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sono-vigília, uso de fármacos, persistências de sintomas motores durante a noite e comorbidades clínicas. Objetivo Avaliar a presença de alterações do sono em uma série de pa- cientes com DP e possíveis fatores associados. Métodos Oitenta e cinco pacientes com DP atendidos num hospital uni- versitário, que concordaram em participar da pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, foram entrevistados. A entrevista consistia em responder à Escala de Sono na doença de Par- kinson (ESDP) e à Escala Uni cada de Avaliação da Doença de Par- kinson (UPDRS). A primeira consiste numa escala analógica composta de 15 itens, cuja pontuação varia de zero a dez em cada um deles. Quanto menor o escore, mais graves e numerosas são as alterações do sono. Em contrapartida, um escore alto está relacionado com alterações leves ou inexistentes. A segunda é formada por sete partes e avalia a gravidade da doença, sendo que uma pontuação elevada está associada com doença mais avançada. O escore máximo desta é de 147. Os dados levantados foram analisados no programa SPSS versão 17.0 e o valor de po0,05 foi escolhido como estatisticamente signicativo. Resultados O escore médio na ESDP foi de 85,6 726,7, enquanto o da UPDRS foi de 47,58 724,19. A qualidade do sono média foi de 54% 726. Insônia inicial foi associada a quedas, doença mais grave e avançada (p ¼ 0,02; p o0,01 e p o0,01, respectivamente). Diculdade em in- iciar e manter o sono se relacionou a pior desempenho em ativi- dades de vida diária (AVD), uso de levodopa e agentes dopami- nérgicos (p o0,05 em todos). O efeito reparador do sono era menor naqueles usando levodopa e com DP mais grave e avançada, re- sultando em pior desempenho em AVD (p o0,05 em todos). Conclusões Alterações de sono são frequentes na DP e estão associadas à doença mais grave e avançada. Dessa forma, seu adequado reconhecimento deve integrar a rotina de atendimento clínico desses indivíduos. http://dx.doi.org/10.1016/j.slsci.2016.02.016 41621 APLICAÇÃO DE BRAINSPOTTING EM PACIENTE COM TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO E DIS- TÚRBIO DE SONO Cacilda Soares da Costa ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BRAINSPOTTING (BSP) E-mail address: [email protected] Resumo O sono, assim como o estresse, é um fenômeno que envolve todo sistema nervoso central. Nos casos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) resulta em mudanças distintas nos padrões de comportamento, tais como: sono não reparador, diculdade em iniciar o sono, aumento do tempo em vigília e despertar precoce, lembranças intrusivas do evento, irritabilidade, terror noturno, paralisia do sono e fadiga, o que pode comprometer a qualidade de vida do sujeito. Isso posto, o objetivo da investigação foi vericar a ecácia da aplicação de Brainspotting (BSP) em paciente com es- tresse pós-traumático. Para tanto utilizou-se como procedimento metodológico o estudo de caso clínico. A paciente apresentou como queixa inicial insônia e depressão, terror noturno e pesa- delos. Foi avaliada por meio de entrevista, anamnese, e submetida à Escala Diagnóstica de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (CAPS), Escala de Impacto de Eventos (IES), Escala de Experiência Dissociativa (DES), Inventário de Ansiedade Beck (BAI) e Inventário de Depressão Beck (BDI) que apontaram alto grau de ansiedade e depressão, bem como dissociação quanto aos eventos e pessoas. Utilizaram-se no tratamento 10 sessões de Brainspotting (BSP). Os resultados apontaram que após o uso de BSP houve melhora sig- nicativa dos sintomas, como a melhoria na qualidade do sono e diminuição do quadro de depressão e ansiedade, o que se vericou com nova aplicação das escalas. Diante dos resultados obtidos, conclui-se que o BSP pode ser um método ecaz no tratamento de TEPT acompanhado de Distúrbios de Sono. http://dx.doi.org/10.1016/j.slsci.2016.02.017 42243 APNEIA CENTRAL DO SONO EMERGENTE DO TRATAMENTO Catarina Lacerda, Pedro Ramalho, Fátima Teixeira, Conceição Travassos, Liliana Sousa, Joaquim Moita HOSPITAL DE BRAGA E-mail address: [email protected] (C. Lacerda) Resumo Introdução A apneia central do sono emergente do tratamento (ACS-TE), previamente denominada de apneia complexa, caracteriza-se pelo desenvolvimentos de apneias centrais durante a aferição com pressão positiva (PAP) no doente com Síndrome Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). A servoventilação Adaptativa (SVA) surge como opção terapêutica quando o tratamento com PAP falha. Objectivo Avaliar as características clínicas e polissonográcas dos doentes com ACS-TE e sob SVA. Considerar a possibilidade de mudança deste modo ventilatório. Métodos Selecionados todos os pacientes do CMS-CHUC com diagnóstico de ACS-TE sob SVA. Realizada uma reavaliação clinica e novo es- tudo polissonográco do sono nível I (PSG). Abstracts of XV Brazilian Sleep Congress / Sleep Science 8 (2015) 169255 177

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sono-vigília, uso de fármacos, persistências de sintomas motoresdurante a noite e comorbidades clínicas.

Objetivo

Avaliar a presença de alterações do sono em uma série de pa-cientes com DP e possíveis fatores associados.

Métodos

Oitenta e cinco pacientes com DP atendidos num hospital uni-versitário, que concordaram em participar da pesquisa e assinaram otermo de consentimento livre e esclarecido, foram entrevistados. Aentrevista consistia em responder à Escala de Sono na doença de Par-kinson (ESDP) e à Escala Unificada de Avaliação da Doença de Par-kinson (UPDRS). A primeira consiste numa escala analógica compostade 15 itens, cuja pontuação varia de zero a dez em cada um deles.Quanto menor o escore, mais graves e numerosas são as alterações dosono. Em contrapartida, um escore alto está relacionado com alteraçõesleves ou inexistentes. A segunda é formada por sete partes e avalia agravidade da doença, sendo que uma pontuação elevada está associadacom doença mais avançada. O escore máximo desta é de 147. Os dadoslevantados foram analisados no programa SPSS versão 17.0 e o valor depo0,05 foi escolhido como estatisticamente significativo.

Resultados

O escore médio na ESDP foi de 85,6726,7, enquanto o da UPDRSfoi de 47,58724,19. A qualidade do sono média foi de 54%726.Insônia inicial foi associada a quedas, doença mais grave e avançada(p¼0,02; po0,01 e po0,01, respectivamente). Dificuldade em in-iciar e manter o sono se relacionou a pior desempenho em ativi-dades de vida diária (AVD), uso de levodopa e agentes dopami-nérgicos (po0,05 em todos). O efeito reparador do sono era menornaqueles usando levodopa e com DP mais grave e avançada, re-sultando em pior desempenho em AVD (po0,05 em todos).

Conclusões

Alterações de sono são frequentes na DP e estão associadas à doençamais grave e avançada. Dessa forma, seu adequado reconhecimentodeve integrar a rotina de atendimento clínico desses indivíduos.

http://dx.doi.org/10.1016/j.slsci.2016.02.016

41621

APLICAÇÃO DE BRAINSPOTTING EM PACIENTE COMTRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO E DIS-TÚRBIO DE SONO

Cacilda Soares da Costa

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BRAINSPOTTING (BSP)E-mail address: [email protected]

Resumo

O sono, assim como o estresse, é um fenômeno que envolvetodo sistema nervoso central. Nos casos de Transtorno de EstressePós-Traumático (TEPT) resulta em mudanças distintas nos padrões

de comportamento, tais como: sono não reparador, dificuldade eminiciar o sono, aumento do tempo em vigília e despertar precoce,lembranças intrusivas do evento, irritabilidade, terror noturno,paralisia do sono e fadiga, o que pode comprometer a qualidade devida do sujeito. Isso posto, o objetivo da investigação foi verificar aeficácia da aplicação de Brainspotting (BSP) em paciente com es-tresse pós-traumático. Para tanto utilizou-se como procedimentometodológico o estudo de caso clínico. A paciente apresentoucomo queixa inicial insônia e depressão, terror noturno e pesa-delos. Foi avaliada por meio de entrevista, anamnese, e submetidaà Escala Diagnóstica de Transtorno de Estresse Pós-Traumático(CAPS), Escala de Impacto de Eventos (IES), Escala de ExperiênciaDissociativa (DES), Inventário de Ansiedade Beck (BAI) e Inventáriode Depressão Beck (BDI) que apontaram alto grau de ansiedade edepressão, bem como dissociação quanto aos eventos e pessoas.Utilizaram-se no tratamento 10 sessões de Brainspotting (BSP). Osresultados apontaram que após o uso de BSP houve melhora sig-nificativa dos sintomas, como a melhoria na qualidade do sono ediminuição do quadro de depressão e ansiedade, o que se verificoucom nova aplicação das escalas. Diante dos resultados obtidos,conclui-se que o BSP pode ser um método eficaz no tratamento deTEPT acompanhado de Distúrbios de Sono.

http://dx.doi.org/10.1016/j.slsci.2016.02.017

42243

APNEIA CENTRAL DO SONO EMERGENTE DOTRATAMENTO

Catarina Lacerda, Pedro Ramalho, Fátima Teixeira,Conceição Travassos, Liliana Sousa, Joaquim Moita

HOSPITAL DE BRAGAE-mail address: [email protected] (C. Lacerda)

Resumo

Introdução

A apneia central do sono emergente do tratamento (ACS-TE),previamente denominada de apneia complexa, caracteriza-se pelodesenvolvimentos de apneias centrais durante a aferição compressão positiva (PAP) no doente com Síndrome Apneia Obstrutivado Sono (SAOS). A servoventilação Adaptativa (SVA) surge comoopção terapêutica quando o tratamento com PAP falha.

Objectivo

Avaliar as características clínicas e polissonográficas dosdoentes com ACS-TE e sob SVA. Considerar a possibilidade demudança deste modo ventilatório.

Métodos

Selecionados todos os pacientes do CMS-CHUC com diagnósticode ACS-TE sob SVA. Realizada uma reavaliação clinica e novo es-tudo polissonográfico do sono nível I (PSG).

Abstracts of XV Brazilian Sleep Congress / Sleep Science 8 (2015) 169–255 177

Resultados

Incluídos 9 doentes, todos homens com média de idades de 75anos e IMC médio de 32,7 Kg/m2. Verificou-se a presença das se-guintes comorbilidades: Hipertensão Arterial em 8 pacientes (89%),Diabetes Mellittus tipo II em 4 pacientes (14%), Patologia respiratóriaObstrutiva Crónica em 4 pacientes (44%), Insuficiência Cardíaca em6 pacientes (67%) e história de Acidente Vascular Cerebral em umdoente. O estudo basal de sono mostrou um IAH médio de 38/h.Todos os doentes realizaram no mínimo 6meses de PAP antes da PSGpara aferição SAV. O tempo mediano de uso de SVA previamente àavaliação foi 27 meses. Na avaliação atual nenhum doente apre-sentava sintomatologia relacionada com patologia dos sono. O PSG dereavaliação foi iniciado com aferição de PAP. Verificou-se que, comeste modo, 2/3 (6 doentes) mantinham ACS-TE e o restante 1/3 foiaferido PAP com correção de todos os eventos. A SVA corrigiu todosos eventos nos doentes com ACS-TE refractária à PAP.

Conclusão

A SVA deverá ser ponderada nos casos de insucesso terapêuticocom PAP no tratamento ACS-TE. Os autores consideram ainda sernecessário, através de estudos mais completos, a identificação defactores de risco que poderão influenciar de forma dinâmica aACS-TE, nomeadamente a HTA e insuficiência cardíaca.

http://dx.doi.org/10.1016/j.slsci.2016.02.018

42304

APNEIA CENTRAL NÃO CHEYNE STOKES TRATADACOM DERIVAÇÃO VENTRÍCULO PERITONIAL E CPAP

Sergio Roberto Nacif, Natalia Acocella, Ezequiel Fernandes Oliveira,Silvania Rodrigues dos Reis, Mariana de Abreu Rays Dazzi,Clarice Emiko Fuzi, Maria Vera C Oliveira Castellano

HOSPITAL SERVIDOR PÚBLICO ESTADO SÃO PAULOE-mail address: [email protected] (S.R. Nacif)

Resumo

Paciente masculino de 62 anos, professor em atividade, IMC de31 kg/m2, tabagista 45 maços/anos, em tratamento de hipertensãoarterial antiga e Infarto do Miocardio 6 anos atrás, quando deixouo tabagismo. Em tratamento neurológico há 6 anos de tremores.Não apresentava outras queixas e exame físico neurológico eranormal. Durante o seguimento no Ambulatório da Neurologiaqueixa-se de sonolência excessiva diurna, sono não reparador eroncos intensos. Encaminhado a Otorrino que solicitou polisso-nografia basal (2011): IAH 74,9/h (130 apneias obstrutivas, 108apneias centrais , 110 mistas e 76 hipopneias, tendo permanecido30% TTS com Sat O2o90%). Solicitado Titulação com Cpap e apressão sugerida foi de 16 cmH2O (houve aumento do número deapneias centrais). Foi prescrito Cpap automático por 2 anos,pressão entre 2 e 18 cm H2O, referindo melhora dos sintomasnoturnos e da sonolência diurna. Continuou em controle clinicoambulatorial na Clinica Médica e Neurocirurgia. O Ecocardiogramaapresentava fração de ejeção normal, hipertrofia concêntrica de VEleve e relaxamento diastólico reduzido. CT Scan: atrofia cerebralleve com aumento de volume ventricular.

Ressonância magnética

Confirmou achados da TC e o estudo do líquor: Hidrocefalia compressão normal. Em 2013 foi encaminhado ao Ambulatório de Dist.Respiratórios do Sono do DAR-HSPE. Leitura do cartão do Cpap mos-trava boa adesão, poremmantinha índice elevado de apneias residuais.Optou-se por fixar a pressão do Cpap em 11 cm H2O e alívio de 3.Clinicamente estava sem queixas importantes, mantendo atividade deProfessor, referindo sono adequado, sem ronco. Nesta época foi sub-metido a Neurocirurgia: Derivação Ventriculo Peritonial com válvula.Evoluiu bem no pós operatório. Nova polissonografia com Cpapmostrou redução das apneias centrais. Continuou em controle do Cpapno DAR, com pressão fixada em 10 cmH2O, alívio de 3, máscara nasal,boa adesão, média de 6hs diárias de uso e redução da apneias centrais.Controle clinico subsequente mostrou Espirometria normal e Eco-cardiograma sem grandes alterações da função ventricular. Entre oscasos de demência, a presença de Hidrocefalia com pressão normaldeve ser pesquisada, ocorrendo em 5 a 10% e o seu tratamento temmelhor prognóstico. O tratamento com Cpap pode trazer alívio paraestes pacientes, se presente apneia obstrutiva e a apneia central poderequerer auxílio da servoventilação assistida e derivaçãoventriculoperitonial.

http://dx.doi.org/10.1016/j.slsci.2016.02.019

43549

APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E PROGNÓSTICO EMPACIENTES COM MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA

Lunara da Silva Freitas, Rodrigo P Pedrosa, Flávia B Nerbass,Gabriela A Souza, Murillo O Antunes, Edmundo Arteaga,Geraldo Lorenzi-Filho, Luciano Ferreira Drager

FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃOPAULOE-mail address: [email protected] (L. da Silva Freitas)

Resumo

Introdução

Estudos recentes sugerem que a apneia obstrutiva do sono(AOS) é comum entre pacientes com miocardiopatia hipertrófica(MCH). Entretanto, ainda não está claro se a AOS aumenta o riscocardiovascular nestes pacientes.

Métodos

Recrutamos de forma consecutiva pacientes com diagnóstico deMCH. Realizamos uma avaliação clínica padrão, ecocardiogramatranstorácico e monitorização portátil do sono (StardustTM). A AOSfoi definida como presença de 5 ou mais eventos respiratórios porhora. Nós avaliamos retrospectivamente eventos cardiovascularescomo morte por todas as causas, AVC, infarto do miocárdio e novosepisódios de arritmia (fibrilação atrial – FA, flutter atrial e taqui-cardia ventricular não sustentada) usando definições padronizadas.O desfecho primeiro definido foi eventos combinado de morte, AVCe nova fibrilação atrial. A checagem destes eventos foi realizada semo conhecimento dos dados do sono.

Abstracts of XV Brazilian Sleep Congress / Sleep Science 8 (2015) 169–255178