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Árvore perene, de folhas compostas, verde-acinzentadas e flores reunidas em “bolinhas” amarelo- vivo. Nome cienfico: Acacia dealbata Link. Nomes vulgares: mimosa, acácia-dealbata, acácia-mimosa, bichaneiras Família: Fabaceae (Leguminosae) Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 dezembro) Nível de risco: 31 | Valor ob4do de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), segundo o qual valores acima de 6 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2015. Sinonímia: Acacia decurrens var. dealbata (Link) Muell., A. decurrens Willd. var. mollis Lindley, A. derwen4i Siebert & Voss, A. puberula Dehnh., Racosperma dealbatum (Link) Pedley, Racosperma dealbatum Pedley Data de atualização: 23/10/2015 Ajude-nos a mapear esta espécie na nossa plataforma de ciência cidadã. Como reconhecer Árvore de até 15 m, com ri4doma liso, acinzentado. Folhas: perenes, verde-acinzentadas, recompostas, com 10-26 pares de pínulas, por sua vez com 20-50 pares de folíolos, estes com 2-5 x 0,4-0,7 mm; ráquis central da folha com glândulas apenas nas zonas de inserção das pínulas. Flores: amarelo-vivo reunidas em capítulos de 5-6 mm de diâmetro, formando grandes panículas. Acacia dealbata (mimosa) www.invasoras.pt Página 1/5 Folhas recompostas verde-acinzentadas

Acacia dealbata torrinha · 2019. 7. 30. · As metodologias de controlo usadas em Acacia dealbata incluem: Controlo 1sico Arranque manual: metodologia preferencial para plântulas

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Page 1: Acacia dealbata torrinha · 2019. 7. 30. · As metodologias de controlo usadas em Acacia dealbata incluem: Controlo 1sico Arranque manual: metodologia preferencial para plântulas

Árvore perene, de folhas compostas, verde-acinzentadas e flores reunidas em “bolinhas” amarelo-vivo.

Nome cienfico: Acacia dealbata Link.

Nomes vulgares: mimosa, acácia-dealbata, acácia-mimosa, bichaneiras

Família: Fabaceae (Leguminosae)

Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 dezembro)

Nível de risco: 31 | Valor ob4do de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), segundo o qual valores acima de 6 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2015.

Sinonímia: Acacia decurrens var. dealbata (Link) Muell., A. decurrens Willd. var. mollis Lindley, A. derwen4i Siebert & Voss, A. puberula Dehnh., Racosperma dealbatum (Link) Pedley, Racosperma dealbatum Pedley

Data de atualização: 23/10/2015

Ajude-nos a mapear esta espécie na nossa plataforma de ciência cidadã.

Como reconhecer

Árvore de até 15 m, com ri4doma liso, acinzentado.

Folhas: perenes, verde-acinzentadas, recompostas, com 10-26 pares de pínulas, por sua vez com 20-50 pares de folíolos, estes com 2-5 x 0,4-0,7 mm; ráquis central da folha com glândulas apenas nas zonas de inserção das pínulas.

Flores: amarelo-vivo reunidas em capítulos de 5-6 mm de diâmetro, formando grandes panículas.

Acacia dealbata (mimosa)

www.invasoras.pt Página 1/5

Folhas recompostas verde-acinzentadas

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Frutos: vagens castanho-avermelhadas, comprimidas, pruinosas, ± contraídas entre as sementes.

Floração: janeiro a abril.

Espécies semelhantes

Acacia mearnsii (acácia-negra) é semelhante mas tem glândulas distribuídas ao acaso ao longo do ráquis, folhas verdes mais escuras, floração mais pálida e mais tardia, e vagens contraídas entre as sementes. Acacia decurrens (J.C. Wendl.) Willd. (acácia) também é semelhante mas tem raminhos alados, quase glabros e os folíolos estão muito separados entre si (distância maior que a sua largura), glabros.

Caracterís cas que facilitam a invasão

Reproduz-se vegeta4vamente formando vigorosos rebentos de touça ou raiz após o corte.

Também se reproduz por via seminal produzindo muitas sementes, que se acumulam em bancos de sementes muito numerosos, permanecendo viáveis no solo durante muitos anos. As sementes são dispersas por animais, sobretudo por pássaros e formigas, e, por vezes, por ventos fortes o que leva à formação de focos de invasão dispersos e/ou afastados das áreas invadidas. A maioria acumula-se debaixo da árvore onde formam bancos de sementes numerosos. Germina intensivamente após a passagem do fogo.

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO

Área de distribuição na va

Sudeste da Austrália (Nova Gales do Sul, Vitória) e Tasmânia.

Distribuição em Portugal

Portugal con4nental (todas as províncias), arquipélago da Madeira (ilha da Madeira).

Para verificar localizações mais detalhadas desta espécie, verifique o mapa interac4vo online. Este mapa ainda está incompleto - precisamos da sua ajud

Outros locais onde a espécie é invasora

Europa (França, Espanha, Itália, Turquia), África do Sul, Nova Zelândia, oeste dos EUA (Califórnia), Ásia (Índia, Sri-Lanka), América do Sul (Argen4na, Chile), Madagáscar.

Razão da introdução

Para fins ornamentais. Foi cul4vada para fixação de solos e como espécie florestal.

Ambientes preferenciais de invasão

Terrenos frescos dos vales, zonas montanhosas e margens de cursos de água e de vias de comunicação. Invade principalmente depois de incêndios.

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Acacia dealbata (mimosa)

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IMPACTES

É considerada uma das piores espécies invasoras em ecossistemas terrestres em Portugal con4nental.

Impactes nos ecossistemas

Forma povoamentos muito densos impedindo o desenvolvimento da vegetação na4va, diminuindo o fluxo das linhas de água e agravando alguns problemas de erosão.

Tem efeitos alelopá4cos, impedindo o desenvolvimento de outras espécies.

Produz muita folhada rica em azoto promovendo a alteração do solo, o que poderá ter efeitos nega4vos no desenvolvimento e sobrevivência das espécies na4vas e, simultaneamente, favorecer o crescimento de A. dealbata e/ou outras espécies invasoras.

Impactes económicos

Diminuição da produ4vidade.

Custos elevados na aplicação de metodologias de controlo.

Outros impactes

Alergias.

Habitats Rede Natura 2000 mais sujeitos a impactes

• Florestas aluviais de amieiro (Alnus glu4nosa) (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae) (91E0);

• Florestas mistas de carvalho-alvarinho (Quercus robur), ulmeiro (Ulmus minor) e freixo (Fraxinus angus4folia) das margens dos grandes rios (91F0);

• Florestas-galerias de salgueiro-branco (Salix alba) e choupo-branco (Populus alba) (92A0);

• Florestas-galerias junto aos cursos de água intermitentes mediterrânicos com rododendro (Rhododendron pon4cum), salgueiros (Salix) e outras espécies (92B0);

• Cursos de água de margens vasosas com vegetação da Chenopodium rubri p. p. e da Biden4on p. p. (3270);

• Matagais arborescentes de loureiro (Laurus nobilis) (5230);

• Matos termomediterrânicos pré-desér4cos (5330);

• Carvalhais galaico-portugueses de carvalho-alvarinho (Quercus robur) e carvalho-negral (Quercus pyrenaica) (9230);

• Carvalhais ibéricos de carvalho-cerquinho (Quercus faginea) e carvalho-da-Argélia (Quercus canariensis) (9240);

• Florestas de sobreiro (Quercus suber) (9330).

CONTROLO

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, iden4ficação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

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Acacia dealbata (mimosa)

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As metodologias de controlo usadas em Acacia dealbata incluem:

Controlo 1sico

Arranque manual: metodologia preferencial para plântulas e plantas jovens. Em substratos mais compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular. Deve garan4r-se que não ficam raízes de maiores dimensões no solo.

Corte com motorroçadora: metodologia preferencial para plântulas resultantes de germinação que

tenham ainda dimensões muito pequenas. Deve aplicar-se apenas em dias quentes desde que respeitando

as condições de segurança.

Descasque: metodologia preferencial para plantas adultas com casca lisa, sem feridas. Fazer uma incisão

em anel, connuo, à volta do tronco, à altura que for mais confortável para o aplicador e remover toda a

casca e câmbio vascular até à superZcie do solo, se possível até à raiz. Deve realizar-se apenas quando o

câmbio vascular es4ver a4vo o que pode variar de local para local; as melhores épocas para realização

coincidem com temperaturas amenas e com alguma humidade.

Controlo 1sico + químico

Corte combinado com aplicação de herbicida: aplica-se a plantas adultas. Corte do tronco tão rente ao

solo quanto possível e aplicação imediata (impreterivelmente nos segundos que se seguem) de herbicida

(princípio a4vo: glifosato) na touça. Se houver formação de rebentos, estes devem ser eliminados através

de corte, arranque ou pulverização foliar com herbicida (princípio a4vo: glifosato); até 25 a 50 cm de

altura. Rebentos de maiores dimensões (a par4r de 2-3 cm de diâmetro) podem ser descascados ou

repe4r a metodologia inicial (corte com aplicação de herbicida).

Controlo químico

Aplicação foliar de herbicida: aplica-se a rebentos jovens (25-50 cm de altura) ou germinação elevada.

Pulverizar com herbicida (princípio a4vo: glifosato) limitando a aplicação à espécie-alvo.

Injeção com herbicida: aplica-se a plantas adultas. Aplicação de herbicida diretamente no sistema

vascular da planta por uma das seguintes técnicas:

• Golpe: fazer vários cortes (com um machado, inchó ou serrote), à altura que for mais conveniente

para o aplicador, num ângulo de 45° até ao alburno, e injetar imediatamente (impreterivelmente nos

segundos que se seguem) em cada golpe cerca de 1ml (0,5 a 2ml consoante o tamanho do corte) de

herbicida com um esguicho. Os vários cortes devem ser realizados à mesma altura do tronco de forma

a quase se tocarem, deixando ca. 2-4 cm de casca por cortar entre eles. Para indivíduos menores

dimensões apenas são necessários 2 ou 3 cortes, e não devem ser profundos (para evitar que a planta

parta).

• Furos: fazer furos (com um berbequim) de ca. 10 cm de profundidade à volta do tronco e em cada um

aplicar imediatamente (impreterivelmente nos segundos que se seguem) herbicida (1 ml) com um

esguicho. Os furos devem ser realizados à altura do tronco que for mais conveniente para o aplicador,

num ângulo de ca. 45° (para evitar o escorrimento do herbicida) e com intervalos de 5-10 cm entre

eles. O número de furos a realizar depende do diâmetro da planta.

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Acacia dealbata (mimosa)

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Controlo biológico

O agente de controlo biológico Melanterius maculatus Lea (Coleoptera: Curcullonidae) foi libertado na

África do Sul para destruição das sementes; o seu estabelecimento está confirmado apesar de ainda não estar quan4ficado o dano causado à espécie invasora.

Ainda que se esteja a iniciar o procedimento para realização de testes para verificar a sua segurança rela4vamente às espécies na4vas, este agente não foi ainda testado em Portugal, pelo que a sua u4lização ainda não cons4tui uma alterna4va no nosso país.

Fogo controlado

Pode ser u4lizado estrategicamente com o obje4vo de es4mular a germinação do banco de sementes, e.g., após controlo dos indivíduos adultos (com a gestão adequada da biomassa resultante) ou para eliminação de plantas jovens. Tem como grande vantagem a redução do banco de sementes, quer destruindo uma parte das sementes quer es4mulando a germinação das que ficam.

Para mais informações, visite a página www.invasoras.pt e/ou contacte-nos para [email protected].

REFERÊNCIAS

Agricultural Research Council - Plant Protec4on Research Ins4tute - Weed Research Division (2014) Management of invasive

alien plants: A list of biocontrol agents released against invasive alien plants in South Africa. Disponível: h]p://

www.arc.agric.za/arc-ppri/Documents/WebAgentsreleased.pdf [Consultado 16/10/2014].

Campbell P (1993) Wa]le Control. Plant Protec4on Research Ins4tute. Handbook n° 3. Pretoria, South Africa, 43pp.

Casal JF, Reigosa MJ, Carballera A (1985) Potencial allélopathique de Acacia dealbata Link. Revue d’Écologie et de Biologie du Sol. 22(1): 1-12.

DAISIE European Invasive Alien Species Gateway (2012) Acacia dealbata. Disponível: h]p://www.europe-aliens.org/speciesFactsheet.do?speciesId=12749 [Consultado 06/11/2012].

Dana ED, Sanz-Elorza M, Vivas S, Sobrino E (2005) Especies vegetales invasoras en Andalucía. Consejería de Medio Ambiente, Junta de Andalucía, Sevilla, 233pp.

Marchante E, Freitas H, Marchante H (2008) Guia prá4co para a iden4ficação de plantas invasoras de Portugal Con4nental. Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, 183pp.

Pheloung, P.C., Williams, P.A., Halloy, S.R., 1999. A weed risk assessment model for use as a biosecurity tool evalua4ng plant introduc4ons. Journal of Environmental Management. 57: 239-251.

www.invasoras.pt Página 5/5

Acacia dealbata (mimosa)