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I

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II

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Rua: Desembargador Hugo Simas, 137

CEP. 83203-742 – Centro Histórico, Paranaguá/PR

VOLUME ÚNICO

Novo Acordo Ortográfico e Obras Complementares

Janeiro de 2018

“O Espiritismo é uma racionalidade filosófica” (Alysson Mascaro, 2014).

I

Revisto e Atualizado

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ABREVIAÇÕES DOS LIVROS UTILIZADOS NA APOSTILA DO COEM

A ou E – Animismo ou Espiritismo? – Ernesto Bozzano. (Edição pdf).CE – O Centro Espírita – José Herculano Pires. (Edição pdf).CERE – Centro Espírita: Uma Revisão Estrutural – Mauro De Mesquita Spinola (Edição pdf).

CI – O Céu e o Inferno – Allan Kardec. (Edição pdf).CVV – Caminho, Verdade e Vida – Francisco Cândido Xavier. (Edição pdf).DM – Depois da Morte – Léon Denis. (Edição pdf).EA – Evolução Anímica – Gabriel Delanne. (Edição pdf).EDM – Evolução em Dois Mundos – Francisco Cândido Xavier. (Edição pdf).EM – Estudando a Mediunidade – Martins Peralva. (Edição pdf).EPC – O Espiritismo Perante a Ciência – Gabriel Delanne. (Edição pdf).ESE – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec. (Edição pdf).ETC – Entre a Terra e o Céu – Francisco Cândido Xavier (Edição pdf).FE – O Fenômeno Espírita – Gabriel Delanne. (Edição pdf).GE – A Gênese – Allan Kardec. (Edição pdf).LE – O Livro dos Espíritos – Allan Kardec. (Edição pdf).LM – O Livro dos Médiuns – Allan Kardec. (Edição pdf).ML – Missionários da Luz – Francisco Cândido Xavier (Edição pdf).MM – Mecanismos da Mediunidade – Francisco Cândido Xavier (Edição pdf).NDM – Nos Domínios da Mediunidade – Francisco Cândido Xavier (Edição pdf).NI – No Invisível – Léon Deni (Edição pdf).OP – Obras Póstumas – Allan Kardec. (Edição pdf).OVE – Obreiros da Vida Eterna – Francisco Cândido Xavier. (Edição pdf).PHA – Parapsicologia Hoje e Amanhã – José Herculano Pires. (Edição pdf).PSM – Pesquisa Sobre Mediunidade – Gabriel Delanne. (Edição pdf).QE – O Que é o Espiritismo – Allan Kardec. (Edição pdf).RE – Revista Espírita (1858-1869) – Allan Kardec. (Edição pdf).SM – Seara do Médiuns – Francisco Cândido Xavier. (Edição pdf).

Edição pdf – Livros e artigos disponíveis na Internet para leitura ou download gratuito.

Ibidem – “No mesmo lugar”. É usado nas citações de um texto para referir uma fonterepetida, na nota subsequente, da mesma obra (consequentemente, do mesmo autor),variando as páginas ou itens.

Idem – “Idêntico”. É usado nas citações de um texto para referir uma fonte repetida(consequentemente, do mesmo autor), na mesma página ou item. Sem precisar repetir apágina ou item.

II

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COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 1

INTRODUÇÃO

O COEM, CENTRO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃOMEDIÚNICA, é um programa de estudos que tem como base O Livro dosMédiuns e as demais obras da Codificação, bem como algumas obrassubsidiárias que utilizam o processo preconizado por Allan Kardec doaprendizado sistemático e gradativo, partindo do simples para o complexo.

O COEM se inspira no plano de 1868, apresentado por AllanKardec, que estabeleceu o Estudo Metódico e Sistematizado da DoutrinaEspírita e da Mediunidade, como base essencial do aprendizado.

Este trabalho veio preencher uma lacuna que, há muito se sentianas práticas mediúnicas espíritas – a falta de um programa Metódico eSistematizado de estudos e de treinamento progressivo da mediunidade.

O COEM compõe-se de sessões teóricas e de sessões deexercícios práticos, onde se faz o aprendizado teórico dos temas e tambémo exercício gradativo da mediunidade, como ensinado por Allan Kardec.Os exercícios práticos vão gradativamente aumentando o seu tempo deduração, partindo do treinamento da concentração até atingir odesenvolvimento de suas potencialidades mediúnicas.

O c urso “consiste em indicar os meios de desenvolvimentoda faculdade mediúnica, tanto quanto o permitam asdisposições de cada um, e, sobretudo, dirigir-lhe o empregode modo útil, quando ela exista. Esse, porém, não constitui ofim único a que nos propusemos”. (LM, Introdução).

O COEM está hoje em um Único Volume. Este compreende assessões teóricas, as sessões de exercício prático, os roteiros para estudodirigido, os testes de fixação e se reserva ao uso dos participantes.

O Manual de Aplicação, apresenta a metodologia do COEM comorientações detalhadas sobre constituições de grupos, programações,calendários, estudos em grupo, fichas de controle individual, gabaritos dostestes de fixação e sistema de avaliação dos participantes, para que possamser encaminhados aos diversos trabalhos do Casa Espírita, etc. Essemanual é para uso dos aplicadores deste programa.

O COEM não tem a pretensão de ser o único e Infalível métodopara o conhecimento da mediunidade e sua aplicação, muito menos a deuniformizar a prática espírita, mas sim é um esforço de uma equipe deespíritas preocupados com a orientação da mediunidade dentro dosprincípios fundamentalmente codificados por: ALLAN KARDEC.

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COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 2

1a. SESSÃO TEÓRICAA MEDIUNIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS, O SÉCULO XIX EAS IRMAS FOX, MESAS GIRANTES, DA AÇÃO DOS ESPÍRITOS

SOBRE A MATÉRIA, MEDIUNIDADE – CONCEITO.

A MEDIUNIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS

A mediunidade, por ser uma faculdade inerente ao ser humano, tem semanifestado em todos os tempos. Desde os escritos religiosos mais antigos, como os Vedas(cerca de dois mil anos A.C.), já se tem notícia de intercâmbio espiritual com os chamados“mortos”. Tal intercâmbio, porém, era feito somente por homens e mulheres dedicadosespecialmente ao mister religioso, eram os iniciados que às vezes levavam dezenas de anosse preparando para poderem, depois de desenvolvidas as suas faculdades mediúnicas,exercitar o seu poder sobre o povo, governantes, etc… por isso, eram pessoas temidas erespeitadas por todos.1

Como tais fenômenos eram tidos como maravilhosos, sobrenaturais, pordesconhecimento das leis que os regem, os indivíduos que podiam manter tal intercâmbioeram considerados privilegiados. Formados tais círculos sacerdotais, eram eles osresponsáveis pela orientação religiosa da massa. Na índia, na Pérsia, no Egito, na Grécia ouem Roma, sempre foi utilizada como meio de dominação e poder, dando nascimento a seitase fraternidades que funcionavam baseadas em longas e difíceis iniciações, e tinham, por fim,que estabelecer um certo espírito de disciplina e seleção.

Segundo Gabriel Delanne, A iniciação – comportava 3 graus: ➔No primeiro, eram formados todos os brâmanes do culto vulgar e os ecô-nomos (sacerdotes) dos pagodes (templos) encarregados de explorar a credu-lidade da multidão. Ensinava-se-lhes a comentar os três primeiros livros dosVedas, a dirigir as cerimônias e a cumprir os sacrifícios, os brâmanes do pri-meiro grau estavam em comunicação constante com o povo: eram seus dire-tores imediatos.

➔O segundo grau era composto dos exorcistas, adivinhos, profetas evocado-res de Espíritos que, em certos momentos difíceis, eram encarregados de atu-ar sobre a imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais. Elesliam e comentavam o Athara-Veda, repositório de conjurações mágicas. ➔No terceiro grau, os brâmanes não tinham mais relações diretas com amultidão, o estudo de todas as forças físicas e naturais do Universo era a suaúnica ocupação, e, quando se manifestavam exteriormente, faziam-no semprede longe e por meio de fenômenos aterrorizadores. (O Fenômeno Espírita, p. 7)

Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em facedos poderes mediúnicos que eram misturados maliciosamente com práticas mágicas e deprestidigitação. Na Bíblia são relatados vários fatos e eles se repetiam com tanta frequênciae de forma tão abusiva que Moisés, obrigado a comandar o povo hebreu pelo deserto em buscada Terra Prometida, acaba por proibir, no Deuteronômio, o uso da faculdade mediúnica.

Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha,nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, Nemencantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nemquem consulte os mortos, Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação aoSENHOR, e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora dediante de ti. (18: 10, 11 e 12).

1 Jacolliot, Louis – O Espiritismo na Índia. Editora: Edição pdf.

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COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 3

O SÉCULO XIX E AS IRMÃS FOX – AS MESAS GIRANTES

Entre proibir o uso indevido, abusivo, ilícito, da mediunidade e acomunicabilidade com o plano espiritual de uma forma genérica, há uma grande distância.Assim é que os espíritos (que nada mais são do que a alma dos que já partiram para omundo espiritual), continuaram a usar o canal mediúnico, para testemunharem a suaexistência e imortalidade.2

O Século XIX prenunciava grandes conquistas do homem em todos os setores e oespiritual não poderia permanecer sob a escravidão do tradicionalismo religioso. Assim queuma plêiade de espíritos comandados por Jesus, teve a incumbência de reavivar as verdadesespirituais, que jaziam sob o pó do convencionalismo religioso. Este movimento surgiu apósàs célebres mesas girantes, que fora o ‘vício’ da sociedade francesa, que por sua vez, setornaram populares após os acontecimentos mundialmente conhecidos da pequena cidade deHydesville, próxima a Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, onde duas irmãs, Katee Margareth, com 11 e 14 anos respectivamente, eram as médiuns de efeitos físicos, nasmanifestações de “raps”.

Meninas criadas em ambiente religioso adverso a tais ideias, pois erammetodistas, foram as responsáveis pelos fenômenos, graças à mediunidade que possuíam.No ano de 1848, os fenômenos alcançaram todos os jornais da época, abalandoconceituações científicas, filosóficas e até religiosas, com a evidência de que os mortos nosrodeiam e que podem usar de vários meios para se comunicarem conosco.

MANIFESTAÇÕES FÍSICAS – DA AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA

Com o advento das mesas girantes3, quis se explicar os seus movimentos usandoas teorias magnéticas, porém, por mais esforço que se fizesse, alguns fenômenos escapavamde tais explicações. Mesmo porque, desde Hydesville, o responsável pelos “raps” já seautoafirmava como sendo o espírito do mascate de nome Charles B. Rosma, cujo esqueletomais tarde foi encontrado acompanhado de seu baú de quinquilharias numa parede da velhacasa dos Fox.

As mesas girantes não se movimentavam somente, elas também, através depancadas, procuravam responder inteligentemente as questões que eram formuladas ealgumas que eram somente pensadas. Isso significava que havia um elemento inteligente portrás dos fenômenos.4 Seria a inteligência dos encarnados? As comunicações guardavam umsentido unitário característico de uma personalidade. Seria o desdobramento e a projeção deuma mente de um encarnado ali presente? As questões respondidas eram de umacaracterística superior a capacidade de qualquer um dos assistentes? Seria a mente domédium que tirava a informação de uma mente ausente e projetava sobre a mesa que semovimentava, respondendo completamente as questões, mormente quando o própriofenômeno teimava em se reconhecer como sendo a manifestação de uma entidadedesencarnada e dando provas de sua identidade?

Agora resta saber se o Espírito pode se comunicar com o homem, ou seja, sepode haver entre ambos troca de pensamentos. E por que não? O que é ohomem, senão um Espírito aprisionado num corpo? Por que o Espírito livre nãopoderia se comunicar com o Espírito cativo, como um homem livre secomunica com um que está aprisionado? Desde que se admita a sobrevivênciada alma, é racional negar a sobrevivência das afeições? Uma vez que as almas

2 Stecki, Henri. O Espiritismo na Bíblia. CCDPE, 2007.3 Wantuil, Zêus. As Mesas Girantes e o Espiritismo. Edição pdf.4 Kardec, Allan, O Livro dos Médiuns, item 60.

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COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 4

estão em todos os lugares, não é natural pensar que a de um ser que nos amoudurante a vida venha para perto de nós, que deseje se comunicar conosco e quepara isso se sirva de meios que estão à sua disposição? Durante sua vida nãoagia sobre a matéria de seu corpo? Não era ela, a alma, quem lhe dirigia osmovimentos? Por que razão após a morte do corpo e em concordância com umoutro Espírito ligado a um corpo não emprestaria esse corpo vivo paramanifestar seu pensamento, como um mudo pode se servir de uma pessoa quefala para ser compreendido? Separemos, por um instante, os fatos que, para nós, são incontestáveis eadmitamos a comunicação como simples hipótese, peçamos que os incrédulosnos provem, não por uma simples negação, visto que sua opinião pessoal nãopode valer por lei, mas por razões evidentes e inegáveis, que isso não épossível. Nós nos colocamos no seu terreno, e, uma vez que querem apreciar osfatos espíritas com a ajuda das leis da matéria, que tomem nesse arsenal algumademonstração matemática, física, química, mecânica, fisiológica e que provempôr a mais b, sempre partindo do princípio da existência e da sobrevivência daalma:1o.) que, o ser que pensa em nós durante a vida não pode mais pensar depois damorte,2o.) que, se pensa, não deve mais pensar nos que amou,3o.) que, se pensa nos que amou, não deve mais querer se comunicar com eles,4o.) que, se pode estar em todos os lugares, não pode estar ao nosso lado,5o.) que, se pode estar ao nosso lado, não pode comunicar-se conosco,6o.) que, por meio de seu corpo fluídico, não pode agir sobre a matéria inerte,7o.) que, se pode agir sobre a matéria inerte, não pode agir sobre um seranimado,8o.) que, se pode agir sobre um ser animado, não pode dirigir sua mão parafazê-lo escrever, e9o.) que, podendo fazê-lo escrever, não pode responder às suas questões nemlhes transmitir seus pensamentos. (LM, itens 5 e 6.)

MEDIUNIDADE – CONCEITO

Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau, é médium.Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio esão raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar.Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns. Usualmente, porém,essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnicabem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o quedepende de uma organização mais ou menos sensitiva (LM, item 159).

Como vimos, se os espíritos atuam sobre os objetos inanimados, fazendo delesinstrumentos para as suas manifestações inteligentes, nada os impede de atuarem sobre umaestrutura que já lhes é conhecida (por serem eles as almas dos chamados mortos), e que estadevidamente preparada para lhes servir de meio de manifestação entre os encarnados.

Assim, só existe mediunidade desde que haja manifestação ou intervenção deEspíritos. Não existe mediunidade sem a manifestação parcial ou ostensiva de Espíritos. Oque caracteriza a mediunidade é justamente o contato com os Espíritos que nada mais são doque as almas dos que deixaram a Terra ou de outros mundos e estão felizes ou infelizes,dependendo de seu grau de adiantamento.

O problema reside no fato de que o corpo que é utilizado pelos desencarnados évivo, tem um dono e responsável, esta condicionado socialmente por sua cultura e ao modoe forma de pensar e à de ser do espírito que o movimenta.

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COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 5

Assim, a faculdade que permite a um espírito encarnado “emprestar” o seuorganismo (não nos referimos somente ao corpo físico, senão ao complexo fisiológico eespiritual que é a criatura humana), para que através dele, uma inteligência desencarnada semanifeste em nosso meio, denominamos de Faculdade Mediúnica ou Mediunidade.

RESUMO

A mediunidade é uma faculdade natural da criatura humana e sempre existiu. Sãovários os relatos da História de todos os povos.

Para que o homem não se perca pelo materialismo ou pela fantasia religiosa,vieram os espíritos através da mediunidade, testemunhar que o espírito é imortal, sujeito auma evolução permanente, realizada através das reencarnações que se repetem nosincontáveis mundos habitados e que o Universo se acha regido pelas leis sábias de Deus.

O Século XIX, importante pelas descobertas e invenções, recebeu a atenção doplano espiritual e os espíritos comandados por Jesus intensificaram suas manifestações quederam origem ao Pensamento Espírita.

Os fenômenos de Hydesvilie, através das irmãs Fox, têm o significado históricodo início da Era do Espírito ou do Moderno Espiritualismo.

Podendo atuar sobre a matéria inerte, com muito mais razão podem atuar osespíritos sobre os encarnados, transmitindo-lhes seus pensamentos e emoções.

A mediunidade, sendo uma faculdade natural (não é privilégio de ninguém)permite que por meio da sintonia, haja a transmissão do pensamento e da vontade de um serdesencarnado.

Bibliografia: Arthur Connan Doyle. História do Espiritismo, Cap. 1 e 5.Ernesto Bozzano. Breve História dos raps.Gabriel Delanne. O Fenômeno Espírita, Cap. 1 – A Alma é Imortal, Cap. 1.Léon Denis. No Invisível, Cap. 5 e 6 – Depois da Morte, Cap. 1 a 7 – Espíritos e Médiuns, Cap. I.Zeus Wantuil. As Mesas Girantes e o Espiritismo, Cap. 1 a 4.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.Sugestão para a divisão do Trabalho: O Monitor poderá dividir o seu grupo em 4 (quatro)grupos. Cada um deles estudará e elaborará um relatório de um subtema pesquisado durante50 minutos. Forma-se novamente o grupo original, apresentam-se os relatórios parciais e or-ganiza-se um relatório global, após o debate ou esclarecimentos dos pontos levantados nosrelatórios parciais. Cada grupo, na primeira parte do trabalho, deverá ter um coordenador eum relator. O estudo, nesta primeira parte, deve ser feito em tom baixo de voz (cochicho),para que se mantenha um bom ambiente de trabalho. A segunda parte do Estudo Dirigidodeverá ser feita em 40 minutos (máximo).

Grupo 1A Mediunidade Através Dos Tempos (Histórico)

a) As crenças antigasb) A índiac) O Egitod) Chinae) A Pérsiaf) A Gréciag) Os primeiros cristãosh) A escola neoplatônica de Alexandriai) As mesas giratórias entre os romanos j) A Idade Media

A Alma é Imortal e O Fenômeno Espírita deGabriel Delanne, Cap. I.

Grupo 2O Século XIX (Os tempos modernos)a) A Família Fox (Irmãs Fox)b) As Mesas Girantes e Falantes

O Fenômeno Espírita de Gabriel Delanne,Cap. II (Na América), As Mesas Girantes e oEspiritismo de Zeus Wantuil, ns 1 e 2, A Gê-nese, 14:40); O Principiante Espírita, item 31,89 (As mesas girantes) e 93 (O Codificador),Revista Espírita, dezembro de 1860 (Históriado Maravilhoso), O Livro dos Médiuns, Itens60-64.

Grupo 3Da Ação Dos Espíritos Sobre A Matéria

LM, itens 52-59.

Grupo 4Mediunidade – Conceito

a) Considerações,b) Conceito de mediunidade

No Invisível de Leon Denis, Cap. IV (AMediunidade).

1a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

CONCENTRAÇÃO – NOÇÕES GERAIS PREPARAÇÃO DO AMBIENTE ÍNTIMO DESDE CEDO.

Convergência de pensamentos para um determinado fim. A convergênciapressupõe a eliminação de todos os pensamentos que não sejam convenientes aos finsdesejados. A abstração ou esquecimento dos problemas comuns que perturbam a nossa vidaíntima, deve ser exercitada. A reunião depende em muito do ambiente formado por todos oscomponentes do grupo, Através do exercício dos bons pensamentos e da elevação dossentimentos, o ambiente se satura de elementos espirituais (fluídicos) que favorecem ointercâmbio. Sem o preparo devido que deve começar desde a manhá, evitando-se emoçõesviolentas. atritos, desequilíbrios físicos e espirituais, sem o bom hábito de leituras sadias e oexercício dos bons sentimentos, dificilmente a pessoa, durante a sessão, tem tranquilidadesuficiente para se dedicar tão somente aos fins elevados da sessão.

Consultar: Vinha de Luz, Cap. 21 e Encontro Marcado, Cap. 14 de Francisco Cândido Xavier.

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2a. SESSÃO TEÓRICAMEDIUNIDADE: CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SEUS EFEITOS

TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS E ESPONTÂNEAS.

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SEUS EFEITOS

Os fenômenos mediúnicos podem ser de duas ordens:1) materiais, físicos ou objetivos,2) intelectuais ou subjetivos.

FENÔMENOS DE EFEITOS MATERIAIS, FÍSICOS OU OBJETIVOS:São os que sensibilizam diretamente os órgãos dos sentidos dos observadores.

Podem se apresentar sob variadas formas, tais como:1) Materializações (de espíritos, objetos, etc),2) Transfigurações (modificação dos traços fisionômicos do próprio médium),3) Levitações (erguimento de objetos e pessoas, contrariando a lei da gravidade),4) Transporte (entrada e saída de objetos de recintos hermeticamente fechados),5) Bilocação ou Bicorporeidade (aparecimento do espírito do médium desdobrado sob

forma materializada, em lugar diferente ao do corpo), 6) Voz direta (vozes dos espíritos que soam no ambiente, independentemente do

médium, através de uma garganta ectoplásmica),7) Escrita Direta (palavras, frases, mensagens, escritas sem utilização da mão do médium),

8) Mesas falantes ou Tiptologia (sinais por pancadas formando palavras e frasesinteligentes),

9) Sematologia (movimento de objetos sem contato físico, traduzindo uma vontade, umsentimento, etc).

FENÔMENOS DE EFEITOS INTELECTUAIS OU SUBJETIVOSSão os que ocorrem na esfera subjetiva, não ferindo os cinco sentidos, senão a

racionalidade e o intelecto. Podem se apresentar de variada forma, tais como:

a) Intuição,b) Vidência,c) Audiência,d) Desdobramento,e) Psicometria,

f) Psicografia,g) Psicofonia.

À generalidade destes dois últimos tipos de fenômenos intelectuais (psicografia epsicofonia) tem-se denominado vulgarmente de incorporação mediúnica.

Ressalte-se, todavia, que não ocorre a “introdução” do espírito desencarnado nocorpo do médium, senão uma associação de seus fluidos com os do médium, resultantes dasfaixas vibratórias em que se encontrem e que pela lei da sintonia e da assimilação seidentificam formando um complexo emissor (espírito desencarnado), transmissor (fluidoscombinados do espírito comunicante e do médium) e receptor (médium).

Fenômenos que ocorrem quando o espírito do próprio médium, em fase especial ou não de transe, fica num estado de lucidez espiritual, percebendo pelos sentidos espirituais.

Fenômenos que ocorrem por ação direta de uma entidade espiritual sobre o médium, ocupando parcial ou totalmente a sua organização psicofísica para se comunicar.

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TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS

Se temos um efeito: o fenômeno físico, ele deve ter uma causa. Se ela não for físicadeverá ser transcendental. Vamos nos deter no caso dos fenômenos mediúnicos produzidos pe-los espíritos desencarnados buscando saber como se opera esta ação, qual seu mecanismo.

Inicialmente esclareça-se: estas teorias não nasceram dos cérebros humanos masforam eles próprios, os espíritos desencarnados, quem as deram.

Fizeram-nos conhecer primeiro a sua existência independente da matéria física edo corpo carnal, em segundo, a existência de um invólucro semimaterial que lhes serve decorpo no mundo espiritual e que tem possibilidades de ação sobre a matéria física.

O Fluido Cósmico Universal (F.C.U.), sendo uma criação da Divindade é oelemento primordial para a formação da matéria tal como a conhecemos, sob as mais variadasformas e também pela da matéria invisível, que da “materialidade” ao mundo espiritual. Osfluidos, nas suas diversas categorias, são modificações mais ou menos pronunciadas do F.C.U.,que é o elemento básico da formação do universo (não é a fonte da inteligência, que tem suasede no princípio espiritual, não-material por natureza). O perispírito (corpo espiritual) éconstituído pelo F.C.U. modificado, e é variável na sua maior ou menor condensação, o quelhe das propriedades especiais para agir sobre a matéria. É o intermediário entre o espíritopropriamente dito e o corpo físico, formando-se, dessa forma, o complexo humano (homemencarnado) é composto de: 1. espírito, 2. perispírito, 3. corpo físico.

Para atuar sobre um objeto inanimado, o espírito desencarnado combina o seufluido perispiritual com o fluido que se desprende do médium, satura os espaçosinteratômicos e intermoleculares da matéria (sabe-se que ela não é contínua, senão para osnossos sentidos ainda muito pobres, a matéria é cheia de espaços vazios tendo apenas umapequena porcentagem de massa propriamente dita, afirmam alguns que se retirando todos osespaços vazios da matéria que forma a Terra ela se reduziria ao tamanho de uma bola defutebol), e com a força do pensamento age movimentando o que e como deseja, podendoalcançar ou não sucesso no seu empreendimento de acordo com outras circunstâncias. Hapois uma continuidade perfeita entre a mente do espírito com o objeto movimentado, atravésdos elementos intermediários de natureza fluídica (semimaterial), o perispírito e os fluidos.

Mesmo sem alterar as proporções, muitas vezes é suficiente uma simples modi-

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COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 9

ficação na forma de agregação molecular para mudar as propriedades. E assimque um corpo opaco pode tornar-se transparente e vice-versa. Desde que o Es-pírito, por meio de sua vontade, pode agir tão decisivamente sobre a matériaelementar, compreende-se que possa formar substâncias e até mesmo desnatu-rar as suas propriedades, usando a própria vontade como reativo. Esta teorianos dá a solução de um problema do magnetismo, bem conhecido, mas até hojeinexplicável, que é o fato da modificação das propriedades da água pela vonta-de. Segundo o pensamento espírita, o Espírito agente é o do magnetizador, namaioria das vezes assistido por um Espírito desencarnado. Ele opera uma trans-mutação por meio do fluido magnético que, como já dissemos, é a substânciaque mais se aproxima da matéria cósmica ou elemento universal. E se ele podeproduzir uma modificação nas propriedades da água, pode igualmente fazê-lono tocante aos fluidos orgânicos, do que resulta convenientemente dirigida.(L.M, itens 130 e 131).

Pelo fato dos espíritos mais atrasados vibrarem em faixas próximas das da Terrae terem interesses materiais, possuem, em suas organizações perispirituais, por umfenômeno de absorção automática, resíduos de fluidos grosseiros, materiais, que facilitam aobtenção de fenômenos mediúnicos físicos, por isto se prestam mais a estes tipos de efeitossendo dirigidos, algumas vezes, por espíritos superiores.

Deverá haver uma certa simpatia entre os vários elementos que formam os“degraus” do processo, desde os que o dirigem até o médium que é o instrumento doador.

MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS

Em alguns lugares, tal como aconteceu com as irmãs Fox, em Hydesville,iniciam-se fenômenos ostensivos, contrariando o modo de encarar tais acontecimentos peloshabitantes da casa. São “raps”, trans portes, barulhos insólitos e outros fenômenos queocorrem sem haver uma predisposição consciente e formal para consegui-los, ocorremespontaneamente. Sua finalidade e despertar a atenção dos circunstantes e dos que delestomarem conhecimento, para a existência do mundo espiritual, ou se comunicar paraexternar algum desejo, ou, ainda, ser causa de perturbação, pois que,às vezes,têm caráter deperseguição por vingança, podendo estar dentro de um processo obsessivo.

Mas, o mais das vezes, tais fenômenos são produzidos por espíritos levianos ebrincalhões, que se aproveitam das faculdades de um ou de outro encarnado que desconheçao fato, para manipular tais fluidos, atuando sobre a matéria, com o fim de se divertirem.Cuidar para não confundir fenômenos autênticos com grosseiras mistificações que ocorremcom o intuito de autopromoção, ou ainda com fenômenos puramente materiais que osfanáticos, místicos e mal informados têm na conta de transcendentais.

O melhor que se tem a fazer é: 1) não dar atenção quando o fenômeno forproduzido por espíritos brincalhões, 2) orientar, quando por espíritos ainda perturbados evingativos, 3) atender as solicitações, quando justas, daqueles que partiram, se puderrealizar alguma coisa, porém, a prece sincera e partida do íntimo da alma, lhes tocará ocoração e os ajudara naturalmente.

A execução de tais fenômenos é de espíritos ainda inferiores, mais próximos domeio material, porém a provocação dos fenômenos só ocorre com a permissão dos superiores.Diante dos fenômenos de efeitos físicos é preciso cautela e analisar friamente se não são:

1. frutos da imaginação ou de alucinações,2. de causa física conhecida (vento, galhos de árvores, animais),3. mistificações (fraudes por pessoas inescrupulosas),

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Só então, eliminadas tais possibilidades, aceitar os fenômenos como autênticos eagora analisá-los para descobrir o motivo pelo qual ocorrem, que pode ser:

1. perseguições,2. desejo de comunicar-se para pedir alguma coisa3. brincadeiras para assustar,4. intenção de provar que o espírito é uma realidade.

Devemos nos precaver não somente contra os relatos que podem ser mais oumenos exagerados, mas também contra nossas próprias concepções,criações mentais, e não atribuir origem oculta a tudo o que não secompreende. Uma infinidade de causas muito simples e muito naturaispodem produzir efeitos estranhos à primeira vista, e seria verdadeiramentesuperstição ver em todos os lugares Espíritos ocupados em derrubar móveis,quebrar louças, enfim, suscitar mil e um inconvenientes no lar, quando émais racional atribuí-los a descuidos. As manifestações espontâneas se produzem muito raramente em locaisisolados, acontecem geralmente em casas habitadas e na presença dealgumas pessoas, que exercem uma influência necessária sem o querer,essas pessoas são verdadeiros médiuns que ignoram o dom que possuem eque chamamos, por isso mesmo, de médiuns naturais. Primeiramente, é preciso que o Espírito o queira, que tenha um objetivo, ummotivo, sem isso, ele não faz nada. Depois, é preciso que encontreexatamente no lugar em que gostaria de agir uma pessoa apta a ajudá-lo,coincidência que ocorre muito raramente. Se essa pessoa aparecer no localinesperadamente, ele tira proveito disso. Apesar do conjunto decircunstâncias favoráveis, ele pode ainda ser impedido por uma vontadesuperior, que não lhe permite agir a seu modo. Pode ser-lhe permitido fazê-lo apenas dentro de certos limites e caso essas manifestações sejam julgadasúteis, seja como meio de convicção ou como prova para a pessoa. (LM,91-93)

Ha que se diferenciar dos anteriores, os fenômenos ditos de transporte, nos quaisa intenção dos que o promovem e benévola e a natureza dos objetos é graciosa e a formapela qual são trazidos é delicada. Geralmente são flores, perfumes, joias e outros objetos quenão se encontravam antes no recinto. Lembrar que tais fenômenos se prestam amistificações, por isso manter-se sempre em guarda contra as fraudes e os embustes. Nãoconfundi-los com mágica e prestidigitação que dependem da habilidade de quem aspromove. O médium deve ter uma mediunidade especial para esse efeito e o espírito que sedisponha realizá-lo também deve estar em condições e a sintonia entre os dois deve ser amais perfeita possível, senão o fenômeno não ocorrerá.

FENÔMENOS DE EFEITOS INTELECTUAIS OU SUBJETIVOS

Na intuição, a mente do médium capta do ambiente espiritual externo ou daprofundeza de seu próprio psiquismo, da mente de um encarnado ou de um desencarnadopróximo ou distante, certas informações que o ajudam a esclarecer uma questão, resolver umproblema, tomar uma atitude, etc...

Na vidência, audiência e psicometria, por um estado de maior ou menorexteriorização perispiritual com a consequente libertação dos sentidos anímicos que seacham obscurecidos no seu funcionamento pelo contato com a matéria grosseira do corpofísico, pode o espírito ouvir e ver o que se passa no plano espiritual e no caso da psicometria

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recapitular ocorrências ligadas a um objeto com que tenha tomado contato. Este estadoespecial que definimos como de lucidez espiritual, com ou sem transe aparente, possibilitamaior liberdade ao espírito do médium e o coloca em condições favoráveis de assimilar ascorrentes do pensamento das outras entidades do mesmo estado de liberdade espiritual etransmitir tais ideias, pensamentos e vontades pela escrita automática, semiautomática ouintuitiva no fenômeno da psicografia, ou enunciá-las através da palavra caracterizando ofenômeno da psicofonia.

RESUMO

Segundo seus efeitos, a mediunidade pode ser classificada em:1) de efeitos físicos ou objetivos – é a que sensibiliza diretamente os sentidos e pode se

manifestar como: a) materializações de objetos e de pessoas já falecidas, b)transfigurações, c) levitações, d) transportes, e) bilocações, f) voz direta, g) escritadireta, h) tiptologias, i) sematologias.5

2) de efeitos intelectuais ou subjetivos – é a que fere a racionalidade e o intelecto e podese manifestar como: a) intuição, b) vidência, c) audiência, d) psicometria, e)desdobramento, f) psicografia, g) psicofonia.

Os fenômenos de efeitos físicos dependem da mistura de fluidos dos espíritoscom os do médium que às vezes não sabe que o é.

Todas as formas e categorias de fluidos derivam de um elemento primordial: oFluido Cósmico Universal.

O perispírito dos encarnados, como dos desencarnados, é formado de FluidoCósmico Universal que se modifica individualmente de acordo com a evolução do espírito,se apresentando denso quando aquele é atrasado, e leve, quando elevado.

A vontade do espírito tem uma ação mecânica acentuada sobre o perispírito esobre os fluidos de acordo com a intensidade com que seja projetada e sustentada.

Os fenômenos físicos espontâneos geralmente ocorrem com a finalidade de: a)assustar as pessoas, b) chamar a atenção para a existência do mundo espiritual, c)necessidade dos espíritos de se comunicarem para pedirem alguma coisa, d) perseguição,atormentando as pessoas.

São produzidos por espíritos de categoria ainda inferior e que não poderão, pelosimples fato de serem espíritos, explicar a mecânica do fenômeno, pois os produzem namaioria das vezes sem os compreender.

Antes de aceitar um fenômeno como espírita, verificar se não é: a) fruto daimaginação, b) produzido por causa física conhecida, c) mistificação ou brincadeira dealguém encarnado.

Nos fenômenos de transporte há uma finalidade de provar a possibilidade quetem alguns espíritos, usando médiuns especiais, de transportarem, através da matéria, flores,perfumes, joias, objetos variados, restituindo-os ao local de origem após a constatação dofenômeno.

Os fenômenos mediúnicos intelectuais dependem de um estado especial daconsciência que se caracteriza pela exteriorização do perispírito do médium que, mais livredas vibrações grosseiras da matéria, entra na posse dos seus sentidos espirituais podendoentão sentir a amplitude do Mundo Invisível que nos rodeia.

5 Sematologia: (do grego semâ, sinal, e logos, discurso). Linguagem dos sinais. Comunicação dos Espíritos pelomovimento dos corpos inertes. (LM, Cap. 11).

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Em tal estado, por um fenômeno de associação e assimilação da onda dopensamento dos desencarnados o médium serve-lhes de instrumento, inconsciente6 ouconsciente conforme a maior ou menor exteriorização conseguida.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 2 ao 5, 9 ao 15 – Revista Espírita, 1858(jan, maio e jun), 1859 (maio, ago e sete), 1860 (maio), 1863 (maio), 1864 (out).Léon Denis. No Invisível, 16 ao 18 – Espíritos e Médiuns, Cap. II..Gabriel Delanne. O Fenômeno Espírita, 2a. Parte, Cap. 1.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Classificação da Mediunidade Segundo osFenômenos de Efeitos Físicos, Materiais ou

Objetivos.a) Fenômenos de Efeitos Físicos: Conceitos

e Significações (LM, itens 60 e 159).b) As diversas formas de fenômenos de

efeitos físicos (LM, itens 159, 139 a 142,146, 150, 160, 161 e 177).

c) Explicação dos fenômenos de efeitosfísicos (LM, itens 92, 93, 73, 74, 146,148, 150, 151, 162 e 163)

Grupo 2Classificação da Mediunidade Segundo os

Fenômenos de Efeitos Intelectuais ouSubjetivos.

a) Fenômenos de efeitos intelectuais:Conceitos e Significações (LM, itens65, 66, 69, 71 e 139).

b) As formas de fenômenos de efeitosintelectuais (LM, itens 139 a 141,157, 164 a 167, 172, 173, 178 e 179).

c) Psicografia e Psicofonia (LM, itens157, 178).

d) d) A intuição (LM, item 180).

Grupo 3Teoria das Manifestações Físicas

a) Conceitos (significação do fenômeno)LM, item 60.

b) Explicação do fenômeno (LM, itens61 a 63, 72 a 79).

c) Ação dos fluidos sobre os objetos(LM, itens 76 e 77).

d) As qualidades dos fluidos (LM, item 74).

Grupo 4Manifestações Físicas Espontâneas

a) Tipos de manifestações (LM, itens 82 a 88).

b) Finalidades dessas manifestações (LM,itens 85, 89, 90 e 91).

c) Elementos necessários a ocorrência dessasmanifestações (LM, itens 93 e 94)

6 Não confundir o termo Inconsciente utilizado por Kardec em alguns momentos no sentido de “que não é dotado deconsciência; incônscio, que está privado de consciência”. Com o termo Inconsciente utilizado por Freud na Psicanálise.a) Um receptáculo de lembranças traumáticas reprimidas; b) Um reservatório de impulsos que constituem fonte deansiedade, por serem socialmente ou eticamente inaceitáveis para o indivíduo.

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2a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

CONCENTRAÇÃO – RELAXAÇÃO E ABSTRAÇÃO – ELEVAÇÃO.

A relaxação deverá ser completa: muscular e psíquica.

Para tanto, evitar todas as causas, pelo menos no dia da reunião, que levamo indivíduo a uma tensão.

Preparado convenientemente durante o dia, procurar alimentar-sefrugalmente, evitando problemas de sobrecarga física, vestir-se com sobriedade,evitando roupas e calçados apertados.

Durante a reunião, manter-se relaxado, respirar calmamente, tomar na ca-deira uma posição cômoda, solta, evitando contrair os músculos, para facilitar umbem-estar físico.

A abstração quer dizer desligamento de problemas outros que não digamrespeito às finalidades da sessão, problemas domésticos, particulares, etc.

A relaxação proporcionando um bem-estar fisiológico e a abstraçãoevitando tensões psíquicas, dão condições para que o indivíduo possa focalizar seupensamento em objetivos elevados.

Pensar no bem, no amor, na caridade, nas virtudes que exortam o caráter doverdadeiro homem de bem. (ESE, 17:3)

O resultado da reunião depende da concentração e da elevação com que éfeita.

Consultar: Caminho, Verdade e Vida, item 178. Emmanuel, Psicografia de FranciscoCândido Xavier.

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3a. SESSÃO TEÓRICADA NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES – COMUNICAÇÕES:

GROSSEIRAS, FRÍVOLAS, SERIAS, INSTRUTIVAS –MORALIDADE.

DA NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES

Desde o instante que se observou com cuidado e detalhes as manifestaçõesobjetivas (fenômenos de efeitos físicos), e se pôde concluir pela inteligência extrafísica queos provocava e dirigia, e que se dizia ser a alma de uma pessoa já falecida dando provas deidentificação, um mundo novo se abriu aos olhos da humanidade: o Mundo Espiritual,habitado pelos seres invisíveis, que pelo fenômeno da morte já haviam abandonado oveículo físico.

Notou-se, porém, que os espíritos não somente se manifestavam, senãoprocuravam estabelecer um diálogo esclarecedor a respeito das verdades espirituais, agorareconhecidas, estabelecendo assim uma verdadeira comunicação.

Respondiam perguntas, esclareciam pontos obscuros, discorriam com seriedadesobre questões controvertidas, faziam revelações.

Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, sendo homem dotado deextraordinário bom-senso, todavia, concluiu, primeiro, que nem todos os espíritos estãoaptos a responder todas as questões, e que cada um só pode falar daquilo que sabe, nãohavendo impedimento porém que espíritos levianos, aproveitando-se da credulidade e doexcesso de fé de alguns, impingissem certas orientações e ensinos que não suportam o maisleve raciocínio analítico e lógico. Segundo, em decorrência do primeiro juízo, concluiu quehá uma verdadeira hierarquia entre os espíritos, sendo que as suas posições se definemgraças a um desenvolvimento intelectual e moral adquirido na terra. Em consequência, ascomunicações dos espíritos “não devem assemelhar-se mais do que as dos homens, desde oselvagem até o europeu mais esclarecido”. (LM, item 133). Segundo suas características, asComunicações podem ser divididas em:

a) grosseiras,b) frívolas,c) sérias,d) d) instrutivas.

COMUNICAÇÕES: GROSSEIRAS, FRÍVOLAS, SERIAS, INSTRUTIVAS

GROSSEIRAS: São comunicações cheias de termos chulos, baixos e indecorosos, provém deespíritos inferiores, ignorantes e revoltados que extravasam o que lhes vai na alma.Geralmente são entidades obsessoras que se comunicam através daqueles a quemperseguem. Em trabalhos especiais essas entidades podem também se comunicar pormédiuns que caridosamente lhes proporcionem tal oportunidade, porém, a comunicação nãoterão caráter grosseiro devido á boa educação mediúnica, que a filtra, reprimindo o que sejaindesejável. De acordo com o caráter dos espíritos grosseiros, elas podem ser:

a) triviais, b) ignóbeis (desprezível, vil, repugnante ou insignificante),c) obscenas,d) insolentes,e) arrogantes,f) malévolas,g) ímpias.

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FRÍVOLAS: Emanam de espíritos:a) levianos,b) zombeteiros,c) brincalhões,d) maliciosos.São comunicações verborrágicas e que não trazem conteúdo algum, às vezes

pontilhadas de absurdos, pois são destituídas de todo senso lógico. Nada tem de indecorosoe também nada tem de sério, são mensagens de irresponsáveis.

Esses Espíritos têm às vezes tiradas espirituosas e mordazes e, no meiode gracejos banais, dizem, muitas vezes, duras verdades que sempreferem com justeza. Espíritos levianos vivem ao nosso redor e aproveitamtodas as situações para se intrometerem nas comunicações, a verdade é oque menos os preocupa, eis por que sentem um maligno prazer emenganar os que têm a fraqueza e algumas vezes a presunção de crer noque eles dizem. As pessoas que se satisfazem com essa espécie decomunicação fornecem naturalmente acesso aos Espíritos levianos eembusteiros, os Espíritos sérios se afastam disso, assim como entre nósos homens sérios se afastam das companhias más. (LM, item 135).

Geralmente são os espíritos que se prestam a revelar o futuro, a fazer predições, adar palpites no destino da criatura humana que, com pouca orientação e segurançadoutrinária, busca seus conselhos através das cartomantes, sortistas, etc.

SERIAS: São ponderadas quanto ao assunto e elevadas, elegantes quanto à forma. Os Espíritos sérios não são todos igualmente esclarecidos, há muitascoisas que ignoram e sobre as quais podem enganar-se de boa-fé, eis porque os Espíritos verdadeiramente superiores sempre nos recomendamsubmeter todas as comunicações ao exame, ao crivo, da razão e da maissevera lógica. É preciso, portanto, distinguir as comunicações sérias dasfalsas, isto é, das aparentemente sérias, o que nem sempre é fácil, porqueé exatamente usando de uma linguagem pretensiosamente superior erebuscada que certos Espíritos presunçosos ou pseudossábios procuramfazer prevalecer as ideias mais falsas e os sistemas mais absurdos, e paradarem a si mais crédito e mais importância esses Espíritos não têm omenor escrúpulo de utilizar os mais respeitáveis e até os mais veneráveisnomes. Eis aí um dos maiores obstáculos do Espiritismo prático.Voltaremos à questão mais tarde, quando abordaremos todas as faces de umassunto tão importante ao mesmo tempo em que faremos conhecer o perigoe os meios de se prevenir contra as falsas comunicações. (LM, item 136).

INSTRUTIVAS: São as que tem o caráter sério, são verdadeiras e induzem a algumesclarecimento particular ou geral no campo da ciência, da filosofia e da moral. São tantomais profundas quanto mais elevado (desmaterializado) for o espírito que as ditam. Temcomo características a continuidade, a regularidade e tal esforço dos espíritos secunda o dosencarnados interessados no estudo e no esclarecimento, ficando entregue aos espíritoslevianos e zombeteiros os que veem nas comunicações simples diversão e entretenimento.Em uma reunião de pessoas interessadas somente em passatempo, que faria um homem debem e de ciência? O mesmo ocorre no mundo espiritual. o meio seleciona a categoria deespíritos que atua sobre si.

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Ao dar às comunicações a qualificação de instrutivas, supomos que elassejam verdadeiras, porque uma coisa que não é verdadeira não pode serinstrutiva, mesmo que dita na linguagem mais imponente. Não podemos,pois, incluir nessas categorias certos ensinamentos que têm de sérioapenas a forma, muitas vezes empolada, rebuscada e enfática, com a qualos Espíritos que os ditam, mais presunçosos do que sábios, tentam iludiros que os recebem. Esses Espíritos, não podendo suprir a substância quelhes falta, não podem sustentar por muito tempo seu papel, logo se traeme revelam seu lado fraco, desde que suas comunicações tenhamsequência ou que se exija deles clareza e autenticidade. (LM, item 137).

MORALIDADE

Do latim mores:‘relativo aos costumes’, ‘a ciência dos deveres’ e ‘a arte de bemviver’. “Na etiologia e na história é termo derivado de costumes (mores) e na sua origemmoralidade significa adesão aos costumes considerados essenciais à sua saúde e àpreservação da sociedade”.7 No Pensamento Espírita, Moral é o Sentimento Deliberativo8 enão a Moral Estabelecida9 como muitas vezes vemos e ouvimos de alguns. Moral deveriaser o Oposto de Religião ou Tradição. Quanto mais moralmente se mostra um povo e maismoralmente nos fazemos presente, menos repressão externa (polícia, exército, radares,câmeras, religiões, etc) precisamos. A Conduta Moral Espírita entendida por Kardec é emprincípio Platônica (Meditativa) e a posteriori Deliberativa (Kantiana), ou seja, quandoninguém estiver te olhando você deverá deliberar o que fazer e o que não fazer e nãosimplesmente ser uma pessoa ética quando muitos te olham e desonesto quando ninguém teobserva. Isto é bem demonstrado com a história apresentado no livro A República de Platão,Cap. II onde Giges, um Pastor de ovelhas encontrou o anel da invisibilidade. Quando nãoutilizava o anel era cidadão pacato, bom e honesto, simbolicamente tudo o que se espera deum cidadão honrado (a melhor pessoa do mundo). Porém, quando usava o anel e se tornavainvisível perante os olhos da sociedade, fazia as mais infelizes barbaridades.

Fora de nós há a opinião que nos julga; mas, além disso, como a sociedade estárepresentada em nós, ela se opõe do interior de nós mesmos a essas veleidades(leviandades) revolucionárias; temos a impressão de que não podemos nosabandonar a isso sem que o nosso pensamento deixe de ser pensamentoverdadeiramente humano. É a própria autoridade da sociedade que se estende adeterminadas maneiras de pensar, que são como que as condiçõesindispensáveis de toda a ação comum.10

No – entanto, muitos confundem a Conduta Moral Deliberativa (dinâmica eperfectível) com a Moral Estabelecida ou repressora do “não farás”. Para entendermos oque isso significa é só pensarmos que na Moral Deliberativa você faz por consciência, ouseja, se tiver uma caixa de sorvete e ao lado uma caixinha para ser depositado o dinheiro,por Deliberação Moral, você pega o sorvete e coloca o dinheiro na caixa com muitanaturalidade. Na Moral Estabelecida (repressora), você colocará porque acredita quealguém ou alguma coisa te observa (“os olhos de Deus estão em todos os lugares”, “há aopinião que nos julga e observa”, “a câmeras de vigilância”), e se não nos sentirmosobservados ou constrangidos por alguém ou por essa força “maior”, não colocamos odinheiro e ainda nos gabamos de “espertos”. A Conduta Moral Deliberativa (profundamente

7 Durant, W. Filosofia da Vida, p. 88. 8 Porteiro, M. S. Origem das Ideias Morais, págs. 16-38 (Considerações Gerais sobre a Moral de Princípios). 9 Porteiro, M. S. Origem das Ideias Morais, págs. 39-77 (Considerações Gerais sobre a Moral Estabelecida). 10 Durkheim, É. As Formas Elementares da Vida Religiosa, p. 47.

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mais revolucionária11) é um ser sociopessoal, a Moral Estabelecida (Repressora) é um ser deinstâncias sociais.

A necessidade com que as categorias (padrões) se impõem a nós não é,portanto, efeito de simples hábito cujo poderíamos eliminar com um pouco deesforço; e menos ainda da necessidade física ou metafísica, já que as categoriasmudam de acordo com os lugares e os tempos; trata-se de uma espécieparticular de necessidade moral que é para a vida intelectual o que a obrigaçãomoral é para a vontade. (Durkheim, Idem).

Apesar de muitas vezes as palavras Moral e Ética (do grego ethos: ‘modo de ser’)serem utilizadas como sinônimos de conjunto de princípios ou padrões de conduta, nosentido filosófico existe uma diferença clara. A Moral é um conjunto de princípios e crençasorganizadas socialmente que orienta o comportamento dos indivíduos, apropriada aoscostumes e ao caráter de um povo, e se modifica com o tempo.12 A Ética preocupa-seexclusivamente em detectar princípios de sabedoria filosófica, elaborando reflexões sobre asrazões do porquê se deseja uma justiça e a maneira e os meios para alcançá-los.13

Os costumes são elaborações culturais para nortear a maneira de viver dohumano. “A moral estabelecida pelos costumes e leis civis é uma moral de circunstâncias ede interesses opostos, incapaz de traçar ao homem normas de conduta em concordância como direito natural e com o verdadeiro objeto de sua vida – que não é certamente viver porviver – e dar-lhe uma lei uniforme e de preferência sobre as ações morais, é uma verdadeque se evidencia por si mesma e seria atrevido quem pretendesse negá-la”.14

Enquanto os animais possuem um comportamento instintivo determinado pelanatureza, ou seja, em qualquer lugar ou tempo um João-de-barro, uma aranha, um cachorro,uma pomba, um cavalo, um gato ou qualquer outro animal repetem os mesmos comporta-mentos de forma automática, atendendo as suas necessidades biológicas de sobrevivência, ohumano, devido a sua plasticidade, possui capacidade de transcender a essas determinações,criando formas e respostas diversificadas às necessidades que a natureza lhe impõe e inven-tando novas necessidades.15 Assim, enquanto o animal repete seus atos em qualquer épocaou lugar, sem possibilidade de reflexão sobre si mesmo (ser-em-si), os homens, por meio dareflexão (ser-para-si) e da busca consciente da finalidade de seus resultados, modificam suasleis e costumes “segundo as épocas e os lugares, e disso resultam para ele necessidades dife-rentes e posições sociais correspondentes a essas necessidades”. (LE, item 635)

Certos costumes não passam de meras convenções sem nenhum aspecto moral,como o modo de usar a faca e o garfo à mesa. Mas certos costumes, como amonogamia, a poligamia, a endogamia (Casamento entre indivíduos do mesmogrupo) ou a exogamia (Casamento entre indivíduos pertencentes a gruposdistintos), o não matar da tribo e o matar fora dela, acabam por se tornar vitaispara o bem comum do grupo: desenvolve-se em imperativos categóricos – dosobedecidos sem exame – e não sustentado por meio de proibições, deexortações e excomunhões.16

Apesar da relatividade apresentada pela moral e suas possíveis variações filosóficas,podemos pensar na Moral Deliberativa, a “consciência como um direito naturalimprescritível”17. Assim, faremos tudo honestamente, tendo em vista o bem social de todos.

11 Porteiro, M. S. O Espiritismo Dialético. p. 36.12 Kardec, A. O Céu e o Inferno – Parte II, 4:5; A Gênese, 18:14.13 Japiassú, H. e Marcondes, D. Dicionário Básico de Filosofia, p. 93.14 Porteiro, M. S. Origem das Ideias Morais, págs. 17.15 Aranha, M. L. A. e Martins, M. H. P. Filosofando – Introdução a Filosofia, itens 1 e 3.16 Durant, W. Filosofia da Vida, p. 88.17 Kardec, A. Obras Póstumas, p. 512 (Constituição do Espiritismo).

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RESUMO

A todo efeito inteligente corresponde uma causa inteligente. Os espíritos sãoseres inteligentes que atuam sobre a matéria.

Nem todos os espíritos estão aptos a responder certas perguntas, porque cada umsó fala do que sabe.

Como há espíritos de todas as categorias, muitos levianamente falam do que nãoconhecem.

A posição transitória de maior ou menor categoria espiritual depende dodesenvolvimento moral e intelectual do espírito.

Segundo suas características, as Comunicações Espirituais podem ser divididas em:

GrosseirasComunicações inferiores, maldosas esegundo seu caráter, podem ser:a) triviais, b) ignóbeis, c) obscenas,d) insolentes,e) arrogantes, f) malévolas, q) ímpias.

FrívolasComunicações com-pridas e que não di-zem nada. Provém deespíritos: a) levianos, b) zombeteiros, c) brincalhões ,d) maliciosos.Os que buscam osaconselhamentos decartomantes, sortistas,etc… naturalmente seafastam dos espíritossérios e bons, ficandocomo joguetes nasmãos desses gozadores.

SériasComunicações que serevestem de elegânciana apresentação e sãoelevadas quanto ao as-sunto, mas podem serfalsas no ensino.

Geralmente espíritosastuciosos lançam mãodesse artifício para im-pingirem teorias e dou-trinas mirabolantes esistemas absurdos e fal-sos, tomando o nomede veneráveis persona-gens (apóstolos, santos,etc).

InstrutivasComunicações sérias everdadeiras, que indu-zem a criatura a um co-nhecimento fundamen-tado e lógico e ocorremnos meios interessadosem estudos para se me-lhorar e não apenas pa-ra matar a curiosidade.“São mais ou menosprofundas e mais oumenos verdadeiras, se-gundo o grau de evolu-ção e de desmateriali-zação do Espírito”.

(RE 1858 – janeiro)

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 10 ao 15 – O Que é Espiritismo, Cap.2, n.34 – Revista Espírita, 1860 (fev). Léon Denis. No Invisível, Cap. 5 e 6 – Depois da Morte, caps. 16 a 17 – Espíritos eMédiuns, Cap. III.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Manifestações Inteligentes – Comunicações

a) 1. Da causa inteligente das manifestações, 2.Utilidade prática das manifestações, 3. Distin-ção entre manifestações inteligentes e comuni-cação, 4) Escala Espírita” e as diferenças dascomunicações espíritas (LM, item 133).b)Espíritos imperfeitos (LE item 101).c) Bons espíritos (LE item 107).d)Espíritos puros (LE item 112 e 113)

Grupo 2Comunicações Inteligentes

a) A tiptologia por meio de básculo – processo,convenção, inconvenientes (LM, item 139).b)Distinção entre sematologia e tiptologia(exemplos). A tiptologia alfabética – tipos, pro-cessos, vantagens, desvantagens (LM, item 140).c) A tiptologia interior. Vantagens e desvanta-gens entre a tiptologia interior e a escrita (LM, item 64 e 142).

d) Instrumentos e aparelhos utilizados para ga-rantir a independência do pensamento domédium (LM, itens 143 e 144).e) O erro da generalização dos espíritos batedo-res (LM, item 145)

Grupo 3As Comunicações Grosseiras e as

Comunicações Sériasa)Características,b)Efeitos que produzem,c)Tipos de espíritos que as produzem,d)Intenções dos espíritos que as produzem,e) Recursos de que se utilizam os espíritos,f) Distinções necessárias,g)Cuidados necessários.

(LM, itens 134 e 136, LE itens 102, 104,105, 107 e 108).

Grupo 4As Comunicações Frívolas e as

Comunicações Instrutivasa)Características,b)Efeitos que produzem,c)Tipos de espíritos que as produzem,d)Intenções dos espíritos que as produzem,e) Recursos de que se utilizam os espíritos,f) Distinções necessárias,g)Cuidados necessários.

(LM, itens 135 e 137, LE itens 103, 104,109, 110, 111, 112 e 113).

3a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

MANUTENÇÃO VIBRATÓRIA

Conseguida a concentração após um preparo adequado por parte de todos oscomponentes do grupo, é necessário manter-se o ambiente saturado de elementos fluídicosfavorecedores do intercâmbio com o plano espiritual. Manter-se atento às ocorrências dareunião, evitando dispersar o pensamento para objetivos que não os da mesma. Pela vontadeexercitar-se na doação vibratória em favor de outros componentes do grupo e das entidadesespirituais que porventura estejam no recinto e precisem de vibrações de carinho, afeto,compreensão. Mentalmente, envolver a todos em pensamentos agradáveis, desejando-lhes omelhor que se possa dar, como se a nossa mente estivesse emitindo forças e palavras deconforto e esclarecimento. O cansaço após a concentração, denota esforço em sentidocontrário à boa vibração. Significa que está havendo mau atendimento às normas derelaxação e tranquilidade. A vibração feita com técnica não cansa, ao contrário, traz umbem-estar profundo ao emitente, pela troca de bons fluidos que se estabelece nessasocasiões.

Consultar: Caminho, Verdade e Vida, item 155 e Encontro Marcado, pag. 41 de FranciscoCândido Xavier.

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Hora de Exercitar 1!Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 1a. Sessão

Teórica, 1a. Sessão de Exercício Prático e 2a. Sessão Teórica.

A) Assinale a resposta MAIS CORRETA.

1) Faculdade Mediúnica É:(a) Faculdade que permite a um espírito encarnado emprestar seu organismo para que,através dele, uma inteligência desencarnada se manifeste em nosso meio.(b) Faculdade que permite a um espírito desencarnado utilizar o organismo do espíritoencarnado, para se comunicar conforme seus desejos.(c) Faculdade que permite a um espírito encarnado privilegiado emprestar seu organismoa um espírito desencarnado para santificar-se e fazer milagres.(d) Faculdade que permite a um espírito encarnado emprestar seu organismo a um espíritodesencarnado de um profeta ou santo, para este desencadear fenômenos sobrenaturais.

2) A Mediunidade Surgiu Com:(a) Os Vedas.(b) Os Hebreus.(c) O Espiritismo.(d) O SER humano.

3) A Finalidade da Mediunidade É:(a) Produzir fenômenos aterrorizantes.(b) Testemunhar a imortalidade do espírito.(c) Para que o homem desse vazão a sua fantasia.(d) Facilitar práticas mágicas e curas milagrosas.

4) Os Fenômenos de Hydesville:(a) Deram início a Era do Espírito ou do Moderno Espiritualismo.(b) Provaram a existência dos fenômenos sobrenaturais.(c) Mostraram o desdobramento da mente dos encarnados.(d) Deram maior realce ao tradicionalismo religioso.

5) Os Fenômenos das Mesas Girantes são Explicados Pela:(a) Teorias magnéticas.(b) Ação do “inconsciente” dos encarnados.(c) Ação dos desencarnados sobre a matéria.(d) Ação dos encarnados sobre os espíritos.

6) O Transporte é um Fenômeno:(a) De mistificação.(b) De efeitos físicos.(c) De efeitos inteligentes.(d) Subjetivo.(e) Magnético.

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7) A Psicografia é um Fenômeno: (a) De efeitos físicos.(b) De efeitos intelectuais.(c) De efeitos sensoriais.(d) Objetivos.

8) O Elemento Primordial de Todas as Categorias e Fluidos É:(a) O médium.(b) O perispírito.(c) O Fluido Cósmico Universal.(d) O espírito desencarnado.(e) O pensamento.(f) A energia eletromagnética.

9) O Perispírito é Formado:(a) De fluido elétrico animalizado.(b) De substância gasosa.(c) De ectoplasma.(d) De Fluido Cósmico Universal.(e) De fluido magnético.

10) A Concentração é Necessária Porque a Reunião Mediúnica:(a) Depende da força mediúnica dos médiuns principais do grupo.(b) Depende dos médiuns de sustentação vibratória do grupo.(c) Depende do ambiente formado por todos os componentes do grupo.(d) Depende dos guias espirituais do grupo.

Hora de Exercitar 2!Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 2a. Sessão de Exercício Prático,

3a. Sessão Teórica e 3a. Sessão de Exercício Prático.

I) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes:1) As comunicações sérias são ______________ quanto ao assunto e __________________e ___________________ quanto à forma.2) As comunicações instrutivas induzem a algum _________________________ no campoda _______________, da ________________ e da _________________.3) As características das comunicações variam, permitindo a seguinte classificação:comunicações ________________, comunicações_________________, comunicações_______________ e comunicações ___________________.4) Abstração quer dizer desligamento de __________________que não digam respeito às__________________ da sessão.5) Para facilitar o __________________ com o mundo espiritual é necessário manter-se oambiente saturado de __________________ favoráveis.6) A doação vibratória depende do __________________ e da __________________.7) A vibração feita sem ___________________ e ________________leva ao cansaço.

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II) Assinale a Resposta MAIS CORRETA.8) A Relaxação Deve Ser:

(a) Principalmente muscular.(b) Essencialmente psíquica.(c) Muscular e psíquica.(d) Muscular e psíquica, criando tensão.

9) Durante a Reunião é Indispensável:(a) Tomar sempre o mesmo lugar a mesa.(b) Evitar cruzar as pernas, contrair-se e tirar joias.(c) Pensar com firmeza nos problemas pessoais que deseja resolver.(d) Manter-se em posição adequada ao bem-estar físico e espiritual.

10) As Comunicações Instrutivas São Tanto Melhores e Profundas Quanto:(a) Mais elevado for o espírito que as ditar.(b) Mais importante e culto for o médium.(c) Mais “forte” for o espírito comunicante.(d) Mais loquaz e instruído for o espírito comunicante.

11) As Comunicações Grosseiras São:(a) Comunicações de espíritos obsessores e proporcionam oportunidade de esclarecimen-

to a estes espíritos.(b) Comunicações de espíritos obsessores e proporcionam oportunidade de comunicação

desses espíritos com seus familiares.(c) Comunicações de espíritos levianos e se prestam a levantar o futuro.(d) Comunicações de espíritos enviados especialmente para importantes demonstrações

dos poderes do mundo invisível.12) Buscar Comunicações que Fazem Predições do Futuro É:

(a) Importante, porque nos orienta para que saibamos a melhor maneira de agir acertada-mente.

(b) Perigoso, porque podemos ficar como joguetes nas mãos dos espíritos gozadores.(c) Válido, porque são personagens veneráveis e sábias que se comunicam.(d) Duvidoso, em certos casos, mas as vezes válido, porque dá oportunidade de certos

médiuns cumprirem a sua missão.

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4a. SESSÃO TEÓRICADOS MÉDIUNS – CLASSIFICAÇÃO GERAL.

DOS MÉDIUNS:

Qualquer pessoa que sinta, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, porisso mesmo, médium. Esta faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte,não constitui privilégio exclusivo; assim, há poucas pessoas nas quais dela nãose encontrem rudimentos. Pode-se, portanto, dizer que todo o mundo é, mais oumenos, médium. Entretanto, usualmente, esta qualificação só de aplica àquelesnos quais a faculdade medianímica está nitidamente caracterizada e traduz-sepor efeitos patentes de uma certa intensidade, o que depende, então, de uma or-ganização, mais ou menos, sensitiva. (LM, item 159)O fluido perispirítico é o agente de todos os fenômenos espíritas, que só se po-dem produzir pela ação recíproca dos fluidos que emitem o médium e o Espíri-to. O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais oumenos expansiva do perispírito do médium e da maior ou menor facilidade dasua assimilação pelo dos Espíritos; depende, portanto, do organismo e pode serdesenvolvida quando exista o princípio; não pode, porém, ser adquirida quandoo princípio não exista. A predisposição mediúnica independe do sexo, da idadee do temperamento. Há médiuns em todas as categorias de indivíduos, desde amais tenra idade, até a mais avançada. (OP, item 34)As relações entre os Espíritos e os médiuns se estabelecem por meio dos res-pectivos perispíritos, dependendo a facilidade dessas relações do grau de afini-dade existente entre os dois fluidos. Alguns há que se combinam facilmente,enquanto outros se repelem, donde se segue que não basta ser médium para queuma pessoa se comunique indistintamente com todos os Espíritos. Há médiunsque só com certos Espíritos podem comunicar-se ou com Espíritos de certas ca-tegorias, e outros que não o podem a não ser pela transmissão do pensamento,sem qualquer manifestação exterior. (OP, item 35)

Combinando os fluidos perispiríticos os Espíritos não só transmitem aos médiunsseus pensamentos, como também chegam a exercer sobre eles uma influência física, fazem-nos agir ou falar a sua vontade, obrigam-nos a dizer o que eles queiram. Todavia, a elevaçãomoral do médium e seu controle sobre a faculdade que possui impedirá que os maus Espíri-tos se apropriem da sua faculdade e paralisem-lhe o livre-arbítrio.

Podem os Espíritos manifestar-se de uma infinidade de maneiras, mas não opodem senão com a condição de acharem uma pessoa apta a receber e transmitirimpressões deste ou daquele gênero, segundo as aptidões que possua. Ora, comonão há nenhuma que possua no mesmo grau todas as aptidões, resulta que umasobtêm efeitos que as outras são impossíveis. Dessa diversidade de aptidõesdecorre que há diferentes espécies de médiuns. (OP, item 37)

MÉDIUNS FACULTATIVOS OU VOLUNTÁRIOS

São os que têm consciência do seu poder e que produzem fenômenos espíritaspor ato da própria vontade (LM, item 160). Os médiuns facultativos só se en-contram entre pessoas que têm conhecimento mais ou menos completo dosmeios de comunicação com os Espíritos, o que lhes possibilita servir-se, porvontade própria, de suas faculdades (…). (OP, item 39).

Não que o médium possa realizar quando queira os fenômenos, pois sem a vontadedo Espírito que se comunicará nada conseguirão, porém, são senhores da faculdade que possu-em, não permitindo que se deem comunicações extemporâneas e em momentos impróprios. Sa-bem que possuem a faculdade e se predispõem ao intercâmbio com o mundo dos Espíritos.

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MÉDIUNS INVOLUNTÁRIOS OU NATURAIS

Também denominados Inconscientes, por Kardec, por não terem consciência dafaculdade que possuem. “São aqueles em que a mediunidade se exerce sem que eles saibam”(LM, item 161). Existem entre as que nenhuma ideia fazem do Espiritismo, nem dosEspíritos, até mesmo entre as mais incrédulas e que servem de instrumento, sem o saberem esem o quererem (OP, item 39). Não têm nenhuma consciência dela e, muitas vezes, o que sepassa de anormal em torno deles não lhes parece extraordinário; isso faz parte deles, exatamentecomo as pessoas dotadas da segunda vista que não suspeitam disso (LM, item 161).

Os fenômenos espíritas de todos os gêneros podem operar-se por influênciadestes últimos, que sempre existiram, em todas as épocas e no seio de todos ospovos. A ignorância e a credulidade lhes atribuíram um poder sobrenatural e,conforme os tempos e os lugares, fizeram deles santos, feiticeiros, loucos ouvisionários. O Espiritismo mostra que com eles apenasse dá a manifestaçãoespontânea de uma faculdade natural. (OP, item 39).

CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MÉDIUNS

Os médiuns possuem geralmente uma aptidão especial para certos gêneros defenômenos, o que faz haver tantas variedades quantas são as espécies demanifestações. No Quadro sinótico do Livro dos Médiuns (LM, Cap. 16) hásetenta e uma, variedades comuns a todas as tipologias de Médiuns. Aquiestudaremos apenas as principais: médiuns de efeitos físicos; médiunssensitivos ou impressionáveis; auditivos; falantes; videntes; sonambúlicos;curadores; pneumatógrafos; escreventes ou psicógrafos (LM, item 159).

a) Efeitos Físicos: “São os mais aptos, especialmente, à produção de fenômenosmateriais, como o movimento de corpos inertes, os ruídos, a deslocação, o levantamentoe a translação de objetos, etc. Estes fenômenos podem ser espontâneos ou provocados.Em todos os casos, exigem o concurso voluntário ou involuntário de médiuns dotadosde faculdades especiais. Em geral, têm por agentes Espíritos de ordem inferior, uma vezque os espíritos elevados só se preocupam com comunicações inteligentes e instrutivas”(OP, item 41). Podemos dividi-los em médiuns facultativos e médiuns involuntários(Veja LM, Parte Segunda, capítulos 2 e 4, “Manifestações físicas” e “Teoria dasmanifestações físicas”, respectivamente). “Porém, é preciso observar que a faculdade deproduzir efeitos físicos raramente existe nos que possuem meios mais perfeitos decomunicação, como a escrita ou a palavra. Geralmente, a faculdade diminui num sentidoà medida que se desenvolve em outro” (LM, 160).

b) Sensitivos ou Impressionáveis: “Dá-se esta denominação às pessoas suscetíveis depressentir a presença dos Espíritos, por impressão vaga, um como ligeiro atrito em todosos membros, fato que não logram explicar. Tal sutileza pode essa faculdade adquirir,que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boaou má, do Espírito que lhe está ao lado, mas também a sua individualidade, como o cego re -conhece instintivamente a aproximação de tal ou tal pessoa. Um Espírito bom causa sempreuma impressão branda e agradável; a de um Espírito mau, ao contrário, é penosa, afliti-va e desagradável: há um como cheiro de impureza” (OP, item 42 e LM, item 164).

c) Auditivos: “Os médiuns auditivos ouvem a voz dos Espíritos; é, algumas vezes umavoz interior, que se faz ouvir no foro íntimo; outras vezes é uma voz exterior, clara edistinta como a de uma pessoa viva” (LM, item 165). “Aquele que não é médiumaudiente pode comunicar-se com um Espírito por via de um médium audiente que lhetransmite as palavras” (OP. item 43).18

18 Cuidado: Não confundir Mediunidade Audiente com Delírios ou mesmo Esquizofrenia. “A faculdade mediúnica éindício de um estado patológico qualquer ou simplesmente anormal (diferente)? Algumas vezes, anormal, mas nãopatológico; há médiuns com uma saúde vigorosa; os que são doentes o são por outras causas.” (LM, item 221)

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d) Falantes: São aqueles que possibilitam aos Espíritos a comunicação oral com outraspessoas encarnadas. Neste caso unia terceira pessoa pode travar conversação normalcom o Espírito comunicante (LM, item 166). “Se bem esteja perfeitamente acordadoquando exerce a sua faculdade, raro é que o médium falante guarde lembrança do quedisse. Nem sempre, porém, é integral a sua passividade. Alguns há que têm intuição doque dizem, no próprio instante em que proferem as palavras” (OP, item 43).

e) Videntes: “Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Paraalguns, essa faculdade se manifesta no estado normal (vigília), quando estãoperfeitamente acordados, e conservam uma lembrança exata do que viram; outrospossuem essa faculdade apenas em estado sonambúlico ou próximo do sonambulismo.Essa faculdade é raramente permanente; quase sempre é o efeito de uma crisemomentânea e passageira” (LM, item 167). “O médium vidente acredita ver com osolhos, como os que são dotados de dupla vista; mas, na realidade, é a alma que vê, eessa é a razão pela qual ele vê tão bem com os olhos fechados quanto com os olhosabertos; de onde se segue que um cego pode ver os Espíritos como qualquer um quepossui a vista perfeita” (LM, item 167). Existem médiuns que apresentam a faculdadede vidência num sentido geral, “são os que veem toda a população espírita ambiente amovimentar-se (…)” (OP, item 45). “A faculdade de ver os Espíritos pode, sem dúvida,desenvolver-se, mas é sempre melhor esperar o seu desenvolvimento natural, semprovocá-lo, se não se quiser ser joguete da própria imaginação”. “(…) aos médiunsvidentes propriamente ditos, são ainda mais raros, e há muito do que desconfiardaqueles que pretendem desfrutar dessa faculdade; é prudente dar-lhes crédito apenasdiante de provas positivas. Certas pessoas podem, sem dúvida, se enganar de boa-fé,mas outras também podem simular essa faculdade por amor-próprio ou por interesse”(LM, item 171).

O sentido correto da palavra Vidente.19

Essa palavra deveria ser aplicado apenas a médiuns (indivíduos) que conseguem verEspíritos em estado de vigília. Como esse sentido muitas vezes é uma mescla entre asespiritualidades e potencialidades próprias do indivíduo. Essa palavra acabou sendoassociada com indivíduos que “veem os acontecimentos como que desenhados numquadro”, de forma vaga ou complexa, “donde os frequentes erros de fato e de data nasprevisões”20. Para entendermos melhor essa palavra, devemos caracterizá-la de duasformas: indireta e direta. A primeira, diz respeito a processos subjetivos do indivíduo(Visões Psíquicas, Premonições, Psicometrias e etc), podendo ser este sentidoclassificado como “clarividência, ou visão da alma, que chamais segunda vista” (RE,outubro de 1865). Aqui, podemos pensar nas centúrias de Nostradamus, Ezequiel (38-39), Daniel (11:41), os Rishis (‘videntes’) indianos ou qualquer pessoa que pressintaacontecimentos futuros por intermédio de seus recursos internos (animismo). Asegunda, possui intervenções objetivas das espiritualidades, ou o nome que quisermosdar ou adotar, porém sempre terá a presença de uma ou mais hierofanias(manifestações sagradas). Aqui, entendemos todos os livros que de uma forma ou deoutra, ouve intervenções de espiritualidades para sua efetivação. Exemplos: João(Apocalipse; 1:1-2), Daniel (10:1-21), Isaías (6:4-8), bem como toda literaturaespiritual que trate de algum tipo de relação entre um médium e uma epifania (do lat.epiphania. do gr. epipháneia – aparição ou manifestação divina ou espiritual). Comoé o caso clássico do Alcorão, que foi revelado a Mohammad em 23 anos, linha porlinha, verbete por verbete pelo “anjo” Gabriel.

f) S onambúlicos : “Podemos considerar o sonambulismo como uma variedade dafaculdade mediúnica ou, antes, são duas ordens de fenômenos que frequentemente seencontram ligadas. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; sua

19 Marques, L. A. Compêndio de Religiões e Espiritualidades, p. 604.20 Kardec, A. A Gênese: 16:7 e 14:13 e seguintes.

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própria alma é que, em momentos de emancipação, vê, ouve e percebe além dos limitesdos sentidos. O que ele exprime haure de si mesmo; suas ideias são, em geral, maisjustas do que no estado normal, os seus conhecimentos mais extensos, porque a alma seacha livre. Em suma, ele vive antecipadamente a vida dos Espíritos. O médium, aocontrário, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem doseu próprio eu” (OP, item 46 e LM, item 172).

g) Curadores: “Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste,principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, peloolhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação” (LM, item 175);(OP, item 52; RE 1862, 1864, 1865, 1866 e 1867). Geralmente a faculdade éespontânea, embora haja a utilização do fluido magnético, alguns médiuns curadoresjamais ouviram falar de magnetismo.h) P neumatógrafos : (do grego pneuma = sopro ou espírito + graphein = escrever) –Escrita direta feita por um Espírito. “Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão paraobter a escrita direta”. Esta faculdade é bastante rara. Desenvolve-se pelo exercício; suautilidade prática limita-se a uma constatação patente da intervenção de uma força ocultanas manifestações”. (LM, item 177)

i) Escreventes ou Psicógrafos: “De todos os meios de comunicação, a escrita manual,ou escrita involuntária, é, sem dúvida, a mais simples, a mais fácil e a mais cômoda,porque não exige nenhuma preparação e se presta, como a escrita corrente, a expor edesenvolver as mais amplas ideias. (LM, item 157). A faculdade de escrever, para omédium, é além de tudo a mais fácil de se desenvolver pelo exercício” (LM, item 179) eproporciona a todos um exame acurado e minucioso das mensagens recebidas.

RESUMO

Médium – Embora quase todos os homens sintam a influência, maior ou menor, dosEspíritos, denominamos Médiuns aqueles em que a faculdade se mostra bem caracterizadaatravés de efeitos patentes e de certa intensidade.

Fluido perispirítico – é o agente de todos os fenômenos espíritas; e estes só seproduzem pela ação recíproca dos fluidos dos que emitem o médium e o Espírito.

Afinidade – As relações entre os Espíritos e os médiuns dependem do maior oumenor grau de afinidade entre seus fluidos. Assim, não basta ser médium para se comunicarindistintamente com todos os Espíritos.

Dos Médiuns:Facultativos ou voluntários – Controlam a faculdade que possuem permitindo

que se dê o fenômeno quando achem conveniente. São os médiuns responsáveis pela facul-dade que possuem.

Involuntários ou naturais – Não têm consciência da faculdade que possuem.Ocorrem entre as pessoas que desconhecem a Doutrina Espírita, são incrédulas ou até contráriasàs ideias da sobrevivência e comunicabilidade dos Espíritos. Allan Kardec também os denominade Médiuns Inconscientes, por não terem consciência da faculdade que possuem. Não confundircom Médiuns Falantes Inconscientes, que embora sabendo da existência da faculdade em si,não têm consciência apenas do conteúdo da mensagem por eles recebida.

Efeitos físicos – São os mais aptos ã produção de fenômenos materiais.Sensitivos ou impressionáveis – São os suscetíveis de pressentir a presença dos

Espíritos por uma impressão vaga. Audientes – Ouvem os Espíritos.Falantes – Possibilitam aos Espíritos a comunicação oral com os encarnados.Videntes – São os dotados da faculdade de ver os Espíritos ou ambientes e coisas do

plano espiritual.

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Sonambúlicos – São aqueles que quando em estado de sonambulismo transmitem apalavra dos espíritos.

Curadores – São os que possuem a condição de curar pelo toque, pelo olhar, oumesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação.

Pneumatógrafos – São os que tem aptidão para obter escrita direta.Escreventes ou psicógrafos – São os que recebem as comunicações dos Espíritos

através da Escrita, podem ser Mecânicos; Intuitivos; Semimecânicos; Inspirados eInvoluntários e de Pressentimentos (LM, item 214 e 179-184).

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 14 – Obras Póstumas, 1a. Parte, Manifestaçõesdos Espíritos, itens 1 ao 7 – A Gênese, c.16, item 6 – Revista Espírita, 1864 (maio).Léon Denis. Espíritos e Médiuns, Cap. IV.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

GRUPO 1Dos Médiuns – Conceituação e Mecânicados Fenômenos – LM, item 159 e OP, 1a.Parte, Cap. II, § VI Itens 33 a 40.

GRUPO 2Médiuns de Efeitos Físicos – LM, itens 160a 163 e OP, 1a. Parte, Cap. II, §VI item 41.

GRUPO 3a) Médiuns sensitivos ou impressionáveis;b) Médiuns auditivos; c) Médiuns falantes;d) Médiuns videntes.

LM, itens 164 a 171OP, 1a. Parte, Cap. II, § VI Itens 42 a 45.

GRUPO 4a) Médiuns sonâmbulos.b) Médiuns curadores.c) Médiuns pneumatógrafos.

LM, itens 172 a 177OP, 1a. Parte, Cap. II, § VI Itens 46.

4a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

PRECE – ATITUDE E FORMALISMO

Sendo a prece uma manifestação da alma em busca da Presença Divina ou de seusprepostos, ela deve ser despida de todo e qualquer formalismo.

Atitude convencional, posição externa e ritual são vestes dispensáveis ao ato de orar,Pela força do pensamento, apos estarmos concentrados, procuramos traduzir a nossa vontade com omelhor dos nossos sentimentos por uma prece, que não deve ser formulada segundo um esquemapré-fabricado. Deve traduzir o que realmente estamos sentindo, pensando e querendo.

Lembrar que a prece e “uma conversa com Deus” ou com seus prepostos que nosservirão de intermediários, já que é bastante difícil mentalizarmos Deus (a não ser que nos fixemosem seus atributos: Bondade, Justiça, Harmonia, Amor, etc.).

Tudo numa “conversa” deve nascer espontaneamente segundo as necessidades efinalidades da mesma e, não, uma repetição de termos que no mais das vezes são ininteligíveis paraquem os profere.

Ser precisa, objetiva e robusta de sentimentos elevados. Estes devem ser cultivadossempre, porque não aparecem como por encanto só nos momentos de oração.

A forma de nada vale, o que prevalece é o conteúdo; a atitude é eminentementeespiritual, íntima. A prece não deve ter nada de convencional (ajoelhar, colocar a mão na testa,baixar a cabeça, etc.).

Consultar: O Evangelho Segundo O Espiritismo, Capítulo 27. Pão Nosso, item 108; Fonte Viva,item 149. O Espírito da Verdade, Capítulo 31 de Francisco Cândido Xavier.

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5a. SESSÃO TEÓRICA MÉDIUNS ESCREVENTES E FALANTES.

ESCREVENTES

Também denominados Psicógrafos; são os médiuns que escrevem sob ainfluência dos Espíritos. “De todos os meios de comunicação, a escrita manual é o maissimples, cômodo e, principalmente, o mais completo (LM, item 178),” permitindo aosestudiosos do fenômeno um estudo acurado da mensagem, tanto no que diz respeito aoestilo, ao conteúdo, as ideias, como também à comparação com outras mensagens recebidasanteriormente e ditadas pelo mesmo Espírito. A crítica às mensagens se torna mais fácil quandoa palavra dos Espíritos esta escrita, não podendo ser alterada por interpretações ou depender damemória dos participantes de determinada reunião em que a mensagem oral foi proferida.

A mediunidade psicográfica, segundo seu modo de execução, apresenta trêsvariedades bem distintas: os médiuns mecânicos, os intuitivos e os semimecânicos.

Mecânicos – “O movimento da mão é independente da vontade”.

O Espírito atua diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. “O quecaracteriza este gênero de mediunidade é a inconsciência absoluta, por parte do médium, doque sua mão escreve. O movimento desta independe da vontade do escrevente; movimenta-se sem interrupção, a despeito do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa a dizer, epara desde que este último tenha concluído” (OP, item 50).

“Muitas vezes quando o lápis é colocado na mão do médium é lançado longecom força, ou, então, a mão, bem como a cesta, agita-se convulsivamente e bate na mesacom cólera, mesmo que o médium esteja na maior tranquilidade e se admire de não terdomínio sobre si. Digamos, de passagem, que esses efeitos denotam sempre a presença deEspíritos imperfeitos; os Espíritos realmente superiores são constantemente calmos, dignose benevolentes; se não são ouvidos convenientemente, retiram-se, e outros tomam seu lugar”(LM, item, 179). Esses médiuns também são denominados passivos, e a faculdade é bastantepreciosa por não permitir dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele queescreve.

Intuitivos – “O movimento é voluntário e facultativo”.

A transmissão do pensamento se faz por intermédio do espírito do médium. Oespírito estranho, nesse caso, não age sobre a mão para dirigi-la, age sobre a almacom a qual identifica-se e à qual imprime sua vontade e suas ideias; ela recebe opensamento do espírito estranho e o transcreve. Nessa situação, o médiumescreve, voluntariamente, e tem a consciência do que escreve, embora não sejaseu próprio pensamento (OP, item 50).

Mas, sendo assim, dirão, nada prova que seja um Espírito desencarnado quemescreve, e não o do médium. Fazer essa distinção é, de fato, algumas vezesbastante difícil, mas pode acontecer de isso não ter muita importância. Entretanto,pode-se reconhecer o pensamento sugerido por não ser nunca preconcebido; elenasce à medida que se escreve, e muitas vezes é contrário à ideia prévia que haviase formado; pode até mesmo estar fora dos conhecimentos e das capacidades domédium. O médium mecânico é como se fosse uma máquina; o médium intuitivoage como o faria um intérprete, porque, de fato, para transmitir o pensamento, devecompreendê-lo, apropriar-se dele de certo modo, a fim de traduzi-lo fielmente; noentanto, esse pensamento não é o seu: ele apenas atravessa seu cérebro. Tal éexatamente o papel do médium intuitivo. (LM, item 180).

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Semimecânicos ou Semi-intuitivos

Participa de ambos (Mecânico e Intuitivo): ele sente uma impulsão dada à suamão, contra a sua vontade, mas, ao mesmo tempo, tem a consciência do queescreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro, o pensamento segue-se ao ato da escrita; no segundo, ele o precede; no terceiro, ele o acompanha.Estes últimos médiuns são os mais numerosos. (LM, item 181).

Classificação Geral dos Médiuns Escreventes ou Psicógrafos (LM, item 191):

Conforme o modo de execução:

Mecânicos – “O movimento da mão é independente da vontade”. (Já estudados acima).

Semimecânicos ou Semi-intuitivos – “Aqueles cuja mão se move involuntariamente, masque têm consciência instantânea das palavras ou das frases, à medida que escrevem. Os maiscomuns”. (Já estudados acima).

Intuitivos – “Aqueles com quem os Espíritos se comunicam pelo pensamento, mas queescrevem por sua vontade”.(Já estudados acima).Polígrafos – “Aqueles cuja escrita muda conforme o Espírito que se comunica ou que sãoaptos a reproduzir a escrita que o Espírito tinha quando vivo. O primeiro caso é bastantecomum; o segundo, o da identidade da escrita, é mais raro”. (Ver LM, item 219).Poliglotas ou Xenoglotas – “Aqueles queles que têm a faculdade de falar ou escrever emlínguas que lhes são desconhecidas. Muito raros”. (OP, item 51).Iletrados – “Aqueles que escrevem, como médiuns, sem saber ler nem escrever no estadonormal. Mais raros do que os anteriores, pois há uma dificuldade material muito maior a servencida”. (LM, item 191).

MÉDIUNS FALANTES

“Querendo comunicar-se, o Espírito serve-se do órgão que ele encontra maisflexível no médium; a um, ele toma emprestada a mão, a um outro, a palavra, a um terceiro,o ouvido” (LM, item 166). Médiuns falantes são aqueles que propiciam ensejo a que osEspíritos entrem em comunicação com os denominados encarnados através da palavrafalada, travando conversações. Esta forma de mediunidade é bastante proveitosa,principalmente pela possibilidade de se estabelecer o diálogo com o comunicante.

O médium falante exprime-se, geralmente, sem ter a consciência do que diz, e,muitas vezes, diz coisas completamente estranhas às suas ideias habituais, aosseus conhecimentos e, até, ao alcance de sua inteligência. (Idem).Vê-se, às vezes pessoas iletradas e de uma inteligência vulgar, exprimirem-senesses momentos, com uma verdadeira eloquência, e tratar, com umaincontestável superioridade, questões sobre as quais seriam incapazes de emitiruma opinião no estado comum. (OP, item 44).

Conforme a mecânica do processo mediúnico, os Médiuns Falantes podem ser classificados em:

Conscientes

Também denominados Intui-tivos. A transmissão do pen-samento do Espirito comuni-cante se faz por intermédioda alma do médium. Trans-mite-lhe seus pensamentos,

SemiconscientesNesta variedade dos médiunsfalantes, havendo entre omédium e o Espírito livre, aindispensável afinidade flu-ídica, o Espírito comunicanteentra em contato com o

InconscientesO que caracteriza este tipo demediunidade é o fato do Es-pírito do médium exteriori-zar-se temporariamente doseu corpo, deixando-o, maisou menos à disposição do Es-

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após identificar-se fluidica-mente com ela, e sob o im-pulso do comunicante omédium transmitira com seupalavreado, possibilidades in-telectuais e estilo próprio ospensamentos recebidos. Omédium tem consciência doque vai dizer e poderá até serecusar a transmitir o pensa-mento do Espírito. O papeldo médium consciente é o deintérprete ou mensageiro en-carregado de transmitir umrecado. O estilo, o vocabulá-rio, a construção das frasessão suas, mas a ideia é do Es-pírito. Este tipo de médiuns “são osmais numerosos, e frequente-mente são encontrados entreos incrédulos mais obstina-dos, que assim praticam o Es-piritismo sem saber e semquerer. Por isso mesmo, osfenômenos espontâneos sãode uma importância capital,uma vez que não se pode sus-peitar da boa-fé daqueles queos obtêm. Ocorre aqui o quese dá com o sonambulismo,que, em certos indivíduos, énatural e involuntário, en-quanto que em outros é pro-vocado pela ação magnética”.(A Gênese, 13:12)

médium que se semi-exterio-riza perispiritualmente, com-binam-se os fluidos perispi-ríticos de ambos, formandouma atmosfera fluídica, queenvolve o cérebro domédium. Essa atmosfera seforma pela mistura e troca defluidos perispiríticos domédium e do Espírito. Hánesse momento um meio in-termediário entre o Espírito eo médium, sendo através des-se condutor que transmite aocérebro do médium seus pen-samentos e sua vontade. Nes-se caso ainda poderá repetir-se palavras, gesto ou fraseadoque o médium habitualmenteusa, por reflexos condiciona-dos, porém, o Estilo e a Ideiaserão do Espírito que se co-munica.

pírito que deseja comunicar-se. Nesta forma o médium al-cança sua maior exterioriza-ção permitindo ao Espíritocomunicante maior possibili-dade de intervenção “materi-al” no fenômeno, tais comomodificar o tom de voz, atitu-des próprias e outros detalhesque lhe são característicos,chegando, raras vezes, aapresentar no médium altera-ções fisionômicas que o iden-tificarão. A esse fenômeno sedá o nome de transfiguração(LM, itens 122 a 124 e OP,item 22). Mas, mesmo haven-do total exteriorização domédium, este não permaneceinoperante no momento dofenômeno; quando há perfei-ta confiança na Entidade co-municante, devido a elevaçãoespiritual já demonstrada, po-de afastar-se em estudo, visi-tação espiritual ou outras ta-refas, bem como permanecerjunto ao seu corpo aprovei-tando os ensinamentos e aconvivência daqueles mo-mentos sem o Ser que utilizasua faculdade; ou, no casocontrário, permanece omédium em espírito junto aoEspírito que se comunica, au-xiliando-o na adaptação dofenômeno, amparando-o nassuas dificuldades ou prepara-do para retomar seu corpo emqualquer ocorrência não pre-vista, pois o médium, mesmoo inconsciente, quando bemcapacitado ao intercâmbio,polícia o fenômeno que se dápor seu intermédio.

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RESUMO

Os médiuns escreventes ou psicógrafos são os que escrevem sob a influência dosEspíritos e podem ser classificados em:Mecânicos – Recebem mecanicamente a mensagem dos Espíritos. Não sabem o queescrevem, e o movimento da mão independe de sua vontade. O conhecimento do que foiescrito é posterior ao fenômeno.Intuitivos – Recebem o pensamento do Espírito e posteriormente o passam para o papel. Oconhecimento do conteúdo da mensagem precede a escrita.Semimecânicos – Recebem a impulsão na mão e voluntariamente passam a escrever. Têmconsciência do que escrevem à medida que as palavras vão sendo escritas.Polígrafos – Ao escrever mudam a caligrafia conforme o Espírito que se manifesta.Desenhistas, Pintores, Músicos, Versejadores21 – Os que, sob a influência dos Espíritos,realizam essas tarefas.Xenoglotas ou Poliglotas – Os que escrevem ou falam sob a influência dos Espíritos emlínguas que lhes são desconhecidas. Muito raros.Falantes – São os que possibilitam aos Espíritos comunicação oral com os encarnados.Falantes Conscientes ou Intuitivos – Recebem o pensamento do Espírito e com o seu modocaracterístico transmitem a mensagem. Transmissão de pensamento.Falantes Semiconscientes – Há uma parcial exteriorização do perispírito do médium e aligação com o Espírito comunicante. O estilo e a ideia são do Espírito.Falantes Inconscientes – O médium exterioriza-se perispiritualmente deixando seus centrosnervosos a disposição do Espírito comunicante, porém, continuando a exercer o controlesobre o seu veículo fisiológico.Videntes – São os que dispõem da possibilidade de ver os Espíritos ou os ambientes e coisasespirituais. Pode ser vidente em estado normal ou somente em estado sonambúlico.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 15; Obras Póstumas, 1a. Parte, Cap. 3;Revista espírita, 1864 (out), 1865 (set, out), 1866 (set), 1868 (jun).Francisco Cândido Xavier. Nos Domínios Da Mediunidade, caps. 6 e 8.Martins Peralva. Estudando A Mediunidade, Cap. 10.Gabriel Delanne. O Espiritismo Perante A Ciência, Quinta Parte.Ernesto Bozzano. Xenoglossia; Telepatia; Os Enigmas da Psicometria; Comunicaçõesmediúnicas entre vivos; Cinco excepcionais casos de identificação de Espíritos. Léon Denis. Espíritos e Médiuns, Cap. V.

21 Diz-se daqueles que produzem poesias muito ruins, de péssima qualidade.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Médiuns: Escreventes, Falantes e Videntes.

Grupo 1a) A comunicação escrita e suas vantagens –LM, item 178.

b) Características da mediunidade escreventemecânica – LM, item 179, EPC, pág. 289.

c) O médium escrevente intuitivo – EPC,pág. 294.d) Forma de transmissão da mensagem peloEspírito e recepção pelo médium. Papel domédium – LM, item 180.e) O médium semimecânico – LM, item 181.

Grupo 2a) Médiuns inspirados: Características dainspiração e Ocorrência da inspiração – LM,182 e 183.b) Médiuns de pressentimentos: Definição econceituação – LM, item 184.c) Variedade dos médiuns escreventes segun-do o modo da execução – LM, item 191.d) Variedade dos médiuns escreventes se-gundo o desenvolvimento – LM, item 192.

Grupo 3a) Variedade dos médiuns escreventes se-gundo o gênero e a parcialidade da comuni-cação – LM, item 193.b) Variedade dos médiuns escreventes se-gundo as qualidades físicas do médium –LM, item 194.c) Variedade dos médiuns escreventes se-gundo as qualidades morais do médium –LM, itens 196 e 197.d) O erro de querer-se desenvolver todas asfaculdades de um médium – LM, item, 198.

Grupo 4a) Definição dos médiuns falantes – LM,item 166.b) Médium falante inconsciente ou sonam-búlico – LM, itens 166 e 172.c) Médiuns videntes – Características – LM,item 167 e EPC pág. 355.d) Distinções entre aparições acidentais e avidência - LM, item 168.e) Procedimento diante de um médium vi-dente – LM, item 171.

5a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

VÁRIOS TIPOS DE PRECE.

A prece, sendo uma manifestação inteligente dos sentimentos da criaturahumana, pode ser catalogada em vários tipos. Assim, há a prece de pedido, de intercessão,de reconhecimento e de louvor.

Pedido – é a que a criatura faz solicitando alguma coisa. Como o próprio nome diz,petição é o ato de “rogar”, “pedir” ou “suplicar”. Provavelmente este é o tipo de oração que oshumanos mais praticam. É a oração, pela qual, munidos de um espírito humilde e dependente,suplicamos a graça, a misericórdia e a bênção de Deus sobre a nossa vida. Por sermos tãopequenos e frágeis, a oração de petição torna-se um elemento essencial na caminhada humana.Na maioria das vezes, porém, é feita pedindo o que não se deve. Quando de interesse particular,deve-se pedir, não o afastamento do sofrimento, do problema ou da dor, mas, sim, condições eforças para superá-los e com eles aprender alguma coisa. As vezes o remédio é o sofrimento, esó porque ele é amargo, não vamos deixar de nos beneficiar com ele.

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque,aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará umapedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus,sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está noscéus, dará bens aos que lhe pedirem? (Mt 7:7-11).

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Intercessão – quando o pedido é intercessório, igualmente deve-se objetivar queas forças para enfrentar as dificuldades se renovem e haja paz e tranquilidade no trato com ador. Em diversos trechos das suas Epístolas, Paulo ora em favor dos irmãos e, ao mesmotempo, pede por oração em seu favor e de outros (Rm 1:9-10; 15.30; 2Co 1:11; Ef 1:16; Fp1:4; Cl 4:12; 2Tm 1:3; Fm 1:4 e 22). As próprias palavras do Apóstolo Paulo concluem bema questão: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações,intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens...” (1Tm 2:1).

Reconhecimento – é feita com vistas a agradecermos as inúmeras bênçãos de quesomos alvos e que nem sempre sabemos reconhecer. A vida, a saúde, a família, os amigos, otrabalho, enfim, tudo o que nos cerca e deixamos de observar e lhe dar o devido valor,porque nos preocupamos somente com problemas materiais.

“Dar-te-ei graças, Senhor, Deus meu, de todo o coração, e glorificarei parasempre o teu nome” (Sl 86:12). “Entrai por suas portas com ações de graças enos seus átrios, com hinos de louvor, rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome”(Sl 100:4). Jesus mesmo dá o exemplo de gratidão antes de partir o pão ealimentar uma grande multidão: “Então, tendo mandado o povo assentar-se nocháo, tomou os sete pães e os peixes, e, dando graças, partiu, e deu aosdiscípulos, e estes, ao povo” (Mt 15:35-36). Também na celebração da Ceia:“A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos,dizendo: Bebei dele todos...” (Mt 26:27). Paulo, ao instruir os Efésios, diz:“Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer senomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nempalavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário,ações de graças” (5:3-4). Aos filipenses ele também diz: “Não andeis ansiososde coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossaspetições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (4:6). Por fim, aosirmãos de Tessalônica, ele ainda ensina: “Em tudo, dai graças, porque esta é avontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (5:18).

Louvor – significa, entre outras coisas, “falar bem de”, “elogiar”, “exaltar”,“enaltecer”, etc. É o reconhecimento e exaltação de Deus em tudo o que Ele criou, é a nossaaceitação e alegria por tudo o que nos rodeia e que está tão bem feito, tão justo, tãoequilibrado. No início e no término das reuniões espíritas se faz uma prece, com vistas a queo ambiente espiritual seja favorável e que, com a presença de espíritos elevados, sejagarantida uma proteção contra o mal. Nas reuniões praticas, se usa da oração em benefíciodos demais companheiros e espíritos desencarnados pe lo potencial de forças fluídicas que aprece consegue aglutinar.

“Não há entre os deuses semelhante a ti, Senhor; e nada existe que se compareàs tuas obras. Pois tu és grande e operas maravilhas; só tu és Deus!” (Sl86:8,10). Davi expressou muito bem o seu louvor a Deus quando disse:“Oferecer-te-ei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó SENHOR,porque é bom”(Sl 54.6). O Profeta Isaías louvou a Deus depois de reconheceras suas maravilhas: “SENHOR, tu és o meu Deus; exaltar-te-ei a ti e louvarei oteu nome, porque tens feito maravilhas e tens executado os teus conselhosantigos, fiéis e verdadeiros” (Is; 25:1). Há ainda uma infinitude de orações quelouvam a Deus (Sl 18:46; 57:5,11; 77:13; 99:2-5; 118:5; Dn 9:4).

Consultar: Pão Nosso, Cap. 17; Fonte Viva, Cap. 155; Caminho, Verdade e Vida, Cap. 65 deFrancisco Cândido Xavier.

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6a. SESSÃO TEÓRICAMANIFESTAÇÕES VISUAIS – BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO.

MANIFESTAÇÕES VISUAIS

“De todas as manifestações espíritas, as mais interessantes são, sem dúvida,aquelas em que os Espíritos se tornam visíveis”. (LM, item 100).

As aparições, propriamente ditas, ocorrem no estado de vigília e quando se estáno gozo da plenitude e da inteira liberdade de suas faculdades. Geralmente, elasse apresentam sob uma forma vaporosa e diáfana, algumas vezes, vaga e impre-cisa; com frequência, a princípio, elas são uma luz esbranquiçada cujos contor-nos desenham-se pouco a pouco. De outras vezes, as formas são nitidamenteacentuadas e distinguem-se os menores traços do rosto, a ponto de se poder fa-zer dele uma descrição muito precisa. Os trejeitos, o aspecto, são semelhantesaos do Espírito, quando vivo. Como pode tomar todas as aparências, o Espíritoapresenta-se com a que melhor possibilite seu reconhecimento, se este for o seudesejo. Assim, embora, como Espírito, não tenha mais enfermidade corporal al-guma, ele se mostrará estropiado, manco, corcunda, ferido, com cicatrizes, seisto for necessário para constatar sua identidade. (LM, item 102).

Coisa natural é que, salvo em circunstâncias especiais, as partes menos acentua-das são os membros inferiores, enquanto que a cabeça, o tronco, os braços e as mãos sãosempre claramente desenhados. Daí vem que quase nunca são vistos a andar, mas a deslizarcomo sombras. Geralmente os médiuns videntes percebem as aparições tendo algo de vaporoso.

O Espírito que quer ou pode fazer-se visível apresenta às vezes uma formamuito nítida, com todas as aparências do corpo, a ponto de produzir uma ilusãocompleta e fazer acreditar que temos diante de nós um ser corporal. Em algunscasos, e em especiais circunstâncias, a tangibilidade pode tornar-se real, ouseja, podemos tocar a aparição, apalpá-la, sentir a mesma resistência, o mesmocalor de um corpo vivo, o que não a impede de desaparecer com a rapidez deum relâmpago. (LM, item 104).Por sua natureza e no seu estado normal, o perispírito é invisível e tem isto decomum com uma imensidade de fluidos que sabemos existir e que, entretanto,nunca vimos; mas, assim como certos fluidos, ele também pode passar pormodificações que o tornem perceptível à visão, seja através de uma espécie decondensação, seja através de uma mudança na disposição molecular; é, então,que ele nos aparece sob uma forma vaporosa. A condensação (não se devetornar esta palavra ao pé da letra; nós só a empregamos por falta de outra e atítulo de comparação) a condensação, dizíamos, pode ser tal que o perispíritoadquire as propriedades de um corpo sólido e tangível, mas pode,instantaneamente, retomar seu estado etéreo e invisível. Esses diferentesestados do perispírito são o resultado da vontade do Espírito e não de umacausa física exterior como acontece com os nossos gases. Quando o Espíritonos aparece, é porque coloca seu perispírito no estado necessário para torná-lovisível; mas, para isso, sua vontade não basta, pois a modificação do perispíritoopera-se pela sua combinação com o próprio fluido do médium; ora, estacombinação nem sempre é possível, o que explica por que a visibilidade dosEspíritos não é geral. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se;também não basta que uma pessoa haja entre eles uma espécie de afinidade;talvez, também, a emissão do fluido da pessoa seja bastante abundante paraoperar a transformação do perispírito e, provavelmente ainda, outras condiçõesque nos são desconhecidas; é preciso, enfim, que o Espírito tenha a permissão

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para se fazer visto por tal pessoa, o que nem sempre lhe é concedido ou só o éem certas circunstâncias, por motivos que não podemos avaliar.(LM, item 105).

As aparições não constituem novidades, pois em todos os tempos se produziram.Pensadores e pesquisadores como Lewis Henry Morgan (1818-1881), Herbert Spencer(1820-1903), Edward Burnett Tylor (1832-1917), James Frazer (1854-1941), Grant Allen(1848-1899), Daniel Garrison Brinton (1837-1899), Ernesto Bozzano (1862-1943), FredrichMyers (1843-1901), Evans-Pritchard (1946-1970), Helmuth von Glasenapp (1891-1963),Joseph Campbell (1904-1987), Mircea Eliade (1907-1986) poderíamos ficar aqui enchendovárias páginas de grandes autores e estudiosos das religiões e espiritualidades. Pois, “aHistória relata um grande número de aparições; mas sem remontarmos tão distante, elas sãomuito frequentes nos nossos dias e muitas pessoas as têm visto e, no primeiro momento,tomaram-nas pelo que se convencionou chamar de alucinações. Elas são frequentes,principalmente, nos casos de morte de pessoas ausentes que vêm visitar seus parentes ouamigos. Muitas vezes, elas não têm objetivo bem determinado, mas pode-se dizer que, emgeral, os espíritos que aparecem, assim, são atraídos pela simpatia”. (LM, item 107).

Todos os autores citados acima, chegaram às mesmas conclusões: não existempovos por mais primitivos (antigos) que sejam, até onde a nossa mente pode alcançar, sem acrença na existência de uma alma que sobrevive à morte do corpo ou que se comunique comos humanos.22 Esses mesmos pensadores também deixam claro que as concepções dedeuses, demônios, anjos e etc são conceitos sociais bem posteriores e monárquicos.23

Não existem povos, por mais primitivos que sejam, sem religião nem magia.Assim como não existem, diga-se de passagem, quaisquer raças selvagens quenão possuam atitude científica ou ciência, embora esta falha lhes sejafrequentemente imputada. Em todas as sociedades primitivas, estudadas porobservadores competentes e de confiança, foram detectados dois domíniosperfeitamente distintos, o Sagrado e o Profano; por outras palavras, o domínioda Magia e da Religião e o da Ciência.24

BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO

“Estes dois fenômenos constituem variedades do das manifestações visuais e, pormais maravilhosos que eles possam parecer, à primeira vista, fundamentam neste princípiode que tudo o que foi dito sobre as propriedades do perispírito, depois da morte, aplica-se aoperispírito dos vivos”. (LM, item 114).

Esses efeitos, sejam materiais ou não, aparentes ou ocultos, não são menosnaturais por terem essa origem. O Espiritismo nada admite de sobrenatural nemde maravilhoso; segundo ele tudo entra na ordem das leis da Natureza. Quandoa causa de um efeito é desconhecida, deve-se buscá-la na realização dessas leis,e não em sua perturbação, provocada pelo ato de uma vontade qualquer, o queseria o verdadeiro milagre. Um homem investido do dom de milagres teria opoder de suspender o curso das leis que Deus estabeleceu, o que não éadmissível. Mas sendo o elemento espiritual uma das forças ativas da Natureza,provoca fenômenos especiais, que não parecem sobrenaturais senão porque seobstinam em buscar sua causa somente nas leis da matéria. Eis por que osespíritas não fazem milagres, e jamais tiveram a pretensão de os fazer. (RE,novembro de 1867, p. 451 – FEB).

Bicorporeidade ou Desdobramento: “O Espírito de uma pessoa viva, quando fora do corpo,pode aparecer como o de uma pessoa morta e ter todas as aparências da realidade; além

22 Marques, L. A. Compendio de Religiões e Espiritualidades. Ver: Xamanismo.23 Pires, J. H. Concepção Existencial de Deus, p. 81 (O Mito do Diabo) e Agonia das Religiões, Cap. 10.24 Malinowski, B. Magia, Ciência e Religião, p. 33

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disso, pelos mesmos motivos que já explicamos, pode adquirir uma tangibilidademomentânea. É este fenômeno, designado de bicorporeidade, que deu origem às históriasdos homens duplos, ou seja, indivíduos cuja presença simultânea foi constatada em doislugares diferentes”. (LM, item 119).

O fenômeno tem sua mecânica explicada através da liberdade da alma, quedeixando o corpo em sono ou em estado extático, pode transportar-se revestida peloperispírito a outro local e aí tornar-se visível pelo mesmo processo de transformação oucondensação já estudado por ocasião de tópico anterior: Das Manifestações Visuais.

O indivíduo que se mostra, simultaneamente, em dois lugares diferentes possui,portanto, dois corpos; porém, desses dois corpos, só um é real (físico), o outro éapenas uma aparência (fluídico); pode-se dizer que o primeiro possui a vidaorgânica e que o segundo tem a vida da alma; ao despertar, os dois corpos sereúnem e a vida da alma volta ao corpo material. Não parece possível, pelomenos não temos exemplo algum e a razão parece demonstrá-lo, que no estadode separação, os dois corpos possam gozar, simultaneamente e, no mesmograu, da vida ativa e inteligente. Além disso, ressalta do que acabamos de dizerque o corpo real não poderia morrer, enquanto que o corpo aparentepermaneceria visível: a aproximação da morte atraindo sempre o Espírito parao corpo, ainda que por um instante. Daí resulta, igualmente, que o corpoaparente não poderia ser morto, porque não é orgânico e porque não é formadode carne e osso; ele desapareceria, no momento em que o quisessem matar.25

Transfiguração: “em certos casos, pode ser uma simples contração muscular que dá àfisionomia uma outra expressão, a ponto de tornar a pessoa quase irreconhecível. Temosobservado isso com frequência em sonâmbulos, mas nesses casos a transformação não éradical (...)” (LM, item 123). O fenômeno de transfiguração real vai mais além da simplesmodificação de alguns traços fisionômicos.

Está admitido, em princípio, que o Espírito pode dar a seu perispírito qualqueraparência; que pela modificação na disposição molecular pode lhe darvisibilidade, tangibilidade e consequentemente opacidade; que o perispírito deuma pessoa viva, fora do corpo, pode passar pelas mesmas transformações; queessa mudança de estado se opera pela combinação de fluidos. Imaginemosagora o perispírito de uma pessoa viva que, sem estar fora do corpo, irradia-seao redor dele de maneira a envolvê-lo como num vapor; nesse estado, podesofrer as mesmas modificações que sofreria se dele estivesse separado. Se eleperde a transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível e ficaroculto, como se estivesse mergulhado num nevoeiro. Ele até mesmo poderámudar de aspecto, tornar-se brilhante, se for a vontade do Espírito ou se eletiver poder para isso. Um outro Espírito, combinando seu próprio fluido com odo primeiro, poderá dar a essa combinação de fluidos a sua própria aparência;de modo que o corpo real desapareça sob um envoltório fluídico exterior, cujaaparência pode variar de acordo com a vontade do Espírito. Essa parece ser averdadeira causa do fenômeno estranho e raro, convém que se diga, datransfiguração. (Idem).

25 (LM, item 121). Veja a Revista Espírita, janeiro de 1859, O duende de Baione; fevereiro de 1859, Os agêneres; Meuamigo Hermann; maio de 1859, O laço entre o Espírito e o corpo; novembro de 1859, A alma errante; janeiro de 1860,O Espírito de um lado e o corpo do outro; março de 1860, Estudos sobre o Espírito de pessoas vivas; O doutor V. e asenhorita I; abril de 1860, O Fabricante de São Petesburgo; Aparições tangíveis; novembro de 1860, História de MariaAgreda; julho de 1861, Uma aparição providencial (N. A.K.).

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RESUMO

As aparições se dão quando o vidente se acha em estado de vigília e no gozo deplena liberdade de suas faculdades. Ás aparições apresentam-se sob a forma vaporosa ediáfana, na maior parte das vezes, sendo, porém, em algumas outras, nitidamenteacentuadas, distinguindo-se os menores traços da fisionomia. Podendo tomar todas asaparências, o Espírito se apresenta sob a que melhor o faça reconhecível. As partes menosvisíveis, isto é, menos acentuadas, são os membros inferiores, enquanto que a cabeça, otronco, os braços e as mãos são sempre claramente desenhados.

O perispírito é normalmente invisível, porém, pode sofrer modificações que otornem perceptível à vista, e mesmo, ao tato. Todavia, pode retomar instantaneamente seuestado etéreo e invisível. A vontade do Espírito é que comanda todas essas alterações.Somente a vontade do Espírito não é suficiente para que a aparição se verifique; há anecessidade da combinação dos fluidos do Espírito e o do médium. É necessário tambémque haja permissão para que ele se faça visível.

O fenômeno da bicorporeidade ou desdobramento se dá devido as propriedadesdo perispírito, tanto do ser encarnado como do desencarnado. Consiste na aparição de umapessoa em dois lugares diferentes ao mesmo tempo. O fenômeno se dá por ficar o corpo emsono ou no estado extático e a alma tornar seu perispírito visível em outro lugar, através damodificação molecular que se lhe opera, sempre comandado pela sua vontade.

A transfiguração ocorre devido á possibilidade “plástica” que apresenta operispírito das pessoas encarnadas de irradiar, formando em torno do corpo uma espécie devapor. Nesse estado o perispírito pode sofrer todas as alterações que sofreria estandoseparado do corpo material. Um Espírito combinando o seu fluido com os do médium, nesseestado de irradiação perispiritual, poderá imprimir a aparência que lhe é própria, ficando ocorpo material envolvido por essa emanação fluídica que é passível de tomar a forma que oEspírito lhe imprimir.

Bibliografia:

Allan Kardec, O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 6 e 7; Obras Póstumas, 1a. Parte, §5;Revista Espírita, 1859 (mar), 1860 (nov) e 1861 (jul).

Gabriel Delanne, O Fenômeno Espírita, 2a. Parte, Cap. 3; e A Alma é Imortal, 1a. Parte, Cap.3 e 3a. Parte, Cap. 1.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Manifestações Visuais

a) Estado do vidente quando se produz a visãodos Espíritos – LM, item 100, 19a. e 20a.b) A faculdade do ser humano de ver osEspíritos – LM, item 100, 25a., 26a.; item103 e OP, 1a. Parte, §11, n.20.c) Visões e aparições. Características dasaparições – LM, itens 101 e 102 e OP 1a.Parte, §11, n.17.d) Explicação do fenômeno dos Espíritos setornarem visíveis – LM, item 100, 21a., 22a.,23a. e OP 1a. Parte, §11, n.16.e) Estado de tangibilidade das aparições –LM, item 100, 23a. e 24a. e OP, 1a. Parte,§11, n.18.f) A forma dos Espíritos nas aparições – LM,item 100, 28a., 29a. e 30a.; OP, 1a. Parte, §11,n.18.

Grupo 2Ensaio Teórico das Aparições -

Teoria da Alucinaçãoa) O perispírito – principio das aparições –LM, item 109.b) Estados do perispírito – Condições de setornar visível – LM, item 105 e 106.c) Ilusões quanto ás aparições (LM, item 108– Considerações gerais rápidas):O Sistema dos Espíritos Glóbulos.Efeitos do humor aquoso do olho.Discos ou medalhões.d) As aparições explicadas pela alucinação –LM, item 111 e 112.e) A teoria espírita e a alucinação – LM,itens 113 e 113a.f) Figuras e imagens no estado de semitranseou semi-adormecimento (LM, item 113b –Considerações gerais rápidas): Apariçõesfantásticas e memória; impressões cere-brais; alucinações e alma.

Grupo 3Bicorporeidade

a) Princípio da bicorporeidade – LM, item114; OP; 1a. Parte, §V, n.32.b) Estado do corpo na bicorporeidade – LM,item 114 e 118.c) Ligação do espírito ao corpo na bicorpo-reidade – OP, 1a. Parte, item IV.d) Bicorporeidade e tangibilidade. De exem-plos – LM, item 119, 1a., 2a. e 3a.e) Explique os dois corpos do indivíduo nabicorporeidade – LM, item 121 e OP, 1a.Parte: Dos homens duplos e das apariçõesde pessoas vivas.

Grupo 4Transfiguração – Invisibilidade

a) Conceituação do fenômeno e exemplo –LM, item 122; OP, 1a. Parte, §III, n.22.b) Formas e condições da transfiguração –OP, 1a. Parte, §III, n.22.c) Transfiguração e alterações corporais –LM, itens 123 e 124.d) Transfiguração e invisibilidade – LM,item 124; OP, 1a. Parte, §III, n.22.e) Transfiguração e contração muscular –LM, item 123.f) Perispírito e transfiguração – explicaçãodo fenômeno – LM, item 123.g) A transfiguração, fenômeno extraordinário– OP, 1a. Parte, §III, n9 23

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6a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

MANIFESTAÇÃO NATURAL DA ALMA ELEVADA.

Vimos que existem vários tipos de preces e podem serem utilizadas conforme asnecessidades e objetivos, mas sempre será mais poderosa se partir de uma alma sincera eelevada, de um Espírito aperfeiçoado, de uma criatura de bons sentimentos.

Os Espíritos que por vontade própria, por esforço pessoal, já conseguiram selibertar das paixões animalizantes e dos interesses egoísticos da terra têm uma atividade,sejam encarnados ou desencarnados, que se assemelha a uma prece permanente.

Os Espíritos superiores cultivam a prece com naturalidade e eficiênciaextraordinária, enquanto que nós ainda temos que nos esforçar para que a nossa prece atinjao objetivo desejado.

Despojados da ignorância e da perturbação que o mal engendra em nós aospoucos iremos descobrindo que pela prece conseguiremos muita coisa em nosso benefícioespiritual e dos nossos semelhantes e acionaremos com naturalidade o mecanismo do auxílioque ela nos propicia.

Por depender fundamentalmente da sinceridade e da elevação com que é feitadevemos encarar a prece como manifestação espontânea e pura da alma, e não apenas comoum repetir formal de termos alinhados convencionalmente, de petitório interminável ou defórmula magica para afastar o sofrimento e o problema que nos atinge.

A prece é um ato de adoração a Deus. Orar a Deus é pensar nele; éaproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. Pela precepodemos fazer três coisas: louvar, pedir, agradecer. (LE, item 659).

Consultar: Pão Nosso, Cap. 109; Caminho Verdade e Vida, Cap. 167 e Fonte Viva, Cap. 50de Francisco Cândido Xavier.

Prece ensinada por Francisco de Assis.Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure maisConsolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe,é perdoando que se é perdoado,

e é morrendo que se vive para a vida eterna.

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Hora de Exercitar 3!Para responder este Exercício, consulte o Resumos da 4a. Sessão Teórica,

4a. Sessão de Exercício Prático e 5a. Sessão Teórica.

1) Coloque o número correspondente na coluna da direita:

1. Os fenômenos espíritas se produzempela ação recíproca…..

2. O desenvolvimento da faculdade me-diúnica depende…..

3. A elevação moral e o controle domédium não permitirão que os maus es-píritos se apoderem…..

4. Há diferentes espécies de médiuns, de-pendendo da…..

5. A prece em busca da presença divinadeve ser despida…..

6. A prece deve nascer espontaneamentee não ser uma repetição…..

7. Os sentimentos elevados devem sercultivados sempre…..

( ) a sua faculdade e tolham o seu livre-arbítrio.

( ) de termos sem significado.

( ) de modo a não aparecerem só nos momen-tos de oração.

( ) dos fluidos que emitem tem o médium e osEspíritos.

( ) do organismo e da existência do princípio mediúnico.

( ) da alma em busca da presença divina.

( ) diversidade de aptidões.

( ) de todo e qualquer formalismo.

2) Numere a coluna da direita, de acordo com a representatividade mediúnica.

1. Médium Sensitivo

2. Médium Audiente

3. Médium De Efeitos Físicos

4. Médium Falante

5. Médium Vidente

6. Médium Sonambúlico

7. Médium Curador

8. Médium Pneumatógrafo

9. Médium Psicógrafo

( ) revela principalmente a faculdade de produzir fenô-menos materiais.

( ) possui faculdade que só é permanente em casos raros.

( ) é instrumento passivo de uma inteligência estranha.

( ) utiliza o fluido magnético sem o concurso de qual-quer medicação.

( ) tem aptidão para a escrita direta.

( ) apresenta pressentimento vago da presença dos Es-píritos.

( ) permite a conversação com o Espírito comunicante.

( ) pode receber a comunicação através de uma voz In-terna ou de uma voz exterior.

( ) só se preocupa com comunicações inteligentes.

( ) tem aptidão de receber comunicações através da es-crita.

( ) depende da pureza do perispírito.

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3) Coloque a letra que corresponda a tipologia mediúnica na 2a. coluna:

a) Falantes

b) Videntes

c) Escrevente

( ) merece crédito somente diante de provas positivas.( ) polígrafo.( ) intuitivo.( ) semimecânico.( ) consciente.( ) percebe os Espíritos pela alma e não com os olhos físicos.( ) mecânico.( ) pneumatógrafo,( ) de efeitos físicos.( ) iletrados.( ) poliglota (xenoglota).

Hora de Exercitar 4!Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 5a. Sessão de Exercício Prático,

6a. Sessão Teórica e 6a. Sessão de Exercício Prático.

A) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:1. ( ) De todas as manifestações espíritas as mais importantes são aquelas por meio das

quais os Espíritos se tornam visíveis.2. ( ) As aparições exigem o gozo da plena e inteira liberdade das faculdades do vidente.3. ( ) Em alguns casos as aparições podem oferecer uma tangibilidade real.4. ( ) O perispírito é constituído de fluidos que nunca são perceptíveis à vista.5. ( ) Os diferentes estados do perispírito resultam apenas da vontade do Espírito.

B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes:6. A utilização da prece depende das ____________________ e _____________________ .

Sua força depende do grau de _____________________ e dos ___________________ daalma que ora.

7. Um alto grau de aperfeiçoamento moral pode levar a uma atitude que se____________________ a uma prece ____________________ .

8. O resultado da prece depende sobretudo da _____________________ com que é_____________________ feita e da _____________________ espiritual.

C) Múltipla EscolhaC.1 – Assinale a resposta MAIS correta.9. O fenômeno da bicorporeidade:

( ) depende essencialmente da liberdade da alma.( ) ocorre por vontade do médium.( ) prova a existência de homens duplos.( ) provoca o desligamento total do Espírito.

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C.2 – Assinale a resposta MAIS completa.10. A transfiguração real é:

( ) decorrente de uma contração muscular.

( ) uma simples modificação de traços fisionômicos.

( ) decorrente de uma combinação de fluidos perispiríticos de encarnado e desencarnado, permitindo a este fazer variar a aparência física do médium.

( ) resultante da irradiação do perispírito do encarnado, permitindo a este imprimir modificações de seus traços fisionômicos mediante seus poderes mentais.

11. A prece no início e término da reunião espírita é feita:( ) porque faz parte do condicionamento e do ritualismo necessários para que haja

fenômenos.

( ) porque é recomendável para tomar o ambiente espiritual favorável a realização das atividades.

( ) para dar oportunidade de cada um pedir em seu próprio favor.

( ) para fortalecer os Espíritos desencarnados necessitados.

D) Combinação12. Procure na coluna da esquerda a frase que relacione com a coluna da direita:

(a) Pedido

(b) Louvor

(c) Reconhecimento

(d) Intercessão

( ) Quando intercessória deve objetivar a coragem moral para su-portar as provas.

( ) Para ser atendida deve-se prometer algo em retribuição à gra-ça que se espera receber.

( ) Deve demonstrar a conscientização de nossa alma quanto ao valor da vida.

( ) Deve ser feita sempre em favor de si mesmo, pois cada um deve fazer as suas próprias solicitações.

( ) E uma glorificação ao Criador e às criaturas.( ) Pode proporcionar o entendimento e aceitação de nossos pro-

blemas e renovação de forças para resolvê-los.

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7a. SESSÃO TEÓRICAORIENTAÇÃO GERAL DO DESENVOLVIMENTO DA

MEDIUNIDADE – PROCESSO DE DESENVOLVIMENTOMEDIÚNICO – FUNDAMENTAÇÃO DO MÉTODO MEDIÚNICO.

ORIENTAÇÃO GERAL DO DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE

Seja por entusiasmo, por fascinação dos Espíritos, ou por amor-próprio, emgeral o médium psicógrafo é levado a crer que são superiores os Espíritos quecom ele se comunicam, sobretudo quando tais Espíritos, aproveitando-se dessapresunção, adornam-se de títulos pomposos, tomando nomes de santos, desábios, de anjos e da própria Virgem Maria, conforme a necessidade e segundoas circunstâncias. E, para desempenhar seu papel de comediantes, chegam atémesmo a portar a indumentária extravagante das personagens que representam.Tirai suas máscaras e vereis que se transformam no que sempre foram: ilustresdesconhecidos; é o que necessariamente devemos fazer, tanto com os Espíritos,quanto com os homens. (RE, outubro de 1858, p. 408 – FEB).

Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, Cap. 17, ‘Da Formação dos Médiuns’,esclarece que nesse capítulo se refere apenas ao desenvolvimento dos médiuns escreventes,por se tratar do gênero de mediunidade mais espalhado na época. Nesta sessão, contudo, nãovamos limitar-nos ao desenvolvimento deste tipo de mediunidade somente, pois o objetivodeste tema é de verificar o desenvolvimento dos médiuns em geral (psicógrafos,psicofônicos, etc). Assim, tiraremos do capítulo acima citado, as instruções que servemcomo normas gerais de desenvolvimento e passaremos em seguida ao estudo do processo dedesenvolvimento mediúnico espírita cristão.

Têm-se procurado processos para a formação de médiuns, como se têmprocurado diagnostico para a mediunidade. É importante, porém, que procuremos aquelasorientações nitidamente espíritas, esclarecedoras e seguras, a fim de que o desenvolvimentoda mediunidade se efetue naturalmente e equilibradamente e, ainda, que o médium o façacom conhecimento de causa, para evitar os percalços e os desenganos. “Adquirido esteconhecimento, o fato das manifestações nada mais apresenta de surpreendente e entra naordem dos fatos naturais”. (LM, item 52)

A pessoa que se apresenta como candidata a médium, deve, antes de tudo,verificar se possui a faculdade, através de indícios que poderão ser caracterizados comoocorrência de mediunidade. Todavia, é importante saber que estes sinais não são uniformese padronizados, mas se apresentam de múltiplas maneiras e, por eles simplesmente, não sepode diagnosticar a “existência da faculdade mediúnica; só a experiência pode fazê-laconhecida” (LM, item 62). Não se pode com eles afirmar ‘a priori’ que alguém possui esteou aquele tipo de mediunidade. Só a experimentação perseverante, sensata e desprovida decondicionamentos, poderá confirmar ou não o desabrochamento de uma faculdade.

Se a faculdade for identificada, o candidato a médium devera recorrer a meiosseguros, em locais que lhe inspirem segurança e certeza da real prática mediúnica espírita,pois uma faculdade em vias de desenvolvimento requer boa orientação, estudos constantes,persistência, conhecimento de si mesmo, porque mal orientada é canal para Espíritosinferiores e perturbação26.

26 Consultar O Livro dos Espíritos – ‘Escala Espírita’, itens 100 a 127

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PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

“O desejo de todo aspirante a médium é, naturalmente, o de poder conversar como Espírito das pessoas que lhe são caras, entretanto, deve moderar sua impaciência, pois acomunicação com um determinado Espírito oferece, muitas vezes, dificuldades materiaisque a tornam impossível para o iniciante” (LM, item 203). Obstáculos naturais da própriaorganização mediúnica em desabrochamento e das condições espirituais da entidade. Daí onão aconselhamento da evocação ostensiva de certos Espíritos, deixando a Sabedoria Divinaagir através dos Orientadores Espirituais do desenvolvimento da faculdade do médium.

É preciso considerar que as relações fluídicas que devem existir entre o Espíritoe o médium jamais se estabelecem completamente desde a primeira vez; aassimilação não se faz senão com o tempo e gradualmente. Daí resulta que,inicialmente, o Espírito sempre experimenta uma dificuldade que influi naclareza, na precisão e no desenvolvimento das comunicações; mas, quando oEspírito e o médium estão habituados um ao outro; quando seus fluidos estãoidentificados, as comunicações se dão naturalmente, porque não há maisresistências a vencer. (RE, julho de 1866, p. 296 – FEB).

Pode acontecer, portanto, que aquele com quem se deseja comunicar, não estejaem condições propícias para fazê-lo, embora encontre-se presente, como podetambém acontecer que não haja a possibilidade, nem a permissão para atendero chamado que lhe é feito. É por isso que é conveniente, no início, não obstinar-se em chamar um determinado Espírito, com exclusão de qualquer outro, poisacontece, muitas vezes, que não é com este que as relações fluídicas seestabelecem com mais facilidade, por maior simpatia que se tenha por ele. Antes,pois, de pensar em obter comunicações deste ou daquele Espírito, é precisoimpulsionar o desenvolvimento da faculdade e, para isso, necessário é fazer umapelo geral e dirigir-se, principalmente, ao seu anjo guardião. (LM, item 203).

As condições mais importantes que devem ser observadas no desenvolvimento deuma faculdade mediúnica, são: “a calma e o recolhimento, juntos a um desejo ardente e auma vontade firme de obter êxito; e, por vontade, não entendemos, aqui, uma vontadeefêmera, que age por impulso e que é, a cada minuto, interrompida por outras preocupações;mas, uma vontade séria, perseverante, mantida, sem impaciência, nem desejo febril. Asolidão, o silêncio e o afastamento de tudo o que possa causar distrações favorece orecolhimento (concentração)” (LM, item 204). Só um estudo completo e aprofundado daparte teórica do desenvolvimento mediúnico pode prevenir dissabores, associado a umexercício com regularidade, assíduo e sério é fundamental para este desenvolvimento.

“Para evitar tentativas inúteis, pode-se interrogar, através de um outro médium,um Espírito sério e adiantado; mas deve-se observar que, quando se pergunta aos Espíritospara saber se é médium ou não, eles respondem, quase sempre, afirmativamente, o que nãoimpede que os ensaios sejam, muitas vezes, infrutíferos” (LM, item 205). A pergunta,entretanto, deve ser bem formulada para que o Espírito possa responder realmente o que se quersaber, pois, se inquirirmos aos Espíritos se somos médiuns, eles responderão afirmativamente,de vez que a faculdade mediúnica é natural no humano. Deve-se observar, também, acategoria do Espírito que responde. Sabemos existirem Espíritos “(…) tão levianos e tãoignorantes, que respondem, a torto e a direito, como verdadeiros estúrdios (…)” (Idem).

O desenvolvimento mediúnico dentre de um grupo organizado para tal fim,apresenta uma série de condições favoráveis. “As pessoas, unidas por uma comunháo deintenção, formam um todo coletivo cujo poder e sensibilidade encontram-se acrescidos poruma espécie de influência magnética (…)” (LM, item 207), que satura o ambiente de fluidos

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propícios e, “entre os Espíritos atraídos por este concurso de vontades, haverá aqueles queencontrarão, nos assistentes, o instrumento que lhes convenha (…)” (Idem)..

A fé, no médium aprendiz, não constitui uma condição rigorosa; ela auxilia osesforços, sem dúvida, mas não é indispensável; a pureza de intenção, o desejo ea boa vontade são suficientes. Têm-se visto pessoas completamente incrédulasficarem muito espantadas de escrever contra sua vontade, enquanto que crentessinceros não conseguem fazê-lo; o que prova que esta faculdade se deve a umapredisposição orgânica. (LM, item 209)

No caso dos médiuns psicógrafos, “O primeiro indício de uma disposição paraescrever é uma espécie de arrepio no braço e na mão; pouco a pouco, a mão é arrastada poruma impulsão que ela não pode dominar. Muitas vezes, ela só traça, primeiramente, riscosinsignificantes; depois, os caracteres desenham-se cada vez mais nitidamente e a escritatermina por adquirir a rapidez da escrita corrente. Em todos os casos, é preciso abandonar amão ao seu movimento natural e não oferecer resistência, nem propulsão”. (LM, item 210).

Alguns médiuns escrevem correntemente e com facilidade, desde o começo,algumas vezes, até, desde a primeira sessão, o que é bastante raro; outros,traçam durante muito tempo, barras e verdadeiros exercícios de caligrafia; osEspíritos dizem que é para lhes soltar a mão. Se esses exercícios seprolongassem demais, ou degenerassem em sinais ridículos, não haveria dúvidade que se trata de um Espírito que se diverte, porque os bons Espíritos nadafazem que seja inútil; neste caso, dever-se-ia redobrar de fervor para chamar aassistência destes. Se, apesar disto, não houver mudança, devesse parar, desdeque se perceba que nada de sério se obtém. A estas observações um Espíritoacrescenta: “Há médiuns cuja faculdade não pode ir além desses sinais;quando, ao final de alguns meses, só obtêm coisas insignificantes, uns sim ouuns não, ou letras sem sequência, é inútil persistir, rabiscando papel, em puraperda: eles são médiuns, porém médiuns improdutivos. (Idem).O perigo, para a maioria dos médiuns iniciantes, é o de se relacionar comEspíritos inferiores e devem sentir-se felizes, quando forem apenas Espíritoslevianos. Toda a atenção deles deve concentrar-se em não se deixaremconduzir, porque uma vez ancorados, nem sempre será fácil livrarem-se deles.É um ponto tão capital, principalmente no início, que sem as precauçõesnecessárias, pode-se perder o fruto das mais belas faculdades.

O primeiro ponto consiste em colocar-se, com uma fé sincera, sob a proteçãode Deus e em pedir a assistência do seu anjo guardião; este é sempre bom (...).O segundo ponto é procurar reconhecer, com um escrupuloso cuidado, atravésde todos os indícios que a experiência faculta, a natureza dos primeirosEspíritos que se comunicam e dos quais é sempre prudente desconfiar. Se osindícios forem suspeitos, deve-se fazer um apelo fervoroso ao seu anjoguardião e repelir, com todas suas forças, o mau Espírito, provando-lhe que nãosomos de sua laia, a fim de desencorajá-lo. É por isso que o estudo prévio dateoria é indispensável, se quisermos evitar os inconvenientes inseparáveis dainexperiência27 (LM, item 211).Se é importante não cair, sem o querer, sob a dependência dos maus Espíritos,é mais importante ainda, não se colocar nesta situação, voluntariamente e nãose deve deixar que um desejo imoderado de escrever faça acreditar que sejaindiferente dirigir-se ao primeiro que apareça, salvo para dele livrar-se mais tarde,caso não convenha, porque não se pede, impunemente, assistência, para o que querque seja, a um mau Espírito, que pode cobrar caro os seus serviços. (Ibidem, 212).

27 Consultar O Livro dos Médiuns – Da Obsessão, Cap. 23 e Revista Espírita 1862, dez. p. 491 – FEB.

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O médium, mesmo com a faculdade mediúnica desenvolvida e trabalhandoostensivamente, “seria um grande erro, de sua parte, acreditar-se dispensado de qualqueroutra instrução; ele apenas venceu uma resistência material, mas é, então, que começam paraele as verdadeiras dificuldades, e que, mais do que nunca, ele necessita dos conselhos daprudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe vão ser preparadas. Sedesejar voar muito cedo com suas próprias asas, não tardará a ser a vítima dos Espíritosmentirosos que procurarão explorar sua presunção”. (LM, item 216).

Uma vez desenvolvida a faculdade no médium, é essencial que dela não abuse.A satisfação que ela proporciona a alguns, que a comercializam, neles provocaum entusiasmo, que é importante moderar; devem lembrar-se de que ela lhesfoi dada para o bem e, não, para satisfazer uma vã curiosidade; é por isso que éútil dela se utilizar somente em momentos oportunos e, não, a todo instante;não estando os Espíritos constantemente às suas ordens, correm o risco deserem enganados por mistificadores. É bom adotar, para este efeito, dias ehoras determinados, porque ao trabalho se acrescentam disposições de maiorrecolhimento e os Espíritos que desejem vir, estando prevenidos para isso,consequentemente, se dispõem a auxiliar. (LM, item 217).

Se, apesar de todas as tentativas, a mediunidade não se revelar, de formaalguma, será preciso renunciar a ela, como se renuncia a cantar, quando não setem voz. (LM, item 218).

FUNDAMENTAÇÃO DO MÉTODO MEDIÚNICO:

Allan Kardec define como “o verdadeiro espírita, assim como o verdadeirocristão” (ESE, 12:4), aqueles que não se contentam com admirar a moral espírita, que apraticam e lhe aceitam todas as consequências. “Fazei, portanto, que, ao serdes observados,se possa dizer que o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa,porque todos aqueles que praticam a caridade são discípulos de Jesus, qualquer que seja oculto a que pertençam”. (ESE, 15:10). Aproveitam todos os breves instantes da vida terrenapara avançar pela senda do progresso, esforçando-se por fazer o bem e coibir seus mauspensamentos. A caridade é em tudo, a regra de proceder a que obedecem. (LM, item 28).

Sob o ponto de vista espírita “o exercício da mediunidade é uma oportunidade enão uma causa”28; é um mandato que nos é outorgado pela Espiritualidade superior, a fim deser fielmente desempenhado. Dessa forma, o aspirante à mediunidade, à luz da DoutrinaEspírita, deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se desde o início desua formação e informação mediúnica, por ser um Verdadeiro Espírita.Processos de Fundamentação Mediúnica:Evangelho No Lar:

É a renovação do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo,porque o lar é a usina maior das energias de que somos carentes para o nosso trânsito terrenoe e onde compensamos nossas vibrações psíquicas em reajustamento... Evangeliza osEspíritos, nossos desafetos que se julgam conosco em todas as nossas atividadescotidianas.29 Para a realização, as providências são simples:

1) um volume de O Evangelho Segundo o Espiritismo;2) um dia certo por semana;3) um cômodo onde todos os familiares se reúnem. Sua realização também é singela:

28 Revista Espírita 1863, jan. p.9. ‘As causas da obsessão e os meios de combatê-la’ (Segundo artigo) – IDE.29 Jacinto, R. Desenvolvimento Mediúnico, p. 30.

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4) inicia-se por uma prece, preferentemente uma oração feita de improviso porum dos presentes, por ser mais afetivo;

5) abre-se o livro ao chamado acaso;6) leitura em voz alta do trecho aberto;7) comentários sobre o mesmo pelos presentes;8) encerramento com uma prece de agradecimento pela orientação noturna,

podendo alongar-se os comentários, depois, sobre a lição, enquanto houver interesse e foroportuno. Evitar no Culto, qualquer manifestação que o confunda com sessão mediúnica.Culto da Assistência:

Rompimento com o egoísmo, compelindo-nos a interessar-nos pelo próximo,auxiliando-o nos seus lances expiatórios, probatórios ou missionários, até o limite de nossacapacidade de servir (grupo de costura, socorro fluídico pelo passe, visita aos enfermos,amparo aos órfãos, cooperação com as obras de assistência, conforto moral aosdesesperados, etc).Reforma Íntima:

Revisão e reconstrução dos hábitos, permutando os vícios por virtudeslegitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente e que nos abrirão asportas de Planos mais elevados que os atuais.Casa Espírita:

Aniquilamento do orgulho, levando-nos a viver em circunstâncias eagrupamentos humanos que nos permitirão o exercício da humildade legítima, entrosando-nos em trabalhos de equipe com esquecimento de nós mesmos. Evitemos as sessões espíritasnos lares. A organização espiritual não se improvisa. O ambiente do Centro Espírita está empermanente ação e é formado como um posto de socorro diverso, sob a orientação edesempenho dos bons Espíritos.Estudo de Grupo:

Reunidos semanalmente aos companheiros, evitaremos, no compulsar os livrosdoutrinários, de emprestar-lhes o colorido de nossas paixões e preferências particulares e,apesar de sua suficiente clareza, evitaremos de emprestar-lhes interpretações laterais oudesvirtuadas.

Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo quenenhuma faculdade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-nos espiritualmente e capacitando-nos para a verdadeira mediunidade com Jesus – aMediunidade do Bem.

RESUMO

Na orientação do desenvolvimento mediúnico é importante que procuremos asinstruções realmente espíritas, para evitar dissabores e percalços.

Não há diagnóstico padrão da mediunidade nem métodos infalíveis dedesenvolvimento. Os indicativos mediúnicos não são uniformes e podem variar de pessoa apessoa. Pela experimentação perseverante, sensata e livre de condicionamentos é que ocandidato a médium deve procurar o desabrochar de sua faculdade, A faculdade mediúnicase prende a uma disposição orgânica.

No intercâmbio mediúnico há dificuldades que somente a espiritualidade podejulgar da possibilidade ou não de superá-las. As relações fluídicas entre médiuns e Espíritos

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não se improvisam. Apenas os desejos dos encarnados não superam os obstáculos deafinidade. Por Isto o intercâmbio deve obedecer i espontaneidade.

É aconselhável o desenvolvimento mediúnico em grupos especialmente formadospara isto, pois pessoas bem orientadas que se reúnam com uma intenção comum, formamum ambiente coletivo favorável ao intercâmbio.

No médium psicógrafo o primeiro indício para escrever é uma espécie de frêmitono braço e na mão; aos poucos esta é arrastada por um impulso incontrolável . Muitas vezestraça riscos insignificantes; depois, os caracteres se tornam mais nítidos e a escrita acabaadquirindo a rapidez normal.

Para evitar a influência de Espíritos inferiores, os médiuns em treinamentodevem aplicar-se com meticuloso cuidado a reconhecer por todos os meios a natureza dosEspíritos que se comunicam por seu Intermédio, usando sempre a reserva aconselhada pelaprudência.

Todo médium iniciante, para evitar inconvenientes na prática mediúnica, devededicar-se ao indispensável estudo prévio da teoria e jamais considerar-se dispensado dequalquer instrução, pois quando supõe-se capaz de voar por suas próprias asas, não tardará aser vítima de mil ciladas que Espíritos mentirosos presaram para explorar-lhe a presunção.

É aconselhável que o médium jamais abuse da mediunidade, empregando-a paraa satisfação da curiosidade.

Paralelamente ao exercício mediúnico, deve o médium espírita realizar o culto doevangelho no lar; dedicar-se ao culto da assistência ao próximo; esforçar-se pela sua reformaíntima; desenvolver o habito de frequentar e integrar-se nas atividades do Centro Espírita eaplicar-se ao estudo em grupo dos livros de Allan Kardec.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Caps. 2a. Parte, Cap. 17.Francisco Cândido Xavier. Missionários Da Luz, Cap. III.Roque Jacinto. Desenvolvimento Mediúnico, Cap. VII.Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 22.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Diagnostico dá Mediunidadea) LM, itens 200 e 205 e OP, 1a. Parte, n.33.

b) Processos de Desenvolvimento.LM, itens 31, 202, 207 e 208.

Grupo 2a) Relações Fluídicas Entre o Médium e o Es-pírito Comunicante. LM, item 203 e OP, 1a.Parte, itens 34, 35 e 36.b) Condições dos Candidatos ao Desenvolvimen-to. LM, itens 209, 211 e caps. 31 itens 13 a 15.

Grupo 3a) Dificuldades Encontradas PelosMédiuns Iniciantes. LM, itens 211 e 212 eLE itens 461, 466 a 469.

b) Quando As Tentativas Não Levam AoDesenvolvimento. LM, item 218.

Grupo 4a) Primeiro Indício da Disposição Para Escrevere as Primeiras Comunicações. LM, item 210.

b) O Uso da Faculdade Mediúnica LM, itens216 e 217

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7a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

IRRADIAÇÃO – BASES DO FENÔMENO.

Vivemos todos nós, os encarnados e os desencarnados, em um meio comum formado defluido Cósmico Universal, Mergulhados nos encontramos nessa substância primitiva que

absorvemos automática e inconscientemente, por váriasportas de entrada, destacando-se a respiração e os centrosde força vital, também chamados Chakras.

Vejamos estes Centros de Força Vital, sendo os maisimportantes em número de sete, bem como suas funçõesbásicas e suas respectivas relações com o físico.1. Coronário – liga os planos espiritual e material;relaciona-se materialmente com a epífise neural30.

2. Frontal – é responsável pelo funcionamento doscentros superiores da inteligência e do sistema nervosocentral; relaciona-se materialmente com os lobos frontaisdo cérebro.3. Laríngeo – é responsável pelo funcionamento dasGlândulas do Timo31, da Tireoide32 e dos órgãosresponsáveis pela fala; está relacionado materialmentecom o plexo cervical.

4. Cardíaco – é responsável pelo funcionamento docoração e do aparelho circulatório e pelo controle dos

sentimentos; está relacionado com o plexo cardíaco.5. Gástrico – é responsável pelo funcionamento do aparelho digestivo; está relacionadomaterialmente com o plexo solar.33

6. Esplênico – é responsável pelo funcionamento do baço, pela formação e reposição das defesasorgânicas através do sangue; relaciona-se materialmente com o plexo mesentérico e baço.7. Genésico ou Básico – é responsável pelo funcionamento dos órgãos de reprodução e das emoçõesdaí advindas; relaciona-se materialmente com o plexo sacro e hipogástrico.

O Fluido Cósmico Universal ao ser absorvido por um destes centros de força émetabolizado em fluido vital e canalizado, para todo o organismo, com maior ou menor intensidade,de acordo com o estado emocional da criatura, irradiando-se posteriormente em seu derredor,formando o que poderíamos chamar de aura psíquica.

É fácil compreender que pela tonalidade de nossa aura psíquica, pela sua forma, peloseu brilho e pela sensação que causa, seremos facilmente identificáveis .

No processo da irradiação, transmitimos aos outros, pelo mecanismo da nossa vontade,a carga de força vital que dispomos para doar.

Consultar: Evolução em Dois Mundos, Cap. 2 e Fonte Viva, Cap. 150 de Francisco Cândido Xavier.

30 A Glândula Pineal, também conhecida como epífise neural, é uma glândula endócrina de tamanho pequenolocalizado na parte superior do terceiro ventrículo do encéfalo, ou seja, na parte central do cérebro humano.31 O timo situa-se na porção superior do mediastino anterior. Limita-se, superiormente, com a traqueia, a veia jugularinterna e a artéria carótida comum. Lateralmente, com os pulmões, e inferior e posteriormente com o coração. Sua cor évariável. Vermelha no feto, branco-acinzentada nos primeiros anos de vida e, depois, amarelada. O timo, plenamentedesenvolvido, é de formato piramidal, encapsulado e formado por dois lobos fundidos.32 A tiroide ou tireoide é uma glândula que fica na frente do pescoço (região anterior) e tem um formato parecido como de uma borboleta. Posiciona-se em cima da traqueia, com um lobo de cada lado, unidos pelo istmo.33 O plexo solar, também conhecido como plexo celíaco, é uma complexa rede de neurônios que no corpo humano estálocalizada atrás do estômago e embaixo do diafragma perto do tronco celíaco na cavidade abdominal a nível da primeiravértebra lombar

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8a. SESSÃO TEÓRICARESPONSABILIDADE DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES –

ESTADO DO MÉDIUM NO FENÔMENO MEDIÚNICO – REAÇÃODOS MÉDIUNS DIANTE DOS ESTÍMULOS TRANSMITIDOS

PELOS ESPÍRITOS – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PAPELDOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES.

RESPONSABILIDADE DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES

Para compreendermos o papel que o médium desempenha nas comunicaçõesespírita, é preciso, primeiro, que rememoremos alguns pontos já estudados sobre a faculdademediúnica e o fenômeno da comunicação. Sabemos que:

1) A faculdade mediúnica é um dom inerente a todos os seres humanos, como afaculdade de respirar. O espírito encarnado une-se ao corpo físico molécula a molécula,“através do perispírito, que possui certas propriedades da matéria”34, constituindo um todoindivisível. Daí resulta uma interação psicofisiológica, isto é, um conjunto de ações ereações recíprocas entre a alma – ser pensante e encarnado, e o corpo – veículo demanifestações daquela. Assim, se a Alma se manifesta através do organismo, age e reage pormeio deste, podemos concluir que a faculdade mediúnica “se deve a uma predisposiçãoorgânica” e é acionada pela alma – ser inteligente. (LM, item 209).

2) Um Espírito ao comunicar-se com o médium o faz por intermédio dacombinação de fluidos perispiríticos dos dois seres (espírito e médium) formando como queuma atmosfera fluídico espiritual comum as duas individualidades, atmosfera esta que tornafavorável a transmissão do pensamento, que se faz assim, de espírito (desencarnado) paraalma (encarnada) e, esta, pela ação que exerce sobre o corpo, exterioriza o conteúdo dessepensamento pelos diferentes tipos de faculdades (psicografia, psicofonia, vidência e etc).A formação dessa atmosfera depende de dois elementos fundamentais:

a) a afinidade fluídica do médium e do Espirito; b) a sintonia do pensamento (sintonia vibratória ou assimilação da corrente mental).

Os dois pontos que expusemos acima, são básicos na comunicação e se aplicam aquase todos os tipos de faculdades mediúnicas e a qualquer grau de passividade do médium(consciente, semiconsciente ou inconsciente). Essa passividade é apenas una questão deaptidão própria a cada médium e da forma de manifestação e não da essência do fenômeno,que se processa sempre dentro da mecânica exposta.

Observamos, assim, que a alma do médium (ou o médium), sempre participa dofenômeno da comunicação, de uma forma ou de outra. Ele é o veículo e o filtro dopensamento do Espírito.

Verifiquemos agora com mais detalhes as seguintes questões:

a) os diferentes estados do médium no fenômeno mediúnico;

b) as maneiras pelas quais os Espíritos atuam sobre as possibilidades dosmédiuns e a reação destes diante dos estímulos transmitidos pelos Espíritos;

c) considerações finais sobre o papel dos médiuns,

34 Kardec, A. A Gênese; 11:18.

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ESTADO DO MÉDIUM NO FENÔMENO MEDIÚNICO.

No momento que exerce sua mediunidade, o médium esta “num estado particular,próximo do êxtase”. (LM, item 100, perg. 19).

Conforme o tipo da faculdade que possui (escrevente, por exemplo)5 seu estadonão difere de modo sensível do normal.

O sonambulismo natural é um estado de independência do Espírito em que suasfaculdades adquirem maior amplitude. A alma tem percepções que no estado normal seacham embotadas. Nesse estado o Espírito poderá servir-se de seu próprio corpo, paraproduzir certas ações, como se serve de uma mesa ou de outro objeto no fenômeno dasmanifestações físicas, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas comunicaçõesescritas (LE, item 425). “O estado de êxtase é um sonambulismo mais apurado; a alma doextático é ainda mais independente”. (LE, item 439).

Estes dois estados podem favorecer bastante o animismo, isto é, a manifestaçãoda própria alma do médium que, adquirindo um certo grau de liberdade, pode recobrar suasqualidades de Espírito e dar comunicações escritas ou verbais pela sua própria organizaçãofísica. Pode ainda comunicar-se por outros médiuns, o que já seria uma comunicaçãomediúnica entre encarnados.

Para distinguirmos se uma comunicação é de cunho anímico ou de Espíritodesencarnado, é preciso estudo e observação, baseados no conteúdo das comunicações, paradiferenciarmos o que pode pertencer á individualidade do médium e o que pertencerealmente a um Espírito que lhe é estranho.

REAÇÃO DOS MÉDIUNS DIANTE DOS ESTÍMULOS TRANSMITIDOS PELOSESPÍRITOS

Na comunicação “é o Espírito do médium que é o intérprete, porque está ligadoao corpo que serve para falar e porque é necessária uma corrente entre vós e os Espíritos es-tranhos que se comunicam, como um fio elétrico é necessário para transmitir uma notícia agrande distância e, na extremidade do fio, uma pessoa inteligente, que a receba e a transmi-ta”. (LM, item 223, perg. 6).

O Espírito do médium exerce influência patente sobre as comunicações quetransmite, podendo, inclusive, ao assimilar as ideias dos Espíritos, alterá-las conforme as su-as tendências, sendo, nesse caso, um mau intérprete. Daí, os Espíritos procurarem normal-mente os intérpretes que mais se afinizam com eles para que a comunicação seja fiel e au-têntica. Neste caso, diremos que o médium é passivo, por não misturar suas ideias com as doEspírito comunicante, e não por que deixa de participar do fenômeno, o que jamais ocorre,mesmo quando considerado inconsciente.

Alguns sistemas que quiseram explicar os fenômenos espíritas, achavam que averdadeira mediunidade estava num corpo inerte. O Espírito manifestante se identificavacom o mesmo, transmitindo-lhe vida e inteligência, e deram a esses objetos o nome demédiuns inertes. Isto, porém, cai por terra, se raciocinarmos sobre a impossibilidade de seadmitir que um papelão que receba esses atributos, fale ou escreva por si mesmo, sem con-curso de um médium. Seria um efeito singular e um contrassenso um homem se transformarem máquina, e um objeto inerte adquirir inteligência. Quando um homem agita colérico umpau, não podemos admitir que o pau está preso de cólera, nem mesmo a mão que o segura,mas sim o pensamento que dirige a mão. Em síntese, o Espírito não se transforma em objetoou em pau, nem se domicilia neles. (LM, item 223, perg. 12).

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Para o Espírito só há uma língua – a do pensamento; não dispõe da linguagem ar-ticulada. Assim, quando “o Espírito, dirigindo-se ao Espírito encarnado do médium, não lhefala francês, nem inglês, mas a língua universal, que é a do pensamento; para traduzir suasideias, numa linguagem articulada, transmissível, tira suas palavras do vocabulário domédium”. (LM, item 223, perg. 15).

Os médiuns Xenoglotas35 (que falam e escrevem em idiomas que lhe sãodesconhecidos), são raros e os espíritas só produzem esse tipo de fenômeno quando julgamque isso pode ter alguma utilidade. Uma pessoa analfabeta, poderá, como médium, escrever,porém com grande dificuldade mecânica. Da mesma forma um médium muito poucointeligente poderá transmitir comunicações de ordem elevada.

A mediunidade, propriamente dita, independe da inteligência, bem como dasqualidades morais e, por falta de um instrumento melhor, o Espírito pode seservir daquele que ele tem à mão; porém, é natural que, para as comunicaçõesde uma certa ordem, prefira o médium que lhe ofereça menos obstáculosmateriais. (LM, item 223, perg. 19).

Daí decorre que, salvo algumas exceções, o médium exprime o pensamento dosEspíritos através dos meios mecânicos que estão à sua disposição e que aexpressão deste pensamento pode e deve, mesmo, muito frequentemente,ressentir-se da imperfeição desses meios; assim, o homem inculto, o camponês,poderá dizer as mais belas coisas, expressar os pensamentos mais elevados, osmais filosóficos, falando como um camponês; pois, como se sabe, para osEspíritos, o pensamento está acima de tudo. Isto responde à objeção de certoscríticos a propósito das incorreções de estilo e de ortografia, que se podeminculpar os Espíritos, e que podem vir, tanto do médium, quanto do Espírito.Apegar-se a tais coisas não passa de futilidade. (LM, item 224).

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PAPEL DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES

Os Espíritos se comunicam com os encarnados da mesma forma que secomunicam com os próprios Espíritos, tão só pela irradiação do pensamento. Quandoencontram em um médium o cérebro povoado de conhecimentos latentes, obtidos em vidasanteriores e na existência atual que facilitam a comunicação, dele se servem de preferência.Isto ocorre porque o pensamento se comunica instantaneamente de Espírito a Espírito(sintonia vibratória).

Os Espíritos encontram no cérebro do médium, os elementos próprios a dar avestidura da palavra que corresponde a seus pensamentos quer o médium seja intuitivo,semimecânico ou mecânico.

Essa a razão por que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que secomunicam com um médium, os ditados que este obtém, embora procedendode Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe épessoal. Com efeito, se bem o pensamento lhe seja de todo estranho, se bem oassunto esteja fora do âmbito em que ele habitualmente se move, se bem o quenós queremos dizer não provenha dele, nem por isso deixa o médium deexercer influência, no tocante à forma, pelas qualidades e propriedadesinerentes à sua individualidade. É exatamente como quando observaispanoramas diversos, com lunetas matizadas, verdes, brancas, ou azuis; emboraos panoramas, ou objetos observados, sejam inteiramente opostos eindependentes, em absoluto, uns dos outros, não deixam por isso de afetar umatonalidade que provém das cores das lunetas. (RE, julho de 1861, p. 323 – FEBe LM, item 225).

35 Bozzano, E. Xenoglossia. Categoria I a IV.

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Finalizando, concluímos que o conhecimento da teoria para os observadores dosfenômenos mediúnicos e para os candidatos a médium é fundamental, pois ela explica-lhesem que condições eles se processam, dando-lhes a segurança para interpretarem todos osfatos de origem mediúnica, bem como, entenderem a função do médium e dos espíritos nascomunicações.

RESUMO

O médium, de alguma forma, sempre participa do fenômeno da comunicaçãomediúnica. Ele é o veículo e o intérprete do pensamento dos Espíritos.

No momento que exerce a mediunidade, o médium está num estado mais oumenos de êxtase que se aproxima em alguns momentos a do próprio sonambulismo e que nacondição não se manifestariam. Num destes estados a própria alma do médium podecomunicar-se, constituindo isto o fenômeno chamado de animismo.

Quando o médium é fiel ao transmitir o pensamento dos Espíritos que por ele secomunicam, diremos que ele é um médium passivo.

Os Espíritos sempre necessitam de médiuns para transmitir suas comunicações,não podendo fazê-lo simplesmente através de objetos inanimados, impropriamentechamados de médiuns inertes. (RE, outubro de 1859).

A língua universal dos Espíritos é o pensamento. Para transmitir suas mensagensos Espíritos preferem médiuns que possuam no cérebro conhecimentos latentes adquiridosnesta ou em existências anteriores.

As comunicações dos Espíritos sempre apresentam características próprias dosmédiuns que as transmitem, pois o pensamento deles ao atravessar o cérebro do médiumrecebe a sua vestidura peculiar, como a luz ao atravessar vidros de coloridos diferentesganha os matizes que lhes são próprios.

O conhecimento da teoria espírita sobre a mediunidade é de fundamentalimportância para os estudiosos dos fenômenos mediúnicos e para os médiuns em geral .

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 19 e Revista Espírita, 1859 (outubro) e1861 (julho e agosto).Alexandre Aksakof – Animismo e Espiritismo, Cap. 3.Ernesto Bozzano – Animismo ou Espiritismo? Caps. 1 ao 5.Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 50.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Influência Do Espirito Pessoal Do Médium.

LM, item 223 da 1a. a 11a.

Grupo 2Sistema dos Médiuns Inertes.

LM, item 223 da 12a. a 14a. e RE, out. de 1859.

Grupo 3Á Linguagem dos Espíritos e as Possibilida-des dos Médiuns. LM, item 223 da 15a. a 23a.

O Papel Dos Médiuns Nas ComunicaçõesEspíritas. LM, item 225.

Grupo 4Aptidão de Certos Médiuns Para Coisas QueNão Conhecem: Línguas, Musica, Desenho e Etc.

LM, item 223 da 15a. a 22a. e item 224.

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8a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

IRRADIAÇÃO – CONDIÇÕES DE QUEM IRRADIA

Como vimos anteriormente, há uma irradiação psíquica constante que realizamosautomaticamente em nosso derredor – é o que André Luiz chama de hálito mental.

Cada mundo possui o campo de tensão electromagnética que lhe é próprio, noteor de força gravítica em que se equilibra, e cada alma se envolve no círculode forças vivas que lhe transpiram do “hálito” mental, na esfera de criaturas aque se imana, em obediência às suas necessidades de ajuste ou crescimentopara a imortalidade.36

O que chamamos de realidade exterior é a troposfera ecológica de cada pessoa,construída a partir do universo simbólico de seu psiquismo e assim convertidoa um hábitat cultural capaz de atender às necessidades do organismo. Dessaforma, os modelos ecológicos (mentais) podem variar desde aqueles capazes deassegurar adaptações ótimas, até aqueles psicotizados e psicotizantes quedeterioram e desintegram a capacidade adaptativa.37

As pessoas sensíveis, mediunicamente falando, sentem com precisão o estado doambiente e das pessoas que o compõem pelo fato de perceberem esta irradiação

Outro tipo de irradiação é aquela que se faz à distância projetando o nossopensamento e sentimentos em favor de alguém, movimentando as forças psíquicas atravésda vontade. Desta forma, é fácil entender que somente pode dar alguma coisa boa aqueleque a possui.

Os bons sentimentos, os bons pensamentos, os bons atos vão plasmando naatmosfera espiritual da criatura, uma tonalidade vibratória e uma quantidade de fluidosagradáveis e salutares que poderão ser mobilizados através da vontade dirigida.

As condições básicas para realizar-se uma boa irradiação são: frugalidade naalimentação; abster-se dos vícios, álcool, fumo, etc; evitar conversação de baixo palavreadoe de imagens pouco dignas; dominar os sentimentos passionais e instintivos; e procurar tercomportamento ético a fim de dispor de elementos fluídicos de boa qualidade para transmitiraos necessitados.

Consultar: Vinha de Luz, Cap. 163 e Fonte Viva, Cap. 149 de Francisco Cândido Xavier.

36 Xavier, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, p. 10.37 Eksterman, A. Psicossomática: o diálogo entre a Psicanálise e a Medicina. In: MELLO F°, J. Psicossomática Hoje, pag. 95.

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9a. SESSÃO TEÓRICADA INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM, FUNCIONAMENTO DA

MEDIUNIDADE, FINALIDADE DA MEDIUNIDADE, CARACTERESDOS MÉDIUNS BONS, SINAIS DOS MÉDIUNS IMPERFEITOS,

CONSEQUÊNCIAS DO MAU USO DA MEDIUNIDADE

DA INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM

Sendo a mediunidade uma faculdade natural do humano, e sendo através dela quese estabelece a comunicação do mundo corporal com o mundo espiritual é interessante queperguntemos o seguinte:

a) O desenvolvimento da mediunidade guarda relação com o desenvolvimentomoral dos médiuns?b) Por que a mediunidade não constitui privilégio das pessoas de bem?Em primeiro lugar, esclarecemos que a existência e o funcionamento da

faculdade mediúnica independe das qualidades morais de quem a possui.Em segundo lugar, devemos considerar a mediunidade como meio de elevação.

Ela é uma dádiva cedida por Deus, um favor. Se há pessoas que a possuem, é que dissoprecisam mais do que outras, para se melhorarem, pois Deus multiplica as oportunidades demelhoras a todos. Além disso, há pessoas de bem que não “possuem” (no sentido ostensivo)o “dom” da mediunidade, mas dispõem de outras faculdades, como a inteligência, ossentidos, intuição e etc, que também são dons da vida e pelos quais devem bem utilizá-los,pois que existem pessoas privadas deles.

FUNCIONAMENTO DA MEDIUNIDADE

Examinemos agora qual a relação que existe entre a moral do médium e odesenvolvimento da mediunidade. Já vimos em aulas anteriores, que a faculdade mediúnicapropriamente dita, se radica no organismo. Certas organizações fisiológicas apresentamcondições favoráveis ao surgimento de uma faculdade, pela predisposição que oferecem aoEspírito nele encarnado de liberar-se com mais facilidade e adquirir percepções que noestado normal se acham embotadas pela densidade do corpo físico. Dessa forma, a faculdademediúnica é uma função, por assim dizer, automática, própria de certos organismos não serelacionando com as qualidades morais do indivíduo que a possui, assim como o coraçãotrabalha independente dos sentimentos bons ou maus que a pessoa agasalha.

FINALIDADE DA MEDIUNIDADE

Se o funcionamento da mediunidade independe das qualidades morais domédium, o mesmo não ocorre com a aplicação ou o uso da faculdade. Um médium poderáusá-la para o bem ou para o mal, de acordo com suas qualidades.

Sob o ponto de vista Espírita são muito importantes as qualidades morais domédium, pois, exercem influência decisiva sobre a natureza dos Espíritos que por ele secomunicam. E ainda mais: o Espiritismo atribui à mediunidade duas finalidades fundamentais:

1a) Dar aos humanos o conhecimento, livrando-nos da incredulidade;2a) Promover a melhora espiritual do médium (LM, Cap. 17).Ora, estas finalidades que a Doutrina Espírita dá à mediunidade possuem

implicitamente a exigência que se estabelece como regra para seu uso, isto é a prática dobem (LE, itens 629 a 648). Isto significa que aqueles médiuns que usarem indevidamente afaculdade de que são portadores, serão responsabilizados pela Lei de Causa e Efeito. “Em

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assuntos da lei de causa e efeito, é imperioso não olvidar que todos os valores da vida, desdeas mais remotas constelações a mais ínfima partícula subatômica, pertencem a Deus, cujosinabordáveis desígnios podem alterar e renovar, anular ou reconstruir tudo o que está feito”.38

Sabemos que o conhecimento da realidade espiritual está relacionado com amaturidade espiritual e ninguém conhece alguma coisa se não estiver amadurecido paraentendê-la. O conhecimento das Leis Superiores da Vida, que normalmente vem ao homempelas vias da Revelação, como ocorreu com Moisés, Jesus e tantos outros39, nos temposmodernos, com o Espiritismo, através da mediunidade, exige do homem, para que este oentenda, uma receptividade de ordem espiritual, mais relacionada com as qualidades moraisconquistadas – é o desenvolvimento do senso moral.

Tornando conhecidas novas leis da Natureza, o Espiritismo dá a chave defenômenos incompreendidos e problemas até agora insolúveis, e mata, aomesmo tempo, a incredulidade e a superstição. Para ele não há sobrenaturalnem maravilhoso; tudo se realiza no mundo em virtude de leis imutáveis.Longe de substituir um exclusivismo por outro, arvora-se como campeãoabsoluto da liberdade de consciência; combate o fanatismo sob todas as formase o corta pela raiz (…) (RE, 1866, outubro, p. 397 – FEB).

Jesus definiu este processo de apreensão dessas verdades ao afirmar: “Graças tedou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos eas revelaste aos pequeninos”. (Lucas; 10:21). E, noutra ocasião afirmou: “Tenho aindamuito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito daverdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo oque tiver ouvido e vos anunciará as coisas que háo de vir” (João; 16:12-13). Dessa forma,segundo o pensamento Espírita, um médium deverá sempre empregar a sua mediunidadepura e exclusivamente para o bem, esforçando-se por ser bom e desenvolvendo suasqualidades morais, atraindo, assim, Espíritos de natureza elevada.

Lei das Comunicações: Se o médium, do ponto de vista da execução, é apenas um instrumento, doponto de vista moral, ele exerce uma grande influência. Já que, paracomunicar-se o Espírito estranho identifica-se com o Espírito do médium, estaidentificação não pode ocorrer senão quando haja entre eles simpatia, e seassim podemos dizer — afinidade. A alma exerce sobre o Espírito estranhouma espécie de atração ou de repulsão, de acordo com o grau de suassemelhanças ou de suas diferenças; ora, os bons têm afinidade com os bons eos maus com os maus; donde se segue que as qualidades morais do médiumtêm uma influência capital sobre a natureza dos Espíritos que se comunicampor seu intermédio. Se o médium é vicioso, os Espíritos inferiores vêmagrupar-se em torno dele e estão sempre prontos para tomar o lugar dos bonsEspíritos que foram evocados. As qualidades que atraem, de preferência, osbons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, oamor ao próximo, o desapego das coisas materiais; os defeitos que os afastamsão: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidadee todas as paixões, pelas quais o homem se apega à matéria. (LM, item 227).

38 Xavier, F. C. Ação e Reação, p. 80.39 Krishna (RE, ago. 1862, p. 331 – FEB), Zoroastro, Confúcio, Apuleio, Pitágoras, Apolônio de Tiana (RE, out. de1858, p. 25 – FEB), Hindus (RE, dez. 1859, p. 480-481 – FEB), Manu (RE, jun. 1868, p. 255 – FEB), Buda (RE, dez.1859, p. 419; set. 1867, p. 370, item 29 – FEB) e etc.

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ATRIBUTOS DOS MÉDIUNS BONS

Consideramos aqui os médiuns bons, porque médiuns perfeitos não existem naterra, pois a perfeição não é apanágio deste planeta. “O médium perfeito seria aquele sobre oqual os maus Espíritos jamais teriam ousado fazer uma tentativa para enganá-lo (...)” (LM,item 226 - 9a). Os médiuns bons, que também são raros, são os que, “simpatizando somentecom bons Espíritos, tem sido enganado menos frequentemente” (Idem). Estes, ás vezes,podem ser enganados e os Espíritos bons o permitem “para lhes exercitar a ponderação epara lhes ensinar a discernir o verdadeiro do falso” (Ibidem - 10a); para lhes servir de lição emostrar-lhes que não são tão perfeitos que não possam ser atacados em seus pontos fracos;para que não se ensoberbeçam e não se considerem infalíveis.

Em geral, podemos atribuir aos médiuns bons, as seguintes características:I. Grande Facilidade de Comunicação: São dotados de sensibilidade mediúnica bastante

acentuada, suscetíveis de fácil sintonia com os Espíritos e transmitem a mensagemcom fidelidade e autenticidade.

II. Bons Espíritos Assistentes: Os Espíritos que habitualmente os assistem, são denatureza boa e assim se revelam, não pelos nomes, mas pela linguagem que usam.Esta simpatia pelos bons Espíritos eles a mantêm pelos esforços que empregamafastando-se dos maus.

III. Consideram a Faculdade Como Instrumento do Bem: Persuadidos de que a suafaculdade é um dom que só lhes foi outorgado para o bem, de nenhum modo seprevalecem dela nem a apresentam como demonstração de seus próprios méritos.

IV. Aplicação das Boas Comunicações: Consideram as boas comunicações, que lhes sãotransmitidas, como uma graça, de que devem tornar-se cada vez mais dignos,melhorando-se e aplicando-as primeiro a si mesmos, antes de atribuí-las a outrem.Jamais se orgulham dessas comunicações.

I. Cultivam As Virtudes Cristãs: Apresentam como marcas de seu caráter abenevolência, a modéstia, a humildade e são caridosos.

SINAIS DOS MÉDIUNS IMPERFEITOS:

I. Orgulhosos e Egoístas: O orgulho e o egoísmo são as duas imperfeições morais maisexploradas pelos maus espíritos. O orgulho, por exemplo, tem perdido muitosmédiuns dotados de belas faculdades, que poderiam tornar-se instrumentos notáveis emuito úteis. Os traços do orgulho dos médiuns são facilmente reconhecíveis e tornamsuas comunicações suspeitas quanto a veracidade.

II. Confiança Cega Nas Comunicações Que Recebem: Tratam com desdém tudo o quenão venha por eles; julgam ter o privilégio da verdade. Evitam e repelem todo equalquer conselho, afastando-se de seus amigos e de quem quer que lhes possa abriros olhos. Aborrecem-se com aqueles que fazem a menor crítica ás suascomunicações, e vão mesmo ao ponto de tomar ódio ás próprias pessoas que lhes têmauxiliado (LM, item 228).

III. Consideram Infalíveis os Espíritos Que os Assistem: “O prestígio dos grandesnomes, com os quais se adornam os Espíritos que, supostamente, os protegem,ofusca-os e, como o amor-próprio deles sofreria se tivessem que confessar que sãoenganados, eles rejeitam qualquer espécie de conselho; eles os evitam mesmo,afastando-se de seus amigos e de quem quer que pudesse abrir-lhes os olhos; se têm acondescendência de escutá-los, não consideram, de forma alguma, suas opiniões,pois duvidar da superioridade do Espírito que os assiste, seria quase uma profanação.Melindram-se com a menor contradição, com uma simples observação crítica e vão,algumas vezes, ao ponto de tomar ódio das próprias pessoas que lhes têm prestado

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serviço. Em favor desse isolamento provocado pelos Espíritos, que não desejam tercontraditores, estes se comprazem em mantê-los nas suas ilusões, fazendo-osfacilmente tomar as mais grosseiras absurdidades, como coisas sublimes”. (Idem).

IV. Vítimas Fáceis do Elogio: “Muitas vezes o orgulho se desenvolve no médium àmedida que cresce a sua faculdade; ela lhe dá importância. Procuram-no e ele acabapor julgar-se indispensável; daí, muitas vezes, um tom de jactância e de pretensão, ouares de autossuficiência e de desdém, incompatíveis com a influência exercida porum Espírito bom. Aquele que cai em semelhante extravagância está perdido, poisDeus lhe deu sua faculdade para o bem e não para satisfazer a vaidade ou servir detrampolim para a sua ambição”.(RE, fev. de 1858, p. 58 – FEB) Lembremo-nos comAndré Luiz; “O elogio é sempre dispensável” (Conduta Espírita, item 20).

V. Leviandade e Vícios: São defeitos graves, que afastam os bons Espíritos, emboraestes, constantemente os admoestem antes de deixá-los à sua própria sorte, por nãotomarem a si as lições dadas. Por serem “pouco sérios atraem, pois, Espíritos damesma natureza; por isso é que suas comunicações se mostram cheias debanalidades, frivolidades, ideias truncadas e, não raro, muito heterodoxas,espiriticamente falando. É certo que eles podem dizer, e às vezes dizem, coisasaproveitáveis; mas, nesse caso, principalmente, é que um exame severo e escrupulosose faz necessário, porquanto, em meio a coisas aproveitáveis, Espíritos hipócritasinsinuam, com habilidade e preconcebida perfídia, fatos de pura invencionice,asserções mentirosas, a fim de iludir a boa-fé dos que lhes dispensam atenção”. (RE,fev. de 1861, p. 356 – FEB e LM, item 230).

Em síntese, o que caracteriza os médiuns imperfeitos é o seguinte: confiançaabsoluta na superioridade do que obtêm; desprezo pelo que deles não venha; irrefletidaimportância dada aos grandes nomes; recusa de todo conselho; suspeição sobre qualquercrítica; afastamento dos que podem emitir opiniões desinteressadas e proveitosas.

CONSEQUÊNCIAS DO MAU USO DA MEDIUNIDADE

Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai osespíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetastêm saído pelo mundo fora (1 João; 4:1).

Os fenômenos espíritas, longe de darem crédito aos falsoscristos e falsos profetas, como algumas pessoas gostam de dizer,vêm, muito ao contrário, dar-lhes o golpe mortal (ESE; 21:6-7).

O médium que emprega mal a sua faculdade está se candidatando:a) a ser veículo de comunicações falsas (mistificações) e vítima dosmaus Espíritos;

b) à obsessão, de consequências desastrosas, nas três formas:simples, fascinação e subjugação (LM, Cap. 23);c) à perda ou suspensão da mediunidade;

d) a se constituir em veículo de ideias fantasiosas nascidas de seupróprio Espírito orgulhoso e pretensioso.

Considerações Finais: Os bons Espíritos poderão utilizar-se de médiunsimperfeitos em circunstâncias tais, que não disponham ao seu alcance de um médium bom,mas o fazem por necessidade. O Espiritismo já instruiu suficientemente os adeptos sinceros,para que os Espíritos se vejam constrangidos a usar de maus instrumentos.

Cabe aos dirigentes de sessões mediúnicas, ter habilidade e conhecimentosuficiente para discernir as comunicações autênticas das falsas e diante das opiniões novasbuscar a evidência para não aceitar ensinamentos suspeitos ou, oriundos de médiuns

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desequilibrados. É preciso sempre lembrar com Erasto, “melhor repelir dez verdades do queadmitir uma única mentira, uma única teoria falsa” (LM, item 230). Os médiuns devemempregar todos os seus esforços na melhoria íntima crescente, através da prática dasvirtudes cristãs, aplicando sua faculdade ao Bem, a fim de que a tarefa da mediunidade sejauma mola propulsora de seu progresso espiritual ante as Eternas.

RESUMO

A mediunidade é uma faculdade natural da criatura humana e seu funcionamentoindepende das qualidades morais de quem a possui, assim como o coração pulsainterindependente dos sentimentos bons ou maus que a pessoa alimente.

Em muitos casos Deus concede a faculdade mediúnica como oportunidade deregeneração a certas pessoas.

A aplicação ou o uso da faculdade mediúnica dependem das qualidades moraisdo médium, pois conforme ele a empregue para o bem ou para o mal, isto exerceráinfluência decisiva sobre a natureza dos Espíritos que se comunicam por seu intermédio.

De acordo com a Filosofia Espírita a mediunidade tem como finalidades dar oconhecimento o mais próximo da verdade aos homens e promover a melhoria espiritual dopróprio médium. O médium espírita deve, por conseguinte, usar a faculdade que possuiexclusivamente para o Bem.

Pela lei de sintonia, ou afinidade, os bons simpatizam com os bons, atraindo-os;os maus, por semelhança atraem os maus.

Médiuns perfeitos não existem na terra. Mas todo médium espírita deve esforçar-se para ser um médium bom.

As características dos médiuns bons são as seguintes: têm grande facilidade decomunicação; atraem bons Espíritos assistentes; consideram a faculdade que possuem comoinstrumento do bem; aplicam as boas comunicações a si mesmos e esforçam-se por merecê-las e cultivam as virtudes cristãs como a humildade, a simplicidade, a caridade, etc.

Os médiuns imperfeitos são orgulhosos e egoístas; confiam cegamente nascomunicações que recebem; julgam ter o privilégio da verdade; consideram infalíveis osEspíritos que os assistem; não aceitam críticas às suas comunicações; afastam-se dos quepoderiam abrir-lhes os olhos; são vítimas fáceis de elogio; são viciosos e dados àleviandade; dão irrefletida importância aos grandes nomes.

O médium que emprega mal sua faculdade está sujeito facilmente àsmistificações, à obsessão, à perda e suspensão da mediunidade e a se constituir em veículode ideias fantasiosas.

Os bons Espíritos somente utilizar-se-ão de médiuns imperfeitos emcircunstancias extremas, quando não dispuserem de um médium bom ao seu alcance, mas ofazem por necessidade.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 20 – Revista Espírita, abril de 1861 ejunho de 1863.Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 125.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1O Desenvolvimento da Mediunidade e o De-senvolvimento Moral do Médium.– LM itens 226 e 227.

Grupo 2A Mediunidade do Ponto de Vista daExecução e à Moral do Médium.– LM itens 227 a 229.

Grupo 3Características dos Médiuns Imperfeitos eCaracterísticas Dos Bons Médiuns.– LM itens 227, 228, 229 e 243.

Grupo 4Influência Moral do Médium nas Comunica-ções.- LM itens 229 e 230 - ‘Dissertação de Erasto’.

9a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

IRRADIAÇÃO – TÉCNICA A SER SEGUIDA.

Em primeiro lugar devemos lembrar que os fluidos ou forças magnéticaspsíquicas e espirituais, também se submetem a lei das proporções, isto é, não é pelo fato dealguém pedir excessivamente em favor de muitos, que conseguira o seu desejo, o seu fim.

Cada um de nós movimenta uma certa quantidade relativa dessas forças, quepodem ser ajuntadas com as do mundo espiritual proporcionalmente, sendo então levadaspara o seu objetivo.

Em segundo lugar, devemos focalizar o nosso pensamento, restringindo-o a umacerta área, pessoa ou grupo de pessoas, para que ele seja o sustentáculo dessa mesma força.Isto quer dizer que a nossa irradiação deve focalizar alguém, alguns, ou uma situaçãodeterminada, cientes de que os pedidos feitos genericamente em favor de todos osnecessitados, não alcançam objetivamente os seus fins; apenas valem pela intenção de quemirradia.

O potencial movimentado e aplicado de acordo com o critério que o mundoespiritual achar conveniente.

Lembrar também que não há multiplicação de forças motivadas por um nossopedido, mas sim, que a nossa quota proporcionada se soma com outras com o mesmoobjetivo e são capazes, então, superajuntadas, de auxiliar o objeto de nossa irradiação.

A pessoa que irradia deve inicialmente concentrar-se; orar em seguida, e depois,pela vontade, focalizar o objeto de sua irradiação e transmitir aquilo que deseja: paz,conforto, coragem, saúde, equilíbrio, paciência, etc...

Consultar: Palavras de Vida Eterna, Cap. 31 de Francisco Cândido Xavier.

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Hora de Exercitar 5!Para responder a este Exercício, consulte os Resumos das: 7a. Sessão

Teórica, 7a. Sessão da Exercício Prático e 8a. Sessão Teórica.

A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:a) ( ) A faculdade mediúnica propriamente dita, tem raízes orgânicas, dependendo de

certas organizações fisiológicas.b) ( ) O desabrochamento da mediunidade apresenta sinais e características bem claras,

que tornam muito fácil o reconhecimento da existência de uma faculdade mediúnica.c) ( ) Uma vez que os Espíritos estão em volta de nós constantemente, devemos exer-

citar nossa faculdade, recorrendo a quaisquer Espíritos, pois assim tornaremos nossa faculdade mais aprimorada.

d) ( ) A alma do médium nem sempre participa do fenômeno da comunicação, pois elaé o veículo e o filtro do pensamento do Espírito.

2) Preenchimento de Lacunas.Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.

a) Os Espíritos se ________________ com os homens pela ________________ dopensamento.

b) O ____________ encarnado une-se ao ____________ molécula a _______________através do ________________ constituindo um indivisível.

3) Assinale a resposta MAIS CORRETA.No médium iniciante é natural o desejo de comunicar-se com espíritos de pessoas queridas.

a) ( ) O fato é facilmente realizado pois os Espíritos se comunicam com o médium pelo pensamento.

b) ( ) O fato não deve ser forçado, pois existem dificuldades materiais e espirituais ex-cepcionalmente vencidas nessa fase.

c) ( ) O fato não é aconselhável porque causaria profundas perturbações ao Espírito comunicação.

4) Assinale as alternativas CORRETAS.I) Para que um espírito desejado consiga comunicar-se conosco, são necessárias as

seguintes condições:a) ( ) Relações fluídicas entre o médium e o Espírito comunicante. b) ( ) O Espírito deverá ter permissão e condições para comunicar-se.c) ( ) O médium deverá ter a aptidão necessária para entrar em contato com esse Espírito.d) ( ) Simpatia (afinidade) entre o Espírito e o médium.e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.

II) O médium, no transe mediúnico, pode também estar no estado:a) ( ) de hipnose, provocado por estímulos musicais (sonoros) dos tipos: alfa, beta e

gama;b) ( ) de sonambulismo e de êxtase; c) ( ) de permanente, animismo, possibilitando a comunicação de desencarnados; d) ( ) de êxtase, no qual a independência de sua alma é maior do que no de

sonambulismo;e) ( ) de inconsciência espiritual e absolutamente passivo à ação do Espírito

comunicante;f) ( ) de sonambulismo, que permite à sua alma aumentar o grau de percepção de suas

faculdades.

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5) Numere as colunas de acordo com seus respectivos números.

(1) Centro Frontal

(2) Centro Cardíaco

(3) Centro Esplênico

(4) Centro Genésico

(5) Centro Gástrico

(6) Centro Laríngeo

(7) Centro Coronário

( ) Plexo Mesentérico e Baço.( ) A Epífise (glândula Pineal).( ) Plexo Cervical (e Glândulas do Timo e Tireoide).( ) Plexo Cardíaco.( ) Plexo Solar.( ) Plexo Sacro e Hipogástrico.( ) Sistema Nervoso Periférico e Cerebelo.( ) Com os Lobos Cerebrais e Frontais.

Hora de Exercitar 6!Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 8a. Sessão de Exercício Prático,

9a. Sessão Teórica e 9a. Sessão de Exercício Prático.

A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:1) ( ) Hálito Mental é a irradiação psíquica feita através da vontade. 2) ( ) A aplicação ou uso da faculdade mediúnica independe das qualidades morais do

médium.B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.

3) A ________________ e a ________________ ou suspensão da mediunidade sãoconsequências do ________________ uso da faculdade mediúnica.

4) Os médiuns devem empregar ________________ no sentido de crescimento íntimo,praticando as ________________ cristãs, para que sua medi unidade seja utilizadapara o ________________.

5) No fenômeno mediúnico a combinação dos fluidos ________________ do médium edo Espírito comunicante, constituem uma ________________ fluídico espiritualcomum às duas ________________.

6) O ________________ e o ________________ são as duas imperfeições______________ mais exploradas pelos Espíritos.

C) Assinale a resposta MAIS Correta:7) A Mediunidade se manifesta:

a) ( ) Como privilégio das pessoas de bem. b) ( ) Exclusivamente em pessoas de moral elevada.c) ( ) Como meio de elevação em qualquer pessoa.d) ( ) Exclusivamente entre pessoas que não apresentam qualidades morais comprovadas.

e) ( ) Como compensação em pessoas que não possuem o dom da inteligência ou dos sentidos.

8) De acordo com o Espiritismo, as duas finalidades fundamentais da Mediunidade são:a) ( ) Punir os médiuns que usam a faculdade indevidamente;b) ( ) Dar aos homens o conhecimento da Espiritualidade;c) ( ) Promover a melhora espiritual do médium;d) ( ) Exercer influência decisiva sobre a natureza dos Espíritos que se comunicam;e) ( ) Dar aos homens maior receptividade de ordem espiritual.

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9) A Técnica de Irradiação das forças magnéticas espirituais deve focalizar dois pontosfundamentais:

a) ( ) Ser submetida à lei das proporções; b) ( ) Ser movimentada indistintamente em favor dos necessitados;c) ( ) Focalizar um objeto determinado, restrito;d) ( ) Atender a pedidos particulares de cada um do grupo;e) ( ) Deixar sempre a critério dos Amigos da espiritualidade o potencial movimentado.

D) Numere as colunas de acordo com seus respectivos números.

(1) Lei que rege as comunicações espíritas.

(2) Condição para sintonizar com bons Espíritos assistentes.

(3) Qualidade que permite verificar a conveniência da comunicação.

(4) Sinal que torna suspeita a comunicação quanto a veracidade.

(5) Defeito que atrai comunicações frívolas e banais.

(6) Qualidade que permite verificar a fidelidade da comunicação.

( ) Vigilância é

( ) Autenticidade é

( ) A perfeição é

( ) A sintonia é

( ) O espírito crítico é

( ) A comunicação é

( ) A leviandade é

( ) O orgulho é

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10a. SESSÃO TEÓRICARISCOS DA MEDIUNIDADE: FRAUDES; MISTIFICAÇÕES;

CONTRADIÇÕES; ABUSOS NO EXERCÍCIO DÁ MEDIUNIDADE.

FRAUDES

Á significação do termo é: galezia, golpe, engano, defraudação, falcatrua,embrulho, batota, tapeação, trapalhada, fraudação, tramoia, defraudamento, trama,tratantice, tratantada, farsa, embuste, burla, dolo, ardil, intrujice, logro, ludíbrio,trampolinice, trapaça; pressupõe uma atitude pensada previamente cem a finalidade defazer parecer verdadeira uma coisa que é falsa. Os que não admitem os fenômenos espíritastendo como causa uma inteligência invisível, ou melhor, um espírito desencarnado,atribuem-lhes como causa a fraude. Mas há que se considerar, que ninguém iria falsificaruma coisa que não existisse realmente. E ninguém frauda sem na intenção de ganho, sejamonetário, seja pessoal, etc.

As fraudes podem ser classificadas em dois grandes grupos:1a.) Fraudes conscientes ou volitivas – de inteira responsabilidade e conhecimen-

to do médium, que simula um fenômeno com fins escusos;2a.) Fraudes inconscientes – que são simulações provocadas e dirigidas pela ação

das mentes de espíritos desencarnados (obsessores) ou das de encarnados(assistentes, experimentadores e médiuns). De qualquer forma, porém, omédium tem parte da responsabilidade porque se deixa trair por influênciasnegativas, o que demonstra seu pequeno potencial de defesa em função dodespreparo moral.

Nas Fraudes Conscientes podemos ainda considerar que elas podem serproduzidas por:

a) Falsos Médiuns: espertalhões que usam a terminologia mediúnica para melhorexplorar a ignorância dos que os procuram, utilizando-se de processos mágicos, deprestidigitação e de ilusionismo, auferindo lucros, seja de natureza pessoal ou financeira.

b) Verdadeiros Médiuns: pessoas que apesar de realmente possuírem a faculdademediúnica, desconhecem a nobreza do mandato que lhes foi outorgado e não trepidam em“ajudar” a realização dos fenômenos quando os Espíritos não comparecem ou estãodemorando para agir.

Geralmente as fraudes dizem mais respeito aos fenômenos físicos como:materialização, transfiguração, transporte, operações milagrosas, etc. (LM, item 315).

Pelo fato de alguns prestidigitadores conseguirem, por rara habilidade e com usode máquinas, de auxiliares, etc. certos fenômenos aparentemente extraordinários, não querdizer que os fenômenos mediúnicos não existam, ou que sejam sempre frutos de fraude.

O efeito dos fenômenos espíritas seria, sem dúvida, muito mais eficaz ebenéfico, se, em vez de combatidos, negados ou deformados por parte dosresponsáveis pela orientação espiritual da humanidade, fossem, ao contrário,esclarecidos e divulgados. Muitos homens de boa vontade poderiam, então,com menor esforço, avançar mais no rumo da Verdade; não estacionariamdistraídos pelo fogo-fátuo de maravilhas que não levam a parte alguma, nem seapoiariam confiantes em formalismos inócuos.40

Porque charlatães anunciam e vendem drogas milagrosas que servem para curardesde calos ate o câncer, não se deduz daí que todos os medicamentos que se vendem em

40 Pereira, Urbano. Operações Espirituais, pag. 12.

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farmácias sejam destituídas de qualidades para o tratamento de doenças. E há mais na fatorimportante que é o interesse material, ou seja, “onde nada há a ganhar, nenhum interesse existeem enganar e que a melhor de todas as garantias é o desinteresse absoluto. (LM, item 314).

O conhecimento do Espiritismo que explica com detalhes a mecânica dosfenômenos mediúnicos, é a melhor defesa contra a fraude.

Em todas as coisas, as pessoas mais fáceis de enganar são as que nãopertencem ao ofício; o mesmo acontece com o Espiritismo; as que não oconhecem são facilmente enganadas pelas aparências; enquanto que um estudoprévio atento as inicia, não somente na causa dos fenômenos, mas nascondições normais em que eles podem produzir-se e lhes fornece, assim, osmeios de reconhecer a fraude, se ela existir. (Ibidem, 316).Em resumo, repetimos, a melhor garantia está na moralidade notória dosmédiuns e na ausência de todas as causas de interesse material ou de amor-próprio, que poderiam estimular-lhes o exercício das faculdades medianímicasque possuam, pois essas mesmas causas podem induzi-los a estimular as quenão possuem. (Ibidem, 323).

MISTIFICAÇÕES

Mistificar significa enganar, ludibriar, iludir; burlar; abusando da credulidadede alguém e fazendo-o crer em uma mentira ou em algo falso.

Podemos enquadrar as mistificações dentro de dois grupos:1o.) Mistificações conscientes – aquelas em que o médium é responsável pelo

fenômeno e a comunicação é de sua própria criação podendo haver, é claro, associação comespíritos gozadores que o inspirarão para que desempenhe melhor ainda o papel de bufão.

2o.) Mistificações inconscientes – aquelas em que o médium é dirigido pelopróprio desejo inconsciente ou por entidades malévolas que; colocam em situação ateridícula e, em que mensagens ou comunicações absurdas, mentirosas, vazias de conteúdo ede ensino moral, trazem a assinatura de nomes famosos ou de espíritos elevados, conhecidosem nosso movimento como André Luiz, Emmanuel, Bezerra de Menezes, Joana de Ângelis, etc.

Geralmente as mistificações ocorrem com maior frequência nos fenômenos denatureza inteligente (psicofonia e psicografia), e com pessoas místicas ou interesseiras queacreditam posam os espíritos lhes dizer e ensinar tudo a respeito de qualquer assunto.

O papel dos Espíritos não é o de vos informar sobre as coisas deste mundo, maso de vos guiar, com segurança, naquilo que vos pode ser útil para o outro mun-do. Quando vos falam das coisas deste mundo, é porque o julgam necessário,mas não por causa do vosso pedido. Se vedes, nos Espíritos, os substitutos dosadivinhos e dos feiticeiros, então, é que sereis enganados. (Ibidem, 303). A astúcia dos Espíritos mistificadores ultrapassa, algumas vezes, tudo o que sepossa imaginar; a arte com a qual dirigem suas baterias e combinam os meiosde persuadir, seria uma coisa curiosa, se nunca passassem de brincadeirasinocentes; porém, estas mistificações podem ter consequências desagradáveispara os que não se mantêm em guarda; ficamos bastante felizes por ter podidoabrir, a tempo, os olhos a várias pessoas que tiveram a boa vontade de nospedir a nossa opinião e lhes ter poupado de ações ridículas e comprometedoras.

Entre os meios que esses Espíritos empregam, é preciso colocar, em primeirolugar, como sendo os mais frequentes, os que têm por objetivo tentar a cobiça,como a revelação de pretensos tesouros ocultos, o anúncio de heranças ououtras fontes de riquezas. Além disso, devem-se considerar, como suspeitas,essencialmente, as predições com épocas determinadas, assim como todas as

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indicações precisas relativas aos interesses materiais; preservar-se de todoencaminhamento prescrito ou aconselhado pelos Espíritos, quando a meta nãofor eminentemente racional; jamais deixar-se deslumbrar pelos nomes, que osEspíritos tomam para dar uma aparência de veracidade às suas palavras;desconfiar das teorias e sistemas científicos aventureiros; enfim, de tudo o quese afaste do objetivo moral das manifestações. Preencheríamos um volume dosmais curiosos com a história de todas as mistificações que têm chegado aonosso conhecimento. (Idem, Nota).

CONTRADIÇÕES

É o fato de o ensino dos Espíritos em algumas partes não ser unitário e apresentarpontos de atrito, de divergências.

As contradições devem ser encaradas por dois ângulos:1o.) contradições devidas aos homens;2o.) contradições devidas aos Espíritos.

As contradições devidas aos homens se devem ao fato deles terem eleito umasérie de pontos de vista, de formas de entendimento que os caracterizam, por viverem emsociedade. Assim, cada grupo, cada sociedade, cada povo, tem suas características próprias.Os Espíritos, como são atraídos por afinidade, ligam-se a agrupamentos que partilham dasmesmas ideias. Em outros meios essas ideias poderão ser passíveis de críticas e ataques.

Os Espíritos responsáveis pelo esclarecimento de grupos que tem a si próprioscomo ponto de referência de tudo o que ocorre à sua volta, somente aos poucos é que estesos vão orientando, para não chocá-los. Como exemplo temos as correntes espiritualistasanglo-saxônicas41 que, algumas, não aceitam a reencarnação, e tal ideia e veiculada pelospróprios Espíritos. Esse pensamento antirreencarnacionista será vencido aos poucos, porquetoda e qualquer doutrina que fale de reencarnação não é aceita.

O Espiritismo, como já vimos e é notório, tem relações com o Cristianismo, nocampo mais geral, porque ambos são Espiritualistas, como tem afinidadesmuito acentuadas no campo moral, uma vez que a moral espírita não é outra,senão a do Evangelho. Isto é o bastante. Não é lógico, entretanto, partir dasGeneralidades Espiritualistas para forçar aproximações do Espiritismo cominterpretações e práticas religiosas que não condizem evidentemente, com oespírito da doutrina. Tudo é Cristianismo – dizem alguns – mas nem tudoquanto ensinam as igrejas e seitas cristãs pode ser admitido no Espiritismo. Osprincípios comuns não anulam as divergências doutrinárias, notadamentequanto à tese da reencarnação.42

Essas contradições são devidas aos Espíritos estarem colocados no mundoespiritual em posições variáveis de entendimento, trazendo nas comunicações o cunho desua ignorância, ou do seu saber, da sua inferioridade ou da sua superioridade moral.

É preciso não esquecer que, entre os Espíritos, há, como entre os homens,falsos sábios e semissábios, orgulhosos, presunçosos e sistemáticos. Como sóaos Espíritos perfeitos é dado tudo conhecer, existem para os outros, como paranós, mistérios, que eles explicam à sua maneira, conforme suas ideias e sobreas quais eles podem formar opiniões, mais ou menos justas, em que empenhamo amor-próprio, para que prevaleçam e que gostam de reproduzir nas suascomunicações. O erro está em alguns de seus intérpretes terem esposado, muito

41 A América Anglo-saxônica é um termo usado para designar os países da América que tem o inglês como idiomaprincipal. Estes países possuem também laços históricos e culturais com a Inglaterra, pois sofreram colonização inglesano passado.42 Amorin, D. O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, p. 39.

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levianamente, opiniões contrárias ao bom senso e de se terem feito os editoresresponsáveis delas. Assim, as contradições de origem espírita não possuemoutra causa, senão a diversidade da inteligência, os conhecimentos, odiscernimento e a moralidade de alguns Espíritos, que ainda não estão aptospara tudo conhecer e tudo compreender. (LM, item 299).43

ABUSOS NO EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE

Sendo a mediunidade uma faculdade que nos é outorgada para facilitar a nossaevolução, através do bem desinteressado que por seu intermédio possamos fazer; sendo umafaculdade que exige comportamento ético-moral adequado; sendo uma faculdade que paraseu bom exercício exige estudo e esclarecimento; todas as manifestações de fenômenos quefujam desta diretiva devem ser consideradas como abuso. Isto é, praticar desordenadamente,a qualquer hora e em qualquer lugar a mediunidade não se precaver convenientementecontra certas companhias materiais, acreditar-se um missionário sem o qual o fenômeno nãose realizaria e lançar mão deste argumento para dominar pessoas e instituições: dizer-seinvestido de um trabalho importante a realizar e dedicar-se exclusivamente ao mediunismo*,percebendo vantagens monetárias, tudo isto é abuso e deve ser combatido.

(*) Mediunismo – Essa palavra não é encontrada e nem foi utilizada emnenhum momento por Allan Kardec, e nos parece mais um eufemismo. Porém,alguns autores e a pesquisa séria sobre Mediunidade nos deixam claro queMediunismo é o uso indiscriminado da Faculdade Mediúnica sem nenhumcontrole ou estudo prévio, em que não existe por parte de quem utiliza talferramenta em saber o que é e nem como funciona tal faculdade(Mediunidade), tendo em vista apenas como objeto final sua fenomenologiamágico-religioso-espiritual. Esse processo (Mediunismo) é tão antigo como ahumanidade, que o observamos desde a mais remota Antiguidade quandoestudamos as demopsicologias (psicologias dos povos da África, Suméria,Egito, Babilônia, Assíria, Judeia, Pérsia, China, Japão, Índia, etc.) epercebemos como esse processo misturava-se às lendas, crenças, canções, aoscostumes e cultos dos ditos fenômenos “naturais” (animismo, naturismo,totemismo e xamanismo) e aos ritos das tribos, quando por intermédio de umXamã ou Pajé “curavam” doenças ou supostamente conversavam com as almasdos grandes guerreiros mortos em batalha de sua tribo. Nos dias de hojeobservamos esse mesmo método antiquíssimo sendo utilizado por váriasfilosofias espiritualistas, tais como: a Wicca (Magia Branca), a Quimbanda, aUmbanda e o Candomblé, que trabalham com muita intensidade emincorporações, magias, feitiçarias e os espiritualismos modernos tais como; oRaciocinalismo Cristão e o Pró-Vida que se propõem a conduzir pessoasinteressadas a reconhecer e despertar o potencial de suas capacidades mentais,psíquicas e espirituais; e, por fim, as religiões cristãs de cunho evangélicoemocional que se ocupam quase que exclusivamente com as “descidas”(incorporações) de espíritos “santos” e as chamadas curas milagrosas (mágico-religiosas) através da imposição das mãos.44

43 Ver O Livro dos Espíritos, “Introdução”, § XIII e “Conclusão”, § IX.44 Marques, L. A. Compendio de Religiões e Espiritualidades, p. 355.

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RESUMO

A fraude é um engodo e pode ser:

a) consciente, quando provocada por:1. Falsos médiuns;2. Verdadeiros médiuns,

b) inconsciente, quando provocada por:1. Espíritos encarnados;2. Mentes dos experimentadores ou

do próprio médium.A fraude é mais corrente nos fenômenos de efeitos físicos.

Não é pelo fato de um fenômeno poder ser imitado e fraudado que todos osfenômenos sejam imitação ou fraude

Os que menos conhecem o Espiritismo são os que mais se deixam enganar ou iludir.

A melhor garantia contra a fraude é a moralidade do médium e o desinteresse dequalquer natureza.

Os fenômenos de efeitos inteligentes são os mais sujeitos a mistificações, que podemser conscientes ou inconscientes

Geralmente, quem muito quer ouvir dos Espíritos, acreditando que eles possam falarsobre qualquer assunto e, em qualquer ocasião, acaba sendo mistificado.

Assuntos de natureza material, como negócios, tesouros, casamentos, sorte, etc, sãoos que mais agradam os Espíritos mistificadores.

Um bom sistema para se reconhecer a mistificação numa comunicação oumensagem é observar-lhe os fins morais.

As contradições no ensino dos Espíritos podem ser oriundas:

a) da diversidade de opiniões correntes entre os homens no meio em que seproduzem esses ensino;

b) da diversidade de graus de entendimento em que se situam os Espíritosdesencarnados.

Geralmente, os Espíritos inferiores e orgulhosos, quando perguntados sobre assuntosque desconhecem, acabam dando sua opinião particular, fazendo crer que e um ensino geral.

As características de quem abusa, do exercício mediúnico são:

a) acreditar-se privilegiado por possuir a faculdade;b) não atender às solicitações de estudo da doutrina na casa espírita, achando que os

desencarnados ensinam tudo;

c) não ter horário para trabalhar mediunicamente, entregando-se à prática a qualquerhora, ocasião e local;

d) fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar;

e) cobrar monetária ou moralmente pelos bens que eventualmente possa obter pelafaculdade mediúnica;

Assim, quem age dessa forma, mais cedo ou mais tarde, ver-se-á em situaçõeslamentáveis.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 8, 17, 27 e 28. Revista Espírita, 1858(ago), 1859 (jun) e 1863 (ago).Léon Denis. No Invisível, Segunda e Terceira Parte.Francisco Cândido Xavier, Nos domínios da Mediunidade, caps. 1, 3, 6, 16, 23, 25, 28.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1a) Fraudes espíritas, tipos, falsos médiuns,exemplos de simulações; atitudes do bom es-pírita diante do fato. LM, item 303 a 349.

Grupo 2As contradições e suas fontes – explicar su-cintamente as duas fontes de contradição;causas e meios de as controlar. LM, itens297, 298, 299, 300 e 301 (da 1a. a 6a.)

Grupo 3Provas possíveis de identidade (LM, Cap.24) – Médiuns Interesseiros – MediunidadeProfissional – Charlatanismo (LM, Cap. 28).

Grupo 4A perda da mediunidade por abusos – Fins aque se destina a mediunidade (LM, item220) – Distinção entre bons e maus espíritos(LM, item 262 a 267).

10a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

Passe – Explicação da Mecânica

O passe é uma transfusão de energias psíquicas e espirituais; isto é, a passagemde um para outro indivíduo de uma certa quantidade de energias fluídicas vitais (psíquicas)ou espirituais propriamente ditas (Gênese, 24:13-21).

Há pessoas que têm uma capacidade de maior absorção e armazenamento dessasenergias que emanam do Fluido Cósmico Universal e da própria intimidade do Espírito. Talrequisito as coloca em condições de transmitirem esse potencial de energias a outrascriaturas que eventualmente estejam necessitando. A aglutinação dessa força se fazautomaticamente e também atendendo aos apelos do passista (prece, que, então, municiadocom essa carga, a transmite através da imposição das mãos sobre a cabeça da pessoa, sem anecessidade de tocar-lhe o corpo ou parte dele, porque a força se projeta de uma para outraaura, estabelecendo uma verdadeira ponte de ligação.

Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmicouniversal são, portanto, a atmosfera dos seres espirituais, o elemento de ondetiram os materiais sobre os quais eles operam, o meio onde se passam osfenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do espírito, mas queescapam aos sentidos carnais, impressionados somente pela matéria tangível; éenfim o meio de transmissão do pensamento, tal como o ar é o meio detransmissão do som. (A Gênese; 14:13)

O fluxo energético se mantém e se projeta às custas da vontade do passista, comotambém de entidades espirituais desencarnadas que o auxilias na composição dos fluidos,não havendo portanto necessidade de incorporação mediúnica. O médium age somente sob ainfluência da entidade e por isso, não precisa falar, aconselhar ou transmitir mensagensconcomitantes ao passe.

As forças fluídicas vitais (psíquicas) dependem do estado de saúde do médium, eas espirituais do seu grau de desenvolvimento moral. Assim é que o médium passista deveráestar, o mais possível, em perfeito equilíbrio orgânico e moral.Consultar: Caminho, Verdade e Vida, Cap. 153 e Religião dos Espíritos, Cap. 59 deFrancisco Cândido Xavier.Estudando a Mediunidade, Cap. 26 de Martins Peralva.O Passe – seu estudo, suas técnicas, sua prática, Cap. II de Jacob Melo.

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11a. SESSÃO TEÓRICAPERIGOS E INCONVENIENTES DA FACULDADE MEDIÚNICA

E PERDA E SUSPENSÃO DA FACULDADE MEDIÚNICA.

PERIGOS E INCONVENIENTES DA FACULDADE MEDIÚNICA

Após uma centena de anos recebendo os mais variados ataques que iam da fraudeàs manifestações demoníacas, surgem novos opositores que não discutem quanto àexistência do fenômeno mediúnico espírita, somente, acham que a prática da mediunidade ésuscetível de levar para caminhos perigosos quem a ela se dedicar. Não se pode negar que oEspiritismo na sua parte prática, realmente oferece perigos aos imprudentes que, sem estudoe preparo, sem método adequado e sem proteção eficaz se lançam a aventuras experimentaispor passatempo ou frívola diversão atraindo para si elementos inferiores do mundo invisívelcuja influência maléfica fatalmente sofrerão.

Estes perigos, no entanto, são por demais exagerados pelos detratores daFilosofia Espírita, a fim de desestimular a aproximação do homem da fonte capaz de matar-lhe a sede de conhecimento acerca de seu destino futuro, terreno este que foi monopolizadopelas religiões tradicionalistas, as quais não suportam o mais leve exame da lógica e da razão

Ha necessidade de precaução em toda prática ou experimentação que se faça.Ninguém; por exemplo, sem ter conhecimento, pelo menos rudimentar, sobre química,entraria em um laboratório e se poria a manipular substâncias desconhecidas, a não ser quequisesse colocar em risco sua segurança e a sua saúde. Qualquer coisa poderá ser boa ou má,conforme o uso que se lhe der. É injusto, porém, ressaltar os possíveis perigos damediunidade sem assinalar os extraordinários benefícios que propicia dentre os quais acomprovação da imortalidade da alma, ponto que sozinho é suficiente para anular a angústianatural do homem, transmitindo-lhe a certeza da continuidade da vida após a sepultura.

Nenhum progresso, nenhum avanço, nenhuma descoberta se alcança sem esforço,sem sacrifícios e sem certos riscos, Se os grandes navegadores não tivessem intentado suasviagens através dos oceanos, enfrentando o desconhecido e as forças naturais, até hojepermaneceríamos vivendo em núcleos isolados e ainda de forma rudimentar, porque a faltade entrosamento e de troca de experiências nos manteria nos limites tradicionalistas,herdados de nossos antepassados. No oceano do mundo invisível palpitam outros seres,outras sociedades, outros mundos que estão à nossa espera, e dos quais nos chegam osinformes, pelo correio da mediunidade, para que deles usufruamos a experiência vivida.

Deus nos colocou em um verdadeiro oceano de vida, que é um reservatórioinesgotável de energias e, dando-nos a inteligência, a consciência e a razão, quis Ele queconhecêssemos essas forças e aprendêssemos a manipulá-las convenientemente para nossobenefício espiritual. Este exercício constante permite que nós mesmos nos desenvolvamosate alcançar o império sobre a Natureza, o domínio do espirito sobre a matéria.

Essa conquista é o mais elevado objetivo a que possamos consagrar a nossavida. Em vez de afastar dele o homem, ensinemos-lhe a caminhar ao seuencontro, sem hesitação. Estudemos, escrutemos o Universo em todos os seusaspectos, sob todas as formas. (No Invisível, Cap. XXII)

As dificuldades da experimentação mediúnica estão em proporção com odesconhecimento das leis psíquicas que regem os fenômenos, desconhecimento este quemergulha o homem em um lago de ignorância ou no estímulo para a criação de crendices eabsurdos nas quais procura se agarrar.

Em tais condições, pode acontecer que a experimentação espírita reservenumerosas ciladas, muito mais, entretanto, aos médiuns que aos observadores.

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O médium é um ser nervoso, sensível, impressionável; e envolto numaatmosfera de calma, de paz e benevolência, que só a presença dos Espíritosadiantados pode criar. A prolongada ação fluídica dos Espíritos inferiores lhepode ser funesta, arruinar-lhe a saúde, provocando os fenômenos de obsessão epossessão. (Idem)

Todo cuidado que tomarmos, incentivando-nos ao conhecimento pelo estudo e aoaperfeiçoamento moral pela prática das virtudes cristãs, será o cumprimento tão somente dosnossos deveres perante a mediunidade.

É necessário adotar precauções na prática da mediunidade. As vias decomunicação que o Espiritismo facilita entre o nosso mundo e o mundo oculto,podem servir de veículos de invasão às almas perversas que flutuam em nossaatmosfera, se lhes não soubermos opor resistência vigilante e firme. Muitasalmas sensíveis e delicadas, encarnadas na Terra, têm sofrido em consequênciade seu comércio com esses Espíritos maléficos, cujos desejos, apetites eremorsos os atraem constantemente para perto de nós. (Idem)

Pela lei de afinidade vibratória que condiciona o enlace psíquico entre as criaturas,criando a simpatia e a antipatia, constantemente estamos rodeados de entidades atraídas anós pelo nosso hálito mental, que, se mau, atrairá os maus, se bom, atrairá os bons.

As almas elevadas sabem mediante seus conselhos, preservar-nos dos abusos,dos perigos, e nos guiar pelo caminho da sabedoria; mas sua proteção seráineficaz, se por nossa parte não fizermos esforços para nos melhorarmos. Édestino do homem desenvolver suas forças, edificar ele próprio sua inteligênciae sua consciência. É preciso que saibamos atingir um estado moral que nosponha ao abrigo de toda agressão das individualidades inferiores. Sem isso, apresença de nossos guias será impotente para nos salvaguardar. (Idem)

Assim, pois, não basta apenas que os mentores nos queiram defender; antes demais nada, é preciso que saibamos nos conservarmos em permanente elevação depropósitos, de pensamentos, de ideias e de ações. Caso contrário, estaremos sujeitos àobsessão, que é a ação persistente de um mau Espírito determinando uma influênciaperniciosa sobre o estado de equilíbrio psíquico da criatura e até sobre sua saúde física. É amoral descuidada e menosprezada gerando estados lastimáveis de Espírito e de corpos também.

MEDIUNIDADE E ESTADOS PATOLÓGICOS

No início do Movimento Espírita, observações superficiais, constatando o grandenúmero de pessoas desequilibradas, levantaram a hipótese de que a mediunidade seria umestado patológico. Perguntados sobre a questão, eis como os Espíritos responderam: “afaculdade mediúnica é um estado anômalo, às vezes, porém, não patológico; há médium desaúde robusta; os doentes os são por outras causas”. (LM, item 221)

Acreditava-se também que o exercício prolongado da faculdade mediúnicaproduzia alguma fadiga sobre o médium e que isto podia ser motivo de contraindicar o seuuso. Note-se, porém, que o uso de qualquer faculdade por tempo prolongado causa ocansaço e a fadiga, porém, estes serão do corpo, do organismo do intermediário e nunca doEspírito, que até se fortalecerá de acordo com a natureza do trabalho que efetue. (Idem).

Atualmente, as pesquisas no campo da Parapsicologia já evidenciaram o fatoaceito e preconizado pelo Espiritismo há mais de cem anos: “Os fenômenos paranormaisnão são patológicos”45. “Até hoje nada indicou qualquer elo especial entre funçõespsicopatológicas e parapsicológicas”.46

45 Amadou, R – Parapsicologia, VI parte, Cap. IV, nº 5.46 Rhine, J. B. Fenômenos e Psiquiatria, pag. 40 – linhas 18 a 20.

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A mediunidade poderia produzir a loucura?

“Não mais do que qualquer outra coisa, desde que não haja predisposição, porcausa da fraqueza do cérebro. A mediunidade não produzirá a loucura, quandonão exista o princípio; mas quando existe o princípio, o que é fácil dereconhecer no estado moral, o bom senso diz que deve-se usar de cautela, sobtodos os pontos de vista, pois qualquer causa de abalo, pode ser prejudicial.”(LM, item 221 – Questão 5a.)

O que se observa na prática é a existência de casos, que são diagnosticados comoTranstornos Mentais47 e nada mais são que perturbação espiritual, que tratadaconvenientemente, cede por completo.

Há casos em que a mediunidade não encarada como merecedora de cuidadosespeciais, gera obsessões de curto, médio e longo curso, que somente um tratamentoadequado e paciencioso poderá resolver. Assim, nem todos os que apresentam sintomas dedesequilíbrio psíquico devem ser encarados como médiuns em potencial, e até, pelocontrário, não se deve estimular o exercício mediúnico nas pessoas de caracteresimpressionáveis e fracos, a fim de evitar consequências desagradáveis.

Deve-se desviar, por todos os meios possíveis, as que apresentem os menoressintomas de excentricidade nas ideias ou enfraquecimento das faculdadesmentais, visto que há, nelas, predisposição evidente para a loucura, quequalquer causa superexcitante pode fazer desenvolver. (LM, item 222)

MEDIUNIDADE NA INFÂNCIA

Outro perigo e inconveniente da mediunidade é estimulá-la nas crianças. Emboraboa parte do material que serviu para fundamentar o Pensamento Espírita tenha vindoatravés da mediunidade de inocentes jovens, despreparadas intelectualmente paradesempenharem papel ativo nas comunicações, devemos levar em conta que o fato se dava àrevelia das próprias médiuns, pois os fenômenos tinham caráter eminentemente espontâneo.Aquelas crianças que manifestarem espontaneamente a faculdade, devem ser cercada decuidados especiais, procurando, por todos os meios, evitar seu incentivo, buscando instruí-las e formar sua personalidade. Somente depois que elas venham a amadurecer orgânica epsicologicamente é que se deve orientar o seu desenvolvimento mediúnico propriamente dito.

Haverá inconveniente em desenvolver a mediunidade nas crianças?

“Certamente e afirmo que é muito perigoso, pois essas organizações frágeis edelicadas ficariam muito abaladas e sua jovem imaginação, excessivamenteexcitada; assim, os pais prudentes as afastarão dessas ideias ou, pelo menos,delas apenas lhes falarão do ponto de vista das consequências morais”. (LM,item 221 – perg. 6)

RESUMO

A mediunidade oferece perigos e inconvenientes para os que se lançam aexperimentação por espírito de curiosidade e de frívola diversão. Todas as coisas, conforme o uso.,podem ser perigosas. A mediunidade, quando mal empregada, pode trazer consequênciasdesagradáveis. Os que procuram experimentar desconhecendo as leis psíquicas que regem osfenômenos mediúnicos são os que mais se expõem a perigos.

A mediunidade mal usada pode trazer como consequência a obsessão. O contatodemorado com fluidos de baixa categoria pode provocar desequilíbrios orgânicos (doenças) e

47 Transtornos mentais (ou doenças mentais, transtornos psiquiátricos ou psíquicos, entre outras nomenclaturas) sãocondições de sofrimento ou comprometimento de ordem psicológica, mental ou cognitiva. Em geral, um transtornorepresenta um significativo impacto na vida do assistido, provocando sintomas como desconforto emocional, distúrbiode conduta e enfraquecimento da memória.

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problemas psíquicos. A precaução que se deve tomar é a de viver de acordo com os ensinos moraisdo Evangelho de Jesus.

Conforme nosso hálito mental, que é resultante dos nossos sentimentos, pensamentos eações, atraímos espíritos de natureza mais ou menos elevada. Só a presença dos nossos AmigosEspirituais é impotente para nos salvaguardar da atuação dos espíritos inferiores, se nãodesenvolvermos nossas forças morais.

A faculdade mediúnica não é manifestação patológica, fruto de um desequilíbrio mentaldo seu possuidor. A faculdade mediúnica não causa a loucura. Mentes com predisposição, quefatalmente se desequilibrariam por qualquer motivo, devem evitar a prática mediúnica.

As pessoas que apresentem qualquer sintoma evidente de desequilíbrio menta, devemser tratadas convenientemente; não se deve incentivar o seu desenvolvimento mediúnico,introduzindo-as em trabalhos práticos.

Nas crianças a manifestação da mediunidade pode ser espontânea ou natura, mas,mesmo nesse caso, deve-se evitar qualquer estimulação, devido aos prejuízos que poderá trazer àfrágil mente infantil.

Em serviço mediúnico

Se abraçaste a mediunidade, previne-te contra o orgulho como quem se acautela contra um parasita destruidor.

Agente sutil, assume formas diversas na constituição espiritual.

A princípio, tem o caráter avassalante de uma infestação, como a sarna.

É a requisição pruriginosa do personalismo insensato.

As vítimas identificam apenas a si mesmas.

Não veem o mérito dos outros.

Não reconhecem o direito dos outros.

Não observam a aspiração dos outros.

Não admitem a necessidade dos outros.

Fascinadas pelos adjetivos pomposos, caminham enceguecidas da razão, como alienados mentais. (Xavier. Seara dos Médiuns, item 13).

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 28 – Revista Espírita, 1859 (fev). Léon Denis. No Invisível, 3a. Parte, cap. 22.Carlos S. Alvarado. Perspectivas históricas da influência da mediunidade na construção deideias psicológicas e psiquiátricas em http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34s1/a07v34s1.pdf

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Influência do exercício da mediunidade sobrea saúde. LM, 188 (Médiuns sensitivos), 194,221 (1a. a 5a.) e 222 – NI, 3a. Parte, Cap 22.

Grupo 2Influência do exercício da mediunidade emcrianças. LM 221 (6a. A a 8a.) e 222

Grupo 3Suprema Precauções no exercício da mediu-nidade, NI, 3a. Parte, Cap 22.

Grupo 4O Espiritismo e a Mediunidade, NI, 3a. Parte,Cap 22.

11a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

PASSE – FORMAS DE APLICAÇÃO.

Antes de quaisquer considerações a respeito das formas de aplicação do passeconvém lembrar que o passista deve, em primeiro lugar, preparar-se convenientementeatravés da elevação espiritual, por meio de preces, meditação, leituras adequadas, etc. Emsegundo lugar, deve encarar a transmissão do passe como um ato eminentemente fraternal,doando que de melhor tenha em sentimentos e vibrações.

A transmissão do passe se faz pela vontade que dirige os fluidos para atingir osfins desejados. Daí, concluir-se que antes de quaisquer posições, movimentos ou aparatosexteriores, a disposição mental de quem aplica e de quem recebe o passe, é mais importante.

Deve-se, na transmissão do passe, evitar condicionamentos que já se tornaramusuais mas que unicamente desvirtuam a boa prática espírita.

Destacamos, a seguir, aquilo que o conhecimento da mecânica dos fluidos já nosfez concluir:➢ Não há necessidade do toque, de forma alguma ou a qualquer pretexto, no assistido, paraque a transmissão do fluido ocorra. A transmissão se da de perispírito para perispírito. Oencostar de mãos em quem recebe o passe causa reações contrárias à boa recepção dosfluidos e, mesmo, cria situações embaraçosas que convém prevenir.➢ A imposição de mãos, como o fez Jesus, é o exemplo correto de transmitir o passe. “(…),todos os que tinham enfermos de diferentes moléstias lhos traziam; e ele os curava, impondoas mãos sobre cada um” (Lc 4:40). ➢ Os movimentos que gradativamente foram sendo incorporados à forma de aplicação dopasse criaram verdadeiro folclore quando a esta prática espírita, desfigurando a verdadeiratécnica. Os passistas passaram a se preocupar mais com os movimentos que deveriamrealizar do que com o dirigir seus pensamentos para movimentar os fluidos.➢ Não há posição convencionada para que o beneficiado deva postar-se para que haja arecepção dos fluidos (pernas descruzadas, mãos em conchas voltadas para o alto, etc). Oimportante é a disposição mental para captar os fluidos que lhe são transmitidos e não aposição do corpo. “(…) ao impor de suas mãos foram curados” (Mc 6:5).➢ O médium passista transmite o fluido, sem a necessidade de incorporação de um espíritopara realizar a tarefa. Dai decorre que o passe deve ser silencioso, discreto, sem o balbuciarde preces, a repetição de chavões ou orientações à guisa de palavras sacramentais.➢ O passe deve ser realizado em sala para isso destinada, evitando-se o inconveniente deaplicá-lo em público, porque, além de perder em grande parte seu potencial pela curiosidadedos presentes e pela falta de harmonização do ambiente, foge também a ética e a discrição

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cristã. A câmara de passes fica constantemente saturada de elementos fluídicos espirituais,permitindo um melhor atendimento aos necessitados e eliminando fatores de dispersão defluidos que geralmente ocorre no “passe em público”.➢ Deve-se evitar os condicionamentos desagradareis, tais como; estalidos de dedos,palmas, esfregação de mãos, respiração ofegante, sopros, etc.➢ Antigamente, quando se acreditava que o passe era simplesmente transmissão magnética,criaram-se certas crendices que o estudo da transmissão fluídica desfez, tais como:necessidade de dar-se as mãos para que a “corrente” se estabelecesse; alternância dos sexospara que o passe ocorresse; obrigação do passista de livrar-se de objetos metálicos para não“quebrar a corrente”, etc.➢ Estamos mergulhados num “mar imenso de fluidos” e o médium, à medida que dá opasse, carrega-se automaticamente de fluidos salutares. Portanto, nada mais é que simplescondicionamento a necessidade que certos médiuns passistas apresentam de receberempasses de outros médiuns ao final do trabalho, afirmando-se desvitalizados. Poderá havercansaço físico, mas nunca desgaste fluídico, se o trabalho for bem orientado.➢ O passe deve ser dado em ambiente adequado, no Centro Espírita. Evitar o passe adomicílio para não favorecer o comodismo e o falso escrúpulo dos que não querem servistos numa casa espírita porque isso abalaria sua “posição social”. Somente em casos dedoença grave ou impossibilidade total de comparecimento ao Centro é que o passe deveráser dado, “por uma pequena equipe”, na residência do necessitado, enquanto perdurar oimpedimento que o mantém sem condições de comparecer à Casa Espírita.➢ A transmissão do fluído deve ser feita de pessoa a pessoa, devendo-se evitar práticasesdrúxulas de dar-se passes em roupas, toalhas e objetos pertencentes ao assistido, bemcomo não há necessidade alguma de levar-se a sua fotografia para que seja atendido adistância.➢ Não existe um número padronizado de passes que o médium poderá dar, acima do qualele estará prejudicando-se. A quantidade de passes transmitidos poderá levar o médium aum cansaço físico mas nunca à exaustão fluídica, se o trabalho for bem orientado, pois areposição de fluidos se dá automaticamente à medida que o médium vai atendendo os quepenetram a câmara de passes.➢ Convém lembrar que os fluidos espirituais transmitidos pelos desencarnados passistascircula primeiramente na cabeça dos médiuns (Centro Coronário e Frontal), desnecessário,portanto, que os médiuns esfreguem as mãos, apertem os dedos ou mesmo ergam os braçospara captarem fluidos. “O pensamento influi de maneira decisiva, na doação de princípioscuradores”.48

➢ Aos que participam ou visitam a Casa Espírita, não há obrigatoriedade de tomar passes.Ora, a proposta é generosa pois deixa ao arbítrio de cada um recebê-lo, ou não.➢ Não há escala de valores para os passes, uns diferentes dos outros: o comum e o especial,o forte e o fraco, etc.

Consultar: Pão Nosso, Cap. 110 de Francisco Cândido Xavier. Estudando a Mediunidade,Cap. 27, de Martins Peralva e Desenvolvimento Mediúnico, item 8 de Roque Jacinto.

48 Xavier, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, p. 87.

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12a. SESSÃO TEÓRICARISCOS DA MEDIUNIDADE – PERDA E SUSPENSÃO DA

FACULDADE MEDIÚNICA.

PERDA E SUSPENSÃO DA FACULDADE MEDIÚNICA

A faculdade mediúnica como já dissemos, não é privilegio de quem a possui eainda mais, é uma faculdade inerente ao ser humano pois todos a possuem em grausdiversos. Tanto isso e verdade que mesmo aqueles que nada conhecem e até contrários aoEspiritismo a possuem e por seu intermédio ocorrem fenômenos sem saberem que são delesa causa. (LM, item 160)

As percepções psíquicas, os sonhos premonitórios, as intuições as visões sãoocorrências verificadas, em alguma época, na vida de todos nós. Mas, costuma-se chamar deMédium a pessoa através da qual ocorrem consciente ou inconscientemente, manifestaçõesevidentes, ostensivas, sejam de natureza física ou intelectual.

Com que fim a Providência outorgou de maneira especial, a certos indivíduos,o dom da mediunidade? – “É uma missão de que se incumbiram e cujodesempenho os faz ditosos. São os intérpretes dos Espíritos com os homens.”(LM, item 220 – 12a. Questão)

Não devem, pois, os médiuns se considerarem melhores que outras pessoas, nemtampouco a mediunidade ser motivo de vaidade e orgulho, mas sim, encará-la no sentido detarefa, de serviço, de missão a ser cumprida, com alegria e desinteresse.

Todavia, há médiuns a quem o uso de suas faculdades repugna? – “Sãomédiuns imperfeitos; não conhecem o valor da graça que lhes é concedida.”Se se trata de uma missão, como se explica que não seja o privilégio doshomens de bem e que esta faculdade seja concedida a pessoas que nãomerecem nenhuma estima e que dela podem abusar? – “Ela lhes é concedida,porque precisam dela para o seu próprio melhoramento, a fim de que esteja emcondições de receber bons ensinamentos; se dela não tirarem proveito, sofrerãoas consequências. Jesus não pregava, preferentemente, aos pecadores, dizendoque deve-se dar àquele que não tem?” (Ibidem, 13a. e 14a.)

Como vemos a mediunidade pode ser considerada como verdadeiro instrumentode redenção da criatura humana, que, ao usá-la com dignidade e correção, tem oportunidadede exercitar as virtudes cristãs como a humildade, o perdão, o amor e a caridade. Sendo umafaculdade como as outras que possuímos, pode de uma hora para outra sofrer interrupções,sendo suspensa temporariamente ou não mais funcionar.

O que pode provocar o abandono de um médium pelos Espíritos?

“O uso que ele faz de sua faculdade é o que mais influi sobre os bonsEspíritos. Podemos abandoná-lo, quando ele dela se serve para coisasfrívolas, ou com propósitos ambiciosos; quando se recusa a transmitirnossas palavras ou nossos fatos aos encarnados, que o chamam ou quenecessitam ver para se convencerem. Este dom de Deus não foiconcedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para servir suaambição, mas tendo em vista sua própria melhoria e para fazer com queos homens conhecessem a verdade. Se o Espírito percebe que o médiumnão corresponde mais às suas expectativas e não aproveita das instruçõese das advertências que lhe dá, ele se retira para buscar um protegido maisdigno.” (Ibidem, 3a.).

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Podem ser de três categorias as causas que determinama perda ou suspensão da Mediunidade:

Advertências1a. Médium é Apenas um Ins-trumento.Quando os Espíritos quesempre se comunicam porum determinado médium dei-xam de o fazer, o fazem paraprovar ao médium e a todosque eles (Espíritos) são in-dispensáveis, para que haja acomunicação e que sem o seuconcurso simpático nada seoberá. Objetiva assim, provarao médium que ele é um sim-ples instrumento e que sem oconcurso dos Espíritos nadafaria.2a. Conduta do Médium No mais das vezes, a suspen-são da mediunidade se pren-de à forma pela qual omédium vem se conduzindo,deixando a desejar sob o pon-to de vista moral e doutriná-rio. Se o Espírito verifica queo médium já não correspondeàs suas visitas e já não apro-veita das instruções nem dosconselhos que lhe dá, afasta-se, em busca de um protegidomais digno. 3a. Mediunidade Como Fri-volidade.Quando o médium se serveda faculdade mediúnica paraatender a coisas frívolas oucom propósitos ambiciosos edesvirtuados. Como coisasfrívolas, citamos a prática dos“ledores da sorte”. Infelizmen-te, este desvirtuamento da ver-dadeira prática mediúnicaexiste em larga escala, e, maiscedo ou mais tarde, taismédiuns terão que prestar con-tas da aplicação feita dos ta-

BenevolênciaQuando as forças do médiumestão esgotadas e seu poderde defesa fica reduzido, paraque não caia como presa fácilnas mãos de obsessores, suafaculdade é suspensa, tempo-rariamente, até que volte aoseu estado normal e possaexercitar com eficiência.

A interrupção da faculdadenem sempre é uma punição;ela demonstra, algumas ve-zes, a solicitude do Espíritopara com o médium a quemse afeiçoa; ele quer proporci-onar-lhe um repouso materi-al, que julga necessário, e,neste caso, não permite queoutros Espíritos o substitu-am. (LM, item 220 – . 4a.)A intensidade das manifesta-ções está na razão direta doestado físico e mental domédium. A saúde do médiumparece-nos ser uma das condi-ções de sua faculdade. Co-nhecemos um grande núme-ro de médiuns que gozamperfeita saúde; temos notadomesmo que, quando a saúdese lhes altera, os fenômenosse enfraquecem e cessam dese produzir. (NI, Cap. IV).

Através de que sinal pode-sereconhecer uma censura nestainterrupção?

Que o médium interrogue asua consciência e que se per-gunte o uso que tem feito desua faculdade, o bem que de-la tem resultado para os ou-tros, o proveito que tem tira-do dos conselhos que lhe temsido dados e terá a resposta.(LM, item 220 – perg. 10).

Quando os bons Espíritos seafastam por acharem que um

ProvaçãoQuando o médium, apesar dese conduzir com acerto, ter omerecimento por boa condutamoral e não necessitar de des-canso, tem suas possibilidadesmediúnicas diminuídas ou in-terrompidas.

Com que fim isto ocorre? É com o objetivo de pôr àprova sua paciência e avaliarsua perseverança; é por issoque os Espíritos, em geral,não assinalam qualquer ter-mo para esta suspensão; elesquerem ver se o médium sedesanima. Muitas vezes, étambém para lhes dar tempode meditar nas instruçõesque lhes deram e é por essameditação dos nossos ensi-nos, que conhecemos os es-píritas verdadeiramente sé-rios; não podemos dar essenome àqueles que, na reali-dade, são apenas amadores decomunicações. (Idem, 5a.).

Vê-se, por esta resposta, quea finalidade da comunicaçãoé a de instruir as criaturas hu-manas de como devem secomportar na vida, a fim deevitar os seus percalços e de-les saber tirar o bom resulta-do quando são inevitáveis. Meditar, significa ler comatenção; procurar entender overdadeiro significado do quelê, pensar cuidadosamentesobre o que aprendeu e bus-car aplicar o aprendido. Eisos objetivos que o médiumdeve atingir.A mediunidade é o verdadeiroinstrumento de redenção dacriatura humana, que, ao usá-la com dignidade e coração,

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lentos recebidos.4a. Mediunidade é Transfor-mada Em Profissão.Os chamados “profissionaisda mediunidade” não se agas-tam em receber pagamentos,quer sob a forma de dinheiro,presentes, favores, privilégiosou até mesmo dependênciaafetiva ou emocional.49

(…) o médium, habituando-se aos negócios e interessesde baixo teor vibratório, em-brutece-se, desarmoniza-se(…). A mediunidade com Je-sus, liberta, edifica e promo-ve moralmente o homem, en-quanto que, com o mundo,aturde, escraviza e obsidia acriatura.50

médium não está agindo cor-retamente, isto não seria faltade caridade? Inicialmenteeles sempre advertem osmédiuns com ensinos que es-tes nem sempre tomam parasi mas, sim, endereçam àspessoas de seu círculo de re-lações. Várias são as tentati-vas que eles fazem no sentidode evitar que o médium caia,mas, desde que o mesmo setorne rebelde aos avisos dedisciplina, estudo, preparodoutrinário e vida cristã, seafastam e deixam-no entre-gue as consequências de seusatos, sem contudo deixaremde se interessar pela sua sor-te. Velam à distância, e aindaaqui continuam a amparar odecaído de longe, esperandoa primeira oportunidade dereabilitação para incentiva-rem-no a aproveita lá. Fazemo papel do pai que diante dofilho teimoso, que por toda alei quer pôr a mão no fogo,apesar dos conselhos e expli-cações, deixam que ele sofraas “consequências” paraaprender.

O médium, então, estaria naposição de uma pessoa queperdesse, momentaneamen-te, a visão e que, nem por is-so, deixasse de estar cercadode seus amigos, embora nãopudesse vê-los. (Idem, 8a.)

tem oportunidade de exercitaras virtudes cristãs como a hu-mildade, o perdão, o amor e acaridade. Sendo uma faculda-de como as outras que possuí-mos, pode de uma hora paraoutra sofrer interrupções. Istoacontece porque a produçãomediúnica ocorre através doconcurso dos Espíritos, semeles nada pode o médium; afaculdade continua a existirem essência mas os Espíritosnão podem ou não querem seutilizar daquele instrumentomediúnico.

Os atributos medianímicossão como os talentos doEvangelho. Se o patrimôniodivino é desviado de seusfins, o mau servo torna-se in-digno da confiança do Se-nhor da seara da verdade edo amor. (O Consolador,item 389).

No caso de não mais funcio-nar a faculdade mediúnica,isto jamais se deve ao fato deo médium ter encerrado a suamissão, como se costuma di-zer, porque toda missão en-cerrada com sucesso é pre-núncio de nova tarefa que lo-go se lhe segue, e assim, su-cessivamente. O que ocorrenestes casos é a perda por abu-so da mediunidade ou por do-ença grave. (LE, item 495).

49 Marques, L. A. Compendio de Religiões e Espiritualidades, item Mediunidade e Mercadoria.50 Franco, D. P. Seara do Bem, item Profissionais da Mediunidade.

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RESUMO

Todas as criaturas possuem a faculdade mediúnica, em maior ou menor grau.Todavia, considera-se médium aquele que traz consigo uma tarefa a desempenhar no campoda mediunidade.

A mediunidade, qualquer que ela seja, deve ser encarada como uma missão queDeus ofereceu à criatura.

Os que empregam a sua faculdade de modo errôneo ou de má vontade, sãomédiuns que desconhecem o valor da graça que receberam.

A mediunidade não é um privilégio, por isso, geralmente, os que mais necessitamé que as possuem.

A suspensão da mediunidade é motivada por três causas: 1)Advertência – Provar ao médium que ele é um simples instrumento e que semo concurso dos Espíritos nada faria.2)Benevolência – Ocorre um verdadeiro benefício ao médium porque evita queele, que está debilitado por doença física, fique à mercê das entidades inferiores.3)Provação – O objetivo é o de desenvolver a paciência, a resignação e forçar omédium a meditar sobre o conteúdo das comunicações recebidas .

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap 17.Léon Denis. No Invisível, Cap. 25.Francisco C. Xavier. Seara dos Médiuns, itens 12, 13, 16, 30 a 32, 41 a 44, 48, 61, 67 e 70.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Perda e Suspensão da Mediunidade.

(LM, 220 – 1, 2 e 3 ).

Grupo 2Perda e Suspensão da Mediunidade.

(Idem – 4, 5, 6 e 7).

Grupo 3Perda e Suspensão da Mediunidade.

(Idem – 8, 9, 10, 11 e Nota.

Grupo 4Perda e Suspensão da Mediunidade.

(Idem – 12, 13, 14, 15 e 16).

12a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

RESULTADOS DO PASSE.

Partindo da definição do passe que é a transfusão de forças ou energiaspsicoespirituais de uma para outra criatura, fica fácil entendermos quais os seus resultados.

Temos um receptor, um doador e é preciso considerar o elemento intermediárioque é o Fluido Vital e Fluido Cósmico Universal.

O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tiverem maior porção pode dá-lo a um que o tenha de menos e em certoscasos prolongar a vida prestes a extinguir-se. (LE, perg. 70).

Os encarnados e desencarnados vivem mergulhados em um meio comum, a atmosfe-ra fluídica derivada do Fluido Cósmico Universal, que preenche o espaço quer na sua forma pri-

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mitiva, elementar, quer na forma modificada pela ação da mente, seja a “Mente Divina” (cria-ção), a dos Espíritos superiores (ambiente espiritual que lhes é próprio) ou a dos Espíritos liga-dos à Terra, encarnados e desencarnados (formando a atmosfera espiritual em que vivemos).51

Tanto os encarnados como os desencarnados são possuidores de um organismode natureza semimaterial, fluídico – de constituição eletromagnética –, cujo funcionamentose faz na dependência da mente do Espírito, utilizando, porém, os fluidos. Assim como nocorpo físico o sangue circula por todo o organismo, levando-lhe a alimentação e veiculandoas escórias, no perispírito o que circula são os fluidos comandados pela mente. Alguém quese perturbe, se desequilibre, passa a ter um “deficit” de fluidos saudáveis (porque saúde éequilíbrio das forças naturais que nos constituem), e passa a absorver e armazenar fluidosque sua própria mente, vibrando em padrões inferiores, se encarrega de tornar pesados,desagradáveis, doentios. Os fluidos de ordem inferior vão aos poucos se infiltrando doperispírito para as próprias células do corpo físico, levando a um mau funcionamento umórgão, um sistema ou um aparelho. Quebrada a resistência natural, fica o organismoentregue ao assalto das várias causas conhecidas ou desconhecidas responsáveis pelas doenças.

No passe o que ocorre é que o agente (o que transmite) é dotado de recursosvitais e espirituais suficientes para transmiti-los ao assistido (o que recebe), modificando-lhemomentaneamente o seu estado vibratório, podendo causar uma melhora acentuada ou atémesmo a cura de uma doença nascida da imprevidência atual do seu portador.

Os resultados podem são de três ordens:

Benéficos

a) Dependem do Passista quedeve estar em condições detransmitir o passe:1o. Saúde física (o fluido vitaldepende do estado de saúde dopassista).

2o. Equilíbrio espiritual (o flui-do espiritual depende da eleva-ção espiritual do passista)b) Dependem do Assistido, quedeve estar:

1o.) Receptivo (favorável ao re-cebimento da ajuda, vibrandomentalmente para melhor ab-sorver o recurso espiritual).2o.) Disposto a se melhorar es-piritualmente (a ajuda do passeé passageira e tais recursos fi-xar-se-ão e novos acrescentar-se-ão quando o indivíduo passara viver uma vida mais conscien-te, plena e equilibrada).

Maléficos

7) Dependem do Passista quan-do está:1o. Em estado de saúde precária(fluido vital deficitário).

2o. Com o organismo intoxicado(vícios, como o fumo, o álcool,as drogas, etc).3o. Em estado de desequilíbrioespiritual (revolta, vaidade, or-gulho, raiva, desespero, descon-fiança, ciúmes, etc).

8) Dependem do Assistido:1o. Quando as suas defesas es-tão praticamente nulas e nãopode neutralizar a torrente defluidos grosseiros e inferioresque lhe são transmitidos pelopassista despreparado.

Nulos

Dependem do Assistido:1o. Embora a ajuda seja boa porparte do passista o assistido secoloca em posição impermeável(descrença leviandade, aversão)

2o. Quando consegue neutrali-zar os fluidos grosseiros trans-mitidos pelo médium desprepa-rado.

Consultar: Pão Nosso, Cap. 44 e Seara dos Médiuns, item 67 de Francisco Cândido Xavier..

51 Kardec, A. A Gênese; 14:2 a 6.

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Hora de Exercitar 7!Para responder a este teste, consulte os Resumos das: 10a. Sessão Teórica, 10a. Sessão de

Exercício Prático e 11a. Sessão Teórica.

A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:1) ( ) O passe é uma transmissão de energias psíquicas e espirituais.2) ( ) Todas as pessoas têm a mesma capacidade de absorção e armazenamento de

energias que emanam do Fluido Cósmico Universal.3) ( ) Há absoluta necessidade de se tocar o assistido com as mãos, para que o passe

seja mais eficiente.4) ( ) A vontade do passista e a admissão passiva do assistido são condições

imprescindíveis para a transmissão do fluxo magnético.5) ( ) Um excelente guia espiritual supre perfeitamente a necessidade premente do

estudo da Filosofia Espírita.6) ( ) Não é recomendável acreditar que todos os Espíritos podem falar sobre qualquer

assunto ou em qualquer ocasião.7) ( ) Os detratores do Espiritismo exageram os perigos da mediunidade porque

desejam impedir que o homem se esclareça de seu destino futuro.8) ( ) A Lei de Evolução, criada por DEUS, não exige de nós o desenvolvimento da

inteligência, da razão e da consciência, para alcançarmos o domínio sobre a Natureza e a matéria.

B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.9) Um dos riscos da mediunidade é a ________________ que pressupõe uma atitude

pensada previamente com o objetivo de fazer parecer ________________ uma coisaque é ________________.

10) As fraudes podem ser consideradas em dois grandes grupos: ________________ e________________

11) A fraude é ________________ de inteira responsabilidade e conhecimento domédium e na fraude ________________ o médium é responsável parcialmente,porque esta fraude é resultante do seu ________________ de defesa.

12) As dificuldades práticas ________________ são proporcionais ao desconhecimentodas ________________ que regem os fenômenos.

C) Marque as alternativas corretas:13) A parte prático mediúnica do espiritismo pode oferecer perigos quando:

a) ( ) realizada com imprudência, a busca de aventuras experimentais e diversão, atraindo entidades inferiores;

b) ( ) realizada sistematicamente em dias e horários preestabelecidos, com disciplina e seriedade;

c) ( ) realizada a domicílio com o desejo de comunicação com amigos e familiares desencarnados, sem verificar as condições do ambiente;

d) ( ) realizada indiscriminadamente pelo médium, que, com a intenção de servir, trabalha isolado e sem sustentação de um grupo consciente e entrosado;

e) ( ) realizada com a intenção de demonstrar a verdade dos fenômenos espíritas emtrabalhos de assistência heterogênea para convencer os incrédulos.

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14) Do médium passista exige-se:

I. ( ) o máximo possível de equilíbrio orgânico e moral

II. ( ) que faça preleções durante a aplicação do passe;

III. ( ) incorporação mediúnica no ato do passe;

IV. ( ) retidão moral e educação do pensamento.

15) São características de uma mediunidade exercida corretamente:

I. ( ) fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar;

II. ( ) fazer trabalhos mediúnicos em qualquer ocasião e local;

III. ( ) atender às solicitações de estudo da Filosofia Espírita;

IV. ( ) estudo do Espiritismo, retidão moral, espírito alerta de pesquisa e crítica;

V. ( ) acreditar-se privilegiado e dono absoluto da prática do bem.

16) Numere as colunas com as Letras correspondentes:

(a) O desconhecimento da Filosofia Espírita

(b) A fraude é mais facilmente útil

(c) As mistificações ocorrem mais frequentemente

(d) Contradição é Um fato devido aosEspíritos apresentarem

(e) A melhor maneira de reconhecer avalidade de uma comunicação

(f) Os assuntos que mais agradam os Espíritos mistificadores são

( ) nos fenômenos de natureza inteli-gente.

( ) observar-lhe os fins morais.

( ) pontos de atrito e divergência.

( ) leva as pessoas a serem enganadas mais facilmente nas comunicações fraudu-lentas.

( ) os de natureza material.

( ) nos fenômenos de efeitos físicos.

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Hora de Exercitar 8!Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 11a. Sessão de Exercício Prático,

12a. Sessão Teórica e 12a. Sessão de Exercício Prático.

A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:

1. ( ) O passista deve postar-se tranquilamente ã frente do assistido.2. ( ) Há necessidade da mão do médium tocar o corpo do assistido para que o passe

surta efeito.3. ( ) O médium que se desvia, cometendo abusos, perde a mediunidade e não tem

chance de recuperá-la,4. ( ) Durante o passe a mente do médium deve vibrar em favor do reequilíbrio do

assistido,5. ( ) A faculdade mediúnica pode sofrer interrupções; ser suspensa temporariamente

ou definitivamente.6. ( ) Na suspensão da faculdade mediúnica por provação o objetivo é evitar que o

médium debilitado por doença física, fique à mercê de Espíritos inferiores

B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.7. Os médiuns que empregam sua faculdade de modo errôneo, são médiuns que

desconhecem o ________________ da ________________ que receberam.8. Meditar significa ler com ________________ , procurar ________________

significado do que lê, ________________ cuidadosamente sobre o que aprendeu etentar ________________ aprendido.

9. No passe temos três elementos: um ________________; um ________________ e umelemento intermediário que é o ________________.

10. Os encarnados e desencarnados estão mergulhados em um ________________comum que é a ________________ .

11. O ________________ dos encarnados e desencarnados é um organismo de natureza________________ e ________________ de constituição ________________, quefunciona pela ação da mente do Espírito sobre os fluidos.

C) Marque a resposta MAIS correta:12. O preparo do passista compreende:

a) ( ) elevação espiritual e abstinência de vícios;b) ( ) elevação espiritual, técnica, exercício da vontade e condições orgânicas sa-

tisfatórias;c) ( ) bom estado de saúde;d) ( ) ritos, oração, ruídos e movimentos exagerados.

13. A perda ou suspensão da mediunidade ocorre:e) ( ) por advertência, benevolência e provação.f) ( ) quando o médium não corresponde aos propósitos do Espírito comunicante.g) ( ) por esgotamento de forças do médium e para experimentar-lhe a paciência e

avaliar-lhe a perseverança.h) ( ) por vontade do Espírito comunicante.i) ( ) por decisão do grupo de orientação mediúnica.

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D) Combinação

14. Numere a 1a. Coluna de acordo com a 2a.

1) A imposição de mãos do passista

2) O toque das mãos do médium no corpo do paciente

3) A mente equilibrada e a vontade bem dirigida

4) As forças espirituais do passista

5) As forças psíquicas do passista

( ) causa-lhe reações contrárias podendo agravar-lhe o desequilíbrio.

( ) dependem do seu estado de saúde.

( ) concentram fluidos sadios sobre o as-sistido,

( ) dependem do seu estado de elevação espiritual.

( ) facilita a tramitação do fluido vita.

15. Os resultados do passe podem ser de três ordens:

a) Benefícios

b) Malefícios

c) Nulos

( ) estado de espírito equilibrado do passista.

( ) defesas praticamente nulas do assistido.

( ) disposição do assistido de melhorar-se espiritualmente.

( ) Impermeabilidade do assistido.

( ) organismo intoxicado do passista.

( ) receptividade do assistido.

( ) descrença e aversão do assistido.

( ) capacidade de defesa do assistido diante dos fluidos grosseiros do médium despreparado.

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13a. SESSÃO TEÓRICADEFINIÇÃO – CONCEITOS E CAUSAS DA OBSESSÃO.

DEFINIÇÃO:

Vejamos primeiramente a definição que os Espíritos deram de obsessão: A obsessão consiste no domínio que os maus Espíritos assumem sobre certaspessoas, com o objetivo de as escravizar e submeter à vontade deles, peloprazer que experimentam em fazer o mal” (OP, item 56).

A obsessão é a ação persistente que um mau espírito exerce sobre umindivíduo. Ela apresenta características, muito diferentes que vão desde asimples influência moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a perturbaçãocompleta do organismo e das faculdades mentais. (Gênese, 14:24). Quando um espírito, bom ou mau, quer agir sobre um indivíduo, ele o envolve, porassim dizer, com seu perispírito como um manto; os fluidos penetram-se, os doispensamentos e as duas vontades confundem-se, e o espírito pode, então, servir-sedesse corpo como do seu próprio, fazê-lo agir segundo sua vontade, falar, escrever,desenhar, tais são os médiuns. Se o espírito é bom, sua ação é suave, benévola, sóo faz fazer boas coisas, se é mau, faz com que faça as más, se é perverso emaldoso, enlaça-o como num fio, paralisa até sua vontade, sua consciência mesmo,que abafa sob seu fluido, como se abafa o fogo sob uma camada de água; fá-lopensar, agir por ele, empurra-o contra sua vontade para atos extravagantes ouridículos, numa palavra, ele o magnetiza, o cataleptiza moralmente, e oindivíduo torna-se um instrumento cego de suas vontades. (OP, item 56).Já que os espíritos sempre existiram, sempre também desempenharam o mesmopapel, porque esse papel está na Natureza, e a prova está no grande número depessoas obsidiadas ou possessas, se o quisermos, antes que estivessem emquestão os espíritos, ou que, nos nossos dias, nunca tivessem ouvido falar deEspiritismo, nem de médiuns. A ação dos espíritos, bons ou maus, é, portanto,espontânea; a dos maus produz uma multidão de perturbações na economiamoral e mesmo física que, por uma ignorância da causa verdadeira, atribuía-sea causas errôneas. Os maus espíritos são inimigos invisíveis tanto maisperigosos quanto não se supunha sua ação. O Espiritismo, colocando-os adescoberto, vem revelar uma nova causa a certos males da humanidade;conhecida a causa, não se procurará mais combater o mal por meios que sesabe, daqui em diante, inúteis, procurar-se-á os mais eficazes. Ora, que é quefez descobrir essa causa? A mediunidade; é através da mediunidade que essesinimigos ocultos traíram sua presença; ela fez por eles o que o microscópio fezpelos infinitamente pequenos: revelou todo um mundo. O Espiritismo nãoatraiu absolutamente os maus espíritos; ele os revelou, e deu os meios paraparalisar sua ação, e, por conseguinte, afastá-los. (Ibidem, 57)

Já que, há maus espíritos que obsediam, há os bons que protegem, perguntamo-nos se os maus espíritos são mais poderosos que os bons. Não é o bom espíritoque é o mais fraco, é o médium, que não é bastante forte para sacudir o mantoque lançaram sobre ele, para se livrar do aperto dos braços que o enlaçam e nosquais, é preciso dizer, algumas vezes se compraz. Nesse caso, compreende-seque o bom espírito não possa levar a melhor, já que se prefere um outro.Admitamos agora o desejo de se desvencilhar desse envoltório fluídico do qualo seu está invadido, como uma vestimenta está invadida pela umidade, o desejonão será suficiente. A vontade não é sempre suficiente. (Ibidem, 58).Trata-se de lutar contra um adversário; ora, quando dois homens lutam corpo acorpo, é aquele que tem músculos mais fortes que abate o outro. Com um

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espírito é preciso lutar, não corpo a corpo, mas espírito a espírito, e é ainda omais forte que leva a melhor; aqui, a força está na autoridade que se pode tersobre o espírito, e essa autoridade está subordinada à superioridade moral. Asuperioridade moral é como o Sol que dissipa o nevoeiro pelo poder de seusraios. Esforçar-se por ser bom, por se tornar melhor, se já é bom, purificar-sedas suas imperfeições, numa palavra, elevar-se moralmente o mais possível, eiso meio de adquirir o poder de comandar os espíritos inferiores para afastá-los,de outra maneira, zombam das vossas injunções52. (Idem).

Antes de esperar domar o mau espírito, é preciso domar-se a si mesmo. Detodos os meios para adquirir a força para aí chegar, o mais eficaz é a vontadesecundada pela prece, a prece de coração compreende-se, e não palavras nasquais a boca tem maior parte que o pensamento. É preciso pedir ao seu anjoguardião e aos bons espíritos que nos assistam na luta; mas não é suficientepedir-lhes que afastem o mau espírito, é preciso lembrar-se dessa máxima:Ajuda-te, e o céu te ajudará, e pedir-lhes sobretudo a força que nos falta paravencer nossos maus pendores que são para nós piores que os maus espíritos,pois são esses pendores que os atraem, como a podridão atrai os pássarospredadores. (Idem).É preciso dizer, também, que sobrecarregam-se os espíritos estranhos demalefícios dos quais são bem inocentes; certos estados doentios e certasaberrações que atribuem-se a uma causa oculta, partem simplesmente, às vezes,do espírito do próprio indivíduo. As contrariedades, que mais comumenteconcentra-se em si mesmo, as angústias amorosas sobretudo, fizeram cometermuitos atos excêntricos, que ter-se-ia enganado em colocar na conta daobsessão. Frequentemente, somos nossos próprios obsessores. Acrescentamos,finalmente, que certas obsessões tenazes, sobretudo nas pessoas de mérito,fazem parte, algumas vezes, das provas às quais estão submetidas. “Acontecemesmo, às vezes, que a obsessão, quando é simples, é uma tarefa imposta aoobsidiado que deve trabalhar para a melhora do obsessor, como um pai a de umfilho vicioso.” (Idem).

CONCEITOS:

Consultando a primeira obra da Codificação Kardequiana – O Livro dosEspíritos, temos o seguinte esclarecimento:

Os espíritos influem nos nossos pensamentos e nas nossas ações?“Sob este aspecto, a influência deles é maior do que imaginais, pois, com muitafrequência, são eles que vos dirigem.” (item 459)

Todavia, os Espíritos completando a explicação, respondem:(...) quando más influências agem sobre ti, é que tu as atrais, pelo desejo domal, pois os espíritos inferiores vêm ajudar-te no mal, quando tens a vontade decometê-lo; eles só podem te auxiliar no mal, quando desejas o mal. Pois bem!Se fores inclinado ao assassínio, terás uma nuvem de espíritos que manterãoeste pensamento em ti; mas terás, também, outros que tentarão te influenciarpara o bem, o que faz com que a balança se reequilibre e te deixe senhor dosteus atos. (LE, 466).

Sabedores que todos vivemos cercados pelo Mundo Espiritual, que não está lá,distante, afastado do mundo material, mas, sim, ligado entremeado, reagindoconstantemente sobre este último passemos ao estudo da obsessão, que dependefundamentalmente, da ligação, estabelecida no enunciado acima, entre encarnados edesencarnados.52 Consulte Também itens 252 e 279.

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CAUSAS:

Assim como as enfermidades são o resultado das imperfeições físicas que deixam ocorpo acessível às influências exteriores perniciosas, a obsessão resulta sempre de umaimperfeição moral que dá ascendência a um espírito mau. (GE, 14:46)

Os motivos da obsessão variam, conforme o caráter do Espírito:Vingança: o Espírito exerce sobre um indivíduo de quem teve do que se quei-xar, durante sua vida ou de uma outra existência; frequentemente, também, elenão tem outra razão, senão o desejo de fazer o mal; como sofre, quer fazer osoutros sofrerem: ele encontra uma espécie de prazer em atormentá-los, emaborrecê-los; assim, a impaciência que se demonstra com isso, mais o atiça,porque esse é seu objetivo, enquanto que pela paciência, cansam-no; irritando-se, mostrando-se despeitado, faz-se, precisamente, o que ele quer. Esses Es-píritos agem, às vezes, por ódio e inveja do bem, é por isso que lançam seusolhares malévolos sobre as pessoas mais honestas. (LM, item 245).

Covardia: o Espírito se aproveita da fraqueza moral de certos indivíduos, queeles sabem incapazes de lhes resistirem. Um desses últimos, que subjugavaum rapaz de inteligência bem limitada, interrogado sobre os motivos destaescolha, respondeu-nos: Tenho uma necessidade muito grande de atormentaralguém; uma pessoa razoável me repeliria, ligo-me a um idiota, que nenhumaforça me opõe. (Idem).

Por Orgulho do falso saber: Há Espíritos obsessores sem maldade, que possu-em, até, algo de bom, mas que têm orgulho do falso saber; possuem suas idei-as, seus sistemas sobre as ciências, a economia social, a moral, a religião, a fi-losofia; querem fazer prevalecer a opinião deles e procuram, para este efeito,médiuns bastante crédulos para aceitá-los, de olhos fechados, e que eles fasci-nam para impedi-los de discernir o verdadeiro do falso. São os mais perigosos,porque os sofismas nada lhes custam e podem credenciar as utopias mais ridí-culas; como conhecem o prestígio dos grandes nomes, não têm nenhum escrú-pulo em se adornarem com aqueles diante dos quais todos se inclinam e nãorecuam nem mesmo diante do sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Mariaou um santo venerado. Procuram deslumbrar, através de uma linguagem pom-posa, mais pretensiosa do que profunda, eriçada de termos técnicos e enfeitadacom as grandes palavras: caridade e moral; evitarão dar um mau conselho,porque sabem bem, que seriam mal recebidos; assim, aqueles que eles enga-nam os defendem, a todo custo, dizendo: Bem vedes que nada dizem de mau.Mas a moral, para eles, é apenas um passaporte, é o que menos os preocupa; oque querem, antes de tudo, é dominar e impor suas ideias, por mais disparata-das que sejam. (Ibidem, 246).

Médiuns Em Perigo: Geralmente, o Espírito apodera-se do médium, tendo em vista dominá-lo; não su-porta o exame crítico de suas comunicações; quando vê que não são aceitas e quesão discutidas, ele não se retira, mas inspira ao médium a ideia de isolar-se e, fre -quentemente, até, ele o ordena. Todo médium, que se melindra com a crítica dascomunicações que obtém, é o eco do Espírito que o domina e, esse Espírito, nãopode ser bom, desde o momento que lhe inspire um pensamento ilógico, o de se re-cusar ao exame. O isolamento do médium é sempre uma coisa lamentável para ele,porque fica sem verificação alguma para suas comunicações. Ele não apenas deveesclarecer-se pelas opiniões de terceiros, como lhe é necessário estudar todos os gê-neros de comunicações para compará-las; restringindo-se naquelas que obtém, pormelhores que lhe pareçam, expõe-se a se iludir sobre o valor delas, sem contar queele não pode saber tudo e que elas giram, quase sempre, no mesmo círculo.53 (Ibi-dem, 248)

53 Consulte Também o Item 192, Médiuns exclusivos.

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Em vista disso e para prevenir os médiuns quanto ao perigo da obsessão,achamos conveniente enunciar as nove características dos médiuns obsidiados:

1. Persistência de um Espírito em comunicar-se, por bem ou por mal, pela escrita,pela audição, pela tiptologia, etc., opondo-se a que outros Espíritos possamfazê-lo;

2. Ilusão que, apesar da inteligência do médium, impede-o de reconhecer afalsidade e o ridículo das comunicações que recebe;

3. Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam eque, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;

4. Confiança do médium nos elogios que lhe fazem os Espíritos que com ele secomunicam;

5. Disposição para afastar-se das pessoas que podem lhe dar úteis conselhos;6. Levar a mal a crítica, a propósito das comunicações que recebe;

7. Necessidade incessante e inoportuna de escrever;8. Constrangimento físico qualquer, dominando a vontade e forçando a agir ou

falar a contragosto;9. Ruídos e desordens persistentes ao redor de si e dos quais se é a causa ou o objeto.

RESUMO

A obsessão consiste no domínio que os maus Espíritos assumem sobre certaspessoas, com o objetivo de as escravizar e submeter a vontade deles, pelo prazer queexperimentam em fazer o mal. Pode-se dizer, também, que obsessão é a ação persistente queum Espírito mau exerce sobre um indivíduo

Os caracteres da obsessão variam da simples influência moral, sem sinaisexteriores perceptíveis, até a completa perturbação do organismo e das faculdades mentais.

A mecânica obsessiva baseia-se no envolvimento fluídico através do perispírito.Quando um Espírito quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o, por assim dizer, no seuperispírito como se fora um manto; interpenetrando-se os fluidos, os pensamentos e asvontades dos dois se confundem e o Espírito, então, se serve do corpo do indivíduo como sefosse seu, fazendo-o agir à sua vontade, falar, escrever, etc.

Para libertar-se da influência obsessiva é necessário autoridade sobre o obsessor,autoridade essa adquirida pela superioridade moral. Para isso, deve o encarnado esforçar-separa ser bom e purificar-se de suas imperfeições, numa palavra, elevar-se moralmente omais possível.

Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de umacausa oculta, derivam do Espírito do próprio indivíduo. As contrariedades quede ordinário cada um concentra em si mesmo, principalmente os desgostosamorosos, dão lugar, com frequência, a atos excêntricos, que fora errôneoconsiderar-se fruto da obsessão. O homem não raramente é o obsessor de simesmo. Algumas obsessões persistentes, sobretudo em certas pessoas demérito, fazem parte das provações a que estão sujeitas. (OP, item 58 §9o. –itálicos nosso).

Assim como as enfermidades resultam de imperfeições físicas, a obsessãodecorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau.

As causas da obsessão variam de acordo com o caráter do Espírito obsessor . Àsvezes é uma vingança que o Espírito toma de um Indivíduo de quem guarda queixa deexistências anteriores; muitas vezes não há mais que o desejo de fazer o mal, pois certosespíritos sentem uma espécie de gozo em atormentar e a impaciência da vítima mais os

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excitará enquanto a sua paciência os leva a cansar-se; alguns Espíritos são levados pelosentimento de covardia e se aproveitam da fraqueza moral de certos indivíduos; e háEspíritos obsessores sem maldade, mas dominados pelo orgulho do falso saber queprocuram médiuns bastante crédulos para os aceitar de olhos fechados e por eles fascinados,deixam de discernir o verdadeiro do falso. (LM, item 245)

Os médiuns devem conhecer bem as características dos médiuns obsedados parase precaverem da obsessão, mantendo-se sempre alertas e vigilantes.

“Fórmula para se libertar da Obsessão”:Em geral, a prece é poderoso meio auxiliar da libertação dos ob-sidiados; nunca, porém, a prece só de palavras, dita com indife-rença e como uma fórmula banal, será eficaz em semelhante ca-so. Faz-se mister uma prece ardente, que seja ao mesmo tempouma como magnetização mental. Pelo pensamento, pode-se en-caminhar para o paciente uma corrente fluídica salutar, cuja po-tência guarda relação com a intenção. A prece, pois, não temapenas por efeito invocar um auxílio estranho, mas exercer umaação fluídica. O que uma pessoa, só, não pode fazer, podem-no,quase sempre, muitas pessoas unidas pela intenção numa prececoletiva e reiterada, visto que o número aumenta a potencialida-de da ação. (OP, item 58 §11o.).

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 23; Obras Póstumas, §79( Manifestações dos Espíritos) e A Gênese; 14:45 a 49).

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Definição e Mecanismo da Obsessão

(OP, item 56 e 58 §8. e GE, 14:45 e 46.)Meios eficazes de Combater a Obsessão.

(LM, item 249).

Grupo 2Como refrear um Mau Espírito

(OP, item 58 §7 e 8).O Exorcismo como Solução para a Obsessão

(OP, item 59).

Grupo 3Causas da Obsessão

(LM, itens 245 e 246).Médiuns Exclusivos e Obsessão

(LM, item 248).

Grupo 4Características da Obsessão

(LM, item 243).O Espiritismo e à Mediunidade Seriam Per-

niciosos ao Homem? (LM, item 244).

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13a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

NOÇÕES SOBRE FLUIDOS – EXTERIORIZAÇÕES.

Todos vivemos em um universo constituído de partículas, raios e ondas que nãoconseguimos perceber normalmente.

A própria matéria é constituída de pequenas porções chamadas átomos que sãotão pequenas que não podem ser vistas

Mas mesmo assim, sabemos que a matéria compacta que conhecemos e quecompõe uma cadeira, uma mesa, um papel, etc., é formada pela união dessas partículas. Elasnão são imóveis, pelo contrário velocidade intensa que as anima, faz com que pareçam estarem muitos lugares ao mesmo tempo, dando aos nossos sentidos a impressão de continuidadeda matéria (lembrar as pás de um ventilador desligado quando então se pode passar os dedosentre elas pelos espaços vazios, o que não se consegue quando o aparelho está ligado).

Estamos imersos em um mundo de matéria sutilizada, refinada invisível porém,real, e que tem como fonte primeira, uma substância que é denominada Fluido CósmicoUniversal, que dá todas as formas materiais já conhecidas e, provavelmente, muitas outrasque ainda nos são desconhecidas e também a energia nas variadas formas em que semanifesta.

Os fluidos nada mais são que formas energéticas dessa substância primordial queo perispírito automaticamente absorve do meio ambiente, transforma de acordo com opadrão vibratório espiritual em que se encontra e irradia em redor de si formando umaverdadeira esteira psíquica ou hálito mental

Os fluidos estão sujeitos a impulsão da mente do Espírito, quer encanado oudesencarnado; o pensamento e as emoções dão-lhes uma determinada estrutura de maior oumenor intensidade, conforme a pureza ou harmonia com que são emitidos. Quanto maiselevado são os pensamentos e as emoções os fluidos são mais harmônicos, agradáveis,luminosos saudáveis. Quanto mais inferiores, mais desarmônicos, desagradáveis, doentios.

Constantemente estamos irradiando de nós o que realmente somos, eimpregnando com esse fluido particular as coisas, o ambiente os objetos e influindo sobre aspessoas que aceitam e assimilam essa energia. “Essa influência, de conformidade com ahipótese psicométrica, consistiria em tal ou qual propriedade da matéria inanimada parareceber e reter, potencialmente, toda espécie de vibrações e emanações físicas, psíquicas evitais, assim como se dá com a substância cerebral, que tem a propriedade de receber econservar em latência as vibrações do pensamento”.54

Educando o nosso pensamento, podemos irradiar uma quantidade maior defluidos de qualidade superior que metabolizamos com a nossa mente. Daí, a importância demantê-la sempre em estado de elevação.

Consultar: Seara dos Médiuns, Cap. 38 e Nos Domínios da Mediunidade (introdução) deFrancisco Cândido Xavier.

54 Bozzano, E. Os Enigmas da Psicometria, pags. 4 e 5.

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14a. SESSÃO TEÓRICADA OBSESSÃO – CLASSIFICAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO

Entre os escolhos que apresenta a prática do Espiritismo, cumpre se coloque naprimeira linha a obsessão, isto é, o domínio que alguns Espíritos logramadquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritosinferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimentoinfligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem,retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazersuas presas. Se chegam a dominar algum, identificam-se com o Espírito deste eo conduzem como se fora verdadeira criança. A obsessão apresenta caracteresdiversos, que é preciso distinguir e que resultam do grau do constrangimento eda natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é, de certo modo, umtermo genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principaisvariedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação. (LM, item 237).

Obsessão SimplesOcorre quando um Espírito ma-lévolo impõe-se a um médium,imiscui-se nas comunicaçõesque recebe, à sua revelia, im-pede-o de comunicar-se comoutros Espíritos e substitui-seàqueles que são evocados.Ninguém está obsidiado unica-mente pelo fato de ser enganadopor um Espírito mentiroso; omelhor médium está exposto aisso, principalmente, no come-ço, quando ainda lhe falta a ex-periência necessária, assim co-mo, entre vós, os mais honestospodem ser enganados por viga-ristas. Pode-se, portanto, ser en-ganado, sem estar obsidiado; aobsessão está na tenacidade doEspírito, do qual não se podedesvencilhar-se.

Na obsessão simples, o médiumsabe muito bem que está envol-vido com um Espírito engana-dor e, este, não se esconde; deforma alguma dissimula suasmás intenções e seu desejo decontrariar. O médium reconhe-ce, sem dificuldade, a vigaricee, como se mantém em guarda,raramente é enganado. Este gê-nero de obsessão é, portanto,simplesmente desagradável enão apresenta outro inconveni-

FascinaçãoApresenta consequências muitomais graves. É uma ilusão pro-duzida pela ação direta do Es-pírito sobre o pensamento domédium e que paralisa, de algu-ma forma, seu raciocínio, relati-vamente às comunicações. Omédium fascinado não acreditaser enganado: o Espírito possuia arte de inspirar-lhe uma confi-ança cega, que o impede de vera fraude e de compreender o ab-surdo que escreve, mesmoquando salte aos olhos de todoo mundo; a ilusão pode mesmoir até fazê-lo ver o sublime, nalinguagem mais ridícula. Seriaum erro acreditar que este gêne-ro de obsessão só pudesse atin-gir as pessoas simples, ignoran-tes e desprovidas de juízo; oshomens mais espiritualizados,os mais instruídos e os mais in-teligentes, sob outros aspectos,dela não estão isentos, o queprova que esta aberração é oefeito de uma causa estranha,cuja influência eles sofrem.As consequências da fascinaçãosão muito mais graves; de fato,graças a esta ilusão, que deladecorre, o Espírito conduzaquele que ele conseguiu domi-nar, como o faria com um cego

SubjugaçãoÉ uma opressão que paralisa avontade daquele que a sofre e ofaz agir à sua revelia. Numa pa-lavra: ele está sob um verdadei-ro jugo.

Pode ser moral ou corporal.

Moral – o subjugado é solicita-do a tomar determinações, mui-tas vezes, absurdas e compro-metedoras que, por uma espéciede ilusão, ele acredita sensatas;é uma espécie de fascinação.Corporal – Aqui o Espírito agesobre os órgãos materiais e pro-voca movimentos involuntários.No médium escrevente, traduz-se por uma necessidade inces-sante de escrever, mesmo nosmomentos mais inoportunos.Vimos alguns que, por falta depena ou de lápis, simulavam es-crever com o dedo em qualquerparte onde estivessem, até nasruas, nas portas e nas paredes.

A subjugação corporal vai, al-gumas vezes, mais longe: elapode levar aos atos mais ridícu-los. Conhecemos um homemque não era nem jovem, nembelo; sob o domínio de uma ob-sessão desta natureza, ver-seconstrangido, por uma força ir-resistível, a ajoelhar-se diante

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ente, senão o de opor um obstá-culo às comunicações que sedesejaria obter com Espíritossérios ou aqueles que são afei-çoados.

Podem-se incluir, nesta catego-ria, os casos de obsessão físi-ca55, isto é, a que consiste nasmanifestações barulhentas eobstinadas de alguns Espíritos,que fazem com que se ouçam,espontaneamente, pancadas ououtros ruídos. Remetemos, paraeste fenômeno, ao capítulo dasManifestações Espontâneas56

(LM, item 238). (Itálicos doAutor)

e pode fazê-lo aceitar as doutri-nas mais bizarras, as teoriasmais falsas, como se fossem aúnica expressão da verdade; e,muito mais, pode levá-lo a situ-ações ridículas, comprometedo-ras e, até, perigosas.Compreende-se, facilmente, todaa diferença que existe entre a ob-sessão simples e a fascinação,compreende-se, também, que osEspíritos que produzem estesdois efeitos devem diferir de ca-ráter. Na primeira, o Espírito, quese liga a vós, não passa de um serimportuno pela sua tenacidade ede quem fica-se impaciente pordesembaraçar-se. Na segunda, acoisa é completamente diferente;para chegar a esses fins, é precisoum Espírito hábil, ardiloso e pro-fundamente hipócrita, pois elenão pode operar a mudança e fa-zer-se aceito, senão com o auxí-lio da máscara que sabe utilizar edo falso aspecto de virtude; osgrandes termos como: caridade,humildade e amor de Deus sãopara ele como cartas de crédito;porém, através de tudo isso, eledeixa passar sinais de inferiorida-de, que é preciso estar fascinadopara não perceber; por isso, teme,acima de tudo, as pessoas que ve-em com clareza; é por isso quesua tática é, quase sempre, a deinspirar ao seu intérprete o afas-tamento de quem quer que pu-desse abrir-lhe os olhos; atravésdesse meio, evitando toda contra-dição, está certo de ter sempre ra-zão. (LM, item 239) (Itálico doAutor).

de uma jovem, sobre a qual ne-nhuma pretensão nutria e pedi-la em casamento. De outras ve-zes, ele sentia, sobre as costas enos tendões das pernas, umapressão enérgica que o forçava,apesar da vontade que a isso seopunha, a ajoelhar-se e a beijaro cháo nos lugares públicos e napresença da multidão. Este ho-mem passava por louco entreseus conhecidos; nós, porém,estamos convencidos de quenão o era, absolutamente, poispossuía plena consciência do ri-dículo do que fazia, contra a suavontade, e sofria, horrivelmen-te, com isso.

Pos sessão Dava-se o nome de possessão aodomínio exercido por maus Es-píritos, quando a influência delesia até a aberração das faculdades.A possessão seria, para nós, si-nônimo da subjugação. Se nãoadotamos este termo, é por doismotivos: o primeiro, implica nacrença em seres criados para omal e perpetuamente votados aomal, enquanto que não há senãoseres mais ou menos imperfeitose que todos podem melhorar-se;o segundo, implica igualmente aideia de uma tomada de posse docorpo por um Espírito estranho,de uma espécie de coabitação, aopasso que só há constrangimento.A palavra subjugação traduz,perfeitamente, a ideia. Assim, pa-ra nós, não há possessos, no sen-tido vulgar da palavra, há apenasobsidiados, subjugados e fasci-nados. (LM, item 240 e 241)(itálicos do Autor).

Possessão57– do latim possessione. Estado ou condição em que o corpo e a mente de um indiví-duo são supostamente possuídos ou dominados por uma entidade (um ser, força, ou divindade)que lhes é externa, ou que não se manifesta habitualmente nas atividades da vida diária. Literal-mente é a “tomada” do corpo de um indivíduo por um Espírito. “O Espírito não entra num cor-po como entra em uma casa; ele se assimila ou se integra a um Espírito encarnado que tem os

55 RE, jun. de 1864, p. 231 – FEB

56 Consultar LM, Item 82.57 Texto extraído do Compêndio de Religiões e Espiritualidades, págs. 437 e 438.

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seus mesmos defeitos e as suas mesmas qualidades, para agir conjuntamente; mas é sempre oEspírito encarnado que age como quer sobre a matéria de que está revestido. Um Espírito nãopode substituir-se ao que se acha encarnado, porque o Espírito e o corpo estão ligados até otempo marcado para o termo da existência” (LE, item 473).

Inicialmente, para Allan Kardec não havia possessão propriamente dita no sentidodo termo, tanto que propôs a palavra subjugação para substituir a esta. “A palavra possesso, nasua acepção vulgar, supõe a existência de demônios, ou seja, de uma categoria de seres de natu -reza má, e a coabitação de um desses seres com a alma, no corpo de um indivíduo. Mas, comonão há demônios nesse sentido, e como dois Espíritos não podem habitar simultaneamente omesmo corpo, também não há possessos, segundo as ideias ligadas a essa palavra. Pela expres-são possesso não se deve entender senão a dependência absoluta da alma em relação a Espíritosimperfeitos que a subjuguem”(Ibidem, 474). Como vimos até este momento, Kardec tinha comocerto não haver possessão propriamente dita, talvez porque acreditasse ou pensasse em Posses-são apenas em relação a um Espírito (desencarnado) malfeitor praticando o mal a outro Espíritoencarnado. Porém, com o tempo, percebeu que a possessão também poderia ser “praticada porum Espírito bom”, que toma o corpo de um encarnado por empréstimo para causar maior im-pressão sobre os ouvintes e com o intuito de auxiliar os encarnados em dificuldades extremas.Como o Espiritismo é uma ciência progressiva e as “ideias só se transformam com o tempo, enão subitamente” (Ibidem, 798), Allan Kardec retoma onze anos mais tarde este ponto e consi -dera sua posição a respeito da possessão.

Na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identificacom o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por como numa teia e constrangido a pro-ceder contra a sua vontade. Na possessão, em lugar de agir exteriormente, o Espírito livre sesubstitui, por assim dizer ao Espírito encarnado; faz domicílio em seu corpo, sem, todavia,que este o deixe definitivamente, o que só pode ter lugar na morte. A possessão é assimsempre temporária e intermitente, pois um Espírito desencarnado não pode tomar definitiva-mente o lugar de um encarnado, dado que a união molecular do perispírito e do corpo nãopode operar senão no momento da concepção. O Espírito, em possessão momentânea docorpo, dele se serve como o faria com o seu próprio; fala por sua boca, enxerga pelos seus olhos,age com seus braços, como o teria feito se fosse vivo. Já não é mais como na mediunidade falan-te, na qual o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um Espírito desencarnado; éeste último, que fala e que se agita, e se o conhecemos quando vivo, reconheceríamos sua lin-guagem, sua voz, seu gestos e até a expressão de sua fisionomia (transfiguração).Na obsessão há sempre um Espírito malfeitor. Na possessão pode tratar-se de um Espíritobom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes, toma do corpo de umencarnado, que voluntariamente lho empresta, como emprestaria sua roupa a outro encarna-do. Isso se verifica sem qualquer perturbação ou incômodo, durante o tempo em que o Es-pírito encarnado se acha em liberdade, como no estado de emancipação, conservando-se esteúltimo ao lado do seu substituto para ouvi-lo. Quando um Espírito possessor é mau, as coi-sas se passam por outro modo; ele não toma emprestado o corpo; ele se apodera dele, se o ti-tular não tem força moral para resisti-lo. Ele o faz por maldade dirigida contra o possesso, aquem tortura e martiriza por todas as maneiras até pretender fazê-lo perecer, seja por estran-gulamento, seja empurrando-o ao fogo ou outros lugares perigosos. Servindo-se dos mem-bros e dos órgãos do infeliz paciente, ele blasfema, injuria e maltrata os que o rodeiam; en-trega-se a excentricidade e atos que têm todos os caracteres da loucura furiosa. Os fatos des-se gênero, em diversos graus de intensidade, são muito numerosos, e muitos casos de loucu-ra não têm outra causa senão essa. Muitas vezes, dão-se ao mesmo tempo desordens patoló-gicas, as quais não são senão consequências, e contra as quais os tratamentos médicos são impo-tentes, enquanto subsistir a causa inicial. O Espiritismo, fazendo conhecer esta fonte de uma par-te das misérias humanas, indica o meio de remediá-las: este meio é agir sobre o autor do mal,que, sendo um ser inteligente, deve ser tratado pela inteligência. (GE, 14:47 e 48)

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RESUMO

A palavra obsessão é um termo genérico pelo qual se define os graus deconstrangimento que Espíritos inferiores impõem a certas pessoas que eles desejam dominar.

Conforme os graus de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz, aobsessão apresenta caracteres diversos, que constituem suas três variedades: a obsessão simplesa fascinação e a subjugação.Obsessão Simples – nesta forma, o Espírito malfazejo se imiscui nas comunicações que omédium recebe; e o impede de se comunicar com outros Espíritos e se apresenta em lugardestes. O médium sabe que se acha presa de um Espírito mentiroso e este não dissimula suasmás intenções e propósitos de enganar. O médium ciente disso, mantém-se vigilante eraramente é enganado, é um gênero de obsessão apenas desagradável não tem outroinconveniente senão o de opor obstáculo às comunicações que só deseja obter de Espíritossérios ou de afeiçoados. Inclui-se nesta categoria a obsessão física, caracterizada pormanifestações ruidosas e obstinadas.

Fascinação – consiste na ilusão produzida pela ação direta do Espírito obsessor sobre opensamento do médium, o que, de certa forma, lhe paralisa o raciocínio relativamente àscomunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam engajando, pois o Espíritoobsessor tem a arte de lhe inspirar a confiança que o impede de perceber o embuste e decompreender o absurdo do que escreve, embora esse absurdo salte aos olhos de toda gente.Estão sujeitos à fascinação não somente os ignorantes e baldos de senso, mas também os maisinstruídos e inteligentes, o que prova ser tal aberração o efeito de uma causa estranha. OsEspíritos que a provocam são inteligentes, ardilosos e profundamente hipócritas; apresentam-semascarados com falsa virtude e não escrupulizam em usar termos como caridade, humildade,amor a Deus, porém, através de tudo isto, deixam sinais de sua inferioridade. Daí a razão dofascinado temer as pessoas que veem claro e dos obsessores usarem a tática de o afastarem dequem quer que lhe possa abrir os olhos.Subjugação – é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seumau grado: é um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral e corporal. Na primeira, osubjugado é constrangido a tomar resoluções absurdas e comprometedoras. Na segunda, oEspírito atua sobre os órgãos materiais do obsidiado e provoca movimentos involuntarios.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 23 – A Gênese, c.14 e Revista Espírita,1859 (set, p. 341 e out, p. 394 – FEB).

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Características da Obsessão Simples.

(LM, item 238).Obsessão – Escolho Da Mediunidade.

(LM, item 242)

Grupo 2Características da Fascinação.

(LM, item 239).Como se Reconhece à Obsessão.

(LM, item 243).

Grupo 3Características da Subjugação.

(LM, item 240) Possessão e Subjugação.

(LM, item 241)

Grupo 4Motivos da Obsessão.(LM, itens 245 e 246)Obsessão e Evangelho.

(SM, item 66).

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14a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

IDENTIFICAÇÃO DE FLUIDOS – PERCEPÇÃO E ANÁLISE.

Estamos mergulhados em uma atmosfera fluídica da qual absorvemosautomaticamente energias que metabolizamos dando-lhes características particulares.

Assim é que cada um de nós vive na atmosfera psíquica que cria e recebena proporção exata do que tenha semeado.

Todavia, é preciso salientar que não vivemos isolados, e sim que agimos ereagimos uns sobre os outros. Essa ação, porém, se subordina a lei de afinidadesegundo a qual os semelhantes se atraem e os contrários se repudiam.

No fenômeno mediúnico, durante o transe, ocorre uma exteriorização maisou menos acentuada do perispírito do médium, ampliando-lhe percepções que seacham atenuadas em face do maior estreitamento vibratório que o corpo físicocondiciona. O médium nesse estado tem uma percepção mais acurada e sente em todoo seu corpo, uma sensação de maior vibratilidade, conseguindo entrar em contatocom os Espíritos pela associação das correntes fluídicas, identificar-lhes a intenção,sentir-lhes o “peso específico”, sabendo que este tanto maior será quanto maisgrosseiros e desagradáveis forem os fluidos.

Os fluidos projetados de uma pessoa, combinam-se com os de outras e comos dos Espíritos presentes, formando assim o ambiente fluídico local, que pode serpercebido pelo médium que está com seus sentidos mais aguçados.

A prática ensina aos médiuns como devem diferenciar os vários tipos deEspíritos, segundo os fluidos que lhes são particulares. De uma forma geral, são asseguintes sensações que diferenciam os bons e elevados dos maus e atrasados: Osbons irradiam em torno de si fluidos leves, agradáveis, suaves, calmos, harmônicos eo médium tem uma sensação de bem-estar geral e euforia espiritual, por dendo, então,se entrar na faixa mental do Espírito, perceber-lhe as ideias, intenções e sentimentos.Os maus irradiam em torno de si fluidos pesados, desagradáveis, fortes, violentos,desarmônicos e o médium tem uma sensação de mal-estar geral, ansiedade,desassossego, nervosismo, cabeça pesada, pálpebras chumbadas, bocejos frequentes earrepios.

O médium em aprendizado mediúnico, após a concentração e a prece,ficará em atitude receptiva, relaxado física e psiquicamente, procurando se colocarem condições de perceber o ambiente espiritual e o de alguma entidade queporventura dele se aproxime, analisando os efeitos dessa influência, a ela seassociando ou rechaçando.

Consultar: Seara dos Médiuns, itens 41 e 76 (Ímã) de Francisco Cândido Xavier. Desenvolvimento Mediúnico, cap. 14 de Roque Jacinto.Obsessão, o Passe a orientação, Cap. I, itens 6, 7 e 8 de José Herculano Pires.

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15a. SESSÃO TEÓRICA

OBSESSÃO: MEIOS DE COMBATÊ-LA – TRABALHOS DE DESOBSESSÃO.

MEIOS DE COMBATÊ-LA

Assim como as enfermidades são o resultado das imperfeições físicas quedeixam o corpo acessível às influências exteriores perniciosas, a obsessãoresulta sempre de uma imperfeição moral que dá ascendência a um espíritomau. A uma causa física, opomos uma força física; a uma causa moral épreciso que se contraponha uma força moral. (Gênese; 14:46).Os meios de combater a obsessão variam, conforme o caráter que ela reveste. Operigo não existe, realmente, para qualquer médium convencido de estar tendoassunto com um Espírito mentiroso, como ocorre na obsessão simples; para elenão passa de uma coisa desagradável. Mas, precisamente porque isto lhe édesagradável, é uma razão a mais para o Espírito encarniçar-se sobre ele paraaborrecê-lo. Duas coisas essenciais devem ser feitas neste caso: provar aoEspírito que não está iludido por ele e que lhe é impossível enganar-nos; emsegundo lugar, cansar sua paciência, mostrando-se mais paciente que ele: seestiver bem convencido de que perde seu tempo, terminará por se retirar, comoo fazem os importunos a quem não se ouve. (LM, item 249)

(…) o que acontece com a fascinação é muito diferente, porque, então, odomínio que o Espírito exerce sobre aquele de quem se apoderou não temlimites. A única coisa a fazer com a vítima, é tentar convencê-la de que estásendo enganada e reconduzir sua obsessão ao caso da obsessão simples; masnem sempre é fácil, se não for, algumas vezes, até, impossível. O ascendente doEspírito pode ser tal, que deixe o fascinado surdo a qualquer espécie deraciocínio e pode chegar, até, a fazê-lo duvidar, quando o Espírito cometealguma grande heresia científica, se não é a Ciência que está enganada.(Ibidem, 250).

A subjugação corporal tira, muitas vezes, do obsidiado a energia necessáriapara dominar o mau Espírito, é por isso que se torna precisa a intervenção deuma terceira pessoa, que aja, quer pelo magnetismo, quer pelo domínio de suavontade. Por falta do concurso do obsidiado, esta pessoa deve tomar oascendente sobre o Espírito; mas, como este ascendente só pode ser moral, só édado a um ser moralmente superior ao Espírito exercê-lo e seu poder será tantomaior, quanto maior for sua superioridade moral, porque se impõe ao Espírito,que é forçado a inclinar-se diante dele; é por isso que Jesus tinha um poder tãogrande para expulsar o que se chamava, então, de demônios, isto é, os mausEspíritos obsessores. (Ibidem, 251).

Para que o obsidiado possa se prevenir contra a obsessão, há a necessidade defortalecimento de sua alma. “Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderosoauxiliar para agir contra o obsessor”. (Gênese, 14:46).

TRABALHOS DE DESOBSESSÃO

A ação desobsessiva se reveste de atividades várias que tem por finalidade oreajustamento dos participantes do processo em questão. Assim, encontramos as diretrizesbásicas para nos lançarmos à empreitada desobsessiva em A Gênese:

Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto eimpregnado de um fluido pernicioso que neutraliza a ação dos fluidossalutares e os repele. É desse fluido pernicioso que é precisodesembaraçá-lo. Ora, um mau fluido não pode ser eliminado por outro

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mau fluido. Através de uma ação idêntica à do médium curador nos casosde doença, é preciso expulsar o fluido mau com a ajuda de um fluidomelhor.Essa é a ação mecânica, mas que nem sempre é suficiente. É necessáriotambém, e principalmente, agir sobre o ser inteligente, ao qual é precisoter o direito de falar com autoridade, e esta autoridade só é concedida àsuperioridade moral. Quanto maior a superioridade moral, maior aautoridade(14:46). (Itálicos do Autor).

É a orientação do obsidiado través de palestras educativas, aulas, exposiçõesevangélicas e o clima fraterno, que o faça buscar, através dos exemplos vivos, sua renovaçãoespiritual.

Isso ainda não é tudo: para assegurar a libertação da vítima, é indispensávellevar o espírito perverso a renunciar aos seus maus propósitos; é preciso fazernascer nele o arrependimento e o desejo de fazer o bem, com a ajuda deinstruções habilmente ministradas, em evocações particulares tendo em vista asua educação moral. Pode-se então ter a dupla satisfação de libertar umencarnado e de converter um espírito imperfeito. (Idem).

É o denominado trabalho de desobsessão em que se tem a oportunidade decaridosamente e com energia, fazer-se a tentativa do despertamento do obsessor para a lei deamor e de perdão.Algumas Regras Práticas Para o Trabalho de Desobsessão:

1) Não se deve realizar sessão de Orientação do obsessor com o obsidiado presente, pois oesquecimento do passado por parte do encarnado é fator favorável a solução do processoobsessivo. Caso contrário, o obsidiado saberá para onde e a quem dirigir sua revolta pelosofrimento que passa, fundindo-se muito mais ao seu perseguidor.2) Quando o obsidiado compreende a sua situação e concorre com sua vontade e preces,para sua libertação, o trabalho se torna menos difícil.

3) Nunca revelar situações do passado, esclarecidas durante a sessão, ao obsidiado, mas,sim, de posse desses esclarecimentos, buscar orientá-lo no sentido de vencer os pendoresnegativos.4) Nunca tomar o obsidiado como pobre vítima e o obsessor como cruel algoz; mas, sim,encarar o processo como merecedor de todo o amor fraternal, e considerar ambos comoirmãos desequilibrados, necessitados de correção enérgica e amparo caridoso.

5) Somente lançar-se à empreitada do Trabalho de Desobsessão se contar com grupo demédiuns capacitados, harmonizados, conhecedores da Doutrina e de boa condição ético-moral.6) Na orientação, estar sempre alerta as sutilezas dos Espíritos obsessores, que sabemmuitas vezes de sua condição de Espirito desencarnado, como e quando devem agir, mas,muitas vezes, obrigados a comparecer aos trabalhos de orientação fraterna, fingem estar noestado de perturbação espiritual “post-mortem”, e não saberem da sua morte física,buscando seduzir o orientador.

7) Esclarecer o obsidiado que consegue os favores dos Amigos Espirituais para sualibertação das teias da obsessão, da necessidade premente e permanente de continuarorientando sua vida, num crescendo, no sentido da elevação ético-moral, para conseguir,realmente, tornar-se de difícil acesso aos Espíritos imperfeitos.8) Ao obsidiado e à sua família, esclarecer que Espiritismo é muito mais que a chave para asolução de seus problemas espirituais imediatos, mas, e principalmente, é roteiro de luz paraa vida inteira.

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RESUMO

A obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral. A uma causa moralpreciso é se contraponha uma força moral.

Os meios de combate à obsessão variam conforme o caráter que ela reveste.Na Obsessão Simples, duas coisas se tem que fazer: 1) provar ao Espírito, que

lhe é impossível enganar; 2) cansar-lhe a paciência, demonstrando paciência para comele. Convencido de que está a perder tempo, retirar-se-á.

No caso da Fascinação, a única coisa a fazer-se com a vítima é convencê-lade que está sendo ludibriada e reconduzir-lhe a fascinação ao estado de obsessãosimples, o que nem sempre é fácil e, em alguns casos, impossível, pela ascendência doEspírito sobre o raciocínio do fascinado, a tal ponto que poderá, diante de uma grossaheresia científica imposta pelo Espírito, achar que a ciência é que está em erro.

A Subjugação corporal tira ao obsidiado a energia necessária para dominar omau Espírito. Daí, ser preciso a intervenção de um terceiro, que atue, ou pormagnetismo, ou pelo império da sua vontade. Em falta do concurso do obsidiado, essaterceira pessoa deve tomar ascendente sobre o Espírito, Este ascendente só pode sermoral, e só a um ser moralmente superior ao Espírito é dado assumi-lo.

Em todos os casos, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover o obsessor de seus propósitos maléficos.

A ação desobsessiva compõe-se de atividades várias que visam oreajustamento dos participantes do processo obsessivo.

Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica envolto e impregnado de umfluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluídos salutares e os repele. É daquelefluido que importa desembaraçá-lo. Um fluido mau não pode ser eliminado por outroigualmente mau. Necessário se faz expelir um fluido mau com o auxílio de um melhor.Os trabalhos de passe e de fluidoterapia têm essa ação mecânica.

“Essa é a ação mecânica, mas que nem sempre é suficiente. É necessáriotambém, e principalmente, agir sobre o ser inteligente, ao qual é preciso ter o direito defalar com autoridade, e esta autoridade só é concedida à superioridade moral. Quantomaior a superioridade moral, maior a autoridade” (Idem). É a orientação fraterna, atravésde palestras educativas, aulas, exposições evangélicas e o clima fraterno, que levam oobsidiado a buscar sua renovação espiritual pelos exemplos vivos, é preciso que oEspírito obsessor seja levado a renunciar seus maus desígnios; que o arrependimentodesponte nele, assim como o deseje do bem, por meio de instruções habilmenteministradas em evocações particularmente feitas, com o objetivo de dar-lhe educaçãomoral – é o denominado trabalho de desobsessão, que deve observar algumas regraspráticas, para a sua realização proveitosa e fundamentada em critérios espíritas seguros.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 23 – A Gênese, Cap. 14 – RevistaEspírita (FEB), 1862 (dez, p. 485), 1863 (jan, p. 13; fev, p. 57; abril, p. 145 e maio, p. 187)e 1866 (jan, págs. 18 e 34; fev, p. 62).

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.Algumas orientações para este estudo dirigido:

As questões propostas aos Minigrupos não se encontram em itens específicos daleitura, mas aparecem misturadas durante toda a leitura. Por este motivo orientamos sobre aforma de fazer o estudo dirigido, com economia de tempo e com maior facilidade:1) Verificar bem o sentido da pergunta do seu grupo;2) Ler todos os itens indicador em uma das obras ou nas duas;3) Durante a leitura, estar atento para o trecho em que o assunto do seu minigrupo é abordado;

4) Discutir e anotar a ideia central do trecho que se refere ao assunto do seu minigrupo;5) No final da leitura, fazer a síntese das ideias principais.

Grupo 1Como se comporta o obsessor quando são

tomadas medidas para combatê-lo? (LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61)

Grupo 2Qual a forma e medida do auxílio de

terceiros ao Médium Obsidiado? (QuemPode Ajudar, Como Pode Ajudar, Quanto

Pode Ajudar?)(LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61)

Grupo 3Quais as atitudes do médium obsidiado para

livrar-se do obsessor? (LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61)

Grupo 4Que Relação Ha Entre A Evolução Moral E

O Problema Da Obsessão?(LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61)

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15a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

IDENTIFICAÇÃO DE FLUIDOS – TIPOS DE FLUIDOS FORMA DE ABSORVÊ-LOS OU RECHAÇÁ-LOS.

Os fluidos se diferenciam de acordo com a condição espiritual de quem os emiteou de acordo com o tipo de ação que a mente sobre eles impõe.

As mais variadas categorias de fluidos existem, pois, cada uma servindo comovestimenta dos sentimentos, pensamentos e ações de cada um de nós.

De acordo com a frequência vibratória em que eles se situam, no plano espirituale para os videntes encarnados, se apresentam em cores com os mais variados matizes, cadauma delas significando determinados sentimentos predominantes. Cores escuras, fortes eviolentas, sentimentos maus e agressivos, cores suaves, alegres e brilhantes, sentimentoselevados.

Cada um de nos é um dinamopsiquismo emissor e receptor permanente, daí, nãoapenas recebermos influências dos outros, mas também sobre eles mantermos as nossasinfluenciações.

Quando estamos em situação favorável, mediunicamente falando, isto é, comparcial ou total exteriorização do nosso perispírito, percebemos os fluidos emitidos por umaentidade ou ambiente, a eles nos associando ou não, dependendo do nosso padrão vibratório,Se vibramos na mesma faixa ou padrão, reforçamos as vibrações recebidas e estabelecemoso que se chama de sintonia vibratória, graças ao fenômeno da afinidade. Para tanto.concorrem, não só o nosso estado espiritual como a movimentação de nossa vontade nosentido de aceitar e concordar com a tonalidade vibratória recebida, reforçando-a. Estamospois, diante de um fenômeno de absorção fluídica em que os afins se atraem e se somam.Assim, se estivermos em um ambiente onde imperam fluidos de natureza grosseira einferior, e começamos a emitir pensamentos infelizes, fatalmente entraremos na mesmafaixa vibratória. Se, no entanto, o ambiente estiver saturado de fluidos de natureza superior,de acordo com o nosso padrão vibratório, podemos ou não, perceber-lhes a existência esentir-lhes a influência, podendo no caso positivo, absorvê-los se nos elevarmos até a faixavibratória que lhes é própria às custas de bons pensamentos, boas ideias, bons sentimentos.

0 rechaçamento se faz automática ou voluntariamente; lembremos que forçascontrárias se repelem.

Notar a diferença que há entre perceber e absorver, isto porque no primeiro caso,atua o médium com passividade, apenas percebendo as vibrações em derredor, dentro de umcerto limite, é bem verdade; e no caso de absorção, ele não apenas percebe, como atrai parasi a corrente fluídica através da graduação que dá à sua mente pela força da sua vontade.

Asim cada médium recebe de acordo com as suas obras, segundo o preceitoevangélico, não havendo privilégios nem esquecimentos na Lei de Justiça e HarmoniaSupremas.

Consultar: Fonte Viva, Caps. 86 e 117 de Francisco Cândido Xavier. A Gênese, Cap. 14 de Allan Kardec.

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Hora de Exercitar 9!Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 13a. Sessão Teórica,

13a. Sessão de Exercício Prático e 14a. Sessão Teórica.

A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:

1) ( ) Os Espíritos só muito raramente interferem em nossa vida, porque essa influên-cia é regulada pela Lei de afinidade psíquica.

2) ( ) Uma obsessão poderá caracterizar-se quando o médium crê cegamente na iden-tidade de Espíritos que se comunicam com nomes veneráveis por seu intermédio e afirmam ideias excêntricas.

3) ( ) Hálito mental é a irradiação do Fluido Cósmico Universal absorvido automati-camente pelo nosso perispírito e modificado pele nosso padrão vibratório espiritual.

4) ( ) Vivemos mergulhados em um mundo de matéria invisível e refinada, porém re-al, que tem como fonte uma substância chamada Fluido Cósmico Universal.

5) ( ) Quanto mais elevados são os pensamentos e as emoções, os fluidos que formamo nosso hálito mental são mais agradáveis, saudáveis e luminosos.

B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.6) Obsessão é o ________________ que os ________________ Espíritos impõem a

determinadas pessoas, com o fim de as ________________ e submeter a sua________________.

7) O meio de defesa que a Doutrina Espírita oferece contra a ________________ dosmaus ________________ é o da autoridade que se baseia na ________________.

8) O insulamento do ________________ é uma atitude prejudicial a ele porque as________________ que recebe não são ________________.

9) De acordo com o ________________ de constrangimento e da ________________dos efeitos, a obsessão pode ser ________________, ________________ esubjugação.

10) Os fluidos são formas ________________ do Fluido ________________ Universalque o nosso ________________ absorve ________________ do meio________________.

C) Marque OS COMPLEMENTOS CERTOS com um “X”.11) A ação obsessiva de espíritos maus sobre certos encarnados se explica pelo seguinte

mecanismo.a) ( ) ligação fluídica através de seus perispíritos;b) ( ) utilização de elementos materiais para confirmar o pacto entre o Espírito obsessor e o encarnado que deseja prejudicar o obsidiado;c) ( ) formação de uma atmosfera fluídica que estabelece a interligação do Espíri-to e do encarnado;d) ( ) a atitude de revolta do paciente que não quer admitir a ação obsessiva;e) ( ) interpenetração de flui dos, pensamentos e vontades dos dois protagonistas do processo obsessivo;f) ( ) o medo do obsessor diante do eletrochoque, que provoca maior reação de ódio do Espírito sobre o obsidiado.

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12) Para dominar e afastar os espíritos obsessores deve-se servi dos seguintes recursos:

a) ( ) autocontrole sobro as emoções e desejos;b) ( ) da cólera e da Impaciência em certas circunstancias para amedrontar o Es-

pírito.c) ( ) solicitar a cooperação dos bons Espíritos e esforçar-se por melhorar moral-

mente;d) ( ) diante dos desgostos amorosos, contrariar-se profundamente e atribuir a

causa desses desenganos à ação obsessiva dos Espíritos maus;e) ( ) cultivar a paciência;f) ( ) manter a coragem, o otimismo, a fé e praticar o bem sempre.

13) A obsessão tem como causas:

a) ( ) a prática disciplinada da mediunidade, porém muito intensa em dois ou três dias da semana no Centro Espírita;

b) ( ) a imperfeição moral da criatura humana;c) ( ) a vingança e o desejo de fazer o mal alimentados por Espíritos imperfeitos;

d) ( ) a covardia de certos Espíritos e o orgulho de Espíritos pseudossábios.

14) Um médium está em perigo quando:

a) ( ) reage melindrosamente diante da análise de suas comunicações;b) ( ) frequenta assiduamente as sessões semanais mesmo diante de dificulda-

des profissionais e domésticas;c) ( ) recebe comunicações faladas ou escritas constantemente absorvendo mui-

to tempo dos trabalhos;d) ( ) ocorrem barulhos e desordens excêntricos e insistentes em seu derredor, e

de natureza invisível e não material.

15) Marque a 2a. Coluna de acordo com a 1a.

(A) Obsessão Simples

(B) Subjugação

(C) Fascinação

(D) Possessão

( ) persistência de um Espírito em comunicar-se.( ) anula a vontade do obsidiado.( ) paralisação do raciocínio crítico das comunicações

( ) o espírito mentiroso não se disfarça.( ) provocada por Espíritos ardilosos e hipócritas.( ) pode levar a resoluções absurdas e de graves conse-

quências.( ) ideia de coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo.

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Hora de Exercitar 10!Para responder este Exercício, consulte os resumos da 14a. Sessão de Exercício Prático,

15a. Sessão Teórica e 15a. Sessão de Exercício Prático.

A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:1) ( ) Obsidiado deve conhecer situações do passado para facilitar o processo de de-

sobsessão.2) ( ) A ação mental modifica os fluidos.

B) Preencho as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.3) A exteriorização do perispírito do médium, torna a percepção deste mais

______________, permitindo-lhe perceber o _____________ _____________ dosEspíritos, pela associação das correntes fluídicas que aquele estado possibilita.

4) Cada um de nós é um dinamopsiquismo ________________ e ________________permanente; não apenas ________________ influências dos outros, mas tambémmantemos as nossas ________________ sobre eles.

5) Os fluidos dos Espírito bons proporcionam uma ________________ espiritual,enquanto que os fluidos dos maus Espíritos provocam sensação de ________________geral.

6) No fenômeno de absorção fluídica, os fluidos afins se ________________ e se________________.

C) Marque a resposta MAIS CORRETA:7) A atmosfera fluídica de cada um depende:

a)( ) das pessoas com as quais convive;b)( ) de sua própria condição espiritual;c)( ) da qualidade do fluído Cósmico Universal;d)( ) do que absorvemos da atmosfera fluídica.

8) A obsessão decorre sempre:a) ( ) de um ambiente pernicioso à moral cristã;b) ( ) de uma moléstia psíquica grave;c) ( ) de uma imperfeição moral;d) ( ) dos propósitos maléficos do obsessor.

9) A fluidoterapia nos trabalhos de desobsessão tem:a) ( ) apenas ação mecânica;b) ( ) função principais ;c) ( ) poderes ilimitados;d) ( ) atuação sobre o ser inteligente;e) ( ) função de expelir maus fluidos com auxílio dos bons fluidos.

10) O trabalho de desobsessão:a) ( ) beneficia espiritualmente o obsidiado e obsessor;b) ( ) liberta, um encarnado;c) ( ) converte um espírito imperfeito;d) ( ) expulsa os maus Espirites.

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11) O rechaçamento de fluidos se faz:a) ( ) Automaticamente; b) ( ) Voluntariamente;c) ( ) Através de rituais;d) ( ) Automática ou voluntariamente.

D) Numere a 2a. coluna de acordo com a 1a.

(1) A compreensão do obsidiado.

(2) Os trabalhos de desobsessão.

(3) No processo de desobsessão.

(4) Tanto o obsessor como o obsidiado.

(5) A elevação espiritual do obsidiado.

(6) Na orientação.

( ) necessitam correção e amparo.

( ) é necessário estar alerta a sutileza dos ob-sessores.

( ) é condição imprescindível para sua liberta-ção.

( ) devem ser realizados por grupo de médiuns capacitados.

( ) facilita o trabalho de desobsessão.

( ) para conseguir ser inatingível pelos espíri-tos imperfeitos.

( ) deve-se esclarecer também a família do ob-sidiado.

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16a. SESSÃO TEÓRICADAS EVOCAÇÕES – DA IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS –

UTILIDADE DAS EVOCAÇÕES PARTICULARES

DAS EVOCAÇÕES

Antes de adentrarmos assunto tão sério como as Evocações e Identidades dosEspíritos, devemos esclarecer como se formou o Alicerce da Codificação. Assim como OLivro dos Espíritos (1857), é o Fundamento Filosófico do Espiritismo, O Livro dos Médiuns(1862) passa a ocupar a estrutura científica, lógica e experimental dos fenômenos de cunhoespirituais, O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864) a parte ético-moral dentro de umaestrutura cristã. O livro O Céu e o Inferno (1865) ocupa a posição de livro histórico e deestudo sobre as Mitologias e A Gênese (1868), uma explicação científica para a formaçãobiológica, social e psicológica do humano, bem como, a formação da Terra e do Universo.

Quando se afirma que a ciência confirma muito dos fatos espíritas,esclarecemos tratar-se da Ciência Espírita (LM, itens 9 e 74 – perg. 9) e nãodas ciências comuns que possuem um domínio de múltiplas certezas, pois oEspiritismo não é da alçada da ciência. (…) o Espiritismo em seu aspectocientífico e como ciência experimental explica e expõe os fatos antes tidoscomo sobrenaturais ou metafísicos no sentido de inexplicados, abstratos eininteligíveis. (…) é preciso esclarecer que a fenomenologia espiritual seexpressa de forma diferenciada dos fenômenos “comuns”, por isso a CiênciaEspírita possui seus próprios métodos de pesquisa e investigação.58

O assunto Das Evocações de que trata O Livro dos Médiuns no Cap. 15, merecealgumas considerações preliminares. Allan Kardec contava, então, no seu trabalho, com aorientação de entidades de alta categoria espiritual e, suas pesquisas com referência àcomunicação de Espíritos e encarnados, ocorreram em condições excepcionais. Dispunha oCodificador de uma extraordinária equipe de Espíritos desencarnados que lhe assessorarama tarefa, bem como de médiuns e pessoas selecionadas espiritualmente, que cooperaramdecididamente para o bom êxito de sua missão.

Em segundo lugar, essa fase de fundamentação teórica desenvolveu-se através damediunidade psicográfica, em maior escala de natureza mecânica, onde a independência dopensamento do Espírito em relação ao do médium é a mais acentuada possível. Estes fatorespossibilitaram, portanto, uma extraordinária segurança para o estudo das comunicações dosEspíritos quando evocados. No entanto, isso não eximiu Allan Kardec de ler, reler e decidiratravés da Lógica (dedução, indução, hipótese, inferência, etc.), acerca do conteúdo dasmensagens recebidas pelos médiuns que o auxiliava na formação do pensamento espírita.

É dentro desses pontos de vista que focalizamos o assunto empolgante, intituladoDas evocações em O Livro dos Médiuns e que passamos a desenvolver para no seu finaltecermos considerações complementares, conforme a opinião de estudiosos encarnados edesencarnados, com respeito ao tema.

“Os Espíritos podem comunicar-se espontaneamente ou atender ao nosso apelo,isto é, vir mediante evocação” (LM, item 269). Afirma Allan Kardec que, estando osEspíritos em torno de nós, em sua maioria, de condições inferiores, e que outra coisa nãoquerem senão comunicar-se, não chamar a nenhum em particular é abrir a porta a todos osque queiram entrar.

A chamada direta de determinado Espírito constitui um laço entre ele e nós;chamamo-lo pelo nosso desejo, opondo assim uma espécie de barreira aos intrusos. Todavia,

58 Marques, L. A. História das Religiões e a Dialética do Sagrado, p. 517.

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tanto as comunicações espontâneas quanto as evocações têm suas vantagens. Asespontâneas não apresentam nenhum inconveniente quando se está ciente dos Espíritos ecerto de não deixar que os maus tomem a dianteira.

(…) então, muitas vezes, é útil esperar pela boa vontade daqueles que queremmanifestar-se; porque o pensamento deles não sofre nenhum constrangimento epodem obter-se, desta maneira, coisas admiráveis; ao passo que, quem diz queo Espírito por quem chamais esteja disposto a falar, ou seja, capaz de fazê-lo,no sentido desejado. O exame escrupuloso que temos aconselhado é, aliás, umagarantia contra as más comunicações. Nas reuniões regulares, sobretudonaquelas em que se faz um trabalho continuado, há sempre Espíritos assíduos,que comparecem ao encontro, sem que sejam chamados, por estaremprevenidos, em razão da regularidade das sessões; tomam, muitas vezes,espontaneamente, a palavra para tratar de um assunto qualquer, desenvolveruma proposta ou prescrever o que se deva fazer, e, então, facilmente sãoreconhecidos, quer pela forma da linguagem, que é sempre idêntica, quer pelaescrita, quer por certos hábitos, que lhes são familiares. (Idem).

Podem ser evocados todos os Espíritos, qualquer que seja o grau a quepertençam na escala espírita: os bons, como os maus, os que deixaram a vida hápouco, como os que viveram nos tempos mais recuados, os homens ilustres,como os mais obscuros, nossos parentes, nossos amigos, como aqueles que nossão indiferentes; mas, isto, não quer dizer que queiram ou possam sempreatender ao nosso chamado; independente da própria vontade deles ou dapermissão, que lhes pode ser recusada por uma potência superior, eles podemser impedidos de fazê-lo por motivos, que nem sempre nos é dado conhecer.Queremos dizer que não há impedimento absoluto, que se oponha àscomunicações, salvo o que será dito, logo adiante; os obstáculos que podemimpedir um Espírito de manifestar-se são, quase sempre, individuais e sedevem, muitas vezes, às circunstâncias. (Ibidem, 274)Entre as causas que podem opor-se à manifestação de um espírito, umas lhe sãopessoais e outras, estranhas. Entre as primeiras, é preciso colocar suasocupações ou as missões que desempenha e das quais não pode desviar-se paraceder aos nossos desejos; neste caso, sua visita fica, apenas, adiada. Há, ainda,sua própria situação. Embora o estado de encarnação não constitua umobstáculo absoluto, pode representar um impedimento, em dados momentos,principalmente, quando ocorre em mundos inferiores e quando o próprioEspírito está pouco desmaterializado. Em mundos superiores, naqueles em queos elos entre o Espírito e a matéria são muito fracos, a manifestação é quase tãofácil quanto no estado errante e, em todo caso, mais fácil do que naquelesmundos, onde a matéria corporal é mais compacta. As causas estranhas devem-se, principalmente, à natureza do médium, à da pessoa que evoca, ao meio emque se faz a evocação e, finalmente, ao objetivo a que se propõe. (Ibidem, 275).

As evocações oferecem, muitas vezes, maiores dificuldades aos médiuns doque os ditados espontâneos, principalmente, quando se trata de obter respostasprecisas a questões circunstanciadas. Para isto, são necessários médiunsespeciais, ao mesmo tempo, flexíveis e positivos59 e já vimos que estes últimossão bastante raros, pois, assim como já dissemos, as relações fluídicas nemsempre se estabelecem, instantaneamente, com o primeiro Espírito que se presente.Por isso, é útil que os médiuns não se entreguem às evocações detalhadas, senãodepois de estarem seguros do desenvolvimento de suas faculdades, e da natureza

59 Médiuns Positivos: suas comunicações têm, geralmente, um cunho de nitidez e precisão que muito se presta àsminúcias circunstanciadas, aos informes exatos. (Ibidem, 193).

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dos Espíritos que os assistem, pois naqueles que são mal assistidos, asevocações não podem ter qualquer caráter de autenticidade. (Ibidem, 272).

(…) a faculdade de evocar todo e qualquer Espírito não implica para este, aobrigação de estar à nossa disposição; que ele pode vir, num dado momento, e,não, num outro, com este médium ou aquele evocador, que lhe agrade e, não,com aquele outro; dizer o que quer, sem poder ser constrangido a dizer o quenão queira; ir-se, quando isto lhe convenha; enfim, que por causas dependentesou, não, de sua vontade, depois de se ter mostrado assíduo, durante algumtempo, ele pode, de repente, deixar de vir. (Ibidem, 277).

UTILIDADE DAS EVOCAÇÕES PARTICULARES

As comunicações que se obtêm dos Espíritos muito superiores ou daqueles queanimaram grandes personagens da Antiguidade são preciosas, pelo elevadoensinamento que encerram. Esses Espíritos adquiriram um grau de perfeição,que lhes permite abarcar um círculo de ideias mais extenso, penetrar mistériosque ultrapassam o alcance comum da Humanidade e, por conseguinte, melhoriniciar-nos do que outros, em certas coisas. Não se segue, daí, que ascomunicações dos Espíritos de uma ordem menos elevada sejam inúteis, oobservador nelas colhe muita instrução. Para se conhecer os costumes de umpovo, deve-se estudá-lo em todos os graus da escala. Quem só o tivesse vistosob um aspecto, mal o conheceria. A história de um povo não é a de seus reis edas sumidades sociais; para julgá-lo, é preciso vê-lo na sua vida íntima, nosseus hábitos particulares. Ora, os Espíritos superiores são as sumidades domundo espírita; sua própria elevação os coloca tão acima de nós, que ficamosespantados com a distância que nos separa deles. Espíritos mais burgueses (quenos relevem esta expressão), tornam-nos mais palpáveis as circunstâncias desuas novas existências. Neles, a ligação entre a vida corporal e a vida espírita émais íntima, nós a compreendemos melhor, porque ela nos toca mais de perto.Aprendendo, através deles mesmos, o que se tornaram, o que pensam, o queexperimentam os homens de todas as condições e de todos os caracteres, tantoos homens de bem quanto os viciosos, os grandes e os pequenos, os felizes e osdesgraçados do século, numa palavra: os homens que viveram entre nós, os quevimos e conhecemos, os de quem conhecemos a vida real, as virtudes e oserros, compreendemos suas alegrias e seus sofrimentos, a eles nos associamos edeles colhemos um ensinamento moral, tanto mais proveitoso, quanto maisíntimas forem nossas relações com eles. Mais facilmente nos colocamos nolugar daquele que foi nosso igual, do que no daquele que só vimos através damiragem de uma glória celestial. Os Espíritos comuns nos mostram a aplicaçãoprática das grandes e sublimes verdades, cuja teoria os Espíritos superiores nosensinam. Aliás, no estudo de uma ciência, nada é inútil: Newton encontrou a leidas forças do Universo, no fenômeno mais simples. (Ibidem, 281).

Fica assim exposta uma síntese das considerações de Allan Kardec sobre asevocações dos Espíritos, necessárias e justificáveis na fase de pesquisa em que a FilosofiaEspírita se estabelecia nos seus fundamentos gerais. Hoje, vivemos uma nova fase. OEspiritismo já sedimentado filosoficamente, alcança a etapa de difusão e reeducação moralda Humanidade. A comunicabilidade com os Espíritos tem agora características diferentes.Estamos na fase da aplicação dos conceitos espíritas ao comportamento humano, à suareforma ético-moral. Emmanuel, em no livro O Consolador, na questão 369 diz o seguinte,reportando-se à evocação direta de determinados Espíritos: “Não somos dos que aconselhama evocação direta e pessoal, em caso algum”.

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Se essa evocação é passível de êxito, sua exequibilidade somente pode serexaminada no plano espiritual. Daí a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, nocomplexo dos fenômenos espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o avanço moraldos aprendizes sinceros do pensamento Espírita. O estudioso bem-intencionado, portanto,deve pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa, considerando que a esferaespiritual lhe conhece os méritos e retribuirá os seus esforços de acordo com a necessidadede sua posição evolutiva e segundo o seu merecimento.

Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pela evocação direta, procedendoa realizações dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seu esforço, a tarefa excepcionaldo Codificador, aliada as necessidades e méritos ainda distantes da esfera de atividade dosaprendizes comuns.

DA IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS

A questão da identidade dos Espíritos é, depois da obsessão, uma das maioresdificuldades do Espiritismo prático, devido aos fatores:

a) Os Espíritos não nos trazem um ato de notoriedade;b) Com facilidade, alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram.

Todavia, em muitos casos, a identidade absoluta não passa de questãosecundária e sem importância real. A identidade dos Espíritos das personagensantigas é a mais difícil de se conseguir, tornando-se muitas vezes impossível,pelo que ficamos adstritos a uma apreciação puramente moral. Julgam-se osEspíritos, como os homens, pela sua linguagem. Desde que o Espírito só dizcoisas aproveitáveis, pouco importa o nome sob o qual as diga. (Ibidem, 255).

Porém, se se apresenta com o nome de uma personagem ilustre e diz coisastriviais e infantilidades, está claro que não pode ser considerado como tal pessoa. Os modosde se distinguirem os bons dos maus Espíritos, estão muito bem explicados em O Livro dosMédiuns, Cap. 14, que diz:

Qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos quepresidem os vossos trabalhos, há uma recomendação, que nunca será demaisrepetir e que deveríeis ter sempre presente no pensamento, quando vosentregais aos vossos estudos: é de pesar e de amadurecer, é de submeter aocontrole da razão mais severa todas as comunicações que receberdes; é de nãonegligenciar, desde que um ponto vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro, depedir explicações necessárias para fixar-vos. (Ibidem, 266).

Resume-se nos princípios seguintes os meios de se reconhecer a qualidade dos Espíritos (Item, 267):

1o.) Não há outro critério para discernir o valor dos bons Espíritos, senão o bomsenso. Qualquer fórmula dada, para este efeito, pelos próprios Espíritos é ab-surda e não pode emanar de Espíritos Superiores;2o.) Julgam-se os Espíritos pela sua linguagem e pelas suas ações. As ações dosEspíritos são os sentimentos que eles inspiram e os conselhos que dão;

3o.) Admitindo que os bons Espíritos não podem dizer e fazer senão o bem, tu-do o que é mal não pode vir de um bom Espírito;4o.) Os Espíritos superiores têm uma linguagem sempre digna, nobre, elevada,sem qualquer mistura de trivialidade; tudo dizem com simplicidade e modéstia,jamais se vangloriam, nunca fazem alarde de seu saber, nem de sua posição en-tre os outros. A dos Espíritos inferiores ou comuns apresentam sempre algumreflexo das paixões humanas; toda expressão que denote a baixeza, a presun-ção, a arrogância, a jactância, a acrimônia é um indício característico de inferi-

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oridade ou de mistificação, se o Espírito se apresenta com um nome respeitávele venerado;

5o.) Não se deve julgar os Espíritos pela forma material e a correção de seu es-tilo, mas sondar-lhe o sentido íntimo, escrutar suas palavras, pesá-las friamente,maduramente e sem prevenção. Todo afastamento da lógica, da razão e da sa-bedoria, não pode deixar dúvida sobre sua origem, qualquer que seja o nomecom o qual se ostente o Espírito60;6o.) A linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, senão quando à for-ma, pelo menos quando ao fundo. Os pensamentos são os mesmos, quaisquerque sejam o tempo e o lugar; eles podem ser, mais ou menos, desenvolvidos,conforme as circunstâncias, as necessidades e as facilidades para se comunicar,mas não serão contraditórios. Se duas comunicações, trazendo o mesmo nome,opõem-se uma a outra, uma das duas é, evidentemente, apócrifa e a verdadeiraserá a em que nada desminta o caráter conhecido do personagem. Entre duascomunicações assinadas, por exemplo, por São Vicente de Paulo, uma dasquais pregasse a união e a caridade e a outra tendesse para semear a discórdia,nenhuma pessoa sensata poderia se enganar;

7o.) Os bons Espíritos só dizem o que sabem; calam-se ou confessam sua igno-rância sobre o que não sabem. Os maus falam de tudo com audácia, sem se pre-ocupar com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que cho-que o bom senso demonstra a fraude, se o Espírito se apresenta como um Es-pírito esclarecido; 8o.) Reconhecem-se ainda os Espíritos levianos pela facilidade com que predi-zem o futuro e precisam fatos materiais, que não nos é dado conhecer. Os bonsEspíritos podem fazer as coisas futuras serem pressentidas, quando este conhe-cimento pode ser útil, mas nunca precisam datas; qualquer anúncio de aconteci-mento, em época fixa, é indício de uma mistificação;

9o.) Os Espíritos superiores se exprimem com simplicidade, sem prolixidade; oestilo deles é conciso, sem exclusão da poesia das ideias e das expressões, cla-ro, inteligível para todos, e não exige esforço para ser compreendido; possuema arte de dizer muitas coisas, com poucas palavras, porque cada palavra temsua importância. Os Espíritos inferiores ou falsos sábios ocultam, sob a presun-ção e a ênfase, o vazio das ideias. A linguagem deles é, muitas vezes, pretensi-osa, ridícula ou obscura à força de querer parecer profunda;10o.) Os bons Espíritos nunca ordenam; eles não se impõem, aconselham e, senão os escutam, retiram-se. Os maus são impetuosos; dão ordens, querem serobedecidos e, entretanto, permanecem. Todo Espírito que se impõe, trai suaorigem. São exclusivistas e absolutos em suas opiniões e pretendem ter, sozi-nhos, o privilégio da verdade. Exigem uma crença cega e não apelam à razão,porque sabem que a razão os desmascararia;

11o.) Os bons Espíritos não lisonjeiam; aprovam, quando se faz o bem, mas,sempre, com reserva; os maus fazem elogios exagerados, estimulam o orgulhoe a vaidade, sempre pregando a humildade e procuram exaltar a importânciapessoal daqueles que eles sabem captar.12o.) Os Espíritos superiores estão acima das puerilidades da forma em todas ascoisas. Apenas os espíritos comuns podem dar importância a detalhes mesqui-nhos, incompatíveis com ideias verdadeiramente elevadas. Toda prescrição me-ticulosa é um sinal certo de inferioridade e de mistificação da parte de um Es-pírito que tome um nome imponente;

60 Ver LM, item 224.

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13o.) Deve-se desconfiar dos nomes bizarros e ridículos, que alguns Espíritosadotam, quando querem impor-se à credulidade; seria, soberanamente absurdo,levar a sério esses nomes;

14o.) Deve-se, igualmente, desconfiar dos Espíritos, que se apresentam muitofacilmente sob nomes extremamente venerados e só aceitar suas palavras, coma maior reserva; é, aí, principalmente, que uma verificação severa é indispensá-vel, pois, frequentemente, não passa de uma máscara, que eles usam para fazeracreditar em pretensas relações íntimas com os Espíritos superiores. Atravésdesse meio, lisonjeiam a vaidade do médium e dela se aproveitam para induzi-lo, muitas vezes, as atitudes lamentáveis ou ridículas.15o.) Os bons Espíritos são muito escrupulosos acerca das atitudes que podemaconselhar; qualquer que seja o caso, elas só têm um objetivo sério e eminente-mente útil. Deve-se, portanto, considerar suspeitas todas as que não tenham es-te caráter ou sejam condenadas pela razão e, maduramente, refletir, antes deempreendê-las, pois estariam expostas a mistificações desagradáveis;

16o.) Também reconhecem-se os bons Espíritos pela sua prudente reserva sobretodas as coisas que podem comprometer; repugna-lhes desvendar o mal; os Es-píritos levianos ou malévolos ficam satisfeitos em fazê-lo sobressair. Enquantoos bons procuram atenuar os erros e pregam a indulgência, os maus os exage-ram e sopram a desarmonia, através de insinuações pérfidas;17o.) Os bons Espíritos só prescrevem o bem. Toda máxima, todo conselho quenão esteja estritamente de acordo com a pura caridade evangélica não pode serobra de bons Espíritos;

18o.) Os bons Espíritos jamais aconselham, senão coisas perfeitamente racio-nais; qualquer recomendação que se afaste da linha reta do bom senso ou dasleis imutáveis da Natureza, denuncia um Espírito limitado e, por conseguinte,pouco digno de confiança; 19o.) Os Espíritos maus ou simplesmente imperfeitos, ainda se traem atravésdos indícios materiais, sobre os quais ninguém poderia enganar-se. A ação de-les sobre o médium é, algumas vezes, violenta e provoca, neste, movimentosbruscos e intermitentes, uma agitação febril e convulsiva, que contrasta com acalma e a doçura dos bons Espíritos;

20o.) Muitas vezes, os Espíritos imperfeitos se aproveitam dos meios de comu-nicação de que dispõem para dar conselhos pérfidos; excitam a desconfiança ea animosidade contra aqueles que lhe são antipáticos; os que podem desmasca-rar suas imposturas são, sobretudo, objeto de sua aversão. Os homens fracossão o alvo deles, para induzi-los ao mal. Utilizando, alternadamente, os sofis-mas, os sarcasmos, as injúrias e, até, os sinais materiais de seu poder oculto,para melhor convencer, tentam desviá-los da senda da verdade;21o.) Os Espíritos dos homens que tiveram, na Terra, uma única preocupação,material ou moral, se não se desligaram da influência da matéria, ainda estãosob o império das ideias terrestres e trazem consigo uma parte dos preconcei-tos, das predileções e até as manias que possuíam, neste mundo. Isto é fácil dereconhecer pela linguagem deles;

22o.) Os conhecimentos de que alguns Espíritos se enfeitam, muitas vezes, comuma espécie de ostentação não constituem um sinal de superioridade deles; ainalterável pureza dos sentimentos morais é, a esse respeito, a verdadeira pedrade toque; 23o) Não basta interrogar um Espírito, para conhecer a verdade.Deve-se, antes de tudo, saber a quem nos dirigimos; pois os Espíritos inferio-res, ignorantes como são, tratam com frivolidade as questões mais sérias. Tam-bém não basta que um Espírito tenha sido um grande homem, na Terra, para

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possuir, no mundo espírita, a soberana ciência. Só a virtude, purificando-o, po-de aproximá-lo de Deus e alargar seus conhecimentos;

24o.) Da parte dos Espíritos superiores, a brincadeira é, muitas vezes, fina e di-vertida, mas nunca é trivial. Nos Espíritos zombadores, que não são grosseiros,a sátira mordaz é, muitas vezes, cheia de intenção. 25o.) Estudando, com cuidado, o caráter dos Espíritos que se apresentam, prin-cipalmente do ponto de vista moral, reconhecer-se-á a natureza deles e o graude confiança que podemos lhes dispensar. O bom senso não poderia enganar;

26o.) Para julgar os Espíritos, como para julgar os homens, é preciso, primeira-mente, saber julgar a si mesmo. Infelizmente, há muita gente que toma suaspróprias opiniões pessoais como medida exclusiva do bom e do mau, do verda-deiro e do falso; tudo o que lhes contradiga a maneira de ver, suas ideias, o sis-tema que conceberam ou adotaram, é, aos seus olhos, mau. Evidentemente,nessas pessoas, falta a primeira qualidade para uma apreciação sã: a retidão dojuízo; mas, disso, nem suspeitam; este é o defeito sobre o qual mais nos iludi-mos. Todas estas instruções decorrem da experiência e do ensino dado pelosEspíritos; nós os completamos com as próprias respostas dadas por eles, sobreos pontos mais importantes.

RESUMO

Allan Kardec ao estruturar a Filosofia Espírita, contou com a cobertura deEspíritos de alta envergadura espiritual e suas pesquisas sobre a comunicabilidade dosmesmos ocorreram em condições excepcionais. Dispunha, também, de médiuns e pessoasespiritualmente selecionados, que colaboraram para o bom êxito de sua missão. Diantedisso, a comunicação dos Espíritos, nessa época, desenvolveu-se através da mediunidadepsicográfica, em maior escala de natureza mecânica, na qual a independência dopensamento do Espírito em relação ao do médium, é a mais acentuada possível. Tudo istopossibilitou uma extraordinária segurança ao estudo das comunicações dos Espíritos quandoevocados.

“Os Espíritos podem comunicar-se espontaneamente ou atender ao nossochamado, isto é, vir por evocação” (LM, item 269). Tanto as comunicações espontâneasquanto as evocadas têm suas vantagens e desvantagens. As espontâneas não apresentaminconvenientes quando se está ciente dos Espíritos e certo de não deixar que os maus tomema dianteira. Nesse tipo de comunicação nenhum constrangimento sofre o pensamento doEspírito e podem se obter coisas admiráveis.

Todos os Espíritos, qualquer que seja o grau em que se encontrem na escalaespiritual, podem ser evocados. Isto não quer dizer que eles sempre queiram ou possamresponder ao nosso chamado.

Nos mundos superiores, naqueles em que os laços entre o Espírito e a matéria sãomuito fracos, a manifestação é quase sempre tão fácil quanto no estado errante.

Frequentemente as evocações oferecem mais dificuldades aos médiuns do que osditados espontâneos, sobretudo quando se trata de obter respostas precisas a questõescircunstanciadas. Para isto, são necessários médiuns especiais, ao mesmo tempo flexíveis epositivos.

As comunicações que se obtêm dos Espíritos muito elevados, ou dos queanimaram grandes personagens da antiguidade, são preciosas, pelos altos ensinamentos queencerram. Os Espíritos vulgares nos mostram a aplicação prática das grandes e sublimesverdades, cuja teoria os Espíritos superiores nos ministram.

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Emmanuel, no livro O Consolador item 269, não aconselha a evocação direta epessoal em caso algum, esclarecendo que sua exequibilidade somente pode ser examinadano mundo espiritual e conclui: “Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pelaevocação direta, procedendo a realizações dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seuesforço, a tarefa excepcional do Codificador, aliada a necessidade de méritos ainda distantesda esfera de atividade dos aprendizes comuns”.

Depois da obsessão a questão da identidade dos Espíritos é uma das maioresdificuldades do Espiritismo prático. Isto porque os Espíritos não nos trazem um ato denotoriedade, e alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram. Em muitoscasos, a questão de sua identidade é secundária. Julgam-se os Espíritos como os homenspela sua linguagem. Desde que um Espírito só diz a verdade, pouco importa o nome sob oqual as diga; porém, se se apresenta com o nome de uma personagem ilustre e diz coisas triviaise infantilidades, está claro que não pode ser considerado como tal pessoa. (ESE, 21:6-11)

O Livro dos Médiuns, no Cap. 24, prescreve que qualquer que seja a confiançalegítima que nos inspirem os Espíritos, devemos pesar e meditar, submeter ao cadinho damais severa razão, todas as comunicações que recebermos e não deixarmos de pedir asexplicações necessárias a formarmos opinião segura, desde que um ponto nos pareçasuspeito, duvidoso ou obscuro. Esse capítulo nos fornece vinte e seis princípios por meiodos quais podemos reconhecer a qualidade dos Espíritos que se comunicam.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 24 e 25 – Revista Espírita (FEB), 1862(março) e 1866 (julho).

Gabriel Delanne. O Fenômeno Espírita, Cap. 3 – Pesquisas sobre Mediunidade, p. 231.Léon Denis. No Invisível, 2o. Parte. Cap. 21 e Cristianismo e Espiritismo, n. 12.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Da Identidade dos Espíritos.

(LM itens 255, 256, 261, 262, 263, 264 e 265)

Grupo 2Da Identidade dos Espíritos.

(LM itens 266 e 267).

Grupo 3Das Evocações.

(LM itens 269, 272, 275, 276, 277, 278 e 279 O Consolador, itens 368 e 369).

Grupo 4Das Evocações.

(LM itens 269, 280, 281 e 285O Consolador, itens 368 e 369).

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16a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

MANIFESTAÇÃO MEDIÚNICA – AS VARIAS FASES DO FENÔMENO.

Em todo o tipo de fenômeno mediúnico ocorrem certas fases que podemosconsiderar como fundamentais e, dependendo da categoria do fenômeno, acontecemparticularidades que lhe são próprias. Seja o fenômeno mediúnico de efeitos inteligentes,psicografia ou psicofonia, seja consciente ou inconsciente, mecânico ou intuitivo, sempreocorrem fases que podem ser esquematicamente assim estudadas:FASE DE AFINIDADE FLUÍDICA E ESPIRITUAL:

Antes de ocorrer um fenômeno, e o médium sondado psiquicamente para avaliar a suacapacidade vibratória, em obediência a lei da combinação fluídica. No caso em que aentidade passe a se comunicar com frequência, surge a afinidade espiritual, que dependeda posição evolutiva do espírito comunicante, e a do médium. As vezes, dependendo dotipo de atividade mediúnica, o espírito do médium, em desdobramento natural durante osono, dias antes do trabalho mediúnico, é levado pelos mentores espirituais a tomarcontato com a entidade que devera receber mediunicamente, para evitar choquesinesperados durante a reunião, o que poderia ocasionar desequilíbrio vibratóriomomentâneo ou demorado, impedindo-o de alcançar os objetivos desejados. Isso ocorrecom frequência com médiuns que colaboram nos trabalhos de desobsessão.

FASE DE APROXIMAÇÃO DA ENTIDADE:É a sequência natural da fase anterior, só que ocorre no recinto do trabalho mediúnicocomo preparação do médium para a tarefa. Pode ocorrer que antes da sessão o médiumsinta a influência espiritual, mas deverá controlar-se para evitar o transe fora de ocasiãooportuna, que é a do trabalho propriamente dito. Geralmente sentirá os fluidos próprios daentidade, cabendo-lhe o trabalho de analisá-los e, conforme conhecimento anterior,absorvê-los ou rechaçá-los.

FASE DA ACEITABILIDADE DO ESPÍRITO COMUNICANTE PELO MÉDIUM:Ativamente o médium começa a vibrar, procurando se afinizar melhor com a mente doEspírito desencarnado. Manter-se-á calmo, confiante e seguro, certo de que nada de maulhe acontecerá porque o equilíbrio do grupo é uma segurança. Sentirá os seus pensamentosserem dirigidos por uma força estranha e aos poucos terá vontade de falar ou de escrever,ou apenas ficará na expectativa de novas associações mentais; poderá se sentir diferente,como se fosse outra pessoa, ver mentalmente outros lugares, ter sensações diferentes queviverá com maior ou menor intensidade.

FASE DE INCORPORAÇÃO MEDIÚNICA:É falsa a ideia de que o desencarnado para se comunicar entra no corpo do médium, 0 queocorre são assimilações de correntes fluídicas e mentais numa associação perfeita,denominada de sintonia vibratória. Os centros cerebrais do perispírito e os do corpo domédium são estimulados pelas forças fluídicas e mentais da entidade comunicante equando há associação, ocorrendo então o fenômeno da “incorporação”. O médiumincorpora as ideias, vivências e sentimentos da entidade comunicante e os transmiteconforme a faculdade que possui (intuição, psicofonia, etc,). É natural que nessa fase omédium se sinta diferente, com sensações anormais, sudorese, amortecimentos, respiraçãoofegante, tremores, nervosismo, etc. O controle das reações orgânicas, deverá surgirgraças à confiança e a serenidade alcançadas com um bom treinamento mediúnico.

Consultar: Palavras da Vida Eterna, Cap. 42, Caminho, Verdade e Vida, Cap. 10 deFrancisco Cândido Xavier. Estudando a Mediunidade, Cap. 10 de Martins Peralva.

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17a. SESSÃO TEÓRICADAS PERGUNTAS QUE SE PODEM FAZER AOS ESPÍRITOS.

Nas perguntas que se dirigem aos Espíritos deve-se observar duas coisasimportantes: a Forma e o Fundo.

A FORMA:

Com relação à forma, elas devem ser redigidas com clareza e precisão,evitando as perguntas complexas. Mas há um outro ponto não menosimportante, é a ordem que deve presidir à disposição delas. Quando um assuntorequer uma série de perguntas, é essencial que elas se encadeiem com método,de maneira que decorram, naturalmente, umas das outras; os Espíritosrespondem a elas muito mais facilmente e mais claramente do que quando sãofeitas ao acaso, passando, sem transição, de um tema para outro. É por estarazão que é sempre muito útil preparálas, antecipadamente, salvo paraintercalar, imediatamente, as que surgem pelas circunstâncias. Além disso, aredação, que deve ser melhor, sendo feita com a mente descansada; estetrabalho preparatório constitui, como já o dissemos, uma espécie de evocaçãoantecipada, a que o Espírito pode ter assistido e ter-se colocado à disposiçãopara responder. (LM, item 286).

O FUNDO:

O fundo da questão requer uma atenção ainda mais séria, pois, frequentemente,é a natureza da pergunta que provoca uma resposta certa ou falsa; há algumassobre as quais os Espíritos não podem ou não devem responder, por motivosque nos são desconhecidos; portanto, é inútil insistir; mas o que se deve evitar,acima de tudo, são as perguntas feitas com o objetivo de lhes pôr à prova aperspicácia. Quando uma coisa existe, dizem, eles a devem saber; ora, éprecisamente porque conheceis a coisa ou que tendes os meios de verificá-la,vós mesmos, é que eles não se dão ao trabalho de responder; essa suspeita osmelindra e nada se obtém de satisfatório. Não temos, todos os dias, exemplosdisso entre nós? Homens superiores e que têm consciência de seu valor,gostariam de responder a todas as perguntas tolas que tentassem submetê-los aum exame, como se fossem estudantes? O desejo de fazer um adepto desta oudaquela pessoa, não constitui, para os Espíritos, um motivo de satisfazer umavã curiosidade; eles sabem que a convicção chegará, cedo ou tarde, e os meiosque empregam para conduzi-la, nem sempre são aqueles que supomos.

Imaginai um homem circunspecto, ocupado com coisas úteis e sérias,incessantemente atormentado pelas perguntas pueris de uma criança e tereisuma ideia do que devem pensar os Espíritos superiores de todas as tolices quese lhes endereçam. Daí, não se segue que não se possam obter, da parte dosEspíritos, informações úteis e, principalmente, muitos bons conselhos, mas elesrespondem mais ou menos bem, conforme os conhecimentos que eles própriospossuem, o interesse que merecemos da parte deles e a afeição que nosdedicam e, finalmente, conforme o objetivo a que nos propomos e a utilidadeque veem; mas se todo o nosso pensamento se limita em considerá-los maisaptos do que outros para nos esclarecer utilmente sobre as coisas deste mundo,eles não podem ter por nós uma simpatia profunda; desde então, só fazemaparições muito curtas e, muitas vezes, conforme o grau de sua imperfeição,demonstram seu mau humor por terem sido inutilmente incomodados. (Idem).

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Algumas pessoas pensam que é preferível abster-se de formular perguntas eque convém aguardar o ensino dos Espíritos, sem provocá-lo: aí está um erro.Os Espíritos dão, sem a menor dúvida, instruções espontâneas de elevadoalcance e que seria errôneo negligenciar; mas há explicações que, muitas vezes,teríamos que aguardar muito tempo, se não as solicitássemos. (...). Asperguntas, longe de apresentar o menor inconveniente, são de uma grandíssimautilidade, do ponto de vista da instrução, quando se sabe encerrá-las nos limitesdesejados. Elas têm uma outra vantagem: a de ajudar a desmascarar osEspíritos mistificadores que, sendo mais vaidosos do que sábios,raramente suportam, pelo seu interesse, a prova das perguntas de umalógica cerrada, através das quais os empurram às suas últimas trincheiras.Como os Espíritos verdadeiramente superiores nada têm a temer desemelhante verificação, são os primeiros a provocar explicações sobre ospontos obscuros; os outros, ao contrário, temendo ter que enfrentar oadversário mais forte, têm grande cuidado de evitá-los; tambémrecomendam, geralmente, aos médiuns a quem desejam dominar e aosquais desejam fazer que aceitem suas utopias, que se abstenham de todacontrovérsia relativa aos seus ensinos. (Ibidem, 287).

PERGUNTAS SIMPÁTICAS OU ANTIPÁTICAS AOS ESPÍRITOS:Os Espíritos sérios sempre respondem com prazer às perguntas que têm por objetivo obem e os meios de progresso. Os bons Espíritos antipatizam com questões inúteis oufeitas por pura curiosidade para experimentá-los. Nestes casos não respondem e seafastam. Os Espíritos imperfeitos, ao contrário, antipatizam com perguntas queunicamente possam pôr-lhes a descoberto a ignorância ou o embuste, quando procuramenganar; a não ser isso, respondem a tudo, sem se preocuparem com a verdade. Nemtodos os Espíritos são aptos a compreender as questões que lhes são dirigidas, comoacontece com os imperfeitos, embora isto não os impeça de responder bem ou mal.

PERGUNTAS SOBRE O FUTURO:A manifestação dos Espíritos não é um meio de adivinhação. Se o homem conhecesseo futuro, descuidar-se-ia do presente. Se insistirmos em obter respostas sobre o futuro,recebê-las-emos de Espíritos doidivanas. Pode dar-se que um Espírito preveja coisasque julgue conveniente revelar, ou que ele tem por missão tornar conhecidas,espontaneamente; porém, nesse terreno, ainda são mais de temer os Espíritosenganadores, que se divertem em fazer previsões. Só o conjunto das circunstânciaspermite se verifique o grau de confiança que elas merecem. Devemos desconfiar detodas as previsões que não tiverem um fim de utilidade geral. As predições pessoaispodem quase sempre ser consideradas falsas. Os Espíritos que anunciamacontecimentos que se não realizam, fazem-no as mais das vezes para se divertiremcom a credulidade, o terror, ou a alegria que provocam; depois, riem-se dodesapontamento. A missão dos Espíritos superiores consiste em fazer-nos progredir.Jamais será enganado aquele que a eles pedir sabedoria; não acreditemos, porém, quepercam o seu tempo precioso em ouvir as nossas futilidades ou a predizer-nos a boafortuna. Deixam esse encargo aos Espíritos levianos, que com isso se divertem comocrianças travessas. A Providência pôs limite às revelações que podem ser feitas aohomem. Os Espíritos sérios guardam silêncio sobre tudo aquilo que lhes é defesorevelarem. Aquele que insista por uma resposta se expõe aos embustes dos Espíritosinferiores, sempre prontos a se aproveitarem das ocasiões que tenham de armar laços ànossa credulidade. É verdade que existem pessoas dotadas de uma faculdade especial,

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que as faz entrever o futuro; são aquelas cuja alma se desprende da matéria. Então é oEspírito que vê. Mas, quando é conveniente, Deus lhes permite revelarem certas coisaspara o bem. Todavia, mesmo entre essas pessoas, são em maior número os impostorese os charlatães.

PERGUNTAS SOBRE AS EXISTÊNCIAS PASSADAS E FUTURAS:Conforme o objetivo, Deus algumas vezes permite que as nossas existências passadasnos sejam reveladas. Se for para nossa edificação e esclarecimento, as revelações serãoverdadeiras e, neste caso, feitas quase sempre espontaneamente e de modointeiramente imprevisto. Ele, porém, não o permite nunca para satisfação de vãcuriosidade. Os Espíritos brincalhões, todavia, nunca se negam a fazer tais revelações,para se divertirem a nossa custa. Sempre que essas revelações não tiverem um fimeminentemente sério, devemos considerá-las falsas ou suspeitas. Os Espíritoszombeteiros gozam em lisonjear o amor-próprio, revelando as pessoas e médiuns,origens pomposas (príncipe, rainha, pessoas famosas, etc.). Há médiuns e crentes queaceitam de bom grado essas revelações sem raciocinarem sequer no estado atual deseus Espíritos que em nada justifica a categoria que pretendem ter ocupado.Vaidadezinha que serve de divertimento aos Espíritos brincalhões, tanto quanto para oshomens. Para se dar crédito a uma revelação dessa ordem, seria necessário que fossefeita espontaneamente, por intermédio de diversos médiuns estranhos uns aos outros.Contudo, se não podemos ter conhecimento de nossa individualidade anterior,podemos ter revelações a respeito do gênero da existência que tivemos, da posiçãosocial que ocupamos e dos defeitos que em nós predominaram, das quais deveremostirar proveito para nos melhorarmos. Estudando o nosso presente, deduziremos o nossopassado. Com referência às nossas existências futuras, nada podemos saberantecipadamente, pois essas serão a consequência da preparação que fizermos pelonosso procedimento na Terra e pelas resoluções que tomarmos quando formosEspíritos. Sabermos, porém, onde e como transcorrerá essa existência é impossível etudo o que alguns Espíritos disserem a respeito não passará de gracejo. Isto sóacontece em caso especial e raro para os Espíritos que estão na Terra paradesempenhar uma missão importante.

PERGUNTAS SOBRE OS INTERESSES MORAIS E MATERIAIS:Os bons Espíritos jamais se recusam a dar bons conselhos, principalmente no que dizrespeito à alma. Repelem, porém, os hipócritas, os que simulam pedir a luz e secomprazem nas trevas. Os Espíritos, algumas vezes, conforme o motivo, podem darconselhos sobre coisas de interesse privado. Isto também depende daqueles a quem taisconselhos são pedidos e são dados com mais exatidão pelos Espíritos familiares, quesão os que se acham mais ligados à pessoa. Mas, é tão frequente cansarmos essesEspíritos com perguntas banais que eles nos deixam. A puerilidade das perguntas éincompatível com a superioridade dos Espíritos. Podem os Espíritos familiaresalgumas vezes e de acordo com as circunstâncias, favorecer os interesses materiais pormeio de revelações; porém, fiquemos bem cientes de que os bons Espíritos nunca seprestam a servir à cupidez. Os maus nos fazem brilhar diante dos olhos mil atrativos, afim de nos espicaçarem e, depois, mistificarem, pela decepção. Fiquemos ainda certosde que, se é da nossa prova passarmos tal ou tal vicissitude, os nossos Espíritosprotetores poderão ajudar-nos a suportá-la com mais resignação, poderão mesmosuavizá-la; mas, no próprio interesse do nosso futuro, não lhes será lícito isentar-nosdela. Um bom pai não concede ao filho tudo o que este deseja.

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QUESTÕES SOBRE A SORTE DOS ESPÍRITOS:Os Espíritos dão esclarecimentos sobre a situação em que se encontram no mundoespiritual, quando é a simpatia que dita o pedido, ou o desejo de lhes ser útil, e não asimples curiosidade. Constituem ainda grandes ensinamentos para nós, as revelaçõesque os Espíritos nos fazem a respeito da natureza de seus sofrimentos ou da felicidadede que gozam, iniciando-nos assim, no conhecimento da verdadeira natureza das penase das recompensas futuras. Os bons Espíritos se sentem felizes em nos descreverem afelicidade dos eleitos; os maus podem ser constrangidos a descrever seus sofrimentos,a fim de que o arrependimento os ganhe. Nisso encontram eles, às vezes, até umaespécie de alívio: é o desgraçado que lamenta, na esperança de obter compaixão.

QUESTÕES SOBRE A SAÚDE:Os Espíritos podem dar conselhos relativos à saúde. Esta é uma condição necessáriapara o trabalho que se deve executar na Terra, pelo que os Espíritos se ocupam de boavontade com ela. Mas, como há ignorantes e sábios entre eles, convêm que, para isso,como para qualquer outra coisa, ninguêm se dirija ao primeiro que apareça. Se nosdirigirmos ao Espírito de uma celebridade médica, poderemos estar mais certos deobter um bom conselho? As celebridades terrenas não são infalíveis e alimentam, àsvezes, ideias sistemáticas, que nem sempre são justas e das quais a morte não asliberta imediatamente. Só os Espíritos superiores possuem a ciência celeste e, semusarem os nomes que conheçamos, podem eles saber, sobre todas as coisas, muitomais do que os nossos sábios. Não é só a ciência o que torna superiores os Espíritos.

PERGUNTAS SOBRE TESOUROS OCULTOS:Os Espíritos superiores não se ocupam com a revelação dessas coisas; mas, oszombeteiros, frequentemente indicam tesouros que não existem, ou se comprazem emapontá-los num lugar, quando se acham em lugar oposto. Isso tem a sua utilidade, paramostrar que a verdadeira riqueza está no trabalho.

PERGUNTAS SOBRE OS OUTROS MUNDOS:Quanto à confiança que se pode depositar nas descrições que os Espíritos fazem dosdiferentes mundos, ela depende do grau de adiantamento real desses Espíritos, poiscompreendemos que Espíritos vulgares são tão incapazes de nos informarem a esserespeito, quanto o é, entre nós, um ignorante, de descrever todos os países da Terra.Formulamos, muitas vezes, sobre esses mundos, questões que tais Espíritos não podemresolver. Se eles estiverem de boa-fé, falarão disso de acordo com suas ideias pessoais;se forem Espíritos levianos divertir-se-ão em dar-nos descrições estranhas efantásticas, tanto mais facilmente quanto esses Espíritos, que na erraticidade não sãomenos providos de imaginação do que na Terra, tiram dessa faculdade a narração demuitas coisas que nada têm de real. Entretanto, não podemos julgar absolutamenteimpossível obtermos, sobre os outros mundos, alguns esclarecimentos. Os bonsEspíritos se comprazem mesmo em descrever-nos os que eles habitam, como ensinotendente a nos melhorar, induzindo-nos a seguir o caminho que nos conduzirá a essesmundos. A exatidão dessas descrições reside na concordância que haja entre elas, cujofim é o nosso melhoramento moral e que, por conseguinte, é sobre o estado moral doshabitantes dos outros mundos que podemos ser mais bem informados e não sobre oestado físico ou geológico de tais esferas.

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RESUMO

Nas perguntas dirigidas aos Espíritos, deve-se observar dois critérios fundamentais:a forma e o fundo. Quanto à forma, devem ser feitas com clareza e precisão, colocadas numaordem lógica e decorrentes umas das outras, o que facilita a resposta dos Espíritos; daí serconveniente prepará-las com antecedência. Quanto ao fundo as questões exigem atenção maisséria, porque a natureza da pergunta pode provocar uma resposta exata ou falsa. Há questõesque os Espíritos não podem ou não devem responder, por motivos que desconhecemos. Asquestões são válidas quando objetivam a instrução e concorrem para o desmascaramento deEspíritos mistificadores ou pretensos sábios e feitas com cerrada lógica.

Os Espíritos superiores respondem com prazer perguntas que visam o bem e os mei-os de progresso; antipatizam com questões inúteis ou feitas por pura curiosidade e para experi -mentá-los. Os imperfeitos, ao contrário, antipatizam com perguntas que possam pôr-lhes a des-coberto a ignorância e o embuste; fora isso, respondem a tudo sem a preocupação da verdade.

As perguntas sobre o futuro são muito delicadas. A Providência pôs limites as reve-lações possíveis ao homem. Quem insistir por uma resposta, se expõe ao embuste dos Espíritosinferiores. Se for para nossa edificação e esclarecimento, Deus algumas vezes, permite que exis-tências passadas nos sejam reveladas e, neste caso, feitas espontaneamente e de modo inteira-mente imprevisto. Nunca permite para satisfação da curiosidade vã. Espíritos zombeteiros go-zam em lisonjear o amor-próprio, revelando a pessoas e médiuns, origens pomposas. Com res-peito a existência futura, onde e como transcorrerá, tudo o que alguns Espíritos disserem nãopassará de gracejo. Isto só acontece em caso especial e raro para Espíritos que estão na Terraem missão importante.

Nas questões sobre interesses morais os Espíritos jamais recusam dar bonsconselhos, principalmente no que diz respeito a alma. Repelem, porém, os hipócritas, os quesimulam pedir a luz e se comprazem nas trevas. Podem os Espíritos familiares, algumas vezes ede acordo com as circunstâncias, favorecer os interesses materiais por meio de revelações;porém, os bons Espíritos nunca se prestam a servir à cupidez. Os maus fazem brilhar diante dosolhos mil atrativos para excitarem a ambição e mistificarem pela decepção.

Os Espíritos dão esclarecimentos sobre a situação em que se encontram no mundoespiritual, quando é a simpatia que dita o pedido, ou o desejo de lhes ser útil. Constituem aindagrandes ensinamentos para nós as revelações sobre a natureza dos sofrimentos dos Espíritos ouda felicidade que gozam.

Os Espíritos podem dar conselhos relativos à saúde, pois esta é necessária para otrabalho que se deve executar na Terra. Porém, como ha ignorantes e sábios entre eles, nãoconvém se dirigir ao primeiro que apareça.

Os Espíritos superiores não se ocupam com tesouros ocultos, mas os zombeteirosfrequentemente indicam tesouros que não existem. A verdadeira riqueza está no trabalho.

Quanto à confiança a depositar nas descrições dos Espíritos sobre outros mundos,ela depende do grau de adiantamento real deles, pois os vulgares são tao incapazes a esserespeito, quanto entre nós o é um ignorante de descrever os países da Terra. Os bons descrevemos que eles habitam como ensinamento para a nossa melhora moral; por conseguinte, é sobre oestado moral dos habitantes dos outros mundos que podemos ser mais bem informados e nãosobre o estado físico ou geológico de tais esferas.

Bibliografia:

Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 26.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1a) As Perguntas Quanto A Forma

(LM item 286).b) As Perguntas Quanto Ao Fundo

(LM item 286).c) Importância das Perguntas Feitas aos Es-

píritos (LM item 287).d) Perguntas Simpáticas ou Antipáticas aos

Espíritos (LM item 288).

Grupo 2a) Perguntas Sobre O Futuro.

(LM item 289 e LE Questões 868, 869 e 870).

b) Perguntas Sobre as Existências Passadas eFuturas (LM item 290 e LE Questões 392,

395, 396, 397 e 398).

Grupo 3a) Perguntas Sobre Os Interesses Morais E

Materiais (LM item 291).b) Questões Sobre a Sorte dos Espíritos

(LM item 292).c) Questões Sobre a Saúde (LM item 293).

Grupo 4a) Perguntas Sobre As Invenções e

Descobertas (LM item 294).b) Perguntas Sobre Tesouros Ocultos.

(LM item 295).c) Perguntas Sobre os Outros Mundos.

(LM item 296).

17a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

MANIFESTAÇÃO MEDIÚNICA – CONDICIONAMENTOS E VICIAÇÕES.

Quando há manifestação mediúnica, geralmente o médium apresenta gestos etrejeitos que têm por finalidade demonstrar que não é ele quem está se manifestando. Écompreensível que isso tenha acontecido antigamente, por falta de estudo precedendo aprática mediúnica, pois, os candidatos ao desenvolvimento, observando o que os médiunsconsiderados “desenvolvidos” faziam, automática ou conscientemente acabavam por copiara “apresentação” do espírito comunicante.

Sendo a reunião realizada com pouca iluminação os médiuns preocupavam-se emdar um sinal de que estavam sob influência espiritual, daí surgindo os chiados, gemidos, ascontrações bruscas, os ruídos, enfim, algo que chamasse a atenção do orientador oudirigente, atitudes essas desnecessárias, desde que a reunião se realize conforme aorientação sadia e correta.

Ao se aproximar do médium, o espírito, como vimos anteriormente, combina osseus fluidos perispirituais com os do intermediário podendo este ter percepções diferentesdas que estava tendo na ocasião (poderá sentir frio, calor, bem-estar, dores, ansiedade, paz,medo, ódio, etc.). Muitas vezes, por falta de educação mediúnica o médium reage através deespalhafato diante dessas percepções e sensações. Não há necessidade, portanto, detremores, pancadas, chiados, assobios, gagueira, voz entrecortada e soturna. Deverá omédium se controlar para que a comunicação se faça naturalmente, sem “prefixos” deabertura ou de encerramento da mensagem. Cada espírito que se comunica é diferente dooutro, portanto a repetição das mesmas encenações, caracteriza-se como sendo própria domédium; exceto em casos de uma entidade que se faça reconhecer por certasparticularidades, no modo de falar, orientar ou dizer as coisas, mas nunca usando uma“chapa” ou “clichê”, para dar a sua comunicação (Eu vim das alturas infinitas, dos pês doPai, trazendo-vos a bandeira branca da paz, etc).

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De preferência o médium iniciante deve evitar receber por escrito ou oralmente,mensagem na 2a. Pessoa do plural (“vós”), para evitar erros de concordância, bem comobarbarismos de linguagem, que acabam por descolorir a comunicação.

O dirigente evitará o sistema de chamar por ordem os médiuns, porque acomunicação é espontânea e não obedece a colocação dos mesmos na mesa; procurará estaratento, de olhos abertos; a sala com discreta iluminação e a reunião composta por umnúmero razoável de pessoas (de 12 a 15 participantes).

Para evitar os condicionamentos e as viciações deve-se guardar respeito íntimo,confiança, espírito de análise, serenidade e sinceridade em tudo aquilo que se fizer. Na fasede aprendizado, acolher com simpatia as observações dos dirigentes e monitores que dealguma forma estão procurando evitar que o fenômeno mediúnico se barateie e se torneridículo em nossas casas espíritas.

Consultar: Fonte Viva, Cap. 165 de Francisco Cândido Xavier e Estudando a Mediunidade,Cap. 10 de Martins Peralva.

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18a. SESSÃO TEÓRICAAS LEIS DA COMUNICAÇÃO ESPÍRITA

1 – LEI DAS ATRAÇÕES E CORRESPONDÊNCIAS

A lei das atrações e correspondências rege todas as coisas; as vibrações, atraindo vi -brações similares, aproximam e vinculam as almas, os corações, os pensamentos.

Nossos maus desejos e concupiscências criam em torno de nós uma atmosfera flu-ídica impura, propícia à ação das influências da mesma ordem, ao passo que as nobresaspirações atraem as salutares vibrações, as irradiações das esferas superiores.

Tal é o princípio da evolução; reside na capacidade, que possui o indivíduo, deassimilar as forças misteriosas da Natureza, para se elevar, mediante o seu auxílio,e ascender gradualmente até a Causa das causas, à fonte inexaurível de queprocede toda a vida.A escala ascensional comporta planos sucessivos e superpostos; em cada um delesos seres são dotados do mesmo estado vibratório, de meios análogos de percepçãoque lhes permitem reconhecer-se mutuamente, ao passo que se lhes conservaminvisíveis e muitas vezes mesmo incognoscíveis os seres dos planos superiores,em consequência de seu estado vibratório mais acelerado e de suas condições devida mais sutis e mais perfeitas.

É o que aos Espíritos acontece, entre si, conforme seus diferentes graus depurificação, e a nós mesmos em relação a eles. Assim, porém, como se podeampliar o campo da visão humana com o auxílio dos instrumentos de óptica,também se pode aumentar ou reduzir a soma das vibrações, de sorte que atinjamum estado intermédio em que os modos de existência de dois planos distintos secombinem e entrem em correspondência.Para comunicar conosco deverá o Espírito amortecer a intensidade de suas vibra-ções, ao mesmo tempo em que ativará as nossas. Nisso o pode o homem voluntari-amente auxiliar; o ponto a atingir constitui para ele o estado de mediunidade.Sabemos que a mediunidade, no maior número de suas aplicações, é a propriedadeque têm alguns dentre nós de se exteriorizar em graus diversos, de se desprender doenvoltório carnal e imprimir mais amplitude às suas vibrações psíquicas. Por seu lado,o Espírito libertado pela morte se impregna de matéria sutil e atenua suas radiaçõespróprias, a fim de entrar em uníssono com o médium. (No Invisível, Cap. VIII).

2 – LEI DE HARMONIZAÇÃO DE VIBRAÇÕES E PENSAMENTOS DIFERENTES:

É na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos entre os médiuns e osexperimentadores, de um lado, e entre estes e os Espíritos, do outro, que resideinteiramente a lei das manifestações.

Exatamente como os sons e a luz, os sentimentos e os pensamentos se exprimempor vibrações, que se propagam pelo espaço com intensidades diferentes. Ospensamentos de cólera e de ódio, as eternas súplicas de amor, o lamento dodesgraçado, os gritos de paixão, os impulsos de entusiasmo, vão, pela imensidadeafora, referindo a todos a história de cada um e a história da Humanidade. Asvibrações de cérebros pensantes, de homens ou de Espíritos, se cruzam eentrecruzam ao infinito, sem jamais se confundirem. Em torno de nós, por toda parte, na atmosfera, rolam e passam, como torrentes in-cessantes, fluxos de ideias, ondas de pensamentos, que impressionam os sensitivose são muitas vezes causa de perturbação e erro nas manifestações. Dizemos: ho-mens ou Espíritos. Com efeito, o que o cérebro humano emite sob forma de vibra-ções o cérebro fluídico do Espírito projeta sob forma de ondas mais extensas, deradiações que vibram com mais largo e poderoso ritmo, por isso que as moléculas

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fluídicas, mais flexíveis, mais maleáveis que os átomos do cérebro físico, obede-cem melhor à ação da vontade. Entretanto esses cérebros, humanos e espirituais,encerram as mesmas energias. Ao passo que, porém, em nosso cérebro mortal es-sas energias dormitam ou vibram debilmente, nos Espíritos atingem o máximo deintensidade. Uma comparação nos fará melhor apreender esse fenômeno.

Encontramos essa comparação em um bloco de gelo, em que se acham contidasem estado latente todas as potencialidades que mantêm unidos os cristais de queele se compõe. Submetido esse bloco à ação do calor, desprendem-se forças, queirão crescendo até que, transformado o gelo para o estado de vapor, tenha ele read-quirido e manifestado todas as energias que encerra. Poder-se-ia comparar o nossocérebro a esse bloco de gelo, debilmente vibratório sob a ação restrita do calor, aopasso que o do Espírito será o vapor tornado invisível, porque vibra e irradia comdemasiada rapidez para que possa ser percebido pelos nossos sentidos.A diferença dos estados se complica com a variedade das impressões. Sob ainfluência dos sentimentos que os animam, desde a calma do estudo àstempestades da paixão, as almas e os cérebros vibram em graus diversos,obedecendo a velocidades diferentes; a harmonia não se pode estabelecer entreeles senão guando se igualam suas ondas vibratórias, como acontece com osdiapasões idênticos ou com as placas telefônicas. Um cérebro de lentas e débeisexcitações não se pode harmonizar com outros cujos átomos são animados de ummovimento vertiginoso. (Idem).

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS A EXPERIMENTAÇÃO:

São duas as condições que se sincronizam:1a. Quando o médium e experimentadores formam um grupo harmônico;2a. Vibração e pensamentos em uníssono do médium e experimentadores.

Quando estas condições não existem, pode ocorrer o seguinte:a)Os pensamentos emitidos e as forças exteriorizadas se embaraçam e anulam

reciprocamente;

b)Em meio dessas correntes contrárias, o médium experimenta uma opressão, ummal-estar indefinível;

c)Em certos casos o médium sente-se como que paralisado, sucumbido;

d) É necessário, então, uma poderosa intervenção espiritual para produzir o mínimofenômeno.

“O médium, além de harmonizar as suas ondas vibratórias com as do Espírito comu-nicante, sofre as interferências dos assistentes, sejam encarnados ou desencarnados”.

Mesmo quando é completa a harmonia entre as forças emanadas dos assisten-tes, e os pensamentos convergem para um objetivo único, uma outra dificulda-de se apresenta. Pode essa união de forças e vontade ser suficiente para provo-car efeitos físicos e mesmo fenômenos intelectuais, que vão logo sendo atribuí-dos à intervenção de personalidades invisíveis. É prudente e de bom aviso sóadmitir, por conseguinte, essa intervenção, quando estabelecida por fatos rigo-rosos. (No Invisível, Cap. VIII).

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GRAU DE SENSITIVIDADE MEDIÚNICA E AÇÃO INTERMEDIARIA:

O desejo de se comunicar com determinado Espírito e igual desejo da parte deste,não bastam só por si, são necessárias outras condições determinadas pela lei das vibrações.O Espírito registra os chamados dirigidos a ele e procura transmitir a resposta ao encarnado,sabendo que, para alcançar esse propósito, é preciso que o seu cérebro fluídico e o cérebrofísico deste vibrem em uníssono. Aparece aí, a primeira dificuldade. É que seu pensamentovibra em demasiada velocidade para que o médium o possa perceber. Neste caso, quatroocorrências podem se verificar:

1a. O Espírito procura imprimir às suas vibrações um movimento mais lento. Para isso é preciso um estudo mais ou menos prolongado dessa circunstância, variando, porém, as probabilidades de êxito, conforme as aptidões e experiên-cias do operador. Se falha a tentativa, toda comunicação direta se torna impossível.2a. O Espírito poderá então recorrer a outro Espírito mais poderoso ou maishábil à transmissão de seus ditados. Isto ocorre com frequência nas manifesta-ções em que supomos receber o pensamento direto de um amigo. Entretanto, elenos chega graças ao auxílio de um intermediário espiritual. Daí ocorrerem cer-tas inexatidões ou obscuridades, atribuídas ao transmissor, que nos deixam cho-cados, enquanto que a comunicação, em seu conjunto, apresenta todos os carac-teres de autenticidade.3a. Na hipótese do amigo que está no mundo espiritual dispor dos poderes ne-cessários, terá que procurar um médium cujo cérebro apresente condições deharmonizar os movimentos vibratórios com o seu. Há, porém, uma grande vari-edade entre os cérebros, como entre as vozes ou as fisionomias: identidade ab-soluta não existe. O Espírito terá que contentar-se com o instrumento menos im-próprio ao resultado que deseja. Encontrando esse instrumento, dedica-se o Es-pírito a desenvolver-lhe as qualidades receptivas; o que poderá conseguir empouco tempo; algumas vezes, porém, são necessários meses e até anos para con-duzir o médium ao requerido grau de sensitividade. Daí surge a necessidade domédium cultivar ao mesmo tempo a paciência, a perseverança, a continuidade, aregularidade de esforços. Se procede de modo incoerente, hoje com ardor, ama-nhá fraco, provocando uma variedade ou flutuação considerável de vibrações deseu cérebro, não pode admirar-se da diferença ou nulidade dos resultados.4a. Pode acontecer ainda que sentindo-se impotente para ativar em grau sufici-ente as vibrações do cérebro do médium no estado de vigília, recorra o Espíritoao “transe” e, pelo sono, torne-o inconsciente. O perispírito deste, então, se ex-terioriza; suas irradiações aumentam, se dilatam; a transmissão se faz possível;o médium exprime o pensamento do Espírito. Porém, ao despertar não conservalembrança alguma do ocorrido e pelos outros é que saberá o que falou.

ATRAÇÃO GENERALIZADA:

Pela orientação e persistência de nossos pensamentos, podemos modificar asinfluências que nos rodeiam e entrar em relação com inteligências e forças similares. Essefato não ocorre exclusivamente com os médiuns propriamente ditos mas se dá com todo serpensante. E que as influências do mundo dos Espíritos podem irradiar sobre nos, sem quehaja comunicação consciente com os seres que o povoam. Não é necessário acreditar naexistência do mundo dos Espíritos e querer conhecê-lo, para sentir os seus efeitos. A lei dasatrações é irresistível, tudo no humano lhe está submetido.

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Depende do homem receber as mais diversas inspirações, desde as sublimes àsmais grosseiras. O nosso estado mental é como uma brecha por onde amigos ouinimigos podem penetrar em nós. Os sensuais atraem Espíritos sensuais que seassociam a seus atos e desejos e lhes aumentam a intensidade; os criminososatraem violentos que os impelem cada vez mais longe na prática do mal. Oinventor é auxiliado por investigadores do Além. O orador tem a percepção deimagens, que fixará em arroubos de eloquência próprios a emocionar asmultidões. O pensador, o músico, o poeta receberão as vibrações das esferasem que o verdadeiro e o belo constituem um objeto de culto; almas superiores epoderosas lhes transfundirão as opulências da inspiração, o sopro divino queacaricia as frontes sonhadoras e produz as maravilhas do gênio, do talento.Assim, de um ao outro plano, responde o Espírito às solicitações do Espírito.Todos os planos espirituais se ligam entre si. Os instintos de ódio, dedepravação e crueldade atraem os Espíritos do abismo. A frivolidade atrai osEspíritos levianos; mas a prece do homem de bem, a súplica por ele dirigidaaos Espíritos celestes se eleva e repercute nota a nota, na gama ascensional, atéas mais elevadas esferas, ao mesmo tempo em que das regiões profundas doInfinito descem sobre ele as ondas vibratórias, os eflúvios do pensamentoeterno, que o penetram de uma corrente de vida e de energia. O Universointeiro vibra sob o pensamento de Deus. (Idem).

CONSIDERAÇÕES FINAIS:Em mediunidade, portanto, não podemos olvidar o problema da sintonia. Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por elesatraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o quetem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá. Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas, quaisquerque sejam os característicos em que se expressem, é imprescindível enriquecero pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos quenos possibilitam fixar a luz que jorra para nós, das Esferas Mais Altas, atravésdos gênios da sabedoria e do amor que supervisionam nossas experiências.(Nos Domínios da Mediunidade – Cap. 1).

RESUMO

A facilidade das comunicações depende do grau de afinidade fluídica existenteentre o Espírito e o médium. Assim, cada médium é mais ou menos apto areceber a impressão ou a impulsão do pensamento de tal ou qual Espírito; podeser um bom instrumento para um e mau para outro, e este fato em nadadesmerece as suas qualidades, pois a condição é mais orgânica do que moral.Assim, pois, os Espíritos buscam de preferência os instrumentos com os quaisvibram em uníssono; impor-lhes o primeiro que aparecer e crer que delespossam servir-se indiferentemente, seria a mesma coisa que obrigar um pianistaa tocar violino: em virtude de saber música, deve ser capaz de tocar todos osinstrumentos. (RE, 1865, p. 154 – FEB).

A Lei das Atrações e Correspondências rege todas as coisas; vibrações atraemvibrações semelhantes, aproximam e vinculam as almas, os corações, os pensamentos. Nossosmaus pensamentos criam em torno de nós uma atmosfera fluídica impura, favorável à ação dasinfluências da mesma ordem, enquanto que as aspirações nobres atraem as vibrações sadias.Cada Espírito, conforme o grau de adiantamento, possui uma irradiação cada vez mais rápida,intensa, luminosa. Para comunicar-se conosco, devera amortecer a intensidade de suasvibrações, ao mesmo tempo que ativará as nossas. Podemos colaborar voluntariamente paraisso, e, quando o humano atinge a condição necessária à comunicação, isto constitui para ele o

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estado de mediunidade. Esta é a capacidade que têm algumas pessoas de se exteriorizar emgraus diversos e imprimir mais amplitude ao campo de suas vibrações psíquicas; o Espírito porsua vez atenua suas próprias irradiações, a fim de sintonizar com o médium. É essaharmonização das ondas vibratórias, a condição fundamental na comunicação espírita.

É na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos entre os médiuns e osexperimentadores de um lado, e entre estes e os Espíritos do outro, que reside inteiramente a leidas manifestações. As condições favoráveis à experimentação são a formação de um grupoharmônico e pensamentos em uníssono de médiuns e experimentadores. Se isto não ocorre, ofenômeno é prejudicado e o médium pode sentir um mal-estar indefinível. Mesmo quando ascondições são favoráveis e ocorrem efeitos físicos ou intelectuais, somente fatos rigorosamentecomprovados devem ser atribuídos a entidades espirituais.

Não basta o desejo de se comunicar com determinado Espírito para que o fenômenose verifique; são necessárias outras condições determinadas pela lei das vibrações. As vezes oEspírito também deseja fazê-lo mas não o consegue. Recorresse então a uma ação intermediária,que pode ser a intercessão de um Espírito mais poderoso que se utilizará de um médium capazde sintonizar com ele ou recorrerá ao transe inconsciente do médium.

Não é necessário acreditar na existência do mundo dos Espíritos e querer conhecê-lopara sentir os seus efeitos. A lei das atrações é irresistível tudo no humano lhe está subordinado.Na mediunidade não podemos esquecer o problema da sintonia. A mente é a base de todas asmanifestações mediúnicas: é imprescindível enriquecer o pensamento dos tesouros ético-moraise culturais. Atraímos Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos.

Bibliografia:

Allan Kardec. Revista Espírita (FEB), 1864 (fev, p. 78 – a afeição espiritual) e 1865 (abril,p. 154 – facilidade das comunicações e fenômenos mediúnicos, p. 161).Léon Denis. No Invisível, Cap. VIII.Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, Cap. 3.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Leis Das Atrações e Correspondências

(NI Cap. VIII do § 1 ao 17).

Grupo 2Lei De Harmonização de Vibrações e Pensa-

mentos Diferentes. (NI Cap. VIII do § 18 ao final).

Grupo 3Condições de Experimentação (I).

(NI Cap. IX do § 1 ao 38).

Grupo 4Condições De Experimentação (II).

(NI Cap. IX do § 39 ao final).

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18a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

MANIFESTAÇÃO MEDIÚNICA – ENVOLVIMENTO MEDIÚNICO.

No fenômeno mediúnico da chamada incorporação o que ocorre é um verdadeiroenvolvimento mediúnico, que significa um entrosamento das correntes vibratórias próprias domédium, emanadas de suas criações mentais e espirituais com as do Espírito comunicante.

Sabemos que os nossos órgãos dos sentidos como ouvidos, olhos, etc. estãocondicionados pela natureza, a fim de perceberem as vibrações dentro de um certo limite.Assim é que o nosso ouvido não percebe as vibrações que estejam abaixo ou acima do seulimite normal, bem como a nossa vista não chega a perceber os raios cujo comprimento de ondaesta acima ou abaixo da nossa faixa de normalidade.

No caso da mediunidade, o médium se coloca durante o transe em condiçõesfavoráveis de percepção mais nítida do mundo espiritual que nos rodeia; por haver umaexteriorização do perispírito, fundamento de todo o fenômeno mediúnico, este passa a vibrar emregime de maior liberdade, deixando-se influenciar pelo campo vibratório de entidadesdesencarnadas. Estas, por sua vez, livres do corpo denso de carne se situam em plano vibratóriodiferente do perceptível normalmente pelos encarnados, somente podendo se fazer sentidas e secomunicarem conosco quando encontram médiuns que vibram dentro da mesma faixa em quese encontram. Havendo uma perfeita correspondência entre o clima vibratório da entidadedesencarnada e o do médium, estamos diante de um fenômeno chamado envolvimentomediúnico, em que a pessoa encarnada passa a sentir a presença do Espírito desencarnado,podendo perceber-lhe as sensações, as emoções, as intenções, os pensamentos e transmiti-los deacordo com a sua livre vontade, deixando ou não envolver-se por essa nova personalidade. Éaqui que reside o ponto nevrálgico da questão: ou de nos deixarmos arrastar pura esimplesmente, ou de reagirmos, tentando impor nossa vontade. Se agimos como na primeirahipótese, corremos o risco de sermos obsidiados facilmente; se agimos como na segunda,podemos passar uma vida inteira sem desenvolvermos a faculdade, dominados pelo receio deservirmos de instrumento às entidades desencarnadas. Como se vê, a educação mediúnica,através do conhecimento e das práticas ordenadas, exige um comportamento equidistante dasduas situações, e ensina o médium a se manter em posição de equilíbrio e vigilância sem queesta se transforme em refratariedade, tendo então, condições de controlar o fenômeno, isto é,saber quando e como uma mensagem é conveniente ou causadora de confusão e mal-estar; ter obom senso de analisar o que vai filtrar, ou o que está filtrando.

Os Espíritos superiores baixam o seu teor vibratório, aproximando-o do nosso,envolvendo-se com os fluidos grosseiros de nosso ambiente, tornando-se assim mais acessíveis;o médium em transe, por sua vez, se eleva através do preparo antecipado e da disciplinação dosrecursos mediúnicos, podendo, então, dar-se a interação entre os dois psiquismos o dodesencarnado e o do médium, criando-se a condição para a comunicação. Um baixa e o outrosobe vibratoriamente podendo dar-se a comunicação.

O caso contrário também pode acontecer. Médiuns com boa capacidade vibratóriapoderão baixar suas vibrações para servirem de instrumento a entidades inferiores, a fim de queestas sejam esclarecidas e orientadas. Uma vez terminada a tarefa o médium retornará ao seupadrão vibratório normal não lhe ficando sensações desagradáveis próprias do Espíritocomunicante, mas sim o bem-estar de ter cumprido o seu dever fraterno.

Consultar: Encontro Marcado, Caps. 27 e 28 de Francisco Cândido Xavier e Estudando aMediunidade, Cap. 10 de Martins Peralva.

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Hora de Exercitar 11!Para responder este Exercício, consulte os resumos das 16a. Sessão Teórica,

16a. Sessão de Exercício Prático e 17a. Sessão Teórica.

A) Marque V para Verdadeiro ou F se Falso.

1. ( ) A possibilidade de evocar todo e qualquer Espírito exige deste a obrigação de atender a quem o evoca.

2. ( ) Os bons Espíritos respondem às perguntas de acordo com o conhecimento que possuem e a utilidade que vejam no que lhes pedimos.

3. ( ) As revelações de existências passadas devem ser provocadas sempre, para que possamos conhecer a nossa condição social e os defeitos que em nós predo-minaram em outras vidas.

B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.4. Das causas que podem impedir a um ________________ evocado manifestar-se,

umas são ________________, como as ________________ e missões, e outras lhesão ________________.

5. O critério para se avaliar o ________________ dos Espíritos é o ________________ ,e qualquer ________________ que eles derem para isso não poderá originar-se deEspíritos ________________.

6. Quando se dirige perguntas aos Espíritos deve-se observar ________________ e o________________.

C) Marque os complementos corretos:7. Os espíritos que se comunicam habitualmente nas sessões regulares, podem ser

reconheci dos com facilidade:a) ( ) pelo modo de falar; b)( ) por responderem a todas as perguntas que lhes são dirigidas;c) ( ) pelo estilo da escrita;d)( ) por atenderem sempre aos pedidos dos participantes;e) ( ) por certos hábitos característicos.

8. Allan Kardec considerou viável a evocação direta de espíritos para evitar:a) ( ) que qualquer Espírito que esteja em nosso derredor se comunique;b) ( ) a fraude da identidade de certos Espíritos; c) ( ) que Espíritos intrusos se comuniquem;d) ( ) as comunicações espontâneas; e) ( ) o abuso dos médiuns conscientes.

9. O codificador do espiritismo pude usar com frequência a evocação direta deespíritos, porque:

a) ( ) os médiuns sempre estavam em condições de satisfazer essa exigência;b) ( ) fundamentava a estrutura do Pensamento Espírita, a partir da pesquisa das

comunicações dos Espíritos;c) ( ) podia forçar a comunicação das entidades que desejasse; d) ( ) considerava o melhor meio de conhecer o mundo espiritual;e) ( ) tinha a cobertura de Espíritos de elevada categoria e médiuns psicógrafos

mecânicos excelentes.

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10. A identidade dos espíritos é uma das questões mais difíceis do Espiritismo pratico porque:

a) ( ) os Espíritos superiores já se despojaram das convenções terrenas;

b) ( ) os nomes das personalidades da antiguidade não existem na memória perispiritual do médium;

c) ( ) muitos deles tomam nomes que nunca tiveram;

d) ( ) dificilmente um médium pode saber que Espírito está se comunicando por seu intermédio;

e) ( ) os Espíritos não apresentam um ato de notoriedade;

f) ( ) os Espíritos tiveram nomes diferentes nas suas reencarnações.

D) Marque resposta mais correta.

11. Ao fazermos perguntas aos espíritos, elas devem ser:

a) ( ) feitas ao acaso, sem nenhuma preparação;

b) ( ) claras e precisas, para facilitar a resposta;

c) ( ) complexas, porque eles devem estar aptos a responder tudo;

d) ( ) simples e pueris, ao sabor da nossa curiosidade.

12. Os espíritos superiores quando interrogados seriamente:

a) ( ) não admitem controvérsias a respeito dos seus ensinamentos;

b) ( ) respondem a respeito de qualquer assunto;

c) ( ) não suportam a prova das perguntas feitas com lógica;

d) ( ) temem os questionários muito insistentes;

e) ( ) fazem questão de dar explicações sobre pontos obscuros, conforme seu conhecimento sobre o assunto.

13. As perguntas sobre o futuro:

a) ( ) são muito válidas, para que possamos nos prevenir dos problemas;

b) ( ) são válidas quando têm um fim de utilidade geral;

c) ( ) comumente são respondidas por Espíritos sérios;

d) ( ) nunca são respondidas por Espíritos sérios.

14. O conhecimento sobre a situação em que os espíritos se encontram no Mundo Espiritual:

a) ( ) deve ser sempre provocado através de perguntas;

b) ( ) deve ser dado sempre pelo Espírito que se comunica;

c) ( ) deve, na maioria das vezes, ser observado através da natureza da comunicação;

d) ( ) deve ser evitado, porque não convém que saibamos a respeito de sua sorte.

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15. Numere a 2a. Coluna de acordo com a 1a.:

(1) Aproximação da entidade.

(2) incorporação mediúnica.

(3) Aceitabilidade do Espírito comunicante.

(4) Afinidade fluídica e espiritual.

(5) Questões sobre a saúde.

(6) Questões sobre tesouros ocultos.

(7) Questões sobre outros mundos.

( ) sondagem psíquica da capacidade vi-bratória do médium.( ) é uma das fases mais difíceis do fenô-meno.( ) ocorre no recinto do trabalho medi-único.( ) ocorre a assimilação das correntes mentais e fluídicas.( ) o médium, em desdobramento naturaltem contato com a entidade dias antes do trabalho.( ) os pensamentos do médium são diri-gidos por uma força estranha e ele poderá sentir-se outra pessoa.( ) o médium absorve as ideias, vivênciase sentimentos da entidade.( ) dão oportunidades a Espíritos zombe-teiros para divertirem-se.( ) alimentam a vaidade e o amor-pró-prio.( ) devem ser examinadas por equipe es-pecializada.( ) podem contribuir para o nosso melho-ra mento moral, quando levam ao esclare-cimento do estado moral dos habitantes de outras esferas.

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Hora de Exercitar 12!Para responder este Exercício, consulte os resumos das 17a. Sessão de Exercício Prático,

18a. Sessão Teórica e 18a. Sessão de Exercício Prático.

A) Marque V para Verdadeiro ou F se Falso.

1. ( ) Para que a comunicação espírita ocorra, basta que um determinado Espírito queira comunicar-se e que o médium deseje essa comunicação.

2. ( ) Mediunidade é sintonia. Atraímos Espíritos que se harmonizam conosco e so-mos por eles atraídos.

3. ( ) Pelo “médium educado”, a comunicação se faz com naturalidade, sem “prefi-xos” ou “chavões” e sem viciações que tornam a prática mediúnica ridícula.

4. ( ) A educação do médium, através do conhecimento espírita e de exercícios bem orientados, lhe dá condições de controlar o fenômeno de “incorporação” sem cairmos extremos da refratariedade ou da invigilância.

B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.5. O médium iniciante deve evitar de receber por ________________ ou oralmente,

mensagens na ________________ do plural, para evitar erros de concordância bem como________________ de linguagem, que acabam por descolorir a ________________.

6. Ao se aproximar do ________________, o Espírito combina os seus________________ com os do ________________, podendo este ter sensações________________ ou ________________.

7. Nossos maus ________________ criam em torno de nós uma ________________impura, favorável à ação de ________________ da mesma ordem.

8. Na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos entre ______________ e________________ e os ________________ é que reside a lei das ________________.C) Marque os complementos corretos:

9. Para que a experimentação mediúnica seja favorável, são necessárias as seguintescondições:

a) ( ) os pensamentos devem ser os mais diferentes possíveis para se comprovar a verdade do fato mediúnico;b) ( ) os médiuns e os observadores devem formar um grupo harmônico;c) ( ) correntes vibratórias contrárias, para que o médium sinta-se mal e demons-tre que possui grande potencial mediúnico;d) ( ) os experimentadores e os médiuns devem vibrar em uníssono, isto é, na mesma frequência de pensamentos;e) ( ) todas as alternativas estão erradas.

10. Numa sessão pratica o dirigente não deve adotar o sistema das comunicações pelaordem de colocação dos médiuns à mesa, porque:

a) ( ) cada mentor espiritual conhece o médium;b) ( ) a concentração do grupo forma um ambiente fluídico vibratório muito forte;

c) ( ) a comunicação deve ser espontânea;d) ( ) as comunicações simultâneas tornam o trabalho desordenado;e) ( ) todas as alternativas estão erradas.

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11. Para evitar os condicionamentos e viciações o médium iniciante deve:

a) ( ) guardar respeito íntimo, ter serenidade e ser sincero;b) ( ) observar o que os médiuns ditos “desenvolvidos” fazem, para aprender os

sinais que anunciam uma manifestação de um Espírito;c) ( ) disciplinar-se de acordo com as orientações doutrinárias;d) ( ) acolher com simpatia as observações dos dirigentes e orientadores responsá-

veis e amadurecidos no conhecimento e na prática do Pensamento Espírita;e) ( ) todas as alternativas estão corretas.

12. Podemos dizer que a comunicação espírita ocorre da seguinte forma:a) ( ) exteriorização perispiritual do médium;b) ( ) penetração do Espírito comunicante no corpo do médium;c) ( ) aumento do campo de vibrações psíquicas do médium;d) ( ) o Espírito regula suas radiações para sintonizar com o médium;e) ( ) todas as alternativas estão erradas.

13. O fenômeno mediúnico chamado “incorporação” se processa da seguinte maneira:

a) ( ) exteriorização do perispírito do médium (base de todo fenômeno mediúnico)

b) ( ) entrosamento das correntes vibratórias do médium com as do Espírito;c) ( ) “envolvimento mediúnico” do médium que pode perceber as sensações, emoções, intensões e pensamentos do desencarnado;d) ( ) no estado de “envolvimento”, o médium pode transmitir o que está per-cebendo e, de acordo com a sua livre vontade, deixar-se arrastar ou não por essa nova personalidade;e) ( ) todas as alternativas estão corretas.

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19a. SESSÃO TEÓRICADO LABORATÓRIO DO MUNDO INVISÍVEL: VESTUÁRIO DOS ESPÍRITOS

VESTUÁRIO DOS ESPÍRITOS

Era nossas reuniões, uma das coisas que mais nos chama a atenção é o vestuáriocom que os Espíritos se nos apresentam. Quase sempre eles são vistos usando túnicas longasou mesmo a roupa comum que os caracterizava quando ainda encarnados. Mas, onde irãoeles buscar vestuários semelhantes em tudo aos que traziam quando vivos, com todos os acessó-rios que os completavam? A roupa teria um duplo etéreo que acompanharia o desencarnado?Ou essa roupa seria apenas uma aparência aos nossos olhos sem ter uma constituição definida?

Se lembrarmos que o mundo espiritual está mergulhado, tal como o nosso, emuma massa de Fluido Cósmico Universal – elemento primordial de constituição de todo oUniverso, sobre a qual a força do pensamento age, plasmando coisas de acordo com o poderda vontade, ficará fácil entendermos como é que os Espíritos se nos apresentam e se vestem.

De uma forma geral, as entidades de maior porte espiritual, sob o ponto de vistado seu desenvolvimento intelectual e moral, conseguem acionar com mais ampla liberdadeos mecanismos de domínio mental sobre as linhas de força de sua organização perispiritual,criando em torno de si um campo vibratório favorável à aglutinação das partículas do FluidoCósmico Universal, dando-se a formação da vestimenta com detalhes e características queeles acharem por bem apresentar.

Na aparição e no fenômeno da vidência eles usam o recurso de se identificarempor detalhes, desde o modo de se vestir.

Da mesma forma, uma entidade de porte espiritual inferior estará condiciona dá ase apresentar tal como o automatismo de sua mente comande. Se se considera abandonada,doente, judiada, apresentar-se-á maltrapilha, andrajosa; se for um espírito suicida guardarána mente o impacto dos últimos instantes, e ver-se-á com as vestes rasgadas, em chamas,empapadas de sangue, encharcadas de lodo; se for o espírito de alguém que pertenceu a umaordem religiosa aparecerá com a mesma indumentária que o caracterizava.

FORMAÇÃO ESPONTÂNEA DE OBJETOS TANGÍVEIS

Os objetos trazidos pelos Espíritos em suas aparições são somente simulacros, oupara eles têm uma realidade objetiva? Óculos, cachimbo, bengala, etc, são reais e funcionamcomo tal?

A teoria acima pode ser resumida assim: O Espírito age sobre a matéria; tira damatéria cósmica universal os elementos necessários para formar, como quiser,objetos com a aparência dos diversos corpos da Terra. Pode também operar,pela vontade, sobre a matéria elementar, uma transformação íntima que lhe dêcertas propriedades. Essa faculdade é inerente à natureza do Espírito, que aexerce muitas vezes de maneira instintiva e, portanto, sem o perceber, quandose faz necessário. Os objetos formados pelo Espírito são de existênciapassageira, que depende da sua vontade ou da necessidade: ele pode fazê-los edesfazê-los a seu bel-prazer. (LM, item 129)

Diante da explicação que, possivelmente, os corpos inertes da Terra têm um cor-po etéreo formado pelas vibrações intangíveis da própria matéria, e o que se vê no mundoespiritual seriam esses duplos etéreos, lembremo-nos de que, para haver um duplo etéreocom vida útil, é indispensável que um dinamopsiquismo o movimente, isto é, que uma men-te emita as vibrações específicas para a criação de um campo de linhas de força, o qual aglu-tinará o material necessário para a sua formação. Portanto, o arcabouço do duplo deverá servivo. As formações inanimadas que se encontram no plano espiritual são fruto de combina-

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ções dos fluidos manipulados pela capacidade mental dos desencarnados, que vibrando sóou em conjunto, conseguem formar o molde mental sobre o qual se materializara o objeto,segundo suas linhas e necessidades. Os Espíritos têm uma ação plasticizante sobre os flui-dos. O objeto tem, portanto, uma composição sólida para o meio em que se formou, emborapara nós seja intangível e invisível, tais como o são os seres que habitam o mundo espiritual,ordinariamente. Todavia, “esses objetos podem, em certos casos, parecer para os vivos per-feitamente reais, tornando-se momentaneamente visíveis e mesmo tangíveis. Trata-se de for-mação e não de criação, pois o Espírito não pode tirar nada do nada”. (Idem).

Duplo Etérico61 – Emanações neuropsíquicas pertencentes ao campo neurofisiológico, emque cada indivíduo, através de sua troposfera psíquica, respira e se circunda das ondas quelhe são característica62. O Duplo Etérico, em conjunto com o fluido perispirítico, formam“uma das capas do perispírito que, por suas funções de interligações do perispírito propria-mente dito com o corpo físico, retém uma maior quantidade de consistência organomolecu-lar (fisiológica) que psíquica. Entretanto, não queiramos inferir daí que o duplo etéreo sejamais corpo que perispírito, ou vice-versa. O duplo é um campo mais denso que o perispiri-tual, por onde as energias se ‘condensam’ em direção ao corpo e, de forma reversa, recebeos impulsos físicos, processando uma conversão para os sentidos psíquicos, direcionando-os aos arquivos perispiríticos, mentais, inconscientes e espirituais”63. Esse Duplo, com al-gumas diferenças moleculares, é também notado em todos os objetos animados e inanima-dos. Assim poderíamos afirmar que tudo possui o seu duplo. “Não é assim que as coisas sepassam. Sobre os elementos materiais disseminados por todos os pontos do espaço, na vos-sa atmosfera, os espíritos têm um poder que estais longe de suspeitar. Podem, pois, elesconcentrar à sua vontade esses elementos e dar-lhes a forma aparente que corresponda ados objetos materiais”64. Diferente do Duplo Etérico humano que é proporcionado pelo flu-ído vital, tem função específica de ligar, através do fluido perispiritual ou perispirítico, oPerispírito ao corpo físico e dispersá-lo após o desencarne. Podemos, para efeito didático,pensar no Perispírito como uma espécie de duplo do corpo físico, ou seja, uma cópia des-se65. O chamado Duplo dos objetos sólidos possivelmente se dá em decorrência da consti-tuição e da agregação molecular de componentes subatômicos, formando assim uma es-pécie de duplo. Segundo alguns estudiosos, dentre estes, Ernesto Bozzano, Gabriel Delan-ne, Zöllner e Crookes, esse duplo de objetos são bastante frequentes nos chamados fenô-menos de transportes e materializações. Esses Pesquisadores mostram através de experi-mentos e explicações que o fenômeno de transporte quando se opera, o médium costumavisualizar o Duplo Etérico do objeto na sala onde está se realizando tal fenômeno, antes desua materialização66. Quando o objeto é apenas desintegrado (permanecendo no ambiente)e não transportado – só podemos falar de transporte quando há a penetração da matériaatravés da matéria, as moléculas se “espalham” e o objeto “desintegrado” parece ter, parao médium, uma dimensão gigantesca, todavia a forma original (duplo) permanece intacta67.Na rematerialização, as moléculas físicas que compõem a matéria sólida, antes ‘dispersas’,voltam ao seu lugar primitivo e assumem os mesmos lugares de antes, materializando, aosolhos de muitos, o objeto. Talvez seja realmente por causa desse “Duplo” que, no momen-to do transporte (desintegração e reintegração instantânea da matéria), os objetos não per-dem sua forma molecular conhecida ou original. Caso não existisse esse modelo arquetípi-co – exemplar originário primitivo – as moléculas, antes dispersas, se reagrupariam emuma configuração difusa, não conseguindo assim compor o objeto transportado.

61 Compilado de Marques, L. A. Compêndio de Religiões e Espiritualidades, p. 139-14062 Xavier, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, cap. 11.63 Melo, J. O Passe, cap. 4 itens 2.3.2.64 Kardec, A. O Livro dos Médiuns, item 128, perg. 4ª.65 Kardec, A. O Livro dos Espíritos, per. 93 ss.; O Livro dos Médiuns, cap. VII; A Gênese, 14:37 e Revista Espírita 1858, p. 329 e 331 – 1859, p. 41 e 197 – 1860, p. 356.66 Bozzano, E. Fenômeno de Transporte, p. 77.67 Idem, págs. 90 e 96.

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MODIFICAÇÃO DAS PROPRIEDADES DA MATÉRIA

Sabemos que a matéria se estrutura sobre a existência dos átomos, que sejuntando formam as moléculas e, de acor do com o tipo dos átomos, a substância formadatem propriedades particulares que as diferenciam das demais. Assim, dois átomos dehidrogênio e um de oxigênio formam uma molécula de água, substância líquida, inodora,transparente, elemento básico de nossa existência na Terra; mas se a ela adicionarmos maisum átomo de oxigênio teremos a água oxigenada de propriedades completamente diferentes.

A existência de uma matéria elementar única é hoje quase geralmente admitidapela ciência e os Espíritos a confirmam, como acabamos de ver. Essa matériadá origem a todos os corpos da Natureza. As suas transformações determinamas diversas propriedades os corpos. É assim que uma substância salutar podetornar-se venenosa por uma simples modificação. A Química nos oferecenumerosos exemplos nesse sentido..(Ibidem, 130).

AÇÃO MAGNÉTICA CURADORA

Desde que o Espírito, através apenas da sua vontade, pode agir tãodecisivamente sobre a matéria elementar, compreende-se que possa formarsubstâncias e até mesmo desnaturar as suas propriedades, usando a própriavontade como reativo. (idem, 130).

Assim é que Espíritos bondosos, sábios, generosos, através da força mental agemsobre os fluidos, modificando-lhes a estrutura fundamental, dando-lhes propriedadesespeciais, tais como: balsamizantes, tranquilizantes, estimuladores, etc., que podembeneficiar grandemente o encarnado.

Mas só os Espíritos bons e elevados têm condições de manipular os fluidos?Certamente que não; os Espíritos inferiores também possuem tal possibilidade, porém,dando aos fluidos qualidades negativas e aí está a base de um sem número de doençasfantasmas, produzidas por simples intoxicação fluídica, devendo-se, sempre, nesses casoslevar em conta o problema da sintonia vibratória.

Alguns obsessores chegam a anular a ação benéfica dos medicamentos e dospasses quando a vítima é totalmente passiva.

Esta teoria nos dá a solução de um problema do magnetismo, bem conhecidomas até hoje inexplicado, que é o fato da modificação das propriedades da águapela vontade. O Espírito agente é o do magnetizador, na maioria das vezes as-sistido por um Espírito desencarnado. Ele opera uma transmutação por meio dofluido magnético que, como já dissemos, é a substância que mais se aproximada matéria cósmica ou elemento universal. E se ele pode produzir uma modifi-cação nas propriedades da água, pode igualmente fazê-lo no tocante aos fluidosorgânicos, do que resulta o efeito curativo da ação magnética. Sabe-se o papel capital da vontade em todos os fenômenos magnéticos. Mascomo explicar a ação material de um agente tão sutil? A vontade não é uma en-tidade, uma substância e nem mesmo uma propriedade da matéria mais eteriza-da: é o atributo essencial do Espírito, ou seja, do ser pensante. Com a ajuda des-sa alavanca ele age sobre a matéria elementar e em seguida reage sobre os seuscomponentes, com o que as propriedades íntimas podem ser transformadas. A vontade é atributo do Espírito encarnado ou errante. Daí o poder do magneti-zador, que sabemos estar na razão da força da vontade. O Espírito encarnado podeagir sobre a matéria elementar e portanto modificar as propriedades das coisas den-tro de certos limites. Assim se explica a faculdade de curar pelo contacto e a impo-sição das mãos, que algumas pessoas possuem num elevado grau. (Ibidem, 131).

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SUMARIO

1- A vestimenta dos Espíritos é formada do elemento natural do meio em que seencontram, isto é, de matéria fluídica, moldada pela própria mente.

2- Não se trata de um simples simulacro ou de algo apenas aparente, tem existên-cia real, embora formada de substância fluídica, segundo as linhas de impulsãoda mente do próprio interessado.

3- Tais impulsões podem variar de acordo com a vontade livre de Espíritos Superi-ores, ou de Espíritos ainda sofredores e infelizes que acionam o mecanismomental automaticamente.

4- Às vezes, um determinado Espírito se apresenta com uma indumentária idênticaa que usava quando ainda encarnado com vistas a ser identificado.

5- Os objetos, aparelhos e acessórios de vestimenta não são duplos etéreos sim-plesmente; são formações moldadas pela manipulação dos fluidos do ambiente,por parte das entidades desencarnadas, independentemente do seu nível evolutivo.

6- Os Espíritos inferiores também têm a capacidade de moldarem os objetos de seuuso embora o façam com mais esforço e imperfeitamente.

7- Há limites bem nítidos no mundo espiritual impedindo que os Espíritos compo-nham o que bem quiserem; tais limites são de ordem moral.

8- A ação da mente (encarnada ou desencarnada) sobre os fluidos é capaz de modi-ficar-lhes a estrutura e em consequência conferir-lhes propriedades particularese especiais.

9- Tais manipulações podem ser feitas por entidades elevadas e também pelas enti-dades inferiores, podendo estas transmitir aos encarnados desavisados quotas defluidos com propriedades tóxicas, causadoras de perturbações chamadas doen-ças fantasmas.

10- As entidades superiores de posse de seus recursos e facilitados pelo clima demerecimento de quem necessita, são capazes de manipular fluidos curadores etransmiti-los, seja pelo passe ou pela água fluidificada.

11- O auxílio espiritual superior, a possibilidade que alguns apresentam mais queoutros, e a vontade bem disciplinada e cristã, podem determinar o restabeleci-mento de quadros de moléstia física e psíquica, sempre guardando, porém, o res-peito às Leis Superiores.

Bibliografia:Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 8.Ernesto Bozzano. Metapsíquica Humana, Fenômenos de “desdobramento fluídico” ou“bilocação” no momento da morte (3ª categoria).Léon Denis. O Porque da Vida, item III e O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Caps.III e XXIII.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Espírito e Matéria. (LE, itens 21 a 31).

Os Fluidos e o Magnetismo (DM, cap. XVII)

Grupo 2Ação dos Espíritos Sobre os Fluidos (GE; 14:13e 14). Vestuário dos Espíritos (LM, item 126).

Grupo 3Elementos Fluídicos (Gênese; 14:1 a 6).Formação Espontânea de Objetos Tangíveis(LM, item 128).

Grupo 4Modificações Das Propriedades Da Matéria(LM, itens 129 a 131).Ação Magnética Curadora (LM, item 131 eGênese; 14:31 a 34)

19a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

IDENTIDADE DOS ESPÍRITOSPELAS SENSAÇÕES – PELA VIDÊNCIA – PELO CONTEÚDO.

Será importante identificar os Espíritos que se comunicam? Sempre devemos nospreocupar com sua identidade? Haverá alguma ocasião em que ela seja secundaria e atémesmo desnecessária?

É natural que uma entidade espiritual que constantemente se comunique conoscoacabe por se tornar conhecida e querida a ponto de ser considerada elemento do própriogrupo. Assim e que fica sendo reconhecida pelo modo de falar, pelo estilo, pelo conteúdo damensagem, podendo, no entanto, comunicar-se por outros médiuns e sofrer a influência doclima mental de quem lhe serve de intermediário. O resultado de uma comunicação, de umaforma global, é a somatória dos recursos da entidade desencarnada e os do médium.Dependerá da maior ou menor maleabilidade do médium, a facilidade da comunicação.Assim, através de um mesmo médium poderá a filtragem mediúnica processar-se com maisautenticidade, ou o médium sentir dificuldade em manter sintonia perfeita, quer fluídicaquer espiritual com a entidade comunicante.

Reconhece-se o Espírito, porém, nota-se que a contribuição do médium éponderável. Quando se trata de uma entidade de categoria superior, conhecida e respeitadaem nosso meio, como Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes, etc., geralmente se deveaceitar a comunicação, devendo-se analisá-la quanto a oportunidade, a necessidade, o conteúdoe a característica da forma, dando o desconto da qualidade cultural do medianeiro utilizado.

Quando estamos em uma reunião de desobsessão, costumeiramente chamada deOrientação Fraterna a desencarnados, quase sempre não há necessidade de levantar-se aidentidade do Espírito sofredor, que no mais das vezes encontra-se em estado de grandeperturbação espiritual.

Por isto é reprovável o uso de alguns orientadores que chegam ao absurdo depedir nome da entidade ou até detalhes para a sua identificação, quando o que se deve fazeré atendê-la com o máximo de carinho e amor fraterno possível, proporcionando-lheesclarecimento e conforto espiritual, através das vibrações de amor e paz.

De uma forma genérica, podemos distinguir, através da sensibilidade mediúnicao grau de progresso das entidades espirituais (sensações agradáveis ou desagradáveis,segundo já estudamos). A repetição da visita de uma mesma entidade nos dá condições de,com o tempo e a prática, identificar um determinado Espírito pelas sensações peculiares ouparticulares que causa.

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Outro recurso é o da vidência; porém, de uso bastante restrito e delicado, porquecada médium vidente vê de acordo com a sua própria capacidade de exteriorizaçãoperispiritual e sintonia vibratória. Pode ocorrer que dois bons e autênticos videntes, em ummesmo local e ambiente, na mesma hora, estejam percebendo situações diferentes; um nãopoderá confirmar o que outro consegue registrar.

A vidência é um bom recurso para identificar-se o Espírito desencarnado, masdepende muito do médium, de sua segurança, de seu equilíbrio, não se devendo basear tãosomente neste recurso para firmar-se o juízo quanto a esta identidade.

Tal tipo de médium deve participar dos trabalhos práticos mediúnicos mas, deforma alguma, devemos promovê-lo a locutor do além, como se tivesse a obrigação de estarconstantemente informando a respeito do que se passa no mundo espiritual. A informaçãodo vidente sempre deve ser verificada, analisada e comparada com outros fatores auxiliarese também importantes na identificação dos Espíritos, tais como: qualidade do ambiente,necessidade e oportunidade da presença do Espírito, sensações causadas nos circunstantes,conteúdo da comunicação se houver, etc.

E, por fim, os Espíritos sempre revelam sua condição espiritual, justamente peloque dizem e como dizem, é lógico, descontando-se as influências do intermediário de quefazem uso.

Entidades elevadas são objetivas e simples, sendo que a beleza do estilo sempreornamenta ideias vigorosas e esclarecedoras, e não se preocupam em tomar nomesimportantes; enquanto que os atrasados, principalmente os mistificadores, usam e abusamdo processo de enganar, através de comunicações cheias de palavras difíceis, amontoadasem frases brilhantes mas de sentido vazio, e, as vezes, até contraditório.

Finalmente, lembremos que uma ou outra entidade de nome conhecido na Terrapoderá identificar-se, mas para tanto não bastará tão somente o seu nome como autora destaou daquela comunicação, é necessário que ela dê elementos probantes de que é tal Espírito;caso contrário não há necessidade de identificar-se. O Espírito será o primeiro a buscar oanonimato ou o uso de um nome qualquer.

Consultar: Fonte Viva, Cap. 7 e Caminho, Verdade e Vida, Cap. 69 de Francisco CândidoXavier..

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20a. SESSÃO TEÓRICAO MUNDO ESPIRITUAL – OS FLUIDOS

NATUREZA E PROPRIEDADES

A GRANDE OFICINA OU LABORATÓRIO DA VIDA ESPIRITUAL

Todos nós estamos vivendo em um Universo que se apresenta sob duas formas:uma visível, material, na qual habitam os seres encarnados ou materiais; outra invisível,imaterial, na qual habitam os seres desencarnados ou imateriais, aqueles que perderam o seuinvólucro material e retornaram à vida espiritual (LE, itens 149 a 162).

O mundo imaterial começa justamente onde o visível e material termina porqueem a Natureza tudo segue um plano perfeito de continuidade. No Universo visível e materialos fenômenos ocorrem dentro de certos limites, segundo determinadas leis.

No mundo visível a matéria se nos apresenta sob vários estados reconhecidospela ciência, alguns deles são: sólido; líquido; gasoso, radiante e plasma.

Há muitas discussões sobre quantos estados da matéria existem, porém as ver-sões mais populares atualmente são de que a matéria somente tem três estados:sólido, líquido e gasoso. Mas há também outros que, ou são intermediários oupouco conhecidos. Por exemplo: os vapores, que nada mais são do que umapassagem do estado líquido para o gasoso na mesma fase em que o gás, porémquando está em estado gasoso, não há mais possibilidade de voltar diretamenteao estado líquido; já quando em forma de vapor, pode ir ao estado líquido, des-de que exista as trocas de energia necessárias para tal fato. Por isto que diz co-mumente “vapor d´água”. Se colocarmos os estados físicos da matéria em or-dem crescente, conforme a quantidade de energia que cada um possui, teremos:Sólido → Líquido → Gasoso → Plasma → Radiante.O Plasma é o estado em que a maioria da matéria se encontra no universo.Sabe-se que qualquer substância pode existir em três estados: sólido, líquido egasoso, cujo exemplo clássico é a água que pode ser gelo, água em estado líqui-do e vapor de água. Todavia há pouquíssimas substâncias que se encontramnestes estados, que se consideram indiscutíveis a difundidos, mesmo tomando oUniverso no seu conjunto. É pouco provável que superem o que em química seconsidera como restos infinitamente pequenos. Toda a substância restante douniverso subsiste no estado denominado plasma.68

No estado sólido considera-se que a matéria do corpo mantém a forma macros-cópica e as posições relativas das suas partículas, as moléculas se encontrampróximas umas das outras com forte atração entre elas, nestas condições, possuiforma e volume próprio, independentemente do corpo onde se encontra e aindao movimento é praticamente nada. É particularmente estudado nas áreas da es-tática e da dinâmica.

No estado líquido, o corpo mantém a sua quantidade de matéria e aproximada-mente o seu volume. A forma e posição relativa das suas partículas é variávelse adaptando conforme o corpo. As moléculas estão relativamente próximas, ea força de atração é mediana, assim como os movimentos. É particularmenteestudado nas áreas da hidrostática e da hidrodinâmica.

68 Em física e em química, o plasma é um dos estados físicos da matéria, similar ao gás, no qual certa porção daspartículas é ionizada. A premissa básica é que o aquecimento de um gás provoca a dissociação das suas ligaçõesmoleculares, convertendo-o em seus átomos constituintes. Além disso, esse aquecimento adicional pode levar àionização (ganho ou perda de elétrons) dessas moléculas e dos átomos do gás, transformando-o em plasma contendopartículas carregadas (elétrons e íons positivos).

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No estado gasoso, o corpo mantém apenas a quantidade de matéria, podendovariar amplamente a forma e o volume, as partículas possuem força de atraçãonula e movimentos bruscos (agitação térmica). É particularmente estudado nasáreas da aerostática e da aerodinâmica.

O condensado de Bose-Einstein é uma coleção de milhares de partículas ultra-frias ocupando um único estado quântico, ou seja, todos os átomos se compor-tam como um único e gigantesco átomo possui características, de ambos, esta-do sólido e estado líquido, como supercondutividade e superfluidez, porém, éencontrado em temperaturas extremamente baixas (próximas ao zero absoluto),o que faz com que suas moléculas entrem em colapso. É particularmente estu-dado na área da mecânica quântica.A teoria original da Matéria Radiante, foi uma descoberta de William Crookes(1832-1919), elaborada baseando-se em observações sobre os fenômenos queacompanham a descarga elétrica num tubo contendo um gás rarefeito. Sua hi-pótese, de que a matéria radiante constituiria um quarto estado da matéria, nãofoi, entretanto, confirmada. Procedendo a investigações sobre os raios catódi-cos, Crookes mostrou que eles têm a propriedade de excitar a fluorescência daspedras preciosas e aquecer os metais. Explicou o fenômeno como provenienteda projeção de moléculas pelo cátodo. Logo após a descoberta dos gases nobrese da radioatividade, Crookes voltou sua atenção para os novos campos da físicae, em 1895, revelou a presença do hélio no gás que fora extraído de um frag-mento de urânio por W. Ramsey. Com a intenção de melhor identificar o es-pectro do hélio, Crookes inventou o espinteroscópio.69 (Enciclopédia MiradorInternacional; Oxford Dictionary of Scientists)

Como nos é percebido, o nosso chamado Universo Visível já apresentadeterminados estados da matéria em condições de invisibilidade para os nossos parcos cincosentidos. Aquilo que não podemos perceber normalmente pelos sentidos que somos dotados,o fazemos utilizando determinados instrumentos, ou mesmo, cálculos matemáticos.

No Universo invisível e imaterial ocorrem igualmente fenômenos que tambémseguem leis que nos são reveladas pelos seres que nele habitam.

A Ciência deu a solução dos milagres que mais particularmente resultam doelemento material, seja explicando-os, seja demonstrando-lhes aimpossibilidade, pelas leis que regem a matéria; mas os fenômenos em que oelemento espiritual tem uma participação preponderante, não podem serexplicados apenas pelas leis da matéria, escapando às investigações da Ciência.Esta é a razão por que eles têm, mais do que os outros fenômenos, os caracteresaparentes do maravilhoso. É, pois, nas leis que regem a vida espiritual que sepode encontrar a explicação dos milagres dessa categoria. Como já foidemonstrado, o fluido cósmico universal é a matéria elementar primitiva, cujasmodificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corposda Natureza. (A Gênese; 14: 1 e 2).

O mundo imaterial, invisível ou espiritual como é costumeiramente chamadotambém é composto de alguma coisa, de algum material, de alguma substância, de algumelemento – é composto de fluidos. “Se víssemos o mecanismo do mundo invisível que noscerca, as ramificações dos fios condutores do pensamento que ligam todos os seres inteligentes,corpóreos e incorpóreos, os eflúvios fluídicos carregados das impressões do mundo moral, eque, como correntes aéreas, atravessam o espaço, ficaríamos muito menos surpresos diante decertos efeitos que a ignorância atribui ao acaso”70. Tais fluidos têm uma estrutura, uma formahabitual de agregação, de composição e, de acordo com as variações sofridas nessa estrutura69 Crookes, W. Fatos Espíritas, págs. 10, 11 e 98.70 Kardec, A. A Gênese, 15:9, consulte também 14:22 e ss.

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apresentam propriedades especiais e diferentes das dos demais. Portanto, ha vários estados evárias formas pelos quais os fluidos se apresentam, cada um com propriedades específicas, mastodos se originando de um elemento primordial, o Fluido Cósmico Universal.

Como princípio elementar universal, ele apresenta dois estados distintos: o deeterização ou de imponderabilidade, que se pode considerar como o estadonormal primitivo, e o de materialização ou de ponderabilidade, que, de certamaneira, é apenas consecutivo àquele outro”. Cada um desses dois estados dá,necessariamente, origem a fenômenos especiais: ao segundo pertencem osfenômenos do mundo visível, e ao primeiro, os do mundo invisível. Uns, oschamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita; osoutros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque eles seligam mais especialmente à existência dos espíritos, pertencem às atribuiçõesdo Espiritismo. Porém, como a vida espiritual e a vida corporal estão emincessante contato, muitas vezes os fenômenos dessas duas categorias ocorremsimultaneamente. No estado de encarnação, o homem pode perceber apenas osfenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os que pertencem aodomínio exclusivo da vida espiritual escapam aos sentidos materiais, e sópodem ser percebidos no estado de espírito. No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme. Sem deixar de seretéreo, ele sofre modificações também variadas no seu gênero, talvez maisnumerosas do que no estado de matéria tangível. Essas modificaçõesconstituem fluidos distintos que, embora procedendo do mesmo princípio, sãodotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos particulares domundo invisível.

Tudo sendo relativo, esses fluidos têm para os espíritos – que também sãofluídicos – uma aparência tão material quanto a dos objetos tangíveis para osencarnados, sendo para eles o que são para nós as substâncias do mundoterrestre. Eles os elaboram, os combinam para produzir determinados efeitos,assim como os homens fazem com os seus materiais, embora por processosdiferentes. Entretanto, lá, como neste mundo, somente aos espíritos mais esclarecidos édado compreender o papel dos elementos constitutivos do seu mundo. Osignorantes do mundo invisível são tão incapazes de explicar a si mesmos osfenômenos a que assistem — e para os quais muitas vezes contribuemmaquinalmente — quanto os ignorantes da Terra o são de explicar os efeitos daluz ou da eletricidade, de dizer como veem e escutam.

Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentosde análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para a matéria tangível enão para a matéria etérea. Existem alguns que pertencem a um meio tãodiferente do nosso, que só podemos fazer ideia deles mediante comparações tãoimperfeitas como aquelas pelas quais um cego de nascença procura fazer umaideia da teoria das cores.(GE; 14:2 a 4).

Como vemos é através do corpo que percebemos os fenômenos do nosso meiomaterial; somente em condições especiais é que o Espírito encarnado, alcançando umamaior liberdade de ação, percebe as ocorrências do mundo espiritual.

Os fluidos por sua vez têm propriedades especiais que sob a ação de certosestímulos podem variar.

Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmicouniversal são, portanto, a atmosfera dos seres espirituais, o elemento de ondetiram os materiais sobre os quais eles operam, o meio onde se passam os

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fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do espírito, mas queescapam aos sentidos carnais, impressionados somente pela matéria tangível; éenfim o meio de transmissão do pensamento, tal como o ar é o meio detransmissão do som.

Os espíritos agem sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como oshomens manipulam os gases, mas com a ajuda do pensamento e da vontade. Opensamento e a vontade são para os espíritos o que a mão é para o homem.Pelo pensamento, eles imprimem aos fluidos espirituais esta ou aquela direção;eles os aglomeram, combinam ou dispersam; com eles formam conjuntos tendouma aparência, uma forma e uma cor determinadas; mudam as suaspropriedades, como um químico muda a dos gases ou de outras substâncias,combinando-as segundo certas leis. Algumas vezes, essas transformações são oresultado de uma intenção, outras, são o produto de um pensamentoinconsciente. Ao espírito basta pensar em uma coisa para que ela se produza.Desde o momento em que esses fluidos são o veículo do pensamento, e que opensamento pode modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devemestar impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os põemem vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos.Não seria possível fazer uma enumeração ou uma classificação de bons e demaus fluidos, nem especificar suas qualidades respectivas, considerando-se quesua diversidade é tão grande quanto a dos pensamentos.

Se os fluidos ambientes são modificados pela projeção dos pensamentos doespírito, seu envoltório perispiritual, que é parte constituinte do seu ser, querecebe diretamente e de uma maneira permanente a impressão de seuspensamentos, deve possuir, mais ainda, o cunho dessas qualidades boas os más.Os fluidos viciados pelas emanações dos maus espíritos podem se depurar peloafastamento desses espíritos, mas o perispírito deles será sempre o que é,enquanto o próprio espírito não se modificar. Sendo os homens espíritos encarnados, eles têm, em parte, as atribuições da vi-da espiritual, uma vez que vivem essa vida tanto quanto vivem a vida corporal,inicialmente durante o sono e muitas vezes em estado de vigília. O espírito, aoencarnar, conserva o seu perispírito com as qualidades que lhe são próprias, eque, como se sabe, não é circunscrito pelo corpo, mas irradia em torno dele e oenvolve como em uma atmosfera fluídica. Pela sua união íntima com o corpo, operispírito desempenha um papel preponderante no organismo; pela sua expan-são, ele coloca o espírito encarnado em relação mais direta com os espíritos li-vres. O pensamento do espírito encarnado atua sobre os fluidos espirituais co-mo o dos desencarnados; ele se transmite de espírito a espírito pelas mesmasvias, e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.

Como o perispírito dos encarnados é de uma natureza idêntica à dos fluidosespirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja que se embebe delíquido. Esses fluidos têm sobre o perispírito uma ação tanto mais diretaquanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito se confunde com eles.Conforme esses fluidos atuam sobre o perispírito, este, por sua vez, reage sobreo organismo material com o qual está em contato molecular. Se os eflúvios sãode boa natureza, o corpo experimenta uma impressão salutar; se são maus, aimpressão é penosa. Se são permanentes e intensos, os maus eflúvios podemocasionar desordens físicas, não sendo outra a causa de certas enfermidades. Osmeios onde predominam os maus espíritos são, assim, impregnados de mausfluidos que são absorvidos pelos poros perispirituais, tal como se absorve osmiasmas pestilenciais pelos poros do corpo.

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O mesmo ocorre em uma reunião de encarnados. Uma assembleia é um foco deirradiação de pensamentos diversos. O pensamento agindo sobre os fluidos, co-mo o som age sobre o ar, esses fluidos nos trazem os pensamentos como o arnos traz o som. Pode-se, pois, dizer, em realidade, que há nesses fluidos ondase raios de pensamentos que se cruzam sem se confundir, como há no ar ondas eraios sonoros. Uma assembleia é, como uma orquestra, um coro de pensamen-tos onde cada um emite sua nota. Resulta daí uma multiplicidade de correntes ede eflúvios fluídicos, cuja impressão cada um recebe através do sentido espiri-tual, como num coro musical em que cada um recebe a impressão dos sonsatravés do sentido da audição. Entretanto, do mesmo modo que há irradiaçõessonoras harmoniosas ou dissonantes, também existem pensamentos harmônicosou discordantes. Se o conjunto é harmonioso, a impressão é agradável; se oconjunto é discordante, a impressão é desagradável. Ora, para isso não é neces-sário que o pensamento seja formulado por palavras, quer o pensamento se ex-terne ou não, a irradiação fluídica existirá sempre, basta, porém, que se mistu-rem alguns pensamentos maus, para que se produza o efeito de uma corrente dear gelado num meio tépido. Esta é a causa da satisfação que sentimos numareunião simpática, animada por pensamentos bons e benévolos. Ela é envolvidapor uma salubre atmosfera moral, onde se respira à vontade; sai-se dali recon-fortado, uma vez que somos impregnados de eflúvios fluídicos salutares. Dessemodo, também podemos explicar a ansiedade, o indefinível mal-estar que seexperimenta em um meio antipático, onde pensamentos malévolos provocamcomo que correntes de ar nauseabundo.

O pensamento, portanto, produz uma espécie de efeito físico que influência omoral, fato que só o Espiritismo poderia tornar compreensível. O homem senteisso instintivamente, uma vez que procura as reuniões homogêneas e simpáti-cas, onde sabe que pode haurir novas forças morais; poder-se-ia dizer que emtais reuniões ele recupera as perdas fluídicas que sofre todos os dias pela irradi-ação do pensamento, como recupera, pelos alimentos, as perdas do corpo mate-rial. É que efetivamente, o pensamento é uma emissão que ocasiona uma perdareal nos fluidos espirituais e, por consequência, nos fluidos materiais, de talmaneira que o homem tem necessidade de se retemperar com os eflúvios exter-nos que recebe. Quando se diz que um médico cura um doente por meio de bo-as palavras, trata-se de uma verdade, uma vez que o pensamento bondoso trazconsigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico tanto quanto sobre o mo-ral. (Ibidem; 13 a 20).

RESUMO

O Universo apresenta duas formas: uma visível, material, na qual habitam osseres encarnados ou materiais; outra, invisível, imaterial, na qual habitam os desencarnadosou imateriais.

No mundo visível a matéria se nos apresenta sob vários estados reconhecidospela ciência, alguns deles são: sólido; líquido; gasoso, radiante e plasma.

No Universo invisível e imaterial ocorrem igualmente fenômenos regidos porleis que os seres que os habitam podem nos revelar. Aí a matéria de que eles se revestem eque constitui o mundo espiritual, é composto de fluidos. Os fluidos apresentam-se em váriosestados e formas, cada um com propriedades específicas, mas todos originados de umelemento primordial, base de tudo o que existe, que é o Fluido Cósmico Universal. Amatéria grosseira é o ponto máximo de condensação desse elemento primordial e o outroextremo, o seu estado de energia pura ou estado elementar em que ele é uniforme.

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No estado de eterização o fluido cósmico universal passa por modificaçõesvariadas em seu gênero, e mais numerosas que no estado de matéria tangível. Taismodificações constituem fluidos distintos, dotados de propriedades especiais e dão lugar aosfenômenos particulares do mundo invisível. Esses fluidos têm para os Espíritos umaaparência material quanto os objetos tangíveis para os encarnados e são para eles o que paranós são as substâncias do mundo terrestre: eles os elaboram, os combinam para produziefeitos determinados.

Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do Fluido Cósmico Universal, são a atmosfera dos seres espirituais; são os elementos donde eles extraem osmateriais sobre os quais operam; são o ambiente no qual se passam fenômenos especiais,perceptíveis aos Espíritos. Estes agem sobre os fluidos espirituais com auxílio dopensamento e da vontade e assim imprimem aos fluidos esta ou aquela direção; eles osaglomeram, os combinam, os dispersam; formam com esses materiais, conjuntos que têmuma aparência, uma forma, uma cor determinadas; mudam suas propriedades como umquímico altera as propriedades dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundodeterminadas leis. Os fluidos não têm qualidades sui generis, mas as adquirem no meio ondesão elaborados; são permanentes ou temporárias, conforme as circunstâncias. Sob o pontode vista moral, trazem a impressão dos sentimentos (amor, bondade, caridade, ódio, inveja,etc.). Sob o ponto de vista físico são condutores, excitantes, reparadores, tornam-se forçasde transmissão, de propulsão, etc.

Os fluidos são constituídos por estados de matéria eterizada, e que a rapidez doseu movimento molecular é proporcional ao grau de rarefação das moléculas.Quanto mais densos, opacos, viscosos, maior resistência oporão a toda equalquer modificação: e, contudo, é necessário que a alma chegue a mudar adireção dos movimentos do seu invólucro, a regularizar-lhe a atividade, paraque possa ela manifestar-se exteriormente. Podemos ter uma ideia dossucessivos fenômenos que as diferentes encarnações determinam no perispírito,imaginando uma grande fonte luminosa, um foco elétrico, por exemplo, metidonuma esfera de vidro cheio de espesso fumo negro, formado de enormequantidade de partículas sólidas. (EA, p. 129-130).

O perispírito dos encarnados é de natureza idêntica à dos fluidos espirituais epor isso os assimila com facilidade; tais fluidos agem sobre o perispírito e este, por sua vez,reage sobre o organismo com o qual está em contato molecular. Se os seus eflúvios foremde boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se forem maus, a impressão épenosa.

Em resumo, o perispírito é formado de fluidos, em diferentes graus decondensação, desde os fluidos materiais, que aderem ao cérebro, até osespirituais, que se aproximam da natureza da alma. De sorte que, se umavibração impressiona um nervo sensitivo, este a transmite aos tálamos óticos,que a refletem para o sensorium; aí chegada essa vibração, age sobre o fluidoperispiritual, que aos poucos adverte o espírito. (EPC, p. 236).

Bibliografia: Allan Kardec. A Gênese, caps. 14 e 15 – Revista Espírita (FEB), 1866 (março) e 1867 (maio).

Léon Denis, No Invisível, Cap. XV e Depois da Morte, Cap. XVII.Gabriel Delanne, A Alma é Imortal, 3a. parte, Cap. III e A Evolução Anímica, Cap. III.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1O Fluido Cósmico Universal – Estados

(GE, Cap. XIV, itens 1 a 6).

Grupo 2Formação E Propriedades Do Perispírito

(GE, Cap. XIV, itens 7 a 12).

Grupo 3Qualidades dos Fluidos (GE, XIV, itens 16 a 21)

Força Psíquica – Os fluidos – O magnetismo.

(NI, 2a. parte, Cap. XV).

Grupo 4Ação Dos Espíritos Sobre Os Fluidos

(GE, Cap. XIV, itens 13 e 14)Manifestações Físicas

(GE, Qap. XIV, itens 40 a 43).

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20a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

DA IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS – OS MISTIFICADORES.

Um dos maiores obstáculos para a divulgação e aceitação do Espiritismo é amistificação, que é o ato de uma entidade se comunicar pela escrita ou pela palavraenganando os presentes quanto ã sua identidade e à sua posição espiritual.

Precisamos distinguir animismo de mistificação, que são dois fenômenoscompletamente diferentes.

Animismo71 é o fenômeno produzido pela própria alma do médium, e desde queespontâneo, é sempre válido. Difere da mistificação que pressupõe engodo, enga no, dolo,mentira, e pode ser produzida por espíritos desencarnados, bem como, também, pelo própriomédium, consciente ou inconscientemente.

Na mistificação sempre existe o desejo de enganar, trapacear, dar característicasde verdade ao que é falso.

O sr. Pierre Janet72 teve ocasionalmente a oportunidade de estudar esta questão,ao tratar da escrita automática dos histéricos, e, após uma revisão históricaincompleta e parcial do espiritismo, diz igualmente: As doutrinas queacabamos de resumir merecem um estudo atento e uma discussão. O ceticismodesdenhoso, que consiste em negar tudo que não se compreende e em repetir,por toda parte e sempre, as palavras fraude e mistificação não faz mais sentidoaqui do que quando se trata dos fenômenos do magnetismo animal. Omovimento que provocou a fundação de meia centena de jornais na Europa,que inspirou as crenças de um número considerável de pessoas, está longe deser insignificante. É geral demais, persistente demais para que se deva a umasimples brincadeira local e passageira. Por sua vez diz o sr. Richet 73 “Não épossível que tantos homens distintos da Inglaterra, da América, da França, daAlemanha, da Itália tenham se enganado tão grosseira e primariamente. Todasas objeções que lhes foram feitas, eles as tinham pensado e discutido; nada lhesensinaram opondo-lhes, seja o possível acaso, seja a fraude; tinham imaginadoisso bem antes que alguém os censurasse, de modo que não consigo crer que otrabalho deles tenha sido estéril e que tenham meditado, experimentado, combase em enganadoras ilusões.” Foi analisando escrupulosamente todas asmanifestações espíritas de certos médiuns que alguns sábios, por muito tempoincrédulos, converteram-se. O dr. R. Hodgson, o prof. Hyslop, Olivier Lodge, oprof. William James, F. W. Myers, muito bem informados sobre todas ascausas que podem intervir, acabaram por convencer-se da ação dos espíritos e oconfessaram corajosamente, sem medo de prestar homenagem à verdade.(PSM, p. 12 a 18).

Ha algum meio seguro de reconhecer e evitar as mistificações?Sem dúvida, e todos eles estão farta e minuciosamente expostos no Livro dos

Médiuns no item 268. (Estudar Todos).

Consultar: O Consolador, perg.379 e 401 e Mecanismos da Mediunidade, Cap, 23 deFrancisco Cândido Xavier.

71 Consultar Bozzano – Animismo ou Espiritismo? Cap. I e Aksakof – Animismo e Espiritismo, Cap. IV.72 Janet, P., L' Automatisme Psychologique, p. 376.73 Richet, Charles, Annales des Sciences Psychiques, p. 349.

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21a. SESSÃO TEÓRICAPRINCIPIO VITAL – VIDA E MORTE – ATENDIMENTO AOS SUICIDAS

PRINCIPIO VITAL

Sem falar no princípio inteligente, que é uma questão à parte, existe na matériaorgânica um princípio especial, imperceptível, e que ainda não pôde ser defini-do: é o princípio vital. Esse princípio, ativo no ser vivo, é extinto no ser morto,mas nem por isso deixa de dar à substância as propriedades que a distinguemdas substâncias inorgânicas. A Química, que decompõe e recompõe a maiorparte dos compostos inorgânicos, também conseguiu decompor os corpos orgâ-nicos, mas jamais conseguiu reconstituir sequer uma folha morta, o que provaque há na matéria orgânica alguma coisa que não existe nos compostos inorgâ-nicos. (GE, 10:16).

O princípio vital é uma matéria que tem sua origem na matéria universalmodificada. Por si só, o princípio vital não tem uma individualização, não existindo emestado livre na natureza; sempre se encontra em combinação com um ser vivo. “A matéria ésempre a mesma, porém nos corpos orgânicos esta animalizada pela sua união com oprincípio vital”. (LE, itens 61 e 62)

Combinando-se o oxigênio, o hidrogênio, o nitrogênio e o carbono, sem oprincípio vital, forma-se apenas um mineral ou um corpo inorgânico. Oprincípio vital, modificando a constituição molecular desse corpo, dá a elepropriedades especiais. Em lugar de uma molécula mineral, tem-se umamolécula de matéria orgânica. Durante a vida, a atividade do princípio vital émantida pela ação do funcionamento dos órgãos, do mesmo modo que o calorgerado pelo movimento de rotação de uma roda. (GE, 10:18).

Célula Vegetal Célula Animal

O princípio vital é uma transformação do Fluido Cósmico Universal queanimaliza a matéria em presença do princípio inteligente. O Espírito somente poderá habitaro corpo físico enquanto este estiver animalizado pelo princípio vital. O perispírito é ovínculo que une o Espírito ao corpo físico, numa perfeita interação, constituindo um todoharmônico. Assim, segundo a Doutrina Espírita o homem é formado por:

Espírito ou Alma; Perispírito e Corpo Físico.

O conjunto dos órgãos constitui uma espécie demecanismo, impulsionado pela atividade íntimaou princípio vital, que neles existe. O princípiovital é a força motriz dos corpos orgânicos. Aomesmo tempo que o agente vital impulsiona osórgãos, a ação destes entretém e desenvolve oagente vital, mais ou menos como o atrito pro-duz o calor. (LE, Nota à questão 67-a).

O princípio vital é o mesmo para todos os se-res orgânicos, modificado segundo as espéci-es. É ele que lhes dá movimento e atividadee os distingue da mate ria inerte, porquanto omovimento da matéria não é a vida. Esse mo-vimento ela o recebe, não o dá. (LE, item 66).

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A VIDA E A MORTE

A causa da morte dos seres orgânicos é o esgotamento dos órgãos. A mortepoderia ser comparada à cessação do movimento de uma máquina desorganizada. Se amáquina está mal montada, cessa o movimento; se o corpo está enfermo, a vida se extingue.

Existem órgãos essenciais cuja lesão ocasiona a morte. Quando da morte dos se-res orgânicos a matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos. O princípio vitalvolta à massa donde saiu.

Após a morte do ser orgânico, os elementos que o formaram passam por novascombinações, constituindo novos seres, que haurem na fonte universal oprincípio da vida e da atividade, absorvendo-o e assimilando-o, para novamenteo devolverem a essa fonte, logo que deixarem de existir.

Os órgãos estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital. Esse fluido dá atodas as partes do organismo uma atividade que lhes permite comunicarem-seentre si, no caso de certas lesões, e restabelecerem funções momentaneamentesuspensas. Mas quando os elementos essenciais do funcionamento dos órgãosforam destruídos, ou profundamente alterados, o fluido vital não podetransmitir-lhes o movimento da vida, e o ser morre.Os órgãos reagem mais ou menos necessariamente uns sobre os outros é daharmonia do seu conjunto que resulta essa reciprocidade de ação. Quando umacausa qualquer destrói esta harmonia, suas funções cessam, como o movimentode um mecanismo cujas engrenagens essenciais se desarranjaram; como umrelógio gasto pelo uso ou desmontado por um acidente, que a força motriz nãopode pôr em movimento.

Temos uma imagem mais exata da vida e da morte num aparelho elétrico. Esseaparelho recebe a eletricidade e a conserva em estado potencial, como todos oscorpos da Natureza. Os fenômenos elétricos, porém, não se manifestamenquanto o fluido não for posto em movimento por uma causa especial, e sóentão se poderá dizer que o aparelho está vivo. Cessando a causa da atividade,o fenômeno cessa: o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicosseriam, assim, como pilhas ou aparelhos elétricos nos quais a atividade dofluido produz o fenômeno da vida: a cessação dessa atividade ocasiona a morte.A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: variasegundo as espécies e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indiví-duos de uma mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados de fluidovital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. É por isso queuns são mais ativos, mais enérgicos, e de certa maneira, de vida superabundante.

A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida, senão for renovada pela absorção e assimilação de substâncias que o contêm.

O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maiorquantidade pode dá-lo ao que tem menos, e em certos casos fazer voltar umavida prestes a extingui-se. (LE, itens 68 a 70).

ATENDIMENTO AOS SUICIDAS

As consequências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadase em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Masuma consequência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. Deresto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Algunsexpiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência, que será pior doque aquela cujo curso interromperam.

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A observação mostra, com efeito, que as consequências do suicídio não sãosempre as mesmas. Há, porém, as que são comuns a todos os casos de morte vi-olenta, as que decorrem da interrupção brusca da vida. É primeiro a persistên-cia mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito e o corpo, porqueesse laço está quase sempre em todo o seu vigor no momento em que foi rom-pido, enquanto na morte natural se enfraquece gradualmente e em geral atémesmo se desata antes da extinção completa da vida. As consequências desseestado de coisas são o prolongamento da perturbação espírita, seguido da ilusãoque, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que aindase encontra no número dos vivos. (LE, item 957).

Durante a vida o Espírito está ligado ao corpo pelo seu envoltório material ouperispírito; a morte é apenas a destruição do corpo, e não desse envoltório, quese separa do corpo quando cessa a vida orgânica. A observação prova que noinstante da morte o desprendimento do Espírito não se completa subitamente;ele se opera gradualmente, com lentidão variável, segundo os indivíduos. Parauns é bastante rápido e pode dizer-se que o momento da morte é também o dalibertação, que se verifica logo após. Noutros, porém, sobretudo naqueles cujavida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito mais demorado, edura às vezes alguns dias, semanas e até mesmo meses, o que não implica aexistência no corpo de nenhuma vitalidade, nem a possibilidade de retorno à vi-da, mas a simples persistência de uma afinidade entre o corpo e o Espírito, afi-nidade que está sempre na razão da preponderância que, durante a vida, o Es-pírito deu à matéria. É lógico admitir que quanto mais o Espírito estiver identi-ficado com a matéria, mais sofrerá para separar-se dela. Por outro lado, a ativi-dade intelectual e moral e a elevação dos pensamentos operam um começo dedesprendimento, mesmo durante a vida corpórea, e quando a morte chega équase instantânea. Este é o resultado dos estudos efetuados sobre todos os indi-víduos observados no momento da morte. Essas observações provam ainda quea afinidade que persiste, em alguns indivíduos, entre a alma e o corpo, é às ve-zes muito penosa, porque o Espírito pode experimentar o horror da decomposi-ção. Este caso é excepcional e peculiar a certos gêneros de morte, verificando-se em alguns suicídios. (LE, item 155).A duração da perturbação de após morte é muito variável: pode ser de algumashoras, como de muitos meses e mesmo de muitos anos. Aqueles em que é me-nos longa, são os que se identificaram durante a vida com o seu estado futuro,porque então compreendem imediatamente a sua posição.

Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares, segundo o caráter dosindivíduos e sobretudo de acordo com o gênero de morte. Nas mortes violentas,por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito é sur-preendido, espanta-se, não acredita que esteja morto e sustenta teimosamenteque não morreu. Não obstante, vê o seu corpo, sabe que é dele, mas não com-preende que esteja separado. Procura as pessoas de sua afeição, dirige-se a elase não entende por que não o ouvem. Esta ilusão se mantém até o completo des-prendimento do Espírito, e somente então ele reconhece o seu estado e com-preende que não faz mais parte do mundo dos vivos. (LE, item 165).A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas,uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que assim res-sente, malgrado seu, os efeitos da decomposição, experimentando uma sensa-ção cheia de angústias e de horror. Esse estado pode persistir tão longamentequanto tivesse de durar a vida que foi interrompida. Esse efeito não é geral;mas em alguns casos o suicida não se livra das consequências da sua falta decoragem e cedo ou tarde expia essa falta, de uma ou de outra maneira. É assim

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que certos Espíritos, que haviam sido muito infelizes na Terra, disseram haverse suicidado na existência precedente e estar voluntariamente submetidos a no-vas provas, tentando suportá-las com mais resignação. (Ibidem, 957).

Recordemos que, suicida não é apenas aquele que tira sua vida violentamente,mas também todo aquele que utiliza agressivamente os valores do mundo contra sua própriaexistência. É o que malbarata as energias orgânicas, que abusa das funções naturais, o que seexpõe a riscos e desgastes desnecessários; os prazeres desmedidos, a alimentaçãodesregrada, o uso de tóxicos (fumo, álcool, drogas, etc) são formas indiretas de suicidar-se.

Os Espíritos suicidas por estarem imantados ainda ao nosso mundo material, sãoagrupados, por afinidade, há determinadas zonas da espiritualidade, graças a BondadeDivina, evitando o seu contato mais direto com as criaturas e a consequente perturbação queessas presenças causariam aos encarnados.

Os suicidas são, graças a Misericórdia Divina, conduzidos, por Espíritos Amigos,há sessões mediúnicas onde são envolvidos mediunicamente para serem atendidos em suasnecessidades espirituais. Aí são esclarecidos, confortados, consolados, arrependeu-se do errocometido e aprendem a utilizar os recursos da oração, desligando-se gradativamente, dosfluidos grosseiros e dos condicionamentos próprios da vida que interromperam. Geralmente,após a fase de esclarecimento e arrependimento, voltam ao plano material através dareencarnação, refletindo no corpo físico as marcas da violência que se lhes gravaram namente e no perispírito. Aleijões, malformações, disfunções orgânicas, esterilidade, etc. sãomarcas no presente de abusos do pretérito que só a resignação e o trabalho permanente, embusca de um equilíbrio espiritual, conseguem apagar. Assim também os desajustespsíquicos, a ansiedade e a depressão sem causas justificadas, a tendência a novo suicídio sãoos graves problemas que o Espírito reencarnado tem que enfrentar e tentar vencer.

O grupo mediúnico que se propõe ao atendimento de Espíritos suicidas deve serconstituído de pessoas com preparo e equilíbrio mediúnico, bem como, ascendência moral; edevem realizar suas reuniões em ambiente adequado e sem público.

O processo de aproximação do Espírito suicida do médium que lhe vai servir deintermediário é lento e cuidadoso; aproveitam os mentores espirituais, o momento em que omédium se desdobra pelo sono para realizar essa tarefa. Assim o médium e o Espírito vão sefamiliarizando um com o outro, para que a reunião mediúnica a ser realizada seja proveitosae sem incidentes.

RESUMO

Há na matéria orgânica um princípio especial, inapreensível e que ainda não pode serdefinido: o princípio vital.

O princípio vital dá às substâncias propriedades que a distinguem das substâncias inor-gânicas.

Ativo no ser vivente, esse princípio se acha extinto no ser morto.Tem sua origem na matéria universal modificada, não existindo em estado livre na

natureza, mas sempre em combinação com um ser.

O Espírito somente poderá habitar o corpo físico enquanto este estiver animalizado peloprincípio vital.

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Segundo o Pensamento Espírita o homem é formado por Espírito ou alma, perispírito ecorpo físico. O princípio vital é o mesmo para todos os seres orgânicos, modificado segundo asespécies.

A causa da morte dos seres orgânicos é o esgotamento dos órgãos.Quando da morte dos seres orgânicos a matéria inerte se decompõe e vai formar novos

organismos, enquanto que o princípio vital volta a massa donde saiu.

Quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, oumuito profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimentoda vida, e o ser morre.

A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos. Não éconstante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma espécie.

A quantidade de fluido vital se esgota se não for renovada pela absorção e assimilaçãodas substâncias que o contêm. O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro.

A consequência a que nenhum suicida pode escapar é o desapontamento.

A sorte não é a mesma para todos. Depende das circunstancias.Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que poderá ser pior do

que aquela que foi interrompida.

No suicida há a persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito aocorpo. Daí o prolongamento da perturbação espiritual, seguindo-se a ilusão em que o Espírito seconserva de que ainda pertence ao número dos vivos.

O desprendimento do perispírito por ocasião da morte se opera gradualmente e com umalentidão muito variável conforme os indivíduos.

Nos casos de morte violenta o Espírito fica surpreendido e não acredita estar morto.Semelhante ilusão se prolonga até ao completo desprendimento do perispírito.

A afinidade que permanece entre o Espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, umaespécie de repercussão do estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitosda decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angustias e de horror.

Suicida não é apenas aquele que tira sua vida violentamente, mas, também, todo aqueleque malbarata as funções orgânicas, abusa das funções naturais, que se expõe a riscos e desgastesdesnecessários.

Reencarnam, após a fase de esclarecimento e arrependimento e trazem marcas que lhesatestam a violência que cometeram contra si mesmos.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, questões 60 a 67; 155 e 165; 943 a 957 – A Gênese,Cap. X, itens 16 a 19 – O Céu e o Inferno, 2a. Parte Cap. V.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Princípio Vital.

(GE, X, itens 16 a 19).

Grupo 2Seres Orgânicos e Inorgânicos.

(LE, itens 60 a 67).

Grupo 3A Vida e a Morte.

(LE, 68 a 70).

Grupo 4O Suicídio.

(LE, 155, 165, 943 a 957).

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21a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

NECESSIDADE DE IDENTIFICAÇÃO.

Em se tratando de espíritos que vêm a sessão para serem orientados e con-solados, para receberem o alívio da prece, não vemos necessidade alguma que levan-temos seus dados biográficos.

Vivendo problemas angustiantes e estando confusos quanto à noção detempo e espaço a que estavam condicionados na Terra, muitos deles são incapazes dein formar, com segurança, quem realmente são. Todavia, quando espontaneamenteeles se dignam fornecer alguns dados quanto ã sua personalidade, para efeito de estu-do, sempre é interessante confirmá-los, se houver essa possibilidade.

O médium iniciante não deve preocupar-se por não ter a mínima intuição arespeito da identidade do Espírito que através de si se comunica. Só com o tempo e otreinamento é que terá a capacidade de identificar perfeitamente as entidades comuni-cantes. Determinados detalhes podem levar a presumir-se que se trata desta ou daque-la entidade. Porém, se é para atender a quem precisa, não vamos perder tempo fazen-do inquirições sem fim, somente para satisfazer uma vã curiosidade. Lembremos queserá falta de caridade obrigar o Espírito, que busca o socorro em nossas sessões, a re-velar-se quando prefere permanecer no anonimato.

Quando se trata de uma entidade que procura dar orientações, o nome queusa é secundário e pouco deve influir quanto à aceitação ou não da mensagem, o con-teúdo é o elemento primordial. Se se trata de uma personagem conhecida e famosa,mais cuidado ainda deveremos ter porque, se ela espontaneamente dita o seu nome,deve dar dados que lhe sirvam de identificação.

Quando ocorre a comunicação por intermédio de um médium seguro e coma possibilidade de filtrar bem as características do espírito comunicante, pode haverum impacto na opinião geral e a atitude dos familiares vir comprovar que reconhecema mensagem como verdadeira, como sendo de seu familiar desencarnado.

É o caso de Humberto de Campos, que apôs desencarnar, ditou obras atra-vés de Chico Xavier, dando sobejas demonstrações de sua identidade, e a família, en-ciumada, moveu um processo para que ela tivesse acesso aos direitos autorais dessasobras mediúnicas.

De toda a polêmica, o que ocorreu é que Humberto de Campos, o velhoConselheiro XX, passou a usar o pseudônimo que o anonimizou-se como Irmão X.Aliás, os espíritos elevados quase sempre se vaiem desse recurso numa demonstraçãoque para eles o nome pouca importância tem.

Consultar: O Livro dos Médiuns, item 268 de Allan Kardec e Pão Nosso, Cap. 134 deFrancisco Cândido Xavier.

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Hora de Exercitar 13!Para responder este Exercício, consulte os resumos das 19a. Sessão Teórica,

19a. Sessão de Exercício Prático e 20a. Sessão Teórica.

A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:

1. ( ) Um Espírito poderá apresentar-se com vestes iguais às que usava quando encarna-do, como característica de identificação.

2. ( ) Espíritos obsessores não podem anular a ação benéfica dos medicamentos e dos passes, quando a “vítima” é totalmente passiva.

3. ( ) O pensamento e a vontade são para os Espíritos, aquilo que a mão o é para o homem.

4. ( ) Os ambientes povoados de maus Espíritos são impregnados de maus fluidos e, as pessoas que aí vivem, absorvem-nos pelo perispírito.

5. ( ) Os elementos fluídicos do mundo espiritual raramente escapam aos nossos instru-mentos e à percepção de nossos sentidos.

6. ( ) Os fluidos espirituais que compõem um dos estados do Fluido Cósmico Uni-versal, formam a atmosfera dos seres espirituais.

B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.7. As coisas do mundo espiritual são ________________ e invisíveis para os encarnados,

mas de composição ________________ para os ________________.8. O Universo invisível ou ________________, é constituído de uma ________________

denominada ________________.9. A Ciência trata dos ________________ materiais. Os fenômenos ________________

ou ________________, ligados ã vida dos ________________, são de atribuição do________________.

C) Marque os Complementos Corretos.10. Os espíritos têm sua Vestimenta Originada:

a) ( ) Do duplo etéreo de sua roupagem quando encarnados;b) ( ) do condicionamento dos videntes e não tem existência real;c) ( ) da ação plasticizante de seus pensamentos sobre os fluidos;d) ( ) da intangibilidade sensorial do mundo espiritual;e) ( ) da ação automática de suas mentes sobre os fluidos;f) ( ) do domínio mental sobre as células perispirituais;g) ( ) da formação de um campo vibratório favorável ã aglutinação das partículas de

Fluido Cósmico Universal.11. Marque os complementos que têm relação com a formação de objetos usados pelosespíritos nas aparições:

a) ( ) Modificação da estrutura da matéria plasticizante sob ação mental do Espírito, dentro das leis espirituais;

b) ( ) vibrações intangíveis da própria matéria inerte que apresenta sempre uma forma etérea;

c) ( ) habilidades e truques dos Espíritos materializados e dos experimentadores;d) ( ) combinação de fluidos manipulados conforme a capacidade mental dos

Espíritos;e) ( ) formação de um “molde mental” sob ação vibratória dos Espíritos.

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12. A matéria fluídica, sob ação mental de espíritos bondosos, pode:a) ( ) Adquirir propriedades balsamizantes e saudáveis;b) ( ) gerar doenças fantasmas, quando os encarnados não sintonizam favoravelmente;

c) ( ) beneficiar grandemente os encarnados, dependendo de certos fatores; d) ( ) provocar uma intoxicação fluídico psíquica do médium despreparado.

13. Assinale os complementos MAIS CORRETOS sobre as qualidades e classificaçãodos fluidos espirituais:

a) ( ) Variam tanto quanto os pensamentos;b) ( ) modificam-se pelos eflúvios do meio onde são elaborados, como a água pelos

sais das camadas que atravessa;c) ( ) podem ser temporários ou permanentes;d) ( ) não tem denominações especiais; são designados pelas suas propriedades e

efeitos;e) ( ) moralmente, tomam a impressão dos sentimentos (ódio/amor; Inveja/bondade;

violência/doçura, etc);f) ( ) fisicamente podem ser: excitantes, calmantes, irritantes, reparadores, etc.;g) ( ) podem transformar-se em força de transmissão, propulsão, etc;h) ( ) podem ser impressionados pelo pensamento dos encarnados da mesma forma

que dos desencarnados;i) ( ) são assimiláveis pelo perispírito dos encarnados, pois são de natureza semelhante

a deste;14). Marque o complemento correto: “No universo material, a matéria manifesta osseguintes estados comprovados”:

a) ( ) Fluídico, etéreo e visível;b) ( ) visível ou material e invisível ou imaterial;c) ( ) gasoso, líquido, sólido e radiante;d) ( ) sólido, líquido e fluídico.

D) Marque a 2a. coluna de acordo com a 1a. com referência a identidade dos espíritos:

(A) Vidência

(B) Sensações

(C) Conteúdo

( ) Espíritos elevados usam linguagem objetiva e simples.

( ) Os médiuns apresentam fases oscilatórias mediúnicas muito variáveis.

( ) Recurso restrito e delicado.

( ) Espíritos pseudossábios dão comunicações vazias de sig-nificado e contraditórias.

( ) Depende da capacidade de exteriorização e de sintonia do médium.

( ) São agradáveis ou desagradáveis, conforme a qualidade do Espírito comunicante.

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Hora de Exercitar 14!Para responder este Exercício, consulte os resumos das 20a. Sessão de Exercício Prático,

21a. Sessão Teórica e 21a. Sessão de Exercício Prático.

A) Marque o complemento MAIS CORRETO:1. O Fluido Vital:

a) ( ) É uma matéria individualizada;b) ( ) existe em estado livre na natureza;c) ( ) encontra-se em combinação com um ser vivo;d) ( ) é uma “matéria” que se combina com um ser vivo.

2. O Perispírito:a) ( ) É “matéria” fluídica sutilizada;b) ( ) é princípio vita;c) ( ) é formado de fluidos vitais;d) ( ) independe do espírito para existir.

3. O homem, pelos seus sentidos materiais, percebe:a) ( ) Todos os fenômenos materiais, espirituais e psíquicos;b) ( ) apenas os fenômenos psíquicos que se ligam ã vida material;c) ( ) apenas os fenômenos psíquicos de domínio da vida espiritual;d) ( ) apenas os fenômenos materiais.

4. O estado de eterização do Fluido Cósmico Universal:a) ( ) Apresenta gradações variadíssimas;b) ( ) é uniforme;c) ( ) apresenta-se em quatro estados diferentes;d) ( ) modifica-se pela ação solar.

5. O que caracteriza essencialmente a mistificação é:a) ( ) A inconsciência do médium;b) ( ) a produção da própria alma do médium;c) ( ) o desejo de enganar;d) ( ) a espontaneidade.

6. Os espíritos mistificadores atuam com mais sucesso sobre:a) ( ) Os que valorizam mais as ideias do que as palavras;b) ( ) os mais modestos e orgulhosos;c) ( ) os mais instruídos e inteligentes;d) ( ) os orgulhosos, vaidosos e curiosos.

B) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:

1. ( ) Mistificar pode ter sentido educativo.2. ( ) O papel do duplo etérico é estabelecer ligação entre a matéria fluídica do peris-

pírito e a matéria grosseira do corpo físico,3. ( ) A quantidade de fluido vital não é igual em todos os seres orgânicos.4. ( ) O homem, em condições especiais, percebe as ocorrências do mundo espiritual.

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C) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.5. Os maus fluidos agem diretamente sobre o ________________ que por sua vez reage

sobre o ________________, produzindo ________________ e ________________.6. Os Espíritos manipulam fluidos através do ______________ e da ________________.7. Os fluidos do mundo espiritual se combinam para produzir ________________

determinados.8. O perispírito é o vínculo que une o ________________ ao ________________, numa

perfeita________________, constituindo um todo ________________.9. A comunicação do mesmo Espírito ao mesmo tempo e em lugares diferentes é

possível tanto mais quanto o Espírito for ________________ e se processa através da________________ do seu pensamento.

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22a. SESSÃO TEÓRICAMECANISMOS MEDIÚNICOS: PERISPÍRITO E SUA NATUREZA

FORMAÇÃO E PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO

PERISPÍRITO

O perispírito, ou corpo fluídico dos espíritos, é um dos mais importantesprodutos do fluido cósmico. Ele é uma condensação desse fluido em torno deum foco de inteligência ou alma. Já vimos que o corpo carnal também tem asua origem nesse mesmo fluido transformado e condensado em matériatangível. No perispírito, a transformação molecular ocorre de maneiradiferente, uma vez que o fluido conserva a sua imponderabilidade e as suasqualidades etéreas. O corpo perispiritual e o corpo carnal têm, assim, a suaorigem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que sob doisestados diferentes. (GE, 14:7 – itálicos do autor)

O termo perispírito foi criado por Allan Kardec, o codificador da DoutrinaEspirita, que por seu talento, cultura e por repetidas e metódicas experiências, veio,desassombradamente, enfrentar concepções dogmáticas, científicas e religiosas, provando aconstituição ternária (Espírito/Perispírito/Corpo Físico) do Homem, pela existência domediador plástico entre o corpo e a alma. Envolvendo o gérmen de um fruto há operisperma; por comparação criou o codificador o termo perispírito para definir o envoltóriodo Espírito propriamente dito.74

(…) o congelamento do corpo ocupado pelo Espírito, em processo de desencar-nação, pode retê-lo, por algum tempo, junto à forma física, ocasionando paraele dificuldade e perturbações. Isso, de algum modo, já sucedia no Egito Anti-go, quando o embalsamento nos retinha, por tempo indeterminado, aos pés dasformas que teimávamos em conservar. Semelhante retenção, porém, só se veri-fica na pauta da Lei de Causa e Efeito. E, quanto ao congelamento, se algunsdos interessados – por força da provação deles mesmos – retornarem ao corpofrio a fím de reaquecê-lo, a Ciência não pode assegurar-lhes um equipamentoorgânico claramente ideal, como seria de desejar, especialmente no tocante aocérebro, que o congelamento indeterminado deixará em condições imprevisí-veis. (Entrevista concedida à Marlene Rossi Severino Nobre, publicada na “Fo-lha Espírita”, São Paulo, 18 de abril de 1974. Conf. LOUREIRO, Carlos Ber-nardo. A Visão Espírita da Morte. Salvador, BA: TELMA Edit., 1996, p. 83).

Estudando as religiões e as filosofias que antecederam o Espiritismo, vê-se que mui-tas procuraram, mais ou menos teoricamente um elemento fluídico ou semimaterial que pudesseservir de traço de união, numa harmônica gradação vibratória, entre o corpo físico, material, e oEspírito, quintessenciado e sutil, donde resultou para o perispírito uma variada sinonímia.

No Egito a mais antiga crença, a dos “Começos” (5.000 A.C.), já se acreditava naexistência de um corpo para o Espírito, denominado Kha. Na índia, o Rig-Veda livro sagra-do dos Vedas, refere em seus cânticos a glória do Ária que retorna às alturas e fala do corpoem que este se transportará – o linga sharira. Na China, Confúcio falou do Corpo Aeriformeem se referindo ao invólucro da alma e o Esoterismo Judeu dava-lhe o nome Néphesh. NaGrécia, os filósofos adotavam variada nomenclatura para definir o envoltório do Espírito;daí surgirem os nomes Veículo Leve, Corpo Luminoso, Carro Sutil Da Alma, sendo consti-tuído de uma substância mista chamada Ochema; outros ainda denominavam-lhe Eidôlon(tradicionalismo grego). Para os Brâmanes era chamado kâma-rupa. Para Hipócrates, Enor-

74 Zimmermann, Z. Perispírito, Cap. I.

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mon, enquanto que para Pitágoras era Carne Sutil da Alma. Paracelso chamou-o de CorpoAstral ou Evestrum, e Aristóteles Corpo Sutil e Etéreo.

Para a maioria dos pensadores da Escola Neoplatônica de Alexandria, eradenominado Astroeíde, sendo para Plotino e Próclus, dessa mesma escola, respectivamente,Corpo Aéreo ou Ígneo e Veículo da Alma. Para Leibnitz era Corpo Fluídico; para RalphCudworth Mediador Plástico, para Jean Baptista van Helmont Arqueu; para Leonhard EulerInfluxo Físico, para Carl Reichenbach Luz Ódica; para Isidore Geoffroy Saint-HilaireModelo Ideal; para Adolphe d'Assier era Fantasma Póstumo75; para Hippolyte FerdinandBaraduc era Alma. “A divisão da alma não traz consigo a divisão, isto é, a alma se dá aocorpo por inteira e permanece indivisível na sua totalidade, ainda que, por si mesma seencontre em todo o corpo, está verdadeiramente distribuída”.76

Dentre os primeiros cristãos, Paulo em suas epístolas, I Coríntios, v. 42 e 44,refere-se ao Corpo Espiritual ou Corpo Incorruptível. Tertuliano chama-lhe Corpo Vital daAlma e Orígenes Aura. Os Apologistas Hilário de Poitiers, Basílio de Cesareia, Atanásio deAlexandria, Methodius, Justino, Minúcio Félix, Fulgêncio, Arnóbio, Cirilo de Alexandria,Bernardo, Agostinho, João de Tessalônica e muitos outros estudiosos e religiosos,identificaram o invólucro da alma, e Pneuma era sua denominação. Encontraremos aindadiversas citações sobre o corpo sutil do Espírito e suas variadas denominações nos SistemasHerméticos e Secretistas. Nos escritos Vedanta aparece como Sukshma Sharira (corpo sutil)e Manomaya kosha (corpo Mental e Emocional); no Zend Avesta Boadhas; na KabalaRouach; no Tradicionalismo Latino Ímago; no Tradicionalismo Chinês Khi.

FORMAÇÃO E PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO

Os espíritos extraem seu perispírito do meio onde se encontram, isso quer dizerque esse envoltório é formado dos fluidos ambientes. Resulta daí que oselementos constituintes do perispírito devem variar segundo os mundos. SendoJúpiter considerado um mundo muito adiantado, em comparação à Terra, ondea vida corpórea não tem a materialidade da nossa, lá os envoltóriosperispirituais devem ser de uma natureza infinitamente mais quintessenciadaque os da Terra. Ora, assim como nós não poderíamos existir naquele mundocom o nosso corpo carnal, os nossos espíritos não poderiam ali penetrar com oseu perispírito terrestre. Abandonando a Terra, o espírito ali deixa o seuinvólucro fluídico e reveste um outro apropriado ao mundo onde deve habitar.

A natureza do envoltório fluídico está sempre de acordo com o grau deadiantamento moral do espírito. Os espíritos inferiores não podem trocar deenvoltório a seu bel-prazer e, por consequência, não podem passar, à vontade,de um mundo para outro. Existem alguns cujo envoltório fluídico, mesmosendo etéreo e imponderável em relação à matéria tangível, ainda é muitopesado, se assim podemos dizer, em relação ao mundo espiritual, para permitirque eles saiam do meio onde se encontram. É preciso incluir nessa categoriaaqueles cujo perispírito é bastante grosseiro para que o confundam com o corpocarnal, razão pela qual continuam achando que estão vivos. Esses espíritos,cujo número é grande, permanecem na superfície da Terra, como osencarnados, julgando-se sempre entregues às suas ocupações; outros, um poucomais desmaterializados, ainda não o são o suficiente para se elevarem acimadas regiões terrestres.77

75 Essai sur l'humanité posthume et le spiritisme, par un positiviste (1883).76 Plotino. Enéadas IV-1 – Sobre La Esencia Del Alma, p. 2.77 Exemplos de espíritos que ainda se julgam deste mundo: Revista Espírita, dez de 1859; nov de 1864; abril de 1865.

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A camada de fluidos espirituais que envolve a Terra pode ser comparada àscamadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos purasque as camadas superiores. Esses fluidos não são homogêneos; são umamistura de moléculas de diversas qualidades, entre as quais se encontramnecessariamente as moléculas elementares que formam a sua base, porém maisou menos modificadas. Os efeitos que esses fluidos produzem sãoproporcionais à soma das partes puras que eles contêm.

Os espíritos chamados a viver nesse meio, retiram dele os seus perispíritos; po-rém, conforme o próprio espírito seja mais ou menos depurado, seu perispíritose forma das partes mais puras ou das mais grosseiras desse meio. O espírito aíproduz, sempre por comparação e não por assimilação, o efeito de um reagentequímico que atrai para si as moléculas que a sua natureza pode assimilar.Disso, resulta este fato capital: a constituição íntima do perispírito não éidêntica em todos os espíritos encarnados ou desencarnados que povoam aTerra ou o espaço que a circunda. O mesmo não acontece com o corpo carnalque, como foi demonstrado, é formado dos mesmos elementos, qualquer queseja a superioridade ou a inferioridade do espírito. Por isso, em todos eles, osefeitos produzidos pelo corpo são os mesmos, as necessidades semelhantes,enquanto que diferem em tudo que é inerente ao perispírito.

Daí também resulta que o envoltório perispiritual de um mesmo espírito semodifica com o progresso moral que ele realiza em cada encarnação, emboraencarnando no mesmo meio; que os espíritos superiores, encarnandoexcepcionalmente em missão num mundo inferior, têm um perispírito menosgrosseiro do que o dos indígenas desse mundo.Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante pa-pel no organismo. Pela sua expansão, ele põe o Espírito encarnado em relaçãomais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados.

O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como tambémsobre o dos desencarnados, transmitindo-se de Espírito a Espírito pelas mesmasvias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito, seucorpo perispirítico – que é parte constituinte do seu ser e que recebe de mododireto e permanente a impressão de seus pensamentos – a há de guardar aindamais a impressão de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelasemanações dos maus Espíritos podem se depurar pelo afastamento destes, cujosperispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não semodificar por si próprio.

Como o perispírito dos encarnados é de natureza idêntica à dos fluidos espiritu-ais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líqui-do. Esses fluidos exercem sobre o perispírito, por sua expansão e sua irradia-ção, uma ação tanto mais direta, quanto o perispírito se confunde com eles.Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este perispírito, por sua vez, reagesobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se asemanações são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão saudável; sesão más, a impressão é penosa. Se elas são permanentes e enérgicas, asemanações más podem ocasionar desordens físicas; esta é a causa de certasenfermidades.(GE, 14:8 a e 18).

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APARIÇÕES

O perispírito, por sua própria natureza, é invisível no estado normal. Isso é co-mum a uma infinidade de fluidos que sabemos existirem e que jamais vimos.Mas ele pode também, à semelhança de certos fluidos, passar por modificaçõesque o tornem visível, seja por uma espécie de condensação ou por uma mudan-ça em suas disposições moleculares, e é então que nos aparece de maneira va-porosa. A condensação pode chegar ao ponto de dar ao perispírito as proprieda-des de um corpo sólido e tangível, mas que pode instantaneamente voltar aoseu estado etéreo e invisível. (É necessário não tomar ao pé da letra a palavracondensação, pois só a empregamos por falta de outra e como simples recursode comparação.) Podemos entender esse processo ao compará-lo ao do vapor,que pode passar da invisibilidade a um estado brumoso, depois ao líquido, a se-guir ao sólido e vice-versa.

Esses diversos estados do perispírito, entretanto, resultam da vontade do Espíri-to e não de causas físicas exteriores, como acontece com os gases. O Espíritonos aparece quando deu ao seu perispírito a condição necessária para se tornarvisível. Mas a simples vontade não basta para produzir esse efeito, porque amodificação do perispírito se verifica mediante a sua combinação com o fluidoespecífico do médium. Ora, essa combinação nem sempre é possível, e isso ex-plica porque a visibilidade dos Espíritos não é comum.Assim, não é suficiente que o Espírito queira aparecer, nem apenas que umapessoa o queira ver: é necessário que os fluidos de ambos possam combinar-se,para o que tem de haver entre eles uma espécie de afinidade. É necessário aindaque a emissão de fluido da pessoa seja abundante para operar a transformaçãodo perispírito, e provavelmente há outras condições que desconhecemos. Porfim, é preciso que o Espírito tenha a permissão de aparecer para aquela pessoa,o que nem sempre lhe é concedido, ou, pelo menos, não o é em certas circuns-tâncias, por motivos que não podemos apreciar. (LM, item 105).

BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO

Esses dois fenômenos são variedades de manifestações visuais. Por mais mara-vilhosos que possam parecer à primeira vista, facilmente se reconhecerá, pelasexplicações que deles se podem dar, que não saem da ordem dos fenômenosnaturais. Ambos se fundam no princípio de que tudo o que foi dito sobre aspropriedades do perispírito após a morte se aplica ao perispírito dos vivos. O espírito de uma pessoa viva, afastado do corpo, pode aparecer como o de ummorto, com todas as aparências da realidade. Além disso, pelos motivos que jáexplicamos, pode adquirir tangibilidade momentânea. Foi esse fenômeno, de-signado por bicorporeidade, que deu lugar às estórias de homens duplos, indiví-duos cuja presença simultânea se constatou em dois lugares diversos.

A transfiguração pode ocorrer, em certos casos, por uma simples contraçãomuscular que dá à fisionomia expressão muito diferente, a ponto de tornar apessoa irreconhecível. Observamo-la frequentemente com alguns sonâmbulos.Mas, nesses casos, a transformação não é radical. Uma mulher poderá parecerjovem ou velha, bela ou feia, mas será sempre mulher e seu peso não aumenta-rá diminuirá. No caso de que tratamos é evidente que há algo na teoria do peris-pírito nos vai pôr no caminho.Admite-se em princípio que o Espírito pode dar ao seu perispírito todas as apa-rências. Que por uma modificação das disposições moleculares, pode lhe dar avisibilidade, a tangibilidade e em consequência a opacidade. Que o perispírito

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de uma pessoa viva, fora do corpo pode passar pelas mesmas transformações eque essa mudança de estado se realiza por meio da combinação dos fluidos.

Imaginemos então o perispírito de uma pessoa viva, não fora do corpo, mas ir-radiando ao redor do corpo de maneira a envolvê-lo como espécie de vapor.Nesse estado ele pode sofrer as mesmas modificações de quando separado. Seperder a transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível, velar-secomo se estivesse mergulhado nevoeiro. Poderá mesmo mudar de aspecto, ficarbrilhante, de acordo com a vontade ou o poder do Espírito. Outro Espírito,combinando o fluido com esse, pode substituir a aparência dessa pessoa, demaneira que o corpo real desapareça, coberto por um envoltório físico exteriorcuja aparência poderá variar como o Espírito quiser.Essa parece ser a verdadeira causa do fenômeno estranho e raro, convém dizer,da transfiguração. (Ibidem, 114, 119 e 123).

PENETRABILIDADE

Outra propriedade do perispírito é a penetrabilidade, inerente à sua natureza etérea.Nenhuma espécie de matéria lhe serve de obstáculo: ele atravessa a todas, como aluz atravessa os corpos transparentes. Não há pois, meios de impedir a entrada dosEspíritos, que vão visitar o prisioneiro em sua cela com a mesma facilidade comque visitam um homem no meio do campo. (Ibidem, 106).

O PERISPÍRITO E A COMUNICAÇÃO MEDIÚNICA

Um Espírito só consegue se manifestar em nosso meio através da combinação deseus fluidos perispiríticos com os fluidos do médium, que passam a formar uma espécie deatmosfera fluídico espiritual, comum as suas individualidades, atmosfera essa que tornafavorável a transmissão do pensamento, que se faz assim de Espírito para alma e esta, pelaação que exerce sobre o corpo, exterioriza o conteúdo desse pensamento pelos diferentestipos de faculdades (psicofonia, psicografia, etc.).

ALTERAÇÃO TRANSITÓRIA DA FORMA PERISPIRITUAL

No magnífico livro Libertação de André Luiz, deparamo-nos com os casos deperda ou modificação da forma perispiritual por submissão às ações magnéticas de Espíritosinferiores altamente inteligentes (licantropia), ou mesmo, pela viciação da mente, saturadade impulsos inferiores e de sentimentos de vingança, não conseguindo elevar-se e gravitan-do em derredor das paixões violentas e absorventes que por muitos anos elegeram como centrode interesses fundamentais, modificando a própria forma perispiritual humana (ovóides).78

– Como compreenderemos a situação dos centros vitais no caso dos“ovóides”?– Entendereis facilmente a posição dos centros vitais do corpo espiritual,restritos na “ovoidização” – apesar de não terdes elementos terminológicos quea exprimam –, pensando na semente minúscula que encerra dentro dela osprincípios organogênicos da árvore em que se converterá de futuro.

– Existem “parasitas ovóides” vampirizando desencarnados?– Sim, nos processos degradantes da obsessão vindicativa, nos círculosinferiores da Terra, são comuns semelhantes quadros, sempre dolorosos ecomoventes pela ignorância e paixão que os provocam. (EDM, págs. 164 e 200).

78 Capítulos 6º e 7º, páginas 84 e seguintes, observações sobre estas formas ovóides. Veja também do mesmo autorEvolução em Dois Mundos – “Parasitas ovóides”.

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UNIÃO DO PRINCIPIO ESPIRITUAL À MATÉRIA – ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS

O Espiritismo ensina de que maneira se opera a união do Espírito com o corpo,na encarnação.

Pela sua essência espiritual o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não po-de ter ação direta sobre a matéria, sendo indispensável para ele um intermediá-rio, que é o corpo fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. Es-se envoltório é semimaterial, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à espi-ritualidade pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído do flui-do cósmico universal que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial.Esse envoltório, denominado perispírito, faz de um ser abstrato — do Espírito— um ser concreto, definido e apreensível pelo pensamento. Torna-o apto aatuar sobre a matéria tangível, conforme se dá com todos os fluidos imponderá-veis, que, como se sabe, são os motores mais poderosos.Portanto, o fluido perispirítico é o traço de união entre o Espírito e a matéria.Enquanto o Espírito se acha unido ao corpo, a matéria lhe serve de veículo aopensamento, para transmitir o movimento às diversas partes do organismo, asquais atuam sob a impulsão da sua vontade e para fazer que as sensações queos agentes exteriores produzam repercutam no Espírito. Os nervos lhes servemde fios condutores, como no telégrafo, o fio metálico serve de condutor ao flui-do elétrico.Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação,um laço fluídico — que não é mais do que uma ampliação do seu perispírito —o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento daconcepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob ainfluência do princípio vital material do embrião, o perispírito — que possuicertas propriedades da matéria — se une, molécula a molécula, ao corpo emformação, donde podemos dizer que, de certa maneira, o Espírito se enraízanesse embrião, por intermédio do seu perispírito, como uma planta na terra.Quando o embrião chega ao seu pleno desenvolvimento, a união é completa;nasce então o ser para a vida exterior.A observação também assinala um fenômeno particular que sempre acompanhaa encarnação do espírito. Uma vez capturado pelo laço fluídico que o prende aoembrião, o espírito entra em estado de perturbação, que aumenta à medida queo laço se aperta; nos últimos momentos, o espírito perde toda a consciência desi mesmo, de sorte que ele jamais é testemunha consciente do seu nascimento.No momento em que a criança respira, o espírito começa a recobrar as suasfaculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e se consolidam osórgãos que devem servir às suas manifestações. Aqui ainda sobressai asabedoria que preside todas as partes da obra da criação. Faculdades muitoativas usariam e destruiriam órgãos delicados apenas esboçados; eis por que suaenergia é proporcional à força de resistência desses órgãos.. (GE, 11:17, 18 e 20).

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RESUMO

✔ O perispírito, ou corpo fluídico do Espírito é um dos mais importantes produtos do fluidocósmico universal.

✔ O termo perispírito foi criado por Allan Kardec.✔ A noção de um corpo que envolvesse o Espírito esteve presente em inúmeras religiões e

filosofias do passado, tomando denominações variadas.✔ Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito, isto é, forma esse

envoltório a partir dos fluidos ambientes do mundo em que se encontra.✔ A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento

moral do Espírito.✔ A constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou

desencarnados que povoam a Terra.✔ O envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este

realiza em cada encarnação.✔ O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados,

e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias, saneando ou viciando os fluidosambientes.

✔ Os fluidos atuam sobre o perispírito; este, a seu turno, reage sobre o organismo materialcom que se acha em contato molecular.

✔ Os fluidos de boa natureza causam uma impressão salutar no corpo. Os maus podemocasionar desordens físicas.

✔ Por meio de uma espécie de condensação o perispírito, que normalmente é invisível, podetornar-se perceptível à vista.

✔ Pode, o perispírito, chegar a adquirir as propriedades de um corpo sólido e tangível, con-servando, porém, a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível.

✔ A vontade do Espírito é que lhe imprime as modificações que deseje.✔ Na comunicação mediúnica forma-se entre Espírito e médium uma atmosfera f1uídico-

espiritual que permite a transmissão do pensamento e da vontade daquele para este.✔ O perispírito pode sofrer transformações transitórias em sua forma desde que o Espírito

se submeta passivamente às ações magnéticas de Espíritos inferiores e de sentimentos devingança ou paixões violentas.

✔ O fluido perispirítico constitui o traço de união entre o Espírito e a matéria.Bibliografia: Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 6 e 7; A Gênese, Cap. XI – itens 17, 18 e 20 eCap. XIV – itens 7 a 11 e 18; O Livro dos Espíritos, itens 93/95 e 257; Obras Póstumas, 1°parte (Manifestação dos Espíritos) e Revista Espirita – dez 1858; Junho 1861; Jan 1865.Antônio J. Freire. Da Alma Humana – Cap. IV.Gabriel Delanne. A Alma é Imortal, 3a. parte – Cap. I; O Espiritismo Perante A Ciência. 4a.

parte; A Evolução Anímica, Cap. I (A ação psicológica do perispírito) – A Reencarnação,Caps. 2, 7 e 13 e Pesquisas sobre Mediunidade, págs. 24, 53, 56, 69, 192 e 304.Léon Denis. Depois da Morte, Cap. XXI.Zalmino Zimmermann. Perispírito, Caps. I, II, III, V, IX ao XVIII.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Formação e Propriedades do Perispírito.

(GE, XIV itens 7 a 11 e LE, itens 93 a 95).

Grupo 2Ensaio Teórico da Sensação dos Espíritos.

(LE Questão 257).

Grupo 3O Perispírito Como Princípio DasManifestações – (OP, 1a. Parte –

Manifestação dos Espíritos, itens 9 a 14).

Grupo 4O Perispírito ou Corpo Espiritual

(DM, 3a. Parte – Cap. XXI).(EPC, 4a. Parte – Cap. I – Que é o Perispírito).

22a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

PERIGOS E PERDA DA MEDIUNIDADE – CONCEITOS GERAIS.

Um dos perigos reais da mediunidade é a obsessão.Como obsessão entende-se todo e qualquer constrangimento que os Espíritos

inferiores determinam sobre o médium dominando a sua vontade.Todos os que possuem faculdade mediúnica, sem exceção, estão sujeitos a obses-

são, devendo, no entanto, resistir à influenciação negativa dos Espíritos voltados ao mal.Geralmente, nos médiuns em desenvolvimento, a obsessão começa sob a forma

simples, usando os obsessores de vários artifícios para conseguirem o seu intento. Podeevoluir para a fascinação quando o médium acha que é assistido por Espíritos superiores,que na verdade não passam de mistificadores, que sabem explorar sua vaidade, lisonjeandosuas faculdades e colocando-o como um “missionário” com importante papel no mundo.

A evolução pode seguir seu curso normal chegando o médium ao estágio da sub-jugação quando o obsessor domina completamente, tanto sua inteligência quanto sua vontade.

Pelo fato do médium possuir a capacidade de se exteriorizar perispiriticamente,mais acessível se torna à ação dos Espíritos do que as pessoas comuns; Os Espíritos agemsobre o médium através dos pensamentos, envolvendo-o com os seus fluidos que oembaraçam. É um verdadeiro processo de enredamento fluídico.

A presença física do obsessor nem sempre é verificada, porém a sua ação é nota-da pelos resultados de sua influência sobre a mente do médium que lhe está sujeito. À dis-tância, por um fenômeno telepático, pode o obsessor acionar os mecanismos que deseja co-mo um operador de rádio. É lógico que para isso acontecer, devem os dois, médium, e ob-sessor, estar vinculados pelo passado ou por se encontrarem na mesma faixa vibratória, queos identifica.

A renovação espiritual do médium é fator preponderante na solução do problema.Quando não existe outro meio mais efetivo, o médium pode ter suspensa a sua faculdademediúnica, com vistas a se furtar, pelo menos em parte, da ação perniciosa dos obsessores, epara que, também, com a sua faculdade exercitada em regime de perturbação, não venha a ilu-dir e desencaminhar outras criaturas inexperientes que estão em busca de consolo e orientação.

A retirada da faculdade mediúnica deve ser considerada um sinal benéfico e atémesmo uma caridade proporcionada pelos mentores. Poderá ser temporária ou definitiva,dependendo da recuperação moral do médium e da sua disposição de bem cumprir sua tarefa.

Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimôniodivino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno de confiança doSenhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos medi-

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únicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem o in-sulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração inferior, podem dei-xar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento,nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seusdébitos irrefletidos. (O Consolador – Questão 389).

Reconhece-se a obsessão pelas seguintes características: 1) Insistência de um Espírito em comunicar-se queira ou não o médium,pela escrita, pela audição, pela tiptologia etc., opondo-se a que outros Es-píritos o façam.2) Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede dereconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas.3) Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que secomunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem falsidadesou absurdos.4) Aceitação pelo médium dos elogios que lhe fazem os Espíritos que secomunicam por seu intermédio.5) Disposição para se afastar das pessoas que podem esclarecê-lo.6) Levar a mal a crítica das comunicações que recebe.7) Necessidade incessante e inoportuna de escrever.8) Qualquer forma de constrangimento físico, dominando-lhe a vontade eforçando-o a agir ou falar sem querer.9) Ruídos e transtornos contínuos em redor do médium, causados por eleou tendo-o por alvo. (LM, item 243).

Consultar: Encontro Marcado, Cap. 14 de Francisco Cândido Xavier.

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23a. SESSÃO TEÓRICAINCORPORAÇÃO MEDIÚNICA – ASSIMILAÇÃO DAS CORRENTES MENTAIS

INCORPORAÇÃO MEDIÚNICA

É a forma de mediunidade que se caracteriza pela transmissão falada dasmensagens dos Espíritos, é, em nossos dias, a faculdade mais encontrada na práticamediúnica. É uma das mais úteis, pois, além de oferecer a oportunidade de dialogo com osEspíritos comunicantes, ainda permite a orientação e consolação dos Espíritos poucoesclarecidos sobre as verdades espirituais.

O papel do médium, seja ele consciente ou não, é sempre passivo, visto que ser-vindo de intérprete nesse intercâmbio, deve compreender o pensamento do Espírito comuni-cante e transmiti-lo sem alteração, o que é tanto mais difícil, quanto menos treinado estiver.

A incorporação é também denominada psicofonia, preferindo alguns estasegunda denominação porque acham que incorporação poderia dar ideia do Espíritocomunicante penetrando o corpo do médium, fato que sabemos não ocorrer.

Os médiuns são classificados em Conscientes, Semiconscientes e Inconscientes.

ConscientesÉ aquele que durante o transcurso do fenômeno tem consciência plena do queestá ocorrendo. O Espírito comunicante entra em contato com as irradiações pe-rispirituais do médium, e, emitindo também suas irradiações perispirituais, for-ma a atmosfera fluídica capaz de permitir a transmissão do seu pensamento aomédium, que, ao captá-lo, transmitirá com suas possibilidades: capacidade inte-lectual, vocabulário, gestos, etc. O médium age como se fosse um intérprete daideia sugerida pelo Espírito, exprimindo-a conforme sua capacidade própria deentendimento. Esta forma de mediunidade será tanto mais proveitosa quantomaior for a cultura do médium e suas qualidades morais, a influência de Espíri-tos bons e sábios, a facilidade e fidelidade na filtração das ideias transmitidas.Seu desenvolvimento exige estudo constante, bom senso e análise contínua porparte do médium.

Assim, quando encontramos num médium o cérebro cheio de co-nhecimentos adquiridos na sua vida atual, e o seu Espírito rico deconhecimentos anteriores, latentes, próprios a facilitar as nossascomunicações, preferimos servir-nos dele, porque então o fenô-meno da comunicação nos será muito mais fácil do que através deum médium da inteligência limitada, e cujos conhecimentos ante-riores fossem insuficientes. (LM, item 225).

SemiconscientesÉ a forma de mediunidade psicofônica em que o médium sofre uma semi-exteri-orização perispirítica, permitindo que esse fenômeno ocorra. O médium sofreuma semi-exteriorização perispirítica em presença do Espírito comunicante,com o qual possui a devida afinidade; ou quando houve o ajustamento vibrató-rio para que a comunicação se realizasse. Há irradiação e assimilação de fluidosemitidos pelo Espírito e pelo médium; formação da chamada atmosfera fluídica;e transmissão da mensagem do Espírito para o médium. O médium vai tendoconsciência do que o Espírito transmite à medida que os pensamentos daquelevão passando pelo seu cérebro, todavia, o médium deverá identificar o padrãovibratório e a intencionalidade do Espirito comunicante, qualquer possibilidade

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de procedimentos que firam as normas de boa disciplina mediúnica. Ainda naforma semiconsciente, embora em menor grau que na consciente, poderá haverinterferência do médium na comunicação, como repetição de frases e gestos quelhe são próprios, motivo porque necessita aprimorar sempre a faculdade, obser-vando bem as suas reações nos fenômenos, para prevenir que tal fato seja toma-do como “mistificação”. Esta é a forma mais disseminada de mediunidade deincorporação. Geralmente, o médium, precedendo a comunicação, sente umafrase a lhe repetir insistentemente no cérebro; somente após emitir essa primeirafrase é que as outras surgirão. Terminada a transmissão da mensagem, muitasvezes, o médium só lembra, vagamente, do que foi tratado.

InconscientesEsta forma de mediunidade de incorporação, caracteriza-se pela inconsciênciado médium quanto á mensagem que por seu intermédio é transmitida. Isto severifica por se dar uma exteriorização perispiritual total do médium. O fenômeno se dá como nas formas anteriores, somente que numa gradaçãomais intensa. Exteriorização perispiritual, afinidade com a entidade que secomunicará, emissão e assimilação de fluidos, formação da atmosferanecessária para que a mensagem se canalize por intermédio dos órgãos domédium, são indispensáveis. Embora inconsciente da mensagem, o médium é consciente do fenômeno queestá se verificando, permanecendo, muitas vezes, junto da entidade comunican-te, auxiliando-a na difícil empreitada, ou, quando tem plena confiança no Es-pírito que se comunica, poderá afastar-se em outras atividades. O médium, mes-mo na incorporação inconsciente, é o responsável pela boa ordem do desempe-nho mediúnico, porque somente com a sua aquiescência, ou com a sua conivên-cia, poderá o Espírito realizar algo.Os Espíritos esclarecem que quando um Espírito se acha desprendido do seucorpo, quer pelo sono físico, quer pelo transe espontâneo ou provocado, e algoestiver iminente a lhe causar dano ao corpo, ele imediatamente despertara. As-sim também acontecerá com o médium cuja faculdade se acha bem equilibrada,mesmo estando em condições de passividade total; se o Espírito comunicantequiser lhe causar algum dano ou realizar algo que venha contra seus princípios,ele imediatamente tomará o controle do seu organismo, despertando.Geralmente, o médium, ao recobrar sua consciência, nada ou bem poucorecordará do ocorrido ou da mensagem transmitida, Fica uma sensação vaga,comparável ao despertar de um sonho pouco nítido em que fica uma vagaimpressão, mas que a pessoa não saberá afirmar, com certeza, do que se tratou.Nos casos em que é deficiente ou viciosa a educação mediúnica, não há afacilidade do intercâmbio, faltando liberdade e segurança; o médium reage àexteriorização perispirítica, dificulta o desligamento e quase sempre intervémna comunicação, truncando-a. Algumas vezes se torna necessário, para oprosseguimento da educação mediúnica, nos chamados exercícios deincorporação, que os Mentores encarregados de tal desenvolvimento auxiliem omédium para que a exteriorização se dê totalmente. Para evitar o perigo daobsessão, eles cuidarão de exercitar o médium com Espíritos comunicantes quenão lhe ofereçam perigo. Todavia, ainda nesse caso, a responsabilidade pelo

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fenômeno mediúnico está entregue ao médium, pois, se algo lhe for acontecer,ele poderá despertar automaticamente. O mesmo não acontece no fenômenoobsessivo, como já foi estudado.A mediunidade inconsciente é das mais raras no gênero. Para que o médium seentregue plenamente confiante ao fenômeno dessa ordem, é necessário que eletenha confiança na sua faculdade, nos Espíritos que o assistem e,principalmente, no ambiente espiritual da reunião que frequentada.

Vejamos, agora, o que se passa com o médium. Ele é, logo que ofenômeno começa, absolutamente inconsciente. Momentanea-mente, seu cérebro fica quase todo a disposição do Espírito, quedele se serve sem que o encarnado tenha consciência das ideiasque ali se agitam. É uma verdadeira ação reflexa, determinadapor uma influência espiritual, e por intermédio do fluido nervoso.(EPC, p. 265).

ASSIMILAÇÃO DAS CORRENTES MENTAIS

O fenômeno da psicofonia ou incorporação é caracterizado pelo chamadoenvolvimento mediúnico que significa um entrosamento das correntes mentais e vibratóriaspróprias do médium com as do Espírito comunicante.

No fenômeno mediúnico, durante o transe, o médium apresenta condições favo-ráveis à assimilação das correntes mentais com as quais se afiniza. Isso se dá pela irradiaçãoou exteriorização perispirítica, que permite ao médium maior liberdade, podendo ser influ-enciado pelo campo vibratório de Espíritos desencarnados. Havendo a sintonia vibratória omédium passa a sentir, receber ou entenderas vibrações mentais da entidade comunicante.

Todavia, essa assimilação de correntes mentais não se dá apenas entre os doisparticipantes do fenômeno mediúnico, pois as demais pessoas que participam da reuniãotêm importância fundamental, podendo colaborar decisivamente para o bom êxito daempreitada, como também ser causa marcante no fracasso da ligação médium Espírito, porter, através de seus pensamentos, determinado um clima contrário à realização do fenômeno.Assim, todos os participantes, médiuns, orientador, Espírito comunicante, mentoresespirituais, têm grande importância na realização do intercâmbio mediúnico. Muitas vezes,embora o médium esteja em boas condições, o fenômeno não se dá por falta de ambientaçãoadequada e segurança para a realização da delicada tarefa do intercâmbio mediúnico semriscos para a sua integridade física e psíquica.

RESUMO

Incorporação mediúnica é a forma de mediunidade que se caracteriza pelatransmissão falada das mensagens dos Espíritos.

Oferece a oportunidade de diálogo com os Espíritos, sendo portanto uma dasmais úteis.

Quanto melhor treinado estiver, o médium poderá servir com maior fidelidade deintérprete da palavra dos Espíritos.

Também denominada psicofonia, preferindo alguns essa denominação porque otermo incorporação sugeriria penetração do Espírito comunicante no corpo do médium.

Classifica-se a mediunidade em consciente, semiconsciente e inconsciente.O médium consciente é aquele que durante o transcorrer do fenômeno tem

consciência plena do que está ocorrendo.

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O médium transmite a mensagem do Espírito conforme sua capacidade intelectu-al, vocabulário, etc.. O médium è como que um intérprete da ideia sugerida pelo Espírito.

Quanto maior for a cultura do médium e as suas qualidades morais, tanto maisproveitosa será esta forma de mediunidade.

Na forma de semiconsciência o médium sofre uma semi-exteriorização perispiritual.

Nesta forma o médium vai tendo consciência do que o Espírito transmite àmedida que os pensamentos vão passando pelo seu cérebro.

Na mediunidade inconsciente o médium não tem consciência quanto à mensagemque por seu intermédio é transmitida.

Embora inconsciente da mensagem, o médium é consciente do fenômeno queestá se verificando.

O médium, mesmo na incorporação inconsciente, é o responsável pelo bomdesempenho mediúnico.

Ao recobrar a plena consciência, o médium nada ou pouco recordará do ocorrido.O fenômeno da incorporação mediúnica é caracterizado pelo chamado envolvimentomediúnico que significa entrosamento de correntes mentais e vibratórias próprias domédium com as do Espírito comunicante.

Bibliografia: Léon Denis. No Invisível – 2a. Parte, Cap. XIX.Francisco Cândido Xavier. Missionários da Luz, cap. VII e XVI e Nos Domínios daMediunidade, Cap. V.Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. 9Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, 2a. Parte, Cap. 3

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Transe e Incorporação.

(ML, Cap. 16 e EM, Cap. 9).

Grupo 2Psicofonia Consciente.

(NDM, Cap. VI e EM, Cap. 9).

Grupo 3Psicofonia Sonambúlica.

(NDM, Cap. VIII).

Grupo 4Assimilação de Correntes Mentais.

(NDM, Cap. V e EM, Cap. 10.).

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23a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

PERIGOS E PERDA DA MEDIUNIDADE FORMAS DE OBSESSÃO.

Partindo do conceito que obsessão é o constrangimento exercido pelos Espíritosinferiores sobre a vontade dos encarnados, influenciando-os maleficamente, podemosfigurar o fenômeno obsessivo em inúmeras situações, algumas tão sutis e inaparentes quesomente depois de muito tempo é que são evidenciadas.

Para facilidade do aprendizado a OBSESSÃO pode ser estudada sob TRÊSVARIEDADES que apresentam características próprias.

Simples – O Espírito inferior procura, através sua tenacidade, sua persistência, intro-meter-se na vida da pessoa, dando-lhe as mais estranhas sugestões, que no mais das ve-zes contrariam a forma habitual de proceder e pensar da vítima. Esta, com um poucode critério e autoanálise, facilmente identifica que esta sob a influência de um espíritoinferior, e cuidando-se devidamente através de boas leituras, tratamento espiritual, nãolhe oferecera campo mental favorável à sua ação, Procurando viver em clima de eleva-ção, através de boas leituras, de preces, de convívio com pessoas honestas e sérias, emambientes em que se dedicam à prática do bem, estará orientado a sua vida de acordocom os ditames éticos e morais, livrando-se da ação do espírito obsessor ou sofredor.Fascinação – É a forma mais difícil de ser tratada, porque o obsidiado se nega a rece-ber orientação e tratamento, posto que julga não estar sob influência obsessiva, e até,às vezes, acredita que os demais é que se encontram obsidiados, enquanto ele é o únicocerto. Nesta variedade, nota-se que o obsessor se insinua a princípio discretamente evai ganhando terreno, enraizando-se pouco a pouco até se instalar definitivamente,aceito que é, pela pessoa, formando um verdadeiro fenômeno de simbiose psíquica.Geralmente o médium acredita-se estar sendo guiado por uma entidade espiritual de al-to gabarito, pois que usa nome de personagens famosos ou de Espíritos de grande en-vergadura espiritual. Não usando o critério da autoanálise, que no caso inexiste, a pes-soa se torna extremamente crédula em tudo o que vem por seu intermédio acreditando-se missionária, e a qualquer objeção ou questionamento sobre o teor das comunica-ções, suscetibiliza-se, magoa-se e afasta-se das pessoas que a podem esclarecer. Subjugação – É o fenômeno de uma criatura encarnada estar sob domínio completo etotal de uma entidade desencarnada. É de fácil diagnóstico, porém, para a cura dessetipo de obsessão há a necessidade da melhora moral do médium e que o Espíritoobsessor seja levado a arrepender-se do mal que está praticando, através dedoutrinações feitas por quem tenha superioridade moral. Não se julgue que nessavariedade o Espírito obsessor tome lugar no corpo do obsidiado; há sim umasupremacia da sua vontade, dominando completamente a do médium. A pessoa nesseestado realiza coisas que no estado normal não realizaria, diz e faz aquilo que não é deseu hábito.

Consultar: O Consolador, Questões 381 e 393 a 396 de Francisco Cindido Xavier eEstudando a Mediunidade, Cap. 11 de Martins Peralva.

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24a. SESSÃO TEÓRICACONHECIMENTO DAS COISAS

A EPÍFISE E OS CENTROS DE ENERGIA VITAL

OS TIPOS DE CONHECIMENTO

O conhecimento está diretamente ligado ao homem, à sua realidade. O conheci-mento pretende idealizar o bem-estar do ser humano, logo o conhecimento advém das rela-ções do homem com o meio. O indivíduo procura entender o meio partindo dos pressupos-tos de interação do homem com os objetivos. É uma forma de explicar os fenômenos das re-lações, seja, entre sujeito/objeto, homem/razão, homem/desejo ou homem/realidade. A for-ma de explicar e entender o conhecimento passa por várias vertentes como: a) Conhecimen-to Empírico (senso comum), b) Conhecimento Filosófico, c) Conhecimento Científico e o d)Conhecimento Revelado ou Teológico.

a) O conhecimento empírico surge da relação do ser com o mundo. Todo ser humanoapodera-se gradativamente deste conhecimento, ao passo que lida com sua realidadediária. Não há uma preocupação direta com o ato reflexivo, ocorre espontaneamente.É um conhecimento do tipo abrangente dentro da realidade humana. Não está calcadaem investigações.

b) O conhecimento filosófico surge da relação do homem com seu cotidiano, porém pre-ocupa-se com respostas e especulações destas relações. Não é um conhecimento es-tático, ao contrário sempre está em transformação. Considera seus estudos de modoreflexivo e crítico. É um estudo racional, porém não há uma preocupação de verifica-ção. As Teorias do Conhecimento expõem o caminho a ser seguido até se alcançar aSabedoria.79 Para os filósofos que trataram do assunto, a multiplicidade das opiniõese das sensações não pode ser considerada como conhecimento. Na obra Teeteto, dePlatão, identificamos várias hipóteses sobre a Teoria do Conhecimento, sendo impos-sível tomá-las como verdadeiras. No diálogo, um dos personagens, Teeteto, argumen-ta que sensação e conhecimento são a mesma coisa. Após cuidadosa análise por partede Sócrates, esta ideia é descartada. O que aparece na sensação? A mudança inces-sante. Assim, nunca se poderá dizer de alguma coisa o que ela é efetivamente, mesmoporque em termos rigorosos, nem sequer podemos dizer que ela “é”, mas apenas queela “se torna” isso ou aquilo, sem cessar, pois essa é uma das características da natu-reza de tudo o que é manifestado.

c) O conhecimento científico precisa ser provado. O conhecimento surge da dúvida ecomprovado concretamente, gerando leis válidas. É passível de verificação e investi-gação, então acaba encontrando respostas aos fenômenos que norteiam o ser humano.Usa os métodos para encontrar respostas através de leis comprobatórias, as quais re-gem a relação do sujeito com a realidade. Uma Ciência particular, como a física, aquímica ou a biologia, representa sempre um conjunto de conhecimentos sistemáticossobre certos grupos de fenômenos. Esses conhecimentos são adquiridos por processosmetódicos de observação controlada ou de pesquisa rigorosa sobre o campo da res-pectiva especialização. O caráter dessa forma de conhecimento é essencialmente ana-lítico. Ex: física, química, biologia etc.

d) O conhecimento teológico é normativo, preocupa-se com verdades absolutas, verda-des que só a fé pode explicar. “O sagrado é explicado por si só. Não há importância averificação. Acredita-se que o conhecimento é explicado pela religião. Tudo parte do

79 Kant, I. Crítica da Razão Pura (Conhecimento); Crítica da Faculdade do Juízo (Estética); Crítica da Razão Prática(Moral: Como deveríamos Agir) e Fundamentação da Metafisica dos Costumes.

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religioso, os valores religiosos são incontestáveis. Esse conhecimento é também ad-quirido por processos metódicos, mas seu objeto, por ser essencialmente transcenden-te, não é passível de comprovação discursiva (como das Ciências matemáticas), nemde observação controlada (como o das Ciências experimentais). Seu princípio funda-mental é a aceitação das verdades resultantes da revelação sobrenatural”.80

Todavia, quanto a esta última forma de conhecimento revelado, a DoutrinaEspírita submete-o a duas formas de comprovações, a saber: o fato de não contrariar as leisda natureza, sendo, portanto, racionalmente admissível (não ferir a razão), e consensouniversal, isto é, ser revelado em vários lugares, por diversas pessoas (médiuns e Espíritos),não ser fruto do pensamento de uma época ou de uma cultura.

EPÍFISE

A Glândula Pineal (epífise neural) ou Corpo Pineal, é uma glândula endócrina detamanho pequeno localizado na parte superior do terceiro ventrículo do encéfalo, ou seja, naparte central do cérebro humano. “Em todos os vertebrados, a glândula pineal, corpo pinealou epífise, origina-se embriologicamente de um divertículo ependimário no teclo do III ven-trículo, entre as comissuras posterior e habenular”.81 Tem a “forma de uma pinha”, e é poucoconhecida pela Ciência, embora desde Galeno (130 a 201 A.C.) e na antiguidade grega jáfosse descrita. Os neurologistas situam-na à frente do Cerebelo, acima dos Tubérculos Qua-drigêmeos e por baixo do Corpo Caloso. As funções do Corpo Pineal são desconhecidas, po-rém, a verificação de casos de puberdade precoce (macrogenitossomia) e de tumor da Epífi-se levou os cientistas a concluírem que a glândula tem papel importante no controle sexualno período infantil. Sua funcionalidade parece também estar ligada ao sono, produzindomaior quantidade de melatonina durante a noite. Já durante a claridade da luz do dia é pro-duzida uma quantidade menor deste hormônio.

Com essa pequena introdução podemos passar ao estudo do que André Luiz nosrevela, traduzindo a palavra do Instrutor Alexandre, a respeito da Epífise em seu livroMissionários da Luz, recebido mediunicamente por Francisco Cândido Xavier.

A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundosmaravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se acriatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixõesvividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos.Enquanto o nosso companheiro se aproveitava da organização mediúnica, vali-me das forças magnéticas que o instrutor me fornecera, para fixar a máximaatenção no médium. Quanto mais lhe notava as singularidades do cérebro, maisadmirava a luz crescente que a epífise deixava perceber. A glândula minúscula transformara-se em núcleo radiante e, em derredor, seusraios formavam um lótus de pétalas sublimes. Sobre o núcleo semelhante agoraa flor resplandecente, caía luzes suaves, de Mais Alto, reconhecendo eu que alise encontravam em jogo vibrações delicadíssimas, imperceptíveis para mim. Segundo os orientadores clássicos, circunscreviam–se suas atribuições ao con-trole sexual no período infantil. Não passava de velador dos instintos, até queas rodas da experiência sexual pudessem deslizar com regularidade, pelos ca-minhos da vida humana. Depois, decrescia em força, relaxava-se, quase desa-parecia, para que as glândulas genitais a sucedessem no campo da energia ple-na. Não se trata de órgão morto, segundo velhas suposições – prosseguiu ele. –É a glândula da vida mental. Ela acorda no organismo do homem, na puberda-

80 Santos, Theobaldo Miranda. Manual de Filosofia, Cap.11.81 Machado, A. Neuroanatomia Funcional, págs. 57 (item 5.0) e 238 (item 2.1.1).

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de, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avan-çado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. Ela preside aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevadaexpressão no corpo etéreo. Desata, de certo modo, os laços divinos daNatureza, os quais ligam as existências umas às outras, na sequência de lutas,pelo aprimoramento da alma, e deixa entrever a grandeza das faculdadescriadoras de que a criatura se acha investida. As glândulas genitais segregam oshormônios do sexo, mas a glândula pineal, se me posso exprimir assim, segrega“hormônios psíquicos” ou “unidades-força” que vão atuar, de maneira positiva,nas energias geradoras.Limitemo-nos ao assunto inicial e analisemos a epífise, como glândula da vidaespiritual do homem.Segregando delicadas energias psíquicas – prosseguiu ele –, a glândula pinealconserva ascendência em todo o sistema endocrínico. Ligada à mente, atravésde princípios eletromagnéticos do campo vital, que a ciência comum ainda nãopode identificar, comanda as forças subconscientes82 sob a determinação diretada vontade. Na qualidade de controladora do mundo emotivo, sua posição naexperiência sexual é básica e absoluta. De modo geral, todos nós, agora ou nopretérito, viciamos esse foco sagrado de forças criadoras, transformando-o numímã relaxado, entre as sensações inferiores de natureza animal. Do lastimávelmenosprezo a esse potencial sagrado, decorrem os dolorosos fenômenos da he-reditariedade fisiológica, que deveria constituir, invariavelmente, um quadro deaquisições abençoadas e puras. À vontade desequilibrada desregula o foco denossas possibilidades criadoras. Centros vitais desequilibrados obrigarão a al-ma à permanência nas situações de desequilíbrio. Segregando “unidades-força” – continuou –, pode ser comparada a poderosausina, que deve ser aproveitada e controlada, no serviço de iluminação,refinamento e benefício da personalidade e não relaxada em gasto excessivo dosuprimento psíquico, nas emoções de baixa classe. Refocilar-se no charco dassensações inferiores, à maneira dos suínos, é retê-la nas correntes tóxicas dosdesvarios de natureza animal, e, na despesa excessiva de energias sutis, muitodificilmente consegue o homem levantar-se do mergulho terrível nas sombras,mergulho que se prolonga, além da morte corporal. Contra os perigos possíveis, na excessiva acumulação de forças nervosas, comosão chamadas às secreções elétricas da epífise, aconselharam aos moços detodos os países o uso do remo, da bola, do salto, da barra, das corridas a pé. Amedida, embora satisfaça em parte, é, contudo, incompleta e defeituosa.Incontestavelmente, a ginástica e o exercício controlados são fatores valiososde saúde; a competição esportiva honesta é fundamento precioso desocialização; no entanto, podem circunscrever-se a meras providências, embenefício dos ossos, e, por vezes, degenera-se em elástico das paixões menosdignas. O homem vive esquecido de que Jesus ensinou a virtude como esporteda alma, e nem sempre se recorda de que, no problema do aprimoramentointerior, não se trata de retificar a sombra da substância e sim a substância emsi mesma. (Ibidem, 15, 16, 17 e 18)

82 O termo subconsciência ou subconsciente (literalmente, “abaixo da consciência”). Apesar de ser um termo poucousado na terminologia científica, é muito difundido na cultura popular (O Ser Subconsciente de Gustave Geley), onde éutilizado ora como sinônimo de “inconsciente” ou de “pré-consciente” (termos da teoria psicanalítica), ora, quando nãose deseja fazer referência à obra de Sigmund Freud, para indicar de maneira geral todo o conteúdo da mente que não éacessível à consciência. Em sentido amplo, o subconsciente é, assim, a parte da mente não diretamente acessível aoindivíduo, mas alcançável através de técnicas diversas como a hipnose, a psicoterapia, as mensagens subliminares etc.

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CENTROS DE FORÇAS

No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papelmais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humanaintensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera. Énela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grandemaioria deles, a potência divina dorme embrionária. (Ibidem, 13).

Estamos imersos num mar de fluidos, derivados do Fluido Cósmico Universal, eabsorvendo e metabolizando o Fluido Vital, que por si só, separado da matéria, que animali-za, não tem existência. Essa absorção que se da automaticamente é feita pelos denominadosCentros de Força ou Chakras83, “pontos existentes no corpo espiritual em conexão perma-nente com os plexos (rede ou interconexão de nervos e vasos sanguíneos ou de vasos linfáti-cos), dos quais flui energia em constante intercâmbio de um para outro. Temos, assim, aenergia se movimentando dentro dos centros de força em comunhão constante com os ple-xos, produzindo diferentes estados mentais. Temos esses pontos em diversas partes do cor-po, cada centro correspondendo a um órgão específico do corpo e a um aspecto de nossa vi-da, desde o instinto básico de sobrevivência até a mais alta frequência de consciência. Na vi-são orientalista, esses centros de força são considerados e muitas vezes chamados de ‘lótus’(flor com muitas pétalas), roda (cakra) ou mesmo ‘centros’, que constituem a sede dos ele-mentos do corpo”.84

André Luiz, no livro Entre a Terra e o Céu, refere-se a denominação Centros deForça para designar esses centros perispirituais. O instrutor Clarêncio, estudando a fisiologiado perispírito explica a André Luiz a existência dos Centros de Força e os apresenta emnúmero de sete principais.

Centro Coronário: Expressão máxima do veículo perispiritual, considerado pelafilosofia hindu como sendo o lótus de mil pétalas, por ser o mais significativo emrazão do seu alto potencial de radiações, de vez que nele assenta a ligação com amente, fulgurante sede da consciência. Esse centro recebe em primeiro lugar osestímulos do Espírito, comandando os demais, vibrando, todavia, com eles emjusto regime de interdependência. Dele emanam as energias de sustentação dosistema nervoso e suas subdivisões, sendo o responsável pela alimentação dascélulas do pensamento e o provedor de todos os recursos eletromagnéticosindispensáveis á estabilidade orgânica. É, por isso, o grande assimilador dasenergias solares e dos raios da Espiritualidade Superior, capazes de favorecer asublimação da alma. Relaciona-se materialmente com a Epífise. (p. 72)Centro Cerebral: Também denominado Frontal, responsável direto pelo funciona-mento dos centros superiores do processo intelectivo, bem como do sistema ner-voso central (visão, audição, tato, etc.). é no Centro Cerebral que possuímos o co-mando do núcleo endócrino, referentes aos poderes psíquicos. Relaciona-se comos lobos Frontais.Centro Laríngeo: Que preside aos fenômenos vocais, inclusive às atividades doTimo, da Tireoide e das Paratireoides. Está relacionado materialmente com oplexo cervical.Centro Cardíaco: Que sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral, bemcomo é o responsável pelo funcionamento do coração e do aparelho circulatório.Relaciona-se com o plexo cardíaco.

83 Releia Novamente a 7a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO (p. 47).84 Marques, L. A. Compêndio de Religiões e Espiritualidades, p. 76.

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Centro Esplênico: Que no corpo denso está diretamente relacionado com o plexomesentérico e o baço, regulando a distribuição e a circulação adequada dos re-cursos vitais, da formação e reposição das defesas orgânicas através do sangue.Centro Gástrico: Responsável pelo funcionamento do aparelho digestivo, pela as-similação de elementos nutritivos e reposição de fluidos em nossa organizaçãofísica. Está situado na mesma posição do plexo solar.Centro Genésico: Também denominado Centro de Força Básico ouFundamental, responsável pelos órgãos da reprodução e das emoções sexuais,relacionando-se materialmente com o plexo hipogástrico.

Não podemos olvidar, porém, que o nosso veículo sutil, tanto quanto o corpode carne, é criação mental no caminho evolutivo, tecido com recursos tomadostransitoriamente por nós mesmos aos celeiros do Universo, vaso de que nosutilizamos para ambientar em nossa individualidade eterna a divina luz dasublimação, com que nos cabe demandar as esferas do Espírito Puro. Tudo étrabalho da mente no espaço e no tempo, a valer-se de milhares de formas, a fim depurificar-se e santificar-se para a Glória Divina. (ETC, p. 73).

O Fluido Cósmico Universal é absorvido e metabolizado em Fluido Vital,circulando por esses diversos Centros de Força, canalizando de acordo com o padrãovibratório de cada um, irradiando-se em torno de seu possuidor com suas característicasparticulares, formando o denominado hálito mental ou aura psíquica, A estimulação de umdeterminado Centro de Força poderá compensar ou descarregar um outro. Daí a denominadasublimação de certas energias que, quando bem canalizadas, poderão suprir a falta deestímulo em um ou em outro Centro de Força.85

Quando a nossa mente, por atos contrários à Lei Divina, prejudica a harmoniade qualquer um desses fulcros de força de nossa alma, naturalmente se escravi-za aos efeitos da ação desequilibrante, obrigando-se ao trabalho de reajuste.(ETC, p.73).

RESUMO

As formas de conhecimento, segundo a filosofia são:Conhecimento Empírico (vulgar ou senso comum), Conhecimento Filosófico,

Conhecimento Científico e o Conhecimento Revelado ou Teológico.A Doutrina Espírita submete o conhecimento revelado a duas formas de compro-

vações; 1) não contrariar as leis da natureza (não ferir a razão) e 2) Consenso Universal. ARazão não constitui objetos, mas tem uma função reguladora das ações humanas.

A Epífise ou Glândula Pineal é pouco conhecida pela Ciência, embora já tenhasido descrita desde a antiguidade grega. Segundo o conhecimento científico não passaria deglândula controladora do sexo no período infantil.

A revelação espiritual informa ser a Epífise a glândula da vida mental.Preside os fenômenos nervosos da emotividade, segregando “unidades-força” que

atuam, de maneira positiva, nas energias geradoras.Segrega delicadas energias psíquicas, conserva ascendência em todo o sistema

endocrínico, comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade econtrola o mundo emotivo.

85 Releia Novamente a 8a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO (p. 52).

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A Epífise desempenha o papel mais importante em qualquer modalidade deexercício mediúnico. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica opoder de emissão e recepção de raios peculiares á esfera espiritual.

Os principais Centros de força do perispírito são em número de sete.1) Coronário – representa a expressão máxima dentre eles, embora exista um justo

regime de interdependência entre todos. Está ligado diretamente com a mente.

2) Frontal – responsável pelos centros superiores do processo intelectivo.3) Laríngeo – preside os fenômenos vocais.

4) Cardíaco – sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral da criatura.5) Esplênico – regula a distribuição e circulação dos recursos vitais bem como a

formação e reposição das defesas orgânicas.

6) Gástrico – responsável pela assimilação de elementos nutritivos e reposição dosfluidos no organismo físico.

7) Genésico – encarregado dos órgãos de reprodução e pelas emoções daí advindas.

O fluido cósmico universal depois de absorvido e metabolizado em fluido vital,circula por esses Centros de Força e irradia-se ao derredor do seu possuidor formando a aurapsíquica.

Bibliografia: Francisco Cândido Xavier – Missionários da Luz; Caps. 1 e 2 e Entre a Terra e o Céu, Cap. 20;Mecanismos da Mediunidade, Cap. 10 (item Corrente Mental Humana) e Evolução Em DoisMundos, Cap. 2.Gustave Geley – O Ser Subconsciente, 2o. Capítulo, item IX.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1A Epífise.

(ML, Cap. 2).

Grupo 2Os Centros De Força.

(ETC, Cap. 20).

Grupo 3Corrente Mental Humana.

(MM, Cap. 10).

Grupo 4Corpo Espiritual.(EDM, Cap. 2).

24a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

PERIGOS E PERDA DA MEDIUNIDADE COMBATE A OBSESSÃO.

O tratamento da obsessão, de uma forma geral, não prescinde do interesse doobsidiado ou de pessoas a ele ligadas. Isto equivale dizer que ha necessidade do própriointeressado ou das pessoas que o rodeiam, buscar efetivamente os meios e recursosnecessários à debelação do mal. Como o processo sempre tem raízes espirituais, um dosprimeiros cuidados é no sentido de que haja um entendimento sobre o que está ocorrendopara que medidas acauteladoras e certas sejam tomadas.

O tratamento deve ser feito por um grupo de médiuns e nunca por um,isoladamente, e o recinto de preferência deve ser o de um Centro Espírita, ou outro localespecializado, como por exemplo, o de um Sanatório Espírita.

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COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 176

A reunião, para tratamento desses casos, também deve guardar características deespecialidade, a fim de que os esforços e o trabalho em comum sejam orientados tãosomente em um só sentido.

A prática de leituras sadias, instrutivas, moralizantes; a frequência a reuniões deesclarecimento doutrinário; o tratamento através de passes; a realização frequente de precese de meditação sobre assuntos de interesse espiritual, são recursos necessários a seremmovimentados pelo interessado e pelos elementos a ele ligados.

Há três regiões orgânicas fundamentais que demandam extremo cuidado nosserviços de liberação da alma: o centro vegetativo, ligado ao ventre, como sededas manifestações fisiológicas; o centro emocional, zona dos sentimentos edesejos, sediado no tórax, e o centro mental, mais importante por excelência,situado no cérebro. (OVE, p. 116).

O ambiente do lar do assistido deve receber uma atenção especial. Os familiaresdevem fazer tudo que estiver ao alcance para tornarem-no favorável à recuperação. OEvangelho no Lar é uma prática indispensável, porque propicia ao recinto doméstico o enri-quecimento de elementos fluídicos e a sintonia das almas em torno dos sagrados ensinos doMestre Jesus.

Como o processo obsessivo quase sempre tem raízes profundas, as melhoras sãomuito relativas em termos de nosso tempo. Algumas vezes, não notando sinais externos demelhora, devido a pressa, achando que tudo deve ser feito rapidamente, abandonam otratamento, caindo na descrença ou procuram outros recursos que julgam ser mais eficientese rápidos. A perseverança é necessária para seguir com paciência o tratamento e a certeza deque a Bondade Divina atende a todos mediante o merecimento de cada um.

Além do passe e do esclarecimento do assistido, um dos recursos heroicos nocombate à obsessão é a chamada sessão de desobsessão, ou seja, onde é possível orientar eesclarecer o Espírito “obsessor”. Um grupo de médiuns seguros, sob a tutela de umorientador que possua autoridade moral para dirigir-se aos Espíritos obsessores, conhecedordo assunto, com facilidade para a orientação e que use sempre de bondade, age procurandoorientar, ensinar, esclarecer o obsessor quanto aos males que está praticando.

Reconhecendo que a vítima de hoje foi o verdugo de ontem e que a lei do perdãoliberta o que perdoa, mas não livra o algoz do pagamento de suas dívidas, compreendemosque a Lei é sabia e justa.

As reuniões de orientação e desobsessão na Casa Espírita, devem ser feitas comum extremo critério de preparo dos Médiuns e Orientadores. O assistido NUNCA deve estarpresente na sala onde será feito a orientação ao desencarnado, indo para casa após a palestrae o passe e se possível ficar em preces, leituras ou meditação para auxiliar o trabalho deOrientação Espiritual ao desencarnado.

Orientado o desencarnado, o assistido deve ser esclarecido quanto a necessidadede modificação das suas atitudes perante a vida, mormente no que diz respeito à vida moral,a fim de não ser vítima de novas obsessões. Somente a persistência no bem possibilita quenos livremos dos maus.

Consultar: Encontro Marcado, Cap. 56 e Pão Nosso, Cap. 175 de Francisco Cindido Xavier.

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Hora de Exercitar 15!Para responder este Exercício, consulte os resumos das 22a. Sessão Teórica,

22a. Sessão de Exercício Prático e 23a. Sessão Teórica.

A) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:

1. ( ) Observando o Perisperma que envolve o gérmen de um fruto foi que Allan Kar-dec, descobriu e deu o nome de perispírito ao mediador fluídico entre a alma e o corpo.

2. ( ) Obsessão é um constrangimento imposto pelos Espíritos inferiores a um médium, dominando-lhe a vontade.

3. ( ) Nem todos os médiuns estão sujeitos à obsessão.

4. ( ) A assimilação das correntes mentais se dá pela irradiação ou exteriorização perispi-rítica do médium, que assim pode ser influenciado pelo campo vibratório de Espíri-tos desencarnados afins.

B) Assinale as Alternativas INCORRETAS.5. A formação do perispírito esta ligada ao seguinte:

a) ( ) é um produto do Fluido Cósmico Universal;b) ( ) é uma matéria em estado igual ao do corpo físico;c) ( ) é uma condensação do fluido cósmico universal em torno da Alma;d) ( ) é constituído de fluidos mais ou menos puros conforme a elevação do Espírito;e) ( ) é composto de um fluido sem qualidades etéreas;f) ( ) é constituído de elementos fluídicos do mundo onde se encontra o Espírito;g) ( ) é extraído de um meio diferente daquele onde se encontra o Espírito; h) ( ) sua constituição íntima é igual em todos os Espíritos;i) ( ) modifica-se com o progresso moral que o Espírito realiza.

6. São sinais de um processo de Obsessão do Médium: a) ( ) sensibilizar-se ante as críticas das comunicações que recebe; b) ( ) insistência de um Espírito em comunicar-se;c) ( ) ilusão quanto à falsidade e o ridículo das comunicações; d) ( ) acreditar na infalibilidade dos Espíritos; e) ( ) aceitação de elogios feitos pelos Espíritos; f) ( ) todas as alternativas devem ser marcadas; g) ( ) apenas a alternativa (a) deve ser marcada.

C) Assinale as Alternativas CORRETAS.7. O Perispírito possuí propriedades importantes, tais como:

a) ( ) Une-se molécula a molécula ao organismo;b) ( ) pode expandir-se e permitir a relação do Espírito encarnado com os desencarnados;

c) ( ) assimila com facilidade os fluidos espirituais;d) ( ) transmite ao corpo os fluidos que absorve;e) ( ) absorvendo maus fluidos para o corpo ocorre desordens orgânicas;f) ( ) pode irradiar e expandir-se, confundindo-se com os fluidos Espirituais;g) ( ) apenas duas alternativas estão erradas.

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D) Médium poderá perder a sua faculdade MEDIÚNICA.

a) ( ) para evitar a ação perniciosa de obsessores;

b) ( ) pela inveja de pessoas maldosas:

c) ( ) quando perturbada e cria prejuízos e ilusão a criaturas necessitadas;

d) ( ) por ordem do d i r i gente da sessão onde trabalha;

e) ( ) como benefício e caridade dos mentores;

f) ( ) pelos obstáculos que oponha às comunicações;

g) ( ) temporária ou definitivamente conforme sua condição moral;

h) ( ) pela dúvida que alimenta com respeito aos sintomas mediúnicos.

E) Preencha as lacunas com as palavras correspondentes.

9. Nos médiuns a obsessão pode iniciar pela sua forma ________________, evoluir para a________________ e chegar até ________________ ou domínio completo do________________.

10. Na obsessão o fator principal para a solução desse processo é a ________________espiritual do ________________.

11. A psicofonia ou ________________ caracteriza-se pelo ________________ mediúnicoque é um entrosamento das ________________ mentais e ________________ do médiumcom as do ________________ comunicante.

12. Numere as colunas da direita, de acordo com a sua representatividade.

(1) Começos

(2) Carne Sutil Da Alma

(3) Nephesh

(4) Paracelso

(5) Escola Néo-Platonica

(6) Corpo Espiritual

(7) Sistemas Hermético-Secretistas

(8) Ochema

(9) Linga Sharira

(10) China

( ) Esoterismo

( ) Coríntios

( ) Egito

( ) Pitágoras

( ) Corpo luminoso

( ) Corpo Astral

( ) Substância Mista

( ) Filósofo grego

( ) Judeu

( ) Kha

( ) Rig-Veda

( ) Corpo Aeriforme

( ) Paulo (apóstolo)

( ) Confúcio

( ) Astroide

( ) Evestrum

( ) Livro dos Vedas

( ) Tradicionalismo Chinês

( ) Alexandria

( ) Khi

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13. Numere a 2a. Coluna de acordo com a 1a.

(1) Bicorporeidade

(2) Perispírito e Comunicação Mediúnica

(3) Alteração Perispiritual

(4) Transfiguração

(5) Aparições

(6) União Espírito e Corpo Físico

( ) modificação molecular do perispírito, tor-nando-se momentaneamente visível e vaporoso.( ) ovóide.( ) irradiação do perispírito em torno do corpo, podendo este assumir outra aparência.( ) aparição do perispírito condensado e tan-gível fora do corpo físico.( ) ligação fluídica do Espírito ao gérmen.( ) obsessão simples,( ) atmosfera f1uídico-espiritual necessária à transmissão do pensamento.( ) modificação perispiritual por ação de Es-píritos inferiores e inteligentes.( ) traço de união entre o Espírito e a matéria.

14. Numere a 2a. Coluna de acordo com a 1a.

(A) Médium Semiconsciente

(B) Incorporação Mediúnica

(C) Médium Inconsciente

(D) Médium Consciente

( ) intérprete da ideia do Espírito.

( ) inconsciente da mensagem, mas não do fenômeno.

( ) pode interferir na comunicação.

( ) transmissão falada da mensagem do Espírito.

( ) semi-exteriorizaçao perispirítica.

( ) é raro; e, a mensagem, pode parecer ao médium comoum sonho vago, impreciso.

( ) o comunicante se entrosa com as irradiações perispi-ríticas do médium.

( ) se necessário poderá tomar imediato controle do corpo.

( ) psicofonia.

( ) exteriorização perispiritual total do médium.

( ) poderá auxiliar o comunicante ou afastar se.

( ) após o transe poderá ter uma lembrança vaga do que ocorreu.

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Hora de Exercitar 16!Para responder este Exercício, consulte os resumos das 23a. Sessão de Exercício Prático,

24a. Sessão Teórica e 24a. Sessão de Exercício Prático.

A) Jogo da Palavra Chave – Hipogástrico.

1) Plexo com o qual se relaciona materialmente o Centro Laríngeo.

2) Glândula da vida mental, segundo o instrutor Alexandre.

3) Centro de força do qual se originam as energias sustentadoras do sistema nervoso; ló-tus de mil pétalas dos hindus.

4) Centro de força que preside os fenômenos vocais.

5) Centro responsável pelo processo intelectivo e pelo sistema nervoso central.

6) Centro responsável pelos órgãos de reprodução e das emoções.

7) Centro responsável pelo funcionamento do aparelho digestivo.

8) Sinônimo do Centro Cerebral.

9) Centro regulador de distribuição e circulação dos recursos vitais através do sangue.

10) Centro que sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral.

11) Plexo localizado na posição que corresponde ao Centro Gástrico no perispírito.

H1 I

2 P3 O

4 G5 Á

6 S7 T

8 R9 I

10 C11 O

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B) Assinale as Alternativas CORRETAS.12. A glândula pineal, epífise ou corpo pineal tem as seguintes funções:

a) ( ) o controle do sexo no período infantil;

b) ( ) preside os fenômenos nervosos da emotividade;

c) ( ) segrega “hormônios psíquicos” que atuam positivamente nas energias geradoras;

d) ( ) controla o sistema endocrínico através de energias espirituais sutis;

e) ( ) controla o mundo emotivo com ligação absoluta com a experiência sexual;

f) ( ) comanda as forças subconscientes através de princípios eletromagnéticos do campo vital;

g) ( ) tem importância fundamental no exercício mediúnico de qualquer modalidade;

h) ( ) todas as alternativas estão corretas;

i) ( ) somente as alternativas 2 e 3 estão erradas.

13. A vontade desequilibrada e o menosprezo aos sagrados potenciais da epífise GERAM:a)( ) as dolorosas influências obsessivas;

b)( ) os estados patológicos de idiotia e do cretinismo;

c)( ) os fenômenos dolorosos da hereditariedade fisiológica;

d)( ) a esquizofrenia, a histeria e a alucinação;

e)( ) a permanência da alma em situações de desequilíbrio.14. Para a manutenção do equilíbrio das forças nervosas geradas pela epífise, o instrutor

Alexandre aconselha aos ouvintes as seguintes medidas:a)( ) a ginástica e o esporte como meios principais;

b)( ) a ginástica e o esporte como recursos relativos e de socialização;

c)( ) o exercício da virtude como esporte da alma;

d)( ) o exercício mediúnico desde a infância;

e)( ) a satisfação das emoções para evitar traumas nervosos.

C) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:15. Para que o tratamento da obsessão tenha efeito positivo, são necessárias as seguintes

condições:a) ( ) que haja um entendimento do que seja processo obsessivo;

b) ( ) a demora dos resultados justificará a atitude de descrença e abandono do trata-mento pelo obsidiado;

c) ( ) a prática de leituras instrutivas e moralizantes pelo obsidiado e familiares;

d) ( ) frequência do obsediado a reuniões de esclarecimento doutrinário e de passes;

e) ( ) realização habitual de preces espontâneas e meditação sobre assuntos de inte-resse espiritual;

f) ( ) cuidado especial com o ambiente familiar e realização do Evangelho no Lar.

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16. Uma sessão de desobsessão:

a) ( ) é uma reunião de médiuns seguros sob a tutela de orientador com autoridade moral e conhecedor do assunto;

b) ( ) deve dar condições de diálogo com o Espírito obsessor, com ausência do obsi-diado, esclarecendo-o com bondade o mal que prática e a necessidade do perdão;

c) ( ) não necessita de preparo moral e doutrinário dos médiuns. Basta o desejo de servir, pois a fé remove montanhas.

17. Numere a 2a. Coluna de acordo com a 1a.

A) Obsessão Simples

B) Fascinação

C) Possessão ou Subjugação

( ) ausência de autoanalise e suscetibilidade,

( ) é de fácil diagnóstico.

( ) o obsessor imiscui-se na vida do obsidiado com su-gestões extravagantes.

( ) forma de mais difícil tratamento.

( ) facilmente identificável com critério e autoanálise.

( ) domínio total do obsessor sobre o obsediado.

( ) o obsessor se impõe ao obsediado sutilmente.

( ) o comportamento cristão do obsediado anulará a açãodo obsessor.

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25a. SESSÃO TEÓRICAO SONO E OS SONHOS. EXTERIORIZAÇÃO DO SER HUMANO.TELEPATIA. DESDOBRAMENTO. OS FANTASMAS DOS VIVOS;

DESDOBRAMENTO MEDIÚNICO.

O SONO E OS SONHOS

Ainda que, durante a vida, o espírito se encontre preso ao corpo pelo perispíri-to, ele não se acha tão escravizado que não possa alongar sua corrente e trans-portar-se para longe, seja sobre a Terra, seja sobre qualquer ponto do espaço. Écom desgosto que o espírito está ligado ao seu corpo, porque sua vida normal éa liberdade, enquanto que a vida corpórea é a do servo preso à gleba de terra. O espírito, portanto, sente-se feliz em deixar o corpo, como o pássaro em sairda gaiola, ele aproveita todas as ocasiões para se libertar dele, fazendo uso detodos os instantes em que a sua presença não é necessária à vida de relação.Ocorre, então, o fenômeno designado sob o nome de emancipação da alma, queacontece sempre durante o sono: todas as vezes que o corpo repousa e que ossentidos ficam inativos, o espírito se desprende. (GE, 14:23).O Espírito encarnado aspira incessantemente à libertação, e quanto maisgrosseiro é o envoltório, mais deseja ver-se desembaraçado.(...) o Espírito jamais fica inativo. Durante o sono, os liames que o unem aocorpo se afrouxam e o corpo não necessita do Espírito. Então ele percorre oespaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.Esta liberdade temporária do Espírito comprova-se através dos sonhos. Sabeisque, quando o corpo repousa, o Espírito dispõe de mais faculdades que noestado de vigília. Tem a lembrança do passado e às vezes a previsão do futuro;adquire mais poder e pode entrar em comunicação com os outros Espíritos,seja deste mundo, seja de outro.Por efeito do sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com omundo dos Espíritos, e é isso o que faz que os Espíritos superiores consintam,sem muita repulsa, em encarnar-se entre vós. Deus quis que, durante o seu con-tato com o vício, pudessem eles retemperar-se na fonte do bem, para não fali-rem, eles que vinham instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriupara o contato com os seus amigos do céu; é o recreio após o trabalho, enquan-to esperam o grande livramento, a libertação final, que deve restituí-los ao seuverdadeiro meio.O sonho é a lembrança do que o vosso Espírito viu durante o sono; mas obser-vai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais daquilo que vis-tes, ou de tudo o que vistes. Isso porque não tendes a vossa alma em todo o seudesenvolvimento; frequentemente não vos resta mais do que a lembrança daperturbação que acompanha a vossa partida e a vossa volta, a que se junta alembrança do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília. Sem is-to, como explicaríeis esses sonhos absurdos, a que estão sujeitos tanto os maissábios quanto os mais simples? Os maus Espíritos também se servem dos so-nhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna maisindependente pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie declarividência indefinida, que se estende aos lugares, os mais distantes ou quejamais se viu, e algumas vezes mesmo a outros mundos. Daí também alembrança que retraça na memória os acontecimentos verificados na existênciapresente ou nas existências anteriores. A extravagância das imagens referentesao que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeadas de coisas

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do mundo atual, formam esses conjuntos bizarros e confusos que parecem nãoter nem senso, nem nexo.A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas decorrentes dalembrança incompleta do que nos apareceu no sonho. Tal como um relato aoqual se tivessem truncado frases ou partes de frases ao acaso: os fragmentosrestantes, sendo reunidos, perderiam toda significação racional.Os sonhos não são verdadeiros, como entendem os ledores da sorte, pelo que éabsurdo admitir que sonhar com uma coisa anuncia outra. Eles são verdadeirosno sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito mas que,frequentemente, não têm relação com o que se passa na vida corpórea. Muitasvezes ainda, como já dissemos, são uma recordação. Podem ser, enfim,algumas vezes, um pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão doque se passa no momento em outro lugar, a que a alma se transporta. É necessário o sono completo, para a emancipação do Espírito?-- Não. O Espírito recobra a sua liberdade quando os sentidos se entorpecem;ele aproveita, para se emancipar, todos os instantes de descanso que o corpolhe oferece. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito sedesprende, e quanto mais fraco estiver o corpo, mais o Espírito estará livre.A atividade do Espírito, durante o repouso ou o sono do corpo, pode fatigar a este?-- Sim, porque o Espírito está ligado ao corpo, como o balão cativo ao poste.Ora, da mesma maneira que as sacudidelas do balão abalam o poste, aatividade do Espírito reage sobre o corpo, e pode produzir-lhe fadiga. (LE,400 a 412) (Itálicos constantes no livro).Na maioria das situações, a criatura, ainda extremamente aparentada com a ani-malidade primitivista, tem a mente como que voltada para si mesma, em qual-quer expressão de descanso, tomando o sono para claustro remansoso das im-pressões que lhe são agradáveis, qual criança que, à solta, procura simplesmen-te o objeto de seus caprichos.Nesse ensejo, configura na onda mental que lhe é característica as imagens comque se acalenta, sacando da memória a visualização dos próprios desejos, imi-tando alguém que improvisasse miragens, na antecipação de acontecimentosque aspira a concretizar. Atreita ao narcisismo, tão logo demande o sono, quase sempre se detém justa-posta ao veículo físico, como acontece ao condutor que repousa ao pé do carroque dirige, entregando-se à volúpia mental com que alimenta os próprios im-pulsos afetivos, enquanto a máquina se refaz.Ensimesmada, a alma, usando os recursos da visão profunda, localizada nosfulcros do diencéfalo, e, plenamente desacolchetada do corpo carnal, por tem-porário desnervamento, não apenas se retempera nas telas mentais com quepreliba satisfações distantes, mas experimenta de igual modo o resultado dospróprios abusos, suportando o desconforto das vísceras injuriadas por ele mes-mo ou a inquietude dos órgãos que desrespeita, quando não padece a presençade remorsos constrangedores, à face dos atos reprováveis que pratica, porquan-to ninguém se livra, no próprio pensamento, dos reflexos de si mesmo. (MM,Cap. 21 – No Sono Natural).E referindo-se ao “Sono e Sonho”, André Luiz esclarece:Qual ocorre no animal de evolução superior, no homem de evolução positiva-mente inferior o desdobramento da individualidade, por intermédio do sono, équase que absoluto estágio de mero refazimento físico.No primeiro, em que a onda mental é simplesmente fraca emissão de forçasfragmentárias, o sonho é puro reflexo das atividades fisiológicas. No segundo,

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em que a onda mental está em fase iniciante de expansão, o sonho, por muitotempo, será invariável ação reflexa de seu próprio mundo consciencial ou afetivo.Nesse estágio evolutivo, permanecem milhões de pessoas - representando a fai-xa de evolução mediana da Humanidade – rendendo-se, cada dia, ao impositivodo sono ou hipnose natural de refazimento, em que se desdobram, mecanica-mente, entrando, fora do indumento carnal, em sintonia com as entidades quese lhes revelam afins, tanto na ação construtiva do bem, quanto na ação deleté-ria do mal, entretecendo-se-lhes o caminho da experiência que lhes é necessáriaà sublimação no porvir. (Ibidem – Sono e Sonho).

EXTERIORIZAÇÃO DO SER HUMANO

O sono, em verdade, outra coisa não é que a evasão da alma da prisão do corpo.No sono ordinário o ser psíquico se afasta pouco; não readquire senão em partea sua independência, e quase sempre fica intimamente ligado ao corpo. Nosono provocado, o desprendimento atinge todas as gradações. Sob a influênciamagnética, os laços que prendem a alma ao corpo se vão afrouxando pouco apouco. Quanto mais profunda é a hipnose, o transe, mais se desprende e seeleva a alma. Sua lucidez aumenta, sua penetração se intensifica, o círculo desuas percepções se dilata. Ao mesmo tempo as zonas obscuras, as regiõesocultas do “eu” se ampliam, se esclarecem e entram em vibração: todas asaquisições do passado ressurgem. As faculdades psíquicas – vista a distância,audição, adivinhação – entram em atividade.

Com os estados superiores da hipnose chegamos aos últimos confins, aosextremos limites da vida física. O ser já vive então da vida do espírito e utilizaas suas capacidades. Mais um grau, e o laço fluídico que liga a alma ao corpose despedaçaria. Seria a separação definitiva, absoluta – a morte.Vamos indicar alguns dentre os fatos à vista dos quais se pode estabelecer quea alma tem uma existência própria, independente do corpo, e possui umconjunto de faculdades que se exercem sem o concurso dos sentidos físicos.

Em primeiro lugar, durante o sono normal quando o corpo descansa e ossentidos estão inativos, podemos verificar que um ser vela e age em nós, vê eouve através dos obstáculos materiais, paredes ou portas, e a qualquerdistância. No sonho sucedem-se imagens, desenrolam-se quadros, ouvem-sevozes, travam-se conversações com diversas pessoas. O ser fluídico se desloca,viaja, paira sobre a Natureza, assiste a uma multidão de cenas, ora incoerentes,ora definidas e claras, e tudo isso se realiza sem a intervenção dos sentidosmateriais, estando fechados os olhos, e os ouvidos nada percebendo. Em certoscasos, a visão psíquica durante o sono caracteriza-se por uma nitidez e exatidãoidênticas às da percepção física no estado de vigília. (NI, 2 Parte, Cap. XII).

TELEPATIA

A ação da alma, a distância, sem o concurso dos sentidos, se revela mesmo noestado de vigília, nos fenômenos da transmissão de pensamento e da telepatia.

Sabemos que cada ser humano possui um dinamismo próprio, um estadovibratório que varia ao infinito, conforme os indivíduos, e os torna aptos aproduzir nos outros e perceberem eles próprios sensações psíquicasextremamente variadas.As vibrações de nosso pensamento, projetadas com intensidade volitiva, sepropagam ao longe e podem influenciar organismos em afinidade com o nosso,e depois, suscitando uma espécie de ricochete, voltar ao ponto de emissão.Assim, duas almas, vinculadas pelas ondulações de um mesmo ritmo psíquico,podem sentir e vibrar em uníssono.

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COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 186

Para praticar a telepatia são necessárias duas condições: de um lado, nooperador, a concentração e a exteriorização do pensamento. Para agirmentalmente, a distância, é preciso recolher-se e dirigir com persistência opensamento ao alvo predeterminado. Provoca-se, assim, um desprendimentoparcial do ser psíquico e origina-se uma corrente de vibrações que nos põe emrelação com o nosso correspondente. Neste se requer, por sua parte, um grausuficiente de sensibilidade.

Uma vez fixado o pensamento e estabelecida a corrente vibratória, torna-sepossível a comunicação. Chegamos a corresponder-nos telepaticamente, não sócom os nossos amigos terrestres, mas também com os do Espaço, porque a leidas correspondências é a mesma nos dois casos. (Idem).

DESDOBRAMENTO – OS FANTASMAS DOS VIVOS

Às vezes, durante o sono ou na vigília, a alma se exterioriza, se objetiva em suaforma fluídica e aparece, a distância. Daí o fenômeno dos fantasmas dos vivos.Daí o fenômeno dos fantasmas dos vivos.Os fantasmas dos vivos atuam sobre a matéria; abrem e fecham portas, agitamcampainhas, fazem ouvir acordes em pianos fechados. Impressionam animais domésticos, deixam sinais de mãos e dedos na poeirados móveis e, às vezes, mesmo comunicações escritas, que permanecem comouma irrecusável prova de sua passagem. Os desdobramentos dos vivos têm sido comprovados em todos os tempos. De-les relata a História numerosos casos, firmados em valiosos testemunhos.A mística cristã registra, como fatos miraculosos, casos de bilocação ou bicor-poreidade, em que facilmente reconhecemos fenômenos de exteriorização.Santo Afonso de Liguóri foi canonizado por se ter mostrado simultaneamenteem dois lugares diferentes. Achando-se adormecido em Arienzo, pôde assistir àmorte do papa Clemente XIV, em Roma, e anunciou, ao despertar, que, acaba-va de ser testemunha desse acontecimento. O caso deSanto Antônio de Pádua é célebre. Estando em Pádua a pregar, interrompeu-sede repente, em meio do sermão, e adormeceu. Nesse mesmo instante, em Lis-boa, seu pai, acusado falsamente de homicídio, era conduzido ao suplício. San-to Antônio aparece, demonstra a inocência de seu pai e faz conhecer o verda-deiro culpado. (Idem).

Clássico no Espiritualismo moderno, é o caso de Émile Sagée, citado porAlexandre Aksakof, em seu livro Animismo e Espiritismo.

Em 1845, Emile Sagée, de Dijon, França, era professora no Colégio de Neu-weleke, na Livônia, Rússia; o colégio era uma instituição para moças nobres e contava comquarenta e duas internas.

Poucas semanas depois de sua entrada na casa, singulares boatos começaram acorrer a seu respeito entre as alunas. Quando uma dizia tê-la visto em tal partedo estabelecimento, frequentemente outra assegurava tê-la encontrado em outraparte, na mesma ocasião, dizendo: “Isso não; não é possível, pois acabo depassar por ela na escada”, ou antes, garantia tê-la visto em algum corredorafastado. Acreditou-se a princípio em algum equívoco (…)Certo dia em que Emília Sagée dava uma lição a treze dessas meninas, entre asquais a jovem Güldenstubbe, e que, para melhor fazer compreender a suademonstração, escrevia a passagem a explicar no quadro-negro, as alunas viramde repente, com grande terror, duas jovens Sagée, uma ao lado da outra! Elas seassemelhavam exatamente e faziam os mesmos gestos.

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Passaram-se meses e fenômenos semelhantes continuaram a produzir-se. Via-se de tempos em tempos, ao jantar, o duplo da professora de pé, por trás de suacadeira, imitando seus movimentos, enquanto ela jantava, porém sem faca, nemgarfo, nem comida nas mãos. Alunas e criadas de servir à mesa testemunharamo fato da mesma maneira.Certo dia todas as alunas, em número de quarenta. e duas, estavam reunidas emum mesmo aposento e ocupadas em trabalhos de bordado. Era um salão do an-dar térreo do edifício principal, com quatro grandes janelas, ou antes, quatroportas envidraçadas que se abriam diretamente para o patamar da escada e con-duziam ao jardim muito extenso pertencente ao estabelecimento. No centro dasala havia uma grande mesa diante da qual se reuniam habitualmente as diver-sas classes para se entregarem a trabalhos de agulha ou outros análogos.Naquele dia as jovens colegiais estavam todas sentadas diante da mesa, e podi-am ver perfeitamente o que se passava no jardim; ao mesmo tempo em que tra-balhavam, viam a jovem Sagée, ocupada em colher flores, nas proximidades dacasa; era uma das suas distrações prediletas. No extremo da mesa, em posiçãoelevada, conservava-se uma outra professora, incumbida da vigilância e senta-da numa poltrona de marroquim verde. Em dado momento, essa senhora desa-pareceu e a poltrona ficou desocupada. Mas foi apenas por pouco tempo, poisque as meninas viram ali de repente a forma da jovem Sagée. Imediatamenteelas dirigiram a vista para o jardim e viram-na sempre ocupada em colher flo-res; apenas seus movimentos eram mais lentos e pesados, semelhantes aos deuma pessoa sonolenta ou exausta de fadiga. De novo dirigiram os olhos para apoltrona, em que o duplo estava sentado, silencioso e imóvel, mas com tal apa-rência de realidade que, se não tivessem visto a jovem Sagée e não soubessemque ela tinha aparecido na poltrona sem ter entrado na sala acreditariam que eraela em pessoa. Convictas, no entanto, de que não se tratava de uma pessoa real, e pouco habitua-das com essas manifestações extraordinárias, duas das mais ousadas alunas seaproximaram da poltrona, e, tocando na aparição, acreditaram sentir uma certa re-sistência, comparável à que teria oferecido um leve tecido de musselina ou de cre-pe. Uma delas chegou mesmo a passar defronte da poltrona e a atravessar na reali-dade uma parte da forma. Apesar disso, essa durou ainda por certo tempo; depois,desfez-se gradualmente. Imediatamente notou-se que a jovem Sagée tinha recome-çado a colheita de suas flores com a vivacidade habitual. As quarenta e duas cole-giais verificaram o fenômeno da mesma maneira.Algumas dentre elas perguntaram em seguida à jovem Sagée se, naquela ocasião,ela tinha experimentado alguma coisa de particular; esta respondeu que apenas serecordava de ter pensado, diante da poltrona desocupada: “Eu preferiria que a pro-fessora não se tivesse ido embora; certamente, essas meninas vão perder o tempo ecometer alguma travessura.Naturalmente, os pais começaram a experimentar escrúpulo em deixar suas filhaspor mais tempo sob semelhante influência, e muitas alunas, que tinham saído emférias, não mais voltaram. No fim de dezoito meses, havia apenas doze alunas dasquarenta e duas que eram. Por maior que fosse a repugnância que tivessem com is-so, foi preciso que os diretores sacrificassem Emília Sagée.Ao ser despedida, a jovem, desesperada, exclamou, em presença da jovem Júliade Güldenstubbe: “Oh! já pela décima nona vez; é duro, muito duro de supor-tar!” Quando lhe perguntaram o que queria dizer com isso, ela respondeu quepor toda a parte por onde tinha passado – e desde o começo de sua carreira deprofessora, na idade de dezesseis anos, tinha estado em dezoito casas antes deir a Neuwelcke –, os mesmos fenômenos se tinham produzido, motivando suadestituição. (Cap. IV – item III).

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Outras experiências demonstraram a possibilidade, para certos indivíduos, de sedesdobrarem parcialmente, de materializarem determinadas partes de sua forma fluídica eproduzirem vários fenômenos. Médiuns como Eusapia Paladino86 e Peixotinho87,provocavam a muitos metros de distância e sem contato físico, a deslocação de corposinertes em plena luz e deixavam impressões de seus membros fluídicos em substânciasmoles: argila, parafina ou papel enegrecido ao fumo.

FENÔMENO DE MATERIALIZAÇÃO:

Segundo o Prof. Carlos de Brito Imbassahy, os fenômenos de materialização são pro-duzidos da seguinte forma:

✔ Primeiramente, o médium principal serve de aparelho para que a equipe espiritualmanipule as energias essenciais ao fenômeno.

✔ Posteriormente, o que observamos, em nossos trabalhos, é que a Entidade a se mate-rializar, retira do médium ou dele faz expandir um campo que o reveste. Dessamaneira, vê-se a formação inicial do fulcro do fenômeno sobre o médium.

✔ A seguir:• as energias (de origem ectoplásmica segundo informam) que enchem o am-biente precipitam-se sobre aquele fulcro, fazendo com que ele se ilumine, fe-nômeno semelhante ao de fogos de artifício que se queimam e dão origem aum modelo que é visto pelos assistentes. Esta é a aparição que Crookes intitu-lou de luminosa. • A estereológica (nunca tive ocasião de ter uma completa) transforma aenergia em forma palpável e que reveste o perispírito da Entidade manifestan-te, tornando-a tangível, auscultáveis e se forma de maneira idêntica, só que,em vez de provocar luminosidade no campo do Espírito dito materializado,dá-lhe consistência material.• Um outro tipo de materialização que pude verificar e da qual Crookes nãofaz referência é aquela em que o Espírito nos tange, nos toca, faz-se sentir co-mo se estivesse materializado, mas, os presentes (encarnados) não conseguemsegurar esse corpo. Nossa sessão comprovou a existência de uma cigana quese materializava e que bailava ao som das músicas que eram tocadas pela nos-sa vitrola. Sua saia roçava nos presentes, batia nos móveis, ouvíamos e sentía-mos tudo como se ali estivesse a bailarina dançando e esbarrando nas pessoas,só que ninguém conseguia segurar esta saia rodada e encorpada.88

DESDOBRAMENTO MEDIÚNICO

Não devemos confundir médium de desdobramento com médium de transporte.Médium de Transporte é o de efeitos físicos, que serve de instrumento para que os

Espíritos transportem objetos, flores, etc, do exterior para o interior e vice-versa.89

86 Eusápia Palladino (1854-1918) médium italiana. Foi a primeira médium de efeitos físicos a ser submetida aexperiências pelos cientistas da época, tais como Alexandre Aksakof, Camille Flammarion, César Lombroso, CharlesRichet, Enrico Morselli, Pierre Curie, Sir Oliver Lodge e outros.87 Francisco Peixoto Lins (1905-1966), famoso médium de efeito físico e receituário brasileiro. Apesar de suaeficiência no receituário mediúnico, foi portador de asma, e compreendia ser essa a sua provação terrena. Apesar dossofrimentos, era alegre e brincalháo, e por muitos considerado uma criança grande. Como médium nunca cobrou porseus dotes mediúnicos. Viveu pobre e exclusivamente dos seus vencimentos de oficial da reserva do Exército,reformado que foi no posto de capitão. Manteve sempre grande zelo pelos princípios esposados por Allan Kardec, emtodos os Grupos ou Centros por ele fundados. Dedicou-se ao tratamento de casos de obsessão, chegando mesmo a, porvárias vezes, levar doentes ao próprio lar, onde os hospedava junto de sua família. Passou por testemunhos sérios esofreu ingratidões que soube perdoar, não desanimando nunca de servir.88 https://florescendonooutono.blogspot.com.br/2011/06/peixotinho-o-maior-medium-de-efeitos.html89 Bozzano, E. Fenômenos de Transporte, Categorias I e II.

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Médium de desdobramento é aquele cujo Espírito tem a possibilidade de des-prender-se e excursionar por vários lugares, na terra ou no mundo espiritual, a fim decolaborar nos serviços, consolando ou curando.

O médium de desdobramento que deseja aprimorar a sua faculdade e aumentar osseus recursos, não pode prescindir de condições de ordem moral, tais como: vida honesta,aspirações elevadas, cultivo de pensamentos elevados, disciplinação da vontade e da con-centração, cultivo da prece e exercício regular em ambiente equilibrado e propício. Deveainda contar com a sustentação vibratória, responsável e consciente dos componentes dogrupo e, em certos casos, o auxílio magnético dos encarnados, primando pela espontaneidade.

RESUMO

Espírito embora preso ao corpo pelo perispírito, alonga a cadeia que o prende etransporta-se a pontos distantes, quer sobre a Terra, quer no espaço.

Este fenômeno é chamado emancipação da alma, fenômeno que se produzsempre durante o sono.

Quanto mais grosseiro é o invólucro que prende o Espírito, mais deseja este alibertação.

Durante o sono afrouxam-se os laços que prendem o Espírito ao corpo e ele selança pelo espaço e entra em relação direta com os outros Espíritos. Esta liberdadetemporária do Espírito comprova-se através dos sonhos.

Quando o corpo repousa tem o Espírito mais faculdades que no estado de vigília.Os Espíritos que não se acham muito ligados is coisas materiais quando dormem,

buscam os seres que lhes são superiores; com eles viajam, conversam e se instruem.Trabalham mesmo em obras espirituais.

Os Espíritos que se comprazem com as coisas materiais e as paixões do mundo,esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores ã terra, onde os chamam velhasafeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que tanto se deleitam.

Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundodos Espíritos. Os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas epusilânimes.

Os sonhos são efeitos da emancipação da alma; daí uma espécie de clarividênciaindefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daítambém a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente existência ou dasexistências anteriores.

Sob a influência magnética, os laços que prendem a alma ao corpo se vãoafrouxando pouco a pouco e o desprendimento atinge todas as gradações.

A alma aumenta sua lucidez, sua penetração se intensifica, o círculo de suaspercepções se dilata. O ser já vive então da vida do Espírito e utiliza as suas capacidades.

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A ação da alma, a distância, se revela mesmo no estado de vigília, nos fenômenosda transmissão do pensamento e da telepatia.

As vezes, durante o sono ou na vigília a alma se exterioriza, se objetiva em suaforma fluídica e aparece, a distância. Daí o fenômeno do “fantasma dos vivos”.

Médium de transporte é o de efeitos físicos que permite aos Espíritos o transportede objetos para lugares próximos ou distantes.

Médium de desdobramento é aquele cujo Espírito tem a possibilidade dedesprender-se e excursionar por vários lugares, na terra ou no mundo espiritual.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, itens 400 a 418 – A Revista Espírita, dez 1858, jull865, Jun 1866.Léon Denis. No Invisível, 2a. Parte, Cap. XII e XIII – Depois da Morte, Cap. XI.Francisco Cândido Xavier. Mecanismos da Mediunidade, Cap. XXI – Nos Domínios daMediunidade, Cap. XI e XIX.Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. XV.César Lombroso. Hipnotismo e Mediunidade, Segunda Parte. R. A. Ranieri. Materializações Luminosas, Primeira Parte e Terceira Parte.Alexandre Aksakof. Animismo e Espiritismo, Cap. I.Hernani Guimarães Andrade. Parapsicologia: Uma Visão Panorâmica, Caps. XII, XIV.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1O Sono e os Sonhos.

(LE - Questões 400 a 412).

Grupo 2Telepatia e Exteriorização do Ser Humano.

(NI – Segunda Parte XII).

Grupo 3Desdobramento Mediúnico

(NDM - Cap. 11 e EM – Cap. XV)

Grupo 4Desdobramento: Os Fantasmas dos Vivos.

(NI – Segunda Parte XII).

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25a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

ORIENTAÇÃO AOS ESPÍRITOS NECESSITADOS.

Os Espíritos ao desencarnarem carregam consigo suas virtudes e seus defeitos,continuando, na vida espiritual, a serem o que eram quando encarnados, pois que a mortenão tem o condão de transformar a criatura naquilo que ela não é. Assim a grande maioriados homens, morrendo para a vida física, adentram o mundo espiritual marcados pelos seusvícios e condicionamentos materiais.

As religiões tradicionais, cheias de fórmulas e de misticismo, calcadas naintenção de assustar para converter, em vez de esclarecer para iluminar, iludem o Espíritoque não encontra no além aquilo que esperava. As ideias falsas sobre o céu e o inferno e asde repouso para esperar o julgamento final o decepcionam frente a realidade do mundoespiritual, fundamentado na existência da lei de Causa e Efeito.

Cada um se mostra tal como é, não havendo a possibilidade de engodo pelahipocrisia e pela falsa aparência. A ressonância vibratória marcada no perispírito é traduzidapela aura psíquica de cada um, que reflete a sua condição espiritual, e também o chamadopeso específico que se fundamenta na elevação dos pensamentos, sentimentos e atos dacriatura.

Quanto mais elevados forem estes, seu perispírito será mais rarefeito, e ocontrário o torna grosseiro e pesado, colocando assim cada habitante do mundo espiritualem seu merecido e devido lugar.

Os que se encontram em posição de perturbação por falta de esclarecimentoadequado, ou por renitência no mal, ignorantes que são da lei de amor, necessitam serorientados, para que em se modificando mentalmente, melhorem de situação espiritual. Porestarem ainda cheios de condicionamentos materiais, repelem a ação mais direta dosorientadores desencarnados, necessitando, destarte, um contato cos. os Espíritos aindamergulhados nos fluidos densos da matéria, ou seja, os encarnados, o que acontece nofenômeno mediúnico.

Os desencarnados falam a eles, mas não os atingem. Porém, em contato com ummédium, pelo fato das vibrações serem mais similares, há possibilidade de entendimento.Daí a orientação visar a modificação da forma de pensar e de agir dos Espíritos buscandosua melhora; ensinando-lhes o caminho do bem e do perdão, despertando-os para anecessidade da renovação espiritual, ajudamo-los a descobrir o Evangelho de Jesus para asua inteira libertação.

Assim a orientação dos Espíritos desencarnados é" de grande importância paraapressar ainda mais o progresso do mundo espiritual, com resultados benéficos no mundodos encarnados.

Consultar: Pão Nosso, Cap. 177.

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26a. SESSÃO TEÓRICAFENÔMENO MEDIÚNICO E FENÔMENO ANÍMICO

FENÔMENO MEDIÚNICO E ANÍMICO

O assunto é por demais importante para ser esgotado em poucas considerações,como as que aqui estão registradas. Existem obras inteiras e teses valiosas que tratam dotema Animismo e Espiritismo, que devem ser estudadas com interesse por quantos seinclinem ao conhecimento da mediunidade. Dessa forma, recomendamos a bibliografia citadano final destas anotações como fontes fidedignas para o estudo sério do assunto em pauta.

O eminente pesquisador italiano Ernesto Bozzano, tendo recebido do ConselhoDiretor do Congresso Espírita Internacional, de Glasgow, Escócia, em 1937, a proposiçãopara apresentar uma tese sobre o tema “Animismo ou Espiritismo? Qual dos dois explica oconjunto dos fatos?”, assim conclui no Prefácio de sua obra Animismo ou Espiritismo?:

Nem um nem outro logra, separadamente, explicar o conjunto dos fenômenossupranormais. Ambos são indispensáveis a tal fim e não podem separar-se, poisque são efeitos dá uma causa única e esta causa é o espírito humano que,quando se manifesta, em momentos fugazes, durante a encarnação, determinaos fenômenos anímicos e, quando se manifesta mediunicamente, durante áexistência desencarnada, determina os fenômenos espiríticos. Esta eunicamente esta a solução legítima do grande problema, dado que ela seapresenta como resultante matemática da convergência de todas as provas queadvêm da coletânea metapsíquica, considerada em seu conjunto.

Convém destacar que na obra citada, o Prof. Ernesto Bozzano resume parte deseu trabalho de pesquisas e escritos, elaborados ao longo de quarenta anos de experiência eobservação.O termo ANIMISMO vem do latim anima que quer dizer ALMA.

Não esqueçamos que a denominação de fenômenos mediúnicos propriamenteditos designa um conjunto de manifestações supranormais, de ordem física epsíquica, que se produzem por meio de um sensitivo a quem é dado o nome demédium, por se revelar qual instrumento a serviço de uma vontade que não é asua. Ora, essa vontade tanto pode ser a de um defunto, como a de um vivo.Quando a de um vivo atua desse modo, à distância, somente o pode fazer emvirtude das mesmas faculdades espirituais que um defunto põe em jogo. Segue-se que as duas classes de manifestações resultam de naturezas idênticas, com adiferença, puramente formal, de que, quando elas se dão por obra de um vivo,entram na órbita dos fenômenos anímicos propriamente ditos, e quando severificam por obra de um defunto, entram na categoria, verdadeira e própria,dos fenômenos espíritas. Evidencia-se, portanto, que as duas classes demanifestações são complementares uma da outra, a tal ponto que o Espiritismocareceria de base, dado não existisse o Animismo. (Ibidem, Cap. III).

TELEPATIA – FENÔMENO ANÍMICO PSICOFONIA – FENÔMENO ESPIRÍTICO

Na Classificação dos Fenômenos Anímicos, André Luiz estudando aMediunidade e Animismo, esclarece-nos o seguinte: “Temos aqui muitas ocorrências quepodem repontar nos fenômenos mediúnicos de efeitos físicos ou de efeitos intelectuais, coma própria Inteligência encarnada comandando manifestações ou delas participando com dili-gencia, numa demonstração que o corpo espiritual pode efetivamente desdobrar-se e atuarcom os seus recursos e implementos característicos, como consciência pensante eorganizadora, fora do carro físico”. (MM, Cap. 23).

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A causa dos fenômenos anímicos encontra-se nas propriedades do perispírito quepode desdobrar-se e atuar fora do corpo físico. Os fenômenos anímicos podem ser divididosem quatro grupos, segundo Alexandre Aksakof em seu livro “Animismo e Espiritismo.

1a. Fenômenos de Telepatia: transmissão de impressões a distância. Açãoextracorpórea do encarnado, comportando efeitos psíquicos.2a. Fenômenos Telecinéticos: deslocamento de objetos a distância. Açãoextracorpórea do encarnado, sob a forma de efeitos físicos.3a. Fenômenos Telefânicos: aparições a distância. Ação extracorpórea doencarnado, traduzindo-se pela aparição de sua própria imagem (duplos).4a. Fenômenos Teleplásticos: formação de corpos materializados. Açãoextracorpórea do encarnado, manifestando-se sob a forma de aparição desua imagem com certos atributos de corporeidade (bicorporeidade).

LIMITES DAS FACULDADES ANÍMICAS

Mas, ao mesmo tempo, cumpre observar que, ainda quando, por ora, não fossepossível traçar os limites em que se exercitam as faculdades supranormaissubconscientes e que, por conseguinte, houvesse quem se arrogasse o direito delhes conceder teoricamente a onisciência divina, as conclusões promanantes daanálise aprofundada dos fenômenos anímicos se conservariam sempreinvulneráveis, pela boa razão de que, quanto mais se divinize a personalidadeintegral subconsciente, tanto mais se reforçará a tese aqui propugnada, segundoa qual o Animismo prova o Espiritismo.De todo modo, porém, como se conferir a onisciência divina à subconsciênciahumana constitui uma pretensão fantástica e filosoficamente absurda, importademonstrar, baseado nos fatos, que os opositores caem em erro quandoafirmam que não se podem estabelecer limites à potencialidade investigadoradas faculdades supranormais e, portanto, que é teoricamente legítimo atribuir-se cada vez maior latitude a essas faculdades, à medida que ocorram casos deelucidação cada vez mais complexa. (…). Repito que, ao contrário, assimargumentando, incidem eles em grave erro, pois tudo concorre a demonstrarque possível já é circunscrever, dentro de limites definidos, a potencialidadedas faculdades supranormais.

Esta possibilidade se deduz, antes de tudo, de uma grande lei cósmica, quegoverna o universo físico e o psíquico, a lei de afinidade que, naquele, semanifesta pelas forças de atração e repulsão, das quais derivam a organizaçãodos sóis e dos mundos e todas as combinações químicas da matéria cósmica, aopasso que, em ambiente psíquico, se expressa sob a forma da relação psíquicaque, do ponto de vista que nos diz respeito, circunscreve em limitesrelativamente estreitos os poderes investigadores das faculdades supranormais,o que se pode demonstrar com apoio nas provas por analogia (…).(…) se é certo que as subconsciências humanas recebem e registram as vibra-ções psíquicas de pessoas distantes, esse recebimento deverá considerar-se cir-cunscrito às pessoas vinculadas, ou afetivamente, ou de outras maneiras, à sub-consciência receptora. Equivale isto a dizer que esta última – como se dá com orádio – precisa estar regulada pelo “comprimento de onda” correspondente àtonalidade vibratória que diferencia de outra qualquer a pessoa ausente que seprocura. Isto que, em termos metapsíquicos, se denomina relação psíquica, en-sina que os médiuns só chegam a colher informações das subconsciências depessoas distantes sob a condição de que ocorram as seguintes modalidades ex-perimentais: quando o sensitivo ou o médium conhece a pessoa ausente, ou, se

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tal não se dá, quando o experimentador a conheça e, ainda, em falta desta cir-cunstância, quando seja entregue ao sensitivo ou ao médium um objeto que apessoa buscada tenha usado por muito tempo (psicometria).

Tudo isto significa que a subconsciência humana, singularmente considerada,não poderá nunca apanhar os pensamentos de pessoas desconhecidas (nos trêssentidos indicados) das próprias personalidades conscientes, porque, não asconhecendo, ignoram a tonalidade vibratória que as caracteriza e não podem,portanto, descobri-las. Tenha-se, pois, em mente que, na falta das trêsmodalidades experimentais acima enumeradas, não é possível que um sensitivoou um médium consiga pôr-se em relação com a subconsciência de pessoasdistantes, como não é possível que o rádio entre em relação com uma estaçãoreceptora que não esteja regulada pelo mesmo comprimento de onda. Ora,todas estas coisas significam que os casos de identificação pessoal de defuntosdesconhecidos de todos os presentes, quando se dão sem o concurso de objetospsicometrizáveis, levam racionalmente a admitir-se a presença, “na outraextremidade do fio”, do defunto que se comunica. Torna-se, então, evidente,que a lei de relação psíquica serve para circunscrever, em limites bemdefinidos, as faculdades supranormais investigadoras da subconsciênciahumana. (A ou E, Cap. II – Itálicos do Autor).

OBSESSÃO E ANIMISMO

Muitas vezes, conforme as circunstâncias, qual ocorre no fenômenohipnótico isolado, pode cair a mente nos estados anômalos de sentidoinferior, dominada por forças retrógradas que a imobilizam,temporariamente, em atitudes estranhas e indesejáveis. Frequentemente,pessoas encarnadas, nessa modalidade de provação regenera dora, sãoencontráveis nas reuniões mediúnicas, mergulhadas nos mais complexosestados emotivos, quais se personificassem entidades outras, quando, narealidade, exprimem a si mesmas, a emergirem da subconsciência nostrajes mentais em que se externavam noutras épocas, sob o fascínioconstante dos desencarnados que as subjugam. (MM, Cap. 23).

Neste particular, recomendamos a leitura e o estudo do capítulo 22, intituladoEmersão do passado do livro Nos Domínios da Mediunidade de André Luiz, psicografia deFrancisco Cândido Xavier. Ali encontra-se perfeitamente elucidado o problema daObsessão e Animismo. Esclarecimento este que nos permitirá compreender certasanormalidades psíquicas e como devemos utilizar os recursos da terapêutica desobsessivadas personalidades medianímicas, provisoriamente estacionadas em semelhantes provações.

DESOBSESSÃO E ANIMISMO

Nenhuma justificativa existe para qualquer recusa no trato generoso depersonalidades medianímicas provisoriamente estacionadas emsemelhantes provações, de vez que são, em si próprias, Espíritossofredores ou conturbados quanto quaisquer outros que se manifestem,exigindo esclarecimento e socorro. O amparo espontâneo e o auxíliogenuinamente fraterno lhes reajustarão as ondas mentais, concurso esseque se estenderá, inevitável, aos companheiros do pretérito que lhesassediem o pensamento, operando a reconstituição de caminhos retospara os sensitivos corporificados na Terra, tão importantes e tão nobresem sua estrutura quanto aqueles que os orientadores encarnados sepropõem traçar para os amigos desencarnados menos felizes. Aliás, é

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preciso destacar que o esforço da escola, seja ela o recinto consagrado àinstrução primária ou a instituto corretivo, funciona como recursorenovador da mente, equilibrando-lhe as oscilações para níveissuperiores. Não há novidade alguma no impositivo da acolhidamagnânima aos obsessos dessa natureza, hipnotizados por forças que oscomandam espiritualmente, a distância. (Idem).

ANIMISMO E HIPNOSE

Imaginemos um sensitivo a quem o magnetizador intencionalmentefizesse recuar até esse ou aquele marco do pretérito, pela deliberadaregressão da memória, e o deixasse nessa posição durante semanas,meses ou anos a fio, e teremos exata compreensão dos casos mediúnicosem que a tese do animismo é chamada para a explicação necessária. O“sujet”, nessa experiência, declarar-se-ia como sendo a personalidadeinvocada pelo hipnotizador, entrando em conflito com a realidadeobjetiva, mas não deixaria, por isso, de ser ele mesmo sob controle daideia que o domina. Nas ocorrências várias da alienação mental,encontramos fenômenos assim tipificados, reclamando larga dose depaciência e carinho, porquanto as vítimas desses processos de fixaçãonão podem ser categorizadas à conta de mistificadores inconscientes,pois representam, de fato, os agentes desencarnados a elas jungidos porteias fluídicas de significativa expressão, tal qual acontece ao sensitivocomum, mentalmente modificado, na hipnose de longo curso, em quedemonstra a influência do magnetizador. (Idem).

O ANIMISMO COMPROVA O ESPIRITISMO

“O Animismo prova o Espiritismo e de tal modo que, sem o Animismo, oEspiritismo careceria de base” (Bozzano). O fato da alma humana em desdobramento, ativando suas faculdades. poder provocar toda série de fenômenos anímicos, é de sumaimportância sob o ponto de vista científico. Isto comprova que existe no ser humano umelemento – a alma, que é capaz de atuar fora do corpo somático e gerar fenômenos de naturezaidêntica aos provocados pelos desencarnados (Espíritos) e obedecendo as mesmas leis.

Estas demonstrações, por conseguinte, destroem as hipóteses contrárias àcomunicabilidade dos Espíritos com os encarnados, uma vez que os fenômenos anímicosque são também fenômenos mediúnicos ratificam e afirmam os fenômenos espíritas.

É racional, com efeito, supor-se que o que um Espírito “desencarnado” poderealizar também deve podê-lo – embora menos bem – um Espírito “encarnado”,sob a condição, porém, de que se ache em fase transitória de diminuição vital,fase que corresponde a um processo incipiente de desencarnação do Espírito(sono fisiológico, sono sonambúlico, sono mediúnico, êxtase, delíquio90,narcose91, coma). (Bozzano. Animismo ou Espiritismo? Conclusões, p. 301).

90 Delíquio – perda de sentidos; desfalecimento, desmaio, estado de fraqueza ou torpor; abatimento.91 Narcose – nome dado à alteração do estado de consciência devido à intoxicação por determinadas substâncias, comoos narcóticos. Livro: As Portas da Percepção & Céu e Inferno por Aldous Huxley.

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RESUMO

Para explicar o conjunto dos fenômenos supranormais, o Animismo e oEspiritismo são indispensáveis e não podem separai-se, pois são efeitos de uma causa única– o espírito humano – que, quando se manifesta, em momentos fugazes, durante aencarnação, determina os fenômenos anímicos e, quando se manifesta mediunicamente,durante a existência desencarnada, determina os fenômenos espiríticos.

O termo ANIMISMO vem do latim anima que quer dizer alma. Originados daprópria alma do médium ou sensitivo, através do desdobramento do perispírito ou corpoespiritual, os fenômenos anímicos podem comportar efeitos físicos ou efeitos intelectuais.

Os fenômenos anímicos dividem-se nos quatro grupos seguintes: 1) Fenômenosde Telepatia – transmissão de impressões a distância; 2) Fenômenos Telecinéticos –deslocamento de objetos a distância; 3) Fenômenos Telefânicos – aparições a distância; 4)Fenômenos Teleplásticos – formação de corpos materializados.

As faculdades supranormais subconscientes que se manifestam através dos fenô-menos anímicos são reguladas pela “lei de afinidade”, que no universo físico apresenta-sepelas forças de “atração e repulsão” e, em ambiente psíquico se expressa sob a forma de “leiação psíquica”, que circunscreve em limites relativamente estreitos os poderes daquelas fa-culdades.

Conforme a lei de relação psíquica, para que pessoas distantes umas das outrasestabeleçam contato e registrem as vibrações psíquicas, ocorrendo, por conseguinte, ofenômeno anímico, é necessário que entre elas haja vinculações, ou afetivas ou de outrasmaneiras, em obediência ao princípio de sintonia.

De acordo ainda com a lei de relação psíquica, o médium ou sensitivo só chega acolher informações das subconsciências das pessoas distantes quando o sensitivo oumédium conhece a pessoa ausente, ou, se tal não se dá, quando o experimentador a conheçae, ainda, em falta desta circunstância, quando seja entregue ao sensitivo ou médium umobjeto que a pessoa buscada tenha usado por muito tempo (psicometria).

O animismo pode ocorrer também de forma anômala, nos casos de obsessão,quando o próprio subconsciente da pessoa projeta situações desequilibradas do passadoreencarnatório.

O animismo demonstra que pela capacidade de desdobramento do perispírito, aalma do encarnado pode realizar – embora menos bem – o que realiza um Espíritodesencarnado, obedecendo as mesmas leis e em certas condições (sono fisiológico, sonosonambúlico, etc.).

Bibliografia: Ernesto Bozzano. Animismo ou Espiritismo? Cap. I a IV e Conclusões. Alexandre Aksakof. Animismo e Espiritismo, Cap. IV.Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. XVI.Francisco Cândido Xavier. Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 22 – Mecanismos daMediunidade, Cap. 23.Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, Parte 2. Cap. VIII e O Livro dos Médiuns, Parte 2., Cap. VII.Hernani Guimarães Andrade. Parapsicologia: Uma Visão Panorâmica, Caps. III, VI a VIII.Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, 2a. Parte, Cap. 1.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1O Animismo – Mediunidade e Animismo -

Semelhança das Criaturas

(MM, Cap. 23).

Grupo 2Fenômeno Mediúnico e Fenômeno Anímico.

(A ou E, Cap. III).Desobsessão e Animismo (MM, Cap.23).

Grupo 3

Animismo e Mistificação Inconsciente. (NDM, Cap. 22).

Obsessão e Animismo (MM, Cap.23).

Grupo 4

Animismo e Hipnose – Animismo eCriminalidade.(MM, Cap.23).

26a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

ORIENTAÇÃO DOS ESPÍRITOS – MÉTODOS UTILIZADOS

Na Orientação das entidades que se comunicam nas sessões mediúnicas, não háregra fixa, pois cada caso e um caso diferente e especial.

Contudo, há determinados comportamentos a serem observados, pois são regrascristãs que devem ser empregadas, como:

➢ Receber com atenção e interesse as comunicações;

➢ ouvi-las com paciência e imbuído da melhor intenção de ajudar;➢ envolver o Espírito comunicante em um clima de vibrações fraternais, dando oportunidadepara que ele fale;

➢ estabelecer em tempo oportuno um dialogo que deve ser amigo e esclarecedor;➢ evitar acusações e desafios desnecessários;

➢ confortar e amparar pelo esclarecimento;➢ não discutir com exaltação procurando impor seu ponto de vista;

➢ não receber a todos como se fossem embusteiros e agentes do mal;➢ ser preciso e enérgico na hora necessária sem se tornar cruel e agressivo;➢ evitar o tom discursivo que constrange o Espírito comunicante e também as longas preleções;

➢ ser claro, objetivo, honesto, amigo, fraternal, procurando dar ao comunicante o quegostaria de receber se no lugar dele estivesse.

Como vemos, um orientador deve, além do conhecimento profundo do Espiritismo,reunir condições de natureza espirituais favorecedoras do bom desempenho de sua tarefa.

Há de possuir autoridade moral suficiente para que suas doutrinações com vistas aodespertamento espiritual do comunicante não acabem em verdadeiras acusações contra si mesmo.

De uma forma genérica, pois, podemos resumir os métodos utilizáveis na orientaçãode espíritos sofredores e obsessores como:

1o. o da conversação;2o. o da propriamente dita;

3o. o da persuasão que pode ate incluir técnicas avançadas de sugestão;4o. o da prece como elemento condicionante de uma modificação vibratória.

Para se orientar espíritos desencarnados é preciso conhecer profundamente oEspiritismo e a pessoa de conduta a mais digna possível.

Consultar: Caminho, Verdade e Vida, Cap. 145 de Francisco Cândido Xavier.

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27a. SESSÃO TEÓRICAEDUCAÇÃO E FUNÇÃO DOS MÉDIUNS

PREPARO – CUIDADO DOS MÉDIUNS – RADIAÇÕES

EDUCAÇÃO DOS MÉDIUNS

Desenvolver a mediunidade é aprender a usá-la. Antes de tudo, devemosprocurar um Centro Espírita que, por indicação de espíritas conhecedores dadoutrina mereça nossa confiança; aí, sob a orientação prudente do diretor dostrabalhos, iniciaremos o nosso desenvolvimento.92

O homem não conquista posição alguma, seja ela profissional, intelectual ousocial, sem um trabalho perseverante. Nenhuma capacidade se desenvolve sem estudo etrabalho. Nenhuma autoridade se conquista se não estiver estribada no mérito.

A Ciência da Educação comprova que a aprendizagem é o desabrochamento deuma capacidade interna do indivíduo, provocado por um trabalho, por uma atividademetódica e intencional da inteligência, obedecendo a leis previamente estudadas. Estasconsiderações podem ser sintetizadas em certos ensinamentos imperativos de Jesus, dentreos quais destacamos:

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o quepede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á (Mt; 7:7-8).Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. (24:13).

Ora, se qualquer conquista humana exige esforço, dedicação, interesse, estudo,que dizer do desabrochamento de uma faculdade mediúnica e seu aprimoramento, quecoloca em ação valores e forças psíquicas humanas e espirituais? Bem infantil seria a atitudedaqueles que quisessem conquistar os valores psíquicos e espirituais a custa de facilidades eapadrinhamentos, esquecendo-se das virtudes indispensáveis e do esforço próprio.

Para quem não quiser ficar na superfície (do Espiritismo), não são horas, masmeses e anos que terá de gastar para sondar todos os seus arcanos. Que sejulgue, diante disso, o grau de conhecimento e o valor da opinião dos que searrogam o direito de julgar porque viram uma ou duas experiências, quasesempre realizadas como distração ou passatempo. Eles dirão, sem dúvida quenão dispõem do tempo necessário para esse estudo. Que seja, mas nada osobriga a isso. E quando não se tem tempo para aprender uma coisa, não se podefalar dela, e menos ainda julgá la, se não se quiser ser acusado de leviandade.Ora, quanto mais elevada é a posição que se ocupe na Ciência, menos desculpávelserá tratar-se levianamente um assunto que não se conhece. (LM, item 13)

Se a inteligência para aprimorar-se sofre a diretriz metódica e inflexível daeducação desde os tenros dias da infância até a maturidade, como almejar ai guém asconquistas mediúnicas aprimoradas sem submeter as faculdades psíquicas ao crivo dadisciplina interior, da orientação do conhecimento superior e dos padrões de moralidade?Basta que lembremos os estudos feitos nas sessões anteriores deste Centro de Orientação eEducação Mediúnica, demorando-nos na rememoração de princípios fundamentais damediunidade à luz da Filosofia Espírita, para sentirmos que não podemos nos atirar àmediunidade sem nos submetermos à orientação disciplinadora, séria e esclarecida. Casocontrário, seremos vítimas de ciladas e desenganos, perigos e dissabores, cujaresponsabilidade será atribuída a nossa invigilância e displicência no trato com as coisasmais sérias e de importância que ultrapassa os limites da vida física.

92 Rigonatti, E. A Mediunidade Sem Lágrimas, pág., 15.

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Dito isto, passemos a focalizar os pontos fundamentais da educação dos médiuns,tendo em vista a função, o papel, a finalidade social dos médiuns segundo os ensinos do Es-piritismo. As considerações que se seguem a respeito da Educação e da Função dos Mé-diuns, são baseadas nas obras No Invisível de Léon Denis e O Livro dos Médiuns de AllanKardec.

O desabrochamento de uma faculdade mediúnica se faz através de diferentes fa-ses, que o médium deve previamente conhecer (daí a importância do estudo preparatório ouconjugado com a prática do desenvolvimento) para ele cientificar-se das diferentes situaçõesnesse processo e inclusive poder orientar-se dentro dessas fases, cooperando assim, de ma-neira consciente e responsável, com os técnicos espirituais encarregados desse trabalho.

Fugiria destas orientações o médium involuntário ou natural em que amediunidade se manifesta explosiva e ostensivamente. Porém, aqui estamos tratando daorientação geral para o aprimoramento mediúnico dentro de princípios estritamenteespíritas. E mesmo os médiuns naturais, é bom se diga, se quiserem conhecer o que se passaconsigo como médiuns e dar uma orientação elevada a sua tarefa, haverão de convencer-se,ao longo de sua experiência, que essas orientações espíritas são indispensáveis e as maispositivas para assegurar-lhes o equilíbrio psíquico, mediúnico e o cumprimento de suafunção na prática do bem.

Primeiramente é importante que o médium não procure na mediunidade umobjetivo de simples curiosidade, de diversão ou de interesse particular. Deverá, ao contrário,considerá-la uma coisa sagrada, que deve utilizar com respeito para o bem de seussemelhantes. Deve ser sua atitude inicial a de elevação do pensamento às almas generosasque trabalham no progresso da Humanidade. Essa elevação há de ser feita pelo estudo sério,pelo cultivo da prece, etc., e assim o médium merecerá a cobertura espiritual dessas almasgenerosas, de tal modo que as dificuldades do início, as inevitáveis decepções queexperimentará no começo, não terão desagradáveis consequências, mas servirão paraesclarecer a razão e desenvolver as forças fluídicas.

No período em fase de exercício, de trabalho preparatório, o candidato a médiumnão deve aspirar ou pretender realizar os grandes feitos mediúnicos ou supor-se veículo deEspíritos de elevada categoria, caindo na fascinação por vaidade, julgando-se umprivilegiado ou missionário.

A dificuldade encontrada pela maioria dos médiuns iniciantes é a de ter quetratar com os Espíritos inferiores, e eles devem considerar-se felizes quando setrata de Espíritos apenas levianos. Toda a sua atenção deve ser empregada paranão os deixar tomar pé, porque uma vez firmados nem sempre é fácil afastá-los. Esta é uma questão capital, sobretudo no início, quando, sem as precauçõesnecessárias poder-se-á pôr a perder as mais belas faculdades.. (LM, item 211).

Esta é, pois, uma fase comum do desenvolvimento da faculdade mediúnica, éuma escola em que a nossa paciência e discernimento se exercitam, em que aprendemos afamiliarizar-nos com o modo de agir dos habitantes do mundo espiritual. Vamoscomprovando, na prática, a existência das diferentes categorias de Espíritos, conforme tãobem demonstram as questões 96 a 113 de O Livro dos Espíritos.

Deve, pois, o médium, nessa fase inicial de estudo elementar, estar sempre desobreaviso e nunca se afastar de uma reserva prudente; evitar cuidadosamente as questõesociosas ou interesseiras, os gracejos, tudo, enfim, que revestir caráter frívolo e que atraiaEspíritos levianos. A boa mediunidade se forma lentamente no estudo calmo, silencioso,recolhido, longe dos prazeres mundanos e do tumulto das paixões.

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Terminada essa fase primeira do desenvolvimento de suas faculdades, e cujaduração não pode ser estabelecida, por diversas razões, o médium colhe o fruto de seusperseverantes esforços, na consolidação de sua especialidade mediúnica; recebe dosEspíritos elevados, daqueles que dirigem o movimento de espiritualização da Humanidade,a consagração de suas faculdades amadurecidas no santuário da alma, abrigadas das sugestõesdo orgulho e poderá se tornar cooperador utilíssimo na obra de regeneração do homem.

Somente o nosso aprimoramento mediúnico poderá oferecer campo à atuação dosEspíritos elevados. Para podermos sintonizar com eles é necessário de nossa parte que man-tenhamos vontade firme, fé elevada, um veemente desejo de nos tornarmos úteis e um reco-nhecido valor moral. Reunidas essas condições, aproximam-se de nós; começa então, muitasvezes sem o sabermos, um demorado trabalho de adaptação de seus fluidos aos nossos. Àmedida que se estabelece a harmonia das vibrações, a comunicação se acentua sob formasapropriadas às aptidões do médium – clarividência, clariaudiência, psicografia, psicofonia,etc. Outros Espíritos, por um impulso dê dedicação, ligam-se a nós e nos acompanham até otérmino de nossa peregrinação terrestre. São os Espíritos familiares ou Espíritos protetores.

A questão da educação e treinamento dos médiuns é, pois, de capital importância.Os bons médiuns são raros. Isto deve-se, também, ao fato de preciosas faculdades seperderem a míngua de atenção e de cultura. Quantas faculdades malbaratadas emexperiências frívolas ou empregadas para fins interesseiros e egoístas?

A mediunidade é uma delicada flor que para desabrochar necessita de acura dasprecauções e perseverantes cuidados. Exige o método, a paciência, as altas aspirações, ossentimentos nobres e a conquista de uma boa cobertura espiritual.

Os apressados e inconsequentes são explorados pelos Espíritos atrasados ouoportunistas que estiolam as promissoras faculdades.

É importante para o iniciante na prática mediúnica que o ambiente seja seguro,organizado, sério, para evitar os perigos de um falso desenvolvimento me-diúnico, em que predominam as viciações, os condicionamentos, os automatis-mos, as falsas concepções dos ditos Espíritos Guias, os estímulos as mistifica-ções, mediocridades e às obsessões.

FUNÇÃO DOS MÉDIUNS

Não há mais nobre, mais elevado encargo do que participar do trabalho dedivulgação dos princípios sérios da mediunidade, sob a inspiração das Potências Espirituais,dos Espíritos Benfazejos. Estes incitando-nos ao aprimoramento de si mesmo, através doestudo perseverante, das leituras edificantes e um forte propósito que levam-nos aoautoaprimoramento. Tal é o papel da mediunidade.

Surge daí, a questão da responsabilidade. Muitos médiuns procuram no exercíciode suas faculdades a satisfação do amor-próprio ou de interesses comuns. Envaidecem-se dafaculdade que possuem, passando a criar em torno de si uma atmosfera de misticismo, depersonalismo e, aos poucos, afastam-se da verdadeira pratica humanitária, desinteressada ehumilde, achando que tudo o que é bom e respeitável da Espiritualidade tem que ser vertidoaos homens por seu intermédio senão não tem valor. Esquecem-se, muitas vezes, que amediunidade é um dos meios de ação por que se executa o plano divino, e que eles não têmdireito de utilizá-la ao sabor de suas fantasias; que pode constituir-se um perigo quandoexercitada sem condições de elevação do pensamento, de moralidade, de desinteresse; que,ao contrário, deve ter por firme propósito o bem, permitindo ao médium impregnar-se de

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fluidos purificados, criando uma atmosfera em torno de si, preservando-se de cair em erros edeixar-se envolver nas ciladas do invisível.

Concluindo sobre a função dos médiuns, o Espiritismo atribui à mediunidadeduas finalidades fundamentais: 1a. Dar aos humanos o conhecimento das verdadesespirituais; 2a. promover a melhora espiritual dos médiuns (LM, Cap. XVII).

PREPARO E CUIDADO DOS MÉDIUNS

Sem dúvida alguma, o médium deve conduzir a sua vida dentro do comportamen-to éticos adequado para colher os frutos da faculdade mediúnica disciplinada e profícua.

Todavia, existem inúmeros cuidados que visam sua preparação interior, quedevem ser observados no dia do trabalho. Assim, o seu preparo antecipado para a reunião daqual participara mais tarde compreende:

1. No Despertar: Cultivar atitude mental digna desde cedo, através da leitura deuma página de conteúdo elevado, da oração e da vigilância dos própriospensamentos, impedindo que eles resvalem para a vala comum das ideiasnegativas e deprimentes, do comentário mordaz ou revoltado. Evitar brigas ediscussões, disciplinando as reações frente aos estímulos desagradáveis,buscando sustentar a paciência e a serenidade acima de quaisquer transtornos quesobrevenham durante o dia.2. A Alimentação: Embora sendo fundamental a preparação espiritual para que otrabalho se realize a contento, o médium não deve se descuidar com aalimentação nas horas que antecedem a reunião. Nem deve alimentar-se emdemasia, sobrecarregando o aparelho digestivo, impondo ao organismo umasobrecarga desagradável, impeditiva de uma boa participação no trabalho, nem afrugalidade excessiva que trará a sensação de fraqueza e debilidade. Aalimentação nas horas que precedem o trabalho deve ser normal, sem excessos naquantidade, evitando-se aquela que seja de digestão mais trabalhosa. “Estômagocheio, cérebro inábil”.3. Repouso Físico e Mental: Apos o trabalho profissional ou doméstico, braçal oumental, reservar alguns momentos para o refazimento geral, do corpo e da alma,através do recolhimento a ambiente silencioso, com música suave e elevada, quepermita a relaxação de todo o organismo e que, através de leitura e meditação, aalma possa desligar-se das preocupações materiais, ou mesmo, inferiores queainda a estejam aturdindo. A leitura moralizadora conduzirá o médium à sintoniacom os pensamentos elevados e altruístas, condicionando-o a uma participaçãoproveitosa no trabalho a realizar.4. Prece e Meditação: Atingida a pacificação interior dos problemas do dia a dia,deverá o médium dedicar-se à prece e à meditação no próprio ambiente do lar,bem como nos momentos que antecedem o trabalho no recinto do próprio Centro.A meditação permitirá ao médium retirar-se em Espírito das vulgaridades terra aterra, dando-lhe condições de uma sintonia perfeita com as entidadesresponsáveis e participantes do trabalho mediúnico. Orar, buscando a inspiraçãoda Vida Maior, para que realize o melhor de si. (CVV, 167 e 168).5. Superação de Impedimentos: Uma série de impedimentos perfeitamente contorná-veis pelo uso do bom-senso e da disciplina não podem constituir-se em fatos queafastem o médium da obrigação assumida com sua consciência e com o trabalho aque participa. As intempéries não podem justificar a ausência do médium às suas

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obrigações, bastando para isso que ele seja precavido e com antecedência deixe oseu lar com destino ao Centro quando o tempo não for favorável, prevendo possíveisdificuldades no trânsito, acesso mais difícil à Instituição, etc.

A visita inesperada de alguém que lhe dedica boa amizade, não deverá ser motivoimperioso para a falta no trabalho. Com franqueza e humildade deverá o médium es-clarecer o visitante quanto ao motivo da sua ausência do lar dentro de breves minu-tos, sem esconder o motivo de sua retirada, cumprindo seu dever e demonstrandosua convicção nos postulados espíritas como também naquilo que realiza no Centro.Os pequeninos problemas que ocorrem no dia a dia não serão impedimentos para aida ao trabalho desde que o médium providencie as soluções razoáveis com a antece-dência necessária. O hábito de se deslocar para o Centro com antecedência evita inúme-ros contratempos de última hora que surgem graças à imprevidência do próprio médium.

Ter boa vontade é comparecermos alegres e cheios de satisfação às ses-sões. É esforçarmo-nos o mais possível durante os momentos consagra-dos ao nosso desenvolvimento.93

RESUMO

Qualquer conquista humana exige esforço, dedicação, estudo, perseverança. Odesabrochamento de uma faculdade mediúnica e seu aprimoramento, também necessitam deeducação, esforço, disciplina e aquisição de valores morais e espirituais.

A mediunidade à luz do Pensamento Espírita exige orientação disciplinadora,séria e esclarecida, para evitar ciladas e desenganos, perigos e dissabores que a invigilância,a indisciplina e o despreparo podem gerar.

O desabrochamento de uma faculdade mediúnica se faz através de diferentesfases que o médium deve previamente conhecer para colaborar conscientemente com asentidades espirituais que orientam o seu desenvolvimento.

É importante que o médium não procure na mediunidade um objetivo de simplescuriosidade, de diversão ou de interesse particular, mas encará-la como coisa sagrada quedeve utilizar para o bem do semelhante, sustentada na elevação moral e no estudo sério eedificante.

Na primeira fase do desenvolvimento, o médium deve evitar qualquer pretensãovaidosa de supor-se capaz dos grandes feitos mediúnicos, e aplicar toda a atenção paraimpedir que Espíritos inferiores e levianos assumam o predomínio de sua mediunidade enão se percam assim os frutos que ela poderá oferecer.

O médium que se educa espiritualmente e amadurece a sua faculdade através deesforço, estudo e disciplina moral, passa a ser assistido pelos bons Espíritos que o preservamdas ciladas do mundo invisível.

Os bons médiuns são raros, por falta de uma educação e aprimoramentos seguros.A faculdade mediúnica é delicada e necessita de acuradas precauções,

perseverantes cuidados, método, aspirações nobres e a conquista de uma cobertura espiritualde caráter elevado.

O ambiente da prática mediúnica deve ser seguro, organizado, sério para evitar operigo de um falso desenvolvimento em que predominam as viciações, os condicionamen-tos, os automatismos, as falsas concepções do que sejam os Espíritos Guias, as mistificaçõese a obsessão.

93 Rigonatti, E. A Mediunidade Sem Lágrimas, pág., 12.

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A mediunidade é um dos meios de ação pelo qual se executa o plano divino e osmédiuns não têm o direito de utilizá-la ao sabor de suas fantasias nem formar em torno de siuma atmosfera de misticismo e de personalismo.

O Espiritismo atribui à mediunidade duas finalidades fundamentais quesão: Dar aos homens o conhecimento da verdade espirituais e promo-ver a melhora espiritual do médium.Existem inúmeros cuidados que visam a preparação interior do médium, que de-

vem ser observados no dia do trabalho, como: o despertar, a alimentação, o repouso físico emental, a prece e a meditação e a superação de impedimentos de última hora que natural-mente podem ocorrer.

RADIAÇÕESRogando aos companheiros reunidos vibrações de amor e tran-quilidade para os que sofrem, o diretor do grupo, terminadas astarefas desobsessivas propriamente ditas, suspenderá a palavra,pelo tempo aproximado de dois a quatro minutos, a fim de queele mesmo e os integrantes do círculo formem correntes mentaiscom as melhores ideias que sejam capazes de articular, seja pelaprece silenciosa, seja pela imaginação edificante.Todo pensamento é onda de força criativa e os pensamentos depaz e fraternidade, emitidos pelo grupo, constituirão adequadoclima de radiações benfazejas, facultando aos amigos espirituaispresentes os recursos precisos à formação de socorros diversos,em benefício dos companheiros que integram o círculo, dos de-sencarnados atendidos e de irmãos outros, necessitados de am-paro espiritual a distância. Um dos componentes da equipe, nomeado pelo diretor do con-junto, pode articular uma prece em voz alta, lembrando, na ora-ção, os enfermos espirituais que se comunicaram, os desencar-nados que participaram silenciosamente da reunião, os doentesdos hospitais e os irmãos carecentes de socorro e de alívio, in-ternados em casas assistenciais e instituições congêneres.94

Bibliografia: Léon Denis. No Invisível, 1a. Parte, Cap. V.Gabriel Delanne, Fenômeno Espírita, 3a. Parte.

94 Xavier F. C. E Vieira, W. Desobsessão, Cap. 51.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.Grupo 1

Educação e Função dos Médiuns(NI, Primeira Parte, Cap. V, do início até

“identificados em um mesmo amor”).

Grupo 2Educação e Função dos Médiuns

(NI, Primeira Parte, Cap. V, de “Em todo serhumano existem rudimentos de mediunidade”...até “um sopro de vida lhes transportará o pensa-

mento ás regiões sublimes do Infinito”.

Grupo 3Formação Dos Médiuns – Os Médiuns

Iniciantes e Os Escolhos Da Mediunidade.(LM, itens 211, 212, 216, 217, 242, 243 e 244).

Grupo 4O Desenvolvimento Mediúnico e As

Qualidades Morais Do Médium. (LM, 226 a 230).

27a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

ORIENTAÇÃO DOS ESPÍRITOS – RESULTADOS.

Os resultados de uma Boa Orientação dependem do ambiente formado pelasvibrações do dirigente e dos participantes (encarnados e desencarnados); da condição moralque o dirigente apresente para orientar os Espíritos; e da própria condição espiritual daentidade, aceitando ou não os conselhos e esclarecimentos que recebe. Dependem tambémdos métodos que são utilizados, os quais devem ser aplicados de acordo com a circunstânciae a necessidade do momento.

A Orientação dos Espíritos objetiva, inicialmente, o esclarecimento da entidadecomunicante quanto ao seu estado transitório de perturbação, as causas de seus sofrimentose a forma pela qual poderão encontrar a solução para seus problemas.

Exercita-se com a orientação a prática da caridade, uma vez que o orientador,bem como os demais componentes da reunião, são convocados a vibrarem amorosamenteem favor do necessitado, demonstrando solidariedade com o sofrimento alheio, emitindopensamentos de auxílio e apoio moral.

Os resultados, dessa forma, são duplos, pois o orientador e os componentes dareunião, médiuns de incorporação, passistas, etc, agem desenvolvendo as virtudes, por umlado e, por outro, a entidade ganha nova condição espiritual depois de esclarecida e de teraceito o novo caminho de realizações.

Assim, o Espírito apresenta modificações no seu modo de agir; se empederni do,mostra-se tocado e sensível aos ensinamentos cristãos, buscando uma nova forma de encarara vida; se revoltado, mostra-se submisso a Lei Suprema, que não injustiça ninguém; seodioso, observa as consequências em si mesmo de sua semeá dura infeliz e procura dominarseus maus sentimentos; se desesperado, nota agora novas possibilidades de alcançar a pazatravés da esperança e do trabalho contínuo.A orientação abre para os desencarnados um painel de luz e esperança onde novos roteirosde realização espiritual se descortinam, com trabalho, amor e felicidade.

Consultar: Vinha de Luz, Caps. 37 e 167 – Fonte Viva, Cap. 149 – Seara dos Médiuns, Caps.9, 48 e 58, Pão Nosso, Cap. 33; Caminho, Verdade e Vida, Caps. 10, 14, 34, 42, 52, 60, 100e 148 – O Consolador, Questão 37 e ss. de Francisco Cândido Xavier..

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Hora de Exercitar 17!Para responder este Exercício, consulte os resumos das 25a. Sessão Teórica,

25a. Sessão de Exercício Prático e 26a. Sessão Teórica.

A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:1) ( ) No humano ancestral, no qual a onda mental está em fase inicial de expansão, o

sonho é, invariavelmente, ação refletida de seu próprio mundo consciencial ou afetivo.

2) ( ) No animal de evolução superior o sonho é puro reflexo das atividades fisioló-gicas.

3) ( ) Os fenômenos anímicos, que não são fenômenos mediúnicos, não confirmam os fenômenos espíritas.

4) ( )A alma humana em desdobramento e ativando suas faculdades supranormais, po-de provocar os diversos tipos de fenômenos anímicos.

B) Assinale a resposta MAIS CORRETA:5) Os sonhos são resultantes:

a) ( ) da emancipação do inconsciente durante o sono corporal;b) ( ) da emancipação dos sentidos físicos pelo repouso;c) ( ) da emancipação parcial da alma pela suspensão da vida de relação no sono;d) ( ) da liberação dos recalques verificados durante o sono;e) ( ) das fantasias oníricas para compensar as frustrações.

6) Podemos dizer que os sonhos são verdadeiros no sentido de que:a) ( ) constituem a clarividência da alma no sono físico;b) ( ) são premonições do Espírito encarnado;c) ( ) têm significados simbólicos;d) ( ) apresentam imagens que para o Espírito têm realidade;e) ( ) sempre se concretizam na vida de relação.

7) A ação da alma encarnada a distância, sem o concurso dos sentidos, é demonstrada:a) ( ) pelos fenômenos de psicografia e de clarividência;b) ( ) pelos fenômenos da transmissão do pensamento e da telepatia;c) ( ) pelos fenômenos do sonho e do animismo;d) ( ) pelos fenômenos de hipnose e de psicocinesia;e) ( ) pelos fenômenos de telepatia e de voz direta.

8) O desdobramento da alma durante o sono ou no estado de vigília, objetivando-sefluidicamente a distância corresponde:

a) ( ) ao fenômeno de transporte ou telecinesia;b) ( ) ao fenômeno de transfiguração ou telepatia;c) ( ) ao fenômeno de bilocação ou bicorporeidade:d) ( ) ao fenômeno de pneumatografia ou escrita direta;e) ( ) ao fenômeno anímico ou supranormal

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9) Médium de desdobramento é aquele:a) ( ) cuja faculdade lhe permite provocar fenômenos de efeitos físicos; b) ( ) que serve de instrumento para o transporte de objetos;c) ( ) tem a faculdade de desprender-se do corpo e realizar tarefas diversas;d) ( ) cuja alma pode desprender-se durante o sono.

10) A causa dos fenômenos anímicos reside:a) ( ) na hiperestesia indireta do pensamento;b) ( ) nas manifestações incontroláveis do inconsciente;c) ( ) nos resquícios de faculdades primitivas superadas pelo homem;d) ( ) nas propriedades de desdobramento do perispírito;e) ( ) nos automatismos psicológicos do subconsciente.

11) O limite de ação das faculdades supranormais (Anímicas) é determinado:a) ( ) pela lei do peso específico do perispírito;b) ( ) pela vontade do médium ou sensitivo;c) ( ) pela lei de causa e efeito (Karma);d) ( ) pela lei de afinidade ou de relação psíquica;e) ( ) pelo poder do pensamento do experimentador.

12) Uma Boa Orientação aos desencarnados necessitados dependem:

a) ( ) da rigidez do médium.

b) ( ) da boa alimentação diária dos participantes.

c) ( ) da inteligência do orientador apenas.

d) ( ) da resolução dos sofrimentos do desencarnado.

e) ( ) da assistência eficaz do orientador e dos componentes da reunião.C) Assinale as ALTERNATIVAS CORRETAS:

13) Fatos que justificam a necessidade de orientação:a) ( ) Os Espíritos estão em toda parte aguardando oportunidade de se comunicarem; b) ( ) somente através da orientação é que os Espíritos inferiores se elevam; c) ( ) a existência de Espíritos teimosos no mal pela ignorância da lei de amord) ( ) os médiuns em geral só desenvolvem sua faculdade pela orientação; e) ( ) existem Espíritos cujas vibrações são muito carregadas de condicionamentos

materiais.f) ( ) através da orientação fraterna, o Espírito apresenta modificações no seu

modo de agir.g) ( ) a orientação abre para os desencarnados um painel de luz e esperança.h) ( ) pensamentos de paz e fraternidade, emitidos pelo grupo, em nada ajuda o

desencarnado em sofrimento.

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D) Jogo da palavra-chave – ANÍMICO

1. Fenômeno anímico de aparição à distância.

2. Fenômeno anímico de deslocamento de objetos à distância.

3. Lei Cósmica que governa o universo físico e psíquico.

4. Palavra latins que deu origem ao termo “animismo”.

5. Fenômeno resultante da ação extracorpórea do encarnado, comportando efeitos psíquicos.

6. Fenômeno anímico de formação de corpos materializados.

7. Sobrenome do pesquisador italiano que escreveu o livro “Animismo ou Espiritismo”?

1 A2 N

3 Í4 M

5 I6 C

7 O

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Hora de Exercitar 18!Para responder este Exercício, consulte os resumos das 26a. Sessão de Exercício Prático,

27a. Sessão Teórica e 27a. Sessão de Exercício Prático.

A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:1. ( ) Um bom orientador deve ter conduta fraterna e um excelente conhecimento da

do Pensamento Espírita.2. ( ) Os participantes de uma sessão de orientação espiritual aos desencarnados estão

desenvolvendo suas virtudes e possibilitando aos Espíritos necessitados a me-lhoria de sua condição espiritual.

B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.3. Muitos médiuns esquecem que a ________________ é um dos meios de ação pelo

qual se executa o plano ________________ e que eles não têm o direito de ao saborde sua ________________.

C) Assinale as alternativas corretas:

4. Para a orientação dos espíritos existem algumas regras que devem ser observadas,destacando-se dentre elas:

a) ( ) discutir com exaltação para impor um ponto de vista;b) ( ) acolher as comunicações com interesse e atenção;c) ( ) ser discursivo para convencer os Espíritos com preleções cansativas;d) ( ) não considerar os comunicantes como embusteiros;e) ( ) usar a energia no momento necessário, porém sem agressividade.

5. Os métodos utilizados na orientação dos espíritos podem ser resumidos nos seguintes:

a) ( ) o da hipnose e o do domínio do comunicante;b) ( ) o da conversação e o da orientação propriamente dita;c) ( ) o das correntes indiana e africana;d) ( ) o da persuasão e o da prece;e) ( ) o das comunicações simultâneas e o do passe.

6. O resultado da orientação dos espíritos depende:a) ( ) dos métodos utilizados e aplicados adequadamente;b) ( ) da participação dos bons médiuns clarividentes na sessão;c) ( ) de um ambiente espiritual favorável e adequado;d) ( ) de uma segunda corrente de médiuns na sessão para fortalecê-la;e) ( ) das qualidades do dirigente e dos participantes da sessão.

7. Os objetivos da orientação dos espíritos são:a) ( ) exercitar a caridade cristã pela solidariedade e apoio moral;b) ( ) demonstrar a existência de zonas inferiores no mundo espiritual;c) ( ) esclarecer o comunicante acerca de sua situação transitória;d) ( ) julgar os erros cometidos pelos Espíritos “maus”;e) ( ) explicar ao comunicante as causas de seus sofrimentos e perturbações.

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8. Para que o médium eduque e aprimore as suas faculdades mediúnicas é necessárioque ele as submeta:

a) ( ) à prática intensa da mediunidade;b) ( ) ao crivo da disciplina interior;c) ( ) às experimentações dos pesquisadores para convencê-los;d) ( ) à orientação do conhecimento superior e aos padrões morais;e) ( ) à comprovação de especialistas em parapsicologia.

9. O médium em desenvolvimento, na fase de prova e de estudo preparatório, deve:a) ( ) buscar o es tudo calmo e recolhido, longe das paixões;b) ( ) aspirar a realização de grandes feitos mediúnicos;c) ( ) estar sempre de sobreaviso e cultivar uma reserva prudente;d) ( ) considerar-se veículo de Espíritos elevados, evitando a fascinação;e) ( ) evitar as questões interesseiras e os gracejos que atraem os levianos.

10. Para que o médium possa sintonizar com os espíritos elevados, são necessárias asseguintes condições:a) ( ) um reconhecido valor moral do médium;b) ( ) um demorado trabalho de adaptação de seus fluidos aos do Espírito;c) ( ) o médium deve manter uma vontade firme e uma fé elevada;d) ( ) o médium deve cultivar um veemente desejo de tornar-se útil;e) ( ) todas as alternativas estão corretas.

11. As causas de preciosas faculdades mediúnicas se perderem são:a) ( ) falta de educação e treinamento dos médiuns;b) ( ) falta de atenção e de cultura dos médiuns;c) ( ) emprego de suas faculdades em experiências frívolas;d) ( ) emprego da medi unidade para fins i interesseiros e egoístas;e) ( ) todas as alternativas estão corretas.

12. A mediunidade, para desabrochar equilibradamente:a) ( ) exige ambiente preparado, seguro, organizado e sério;b) ( ) exige acuradas precauções e perseverantes cuidados;c) ( ) exige método, paciência e altas aspirações;d) ( ) exige os sentimentos nobres e a conquista de uma boa cobertura espiritual;e) ( ) todas as alternativas estão erradas.

13. O Espiritismo atribui a mediunidade as seguintes finalidades fundamentais:a) ( ) realizar fenômenos fantásticos e maravilhosos;b) ( ) desmascarar os que negam a existência do mundo espiritual;c) ( ) destruir o sectarismo religioso; d) ( ) promover a melhoria espiritual do médium;e) ( ) dar aos homens o conhecimento da verdade.

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28a. SESSÃO TEÓRICANORMAS PARA OS TRABALHOS PRÁTICOS –

ESQUEMATIZAÇÃO IDEAL DOS TRABALHOS MEDIÚNICOS.

NORMAS PARA OS TRABALHOS PRÁTICOSO Centro Espírita não é o local somente de reuniões mediúnicas levadas a efeito

por grupos diferentes e alheios entre si.O Centro Espírita sobretudo é um local de reunião permanente dos espíritas que a

ele acorrem com a finalidade de se esclarecerem, trabalharem, pondo em prática osensinamentos da Filosofia Espírita e conviverem em um clima de real fraternidade,antecipando na terra o ambiente de amor fraternal que forma e sedimenta os laços dachamada “família espiritual”.

O Centro Espírita deve, portanto, funcionar como uma Fraternidade com os seusdiversos trabalhos interligados entre si e dando continuidade uns aos outros.

Um Centro Espírita pequeno e modesto – como na maioria o são – atrai as pes-soas realmente interessadas no conhecimento doutrinário, cria um ambiente defraternidade ativa em que as discriminações sociais e culturais desaparecem no en-trelaçamento de todos os seus componentes, considerados como colaboradores ne-cessários de uma obra única e concreta. O ideal é o Centro funcionamento. O idealé o Centro funcionar em sede própria, para maior e mais livre desenvolvimento deseus trabalhos, mas enquanto isso não for possível, pode funcionar com eficiêncianuma sala cedida ou alugada, numa garagem vazia ou mesmo numa dependênciade casa familiar. As objeções contra isso só podem valer quando se trate de casasem que existam motivos impeditivos materiais ou morais. (CE, págs. 12 e 13)

O Centro Espírita, pois, é o Templo-Lar-Escola-Oficina em que procuramosassociar de forma equilibrada os valores espirituais cultivados pelo nosso esforço. Templo,porque nele nos exercitamos na oração e no respeito, cultuando intimamente os valorestranscendentais; Lar, porque imbuídos de fraternidade pura, a todos consideramos irmãos,procurando conviver com eles e exaltando na prática o mais importante dos sentimentos, osentimento do amor; Escola, porque é aí que vamos aprender o verdadeiro sentido dascoisas, é aí que vamos descerrar o véu da ignorância que nos cobre o entendimento acercadas verdades espirituais; é aí que aprendemos a disciplina do estudo em conjunto no qualninguém busca posições de superioridade no conhecimento, mas em que todos se igualamno esforço da procura e da análise das conceituações Espírita. Escola, porém, que não seatêm somente ã teorização, mas que busca também oferecer a leira do solo para que todostenham oportunidade do trabalho redentor; portanto, e Escola-Oficina. (Ibidem, Cap. I).

Destarte, notamos quão importante é o papel do Centro Espírita representando acélula-mãe do movimento espírita, reflexo exato de nosso esforço e dedicação em prol doReino do Bem e do Amor entre as criaturas. (Ibidem, Cap. II e III).

NORMAS PARA OS TRABALHOS PRÁTICOS

As reuniões espíritas podem oferecer grandes vantagens, pois permitem o es-clarecimento pela permuta de pensamentos, pelas perguntas e observações fei-tas por qualquer um, de que todos podem aproveitar-se. As reuniões instrutivas têm características inteiramente diversas, e como énelas que podemos obter o verdadeiro ensinamento, insistiremosparticularmente nas condições em que devem realizar-se.A primeira de todas é a de manterem a seriedade em toda a acepção do termo.É necessário que todos estejam convencidos de que os Espíritos a que desejamdirigir-se pertencem a uma natureza especial, que o sublime não podendo se

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misturar ao banal, nem o bem com o mal, se desejamos obter bons resultados énecessário nos dirigirmos aos Espíritos bons. Devemos, como condiçãoexpressa, estar em situação favorável para que eles queiram atender-nos. Ora,os Espíritos superiores não comparecem às reuniões de homens levianos esuperficiais, como não compareceriam quando estavam encarnados. Uma sociedade não é verdadeiramente séria se não se ocupar de assuntos úteis,com exclusão de todos os outros. Se ela deseja obter fenômenos extraordináriospor curiosidade ou passatempo, os Espíritos que os produzem poderãocomparecer, mas os outros se afastarão. Numa palavra, conforme o caráter dareunião ela sempre encontrará Espíritos dispostos a atender às suas tendências.Uma reunião séria afasta-se da sua finalidade se troca o ensinamento pelodivertimento. As manifestações físicas têm a sua utilidade, como já dissemos.Aqueles que desejam ver devem participar de reuniões experimentais, e os quedesejam compreender devem dirigir-se a reuniões de estudos. É assim que unse outros poderão completar a sua instrução espírita, como no estudo damedicina uns vão aos cursos e outros à clínica. A instrução espírita não compreende somente o ensino moral dado pelosEspíritos, mas também o estudo dos fatos. Abrange a teoria dos fenômenos, apesquisa das causas, e como consequência a constatação do que é possível e doque não é, ou seja: a observação de tudo quanto possa fazer que a ciência sedesenvolva. Seria errôneo acreditar que os fatos estejam limitados aosfenômenos extraordinários, que os que tocam principalmente os sentidos sejamos únicos dignos de atenção. Encontram-se a cada passo fatos importantes nascomunicações inteligentes, que as pessoas reunidas para o estudo não poderiamnegligenciar. Esses fatos, que seria impossível enumerar, surgem de numerosascircunstâncias fortuitas. Embora menos gritantes, não são de menor interessepara o observador que neles encontra a confirmação de um principio conhecidoou a revelação de um novo princípio, que o leva a penetrar mais fundo nosmistérios do mundo invisível. Nisso há também filosofia.As reuniões de estudo são ainda de grande utilidade para os médiuns demanifestações inteligentes, sobretudo para os que desejam seriamenteaperfeiçoar-se e por isso mesmo não comparecem a elas com a tola presunçãoda infalibilidade. Uma das grandes dificuldades da prática mediúnica, como jádissemos, encontra-se na obsessão e na fascinação. Eles poderiam, pois, iludir-se de muito boa fé quanto ao mérito das comunicações obtidas. Compreende-seque os Espíritos enganadores encontram caminho aberto quando lidam com apessoa que ignorara do assunto. É por isso que procuram afastar o médium detodo o controle, chegando mesmo, quando necessário, a fazê-lo tomar aversãoquem quer que possa esclarecê-lo. Graças ao isolamento e à fascinação, podemfacilmente levá-lo a aceitar tudo o que quiserem.Nunca repetiríamos demasiado: aí está não somente uma dificuldade, mas umperigo. Sim, podemos dizê-lo, um verdadeiro perigo. O único meio de escapara ele é submeter-se o médium ao controle de pessoas desinteressadas ebondosas que, julgando as comunicações com frieza e imparcialidade, possamabrir-lhe os olhos e levá-lo a perceber o que não pode ver por si mesmo. Ora,todo médium que teme esse julgamento já se encontra no caminho da obsessão.Aquele que pensa que a luz só foi feita para ele já está completamente subjugo.Se leva a mal as observações e as repele, irritando-se com elas, há dúvidaquanto à natureza má do Espírito que o assiste.Já dissemos que um médium pode carecer dos conhecimentos necessários paracompreender os erros, que pode se deixar enganar pelas palavras bonitas e pelalinguagem pretensiosa, deixando-se seduzir pelos sofismas, tudo isso na maior

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boa fé. Isso porque, na falta de suas próprias luzes, deve modestamente recorreràs luzes dos outros, segundo os ditados populares de que quatro olhos vêemmelhor do que dois e de que ninguém é um bom juiz em causa própria. É desseponto de vista que as reuniões são de grande utilidade para o médium, se ele forbastante sensato para ouvir os conselhos, porque nelas se encontram pessoasmais esclarecidas do que ele, capazes de perceber os matizes frequentementemuito delicados, pelos quais o Espírito revela a sua inferioridade. Todo médium que sinceramente não queira se transformar em instrumento damentira deve procurar produzir nas reuniões sérias, levando para elas o quetiver obtido em particular. Deve aceitar com reconhecimento, e até mesmosolicitar o exame crítico das comunicações. Se estiver assediado por Espíritosenganadores será esse o meio mais seguro de se livrar deles, provando-lhes quenão o podem enganar. Aliás, o médium que se irrita com a crítica, tanto menosrazão tem para isso quanto o seu amor-próprio não está envolvido no assunto,pois se o que escreve não é dele, ao ler a má comunicação a suaresponsabilidade é semelhante à de quem lesse os versos de um mau poeta.Insistimos nesse ponto porque se é ele um tropeço para os médiuns, também oé para as reuniões que não devem confiar levianamente em todos os intérpretesdos Espíritos. O concurso de qualquer médium obsedado ou fascinado lhesseria mais prejudicial do que útil. Toda reunião espírita deve pois procurar a maior homogeneidade possível.Falamos, bem entendido, das que desejam chegara resultados sérios everdadeiramente úteis. Se simplesmente se quer obter quaisquer comunicações,não se importando com a qualidade, é evidente que todas essas precauções nãosão necessárias. Mas então não se deve lamentar a qualidade do produto.Outra exigência não menos necessária é a da regularidade das sessões. Emtodas sempre encontramos Espíritos que poderíamos chamar de frequentadoreshabituais, mas não nos referimos a esses Espíritos que estão por toda parte eem tudo se intrometem. Falamos dos Espíritos protetores ou dos que são maisfrequentemente evocados. Não se pense que esses Espíritos nada mais tenham a fazer do que nos daratenção. Eles têm as suas ocupações e podem às vezes encontrar-se emcondições desfavoráveis à evocação. Quando as reuniões se realizam em dias ehoras fixos, eles se colocam à disposição nesses momentos e raramente faltam.Há mesmo os que levam a pontualidade ao excesso. Ofendem-se com o atrasode um quarto de hora, e se foram eles que marcaram uma reunião será inútiliniciá-la alguns minutos antes.Mas acentuemos que embora os Espíritos pretiram a regularidade, osverdadeiramente superiores não são tão meticulosos. A exigência de rigorosapontualidade é sinal de inferioridade, como tudo o que é pueril. Mesmo foradas horas marcadas eles podem comparecer, e na verdade comparecem espon-taneamente quando a finalidade é útil. Nada, entretanto, é mais prejudicial à re-cepção de boas comunicações do que evocá-los a torto e a direito, por simplescapricho ou sem um motivo sério. Como não estão sujeitos aos nossos capri-chos, poderiam não nos atender. E é sobretudo nessas ocasiões que outros po-dem tornar-lhes o lugar e o nome.Já vimos como é importante a uniformidade de sentimentos para obtenção debons resultados. Essa uniformidade é naturalmente mais difícil de se obterquando o número de pessoas é maior. Nas pequenas reuniões, onde todos se co-nhecem melhor, tem-se mais segurança na introdução de elementos novos. Osilêncio e a concentração tornam-se mais fáceis e tudo se passa como em famí-lia. (LM, itens 324, 327, 328, 329, 331, 333 e 335 – Itálicos do Livro.)

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Fica claro desta forma que todo e qualquer paramento, vestuário especial, ritual,exterioridades, ambientes adredemente preparados para despertar o mistério ou omisticismo, gesticulações e encenações, são meros adereços que não cabem nas práticasmediúnicas verdadeiramente espíritas.

As reuniões práticas de desobsessão não devem ser públicas.Há quem aconselhe esse procedimento e acredita que é uma boa forma de

orientação indireta, pois que, assistindo as manifestações mediúnicas e ouvindo asdoutrinações o público se esclarece e se edifica.Vejamos a opinião do Codificador do Espiritismo, Allan Kardec:

Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultantede todas as de seus membros e formam, como que um feixe; ora, este feixe teráainda mais força, quanto mais homogêneo ele for. Se bem se compreendeu oque foi dito (item 282, pergunta 5) sobre a maneira por que os Espíritos sãoavisados do nosso chamado, facilmente compreender-se-á o poder deassociação do pensamento dos assistentes. Se o Espírito é, de alguma forma,atingido pelo pensamento, como o somos pela voz, vinte pessoas unindo-secom a mesma intenção terão, necessariamente, mais força do que uma só; maspara que todos esses pensamentos concorram para o mesmo objetivo, é precisoque vibrem em uníssono; que se confundam, por assim dizer, num único, o quenão pode acontecer, sem recolhimento.A concentração e a comunhão de pensamentos sendo as condições necessáriasde toda reunião séria, compreende-se que o grande número de assistentes é umadas causas mais contrárias à homogeneidade. Não há, é certo, nenhum limiteabsoluto para esse número. Compreende-se que cem pessoas, suficientementeconcentradas e atentas, estarão em melhores condições do que dez pessoasdistraídas e barulhentas. Mas é também evidente que quanto maior o número,mais dificilmente se preenchem essas condições. É aliás um fato provado pelaexperiência que os pequenos círculos íntimos são sempre mais favoráveis àsboas comunicações, e isso pelos motivos que expusemos.

As grandes assembleias não permitem a intimidade pela variedade de elemen-tos de que se compõem. Exigem locais especiais, recursos pecuniários e umaparelhamento administrativo que os pequenos grupos dispensam. A divergên-cia de caracteres, de ideias, de opiniões revela melhor, oferecendo aos Espíritosperturbadores mais facilitada para semear a discórdia. Quanto mais numerosa areunião, mais difícil de se contentar a todos. Cada um quereria que os trabalhosfossem dirigidos a seu gosto, que fossem tratados de preferência os assuntosque mais lhe interessam, e alguns julgariam que o título de sócio lhe daria o di-reito de impor os seus pontos de vista. (LM, item 331, 332, 335).

A condição moral dos participantes de uma reunião é o elemento indispensávelpara atrair os Espíritos deste ou daquele padrão espiritual.

A influência do meio decorre da natureza dos Espíritos e da maneira por queagem sobre os seres vivos. Dessa influência cada qual pode deduzir por simesmo as condições mais favoráveis para uma sociedade que aspire a atrair asimpatia dos Espíritos bons, obtendo boas comunicações e afastando as más.Essas condições dependem inteiramente das disposições morais dos assistentes.Podemos resumi-las nos seguintes pontos:

• Perfeita comunhão de ideias e sentimentos;

• Benevolência recíproca entre todos os membros;• Renúncia de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã;

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• Desejo uníssono de se instruir e de melhorar pelo ensinamento dosEspíritos bons e aproveitamento de seus conselhos.

A influência do meio decorre da natureza dos Espíritos e da maneira por queagem sobre os seres vivos. Dessa influência cada qual pode deduzir por simesmo as condições mais favoráveis para uma sociedade que aspire a atrair asimpatia dos Espíritos bons, obtendo boas comunicações e afastando as más.Essas condições dependem inteiramente das disposições morais dos assistentes.Podemos resumi-las nos seguintes pontos:

• Perfeita comunhão de ideias e sentimentos;

• Benevolência recíproca entre todos os membros;• Renúncia de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã;

• Desejo uníssono de se instruir e de melhorar pelo ensinamento dosEspíritos bons e aproveitamento de seus conselhos.

Essas condições serão tão difíceis de preencher que não se encontrem quempossa satisfazê-las? Não pensamos assim. Esperamos pelo contrário, que asreuniões verdadeiramente sérias, como as existentes em diferentes lugares, semultiplicarão e não hesitamos em dizer que a elas o Espiritismo deverá a suamais ampla divulgação. Unindo os homens honestos e conscienciosos elas im-porão silêncio à crítica, e quanto mais pura forem as suas intenções mais serãorespeitadas, até mesmo pelos seus adversários. Quando a zombaria ataca obem deixa de provocar o riso e torna-se desprezível. Entre as reuniões dessaespécie é que se estabelecerão laços de real simpatia, uma solidariedade mútua,pela própria força das circunstâncias, contribuindo para o progresso geral. (LM,itens 336 e 341 – Itálicos do Livro).

ESQUEMATIZAÇÃO IDEAL DOS TRABALHOS MEDIÚNICOS DE UM CENTRO ESPIRITA.

Um Centro Espírita, para cumprir bem o papel a que foi chamado a desempenhar,deve ter condições mínimas exigidas sem as quais servirá de modo incompletoaqueles que o buscam.

O Centro deve ter trés tipos de tarefas que se ligam umas as outras nas seguintes áreas:

A) Campo Ensino Tórico:1. Palestras Educativas;2. Cursos (CERE, item 3.3.1);3. Aulas de evangelização da infância (CERE, item 3.3.2); 4. Reuniões de estudos para os jovens (CERE, item 3.3.3);

B) Campo Ensino Prático:1. Reunião de desenvolvimento da mediunidade (CERE, item 2.3.1);

2. Reunião de orientação de Espíritos desencarnados (CERE, item 2.3.2);3. Reunião de consultas e tratamento espirituais (CERE, item 2.3.3);4. Reunião de passes, irradiação, etc. (CERE, item 2.3.5);5. Reunião de desobsessão (CERE, item 2.3.4).

C) Campo Assistencial:Compreende todos os trabalhos que visem a promoção social das pessoasassistidas pelo Centro através da reintegração social, valorização da criatura,ensino de ofícios, etc, sem descurar de oferecer o conhecimento espírita atodos os que demonstre interesse pelo mesmo.

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Por mais que se busque vincular o Espiritismo à caridade (muitas vezesconfundida com esmola), não se pode obter uma relação direta entreEspiritismo e assistencialismo. Parece-me claro que não podemos simplificar abusca das causas do assistencialismo vinculando-as apenas às característicasdos líderes. A nossa condição social e nossa formação cultural certamentecontribuem para esse caráter dos nossos centros. (CERE, p. 29).

Assim, o Centro Espírita deve ser o ponto de convergência de vários gruposafins, cada um ocupado em tarefa que lhe é específica, mas todos trabalhando em conjuntonuma programação previamente elaborada para que se alcance o fim desejado. Todos osgrupos que constituem a casa devem solidarizar-se entre si, unindo-se cada vez mais, paraque o Centro seja um foco irradiador de paz, entendimento e harmonia. Para que ele sejarealmente o Templo-Lar-Escola-Oficina.

A domesticação clerical dos espíritas ameaças desfibrar todo o nosso povo, quepor sua formação igrejeira tende a um tipo de alienação esquizofrênica que oEspiritismo sempre combateu, desde a proclamação de fé racional sempre noKardec, contra a fé cega e incoerente, submissa e farisaica das pregaçõesigrejeiras (CE, p. 7)

RESUMO

Centro Espírita deve funcionar como uma unidade fraterna, com trabalhos interli-gados entre si e em continuidade uns aos outros.

O Centro Espírita, célula-mãe do movimento espírita, é o Templo-Lar-Escola on-de procuramos aprender e cultivar os valores e as verdades espirituais numa convivência defraternidade pura, associando a teoria ao trabalho redentor.

As reuniões espíritas oferecem grandes vantagens pela permuta de ideias e pelasquestões e observações que se façam em proveito de todos os que delas participam.

As reuniões instrutivas são as em que se pode haurir o verdadeiro ensino e por is-to devem ser sérias e afastar quaisquer propósitos de mera curiosidade.

A instrução espírita abrange o ensinamento moral e o estudo dos fatos pela expli-cação teórica de todos os fenômenos, a pesquisa das causas, a comprovação do que é possí-vel e do que não o é, em suma, a observação de tudo o que possa contribuir para o avanço daCiência.

As reuniões de estudo são de imensa utilidade para os médiuns, sobretudo para osque desejam aperfeiçoar-se sem a presunção de infalibilidade.

Graças ao insulamento e à fascinação, os Espíritos enganadores levam o médiuma aceitar tudo o que eles queiram. Aí se encontra um tropeço e um perigo. O único meio pa-ra o médium escapar disso é a análise das comunicações que recebe, praticada por pessoasdesinteressadas e benevolentes, com sangue frio e imparcialidade. Todo médium que temeesse juízo está no caminho da obsessão.

Toda reunião espírita deve buscar a homogeneidade possível para chegar a resul-tados úteis e realizar-se com regularidade, pois os Espíritos protetores possuem outras ocu-pações e não estão a nossa disposição a qualquer hora.

As reuniões práticas de desobsessão não devem ser públicas, mas privativas ecom seleção prévia dos componentes.

A condição moral dos participantes é ponto fundamental e todos devem ter: per-feita comunhão de vistas e de sentimentos; cordialidade recíproca; o desejo único de se ins-truírem e melhorarem, etc.

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O local das reuniões mediúnicas deve ser o Centro Espírita que possui as condi-ções necessárias e específicas para isso.

O ambiente das reuniões deve oferecer as condições que favoreçam o reco-lhimento e a elevação do pensamento e jamais apresentar quaisquer arranjos ou ornamenta-ções que cheirem à magia, pois são absurdos e perigosos pelas ideias supersticiosas que ali-mentam. Para os Espíritos superiores o pensamento é tudo, a forma nada!

Paramentos, vestuário especial, ritual, exterioridades, ambiente que evoque mistérioou misticismo, gesticulações e encenações litúrgicas, não cabem na verdadeira prática espírita.

É comum encontrarmos nos centros espíritas um grande sincretismo. Aspráticas utilizadas possuem origens religiosas, filosóficas e culturais diversas,devido à falta de compromisso dos grupos com o Espiritismo. SegundoHerculano PIRES uma das causas está na domesticação católica e protestante,que “criara em nossa gente uma mentalidade de rebanho” Penso que essamentalidade propicia a inserção das ideias assistencialistas (“esmolares”),salvacionistas e místicas, que se misturam às ideias espíritas. (CERE, p. 28).

O Centro Espírita deve ter trés tipos de tarefas:

1. Campo de Ensino teórico-prático, compreendendo palestras, cursos de orientação, evangelizaçãoda infância e da mocidade;2. Campo assistência espiritual, abrangendo reuniões de passe, irradiação, desenvolvimentomediúnico, etc.;

3. Campo assistencial social, compreende a promoção social, a reintegração e a valorização dacriatura humana, o ensino de ofícios.

Bibliografia: Allan Kardec. O Livro dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. XXIX.Léon Denis. No Invisível, 1a. Parte, Cap. X.José Herculano Pires. O Centro Espírita. Introdução e Cap. IX.Francisco Cândido Xavier. Nos Domínios da Mediunidade, Caps. 1, 3, 6, 13, 14, 17, 20, 23e 25 – Mecanismos da Mediunidade, Caps. 8 a 11, 19, 22, 23 a 26 – Conduta Espírita, Cap.27 – Desobsessão, Caps. 45 a 52, 60, 65 a 67. Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, 3a. Parte (Toda).

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Das Reuniões Espiritas: a) Vantagens;

b) Reuniões Frívolas; c) ReuniõesExperimentais; d) Reuniões Instrutivas.

(LM, itens 324 a 333).

Grupo 2Formação Dos Grupos Espíritas

(NI, 1a. Parte, Cap. X).

Grupo 3Subtema: Das Sociedades Propriamente Ditas

(LM, itens 334 a 337).

Grupo 4A influência do meio e dos participantes em

uma sociedade espírita (LM, itens 338 a 342).

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28a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

APLICAÇÃO DA MEDIUNIDADE – FACULDADE MALEÁVEL.

Sendo a mediunidade a faculdade que possibilita ao individuo encarnado re-lacionar-se com as entidades desencarnadas, captar os seus pensamentos e sentimentos etransmiti-los aos outros, bem como perceber coisas além dos limites físicos, próprias domundo espiritual, ela não representa em si mesma nenhum mérito de quem a possui, porqueo seu aparecimento independe da formação moral do indivíduo.

Desta forma, pessoas sem condição moral podem apresentar a faculdademediúnica e sempre encontrarão entidades espirituais que lhes secundem a vontade e opensamento, associando-se a elas na rede de desequilíbrio.

Possuir a faculdade mediúnica não é motivo, portanto, nem de orgulho nem devaidade, nem tampouco de santificação de quem quer que seja. O que a pessoa realizar coma sua faculdade mediúnica, pode ser motivo de nosso respeito ou de nossa reprovação; podeser conforme os desígnios superiores da Lei de Equilíbrio, de Amor e de Justiça ou não;pode estar de acordo com o que preceitua o Espiritismo ou não.

Assim, pelo despreparo para a prática mediúnica equilibrada e pelo desinteressepelo conhecimento e, ainda, por apresentarem fraquezas morais, muitos deixam-se envolverpela obsessão e se veem em dificuldades sem conta quando pretendem recompor-se e seguirno verdadeiro caminho de sua reabilitação moral.

Muitos outros, maravilhados com o fenômeno mediúnico, esquecem que ele émeio, é via para atingir o fim, o qual é o esclarecimento da criatura humana com a suaconsequente transformação moral e se deixam levar para o profetismo, para oexperimentalismo, para o guiísmo, numa dependência total, ao ponto de não mais decidiremo que lhes compete sem antes fazerem uma consulta aos Espíritos.

Ha outros ainda, que, além de serem envolvidos pelos elogios fáceis, pelabajulação, começam a fraquejar e receber pequenos obséquios, pequenos favores materiais,discretas lembrancinhas, e, por fim, caem num mercenarismo barato que os inutiliza.Registre-se que não precisa ser o médium quem seja diretamente beneficiado com omovimento financeiro que se faça em seu derredor para que tal ação seja encarada commuito cuidado por nos.

Os Espíritos amigos tentam por inúmeras maneiras esclarecer, orientar edespertar o médium para os perigos da utilização de sua mediunidade sem os critérioscristãos, mas se este nega-se a acolher os alvitres salutares, continua displicente com o ladomoral da aplicação de sua faculdade, eles simplesmente se afastam, deixando o caminholivre aos Espíritos que sintonizam com tal modo de pensar e proceder.

As pessoas que possuem a faculdade mediúnica em níveis mais intensos, estãomais sujeitas as influenciações devido à facilidade de sintonia com os Espíritos. Maiorcuidado, pois, deverão ter com as companhias espirituais que elegem para a sua vida diária.

A mediunidade sendo uma faculdade maleável, tanto serve como instrumento dobem quanto do mal, de elevação quanto de queda, de construção quanto de derrocada,dependendo unicamente do modo como se comporta aquele que a possui.

Consultar: Palavras de Vida Eterna, Cap. 42 – O Consolador, Questões 383 e 384 deFrancisco Cindido Xavier.

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29a. SESSÃO TEÓRICAESPIRITISMO E LAR – O CULTO DO EVANGELHO NO LAR.

ESPIRITISMO E LAR

Trabalhemos pela implantação do Evangelho no lar, quando estiver ao alcancede nossas possibilidades. A seara depende da sementeira. Se a gleba sofre odescuido de quem lavra e prepara, se o arado jaz inerte e se o cultivador teme oserviço, a colheita será sempre desengano e necessidade, acentuando odesânimo e a inquietação (Bezerra de Menezes).95

Para muitos que não entenderam ou preferiram colocar acima dos princípios doutri-nários orientadores da prática mediúnica sua opinião pessoal, os trabalhos mediúnicos podemser realizados no próprio lar. Todavia, as orientações dos Espíritos são contrárias a esse modode pensar e a prática tem mostrado os inconvenientes das reuniões mediúnicas domiciliares.

O Espiritismo sendo um pensamento eminentemente dinâmico e profundo96,alicerçada em ensinamentos transcendentais e com objetivos morais, resolverá o problemada humanidade, transformando o Homem no verdadeiro cristão, pois este colocará emprática seus ensinamentos em todas as situações da vida.

A Filosofia Espírita é o elemento mais potente de transformação moral dacriatura humana, porque esta, conhecendo a verdade e as leis que regem a harmonia doUniverso, aprenderá a caminhar de forma tal que não as contrariará e propiciará o seupróprio crescimento espiritual.

O Espiritismo é uma força moralizadora pelos seus ensinamentos, pelos exemplos derenovação espiritual que apresenta, pelos ensinamentos claros e racionais que faculta fazendodesabrochar na criatura o entendimento e esta, de olhos abertos, livre de rituais, de temores,de superstições, do misticismo, caminha livremente, escolhendo o terreno onde seus pés sefirmam, respeitando e amando as Leis da Vida, porque finalmente as compreendeu. É ocaminho da felicidade, da redenção, da recuperação espiritual pelo ressarcimento dos erros,e o caminho normal da evolução do ser que um dia atingirá a angelitude.

O homem aprecia o que lhe fala à razão, aquilo de que pode dar-se conta; é queencontra na filosofia espírita algo mais que um divertimento, qualquer coisa apreencher-lhe o pungente vazio da incerteza. Adentrando o mundoextracorporal pelo caminho da observação, nele quisemos que penetrassemnossos leitores, a fim de fazer que o entendessem. A eles cabe julgar sealcançamos o nosso objetivo. (RE, dezembro 1858, p. 528 – FEB).

E se a Filosofia Espírita faz eclodir esta força íntima que nos possibilitarenovação espiritual, sua ação se manifesta primeiramente no reduto familiar, no ninhodoméstico, no próprio lar. O Espiritismo tem, portanto, uma importante função no lar. Afunção de consolar, de amparar, de orientar, de fortalecer, de impregnar o espírito humanode compreensão, de paciência, de humildade, de amor e de perdão.

O Espiritismo aí funciona, como fonte límpida e serena, que dessedenta a almaabrasada nas consequências da sua própria intemperança; funciona como lenço amigo aenxugar o pranto do desconsolo diante de situações inevitáveis; funciona como mestresilencioso a indicar a solução dos enigmas da própria vida, incentivando ao estudo e aoentendimento; funciona como amigo permanente a estimular a que não se perca a esperança,entregando-se ao desespero, nem que se busque a solução pela fuga covarde, mas que semostre fibra na luta e na adversidade, guardando confiança e serenidade espirituais.

95 Xavier, F. C. Temas da Vida, p. 14 (O Evangelho no Lar).96 Porteiro, M. S. O Espiritismo Dialético. p. 34 e ss.

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O Espiritismo é tudo isso e muito mais ainda. Ele é tudo o que dele se espera.Quando o espiritismo estiver mais difundido e se puder constituir centros deestudo sérios, ficará fácil experimentar com rigor e método, e temos certeza deque esses casos convincentes se multiplicarão com tal abundância que nãosubsistirão dúvidas para nenhum incrédulo de boa fé.97

Quando a humanidade perceber o tesouro de luz que tem ao seu alcance e que, àsvezes, dele faz mau juízo, dele se aproveita com interesses curtos e rasteiros, dele se acercatemerosa de se comprometer, de o conhecer, de o entender e de o praticar, instalar-se-á naterra o Reino. O reino da paz, da concórdia, da honestidade, do trabalho, da humildade, dobem e do amor. O reino proposto por Jesus.98

Nessa transformação, que está prevista nos programas superiores, há um ele-mento fundamental – A Família. “Um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gl 5:9).

O lar, pequeno até na expressão gráfica é, no entanto, instituição essencial, sendoa base de todo aspecto familiar.99 “Lar é o coração do organismo social. Seremos, lá fora, nogrande campo da experiência pública, o prosseguimento daquilo que já somos na intimidadede nós mesmos”.100 Espiritismo é a presença divina na Terra, porque propõe a renovaçãoespiritual tão necessária para as realizações futuras.

No lar deve-se realizar o culto do evangelho, semanalmente, para harmonizar oambiente e as pessoas que aí residam. No lar, cadinho das experiências mais difíceis, localdo reencontro dos corações que se amaram ou se odiaram no passado, é que a vida cobra osdébitos contraídos em outras encarnações ou que premia pelos acertos, oferecendooportunidades de se reencontrarem almas que muito se querem.

E para a união de todos os integrantes da casa, surge o Culto do Evangelho noLar como elemento fundamental e indispensável. “O culto do Evangelho no lar não é umainovação. É uma necessidade em toda parte, onde o cristianismo lança raízes deaperfeiçoamento e sublimação”. (Ibidem, Cap. 1).

O comodismo de muitos e a ignorância sobre as práticas mediúnicas, têm feitocom que as reuniões do Evangelho no Lar se transformem em sessões mediúnicas caseiras,correndo-se os riscos e os inconvenientes da mediunidade prática em lugar inadequado paraisso. Em outros momentos, alguns desavisados transformam o Evangelho do Lar em debatesfilosóficos, antropológicos, históricos e socioculturas intermináveis, cansando a todos. OEvangelho no Lar deve ser simples, com conteúdo e alegre.

A reunião do O Evangelho no Lar é a oportunidade, a nós todos facultada, paraabrirmos as portas de nossa casa para recebermos a visita dos ensinamentos de nossoSublime Mestre Jesus.

Se o Espiritismo é a presença divina entre nós, o cultivo dessa presença se devefazer através de um permanente esforço de estudo, de esclarecimento e de práticas dosensinamentos que o Evangelho e a moral espírita propicia.101

97 Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 548.98 Mt 6:9-10 e 33; Mc 1:15, 4:26-29, 10:14-15 e 23-27; Lc 9:59-62, 13:18-21 e 29, 17:20-21; Jo 3:3-6 e 18:36; Rm14:17; 1Co 6:9-11; Gl 5:19-21; Tg 2:5 e 2Pe 1:10-11.99 A família, antes vista sob ótica meramente patrimonial, com o fito de reprodução, passou à condição de redutoafetivo de seus integrantes. Sob tal enfoque, necessário reconhecer verdadeiro pluralismo de entidades familiares,devendo o Ordenamento Jurídico garantir-lhes respeito e proteção, diante das diferentes matizes familiares existentes.O manto constitucional assegura a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade equaisquer outras formas de discriminação, conforme estabelecido no artigo 3°, IV, da Constituição Federal de 1988. 100 Xavier, F. C. Luz no Lar, Cap. 9.101 Consultar nesta Apostila, p. 16 (Moral Deliberativa).

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POR QUE FAZER O EVANGELHO NO LAR?

O Estudo do Evangelho no Lar abre as portas da nossa casa aos benefíciosespirituais, da mesma forma que desentendimentos, brigas e xingamentos favorecem oassalto das sombras. Atrai os bons e afasta ou esclarece os maus espíritos.

Conduz-nos a uma compreensão racional dos ensinamentos do Cristo, levando-nosao esclarecimento e à aceitação de tê-los como roteiro seguro para nossas vidas. Ajuda-nos asuperar as dificuldades no lar e fora dele, acendendo-nos a luz da compreensão e da paciência.

Modifica o padrão vibratório dos nossos pensamentos e sentimentos,desanuviando as nossas mentes congestionadas das criações inferiores, agentes daenfermidade e dos desequilíbrios. Com Jesus no Lar, pelo estudo e vivência do Evangelho,tem-se a verdadeira paz.

Com o Evangelho no Lar formamos as defesas magnéticas da nossa casa,impregnando o ambiente espiritual das energias positivas que desestimulam toda ação maléfica.É uma verdadeira segurança espiritual que passa a funcionar em benefício de todo o grupo.

Além da ajuda que essa prática proporciona no programa espiritual de todo ogrupo familiar, estende a caridade aos vizinhos e a quantos se sintam também estimulados amudar com o nosso exemplo Quantos espíritos igualmente se beneficiam com essa fonte de luz!

ROTEIRO PARA O EVANGELHO NO LAR

Escolha um dia e uma hora da semana em que seja possível a presença de todosos membros da família ou da maior parte deles. Observar rigorosamente esse dia e horáriopara facilitar a assistência espiritual e consolidar o hábito da reunião.

A duração deve ser de no máximo de até 30 minutos, incluindo a prece deencerramento, em que se agradecerá a assistência espiritual, lembrando a próxima reunião.

Inciar a reunião com uma prece simples e espontânea num local da casa menos ex-posto às perturbações exteriores, em seguida, fazer a leitura de um trecho de O Evangelho Se-gundo o Espiritismo, aberto ao acaso ou previamente programado para estudo em sequência.

Fazer comentários breves sobre o trecho lido, trocando opiniões com o grupoquanto à aplicação dos ensinamentos na vida diária, evitando discussões, críticas ejulgamento de membros do grupo ou de conhecidos em função da mensagem evangélica.

A reunião deve ser dirigida por um membro da família ou pela pessoa que tivermais conhecimento sobre Espiritismo, que deverá estimular a participação de todos econduzir as explicações ao nível do entendimento prático dos presentes. Pode-se fazerleituras de Livros de Mensagens como Caminho, Verdade e Vida – Pão Nosso – Vinha DeLuz – Fonte Viva – Luz No Lar – Encontro Marcado – Agenda Cristã – Conduta Espírita –Palavras de Vida Eterna de Francisco Cândido Xavier.SUGESTÕES

1. Quando houver crianças e adolescentes, estes também deverão participar da reu-nião e para as crianças podem ser lidas pequenas histórias infantis de conteúdo mo-ral elevado. Livros como Jesus no Lar, Alvorada Cristã, O Evangelho da Menina-da, Cartilha do Bem, Histórias que Jesus Contou, Os Meus Deveres dentre outros. 2. Para os adolescentes podem ser lidos contos ou pedir para os mesmos contaremuma história de um livro previamente escolhido, incentivando assim a leitura.Livros de Contos: O Espírito da Verdade, Pontos e Contos, Contos e Apólogos deFrancisco Cândido Xavier.

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3. Pode-se colocar água para ser fluidificada102 pelos Espíritos presentes, notranscorrer da reunião. Música suave pode contribuir para melhor ambientação,auxiliando as vibrações e preces.

4. Podem ser feitas leituras complementares alternativas (jornais, revistas,atualidades) que ofereçam conteúdo adequado à reflexão, conforme os objetivos doEvangelho no Lar.

RESUMO

Espíritos não aconselham a prática mediúnica domiciliar.

No lar deve-se realizar o Culto do Evangelho semanalmente.A força moralizadora do Pensamento Espírita deve manifestar-se primeiramente

no reduto familiar.O lar é o cadinho de purificações onde os corações que se amaram ou se odiaram

em outras encarnações se reencontram.. O Espiritismo tem no lar a função de consolar, orientar, fortalecer e de impregnar

o espírito humano de compreensão, paciência, humildade, amor e perdão.O lar, embora considerado ultrapassado por alguns, é instituição essencialmente

divina é a base da humanidade. Lar é o coração do organismo social.O lar é o sagrado vértice onde nos encontramos para o entendimento

indispensável, é templo, onde as criaturas devem unir-se espiritual antes que corporalmente.Para a união de todos os elementos da família, o Culto do Evangelho no Lar é

elemento fundamental e indispensável.A falta de conhecimento têm feito com que alguns recorram a práticas

mediúnicas no Evangelho do Lar, transformando-o em sessão mediúnica caseira.O Culto do Evangelho no Lar poderá ser realizado através do seguinte roteiro: a

escolha de um dia da semana, com horário prefixado; realizar-se com constância eassiduidade; a reunião deve iniciar-se com uma prece espontânea; leitura e comentários deuma página de O Evangelho Segundo o Espiritismo; leituras de mensagens de fundo moral eevangélico, extraídas de livros espíritas consagrados e mais adequados para essa reunião; ascrianças poderão participar do Culto e para elas serem lidas (ou elas mesmas poderão ler)pequenas histórias infantis de conteúdo moral; a reunião deve encerrar-se com uma prece deagradecimento. Pode-se, também, preparar um recipiente com água para ser fluidificada.Música selecionada pode ser um elemento auxiliar na formação do ambiente.É um verdadeiro banho de luz que procedemos em nosso lar quando abrimos suas portaspara a realização do Culto do Evangelho.

Bibliografia: Evangelho No Lar (Distribuição Gratuita Impressa e via Internet – é só baixar e praticar).Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. XVIII – Estudando o Evangelho, Caps. VI e VII.

Léon Denis, No Invisível, 1a. Parte, Cap.VII.Francisco Cândido Xavier. Desobsessão, Cap. 70 – Lei de Amor, perg. 11 – Temas da Vida, p. 8

Jaci Régis & Marlene S. Nobre & Nancy P. Girolano – A Mulher na Dimensão Espírita.Friedrich Engels. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Cap. II.D. W. Winnicott. A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

102 Kardec, A. O Livro dos Médiuns, itens 130 e 131.

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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Culto Do Evangelho No Lar.

(Luz no Lar, Caps. 1, 23, 60 e 62).

Grupo 2Espiritismo e Matrimonio.

(EM, Cap. XVIII e NDM, Cap. 14).

Grupo 3As Mulheres têm Alma? (RE, jan. 1866).Espiritismo e a Emancipação da Mulher.

(NI, Cap. VII).

Grupo 4Noções de Lar

(CE, Cap. 5 – Luz no Lar, Cap. 1 e 9).

29a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

APLICAÇÃO DA MEDIUNIDADE – CONHECIMENTO TEÓRICO-PRÁTICO.

A mediunidade sendo inerente ao ser humano pode aparecer em qualquer pessoa,independente da doutrina religiosa que abrace. Assim é que grandes vultos foramconsagrados pelas doutrinas religiosas católica e protestante em seus vários ramos, porapresentarem fenômenos inusitados, que fugiam a qualquer consideração humana,fenômenos que ultrapassavam a craveira comum. Daí serem eles considerados santos,profetas, missionários, etc.

Por outro lado, são incontáveis os casos de pessoas ligadas a outras religiões ousem qualquer princípio religioso, ou mesmo, ditas espíritas, que se encontram envolvidasem processos de obsessão crucial, sofrendo a consequência da influenciação espiritual,sendo tratadas como doentes mentais, internadas em casas de saúde especializadas a esperade um remédio ou de um tratamento salvador.

A mediunidade então será um bem ou um mal?A mediunidade tal como outras faculdades, surge na criatura independentemente

de seu estado de elevação moral, mas está sujeita à vontade e a diretriz que o seu possuidorlhe der, podendo se transformar em caminho de redenção ou de sofrimentos inomináveis.Por ser um instrumento, o resultado de sua aplicação sempre depende de nossa orientação.Um machado não é um mal em-si, é uma ferramenta de trabalho nas mãos de um lenhador,no entanto, na mão de um estouvado se torna uma ferramenta criminosa.

À Humanidade seria facultado um poderoso elemento de renovação, se todoscompreendessem que há, acima de nós, um inesgotável manancial de energia,de vida espiritual, que se pode atingir por gradativo treinamento, por constante ori-entação do pensamento e da vontade no sentido de assimilar as suas ondas e radi-ações, e com o seu auxílio desenvolver as faculdades que em nós jazem latentes.

A aquisição dessas forças nos bloqueia contra o mal, nos coloca acima dos con-flitos materiais e nos torna mais firmes no cumprimento do dever. Nenhumdentre os bens terrenos é comparável à posse desses dons. Sublimados a seu maisalto grau, fazem os grandes missionários, os renovadores, os grandes inspirados.Como podemos adquirir esses poderes, essas faculdades superiores? Descerran-do nossa alma, pela vontade e pela prece, às influências do Alto. Do mesmomodo que abrimos as portas da nossa casa, para que nela penetrem os raios doSol, assim também por nossos impulsos e aspirações podemos franquear aoseflúvios celestes o nosso ego interior.

Quantas faculdades preciosas, todavia, não se perdem, à míngua de atenção ede cultura! Quantas mediunidades malbaratadas em frívolas experiências, ou

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que, utilizadas ao sabor do capricho, não atraem mais que perniciosas influên-cias e só maus frutos produzem! Quantos médiuns, inconscientes de seu minis-tério e do valor do dom que lhes é outorgado, deixam inutilizadas forças capa-zes de contribuir para a obra de renovação!

A mediunidade é uma delicada flor que, para desabrochar, necessita de acura-das precauções e assíduos cuidados. Exige o método, a paciência, as altas aspi-rações, os sentimentos nobres e, sobretudo, a terna solicitude do bom Espíritoque a envolve em seu amor, em seus fluidos vivificantes. Quase sempre, po-rém, querem fazê-la produzir frutos prematuros, e desde logo ela se estiola e fa-na ao contacto dos Espíritos atrasados.É preciso que, ao menos, o médium, compenetrado da utilidade e grandeza desua função, se aplique a aumentar seus conhecimentos e procure espiritualizar-se o mais possível, que se reserve horas de recolhimento e tente então, pela vi-são interior, alçar-se até as coisas divinas, à eterna e perfeita beleza. Quantomais desenvolvidos forem nele o saber, a inteligência, a moralidade, mais aptose tornará para servir de intermediário às grandes almas do Espaço.

Os dons psíquicos, desviados de seu eminente objetivo, utilizados para fins deinteresses medíocres, pessoais e fúteis, revertem contra os seus possuidores,atraindo-lhes, em lugar dos gênios tutelares, as potências malfazejas do Além.Fora das condições de elevação de pensamento, de moralidade e desinteresse,pode a mediunidade constituir-se um perigo; ao passo que tendo, por fim, firmepropósito no bem, por suas aspirações ao ideal divino, o médium se impregnade fluidos purificados; uma atmosfera protetora se forma em torno dele, o en-volve, o preserva dos erros e das ciladas do invisível.

E se, por sua fé e comprovado zelo, pela pureza da alma em que nenhum cálcu-lo interesseiro se insinue, obtém ele a assistência de um desses Espíritos de luz,depositários dos segredos do Espaço, que pairam acima de nós e projetam so-bre a nossa fraqueza as suas irradiações; se esse Espírito se constitui seu prote-tor, seu guia, seu amigo, graças a ele sentirá o médium uma força desconhecidapenetrar-lhe todo o ser, uma chama lhe iluminar a fronte. Todos quantos toma-rem parte em seus trabalhos e colherem os seus resultados sentirão reanimar-se-lhes o coração e a inteligência às fulgurações dessa alma superior; um soprode vida lhes transportará o pensamento às regiões sublimes do Infinito. (NI, 1a.Parte, Cap. V)

O preparo do conhecimento teórico-prático para o médium significa iluminaçãodo caminho, dando-lhe roteiro mais seguro e de mais fácil acesso, afastando-o dasenganosas ilusões e das armadilhas preparadas pelos inimigos do bem e da luz.

A moral do médium determina o seu comportamento como criatura humana eregula as suas relações com os espíritos. A questão moral não surge dafaculdade mediúnica mas da sua consciência. Não se pode dizer que ummédium entregue a práticas maldosas ou a objetivos condenáveis, contrários aosenso moral, não seja médium. (J. H. Pires. Mediunidade, Cap. IX).

Bibliografia: Francisco Cândido Xavier. Palavras de Vida Eterna, Cap. 122 – Religião dos Espíritos,Cap. 16 – O Consolador, Q. 242.José Herculano Pires. Mediunidade, Caps. I a III, IX e XIII.

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30a. SESSÃO TEÓRICAESPIRITISMO E KARDEC – METAPSÍQUICA – HIPNOTISMO

PARAPSICOLOGIA – EVANGELHO

ESPIRITISMO E KARDEC

O fenômeno mediúnico é uma ocorrência tão antiga quanto o homem Por ser amediunidade uma faculdade inerente ao ser humano, desde todas as épocas ela se tem mani-festado e sido motivo de espanto, de respeito, ensejando manifestações religiosas em sua de-corrência. A partir, porém, do século passado, com os estudos sérios realizados pelo Prof.Hippolyte Leon Denizard Rivail, os fenômenos de efeitos físicos e inteligentes foram obser-vados em detalhes e tiradas as conclusões necessárias, formando-se então um corpo de co-nhecimento de nome Espiritismo.

O Espiritismo, nos tempos modernos, é, sem dúvida, a revivescência do Cristi-anismo em seus fundamentos mais simples. Descerrando a cortina densa, posta-da entre os dois mundos, nos domínios vibratórios em que a vida se manifesta,mereceu, desde a primeira hora de suas arregimentações doutrinárias, o interes-se da ciência investigadora que procura escravizá-lo ao gabinete ou ao labora-tório, qual se fora mera descoberta de energias ocultas da natureza, como a daeletricidade, que o homem submete ao seu bel-prazer, na extensão de vantagensao comodismo físico. (F. C. Xavier. Roteiro, Cap. 22).

O Espiritismo é uma Nova Ciência nascida da observação e fruto da revelaçãodos Espíritos Superiores, tendo sido codificado por Allan Kardec, de 1857 a 1868.

ESPIRITISMO E METAPSÍQUICA

A Ciência oficial não admite as comunicações espirituais ou mesmo a existênciado mundo espiritual, tendo, no decorrer do tempo, formado inúmeras associações,sociedades e comissões com o fito de desmascarar o grande embuste, como eramdenominadas tais verdades. Todavia, quanto mais se constituíam comissões, algumas delaspresas ao espírito de sistema e à negação do fenômeno, mais aumentava o número dos adeptos.

A ciência (ou o que passa por tal) localiza-se em um campo de saber e nele temum papel, que varia conforme as diferentes formações discursivas e que se mo-difica de acordo com suas mutações.A influência da ideologia sobre o discurso científico e o funcionamento ideoló-gico das ciências não se articulam no nível de sua estrutura ideal (mesmo quenele possam traduzir-se de uma forma mais ou menos visível), nem no nível desua utilização técnica em uma sociedade (se bem que esta possa aí entrar em vi-gor), nem no nível da consciência dos sujeitos que a constroem; articulam-seonde a ciência se destaca sobre o saber.103

Quando a Ciência sai da observação material dos fatos e trata de apreciá-los eexplicá-los, abre-se para os cientistas o campo das conjecturas (ideológicas):cada um constrói o seu sistemazinho, que deseja fazer prevalecer e sustenta en-carniçadamente. Não vemos diariamente as opiniões mais contraditórias serempreconizadas e rejeitadas, repelidas como erros absurdos e depois proclamadascomo verdades incontestáveis? Os fatos, eis o verdadeiro critério dos nossosjulgamentos, o argumento sem réplica. Na ausência dos fatos, a dúvida é a opi-nião do homem prudente. (LE, Introdução, Item VII).

Alguns homens de Ciência convenceram-se a respeito da autenticidade dosfenômenos. Entre eles estava o sábio russo Alexandre Aksakof (1832-1903), que em 1884

103 Foucault, Michel. A Arqueologia do Saber, págs. 206 e 207.

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assim se referiu a Charles Richet (1850-1935): “O senhor se ocupa de sonambulismo e dehipnotismo, mas existe ainda uma coisa mais interessante: os fenômenos denominadosespiritistas, isto é, as aparições e os movimentos de objetos sem contato”.

Pouco tempo depois Richet visitava Milão, a convite de Aksakof, onde, emcompanhia de César Lombroso (1835-1909), Giovanni Schiaparelli (1835-1910), Ercole Chaia (1850-1905) e Moses Finzi (1830-1903), assistiu àsexperiências que então se faziam com Eusápia Paladino.104 Dali saiuplenamente convencido da existência de fenômenos cujo estudo, menosprezadopela Ciência oficial, era do domínio exclusivo da fisiologia experimental.

De retorno ao seu país, prosseguiu na investigação dos fenômenos psíquicos,que o apaixonaram tanto quanto a Fisiologia; e, depois de novas experiênciascom Paladino, que a seu pedido fora à França e se hospedara em uma ilha depropriedade de Richet, realizadas era companhia de Oliver Joseph Lodge(1851-1940), Frederic William Henry Myers (1843-1901) e Julian LeopoldOchorowicz (1850-1917), resolveu criar, em 1891, um periódico especializadodesta nova Ciência, denominado Anais de Ciências Psíquicas…Conjuntamente com o Gustave Geley (1865-1924), o Professor RoccoSantoliquido (1854-1930) e Jean Meyer (1855-1931) fundaram tempos depois,em Paris, o Instituto Metapsíquico Internacional e criaram a RevistaMetapsíquica, sendo ele designado para presidente, cargo que desempenhoucom profunda dedicação, jã que o Instituto era a concretização de um velhoanelo que não supusera ver realizado.

Em 1922, Charles Richet apresentou à Academia de Ciências seu famosoTratado de Metapsíquica, obra-prima de seu pensamento luminar e que o imortalizou.(REFORMADOR, Agosto 1954).Assim se expressava Richet sobre os fenômenos metapsíquicos:

Pode-se, em três palavras, resumir os três fenômenos fundamentais queconstituem essa nova ciência:1.°- Acriptestesia (a lucidez dos autores antigos), ou seja, a faculdade deconhecimento diferente das faculdades sensoriais normais de conhecimento.

2.°- A telecinesia, ou seja, uma ação mecânica diferente das forças mecânicasconhecidas, a qual, em determinadas condições, tem, à distância, atuação semcontato sobre objetos ou pessoas. 3.° - A ectoplasmia (a materialização dos autores antigos), ou seja, a formaçãode objetos diversos, os quais, as mais das vezes, parece saírem do corpohumano e tomam a aparência de uma realidade material (vestuário, véus,corpos vivos). Aí está toda a metapsíquica. Quer-me parecer que ir até lá é já irmuito longe. Ir mais adiante - não o pertence ainda à ciência.105

Metapsíquica Subjetiva – Quase toda a metapsíquica subjetiva pode resumir-senum só fenômeno – aquele que os magnetizadores, há um século atrás,chamaram lucidez ou clarividência (Hellsehen); chama-se agora (com pequenasmudanças de sentido) telepatia, a que chamo criptestesia. Myers dizia telestesia.Criptestesia, segundo a etimologia grega, indica que há uma sensibilidadeoculta, uma percepção das coisas, desconhecida quanto ao mecanismo, cujosefeitos não conhecemos. (Ibidem, Cap. II § 1).

104 César Lombroso – Hipnotismo e Mediunidade, 2a. Parte, Caps. I a IV.105 Charles Richet. Tratado de Metapsíquica, Volume Único, págs. 9 e 10 (Edições pdf.).

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Existem fenômenos que têm a aparência criptestésica, mas que não passam defenômenos naturais e que decorrem de interpretações falhas de ocorrências normais (máobservação), de coincidências, de fatos viáveis dentro da lei de pro habilidades, de fraudes, etc.

Os fenômenos de criptestesia são tão numerosos, tão variados, tão misteriosos,que devemos, para por um pouco de ordem nesse caos, tentar uma classificação.

Separaremos primeiramente a criptestesia experimental, aparecida intencional-mente numa experiência, da criptestesia acidental, que se manifesta de improvi-so. Poder-se-ia chamá-la espontânea; mas a palavra espontânea não seria com-pletamente exata, porquanto a criptestesia acidental é provocada por um fenô-meno exterior. A criptestesia experimental se observa numa experiência provo-cada, e, por consequência, pelo menos em princípio, ela é mais bem analisada,tanto que a criptestesia acidental aparece assim repentinamente, sem ser provo-cada pelo experimentador, mas por acaso, sem esforço, em tais ou tais indiví-duos normais, no sono ou em estado de vigília, ou meia vigília, que constituemsurpresa para o próprio fenômeno. (Ibidem § 4).

A Criptestesia agrupa os seguintes fenômenos:Telepatia – faculdade de perceber os pensamentos criados por outras mentes, incluindoimagens, palavras, sentimentos, sensações.Clarividência – capacidade de perceber sem usar o sentido da vista cenas, imagens,seres, tanto visíveis como invisíveis para as pessoas comuns.

Clariaudiência – possibilidade de perceber palavras e sons sem usar a audição comum.Transposição Dos Sentidos – sensibilidade cutânea a distância, leitura ou identificaçãode sabores com as pontas dos dedos; possibilidade também de perceber sensações queoutra pessoa esta registando.

Munições – são a revelação (por uma via que não é aquela dos sentidos normais) de umacontecimento passado ou presente. As premonições são as revelações atinentes ao futuro.

Xenoglossia – é a faculdade que certas pessoas possuem de falar ou escrever em línguasestranhas, sem que delas tenha conhecimento.Dupla Personalidade – pessoa que a partir de um determinado instante passa a secomportar e a se dizer como uma personalidade completamente diferente da anterior.106

Escrita Automática – a pessoa apresenta a possibilidade de escrever sem que suaatenção esteja ligada à mão que escreve. Muitas vezes mesmo, esta entretendoconversação com alguém enquanto sua mão escreve laudas e laudas de papel.

METAPSÍQUICA OBJETIVA subdivide-se em:A – Telecinesia – movimento de objetos a distância, sem contato. Ruídos e pancadas,

sem que existam formas vivas, materializadas.

Apresenta os fenômenos:1) Raps – choques sonoros, na intimidade da própria matéria que constitui os corpos.

Tais ruídos são característicos e dificilmente imitados.2) Levitação – fenômeno de telecinesia em que objetos são deslocados de um para outro

lado, podendo o mesmo ocorrer com o próprio corpo do médium.

3) Transporte de Objetos (Apports) – é a extração ou a introdução de objetos em recintoshermeticamente fechados.

4) Movimentação de Mesas e Objetos- “Os movimentos de objetos sem contatoconstituem o capítulo, senão o mais importante e o mais extraordinário, pelomenos o mais comumente observado de toda a metapsíquica objetiva. Comefeito, é pelos movimentos de uma mesa ou os de uma alavanca deslocando-

106 Não confundir com Transtorno Dissociativo de Identidade (DSM-V, Item 300.14 – Edições pdf.). Veja também Visão Espírita nas Distonias Mentais, Cap. III de Jorge Andréa.

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se sobre um alfabeto, que na maioria das vezes se manifestam às açõesexteriores de origem considerada metapsíquica” (Ibidem, Livro Terceiro,Cap. II, p. 688).

5) Escrita Direta – “A escrita direta ou pneumatografia é a que se produz espontanea-mente, sem o concurso das mãos do médium nem do lápis” (LM, item 127). Um pedaço de lápis é colocado em uma lousa fechada, e, após alguns minu-tos, a lousa fechada, que não tinha nenhuma escrita, contém uma mensagem,uma resposta por exemplo à pergunta que foi feita. E, no entanto, as mãosdo médium foram vistas e não houve obscuridade senão na caixa onde olápis estava fechado com a lousa. 107

6) Bilocação – fenômeno de desdobramento astral em que o elemento desdobradose corporifica em outro local, ficando seu corpo verdadeiro no lugar deorigem em estado de sono ou de transe.

B – Ectoplasmia, isto é, materializações de formas vivas, de objetos, de figuras, depersonagens, podendo ser somente visível ou também tangível. Divide-se em:

1) Psicoplástia – Ectoplasmia provocada pela própria mente do médium.Pode ocorrer que o dinamopsiquismo inconsciente do médium e doscircunstantes seja o responsável pelo fenômeno.2) Agênere Ectoplasmático – materialização de seres com aparência dosque já viveram na Terra; fenômeno que não se pode explicar nem comopsicoplastia nem por outro processo biológico normal conhecido.

C – Casas Assombradas – Poltergeist (Espírito Batedor) - ocorrência que se en-quadra dentro da categoria dos fenômenos da telecinesia. Acredita-se que ofenômeno decorra de uma ação psicodinâmica inconsciente. Os fatos dePoltergeist limitam-se a ruídos insólitos, queda de pedras e de outros objetosque são arrastados.

ESPIRITISMO E HIPNOTISMO

O Magnetismo no Brasil Império era tão conhecido quanto na velha Europa. In-forma o pesquisador Zêus Waltuil (1924-2011) que homens ilustres, principalmente médi-cos homeopatas, traduziam e publicavam obras de conceituados magnetizadores europeus, eao mesmo tempo se dedicavam a experiências de sonambulismo. Entre eles, destacavam-seo famoso Dr. Cesário, e que num interessante artigo publicado no Jornal do Commercio, de4 de outubro de 1854, dava notícias de várias curas de doentes que consultaram um sonâm-bulo em seu gabinete, na Rua de S. José nº 56. Escrevia que o sonâmbulo diagnosticava eformulava o tratamento com a devida precisão, acrescentando estas palavras:

Se um fenômeno extraordinário não pode ser explicado por nenhuma das leisreguladoras do Universo, isto somente prova que todas elas não nos são conhe-cidas, e que se fazemos ideia desse mesmo Universo é pelo que nos é conheci-do e jamais porque nos fosse o seu segredo revelado pela Suprema Inteligência.Portanto, não havendo nada mais real, como objetar-se que nunca será verdadeque o sonâmbulo possa ver sem os olhos, e descrever qualquer moléstia e osremédios apropriados? Demais, se ele em 2, 4, ou 6 minutos vê tudo o que sepassa numa distância de léguas, com muito maior razão o fará estando em me-diata ou imediata relação com o objeto. As provas estão na evidência dos fatosministrados já pelos autores e já pelo nosso sonâmbulo, fatos ultimamente ob-servados por muitos deputados, como Srs. Conselheiro Barreto Pedroso, Mon-senhor Joaquim Pinto de Campos, Francisco Carlos Brandão, Cândido Mendesde Almeida, Joaquim Firmino Pereira Jorge, Francisco Mendes da Costa Cor-

107 Charles Richet. Tratado de Metapsíquica, Volume Único, pág. 760 (Edições pdf.).

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reia, Antônio José Machado e outros. Aí está hoje também curvado ante os ma-ravilhosos fenômenos do sonambulismo o nosso colega Sr. Dr. Francisco Fer-reira de Abreu, que tendo sempre negado a sua existência, é o seu mais decidi-do entusiasta defensor, com tanto mais ardor quanto é ele mesmo quem magne-tiza. E não é o Sr. Ferreira de Abreu o nosso eminente químico? Será agora in-cluído na classe dos néscios, ignorantes e estúpidos?

Esse “Dr. Cesário”, citado por Zêus Wantuil, publicara, no Jornal Do Commercio, aos12 de agosto de 1853, um artigo sob o título: Magnetismo Animal, em que faz referências às “mesasgirantes”, e acredita, como seus colegas magnetistas europeus, que a rotação das mesas aconteciaem função do fluido magnético. Era este que agia sobre os corpos inanimados, comunicando-lhesmovimento. Ainda nesse artigo, o Dr. Cesário critica o folhetinista do próprio Jornal do Commer-cio, porque este havia escrito inverdades a respeito do sonâmbulo de quem ele se servia para obternotáveis e comprovadas curas, e acresceu expressivos documentos em apoio de suas asserções:

(…) da boa lucidez do sonâmbulo, que nunca fora ‘matuto’ já tem convenientesprovas grande número de doentes e muitas de nossas ilustrações médicas eliterárias, entre elas os Exmos. Srs. Visconde de Olinda (Marquês em 1854), deMonte Alegre, Barão de Cairu, o muito distinto professor de Anatomia daEscola de Medicina desta Corte, o Dr. José Maurício Nunes Garcia, queconhecendo profundamente o Magnetismo, assistiu a várias consultas; entãoviu a exatidão com que o nosso sonâmbulo costuma indicar no atlas anatômicoo órgão, ou em qual de seu ponto existe a moléstia: a recapitulação, odiagnóstico, prognóstico e tratamento, coroado afinal de feliz êxito nos casoscompreendidos na órbita do possível.

No jornal O Cearense, que se editava na cidade de Fortaleza, Ceará, em seu número de26 de agosto de 1853, dava a público um artigo de seu correspondente do Rio de Janeiro, datado de10 de agosto. Eis o que o articulista dizia: “Por onde começarei hoje a minha epístola? Se não hágrandes acontecimentos a contar, não deixa contudo de haver objetos de interesse secundários emabundância, se eu não tivesse sempre preguiça e se o seu jornal oferecesse espaço. Mas não me lem-bro se já falei do Magnetismo, esse prodígio que ocupa o espírito e a atenção de todo o mundo”.

O Magnetismo, até hoje especulação da Ciência, ou do charlatanismo, acredita-do por poucos, desacreditado por muitos, tido por impostura e mentira peloshomens de ciência, hoje se acha no domínio público, é entretenimento das fa-mílias, o brinquedo dos rapazes; pois não há quem não tenha feito girar as mesas,pratos, chaves, etc.; e não tenham visto estes corpos inertes moverem-se, e, o que émais, com inteligência superior responderam todas as questões, e até adivinharem!Acha isso impossível, ou incrível? Pois experimente, e verá. Será preciso ou recu-sar a evidência dos sentidos, ou acreditar no fato incontestável. Como se faz? Essaé boa! Pois eu sei lá como as mesas adquirem movimento, e inteligência?Por que é que as sementes desabrocham, nascem, e crescem? Porque o ímãaponta o norte, e atrai o ferro? Porque é que o arame transmite o pensamento epalavras a centena de léguas, em minutos, por essa maravilhosa descoberta daeletricidade? Que importa que o homem continue a ignorar a causa dos grandesfenômenos da Criação, se eles existem?Por que não podemos compreender, explicar, devemos duvidar? Ridículavaidade é esta do orgulho humano, que, para acreditar nas obras da Criação,quer ser participante de todos os segredos da divindade!.

Após participar de notáveis experiências de mesa girante, eis o que o correspondentede O Cearense informou através do espaço que o jornal lhe ofereceu: “Depois disso, comoduvidar desse espantoso fenômeno chamado Magnetismo? De minha parte não duvido mais denada, ou, se duvidar do que vejo, devo também duvidar de minha existência, para ser ao menosum cético lógico.”

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ESPIRITISMO E PARAPSICOLOGIA

Interessada no fenômeno, a especulação analisa-lhe os componentes,acreditando encontrar, no intercâmbio entre as duas esferas, nada mais querespostas a velhas questões de filosofia, sem qualquer consequência de ordemmoral, na experiência humana. (F. C. Xavier. Roteiro, Cap. 22).

Por volta do ano de 1930 O Prof. Joseph Banks Rhine, iniciou os estudos quevieram desembocar na estruturação de um novo ramo da Ciência preocupada em estudar osfenômenos chamados inabituais. Enquanto o método da Metapsíquica se baseava no aspectoqualitativo do fenômeno e no testemunho pessoal dos que presenciavam os mesmos, aParapsicologia introduziu o método quantitativo, procurando estabelecer um meio quepudesse fazer com que os fenômenos se reproduzissem sob determinadas condições.

Esse novo mundo é somente novo para a ciência. Sempre esteve presente. Assuas manifestações espontâneas exibiram-se em todas as culturas humanas deque há notícia aos olhos e aos ouvidos dos homens. Quase todos estão mais oumenos familiarizados com elas; chamam-se comumente de experiências“psíquicas” ou, mais profissionalmente, ocorrências psi. O ramo da ciência queresultou do estudo desses fenômenos psíquicos foi conhecido primeiramentecomo pesquisa psíquica; chama-se atualmente parapsicologia. Essasexperiências espontâneas ainda servem de introdução ao campo, muito emborasó por si não se considerem como prova suficiente.108

Considera-se como fenômeno normal todo aquele cujo mecanismo causal e efi-ciente se enquadra no conjunto das leis conhecidas e aceitas que governam os processos nanatureza. O termo paranormal engloba todos os fenômenos que se dizem incomuns e não sesabe e nem se domina ainda as leis que o regem. Não deve confundir -se paranormal comsobrenatural que é uma ocorrência absurda, que derroga a lei natural, milagrosa, que não éaceita pela Ciência e nem pelos que usam o bom-senso, aqueles que sabem que tudo o queainda não conhecemos deveremos conhecer futuramente graças à evolução permanente doEspírito. O que se chama de sobrenatural está no campo da nossa ignorância.

O fenômeno paranormal tem características especiais, que são: Raridade efugacidade da ocorrência observável; dificuldade de repetir-se à vontade o fato; o caráter deinesperado e imprevisível, o que dificulta e complica o preparo do registro; o aspectointeligente e intencional de tais fenômenos, que muitas vezes burla o controle e a vigilânciado observador; a insegurança e imprecisão dos testemunhos puramente pessoais; asemelhança de certos fenômenos paranormais, com acontecimentos tipicamente normais; aprofunda ignorância dos pesquisadores com relação ao mecanismo e às leis desses fenômenos.

Desde então tem havido sujeitos que não se saem igualmente bem nasexperiências de telepatia ou de clarividência, mas tais exceções não contrariamos resultados primitivos. Indicam somente que outros fatores que não asaptidões podem influir nos resultados, como, por exemplo, as opiniões dosujeito ou mesmo do experimentador com relação às aptidões em causa.109

Nem todo fenômeno paranormal é um fenômeno psíquico, podendo ocorrer forada esfera psicológica, sobre objetos e coisas, não dependendo diretamente do psiquismo daspessoas envolvidas na ocorrência.

Todos os fenômenos paranormais, após o Congresso Internacional de Para-psicologia, na cidade de Utrecht, na Holanda em 1953, passaram a ter a denominação deFenômenos PSI proposta por Thouless e Wiesner.

108 Rhine, J. B. O Novo Mundo do Espírito, págs. 6.109 Ibidem, p. 27.

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Os fenômenos Psi (paranormais) dividem-se em: Fenômenos Psi-Gama eFenômenos Psi-Kapa.

Os Fenômenos “Psi-Gama”, são os fenômenos subjetivos, que ocorrem na áreaintelectual do dotado. Subdividem-se em:

1. Telepatia – comunicação direta de uma mente com outra sem os meios in-termediários comuns;2. Clarividência – percepção dos fatos e fenômenos do mundo físico inde-pendente do uso dos sentidos fisiológicos normais;3. Post e precognição – conhecimento imediato de fatos já acontecidos ou poracontecer, sem nenhuma informação normal, previa, direta ou indiretamenterelacionada com eles.Os Fenômenos “Psi-Kapa” são objetivos, materiais, são os fenômenos de

psicocinesia. Atualmente alguns pesquisadores tendem a admitir uma terceira categoria deFenômenos Psi, oriundos de mentes de seres incorpóreos, sobreviventes à morte do corpofísico, seriam os fenômenos Psi-Theta. Se admitida esta terceira categoria, boa parte dosfenômenos Psi-Gama e Psi-Kapa passariam a ser considerados Psi-Theta.

Poderíamos situar a Parapsicologia na atualidade como um ramo das pesquisasparanormais que têm interpretações diferentes. Inclusive a própria Parapsicologia já estásendo substituída por outras Ciências como a Psicobiofísica, a Psicotrônica, etc. que dãouma visão mais abrangente do que a Parapsicologia ortodoxa e tradicional.

De uma maneira geral, poderíamos dizer que na atualidade, os referenciaisteóricos que buscam a explicação dos fenômenos paranormais, são:Teoria Russa – Abrange além da Rússia outros países que formavam a antiga “Cortina deFerro”. Exite até mesmo um livro que vale a pena a leitura e o estudo detalhado que tratados fenômenos paranormais de nome Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro deSheila Ostrander e Lynn Schroeder.

A postura de tais experimentadores é eminentemente materialista dialética, isto é,todos os fenômenos são explicados pela matéria, embora uma matéria que esteja além doslimites da física conhecida. O conceito espiritual é inteiramente colocado de lado, o conceitometafísico é negado. (LE, item 82).

Se amanhá os parapsicólogos russos, por ventura, depararem-se com uma materi-alização como a de Kate King, não a atribuirão, por certo, à existência do Espírito (conceitometafísico). Para eles será apenas a forma assumida pelo bioplasma sob a ação de campos este-reobioenergéticos oriundos de um domínio informacional remanescente de uma pessoa falecida.

Teoria Norte-Americana – Liderada pelo pai da Parapsicologia, Joseph Banks Rhine, temuma conotação espiritualista, embora seu autor nunca se tenha afirma do como tal. Rhineacredita que os fenômenos paranormais são devidos ao chamado fator Psi que estaria fora damatéria física mas manteria com ela ligações de cunho energético. Como tal conceito seaproxima muito dos conceitos metafísicos de alma ou Espírito é conhecida como correnteespiritualista. Admite-se em seu seio que certos fenômenos são produzidos por agentes es-peciais que vivem em dimensão diferente da nossa depois de aqui terem vivido e morrido fi-sicamente: são os agentes Theta.Teoria Francesa – Inicialmente defendida por Robert Amadou (1924-2006), misturaconceitos sobrenaturais com milagres, derrogações das Leis Divinas com fenômenos nitida-mente psicológicos. É a corrente católica da parapsicologia que não tem interesse eminvestigação, mas apenas o de confundir as coisas com a finalidade de atacar o Espiritismo.

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ESPIRITISMO E EVANGELHO

De nada adianta a criatura humana tomar conhecimento da existência de umoutro mundo que nos cerca, e cujos fenômenos constituem sua prova irretorquível, comopouco ou nada adiantara à criatura humana conhecer de cor a terminologia metapsíquica eparapsicológica, argumentando com eficiência sobre a fenomenologia paranormal, se nãotomar consciência de que é um ser sujeito à evolução permanente, cabendo a si, dirigir o seudestino com vistas a um aperfeiçoamento espiritual.

Desde o ano de 1857, com a publicação de O Livro dos Espíritos, a humanidadeganhou o roteiro Filosófico do estudo da espiritualidade. Com O Livro dos Médiuns, passoua conhecer a Ciência Experimental do mundo invisível e com O Evangelho Segundo oEspiritismo, as explicações e orientações Morais Deliberativas, baseadas nos ensinos deJesus, capazes de permitirem ao homem encontrar o Caminho, a Verdade e a Vida.

As matérias contidas nos Evangelhos podem ser divididas em cinco partes: osatos comuns da vida do Cristo, os milagres, as predições, as palavras queserviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja e o ensinamento moral.Se as quatro primeiras partes foram objeto de controvérsias, a última permane-ceu inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se inclina; éo território onde todos os cultos podem se encontrar, a bandeira sob a qual to-dos podem se abrigar, quaisquer que sejam as suas crenças, porque ela jamaisfoi o motivo das disputas religiosas, levantadas sempre, e por toda a parte, porquestões de dogma. Aliás, se o discutissem, as seitas nele teriam encontradosua própria condenação, porque a maior parte se apega mais à parte mística queà parte moral, que exige a reforma de si mesmo. (ESE, Introdução, item I).

RESUMO

A mediunidade é uma faculdade inerente ao ser humano e o fenômeno mediúnicoocorreu em todas as épocas, ensejando, inclusive, manifestações religiosas.

Com o Espiritismo, no Séc. XIX, estudou-se metodicamente o fenômenomediúnico nos seus aspectos físicos e inteligentes e, através dele estabeleceu-se a DoutrinaEspírita, codificada por Allan Kardec.

A Ciência oficial não admitiu de pronto as verdades reveladas pelos Espíritos.O fisiologista francês Charles Richet fundou a metapsíquica e, em 1922, apre-

sentou à Academia de Ciências o seu Tratado de Metapsíquica.Os fenômenos metapsíquicos podem ser divididos em: criptestesia, teleocinesia e

ectoplasmia.Em torno de 1930 Joseph Banks Rhine, da Universidade de Duke, Carolina do

Norte, EUA, iniciou seus estudos sobre os fenômenos inabituais, denominados paranormaise fundou a parapsicologia, utilizando o método quantitativo.

O termo paranormal engloba todos os fenômenos incomuns e não se sabe nem sedomina ainda as leis que o regem.

Não se deve confundir paranormal com sobrenatural. O fenômeno paranormaltem características especiais.

Os fenômenos paranormais são denominados fenômenos Psi e dividem-se emPsi-Gama e Psi-Kapa. Admite-se uma terceira categoria de fenômenos paranormais chama-dos Psi-Theta.

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Na atualidade, trés teorias buscam explicar os fenômenos paranormais: a Russaou Soviética, a Norte-Americana e a Francesa. Cada uma tendo suas próprias verdades sobreos chamados fenômenos paranormais.

O humano deve tomar consciência de que é um ser sujeito a evolução permanen-te, cabendo a si dirigir o seu destino com vistas a um aperfeiçoamento espiritual.

Bibliografia: Allan Kardec. Revista Espírita, Jan., Fev.e Abr./l866 e Dez./1868.Carlos Imbassahy. Hipóteses em Parapsicologia – Ciência Metapsíquica: dos Fatos àDoutrina – Ciência Metapsíquica. César Lombroso. Hipnotismo e Espiritismo, Edição LAKE ou Hipnotismo e Mediunidade,Edição FEB e Edição pdf.Charles Richet. Tratado de Metapsíquica – Volume Único (Edição pdf).Epes Sargent. Bases Científicas do Espiritismo (Edição pdf).Ernesto Bozzano. Fenômenos de Telecinesia em relação aos acontecimentos de morte (pdf).Frederic William Henry Myers, A Personalidade Humana (Edição pdf).Gustave Geley. Do Inconsciente ao Consciente – Resumo da Doutrina Espírita – O SerSubconsciente – A Reencarnação (Edição pdf).Jorge Andréa. Correlações Espírito-matéria – Visão Espírita nas Distonias Mentais (pdf).José Herculano Pires. Parapsicologia Hoje e Amanhã (Edição pdf).Joseph Banks Rhine. O Alcance do Espírito – O Novo Mundo do Espírito (Edição pdf).Julian Ochorowicz. A Sugestão Mental (Edição pdf).Oliver Lodge. Raymond: Uma Prova da Sobrevivência da Alma – Porque Creio naImortalidade da Alma (Edição pdf).Zêus Wantuil. As Mesas Girantes e o Espiritismo (Edição pdf).Hernani Guimarães Andrade. A Matéria PSI (Edição pdf.) – Parapsicologia: Uma VisãoPanorâmica, Editora Fe, 2002.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.

Grupo 1Espiritismo e Metapsíquica.

(Resumos das 26a. e 30a. Sessões Teóricas).

Grupo 2Espiritismo e Parapsicologia.(PHA – 2a. Parte – Cap. 15).

Grupo 3Espiritismo e Kardec – Resumo Da Doutrina

Espírita. (LE – Introdução, item VI).

Grupo 4Espiritismo e Evangelho.

(ESE, Cap. I – Consolador – Questões 352,353 e 355 – Religião dos Espíritos – Cap. 76).

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30a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO

EVANGELIZAÇÃO ESPIRITUAL

No aprendizado mediúnico o que deve prevalecer, para aquele que realmentedeseja se transformar em instrumento valioso nas mãos sabias dos Espíritos do Senhor, é opreparo espiritual conveniente de acordo com as normas do Evangelho de Jesus.

Sem a arma da virtude conquistada palmo a palmo, lágrima a lágrima, seremosinstrumentos inermes e sujeitos a servirmos de mediadores das trevas e do mal. Qual floresinfecundas, brilharemos somente um dia, para depois sermos arrancados da situação vaidosaem que nos colocamos pelos ventos da provação nos confundindo no pó e na lama. Porem,se formos flores fecundadas pelo amor aos ensinamentos do Sublime Pastor, resistiremosaos ventos da adversidade, às tempestades, e nos transformaremos no fruto saboroso enutriente, pronto a servir aos famintos e desesperançados do caminho.

As bases de todos os serviços de intercâmbio, entre os desencarnados eencarnados, repousam na mente, não obstantes as possibilidades de fenômenosnaturais, no campo da matéria densa, levados a efeito por entidades menosevoluídas ou extremamente consagradas à caridade sacrificial.

De qualquer modo, porém, é no mundo mental que se processa a gênese detodos os trabalhos da comunhão de espírito a espírito.Daí procede a necessidade de renovação idealística, de estudo, de bondadeoperante e de fé ativa, se pretendemos conservar o contato com os Espíritos daGrande Luz.

Simbolizemos nossa mente como sendo uma pedra inicialmente burilada. Tantoquanto a do animal, pode demorar-se, por muitos séculos, na ociosidade ou nasombra, sob a crosta dificilmente permeável de hábitos nocivos ou de impulsosdegradantes, mas se a expomos ao sol da experiência, aceitando os atritos, aslições, os dilaceramentos e as dificuldades do caminho por golpes abençoadosdo buril da vida, esforçando-nos Por aperfeiçoar o conhecimento e melhorar ocoração, tanto quanto a pedra burilada reflete a luz, certamente nos habilitamosa receber a influência dos grandes gênios da sabedoria e do amor, gloriososexpoentes da imortalidade vitoriosa, convertendo-nos em valiosos instrumentosda obra assistencial do Céu, em favor do reerguimento de nossos irmãos menosfavorecidos e para a elevação de nós mesmos às regiões mais altas.A fim de atingirmos tão alto objetivo é indispensável traçar um roteiro para anossa organização mental, no Infinito Bem, e segui-lo sem recuar.

Precisamos compreender _ repetimos _ que os nossos pensamentos são forças,imagens, coisas e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual.Atraímos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossasidéias, aspirações, invocações e apelos.

Energia viva, o pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis, construindopaisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quaisemitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros.Nosso êxito ou fracasso dependem da persistência ou da fé com que nosconsagramos mentalmente aos objetivos que nos propomos alcançar.

Semelhante lei de reciprocidade impera em todos os acontecimentos da vida.Comunicar-nos-emos com as entidades e núcleos de pensamentos, com osquais no colocamos em sintonia.

Nos mais simples quadros da natureza, vemos manifestado o princípio dacorrespondência.

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Um fruto apodrecido ao abandono estabelece no chão um foco infeccioso quetende a crescer, incorporando elementos corruptores.

Exponhamos a pequena lâmina de cristal, limpa e bem cuidada, à luz do dia, erefletirá infinitas cintilações do Sol.Andorinhas seguem a beleza da primavera.

Corujas acompanham as trevas da noite.O mato inculto asila serpentes.

A terra cultivada produz o bom grão.Na mediunidade, essas leis se expressam, ativas.

Mentes enfermiças e perturbadas assimilam as correntes desordenadas dodesequilíbrio, enquanto que a boa vontade e a boa intenção acumulam osvalores do bem.Ninguém está só.

Cada criatura recebe de acordo com aquilo que dá.Cada alma vive no clima espiritual que elegeu, procurando o tipo deexperiência em que situa a própria felicidade.

Estejamos, assim, convictos de que os nossos companheiros na Terra ou noAlém são aqueles que escolhemos com as nossas solicitações interiores, mesmoporque, segundo o antigo ensinamento evangélico, “tecemos nosso tesouroonde colocamos o coração”. (F. C. Xavier. Roteiro, Cap. 28).

Desta forma, ninguém espere alcançar a condição de médium do bem e da luzsem se incorporar definitivamente no clima do Evangelho do Mestre Jesus.

Consultar: Palavras de Vida Eterna, Cap. 42 e 43 – O Consolador, Questões 409/410 –Roteiro, Caps. 14 a 21, 27, 28 e 36.

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Hora de Exercitar 19!Para responder este Exercício, consulte os resumos das 28a. Sessão Teórica,

28a. Sessão de Exercício Prático e 29a. Sessão Teórica.

A) Assinale as Alternativas Corretas:1. O Centro Espírita É:

a) ( ) local de reunião permanente dos espíritas onde exercitam a fraternidade e os ensinamentos doutrinários;

b) ( ) lugar onde se reúnem vários grupos mediúnicos para só exercitarem a me-diunidade;

c) ( ) Tempio-lar-escola onde procuramos associar equilibradamente os valores espirituais.

2. A Doutrina Espírita É:a) ( ) elemento mais potente de transformação moral da criatura humana;b) ( ) causa de certos rituais, temores, superstições e misticismo existentes em quem

a conhece;c) ( ) caminho da felicidade, redenção;d) ( ) a única religião que leva a criatura à salvação.

3. A Função Do Espiritismo No Lar É:a) ( ) consolar, amparar, orientar e fortalecer;b) ( ) impregnar o espírito humano de compreensão, paciência e humildade;c) ( ) ser o mestre silencioso a nos ensinar a decifração dos enigmas da própria vida;d) ( ) amigo permanente a nos estimular para que não nos entreguemos ao desespero;

e) ( ) todas as alternativas estão corretas. B) Assinale a Alternativa MAIS CORRETA:

4. Os Centros Espíritas para atenderem aos seus reais objetivos devem ter:a) ( ) só reuniões doutrinárias;b)( ) reuniões doutrinárias e práticas;c) ( ) reuniões doutrinárias teóricas, práticas e de assistência social.

5. No Campo Teórico, a Casa Espírita deve ter:a) ( ) reunião de passes, irradiação, desobsessão, palestras educativas, etc.b)( ) só reunião prático fenomênica;c) ( ) aulas de evangelização para infância e mocidade e orientação de desencarnados;d)( ) palestras, cursos de orientação, aulas de evangelização para a infância e mocidade;

e) ( ) todas as alternativas estio corretas.C) Assinale As Respostas ERRADAS:

6. Os trabalhos PRÁTICOS devem obedecer as seguintes normas:a) ( ) não ter lugar e horários certos; b)( ) ser privativos com seleção prévia de elementos;c) ( ) exclusão de tudo o que nas comunicações solicitadas aos Espíritos satisfaça

apenas à curiosidade;d)( ) recolhimento e silêncio respeitoso durante as comunicações com os Espíritos.

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7. O Estudo Sério e Aprofundado da Mediunidade Poderá Proporcionar: a) ( ) a segurança e o equilíbrio dos médiuns;b)( ) a ilusão dos médiuns;c) ( ) Fé na infalibilidade mediúnica;d)( ) aversão contra a faculdade que possuem.

8. O Uso Correto da Mediunidade Pode Gerar:a) ( ) obsessão;b)( ) fraquezas morais e desinteresse;c) ( ) melhoria econômica do médium;d)( ) elevação espiritual e assistência dos bons Espíritos.

D) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:9. As Reuniões Espíritas Devem:

a) ( ) ter cunho de seriedade absoluta fugindo dos objetivos de diversão e curiosidade;

b)( ) haver silêncio, recolhimento e regularidade na sua realização;c) ( ) ter conversação fútil entre os que participam das mesmas para se conhecerem

melhor, pois isso em nada as prejudica;d)( ) ser realizadas em quaisquer dias, independente de horário preestabelecido.

10. A Instrução Espírita Compreende:a) ( ) o ensinamento moral dado pelos Espíritos e o estudo dos fatos;b)( ) o estudo superficial das obras espíritas;c) ( ) ouvir palestras de vez em quando;d)( ) só assistir trabalhos práticos mediúnicos.

E) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.11. Uma reunião é verdadeiramente ________________ apenas com a condição de se

ocupar com coisas ________________.12. O Espiritismo sendo uma doutrina eminentemente ________________ e profunda,

alicerçada em ensinamentos _______________ e com objetivos _______________auxiliará na Regeneração da humanidade.

13. O Espiritismo no coração da _____________ é a presença _____________ na Terra.14. A mediunidade sendo uma faculdade _______________, tanto serve como

instrumento do _______________ quanto do _______________.F) Assinale a 2a. Coluna de Acordo com a 1a.

a) Campo de Estudo Teórico.

b) Campo de Estudo Prático.

c) Campo Assistencial.

( ) palestras educativas, orientações;( ) reunião de passes, irradiação;( ) ambulatório médico;( ) cursos de Espiritismo;( ) reunião de desobsessão;( ) aulas de evangelização para a infância e mocidade;( ) assistência à criança e à gestante;( ) reunião de desenvolvimento mediúnico.

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Hora de Exercitar 20!Para responder este Exercício, consulte os resumos das 29a. Sessão de Exercício Prático,

30a. Sessão Teórica e 30a. Sessão de Exercício Prático.

A) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:1. ( ) O preparo doutrinário que o Espiritismo oferece ao médium o torna melhor médium

e melhor cristão.

2. ( ) O Espiritismo é uma doutrina nascida da observação e fruto da revelação dos Es-píritos Superiores.

3. ( ) É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade.

4. ( ) A Ciência oficial admitiu de imediato as verdades reveladas pelos Espíritos do Senhor.

5. ( ) Com o lançamento de O Livro dos Espíritos em 1857 a humanidade recebeu um avanço seguro de orientações, baseados nos ensinos da Espiritualidade Maior, oferecendo aos humanos o melhoramento moral.

6. ( ) É preciso não perder de vista que a missão dos espíritos é de nos instruir, de me-lhorar-nos, mas não de se substituir à iniciativa do nosso livre-arbítrio. (OP)

B) Assinale as Alternativas Corretas:7. A Faculdade Mediúnica Pode Aparecer Em Qualquer Pessoa:

a) ( ) porque vultos consagrados do passado independente de crenças a possuíram;b)( ) porque produz a obsessão em religiosos ou materialistas;c) ( ) a Mediunidade não é uma exclusividade Espírita;d)( ) porque pode produzir doenças mentais de difícil tratamento;e) ( ) porque é uma faculdade inerente ao espírito humano.

8. Para a assimilação das energias espirituais que desenvolvem as faculdades latentesque podem dar a humanidade poderoso elemento de renovação, é necessário:a) ( ) fé permanente, comunicação com os Espíritos e disciplina;b) ( ) treinamento gradativo e permanente orientação do pensamento e da vontade;c) ( ) exercício mediúnico e conhecimento da reencarnação e do perispírito;d) ( ) assimilação de fluidos, disciplina mental e muita cultura.

9. Para que surjam bons médiuns e a ciência do invisível progrida, o Espiritismoconsidera de fundamental importância:a) ( ) o exercício intenso da mediunidade para evitar a obsessão do médium;b) ( ) a prática mediúnica pública, para que os assistentes se convertam ao bem;c) ( ) a realização de fenômenos espetaculares para convencer os incrédulos;d) ( ) a educação e a orientação dos médiuns.

C) Assinale as Alternativas Corretas10. Para que a faculdade mediúnica desabroche normalmente e com equilíbrio deve-se

observar as seguintes condições:a) ( ) tomar passe sistematicamente e frequentar sessões de desobsessão;b) ( ) acuradas precauções, seguir métodos rituais, assíduos cuidados com a aparência;

c) ( ) assistência de bons Espíritos, sentimentos nobres e aspirações elevadas;d) ( ) desenvolvimento da inteligência, saber e moralidade;e) ( ) todas as alternativas estão corretas.

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11. Os dons mediúnicos podem prejudicar seus possuidores quando são:a) ( ) usados para atender interesses mesquinhos;b) ( ) usados para interferir no “Karma” de outras pessoas;c) ( ) usados com moralidade e desinteresse;d) ( ) usados para atender interesses pessoais e fúteis.

D) Jogo da palavra-chave – METAPSÍQUICA

1. Capacidade criptestésica de conhecer fatos futuros.2. Fenômeno que se enquadra na categoria da telecinesia (Espírito batedor).3. Faculdade da metapsíquica subjetiva de percepção de acontecimentos fora das

vias normais de conhecimento.4. Ectoplasmia provocada pela própria mente do médium.5. Fenômeno das materializações em Metapsíquica objetiva.6. Faculdade de certas pessoas para falar e escrever em línguas estrangeiras.7. Movimentação de objetos materiais sem contato ou ação de agentes físicos do

mundo material.8. Ciência que estudou os fenômenos metapsíquicos, criada por Charles Richet.9. Capacidade de criptestesia geral de perceber palavras e sons, sem usar o sentido

da audição.10. Fenômeno de telecinesia envolvendo o próprio corpo do médium.11. Fenômeno metapsíquico de desdobramento astral em que o elemento desdobra

do se corporifica em outro local.12. Fenômeno de telecinesia de extração ou introdução de objetos em recintos her-

meticamente fechados (transporte de objetos).

1 M2 E3 T

4 A5 P

6 S7 Í

8 Q9 U

10 I11 C

12 A

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E) Assinale a 2a. Coluna de Acordo com a 1a.

(1) Parapsicologia

(2) Metapsíquica

(3) Fenômeno Psi-Gama

(4) Fenômeno Psi-Kapa

( ) Precognição

( ) Robert Amadou (1924-2006)

( ) Método quantitativo

( ) Método qualitativo

( ) Joseph Banks Rhine

( ) Psicocinesia

( ) Paranormal

( ) Psi-Theta

( ) Teoria russa

F) RESPOSTA – PESSOALLeia com atenção a 30a. Sessão de Exercício Prático e, nas linhas abaixo, dê sua opiniãocom respeito à importância e a necessidade da “Evangelização Espiritual” para os médiuns.