36

ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de
Page 2: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de
Page 3: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de
Page 4: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

INDÚSTRIA QUíMICANO BRASIL

Investimentos da Bayerno Brasil

Nos próximos cinco anos a Bayeraplicará 400 milhões de marcos,equivalentes a cerca de 150 milhõesde dólares, no Brasil, principalmenteno Estado do Rio de Janeiro, confor-me informações do presidente. Sr.Rolf Lochner.

Ele lembrou que a empresa da qualé diretor está completando 85 anosde Brasil. E tem confiança no desen-volvimento, pois ele é evidente. Háindícios de que em 1982 a economiaficará melhor que no ano de 1981.

Aqui no Brasil são feitos os nossosmaiores investimentos depois dosefetuados nos EUA. No ano de 1982,a verba de investimentos aplicadosfora da R.F. da Alemanha é de 2000milhões de marcos, disse o presi-dente.

Além da fábrica de MDI e anilinas,em instalação em Belford Roxo, ime-diações da cidade do Riode Janeiro,que estará funcionando dentro dedois anos, a Bayer expandirá a pro-dução de artigos fito-sanitários e decompostos inorgânicos. Em.SãoPaulo será desenvolvida a linha deprodutos veterinários.

Produção da indústriapetroquímica em 1980

A produção brasileira de compos-tos petroquímicos (estimativa) em1980, segundo o Conselho de Desen-volvimento Industrial, foi a seguinte:Petroquímicos básicos. incluin-do eteno, propeno, butadieno, ben-zeno, tolueno, xilenos, e meta-nol 2 000 000 1.

Termoplásticos, incluindo polieti-leno de alta e baixa densidades, poli-propileno, poli (cio reto de vinila),poliestireno 1 0000001.

Fibras químicas texteis incluindonylon 6 e nylon 66; poliesteres eacrílicas - 300 000 1.

Elastômeros sintéticos, incluindoborrachas estireno-butadieno, po-

. 2

libutadieno, nitrílicae látices- 220 000 1.

O total destas Quatro classes foi:em 1980. 3 520 000 t; em 1971,430 000. Vê-se bem o grande cresci-mento.

Investimentos da Basf na Babia

BASFQuímica da Bahia, subsidiá-ria da BASF AG. da R.F. da Alemanha,declarou que o Grupo pretende apli-car 60 milhões de marcos na fábricada Bahia para produção de etila-minas e propilaminas, intermediáriospara fabricação de defensivos agrí-colas.

A unidade da BASF inaugurada em15 de outubro próximo findo (vernotícia "Inaugurou-se em Camaçaria fábrica de aminas da BASF,"pági-nas 324 e 326), vinha operando noritmo de 40% da capacidade.

O Diretor superintendente da em-presa bahiana, Argentino DiegoTheumann, entende que a partir demarço do ano corrente os consumi-dores nacionais de aminas passem aadquirir maiores quantidades destasmatérias primas químicas.

Estimativa da produção nacional defertilizantes químicos

Estima-se que no ano de 1980 seproduziram no país: adubos nitroge-nados, 489 000 t (em toneladas denitrogênio); e adubos. fosfatados,1 631 000 t (de P205).

Kauri Sigmapesquisaanticorrosivo com base

de etanol

Para desenvolver um estudo pio-neiro no país, de sistema anticor-rosivo menos dependente de petró-leo (utilizando álcool e água) a KauriSigma SA Tintas e Resinas estáinvestindo Cr$ 106 milhões com re-cursos próprios e repassados peloFinep. .

A informação é do presidente da. empresa, o químico Nuni Kauffmann,

que reconheceu não existir ainda noBrasil uma conscientização dos téc-

REVISTA DE QUIMICA INDUSTRIAL

nicos e empresários a respeitó daimportância do tratamento anticor-rosivo.

Com 32 anos de existência, a KauriSigma passou de um capital inicialde Cr$ 50 cruzeiros para Cr$110 mi-lhões hoje, e o seu faturamento al-cançou Cr$ 1 bilhão. e o lucro opera-cional Cr$ 80 milhões. Segundo NuniKauffmann, a empresa vendeu em1980 o equivalente a uma média de 1milhão de dólares/mês dos quais50 000 dólares foram exportadosmensalmente.

De uma sociedade com um amigode escola, para fabricar especialida-de químicas, surgiu em janeiro de1950 a Produtos Químicos KauriLtda., que começou na garage deuma residência em Santa Teresa, on- .de o único operário 'fazia vez poroutra o papel também de jardineiro.

Hoje a empresa conta com 250operários e três unidades: Uma em-presa de consultoria; A Oakite Quí-mica; E a fábrica de tintas que ocupauma área em Duque de Caxias de14000 metros quadrados.

Para Nuni Kauffmann, o segredoestá na diferença entre o empresárioe o empreendedor. Ele, que se consi-dera mais um empreendedor do queempresário, tem como fundamento acompetição e, para se sair bem nessaregra de jogo, considera fundamen-talo investimento no homem.

Eé por isso mesmo que diz que suaempresa investe muito em pesqui-sase este ano encerrou o pagamentode raya/tiescom a absorção de tec-nologia importada de duas empresasholandesas desde 1970.

Nota da Redação

o nome Kauri formou-se com a junçãode duas sílabas dos nomes KauffmanneRiedel. nomes de dois químicos brasilei-ros que começaram a trabalhar juntos nafabricação de especialidades químicas.

Entrará em produção aDestilaria Cridasa; no ES

Em maio de 1982, a Cridasa. des-tilaria de álcool que conta com a par-ticipação da Aracruz, deverá entrarem regime normal de produção. Aimplantação será concluída em mar-ço e os ensaios de pré-produçãoestão previstos para o mês de abril.

Localizada em Cristal, no municí-pio capixaba de Conceição da Barra.

IDa Cridasa produzirá 120000 litros.

Marçode 1982- 66

Page 5: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

EQUIPAMENTOS PARA INDÚSTRIADE- TINTAS -

Coletores de pó TORIT para combateà poluição do ar.

Secador de leitofluidizado p a r apigmentos.

Misturadordispersor.

Moinho de bolas.

EquipamentosTORRANCE

Agitadores H o I m e s -Speedy para latas.

.

Moinho de esfe-ras ATTRITORpara tintas.

I-'

Peneira giratória

Secador cone du-Enchedor pneumá-

I

pIo a vácuo paratico de pistão para pigmentos com

Reator para resinas. Ilatas até 5 litros. solvente.

Lavador ocular deemergência.

Tacho a fogo dire-to para vernizes.

Misturador sigma.

Misturadores disperso-res hidráulicos.Misturadores hidráuli-licos para pastas.Moinhos de bolas emf e r r o ou revestidos.

Moinhos de mó para Moinhos de 1 e 3 rolos. circulação forçada ou

empastamento. O t . t a vácuo.u ros eqUlpa-men os.

Moinho Microflow para C h u v e i r o s de S e c a d o r e s de artintas de impressão ou emergência. comprimido.mimeógrafo. Estufas de secagem, de

Misturador de ca-çamba rotativa.

Moinho de disco decarborundum.

TREU S. A. máquinas e equipamentosAv. Brasil, 21 00021510 RIO DE JANEIRO - RJTel.: (021)359.4040 - Telex: (021)21089Telegramas: Termomatic

Rua Conselheiro Brotero, 589-Conj. 9201154 SÃO PAULO - SPTels.: (011) 66.7858 e 67.5437

Page 6: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

diários de álcool anidroou hidrata-do, em regimede safra, oque implicaem seu funcionamento cerca de seismeses por ano.

Com o objetivo de ampliar o perío-do de safra, o Departamento Agrícolada Cridasa iniciou um trabalho depesquisa, em colaboração com o Ins-tituto do Açúcar e do Álcool, por in-termédio do Planalsucar, para sele-cionar variedades de cana que pro-porcionem um período de colheitamais longo, ampliando o funciona-mento anual da usina e, consequen-temente, a produção.

Até agora já foram plantados pelosfuturos fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de cana, o que assegura maté-ria-prima suficiente para o funcio-namento da usina. Projeta-se que aprimeira safra desses plantios umrendimento de 80 toneladas de canapor hectare, superior às expectativasiniciais. Com isso a empresa operará,em 1982, com cerca de 80 por centode sua capacidade. A quase totalida-de das áreas plantadas está localiza-da num raio de 10 km da usina.

Por um convênio firmado com oPlanalsúcar, a Cridasa criou umaárea de experimentação agrícola evem realizando pesquisaS de seleçãode variedades de cana, épocas apro-priadas de plantio, curvas de matu-ração, resistência a doenças, contro-le das ervas daninhas e de consor-ciamento de produção de cana com ade alimentos.

O equipamento foi adquirido aoConsórcio Dedini-Cardistil de "cha-ve na mão", que importa na exe-cução desde a engenharia básica atéo "start up", como compromisso deentregar a indústria produzindo dêacordo com padrões especificadosem contrato.

A Aracruz detém 32 por cento decontrole acionário da Cridasa. A li-derança histórica do empreendimen-to é do Sr. José Luiz da Costa. Tam-bém participam: O Geres, Brasál-cool, 'Ibasa e o Grupo Dedini.

Além da participação aCionária, aAracruz gerencia a implantação doempreendimento nas áreas econô-mico-financeira e administrativa, faza coordenação técnica, acompanha-mento da obra, recruta, seleciona opessoal e também realiza parte dotreinamento.

A Aracruz conta consumir parte doálcool da Cridasa em sua base deoperações florestais de São Mateus eConceição da Barra, além de consi-derar o empreendimento como de

4

muito boa rentabilidade. A Cridasa,com as demais destilarias autôno-mas de álcool, será auto-suficienteem energia, pela geração de vaporcom a queima de bagaço de cana.

O sistema de efluentes da usinaprocurou associar o mais eficientecontrole ambiente ao aproveitamen-to econômico dos resíduos. O vinho-to, as águas de lavagem, torta defiltros e outros produtos que com-põem o .. resti10"serão usados comoadubo, aproveitando seu poder fer-tilizante. O projeto do sistema deaproveitamento de efluentes segueos melhores padrões de controle am-biente, está sob responsabilidade daSucral, firma especializada no ramo.A Secretaria de Saúde do EspíritoSanto, em consórcio com a Feema,do Rio de Janeiro, também assessorao projeto.

Pensando em aprimorar ainda'mais seu sistema de efluentes, a Cri-dasa está iniciando um trabalho depesquisa juntamente com a Ibrasa,subsidiária do BNDE e acionista daempresa, para ~ instalação de umbio-digestor semi-industrial. Esteequipamento permitirá que o vinhotoseja tratado biologicamente, poden-do o gás resultante do processo serengarrafado sob pressão para con-sumo em equipamentos agrícolas.

Aniversário da Reduc

A Refinaria Duque de Caxias- REDUC, da Petrobrás, completou20 anos de produção, durante osquais vem crescendo e se aperfei-çoando com o objetivo de alcançaros mais altos níveis de produtivida-de. Com capacidade para processar42 600 m3 de petróleo por dia, ela é asegunda maior unidade do parque derefino nacional, e contribui com cer-ca de 18% do total de petróleo refi-nado no país.

A REDUCfoi planejada para suprirde derivados os Estados do Rio deJaneiro, Espírito Santo e parte deMinas Gerais, e pode operar com amaior parte dos diferentes tipos depetróleo existentes no mercado.

O recebimento da matéria-prima éfeito pelo Terminal da Baia da IlhaGrande - TEBIG, ao qual a refinariaestá interligada por oleoduto de 120km de extensão. Eventualmente, osuprimento se dá pelos Terminais eOleodutos do Rio de Janeiro e MinasGerais - TORGUÁ,por três oleodu-

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

tos submarinos com 17 km de ex-tensão.

Atualmente, a capacidade de esto-cagem de óleo bruto da REDUCé de1 milhão 600000 m3. O escoamentodos derivados se processa direta~mente, pelos oleodutos, para as ba-ses de provimento das companhiasdistribuidoras, situadas na localida-de de Gramacho. A REDUCtambémescoa seus produtos por intermédiodo TORGUÁ,para abastecimento, viacabotagem, de outras regiões dopais.

Apresentando uma diversificadalinha de produtos, foi a seguinte aprodução média mensal dos princi-pais derivados do petróleo realizadapela Refinaria no primeiro semestrede 1981: gás liquefeito de petróleo:56053 m3; gasolina: 145 000 m3; querosene de aviação: 108000 m3; óleodiesel: 203000 m3; óleos combustí-veis: 280 000 m3; nafta petroqui-mica: 26 500 m3; lubrificantes:40000 m3; asfaltos: 5000 toneladas;'Parafinas: 2000 toneladas.

No inicio de 1979, com a entradaem operação do segundo Conjuntode Lubrificantes, a REDUCtornou opais auto-suficiente em lubrificantesbásicos parafínicos, produtos res-ponsáveis pela quase totalidade doconsumo de lubrificantes acabados.

Novo processo pararevestimento de uréia

O centro de Pesquisas da Petro-brás (CENPES) e a Petrofértil desen-volveram um processo de revesti-mento de uréia que irá proporcionar,a partir de 1982, uma redução (apreços de meados de 1981) de 300milhões de cruzeiros por ano noscustos operacionais de tratamentodo produto.

O processo desenvolvido tem umcusto de investimento quatro vezesmenor que os processos tradicionaise utilizará óleo parafinado disponivelna Refinaria Landulpho Alves (Ba.-hia).

Ultimamente, a produção do Pais éda ordem de 300 000 tlano, mas em-presas do Sistema Petrofértil deve-vão alcançar, em 1982, uma produ-ção de cerca de 1 milhão e 100 000tlano, permitindo reduzir substan-cialmente a dependência externadessa matéria-prima nitrogenada,tão importante para a fabricação defertilizantes indispensáveis ao de-

II\

senvolvimento agricola nacional. V

Março de 1982 - 68

Page 7: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

It:

~' -

~

'

,

\,

'"

li' . -==- .\' '.

'~~" I

,

u,

',

'l

I'\j~ '

~~0~~

t-/

g\

..JL=~ ') " / I/,-.

~~.h.' "

,

1 ,,

'

, ,

/ 0~t.. '

",

',

~ V \'t\,' ---'~h " \\t\I' ~ \ / ',J \..0. ' I '\ '-,' ;{ ~ /4. .

f:/t' .\t/r-)\ ~ t( JJ) ~ (O '---/~~Todo químico deve fazer parte daAssociação Brasileira de Química

É a entidade de âmbito nacional dos pro-fissionais químicos em exercício no nos-

so país.

É a instituição que tem promovido osCongressos Brasileiros de Química, ten-do sido o último deles, o XXI, realizado

em Porto Alegre, nofim de 1980.

É a associação mais representativa da classe dos quí-micos do Brasil, tanto no país como no estrangeiro,

. pela sua tradição e pelos serviços que tem prestado.

É à núcleo que mais tem cumprido os programas técnicos,científicos e culturais, proporcionando a realização de pales-

tras, conferências, seminários e cursos.

Há três modalidades de sócios:individuais, estudantes e coletivos.Os preços de anuidades são bemrazoáveis. Consulte-nos.

Sede própria.Av. Rio Branco, 156 - Sala 907Telefone: (021) 262-1837Rio de Janeiro

Seção Regional Rio

LUGAR DE QUÍMICO É NA ABQ

Page 8: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

Refinaria Henrique lage

o Conselho de Administração daPetrobrás aprovou a indicação donome de Henrique Lage para a refi-naria de são José dos Campos-REVAP,que entrou em operação em1979.

Carioca, engenheiro, Henrique La-ge pesquisou petróleo, por contaprópria, na década de 20, chegando aperfurar um poço próximo à cidadede Campos, até a profundidade de400 metros.

Entre outros empreendimentos, éconsiderado um dos pioneiros daindústria naval brasileira. Instalou nailha do Viana, na baia de Guanabara,o primeiro forno siderúrgico e a pri-meira fábrica de aviões do pais, etambém criou a primeira refinaria desal a operar no Brasil.

Décima unidade do parque de refi-no da Petrobrás, a Refinaria Henri-que Lage produz gás liquefeito depetróleo, gasolinas, querosene deiluminação e aviação, óleos diesel ecombustivel, asfaltos e solventes,destinados ao mercado consumidorde são Paulo.

Tem capacidade inicial de produ-ção de 30 000 metros cúbicos depetróleo, que poderá sertriplicada seo mercado consumidor o exigir, esua operação permite ao país umaeconomia de divisas da ordem de 150milhões de dólares anuais.

Pessoalmente, Henrique Lage eraum homem culto, bem educado, tra-balhador, sempre vestido de terno delinho branco.

Produção nacionalde cimento

Em seis anos a produção de ci-mento passou de 14 919 000 t (em1974) para 27193000 t (em 1980).

No Norte e Nordeste do pais fabri-ca-se o cimento Portland comum.

No Sudeste, fabricam-se o cimentoportland comum, o de alto forno, opozolânico, (este em 1976, 1977,1979 e 1980). o branco e o de altaresistência inicial.

No sul, o cimento Portland comume o pozolânico. .

No centro Oeste, o cimento Port-land comum e o pozolânico (este em1975, 1976, 1977, 1978 e 1979).

6

o Pólo QUlmico do Triângulo

A CDI-MG informou que foramconcluidos os serviços de terraple-nagem do sistema viário das redes desaneamento básico, da pavimen-tação asfáltica, previstos na primeirafase da implantação do Distrito In-dustrial Uberaba 3-Delta.

O Distrito abrigará o Pólo Quimicodo Triarigulo, com área de 3,5 mi-lhões de m2. Encontram-se em exe-cução outros serviços.

Já se instalaram ou se preparampara instalar neste pólo as seguintesfábricas do ramo quimico ou asso-ciado:

1. Fosfértil2. FMC do Brasil3. Ultrafértil4. Fertibrás5. Nitroflúor de Minas Gerais6. Manah7. Itaú Fertilizantes8. Uberdiesel9. Quimbrasil

10. Solorrico11. Indústrias Luchisinger Madorin12. Unifértil13. Ind. e Com. Valequimica14. IAPS.A. Ind. de Fertilizantes

Inaugurou-se a expansão dafábrica da Celanese .

Inaugurou-se na primeira quinze-na de fevereiro a nova instalação deaumento da Celanese do Brasil Fi-bras QuímicasS.A.,em Poços de Cal-das, nas quais se aplicaram 45 mi-lhões de dólares.

A unidade tem capacidade de pro-dução de 25 000 t/ano de fibras cor-tadas de poliéster.

Planeja-se usina para gaseificaçãode carvão em SC

Noticia divulgada em Florianópolisrecentemente (em 27.1.82), dá contade que se planeja construir uma usi-na para a gaseificação do carvão insitu (no subsolo), utilizando tecno-logia soviética, a ser instalada nabacia carbonífera catarinense.

Ela vai permitir, quando entrar emfuncionamento, do início da cons-trução a 18 meses, a substituição de100 t/dia de óleo combustivel, o querepresentará uma economia de25000 dólares/dia - calculando-seem 250 dólares a t de óleo.

A informação foi prestada pelo Mi-nistro da Indústria de Combustível da

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

Bielorrúsia, Guenrin, Filipov, que es-teve no Brasil, para uma visita de 12dias. O projeto, que prevê a vinda detécnicos soviéticos, foi negociadoem julho passado pelo Ministro Del-fim Neto em Moscou.

Os investimentos são de 25 mi-lhões de dólares.

Transfere-se de Campinas, SP,para Uberaba, MG,a Microquímica

Microquímica, empresa de capi-tal 100% brasileiro, localizada emCampinas, resolveu transferir-se pa-ra o Distrito Industrial Delta, em Ube-raba, onde aplicará 200 milhões decruzeiros. Produzirá micronutrientesminerais e hormõnios para o gado.Em seguida, em outra fase de ativi-dade, fará a síntese de produtos paradefensivos agrícolas.

Metana, gás experimentado emCuritiba para movimentar automóveis

Gasagro Biotec, firma do Rio deJaneiro, constituída em julho de1981, produziu equipamento e adap-tou peças para colocar em automó-vel, de modo a usar o gás metanacom o fim de movimentá-Io normal-mente.

O sistema esteve em fase de experi-mentação. Em novembro último rea-lizaram-se ensaios no Instituto deTecnologia do Paraná.

Substituto do óleo dieselobtido no Ceará

O diretor de uma empresa do Cea-rá, a PROEG Produtora de Energé-ticos, declarou obter um substitutodo óleo Diesel partindo de óleosglicerídicos.

Óleode pinhão,substituto do óleo Diesel,

segundo estudos do ITde Pernambuco

A Fundação Instituto Tecnológicode Pernambuco está estudando autilização do óleo de pinhão comocombustível alternativo em motoresdiesel, com o objetivo de utilizarmatéria prima abundante da caatingado Nordeste.

O projeto faz parte do programa deemprego de óleos vegetais brasilei-ros e está sendo desenvolvido nascidades de Serra Talhada e SerraBranca, na regiã~ agreste de per-

II\

nambuco e Paralba, nas Fazendas \J

Marçode 1982- 70

Page 9: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

!II!!!!Iti!!!IS!!I!t!!!!9!-!I-I!!I!I!IItI!!!11I!

. o OIERBER)Q~f(IJMOADO/('~

A NOSSA ESPECIALIDADE

;

Oleos. .

essenciaisE SEUS DERIVADOS

. Bergamota. Cabreúva. Cedrela.

. Cipreste. Citronela

. Ccpaíba

. Eucalipto citriodora. Eucalipto globulus

. Eucalipto staigeriana

. Laranja

. Lemongrass

. Limão

. Tangerina

. Palmarrosa

. Sassafrás

. Vetivert

. Citral

. Citronelal

. Citronelol

. Eucaliptol

. Geraniol

. HidroxicitronC'lal

. Ioncnas

. Linalol

. Mentol

. Metilioncnas

. Nerolidol

. Pelargol

. Vetiverol

. Acetato de benzila

. Acetato de bomila

. Acetato de citronelila

. Acetato de geranila

. Acetato de isopulegila. Acetato de linalila

. Acetato de Nerila

. Acetato de Terpenila. Acetato de Vetiver

. Aldeídú alfa amil cinâmico

. Clorofila

. Dietilftalato

. N eroline

. Salicilato de amila

. Yara yara

. Resinas

ÓLEOS DE MENTA TRI- RETIFICADOS

DIERBERGER,

Oleos. .

essenClalS s. a.

SÃO PAULO BRASIL

1893ESCRIT6RIO :

RUA GOMES DE CARVALHO, 243FONE: 61-2115

CAIXA POSTAL. 458END. TELEG. "DIERINDUS"

.FABRICA:

AV. nR C\RI>OSO DE MELLO, 240FUNE: 61-2118

Page 10: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

Saco,do Institutode Pesquisas Agro-nômicas, e Pinhões-Penalti, da SerraBranca Agropecuária, zonas combaixíssima taxa de ocupação de solo.

Segundo o diretor do ITEP, PauloJosé Barbosa, o pinhão tem sidofrequentemente usado ~omo cercaviva, uma vez que não serve de ali-mento para animais. É também umafonte de óleo para fabricação de sa-bão sódico nas zonas mais pobres doNordeste.

Agora, o ITEP pesquisa uso maisnobre para o vegetal abundante nazona de caatinga do Nordeste, utili-zado o seu óleo como substituto deóleo diesel, apesar de ainda não tertido nenhum resultado conclusivo.Estudos feitos pelo Institut de Re-cherches, da França, indicam bonsíndices de aproveitamento do óleode pinhão em comparação ao óleodiesel, podendo ser produzido e usa-do nas regiões onde o vegetal sedissemina.

o óleo de pinhão bravo JatrophaSP. tem sido estudado no Brasil e noexterior, mas no Brasil está abando-nado.

Fábrica de vacinas veterináriasem Montes Claros

Implantada no Distrito Industrialde Montes Claros, Avenida Hum, MG,a fábrica da Vallée Nordeste SAestava com inauguração marcadapara janeiro de 1982, com uma pro-dução de 30 milhões de doses, porano, de vacinas anti-aftosa, oleosa,bovina e suina, e 40 milhões de vaci-nas anti-aftosa bovina hidroxi-sapo-ninada.

Fábrica de óleo de sojaem Ponta Grossa, PR

A Coopersul, que reúne sete coo-perativas agro-pecuárias do sul do

Paraná, comprou a Wosgrau deÓleos Vegetais Uda., que detém 15%da capacidade de esmagamento desoja em Ponta Grbssa, o maior par-que de industrialização de soja daAmérica Latina.

O preço a ser pago está em tornode Cr$ 1 bilhão 300 milhões, corrigi-dos à base de ORTNS.

Ao adquirir a empresa da famíliaWosgrau, de Ponta Grossa, a Coo-persul se transforma na primeira co-operativa a esmagar soja l'Jumcentroindustrial dominado por empresasmultinacionais, como a Sanbra(Bung Born, Argentina), Cargill (Tra-dax americana), e Anderson Clayton(americana).

A indústria começou a operar nasmãos da Coopersu Ia parti rde janei roapós uma revisão geral dos equipa-mentos, e esmagará a produção desoja que está sendo plantada agora.

INDÚSTRIA QUíMICANO MUNDO

EUA

Aprovação de medicamentofabricado na China

US Food ,& Drug Administrationaprovou um produto farmacêutico,fabricado na República Popular daChina, para ser vendido no territórioamericano. Isso acontece pela pri-meira vez.

Trata-se do antibiótico cloreto detetraciclina, produzido por TientsinPharmaceutical. Será distribuído porICC Industries.

Fábrica de ácido monocloroacéticoem Baton Rouge

Hoechst Corp., americana, autori-zou a construção de uma fábrica deácido monocloroacético em BatonRouge, La. Espera-se que a constru-ção esteja concluída em outubro de1982.

8

Hybritech estabelecesubsidiária na Bélgica

Hybritech, estabelecida em La Jol-Ia, Califórnia, do ramo de biotecno-logia, deliberou montar uma sucur-sal na Bélgica, na cidade de Liege.

A nova empresa Hybritech EuropeSA tem sede no Instituto de Patolo-gia em Sart-Tilman.

A sociedade matriz especializou-se em trabalhos relacionados comhibridologia.

Blocadren, medicamento da Merck,para tratar doentes do coração com

recaídas de ataque.

O produto da Merck dos EUA,de-nominado Blocadren, já recebeu a-provação do UK Department ofHealth and Social Security. O medi-camento é empregado para tratarpacientes com alto risco de ataquesrenovados do coração (recaídas).

Ele estava ultimamente sendo exa-minado pelo Food and Drug Adminis-tration, dos EUA.

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

De acordo com a American HeartAssociation, há no país cerca de750000 vítimas dos primeiros ata-ques do coração por ano. E aproxi-madamente 400 000 sobreviventes,20% dos quais são vítimas-'ç:Ienovoataque dentro de um ano. São fatais50% dos ataques neste último caso.

GRÃ-BRETANHA

Constituída PPF para comérciode odorantes e

especialidades químicas

A PPF, nova empresa internacionalcom faturamento de US$200 mi-lhões, especializada no desenvolvi-mento de fragrâncias e sabores, estásendo constituída em Londres com afusão da Proprietary Perfumes Ltd.(PPL), Food Industries Ltd. (FIL) eBertrand Freres. A sociedade seráuma das maiores do mundo em suaespecialidade.

A formação da PPF reforçará eestenderá o campo de atuação dastrês companhias, atualmente empe-nhadas em dar continuidade ao seucrescimento no mercado mundial.

I(cont. pág. 32)

Março de 1982 - 72

Page 11: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

"Revista deQuímica IndustrialREDATOR PRINCIPAL: JAYME STA. ROSA

ANO 51 N° 599MARÇO DE 1982

Reestruturação da indústriaquímica para a rentabilidade

No dia 25 de novembro último, realizou~se na capitalda Grã-Bretanha a conferência promovida pela Lon-don Section of the Society of Chemical lndustry paradiscutir os problemas e dificuldades da indústria quími-ca nas circunstâncias atuais e o que se pode fazer nopróximo futuro.

Manifestaram seus pontos de vista alguns dosexpoentes das grandes empresas da Europa Ocidental.Das interpretações apresentadas se pode concluirdesde já que a crise generalizada teve como um dosprincipais fatores responsáveis a própria grande in-dústria.

Examinemos o raciocínio que leva a esta conclusão.Ultimamente a preocupação fundamental era (e

ainda é) vender, vender sempre mais. Criam-se, emescolas de todos os graus, cursos de vendas. Emuniversidades abriram-se carreiras para formar espe-cialistas em marketing e para engenheiros de vendas.

Procuravam-se vendedores que fossem preparados,eficientes, realizadores, mas que fossem principal-mente agressivos. Ainda hoje é assim. Eles precisavamter capacidade de atacar, agredir, lutar e conseguirseus pedidos. Algumas empresas pró-forma escuda-vam-se em có,digos de ética, mas ordenavam reduzir azero os concorrentes.

Para certas firmas o que importava não era tanto aboa qualidade da mercadoria, mas a capacidade brutade vender. O segredo de fabricação, o modo especial defazer, assegurado por lei, não mais vinha ao caso. Oimportante era vender.

Se os consumidores, fábricas ou pessoas, nãopossuiam mais condições de consumir, por já estaremplenamente servidos, obrigava-se que eles consumis-sem mais empregando-se vários meios, entre eles apropaganda sub-liminarrcomo se pratica hoje no nos-so país para impingir a venda de artigos prejudiciais ãsaúde. Tomou-se conhecida no mundo a técnica doconsumismo.

Conseguido o aumento do consumo, passaram asempresas a levantar estabelecimentos fabris cada vezmaiores, para vender mais. E com o objeto de facilitaros negócios, estabeleciam-se convênios sobre domí-

nios de áreas de consumo, gentlemen's agreement, etantas outras associações.

Não faltava matéria prima. Havia em excesso, e foitalvez mal empregada. Mo eram mais produtosagrícolas e florestais para os compostos químicosorgânicos, mas petróleo, e também gases naturais,para uma infinidade de artigos. Criou-se a petroquí-mica, a indústria química baseada no petróleo.

Até certa época, o petróleo cru era refinado paraobter-se iluminante (o querozene), gasolina, óleocombustível, óleo diesel, etc. Estava bem organizada arefinação de petróleo. Surgiu a petroquímica emvirtude de pesquisa tecnológica, arma de criação deindústrias. Como bom negócio então, os refinadorespassaram igualmente a ser fabricantes de produtosquímicos, sem deixar a refinação.

Os poços de petróleo, aqui e acolá, com o consumoforam-se esgotando. Procuraram-se novas reservas,que foram encontradas até nos desertos, na regiãoártica e debaixo do mar.

O petróleo chegou a rei. Os seus Ministros, por fim,encontravam-se nos países do Oriente Médio, terras deantigas civilizações, defausto para poucos e de lendaspara os intelectuais.

Organizaram-se os Ministros e canalizavam parasuas- arcas as fortunas que, em última análise, pro-vinham de necessitados, pobres e ricos de todo omundo.

Mais esse rei começou a perder o seu imenso poder.Aos poucos foi escasseando o ouro negro. E assim, foiencarecendo.

Os participantes do seminário realizado em Londres,a que nos referimos no começo do presente artigo,analisaram a situação, mostraram que há estoques demercadorias para vender, que fábricas estão fechando,que são difíceis e caros os financiamentos, que sãoaltíssimos os juros, que aumenta o número de desem-pregados, mas que, todavia, há esperança, desde queseja racionalizada a indústria química. É possívelreestruturá-Ia para que seja estável e lucrativa.

Voltaremos ao assunto em próximo artigo.

Jayme Sta. Rosa.

f H4STI~~0IU ~,~.'~uí~~IC'A-

/

9

D,t:::L'u: :::.CA

~::;:~:!"(J~.::-:::. ~i::j~ J~1fIeír~.

Março de 1982 - 73 REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

Page 12: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

ETANOL

Destilarias autônomas de álcool*Necessidade de mudar as concepções deste tipo de

estabelecimentos industriais para conseguir maior rentabilidade

Estamos no mês de setembro de 1981,a oito anosda crise do petróleo, e dentro de um programa paraprodução de etanol de 10,7 x 1OSm3para o ano de1985.

As verbas retiradas do povo, empréstimos estran-geiros e até compulsórios nacionais, fazem o caudaldo esforço brasileirO para suplantar ou mesmo atin-gir a meta desejada.

Visualizamos, já há alguns anos, um panoramaque nos assusta, que é a impossibilidade de estesempreendimentos virem a ser pagos aos seus agen-tes financeiros, em conseqüência de as destilariasterem baixa eficiência, e, por que não visualizarmose compreendermos o panorama onde aparece, comnitidez, a crise que mudou, em definitivo, as con-cepções básicas do mundo, e, lógica e conseqüen-temente, o projeto de produção de álcool tem porobrigação, também, a necessidade de ser atuali-zado.

Nós estamos querendo fazer etanol no rastro daindústria acuçareira de cana; mas fazer álcool comocarburante é coisa bem diferente, dentro de umacrise energética, principalmente utilizando a cana-de-açúcar como matéria-prima.

Como primeira fase, queimar e limpar a cana nocampo, e pbsteriormente transportar para a destila-ria, é coisa do passado. Queremos um produto finalbarato, portanto temos que fazer cultura de canacom irrigação, permitindo que ela alcance pelomenos a 120-150 tc/ha/ano, tendo assim toneladasde matéria seca/ha/ano nunca inferior a 48-60 t, oque corresponderia a cerca de 23-37 t de carbono/ha/ano, superando, de muito as melhores florestasenergéticas do mundo.

Portanto, não deveria ser aprovado projeto dedestilaria em que a matéria-prima não fosse assegu-rada pela irrigação, garantindo, assim, a matériavital para a indústria, reduzindo a área plantada,proporcionando uma seqüência imensa de vanta-g~ns sócio-econômicas, permitindo, ainda, um ro-dízio de culturas indispensáveis à continuidade da

.Palestra realizada em 22-09-81, no IX Encontro Nacional dos Produtores de Açúcare Álcool, em Campos, RJ.

GABRIEL FIGUEIRAS

CONSULTOR DA COORDENAÇÃO DA ELETROBRÁS-CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS

RIO DE JANEIRO

lavoura de cana. A monocultura sistemática poderáentrar em colapso.

Outro aspecto inacreditável, difícil de se compre-ender até agora, é a resistência declarada contra asmodernas tecnologias e o desconhecimento pro-fundo de que o problema brasileiro é energético, enão somente produzir etanol a qualquer preço.

Vejamos alguns pontos, para bem caracterizar oque acima desejamos confirmar.

A tendência de se olhar uma indústria é semprepela sua eficiência e a eficiência numa destilaria ésomatória de diversas eficiências.

Citamos qlguns delas:- quantidade de açúcares totais produzidos/

ha/ano.- quantidade de açúcares totais recuperados da

cana que entram no departamento de extração.- % maior de álcool etílico obtido por fermen-

tação alcoólica.- % maior de álcool etílico recuperado do etanol

produzido por fermentação.e, finalmente,

- % do álcool produzido e embarcado.Nestes pontos acima, podemos verificar, através

dos projetos aprovados, a completa falta de visãoindustria~ e energética brasileira, com os maissérios prejuízos para o próprio povo brasileiro.

Ainda insistimos em queimar a cana no campo ede não trazer para indústria a cana integral (tudoaquilo que se encontra sobre o solo), pois isto nãosó aumentaria a quantidade total dos açúcares fer-mentescíveis, como aumentaria a quantidade dematéria orgânica e, conseqüentemente, aumentariaa quantidade de carbono para ser usado comomatéria energética/ha.

Por que assim se procede? Simplesmente pelaopinião contrária em não considerar que a tecno-logia mudou e que não mais é a moenda o equi-pamento ótimo para se trabalhar a cana, e sim odifusor, equipamento mais simples, tendo menorconsumo de energia para ser fabricado, consumin-do só 20% da energia necessária ao seu funciona-mento, e com uma manutenção que alcança, nomáximo, a 10% da manutenção da moenda, poden-

10 REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL Março de 1982 - 74

Page 13: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

do ser feita esta na própria destilaria e não neces-sitando do fabricante do equipamento.

Nesta última, os rendimentos de extração co-mum, comprovadas em todo o Brasil para quemquiser saber, não ultrapassa a 89% quando setrabalha com moenda de 4 ternos, atingindo a 92%no máximo, quando a moenda tem 6 ternos.

Já no caso do difusor, obter uma extração mínimade 96% é comum, e em alguns lugares, como oHavaí, a extração pordifusor atinge, durante anos, amais de 98%.

Não queremos aqui fazer outras consideraçõessobre este assunto porque não é este o nosso in-teresse quando tentamos demonstrar a necessida-de de mudar; deixemos a idéia na imaginação decada um.

Parece-nos ilógica a insistência na aprovação deprojetos das destilarias utilizar as domas abertas,onde se perdem pelo menos 3,5% do álcool produ-zido na fermentação. Por que esta insistência,quando procuramos por todos os meios produzirmais?

Parece-nos, portanto, um detalhe contraprodu-cente ser mantida tal tecnologia como vem sendofeito até hoje.

Com grande esforço e cuidado, chegamos ao ál-cool produzido e o colocamos no tanque de esto-cagem, durante 12 meses, para ser entregue aogoverno.

Aqui, acontece então algo mais trágico: temosuma perda por evaporação garantida mínima de2,5%, havendo lugares que atingem mesmo a 4%.No entanto, é fácil trazer esta perda a 0,5%; temosexperiência comprovada no Brasil.

Torna-se necessário, no tanque de estocagem deteto cônico, colocar internamente um teto flutuante.Por que tal medida não foi atingida? Desconheci-mento tecnológico ou falta de interesse por motivosvários? No entanto, só entre as domas abertas e aestocagem do álcool, um mínimo de 6% da produ-ção alcoólica foi evaporado, sem que ninguémaproveitasse nada.

Acrescente-se a isto a diferença da extração dosaçúcares, apresentando, assim, sérios prejuízospara os produtores e, quiçá, para os agentesfinanciadores, que estão chegando à conclusão dacompleta irrentabilidade dos projetos das destila-rias de álcool autônomas, em face de suas baixaseficiências, ocasionando menor fatu ramento diário,poiso preço da cana, assim como o preço do álcool,são preços políticos, deixando uma pequena faixabem comprimida para o lucro que, conforme mos-tramos acima, tende a desaparecer como conse-qüência da utilização de tecnologia de muito supe-rada.

Um detalhe que nos assusta é ver, nos projetos,uma ausência total de dimensões, de medidas, ondeo pobre comprador vai comprar gato por lebre. Nãohá dimensionamento das colunas, dos condensa-dores, nem de qualquer equipamento; não semencionam os milímetros de espessura das tubula-ções, nem pesos totais são citados. Desta forma,uma redução de alguns décimos de milímetros nachaparia de aço inoxidável, ou menos milímetrosem materiais de aço carbono, transformar-se-ão emmenos toneladas de material que o fornecedordeixa de entregar ao comprador.

Até aí tudo muito bem, pois o comprador pagariapela sua ignorância. Não é, porém, o caso dasautoridades que estão aprovando um projeto, nãopara ele, mas para um comprador que será finan-ciado por órgãos governamentais brasileiros, comjuros subsidiados, e com dinheiro do povo.

Tais instalações, com espessuras menores, terãovida mais curta, exigindo manutenção maior emmenores prazos; portanto, provocando, pelo en-curtamento da vida do equipamento, uma reduçãono seu programa de rentabilidade.

Vimos propostas de turbinas a vapor, onde nem oseu consumo de vapor/HP produzido é menciona-do; como se pode fazer, então, um balanço ener-gético da destilaria? Onde o consumo de vapor/litrode álcool produzido nem sempre é mencionado, e,quando o é, está na ordem de 550/650 kg de va-por/hl de álcool produzido, quando hoje, dentrodas novas tecnologias existentes e usadas, talconsumo não ultrapassa de 350 kg/hl de etanolestocado.

O Brasil é carente de energia, e não podemos nosdar ao luxo de sermos perdulários em energia. Seráque aqui também nossas autoridades não viramque, depois da crise de petróleo, o mundo mudou, eque novas tecnologias existem disponíveis, inclusi-ve o próprio país possui companhias projetistas deengenharia básica que estão aptas a tais modifica-ções, mas, no entanto, nada exigem, nada querem,aceitando projetos de prateleiras, arcaicos, anti-patrióticos, e anti-rentáveis, em detrimento final dodinheiro do povo.

É curioso observar que o consumo do álcoolcomo carburante ou matéria-prima deve ocorrerdurante 12 meses por ano.

A cana é uma planta sazonal qÜedepende de suasáreas de cultivo, principalmente do suprimentod'água. Poderemos trabalhar 12 meses por ano,como é o caso da cana 100% irrigada, ou 6 mesespor ano, onde existe melhor separação das esta-ções climáticas. Está exatamente neste último casoa predominância das áreas brasileiras, mas umacoisa é a cultura da cana, outra é a destilariapropriamente dita que produz etanol.

Março de 1982 - 75 REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL 11

Page 14: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

Será .que, na produção de álcool, não visualisa-mos a utilização de tecnologia que permitisse àsdestilarias autônomas trabalharem pelo menos 11mesesiano, em vez de trabalharem, no máximo 6meses, c()nfQrme se-P-QCiaconstatarna predominân-cia dos projetos aprovados que utilizamcana comomatéria-prima?

É estranho também este detalhe, pois a tecnolo-gia para isto existe desde antes da 1/Guerra Mundiale se circunscreve na capacidade que tem a sacarosede se inverter por uma enzima que é a invertase,com a posterior concentração do caldo a 85°Brix,sem se cristalizar, permitindo ser estocado sem pre-juízo de perdas de açúcares, durante 1ano ou mais,permitindo, desta forma, termos matéria-prima parafuncionar o ano todo no equipamento da destilaria,cujo capital empatado se encontra hoje paralizado 6meses/ano.

Esta tecnologia nos permitiria, praticamente, ten-do matéria-prima (cana) durante o período da safra,conseguir o dobro da produção de álcool/ano,mesmo com um aumento de investimento inicial;mas teríamos uma produção alcoólica dobrada porunidade de destilaria montada, além da vantagemsocial de manter operários funcionando o ano todo.

Recentemente, vimos projetos de destilaria ten-tando utilizar esta idéia, mas com erro tecnológicoassustador, pois o caldo só seria concentrado eestocado a 50oBrix, em vez de 85°Brix, conformemostra a velha tecnologia ainda bem atualizada. A50oBrix os açúcares vão-se decompor por diversasações químicas e biológicas, perdendo açúcares, emais uma vez a eficiência será reduzida. Como podeeste projeto, errado em sua concepção, ser apro-vado pelo órgão máximo em álcool no Brasil?

A cana é uma planta energética ímpar, pois, alémde nos dar os açúcares para serem transformadosem álcool, fornece-nos uma biomassa orgânicacelulósicà que pode ter diversas aplicações; vamos,porém, considerá-Ias só como produtora de ener-gia,' principalmente de energia elétrica, visto noBrasil não ter condições, nem em 100 anos, decompletar a sua eletrificação rural. E esta seria umagrande oportunidade.

O decreto n<!1872, de 21/05/81, permite a compra,pelas concessionárias da ELETROBRÁS,de energiaelétrica sobrativa; isto acontecerá nas destilarias deálcool se forem bem projetadas; cerca de 120 kW/tCpoderão ser obtidos, desde que a unidade destilariaseja programada para produzir álcool, assim comoparaproduzir energia elétrica. Portanto,os projetosde destilaria de muito já deveriam ter sido especi-ficados para esta produção energética, o que viriamelhorar o quadro da destilaria autônoma, permi-tindo melhor rentabilidade, e reduzindo a possibili-dade de tais indústrias terem o fantasma daimpos-sibilidade de pagamento de seus compromissos

atrás de si, deixando ainda de consumir energiaelétrica das concessionárias.

Produzir álcool traz como, conseqüência, produ-zir vinhoto (1 litro de álcool: 12,5 até 18 litros devinhoto), com sérios problemas poluidores. Portan-to, não poderia ser aprovada uma destilaria autôno-ma, sem uma solução para o vinhoto. No entanto, oque temos visto são supostas soluções tapiativas,enganadoras.

Há soluções melhores ou piores, mas as novastecnologias, através da fermentação anaeróbia,vêm resolver em definitivo o problema, gerando obiogás, que contem um mínimo de 5 000 Kcal/m3,eum efluente líquido final, cuja matéria orgânica seencontra estabilizada, mantendo disponível todosos sais minerais, indispensáveis como fertilizante.

O biogás produzido poderá ter diversos usos,desde o calórico até o gerador de energia elétrica.

Novas destilarias não podem deixar de ter o trata-mento anaeróbico como imperativo para salvar opaís contra a poluição, além da sua utilização ener-gética.

Por que tal coisa não foi vista a tempo? Lamen-tavelmente, é uma pena não considerarmos a capa-cidade de visualisar o panorama estratégico daenergia nacional, ficando restrito à aprovação qua-se sistemática de projetos subdesenvolvidos, comos mais sérios prejuízos para o investidor, para osgovernos Federal e Estadual, e, finalmente, para opovo brasileiro.

Se, quando o assunto era só etanol, os resultadosaí estão! Imaginemos agora que vamos entrar na eraenergética das destilarias autônomas!

Sabemos que errar é próprio do homem, masinsistir nos erros básicos, proporcionando prejuí-zos de bilhões ao Brasil, é inconcebível; achamosque isso ultrapassou de muito os limites; torna-seagora necessário tomar-se uma atitude, evitandoque maiores prejuízos venham ainda a ocorrer.

Diversas opções tem o governo, mas necessitaráaproveitar homens de elevado nível tecnológico,dentro da conjectura energética atual do mundo.

Poderemos adiantar aos presentes que, nestemomento, já está sendo levado a frente, por gruposdo governo, juntamente com companhias nacionaisprojetistas de engenharia de base, um projeto agro-industrial para produzir 120 m3de etanol/dia, visan-do a otimizar a produção agrícola e minimizar osconsumos energéticos na área industrial para al-cançar o máximo da produção energética sobrativa,permitindo o melhor aproveitamento de cana-de-açúcar, melhorando sensivelmente a rentabilidadedo empreendimento, e permitindo ainda uma subs-tancial modificação sócio-econômica.

Senhores, eramestes informesque desejávamosesclarecernesta reunião. '/.

12 REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL Março de 1982 - 76

Page 15: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

INDÚSTRIA QUíMICA

Indústria química européia

No decênio 1980-1989

Na Reunião Comef7)orativado Centenárioda Societyof Chemicallndustry, reunida em Cambridge, o Prof.Herbert Grünewald, Presidente do Conselho da BayerA.G., em princípios de abril de 1981,pronunciou umaconferência sob o título "Indústria Quimica Européianos Anos 80", da qual apresentamos aqui um resumobem desenvolvido. Ela é esclarecedora e permanecerigorosamente atual.

o crescimento da indústria química européia nosúltimos cem anos foi assinalado por uma série deinvenções, por uma diversidade de novos produtose pelo desenvolvimento de bases técnicas que, emconjunto, levaram ao progresso.

Que indústria, serão a indústria química, pode or-gulhar-se de ter contribuído tanto para a saúde hu-mana, para a satisfação de tantas necessidades dohomem e feito tanto para o aumento de seu padrãode vida?

Por outra parte, estas imensas realizações nosestragaram a vida. É esquecido com facilidade quetudo que acontece tem o seu preço.

Admitimos as vantagens do desenvolvimento in-dustrial e particularmente o da indústria química. Emuitas vezes relutamos em aceitar que há negativosaspectos que devemos superar.

Tudo isto constantemente acontece para criarnovas necessidades e vencer novos desafios. Desdeque seja fácil, numa fase de desenvolvimento,encontrar essas necessidades, sejam de naturezasocial ou política, é natural que cada ramo da indús-tria, inclusive o químico, concorra para assegurar oprogresso.

As taxas da expansão declinaram nos últimos 20anos por várias razões. Mas isso significa que a in-dústria química não tenha crescido?

Devemos começar pela aceitação da verdade deque a Química e a indústria química não podem servistas isoladas do desenvolvimento industrial comoum todo.

Nenhuma outra indústria - quer se encare sob oaspecto de matérias primas, quer de investimentosou de consumo de mercadorias - é tão estreita-

PROF. HERBERT GRÜNEWALDBAYER A.G.(RESUMO)

mente entrelaçada com qualquer outro ramo comoa indústria química.

Geralmente falando, podemos dizer que, se é bomo clima econômico básico, então os maiores setoresda indústria química também se desenvolverãosatisfatoriamente. De certo esperamos que a indús-tria química, em virtude de seu alto poder de ino-vação em estado potencial, seja bem sucedida nofuturo, como foi no passado.

Isto se afigura razoável por que áreas importan-tes, como as da agricultura e de produtos farma-cêuticos, são em alto grau independentes do cicloindustrial, sendo que significativos problemas seencontram ainda por receber solução.

Sendo passível de exportação e dinâmica, aindústria química se move livremente dentro daestrutura política sem excessivos obstáculos, demodo que as oportunidades para futuros desenvol-vimentos não são impedidas.

Um exemplo é o Mercado Comum Europeu, quefunciona a bem dizer dentro do mercado interno decada país da Europa Ocidental.

Se comparamos o mercado da Europa Ocidentalcomo de outras grandes áreas econômicas- comoa americana, a japonesa e o bloco da EuropaOriental - verificamos que todos têm aproximada-mente a mesma grandeza.

É claro que somente uma indústria européia,baséada num mercado europeu fortemente integra-do, um genuino merçado doméstico sem fronteiras,sem barreiras comerciais ou problemas monetáriosinternos, seja capaz de se afirmar, por exemplo,diante de um mercado homogêneo, como o ame-ricano.

As oportunidades de uma nação européia isoladae sua indústria permanecerem em atividade sãonulas.

Em particular, a indústria química, com seusvultosos custos, seus investimentos e outros riscos,necessita de um mercado europeu interno parasatisfatório retorno de aplicações financeiras e tra-balho.

Soé possível o retorno, se as capacidades deprodução forem bastante amplas para se tornaremeconômicas. Na indústria química, particularmente,elas são maiores do que as próprias necessidades.

Março de 1982 - 77 REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL 13

Page 16: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

Similares condições seriam criadas para a indús-tria química européia como existem para a indústriaamericana: grande, estável, com vendas de pelomenos dois terços da produção.

O fato de elevadas somas serem necessárias paracobrir os custos de pesquisa científica, de adminis-tração e serviços vários também justifica a existên-cia de um mercado amplo, homogêneo e seguro.

Importantes condições são também, por exem-plo, a política de energia, a do ambiente e a tra-balhista.

Além destas condições gerais, há as regionais,com seus problemas.

No presente, a indústria européia de fibra têxtiloferece um exemplo que mostra quanta ação énecessária para a desejada reestruturação. Espera-mos que a desolação, as dificuldades de 1980sirvam para orientar a indústria de fibra têxtil nocaminho da razoável e desejada recuperação.

A indústria química, com sua enorme força inova-dora, é chamada para efetuar grandes realizaçõesno sentido de continuar a proporcionar saudáveldesenvolvimento industrial em nosso continenteeuropeu, abençoado pobremente, como é, com mi-nerais e outros recursos.

Para conseguir tão alta finalidade, é preciso quecontinuem a ser encontradas novas substâncias nofuturo, novos processos sejam desenvolvidos enovos produtos introduzidos no mercado.

Em outras palavras: a indústria química, com oauxílio da pesquisa científica e do desenvolvimento,deve constituir o fundamento para o futuro êxito.

Não há regra que estabeleça quanto uma empresadeve aplicar em pesquisa com o objetivo de operarcom êxito no mercado, na mercantilização de seusprodutos.

Na indústria farmacêutica é quase usual e neces-sário aplicar mais que 10% do valor das vendas emPesqUisa e Desenvolvimento. Na venda de produtosquímicos ;para a agricultura, o dispêndio não émuito mais baixo.

Quando se trata de corantes, plásticos de enge-nharia e especialidades químicas, a percentagemde gastos varia em torno de 5%. No caso deprodutos químicos em grandes toneladas e básicos,a percentagem desce para cerca de 2%.

Uma companhia com diversificada produção naárea química aplica em media 3% a 5% em relaçãoao total das vendas.

Há pessoas que, considerando os desenvolvimen-tos nos anos rece'ntes, não dão à indústria químicamuitas oportunidades de crescimento na próximadécada. Argumentam que os plásticos, fibras têxteise corantes já foram inventados e não é razoável quese esperem inovações revolucionárias.

Tais argumentos não justificam o estado da arte.Os produtos da indústria química têm ainda umlongo caminho a percorrer para ser postos no pontoótimo, sob vários aspectos. Duas em três doenças

humanas não podem ainda ser curadas por fár-macos. Pestes tornam-se resistentes. Há um desafioà indústria química.

A explosão nos preços de petróleo, a escassez dematérias primas, problemas de ambiência, dão im-pulso à inovação.

A indústria química, hoje em dia, está muitasvezes no centro das críticas, quando se trata daconservação da natureza, do ar e da água. É modaacusar a indústria química.

Embora possamos ter ainda bastante petróleoque origine matérias primas em meio termo, aindústria química, cedo, logo mais, começará aadquirir outros materiais como pontos de partida defabricações, materiais a partir de fontes alternati-vas. A rapidez com que isto possa ocorrer depen-derá da situação dos preços de óleo em futuropróximo.

Já existem, em nossos dias, processos que em-pregam outras matérias primas que podem compe-tir com o petróleo crú.

Estou pensando aqui, por exemplo, no metanolbaseado na gaseificação do carvão, que pode sermuito bem usado 1argamente na Europa, antes dofim dos anos 80. Exemplos concretos: aromáticos,heterocíclicos e proteínas a partir do metanol, ouprocessos para a utilização de resíduos agrícolas ouexcedentes.

Isso se aplica, antes de tudo, aos processos que,com o auxílio de métodos biotécnicos especiais,usam produtos como pontos iniciais de indústrias,como celulose, lignina, amido, açúcar, que mantêmsua estrutura natural, para a fabricação de inter-mediários, polímeros modificados ou componentesativos.

Mesmo se, a longo prazo, necessitarmos de terraarável ou de nosso planeta para alimentar as popu-lações mundiais, a química poderia - ao menostemporariamente- contribuir para uma redução deexcedentes agrícolas, por exemplo, da Comuni-d~de Européia. .

Desde que a química é flexível na utilização dematérias primas de origem vegetal, poderia atuarcomo reguladora de vendas, e então auxiliar a es-tabilizar os preços agrícolas.

Os problemas de matérias primas da indústriaquímica não podem ser separados do problema deenergia.

Um preço favorável de eletricidade é de importân-cia considerável para a química inorgânica. Cercade 50% do preço do cloro, por exemplo, consistemdo custo de eletricidade.

Se não tivermos êxito em obter eletricidade ba-rata, disponível, na Europa, para a produção quí-mica, a indústria européia perderia sua capacidadede competição em relação aos países que dispo-nham de eletricidade barata.

IDEntre as novas tecnologias, a biotecnologia é cer-

14 REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL Março de 1982 - 78

Page 17: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

E . ,.ngenhelro-qulmlco

Forma-se em Escola de Engenharia ou de Química?

Durante séculos a Engenhariafoi apanágio da classe militar.

Com a revolução industrial, omilitar abriu mão da prerrogativae surgiu o engenheiro-civil, quepassaria a operar numa área nãoconflitante com a Engenharia-Militar que, praticamente, ficariarestrita á fabricação de engenhosbélicos e fortificações.

Todavia, com o prosseguimen-to da revolução industrial e oprogresso tecnológico, o enge-nheiro-civil passou a ser um títuloanacrônico, uma vez que a área aele reservada foi encolhendo eforam surgindo as diferentes mo-dalidades: eletricista, mecânica,naval, rodoviária, ferroviária, quí-mica, eletrônica, etc.

O próprio engenheiro-civil ain-da teve seus atributos mutiladosem detrimento ao arquiteto.

Voltemos ao engenheiro moda-lidade química, ou seja, ao en-genheiro-químico.

Este profissional deve ser ca-paz de projetar, construir e dirigiruma indústria química.

PROF. LUIZ RIBEIRO GUIMARÃES: L.D.,D.SC.INSTITUTO DE QUíMICA - UFRJ

INSTITUTO DE NUTRiÇÃO - UFRJ

Portanto, um engenheiro-quí-mico, como o nome diz, é umprofissional nascido em uma Es-cola de Engenharia.

E no Brasil, ou melhor, naUFRJ?

Há uma aberração.Existe uma Escola de Química

para formar o engenheiro-quími-co.

Como surgiu tal figura teratoló~gica?

É fato sabido que no resto domundo os profissionais de nívelsuperior se formam nas Universi-dades.

Com a vinda da família realportuguesa para o Brasil surgi-ram as Escolas e Faculdades (no-me que designava uma reuniãoEie professores; atualmente con-gregação).

Após a 1~ guerra mundial, em1922, o Ministério da Agricultura,na pessoa de seu ministro IIde-fonso Simões Lopes, tomou ainiciativa de criar os Cursos deQuímica Industrial anexos às Es-colas Superiores de Agricultura e

Medicina Veterinária em decor-rência da Lei n° 3991, de 05/01/20

Um deles que funcionava naAlameda São Boaventura, em Ni-terói, transferiu-se para o Rio deJaneiro.

Com a reforma Juarez Távorado Ministério da Agricultura em1933, cada Departamento passoua ter sua Escola.

A Escola Nacional de Químicaem 1934passou a fazer parte daUniversidade Técnica Federaljuntamente com a Escola Nacio-nal dê Engenharia e a Escola deMinas de Ouro Preto. Tal Univer-sidade teve vida efêmera e com adissolução da mesma a ENQ eENE passaram a fazer parte daUniversidade do Brasil.

Em 1946, a ENE não mais seinteressou pelo engenheiro-quí-mico, ficando tal encargo com aENQ.

Com a criação da UFRJ o errocontinuou.

Ainda mais, com a instituiçãoI~

das Faculdades de Filosofiasur- U

tamente umà das mais importantes. A engenhariagenética, como nova ferramenta, deu-lhe ímpeto.

As principais aplicações da engenharia genética,em próximo futuro, são todavia as sínteses de ativassubstâncias, de preço elevado, como interferon,hormôníos do crescimento, antibióticos, vacinas, enão produtos químicos de produção em massa.

A longo prazo, pode-se aguardar que os rendi-mentos dos processos convencionais de fermenta-ção possam ser consideravelmente aumentadospor intermédio da engenharia genética de fermen-tos e enzimas e que, por meio de fermentosmodificados, novas fontes de matérias primas, quepermaneceram sem uso, se revelem ativas e atuais.

Estou pensando aqui primariamente nas substân-cias orgânicas. .

Mas a questão crucial é... quem vai tirar as infi-nitas quantidades de carbono ligadas aos mineraispara as sínteses orgânicas?

Março de 1982 - 79

É de esperar que a tecnologia do gene exerçadramática influência na agricultura.

. Novas técnicas de cultivar sementes levam aplantas úteis que sejam resistentes a pestes edoenças. .

Pela transferência genética (a plantas) da capa-cidade de fixar nitrogênio, a fertilização pelo nitro-gênio, em forma de adubo, como se pratica hoje emdia, será fundamentalmente modificada.

Pela otimização genética da fotossíntese, serápossível, ao que se espera, melhorar enormementeos rendimentos agrícolas.

O campo da pesquisa de processos tambémapresenta a indústria química com importantes ta-refas, havendo então excelentes oportunidadespara inovações.

É uma questão aqui de modificar os velhos eclássicos processos para fazer melhor uso de ma-térias primas e de aprimorar a qualidade. *

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL 15

Page 18: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

QUíMICA

Madame Curie,representante do mundo científico

"Personagem que simboliza o saber a serviço da humanidade"

A revista L'Histoire, da França,na edição de dezembro de 1980,pediu ao Institut Louis Harry-France que "explorasse as ima-gens que marquem a memóriacoletiva dos franceses, distin-guindo-as segundo os sexos, asgerações, os grupos socias, asopiniões políticas e os níveis deinstrução" .

O interesse da sondagem daopinião pública deriva do fato deser realizada agora uma compa-ração com um inquérito efetuadosobre o assunto pelo IFOP em ju-nho de 1948 e outubro de 1949.

Nesse decurso de tempo a ima-gem do cientista não mudou. Me-loc;>rou. Pastel,Jr obteve 5% dacontagem (total da primeira esegunda escolhas). Madame Cu-rie obteve 3% na última escolha,contra 1% na 18.

Jean Lecuir, professor de his-tória moderna, comentou: "Sãodois símbolos de uma França quedifunde pelo mundo os benefí-cios da ciência".

A 48 pEirgunta da última con-sulta à opinião pública é revela-dora: "Por quem os francesesdemonstram mais simpatia? No

original: "Pour qui les Françaiséprouvent-ils le plus de sympa-thie?

Neste caso, uma lista de nomesfoi proposta, na qual MadameCurie figurou como único repre-sentante do mundo científico.

Jean Lecuir comentou assim osresultados:

giram o~ Licenciados e Bacharéisem Química. .

Para enriquecer o campo, apa-receu o técnico-químico, profis-sional de nível médio. .

Qual seria a solução para aca-bar com a confusão?

1) Formação do Engenheiro-químico na Escola de Engenharia

2) Formação do Químico noInstituto de Química;

3) Acabar definitivamente como químico-industrial;

16

4) Mudar o nome do profis-sional de nível médio, técnico-químico, uma vez que não existeo sargento-capitão, o técnico-médico, etc.

A~ expressões técnico-de-Iabo-ratório, técnico-de-administra-ção criadas pelo DASP são infe-lizes e impróprias, como o foi otermo químico-industrial inventa-do pelo ministro da Agricultura.

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

COMM. GALLlA TRANSALPINAPARIS

.~

"Como em 1949,a persqnagemque simboliza o sabercientífico aserviço da humanidade mobilizaa mais larga simpatia..."

Pasteur em 1949 conseguiu48%; e Mad~me Curie, 53% em1980.

Ela precedia Joana d'Arc, com31%,e C!emenceau, com 26%.

O fato surpreendente: MadameCurie obteve a melhor votaçãoentre os ecologistas.

Certamente muito contribuiupara esta simpatia dos ecologis-tas por ela o grande amor pelacientista devotado à natureza, pu-ra e acolhedora.

Elacasoucom o cientistaPier-re Curie em 25 de julho de 1895.

Foram eles morar numa casi-nha modesta de três peças, pertoda Ecole de Physique.

Disse ela no livro que escreveusobre PierreCurie,em 1924: ..Seumérito principal (o da casa) eradar vista para um vastojarqim..(pág.52).

Mais adiante, acrescentou nomesmo livro(pág. 54):

"Vivíamos muito unidos, cominteresse comum por todas ascoisas: trabalho teórico, experi-ências de laboratório, prepara-ção de cursos ou de exames.Durante onze anos de vida emcomum, nós quase não nos se-paramos, a tal ponto que nãoexistemsenão poucas linhas decorrespondência entre nós nessaépoca."

"Nossas jornadas de repousoou de férias eram consagradas apasseios a pé ou de bicicleta, nãosomente no campo, nos arredo-res de Paris, como à beira-mar ounos montes". .*".

Marçode1982- 80

Page 19: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

Energia do ventoPara fins industriais no Nordeste;

ENERGIA

íNDICE

RESUMO ,............INTRODUÇÃO ...............................DOS ANTIGOS MOINHOS DEVENTO ÀS MODERNAS TUR-BINAS ............................................

Nos Países Baixos ....................Na Dinamarca ...........................Na Grã-Bretanha ......................Na Itália :.......................Na França ..................................Na Alemanha ............................Na URSS ...................................Nos Estados Unidos da Amé-rica .Na França,Alemanhae URSS ..

POSSIBILIDADES DE CAPTAÇÃODA ENERGIA DO VENTO NONORDESTE ...................................

Dados sobre ventos .................Interpretação dos dados ..........Os moinhos existentes ............Instalações para fins indus-triais ....................As aplicações da energia .........

CONCLUSÕES .............................REFERÊNCIAS .............................

~ESUMO

O aproveitamento da energiaeólia, em escala industrial, parafins de produção de força e luz,está interessando alguns países.Conforme demonstrações práti-cas, foram resolvidos os proble-mas técnicos relativos a instala-ções de mais de 1 000 kW.

Evidentemente as grandes tur-binas, de 2000 e mais kW, sófuncionarão de modo satisfatórioem determinadas regiões, de pre-ferência nas latitudes de 30 a 60

Trabalho a ser apresentado na DivisãoCientífica de Organização e Economia daIndústria, do X Congresso Brasileiro deQuímica.

Março de 1982 - 81

graus, ao norte e ao sul. A escolhade lugares para instalações mé-dias, de 100 a 500kW, e peque-nas, de cerca de 10 kW, depen-derá de estudos dos hábitos dovento e de condições topográfi-cas especiais.

Reconhecendo haver poucasobservações a respeito, sobretu-do no Brasil, não pretende o autorapresentar indicação definitiva.Entretanto, baseado em algunsdados meteorológicos disponí-veis e no conhecimento de tre-chos em que sopram ventos re-gulares, julga viável na região acaptação da energia eólia, desti-nada à vida rural, iluminação pú-blica e movimentação de in-dústriais.

Além de encarecer a utilidadedas instalações domésticas de 1kW e menos, o autor salienta avantagem de turbinas eólias, emconjugação com usinas elétricas(a lenha, Diesel ou hidráulicas).Considera que o vento poderáconstituir uma fonte de energiade importância econômica para oNordeste.

INTRODUÇÃO

JAYME DA NÓBREGA SANTA ROSADIRETOR DA

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

mente naqueles de mais intensaexpansão industrial.

O quadro seguinte mostra comclareza a situação (CongiunturaEconomica, de Milão, de 30 denovembro de 1951, reproduzidoem Comércio Internacional, Bole-tim mensal da CEXIM do Bancodo Brasil, fevereiro de 1952:

Quadro na pág. sego

No que concerne ao Brasil, en-carado em conjunto, a situaçãonão se afigura de grandes preo-cupações. Contando com algumcarvão, com regulares suprimen-tos de lenha e álcool, com abun-dantes reservas de xisto pirobetu-minoso no sul e excelentes condi-ções para usinas hidro-elétricasao longo da serra do Mar,o nossopaís, que já está extraindo petró-leo de seu sub-solo e realizandopesquisas para avaliação de suasreservas de combustível atômico,ocupa uma posição razoavelmen-te equilibrada.

Considerado isoladamente oNordeste, verifica-'se que são mui-

Nota dff1Redação

Esta contribuição, como a "Energia

O estudo e o aproveitamento solar pará a indústria da região semi-ári-. da", foi escrita em 1952 com o fim de ser

~e novas !o.ntes de energ ,~ cons- apresentada, como na realidade o foi, ao Xtltuem seria preocupaçao dos Congresso Brasileiro de Química, P,romo-nossos dias. Não é mais possível vido pela Associação Brasíleira de Quí-

basear os progressos de nossa m.ica, o qual.se efetuou nesta ci.dade docivilização apenas nos velhos RIO de Janeiro, de 6 a 12 de Julho do

b. , .

f' . mesmo ano de 1952.

com ustlvels ossels e na lenha. Esta contribuição "Energia do vento"Relativamente novas fontes de não foi publicada pela ABQ. Na edição de

energia, como o petróleo e o julho de 1973destarevistafoi publicadoopotencial hidráulico estão em trabalho "Energia Solar...".Somenteago-. ' ra que foram encontradosos respectivosfranco d~senvolvl~ento. Recur- oríginais, poc;leser divulgado o trabalhoSOS praticamente rnexplorados, "Energia do vento..." Esai,semnenhumaCOmO a energia atômica, e ainda modificação de palavras ou conceitos,de pouco uso, como a força do exatame~tec?mofoi escritoem.1.952.-vento e a energia solar desper- Deentaoateagora,houvemodlflcaçoes- ,.' . sem conta. Decorreram 30 anos! O autortam a atençao de tecnlcos e clen- esperaque, na consideraçãodo assunto,tistas em vários países,especial- seja levadaem conta estacircunstância.

REVISTADE QUíMICA INDUSTRIAL--r;;;;nr '"r~-;~;;~"'~U;~~17: ' ..'~,. ,I.; I "'o "lI} r~1Í1; .i ;::, I r:.'; ,,'\1':: t" /:; i! '--'. ,j '... ',.,' '" ".."!< f

--_o i U",jV~J.§i;t'diJ -,.d:~f"L1PRio \j" .Ji'!!J(.irr.t

Page 20: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

CONSUMO MUNDIAL DE ENERGIA(Em % do total)

Combustíveis fósseis ..........Produtos petrolíferos ..........Gás natural...........................Lenha ....................................Energia hidráulica ...............

1913 1935

74,1 60,34,5 16,51,4 3,8

17,6 12,82,4 6,6

1938 1950

58,3 47,417,8 25,14,7 8,3

10,3 7,48,9 11,8

to escassos os recursos própriosde energia utilizados. Não se po-de contar com a força hidráulica,a não ser depois que se espalhar arede elétrica procedente da ca-choeira de Paulo Afonso e de ou-tros desníveis do rio São Francis-cO,ou depois que se instalaremusinas nos poucos açudes do in-terior para isso adaptados. Comoa maior parte da região está sujei-ta ao fenômeno climático das se-cas, aparecem agora muito limi-tadas as reservas de lenha. Ou-tro combustível existente é o ál-cool, resultante da cultura dacana de açúcar.

Mas o Nordeste que, na divisãodo Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística, compreende osEstados do Maranhão, Piauí, Cea-rá, Rio Grande do Norte, Paraíba,Pernambuco e Alagoas e o Terri-tório de Fernando de Noronha,representa mais de 10% da super-fície e quase 25% da populaçãodo Brasil.

DOS ANTIGOS MOINHOS DE VENTOAS MODERNAS TURBINAS

Parece que os moinhos de ven-to tiveram origem no Iram e na ín-dia, de onde passaram para o Ori-ente e o Ocidente, segundo Sorre,quando fala nas primeiras formasde utilização das energia natu-rais(1). Entre os egípcios, serviampara moagem e bombeamentodesde o meio do Milenário 111.NaChina ainda hoje se usam parabombear água nas salinas deTsien-Tsin.

No norte da Europa foram assi-nalados na primeira metade doSéculo XII. Na Holanda aparece-ram mais tarde, em 1439. NosSéculos XV e XVI, a construçãodos moinhos de vento recebeucerto impulso, tornando-se demanuseio mais fácil e aumentan-do o rendimento energético. Du-rante dois séculos iriam prestarbastante serviço, não só no lito-ral, onde sopram ventos fortes eregulares, mas também no inte-rior do continente. -

Apareceram numerosos nasilhas do Mediterrâneo, nas costasdo Atlântico, nas planícies quecircundam o mar do Norte (Ingla-terra, Países Baixos, Alemanha eDinamarca) e nas ilhas do Báltico.Por toda parte, nos subúrbios dascidades, nos centros de produ-ção de trigo, eles davam um cará-ter vistoso à paisagem, caracteri-zando lugares, trazendo progres-so e deixando a marca de seunome em inúmeros sítios. Atin-giram maior perfeição na segun-da metade do Século XVIII. De-pois, foram perdendo importân-cia com a entrada de outras for-

.REVISTA DE QUíMICA' INDUSTRIAL

Necessita de energia para in-dustrialização de suas inúmerasmatérias primas, bem como parafins de iluminação e força nascidades, vilas e povoados de seus395 municípios.

Em virtude de condições favo-ráveis em diferentes lugares daregião, uma das fontes de energiaa usar é a do vento. Muito emboraaproveitado desde tempos ime-mo riais por meio de velas e moi-nhos, pode-se considerá-Io novafonte de energia, pois somenteagora se está cogitando de suautilização em larga escala parafins industriais.

18

mas de energia, que permitiamconcentrãções industriais. Masna Holanda, ficaram, associadosao serviço nacional.

Nos Paises Baixos

Num relatório apresentado àConferência Científica das Na-ções Unidas sobre a Conserva-ção e Uti Iização de Recu rsos,real izada em Lake Success, de 17de agosto a 6 de setembro de1949, De Hollandsche Molen (So-ciedade para a Preservação deMoinhos de Vento nos PaísesBaixos) considera a praticabilida-de da utilização dos moinhos devento na Holanda, em benefícioda comunidade, objetivo que po-de ser realizado pelo uso da forçaeólia na produção de eletricida-de, tanto pelo trabalho dos anti-gos aparelhos, como pela contri-buição dos aeromotores de novaconstrução (2).

A Holanda deve sua grandeprosperidade ao alto grau de em-prego da energia do vento. E umexempJo disso é o centro jndus-trial, situado às margens do rioZaan, cujas fábricas, hoje de im-portância internacional, tiveraminício nos Séculos XVII e XVIIIgraças aos moinhos. Cercade 3/8do território nacional estão abai-xo do nível do mar; são os moi-nhos que na maior parte exe-cutam o trabalho de bombeamen-to para o mar de. qualquer quan-tidade de água que caia na super-fície da terra.

Calcula-se que um moinho detamanho regular, de contruçãomodernizada, mas que não utili-za sua plena capacidade, é capazde fornecer em média anualmen-te 235 000 HP/hora na costa, sen-do o tempo máximo do trabalhode 3 800 horas por ano. Elabo-rou-se um projeto, então, subsi-diado pelo governo, para eletrifi-car os moinhos existentes, demodo que, no caso de escassezocasional de vento, a instalaçãoreceba força da rede geral e,quando haja excesso de vento,seja gerada energia a mais, paradistribuição.

Março de 1982 - 82

Page 21: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

Na Dinamarca

Na Dinamarca, desde o fim doséculo passado realiza o governoexperiências sobre energiaeÓlia(3). Entre 1900 e 1910, váriascentenas de "centrais eólias", deuma capacidade de 3 a 30 kW,foram construídas para alimentarcidades e propriedades.

A ação do vento movia um dí-namo que carregava baterias;nas horas de calmaria, pequenosmotores a explosão forneciam osuprimento necessário de ener-gia. Este sistema durou cerca de30 anos, até a chegada das linhasde alta tensão.

Sendo a eletricidade a principalfonte de energia na Dinamarca,estão os administradores do pro-gressista reino interessados nautilização do vento, até agora oúnico recurso energético do país.A partir de 1947 a empresa elétri-ca do sudoeste de Seeland em-preendeu ativas investigaçõesneste domínio, sendo levantadoum moinho experimental, deven-do após construir-se uma "cen-tral eólia". Várias usinas deste ti-po, montadas nas costas ociden-tais, poderiam fornecer 60 a 70%da energia consumida na Dina-marca.

Na Grã-Bretanha

As regiões costeiras do oestedas ilhas b~itânicas colocam-seentre as mais ventosas do mundo,afirmando especialistas que, apoucas dezenas de metros do so-lo, passam nos dias de maior in-tensidade milhões de cavalos-vapor(3).

De acordo com um relatóriodivulgado por uma sociedade bri-tânica de pesquisas elétricas, osventos que sopram nas ilhas po-deriam produzir anualmente 3,75a 7,5 milhões de kWh.

Segundo o especialista inglêsE. W. Golding, a Inglaterra pode-ria produzir energia ao preço de0,24 penny a 0,38 penny o kWh,isto é, a um preço mais baixo queo da energia térmica, que fica emmédia em 0,4 penny.

Março de 1982 - 83

Uma estação de pesquisa eólia,construída nas Órcadas, deveriaser dotada de um gerador de 100kW que, ligado à rede do arqui-pélago, contribuirá para fornecereletricidade.

Este gerador já começou a fun-cionar num ponto das Órcadas,conforme se lê numa revista téc-nica, de janeiro de 1952(4).Outrogerador, também de 100 kW, esta-va sendo contruído para a BritishElectricity Authority; disporá deum sistema especial de transmis-são para transferir a força do mo-inho para o gerador. As hélicesserão ocas e a sua rotação centri-fugará o ar, deixando-o na torreque tem a forma de um tUDO'comabertura: o ar movimentará umaturbina. Estão sendo executadosestudos econômicos para deter-minar a praticabilidade desta es-pécie de força.

À Quarta Conferência Mundialde Força, realizada em Londres,no mês de julho de 1950, T. G. N.Haldane e E. W. Golding(5) apre-sentaram uma contribuição emque analisavam os aspectos eco-nômicos da utilização da energiagerada à custa do vento, numaempresa distribuidora de eletrici-dade, e davam estimativas decusto.

Na Itália

A partir de 1940 realizaram-sena península experiências com oobjeto de aproveitar industrial-mente a energia do vento(3).

Na França

O Serviço de Pesquisas de.Ele-tricidade da França mandou ins-talar, desde 1947, em vários luga-res, aparelhos prospectores daenergia eólia eventualmente utili-zável, com o fim de aumentar asfontes de eletricidade(6).

Um inventor francês, Jean Gui-chard, imaginou aproveitar a for-ça do vento para fazer a eletróliseda água, obtendo hidrogênio, queseria armazenado e depois con-sumido em motores de explosão,

REVISTA DE QUiMICA INDUSTRIAL

ou qu~imado para o aquecimen-to de caldeiras.

Para ser instaladas nas encos-tas do monte Ventoux, foi criadopor Louis Constantin o projeto deusinas de "pilastras-hélices", queforneceriam, na altura de 25m ecom hélices tendo o diâmetro de40 m, a força de 700 HP; ou, naaltura de 30 m e hélices de 50 m

de diâmetro, 1 100 HP. Nas ver:tentes do monte poderiam serlevantadas 100 pilastras, dandoem média 110000 HP.

Muito mais audacioso é o pro-jeto do inventor Dubas, que cria-ria trombas de ar, no cume domonte Ventoux, por meio de tú-neis oblíquos para conduzir cor-rentes aéreas a uma cratera de300 m de profundidade e 100 m dediâmetro, perfurada no monte.Es-se turbilhão de ar movimentariaimensas turbinas geradoras deeletricidade e, ainda elevando-seno espaço, provocariam chuvas.

Na Alemanha

Não foi menor na Alemanha ointeresse pela solução dos pro-blemas relativos ao trabalho nasgrandes instalaçÕes agrícolas(1).Aperfeiçoado, eficiente, o moi-nho de vento revela-se nesse paísum precioso fornecedor de ener-gia doméstica ou aplicada à me-cânica hidráulica (bombeamentoe irrigação).

NaURSS

São conhecidos estudos efe-tuados no Instituto Central deEnergia do Vento, em Moscoú(7).

A produção de grandes massasde energia em escala industrial,graças a instalações gigantes queutilizam enormes velocidades,está na ordem do dia na Rússia,onde se trabalhava na realizaçãodeum central de 10000 kWh(1).

Nos Estados Unidos da Américe

Grandioso projeto, neste cam-po, foi executado nos E.UA Em1939 um grupo de cientistas eengenheiros, sob os auspícios de

19

Page 22: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

S. Morgan Smith Company, fabri-cante de turbinas hidráulicas,tendo a colaboração de eminen-tes especialistas, começou a tra-balhar na solução dos problemaspara a construção e o funciona-mento de uma turbina de vento de53 metros e com a potência de1 250 kW.

Funcionou esta turbina satisfa-toriamente, para estudos, numprograma de ensaios, de 19 deoutubro de 1941 a 3 de março de1945; de então em diante, já assi-nalado um defeito na.raiz da héli-ce, operou como estação gerado-ra comum para a rede geral,quando a 26 de março foi inter-rompido o trabalho, em virtude dese haver desprendido uma dasenormes hélices, de 8 t.

Palmer Cosslett Pütnam foi oencarregado do projeto, cuja rea-lização se verificou no monteVermont, no lugar GrandpásKnob, perto de Rutland. A fim deregistrar as tentativas para solveras questões apresentadas, os re-sultados de pesquisas e as con-clusões, a companhia autorizou

. que se publicasse um Iivro(7).No curso do programa a usina

operou com ventos até de 70milhas por hora (113 m), gerando1 500 kW, sendo exposta, masnão trabalhando, a ventos de 115milhas (185 m). Em cerca de 1 000horas de funcionamento experi-mental, concluiu-se que eramcorretos os, desenhos básicos.Como estação geradora de rotinafoi operada pela Central VermontPublic Service Corporation du-rante umas três semanas: duran-te este período, anormalmentecom pouco vento, em 143 h e 25min de trabalho, produziu 61 780kWh.

Agora os engenheiros da com-panhia sentem que podem, con-fiantes, desenhar uma turbina devento de grande capacidade, commelhoramentos que a tornem deoperação mais suave, de manu-tenção mais simples e de menorcusto de energia.

Baseado na experiência da tur-bina Smith-Putnam e nos conhe-cimentos altamente especializa-

20

dos de aerodinâmica, Percy H.Thomas apresentou à conferên-cia das Nações Unidas de 1949um trabalho em que afirma po-derem agora construir-se turbi-nas gigantes(8). O autor apresentaum estudo-desenho completo pa-ra um aerogerador de 7500 kW,com estimativa de custo.

Na França, Alemanha e URSS

Putnam, no capítulo "Designsof other Big Windmills, 1920 -1933" da sua obra(7), descreve ostrabalhos de cientistas na França,Alemanha e Rússia, no fim e de-pois da Primeira Grande Guerra,interessados no desenvolvimentode moderna teoria dos moinhosde vento.

Examinando os principais de-senhos dos maiores moinhos,Putnam quis apontar a razão porque nenhum deles se mostrou in-teiramente satisfatório.

POSSIBILIDADES DE CAPTAÇÃODA ENERGIA DO VENTO NO

NORDESTE

Apoiado no conhecimento dealguns trechos da região e emdados meteorológicos disponí-veis, principalmente informaçõessobre velocidade dos ventos, for-necidas pelo Departamento Fe-deral de Obras Contra as Secas, oautor julga viável a captação daenergia eólia no Norde~te.

Dados sobre ventos

Reconhece que são muito es-cassos os dados a respeito. Nãoobstante, sugere como pontosque à primeira vista oferecemmaior interesse, para localizaçãode estações de estudos, as re-giões de Areia Branca-Mossoró eMacau-Açu, na costa, e Acari eParelhas, no interior do Rio Gran-de do Norte; as regiões do baixoJaguaribe, no Ceará.

Fardin, numa contribuiçãoapresentada também à conferên-cia cienUfica sobre conservaçãoe aproveitamento de recursos na-

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

turais(9),já referida, mostraque atécnica do usodasturbinas eóliasderiva do estudo de três fatoresprincipais:

1) O vento;2) Ótima adaptação aerodinâ-

mica do rotor;3) Transformação e conserva-

ção da energia.Se não existem satisfatórias in-

formaçõesmeteorológicas,épre-ciso estabelecer um serviço arespeito durante longo período, afim de se escolher o melhor sítiopara séde de uma instalação. Asobservaçõescompreenderão umestudo sobre o mais eficientevento médio, a máximavelocida-de (para que a estrutura resista)ea máxima calma (para as provi-dências de instalação auxiliar ououtras medidas). É importante ainfluência dos contornos na dis-tribuição das correntes aéreas,em níveis perto do solo.

Como o primeiro passo paradecidir quanto à possibilidade decaptação da energia eólia numdeterminado lugar é o conheci-mento dos hábitos do vento, con-vém saber tudo quanto se refira àregularidade durante o dia e du-rante o ano todo, e as velocidadesatingidas. Assim, procurou o au-tor reunir alguns elementos,quefiguram em quadros.

(Os quadros figuramem folhasà parte)*

Interpretação dos dados

Procurando uma interpretaçãodestes dados, pode-se tê-Ia deSorre(1) que, nos capítulos de suaobra consagrados à geografiadas fontes naturais de energia, àsprimeira formas da utilização dasenergias naturais e aos progres-sos técnicos da energia, se ocupado assunto, baseado em boa do-cumentação.

O vento, com velocidade infe-rior a 2 metros por segundo éutilizável. Praticamente, com os

* Notada Redação.As folhas de papelcom os ~uadros elucidativos não foramencontraâas.

Março de 1982 - 84

Page 23: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

aparelhos atuais, sua zona de uti-lização eficaz se coloca entre oslimites de 5 e 15 ou 20 m.

De um mínimo de rendimentodepende a rentabilidade da insta-lação; a acumulação de energia,para atender aos períodos de cal-maria, tem, por outro lado, seuslimites. O valor médio da veloci-dade dos ventos dá, portanto,uma indicação insuficiente.

Torna-se necessário conhecera freqüência e a duração dosperíodos durante os quais o ventopermaneça dentro dos valoresúteis.. Convém esclarecer, po-rém, que aquele limite de 5 e 20 mpossui um valor relativo; diz res-peito apenas à maioria dos apa-relhos presentes.

Sorre(1) põe em evidência ostrabalhos de Le Court, levados aefeito na Dinamarca, país onde oemprego tradicional do vento co-mo força motriz é favorecido pe-las condições naturais e onde aagricultura progressiva reclamasempre mais energia barata. Oprogresso da mecânica dos flui-dos recomendou a substituiçãodos antigos leques com pás pelashélices de duas palhetas. Melhoraplicação da mecânica fezdimi-nuir o desperdício nas transmis-sões, regulou as velocidades eacomodou os inconvenientes dasvariações do vento.

,Enfim, a transformação de

energia mecânica em elétrica,com acumulação, atenuou osefeitos das paradas. Todos estesaperfeiçoamentos, aplicados so-bretudo nas grandes planíciesáridas dos Estados Unidos e doCanadá, para bombeamento, ilu-minação e força motriz nas fazen-das, tiveram como resultado di-fundir os motores eólios no pam-pa argentino, nos elevados pla-naltos da África do Norte, na Áfri-ca do Sul, na Austrália; em todaparte, em suma, onde falta o com-bustível sólido, não existemáguas correntes e a onde nãochegam os cabos da correnteelétrica.

Março de 1982 - 85

Os moinhos existente.s

No Nordeste do Brasil, espe-cialmente nas r.egiões litorais sãocomuns os moinhos de ventopara bombear água; na costa e nointerior, estão-se generalizandoos cataventos geradores de ener-gia para rádio e iluminação.

Em alguns trechos mostram-semais abundantes. No vale do rioJaguaribe, onde sopra o conheci-do vento Aracati, aparecem osmoinhos para água com bastantefreqüência. O autor, viajando pe-las várzeas desse famoso rio cea-rence, impressionado pela gran-de quantidade deles, foi informa-do de que no município de Ara-cati deveriam funcionar mais de500; no município de Russas,mais de 600 aparelhos.

Nos vales dos rios Mossoró eAçu, no Rio Grande do Norte, on-de se encontram as maiores sali-nas do Brasil, existem moinhospara bombear água, de maiorcapacidade, cujo diâmetro de le-que mede cerca de 9 metros. Nosmeses da safra, de agosto a de-zembro, desencadeia-se forte ovento, levantando uma nuvempermanente de poeira fina, quemais se assemelha a uma cerra-ção do sul.

De acordo com observaçõeslocais, em alguns Estados do Nor-deste, onde se nota acentuadatendência para o uso de cataven-tos de menos de 1 kW, o motivoque dificulta a sua expansãO é opreço um pouco elevado. Se fos-se estudado no país um modelosatisfatório e colocado o respec-tivo desenho à disposição de ofi-cinas regionais que o desejassemfabricar, certamente o preço devenda baixaria, de modo a possi-bilitar a sua aquisição a maiornúmero de interessados.

Informa Putnam(7) que estes ti-pos são bastante usados nosE.UA para iluminação de fazen-das e carregamento de bateriasde rádio nos distritos sem eletri-ficação rural. Aproximadamente10 000 deles são vendidos, todoano, pelos fabricantes america-nos. Se o mercado não for sa-

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

turado nos próximos vinte anos,Putnam estima que em 1967 atin-girá nos E.UA a potência de200 000 kW.

Estes moinhos para fins do-mésticos apresentam, com efeito,indiscutível utilidade em toda aregião nordestina. Não somenteproporcionam conforto e econo-mia, mas evitam o uso de com-bustíveis líquidos, como quero-sene, gasolina e álcool, para ilu-minação particular, os quais po-dem, assim, ter outros empregos.

Instalações para fins industriais

Encarecida a vantagem das ins-talações domésticas de 1 kW emenos, cujo mercado Putnam(7)

, estima encontrar-se nos limitesde 250000 a 2500000 kW, mos-tram-se de reconhecido interesseos moinhos de 1 a 10 kW.

Muito embora Putnam(7)entenda que os tipos de 10 kWtenham uso limitado, com a capa-cidade de absorção do mercadoentre 1 000 e 10 000 kW, Fardin(9)argumenta que se construirãotantos tipos de turbinas eóliasquantos forem solicitados; fatoindiscutível é que haverá muitosempreendimentos de tamanhomédio e poucos de grande capa-cidade, sendo de esperar que assolicitações normais se inclinempara os modelos de 2 até 10 kW eacima dessa potência em algunscasos especiais.

Valerá a pena, acentua ele, queum grupo de consumidores r:mr-ticipe de uma turbina eólia cole-tiva de determinada força, poiscustará menos que vários mode-los da mesma potência. Uma pes-quisa estatística na França e naUnião Soviética indicou que de-verão ser construídos 4 tipos uni-versais, a saber, de 1, 5, 15 e 30kW, sinal de que se pode esperara construção de tamanhos padro-nizados.

O tipo médio de instalações,entre 100 e 500 kW, terá ummercado de 250 000 a 2 500 000kW, segundo Putnam{7}. As maio-rias unidades, ainda conformeeste reconhecido especialista, de

21

Page 24: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

2000 a 3 000 kW, só poderão ins-talar-se em sítios de pesada car-ga, que se encontram em regiõesventosas entre as latitudes de 30 e60 graus, ao norte e ao sul. Omercado para estas usinasserá caracterizado pela or-dem de grandeza de 1 000 000 a10000000 kW.

As aplicações da energia

No Nordeste do Brasil haverá,no entender do autor, campo pa-ra turbinas de tamanho pequeno(de 2a 10, ou mesmo de 2 a 30 kW)e para as de capacidade média(de 100 a 500 kW).

Como foi visto em algumas ta-belas, os meses de ventos maisconstantes e fortes são geralmen-te de agosto a dezembro. Sopra ovento nos períodos de estiagem,diminuindo sensivelmente nosdias que prenunciam a estaçãochuvosa e nas épocas de chuvas.Em outras palavras: nos 4 ou 5meses em que chove, é maisirregular e fraco o vento; nos 8 ou

. 7 meses em que não chove, de-sencadeia-se o vento.

A época dos ventos coincidecom o período das safras agrí-colas e dos trabalhos mais inten-sos de industrialização das ma-térias primas regionais.

Então se apanha e descaroça oalgodão, se colhe e beneficia acera de camaúba, se processamtodos os trabalhos de colheita demilho, feijão, arroz, batata doce,semente de mamo na, fruto de oi-ticica, etc.

Nessa ocasião é que se neces-sita de força para os descaroça-dores de algodão, as máquinasextratoras de cera, os descasca-dores e moinhos de milho, osdescascadores de arroz, as serra-rias e máquinas de construção, asbombas de irrigação, os apare-lhos rurais de cortar forragem ede outras aplicações. Nessa oca-sião se poderá concentrar a ex-tração de óleos vegetais a partirde caroço de algodão, de semen-te de mamona e de outros ma-teriais oleaginosos da região.

22

Para iluminação e força nasci-dades, vilas e povoados, as ins-talações eólias prestariam gran-des serviços. Em virtude da cir-custância de que na estação chu-vosa cai o abastecimento, o ca-minho indicado seria associar asusinas de vento com usinas a óleomineral, a lenha ou hidráulicas.

No campo da metalurgia, acen-tuado êxito teria a indústria ele-trolítica, para a refinação de cer-tos metais e obtenção de pós.

No terreno da indústria quími-ca, uma atividade, por exemplo,que contaria com muitas possibi-lidades de desenvolvimento seriaa indústria eletrolítica de cloro esoda .cáustica. A matéria prima damelhor qualidade, o sal comum,encontra-se nas salinas de Mos-soró-Areia Branca e Açu-Macau.O cloro é de grande utilidade parao tratamento das águas de abas-tecimento público e para alveja-mento de tecidos. A soda cáusti-ca abundante possibilitaria a cria-ção de pujante indústria saboei-ra, dadas a existência e veriedadede matérias gordurosas.

CONCLUSÕES

Analisadas as condições natu-rais do Nordeste do Brasil, obser-va-se que é muito pobre de com-bustíveis e que só se contará,num futuro próximo, com energiahidráulica recebendo-a da gran-de usina de Paulo Afonso e dealguns açudes da área das secas,convindo acentuar que importan-tes extensões de terra não serãobeneficiadas pela rede da Cia.Hidro-Elétrica do São Francisco.

Em virtude dos progressos rea-lizados ultimamente na captaçãoda energia do vento e existindona região condições satisfatóriaspara o aproveitamento industrialdesse recurso, o autor dá indica-ções para os estudos a empre-ender em certos lugares da re-gião, que sejam favoráveis sob oponto de vista de correntes aé-reas freqüentes e regulares.

De um modo geral julga viável autilização da energia eólia no

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

Nordeste. Para várias indústrias eatividades rurais entende que nãoseria prejudicial o fato de apenassoprarem ventos fortes e cons-tantes habitualmente de agosto adezembro, pois nessa época éque elas necessitam de forçamotriz.

Para o fornecimento de energiaelétrica a cidades, vilas e povoa-dos, sugere o emprego de insta-lações eólias associadas com usi-nas a lenha, óleo mineral (Diesel),ou hidráulicas.

Julgaqueteriam possibilidadesde amplo desenvolvimento certasindústrias eletrolíticas, entre asquais se encontra a de cloro e so-da cáustica. Aquele elemento se-ria muito útil no tratamento daságuas de abastecimento públicoe no alvejamento de tecidos, e asoda cáustica possibilitaria a cria-ção de pujante indústria desabões.

De tudo se conclui, afinal, que aenergia do vento, bem aproveita-da, poderá contribuir de modoacentuado para o desenvolvimen-to econômico da região, o bemestar e conforto de seus habitan-tes, concorrendo para menor uti-lização de combustíveis impor-tados.

REFERÊNCIAS

1. Max Sorre, "Les Fondements deIa Géografie Humaine. Tome 11:Les Fondements Tecniques", Li-brairie Armand Colin, Paris, 1948.

2. De Hollandsche Molen, Report onthe Utilization of Windpower inthe Netherlands, Proceedings ofthe United Nations Scientific Con-ference on the Conservation andUtilization of Resources, UnitedNations, New York, 1951.

3. Eole "énergétique"... dieu de Iahouille incolore, Le Courrier,UNESCO, Vol. 3, pag. 11, juillet-aout 1950.

4. Some Current British Fuel andPower Projects, Combustion, 23,

1/\

47-50, 1952. li

Março de 1982- 86

Page 25: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

As matérias-primas nacionais e suas repercussõesna empresa

1. CENÁRIO

Embora não se possa creditarao setor das indústrias químicaso mérito de haver originado oextraordinário surto de progres-so material que o mundo moder-no conhece desde o início dadécada dos cinquenta, é indubi-tável que o desenvolvimento des-se processo jamais teria sido pos-sível sem o suporte dinâmico erenovador das indústrias quími-cas.

Desde a eclosão da SegundaGuerra Mundial tem sido atribui-do às indústrias químicas as fun-ções de produzir bens em quanti-dades contínua e aceleradamen-te crescentes, e com característi-cas de qualidade satisfatórias pa-

, ra o atendimento das necessida-des geradas pelos novos usoscriados pelo engenho humano epermitidos pelo enriquecimentoprogressivo de todas as popula-ções do mundo.

Até receber o violento impactoda conflagração mundial, com

,Trabalho apresentado ao I SeminárioBrasileiro da Indústria Química,realízado no Rio de Janeiro, em 5-6 denovembro de 1981

A crise e o próximo futuro

toda a brutalidade de suas conse-quências, o setor das indústriasquímicas se caracterizava peladimensão relativamente reduzidade suas fábricas que, vinculadasa mercados consumidores decomportamento quase linear, seabasteciam de matérias primasde origem local, sem grandeconstância de características quí-micas, produzindo, por proces-sos predominantemente descon-tínuos, o bens requeridos pelosmercados consumidores da suaregião. O comércio internacionalde produtos químicos era entãomuito reduzido, como tambémera reduzido o esforço das eco-nomias individuais na obtençãode auto-suficiência em relação aosetor.

A guerra exigiu das indústriasquímicas um intenso e prolonga-do esforço de superação. As fon-tes tradicionais de matérias pri-mas se tornaram, de imediato,insuficientes ou inacessíveis,obrigando à criação de novosprocessos industriais para fabri-cação, a partir das matérias pri-mas disponíveis com suficienteabundância, e produtos"até entãosupridos por extração e benefi-ciamento, pelo setor primário.

5. 1. G. N. Haldane e E. W. Golding,Recent Developments in LargeScale Wind Power Genl3ration inGreat Britain, Fourth World Po-wer Conference, London, July1950.

6. Andrée Fabre, Projeto da capta-ção da energia do vento na Fran-ça, Correio da Manhã, 21 de se-tembro de 1950.

7. Palmer C. Putnam, "Power from

Marçode 1982- 87

Wind", D. Van Nostrand Co., Inc.,New York, 1948.

8. Percy H. Thomas, Harnessing theWind for Electric Power, Proce-edings of the U.N.S.C.C.U.R.,Uni-ted Nations, New York, 1951.

9. R. Fardin, Windpower: Its Advan-tages and Possibilities, Pro-ceedings of the U.N.S.C.C.U.R.,United Nations, New York, 1951.

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

FERNANDO DE BASTOS CRUZ

Foi assim com as fibras, asborrachas e até mesmo com oscombustíveis.

A exigência de quantidades le-vou o setor das indúsrias quími-cas à adoção de processos contí-nuos de produção, o que, por suavez, gerou a necessidade demaior constância nas caracterís-ticas física e químicas das maté-rias primas empregadas.

Esforço talvez ainda mais in-tenso foi imposto à indústria dopetróleo, à qual tocou a respon-sabilidade do suprimento das su-bitamente elevadas necessidadesde combustíveis.

A partir da década dos quaren-ta, empenhou-se a indústria quí-mica na tarefa de colocar a servi-ço do bem estar dos homens todaa potencial idade técnica e econô-mica até então ocupada na searainglória da guerra.

Novos defensívos agrícolas, me-dicamentos, fibras, plásticos,borrachas, tintas e inúmeros ou-tros produtos intermediários, seincorporaram e elevaram a quali-dade dos bens consumidos emtodo o mundo.

Mas, se ocorreu, desde o início,a ampla difusão do uso dessesnovos produtos, a sua produçãopermaneceu, por algum tempo,concentrada em poucas regiõesdo mundo. Isto porque a renova-'ção tecnológ ica verificada se pro-cessou, principalmente, pela ab-sorção de técnicas e procedimen-tos consagrados no refino dopetróleo e pelo uso, como maté-ria prima, de hidrocarbonetos ob-tidos como subproduto do refinoe componentes do gás natural.

A familiaridade com os méto-dos de refino do petróleo, origi-nadores daqueles subprodutos, e

r;N;O~!~-[f-r~'-'~~'-~~~;-;;--1 23! ~ '-" ,-," ,° ,"', - I',I ti i t>.; t. '. '..c: t." A i

l_Ll.:~~:'~;~-~~:'~;'::";~;;~'~::'~;~~~:'iJ

Page 26: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

a disponibilidade de gás naturalnão ocorriam em muitas regiõesdo mundo, do que resultou natu-ra' preponderância dos EstadosUnidos da América no cenáriomundial de após-guerra.

Essa concentração de capaci-dades não impediu que o soproforte da modernização abalasse aestrutura da indústriaquímicaemtodo o mundo, atuando sobre oensino nas universidades,sobre aprosperidade das fábricas e so-bre o gosto dos consumidores.

Durante a década dos cinquen-ta, a introdução dos métodosindustriais de decomposiçao tér-mica das naftas, primeiro na Eu-ropa e depois no Japão, e a ampladisponibilidade dessas fraçõesleves do petróleo naquelas duasregiões, como consequência dosperfis particulares dos seus con-sumos de combustíveis líquidos,abriram a todo o mundo desen-volvidoo acessoaos novospro-cessos e aos novos produtos.

A adoção de matérias primasmais baratas que as até entãoutilizadas, a introdução dos pro-cessoscontínuos de produção ea vulgarização das unidades in-dustriais de grande porte resul-taram em substancial reduçãodos custos de produção, fenô-meno do qual não esteve ausentea drástica redução dos preços in-ternaci'onais do petróleo nos últi-mos anos da década, quandoessa màtéria prima chegou a sernegociada. N'oGolfoPérsico, porvalores próximos de umdólar porbarril.

Estavam criadas, medianteesse conjunto de circunstâncias,as condições necessárias para aimplantação de uma nova ordemna indústria química mundial; dadisponibilidade irrestrita de pe-tróleo por baixo custo e a possibi-lidade de acesso a grande núme-ro de novas tecnologias gerou uninovo sistema de qualificação daseconomias para a modernizaçãode suas indústrias químicas.

Desaparecida, ou minimizada,a vantagem estratégica decorren-te da disponibilidade de matériasprimas e estabelecida a práticada24

venda do direito ao uso, ou àprosperidade, das novas tecnolo-gias, restou com a condição eco-nômica necessária para a moder-nização do setor das indústriasquímicas, a existência do merca-do local com capacidade de con-sumir a massa crítica de produ-ção e, como condição econômicasuficiente, a existência da in-fraestrutura industrial coerentecom os resquisitos da indústriaquímica moderna.

Dessa nova ordenação de im-portância dos fatores que gover-nam o desenvolvimentoda indús-tria química resultou, durante otranscurso da década dos ses-senta, a inviabilizaçãodos planosde desenvolvimento de diversospaíses que, detentores de abun-dantes disponibilidades de gásnatural, não dispunham de mer-cado interno suficientemente am-plo para absorver a produção deindústrias químicas do tamanhocorrespondente ao que se con-vencionou chamar de escala eco-nômica mínima.

Em contrapartida, países comoo Brasil que, pelo relativamentebaixo consumo de gasolinas, nãodispunham de sobras úteis noseu parque de refino e tambémnão contavam com reservas sufi-cientes volumosasde gás natural,adquiriram, com o suporte do seumercado consumidor interno,condições para modernizar a suaindústria química.

Como nos informa recente es-tudo das Nações Unidas, ao tér-mino da década dos sessenta, ouso de hidrocarbonetos deriva-dos do petróleo e do gás naturalpermitiram às indústrias quími-cas operarem com custos iguaisàmetade do que resultaria do em-prego de carvão mineral. Essavantagem econômica conduzia aum constante aumento do uso depetróleo e do gás natural comomatéria prima, de tal forma que,em 1970,entre 50e 70%da produ-ção do setor das indústrias quí-micas dos países desenvolvidosprovinham da petroqu~mica.

Em 1972,do total da produçãoda indústria orgânica, o petróleo

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

e o gás natural originavam 92%na Europa Ocidental, 95% nosEstados Unidos e 96% no Japão.

Avulgsíização do uso de novastecnologias e a elevação da capa-cidade de produção das fábricasresultaram, nesse período, 1960 a1972, em reduções de 14 a 55% docusto de produção e de 25 a 65%no valor do investimento por uni-dade produzida, no setor das in-dústrias químicas orgânicas.

Os preços dos produtos quími-cos cairam, nesse mesmo perío-do, de 2 a 12% nos mercados dosprincipais países produtores-Es-tados Unidos, Alemanha Ociden-tal e Japão - enquanto que para ototal da produçao industrial ospreços subiram, em média, 9% naAlemanha Ocidental, 11% no Es-tados Unidos e 10% no Japão.

Essa evolução resultou daacentuada redução do custo dasmatérias primas derivadas do pe-tróleo e do gás natural, fato esteque deu relevo aos custos finan-ceiros, derivados do investimentorealizado na construção de fábri-cas, trazendo para o primeiroplano a importância da escalaeconômica na determinação dalucratividade dos empreendi-mentos.

O quadro abaixo ilustra bem oque ocorreu na indústria químicaorgânica durante o período 1960-1972 e explica a grande atençãodedicada à escala econômica dasfábricas.

2.ACRISE

A elevação dos preços interna-cionais do petróleo não pOde seratribuída a uma ação unilateral eisolada dos países produtores doOriente Médio.

Se a eclosão da crise sucedeuao movimento de nacionalizaçãodos campos produtores daquelaregião e coincidiu com o embar-go imposto pelos países Árabesao suprimento de petróleo às na-ções que foram acusadas de co-operação econômica com Israel,a elevação contínua dos custosde descobrimento e produção depetróleo nos Estados Unidos, e aantecipação de um custo médiode produção da ordem de dez

Março de 1982 - 88

Page 27: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

EFEITO DA CAPACIDADE DAS FÁBRICAS NO VALORDO INVESTIMENTO E NO CUSTO DE PRODUÇÃO

dólares por barril para as novasáreas produtoras do Mar do Nor-te, já indicavam, antes de 1973, ainexorabilidade de uma reorde-nação econômica do setor.

A elevação dos preços do pe-tróleo, em 1973, quebrou umasistemática que parecia se imporem termos de grande estabilida-de, a do estabelecimento dosvalores de venda unicamente apartir dos custos de produção.Em última análise, a crise impôs oreconhecimento por todos daexistência de um valor intrinsecoatribuível ao petróleo e que pas-sou a ser adicionado aos custosde produção, no estabelecimentodos preços de venda.

Como resposta do mundo de-senvolvido à essa alteração deconceitos na formação do preçodo petróleo, foi contraposta umavalorização equivalente do co-nhecimento técnico-científico-in-dustrial.

Imediatamente após a elevaçãodos preços do petróleo verificou-se uma forte pressão desestabili-zadora sobre as economias dospaíses desenvolvidos. À forma-ção de defícits no comércio so-mou-se, naqueles países, a redu-ção geral do nível àe atividadeeconômica resultante da eleva-ção dos preços internos e darutura do equilíbrio entre setores.

Regiões energicamente depen-dentes, como a Europa Ocidental

Março de 1982 - 89

e o Japão, pareciam, em 1974,irremediávelmente condenadas aum processo de involução econô-mica. Os preços mais elevadospagos pelo petróleo pareciamconduzir à redução do consumode energia, e, consequentemen-te, da atividade econômica, ou àtransferência para o exterior departe importante da renda inter-na, pela elevação das quantida-des de bens exportados.

Ao contrário dessa evolução, oque ocorreu foi, após a reacomo-dação das economias, durante osanos de 1974 e 75, a retomada doprocesso de crescimento econô-mico daquelas regiões.

Esse estado de coisas foi tor-nado possível pela imposição aoresto do mundo de relações detroca que compensaram os paga-mentos a maior efetuados nasimportações do petróleo. Istoequivale a dizer, na valorizaçãocompensatória da riqueza detidacom quase exclusividade pelospaíses desenvolvidos: o conheci-mento técnico-científico-in-dustrial.

Em seguida à elevação dospreços internacionais do petró-leo, em 1973" observou-se o au-mento de todos os preços dosprodutos petroquímicos e, logoapós, dos equipamentos e servi-ços necessários à construção denovas fábricas.

A associação dessas duas va-riações, ao mesmo tempo queelevou a rentabilidade das fábri-cas já existentes, dificultou acompetição resultante da cons-trução de novas fábricas e, pelaexportação de produtos ou debens de produção, contribuiu sig-nificativamente para o reequilí-brio das econômias dos paísesdesenvolvidos, após 1975.

A observação do comporta-mento do investimento e dos cus-tos de produção do eteno a partirda nafta, na Europa Ocidental,permite avaliar a vantagem des-frutada pelo parque industrialdo países exportadores de produ-tos industrializados, após a crise.

".;

CUSTOS E INVESTIMENTO EM UNIDADE PARA APRODUÇÃO DE 300.000 T/ANO DE ETENO A PARTIR DA NAFTA

Fonte UNIDO, maio de 1981.

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL 25

PRODUTO CAPACIDADE INVESTIMENTO CUSTO DETON/ANO US$!TON/ANO PRODUÇÃO

USS!TON

36 139 46,0AMÔNIA 102 108 38,0

180 89 34,0

100 120 70,3ETENO 300 /, 90 47,2

454 77 42,8

25 468 328,0POLlETILENO 50 400 296,0

aD 100 356 272,0

PVC 20 170 250,040 129 239,0

,', ANO 1972 1980

-UNIDADE CONCLUíDA EM 1972 1972 1977 1980

)nvestimento fixo US$ 1.000 153,3 153,3 271,6 329,2Custos de Produção US$!TON: Matéria prima 70,5 1.033,4 1.033,4 1.033,4

Crédito de Sub Produtos -79,9 -625,7 -625,7 - 625,7Utilidades 3,6 6,8 6,8 6,8Catalisadores e Produtos Químicos 2,1 1,7 1,7 1,7Mão de obra 2,3 23,0 23,0 23,0Depreciação 51,0 51,0 90,S 109,7Outros 22,S 75,9 75,S 75,5

CUSTO TOTAL DE PRODUÇÃO US$!TON 72,2 563,7 603,2 621,9

Page 28: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

A posição de vantagem desfruta-. da pelas economias já suficien-temente capitalizadas em 1972 seexpressa, no caso do eteno, poruma margem de 10%, no custo deprodução, no confronto com no-vas unidades.

Acresce, ainda, que o recurso àeconomia de escala também teveo seu efeito reduzido pela açãodos mesmos fatores examinados.O custo de produção de eteno, naEuropa Ocidental, em unidadesde 50 000 toneladas/ano era, em1972, 50,8% maior do que o deunidades de 30 000 tonela-das/ano. Em 1980 aquela diferen-ça ficou reduzida para apenas15,6%.

Essas considerações ressaltama importância assumida pelo va-lor das matérias primas após aelevação dos preços do petróleoem 1973, na formação dos custosdos principais produtos químicosorgânicos. .

O efeito da valorização cres-cente do petróleo nos custos deprodução dos derivados da petro-química, nas condições prevales-centes na economia da EuropaOcidental, conduz, para um au-mento de 100% no preço do pe-tróleo, às seguintes elevaçõesdos custos de produção:

Nafta 68°/0Eteno 37,5°/0Polietileno : 16,8%Poliéster (fibra) 24,1%PVC 20,1%Esse efeito aparece ampliado

nos preços de exportação nomercado internacional, principal-mente pela ação dos novos cus-tos de aquisição de equipamen-tos e serviços. Recorrendo à mes-ma fonte de informação usadaanteriormente, o documento detrabalho preparado para a reu-nião da UNIDO em ISTANBUL,constatam-se as seguintes varia-ções de valores entre 1970e 1980:

PREÇO MÉDIOS DE EXPORTAÇÃO E CUSTOSDE CONSTRUÇÃO DE NOVAS FÁBRICAS

USS/TON

Embora transpareça do quadroapresentado a importância dosfatos ocorridos em 1980, seráconveniente consolidar, nestemomento, o encaminhamento dapresente apesentação observan-do o comportamento do comér-cio internacional de produtosquímicos.

A produção mundial da indús-tria química cresceu de 500% no

26

período de 20 anos entre 1950 e

1970. Nesse mesmo período, ocomércio internacional de produ-tos químicos cresce de 2 000%.

Esse crescimento foi em gran-de parte resultante dos efeitosmodernizadores da indústria pe-troquímica, sendo de notar queentre 1950 e 1970 o consumo defibras sintéticas aumentou de

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

6 800%, de plásticos 1800%e o deelastômeros sintéticos de 900%.

Nesse mesmo período, 1950-1970, os produtos orgânicos, de-rivados do petróleo ascenderamno total do comércio internacio-nal de produtos químicos de 15%para mais de 40%.

A importância relativa do co-mércio internacional para os paí-ses desenvolvidos, no setor queestamos analisando, pOde serconcluida da simples constata-ção do valor da parcela do totalda produção interna vendida parao exterior.

EXPORTAÇAO DOS PRINCIPAIS PLAST'COS EM 1978

("" da produçào ",ica total)

Fonte INTERNACIONAL PLASTIC MARKET ANO TRENDS

Por outro lado, o significado,em termos absolutos, das trocasinternacionais de produtos quí-micos entre países desenvolvidoe países em desenvolvimento, de-riva da simples observação dosvalores FOB alcançados por es-sas trocas.

COMÉRCIO INTERNACIONAL DE PRODUTOS QUíMICOSENTRE PAíSES DESENVOLVIDOS E PAíSES

EM DESENVOLVIMENTOUnidade US$ 1.000.000.00

Fonte, NAÇÕES UNIDAS. BOlET'M ESTATiSTlCO MENSAL

Em seguimento do que foi atéaqui, exposto julgamos lícitoconcluir:

a) Nos últimos trinta anos o setordos produtos orgânicos ad-quiriu importância crescente-mente maior dentro da indús-tria química, apoiado no usodo petróleo e do gás naturalcomo matérias primas básicas.

b) A existência do mercadointerno suficientemente am-plo se constitui em requi-

Março de 1982 - 90

1970 1972 1974 1976 1978 1980

Eteno 80 85 273 285 328 575

Amônia 43 42 143 114 103 170

Melànol 75 60 175 115 125 220

Benzeno 62 63 333 255 250 525

Acrilonitrila 260 260 625 530 565 715

Polietileno AD 330 305 745 650 640 1.075

Polietileno BD 265 275 710 575 538 1.065

PVC 310 300 705 569 640 985

Petróleo 13 18 85 91 101 220

Nalla 16 20 123 .131 146 280

indice do Custo de investimentos(1958-100) 143 158 208 251 2§2 357

Estados Unidos Europa Oeidanta' Japào

Pohe'ileno BO 10 12 12PoheJileno AO 10 18 21Pol'etileno 12 10 8PVC 4 20 21Pohe"'eno 4 10 12

1974 1975 1976 1977 197a

Exportação dos paisesdesenvolvidos para paises 13.633 13.962 13.726 18.089 20.390em desenvolvimento

Exportação dos paises em

1.71612.356

desenvolvimento para os 2.181 1.378 2.055

p.,;ses desenvolvidos

Page 29: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

sito necessário para a mo-dernização do setor das in-dústrias químicas.

c) A elevação geral dos preçosno mercado internacional re-duziu a importância relativada escala econômica das fá-bricas e ressaltou a importân-cia do custo de aquisição dasmatérias primas.

d) O comércio internacional deprodutos químicos apresenta-se altamente favorável aos paí-ses desenvolvidos como con-seqüência de menores custosinternos de produção.

e) A manutenção de relações detroca favoráveis aos países de-senvolvidos no comércio in-ternacional com os países emdesenvolvimento, possibilita-da pelo domínio do conheci-mento tecnológico associadoà fabricação de bens de con-sumo e de bens de produção,permitiu o repasse dos custosa maior decorrente das impor-tações de petróleo.

3. o RECRUDESCIMENTO DA CRISE

A nova elevação dos preçosinternacionais do petróleo, verifi-cada concentradamente no anode 1980, provocou profundas al-terações na economia de todosos país e no equilíbrio dessaseconomias dentro dos quadrosdo comércio jnternacional.

Embora situados a uma distân-cia excessivamente reduzida pa-ra permitir uma avaliação bemfundada das alterações impostasa todos os setores da economiamundial e individual de cada país,afigura-se-nos o surgimento decondições impeditivas à manu-tenção dos mecânismos e pro-cessos utilizados, mesmo após aeclosão da crise de 1973, para odesenvolvimento econômico dasnações.

Inexistem indícios de que, àsemelhança do ocorrido em 1974,possam os países desenvolvidospraticar ajustamentos compensa-tórios nas suas exportações, atémesmo por ser muito reduzida a

Março de 1982 - 91

possibilidade de que tais ajusta-mentos possam ser tolerados pe-la economia dos países em de-senvolvimento.

O agravamento da inflação nospaíses mais ricos e a elevaçãoconsequente das taxas de juros,parecem indicar o desequilíbrioentre setores e a impossibilidadeda manutenção dos níveis inter-nos de consumo, face à inelastici-dade dos mercados de exporta-ção já gravados pela acumu-lação de grandes deficits no ba-lanço comercial com os paísesdesenvolvidos.

Embora seja precário e arris-cado buscar desde hoje tendên-cias na tumultuada evoluçãomais recente das economias re-gionais, pode-se imaginar a for-mação de um movimento geral deisolamento econômico, principal-mente nos países que emergemdo subdesenvolvimento e quenão possuem auto-suficiênciaenergética.

Esses países, não obstante osseus ingentes esforços no desen-volvimento de recursos energéti-cos próprios, apresentam-se vul-neráveis por sua dependênciatecnológica e terão substancial-mente agravado o custo do seudesenvolvimento industrial.

Aparentemente restará comoprincipal saída para esses paísesa criação de caminhos tecnológi-cos próprios, que maximizem ouso dos recursos disponíveis emsuas economias e rompam asrelações tradicionais que condi-cionam a produção ao investi-mento e à modernização da in-dústria, à importação de bens deprodução.

Esse parece ser o caso do nos-so país. Constrangidos por umvolumoso e crescente deficits donosso comércio exterior, temo-nos defrontado com a necessida-de constante de exportar fraçõescada vez maiores da nossa produ-ção para manter os níveis dasimportações essenciais.

A transferência interna de re-cursos para a viabilizar essa ex-portação tem resultado, direta eindiretamente, na elevação dos

REVISTA DE QUIMICA INDUSTRIAL

preços dos produtos importadosque, na sua condição de essen-ciais, têm gerado poderosa ali-mentação ao processo inflacio-nário vivido em nossa economia.

Semelhantemente ao que ocor-re no resto do mundo, a inflaçãobrasileira, como fato pertubadordp ordem econômica, dificulta osnovos investimentos, reduz o ní-vel de emprego e comprime oconsumo dos indivíduos.

Essencialmente, geram todosesses fatos problemas, econômi-cos e sociais, pela via de incerte-za que cria sobre o futuro danossa economia.

Vivemos momentos de graveresponsabilidade para com o des-tino do nosso país e do mundo.Sabemos não ser cogitável. nosdias que correm, a consecuçãode "Milagres Nacionais" mais ilu-sórios agora que no passado,mas vemos ser plausível a obten-ção de um nível satisfatório deequilíbrio pela intensificação douso de fatores internos nos pro-cessos produtivos adotados nospaís, retendo, crescentementeem nossa economia, a remunera-ção a fatores externos, comoocorre no presente.

Esse parece-nos ser o enfoqueadequado ao tema que nos foiproposto desenvolver, afastandoo recurso cômodo de imaginar osetor das indústrias químicas iso-lado do restante da economia,mas, ao contrário, admitindo to-do o contingente de responsabili-dades que lhe deve ser atribuidona identificação dos rumos maisconvenientes à prosperidade donosso país.

Na exposição feita até este pon-to, procuramos caracterizar a in-dústria petroquímica como amais importante e dinâmica áreado setor orgânico que, por suavez, se apresenta como o demaior crescimento na indústriaquímica moderna.

Cabe agora situar a indústriapetroquímica como a área maisafetada pela recente evoluçãodos preços internacionais do pe-tróleo e que, consequentemente,exigirá ajustamentos e reposicio-

27

Page 30: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

namento para permitir a sequên-cia da sua atuação renovadora erevolucionária sobre os hábitosde consumo e os níveis de quali-dade de vida de todas as popula-ções do mundo.

Como exposto, a indústria pe-troquímica nasceu do aproveita-mento de quantidades ilimitadas,do ponto de vista prático, defrações do petróleo e de gásnatural.

Por essa peculiaridade, a in-dústria petroquímica sempre ob-teve as suas matérias primas co-

mo concorrente da produçao doscombustíveis. Hoje, sob o impac-to da crise do petróleo, esta situa-ção permanece, uma vez que to-das as novas possibilidades desuprimento elTl substituição aopetróleo podem ser consideradastambém como fontes alternativasenergéticas, igualmente substitu-tas do petróleo na produção decombustíveis.

Um rápido sumário dos princi-pais alternativos permitidas pelastecnologias já disponíveis revelaa extensão dessa qualidade deusos:

A essa primeira constatação,a de que as principais matériasprimas alternativas da petroquí-mica têm o seu valor econômicocondicionado pela sua equivalên-cia com o petróleo no mercadomais volumoso dos combustíveis,deve-se justapor a verificação doreconhecimento, pelo GovernoBrasileiro, da importância do de-senvolvimento da indústria petro-quimica nacional como forma depermitir a cpntinuidade do pro-cesso de elevação da qualidadede vida da nossa população, colo-cando-o a salvo das pressõesgeradas pelo desequilibrio donosso comércio com o exterior.

No curso desta exposição de-monstramos, com base na expe-riência internacional, a importân-cia ímpar assumida pela petro-química no âmbito geral da in-dústria química, e pela nossa vi-vência, como homens do nossotempo, conhecemos a profufldi-dade das alterações de hábitos deuso, consequentemente, a inten-sidade da participação desse se-tor na elevação dos níveis dequalidade de vida desfrutados emnossaeconomia.

28

Diante dessas constatações,afigura-se como perfeitamenteracional uma política de governoque grave os usos menos eficien-tes do petróleo como fonte ener-gética e preserve o seu empregocomo matéria prima para a pro-dução de bens intimamente as-sociados à melhoria das condi-ções de vida de todas as camadassociais e econômicas da popula-ção brasileira.

Tendo em vista os mecanismosde transferência adotados pelospaíses desenvolvidos, do custoadicional de energia através dasexportações de produtos indus-trializados, a autossuficiência naprodução dos derivados da petro-química, entre outros bens, as-sumiu posição estratégica damaior importância na preserva-ção do processo de desenvolvi-mento de países, como o Brasil.

Entretanto, essa autossuficiên-cia encontra-se hoje duplamenteameaçada. A construção de no-vas fábricas está, no presente,onerada pela elevação dos pre-ços dos equipamentos e insumosde processos que ainda têm que

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

ser importados, fato que tende agerar custos de produção conti-nuamente mais elevados nos paí-ses em desenvolvimento.

Essa elevação de custos indus-triais torna esses países mais vul-neráveis as exportações de pro-dutos acabados, pelos países de-senvolvidos, uma vez que se ori-ginam de parques industriais demaior porte e, preponderante-mente, montados antes da eleva-ção dos preços dos equipamen-tos e de outros componentes dovalor do investimento na constru-ção de fábricas. E que, em decor-rência da redução da atividadeeconômica naqueles países, pos-suirão, por algum tempo,capaci-dade excedente às demandas in-ternas.

Aos países em desenvolvimen-to restam, diante de tais circuns-tâncias, duas alternativas básicaspara a defesa das suas econo-mias: elevar as barreiras tarifáriase, simultaneamente, os preçosinternos de produtos essenciais eintimamente associados aos ní-veis de qualidade de vida busca-dos por suas populações; ou utili-zar os mecanismos já montadosparadesestimular o uso ineficien-te dos combustíveis, pela eleva-ção do seu preço de venda aoconsumidor, para reduzir, pelatransferência de recursos, o cus-to das matérias primas petroquí-micas.

Como o recu rso à elevação doimposto aduaneiro está limitadopor acordos internacionais e ten-de a dificultar as exportações deprodutos industriais para os paí-ses desenvolvidos, a associaçãodas duas alternativas citadas, ele-vação da barreira alfandegária eredução do custo das principaismatérias' primas, surge como so-lução racional e prática que par-tindo da penalização dos usosanti-sociais de suprimentos ener-géticos importados, mantémacessíveis a todas as classes eco-nômicas de sua população pro-dutos indispensáveis ao seu bem-estar.

(Continua em próxirrw número.)

Março de 1982 - 92

MATÉRIAS PRIMAS MATERIAS PRIMAS PRINCIPAL PRODUTOTRA[)ICIONAL ALTERNATIVA OBJETIVADO

Gás natural carvão mineral metanolNafta biomassa amônia

Gás natural xistoeteno

Nafta etanol

Nafta carvão mineralbenzenotolueno

Nafta xisto propenoetanol butadieno

Page 31: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

BIOTECNOLOGIA

Fábricas de fibras sintéticas,alimentos, bebidas, fármacos e

químicos ligadas pelaBiotecnologia

Asahi Chemical lndustries, do

Japão, o maior produtor japonêsde fibras sintéticas, adquiriu parti-cipação na Asahi' Bre~eries, comoparte de um convênio no sentido deas empresas colaborarem na mer-cantilização de alimentos e bebidase no emprego da tecnologia defermentação.

A razão disto é a vantagem derealizarem um firme esforço ascompanhias japonesas de produtosquímicos, produtos farmacêuticos

e alimentos na área da Biotecnolo-

gla.A tecnologia da fermentação,

campo em que o Japão é reconhe-cido como leader mundial, é es-sencial para a exportàção comercialda engenharia genética nos seusdesenvolvimentos e conquistas.

Em adição ao fato do seu envol-vimento na área das fibras têxteissintéticas, Asahi Chemical tambémfabrica vários produtos farmacêu-ticos, rins artificiais e especialida-des médicas. *

METIONINA

Será construída nos EUA grandefábrica pela Monsanto

Em Chocolate Bayou, Texas, se-rá levantada uma fábrica de hidro-

xi-metionina pela Monsanto Com-pany.

Terá a capacidade de produçãode 45 000 t/ano. Nela será empre-gada uma tecnologia com inova-ções, de forma a dar baixo preço decusto, conforme informações dogerente geral da Divisão de Produ-tos Químicos Nutritivos e Desen-volvimento da empresa, Lee A.Miller.

Este ácido aminado será fabrica-

do para ser consumido, em rações,por animais de criação.

Monsanto estuda planos paradedicar-se a este ramo de produçãoe tornar-se um dos grandes fabri-cantes do produto químico neces-

Março de 1982 ~ 93

sário na composição de rações ali-mentares para animais.

Há uma sensível procu!"a de me-tio nina no mercado mundial, e essasolicitação tende a crescer em COn-sequência da sempre maior criaçãode frangos e de outros animaiscomo fornecedores de alimentos

protéicos.A metionina será fornecida em

forma líquida e será designada pelonome comercial de Alimet. Entende

o fabricante que sob esta forma a .

metionina oferece vantagens aoscriadores, a começar pelo preço decompra.

Monsanto também fornece me-

tionina com um sal de cálcio pararações. E ainda Aflaban, inibidordefungos. e Santoquin, produto con-servador. *

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

INFORMES VOMM INFORMES VOMM INFO11

~ TURBO-DRYERVOMM ~O UMANOVATECNOlOGIADESECAGEM cn> <cn e".'" gw . .~ . 5:oc . -zO .., "TI~ ~ O~ . ~

~ 5:~ rn

§? o Secador contínuoTURBODRYER (§cn ES-2000 é o mais avançado e econô- 5:~ mico equipamento de secagem exis- ~~ tente; pois é o que melhorrendimento ~~ térmico oferece (800 - 1 000 KCal - por O

~ litro de água evaporada) além do que a ~~ turbo-tecnologia VOMM éaúnica apta rn~ a tratar materiais orgânicos e inorgâni- <> cos com qualquer teor de umidade na g~ entrada, permitindo inclusive a evapo- 5:~ ração das últimas frações de água. z~ Amplamente aplicado em produtos b~ quimic.os, farmacêuticos, alimenticios, ~- zootécnicos, etc. rii

~ Sala de provas à disposição dos in~ ~O teressados. O

> Vendas pelo sistema FINAME,LEA- ~~ SING, e outras modalidades.~ocO ESCREVAou

~ TELEFONE PARA

Z"TIO~s:mcn<O5:

Seto, CHEMIFARMARua Manoel P,n'o de CaNalho. ,.,

'OMBai"o do Umão. São Paulo. B,as"

~ TeL PABX (011) 266-9688

~ Tele' (011) 30>55 VOMM.BR

O .> Equipamentos e Processos Ltda.

00iu USINA.~ COLOMBINAPRODUTOS QUIMICOSPARA TODOS OS FINS

AMÔNIA (GAS E SOLUÇÃO)ACIDOS-SAIS

fAIIIIlCAÇÃO,IMPORTAdo E COM_IODE CENTENASOEÍ'ROIM'Os

PARA PIIOffTAEJmIRA

MATRIZ sAo PAULO:Tels.: 268-5222. ~ e 268-7432

Telex ~ (011) 22788Caixa Postal 1469

RIO DE JANEIROAv. 13 de Maio, 23 - 7~ andar - 5/712

Tels.: 242-1547. 222-8813

Page 32: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

PRODUTOSFARMACiuTICOS

Interferon, hormônios e vacinas, obtidospela Engenharia Genética e aprovados pelo

US Nat. Inst. of Health

À firma da Califórnia, Genen-tech, uma das muitas companhiasde engenharia genética dos Esta-dos Unidos da América, foi conce-dida, em fins, do ano de 1981,aprovação pelo United States Na-cional Institute of Health, reparti-ção de pesquisa subordinada à USFood and Drug Administration,para produzir em escala ascenden-te cinco produtos feitos com oemprego da tecnologia do DNArecombinante (em português: áci-do desoxirribo-nucléico).

Os produtos deverão ser obtidosindustrialmente nos próximos me-ses para uso experimental em ani-mais e em experiências clínicashumanas.

Os cinco produtos poderiam en-contrar uso nos campos farmacêu-

. tico e de medicina veterinária. São

os seguintes:1. Calcitonina para uso humano

(calcitonina é um hormônio hipo-calcêmico) que diminui a concen-tração de cálcio).

2 e 3.Dois tipos de interferon,leucócito A e leucócito D.

4. Hormônio porcino do cresci-mento. '

5. Vacina superficial antígenapara o tratamento de males dos pése da boca.

Realizaram recentemente umacordo a Cetus Corporation, deBerkeley, Califórnia, e a NordenLaboratories lne. (unidade farma-cêutica da Smith Kline Corp.) quevisa à produção e à venda de umavacina para prevenir a colibacilose,doença desintérica do gado.

Cetus é conhecida companhia deengenharia genética. A vacina obti-da por intermédio de DNA (deso-xyribonucleic acid) é ativa contravárias manifestações da colibacilo-

30

Calcitonina

Calcitonina humana é produzidanaturalmente na glândula tiróide eparticipa do crescimento e desen-volvimento dos ossos.

Calcitonina, extraída de enguia esalmão, tem sido empregada suces-sivamente para tratar pacientesque sofram de inflamação crônicados ossos que os faz amolecer eengrossar, condição conhecida co-mo doença de Paget.

Genentech tem obtido até agoraexito em produzir calcitonina tipohumano em geneticamente modi-ficada bactéria E. Calí e trabalha de

modo normal na produção de hor-mônio no furigo geneticamente al-terado'e em cultura de células demamíferos.

Até agora a obtenção de calci-tonina tem sido em limitada escala.

De agora em diante, pela aprova-ção do Instituto Nacional de Saúde,a produção será em escala ascen-dente, de acordo com as necessi-dades de ensaio e emprego.

Esperam os dirigentes da Genen-tech que a produção de calcitoninahumana pela via da engenhariagenética conduza certamente a umpreço mais baixo para 6 consumi-dor e elimine, ao que é lícito prever,a formação de anti-corpos.

lnterferonOs tipos A e B de interferon

humano produzidos pela empresacaliforniana estão sendo experi-mentados em vários serviços clíni-cos nos EUA.

As primeiras experiências com otipo A demonstraram a segurançado produto.

Hormônio porcinoQuanto ao hormônio do cresci-

mento destinado aporcos, seguia omesmo caminho de ensaios verifi-cados no caso de hormônio do

crescimento para bovinos (Ver oartigo, publicado nesta revista, edi-ção de junho de 1981, página 175:"Hormônio para o crescimento dogado. Monsanto, entre outras em-presas químicas, na estrada da en-genharia genética").

Vacina antígena

A vacina superficial antígena pa-ra tratamento de doenças dos pés eda boca tem estado em processo dedesenvolvimento desde o princípiode 1980, de conformidade com umconvênio feito com lnternatioríalMineraIs & Chemicals Corp., deNorthebrook, Illinois.

Ela já mostrou ser eficaz naslimitadas experiências efetuadaspelo Departamento de Agricultu-ra, dos EUA. Experiências tambémforam levadas a cabo em regiões daAmérica do Sul, onde a doença écomum. 'Estes experiméntos se rea-lizaram por funcionários da lnter-national MineraIs & Chemicals

Corpo "

VACINAS

Vacina contra colibacilose do

gado, obtida pela Engenharia Genética

se, doença que causa a morte de até10% de bezerros e bacorinhos. .

Esta vacina, obtida em conse-quência dos trabalhos efetuadospelas firmas Cetus Corpo e NordenLaboratories Ine., terá sua venda a

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

cargo da Norden, que a porá nomercado até o fim do corrente ano,se for aprovada pelas autoridadesresponsáveis pela aprovação, nocaso o Departamento da Agricul-tura dos EUA. *

Março de 1982 - 94

Page 33: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

VIDRO

Vidraças isolantes

A empresa Glaceries de SaintRoch, da Bélgica, obtém vidraçasisolantes. São constituídas pela reu-nião de três folhas de vidro plano,claro; retira-se o ar úmido dosespaços entre elas e coloca-se aí umgás muito isolante e inócuo.

O preenchimento dos dois espa-ços existentes entre as três folhas devidro, feito com o gás aludido,permite que a chapa resultante sejaaltamente isolante. Esses espaçostêm 6 mm de espessura.

Um produto semelhante, o Po-lyglass 2 000, é uma dupla vidraçaisolante; a face interna da peça érevestida com delgada camada de

Um fazendeiro de Lierneux,chamado André Noupré, e umgrupo de engenheiro da SociedadeFN, Bélgica, construiram uma ins-talação experimental para digestãoaeróbica de dejetos animais e detri-tos orgânicos industriais, <:om pro-dução de biogás.

A base são bactérias fermenta-tivas, bactérias acidógenas e bacté-rias metanígenas.

A instalaçã~ compreende a coletae o armazenamento, a cuba dereação com agitação e aquecimen-to, armazenazem do líquido resul-

ouro transparente, cujas proprie-dades, ligadas às do gás altamenteisolante, permitem elevado poderde isolamento.

No tempo frio, o lado de dentropermanece a uma temperaturapróxima da do ambiente, aumen-tando a impressão de conforto.

A delgada camada de ouro per-sonaliza suavemente a fachada, di-minui a luminosidade e suaviza aambiência dos locais.

A gama Polyglass compreendeainda uma vidraça de isolamentoacústico; e uma de segurança econtra arrombamento.

A sociedade. Glaverbel, produ-tora do Themopane, conclui1,.l oThermoplus Prestige.

É oseguinte o princípio: em umade duas vidraças deposita-se del-gada camada metálica transparen-te. Isso constitui verdadeira bar-reira contra o frio. E um gás ino-fensivo, mais isolante que o ar, écolocado entre as duas lâminas.

Glaverbel colocou igualmente nomercado o Thermobel. Trata-se de

uma dupla vidraça que, na fábrica,é colocada em uma moldura de

alumínio de forma especial.Existe também um Thermobel

para colocar em pinázios das portase janelas.

Pinázios são as pequenas tiras demadeira que, nos caixilhos das por-tas ou janelas, servem para seguraros vidros e separá-Ios um dos ou-tros.

Em suma: fabricam-se vidraçasisolantes contra o frio, o calor e oruído. *

METANA

Projeto piloto, na Bélgica, para digestão aeróbica

tante e o reservatório do gás me-tana.

Convém 'Osistema para as gran-des criações, as industriais. Milporcos ou 100 bovinos represen-tam, em matéria de energia e dedespoluição, razoável rentabilida-de.

DL-CISTEÍNA

Produção pela Degussa deste ácido aminado

Desde de outubro de 1980 vem aDivisão Industrial e de Produtos

Químicos Finos, da Degussa, ope-rando uma fábrica de DL-cistéina,inicialmente com a capacidade de 8t/mês.

Marçode 1982- 95

Recentemente, a capacidade deprodução aumentou para 12 t/m.Espera-se que aumente a capaci-dade novamente no segundo tri-mestre do corrente ano de 1982,quando passará a 25 t/m.

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

Mas o sistema é indicado também

para pequenas criações, em fazen-das mistas. Há produção de gás, hálimpeza dos lugares que os animaisda criação frequentam, mas o gás, oadubo e o líquido enriquecico sãoobtidos na escala do consumo naherdade. i<

O processo empregado na fábri-ca foi desenvolvido pela Degussa ebaseia-se no cloro-acetaldeído, nosulfidrato de sódio, na acetona, noamoníaco e no ácido cianídrico,como matérias-primas.

A fábrica opera normalmentedesde que iniciou produção em1980.

A Degussa tem o plano de expan-dir-se no mercado em cooperaçãocom Diamalt AG, de Munich. i<

31

Page 34: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de

IND. QUíM. NO MUNDO(Conclusão)

Em particular, uma grande vantagemadvirá da soma de esforços em pes-quisa e desenvolvimento.

A PPL, uma das principais compa-nhias de fragrâncias, possui amplarepresentação mundial e consocia-das no Brasil, Estados Unidos, Fran-ça, Alemanha, Japão e Singapura.

A FIL fabrica grande variedade decompostos para a indústria alimen-tar, incluindo sabores, hidroco-lóides, corantes e agentes emulsifi-cantes, dos quals é um dos maioresfornecedores internacionais.

A Bertrand Freres, estabelecidaemGrasse, na França, é fornecedorainternacional de sabores naturais ematérias-primas para alta perfumaria

A PPF iniciará as operações em 5de abril de 1982 empregando maisde 1 200 funcionários. A matriz danova empresa estará situada em Ash-ford, Inglaterra.

A presidência da empresa será o-cupada por lain Anderson, escocês.de 43 anos, que possui larga expe-riência em pesquisas junto ao gover-no americano. Nos últimos três anosele tem sido o principal executivo daFood Industries Limited e suas em-presas coligadas.

Gerald Landers será o diretor dadivisão de fragrâncias e Serge Lec-chini diretor da divisão de ingredien-tes alimentícios. As diretorias técni-ca, financeira e de pesquisa e desen-volvimento serão comuns às duasdivisões. B- M

BÉLGICA

BP Chemicals vai duplicarsua fábrica de "Cellobond"

"Cellobond" é hidroxi-etil-celulo-se, pOlímero não iônico, solúvel emágua, com empregos na polimeriza-ção do latex e do PVC, na fabricaçãode tintas, adesivos, materiais deconstrução e, cada vez mais na perfu~ração do subsolo em procura depetróleo. BP Chemicals, em suas ins-talações, duplicará a produção, queirá assim para 8000 tlano, o que severificará em 1983.

Penicilina semi-sintética

Beecham Pharma, situada em Hep-pignies, em Charleroi, que começouhá 10 anos suas atividades, produzpenicilina semi-sintética, as formasestéreis e orais.

Esta firma'representa 20% do totaldas exportações belgas de produtosfarmacêuticos e 50% da classe deantibióticos.

BP Chemicals

BP Chemicals decidiu fechar suafábrica de polietileno de baixa densi-dade na instalação situada na mar-gem direita do rio Escalda, em An-tuérpia. Vai continuar produzindoem sua fábriça moderna em Zwijn-drecht, mas na margem esquerda doEscalda, nas proximidades de An-tuérpia.

NORUEGA

Companhias químicas tencionamconstituir nova empresa petrolífera

Companhias da indústria qÜímicanorueguesa pretendem constituirnova empresa de petróleo.

Já são acionistas da Saga Petrok-jemi e Saga Petroleum.

As companhias interessadas danova companhia são Dyno Indus-trier, Borregaard (que já atuou naindústria de celulose do R. G. do Sul),Halfslund, Norcem, Norgas e talvezArdal og Sunndal Verk.

SUIÇA

Novo processo paraobter o nylon 6

Novo processo, econômico eadiantado, para obter-se industrial-mente o filamento têxtil nylon 6 foianunciado pela Inventa.

É conhecido como processo H4S,pois em inglês é assim: High-Speed-Spin-Sretch-Steaming, a saber,Alta - Velocidade-Fiação-DistençãoVapor.

É um processo que dá um filamen-to de nylon 6 com propriedades equi-valentes aos filamentos fabricadosconvencionalmente, com baixo alon-gamento ajustável. Os investimentossão muitos reduzidos em relação aoprocesso usual.

INFORMAÇÕES DAINDÚSTRIA

Economia de óleo combustívelna Aracruz Celulose

Com o aproveitamento do gás naturalde Lagoa Parda. a Aracruz CeluloseS.A. conseguiu reduzir em 70 por cento() consumo de óleo combustivel de suafábrica. Até o mês de outubro. a em-

32

presa estava gastando 62 kg de óleo porcada tonelada de celulose produzida,mas em novembro, com o inicio daqueima do gás, o consumo caiu para18kg.

O gás usado pela Aracruz vem docampo petrolifero de Lagoa Parda, noMunicipio de Linhares, ES, por umgasoduto de 40 km, construido pelaPetrobrás. Ele é queimado no forno de

REVISTADE QUíMICAINDUSTRIAL

cal, unidade da fábrica que deixou deconsumir óleo combustivel, represen-tando uma economia anual de 17000t.

Novas alternativas energéticas. co-mo o aproveitamento do hidrogêniogerado nas unidades eletroquimicas.estão sendo implantadas. A Aracruz é

.q.oje uma das fábricas de celulose domundo que apresentam menor indice deconsumo de óleo derivado de petróleo.

A Aracruz terá produzido no ano pas-sado 400 000toneladas de ce!ulose, quecorrespondem a 25 por cento do total aser atingido pelo pais noperiodo. Atual-mente. 75 por cento de sua produçãosão exportados. *

Março de 1982 - 96

Page 35: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de
Page 36: ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA mento anual da usina e, consequen-temente, a produção. Até agora já foram plantados pelos futuros fornecedores, 3 300 ha líqui-dos de