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Eduardo B. Ferreira Advogado e Consultor Jurídico EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE MUCUGÊ – ESTADO BAHIA. Ref. Processo Principal n°. 0000462.94.2012.805.0171 GISLENE NERIS SANTANA, brasileira, convivente, comerciante, portadora da cédula de identidade RG n°. 10030878-33 e inscrita sob o CPF/MF n°. 014.814.725-93, residente e domiciliada, na Vila Agrícola, segunda rua, Zona Rural, Mucugê – BA, CEP 46.750-000, representada por seu advogado (documento incluso), vem à presença de Vossa Excelência propor AÇÃO CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS CUMULADA COM ARROLAMENTO DE BENS E LIMINAR em face de SERGIO DA SILVA SANTANA, brasileiro, convivente, lavrador, portador da cédula de identidade, RG nº 08854156-80 SSP/BA e inscrito no CPF/MF sob o n°. 061.761.025-88; residente e domiciliado na Vila Agrícola, Floricultura, casa 76, Mucugê/BA, CEP 46750-000, no mesmo endereço da autora, tendo em vista os seguintes fatos e fundamentos: Rua Direita do Comercio, n°. 26, Centro Histórico, Mucugê – Bahia CEP 46.750-000 Telefone/Fax (75) 3338-2069 e Celular (75) 8127-0393 ou (71) 8209-9828 Email [email protected]

AÇÃO CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS

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Eduardo B. Ferreira Advogado e Consultor Jurídico

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE

MUCUGÊ – ESTADO BAHIA.

Ref. Processo Principal n°. 0000462.94.2012.805.0171

GISLENE NERIS SANTANA, brasileira, convivente, comerciante, portadora da

cédula de identidade RG n°. 10030878-33 e inscrita sob o CPF/MF n°. 014.814.725-93,

residente e domiciliada, na Vila Agrícola, segunda rua, Zona Rural, Mucugê – BA, CEP

46.750-000, representada por seu advogado (documento incluso), vem à presença de

Vossa Excelência propor

AÇÃO CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS CUMULADA COM

ARROLAMENTO DE BENS E LIMINAR

em face de SERGIO DA SILVA SANTANA, brasileiro, convivente, lavrador,

portador da cédula de identidade, RG nº 08854156-80 SSP/BA e inscrito no CPF/MF sob

o n°. 061.761.025-88; residente e domiciliado na Vila Agrícola, Floricultura, casa 76,

Mucugê/BA, CEP 46750-000, no mesmo endereço da autora, tendo em vista os

seguintes fatos e fundamentos:

Inicialmente, requer a V. Exª. seja deferido o benefício da Gratuidade de Justiça, com

fulcro na lei 1060/50, com as alterações introduzidas pela Lei 7.510/86, por não ter

condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo

do próprio sustento e de suas famílias, conforme atestado de pobreza que instrui a

exordial.

Rua Direita do Comercio, n°. 26, Centro Histórico, Mucugê – Bahia CEP 46.750-000Telefone/Fax (75) 3338-2069 e Celular (75) 8127-0393 ou (71) 8209-9828

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1. DOS FATOS

A autora convive maritalmente com o réu há aproximadamente 15 anos.

Primeiramente conviveram em imóvel construído pela autora na terra doada pelo

o pai do réu, no Povoado Cruzinha, Itaetê/BA, (conforme comprova documentos

juntados na ação principal).

Após isso vieram residir na cidade de Mucugê/BA, assim fizeram aquisição de

uma casa na Vila Agrícola, tendo a autora reformado a casa e construído um bar para o

sustento da família.

Além disso, a autora possui um bem móvel, ou seja, veiculo FIAT/UNO MILLE EX,

ano 2000, fabricação 2000, placa policial JOA-1198, que deve ser dividido em

audiência, em face da discordância a respeito do mesmo.

Ocorre que o réu vem demonstrando um comportamento anormal nos últimos

meses, chegando bêbado, levando amigos para sua casa e ainda afirmando que ira

mata lá. Esse fato tornou a vida da autora insuportável.

A mesma não pode sequer repousar em paz visto que o réu já agrediu, e promete

a mata lá enquanto ela dorme.

Inclusive a autora 12 de dezembro do ano de 2012 foi a Delegacia de Policia e fez

ocorrência policial, relatando as ameaças de morte sob a posse de uma faca, onde o

réu a agrediu a autora atingindo o braço esquerdo. (conforme copia da certidão da

ocorrência policial).

Esta a Autora sofrendo diariamente o risco de perder a vida, além de ter o seu e

dos filhos patrimônio dilapidado.

2. DO DIREITO

2.1. Da separação de corpos

Devido ao iminente risco de vida sofrido pela autora fica caracterizado

o periculum in mora, sendo necessário o afastamento do réu da residência do casal,

conforme previsto no artigo 888, inciso VI do Código de Processo Civil:

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Art. 888. O juiz poderá ordenar ou autorizar, na

pendência da ação principal ou antes de sua

propositura:

Vl - o afastamento temporário de um dos cônjuges

da morada do casal;

Levando em consideração a urgência da matéria, deve-se aplicar também o

disposto no artigo 889, parágrafo único do Código de Processo Civil:

Art. 889 - Na aplicação das medidas enumeradas

no artigo antecedente observar-se-á o

procedimento estabelecido nos arts. 801 a 803.

Parágrafo único - Em caso de urgência, o juiz

poderá autorizar ou ordenar as medidas, sem

audiência do requerido.

Nesse sentido, o mero indício, ou seja, o fumus boni iuris, já é suficiente para

demonstrar a necessidade da tutela cautelar, conforme tem decidido o Tribunal de

Justiça do Estado de Santa Catarina:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. CAUTELAR.

INTERLOCUTÓRIO DE AFASTAMENTO COERCITIVO

DO LAR. - SUPOSTA EXASPERAÇÃO E TENTATIVA

DE AGRESSÃO. ANIMOSIDADE ENTRE AS PARTES.

AFASTAMENTO PRUDENTE. PRECAUÇÃO

NECESSÁRIA. - DECISÃO MANTIDA. RECURSO

DESPROVIDO.

- "[...] na medida preventiva que antecede a

separação litigiosa, a decisão não se fundamenta

exatamente nas razões da discórdia reinante

entre os cônjuges, o que é tema para a ação

principal de separação, mas apenas no princípio

cautelar geral, a impedir a ocorrência de mal

maior." (CAHALI, Yussef Said. Divórcio e

separação. 9. ed. São Paulo: RT, 2000. p. 459). 

- No caso, muito embora frágil a prova inicial,

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consistente em mero boletim de ocorrência, a

alegada tentativa de agressão por parte do varão

e a animosidade entre as partes tornam prudente

o afastamento coercitivo do companheiro do lar

conjugal, ao menos neste momento de cognição

inicial. (Agravo de Instrumento n° 2011.021520-3,

Quinta Câmara de Direito Civil, Relator: Henry

Petry Junior, Julgado em: 03/08/2011).

Ora Excelência, é necessário resguardar a integridade física da autora, que se vê

ameaçada diariamente dentro do próprio lar, local que deveria ser ambiente seguro e

tranquilo. Porém, devido a recente modificação de comportamento do réu, tornou-se

local arriscado e amedrontador.

2.2. Do arrolamento de bens

Tendo em vista a existência de um imóvel construído pela autora na terra doada

pelo o pai do réu, no Povoado Cruzinha, Itaetê/BA, aquisição de uma casa na Vila

Agrícola, tendo a autora reformado a casa e construído um bar e possuir um bem

móvel, ou seja, veiculo FIAT/UNO MILLE EX, ano 2000, fabricação 2000, placa policial

JOA-1198, todos adquiridos durante o relacionamento, é necessário proceder-se ao

arrolamento, nos termos do artigo 855 e 856, caput do Código de Processo Civil:

Art. 855 - Procede-se ao arrolamento sempre que

há fundado receio de extravio ou de dissipação

de bens.

Art. 856 - Pode requerer o arrolamento todo

aquele que tem interesse na conservação dos

bens.

§ 1º - O interesse do requerente pode resultar de

direito já constituído ou que deva ser declarado

em ação própria.

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§ 2º - Aos credores só é permitido requerer

arrolamento nos casos em que tenha lugar a

arrecadação de herança.

Visto que o réu encontra se desempregado e ameaçou se desfazer dos bens para

viver na boemia, está configurado o receio de perda de patrimônio e consequente

necessidade de arrolamento.

A doutrina, em relação ao assunto, entende que (grifos nossos):

O fundado receio deve ser extraído de fatos concretos apurados na conduta

daquele que detém os bens em seu poder, como vida desregrada, ocultação de bens,

negócios ruinosos etc.

O interesse do requerente pode decorrer de direito próprio sobre o bem, já

constituído ou que deva ser declarado em ação própria (art. 856, § 1º). Podem, assim,

ser arrolados bens próprios em poder de terceiro, bens comuns ou bens alheios sobre

que incida interesse legítimo do requerente.

A medida cautelar terá, assim, além da separação judicial e da anulação

de casamento, exata aplicação em várias ações, como as de dissolução de

sociedade de fato. (MARCATO, 2004 apud DINAMARCO, 2007).

Por ser a presente uma ação cautelar preparatória, será intentada, no prazo legal

estabelecido no artigo 806 do Código de Processo Civil (30 dias), a ação de dissolução

de união estável cabível.

2.3. Do Cabimento da Concessão Liminar da Separação de Corpos

Presentes estão, portanto, os requisitos necessários para a concessão LIMINAR da

medida cautelar de separação de corpos e guarda dos filhos.

O "fumus boni iuris" está consubstanciado no direito líquido e certo da requerente

em obter sua separação de corpos e o termo de guarda de seus filhos, tendo em vista

conduta desregrada e desonrosa do requerido com seus filhos e cônjuge, bem como a

vida boemia e infidelidade conjugal ora denunciada e adquirida, que tornam

insuportável a vida em comum.

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O "periculum in mora", por sua vez, está caracterizado pela urgência do

afastamento do requerido do lar, tendo em vista a possibilidade de ser noticiada da

presente ação e vir a cometer outras violências contra os filhos, e em especial a

cônjuge, pela notícia da vida boemia que adquiriu e dos relacionamentos amorosos

quando da ausência da requerente.

Por tais razões, MM. Julgados, a concessão liminar da medida pleiteada impõe-se

como indispensável para manter a integridade física e moral dos filhos do casal e da

própria requerente.

2.4. Da Guarda dos Filhos

A guarda dos filhos: MARLON NERIS SANTANA, menor, nascido aos 27 de

fevereiro de 1998, TAINARA NERIS SANTANA, menor, nascida aos 18 de janeiro de

2002, deve ter a requerente que, inegavelmente tem melhores condições de atender

as necessidades básicas de carinho, afeto, alimentação e higiene, sem contar que

estarão livres de serem expostos às truculências, bebedeiras e brigas na residência do

casal, onde os menores presenciam cenas deploráveis de sua mãe, além do risco

psicológico.

De forma alguma, um homem que deixa à vista, dentro de sua própria casa,

provas de sua bebedeira, infidelidade conjugal, sem menor preocupação de que mais

cedo ou mais tarde tais provas chegassem ao conhecimento de todos, tem condições

morais para ser responsável pela guarda dos filhos. Seria a inversão dos valores

básicos de nossa sociedade, e a completa destruição do alicerce da boa formação que

pretende o requerente assegurar a seus filhos.

Pelo exposto, restou provado preencher o requerente todas as condições, bem

como, através de escritura pública de declaração, onde vizinhos declaram as

aberrações da personalidade ativa do dia-a-dia do requerido. (docs. anexos).

3. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

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a) A procedência do pedido de separação de corpos, em caráter liminar, com

mobilização de reforço policial para o cumprimento do respectivo mandado;

b) Seja a autora nomeada depositário dos bens dos conviventes, nos termos

do artigo 858 do Código de Processo Civil;

c) Seja a guarda dos filhos provisoriamente e por fim a guarda definitiva a

autora;

d) Sejam deferidos todos os meios de provas em direito admitidos,

especialmente as provas documentais, testemunhais e depoimento

pessoal;

Dá-se a causa o valor de R$ 700,00 (setecentos reais).

Nestes termos,

Pede deferimento.

Mucugê/BA, 21 de janeiro de 2013.

Eduardo Barbosa Ferreira, Adv. OAB/SP 279.950

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