ABREU 2008

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i UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO AVALIAO DA ESCALA DE INFLUNCIA DA VEGETAO NO MICROCLIMA POR DIFERENTES ESPCIES ARBREAS Loyde Vieira de Abreu Campinas 2008 ii AVALIAO DA ESCALA DE INFLUNCIA DA VEGETAO NO MICROCLIMA POR DIFERENTES ESPCIES ARBREAS DissertaoapresentadaaoProgramade Ps-GraduaoemEngenhariaCivilda FaculdadedeEngenhariaCivilda UniversidadeEstadualdeCampinas,como parte dos requisitos para obteno do ttulo deMestreem Engenharia Civil, na reade concentrao de Arquitetura e Construo. Orientador: Prof. Dr. Lucila Chebel Labaki Campinas 2008 iii FICHACATALOGRFICAELABORADAPELABIBLIOTECADAREADEENGENHARIAEARQUITETURA-BAE-UNICAMP Ab86a Abreu, Loyde Vieira de Avaliao da escala de influencia da vegetao no microclima por diferentes espcies arbreas/ Loyde Vieira de Abreu.--Campinas, SP: [s.n.], 2008. Orientador: Lucila Chebel Labaki Dissertao (Mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. 1. Conforto trmico.2. Vegetao e clima.3. Arborizao das cidades.I. Labaki, Lucila Chebel.II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo.III. Ttulo. TituloemIngls:Evaluationoftheradiusofinfluenceofdifferentarborealspecieson microclimate provided by vegetation Palavras-chave em Ingls: Thermal comfort, Vegetation and climate, microclimate, Radius of influence, Sky view factor rea de concentrao: Arquitetura e Construo Titulao: Mestre em Engenharia Civil Banca examinadora: Rozely Ferreira dos Santos, Ana Maria Liner Pereira Lima Data da defesa: 08/08/2008 Programa de Ps-Graduao: Engenharia Civil iv v A Deus e aos meus pais. vi AGRADECIMENTOS A Prof Dr Lucila Chebel Labaki pelo incentivo, confiana e orientao dedicada e pelos ensinamentos transmitidos durante o desenvolvimento dessa pesquisa. Ao Prof Dr Jorge Yoshio Tamashiro, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas, por seu auxlio no reconhecimento das espcies arbreas utilizadas no experimento de campo. AosprofessoresDrNilsonAugustoVillaNovaeDrFabioRicardoMarin,daEscola SuperiordeAgricultura"LuizdeQueiroz"daUniversidadedeSoPaulo,pela disposio em ensinar e pela grande contribuio nos clculos de evapotranspirao. AostcnicosObadiasPereiradaSilvaJnioreDanielCelente,doLaboratriode Conforto Ambiental e Fsica da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo daUniversidadeEstadualdeCampinas,peloauxlionamontagemdosequipamentos utilizados no experimento de campo. FundaodeAmparoPesquisadoEstadodeSoPaulopelabolsademestrado (processo: 2005/58804-1). DrMariaLdiaZillete,doSappedaUniversidadeEstadualdeCampinas,pela pacincia, carinho e compreenso nos momentos difceis. Ao meu pai, Abimael, pelo carinho e pelas sbias opinies quanto a assuntos tcnicos e grande contribuio para o desenvolvimento do experimento de campo. minhame,Amlia,pelocarinhoapoioincondicionaldurantearealizaodessa importante etapa da mina vida.A Deus por sua existncia em minha vida.vii RESUMO ABREU,LoydeVieira.Estudodoraiode influnciadavegetaonomicroclimapor diferentesespciesarbreas.Campinas,2008,154f.Dissertao(Mestradoem EngenhariaCivil)-FaculdadedeEngenhariaCivil,ArquiteturaeUrbanismo, Universidade Estadual de Campinas. conhecido o papel da vegetao na mitigao do calor gerado no ambiente urbano e na reduodoconsumoenergticopararefrigeraodosedifcios.Avegetaotemuma influncia significativa no conforto trmico em ambientes externos. Existem, porm, poucos dadosconhecidossobreaquantificaodosbenefciostrazidospelosindivduose agrupamentos arbreos, como a atenuao da radiao solar incidente e a umidificao dos ambientes devido evapotranspirao das plantas. Este trabalho tem como premissa que as diferentes espcies arbreas se comportam de maneiras distintas no microclima urbano, emfunodesuascaractersticasmorfolgicas.Oobjetivodessapesquisaidentificaro raiodeinfluncianoconfortotrmicoalcanadoporespciesarbreasencontradasna regio da cidade de Campinas, SP.A metodologia consistiu na identificao das espcies a serem analisadas e em medies dos parmetros ambientais - temperatura do ar, umidade relativa, velocidade do vento, em pontos situados sombra da copa e ao sol, em diferentes distnciasdotronco.Aradiaosolarincidentefoimedidacomsolarmetrosdetubo,em doispontos,sombraeaosol.Asmediesforamrealizadasnoperododiurno,do amanheceraoanoitecer,durantetrsdias,espaadosaolongodoano,emdiferentes estaes.Foramanalisadascincoespciesarbreas:Ip-Amarelo(Tabebuiachrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.), Jacarand (Jacaranda mimosaefolia D. Don.), Jambolo (Syzygium cumini L.), Mangueira (Mangifera indica L.), e Chuva de Ouro (Senna siamea L.). A anlise dosdadoscompreendeuoclculodaatenuaodaradiaosolarincidente,da evapotranspirao e avaliao de conforto trmico nas diferentes distncias, de acordo com umazonadeconfortotridimensionalparaaregiodeCampinas.Osdadosforam analisadosestatisticamentepelotestedeTukey.Osresultadosmostraramqueamaior contribuio para o conforto foi do agrupamento arbreo. Para rvores isoladas, observa-se umainflunciaimportantedondicedereaFoliar(IAF)edadimensodasfolhas.Em relao ao conforto trmico, uma constatao de grande significado que at uma distncia em torno de 15m do tronco o conjunto de variveis ambientais proporciona conforto trmico, mesmo ao sol. Um comportamento peculiar foi observado em relao umidade relativa: a certa distncia, em torno de 10m do tronco, esse parmetro mais elevado que sombra, diminuindo com maiores distncias. A pesquisa sugere importantes investigaes futuras: a interpretao do comportamento da umidade relativa, a relao entre a evapotranspirao e aumidadeaolongododia.Vislumbra-seaelaboraodeummodeloqueexpliqueo comportamento das espcies analisadas em funo de suas caractersticas morfolgicas e permita simulaes para as demais espcies. Palavraschave:Confortotrmico;Vegetaoeoclima;Microclima;Raiodeinfluncia; fator de viso do cu. viiiABSTRACT ABREU,LoydeVieira.Evaluationoftheradiusofinfluenceofdifferentarboreal speciesonmicroclimateprovidedbyvegetation.Campinas,2008,154f. Dissertao(MestradoemEngenhariaCivil)-FaculdadedeEngenhariaCivil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas. It is a well known fact the role of vegetation in mitigating the heat generated in the urban environment and in reducing the energy consumed for cooling of buildings. The vegetation has a significant influence on thermal comfort in outdoor spaces. However there are few data available that quantify the benefits that individuals and groupings of trees bring to the environment, such as the attenuation of incident solar radiation and air humidification due to the process of evapotranspiration. The premise of this work is that different tree species behaveindifferentwaysinurbanmicroclimate,accordingtotheirmorphological characteristics.Theaimoftheresearchistoidentifytheradiusofinfluenceonthermal comfort achieved by tree species and their arrangement. The species are those found in the region of Campinas city, Brazil. The adopted methodology consisted in identifying the speciestobeanalyzed,measurementsofenvironmentalparameters-airtemperature, relativehumidity,windspeed,inpointslocatedintheshadowofthecrownandat sunshine, at different distances from the trunk. The incident solar radiation was measured with tube solarimeters, in two points, in the shadow and at sun. The measurements were carriedoutduringtheday,fromsunrisetosunset,inthreedays,spacedthroughoutthe year,inperiodsofdifferentseasons.Fivetreespecieswereanalyzed:Tabebuia chrysotricha(Mart.exDC.)Stand.),Jacarand(JacarandamimosaefoliaD.Don.), Jambolo(SyzygiumcuminiL.),Mangueira(MangiferaindicaL.),andChuvadeOuro (SennasiameaL.).Dataanalysisincludedcalculatingtheattenuationofincidentsolar radiation,evapotranspiration,andevaluationofthermalcomfortatdifferentdistances, according to the three-dimensional comfort zone for the region of Campinas. Tukey tests were used for statistical analyzes. Results show that the best contribution to comfort was from the tree grouping. For isolated trees, there is an important influence of the Leaf Area Index(IAF)andthesizeoftheleaves.Regardingthermalcomfort,afindingofgreat significanceisthatuptoadistanceof15mfromthetrunk,thesetofenvironmental variables provides thermal comfort, even in the sun. A peculiar behaviour was observed in relationtotherelativehumidity:atcertaindistance,around10mfromthetrunk,this parameterishigherthanintheshade,anddecreaseswithgreaterdistances.The researchsuggestsimportantfutureinvestigations:theinterpretationofthebehaviourof relative humidity, the relationship between evapotranspiration and humidity throughout the day. The development of a model to explain the observed behaviour of the species as a functionof their morphological characteristics canalsobeproposed allowing simulations for the other species. Keywords:Thermalcomfort;Vegetationandclimate,Microclimate,Radiusofinfluence, Sky view factor ix SUMRIO Pgina1INTRODUO...................................................................................01 2A VEGETAO E O AMBIENTE CONSTRUDO............................04 2.1Clima urbano....................................................................................04 2.2A Influncia da vegetao no clima urbano..................................08 2.2.1Radiao e temperatura do ar........................................................11 2.2.2Umidade..18 2.2.3Evapotranspirao..19 2.2.4Vento25 2.3Arborizao em reas urbanas e o conforto trmico...................27 3METODOLOGIA................................................................................35 3.1Seleo da escala............................................................................36 3.2Seleo dos indivduos e agrupamentos arbreos......................37 3.2.1Seleo das espcies e dos locais de medio............................37 3.2.2Caracterizao das espcies selecionadas e analisadas............38 3.3Medies de campo.........................................................................44 3.3.1Levantamento dos parmetros ambientais..44 3.3.2Mtodos de tratamento...50 3.4Testes..56 3.4.1Teste da metodologia..56 3.4.2Teste dos registradores.61 3.4.3Teste das variveis climticas em raios prximos rvore........62 4TESTES E RESULTADOS PARCIAIS..............................................65 4.1Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.).65 4.2Jacarand (Jacaranda mimosaefolia D. Don.)..............................85 4.3Jambolo(SyzygiumcuminiL.)..................................................... 96 4.4Mangueira (Mangifera indica L.).....................................................107 4.5Chuva de ouro (Senna Siamea L.)..................................................118 5CONSIDERAES FINAIS..............................................................130 6CONCLUSES .................................................................................143 REFERNCIAS.................................................................................144 1 1 INTRODUO Umadascausasdasalteraesdoclimanosgrandescentrosafaltade vegetao. Com o crescimento desordenado das cidades, a grande parte da vegetao removida para a ampliao ou construo de vias, de edifcios e de parcelamentos de terra, aumentando a cobertura pavimentada da rea urbana.Asprincipaismodificaesclimticasdascidades,causadaspelaausnciade indivduosarbreos,so:maiorincidnciaderadiaosolardireta,aumentoda temperaturadoar,reduodaumidade,modificaodadireodosventos,aumento daemissoderadiaodeondalonga,alteraodosciclosdeprecipitao.Essas alteraes causamdesconforto trmico populao urbana, que,a fim de combater o calor, aumenta os gastos energticos com climatizao. Ultimamente,muitaspesquisastmsidopublicadassobreosbenefciosdas rvoresnascidades,quefuncionamcomotermorreguladoresnaturaiscapazesde melhorarascondiesdeconfortotrmico,psicolgicasefisiolgicasdaspessoas.O plantio de rvores uma soluo prtica e barata, que associada a uma alternativa de eficincia energtica. (BRETZ, AKBARI, ROSENFELD, 1998). O desenvolvimento de novas estratgias de planejamento urbano necessrio parapromoverocrescimentodasreasurbanasdemaneirasustentvelea requalificao do microclima urbano. A identificao do raio de influncia por diferentes 2 espcies arbreas no microclima um dado importante na elaborao e implantao de projetos urbanos que visam melhoria do conforto trmico. Areduodatemperatura,ocasionadapelapresenadervores,ocorrede formadiretaeindiretaatravsdosombreamentoedaevapotranspirao respectivamente.SegundoBueno-Bartholomei(2003),asespciesarbreas comportam-se de maneiras distintas quanto radiao solar atenuada por elas. Neste estudo, foi considerado o comportamento distinto das rvores em relao taxadeevapotranspiraoeoraiodeinflunciadeumindivduoouagrupamento arbreo.ForamavaliadascincoespciesarbreasIp-Amarelo(Tabebuia chrysotricha(Mart.exDC.)Stand.),Jacarand(JacarandamimosaefoliaD.Don.), Jambolo(SyzygiumcuminiL.),Mangueira(MangiferaindicaL.),eChuvadeOuro (Senna siamea L.). A atenuao da radiao solar foi calculada pelo mtodo de Bueno (1998);areduodatemperaturaeumidificaodoar,peloclculoda evapotranspirao,deacordocomomtodoPenman-Monteith(FAO-56);eoconforto trmico, pelo mtodo de Moreno (2006). Esteestudotevecomoenfoqueoaspectotrmicodoconfortoambiental, buscando-seinvestigar,qualitativamente,amelhoriadomicroclimaatravsda avaliaodoraiodeinflunciadasespcieseadisposiofsicadosindivduos arbreos,ouseja,aobservaoexperimentaldasrelaesentreaintensidadede radiao solar que atravessa a copa das rvores e o calor cedido ao meio. Oobjetivogeraldestetrabalhofoiverificarainflunciadedeterminados indivduosarbreos,demaiorpresenanascidades,namelhoriadosmicroclimas urbanos e do ambiente construdo.Os objetivos especficos foram: Caracterizaroalcancedaatenuaodaradiaosolarincidenteedocontrole da velocidade dos ventos por espcies arbreas e agrupamentos arbreos.3 Quantificar,pormeiodemediesemcampo,ascondiesdeconforto proporcionadasporindivduosarbreosisoladoseagrupamentosnasreas urbanizadas.Obter parmetros ambientais relacionados quantidade de indivduos arbreos necessriaparaotrabalhodetermo-regulaoeficienteemambientes construdos atravs do clculo da evapotranspirao. 4 2 A VEGETAO E O AMBIENTE CONSTRUDO 2.1 Clima urbano Oespaourbano,resultadodaaoantrpicasobreomeio,possui caractersticasclimticasquesemanifestampelainter-relaodefenmenos, diferentementedaquelasocorridasnomeiorural.Asituaoclimticaespecficadas cidades chamada de clima urbano. Com a substituio do solo natural por materiais construtivos,modificam-se as propriedadestrmicasdoscomponentesdosoloterrestreealteram-seastrocas trmicasentreasuperfcieeomeio(GIVONI,1976,1992).reasconstrudase pavimentadasconferemsuperfcieterrestreopoderdealtaretenodecalore pequenopoderdereflexo.Dessaforma,acumulaocalorduranteodia,quere-irradiado para a atmosfera principalmente noite. Assim tambm, a reduo das reas vegetadas provoca a perda de energia devido ao efeito da evapotranspirao.Alm disso, a concentraode edifcios, carrose indstrias alteraa circulao do ar no interior das cidades, aumentando a produo de calor, resultando na formao deilhasdecaloregerandodesconfortoparaapopulao.Duarteetal.(2001) correlacionamatemperaturadoarcomaocupaodosolo-taiscomodensidade construda, arborizao, superfcies degua. Nesseestudoobservaram que a taxade ocupao do solo deve se equilibrar com os elementos naturais.5 Atravsdasimagensdesatlitenafaixadoinfravermelhotermalnacapital paulista,Lombardo(1988)verificouqueailhadecalorformadaselocalizavaem regiesdealtaconcentraodeedifciosecompoucavegetao.Tambmconstatou que as diferenas entre a zona rural e a central chegam a ser superiores a 10C. Kjelgren&Montague(1998)afirmamqueasuperfcieurbanacomouma colcha de retalhos de elementos com propriedades radiativas, termais, aerodinmicas e de umidade diferentes. Assim, a estocagem de energia ocorre de maneiras distintas, gerandocontrastesnascaractersticassuperficiaiselevandotrocadosfluxos energticos.Akbarietal.(2005)destacamaimportnciadascaractersticasdo acabamentonavariaodastemperaturasdasuperfcieterrestre.Konya(1980) afirma que para uma determinada intensidade de radiao solar incidente, tem-se uma variaodatemperaturadesuperfcieemfunodavariedadedoacabamento superficial, como mostra a figura 01. Figura 01 Variao das temperaturas das superfcies em funo dos acabamentos Fonte: KONYA (1980) Paraanalisaramaneiracomooselementosdasuperfcieurbanainteragem comascamadasatmosfricasadjacentes,fundamentalentenderoconceitode escala. Cada escala possui unidades de balano energtico distintas, que representam 6 maisdoqueasomadasmdiasdastemperaturasdecadareaconsideradaecada unidadeinterageporadvecocomasadjacentes,namesmacategoriadeescala (CHING et al., 1983). Monteiro & Mendona (2003) afirmam que o clima urbano mantm relaes intrnsecas com o ambiente regional no qual se insere. A distino da Camada de Cobertura Urbana (Urban Canopy Layer UCL) e a CamadaLimiteUrbana(UrbanBoundaryLayerUBL),originalmenteaplicadaailhas decalorurbano,fundamentalnadefiniodasescalasnoramodaclimatologia urbana(OKE,1976).Amicroescalaeaspropriedadeslocaisespecficascontrolamos processosdecirculaodearetrocasdeenergia.AbaixodaCamadaLimiteUrbana (UrbanBoundaryLayerUBL),ocorreumfenmenodeescalalocaloumesoescala, ondeosprocessosoperantessocontroladosemescalastemporaisemaisamplas; acima, as caractersticas so afetadas pela presena da superfcie urbana.Oke (2005)destaca o impacto do vento, temperaturaeumidadesobreo clima localemrelaosdiferentesformasurbanas,classificando-asemZonaClimtica Urbana(UCZ-UrbanClimateZona),ecomparaaescaladeanlisecomoraiode influncia da vegetao no vento, temperatura do ambiente e umidade. Para auxiliar o planejamento urbano, Katzschner (2005) desenvolveu um mapa climticourbanoqueinterpolaasdiversasescalasclimticascomaescalaurbana atravs das constituintes do clima e suas alteraes.Lombardo (1985) comprovou a existncia de uma estreita relao entre os tipos deusodesolourbanoeavariaodastemperaturassuperficiaisemseusestudos realizados na cidade de So Paulo. As altas temperaturas so verificadas em rea com crescimentoverticalintenso,altadensidadedemogrfica(consideradapelaautora comoacimadetrezentoshabitantesporhectare)epoucaquantidadedevegetao, principalmenteemsetoresindustriaiseresidenciais.Jasregiesdemaior concentraodeespaoslivres,comvegetaoouprximosareservatriosdegua, sofremdeclniosacentuadosdetemperatura.Essefenmenoexplicadopela interfernciadasmassasdeguaqueinterferemnobalanodeenergiadevidosua 7 alta capacidade calorfica e pelo consumo de calor latente pela evaporao. Com maior quantidadedevegetao,obalanoenergticolocalmodificadocomoaumentoda absorodaradiaosolarpelasrvoresatravsdosprocessosdefotossntesede transpirao.Segundo um modelo numrico e validado para investigar a funo do transporte decaloreumidade,tantonosoloexposto,quantonocoberto,Asaeda&Ca(1993) constataram que o solo coberto impede que a camada impermevel reduza o canal de evaporao,elevandostemperaturasdesuperfcie.Kjelgren&Montague(1998) usarammodelosdecoberturadecamadaduplaparaavaliaropapeldotipode superfciedosolo(asfaltoougrama),masnenhumaconclusosimplesfoiobtida. Quando as temperaturas das superfcies so mais altas no asfalto, aumenta o fluxo da onda longa no nvel de cobertura; ao aumentar a temperatura das folhas das plantas, o trabalho de transpirao aumenta e provoca o fechamento dos estmatos. Emescalasmaiores,osestoquesdeenergiadeparquesurbanosatrarama ateno de Oke et al. (1999). O resfriamento noturno de um parque mostrou que perdas de calor latente tm papel pequeno noite, mas durante dia apresenta um resfriamento relativo. Grimmond et al. (1996) constataram que o estoque de energia suburbana das rvores,emvaloresabsolutosemtodososfluxos,eramaumentadosnolocalcom maior cobertura vegetal. Em estudos hipotticos, Brown & Dekay (2000) demonstra que ascidadescommaisdeummilhodehabitanteteropossibilidadedereduodas temperaturasseassuperfciesevaporativasforemmaioresque10-20%dareada cidade.Aoanalisaradistribuiohorizontaldatemperaturadoarpelomtodode medidasmveis,Pezzutoetal.(2005)constataramquenasregiesaltamente edificadas,comparadasareascomproximidadedevegetao,apresentaram temperaturasmdiasmaioresnoperododeresfriamentonoturnoemenornohorrio do aquecimento solar. A diferena trmica entre a regio altamente edificada e a regio com proximidade de rea verde foi de aproximadamente 2C.8 Deacordocomostrabalhoscitados,pode-seobservararelevnciada vegetaocomoreguladoradastemperaturasdascidades,eamelhoriadoclima atravs da arborizao um ponto comum entre eles. Aspropriedadesderegulaodatemperaturaemelhoriadoclima,atravsda arborizaourbana,umacaractersticafundamentalparagarantirumclimaurbano ideal. No ambiente urbano, a situao atmosfrica sofre uma grande variao no tempo e no espao. Para pouparoserhumano do stress trmico e da poluio do ar, Mayer (1990)afirmaqueasmesmascondiestrmicasdevemsermantidasdentrodeum raio de 150 metros. 2.2 A Influncia da vegetao no clima urbano As rvores contribuem significativamente para refrigerar nossas cidades e para conservar a energia e podem fornecer proteo solar s casas individuais, enquanto a evapotranspirao pode reduzir as temperaturas urbanas. Da mesma forma, absorvem o som e absorvem a gua das chuvas, filtram poluentes, reduzem a velocidade do ar e estabilizam o solo ao impedir eroso. Esses processos so mostrados na figura 02. Segundo Santamouris (2001), a evapotranspirao contribui para criar espaos comtemperaturasmaisamenasdentrodoambienteurbano,efeitochamadodeo fenmeno do osis. O valor da reduo da temperatura relacionado ao contrapeso da energiatotaldarea,mas,emgeral,oosiscaracterizadopelarelaodeBowen, sensibilidade aos fluxos latentes do calor.SegundoMontgomery&Coleman(1987),atransfernciadeenergiaaocalor latente das plantas muito elevada, 2324 KJ por quilograma de gua evaporado. Moffat & Schiller, (1981), relatam que, em um dia ensolarado, uma rvore mdia evapora 1460 9 quilogramasdagua,consumeaproximadamente860MJ,etemumefeitode resfriamento mdio igual a cinco condicionadores de ar mdios. Folhas e Galhos:Aborve o rudo e bloqueia o efeito das chuvas.Razes, Folhas e Tronco:Propipicia o habitat de animaisRazes:Estabilizao dosolo e previne eroso do soloGalhos e Folhas: Proporciona a sombra e reduz a velocidadedos ventosEvapotranspirao: atavs das folhasresfria o arFolhas:filtra os poluentes do ar Figura 02 Qualidades ecolgicas das rvores. Fonte: Adaptado de AKBARI & TAHA (1992) Osmtodosparacalcularasperdasdeguadevidotranspiraosero discutidos na seqncia.Apresenadavegetaocontribuiparaaconservaodaumidadenosoloe nomicroclima.SegundoLlandert(1982),aevaporaoembaixodacopadasrvores podeseratdezvezesmenorqueemcampoaberto.Atravsdaregulao higromtrica emisso de vapor da gua atravs das superfcies foliares vegetao capaz de combater a aridez do clima urbano. Em Natal, Carvalho (2001) concluiu que o 10 parquedasDunascapazdereduziratemperaturadoarnointerioremumraiode 3,51 km do seu entorno. Outro aspecto positivo da vegetao so os benefcios da cobertura vegetal na temperaturadoarenaeconomiadoconsumodeenergia.SegundoAkbari&Taha (1992)asmedidasemcampoconstatamqueasproteesvegetais,rvorese trepadeiras, plantadas estrategicamente ao lado dos edifcios, podem reduzir os gastos comcondicionamentodearnoveroentre20e35%.Apartirdessesresultados, diversas comunidades e organizaes filantrpicas, principalmente nos Estados Unidos, passaram a incentivar a populao a plantar rvores em suas residncias. Asrvoresajudam,tambm,amitigaroefeitoestufa,filtrarospoluentes, mascararorudo,impediraerosoetranqilizarseusobservadoreshumanos.Como indicado por Akbari & Taha (1992), a eficcia da vegetao depende de sua capacidade deatenuao,formadacopa,dimensesedisposionoambienteconstrudo.As rvores,situadasemreasurbanaspavimentadas,interceptamocalorsensvelea radiao da onda longa dos materiais pavimentados de alta temperatura como o asfalto (HALVORSON & POTTS, 1981; HEILMAN et al., 1989).Elas absorvem gases poluentes atravs dos estmatos das folhas, que podem dissolv-losoulig-losguacontidanasuperfciedasfolhas,enquantoacobertura vegetal intercepta a poeira particulada. Com a emisso de hidrocarbonetos e Oznio, as rvoresreduzemconcentraesambientaisdeCO2,NO2eoutrospoluentes encontradosnoar,amenizandoatemperaturadoar(CARDELINO&CHAMEIDES, 1990; MCPHERSON et al., 1998; MCPHERSON, 2003).As rvores reduzem e filtram o rudo urbano. Segundo Akbari & Taha (1992), as folhas e os galhos absorvem os sons de alta freqncia, os mais prejudiciais aos seres humanos,equeumagrupamentoarbreo,com33mdedimetrodecopae15mde altura, reduziu o rudo da estrada em 6 a 10 dB(A).Em uma outra pesquisa, Szokolay (1980)constatouqueumabarreiradensadeconferas,com100metrosdelargura, obteve ndices da atenuao de rudos da ordem de 8-20 dB(A). 11 Asrvorestambmcontribuemparaareduodavelocidadedeventos, levando economia de energia com condicionamento do ambiente. Segundo estudos, medida que a velocidade do vento atenuada pela vegetao, a brisa quepenetra na camada mais prxima ao solo capaz de resfriar o microclima local.Asrvores,ainda,tmumimpactosocialimportante.Algumaspesquisas mostraram que a presena de rvores numa regio residencial influencia na deciso de ondeviver.Akbari&Taha(1992)constatouqueapresenadeindivduosarbreos podeaumentarosvaloresdepropriedadeem3a20%.Ulrich(1984)demonstrouque osestmulosnaturaisajudamnarecuperaodostress,tendooestudocomprovado que os pacientes quando viram rvores de suas janelas invs de uma parede do tijolo, tiveram uma recuperao mais rpida. 2.2.1 Radiao e Temperatura do ar Algunspesquisadoresdestacamqueacoberturavegetalexerceinfluncia importanteno clima, pois, alm debloquearsua incidncia, capaz de absorverparte dessaradiaoecontribuirparaoequilbriodobalanodasenergias.Oke(1978) afirmaqueavegetaodeveproporcionarsombraeauxiliarnadiminuioda temperatura, a partir do consumo de calor latente por evaporao (figura 03).Atravs de suas folhas, absorve de 15 % a 35% da energia luminosa recebida, deixapassarentre30%a50%erefleteorestante,cercade30%a40%,noperodo diurno(LANDERT,1982).Rivero(1986)afirmaqueavegetaoabsorve aproximadamente90%daradiaovisvele60%daradiaoinfravermelha,sendoo restante transmitido ou refletido pelas folhas. UmdosobjetivosfreqentementeenfocadosnoCongressodeArborizao Urbanaaconstataoqueaproduodesombra,ainterceptaodaluzedocalor 12 da radiao solar esto estreitamente relacionados com o conforto ambiental (MILANO, 1994; CAVALHEIRO, 1994). Figura 03 Representao esquemtica do balano trmico da rvore na escala do edifcio.Fonte: OKE, 1978 Segundo Hager et al. (2002), a filtrao da radiao solar, atravs da copa das rvores,amenizaatemperaturadomicroclimaereduzanecessidadedeusodoar condicionado. Jensen (2000) divulgou resultados de uma pesquisa feita em Gainesville, Florida,evidenciandoqueo sombreamentoproporcionadopelasrvoresnas fachadas reduziuousodearcondicionadopercapita.Emoutrapesquisa,utilizouocoeficiente deextensodocuparacalculararadiaosolarquepassaatravsdasfolhasdas copas das rvores e determinar a influncia da radiao solar na temperatura local. No golfoPrsico,Bajwa(1995)constatouqueavegetaofoicapazdereduziras temperaturasinternaseat65%doconsumodeenergiacomoresfriamentoem residnciasisoladas.EmCampinas,Bueno-Bartholomei(2003)constatouquea utilizaodavegetao,atravsdaatenuaodaincidnciadiretadaradiaosolar nas fachadas de uma edificao, diminui o ganho de calor no ambiente interno e reduz os valores de Voto Mdio Estimado (VME) em 98,1% dos casos, nos dias mais quentes. 13 Cercade60a70%deenergiasolarincidentenavegetaoconsumidaem processosfisiolgicos,poisasplantasnoarmazenamcalornassuasclulas.O resfriamentoefiltraodoarrealizadopelasrvoressomaioresdoqueocorrenos gramadosdevidoproporoentreovolumedasfolhaseareaocupada (BERNATZKY, 1982).Oresfriamentorealizadopelavegetaonoambienteconstrudopodeser: diretamente, quando o sombreamento reduz a converso de energia radiante em calor sensvel e diminui a temperatura de superfcie; ou indiretamente, quando a evaporao dasfolhasmitigaassuassuperfcieseoaradjacentedevidotrocadecalor (GRIMMONDetal.,1986).Oresfriamentodiretopodesermedidodiretamentena superfcieafetada;porexemplo,oefeitodosombreamentoemcaladas.Logo,o indiretopodeserverificadocomareadeabrangnciadeumareaverde,comoa reduo de temperatura prxima s reas de praas, parques e reservas.Sattler et al. (1987) modelaram a sombra de uma rvore e seus efeitos sobre as superfcies,considerandoainclinaodosoleaposiodosombreamento.Neste trabalhoforamdefinidosostiposdesombreamento(esfrico,cilndrico,cnicovertical ouconeinvertidoesuascombinaes),sempreconsiderandoaradiaoincidente, transparncia das rvores entre outros dados especficos de cada espcie (figura 04). Figura 04 Forma das rvores Fonte: SATTLER et al., 1987 14 A forma da copa das rvores e seu tamanho determinam a rea sombreada que mudadeacordocomaespcie,aestaodoano,(figura05)eaolongodosanos (MACEDO, 1989; MASCAR, 2005). Figura 05 Benefcios dos indivduos arbreos nas estaes do ano Recentesestudosvmcomparandoatemperaturadoarnacamadaintra-urbanacomainflunciadosparmetrosurbansticos,taiscomoavegetao,como clculodofatordeextensodocuparaidentificaradimensodossombreamentos (FARIA et al., 2004). Cunhaetal.(2005)avaliamodesempenhodopaisagismo,comnfaseno sombreamentoarbreodosespaosdoestacionamentodoCampusdaUFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), baseado em simulao computacional. Nesseestudo,oprogramadesenvolveumascarasdesombraemquatropontosdo estacionamentoepode-severificarolugarmaisbeneficiadocomasombrado agrupamento de trs espcies arbreas.Osautoresdefinirammascarasdesombraparatrsespciesarbreasde pequeno, mdio e grande porte respectivamente: Craibeira (Tabebuia caraiba Bur.), ip-amarelo(Tabebuiachysotricha)eFlamboyant(Delonixregia).Essasmscarasde sombra foram desenvolvidas a dois metros de distncia leste, a um metro do solo. 15 Vasconcellos & Reis-Alves (2005) e Vasconcellos & Corobella (2007) destacam aimportnciadavegetaonobioclimatismoatravsdeumaanlisebioclimticaem praasdoRiodeJaneiro,destacandoaradiaosolareofatorvisodocudo entorno.Foiconstatadoqueaqualidadedosespaosaumentaemrelaorea sombreada,poisprotegeosusuriosdosefeitosnegativosdoclimaereduzasua exposio radiao solar direta, a temperatura do ambiente e o ofuscamento causado pelas superfcies dos materiais de revestimento. Figura 06 Foto com a lente olho de peixe Fonte: TSUTSUMI et. al. (2003) Figura 07 Ponto de medio Fonte: TSUTSUMI et. al. (2003) Tsutsumietal.(2003)descrevemummtodoparaavaliararelaoexistente entreamassaarbreaeatemperaturadoar.Utilizandoumafotografianaposio ortogonaltiradacomlenteeye-fish(olhodepeixe),foicalculadoofatordereafoliar (figura 06). O ponto central da foto o local onde foi tirada a foto (figura 07). O fator de extenso de cu adquirido a partir da relao de rea simples de folhas ao crculo da fotografia.Nessapesquisa,acoberturaverdefoicomparadaemtrsdistnciasradiais diferentes:10,20e50metros.Constatou-sequea20metros,oefeitotrmico proporcionado pelas rvores o melhor, apesar de no ser muito expressiva a variao da temperatura do ar nas diferentes distncias. Copa da rvore Ponto de medio Fator de Viso do Cu grama Raio de Cobertura Verde 16 Giridharanetal.(2006)realizaramumapesquisasobreainflunciada vegetaonatemperaturadoarem8locaispblicose9locaisprivadosnaregio costeiradeHongKongsobinflunciadavegetao.Ospesquisadorescompararama intensidade das ilhas de calor com altura da vegetao presente num raio entre 15m a 17,5m em dias nublados e claros durante o vero. Atravs de fotos com lente Eye-fish (olhodepeixe),foramobtidosofatordevisodocu,aporcentagemdevegetao, acimade1meabaixode1m,eaalturadosedifciospresenteemcadapontode medio. Essa pesquisa mostra que em locais abertos, a vegetao acima de1m tem maior capacidade de reduo da temperatura, cerca 1C a 0,5C, amenizando o efeito dasilhasdecaloremdiasensolaradosnovero,masemlocaiscommaisedifcios, esse fenmeno no ocorre da mesma forma. Nesse caso, a insero da vegetao em bairrosdealtadensidadedevesercuidadosaparaummelhoraproveitamentodos benefciosdavegetao.Nessecaso,areduodatemperaturadependerde variveis locais, tais como a altitude do local e fator de viso do cu (IAF).Quatro espcies de rvores de clima temperado foram estudadas por Canto et al.(1994)emrelaosradiaesglobaledifusa.Aespciequeretevemenosluz, atenuou 19,2% no inverno, e a que sombreou mais, interceptou 90,2% no vero.Silva et al. (1996) avaliaram o conforto trmico em pastos, a partir da anlise de ndicesdetemperaturaedeumidaderelativa,ndicesdetemperaturadegloboe umidade, carga trmica radiante e temperatura efetiva das copas das espcies arbrea Sibipiruna(Caesalpiniapeltophoroides),Tipuana(Tipuanatipu)esapucaia(Lecythis pisonis)econcluramqueosindivduosdecopadensa,baixaedefolhaslargasno so recomendados pois dificultam a ascenso do ar quente.Bueno-Bartholomei(1998,2003)comparouaSibipiruna(Caesalpinia peltophoroides), Jatob (Hymenaea courbaril), Chuva de Ouro (Cssia fistula), Magnlia Amarela(Micheliachampacca),Ip-Roxo(Tabebuiaimpetiginosa),Cssia(Cassia spectallis), Aroeira Salsa (Schinus molle), Pata-de-vaca (Bauhinia variegata), Jambolao (Syzygiumcumini),Fcus(Fcusbenjamina),Sombreiro(Clitoriafairchildiana)come semfolhas,Cedro-rosa(Cedrelafissilis)comesemfolha.Osdesempenhosde 17 atenuaoencontradosforam,respectivamente,88,5%,87,2%,87,3%,82,4%,75,6%, 88,6%, 73,6%, 81,7%, 92,8%, 86,3%, 78,6% (com folhas) e 70,2% (sem folhas), 75,6% (com folhas) e 29,9% (sem folhas). Silva et al. (2001) avaliaram a qualidade trmica das sombras fornecidas pelas seguintesespciesarbreas:Sapateiro(Peraglabrata);Paupereira(Platycyamus regnellii);Copaiba(Copaiferalangsdorffii);Orelhadepreto(Enterobium contortisiliquum); Angico (Anadenanthera macrocarpa), usando, na avaliao, os dados climticoseosndicesdeconfortotrmico.Oregistrodosdadosfoirealizadodurante 30 dias no inverno, s 8:00, 10:00, 12:00, 14:00, 16:00 e 18:00 horas. Para anlise dos resultadosforamconsideradascomovariveisrespostas:temperaturadeglobonegro, iluminao e a CTR carga trmica radiante. O delineamento estatstico adotado foi o deblocoscausalizadoscomotestedeTukeyparaacomparaoentremdias.A espciearbreaqueproporcionouamelhorqualidadetrmicaaolongododiaecom umamenorreduonacargatrmicaradiantefoi,comummenorsombreamento,o angico(Anadenantheramacrocarpa)com10,0%;aorelhadepreto(Enterobium contortilisiquum) com uma reduo 13,4 %, a copaba (Copaifera langsdorffii) com uma reduo de 14,4 %, seguido pelo pau pereira (Platycyamus regnellii) com uma reduo de 14,5 %, e a maior reduo, sapateiro (Pera glabrata) com uma mdia de 19,9 %. Os autoresrecomendamoplantiodaespcieAngico(Anadenantheramacrocarpa)em cidades prximas da latitude de 21 5702. Essaspesquisascaracterizaramoefeitodasrvoresdevidoaoseu sombreamentoatravsdeparmetrosexternosenosfatoresintrnsecossrvores, como as caractersticas morfolgicas, que definem a rea de abrangncia da copa e de seu sombreamento.Algunspesquisadoresavaliaramosefeitosdaarborizaourbanaapartirde dados do dimetro altura do peito, altura da rvore, altura da copa, dimetro da copa ereafoliardasrvores(HUANGetal.,1987;SIMPSON,1998,XIAOetal.,1998). Simpson(1998)relacionouaalturaeacopadasrvorescomousodeenergiapelas residncias,tendosidoregistradoeconomiapelaaodosombreamento.Atravsde 18 simulaocomputacional,Simpson&McPherson(1996)constataramqueasrvores plantadas nas direes leste-oeste poderiam propiciar uma economia de energia de at 23%, nos horrios de pico. 2.2.2 Umidade Segundopesquisadores,apresenadavegetaocontribuiparaa conservao da umidade no solo, atenuando o aquecimento e detendo a irradiao. De acordo com Llandert (1982), aevaporaoembaixoda copadasrvorespode ser at dez vezes menor que em campo aberto. Diversosestudosrelatamoaumentodaumidadedasreasvegetadasem relaosnovegetadas(FONTES&DELBIN,2001;LIMA&ROMERO,2005). Cantuaria(2000)observouque,aotriplicaronmerodeexemplaresarbreos,houve um aumento de 5% na umidade relativa, sendo quea temperatura doar no se reduz na mesma proporo. Pela regulao higromtrica, emisso de vapor da gua atravs das superfcies foliares, a insero de vegetao nos grandes centros capaz de combater a aridez do climaurbano.Essefenmenoocorredetrsmaneiras:evaporaofsicadiretadas chuvas,transpiraofisiolgicadasplantasinversamenteproporcionalaograu higrotrmicodoambienteeaclorovaporiazaodovapordeguadurantea assimilaoclorofilicadeCO2atmosfrico,pormeiodaaodosraiossolares (LLANDERT, 1982).Comapavimentaodosolourbano,houvemodificaesnacapturadegua das chuvas, levando ao desenvolvimento de muitos modelos de clculo do escoamento superficial de chuvas (DOUGLAS, 1987; HALL, 1984). De forma geral, o clculo tende a 19 sermuitosofisticadoedificultaousodevidoaoexcessodedadossolicitado.O elementomaisimportantenesseclculoopercentualdesuperfciepermevel, fundamentalparadeterminaroscoeficientesdeescoamentosuperficialdasreasde captao urbana (WHITFORD et al., 2001).A identificao do tipo de solo outro parmetro muito utilizado para se estudar odesempenhodaevaporaodaguanasuperfciedosolodedadarea.Porm, dentro de um sistema urbano, onde existem muitas alteraes nas camadas, o efeito do tipo de solono fica muito claro.Algumaspesquisas consideram que as reas verdes servem como rea de captao, independentemente do tipo de solo que as constitui. 2.2.3 Evapotranspirao A evapotranspirao das plantas tem efeito muito positivo no clima urbano, pois esseprocessotemacapacidadedeabsorvercalorias,levandodiminuioda temperaturadomicroclimalocalnashorasdemaiorcalor.Dimoudi&Nikolopoulou (2003) observaram que quando a temperatura do ar atinge 25C, a vegetao prade contribuircomaevapotranspirao,poisseusestmatosvosefechandomedida que a temperatura se eleva e a velocidade do vento aumenta, evitando a perda de gua para o meio. Jensenetal.(1991)definemaevapotranspiraocomooprocessode transferncia da gua da superfcie do solo vegetado at a atmosfera pela vaporizao da gua no estado lquido. Engloba dois processos biofsicos: a evaporao da gua da superfcie do solo e a transpirao; a evaporao o fenmeno fsico de transformao decalorsensvelemcalorlatenteeatranspiraoaperdadaguadeuma vegetaovivaemparticularpelasfolhas,principalmenteatravsdosnumerosos 20 estmatosnelasexistentes,excluindoofenmenofisiolgicocomoaduraoe formao de orvalhos. Poroutrolado,aevapotranspiraoumdosmaiorescomponentesdociclo hidrolgico, pois a maior parte da precipitao total que cai na superfcie do solo retorna paraaatmosfera,(SHARMA,1985),sendocertoque57%daprecipitaoanualdo globoterrestreperdidapeloprocessodeevapotranspirao(BUDYKO,1974).Em pesquisasrealizadasnosEstadosUnidos,Hamon(1966)constatouqueaquantidade deguaevapotranspirada,emgeral,de70%daprecipitaoanualede90%nas regiesridas.NaAustrlia,amdiadaperdaporevapotranspiraoemtornode 92% da precipitao anual (SHARMA, 1985).Oclculodaevapotranspiraotambmmuitoutilizadoemprojetosde manejo de irrigao em lugares com escassez de precipitao (HERMANN, 1988).Nos ltimosanos,muitospesquisadorescomoSantamouris(2001),Montague&Kjelgren (1998)eKjelgren&Rupp(1997)vmestudandoosbenefciosdaestimativada evapotranspirao de rvores no balano da energia do ambiente urbano. Aestimativadaevapotranspiraorequerconhecimentoscomofisiologiadas plantas,manejodosrecursoshdricoseavaliaoambiental.Oconhecimentodas definiesdeevapotranspiraoessencialnaestimativadanecessidadedegua, sendoqueascomparaeseasinterpretaesdosresultadosdependemdouso correto das definies (JENSEN et al., 1991). Aestimativadeevapotranspiraoincluitcnicasdiretasouindiretasde mediocomolismetros,tanquedeevaporaoouatmmetroseequaes empricas,sendoque,aolongodotempo,muitospesquisadoresincluramvrias equaes empricas na avaliao da evapotranspirao. Thornthwaite (1948) determinou um modelo de estimativa da evapotranspirao potencialmensal,utilizando-sededadosdatemperaturamdiamensaledalatitude local.Segundooautor,aevapotranspiraoqualquerprocessopeloqualaguada 21 planta ou do solo passa para o estado de vapor. Esse modelo baseado nas condies fsicas do entorno e no considera os gastos fisiolgicos da planta. Matematicamente:Et = T + It + Es + Eo (01) Onde: T a transpirao das rvores, It a evaporao da gua interceptada, Es a evaporao do solo e Eo a evaporao das superfcies livres.

O modelo foi analisado em funo da radiao lquida mensal, comparado com dadosmedidosporlismetros,conformePELTONetal.(1960).Aestimativade evapotranspiraomedidaatravsdelismetrosrevelaorealcomportamentodo processo, mas tambm passvel de erros caso o equipamento no esteja calibrado. Penman (1948) determinou a evaporao de uma superfcie saturada apoiando-senoconceitodeaerodinmica,sendoelacalculadapelotransporteturbulentodo vapor e pela sua difuso no conceito de energia, onde a evaporao foi avaliada a partir daradiaoincidente.Acombinaoemquestomaisconhecidacomobalanode energia. Blaney & Criddle (1950) propem o modelo de estimativa da evapotranspirao potencial em funo da temperatura mdia, posteriormente modificado por Doorembos & Pruitt (1977), e por Allen & Pruitt (1986; 1991). Acorrelaoentreaevapotranspiraopotencialdiriaearadiaosolar obtida por Makkink (1957), posteriormente aperfeioada por Doorembos & Pruitt (1977), e por Allen & Pruitt (1991).Jensen&Haise(1963)determinaramaequaoparaestimara evapotranpiraopotencialapoiando-senosdadosdatemperaturaeradiaosolar numaregiosemi-rida.Monteith(1965)incorporaequaooriginaldePenmanas 22 resistnciasdifusivasdodosselvegetativoeaaerodinmica,posteriormente aperfeioadaporThom(1972),Beven(1979),Stewart(1979),Jensenetal.(1991b). Atualmente conhecida como equao Pennan-Monteith. Priestley&Taylor(1971)propemumaequaoparaestimara evapotranspiraopotencial,baseando-seprincipalmentenaradiaolquida, posteriormente aperfeioada por Jury & Tanner (1975).Doorembos & Pruitt (1977), com o objetivo de padronizar os mtodos e clculos da evapotranspirao, recomendam quatro mtodos de referncia: Mtodo de Pennan, radiao,Blaney-CriddleeotanqueclasseA.Muitosautoresrecomendamomodelo Penman-Monteith.Jensenetal.(1991a)selecionam19modelosempricoseosagrupamem quatro mtodos: Combinao (modelos de Penman), Radiao (Jenen-Haise, Prestley-Taylor,radiaoFAO24eTurc),Temperatura(Blaney-Criddle,Hargreaves, Thronthwaite) e Tanque de Evaporao (FAO-24, Christiansen). Santamouris(2001)recomendaomodelodeKjelgreneMontague(1998),que sefundamentanobalanodeenergiapropostoporGreen(1993)paraavaliara diminuiopossveldatemperaturadoardevidoevapotranspirao.Ouseja, identificao do valor do calor latente absorvido pelo ar durante a evaporao da gua dasrvores.Paracalcularocalorlatentenecessrioidentificarataxatotalda transpirao das rvores, Etot.Omodelodivideacopaemduascamadas:ensolaradas,topodacopadas rvores,eassombreadas,partedebaixodacopa.Supe-sequenohtrocade energiaentreasduascamadas.Atranspiraototaldarvore,Etot,emmilmetros, calculada como a contribuio fracionria de cada camada: (02) |||

\|+|||

\|=totshshtotsstotLAILAIELAILAIE E23 ondeEs e Esh a taxa de transpirao, LAI fator de viso do cu (Leaf Area Index), K o coeficiente de porosidade da folha De acordo com Montheith e Unsworth (1990), a rea da superfcie da folha que absorvearadiaosolar,LAIs,podesercalculadacomoumafraodeLAItottotal como: LAIs = (1- e - kLAI)/k(03) ondekatransmitnciaouporosidadedacopadarvore,ouseja,oquantopermite passar de luminosidade - uma funo da orientao da folha em relao superfcie da terra e altura solar (KJELGREN & MONTAGUE, 1998). Assim, a quantidade da rea protegida da folha : LAIsh=LAItot - LAIs (04) As taxas de transpirao podem ser calculadas para cada camada como (GREEN, 1993): (05) onde o calor latente da vaporizao(J/g), E a taxa de transpirao(g/sm2 por rea da folha), R a densidade do fluxo de radiao ao sol e a sombra (W/m2), e o nvel decoberturadodficitdepressodovapornoar(Pa),Ratotaldacamadade resistncialimitedevaporemovimentodecalordafolhadarvore(s/m2),Rs,xa mdiadaresistnciadasfolhasnaluzdosolenascamadasdesombra(s/m), a diferenadacurvadepressodovaporsaturado(Pa/K),gconstantepsicromtrica |||

\|+ + + =ash ssaa p sh snrrre cRE,,2 24 (66,2Pa), r a densidade do ar (g/m3), Cp a capacidade de calor especfico a presso constante(J/kg). Asvariveisrs,(1/gs)eeapodemsermedidasdiretamente;a radiaolquidaRnpodesercalculadapelaradiaoglobaldeondacurtaparaas camadasensolaradasecamadassombreadasseparadamente(KJELGREN& MONTAGUE,1998).Quandoopropsitocalcularra,usa-seaseguintefrmula emprica, proposta por Landsberg e Powell (1973): 5 , 056 , 059 ||

\|=udrp a (06) onde d a dimenso caracterstica da folha, u o nvel de cobertura da velocidade do ventoepadimensodonmeroderivadodarelaototaldareadasilhuetada copa perpendicular direo horizontal do vento (KJELGREN & MONTAGUE, 1998). Emestudosrecentes,Dornelasetal.(2006)destacamaimportnciada utilizaodemtodosderadiaoparaestimaraevapotranspiraoemclimas brasileiros, visto que a radiao solar um dos principais elementos atuantes na perda de gua atravs dos vegetais. Em seu estudo utiliza a equao de Angstrm-Prescott, que correlaciona a radiao Rs com a razo de insolao (n/N), por meio da expresso:||

\|+ =Nnb aRaRs(07) onde Rs a radiao solar global (MJ m-2 d-1); n representa as horas de insolao real (hd-1);Naduraomximapossveldobrilhosolar(hd-1);Raradiao extraterrestre(MJm-2d-1);aocoeficientequeexpressaafraodaradiao extraterrestre, que atinge a terra em dias totalmente nublados, correspondente frao difusa; b o coeficiente complementar que expressa o total de radiao solar global. 25 O saldo da radiao calculado com os dados de Rs observados e estimados pelos coeficientes a e b, obtidos e avaliados com os valores mdios anuais 0,25 e 0,50, respectivamente,sugeridospelaFAO(ALLENetal.,1998).Utilizou-seametodologia daFAO(ALLENetal.,1998)parasecalcularaevapotranspiraoderefernciapelo mtodo de Penman-Monteith-FAO: ) 2 34 . 0 1 () ( 2273900) ( 408 , 0ue e uTG RETa s no+ +

||

\|++ =(08) em que ETo aevapotranspirao dereferncia (mm d-1); Rn a radiao lquidaou saldoderadiao(MJm-2d-1);Gofluxodecalornosolo,assumidoovaloriguala zero;Tatemperaturamdiadoardiria,medidaa2mdealtura(C);u2a velocidadedovento,medidaa2mdealtura(ms-1); adeclividadedacurvade presso de vapor (kPa C-1); es a presso de saturao de vapor (kPa); ea a presso de vapor real (kPa); a constante psicromtrica (kPa C-1). 2.2.4 Vento SegundoBrown&Dekay(2000),existemtrsprincpiosquedefinema movimentaodoar:oresultadodoatritoondeoarsemovimentamaislentamente prximosuperfciedaterradoquenaatmosfera;oresultadodainrciaondeoar tende a se movimentar na mesma direo que seguia antes de encontrar um obstculo; e o resultado da presso, onde flui das zonas de alta para as de baixa presso. Ascidadesmodificamarugosidadedoterreno,gerandonovosmicroclimas,a partir dos obstculos encontrados pelos ventos ali predominantes; com o movimento do arcomprometido,acabacontribuindoparaoaquecimentodosgrandescentros. 26 Tecnicamente,aavaliaodosefeitosdoventodifcildeserfeitadevidoao comportamentodacomposiourbanaanteofenmenoelico.Bueno(1998) considera a velocidade do vento um fator coadjuvante no sombreamento, mas de difcil medio por falta de equipamentos adequados. A temperatura do ar e a velocidade do vento dependem da ao das correntes presentes na rea. Pesquisadoresconstataramqueascorrentesdeareosefeitosclimticos dependem da estrutura da superfcie da cidade e das condies do tempo (TERJUNG & LOUIE,1974).EmestudosrealizadosnacidadedeSalvador,Neryetal.(2006) observaram que as reas de alta densidade reduzem a circulao do ar e modificam a direo dos ventos dominantes. Em outro estudo realizado na Alemanha, Nobile (2003) concluiuqueasreasverdeseparqueslinearesservemparaconduzirarmaisfresco dosarredoresparaoscentros,contribuindoparaobalanodaenergiatrmicanos centros das cidades.Dimoudi e Nikolopoulou (2003) simularam a capacidade da velocidade do ar em distribuir as temperaturas das reas verdes nas regies mais ridas da cidade. O maior efeitoareduodatemperaturanasreasprximasaessasreas,masisso depende da morfologia urbana. Algumaspesquisasressaltamaimportnciadavegetaonocontroledas correntesdear,associadasscaractersticasdefiltragem,redirecionamentoou obstruodocaminhodoventoereduodasuavelocidade.EmTeresina,Lopes (2006)constatouqueosespaosabertoscomvegetaoarbreareduzema velocidade dos ventos ao nvel do usurio.A utilizaoda vegetao comoquebra-vento destacada porLechner(1990) emtrsmomentos:redirecionamentodoarparaasreassuperiores,criando turbulnciaseabsorvendoaenergiadoarporatritoedeacordocomaalturae densidade da copa das rvores. Boutet (1987) constatou a eficincia dos agrupamentos arbreosemmaisde50%davelocidadedoventoemrelaoaespaosabertos. Watanabeetal.(2006)concluramqueaeficincianareduodavelocidadedos 27 ventosdependedadisposiodosindivduosarbreosnosespaosabertos.Em regies de clima quente, o efeito da reduo da velocidade do vento pelas rvores no muitodesejvel.SegundoYochidaetal.(2006),afaltadebrisaaonveldousurio causa desconforto. Partindodoprincpiodequeavegetaofuncionacomoumobstculoparao fluxo de ar, Vogt et al. (2003) constataram que esse efeito somente parcial. Quando a velocidade do vento baixa, as correntes de ar penetram pelas copas das rvores, mas quando a velocidade do ar alta, o fluxo de ar tende a circund-las. 2.3 Arborizao em reas urbanas e o conforto trmico Vriosestudosreferentesarborizaourbanavmsendoapresentadoscom diferentes metodologias em funo de diferentes combinaes de objetivos (MACEDO, 1992; MILANO, 1994; BUENO, 1998; BUENO-BARTHOLOMEI, 2003; MORENO, 2006; PEZZUTO,2005).Umdosobjetivosfreqentementeenfocadosaformaoda paisagemurbanarelacionadacomoclimaeculturalocal.Todapaisagemsurgeda sombra,dainterceptaodaluzedocalordaradiaosolar,cujosefeitosesto estreitamente relacionados com o conforto ambiental.Segundo Givoni (1991), a implantao de indivduos e agrupamentos arbreos, assim como as reas verdes, deve priorizar as sombras para a regulao da radiao e daventilaoparaobteroganhodecaloratravsdaradiao.Sattleretal.(1987) consideram que o estudo da sombra permite a aplicao desses conceitos na avaliao do conforto ambiental, trmico e luminoso. Macedo(1992)afirmaquesepodemorganizarespaosexclusivamentepor intermdio da vegetao utilizando rvores e arbustos para a composio dos vedos ou planosverticais,afimdeproduzirumapaisagemquevislumbreoconfortoambiental. 28 Esses espaos determinados pela vegetao clareiras, bosques, gramados, viveiros, reservas naturais, entre outros tm sua configurao segundo a estrutura do elemento vegetalutilizadosuaformaequantidade,critriosdeassentamento,predominncia, altura,textura,cor,etransparncia.Segundooautor,adisposiodeelementos arbreosinterferenocampovisualdotranseunte,porexemplo,seestiveremum gramadoouemumcaminho,terumavisomaistomaisampladoqueemum bosque(Figura8).Nocasodeindivduosarbreosisolados,umarvoretempouca importnciaemespaoslivresdegrandeemdioporte,masseestivernumpequeno ptio, pode se tornar um elemento estrutural. Figura 8 Vegetao como elemento de projeto Fonte: Macedo (1992) 29 Peixoto et al. (1995) caracterizou a disposio de indivduos arbreos baseado na produo de sombra, onde pode-se entender por sombra a interceptao da luz e do calordaradiaosolar,cujosefeitosestoestreitamenterelacionadoscomoconforto ambiental.Atabela1apresentaumalistagemdefatoresque,emdiferentes combinaes, influenciam o resultado final de conforto. TABELA 01- caractersticas do ambiente natural e das espcies ligadas a arborizao urbana. Caractersticas ligadas ao ambiente natural Composio Puras Mistas Homogneas Heterognea Densidade Indivduos isolados Indivduos parcialmente isolados Agrupados em conjuntos rarefeitos Agrupados em conjuntos densos rea ocupada Tamanho (m2 - ha) forma:linear circular oval Disposiodos indivduos isolados pontuais casuais difuso intersectantes aglomerados Caractersticas ligadas espcie Copa Densidade Tamanho da copa TexturaFolhagem Disposio dos elementos da rvoreRamificao do tronco Ramificao e disposio da ramagem e galhada Fisio-ecolgicas morfolgicas e caractersticas Flor, fruto e semente Caule Folha Sazonalidade Fenologia Fonte: PEIXOTO et al. (1995) 30 Em relao a aspectos da forma, os autores consideraram que indivduos com copas amplas, com alta densidade de folhas largas e espessas na copa, pereniflios, e dearquiteturaarbreaabertaresultememmaiorconfortotrmico.Juntoaessas caractersticasdeformaforamtambmconsideradasascaractersticaspeculiaresa cada elemento componente da rvore. Almdisso,aforma,otamanhoeaespessuradasfolhas,ouapresenade peloscuticularesedensidadedosmesfilos,interferemnaquantidadeequalidadede luztransmitida.Omesmoacontececomocaule(comodimetro,cor,rugosidadee altura) ou com os elementos de reproduo (como cor, tamanho, forma e disposio de flores, frutos e sementes). Observandoquenascidades,osindivduosarbreoscostumamocorrerem formas combinadas e, de acordo como os arranjos no meio urbano, o resultado relativo aoconfortoserespecfico,Peixotoetal.(1995)concluramqueadisposio,a densidade e a forma influem em funo dos arranjos resultantes, (figura 9). DENSIDADE DE RVORES isoladoparcialmente isoladoagrupados/rarefeitos agrupados/densos DISPOSIO DOS INDIVDUOS

casualpontualisolada difusa intersectante aglomerada FORMA circularovalestrelar linearlinearformas fragmentadas aberta fechada Figura 9 - Caractersticas ligadas a densidade, disposio e forma de conjuntos arbreos Fonte: PEIXOTO et al. (1995) 31 Valesalientarqueaprincipalconsideraodosautoresnessesarranjosfoio tipodecomposio:sepuras(conjuntosdeumasespcie)oumistas(deduasou maisespcies);sehomogneas(rvoresdemesmaidade)ouheterogneas(rvores de idade e crescimento diferenciado).Paraqueumplanejamentodeconfortotrmiconoambienteurbanoseja satisfatrio,necessriaaobservaodoclimaemrelaoaoselementos determinantes: os espaos construdos, a composio das superfcies, a disposio de seuselementoseadensidadedeatividades/construesmodificandooambiente natural.Nessamesmalinhadepensamento,Lechner(1990)definealgumasdiretrizes deimplantaodervoresemrelaoedificaodeacordocomoclima.A combinaodeelementospaisagsticos,taiscomorvores,arbustos,forrao, trepadeiraseelementosconstrudos,taiscomopergolados,espelhosdgua,fontes, entre outros, favorece o conforto. Nessa pesquisa, destacam-se a utilizao de rvores e arbustos para o sombreamento dos caminhos e o controle do movimento do ar.Givoni(1991)destacaquearadiaoprincipalfontedeganhodecalor,a umidadeeovento,sovariveisclimticasmuitoimportantesnasensaodebem-estar das pessoas em ambientes externos. Na avaliao do conforto trmico em ambientes externos, deve-se considerar a taxade metabolismo, a vestimentae aradiao solar.O efeito combinado dos fatores climticosedaatividadeexercidapelousurioapontarespostasfisiolgicas, principalmentenoresultadodastaxasdesudao,almdaconsideraodefatores psicolgicos na complexidade dessa anlise, (LOIS & LABAKI, 2001).Givoni et al. (2003) propuseram a equao 11 para avaliar a sensao trmica daspessoasemfunodosparmetrosambientaisemespaosexternosatravsda equao: 32 ST x0,0054 x WS 0,322 SR x0,0019 Ta x0,1118 1,7 TS + + + = (09) Onde:TSasensaotrmica,Ta atemperaturadoarsombra(oC),SRa radiaosolarhorizontal(W/m2),WSavelocidadedoar(m/s),RHaumidade relativa (%), ST a temperatura da superfcie ao redor (oC). Paraasensaotrmica(TS)serconfortvel,ovalordeveestarentre5a7; para desconfortvel, abaixo de 5.Essapesquisaavaliou,numareaexterna,trssituaes-sobasombrade umarvore,aosol,eaosolprotegidodoventoe,emdiferentespocasdoano,a resistnciatrmicadavestimentade1,1clo1paraprimaveraeoutono,0,65clopara vero,e1,67cloparainverno.Osautoresconcluramqueoconfortotrmicouma condionecessria,masnosuficiente,paraumasensaopositivaharmonizando com o ambiente. Atravs de um estudo comparativo sobre as conformaes urbanas e o conforto trmicoemambientesexternos,Ahmed(2003)estabeleceumcritriodezonade confortoemzonatropicalurbananovero,parapessoasquedesempenhamuma atividadeexercidade1Met2eroupascomresistnciatrmicade0,5clo.Essa pesquisaconcluiuqueodesenhourbano,emrelaoaoconfortotrmicoemreas externas, deveria criar ouproverumagramatrmica razovel, ao invs de tentar criar uma condio trmica fixa (Figura 10).

1 clo: unidade de resitncia trmica da vestimenta, 1 clo = 0,155m2oC/W 2 Met:unidade de taxa de metabolismo, funo daatividade, 1met = 58,2W/m2 33 Figura 10 Zona de conforto para vero em ambientes externos Fonte: AHMED (2003) Moreno(2006)adaptouogrficodeAhmed(2003)paraoclimatropicalde altitude, atravs dos ndices de amplitude trmica, da umidade mdia relativa, e, atravs de questionrios, com a vivncia das pessoas no que se refere s condies climticas. Nessapesquisafoiconsideradaasensaotrmicade1a-1paraadelimitaoda zonadeconforto,assimcomoagradaodeconfortvel,aceitvelconforto,tolervel conforto e desconfortvel inserida nessa zona (figura 11). 34 Figura 11 Zona de conforto para clima Tropical de Altitude 35 3 METODOLOGIA Esteestudoavaliouoraiodeinfluncianomicroclimapordiferentesespcies arbreas atravs do cruzamento de dados sobre o percentual de atenuao da radiao solar pelo mtodo de Bueno-Bartholomei (1998; 2003), a taxa de evapotranspirao dos indivduosarbreospelomtodoPenman-Monteith(FAO-56),avariaoda temperaturadoaredaumidadeemdiferentesdistncias,eoclculodoconforto trmico em ambientes externos pelo mtodo de Moreno (2006).Estapesquisadcontinuidadeaoestudosobreatenuaodaradiaosolar por diferentes espcies arbreas desenvolvido por Bueno-Bartholomei (1998; 2003). O delineamento foi experimental, tendo os resultados sido manipulados de acordo com a variaodadistnciaentreospontosdemedioemrelaoaotroncodecada indivduo arbreo. Com o objetivo de obter uma comprovao em campo, por diferentes espciesarbreasepelainflunciadadisposiodeindivduoseagrupamentos,em ambientes externos, para o conforto trmico, foram avaliadas cinco espcies arbreas Ip-Amarelo(Tabebuiachrysotricha(Mart.exDC.)Stand.),Jacarand(Jacaranda mimosaefoliaD.Don.),Jambolo(SyzygiumcuminiL.),Mangueira(Mangiferaindica L.), e Chuva de Ouro (Senna siamea L.). Para o desenvolvimento desse estudo, foram cumpridas as seguintes etapas: Seleo das escalas; Levantamentoe seleodas espcies, indivduos e agrupamentos arbreos a serem amostrados; Medies de campo (teste e vlidas); 36 Anlise dos resultados obtidos. 3.1 Seleo da escala Asescalasadotadasnestapesquisaforammicroclimticaeinstantneas,que permitemavaliarascondiesdetempoenodoclimadeumdeterminadolocal.No caso,ograudeinfluenciainlocodaatenuaodaradiaosolaredavariaoda temperatura e da umidade por indivduos e agrupamentos arbreos.SegundoMonteiro(1976),Caudrat&Pita(1997)eBueno-Bartholomei(2003), as rvores situadas em um raio de, aproximadamente 1km, sofrem influncia dos dados climticos(radiaosolar,temperaturadebulboseco,umidaderelativadoare velocidade do vento),das escalas macroclimticas e mesoclimticas. Por exemplo, se uma frente fria chega cidade, todas as rvores sofrero sua influncia.Nessapesquisafoiadotadaaescaladeclimalocal,amesmaadotadana pesquisadeBueno-Bartolomei(2003),ondeosindivduosarbreossofreminfluncias doentornoimediato.Nessaescaladevemserconsideradasasmesmascondiesdo entorno ausncia de sombra das edificaes ou outras rvores; topografia do terreno no muito acidentada; uniformidade das condies em torno das rvores relacionada ausnciadepavimentaoeconstruesprximas;padronizaodasuperfcienos pontos de medio - e de tempo a cu aberto, sem ou com poucas nuvens. 37 3.2 Selees dos indivduos e agrupamentos arbreos Nessaetapa,paraaescolhadosindivduoseagrupamentosarbreos,foram consideradosdoisaspectossimultneos:fatoresfsicosrelacionadosaomeioeas espcies selecionadas. 3.2.1 Seleo das espcies e dos locais de medio Na seleo dos locais de medio, observou-se os seguintes aspectos: Disposio isolada dos indivduos e agrupamentos arbreos avaliados, livres de interferncia de elementos externos, tais como rvores e edificaes; Topografia do terreno pouco acidentada; Uniformidadedopisoemtornodasrvoresedospontosdemedio,ou seja, aausncia depavimentaoe, preferencialmente,apresena deuma cobertura vegetal rasteira; Localseguro,talcomooCampusdaUnicamp,afastandoopesquisadordo perigo de roubo e assaltos.Localacessvele,aomesmotempo,semainterfernciadeterceirosnos equipamentos; Para seleo das espcies arbreas foram considerados:As comumente encontradas na regio da cidade de Campinas; As que estiverem em idade adulta; As que estiverem seguindo as caractersticas especficas de cada espcie. As que estiverem disponveis nos locais de medio. A tabela 03 apresenta os locais de medio das espcies selecionadas. 38 TABELA 03 Locais de medio Espcie Arbrea LocalizaoDisposio IPE- AMARELO (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) UNICAMPIsolada JACARAND (Jacarand mimosaefolia D.Don.) UNICAMPisolada JAMBOLO (Syzygium cumini L.) UNICAMPisolada MANGUEIRA (Mangifera indica L.) UNICAMPisolada CHUVA DE OURO (Senna siamea L.) UNICAMPagrupamento 3.2.2 Caracterizao das espcies selecionadas e analisadas De acordo com o levantamento de campo das espcies escolhidas, os indivduos arbreos selecionados apresentaram as seguintes caractersticas: 39 A) IPE- AMARELO (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) Folhas Arvore analisada Tronco Figura 12 Espcie analisada: Ip-Amarelo(Tabebuia Chrysotricha (Mart. Ex DC.) Stand.) Altura aproximada da rvore: 8,31 metros Altura do fuste: 3,11 metros Dimetro do Tronco: 34 cm Cor do Tronco: acinzentado Rugosidade do Tronco: muito rugoso Dimetro da Copa: 7,12 metros Densidade da Copa: media Comprimento da Folha: 7 cm Largura da Folha: 5,8 cm Cor da Folha: verde claro Informaes ecolgicas: Caduciflia 40 B) JACARAND (Jacaranda mimosaefolia D. Don.) Folhas ,Arvore analisada Tronco Figura 13 Espcie analisada: Jacarand (Jacaranda mimoseafolia D. Don.) Altura aproximada da rvore: 10,77 metros Altura do fuste: 54 cm Dimetro do Tronco: 80,19 cm Cor do Tronco: acinzentado Rugosidade do Tronco: pouco rugoso Dimetro da Copa: 8,57 metros Densidade da Copa: media Comprimento da Folha (Folculos): 1,40 cm Largura da Folha: 0,40 cm Cor da Folha: verde claro.Informaes ecolgicas: Caduciflia 41 C) JAMBOLO (Syzygium cumini L.) Folhas rvore analisada Tronco Figura 14 Espcie analisada: Jambolo (Syzygium cumini L.) Altura aproximada da rvore: 8 m Altura do fuste: 1,75 metros Dimetro do Tronco: 43 cm Cor do Tronco: marrom claro Rugosidade do Tronco: rugoso Dimetro da Copa: 9,27 metros Densidade da Copa: Densa Comprimento da Folha: 15 cm Largura da Folha: 6,0 cm Cor da Folha: verde escuro Informaes ecolgicas: Pereniflia 42 D) MANGUEIRA (Mangifera indica L.) Folhas Arvore analisada Tronco Figura 15 Espcie analisada: Mangueira (Manguifera indica L.) Altura aproximada da rvore: 8,48 m Altura do fuste: 1,70 metros Dimetro do Tronco: 48 cm Cor do Tronco: marrom claro Rugosidade do Tronco: pouco rugoso Dimetro da Copa: 9,52 metros Densidade da Copa: Densa Comprimento da Folha: 30 cm Largura da Folha: 5,5 cm Cor da Folha: verde escuro Informaes ecolgicas: Pereniflia 43 E) CHUVA DE OURO (Senna siamea L.) Folhas Arvore analisada Tronco Figura 16 Espcie analisada: Chuva-de-ouro (Senna Siamea L.) Altura aproximada da rvore: 9,75 m Altura do fuste: 2,16 m Dimetro do Tronco: 30 cm Cor do Tronco: marrom claro Rugosidade do Tronco: pouco rugoso Dimetro da Copa: 5,15 m Densidade da Copa: mdia Comprimento da Folha: 8,5 cm Largura da Folha: 5,5 cm Cor da Folha: verde mdio Informaes ecolgicas: Caduciflia Caractersticas do agrupamento segundo Peixoto et al. (1996): 44 Composio: Pura/ Heterogenia Densidade: agrupamentos rarefeitos Disposio dos indivduos: isolada Forma: estrelar Nmero de indivduos: 5 rvores Distncia mdia entre elas: 8 metros Figura17Formado agrupamento 3.3 Medies de campo 3.3.1 Levantamento dos parmetros ambientais A) Experimento 01 A coleta de dados foi feita atravs de levantamento dos parmetros ambientais decadaindivduoarbreo:temperaturadoar,temperaturadeglobo,umidaderelativa doar,velocidadedovento,em4posiesemrelaoaoindivduoouagrupamento arbreo - na sombra, no sol a 10m, 25m e 50m (figura 18). A radiao solar medida emduassituaes:sombraesol,sendoqueosdadossoregistradosde10em10 minutos, durante 12 horas perodo das 6h s 18h. Cada ponto de medio possui um trip com (figura 19): um registrador de temperatura e umidade, modelo Testo 175-H1;umsensordetemperatura,modelotesto0613171,colocadonointeriorde um globo cinza, que simula a sensao de um indivduo com vestimenta; um registrador de temperatura, modelotesto175-T2,conectadoao sensor de temperatura.45 50m25m 10mSombrax x x xPlantaCorte50m25m 10mSombra Figura 18 Posicionamento dos registradores: experimento 01. Figura 19 Trip fixado com registradores protegidos46 Os registradores foram posicionados dentro da cobertura de pratos plsticos, na cor branca, a fim de proteg-los da insolao excessiva e, ao mesmo tempo, permitir a ventilao.Estecuidadocomosequipamentosfundamentalparagarantira confiabilidade dos dados registrados. Figura 20 Primeiro trip utilizado com registradores e globo protees Inicialmente,amontagemdotripparaamediodosparmetrosambientais foi feita da seguinte maneira (Figura 20): um registrador de temperatura e umidade, modelo Testo 175-H1, leituras de 10 em 10 minutos;um termopar, tipo Minipa MTK 01, colocado no interior do globo cinza; umtermmetrodigital,modeloInstrutermTH090,conectadoaotermopar com leituras de hora em hora.47 Apstestecomessamontagem,otermoparfoisubstitudopelosensorde temperatura e a proteo plstica do globo foi removida.Oregistrodavelocidadedoarfoifeitoatravsdeanemmetro/termmetro digital Testo 445 com sensor 0635-1549, protegido por uma caixa de isopor acoplada a um trip (figura 21).

Figura 21 Anemmetro digital Texto 445 com o sensor 0635-1549 acoplado Aradiaosolarregistradaatravsdesolarmetrosdetubo,modeloTSL-DELTA-T Devices, conectados a um integrador de coleta automtica dos dados, modelo DL2-DELTA-TDevices(Figura22e23).Esteequipamentoregistraaradiao incidentenafaixade350nma2500nmesuarespostaespectralabrangearegiodo visvel ao infra-vermelho de onda curta. Figura 22 Solarmetro de tubo, Delta-T TSL Figura 23 Registrador Delta DL2 Datalogger 48 Osolarmetroeotripcomosregistradoresdetemperaturadoar/umidadee temperaturadeglobo,situadossombra,tmsuaposioalteradatrsvezesaodia (s 9h, 12h e 15h) acompanhando o sombreamento da copa da rvore. B) Experimento 02 Figura 24 Posicionamento dos registradores: experimento 02 A coleta de dados foi feita atravs de levantamento dos parmetros ambientais de cada indivduo arbreo: temperatura doar eumidade relativadoar, em 6 posies fixas a 2,5m, 5m, 7,5m, 10m, 12,5m, 15m - em relao ao indivduo ou agrupamento arbreo (figura 24). Os dados foram registrados de 10 em 10 minutos, durante 12 horas perodo das 6 h s 18h. Em cada ponto de medio possui um trip com um registrador de temperatura eumidadeprotegido,modeloTesto175-H1.Duranteostrsdiasdemedio,os 49 equipamentos soposicionados nas mesmas distnciasem diferentesdirees: norte, leste e oeste. C) Levantamento Fotogrfico Paraoclculodofatordeextensodocufoiutilizadaumalentegrande angular com efeito eye-fish (olho-de-peixe), Optex OZL-225 de 37 mm, acoplada a uma cmerafotogrficadigital,cybershots5.1megapixels.Afotofoitiradanaposio ortogonalumaalturamdiade1,50memrelaoaochoedebaixodacopada rvore,segundoomtododeTsutsumiet.al.(2003),(figura25).Apartirdaimagem gerada,o fator de folha verde, GreenLeaf Factor, obtido apartir da relao da rea das folhas com o crculo da fotografia. O ponto central da foto o local onde foi tirada a foto. Figura 25 Posicionamento da Cmera com a lente olho de peixe (Eye-fish) Figura 26 Posicionamento da Cmera para o levantamento das dimenses da rvore Paraolevantamentofotogrficodascaractersticasdosindivduose agrupamentosarbreos,foiutilizadaumacmerafotogrficadigitalAlfa-100,Sony, lente 35-80 mm, 10.1 megapixel. Para calcular as dimenses das rvores pelo mtodo detriangulaoeperfildeborda,ummastroderefernciaa1metroposicionado 50 prximo ao tronco da rvore e a foto tirada a uma determinada distncia (figura 26). A partir dessas imagens, foram estimadasasdimensesdos indivduos e agrupamentos arbreos. 3.3.2 Mtodos de Tratamento Ocruzamentodedadosdoexperimento1e2-temperaturadoar,umidade relativadoarevelocidadedoventoforamaplicadoszonadeconfortoparaclima tropicaldealtitudeemreasexternasporMoreno(2006).Azonadeconfortodesse mtodoconsideratrssituaes:confortvel,aceitvelconforto,tolervelconforto.Os resultados,queficaremforadazonadeconforto,soconsideradosdesconfortveis, tabela 04. TABELA 04 Intervalo para as variveis temperatura do ar (Ta), umidade relativa do ar (Ur) e temperatura de globo (Tg) relacionadas velocidade do vento ClassificaoTa (C)Ur (%)Tg (C) Confortvel25 a 2677 a 7124 a 27,9 Aceitvel Conforto26 a 28,470 a 58,528 a 32,7Razoavelmente confortvelTolervel Conforto28,5 a 33,558,6 a 4332,8 a 39 DesconfortvelAcima de 33.6Abaixo de 42Acima de 39.1 Fonte: Moreno (2006) Segundoaautora,ainterpolaoentreasensaotrmicaeasensaoem relaotemperaturadegloboresultoutrsintervalos:confortvel,razoavelmente confortvel e desconfortvel. Apartirdosdadoscoletadosnosexperimentos1e2,foramrealizadostestes estatsticosdevarinciasedecomparaodemdias(Tukey),comoauxiliodo softwareestatsticoMINITAB,paraidentificarainvestigaodoraiodeinfluncia significativo de cada espcie arbrea. 51 Aporcentagemderadiaoatenuadapelosindivduosarbreoseos agrupamentos foram obtidos pela metodologia de Bueno-Bartholomei (1998; 2003), que consiste em fazer medies das variveis climticas e da radiao solar a sombra e ao sol simultaneamente, de acordo com a expresso (10):AT = (S sol S sombra / S sol) x 100(10) onde,ATatenuaodaradiaosolar(%);S sol areadogrfico,quefornecea energiatotalincidente(kW.h/m2),coletadopelosolarmetroaosol,nointervalode tempoconsiderado(odiatodo);eS sombraareadogrfico,queforneceaenergia totalincidente(kW.h/m2),coletadopelosolarmetrosombra,nointervalodetempo considerado (o dia todo). Paraaanliseadequadadasatenuaesderadiaosolar,foramcalculados oserrospadresdasmdiasdessasatenuaespelaseguintefrmula(TOPPING, 1972): = / pn (11) onde, o erro padro mdio; o desvio padro mdio; eN o nmero de elementos. Aestimativadatranspiraomximaparaindivduosarbreosisoladosfoi calculadapeloomodelodePenman-Monteith(Monteith,195),adaptadoparafolhas hipoestomticas,conformeapresentaaequao(12)paraumintervalodetempode 10min, num perodo de 12h.

||

\|+ ++=rarcsracp Rnf sAF Te2. . . 600 . (12) 52 onde,Tatranspiraomximadasrvores(Kg-1rvore10min-1),AFareafoliar (m2);aRnfosaldoderadiaoefetivodacopa(MJm-2defolha10min -1);raa resistncia aerodinmica difuso de vapor (s m-1); a densidade de ar (kg m-3); cp o calor especfico do ar seco (J kg-1 K-1), o calor latente de vaporizao da gua (MJ kg-1);ocoeficientepsicromtrico(kPaC-1);eodficitdepressodevaporde gua no ar (kPa). A energia radiante absorvida pelas rvores (Rnf) foi calculada pela diferena de radiao solar medida simultaneamente a sombra e ao sol atravs dos solarmetros de tubo. SegundoLandsberg&Powell(1973),aresistnciaaerodinmica(ra)deuma plantaisoladaouagrupamentoemfunodavelocidadedovento,darazoentrea rea frontal e a rea foliar, bem como a dimenso das folhas. A equao (13) adaptada por Landsberg & Jones (1981) apresentada: 5 . 056 . 0. 58 ||

\|=ura (13) onde, a razo entra a rea foliar e a rea frontal de cada rvore na direo do vento predominante; u o vendo medida na altura mdia das copas (m/s); uma dimenso caractersticas das folhas dada pela raiz quadrada da rea mdia das folhas da rvore (afm).OvalordeAmffoicalculadoporamostragemondeforamcoletadas20folhas de cada espcie arbrea. A mdia da medida mxima do comprimento (C) e da largura (L)dasfolhasfoimultiplicadapelocoeficiente0,7,deacordocomAngelocci(1993)e Marin et al. (2003).Os autores calcularam esse coeficiente de variao das medidas de largura e altura da folha aps uma pesquisa de campo na qual foi analisada a dimenso de todas as folhas de trs rvores da mesma espcie, Lima cida Tahiti (Citrus latifolia Tan.). 53 A tabela 05 apresenta os valores de e das rvores estudadas. TABELA 05 Valores de e das rvores estudadas. Espcies Arbreas rea foliar (m2) rea frontal (m2) IPE- AMARELO (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.)32.7737.020.88520.0533 JACARAND (Jacaranda mimosaefolia D. Don.)16.4437.020.44410.0063 JAMBOLO (Syzygium cumini L.)18.5537.020.50100.0794 MANGUEIRA (Mangifera indica L.)62.1457.941.07260.1075 CHUVA DE OURO (Senna Siamea L.)67.6564.551.04810.0452 DeacordocomaproposiodePereiraet.al.(2006),aresistncia aerodinmicadifusodevaporsebaseianoenfoquedeMonteith(1965),descrio do modelo da grande folha (big-leaf model). Esse modelo assume a cobertura vegetal comosefosseumanicagrandefolha,comumdeterminandovalordeRnferf. Descreve-se o balano de energia dessa cobertura pela equao (14): E H Rnf + = (14) onde,Rfnosaldoderadiaoefetivodacoberturavegetal(Wm-2 defolha),Ha densidade de fluxo de calor sensvel entre a vegetao a atmosfera (W m-2 de folha), dado pela equao (15); E a densidade de fluxo de calor latente proveniente da copa (W m-2 de folha), dado pela equao (16). ( )raT T cpHar f=. (15) ( )( ) ra rce e cpEar f2. .+= (16) 54 Onde,Tfatemperaturadagrandefolha(C);Taratemperaturadoar(C);era pressoatualdevapordacavidadeestomtica(kPa),consideraigualapressode saturaodecapotemperaturadafolha;earapressoatualdevapordear turbulento(kPa);ocoeficientepsicromtrico(kPaC-1);rfaresistnciadifuso de vapora da grande folha(s m-1). Substituindo-se as equaes (15) e (16) na equao (17), tem-se: ( ) ( )( ) ra rce e cpraT T cpRnfar f ar f2. . .++= (17) Considerandoquenohajarestrieshdricas,existemevidnciasdequea temperaturamdiadasfolhasdodosselsejaprximadoardevidoaoprocesso transpiratrioondehperdadeenergianaformadecalorlatente.Logo,resume-sea equao (17) em (18), evidenciando Rf, obtm a equao (19): ( ) ra rfe cpRnf2 .. .+=(18) raRnfe cprf 2.. .= (19) Para comparar a estimativa de transpirao das rvores isoladas, foi calculada aevapotranspiraodereferncia(ETo).AequaodePenman-Monteithnaforma parametrizada (20) para a estimativa da evapotranspirao de referncia (ETo) utilizada foi: ( ) ( ) * . .. . . 600*) .( +++=s rae cpsG R sETno (20) onde,EToevapotranspiraodereferncia(mm10min-1);Rnosaldoderadiao (MJ m-2 10min-1); G o fluxo de calor no solo (MJ m-2 10min-1), considerando o perodo 55 diurno; a densidade do ar (kg m(MJ m-3); cp o calor especfico do ar (J Kg-1 K-1); e o dficit e presso de vapor de ar (kPa), dado por (21): a se e e = (21) Sendo,ea a pressoatual de vapordoar(kPa)ees apressode vaporde saturao (kPa) determinada a cada 10 min. pelas equaes (23) e (24): 100.UR eesa =(22) ( )( ) TTse+=3 . 273. 5 . 76110 . 0 (23) Sendo, s a declividade da curva de presso de vapor determinada pela expresso (24): ( )23 . 237. 4098+=Tess(24) sendo, T a temperatura do ar (C); * o coeficiente psicromtrica modificada (kPaC-1), dada pela relao(25): ( )2. 33 . 0 1 . * U + = (25) sendo, U2 a velocidade medida a 2m e o coeficiente psicromtrico (0,066PaC-1); ra a resistncia aerodinmica (s m-1), obtida pela relao (26): 2208ura = (26) 56 3.4 Testes 3.4.1 Teste da Metodologia Para verificar a validade da metodologia do experimento 1, avaliao do raio de influnciadavegetao,foirealizadaumamedioexperimentalnoindivduoarbreo daespcieIp-Amarelo(Tabebuiachrysotricha(Mart.exDC.)Stand.).Nesseteste, foram coletados dados dos parmetros ambientais em distncias diferentes ( sombra, 10m,25me50m)edurante3dias,14a16defevereirode2007.Noperodode8 horas (das 9h at 17h), a temperatura do ar, umidade e radiao solar foram coletadas de10em10minutos,eatemperaturadegloboeavelocidadedovento,dehoraem hora.Verificou-sequeatemperaturadoarsombrasosempreinferioresem relaosaosol(10m,25me50m).Atravsdoclculododesviomdiopadro observou-seumavariaode0,6Ca1,13Caolongododiaequeasmaiores diferena das temperaturas ocorrem no perodo das 13h10min at s 14h10min (figura 27).Entretanto, a umidade relativa do ar sombra apresenta valores mais elevados doqueospontossituadosaosol(10m,25me50m).Peloclculododesviomdio padro,observou-seumavariaodedecrescenteaolongododiade8,15a2,5% (figura 28).A temperatura de globo comporta-se de maneira semelhante temperatura do ar,ondeosdadosobtidossombrasoinferioresquelesregistradosaosol(10m, 25me50m)pormosvaloresdopontodemediosituadoa10msoprximos daqueles encontrados sombra. 57 TEMPERATURA MDIA DO AR - 14 a 16/02/2007Tabebuia Chrysotricha (Mart. Ex DC.) Stand.) com folhas051015202530354009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:00HoraoC.SOMBRA 10M 25M 50M Figura 27 Temperatura mdia do ar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. ex DC.) Stand.) UMIDADE MDIA DO AR - 14 a 16/02/2007IpIp-Amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. ex DC.) Stand.) com folhas010203040506070809010009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:00Hora%SOMBRA 10M 25M 50M Figura 28 Umidade Relativa do ar mdia: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. ex DC.) Stand.) Atravsdoclculododesviomdiopadro,observou-seumavariaode 0,31Ca 1,17Cao longodo dia, registrando-seas maioresdiferena da temperatura doarnoperododas13h10minats14h10min,eomomentodemaioralteraos 12h (Figura 29).58 TEMPERATURA DE GLOBO- 14 a 16/02/2007: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. ex DC.) Stand.) com folhas051015202530354009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:00HoraoCsombra 10m 25M 50M Figura 29 Temperatura de Globo: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. ex DC.) Stand.) Avelocidadedoventomaisaltaverificadafoide2,09m/s,s12h,noponto situado 10m, e a mais baixa foi de 0,45 m/s, s 15h, na sombra, (Figura 30).Como o ventoumavarivelqueoscilamuito,paraosprximosexperimentosadotou-se apenasumpontodemedio,situadoa25memrelaoaotroncodarvore,com registro de 10 em 10 minutos ao longo do dia. VELOCIDADE DO AR -14 a 16/02/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. ex DC.) Stand.) com folhas00.511.522.509:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:00Horam/ssombra 10m 25m 50m Figura 30 Mdias Dirias da Velocidade do Vento: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. ex DC.) Stand.) 59 Verifica-sequeosvaloresdasmdiasdirias:datemperaturadoarsombra soosmaisbaixos,ea25m,osmaisaltos;daumidaderelativadoar,osvaloresa 25m, mais baixos, e os a 10m, mais altos; e da temperaturadeglobo e velocidadedo vento, os valores a sombra, mais baixos, e os a 50m, mais altos, (Tabela 06). TABELA 06 Mdia dirias dos parmetros ambientais dos dias 14-16/fev/2007 Ponto Temperatura do ar (C) Umidade do ar (%) Temperatura de Globo (C) Velocidade do vento (m/s) Sombra27,9653,1728,110,88 10 m30,2060,5828,331,16 25m30,5050,0529,611,03 50m29,2350,1429,831,22 Aradiaomdiaincidentefoiaosolfoide0,11766Km.h/m2esombra,0,081921 Km.h/m2, resultando num percentual de 85,6% de radiao atenuada, (Figura 31 e TABELA 07). 00,20,40,60,811,209:0009:3010:0010:3011:0011:3012:0012:3013:0013:3014:0014:3015:0015:3016:0016:3017:00horakm.h/m2solsombra Figura 31 Atenuao da Radiao Solar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. ex DC.) Stand.) 60 TABELA 07 Atenuao da Radiao Solar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. Ex DC.) Stand.) DataEnergia Total Incidente (km.h/m2) sol Energia Total Incidente (km.h/m2) - sombr Atenuao da Radiao Solar (%) 14-16/02/20070,117660,08192185,6 Apartirdosresultadosobtidos,verificou-seanecessidadedeserealizar mediescomduraode12(doze)horas,paraumacoberturamelhordodia.Dessa forma, o solarmetro capaz de captar toda a radiao que incide na superfcie desde o nasceraoprdosol.Operododasmediesdetemperaturadoar,umidade, temperaturaradianteevelocidadedoventotambmpassouaserde12(doze)horas dirias. Nesse teste, foi calculadooVME (VotoMdio Estimado) e PEI (Percentual de Insatisfeitos)atravsdosoftware2.03(Ruas,2002)dehoraemhora,utilizandoos seguintes parmetros: - vestimenta: tnis, meia, cala jeans, camiseta; - atividade: caminhada leve. Figura 32 VME x Hora para espcie: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. ex DC.) Stand.) 00,511,522,5309:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00sombra10m25m50mHora VME 61 Oresultadodesseclculomostrouquetodosospontossituadosaosol,por voltadas13h,ultrapassamovalor3deVMEe100%deInsatisfeito.Asmelhores condies de conforto trmico observadas foram sombra,no perododa manh,ea 10m, no perodo da tarde (Figura 32). Devidofaltadetranseuntesnoslocaisdemedio,foramentrevistadosdois indivduos (um homem e uma mulher), tornando esse clculo insatisfatrio. 3.4.2 Teste dos registradores Parachecaravalidadedosdadoscoletadospelosregistradores,foramfeitos dois testes, no laboratrio e no campo.Emlaboratrio,osregistradoresforamcolocadosladoalado,paracoletade dados,durante quatro dias 9a12 fevereiro de2007 (Figuras 33 e34). Verificou-se que no havia diferena relevante na temperatura e umidade registrada, exceto em um registrador,aqueleutilizadonopontoa50m,queindicouumaumidadeacimados demais,emcercade10%.Essadiferenafoicompensadanasmediesrealizadas nos meses de fevereiro e maro em que utilizou esse registrador. Este teste foi repetido ao final de cada srie de medidas, para identificar a margem de erro dos registradores e uma possvel substituio desses equipamentos por novos.Foirealizadaemcampo,durantetrsdias(18a20deabrilde2007),foi realizada uma medida teste em um indivduo arbreodaespcieJambolo (Syzygium cumini L.), onde novos registradores, colocados nos pontos sombra, 10m, 25m e 50m, foram trocados de posio aleatoriamente, a cada dia de medio. Observou-se que o comportamentodaumidade,temperaturadoaredegloboforamsemelhantesaos dados anteriormente coletados. 62 Teste Comparativo de Temperatura dos Registradores23.52424.52525.52626.52709:3013:3017:3021:3001:3005:3009:3013:3017:3021:3001:3005:3009:3013:3017:3021:3001:3005:3009:30HoraCsombra 10m 25m 50m Figura 33 Resultado das medies teste de temperatura do ar Teste Comparativo de Umidade dos Registradores4045505560657075808509:3013:3017:3021:3001:3005:3009:3013:3017:3021:3001:3005:3009:3013:3017:3021:3001:3005:3009:30Hora%sombra 10m 25m 50m Figura 34 Resultado das medies teste de umidade 3.4.3 Teste das variveis climticas em distncias prximas rvore Duranteasmediesdoexperimento01,observou-seumcomportamento interessanterelacionadoumidade,nadistnciade10memrelaoaotroncoda rvore, em que a umidade alta, cerca de 100%, durante grande parte da manh. 63 Paratestararelaodaumidadeetemperaturaemdiferentesdistnciasem relaorvore,foramcolocadosseisregistradores,acopladosaotripecomas protees devidas, nas posies 2,5 m, 5 m, 7,5m, 10m, 12,5m e 15 m. Apartirdosdadoscoletados,constatou-sequeavariaodatemperatura mnima,masasalteraesdaumidadesobemconsiderveis(Figura35e36).Na distncia de 7,5 metros do tronco da rvore, a umidade permanece saturada quase todo operododamanhetambmficaaltaaolongododia.Concluiu-sequeaumidade pode camuflar o valor real da atenuao da temperatura do ar.Paramelhorverificaressecomportamentoespecfico,oexperimentofoi realizadoemtodososindivduoseagrupamentosarbreos,noperodode3dias, durante 12 horas (das 6h s 18h) e em direes diferentes (leste, oeste e norte). Variao da Temperatura17181920212223242506:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00HoraC2,5m 5m 7,5m 10m 12,5m 15m Figura 35 Variao da temperatura em diferentes distncias Variao da Temperatura do ar Hora 64 Figura 36 Variao da umidade em diferentes distncias Variao da Umidade em diferentes Pontos606570758085909510006:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00Hora%2,5m 5m 7,5m 10m 12,5m 15mVariao da Umidade Relativa do ar Hora 65 4 ANLISE DOS RESULTADOS Segundo a metodologia descrita anteriormente (item 3), os dados obtidos e sua anlise so apresentados a seguir: 4.1 Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) Com FolhasSem Folha e FloresCom Flores Figura 37 Espcie analisada: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) O levantamento de dados do experimento 01 radiao solar, temperatura do ar, temperatura deglobo, umidadee velocidadesdo vento , foirealizadoem trs etapas distintas: com folhas (27 a 29 de maro de 2007); sem folhas (12 a 14 de setembro de 66 2007);ecomflores(21a23deagostode2007),(Figura37).Ondicedereafoliar (IAF) nas trs situaes com folhas, sem folhas, com flores, foi calculado atravs das fotostiradasnaposioortogonal,comlentesefeitoolhodepeixe,eencontrou-se, respectivamente,85,35%,46,61%e41,31%(Figura38).ATabela07apresentaos valoresdeenergiatotalincidente,atenuaodaradiaosolareerropadrodas mdiasdasatenuaes().Osgrficosdasmdiasdiriasdaradiaosolar,da temperaturadoar,daumidaderelativa,datemperaturadegloboedavelocidadedo vento, nas trs situaes, sero mostrados, respectivamente, pelas figuras de 39 a 41, 42 a 44, 45 a 47, 48 a 50, e 51 a 53. Com FolhasSem Folha e FloresCom Flores Figura 38 Foto: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) TABELA 07 Atenuao da radiao solar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.)Data Energia Total Incid. (kw h/m2) sol Energia Total Incid. (kw h/m2) sombra Atenuao da Radiao Solar(%) 26/03/20070, 5020, 10479,19 27/03/20070, 5040, 08582,99Com Folhas 28/03/20070, 5130, 08882,86 Mdia (c/ Folhas)81,68 1,24 15/08/20070, 4130, 23243,95 16/08/20070, 4330, 22747,53Sem Folhas 17/08/20070, 4120, 21847,70 Mdia (s/ Folhas)46,14 1,10 21/08/20070, 4010, 20349,28 22/08/20070, 4120, 19452,80Com Flores 23/08/20070, 4190, 20152,09 Mdia (c/ Flores)51,39 1,07 67 RADIAO SOLAR -Mdia dos dias 27 a29/03/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com Folhas00.10.20.30.40.50.60.70.80.9106:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00HoraRadiao Solar (KW/m2)sol sombra Figura 39 Atenuao da radiao: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com folhas RADIAO SOLAR -Mdia dos dias 15 a 17/08/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) sem Folhas00.10.20.30.40.50.60.70.806:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00HoraRadiao Solar (KW/m2)sol sombra Figura 40 Atenuao da radiao: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) sem folhas RADIAO SOLAR -Mdia dos dias 21 a23/08/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com Flores00.10.20.30.40.50.60.70.806:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00HoraRadiao Solar (KW/m2)sol sombra Figura 41 Atenuao da radiao: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com flores 68 TEMPERATURA MDIA DO AR - 27 a 29/03/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com folhas051015202530354006:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00HoraoC.SOMBRA 10M 25M 50M Figura 42 Temperatura mdia do ar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com folhas TEMPERATURA MDIA DO AR - 15 a 17/08/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) sem folhas0510152025303506:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00HoraoC.SOMBRA 10M 25M 50M Figura 43 Temperatura mdia do ar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) sem folhas TEMPERATURA MDIA DO AR - 21 a 23/08/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com flores0510152025303506:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00HoraoC.SOMBRA 10M 25M 50M Figura 44 Temperatura mdia do ar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.)com flores 69 UMIDADE MDIA DO AR -27 a 29/03/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com folhas010203040506070809010006:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00Hora%SOMBRA 10M 25M 50M Figura 45 Umidade mdia do ar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.)com folhas UMIDADE MDIA DO AR -15 a 17/08/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) sem folhas010203040506070809010006:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00Hora%SOMBRA 10M 25M 50M Figura 46 Umidade mdia do ar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) sem folhas UMIDADE MDIA DO AR -21 a 23/08/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com flores010203040506070809010006:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00Hora%SOMBRA 10M 25M 50M Figura 47 Umidade mdia do ar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com flores70 TEMPERATURA DE GLOBO - 27 a 29/maro/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com f olhas0510152025303506:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00Horam/sSOMBRA 10M 25M 50M Figura 48 Temperatura mdia de globo: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com folhas TEMPERATURA MDIA GLOBO - 15 a 17/08/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) sem folhas051015202530354006:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00HoraoC.SOMBRA 10M 25M 50M Figura 49 Temperatura mdia de globo: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) sem folhas TEMPERATURA MDIA GLOBO - 21 a 23/08/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com flores051015202530354006:0007:0008:0009:0010:0011:0012:0013:0014:0015:0016:0017:0018:00HoraoC.SOMBRA 10M 25M 50M Figura 50 Temperatura mdia de globo: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com flores 71 VELOCIDADE DO AR - 27 a 29/maro/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com folhas00.511.522.5306:0006:4007:2008:0008:4009:2010:0010:4011:2012:0012:4013:2014:0014:4015:2016:0016:4017:2018:00Horam/s27/3/2007 28/3/2007 29/3/2007 Figura 51 Velocidade do ar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.)com folhas VELOCIDADE DO AR - 15 a 17/agosto/2007Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) sem folhas00.511.522.533.544.506:0006:4007:2008:0008:4009:2010:0010:4011:2012:0012:4013:2014:0014:4015:2016:0016:4017:2018:00Horam/s15/8/2007 16/8/2007 17/8/2007 Figura 52 Velocidade do ar: Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) sem folhas VELOCIDADE DO AR - 21 a 23/agosto/2007IIp-Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.) com flores00.511.522.533.544.506:0006:4007:2008:0008:4009:2010:0010:4011:2012:0012:4013:2014:0014:4015:2016:0016:4017:2018:00Horam/s21/8/2007 22/8/2007 23/8/2007 Figura 53 Velocidade do ar: Ip-Amarelo (Ta