Absenteísmo a Percepção Deste Indicador Na Região Da Baixada Santista

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Estudo Pós Graduação sobre absenteísmo.

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  • UNIVERSIDADE SANTA CECLIA

    PS-GRADUAO LATO SENSU EM RECURSOS HUMANOS

    LEILIAN SANTOS ARAJO

    ABSENTESMO: A PERCEPO DESTE INDICADOR NA REGIO

    DA BAIXADA SANTISTA

    Santos - SP

    Setembro/2014

  • UNIVERSIDADE SANTA CECLIA

    PS-GRADUAO LATO SENSU EM RECURSOS HUMANOS

    LEILIAN SANTOS ARAJO

    ABSENTESMO: A PERCEPO DESTE INDICADOR NA REGIO

    DA BAIXADA SANTISTA

    Trabalho de concluso de curso, em formato de artigo cientfico (estilo Vancouver), apresentado como exigncia parcial para a obteno do ttulo de Ps-Graduao (Lato Sensu) em Recursos Humanos Faculdade de Cincias Humanas e Sociais da Universidade Santa Ceclia, sob orientao do Prof. Me. Sergio Antnio Loureiro Escuder

    Santos - SP

    Setembro/2014

  • LEILIAN SANTOS ARAJO

    ABSENTESMO: A PERCEPO DESTE INDICADOR NA REGIO

    DA BAIXADA SANTISTA Trabalho de Concluso de Curso apresentado como exigncia parcial para obteno do ttulo de Ps-Graduado (lato sensu) em Recursos

    Humanos Universidade Santa Ceclia.

    Data da aprovao: ___/____/___APROVADO ( ) REPROVADO ( )

    Banca Examinadora

    _______________________________________________________ Orientador(a) Prof. Me. Sergio Antnio Loureiro Escuder _______________________________________________________

    Prof.(a) Me./Dr.(a)

    _______________________________________________________Prof.(a) Me./Dr.(a)

  • 1

    Absentesmo: A percepo deste indicador na regio da

    Baixada Santista

    Leilian Santos Arajo

    Ps-graduada lato sensu - MBA em Recursos Humanos da

    Universidade Santa Ceclia

    [email protected]

    Resumo

    O presente estudo busca de forma geral analisar como a indstria de

    cimento na regio da Baixada Santista percebe o conceito de

    Absentesmo em seus modelos de gesto, e mais especificamente,

    identificar se este indicador apresenta maior nvel com relao ao

    mercado da Grande So Paulo. Para identificar os nveis de

    absentesmo, este estudo empregou a metodologia de carter

    exploratrio, de cunho qualitativo, usando como mtodo o estudo de

    caso junto s empresas convidadas.

    Palavras-chave: Motivao; Absentesmo; Recursos Humanos.

    _______________________________________________________

    Absenteeism: the perception of this indicator in the region of

    Baixada Santista

    Abstract

    The present study seeks to broadly analyze how cement industry in

    the region of Baixada Santista realizes the concept of absenteeism in

    their management models, and more specifically, identify if this

    indicator presents a higher level with respect to the market of So

    Paulo. To identify levels of absenteeism, this study employed the

    methodology of exploratory character, qualitative oriented, using the

    case study method with companies invited.

    Keywords: Motivation; Absenteeism; Human Resources.

  • 2

    Introduo

    O mercado de trabalho vem se tornando cada vez mais competitivo e

    aumenta-se a busca das empresas por profissionais qualificados e

    como ret-los em suas equipes de trabalho.

    Segundo LACOMBE (2005) a especializao aumenta a produtividade,

    pois permite que as pessoas se concentrem naquilo que sabem fazer

    bem, trocando os bens que produzem e os servios que prestam

    pelos que consomem, o que as leva a abrir mo da autossuficincia.

    Alm da qualificao as organizaes necessitam de pessoas com

    comprometimento e assiduidade, o que colabora para a diminuio da

    rotatividade e do absentesmo.

    Para CHIAVENATO (2004) a rotatividade de pessoal (turnover) o

    resultado da sada de alguns colaboradores para a entrada de outros

    para substitui-los no trabalho. Normalmente temos um desligamento,

    que pode ocorrer por conta do funcionrio ou da empresa, e a

    reposio deste com a contratao de um novo colaborador.

    O absentesmo ou ausentsmo a frequncia e/ou durao do tempo

    de trabalho perdido quando os colaboradores no comparecem ao

    trabalho.

    importante examinar os motivos e as consequncias no ambiente

    industrial, pois estes fatores que interferem na sua produtividade e

    influenciam o desempenho da organizao, gerando aumento de

    custos ou at mesmo elevao do ndice de horas extras, por

    exemplo.

    As causas do absentesmo precisam ser diagnosticadas e deve haver

    uma ao coordenada, com o devido suporte de politicas da

    organizao e, apoio da direo para se tentar reduzir os nveis de

    ausncia e atrasos do pessoal. (CHIAVENATO, 2004)

    Para este estudo, decidiu-se analisar o setor de fabricao de

    cimento. De acordo com a ABCP1 a indstria brasileira do cimento

    tem importante papel a desempenhar, no sentido de oferecer suporte

    1 Associao Brasileira de Cimento Portland

  • 3

    necessrio para a melhoria da infraestrutura e, consequentemente,

    para o crescimento sustentvel do pas.

    Em um pas tradicionalmente construdo em concreto, a indstria fez

    expressivos investimentos, se preparando para atender s novas

    demandas. Partindo deste ponto de vista, foi selecionado o

    absentesmo como tema do trabalho, com o foco na indstria de

    cimento e produtos derivados, tendo em vista a evoluo do ramo ao

    longo dos anos.

    Neste estudo prope-se comparar o ndice de absentesmo

    encontrado nas indstrias de cimento na regio da Baixada Santista

    com o ndice presente na regio da grande So Paulo.

    Para alcanarmos o objetivo geral sero avaliadas as principais

    causas do absentesmo nestas regies por meio dos objetivos

    especficos: verificar os ndices de ausncias e afastamentos;

    identificar as causas e justificativas e; analisar as caractersticas

    demogrficas de cada regio.

    O mtodo escolhido foi o comparativo por meio de estudo de caso.

    A administrao de Recursos Humanos

    Segundo LACOMBE (2005) as organizaes j se deram conta da

    importncia das pessoas e da forma como so administradas,

    diferentemente do que ocorria no passado, quando o foco recaa

    apenas na tecnologia do produto ou do processo, nos mercados

    protegidos ou regulamentados, no acesso a recursos financeiros e

    economias de escala.

    A administrao de recursos humanos deve considerar a necessidade

    das pessoas de serem felizes e terem qualidade de vida e que seus

    objetivos muitas vezes se diferem dos objetivos da empresa.

    Para Frana (2012) a gesto de pessoas deve ocorrer a partir da

    viso integrada das pessoas e de questes como: as expectativas

    sobre as relaes de trabalho, o contrato psicolgico entre o que a

    pessoa quer da empresa e o que esta quer de seu pessoal, (...) entre

    outros aspectos ligados vida social.

  • 4

    Motivao da Equipe

    A motivao definida como o processo responsvel pela

    intensidade, direo e persistncia dos esforos de uma pessoa em

    relao ao alcance de uma determinada meta. (ROBBINS, JUDGE e

    SOBRAL, 2010)

    O estudo da motivao teve inicio com as pesquisas desenvolvidas

    por Elton Mayo, enquanto a administrao cientifica baseava-se na

    concepo do homo economicus, onde o comportamento humano

    tinha como nica forma de motivao o dinheiro e as recompensas

    salariais, a administrao clssica fundamenta-se na Teoria da

    Motivao, onde o homem motivado por recompensas sociais e

    simblicas. (CHIAVENATO, 2003)

    De acordo com Jean Pierre Marras (2011) a experincia de

    Hawthorne, desenvolvida pela General Eletric de Chicago durante a

    dcada de 1930, tida como o primeiro dos experimentos e

    interveno maior dos cientistas de comportamento, onde provou-se

    que a ateno dada ao trabalhador conseguia influir na sua

    produtividade.

    O psiclogo Abraham Maslow desenvolveu na dcada de 1940 sua

    teoria sobre a hierarquia das necessidades, onde afirma que o

    homem motivado por necessidades que esto organizadas em uma

    hierarquia de valor. sendo que na base desta pirmide esto as

    necessidades fisiolgicas e as de segurana, que so satisfeitas

    principalmente atravs do salrio recebido das organizaes. Em um

    nvel superior, esto as necessidades sociais, de estima e de auto-

    realizao, que no esto diretamente associadas remunerao.

    Segundo Maslow apud Marras (2011), a motivao dos individuos

    objetiva satisfazer certas necessidades que vo desde as primarias

    (fisiologicas) as mais simples ate as mais complexas ou

    psicologicas (autorrealizao).

  • 5

    Figura 1 - Hierarquia das necessidades humanas segundo Maslow.

    Fonte: (CHIAVENATO, 2003)

    Frederick Herzberg formulou a teoria dos dois fatores para explicar o

    comportamento das pessoas durante a situao de trabalho. Para ele,

    existem dois fatores orientam o comportamento das pessoas:

    Fatores higinicos - so denominados fatores extrnsecos ou

    ambientais que vem de fora, esto localizados no ambiente que

    rodeia as pessoas e abrange todas as restries na qual cada um

    desempenha o seu trabalho.

    Fatores motivacionais - so denominados intrnsecos, por que esto

    relacionados com o contedo do cargo de cada um e com a natureza

    de suas execues.

    A principal caracterstica observada nestes fatores que, quando so

    bons, aumentam a satisfao das pessoas no seu trabalho e quando

    ocorre o contrrio essa satisfao no existe. (CHIAVENATO, 2003)

    Seguindo este raciocnio LACOMBE (2005, p. 136), destaca que:

    Os fatores relacionados aos aspectos pessoais de realizao

    profissional e ao contedo do trabalho, como gosto pelo

    trabalho, aumento de conhecimentos, responsabilidade,

    reconhecimento pelos resultados, realizao pessoal e

    profissional, que ele considera como os fatores motivacionais

    propriamente ditos e que so intrnsecos ou inerentes

    pessoa. Os fatores externos que dizem respeito ao ambiente

    de trabalho, como tipo de superviso, conforto, salrio,

    benefcios, status e segurana, que ele chamou de fatores

    higinicos.

  • 6

    Em 1960 Douglas McGregor, psiclogo e estudioso da rea social,

    complementa a Teoria das Necessidades afirmando que a satisfao

    destas necessidades est no ambiente de trabalho. Neste estudo

    McGregor props duas vises distintas do ser humano: uma negativa,

    chamada Teoria X e outra positiva, chamada Teoria Y.

    Conforme a Teoria X, os gestores acreditam que os

    funcionrios no gostam de trabalhar e devem ser orientados

    ou at coagidos a faz-lo. Diferentemente de acordo com a

    Teoria Y, os gestores presumem que os funcionrios podem

    achar o trabalho algo to natural quanto descansar ou se

    divertir e, portanto, a pessoa mediana pode aprender a

    aceitar ou at a buscar o exerccio de responsabilidades.

    (ROBBINS, JUDGE e SOBRAL, 2010).

    Jean Pierre Marras (2011) descreve esta teoria como duas formas

    distintas de ser o trabalhador ou duas formas distintas de se ver o

    trabalhador.

    Ainda na dcada de 1960, Edwin Locke sugeriu que a inteno de

    lutar por um objetivo a maior fonte de motivao no trabalho,

    surgindo assim a Teoria do estabelecimento de objetivos.

    Ao avaliar este estudo, Robbins (2010) afirma que objetivos

    especficos melhoram o desempenho; que objetivos difceis, quando

    aceitos melhoram o desempenho que objetivos fceis. Isto porque as

    metas difceis fixam a ateno e ajudam a dar foco no trabalho, o que

    transforma vontade em energia e persistncia. Os resultados so

    avaliados e as pessoas trabalham melhor quando recebem feedback2,

    pois assim conseguem enxergar melhor as entregas frente ao que era

    necessrio ser feito.

    Enquanto a Teoria de McGregor baseada numa abordagem

    cognitiva, em que os propsitos de uma pessoa orientam suas aes,

    a Teoria estabelecida por Skinner argumenta que o reforo condiciona

    o comportamento, este causado pelo ambiente em que se encontra.

    2 A retroao (do ingls feedback) um subsistema de comunicao de retorno, proporcionado pela

    sada do sistema sua entrada, no senti de alter-la de alguma maneira. (CHIAVENATO, 2003).

  • 7

    A teoria do reforo ignora as condies internas do individuo e

    concentra-se no que lhe acontece quando realiza uma ao qualquer.

    Emitiu-se assim o conceito de reforo no comportamento, Marras

    (2011) interpreta este conceito com a situao do trabalhador que

    experimenta o sucesso e tende a repetir a mesma atitude, na espera

    de um novo sucesso.

    Para Newstrom (2008) as atitudes dos funcionrios so claramente

    importantes para as organizaes. As atitudes negativas podem

    resultar em greves, reduo no ritmo de produo, faltas e

    rotatividade dos funcionrios. Os custos organizacionais associados

    com as atitudes inadequadas dos funcionrios podem reduzir

    severamente a competitividade de uma organizao.

    Atitudes favorveis tendem a estar conectadas a vrios outros

    resultados positivos que os gerentes desejam. A satisfao dos

    funcionrios e uma produtividade elevada so marcas de

    organizaes bem administradas.

    A satisfao no ambiente de trabalho

    Satisfao no trabalho um conjunto de sentimentos e emoes

    favorveis ou desfavorveis por meio dos quais os funcionrios veem

    seu trabalho (NEWSTROM, 2008).

    Figura 2 - Quatro produtos das atitudes (funcionrios x empresa)

    Fonte: (NEWSTROM, 2008)

  • 8

    Os funcionrios com maior envolvimento com o trabalho possuem

    mais chances de participao no processo de tornada de decises.

    Esta participao faz com que eles raramente se ausentem do

    trabalho e aumenta a disposio para trabalhar horas adicionais com

    alto desempenho.

    O compromisso organizacional o grau que um trabalhador se

    identifica com a organizao e demonstra sua vontade de permanecer

    participando ativamente dela. (NEWSTROM, 2008).

    Este comportamento reflete a crena do funcionrio na misso e nos

    objetivos da organizao, vontade trabalhar e contribuir para esta,

    normalmente observado em funcionrios mais antigos.

    As atitudes so indicadores razoavelmente satisfatrios de

    comportamentos e oferecem pistas com relao s intenes ou s

    tendncias comportamentais de um funcionrio para agir de

    determinada maneira.

    Atitudes profissionais positivas ajudam a antever comportamentos

    positivos; atitudes negativas no trabalho podem indicar o potencial

    para comportamentos indesejveis.

    Um grande nmero de estudos explorou os produtos da satisfao e

    da insatisfao, e a natureza bsica dessas pesquisas apresentada

    aqui nas reas de desempenho, rotatividade, absentesmo e atrasos,

    furtos, violncia e outros comportamentos. Todos eles compreendem

    um universo de resultados que as organizaes esto interessadas

    em controlar.

    De acordo com CHIAVENATO (2004) alm dos elementos levados em

    conta nos vrios modelos de planejamento de RH, existem outros

    fatores intervenientes, como o absentesmo, a rotatividade e a

    mudana nos requisitos da fora de trabalho, neste estudo sero

    abordados o absenteismo e a variao deste indicador em regies

    distintas.

  • 9

    Absentesmo

    Manter o quadro de funcionarios no garante que estes

    desempenhem seu papel integralmente numa organizao. possivel

    observar que ausncias (faltas ou atrasos ao trabalho) dos

    empregados ao trabalho provocam variaes em sua produtividade.

    Absentesmo ou ausentismo a freqncia e/ou durao do tempo de

    trabalho perdido quando os colaboradores no comparecem ao

    trabalho. O absentesmo constitui a soma dos perodos em que os

    colaboradores se encontram ausentes do trabalho, seja por falta,

    atraso ou a algum motivo interveniente (CHIAVENATO, 2004).

    Para calcular o custo total das ausncias, podem-se incluir todos os

    dias de trabalho perdidos, por qualquer motivo (dias de afastamento

    por frias, doena, maternidade, acidentes de trabalho e licenas em

    geral) ou calcular as chamadas presenas pobres, que incluem

    apenas aquelas ausncias que se pode controlar pessoalmente (como

    faltas ou atrasos por motivos particulares, perfeitamente evitveis).

    O ndice de absentesmo pode ser mensal ou anual. Se o ndice de

    absentesmo mensal de 3%, por exemplo, a organizao conta, na

    realidade, com 97% de sua fora de trabalho no perodo.

    Chiavenato (2004) descreve uma frmula para ser calculado o ndice

    de absentesmo, que leva em conta homens/dias de ausncia em

    relao aos homens/dias de trabalho.

    E para as ausncias de meios dias, atraso e sada antecipada:

    As causas e conseqncias das ausncias foram intensamente

    estudadas atravs de pesquisas, tendo o absentesmo afetado pela

    capacidade profissional das pessoas e pela sua motivao para o

    trabalho, alm de fatores internos e externos ao trabalho.

  • 10

    A capacidade de assiduidade ao trabalho pode ser reduzida por

    barreiras presena, como doenas, acidentes, responsabilidades

    familiares e particulares e problemas de transporte para o local de

    trabalho. A motivao para a assiduidade afetada pelas prticas

    organizacionais (como recompensas assiduidade e punies ao

    absentesmo), pela cultura de ausncia (quando faltas ou atrasos so

    considerados aceitveis ou inaceitveis) e atitudes, valores e

    objetivos dos empregados.

    Newstrom (2008) afirma que funcionrios que possuem menor grau

    de satisfao tendem a se ausentar mais freqentemente.

    Essa conexo no sempre precisa, pois algumas ausncias so

    causadas por motivos mdicos e assim um funcionrio satisfeito pode

    apresentar uma razo vlida para sua ausncia, enquanto os

    funcionrios insatisfeitos podem no prever a ausencia, porm

    apresentam facilidade frente s oportunidades para faz-lo,

    ocorrendo com freqncia mais elevada em determinado universo de

    funcionrios, em geral, s sextas e segundas-feiras.

    O absentesmo involuntrio (licenas mdicas) pode ser previsto e

    reduzido com a utilizao de exames admissionais detalhados e da

    verificao do histrico profissional, mas abordagens diferentes so

    necessrias nos casos de ausncia decorrentes de atitudes

    inadequadas.

    Alguns empregadores depositam a totalidade do nmero de horas

    trabalhadas acumuladas pelos funcionrios em um banco de horas

    para ausncias pagas (tambm conhecidas como ausncias

    remuneradas), frias, ausncias mdicas, feriados e resoluo de

    problemas pessoais, todos eles so computados no banco de horas e

    o funcionrio poder utiliz-las por qualquer razo.

    Essa abordagem oferece ao funcionrio um controle maior sobre

    quando utilizar seus dias de licena, e o empregador adquire maior

    previsibilidade acerca dessas ocasies.

  • 11

    Outra maneira pela qual os funcionrios exibem sua insatisfao com

    as condies de trabalho o atraso, situao onde o funcionrio

    comparece ao trabalho, mas chega aps o horrio designado para o

    inicio de suas atividades.

    Este pode variar de poucos minutos at diversas horas em cada

    evento, e pode ser considerada outra maneira pelo qual os

    funcionrios mostram-se fisicamente desligados do envolvimento

    ativo com a organizao.

    Para a resoluo de problemas relacionados ao absenteismo preciso

    focar a existncia e as conseqncias da obrigatoriedade de

    presena, orientar os colaboradores para preveno de doenas

    atravs de diagnsticos e tratamentos mdicos mais eficazes.

    As organizaes devem buscar o incentivo a presena e desistimular

    as ausncias ao trabalho por meio de prticas gerenciais e culturas

    que promovam a participao, ao mesmo tempo em que

    desenvolvam atitudes, valores e objetivos favorveis equipe.

    Metodologia

    A metodologia definida como o conjunto das atividades

    sistemticas e racionais que, com maior segurana e economia,

    permite alcanar objetivo conhecimentos validos e verdadeiros

    traando caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as

    decises dos cientistas. (LAKATOS e ANDRADE, 2010).

    Para a realizao deste estudo necessrio pesquisa de dados

    relevantes ao tema, por meio do mtodo reflexivo, que requer um

    tratamento cientifico e se constitui em como se conhecer a realidade.

    A pesquisa tem por objetivo estabelecer uma serie de compreenses

    no sentido de descobrir para as indagaes e questes que existem

    em todos os ramos do conhecimento humano (OLIVEIRA, 1999).

    Para que a pesquisa seja realizada fundamental a elaborao de um

    planejamento e especificar como se dar sua preparao, quais suas

    fases, como ser sua execuo e como seu relatrio ser redigido.

  • 12

    Para tornar o tema mais prximo da realidade o relatrio dever

    conter o estudo de caso baseado no universo de pesquisa, definindo,

    por exemplo, uma organizao para estudo.

    De acordo com Gil (1991), estudo de caso caracteriza por grande

    flexibilidade, sendo impossvel estabelecer um roteiro rgido que

    determine com preciso como dever ser desenvolvida a pesquisa.

    caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos

    objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado

    conhecimento, tarefa praticamente impossvel mediante os outros

    delineamentos considerados.

    Durante o estudo de caso sero colocadas em questo as opinies e

    referenciais adquiridos por meio de pesquisa bibliogrfica elaborada.

    Para isso questionrios e visitas tcnicas sero utilizados como meio

    de obteno das respostas necessrias para a resoluo do problema.

    Demografia Baixada Santista x So Paulo

    O Estado de So Paulo composto por 15 Regies Administrativas,

    incluindo a Regio Metropolitana de So Paulo e as Regies

    Metropolitanas de Campinas e da Baixada Santista criadas aps a

    promulgao da Constituio Federal de 1988 que autorizava os

    Estados federados a institurem regies metropolitanas, aglomeraes

    urbanas e microrregies, que so constitudas por conjuntos de

    municpios limtrofes. (INTC, 2008).

    A Regio Metropolitana de So Paulo (RMSP), composta por 39

    municpios, foi instituda pela Lei Complementar Federal n 14, de

    1973, e disciplinada pela Lei Complementar Estadual n 94, de 1974.

    No entanto, sua existncia legal e poltica dependia da aprovao de

    uma lei estadual especfica, de acordo com as regras da Constituio

    Federal de 1988, que atribuiu aos Estados a responsabilidade pela

    criao das regies metropolitanas.

  • 13

    O Projeto de Lei Complementar n 6, de 2005, aprovada no dia 13 de

    junho de 2011, pela Assembleia Legislativa, criou a RMSP

    preenchendo definitivamente o vazio institucional existente na mais

    importante concentrao urbana do pas.

    A nova lei busca promover o planejamento regional para o

    desenvolvimento socioeconmico e a melhoria da qualidade de vida,

    a proteo do meio ambiente, a integrao do planejamento e da

    execuo de funes pblicas de interesse comum e a reduo das

    desigualdades sociais e regionais.

    O Produto Interno Bruto (PIB) atingiu em 2008 R$ 572 bilhes, o que

    corresponde a cerca de 57% do total do Estado. Os municpios que

    compem a RMSP so: Aruj, Barueri, Biritiba-Mirim, Caieiras,

    Cajamar, Carapicuba, Cotia, Diadema, Embu das Artes, Embu-

    Guau, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha,

    Guararema, Guarulhos, Itapevi, Itapecerica da Serra,

    Itaquaquecetuba, Jandira, Juquitiba, Mairipor, Mau, Mogi das

    Cruzes, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Po, Ribeiro Pires, Rio

    Grande da Serra, Salespolis, Santa Isabel, Santana de Parnaba,

    Santo Andr, So Bernardo do Campo, So Caetano do Sul, So

    Loureno da Serra, So Paulo, Suzano, Taboo da Serra e Vargem

    Grande Paulista. (SD METROPOLITANO, 2014).

    De acordo com Pasternak (2012) a taxa de crescimento da populao

    da Grande So Paulo (metrpole institucionalizada, com 39

    municpios) mostra tendncia declinante nas ltimas dcadas: at

    1980, as taxas de crescimento demogrfico eram altas, acima de 4 %

    ao ano; j entre 1980 e 1991 a taxa reduziu-se para 1,86, e esta

    reduo continuou entre 1991 e 2000 (1,64%), atingindo 0,97%

    anuais entre 2000 e 2010.

    A Regio Metropolitana da Baixada Santista, localizada no litoral do

    estado de So Paulo, formada pelos municpios de Santos, So

    Vicente, Guaruj, Praia Grande, Cubato, Perube, Itanham,

    Mongagu e Bertioga.

  • 14

    Essa regio abriga o maior porto em volume de comercializao da

    Amrica Latina e um dos maiores complexos industriais do pas.

    Segundo o Censo Demogrfico organizado pelo IBGE3 em 2010, a

    populao dessa regio de mais de 1,5 milho de habitantes e se

    destaca pelos ndices elevados de escolaridade, alfabetizao,

    expectativa de vida e PIB (Produto Interno Bruto) per capita, sendo

    uma regio de alta qualidade de vida, o que historicamente tem

    atrado uma migrao com perfis etrios e socioeconmicos muito

    diferentes. (BARROCAS, 2013).

    Estudo de caso - Votorantim Cimentos

    O Grupo Votorantim uma empresa 100% brasileira, que est

    presente em mais de 20 pases e que, em 2013, completou 95 anos

    de atividade.

    Por meio da Votorantim Industrial (VID), opera em setores industriais

    que demandam capital intensivo e alta escala de produo. O modelo

    de atuao multiplataforma, com diferentes negcios e uma ampla

    gama de produtos, servios e oportunidades. A Votorantim est

    presente nos seguintes segmentos: Cimentos, Metais, Siderurgia,

    Energia, Celulose, Agroindstria.

    Presente no negcio de materiais bsicos de construo (cimento,

    concreto, agregados e produtos complementares) desde 1936, a

    Votorantim Cimentos uma das oito maiores empresas globais do

    setor, com forte presena nas Amricas, Europa, sia e frica

    destacando-se pela sua excelncia operacional e prticas de gesto.

    No Brasil, mantm a liderana de mercado com 40% de participao.

    Possui 60 unidades de produo em praticamente todos os estados

    brasileiros e 100 centrais de concreto. Comercializa mais de 40

    produtos, com destaque para as marcas Votoran, Ita, Poty,

    Tocantins, Aratu, Votomassa e Engemix. (GRUPO VOTORANTIM,

    2013).

    3 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

  • 15

    Para este estudo foram analisados os nveis de absentesmo e as

    caractersticas demogrficas de duas unidades da Votorantim

    Cimentos, uma presente na regio da Baixada Santista (Cubato) e

    outra localizada na regio Metropolitana de So Paulo (Barueri).

    Ambas a unidades esto localizadas em regies com alto

    desenvolvimento industrial e grandes centros urbanos, tendo em

    mdia 70 funcionrios no quadro de pessoal (administrativo e

    operacional).

    Nos ltimos 12 meses foram observados os ndices mensais de

    absentesmo em ambas as unidades, como demonstra a tabela

    abaixo:

    Set

    (13)

    Out

    (13)

    Nov

    (13)

    Dez

    (13)

    Jan

    (14)

    Fev

    (14)

    Mar

    (14)

    Abr

    (14)

    Mai

    (14)

    Jun

    (14)

    Jul

    (14)

    Ago

    (14)

    Barueri 1,23 1,22 1,08 1,01 0,89 0,32 0,61 0,32 0,97 0,07 1,12 1,03

    Cubato 1,52 1,24 1,19 0,98 1,03 0,44 0,73 0,34 1,09 0,02 2,73 1,21

    Tabela 1 - Taxa de Absentesmo (12 meses)

    Fonte: GRUPO VOTORANTIM (2014)

    Ao analisar a tabela acima percebe-se que as taxas de absentesmo

    apresentam reduo durante o primeiro trimestre de 2014, isso

    ocorre devido ao nmero de funcionrios em frias, o que requer

    controle mais assertivo das ausncias.

    Nos demais meses do perodo temos um absentesmo elevado na

    unidade de Cubato, sendo que as ausncias so geradas por motivos

    particulares em 73% dos casos; 23,2% por motivos de sade e;

    2,8% so ausncias no justificadas.

    Enquanto na unidade localizada em Barueri, temos 82,7% dos casos

    de ausncias causadas por motivos de sade; 16,2% por motivos

    particulares e 1,1% so ausncias no justificadas.

    Para os colaboradores que no apresentam justificativas para os

    atrasos e ausncias, so aplicadas medidas disciplinares como

    advertncias e suspenses que, em caso de reincidncia podero

    causar desligamentos.

  • 16

    Consideraes Finais

    A anlise dos indicadores de absentesmo apoiam a organizao no

    gerenciamento de suas rotinas, por meio de controle e

    estabelecimento de metas, pode-se levantar planos de contingncia e

    formular aes voltadas para a otimizao dos seus custos.

    A anlise demogrfica foi essencial para o entendimento das causas

    do absentesmo e realizar comparao entre as regies apontadas

    neste estudo. Os resultados evidenciam que apesar das unidades

    apresentarem semelhana no ambiente de trabalho, temos uma

    divergncia na comunidade que envolve os funcionrios.

    No que diz respeito ao absentesmo pde-se verificar que o nmero

    de ausncias maior na regio da Baixada Santista. Os resultados

    deixam claros que os ndices de faltas no trabalho esto relacionados

    com as condies de vida da regio onde a empresa est localizada.

    O alto numero de vagas no mercado de trabalho faz com que a mo-

    de-obra qualificada seja valorizada, o que tambm pode contribuir

    para o aumento nos ndices de absentesmo.

    As medidas disciplinares so aplicadas em ambas as unidades, podem

    ajudar na reduo das faltas sem justificativas, porm, no reduzem

    as faltas de forma geral.

  • 17

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