em 1729, com a descoberta dodiamante em Serro do Frio (hoje muni-cípio do Serro), a estrada estendeu-sea Diamantina. Trata-se de uma extensaárea que abriga boa parte da históriade Minas.

A redescoberta da Estrada Realcom o compromisso do governo do Es-tado em transformá-la no grande atra-tivo turístico de Minas, trará benefíci-os diretos para as cidades que estãoem seu entorno. Um plano de desen-volvimento do turismo ao longo da Es-trada Real deverá contemplar a recupe-ração das malhas rodoviárias federal eestadual, a implantação de sistemas desaneamento básico e telefonia, a dupli-cação da BR-040 até BH, a criação decooperativa de crédito turístico, a insta-lação de uma rede de bancos postais ede centros de capacitação empresarial,gerencial e profissional e o fortalecimen-to do Instituto Estrada Real.

Gina Costa2º período de Jornalismo

A festa é realizada na segundaquinzena de agosto, nas proximidadesda Capelinha de Nossa SenhoraAparecida. No evento, há um festivalde comidas típicas, com a presença demuitos jovens que alegram a festivi-dade.

Já a caminhada da Inconfidência érealizada no mês de abril, através da Es-trada Real no sentido Ouro Preto/OuroBranco. Durante o percurso, pode-seapreciar as paisagens que retratam im-portantes momentos do ciclo do ouro.

Seguindo em direção à Ouro Pre-to, pela Estrada Real, se destacam osdistritos de Itatiaia, Lavras Novas e San-ta Rita do Ouro Preto, com suas cons-truções remanescentes do século XVIII.Esses locais são muito visitados, pelabeleza e tranqüilidade e também por fa-zerem parte do patrimônio histórico deMinas Gerais.

Ana Cecília, Elaine, Michelle2º período de Jornalismo

mil metros quadrados. Em suas matassão encontradas centenas de espéciesde árvores, algumas em extinção, comoo jacarandá e a quaresmeira.

O local também possui uma ricafauna como maritaca, bem-te-vi epintassilgos.

Hamilton de Paula Maia,Consolação da Ajuda da Cunha

2º período de Jornalismo

Tesourosescondidos

Serra de Ouro Branco, encrustada em planíciedominada pelo bioma Mata Atlântica

Basílica do Bom Jesus deMatosinhos

Profeta Ezequiel, obra deAleijadinho

Os Passos da Paixão estão abaixoda Basílica

Seis capelas relatam a via sacra deJesus Cristo

Carlos Pacceli

Arquivo Arquivo

Arquivo Arquivo

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Como o senhor avalia as cidades da regiãona receptividade dos turistas, após essacampanha de marketing da Estrada Real?

Carlos Felipe: Bem, eu acho que essascidades como Ouro Preto, Mariana, Itabiritoe outras, independem da Estrada Real paraserem cidades de forte poder atrativo para oturismo. E aliás, sempre foram, tanto é assimque elas já existem muito antes de se falarem Estrada Real. Essas cidades tinhamatrativo, como Lafaiete e Barbacena, que sãomunicípios que independem da Estrada Real.Lógico que ela vai acrescentar algo noturismo, porque tem um atrativo próprio.Agora, na medida em que elas participaremde um projeto mais amplo, mais aglomerado,evidentemente todos ganham com isso. MasOuro Preto, Mariana, Lafaiete, Barbacena,Ouro Branco e Itabirito são cidades que porsi já possuem atrativo turístico.

Os veículos de comunicação da região sãodetentores das informações históricas eculturais da Estrada Real?

Carlos Felipe: Nem sempre. E não é só osda região. Acho, inclusive, que o Estado eo Brasil ainda não sabem o que é Minas.Não vou citar o nome, mas eu pergunteipara uma jornalista muito importante queesteve participando do VIII CongressoMineiro de Jornalistas, em Mariana, e eladesconhecia muitos documentos sobreMinas. Na verdade, a Estrada Real ainda éum produto em fabricação. Evidentemente,não se tem todos os ingredientes, já que estáse experimentando. Para se construir, agora,uma estrutura concreta para a Estrada Real,é preciso que o pessoal que es te japar t ic ipando es tude e conheça umpouco mais e veja as variáveis que essaestrada oferece, que não é apenas sairpasseando por aí para ver documentos,objetos históricos. Tem muitas coisasque fazem parte da cultura. Por exemplo,temos a gastronomia, a cultura popular,as artes plásticas e tudo isso faz parteda Estrada Real.

Qual o suporte que os veículos decomunicação poderiam dar ao turismolocal?

Carlos Felipe: Olha, eu tenho por mim oseguinte: é vital, não apenas para divulgarfora. Isso é uma das coisas que, inclusive,todo mundo vem falhando muito quando sefala em turismo em meio de comunicação.Não cabe ao jornal de Mariana sairdivulgando a cidade, em São Paulo. Nem temcondições física e econômica para isso. Domesmo modo que não cabe ao Estado deMinas chegar em Salvador para divulgar aEstrada Real. O jornal Estado de Minas nãovai chegar a Salvador com esse objetivo,mesmo porque ele não chega em quantidadesuficiente para isso. O que tem que se fazermuito, é as comunidades darem um jeito dosveículos de comunicação trabalharem umproduto nosso. Agora o que os veículos decomunicação interna, como os de Mariana,

Ouro Preto e Sabará, têm que fazer, é participardo projeto que é muito importante naconscientização das comunidades. E, quenão se faz turismo sem a comunidade. Nãose alegra um turista e faz ele ficar comvontade de voltar à cidade, se a comunidadetiver de cara fechada, sem um sorriso, ouestiver “roubando” o turista como acontececom lojas cobrando preços altíssimos. Essepapel é fundamentalmente dos meios decomunicação interna, que são vitais naconscientização das comunidades naimportância do turismo, não só para o turista,mas para ela própria viver, ter rendas,geração de empregos e ter condições desobrevivência.

O senhor consegue vislumbrar a diminuiçãodas desigualdades sociais com aimplantação do projeto Estrada Real ?

Carlos Felipe: Não é só a Estrada Real. Euvejo o turismo como um dos fatores maisimportantes para a diminuição dasdesigualdades sociais, porque é ele que geramais emprego do que qualquer outraindústria no mundo. Não é só no Brasil. Emais ainda: é uma indústria que não polui,que não destrói, que não precisa derrubaraquela serra para se trazer turista. Muito pelocontrário, ela precisa da serra ali para o turistaachar bonito. O turismo é hoje fator não só

de lazer, mas de economia, desenvolvimentoe inclusão social. E tem que ser encaradodessa forma. Fala-se muito do turismo comoum negócio gostoso, mas é uma coisa sériae tem que ser tratado como forma de ganhardinheiro e gerar emprego numa comunidade.E não é só Estrada Real. Ela é um produtoentre muitos outros.

Existe uma fórmula que poderia serutilizada para atingir os turistas de todasas camadas sociais?Carlos Felipe: Hoje vocês, que são novos,não conhecem o tempo em que só faziaturismo quem tinha dinheiro. Só viajava paraa Europa quem tinha muito dinheiro. Damesma forma eram as viagens para osEstados Unidos. Só tinha direito de ir àCaxambu, Lambari, Mariana e Ouro Preto,quem tivesse muito dinheiro. A

democratização do turismo é um processoque a gente não deixa de ver, estamos vendoesse processo. Essa democratizaçãoacontece de que forma? Não é só porqueficou mais fácil, é porque as comunidadeestão se abrindo mais, se descobrindo e osveículos de comunicação não colocam maiso turismo como um negócio que está longeda gente, mas como uma coisa perto, e hojeo turismo está deixando pouco a pouco deser notícia. Antigamente saía nas colunas

O Jornalista Carlos Felipe*, o primeiro a percorrer os mais de 800 km daEstrada Real, fala sobre turismo, história e cultura

ENTREVISTA

sociais que fulano foi a Europa. Hoje não,isso é uma coisa comum. E antes só ia àDisney quem tinha dinheiro. Antigamente sótinha um hotel, e ficava vazio. Hoje existemquantos? Estão sempre cheios. Sinal de quehouve uma democratização. E isso a genteprecisa colocar: que o turismo não pode serfeito apenas para o rico, mas para todos. Setem um restaurante que cobra caro, o preçojusto pelo produto que oferece, mas tem queter o “PF” também. Se o sujeito, por exemplo,precisa fazer um trekking caríssimo, tudobem. Mas tem que ter opção para o fulanoque quer andar de cavalinho, fazer uma trilha.E essa é a democratização que todosesperamos. Enquanto ela não acontecer, oturismo não emplaca.

A abordagem da história e cultura deMinas como notícia já tinha sido discutidaem Congressos anteriores?

Carlos Felipe: Devagar. Acho que é aprimeira vez que alguma coisa surge, eisso é em razão, claro, de que estamos comum produto em fabricação que o próprioGoverno do Estado está se empenhando.Agora temos que lembrar também, que anossa Secretaria de Estado do Turismonão tem quatro anos. Então, o turismohoje, só agora está começando a serencarado como um produto e, ao mesmotempo, fator de desenvolvimento social.Antes o turismo era olhado única eexclusivamente em seu caráter de lazer. Eos governos não tinham nenhuminteresse. Hoje o Brasil está percebendo,e por isso está havendo uma concorrênciafantástica entre os Estados, e você passaperceber que Minas ainda está muitolonge. Quem acha que Minas está muitolonge, basta ir à Bahia para ver que elesestão gastando vinte vezes mais. Então, ésó ir a Pernambuco, Santa Catarina, RioGrande do Sul. Nós estamos lá em baixo.Parece que a gente está fazendo muito, masestamos começando, engatinhando, masjá leva um Congresso de jornalistas aanalisar o turismo. Mas ainda a gente estádevendo muito ao turismo, principalmenteporque a gente sabe que Minas tem omaior potencial turístico do Brasil. Nãotemos praia, mas quantos lagos,cachoeiras e rios para esportes náuticos,e mais ainda: qual Estado que temmontanhas como as nossas, essa riquezade história, cultura, gastronomia e culturapopular, artesanato, onde se tem MiltonNascimento, serestas, corais, bandas commais de 150 anos, o Skank, enfim, ficaríamoso dia inteiro falando sobre isso. Então,estamos apenas começando, nãoaproveitamos quase nada ainda. Nossopotencial é muito maior do que a genteimagina.

(*) Jornalista e professor dejornalismo da PUC.MG

Stefan Willian, Dilson Cláudio da Silva,Breno Almeida Cunha

1º período de Jornalismo

“Nosso potencial é muito maior que imaginamos”,afirma o jornalista Carlos Felipe

Douglas Couto

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