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Brasília-DF 2003 Conselho Federal de Contabilidade ABORDAGENS ÉTICAS PARA O PROFISSIONAL CONTÁBIL

Abordagens Éticas para o Profissional Contábil

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Brasília-DF2003

Conselho Federal de Contabilidade

ABORDAGENS ÉTICAS PARA OPROFISSIONAL CONTÁBIL

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Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Lúcia Helena Alves de Figueiredo - CRB 1/1.401

FICHA CATALOGRÁFICA

EDITORCONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADESAS Quadra 5 - Bloco J - Ed. CFCTelefone (61) 314-9600 - Fax (61) 322-2033 - www.cfc.org.brBrasília - DF70070-920TIRAGEM: 4.000 exemplaresDistribuição gratuita

ABORDAGENS ÉTICAS PARA O PROFISSIONAL CONTÁBIL

FICHA TÉCNICA

AUTORESAntonio Carlos Ribeiro da SilvaBibiani Borges DiasFrancisco José dos Santos AlvesJosé Joaquim BoarinNicolau SchwezSilene Rengel CotaSimone Cristina de Castro Wojcicki

REVISÃOMaria do Carmo Nóbrega

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOFabíola Rech

CAPADuetto Propaganda

C755a

Conselho Federal de Contabilidade

Abordagens éticas para o profissional contábil/Conselho Federal de Contabilidade. - - Brasília: CFC,2003.

90 p.

1. Ética - Profissional Contábil. 2. Ética Profissional -Legislação. I. Título.

CDU – 174:657

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ApresentaçãoO Projeto de Integração da Profissão Contábil vem, gradativamente,

sendo compreendido pelos contabilistas que integram cada uma desuas células específicas. Para que seja forte, qualquer profissão devereforçar a sua base de sustentação intraclasse, aguçando a convivên-cia e fortalecendo os elos de ligação entre seus integrantes.

Dentro dessa filosofia, destacamos o Projeto CFC de IntegraçãoAcadêmica, dinamizado pela Comissão de Integração Acadêmica, quenasceu com a finalidade de integrar as faculdades de Ciências Contá-beis e, mais especificamente, os professores de Contabilidade emtodo o País.

Em sua primeira reunião, a Comissão de Integração Acadêmica,ao traçar os objetivos macro e delinear as metas a serem perseguidasno projeto, manifestou-se pela importância da produção de um livroque viesse a dar suporte aos professores das disciplinas de Ética eExercício Profissional. A pouca bibliografia disponível nesta área foi oargumento suficiente para que a idéia fosse, de imediato, por mimacatada.

Esta é a origem deste livro ABORDAGENS ÉTICAS PARA OPROFISSIONAL CONTÁBIL, um tema intrigante, que ora colocamosà disposição dos dirigentes da profissão contábil, das faculdades deCiências Contábeis e, é obvio, dos professores de Contabilidade detodo o País e aos demais interessados na temática.

É uma contribuição do Conselho Federal de Contabilidade, pormeio do Projeto CFC de Integração Acadêmica, à pesquisa e à dis-cussão sobre a ética em caráter geral e, num contexto específico,aplicável ao profissional de contabilidade.

Registro, aqui, meus sinceros agradecimentos aos professoresque compõem a Comissão de Integração Acadêmica e autores destelivro: Antonio Carlos Ribeiro da Silva, Bibiani Borges Dias, Fran-cisco José dos Santos Alves, José Joaquim Boarin, NicolauSchwez, Silene Rengel Cota e Simone Cristina de Castro Wojci-cki, pela importante contribuição dada, não só ao mundo acadêmico,mas a toda a profissão contábil.

Brasília-DF, dezembro de 2003.

Alcedino Gomes Barbosa Presidente

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Prefácio

É muito gratificante para mim, como Coordenador da Comissãode Integração Acadêmica do Conselho Federal de Contabilidade, emprefaciar este livro.

Chama a atenção o interesse que desperta o tema Ética na Al-deia Globalizada. Aparece como um sintoma de ausência. Diariamen-te, vivemos e nos defrontamos com violentas transgressões nessaárea, tanto no plano teórico como no âmbito da vida pessoal e profis-sional; já não sabemos o que é “bem viver ou o que é o melhor”, masfalar em Ética está na ordem primeira do dia.

Ora, não se trata de um tema tão simples como veremos nesselivro, especialmente porque a exigências éticas da profissão contábiltêm raízes nas aspirações da modernidade e são afetadas pela ruptu-ra do ethos cultural. A forma de entrelaçamento entre o fazer, apre-sentar e orientar sofreu um deslocamento atual em função da crise nabase normativa da sociedade moderna.

Nunca é demais lembrar regras básicas de conduta funcionalpessoal e profissional. Embora quase que intuitivas, as regras éticasmuito simples, mas importantes, às vezes, são esquecidas. Devemser colocadas com o sentido prático de definir aquilo que é certo ouerrado, em se manter uma conduta firme e determinada permeada porparâmetros plausíveis centrados na conduta ética e, como conseqüên-cia, a realização pessoal e profissional no âmago do rumo correto.

Portanto, com a colaboração de todos o membros desta Comis-são, e aqui os meus sinceros agradecimentos aos queridos colegaspelo trabalho e desempenho na elaboração desta obra, está aí o Livro“Abordagens Éticas para o Profissional Contábil”, para servir como umguia a todos os profissionais da Contabilidade que estão envolvidosem propagar a importância da Ética no contexto contábil para a valo-rização e o desenvolvimento desta grandiosa profissão.

Contador Professor Nicolau SchwezCoordenador da Comissão de Integração Acadêmica do CFC

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Membros da Comissão de Integração Acadêmica do CFC

NOME

Nicolau Schwez (Coordenador)- Professor da Universidade Federal doRio Grande do Sul- Vice-Presidente de Fiscalização doCRCRS

José Joaquim Boarin- Advogado- Professor da Fundação Escola deComércio Álvares Penteado- Ex-Diretor da Faculdade de CiênciasEconômicas de São Paulo

Antônio Carlos Ribeiro da Silva- Professor da Universidade Estadual deFeira de Santana-BA- Professor da Fundação Visconde deCairu- Professor da Faculdade Baiana deCiências (FABAC)- Doutorando em Ciência de Educação- Mestre em Contabilidade- Pedagogo

Bibiani Borges Dias- Mestre em Gestão de Negócios pelaUniversidade Federal de Santa Catarina- Professora da Universidade Salgado deOliveira

Simone Cristina de Castro Wojcicki- Pós-graduada em Perícia Contábil pelaUniversidade Federal de Mato Grosso- Professora da Universidade de Cuiabá

Silene Rengel Cota- Conselheira do CRCSC- Professora da Universidade para oDesenvolvimento do Alto Vale do Itajaí- Professora da Fundação EducacionalHansa Hammonia

Francisco José dos Santos- Professor da Universidade Estácio deSá

E-MAIL

[email protected]

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[email protected]

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[email protected]

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Capítulo I – A Ética .......................................................................91.1. Considerações Preliminares .................................................91.2. Conceitos .............................................................................91.3. As Teorias que Explicam os Conceitos Éticos ................... 151.4. Ética Profissional ............................................................... 16

Capitulo II – A Ética na Profissão Contábil ............................... 192.1. Importância da Ética na Formação Profissional .................. 242.2. Perfil Ético-Profissional Contábil ......................................... 25

Capítulo III – Abordagem Prática - Estudo de Casos ............... 29

Considerações Finais ................................................................. 38

Referências Bibliográficas ......................................................... 39

Legislação sobre Ética Profissional do Contabilista ............... 41

Dados da Fiscalização Nacional - Sistema CFC/CRCs ........... 591. Considerações Iniciais .......................................................... 612. Objetivos da Atividade Fiscalizadora ..................................... 613. Estrutura Operacional e Programas de Fiscalização ............ 614. Análise do Desempenho Fiscalizatório ................................. 625. Das Planilhas de Dados ....................................................... 63

Dados dos CRCs .......................................................................... 65

Dados do CFC ............................................................................. 83

Conselhos Regionais de Contabilidade ................................... 87

Diretoria do Conselho Federal de Contabilidade ................... 89

Sumário

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A ÉTICA

1.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

A discussão ética tem sido muito presente nos dias atuais. Ahumanidade encontra-se em crise moral refletida pela violência, ego-ísmo, indiferença para com o seu semelhante, desejo desenfreadopelo poder, não respeitando as diferenças entre os indivíduos, cau-sando assim uma crise ética tanto no âmbito pessoal quanto noprofissional.

O que se pretende com este trabalho é CONSCIENTIZAR A CLAS-SE CONTÁBIL para exercer com dignidade e honradez as ações pro-fissionais, como sabiamente colocado pelo presidente do Comitê deIntegração Latino Europa América (CILEA), Sr. Oscar Juan Montaldo,“para que sejamos profissionais integrais, é necessário que divulgue-mos e apliquemos, perante a sociedade, os princípios e valores éticosda profissão.”

Permeados por este desejo é que desenvolveremos uma reflexãosobre a importância e o sentido da ética para nossa profissão, que nodesempenho das funções, deve-se ter qualidades e atributos que sãoindispensáveis para desenvolver o trabalho com eficácia. Essas finali-dades e virtudes vão traçar o perfil do profissional ético, contribuindopara o enriquecimento de sua atuação profissional. O Prof. Lopes Sá(1996, p. 151) afirma que as “virtudes básicas profissionais são aque-las indispensáveis, sem as quais não se consegue a realização deum exercício ético competente, seja qual for a natureza do serviçoprestado.”

1.2. CONCEITOS

Etimologicamente, a palavra ética vem do grego éthos e significa,analogamente, modo de ser ou caráter, como forma de vida tambémadquirida ou conquistada pelo homem. O homem aparece no centroda política, da ciência, da arte e da moral.

No dicionário Aurélio (1986), ética é “o estudo dos juízos deapreciação que se referem a conduta humana suscetível de qualifi-cação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determi-nada sociedade, seja de modo absoluto.” Assim, na visão ética, nãoexiste uma definição absoluta do bem e do mal; esses termos podem

Capítulo I

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apresentar conceitos diferentes quando analisa a cultura, crenças,ideologias e tradições de uma sociedade, comunidade ou grupo depessoas.

Contudo, o esclarecimento do que seja certo ou errado, bom oumau, ajuda a servir de guia para aquele que, em algum momento, seachar perdido. Não se pode obrigar a alguém a ser ético, isso depen-derá dos valores morais de cada pessoa, mas o que se pode fazer édeixar explícito aquilo que é certo e o que não é, assim caberá a cadaum a escolha do caminho a seguir.

Para Vasquez (1999, p. 23), Ética “... é a teoria ou ciência docomportamento moral dos homens em sociedade, ou seja, é a ciên-cia de uma forma específica do comportamento humano.” Nesta vi-são, percebe-se que a ética volta-se para a racionalidade humana,uma vez que o homem deve questionar-se e descobrir quais são osseus limites quanto aos direitos e deveres, a sua essência, aos seusvalores e crenças, aos seus princípios e a sua capacidade de viver emgrupo com outros seres.

Para Nalini (2001), a ética é a ciência do comportamento moraldos homens em sociedade. Neste conceito, o autor conceitua éticacomo uma ciência, uma vez que ela possui objeto de estudo e leispróprias e o seu objeto de estudo é a moral. A palavra moral vem dolatim “mores” que significa costumes. Portanto, a Ética é o ramo daFilosofia que tem como objeto a moral, um dos aspectos do compor-tamento humano. Logo, a ética configura-se como sendo a ciência docomportamento dos homens em sociedade.

A ética é também definida como conjunto de normas adquiridaspelo hábito reiterado de sua prática.O complexo de normas éticas sealicerça em valores, normalmente, designados valores do bem. Asnormas são regras de condutas.

Lopes Sá (2000,p.33), em seus escritos, comenta que:A ética é um estado de espírito é quase hereditário e vem daformação e do meio social no qual a criança teve sua personali-dade moldada, burilada para ingressar no convívio da sociedade,que é o que popularmente se denomina berço; e moral é adquiri-da por meio da educação formal e da experiência de vida.Moore (1975) aborda que ética é uma palavra de origem grega,

com duas origens possíveis. A primeira é a palavra grega éthos, com ecurto, que pode ser traduzida por costume; a segunda também se es-creve éthos, porém com e longo, que significa proporiedade do caráter.

Clolet (1986), em outra abordagem sobre ética, afirma que a mes-ma tem por objetivo facilitar a realização das pessoas, ou seja, que o serhumano chegue a realizar-se a si mesmo como tal, isto é, como pessoa.A ética se ocupa e pretende alcançar a perfeição do ser humano.

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Senge (1994, p. 4-6) ao referir-se sobre ética diz:A ética existe em todas as sociedades humanas, e talvez, mes-mo entre nossos parentes não-humanos mais próximos. Nós aban-donamos o pressuposto de que a Ética é unicamente humana. AÉtica pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras depensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, asações de um grupo em particular (moralidade), ou é o estudosistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (fi-losofia moral).Alguns filósofos contribuíram para o entendimento da ética hoje,

como Rousseau, no século XVII. Ele afirmou que “a consciência morale o sentimento de dever são inatos, são a voz da natureza e do dedode Deus em nossos corações.” Essas idéias permeiam as ações quese pratica e as crenças que se têm. Já Kant aspirava que “não existebondade natural. Somos egoístas, ambiciosos, destrutivos, cruéis,ávidos de prazeres que nunca nos saciam e pelos quais matamos,mentimos, roubamos, sendo necessário do dever, da obrigação, paranos tornarmos seres morais.”

Sócrates baseava sua ética numa convicção pessoal, adquiridapor meio da tentativa de compreender a justiça das leis. Já Descartespropõe uma adoção de uma moral provisória, que cuidasse, inicial-mente, das questões teóricas, resolvendo as práticas do jeito quedesse. Talvez, ainda, simplesmente, ignorar a ética, cuidando apenasde assuntos técnicos: conseguir dinheiro, progredir profissionalmen-te, etc.

A ética é um assunto que tem se tornado corrente no dia-a-diadas pessoas, pois a sociedade enfrenta graves desafios no início des-se século XXI, desafios esses evidentes nos comportamentos sociaisentre os indivíduos, na busca desenfreada do ter sem respeitar o seusemelhante. Como bem aborda Dalai Lama, a ética necessária parao novo milênio é o Amor ao Próximo, já há mais de dois mil anospreconizada por Jesus Cristo.

Se se associar a ética ao caráter do indivíduo, a mesma é algoque se forma pelo convívio, ocorrendo, desde a infância, com a pre-sença marcante da família em compartilhar valores morais que, porcerto, estarão presentes na vida adulta. Depois da família, os conví-vios com outros indivíduos e grupos os farão pautar-se em normas decomportamento, que são indicadores adequados, ou não, certo ouerrado, bem ou mal.

Chauí (1995, p. 24), ao abordar sobre os valores como padrões deconduta comenta:

A existência de um agente consciente, reconhecendo a diferençaentre os pares de opostos, é condição sine qua non da conduta

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ética. E a consciência moral não só reconhece essas direnças,como julga o valor dos atos e das condutas à luz de seus valores,assumindo as responsabilidades deles.Mediante os conceitos expostos, procura-se situar a ética dentro

de um contexto enquanto ramo do conhecimento e em uma concep-ção moderna Giovanni apud Lopes de Sá (2000, p. 44) como “A ciên-cia que, tendo por objeto essencial o estudo dos sentimentos e juízosde aprovação e desaprovação absoluta realizados pelo homem acercada conduta e da vontade humana.”

A ética encontra-se relacionada com a virtude; essa palavra origi-na-se do latim “vis”, que significa força, energia; Lopes Sá (1996, p.65)relata que “Na contuda ética, a virtude é condição basilar, ou seja, nãose pode conceber o ético sem o virtuoso como princípio, nem deixarde apreciar tal capacidade em relação a terceiros”. A virtude do ho-mem está relacionada com a prudência, justiça, fortaleza e temperan-ça, conforme Quadro 1.

Prudência

Justiça

Fortaleza

Temperança

A reta noção daquilo que se deve fazer ou evitar,exigindo o conhecimento dos princípios gerais damoralidade e das continências particulares da ação.

É o ato de respeitar os direitos e os deveres; é adisposição de dar a cada um o que é seu de acor-do com a natureza, a igualdade ou a necessida-de; é a base da vida em sociedade e da participa-ção na existência comum; a Justiça implica a com-binação de diversas atividades, com a imparciali-dade, a piedade, a veracidade, a fidelidade, a gra-tidão, a liberdade e a eqüidade.

Firmeza interior contra tudo o que molesta a pes-soa neste mundo, fazendo vencer as dificuldadese os perigos que exercem a medida comum.

Regra, medida e a condição de toda virtude; é omeio justo entre o excesso e a falta; exige sen-satez baseada num pensamento flexível e firme;encontra-se atrelada à continência, à sobrieda-de, à humildade, à mansidão e à modéstia.

Quadro 1 - Virtudes Básicas

Fonte: Adaptado de Camargo (2001, p.35)

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Atrelados às virtudes, existem os vícios que representam açõesou sentimentos contrários à mesma; implica a combinação de diver-sos sentimentos como o orgulho, a avareza, a gula, a luxúria, a inveja,a preguiça e a ira, que influenciarão e explicitarão o caráter de ho-mem. O Quadro 2 comenta cada um desses sentimentos.

Orgulho

Avareza

Gula

Luxúria

Inveja

Preguiça

Ira

Procura desordenada de excelência; o orgulhosose valoriza demais e, normalmente, diminui e me-nospreza os outros.

Procura desordenada de bens materiais; o ava-rento acumula riquezas, fazendo uso de meiosnem sempre lícitos e, principalmente, centralizan-do todo o ser neste esforço.

Procura desordenada dos prazeres de comer ebeber; causa o estrago da própria saúde, prejudi-cando, muitas vezes, atividades profissionais efamiliares.

Procura desordenada dos prazeres sexuais; vivecom fixação e obsessão, procurando satisfaçõesque até implicam desrespeito a si mesmo e aoutros.

Tristeza pelo bem alheio como um obstáculo apróprio bem, como se isso impedisse de ele tam-bém crescer e aparecer; ele sofre e até gostariaque ninguém fosse superior a si.

Recuo diante do trabalho e do esforço; falta-lheaquela energia para assumir atividades dentro demétodos adequados que lhe assegurem a cons-trução de valores.

Violência contra aquilo que resiste à sua vonta-de, procurando vingança; a pessoa irada não ra-ciocina, mas age tempestivamente.

Quadro 2 - Os principais vícios

Fonte: Adaptado de Camargo (2001, p.37)

Peixe (2000, p. 96) relata o ABC da antiética e de valores morais,sendo:

a) AMOR – varia conforme o pacto que se estabelece em todarelação.

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b) BELEZA EXTERIOR – valorizar as aparências como forma debeleza.

c) CASA & FAMÍLIA – não respeitar, individualmente, as diferen-ças: pai ou mãe que, para compensar as frustrações do quenão realizou, impõe ao filho carreira que este não desejou...

d) CULTURA – usar o nome feito para autopromover-se, mediantelobby, pressão de grupo e até suborno...

e) DIREITO – fazer acordo contra o cliente. Falsear, inventar da-dos e provas.

f) ENSINO – arvorar-se de dono da verdade; falar do alto em vezde aprender junto; não preparar para a vida.

g) FÉ – utilizar a religião como meio de vida para se manter, eco-nomicamente, explorando os humildes, desprovidos do saber,ou seja, pouco instruídos.

h) FIDELIDADE – não ser fiel aos seus princípios; não ser lealcom a família, amigos, empregados, colegas e com o seu país.

i) GRANDEZA – não saber conviver com a vitória, com a glória,para ter humildade para aprender a aprender.

j) HONESTO – não ser sincero, franco, enganar...k) IDEALISTA – o falso idealista, que defende princípios enquanto

demonstra outra faceta na ação.l) INTEGRIDADE – não ter inteireza moral, retidão, honestidade,

imparcialidade, ou seja, agir segundo suas convicções em prolde si mesmo.

m)JUSTO – não ser justo e não admitir seus erros.n) JORNALISMO – incentivar preconceitos, prejudicar, perder de

vista o bem comum, preocupar-se pouco ou nada com os maisfracos, desprezar valores de sua gente.

o) LEI – desobedecer e tentar burlar as leis, como regra naturalde comportamento individual na sociedade.

p) MEDICINA – tratar o paciente não como ser humano, mas comoobjeto de estudo...

q) NEGÓCIO – agredir a natureza na busca de lucro a curto pra-zo, sem planejamento e desenvolvimento auto-sustentado, vi-sando as gerações futuras.

r) OUVIR – não saber ouvir sem fazer prejulgamento.s) POLÍCIA – julgar e dar julgamento diferente aos cidadãos, con-

forme a classe social, cor, profissão e etnia.t) PROPAGANDA – usar a mulher como objeto e a criança para

vender, criando falsas necessidades.u) QUALIDADE – oferecer produtos que não possuem a qualida-

de divulgada.v) RESPEITO – não respeitar o próximo na sua individualidade.

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w) SINAL – desrespeitar os sinais de trânsito.x) TRABALHO – encará-lo como emprego e não como trabalho

para manter a perenidade do negócio, ou seja, não se esmerar.y) URBANO – degradar áreas pela má utilização do solo.Observa-se então que a ética possui um centro de atenção: o ser

humano, moldado de virtudes e vícios, o qual é capaz de agir de acor-do com as suas necessidades individuais e coletivas. Esse agir deveser avaliado dentro de um contexto histórico e evolutivo do homem nasociedade. Assim os conceitos éticos podem ser explicitados utili-zando-se de várias teorias pregadas por vários estudiosos em escalasde tempo diversificada na história.

1.3. AS TEORIAS QUE EXPLICAM OS CONCEITOS ÉTICOS

As teorias que explicam os conceitos éticos tentam nortear, cadauma, o pensamento e o comportamento que deve possuir aquele indi-víduo que segue essa ou aquela teoria, possuindo assim cada um, nomínimo, uma teoria para respaldo das suas condutas.

A primeira Teoria é o Fundamentalismo, que identifica os pre-ceitos éticos externos ao ser humano, não permitindo que o indivíduoencontre o certo ou o errado por si mesmo. O exemplo típico destateoria é a Bíblia Sagrada, que funciona como um livro de regra de fé eprática para aqueles que depositam a sua confiança nos seus escri-tos; os seguidores cumprem as determinações externas sem questio-nar. Essa teoria também acontece quando grupos de indivíduos defi-nem determinados preceitos a serem seguidos por todos sem a opor-tunidade e a possibilidade de aceitar ou não; são as regras para se-rem cumpridas.

A segunda Teoria é a do Utilitarismo, que propõe que o concei-to ético seja elaborado com base no critério do maior bem para asociedade como um todo. Com base nessa teoria, a conduta do indi-víduo, diante de determinado fato, dependerá daquela que gerar ummaior bem para a sociedade. Podemos tomar como exemplo a Guer-ra do Iraque, em que o Presidente dos Estados Unidos, George Bush,poderá afirmar que as suas condutas estão dentro dos melhores pa-drões éticos, pois a presença de Saddam Hussein causa um mal paraa sociedade.

A terceira Teoria é a do Dever Ético. Apregoada por EmanuelKant (1724-1804), propõe que o conceito ético seja extraído do fato deque cada um deve se comportar de acordo com os princípios univer-sais. Kant propôs que estes conceitos éticos sejam alcançados daaplicação de duas regras: 1) Qualquer conduta aceita como padrãoético deve valer para todos os que se encontrem na mesma situação,

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sem exceções. 2) Só se deve exigir dos outros o que exigimos de nósmesmos. Como exemplo, pode-se citar que todos os profissionais decontabilidade não deve omitir dados do Balanço Patrimonial por eleselaborados. Esta norma de conduta é universal para todos os profissi-onais independente do porte da empresa e dos serviços que são pres-tados. Existem críticas a essa teoria, afirmando da dificuldade emencontrar o caráter universal em algumas relações.

A quarta Teoria é a Contratualista. Tendo como precursoresJohn Locke (1632-1704) e Jean Jacques Rousseau (1712-1778), par-te do pressuposto que o ser humano assume com os seus seme-lhantes a obrigação de se comportar de acordo com regras moraisestabelecidas para o convívio social. Dessa forma, os conceitos éti-cos seriam extraídos das regras morais que conduzissem à perpetu-ação da sociedade, da paz e da harmonia do grupo social. EssaTeoria não atentou-se para a mutabilidade das regras morais aplica-das a determinados grupos sociais. Se um grupo de contadores re-solvessem omitir as informações contábeis para os seus clientes,teriam as suas ações de acordo com esta teoria, legitimados sob oponto de vista ético.

A quinta Teoria é a do Relativismo. Com base nessa teoria,cada pessoa deveria decidir sobre o que é ou não é ético, com basenas suas próprias convicções e na sua própria concepção sobre obem e o mal. Dessa maneira, o que é ético para um pode não o serpara outro. Com essa teoria, muitos tentam justificar os seus próprioserros dentro de uma concepção coletiva. Como exemplo, um profis-sional de contabilidade poderá informar à diretoria dados distorcidosdo Balanço Patrimonial da empresa e achar que é correto agir destaforma para não preocupar o administrador sobre a real situação.

Conclui-se que a ética tem como base fundamental conscientizaro homem em fazer o bem e evitar o mal. O homem ao fazer a opçãopelo bem ou o mal irá ponderar o senso comum entre a humanidadecomo: não roubar, matar, mentir, enganar e destruir, e, ainda, analisaro contexto cultural, ideológico e as tradições que permeiam a socie-dade ou o grupo de pessoas o qual está inserido.

1.4. ÉTICA PROFISSIONAL

Ao se buscar o conceito de Ética Profissional poderá chegar auma série de normas que devem levar o indivíduo à aquisição de hábi-tos e à formação do caráter, incluindo os deveres e os direitos quecada profissional deve possuir para viver harmonicamente com os seuspares.

Passos (2000) acredita que pesquisas têm revelado que “o com-

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portamento ético ainda é o melhor caminho; que a integridade é umafonte de sucesso para as empresas, que ganharão a confiança dosclientes e o comprometimento dos funcionários.” O que se percebe acada dia são as empresas interessadas por condutas éticas para oreconhecimento pela sociedade dos seus feitos, aumentando assim asua lucratividade pela confiança demonstrada pelos clientes, oportu-nizando maior crescimento das suas vendas ou de seus serviços.

As normas das empresas são criadas pelos indivíduos que nelatrabalham, logo, se estas não são respeitadas pela empresa, na rea-lidade, são os profissionais que nela exercem suas atividades quetransgridem suas normas éticas, mesmo que em nome da empresa.Essas normas constituídas nas empresas perdem suas qualidadeséticas quando visam à conduta de um grupo e não à conduta do geral,momento em que terão suas qualidades éticas aprovadas.

Teixeira (1998, p. 15) comenta que a ética “constitui o respaldofilosófico sobre o qual são desenvolvidos os padrões de comportamen-tos e as atividades, também representando o parâmetro sob o qual seanalisam conceitos, perfis e a relação de compatibilidade entre si eentre eles e a organização.” Os comportamentos e atividades estrutu-rados pela organização para servirem de condutas éticas para todos sóterão, por certo, sentido se forem construídos coletivamente e, não,impostos por uma minoria, pois o que acontece, na prática, é fingir quecumpre as regras e o outro fingir que sabe que estão sendo cumpridas.

Chiavenato (2000, p.55) comenta que, historicamente, “A culturaocidental contém uma marca qualificada como individualista, desdeque calcada no interesse por si mesmo e no desenvolvimento de re-gras neste sentido”. O que se percebe, atualmente, nos Estados Uni-dos, é um retorno a algumas questões de natureza moral, a partir defatos que vão desde escândalos financeiros até os negócios de umamaneira geral. Como pode-se lembrar da empresa Enron, e nessebojo encontram-se dois fatores por demais importantes para a inter-pretação do modus operandi das organizações:

a) os resultados econômicos e financeiros de decisões apenasespeculativas;

b) o baixo nível e a consciência profissional que se reflete, dentreoutros, no desencadeamento de conflitos, quando da avalia-ção com os valores subjacentes ao indivíduo.

Com essas idéias, as relações entre as organizações e os seusfuncionários devem partir de uma ação política e moral, entre bemindividual e bem coletivo. Ricoeur apud Teixeira (1998, p.41) defendeque “Toda ação em um conjunto organizado deveria se assentar numtriplo interesse: o interesse por si próprio, o interesse pelos outros, ointeresse pela instituição.”

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As organizações, atualmente, têm aumentado o seu interessepor atitudes éticas, pois o que tem sido observado é quando a mesmaé negligenciada passa a vigorar a desconfiança entre empresas, afalta de lealdade dos empregados e o uso da tecnologia a serviço dafraude, colocando em jogo o destino da organização.

As organizações precisam, perante os seus funcionários e clien-tes, apresentar, com clareza, suas regras morais, ou seja, os princí-pios básicos de conduta que devem orientar as relações interpesso-ais. Passos (2000) salienta que

os empresários tomem consciência que só a intuição não basta,que além dela e do bom senso, precisam de preparação adequa-da, atualizada e objetiva, isso porque nos momentos de crisetorna-se tênue o limite entre as questões morais e as técnicas,entre o que é devido e indevido, o que deve ser feito ou não serfeito, porque se a ética é direito e vontade de justiça, ela é tam-bém, arte que deve ser aprendida dia após dia.Diante do exposto, é importante salientar que os profissionais

deverão imbuir-se de uma postura ética perante as organizações, nãose deixando manipular por atitudes inescrupulosas que venham, maistarde, prejudicar a sua carreira profissional. Portanto, a educação docaráter do sujeito moral deve dominar, racionalmente, impulsos e de-sejos, orientando a vontade rumo ao bem e à felicidade, para conduzi-lo como membro da coletividade sociopolítica, atuando, harmonica-mente, entre o caráter do sujeito virtuoso e os valores coletivos.

Lopes Sá (2000, p.40) diz que “Falar sobre Ética é falar de umaparte essencial não só na vida pessoal, como também na vida dequalquer profissional”. Com isso, o profissional contábil precisa ter umcomportamento ético invejável e que seja íntegro nas suas relaçõespara que contribua, de forma positiva, com a imagem da classe.

Sem dúvida, a ética é direito e vontade de Justiça, porém, podeser entendida como arte que deve ser aprendida dia após dia. É uminvestimento que vale a pena; é um grande patrimônio para os indiví-duos, bem como para a vida de uma empresa.

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A ÉTICA NA PROFISSÃO CONTÁBIL

O profissional da contabilidade, diante de tantos problemas quese apresentam no cotidiano, precisa de muita perseverança, tenaci-dade e honradez para não cometer erros que venham a denegrir aimagem de toda uma categoria.

A Discussão Ética para a Profissão Contábil requer um conjuntode regras de comportamento do contabilista no exercício de suas ati-vidades profissionais. Qualquer profissional deve conhecer a sua pro-fissão e não seria diferente para o contabilista, que deve conhecer osaspectos técnicos, as prerrogativas e as regras de conduta moral daprofissão, como bem aborda Handel (1994, p. 20).

Não é possível nem permissível a um profissional ter todos osconhecimentos técnicos para exercer com maestria a profissãocontábil se este mesmo profissional não desenvolver suas ativi-dades baseado num comportamento ético em relação aos de-mais colegas e a terceiros interessados.Discutir conduta ética no exercício profissional é uma tarefa com-

plexa em face da amplitude do tema. Envolve uma série de princípiose valores individuais nem sempre condizentes com a proposta de umconjunto de regras a serem respeitadas por todos indistintamente. Nodesempenho de suas atividades, todo profissional, além do aprendi-zado técnico constante, precisa assimilar conceitos éticos e empe-nhar-se em vivenciá-los durante toda a sua carreira profissional.

Camargo (1999, p. 32) afirma que a “ética profissional é intrínse-ca à natureza humana e se explicita pelo fato de a pessoa fazer partede um grupo de pessoas que desenvolvem determinada ação na pro-dução de bens ou serviços”.

Considerando ser a ética o exercício da responsabilidade do indi-víduo e que cada profissão deva estar a serviço do social, Lopes Sá(1996, p. 131) argumenta que “a ausência de responsabilidade paracom o coletivo gera, como conseqüência natural, a irresponsabilidadepara a qualidade do trabalho.”

Cada profissional atribui valores às suas ações e a ética está direta-mente relacionada a esses valores, aos princípios da dignidade, do res-peito às pessoas, da boa educação, não possuindo, pois, caráter legal.

Na visão do Institute of Certified Management Accountants e oInstitute of Management Accountants, os padrões de conduta ética aserem seguidos pelos profissionais de contabilidade estão relaciona-

Capítulo II

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dos com as responsabilidades de desenvolverem suas atividades deacordo com o grau de competência, confidencialidade, integridade eobjetividade, conforme Quadro 3.

Competência

Confidencialidade

Integridade

Objetividade

- Manter um nível adequado de competência profis-sional por meio do desenvolvimento contínuo de seusconhecimentos e habilidades.- Realizar suas obrigações profissionais em conso-nância com as leis, regulamentações e padrõestécnicos.- Elaborar demonstrativos completos e transparentes,e, após as devidas análises, fazer recomendações.

- Privar-se de evidenciar informações confidenciaisobtidas ao longo de seus trabalhos, exceto quandoautorizadas, ou quando forem legalmente obrigadosa tal.- Informar os subordinados com os devidos cuidadosa respeito da confidencialidade da informação obtidana execução dos trabalhos e monitorar suas ativida-des a fim de assegurar o sigilo da informação.- Privar-se de utilizar informações confidenciais paraobter vantagens ilicitamente, sejam elas de interes-se pessoal ou de terceiros.

- Evitar conflitos de interesses e aconselhar as devi-das partes quanto a qualquer possível conflito.- Privar-se de ingressar em qualquer atividade que pre-judique o cumprimento de suas obrigações éticas.- Recusar qualquer presente, favor ou hospitalidadeque influencie ou venha a influenciar suas decisões.- Privar-se de corromper os verdadeiros objetivos daorganização e da ética.- Reconhecer e comunicar as limitações profissionais.- Comunicar informações favoráveis, bem como asdesfavoráveis, e suas opiniões como profissionais.

- Comunicar a informação de forma clara e objetiva.- Evidenciar aos usuários toda informação relevanteque, provavelmente, interferiria na compreensão dosdemonstrativos, notas explicativas e recomendaçõesapresentadas.

Quadro 3 - Responsabilidades dos contadores ao desenvolve-rem suas atividades profissionais

Fonte: Adaptado de Horngren, Foster e Datar (2000)

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Quando se fala de grupos profissionais ou de categoria profissional,esses valores podem ser ampliados, estruturados e sistematizados pormeio dos códigos de ética profissional, indicando limites em relação aosquais o profissional pode medir as suas possibilidades e as limitações aque deverá se submeter.

A respeito do assunto, Camargo (1999, p. 34) posiciona-se dizendoque “os códigos de ética por si não tornam melhores os profissionais, masrepresentam uma luz e uma pista para seu comportamento; mais do queater-se àquilo que é prescrito literalmente, é necessário compreender eviver a razão básica das determinações.”

Dessa forma, nem sempre o profissional que está atendendo ao seucliente, aplicando todos os conhecimentos e os meios disponíveis pararesolver os problemas apresentados, estará comportando-se eticamente,caso, ao fornecer a melhor solução, não esteja adotando todos os princípi-os e as regras da Moral. Observa-se, segundo Lopes de Sá (2000, p. 100),que dentre todas as profissões a do Contabilista seja uma das que exija doprofissional, a todo instante, um apelo ao comportamento ético, pois:

É a atividade contábil aquela que através de seus relatórios, re-gistros, demonstrativos e principalmente pela assinatura da res-ponsabilidade técnica pelo serviço prestado, que expõe aos de-pendentes e usuários da contabilidade tais informações.O que se percebe é que o contabilista apresenta a terceiros, que

são usuários de suas informações, o resultado de seu trabalho e quedeve transmitir confiança para o usuário. Caso essas informações nãosejam fornecidas com base no conhecimento técnico e na ética, po-derão trazer sérios problemas, como:

a) ao empresário contratante dos trabalhos, informações que po-derão levá-lo a tomar decisões prejudiciais à empresa;

b) aos sócios, acionistas ou proprietários, prejuízos na avaliaçãode seus patrimônios;

c) aos credores ou fornecedores de créditos, prejuízos pelo even-tual não-recebimento de seus direitos;

d) ao País, pelo não-recebimento de impostos, o que causarádanos a todos de maneira geral.

A ética necessária para o contabilista deve pautar-se no Códigode Ética da Profissão onde estão inseridos os problemas específicosda profissão e as maneiras de resolvê-los de forma clara e idônea.Deve-se salientar também que nenhum código consegue contemplartodas as situações, por este motivo. No momento de alguma decisãoque não se encontra clara no Código, devem prevalecer o bom sensoe a honradez para o bem-estar da categoria profissional.

O Código de Ética do Contabilista brasileiro iniciou-se em 1950no V Congresso Brasileiro de Contabilidade, em Belo Horizonte, sendo

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necessários vinte anos de amadurecimento e estudos. Somente em 1970,com a Resolução CFC n° 290/70 é que se efetivou o primeiro Código deÉtica dos Contabilistas brasileiros. A segunda versão só aconteceu em1996, por meio da Resolução CFC n° 803/96, que se encontra em vigor.Este Código estabelece regras de conduta para com a profissão, oscolegas de profissão e a sociedade, baseado em quatro grandes tópicos:

a) Dos Deveres e Proibições;b) Dos Honorários Profissionais;c) Dos Deveres em Relação aos Colegas e à Classe;d) Das Infrações Disciplinares.O Sistema CFC/CRCs tem procurado, nos termos da Legislação

vigente, fazer com que os profissionais da contabilidade se pautem pelaética profissional quando do seu relacionamento com clientes, usuáriosde informações, colegas de classe, órgãos tributantes, punindo, quan-do necessário, aqueles que não se conduzem de acordo com a ética ea moral necessárias à profissão.

Quando o contabilista comete infrações previstas no Código deÉtica, estas são analisadas e julgadas pela Câmara de Ética e Disci-plina do Conselho Regional de Contabilidade, sendo os processosrelatados por um conselheiro, que submete seu parecer e voto parauma Câmara que analisará a proposta do relator. Após decisão daCâmara de Ética e Disciplina, o processo com sua decisão será ho-mologado pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TRED) do CRC, quemanterá ou reformulará a decisão da Câmara.

Sendo o contabilista apenado, caberá a este recurso ao Tribunal Su-perior de Ética e Disciplina (TSED) do Conselho Federal de Contabilidade,em que a decisão do CRC e o Recurso apresentado pelo contabilista se-rão, novamente, apreciados, podendo, em Plenário do TSED, ser mantidaa decisão ou reformulada. Sempre que a punição ao contabilista por infra-ção ao Código de Ética não for de Censura Pública, a penalidade serásigilosa, não podendo ser informada a terceiros, mas somente ao infrator.

A ética profissional tem como premissa maior o relacionamentodo profissional com seus clientes e com os outros profissionais, le-vando em conta valores como a dignidade humana, auto-realização esociabilidade. Um profissional, no desempenho de suas funções, deveter muitas qualidades e atributos alguns indispensáveis para desen-volver o seu trabalho com eficiência e eficácia.

O reconhecimento profissional se constrói passo a passo, desdea escolha da profissão, que segundo Lopes Sá (1996, p. 137) “implicao dever do conhecimento e o dever do conhecimento implica o deverda execução adequada”, e estende-se por toda a vida profissional.

Alcançar a devida valorização da profissão requer competência ededicação de cada profissional envolvido e, atualmente, mais do que

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nunca, exige atitudes comportamentais éticas para com a sociedade,o que pode ser o diferencial do sucesso ou do fracasso, principalmen-te, naquelas profissões que protegem, direta ou indiretamente, os in-teresses da sociedade, como, por exemplo, a profissão contábil.

Nesse aspecto, Lopes Sá (1999, p.120) afirma:A profissão contábil consiste em um trabalho exercido habitual-mente nas células sociais, com o objetivo de prestar informa-ções e orientações baseadas na explicação de fenômenos patri-moniais, ensejando o cumprimento de deveres sociais, legais,econômicos, tão como a tomada de decisões administrativas,além de servir de instrumentação histórica da vida e da riqueza.Certamente, por prestar serviços e informações relevantes à soci-

edade como um todo é que o profissional contábil deve transmitir con-fiança na execução de seus trabalhos. Essa confiança se conquistacom o domínio técnico específico e atualizado, e com o mesmo graude importância, por meio da conduta ética do profissional.

A grande missão do profissional contábil é desempenhar suasatividades com honestidade, independência e lisura, embasando-sesempre nos Princípios Fundamentais de Contabilidade, nas NormasBrasileiras de Contabilidade e no Código de Ética da Profissão, oqual, segundo Lisboa (1996, p. 61), “além de servir como guia à açãomoral, possibilita que a profissão de contador declare seu propósitode: a) cumprir as regras da sociedade; b) servir com lealdade e dili-gência; c) respeitar a si mesma”.

Franco (1991, p. 273) comenta:Uma das marcas distintivas da profissão contábil é a sua respon-sabilidade para com o público. É salutar lembrar que os contado-res são mais notados por serem honestos do que por serem con-fiáveis. Como contadores, precisamos reconhecer que nosso com-portamento ético é envolvido não apenas pelo que vemos comoético, mas pelo que é visto por terceiros que nos observam.Ética, o julgamento do que é certo ou errado, bom ou ruim. A

ética tem como objetivo o estudo da conduta humana e tem comoobjetivo a padronização das condutas com fins de diminuir os confli-tos que possam surgir da convivência em sociedade e no desenvolvi-mento profissional. Desta forma, nascem os códigos de ética profis-sionais, para tentar padronizar procedimentos diante de determinadassituações cotidianas, cujo objetivo será divulgar o senso de justiçaque todo profissional deve ser possuidor, sempre lutando por uma so-ciedade mais justa.

Conclui-se que a ética profissional representa um conjunto de nor-mas que direciona a conduta dos integrantes de determinada profissão.O Código de Ética do Profissional Contábil tem a finalidade fundamen-

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tal de regulamentar o exercício da profissão, pois dará consciência davisão do certo e do errado e um bom desempenho de suas funçõespor parte dos profissionais, evitando, muitas vezes, que estes ve-nham a incorrer na prática de atos ilícitos, que se tenta evitar com autilização do Código de Ética, atos que poderiam ser consideradosnormais, dependendo do ambiente onde se convive.

2.1. IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Em sentido amplo, profissão significa trabalho que se pratica comfreqüência a serviço de terceiros, ou seja, é a prática constante de umofício. Segundo CUVILLIER, A. Manuel (1947, p.358), é pela profissãoque o indivíduo se destaca e se realiza plenamente, provando suacapacidade, habilidade, sabedoria e inteligência, comprovando suapersonalidade para vencer obstáculos.

Segundo Lopes Sá (2000, p.130), a profissão contábil consiste emum trabalho exercido habitualmente nas células sociais, com o objetivode prestar informações e orientações baseadas na explicação dos fe-nômenos patrimoniais, ensejando o cumprimento de deveres sociais,legais, econômicos, tão como a tomada de decisão administrativa, alémde servir de instrumentação histórica da vida da riqueza.

Diante do exposto, a contabilidade é considerada como uma dasprofissões mais antigas do homem e evoluiu junto com a sociedade,estando, atualmente, entre as mais requisitadas; tem o objetivo deprover informações e orientações aos diversos usuários, destacando-se pelo seu papel de proteção à vida da riqueza das células sociais epela capacidade de produzir informes qualificados sobre o comporta-mento patrimonial.

A internacionalização dos mercados tem provocado transforma-ções no cenário em que a contabilidade atua; o que se observa é umaexigência por informações claras e transparentes. Neste contexto, oprofissional de contabilidade torna-se uma peça chave desses novosconceitos e posturas.

Para inserir a concepção dos princípios de ética, faz-se necessá-rio mudanças radicais, partindo, principalmente, da formação dos fu-turos profissionais de contabilidade. Cada vez mais, as Academiasdevem adotar como política de ensino os preceitos da ética, inserindoesta filosofia na formação dos futuros contabilistas.

Nos dias atuais, a informação é uma das fontes mais valiosas deprodução de riquezas, e o contabilista, que é responsável por levantar,estudar e analisar tais informações, tem a obrigação de ter uma con-duta responsável, confiável e ética perante a sociedade.

O contabilista precisa ter uma consciência profissional que pos-

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sa guiar seus trabalhos, e virtudes que sirvam de parâmetros para arealização de tais tarefas, baseando-se na consciência de que é porlevar as células sociais à eficácia que se consegue o bem-estar nasnações e nas comunidades em geral.

Viver em um país marcado por um número tão alto de infraçõeséticas, a exemplo da corrupção, torna-se essencial para os futuros con-tabilistas a concepção de que a ética é vital no exercício profissional.

Neste contexto, torna-se fundamental a busca do conhecimento,pois em uma sociedade onde a concorrência é cada vez maior, faz-senecessário que os profissionais de contabilidade busquem a atualiza-ção constante, pois gerar conhecimento será uma das maneiras deexercer a ética perante o mercado de trabalho.

2.2. PERFIL ÉTICO-PROFISSIONAL

Para que desenvolva com eficácia suas atividades, muitas são asvirtudes que um profissional precisa ter; algumas dessas virtudes sãoinerentes ao seu caráter, outras podem ser conquistadas. Em verdade,múltiplas são as exigências para caracterizar um profissional ético ecompetente numa sociedade que se encontra em conflito moral, comtantas indiferenças, onde a questão da justiça está intimamente ligadatanto à responsabilidade social quanto à questão da honestidade.

Lopes Sá (1996, p.161) considera algumas virtudes como bási-cas e que são comuns a quase todas as profissões, afirmando: “Virtu-des básicas profissionais são aquelas indispensáveis, sem as quaisnão se consegue a realização de um exercício ético competente, sejaqual for a natureza do serviço prestado”.

Destacam-se algumas virtudes referenciais a qualquer profissãoe que podem ser consideradas imprescindíveis para todo profissionalda contabilidade:

Honestidade – está relacionada com a confiança que se é depo-sitada, com a responsabilidade perante o bem de terceiros e manu-tenção de seus direitos. É uma atitude que não admite meio termo,relatividade ou tolerância.

A honestidade não se trata apenas de um costume, de um com-portamento, mas de uma conduta que obriga ao respeito e à lealdadepara com o bem de terceiros. Ser honesto, integralmente, é um deverético de qualquer profissional; não existe meia confiança, como nãoexiste meia honestidade.

É necessário ser honesto para que exista a prática do respeito aodireito de nosso semelhante.

Se um contabilista utiliza em seu favor o dinheiro a ele entregue

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pelo cliente, para pagar impostos, fere a ética profissional pelo rompi-mento da honestidade. Se o mesmo profissional omitir informaçõesnas demonstrações contábeis de uma empresa, está lesando a ética.Em suma, pode-se elencar várias possibilidades de ações que o pro-fissional cometeria e estaria ferindo o Código de Ética e denegrindo aimagem da categoria perante a sociedade.

Zelo parte de uma responsabilidade individual, baseada na rela-ção entre o sujeito e o objeto de trabalho. Cada tipo de tarefa exigeseu próprio zelo e sua própria forma de caracterizá-la. A exemplo deum contabilista encarregado de cuidar de uma escrita contábil, tem aseu cargo, geralmente, todas as tarefas fiscais e que envolvem decla-rações, pagamentos de tributos, etc; e já um outro profissional dacontabilidade, que é incumbido de realizar uma análise para fins deavaliação de um ativo imaterial de uma empresa, já tem outro gênerode responsabilidade.

A obrigatoriedade de zelar pela tarefa aceita não varia, mesmoque variem a qualidade do serviço e a formalização do contrato. OProfissional não deve distinguir qualidade de tarefa ou qualidade decliente, mas, sim, manter o objetivo de cumprir o trabalho de formaeficaz. Deixar de cumprir com afinco uma tarefa cuja responsabilidadese assumiu trata-se de falta de zelo, sem falar que se constitui numatransgressão ética.

Sigilo bem afirma Lopes Sá (1996,p.165): “Eticamente, o sigiloassume o papel de algo que é confiado e cuja preservação de silêncioé obrigatória.”

Embora nem sempre o segredo seja pedido, por parecer óbvio aquem o confidenciou, poderá, ao ser divulgado, enfraquecer o valor doprofissional e ser entendido como violação de confiança pelo prejudi-cado. Por isso, o ideal é que se guarde em sigilo tudo o que se conhe-ce sobre o cliente na prática da profissão.

Quando se tratar de documentações, hábitos pessoais, registroscontábeis, e quaisquer outros fatos que, em função de sua naturezadevem ser mantidos em sigilo, a revelação deles pode trazer sériosproblemas ao cliente do profissional.

Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício doconhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou pro-fissão. O exercício de uma profissão exige a aquisição de pleno co-nhecimento, o domínio sobre a tarefa e sobre a forma de executá-la,além de um constante aperfeiçoamento.

Aceitar uma tarefa sem ter capacidade para exercê-la é uma tare-

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fa condenável, em razão dos danos que pode causar. Nem sempre épossível acumular todo o conhecimento que uma tarefa requer, mas épreciso que se tenha a postura ética de recusar o serviço ao perceberque os conhecimentos adquiridos não são suficientes para que serealize tal tarefa com perfeição. Um profissional precisa reconhecersuas limitações para não incorrer em erros.

“O erro, na conduta, não está em não ter conhecimentos, masem ter consciência de que dele não se dispõe e mesmo assim aceitaruma tarefa.”(Lopes de Sá , 1996, p. 167)

O profissional deve preocupar-se sempre com a Educação Conti-nuada, principalmente o contabilista, pois as informações da área mu-dam em velocidade crescente. É fundamental, portanto, do ponto devista ético, que a tarefa seja executada dentro do que há de mais atuale em favor do cliente, de modo a oferecer-lhe menores custos e maiorcapacidade e aproveitamento do trabalho.

Prudência, ou seja, o bom julgamento da ação, cautela, zelo nomomento de decidir. Não se pode basear apenas na prudência paradeterminar se uma ação é boa ou má, certa ou errada. Contudo, se noprocesso de discussão ou contestação algumas atitudes se revelamboas, certas, melhores que outras, tem-se que acabar por adotá-las,e é, precisamente, neste momento, que se precisa fazer uso destavirtude.

Humildade. O profissional precisa possuir essa virtude para com-preender que não é o dono da verdade e que o bom senso e a inteli-gência são propriedades de um grande número de pessoas.

Imparcialidade é uma virtude tão importante que assume ascaracterísticas do dever, pois se destina a se contrapor aos precon-ceitos, a reagir contra os mitos, a defender os verdadeiros valoressociais e éticos, assumindo, principalmente, uma posição justa nassituações que terá que enfrentar. Para ser justo, é preciso ser impar-cial, logo a justiça depende muito da imparcialidade.

Poderíamos elencar outras virtudes que, por certo, agregariam asjá citadas anteriormente no intuito de traçar um perfil necessário para oprofissional contábil; porém, as virtudes citadas atendem, plenamente,aos anseios dos contabilistas para bem exercer as suas atividades. Aética é condição essencial para o exercício de qualquer profissão.

A profissão contábil desempenha papel vital em uma economiade mercado, pois esta necessita das informações geradas pela con-tabilidade para desenvolver-se plenamente. Contudo, informações não

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são suficientes; têm que ser informações confiáveis, e que este pa-drão só é alcançado por meio de condutas profissionais éticas.

O bom contabilista não se compraz com a sonegação; antes, acombate; não se mancomuna com o erro, procura eliminá-lo; nãoavilta a profissão e nem os honorários a que faz jus, pelo contrário,coloca a primeira em alto padrão e decência e estipula o segundo deforma a viver com dignidade.

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ABORDAGEM PRÁTICA - ESTUDO DE CASOS

O presente Capítulo tem por objetivo apresentar casos reais ocor-ridos nos Conselhos Regionais, que foram a julgamento pela Câmarade Ética, relatando situações de condutas éticas praticadas peloscontabilistas envolvidos. Não serão citados nomes e, sim, relatos dosfatos ocorridos e sugestão de encaminhamento de discussões nasaulas de ética.

A ética profissional representa um conjunto de normas que direci-ona a conduta dos integrantes de determinada profissão. Um códigode ética profissional tem a finalidade fundamental de regulamentar oexercício da profissão, pois dará consciência da visão do certo e doerrado e um bom desempenho de suas funções por parte dos profis-sionais, evitando, muitas vezes, que estes venham a incorrer na prá-tica de atos ilícitos, que se tenta evitar com a utilização do código deética, atos que poderiam ser considerados normais, dependendo doambiente onde se convive.

Contudo, o esclarecimento do que seja certo ou errado, bom oumau, ajuda a servir de guia para aquele que, em algum momento, seachar perdido. Não se pode obrigar alguém a ser ético; isso depende-rá dos valores morais de cada pessoa, mas o que se pode fazer édeixar explícito aquilo que é certo e o que não é; assim, caberá a cadaum a escolha do caminho a seguir.

Assim, surgem os códigos de ética profissionais, para tentarpadronizar procedimentos diante de determinadas situações cotidia-nas, cujo objetivo será divulgar o senso de justiça que todo profissi-onal deve ser possuidor, sempre lutando por uma sociedade maisjusta.

Estão elencadas a seguir possíveis infrações que poderão sercometidas por profissionais da Contabilidade.

1- Angariar clientes por meio de agenciador.Utilizar-se de terceiros para obter novos clientes, oferecendo-lhe per-

centuais ou outros meios como forma de pagamento por cliente.

2- Inexecução dos serviços contábeis para os quais foi ex-pressamente contratado.Deixar de executar os serviços contábeis contratados pelo clien-

Capítulo III

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te e em desobediência à Legislação e às Normas Brasileiras de Con-tabilidade.

3- Inexecução de serviços contábeis obrigatórios.Não executar os serviços de acordo com os princípios contá-

beis, sendo-os obrigatórios e resguardando ao seu cliente a situa-ção econômico-financeira de sua empresa, por meio dos lança-mentos e das Demonstrações Contábeis.

4- Adulteração ou manipulação fraudulenta na escrita ouem documentos, com o fim de favorecer a si mesmo ou aclientes.

Trabalhar de forma inidônea para seu cliente ou com os órgãospúblicos no recolhimento de impostos, deixando de conservar aboa-fé e a confiabilidade depositadas pelo empresário.

5- Apropriação indébita.Apropriar-se de valores confiados pelos clientes para recolhi-

mento de impostos devidos pelas empresas aos cofres públicos.

6- Incapacidade técnica. Contratar serviços contábeis para o qual não esteja, absoluta-

mente, capaz de executá-los, vindo, desta forma, a colocar emrisco o Patrimônio da empresa pelas más execuções dos serviçose a denegrir a imagem de uma categoria.

7- Incapacidade técnica em virtude de erros reiterados(precedida de processo de sindicância).

Persistir nos erros durante a execução dos trabalhos, saben-do que não está capacitado para a execução dos mesmos em queo cliente depositou tal confiança.

8- Aviltamento de honorários.Ocorre quando um profissional oferece seus serviços por pre-

ço bem inferior ao ofertado pelos demais profissionais atuantes noseu mercado específico. Deve ser levado em consideração o tipode atividade desenvolvida pelo cliente “disputado”, como também aregião em que deverá ser prestado o serviço.

9- Concorrência desleal.Pode ser caracterizada pela propaganda desabonadora que

um profissional faça de outro colega. Poderá ocorrer na oferta deserviços de forma promocional, como, por exemplo: “seja nosso

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cliente e ganhe 3 meses de horários de graça”. Importante observarque, neste caso, o profissional ou a empresa de contabilidade podeaté estar cobrando honorários superiores àqueles dos outros cole-gas, porém, por tratar-se de uma “oferta”, certamente, cativará cli-entes em detrimento dos demais. A concorrência desleal pode sercaracterizada também como propagandas enganosas, como, porexemplo: “seja nosso cliente e não pague imposto de renda”.

10- Anúncio que resulte na diminuição de colega ou deorganização contábil.

Publicar de forma imoderada os trabalhos desenvolvidos nosmeios de circulação, menosprezando os trabalhos executados pe-los colegas daquela região.

11- Retenção abusiva, danificação ou extravio de livrosou documentos contábeis, comprovadamente, entregue aoscuidados do contabilista.

Reter, abusivamente, documentos quando da troca de profissi-onal por parte do cliente, extraviar ou danificá-los, quando os mes-mos foram deixados em confiança sob responsabilidade do profis-sional no decorrer da prestação dos serviços.

O profissional da contabilidade poderá infringir, como expostosanteriormente, e receberão enquadramento e determinadas penalida-des após decisão do Conselho Superior de Ética de cada Regional.

O quadro a seguir identifica as possíveis infrações com os en-quadramentos e penalidades.

INFRAÇÃO

Inexecução deServiços

IncapacidadeTécnica

Quadro 4 - Principais infrações e enquadramentos

ENQUADRAMENTOS

Alínea “e” do art. 27 do DL9.295/46, c/c art. 2o, inciso I doCEPC e com art. 24, incisos I eVI da Res. CFC 960/03

Alínea “e” do art. 27 do DL9.295/46, c/c art. 2o , inciso I doCEPC e com art. 24, incisos I,VI da Res. CFC 960/03.

PENALIDADES

Suspensão de 6 meses a 1ano, advertência reservada,censura reservada ou censu-ra pública.

Suspensão de 6 meses a 1ano, advertência reservada,censura reservada ou censu-ra pública.

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Suspensão do exercício profis-sional, advertência reservada,censura reservada ou censurapública.

Advertência reservada, cen-sura reservada ou censurapública.

Suspensão do exercício profis-sional por prazo de até 5 anosou multa de R$ 240,00 a R$2.400,00, advertência reserva-da, censura reservada ou cen-sura pública.

Multa de R$ 240,00 a R$2.400,00, advertência reserva-da, censura reservada ou cen-sura pública.

Multa de R$ 240,00 a R$2.400,00, advertência reserva-da, censura reservada ou cen-sura pública.

Multa de R$ 240,00 a R$2.400,00, advertência reserva-da, censura reservada ou cen-sura pública.

Multa de R$ 240,00 a R$2.400,00, advertência reserva-da, censura reservada ou cen-sura pública.

Suspensão de 6 meses a 1ano, advertência reservada,censura reservada ou censu-ra pública.

Advertência reservada, censu-ra reservada ou censura pú-blica.

Adulteração ouManipulaçãoFraudulenta naEscrita ou emDocumentos

Aviltamento deHonorários eConcorrênciaDesleal

DECORE Sem BaseLegal

Deixar deApresentar 2a Viade DECORE Emitida

Contabilista queEmite DECORE SemFixação da DHP

Contrato dePrestação deServiço

Livro Diário SemRegistro no ÓrgãoCompetente

Retenção de Livrose Documentos

Descumprimentode DeterminaçãoExpressa do CRC

Alínea “d” do art. 27 do DL 9.295/46, c/c art. 2o , inciso I e art. 3o ,incisos III, VIII e X do CEPC ecom art. 24, incisos I, VI,X e XIda Res. CFC 960/03

Art. 2o, inciso I, e arts. 6o e 8o doCEPC, c/c art. 24, inciso I, daRes. CFC 960/03.

Alínea “c” ou “d” do art. 27 doDL 9.295/46, c/c Súmula 08 doCFC, com arts. 2o , inciso I, 3o ,incisos VIII e XVII, e 11, inciso IIdo CEPC, com art. 24, incisos I,X, XI e XII da Res. CFC 960/03 ecom art. 3o da res. CFC 872/2000.

Art. 3o , § único, da Res. CFC872/2000, c/c art. 2o , inciso I doCEPC, com art. 24 incico I, daRes. CFC 960/03

Art.2o, §2o, da Res. CFC 872/2000, c/c art. 2o, inciso I, doCEPC e com art. 24, inciso I, daRes. CFC 960/03

Art. 6o do CEPC, aprovado pelaRes. CFC 803/96 c/c Art. 24,inciso XIV da Res. CFC 960/03.

Inciso 2.1.5.4 da NBCT 2.1,aprovada pela Res. CFC 563/83, c/c art. 2o , inciso I do CEPCe com art. 24, incisos I e V , daRes. CFC 960/03

Alínea “e” do art. 27 do DL 9.295/46, c/c a Súmula 02 do CFC,com art. 3o , incisos X e XII doCEPC e com art. 24, incisos I, VIe IX da Res. CFC 960/03.

Art. 3o, inciso XVIII, do CEPC, c/c art. 24, inciso I, da Res. CFC960/03.

INFRAÇÃO ENQUADRAMENTOS PENALIDADES

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Abordagens Éticas para o Profissional Contábil

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Acobertamento aNão-Habilitado ouimpedido

DemonstraçõesContábeis semBase Legal -Ausência deEscrituraçãoContábil

Exercer a Profissãosem Registro

Exercer a ProfissãoContábil comRegistro Baixadoou Suspenso

Técnico emContabilidadeExercendoAtividadesPrivativas deContador sem aNecessáriaHabilitação

ApropriaçãoIndébita

Art. 3o , inciso V, do CEPC, c/cart. 24, inciso I, da Res. CFC960/03

Art. 27 alínea “c” ou “d” do DL9295/46, c/c Súmula 08 doCFC, com os incisos 2.1.3 e2.1.4 da NBCT 2, aprovadapela Res. CFC 563/83, com osarts. 2o , inciso I, e 3o incisosXVII e XX do CEPC e com o art.24, incisos I, V, XI e XII da Res.CFC 960/03.

Art. 12 do DL 9.295/46, c/c osarts. 1o e 2o , §§ 1o e 2o , daRes. CFC 867/99, com o art. 3o

, inciso V, do CEPC e com osarts. 21 e 24, incisos I e II, daRes. CFC 960/03.

Art. 20 do DL 9.295/46 (IN 05/95), c/c art. 3o , inciso V doCEPC, com os arts 20 e art.24, incisos I e II, da Res. CFC960/03 e com art. 31 da Res.CFC 867/99.

Art. 26 do DL 9.295/46, c/c art.3o da res. CFC 560/83 (comespecificação do item infringi-do), com art. 3o , inciso V doCEPC e com art. 24, incisos I eII da Res. CFC 960/03.

Alínea “e” do art. 27 do DL9.295/46, c/c a Súmula 02 doCFC com art. 2o , Inciso I e art.3o , incisos III, VIII e X do CEPCe com art. 24, incisos I, VI e Xda Res. CFC 960/03.

Advertência reservada, cen-sura reservada ou censura pú-blica.

Suspensão do exercício profis-sional por prazo de até 5 a-nos ou multa de R$ 240,00 aR$ 2.400,00, advertência reser-vada, censura reservada oucensura pública.

Multa de R$ 240,00 a R$2.400,00, advertência reserva-da, censura reservada ou cen-sura pública.

Multa de R$ 240,00 a R$2.400,00, advertência reserva-da, censura reservada ou cen-sura pública.

Multa de R$ 240,00 a R$2.400,00, advertência reserva-da, censura reservada ou cen-sura pública.

Suspensão de 6 meses a 1ano, advertência reservada,censura reservada ou censu-ra pública.

INFRAÇÃO ENQUADRAMENTOS PENALIDADES

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Conselho Federal de Contabilidade

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ESTUDO DE CASOS

Abordaremos alguns casos reais ocorridos nos Conselhos Regio-nais de Contabilidade sem identificar o nome real do profissional, bemcomo o estado da federação em que ocorreu o fato. Os casos poderãolevar os estudantes de ética a identificar as possíveis soluções e oenquadramento de acordo com o código de ética e a legislação perti-nente.

CASO 1Durante os serviços anuais de auditoria independente ao Banco

Net Day, um dos auditores, José Henrique Pantocha, foi convidadopara ser o controller do Banco. José Henrique ficou muito interessadona proposta, pois além de um salário melhor, as condições de trabalhosão mais promissoras. José Henrique planeja discutir detalhes destaoportunidade perante a direção do Banco Net Day. Analise a propostafeita ao auditor e reflita se, de alguma forma, ela afeta a credibilidade dorelatório de auditoria.

CASO 2João Boca Livre formou-se no ano de 2001 no curso de Ciências

Contábeis, sempre exercendo atividades na área contábil, sendo queantes era auxiliar contábil. Após a sua formatura, não se registrou noConselho Regional de Contabilidade de seu estado e passou a exer-cer a função de Contador na empresa Viação Asa Branca CNPJ12.111.11/0001-68, localizada à rua desembargador José Leite, nº 11.Tal situação foi identificada por meio de diligência da Fiscalização doConselho Regional de Contabilidade. Diante da situação apresentada,qual o enquadramento e a penalidade que devem ser aplicados ao caso?

CASO 3Apolinária da Anunciação executa serviços contábeis, na função de

contadora há 2 (dois) anos na organização contábil Mundo Novo, estandocom o registro profissional vencido há mais de 1 (um) ano. Tal situação foiidentificada por meio de denúncia ao Conselho Regional de Contabilidade,que, após comprovar a irregularidade, deverá aplicar qual penalidade?

CASO 4Determinada entidade sem fins lucrativos terceirizava seus servi-

ços contábeis com uma empresa de contabilidade de sua cidade. Ocontador da empresa contratada era também o proprietário do escritó-rio e, em função de acúmulo de serviços, não conseguia deixar a conta-

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Abordagens Éticas para o Profissional Contábil

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bilidade em dia, mas como a entidade necessitava apresentar o Balan-ço Patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício ao finalde cada período, o contador resolveu elaborar essas demonstraçõessem fazer os efetivos lançamentos contábeis, ou seja, ele não se em-basou em documentação hábil. A entidade quando descobriu tal fatomanifestou-se em trocar de profissional contábil e o referido contadornão quis entregar a documentação da entidade, sendo que essa teveque retirá-la com mandado judicial. Diante do exposto quais as infra-ções e quais as penalidades que deveria sofrer esse contador?

CASO 5O Contador José Boa Morte Silva oferecia um serviço a mais para

seus clientes, que era a emissão de DECORE por um preço especial.As DECOREs eram tão constantes, que acabou chamando a atençãodo CRC, que por meio de visita “in loco” constatou que emitia tais De-clarações sem base em documentação hábil e legal. O CRC, compro-vando a irregularidade, deverá aplicar qual penalidade?

CASO 6A empresa Comercial XYZ constituída desde 1989, mantinha desde

sua constituição os seus serviços de contabilidade terceirizados como Escritório Contábil Q.Bom e considerava um excelente escritório,com serviços muito bem executados e de confiança, tanto que nãoprecisava nem se preocupar com o pagamento dos impostos, pois atéisso o escritório contábil fazia para a empresa. A empresa, desde1997, era optante pelo Simples federal. Em 2002, a referida empresaprecisou fazer uma renovação de cadastro em determinado banco efoi informada que desde 1999 estava excluída do Simples e havia al-gum problema com a Receita Federal. Foi, então, que constatou queo Escritório Contábil que tanto confiava deixou de pagar, por váriosmeses, os impostos que cobrava da empresa e, por esse motivo,estava com débitos na Dívida Ativa da União, motivo pelo qual foi ex-cluída do Simples. A empresa denunciou esse profissional ao CRC eeste, após a comprovação, poderá julgá-lo de que forma?

CASO 7A contadora Felisbela da Natividade, por se encontrar em situa-

ção conflitante com uma das empresas em que presta assessoriacontábil, reteve indevidamente livros e documentos de seu cliente,onde a mesma foi denunciada no Conselho pelo empresário. Quemedidas o Conselho Regional de Contabilidade deve adotar para solu-cionar a questão?

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Conselho Federal de Contabilidade

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CASO 8O Professor Dagoberto da Anunciação tem o seu registro contá-

bil baixado há mais de 15 anos e por ter sido gerente de uma grandeinstituição financeira aceita o convite para lecionar Contabilidade dasInstituições Financeiras; a baixa do seu registro ocorreu porque ja-mais exerceu a profissão. Pergunta-se: O Senhor Dagoberto da Anun-ciação cometeu alguma infração? Aponte se houve e discuta.

CASO 9A Contadora Aparecida Trindade utilizou-se de etiqueta falsa e

firmou declaração comprobatória de percepção de rendimentos sembase em documentação hábil e legal. Diante do ocorrido, quais aspenalidades pertinentes para a profissional em conformidade com oCódigo de Ética.

EXEMPLOS DE PROCESSOS JULGADOS

EXEMPLO 1

Enquadramento: art. 2o, inciso I e art 3o, incisos VIII do CEPC,aprovado pela Resolução CFC no 803/96, c/c art. 24, incisos I, VI e X,da Resolução CFC no 960/03.

Histórico: Por se utilizar de etiqueta DHP falsa ou falsificada, naDECORE de 2/1/01, cuja beneficiária é a Fulana de Tal.

Defesa: Alegou que utilizou uma DECORE para a sua cliente eque a mesma desistiu; utilizou-a novamente para o banco do estado,sendo que, na época, não sabia que teria algum problema.

Parecer: Comprovada a irregularidade – Censura Pública.

Recurso: ex officio.

CFC: Manteve a decisão do Regional.

EXEMPLO 2

Enquadramento: art. 2o, inciso I e art 3o, incisos VIII e XVII e art.

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Abordagens Éticas para o Profissional Contábil

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11, inc. II do CEPC, aprovado pela Resolução CFC no 803/96, c/c art.24 inciso I da Resolução CFC no 960/03.

Histórico: Por firmar declaração comprobatória de percepção derendimentos, proveniente de diversas fontes e como renda de autôno-ma no mês de dezembro/X2, sem base em documentação hábil elegal.

Defesa: Justificou que a cliente não utilizou a DECORE.

Parecer: Comprovada a irregularidade – Censura Pública.

EXEMPLO 3

Enquadramento: art. 2o, inciso I e VIII, art 3o, incisos II, V, X e XXe art. 11, inc. V do CEPC, aprovado pela Resolução CFC no 803/96, c/c art. 24 inciso I da Resolução CFC no 960/03.

Histórico: Por demonstrar falta de zelo no exercício de suas fun-ções, não se manifestando quanto à existência de impedimento paraexercer a profissão contábil, assumindo serviços com prejuízo morale desprestígio para a classe, exercendo a profissão quando impedido,prejudicando culposa ou dolosamente interesse confiado à sua res-ponsabilidade profissional, não observando os princípios Fundamen-tais e as Normas Brasileiras de Contabilidade ao elaborar as demons-trações Contábeis da empresa...

Defesa: Intempestiva. Alegando que a Demonstração de Lucrose Prejuízos acumulados relativa ao exercício encerrado em 31/12/X1,foi elaborada na época correta, no entanto, quando da confecção doregistro diário e de balanços e balancetes da empresa, a página rela-tiva ao referido demonstrativo não foi incluída.

Parecer: Advertência Reservada.

Recurso: Voluntário.

CFC: A infração está caracterizada nos autos, nos livros contá-beis por lei. Foi constatada a ausência da DLPA e o autuado nãopoderia estar exercendo atividades contábeis, uma vez que se encon-trava com o registro baixado. Manutenção.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ética é condição fundamental para que a nossa profissão ad-quira credibilidade social, pois caso a sociedade não perceba a dispo-sição dos profissionais em proteger os valores éticos, certamente elapassará a não acreditar na profissão.

O profissional contábil é quem constrói a sua própria valorização,por meio de suas atitudes e valores, levando-o a refletir sobre suasações, que, por sua vez, implica pensar eticamente antes de decidir.O profissional precisa refletir sobre o seu papel mediante as questõesde valores morais, nas quais uma base ética torna-se necessária paralimitar a falibilidade humana, principalmente no mundo dos negóciosno qual o contabilista está inserido.

Acredita-se que é chegado o momento em que os profissionaisde contabilidade precisam compreender que a ética é o caminho parao enobrecimento da profissão, pois a mesma é o alicerce para exer-cermos uma Cidadania Plena. Lutemos para sermos éticos nas nos-sas relações sociais e sermos indispensáveis na sociedade em quevivemos, pois a ética não é uma abstração acadêmica, mas uma dasmaneiras de ajudar a preservação não só das profissões como daespécie.

Os autores.

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LAMA, Dalai. Uma ética para o novo milênio. Rio de Janeiro: Sextante, 2000

LOPES DE SÁ, Antonio. Ética Profissional. 2a ed. Ao Paulo: Atlas, 1996

_____, A Ética Necessária. Minas Gerais: Una, 2000

SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da Pesquisa Aplicada àContabilidade. São Paulo: Atlas, 2003

SENGE, Peter. Ética. Oxford: OUP, 1994

MOORE, G.E. Princípios Éticos. São Paulo: Abril Cultural, 1975

CLOLET, J. Uma Introdução ao tema da Ética. Psico, 1986

CAMARGO, Marculino. Fundamentos da Ética Geral e Profissional. Rio deJaneiro: Vozes, 1999.

VASQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. 17a ed. São Paulo: Civilização Brasileira,1999

LISBOA, Lázaro Plácido (Coord). Ética Geral e Profissional em Contabili-dade. São Paulo: Atlas, 1997.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC no 803, de10 de outubro de 1996. In: Princípios Fundamentais de Contabilidade eNormas Brasileiras de Contabilidade. Brasília.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. São Paulo:McGraw-Hill do Brasil, 2000.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Por-tuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. 2a ed. Revista e ampliada.

HANDEL, Carmem. Ética e o exercício profissional. In: Revista do Conse-lho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Nov/ 1994.

NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. São Paulo: Revista dosTribunais, 2001

Referências Bibliográficas

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Conselho Federal de Contabilidade

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PASSOS, Elizete Silva. Ética nas Organizações: Uma introdução. Salva-dor: Passos & Passos, 2000.

TEIXEIRA, Nelson Gomes. A Ética no Mundo da Empresa. São Paulo:Pioneira, 1998

HOLANDA, Aurélio Buarque de. Dicionário da Língua Portuguesa. EditoraMelhoramentos, 1986.

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Legislação sobre ÉticaProfissional do Contabilista

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RESOLUÇÃO CFC Nº 803/96

Aprova o Código de Ética Profissio-nal do Contabilista – CEPC

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício desuas atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que o Código de Ética Profissional do Contabi-lista, aprovado em 1970, representou o alcance de uma meta que setornou marcante no campo do exercício profissional;

CONSIDERANDO que, decorridos 26 (vinte e seis) anos de vigên-cia do Código de Ética Profissional do Contabilista, a intensificaçãodo relacionamento do profissional da Contabilidade com a sociedadee com o próprio grupo profissional exige uma atualização dos concei-tos éticos na área da atividade contábil;

CONSIDERANDO que, nos últimos 5 (cinco) anos, o ConselhoFederal de Contabilidade vem colhendo sugestões dos diversos seg-mentos da comunidade contábil a fim de aprimorar os princípios doCódigo de Ética Profissional do Contabilista – CEPC;

CONSIDERANDO que os integrantes da Câmara de Ética do Con-selho Federal de Contabilidade, após um profundo estudo de todas assugestões remetidas ao órgão federal, apresentou uma redação final,

RESOLVE:

Art. 1º Fica aprovado o anexo Código de Ética Profissional doContabilista.

Art. 2º Fica revogada a Resolução CFC nº 290/70.

Art. 3º A presente Resolução entra em vigor na data de suaaprovação.

Brasília, 10 de outubro de 1996.

Contador JOSÉ MARIA MARTINS MENDESPresidente

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CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTABILISTA

CAPÍTULO I

DO OBJETIVO

Art. 1º Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar aforma pela qual se devem conduzir os contabilistas, quando no exercí-cio profissional.

CAPÍTULO II

DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES

Art. 2º São deveres do contabilista:

I – exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, obser-vada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clien-tes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independênciaprofissionais;

II – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício pro-fissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados oscasos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades compe-tentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade;

III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnicados serviços a seu cargo;

IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em docu-mento reservado, eventual circunstância adversa que possa influir nadecisão daquele que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, es-tendendo-se a obrigação a sócios e executores;

V – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opiniãosobre qualquer caso;

VI – renunciar às funções que exerce, logo que se positive faltade confiança por parte do cliente ou empregador, a quem deverá noti-ficar com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que os

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Abordagens Éticas para o Profissional Contábil

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interesse dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declaraçõespúblicas sobre os motivos da renúncia;

VII – se substituído em suas funções, informar ao substituto so-bre fatos que devam chegar ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem exercidas;

VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimentopara o exercício da profissão;

IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidadeprofissional, seja propugnando por remuneração condigna, seja zelan-do por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-pro-fissional da Contabilidade e seu aprimoramento técnico.

Art. 3º No desempenho de suas funções, é vedado ao contabilista:

I – anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação,conteúdo que resulte na diminuição do colega, da Organização Contábilou da classe, sendo sempre admitida a indicação de títulos, especializa-ções, serviços oferecidos, trabalhos realizados e relação de clientes;

II – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer nature-za, com prejuízo moral ou desprestígio para a classe;

III – auferir qualquer provento em função do exercício profissionalque não decorra exclusivamente de sua prática lícita;

IV – assinar documentos ou peças contábeis elaborados por ou-trem, alheio à sua orientação, supervisão e fiscalização;

V – exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qual-quer meio, o seu exercício aos não habilitados ou impedidos;

VI – manter Organização Contábil sob forma não autorizada pelalegislação pertinente;

VII – valer-se de agenciador de serviços, mediante participaçãodesse nos honorários a receber;

VIII – concorrer para a realização de ato contrário à legislação oudestinado a fraudá-la ou praticar, no exercício da profissão, ato defini-do como crime ou contravenção;

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IX – solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vanta-gem que saiba para aplicação ilícita;

X – prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a suaresponsabilidade profissional;

XI – recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem, com-provadamente, confiadas;

XII – reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprova-damente confiados à sua guarda;

XIII – aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições ex-pressas em lei ou contra os Princípios Fundamentais e as Normas Brasi-leiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;

XIV – exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentoscom finalidades ilícitas;

XV – revelar negociação confidenciada pelo cliente ou emprega-dor para acordo ou transação que, comprovadamente, tenha tido co-nhecimento;

XVI – emitir referência que identifique o cliente ou empregador,com quebra de sigilo profissional, em publicação em que haja men-ção a trabalho que tenha realizado ou orientado, salvo quando autori-zado por eles;

XVII – iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente, empregador ou deterceiros, alterando ou deturpando o exato teor de documentos, bemcomo fornecendo falsas informações ou elaborando peças contábeisinidôneas;

XVIII – não cumprir, no prazo estabelecido, determinação dosConselhos Regionais de Contabilidade, depois de regularmente notifi-cado;

XIX – intitular-se com categoria profissional que não possua, naprofissão contábil;

XX – elaborar demonstrações contábeis sem observância dosPrincípios Fundamentais e das Normas Brasileiras de Contabilidadeeditadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;

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Abordagens Éticas para o Profissional Contábil

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XXI – renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquerrestrições ou imposições que possam prejudicar a eficácia e correçãode seu trabalho;

XXII – publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico outécnico do qual não tenha participado.

Art. 4º O Contabilista poderá publicar relatório, parecer ou traba-lho técnico-profissional, assinado e sob sua responsabilidade.

Art. 5º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ouárbitro, deverá;

I – recusar sua indicação quando reconheça não se achar capaci-tado em face da especialização requerida;

II – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria queconstitui objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral etécnica na elaboração do respectivo laudo;

III – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer suaconvicção pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interes-sadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seulaudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos;

IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto emlaudo submetido à sua apreciação;

V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute emcondições de exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu tra-balho, respeitado o disposto no inciso II do art. 2º;

VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficien-temente informado e munido de documentos;

VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no queconcerne à aplicação dos Princípios Fundamentais e Normas Brasi-leiras de Contabilidade editadas pelo CFC;

VIII – considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar lau-dos sobre peças contábeis, observando as restrições contidas nasNormas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federalde Contabilidade;

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IX – atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabi-lidade e Conselho Federal de Contabilidade no sentido de colocar àdisposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho, relató-rios e outros documentos que deram origem e orientaram a execuçãodo seu trabalho.

CAPÍTULO III

DO VALOR DOS SERVIÇOS PROFISSIONAIS

Art. 6º O Contabilista deve fixar previamente o valor dos serviços,por contrato escrito, considerados os elementos seguintes:

Art. 6º, caput, com redação dada pela Resolução CFC nº 942, de 30 de agosto de 2002.

I – a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviçoa executar;

II – o tempo que será consumido para a realização do trabalho;

III – a possibilidade de ficar impedido da realização de outrosserviços;

IV – o resultado lícito favorável que para o contratante advirá como serviço prestado;

V – a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual oupermanente;

VI – o local em que o serviço será prestado.

Art. 7º O Contabilista poderá transferir o contrato de serviços aseu cargo a outro Contabilista, com a anuência do cliente, sempre porescrito.

Art. 7º, caput, com redação dada pela Resolução CFC nº 942, de 30 de agosto de 2002.

Parágrafo único. O Contabilista poderá transferir parcialmentea execução dos serviços a seu cargo a outro contabilista, mantendosempre como sua a responsabilidade técnica.

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Art. 8º É vedado ao Contabilista oferecer ou disputar serviços profis-sionais mediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal.

CAPÍTULO IV

DOS DEVERES EM RELAÇÃO AOS COLEGAS E À CLASSE

Art. 9º A conduta do Contabilista com relação aos colegas deveser pautada nos princípios de consideração, respeito, apreço e solida-riedade, em consonância com os postulados de harmonia da classe.

Parágrafo único. O espírito de solidariedade, mesmo na condi-ção de empregado, não induz nem justifica a participação ou conivên-cia com o erro ou com os atos infringentes de normas éticas ou legaisque regem o exercício da profissão.

Art. 10. O Contabilista deve, em relação aos colegas, observar asseguintes normas de conduta:

I – abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer mododesabonadoras;

II – abster-se da aceitação de encargo profissional em substitui-ção a colega que dele tenha desistido para preservar a dignidade ouos interesses da profissão ou da classe, desde que permaneçam asmesmas condições que ditaram o referido procedimento;

III – jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluçõesencontradas por colegas, que deles não tenha participado, apresen-tando-os como próprios;

IV – evitar desentendimentos com o colega a que vier a substituirno exercício profissional.

Art. 11. O Contabilista deve, com relação à classe, observar asseguintes normas de conduta:

I – prestar seu concurso moral, intelectual e material, salvo cir-cunstâncias especiais que justifiquem a sua recusa;

II – zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional epelo aperfeiçoamento de suas instituições;

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III – aceitar o desempenho de cargo de dirigente nas entidades declasse, admitindo-se a justa recusa;

IV – acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusivequanto a honorários profissionais;

V – zelar pelo cumprimento deste Código;

VI – não formular juízos depreciativos sobre a classe contábil;

VII – representar perante os órgãos competentes sobre irregulari-dades comprovadamente ocorridas na administração de entidade daclasse contábil;

VIII – jamais utilizar-se de posição ocupada na direção de entida-des de classe em benefício próprio ou para proveito pessoal.

CAPÍTULO V

DAS PENALIDADES

Art. 12. A transgressão de preceito deste Código constitui infra-ção ética, sancionada, segundo a gravidade, com a aplicação de umadas seguintes penalidades:

I – advertência reservada;

II – censura reservada;

III – censura pública.

Parágrafo único. Na aplicação das sanções éticas, são consi-deradas como atenuantes:

I – falta cometida em defesa de prerrogativa profissional;

II – ausência de punição ética anterior;

III – prestação de relevantes serviços à Contabilidade.

Art. 13. O julgamento das questões relacionadas à transgressãode preceitos do Código de Ética incumbe, originariamente, aos Con-

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selhos Regionais de Contabilidade, que funcionarão como TribunaisRegionais de Ética e Disciplina, facultado recurso dotado de efeitosuspensivo, interposto no prazo de quinze dias para o Conselho Fede-ral de Contabilidade em sua condição de Tribunal Superior de Ética eDisciplina.

Art. 13, caput, com redação dada pela Resolução CFC nº 950, de 29 de novembro de 2002.

§ 1º O recurso voluntário somente será encaminhado ao TribunalSuperior de Ética e Disciplina se o Tribunal Regional de Ética e Disci-plina respectivo mantiver ou reformar parcialmente a decisão.

§ 1º com redação dada pela Resolução. CFC nº 950, de 29 de novembro de 2002.

§ 2º Na hipótese do inciso III do art. 12, o Tribunal Regional deÉtica e Disciplina deverá recorrer ex officio de sua própria decisão(aplicação de pena de Censura Pública).

§ 2º com redação dada pela Resolução CFC nº 950, de 29 de novembro de 2002.

§ 3º Quando se tratar de denúncia, o Conselho Regional de Con-tabilidade comunicará ao denunciante a instauração do processo atétrinta dias após esgotado o prazo de defesa.

§ 3º renumerado pela Resolução CFC nº 819, de 20 de novembro de 1997.

Art. 14. O Contabilista poderá requerer desagravo público ao Con-selho Regional de Contabilidade, quando atingido, pública e injusta-mente, no exercício de sua profissão.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 819/97

Restabelece o instituto do recurso exofficio na área do Processo Ético.Altera o § 2º do art. 13 do CEPC.Revoga a Resolução CFC nº 677/90e dá outras providências.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício desuas atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que o julgamento das infrações ao Código deÉtica Profissional do Contabilista – CEPC exige prudência na análisedo comportamento do Contabilista no campo do exercício profissio-nal, a fim de não se confundir com os valores que definem a infraçãoao Decreto-lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946;

CONSIDERANDO que na estrutura organizacional do CFC a Câma-ra de Ética se especializa na apreciação e julgamento dos processos denatureza ética que sobem à instância ad quem em grau de recurso;

CONSIDERANDO que, dentre as penas previstas no Código deÉtica Profissional do Contabilista – CEPC, a de censura pública é aque merece destaque, em razão de sua publicidade perante a socie-dade, extrapolando, por esse motivo, o campo restrito do mundo pro-fissional da Contabilidade, fato esse que pode gerar grave lesão àimagem da profissão;

CONSIDERANDO que, com a instituição da Câmara de Ética nocampo estrutural do Conselho Federal de Contabilidade, o melhor ca-minho será adotar critérios uniformes em termos de aplicação da penade censura pública, para tanto, restabelecendo-se o instituto do recur-so ex officio na área do Processo Ético,

RESOLVE:

Art. 1º Ao § 2º do art. 13 do Código de Ética Profissional doContabilista – CEPC, aprovado pela Resolução CFC nº 803/96, dê-sea seguinte redação:

“§ 2º Na hipótese do inciso III do art. 12, o Tribunal Regional deÉtica Profissional deverá recorrer ex officio de sua própria decisão(aplicação de pena de Censura Pública).”

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Art. 2º Renumere-se o atual § 2º do art. 13 do Código de ÉticaProfissional – CEPC, aprovado pela Resolução CFC nº 803/96, para § 3º.

Art. 3º Para processar e julgar a infração de natureza ética, écompetente o Conselho Regional de Contabilidade, investido de suacondição de Tribunal Regional de Ética e Disciplina (TRED) do localde sua ocorrência.

Art. 3º, caput, com redação dada pela Resolução CFC nº 950, de29 de novembro de 2002.

Parágrafo único. Quando o CRC do local da infração não for o doregistro principal do infrator, serão observadas as seguintes normas:

I – O CRC do local da infração encaminhará cópia da notificaçãoou do auto de infração ao CRC do registro principal, solicitando asprovidências e informações necessárias à instauração, instrução ejulgamento do processo.

II – O CRC do registro principal, além de atender, em tempo hábil,às solicitações do CRC do local da infração, fornecerá a este todos oselementos de que dispuser no sentido de facilitar seus trabalhos deinformação e apuração.

III – De sua decisão condenatória, o TRET interporá, em todos oscasos, recurso ex officio ao TSET.

IV – Ao CRC (TRED) do registro principal do infrator incumbeexecutar a decisão cuja cópia, acompanhada da Deliberação do TSEDsobre o respectivo recurso, lhe será remetida pelo CRC (TRED) dojulgamento do processo.

Inciso 4º com redação dada pela Resolução CFC nº 950, de 29de novembro de 2002.

Art. 4º Revoga-se a Resolução CFC nº 677/90.

Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Brasília, 20 de novembro de 1997.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTESVice-Presidente para Assuntos Operacionais

no Exercício da Presidência

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EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DA RESOLUÇÃO CFC QUE INSTI-TUI O RECURSO EX OFICIO NOS PROCESSOS ÉTICOS QUAN-DO DA APLICABILIDADE DA PENA DE CENSURA PÚBLICAPELO TRIBUNAL REGIONAL DE ÉTICA

Aos Conselhos Regionais de Contabilidade, entidades de fis-calização e de promoção do desempenho ético da profissão contábil,que atuam como órgãos a serviço da sociedade, compete, originaria-mente, processar e julgar infrações cometidas contra a legislaçãocontábil, conforme preconiza o art. 10, alínea c, do Decreto-lei nº 9.295/46 e o art. 2º da Resolução CFC nº 273/70.

O poder punitivo delegado pelo Estado às Corporações emergen-tes da própria classe, em virtude de lei, faz desaguar sobre os ombrosdesta extraordinária responsabilidade, qual seja, julgar seus pares.

No exercício pleno da fiscalização da profissão contábil podemos Conselhos Regionais de Contabilidade aplicar sanções éticas edisciplinares, transmudando-se estas em multas e suspensão.

Todavia, a pena ética diferencia-se, diametralmente, da pena dis-ciplinar, enquanto que esta visa corrigir infração eminentemente sob oponto de vista técnico-laboral, aquela atinge a vertente moral do exer-cício profissional.

Neste sentido, discorreu o ilustre jurista Dr. José WashingtonCoelho em seu monumental trabalho “Ética Profissional”: “... é que otermo ética tornou-se próprio e adequado para expressar a moraldo grupo organizado em categoria profissional.”

É verdade que a infração ética encharca de mácula a classe con-tábil, mas não é menos verdade que a punição, se aplicada fora desuas proposições, pode trazer prejuízos imensos ao profissional quenela incorrer. Como reparar uma pena ética aplicada inadequadamen-te, principalmente se esta vem ao domínio público?

Enquanto a pena não extrapola ao conhecimento das partes en-volvidas – Conselho/profissional –, cremos existir remédio para a cha-ga aberta. Todavia, conforme dito, havendo extrapolação, o antídoto,se é que existe, torna-se ineficaz.

Envoltos em manto legal, que lhes assegura o poder discricioná-

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rio punitivo, devem os Conselhos Regionais de Contabilidade guardara devida prudência quando do uso legítimo desse direito.

Desta forma, com resguardo e elementar cautela de administra-ção da pena ética – especificamente quando esta tratar-se de “Censu-ra Pública” –, determina o projeto de Resolução, na ausência de re-curso voluntário, que o infrator seja beneficiado com o instituto dorecurso ex officio, oportunizando, assim, o conhecimento do feito àinstância superior que proferirá decisão definitiva.

O espírito da Resolução se evidencia no intuito de obter equilíbrioentre o interesse da classe contábil e o da defesa individual do profis-sional infrator, todavia não o inspira o espírito do autoritarismo emrazão do poder de punir.

Brasília, 15 de outubro de 1997.

MAURO MANOEL NÓBREGACoordenador da Câmara de Ética

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RESOLUÇÃO CFC Nº 942/02

Altera o Código de Ética Profissio-nal do Contabilista e dá outras provi-dências.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício desuas atribuições legais, estatutária e regimentais;

CONSIDERANDO que o Código de Ética Profissional do Contabi-lista é o repositório de preceitos e orientação e disciplina da condutado profissional dentro do amplo quadro do exercício da profissão.

CONSIDERANDO a necessidade de se adaptar o Código de Éti-ca Profissional do Contabilista à realidade da necessidade atual daclasse, na parte em que se refere à relação do Contabilista com ocliente.

RESOLVE:

Art. 1º Ao caput dos artigos 6º e 7º do Código de Ética Profissio-nal do Contabilista, aprovado pela Resolução CFC nº 803/96, dê-se asseguintes redações:

Art. 6º O contabilista deve fixar previamente o valor dos serviços,por contrato escrito, considerados os elementos seguintes:(...)

Art. 7º O contabilista poderá transferir o contrato de serviços aseu cargo a outro Contabilista, com a anuência do cliente, sempre porescrito.(...)

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua aprovação

Brasília, 30 de agosto de 2002.

Contador ALCEDINO GOMES BARBOSAPresidente

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RESOLUÇÃO CFC Nº 950/02

Altera o art. 13 do Código de ÉticaProfissional do Contabilista, aprova-do pela Resolução CFC nº 803/96, eo art. 3º da Resolução CFC nº 819/97, e dá outras providências.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício desuas funções legais e regimentais,

CONSIDERANDO a nova disciplina proposta pelo Regulamentode Procedimentos Processuais para os processos de fiscalização;

CONSIDERANDO que o disciplinamento intentado pelo Regula-mento produzirá reflexos no funcionamento das Câmaras de Éticados Conselhos de Contabilidade;

CONSIDERANDO que esses reflexos devem ser adequadamenteregulados como forma de manter-se a unicidade de ação e a uniformi-dade de procedimentos pelo Sistema Contábil,

RESOLVE:

Art. 1º O artigo 13 e seus parágrafos 1o e 2o do Código de ÉticaProfissional do Contabilista, Resolução CFC nº 803/96, passam a vi-gorar com a seguinte redação:

Art. 13. O julgamento das questões relacionadas à transgressãode preceitos do Código de Ética incumbe, originariamente, aos Con-selhos Regionais de Contabilidade, que funcionarão como TribunaisRegionais de Ética e Disciplina, facultado recurso dotado de efeitosuspensivo, interposto no prazo de quinze dias, para o Conselho Fe-deral de Contabilidade em sua condição de Tribunal Superior de Éticae Disciplina.

§ 1º O recurso voluntário somente será encaminhado ao TribunalSuperior de Ética e Disciplina se o Tribunal Regional de Ética e Disci-plina respectivo mantiver ou reformar parcialmente a decisão.

§ 2º Na hipótese do inciso III do art. 12, o Tribunal Regional deÉtica e Disciplina deverá recorrer ex officio de sua própria decisão(aplicação de censura pública).

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Art. 2º O art. 3º e seu inciso IV, da Resolução CFC nº 819/97,passam a vigorar com a seguinte redação:

Art. 3º Para processar e julgar a infração de natureza ética, écompetente o Conselho Regional de Contabilidade, investido de suacondição de Tribunal Regional de Ética e Disciplina (TRED), do localda sua ocorrência.

Parágrafo único. (...)

I. (...)II. (...)III. (...)IV. Ao CRC (TRED) do registro definitivo do infrator incumbe exe-

cutar a decisão cuja cópia, acompanhada da Deliberação do TSEDsobre o respectivo recurso, lhe será remetida pelo CRC (TRED) dojulgamento do processo.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica-ção, revogando-se as disposições em contrário.

Brasília, 29 de novembro de 2002.

Contador Alcedino Gomes BarbosaPresidente

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Dados da Fiscalização NacionalSistema CFC/CRCs

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Sistema CFC/CRCs tem cumprido esse papel de forma bastan-te ativa, num trabalho planejado que envolve ações fiscalizatórias abran-gentes, contemplando vários programas e critérios de fiscalização. Issocoloca a profissão contábil como a número um em matéria de fiscaliza-ção. Nem uma outra profissão promoveu, em todos os tempos, a quan-tidade de diligências de fiscalização como a profissão contábil.

Os dados e as planilhas que compõem este capítulo demonstramdesempenho e aqui foram inseridos, para possibilitar aos interessados,principalmente os professores de disciplinas relacionadas à ética e aoexercício profissional, uma visão mais abrangente quanto ao trabalhode fiscalização da profissão contábil, não só objetivadas às correçõesdos desvios éticos, mas também dos de natureza disciplinar.

As faltas apuradas no decorrer do trabalho darão origem, inicial-mente, aos autos de infrações, depois aos processos éticos, quandoas faltas forem dessa natureza, e/ou a processos disciplinares, noscasos de descumprimento de formalidades diversas.

2. OBJETIVOS DA ATIVIDADE FISCALIZADORA

A fiscalização do exercício profissional é a atividade primordial dequalquer Conselho ou Ordem que congregue qualquer profissão regu-lamentada. Representa a proteção da sociedade contra leigos ou pro-fissionais em situações irregulares. É também o mecanismo naturalde defesa de mercado de trabalho dos profissionais abrangidos.

3. ESTRUTURA OPERACIONAL E PROGRAMAS DE FISCALIZAÇÃO

O Sistema CFC/CRCs é o mais estruturado e o que mais fiscali-za em relação a qualquer outra profissão regulamentada, basta com-parar dados. Todos os 27 Conselhos Regionais possuem um Departa-mento de Fiscalização, com veículos, equipamentos, softwares, su-porte técnico, etc. e programas de fiscalização dentro de um padrãonacional, traçados em seu Plano de Trabalho anual.

Conta com um quadro atual de 211 fiscais (160 contadores e 51técnicos em contabilidade) e uma frota de 156 veículos voltados àatividade de fiscalização.

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A fiscalização segue parâmetros nacionais, isto é, quantitativosou médias nacionais a serem cumpridas, adequados à sua realidadelocal. Os parâmetros que expressam a quantidade de diligências eações fiscalizadoras realizadas são chamados de Parâmetros Não-Qualificados e os que registram a efetividade da ação fiscalizadora,dirigida a um programa específico, são os Parâmetros Qualificados.

Nos Qualificados, a fiscalização deve realizar um determinadonúmero de diligências, voltadas a cumprimento de metas traçadas,como, por exemplo, verificação de escrituração contábil, cumprimen-to de Normas Brasileiras de Contabilidade, exigência de contrato deprestação de serviços contábeis, trabalhos de auditoria e perícia con-tábil, etc.

Esses parâmetros funcionam como direcionadores da ação fis-calizadora em todo o Brasil. Cada fiscal do Sistema deve realizar, nomínimo, 3,5 diligências de fiscalização por dia. Com isso, para sesaber o número de diligências que cada CRC deve cumprir por dia,basta multiplicar o seu número de fiscais pelo fator 3,5. Para conhe-cer os programas de fiscalização e as metas traçadas para cada Re-gional, basta verificar seu Plano de Trabalho.

4. ANÁLISE DO DESEMPENHO FISCALIZATÓRIO

Atualmente, existem, aproximadamente, 340 mil contadores etécnicos em contabilidade e mais de 63 mil empresas contábeis ematividade em todo o Brasil. Esse número expressivo, por si só, jáinduz à necessidade de um trabalho de fiscalização muito intenso.

Para se ter uma idéia, de 1998 a 2002, foram realizadas 1.018.388diligências ou ações de fiscalização, o que representa uma médiaanual de 170 mil diligências nesse intervalo. Com base nesse desem-penho pode-se concluir que cada profissional de contabilidade é visi-tado, em média, uma vez a cada dois anos (340.000 : 170.000).

Nesse período, foram contabilizados 87.917 processos abertos,isto é 8,63% das diligências realizadas resultaram na abertura de pro-cessos para apuração de responsabilidade profissional por faltas co-metidas. A média anual ficou em 14.600 processos. Dos processosabertos, 70.851 (80,58%) apuram faltas de natureza disciplinar e 17.066(19,42%) estão voltados aos aspectos éticos.

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Considerando os 340 mil profissionais ativos, pode-se deduzir que0,83% deles cometeram uma falta ética por ano (17.066 : 6 : 340.000x 100), e que 3,47% contabilistas cometeram uma falta disciplinar aoano (70.851 : 6 : 340.000 x 100).

Tais dados básicos expressam mais a efetividade do trabalho daFiscalização do Sistema CFC/CRCs do que o elevado índice de pro-fissionais faltosos, como se poderia, erroneamente, interpretar. É ne-cessário, portanto, muito cuidado na análise dos dados aqui expres-sados, para não se ter uma visão equivocada quanto à disciplina doscontabilistas brasileiros.

5. DAS PLANILHAS DE DADOS

Nas planilhas anexas, estão os detalhamentos dos trabalhos defiscalização nacional de 1998 a 2002, portanto, seis anos. As peçasdemonstram os números de diligências, notificações, autos de infra-ções ou representações lavrados, os processos abertos resultantesdestas autuações, além dos quantitativos de processos julgados, pe-nalidades aplicadas, quadro de fiscais, entre outros elementos.

A última planilha faz um resumo anual das diligências realizadasna capital ou no interior de cada estado, do número de processosÉticos e Disciplinares abertos e suas correlações percentuais com asreferidas diligências. Nesta planilha, pode-se perceber, claramente,que, embora o número de diligências tenha sido crescente em cadaano, o quantitativo de processos abertos foi o contrário, ou seja, dimi-nui a cada ano.

As planilhas demonstram os dados por Conselho Regional, pormês, ano, tipo de ação fiscalizadora, auto lavrado, processo aberto,etc., além de referências percentuais em alguns casos.

Espera-se que essas informações possam facilitar o estudo e apesquisa pelos interessados no tema e, ainda, para que tenham umavisão macro da atividade fiscalizadora da profissão contábil.

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Dados dos CRCs

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Dados do CFC

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Conselhos Regionais de Contabilidade

CRC - AlagoasPres. Rivoldo Costa SarmentoRua Tereza de Azevedo, 1.526 – Farol57052-600 – Maceió - ALTelefone: (82) 338-9444 - Fax: (82) 338-9444E-mail: [email protected]

CRC - AmapáPres. Maria Angélica Corte PimentelAV. Ernestino Borges, 1.437 – Jesus de Nazaré68908-010 - Macapá - APCaixa Postal 199Telefone: (96) 223-9503 / 223-2697 - Fax: (96) 223-9504E-mail: [email protected]

CRC - AcrePres. Marcelo do Nascimento FrançaEstrada Dias Martins S/N Res Mariana69900-000 - Rio Branco - ACTelefone: (68) 227-8038 - Fax: (68) 224-8038E-mail: [email protected]

CRC - AmazonasPres. José Corrêa de MenezesRua Lobo D’ Almada, 380 – Centro69010-030 - Manaus - AMTelefone:(92) 633-2566 - Fax:(92) 633-2566/2278E-mail:[email protected]

CRC - BahiaPres. Hélio Barreto JorgeRua Manoel Carlos Devoto, 320 – Barris40070-110 - Salvador - BATelefone: (71) 328-4000 / 328-2515Fax: (71) 328-4000 / 328-5552 / 328-5551E-mail:[email protected]

CRC - CearáPres. Amândio Ferreira dos SantosAv. da Universi-dade, 3.057 – Benfica60020-181 – Fortaleza - CETelefone: (85) 455-2900 - Fax: (85) 455-2913E-mail: [email protected]

CRC - Distrito FederalPres.José Tarcílio Carvalho do NascimentoSCRS 503 Bl. B lj.31-3370331-520 - Brasília - DFTelefone: (61) 321-1757/321-7105 - Fax: (61) 321-1747E-mail:[email protected]

CRC - Espírito SantoPres. José Américo BourguignonRua Alberto de Oliveira Santos, 42 - 20º andarEd. Ames – Centro29010-901 – Vitória – ESTelefone/Fax: (27) 3132-2062E-mail: [email protected]

CRC - GoiásPres. Alexandre Francisco e SilvaR. 107 nº 151 Qd. F Lt. 21 E - Setor Sul74085-060 Goiânia - GOTel: (62) 281-2211/281-2508 - Fax: (62) 281-2170E-mail: [email protected]

CRC - MaranhãoPres. José Wagner Rabelo MesquitaPraça Gomes de Souza nº 536 – Centro65010-250 - São Luís - MATelefone: (98) 231-4020/0622 - Fax: (98) 231-4020E-mail: [email protected]

CRC - Mato GrossoPres. Silvia Mara Leite CavalcanteRua 05 Quadra 13 lote 02 - Centro Político ADM78050-970 - Cuiabá - MTTelefone - (Fax): (65) 624-2100E-mail: [email protected]

CRC - Mato Grosso do SulPres. Odácio Pereira MoreiraRua Euclides da Cunha, 994 - Jardim dos Estados79020-230 - Campo Grande - MSTelefone: (67) 326-0750 / 326-7682Fax: (67) 326-0750E-mail: [email protected]

CRC - Minas GeraisPres. José Francisco AlvesRua Cláudio Manoel, 639 - Funcionários -Belo Horizonte - MGCaixa Postal 150 / 30140-100Telefone: (31) 3261-6167 - Fax: (31) 261-6167E-mail: [email protected]

CRC - ParáPres. João de Oliveira e SilvaRua Avertano Rocha, 392 - Entre S. Pedro e Pe.Eutique66023-120 - Belém - PATelefone: (91) 241-7922 / 223-0817Fax: (91) 222-7153 - Ramal: 5101E-mail: [email protected]

CRC - ParaíbaPres. José Edinaldo de LimaRua Rodrigues de Aquino, 208 – Centro58013-030 – João Pessoa - PBTelefone: (83) 222-1313 / 222-1315 / 222-5405Fax: (83) 221-3714E-mail:[email protected]

CRC - ParanáPres. Nelson ZafraRua Lourenço Pinto, 196 - 1º ao 4º andarEd. Centro do Contabilista - Curitiba - PRCx Postal 1480 / 80010-160Telefone: (41) 232-7911 - Fax: (41) 232-7911E-mail: [email protected]

CRC - PernambucoPres. Genival Ferreira da SilvaRua do Sossego, 693 - Santo Amaro50100-150 - Recife - PETelefone: (81) 3423-6011 - Fax: (81) 3423-6011E-mail: [email protected]

CRC - PiauíPres. José Raulino Castelo Branco FilhoRua Pedro Freitas, 1000 - Vermelha64018-000 - Teresina - PITelefone: (86) 221-7531 - Fax: (86) 221-7161E-mail: [email protected]

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Conselho Federal de Contabilidade

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CRC - Rio Grande do NortePres. Jucileide Ferreira LeitãoRua Princesa Isabel, 815 - Cidade Alta59025-400 - Natal - RNTelefone: (84) 211-8512Fax: (84) 211-8512/211-8505E-mail: [email protected]

CRC - Rio Grande do SulPres. Enory Luiz SpinelliRua Baronesa do Gravataí, 471 - Cidade Baixa90160-070 - Porto Alegre - RSTelefone: (51) 3228-7999 - Fax: (51) 3228-7999E-mail: [email protected]

CRC - Rio de JaneiroPres. Nelson Monteiro da RochaPraça Pio X, 78, 8º/10º andar20091-040 – Rio de Janeiro - RJTelefone: (21) 2216-9595 - Fax: (21) 2516-0878E-mail: [email protected]

CRC - RondôniaPres. João Altair Caetano dos SantosRua Joaquim Nabuco, 2.875 – Olaria78902-450 – Porto Velho - ROTelefone: (69) 224-6454Fax: (69) 224-6625E-mail: [email protected]

CRC – RoraimaPres. Francisco Fernandes de OliveiraRua Major Manoel Correia, 372São Francisco - Boa Vista - RR69305-100Telefone: (95) 623-1457 - Fax: (95) 623-1457E-mail: [email protected]

CRC - Santa CatarinaPres. Juarez Domingues CarneiroRua Osvaldo Rodrigues Cabral, 1.900Centro – Florianópolis - SCCaixa Postal 76 / CEP 88015-710Telefone: (48) 3027-7000 - Fax: (48) 3027-7002E-mail: [email protected]

CRC - São PauloPres. Pedro Ernesto FabriRua Rosa e Silva, 60 – Higienópolis01230-909 - São Paulo - SPTelefone: (11) 3824-5400 - Fax: (11) 3662-0035E-mail: [email protected]

CRC - SergipePres. Carlos Henrique Menezes LimaRua Itaporanga, 103 – Centro49010-140 - Aracaju - SETelefone: (79) 211-6812/6805 - Fax: (79) 211-2650E-mail: [email protected]

CRC - TocantinsPres. Sebastião Célio Costa CastroQd.103 Sul, R S07 nº 9 B - Centro - Palmas - TOCx Postal 1003 / 77163-010Telefone: (63) 215-1412/3594 -Fax: (63) 215-1412E-mail: [email protected]

Page 89: Abordagens Éticas para o Profissional Contábil

Abordagens Éticas para o Profissional Contábil

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Contador Alcedino Gomes BarbosaPresidente

Contador José Martonio Alves CoelhoVice-Presidente de Desenvolvimento Profissional

Contador Raimundo Neto de CarvalhoVice-Presidente de Controle Interno

Conselho Federal de ContabilidadeBiênio 2002/2003

PLENÁRIO

CÂMARA DE ASSUNTOS GERAIS

Contador Sergio FaracoCoordenador

Conselheiros EfetivosSergio FaracoAntônio Carlos DóroJosé Justino Perini Colledan

CÂMARA DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Contador José Martonio Alves CoelhoCoordenador

Conselheiros EfetivosJosé Martonio Alves CoelhoWashington Maia FernandesSudário de Aguiar Cunha

CÂMARA DE REGISTRO E FISCALIZAÇÃO

Contador Dorgival Benjoino da SilvaCoordenadorWaldemar Ponte DuraCoordenador-Adjunto

Conselheiros EfetivosDorgival Benjoino da SilvaJosé Justino Perini ColledanSudário de Aguiar CunhaAntônio Carlos DóroMiguel Ângelo Martins LaraWaldemar Ponte DuraPaulo Viana Nunes

Conselheiros SuplentesPedro Nunes Ferraz da SilvaDelmiro da Silva MoreiraEulália das Neves Ferreira

Contador Sergio FaracoVice-Presidente de Administração

Contador Dorgival Benjoino da SilvaVice-Presidente de Registro e Fiscalização

Contador Irineu De MulaVice-Presidente Técnico

Conselheiros SuplentesEulália das Neves FerreiraMaria Clara Cavalcante BugarimJosé Antonio de Godoy

Conselheiros SuplentesPedro Nunes Ferraz da SilvaRoberto Carlos Fernandes DiasDelmiro da Silva MoreiraAntonio Augusto de Sá ColaresAlbino Luiz SellaWindson Luiz da SilvaJosé Augusto Costa Sobrinho

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Conselho Federal de Contabilidade

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CÂMARA DE ÉTICA E DISCIPLINA

Contador Dorgival Benjoino da SilvaCoordenadorContador Sudário de Aguiar CunhaCoordenador-Adjunto

Conselheiros EfetivosDorgival Benjoino da SilvaJosé Justino Perini ColledanSudário de Aguiar CunhaAntônio Carlos DóroMiguel Ângelo Martins LaraWaldemar Ponte DuraPaulo Viana Nunes

CÂMARA TÉCNICA

Contador Irineu De MulaCoordenador

Conselheiros EfetivosIrineu De MulaAntônio Carlos DóroMauro Manoel Nóbrega

CÂMARA DE CONTROLE INTERNO

Contador Raimundo Neto de CarvalhoCoordenador

Conselheiros EfetivosRaimundo Neto de CarvalhoWashington Maia FernandesBernardo Rodrigues de Souza

Conselheiros SuplentesEulália das Neves FerreiraRoberto Carlos Fernandes DiasMauro Manoel Nóbrega

Conselheiros SuplentesMaria Clara Cavalcante BugarimVerônica Cunha de Souto MaiorAlbino Luiz Sella

Conselheiros SuplentesPedro Nunes Ferraz da SilvaRoberto Carlos Fernandes DiasDelmiro da Silva MoreiraAntonio Augusto de Sá ColaresAlbino Luiz SellaWindson Luiz da SilvaJosé Augusto Costa Sobrinho

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