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ABORDAGEM GEOMÉTRICA ENTRE A INFORMALIDADE E A FORMALIDADE DA HABITAÇÃO AMAZÔNICA MENEZES, TAINÁ MARÇAL DOS SANTOS (1); PERDIGÃO, ANA KLAUDIA DE ALMEIDA VIANA (2); FELISBINO, DANIELLI DE ARAÚJO (1). 1. Universidade Federal do Pará. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Rua: Augusto Corrêa n°01- Guamá CEP: 66.075.110 Belém-PA. [email protected] 2. Universidade Federal do Pará. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. Rua: Augusto Corrêa n°01- Guamá CEP: 66.075.110 Belém-PA. [email protected] 3. Universidade Federal do Pará. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Rua: Augusto Corrêa n°01- Guamá CEP: 66.075.110 Belém-PA. [email protected] (Bolsista Pibic-Af/ UFPA) RESUMO Trata-se da análise geométrica da habitação amazônica entre a informalidade da palafita e a formalidade do sobrado, situadas na Vila da Barca (Belém-PA). O objetivo maior é produzir um saber operativo e propiciar o resgate de elementos arquitetônicos que promovam a sustentabilidade social para subsidiar projetos de habitação social. Palavras-chave: habitação social, Amazônia e projeto de arquitetura.

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ABORDAGEM GEOMÉTRICA ENTRE A

INFORMALIDADE E A FORMALIDADE DA HABITAÇÃO

AMAZÔNICA

MENEZES, TAINÁ MARÇAL DOS SANTOS (1); PERDIGÃO, ANA KLAUDIA

DE ALMEIDA VIANA (2); FELISBINO, DANIELLI DE ARAÚJO (1).

1. Universidade Federal do Pará. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Rua: Augusto Corrêa n°01- Guamá CEP: 66.075.110 Belém-PA.

[email protected]

2. Universidade Federal do Pará. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Programa de

Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo.

Rua: Augusto Corrêa n°01- Guamá CEP: 66.075.110 Belém-PA.

[email protected]

3. Universidade Federal do Pará. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Rua: Augusto Corrêa n°01- Guamá CEP: 66.075.110 Belém-PA.

[email protected] (Bolsista Pibic-Af/ UFPA)

RESUMO

Trata-se da análise geométrica da habitação amazônica entre a

informalidade da palafita e a formalidade do sobrado, situadas na Vila da Barca

(Belém-PA). O objetivo maior é produzir um saber operativo e propiciar o

resgate de elementos arquitetônicos que promovam a sustentabilidade social

para subsidiar projetos de habitação social.

Palavras-chave: habitação social, Amazônia e projeto de arquitetura.

1. INTRODUÇÃO

Sustentabilidade é um termo que percorre diversas matrizes discursivas.

Porto (2009) defende um conceito sistêmico que visa “suprir as necessidades

de gerações presentes sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir

as suas”, estruturada em três pilares: o da racionalização de recursos, o da

coleta de resíduos e o da qualidade de vida. Portanto o termo não se resume a

práticas estritamente ecológicas, depende diretamente dos padrões de

produção e consumo da humanidade.

De acordo com os princípios da Agenda 21, das Conferências da ONU

sobre Meio Ambiente e do Relatório Brundtland (1987), a sustentabilidade deve

estar acompanhada do conceito de desenvolvimento. Neste sentido, Acselrad

(1999) retrata questões intrínsecas à durabilidade e desenvolvimento das

cidades, as quais possuem ação tanto na representação técnica e na

redefinição das bases políticas urbanas, quanto nos princípios que promovem a

cidadania das populações urbanas. Assim sendo, o desenvolvimento

sustentável urbano requer uma busca renovada de soluções multilaterais que

procure aliar não só a conservação e correta utilização dos recursos naturais, a

qualidade de vida da população e do ambiente, mas também a valorização das

relações sociais e culturais.

Sob a ótica imaterial, a sustentabilidade urbana investe na cidade como

um espaço da qualidade de vida, atuando em práticas sociais e recorrendo a

uma comparação entre dois momentos situados no tempo, seja passado e

presente, ou presente e futuro. Este primeiro momento, passado e presente, é

fundamental para a caracterização do patrimônio imaterial das pessoas, pois

constrói valores e heranças, as quais dão identidade ao lugar ao longo do

tempo (ACSELRAD, 1999).

Perdigão (2000) destaca a importância de estudos e de práticas que

comprove a importância dos valores e das relações sociais para os moradores

de assentamentos de baixa renda, associando ao projeto arquitetônico

habitacional a função de resgatar elementos que mantenham laços entre os

moradores e o antigo espaço de moradia, o que não é verificado nas práticas

padronizadas, reproduzidas em larga escala no Brasil. Trata-se de

intervenções físico-espaciais que agregam valores e categorias de análise,

ordenação espacial e organização comunitária, com o intuito de tornar a

proposta mais personalizada e menos impositiva, aproximando-se da ótica de

quem irá residir à habitação. Nesta direção, Porto (2009) define arquitetura

sustentável, como uma prática que avalia suas etapas, ou seja, a do projeto, a

da construção, a do uso e a da ocupação, através do entorno, da edificação em

si, de materiais e de aspectos humanos e culturais.

Para a Comissão Brundtland, o desenvolvimento sustentável é uma

construção social, logo os planejadores necessitam valorizar as iniciativas

comunitárias, através da efetiva participação dos cidadãos na tomada de

decisões “para atender as necessidades básicas de todos e dar a todos a

oportunidade de realizar suas aspirações de uma vida melhor” (COMISSÃO

MUNDIAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991). As Agendas

Habitat I e Habitat II também retrataram sobre a participação popular na

identificação das necessidades e prioridades locais, ou seja, a sustentabilidade

urbana deve agir no atendimento da quantidade e da qualidade das demandas

sociais.

A produção de habitação quando não objetiva tais práticas repercute de

forma insatisfatória para a cidade e para os moradores. Por isso, torna-se

importante os estudos geométricos das casas produzidas informalmente e

formalmente a fim de identificar conflitos espaciais decorrentes da ruptura de

condições habitacionais familiares aos moradores. Objetiva-se assim identificar

padrões geométricos na habitação amazônica para fins projetuais com a

valorização da interação entre morador e espaço construído pela identificação

com a habitação a partir da palafita amazônica.

2. PALAFITA AMAZÔNICA

O uso de palafitas como possibilidade de habitação forma um conjunto

paradigmático para áreas alagadas ou alagáveis (SIMONIAN, 2010). Essas

palafitas são moradias populares que dialogam com a natureza e a cultura da

região amazônica, com perna finas de madeiras submersas durante a enchente

e vindas à tona durante a vazante, além disso, é atribuída uma identidade

própria, devido á variedade tipológica produzida, que imprime uma identidade

particular às próprias habitações (PEREIRA, 2008).

O padrão espacial de habitações na Amazônia é marcado pelo tipo

palafita, o que representa uma arquitetura vernácula entendida como uma

arquitetura comum, anônima, construída sem interferência de arquitetos ou

engenheiros, exprimindo com linguagens e expressões que refletem o lugar e o

ambiente onde foi formada (BARDA, 2007).

A arquitetura vernácula é a ciência natural da construção, pelos

conhecimentos tradicionais da cultura própria de cada povo, na defesa de que

o desafio da demanda de construções sociais e sustentáveis somente será

resolvido com a ajuda desta forma tradicional de arquitetura (OLIVER, 2006).

Para Marques et. al (2009), a definição de arquitetura vernácula está ligada a

todo o tipo de arquitetura na qual se empregam materiais e recursos do próprio

ambiente em que a edificação é construída, caracterizando uma tipologia

arquitetônica com caráter local ou regional. Nesse sentido a arquitetura é

interpretada conforme Morris apud Benevolo, 1972.

“A arquitetura, abrange toda a consideração do ambiente físico

que rodeia a vida humana; a arquitetura é o conjunto

das modificações e alterações produzidas na superfície da terra,

para satisfazer qualquer necessidade humana, exceto o deserto.”

O tipo palafita pode ser apropriado na concepção arquitetônica por um

tipo que se apresenta como instrumento cognitivo proporcionando um caráter

operativo ao processo projetual, desempenhando o papel de organizador da

concepção arquitetônica baseada em precedentes que se destacam na história

da arquitetura pelos valores culturais agregados (PERDIGÃO, 2009). O estudo

de tipo tradicionalmente ribeirinho justifica-se, pois permite compreender a

importância da arquitetura das palafitas no contexto da cultura amazônica, que

expressa o diálogo do homem amazônico com a natureza como o próprio

desenvolvimento do espaço urbano na cidade.

Neste contexto, o espaço tradicional de moradia amazônica apresenta

uma configuração espacial norteada pela forte relação de dependência com o

corpo d’água e pelas características geomorfológicas que determinam a

ocupação do território insular (áreas alagáveis), criando assim uma variedade

tipológica dessas moradias tradicionais da cultura ribeirinha (TRINDADE Jr.,

2002). Naturalmente, esse tipo de solução não se restringe aos rios

amazônicos (WEIMER, 2005).

3. ANÁLISE DA HABITAÇÃO AMAZÔNICA: O CASO DA

VILA DA BARCA

A palafita amazônica será analisada no contexto de produção do espaço

informal e sob o espaço formal será analisado o projeto de reassentamento

populacional da Vila da Barca (Belém-PA).

3.1 HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO E AÇÕES DE INTERVENÇÃO

A Vila da Barca localiza-se na cidade de Belém e está inserida numa área

de “baixada”, em terras alagáveis. A “comunidade flutuante”, como ficou

conhecida, surgiu a partir de duas lógicas de ocupação, em larga escala em

palafitas e em menor proporção de habitações em “terra-firme”, porém essa

divergência sempre trouxe problemas de identificação do que seria a Vila da

Barca para os moradores.

A Prefeitura Municipal de Belém (PMB), através da Secretaria de

Habitação (SEHAB) iniciou em 2006 as obras de reassentamento de famílias

das palafitas para as novas moradias construídas em área contigua na Vila da

Barca. O projeto tem o objetivo de elevar as condições socioambientais da

população local através da implantação de 634 unidades habitacionais e

infraestrutura urbana, está inserido em três Programas, os quais o dividem em

3 etapas, porém desde o início das obras, somente a 1ª etapa (Programa

Morar Melhor) já foi totalmente entregue.

A proposta arquitetônica para as unidades segue a tipologia de sobrados

em alvenaria estrutural para toda a extensão do terreno, adotando três tipos de

planta que configuram os blocos em seis agrupamentos diferentes, mas que

variam somente na forma externa, pois todas as unidades, sejam apartamentos

ou casas térreas, possuem aproximadamente 64m² e constam de sala,

cozinha, banheiro, área de serviço e 2 dormitórios.

É certo que as características geomorfológicas da área determinaram a

forma de ocupação, mas a variabilidade tipológica antes existente agregava

particularidades advindas do povo que ali fincou pela primeira vez no espaço

urbano, que são os ribeirinhos, e atualmente o projeto que está sendo

implantado difere de ambas as realidades, dos que moravam em palafitas e

dos que residiam em terra-firme (MENEZES, 2011). Pelas características

relacionadas, adota-se o estudo da habitação na Vila da Barca pela produção

formal e pela produção informal como mostra a figura 03.

3.2 ANÁLISE GEOMÉTRICA DA HABITAÇÃO: ENTRE A PRODUÇÃO

INFORMAL E FORMAL

A configuração espacial da habitação ribeirinha é composta na maioria

das vezes por uma sala, uma cozinha, que em alguns casos é integrada com a

sala criando-se um ambiente multiuso, um banheiro, normalmente situado fora

das dependências da casa e por fim os quartos. Assim, no contexto da moradia

em palafitas, entende-se que os requisitos comuns à moradia, tal como o

atendimento do programa, a forma geométrica e a implantação são

contemplados às necessidades inerentes à proximidade com o rio. Portanto, o

homem amazônico tem suas particularidades, necessidades específicas e

tradições próprias que praticamente seguem um padrão básico: volumetria

retangular e telhado de uma e duas águas, chegando a alguns casos até 4

águas.

Figura 03 – Produção informal e produção formal na Vila da Barca.

A produção de arquitetura que adota como premissa a inclusão de

referências espaciais anteriores dos moradores pode se apoiar em algumas

interpretações confiadas ao saber operativo. Entre lugar, construção, programa

e estruturas formais (MAHFUZ, 2003), a possibilidade é decifrar um aspecto

dentre as estruturas formais, ou seja, análise da planta baixa entre o padrão

informal e formal de habitação para identificar geometricamente os conflitos

existentes.

Fazendo-se uma relação entre a configuração espacial da palafita com os

sobrados de alvenaria percebe-se uma justaposição entre a distribuição

espacial. Já observando a Figura 03, é possível perceber que há

predominância da circulação linear nas palafitas, enquanto que nos sobrados a

circulação é caracterizada por um fluxo racional através da circulação

sobreposta aos ambientes. Desta forma a análise da configuração espacial

confirma a diferença do uso e da ocupação espacial das palafitas em relação

aos sobrados.

Entre os diferentes tipos de desenhos, as plantas ocupam um lugar de

destaque, não oferecem toda explicação de um projeto, mas a essência de sua

intenção (BROWNE, 1996). Neste contexto, o trabalho visa identificar o padrão

espacial na produção da habitação formal e informal do município de Belém

(PA). Apresentando-se uma analise das casas tipo palafita e sobrado, de modo

a promover discussões a partir da elaboração de esquemas geométricos,

identificando os referenciais espaciais do morar amazônico em termos da

circulação e geometria.

A produção de caráter informal apresenta uma configuração em planta

linear onde os espaços estão conectados e a circulação se realiza de espaço a

espaço ou através de atividades, desta forma cria-se uma organização em

planta e volume, onde a circulação se desenvolve ao longo de uma linearidade

que passa através dos ambientes, ou seja, a circulação não se separa do

espaço de uso (REIS, 2002) ou como Clark & Pause (1987) considera uma

circulação superposta aos ambientes.

A produção formal é composta por uma configuração com adição por

sobreposição onde a forma do conjunto é a soma das partes ou blocos

sobrepostos, resultando na combinação das partes e possibilitando a

interpenetração de volumes e setores espaciais (REIS, 2002), ao mesmo

tempo em que a geometria se apresenta pela superposição de quadrados e

retângulos, proporcionando uma circulação separada parcialmente do espaço

uso, condicionada por uma configuração espacial compacta, criando-se

espaços de distribuição que não se apresenta linearmente (CLARK & PAUSE,

1987).

Figura 04 – Análise geométrica da produção informal na Vila da Barca.

3.3 ADAPTAÇÃO HABITACIONAL

A repercussão do espaço habitacional gera em muitas vezes conflitos

para o morador, principalmente quando a habitação não atende às respectivas

necessidades e aspirações do usuário e sendo padronizado impossibilita que

os usuários promovam adaptações às próprias habitações. Na apropriação do

espaço formal de habitação, constata-se ausência de identificação com o

espaço habitacional pelo morador, já que se trata de um projeto padronizado

onde os moradores não tiveram a oportunidade de participação e escolha nas

soluções arquitetônicas adotadas, o que se faz presente nas falas dos

moradores:

“Aqui ninguém escolheu como queria a casa, eles só deram

escolha de se for idoso fica no térreo” (Morador 01).

“não gosto dessa casa, preferia ta morando na minha antiga

casa, lá era do meu jeito, eu podia mexer que ninguém reclamava...”

(Morador 02).

“Eles nem pediram opinião de como a gente queria a casa”

(Morador 03).

Figura 05 – Análise geométrica da produção formal na Vila da Barca.

As respostas dos moradores mostram uma ruptura com a familiaridade do

espaço habitacional, o que vem provocando iniciativas para adaptação

habitacional por meio de alterações em suas unidades de habitação na busca

por uma identificação com a casa. Isto porque, segundo Marroquim & Barbirat

(2007) quando não há uma harmonia na relação ambiente-usuário, a tendência

natural é que o usuário modifique o ambiente.

Deste modo a decifração de padrões e associação de respostas

geométricas para subsidiar o projeto de arquitetura evidencia a importância da

incorporação da essência do espaço espontâneo produzido na Amazônia.

Segundo Malard (2006) a Arquitetura, para ser bem compreendida na sua

totalidade, precisa ser considerada para além de seus aspectos visuais, ou

seja, na sua relação com a natureza do ser.

Vale ressaltar a importância deste estudo para a valorização de aspectos

humanos da arquitetura, especificamente, pela decifração de padrões espaciais

que não podem ser interrompidos sob pena do não atendimento das reais

necessidades dos usuários, facilitando a identificação de equivalentes

espaciais que apoiariam as decisões do projeto de arquitetura, o que é de

fundamental importância para subsidiar o projeto habitacional para população

sob alvo de remanejamento, no sentido de oferecer continuidade das

referências espaciais significativas com a nova casa. (PERDIGÃO, 2005;

PERDIGÃO & BRUNA, 2010).

As alterações para adaptação habitacional são evidencias da falta de

sintonia entre projeto arquitetônico e as respostas às necessidades de seus

usuários resultando em um conflito entre ser (usuário) e espacialidade

(projetado), manifestando a falta de atendimento da dimensão simbólica, esta

se relaciona ao universo das percepções, emoções e crenças, isto é, ao

universo do desejo (MALARD, 2006).

4. CONCLUSÃO

A partir do conceito sobre desenvolvimento sustentável e sustentabilidade

social infere-se que projetos habitacionais que priorizam o usuário possuem

cunho sustentável por resgatar elementos arquitetônicos que possibilitam a

identificação do morador com a casa atendendo a definição de Porto (2009)

sobre arquitetura sustentável, além de diminuir a mobilidade populacional em

reassentamentos, a qual se pode entender como uma prática presente visando

o futuro da cidade, como sugere Acselrad (1999).

A importância deste estudo valoriza os aspectos humanos da arquitetura,

especificamente, pela decifração de padrões espaciais através da análise

geométrica do tipo palafita e tipo sobrado em habitações amazônicas na região

metropolitana de Belém, pois facilita a identificação de equivalentes espaciais

que apoiariam as decisões do projeto de arquitetura, o que é de fundamental

importância para subsidiar o projeto habitacional para população alvo de

remanejamento no sentido de oferecer continuidade das referências espaciais

significativas com a nova moradia.

Estudos como este percorrem o caminho do saber operativo para o

atendimento de necessidades humanas com a prática de arquitetura na

tentativa de responder a questão básica: como o espaço arquitetônico leva o

usuário a sentir-se em casa?

Figura 06 – Diagrama da integração das Dimensões Simbólicas.

Fonte: Felisbino et. al, 2011.

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