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ABORDAGEM CLÍNICA DA
CIRROSE HEPÁTICA
OMNIA Abril 2012
Dra Luciana A. Bento - HRMS
CIRROSE HEPÁTICA
ÁLCOOL HEPATITE C ESTEATOSE HEPÁTICA HEPATITE B
COMPLICAÇÕES DA CIRROSE
Ascite Peritonite Bacteriana Espontânea Síndrome Hepatorrenal Encefalopatia Hepática Hemorragia Digestiva Alta
ASCITE
80% - cirrose hepática Objetivo: neutralizar a retenção renal de Na
(balanço negativo) - redução da ingesta de Sódio da dieta - diuréticos
Restrição de sódio
1 a 2 g de sal por refeição – favorece a terapia diurética.
Dietas muito restritas não são palatáveis e os paciente diminuem a ingesta – compromotendo o estado nutricional.
Restrição de líquidos
Hiponatremia dilucional (<120 mEq/L) – 30% dos cirróticos com ascite – mau prognóstico
Nesses casos – restrição hídrica de 1 a 1,5 L/dia Somente se < 110 mEq/L ou manifestação
clínica – administrar solução salina
Diuréticos
Hiperaldosteronismo secundário (estímulo do SRAA)
Uso de antimineralocorticóides – ESPIRONOLACTONA
Dose inicial 100 mg, aumento a cada 3 a 5 dias até 400 mg
Para potencializar a natriurese – FUROSEMIDA
Dose de 40 a 160 mg/dia – 1 x dia
Controle
Monitorizar o peso corporal em jejum Objetivo: perda de 300 a 500 g/dia sem edema
periférico e 800 a 1000 g/dia com edema Controle com Na urinário (>78 mEq/dia)
Paracentese de alívio
Ascite tensa ou refratária ESCOLHA: paracentese total com reposição de
albumina. Se > 5L : albumina 6 a 8 g/L Manter diuréticos se creat < 1,5
PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA
Todo paciente com ascite deve ser puncionado! Cirróticos descompensados Agente etiológico: enterobactérias, G-
European Association for the Study of the Liver Journal of Hepatology 2010 vol. 53 j 397–417
PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA
Contagem de PMN na ascite
≥ 250 e < 500 PMN Sem sintomas
≥ 500 PMN C/ ou s/ sintoma
≥ 250 PMN Com sintoma
Iniciar antibioticoterapia Repetir paracentese 48h
Alta
Positivo
Negativo Paracentese 48h após início da antibioticoterapia
Rever antibiótico Peritonite 2ária?
Contagem PMN igual ou > que a inicial
Completar tratamento
Contagem PMN < 50% do inicial
PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA
Tratamento Cefalosporina de 3ª geração: cefotaxima 2g
EV 8/8h por 5 a 7 dias. Controle da celularidade: após 48h Alternativa: ceftriaxone 1g 12/12 Hh EV Cobertura: 94% da flora causadora de PBE
PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA
Tratamento Albumina EV: PROFILAXIA DE SÍNDROME
HEPATORRENAL diminui a possibilidade de hipovolemia, déficit de função
renal e aumenta a sobrevida (Level A1)
• 1,5 g/Kg de peso no 1º dia • 1,0 g/Kg de peso no 3º dia
European Association for the Study of the Liver Journal of Hepatology 2010 vol. 53 j 397–417
PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA
Profilaxia secundária Reduzir incidência de novo episódio. Norfloxacina 400mg/d SMZ + TMP 2 cp /dia
Manter até tratamento definitivo –
TRANSPLANTE HEPÁTICO
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
FLAPPING
Grau Características clínicas 1 2 3 4
Alteração no humor e sono Confusão mental; asterixis
Torpor
Coma
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
FATORES PRECEPTANTES Uso inapropriado de tranqüilizantes/sedativos
Hemorragia gastrintestinal
Distúrbio hidroeletrolítico
Infecções: PBE, IVAS, ITU
Jalan, Lancet 1997
Coma
EH clinicamente manifesta
EH mínima
Internação hospitalar requerida (torpor/coma) Paciente refere seu mal-estar
Alterações apenas em testes específicos
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
Redução do amônia sérica:
- Aspartato de ornitina:
- Envelopes com 3 g e ampolas de 5g (10 ml)
- Até 4 ampolas diárias
- Um envelope 1 ou 2 vezes/dia as refeições ou com bastante líquido.
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA LACTULOSE: até 30 ml de 8/8 h
CLISTER GLICERINADO COM OU SEM LACTULOSE
ANTIBIÓTICOS: Neomicina, metronidazol
Eliminar conteúdo dos cólons para ↓ produção e
absorção de amônia e substâncias nitrogenadas.
Larsen & Wendon, Hepatology 2009
SÍNDROME HEPATORRENAL
Insuficiência renal funcional = sem patologia renal
Perda progressiva da função renal por VASOCONSTRIÇÃO RENAL E VASODILATAÇÃO EXTRA RENAL
Desequilíbrio entre vasodilatadores e vasoconstritores
Critérios de Diagnóstico - 2007
Cirrose com ascite Creatinina >1,5 mg/dL Ausência de redução da creat após 2 dias de expansão
com albumina e suspensão dos diuréticos Ausência de choque Ausência de drogas nefrotóxicas Ausência de dça renal indicada com ptnúria > 500
mg/dia, microhematúria ou anormalidade no US Paolo Angeli e Carlo Merkel
Journal of Hepatology 48 (2008)
Tipos de SHR
Tipo 1 – progressão rápida – 2x a creat inicial ou creat >2,5 mg/dL em menos de 2 semanas – manifestção clínica : IRA
Tipo 2 – progressão lenta ( creat entre 1,25 e 2,5 mg/dL) – manifestção clínica : ascite refratária
Tratamento SHR tipo I
TERLIPRESSINA + albumina
- Recuperação da função renal em 40 a 60% - Se houver recidiva – retratamento eficaz - Melhora a hiponatremia e a sobrevida pré tx
TRANSPLANTE HEPÁTICO É A OPÇÃO IDEAL!!
Tratamento SHR tipo I
TERLIPRESSINA: bolus de 0,5 mg EV 4/4 ou 6/6 hs; se não houver resposta (redução de 30% da
creat em 3 dias) dobrar a dose – até 12 mg/dia Efeito adverso: Bradicardia
Tratamento SHR tipo II
ASCITE REFRATÁRIA TIPS é mais efetivo que paracentese terapêutica Paracentese terapêutica : drenagem de grande
volume + reposição de albumina 6 a 8 g/litro retirado após 5 litros.
Prevenção
Muito importante!
Profilaxia secundária de PBE com Norfloxacina
Uso de albumina na vigência de PBE
HDA VARICOSA
EPIDEMIOLOGIA
Cerca de 30% dos hepatopatas crônicos compensados apresentam VE
30% - HDA VARICOSA.
20% - óbito por ocasião do 1º episódio.
taxa de ressangramento em 1 ano ≅ 70%.
HDA VARICOSA
MEDIDAS GERAIS
Internação em UTI
Hemotransfusão (Ht 25-30% e/ou Hb ≅
8g/dL)
Profilaxia com quimioterápicos Norfloxacino Ou Ciprofloxacina ou Ceftriaxona por 7 dias.
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA:
NAS PRIMEIRAS 12 HS
BAVENO V Journal of Hepatology 2010
HDA VARICOSA
MEDIDAS ESPECÍFICAS
Drogas vasoativas: VASOCONSTRIÇÃO ESPLÂNCNICA TRATAMENTO ENDOSCÓPICO: Escleroterapia /
Ligadura elástica TIPS (transjugular intrahepatic porto-systemic shunt) Tamponamento por balão Cirurgia de emergência.
HDA VARICOSA
MEDIDAS ESPECÍFICAS
DROGAS VASOATIVAS
• Octreotide e a Terlipressina.
• Utilizadas a partir da suspeita de sangramento decorrente da HP.
• Mantida por 5 dias
HDA VARICOSA
MEDIDAS ESPECÍFICAS
LIGADURA ELÁSTICA
• Tecnicamente mais difícil na
vigência de sangramento
ativo.
HDA VARICOSA
MEDIDAS ESPECÍFICAS
TIPS (shunt intra-hepático
transjugular porto-sistêmico)
• Ausência de controle do sangramento.
• Recorrência após 2 sessões da terapia
endoscópica em um período de 5 a 7
dias.
Early Use of TIPS in Patients with Cirrhosis and Variceal Bleeding NEJM 362;25 june 24, 2010
HDA VARICOSA
TAMPONAMENTO POR BALÃO
• Primeira linha no tratamento da
HDAV até 1980.
• Reservado para sangramento
incontrolável.
Balão de Sengstaken-Blakemore
Algoritmo de atendimento HDAV SUSPEITA DE HDAV
Drogas vasoativas + ATB profilaxia + EDA em 12 h
TTO endoscópico + manutenção drogas vasoativas por 2 – 5 dias
Sangramento não controlado
Nova tentativa endoscópica
Sangramento não controlado
TIPS, balão (como ponte), cirurgia
Controle sangramento
Profilaxia 2aria
Β-bloq não seletivos,
LE ou associação
HDA VARICOSA
PREVENÇÃO DE RESSANGRAMENTO
Profilaxia secundária iniciada a partir do quarto dia do episódio agudo.
Cirróticos que não utilizavam profilaxia primária: Betabloqueadores e ligadura elástica ou ambos.
Cirróticos que faziam profilaxia: associar tratamento endoscópico (LE)
Obrigada! [email protected]