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Dra. Maria da Conceição Gontijo de Lacerda OAB 25039/PE Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública e Marítima da Comarca de Ipojuca – Pernambuco OBJETO: AÇÃO CAUTELAR INOMINADA INCIDENTAL Pedido de Liminar - URGENTE. Distribuição por dependência à ação nº 424.2004.00046-6 CLÁUDIO JOSÉ BARBOSA DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, empresário, CPF 008.513.154/70, RG 5942567 SSP/PE, residente e domiciliado no Engenho Arendepe, Granja Luar – Ipojuca – Pernambuco – CEP 55590-000, por Sua advogada abaixo assinada, "ut" instrumento de mandato anexo, com escritório no timbre abaixo, onde recebe intimações, vem, , a V. Exa., com base no CPC, art. 800, caput e parágrao. único, do estatuto processual civil, bem como toda matéria propor AÇÃO CAUTELAR contra SUAPE –COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO GOVERNADOR ERALDO GUEIROS, empresa pública de direito privado, criada pela lei no. 7.763, de 07/11/1978, inscrita no CNPJ sob o no. 11.448.933/0001-62, com sede no Engenho Massangana, á altura do km 10, da Rodovia PE-60, no município de Ipojuca, deste Estado de Pernambuco, o que faz com fundamento nas razões seguintes: I - Os fatos. A empresa ré ajuizou AÇÃO ORDINÁRIA DE REINVINDICAÇÃO DE POSSE CUMULADA COM DEMOLITÓRIA E OUTROS contra o Sr. Ruy Xavier, hoje figurando no pólo passivo o ora autor. Da inicial, fls 02, se verifica que a ora ré, invocou como título de propriedade uma escritura pública de compra e venda de bens imóveis rurais,com assunção de dívidas e outros pactos e ainda se contradizendo afirmou que a aquisição do imóvel objeto daquela ação “a aquisição se deu através de sentença judicial” nos autos de uma Ação de Desapropriação do Juízo desta Comarca. Assim, de plano se verifica uma inconsistência quanto ao próprio direito reinvidicatório, uma vez que a então Av. Presidente Getúlio Vargas, 540 – Centro – Cabo de Santo Agostinho – CEP 54505-560 – Celular 81.8894.9691

AÇÃO CAUTELAR INCIDENTAL

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública e Marítima da Comarca de Ipojuca – Pernambuco

OBJETO: AÇÃO CAUTELAR INOMINADA INCIDENTALPedido de Liminar - URGENTE.Distribuição por dependência à ação nº 424.2004.00046-6

CLÁUDIO JOSÉ BARBOSA DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, empresário, CPF 008.513.154/70, RG 5942567 SSP/PE, residente e domiciliado no Engenho Arendepe, Granja Luar – Ipojuca – Pernambuco – CEP 55590-000, por Sua advogada abaixo assinada, "ut" instrumento de mandato anexo, com escritório no timbre abaixo, onde recebe intimações, vem, , a V. Exa., com base no CPC, art. 800, caput e parágrao. único, do estatuto processual civil, bem como toda matéria propor AÇÃO CAUTELAR contra SUAPE –COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO GOVERNADOR ERALDO GUEIROS, empresa pública de direito privado, criada pela lei no. 7.763, de 07/11/1978, inscrita no CNPJ sob o no. 11.448.933/0001-62, com sede no Engenho Massangana, á altura do km 10, da Rodovia PE-60, no município de Ipojuca, deste Estado de Pernambuco, o que faz com fundamento nas razões seguintes:I - Os fatos.

A empresa ré ajuizou AÇÃO ORDINÁRIA DE REINVINDICAÇÃO DE POSSE CUMULADA COM DEMOLITÓRIA E OUTROS contra o Sr. Ruy Xavier, hoje figurando no pólo passivo o ora autor.

Da inicial, fls 02, se verifica que a ora ré, invocou como título de propriedade uma escritura pública de compra e venda de bens imóveis rurais,com assunção de dívidas e outros pactos e ainda se contradizendo afirmou que a aquisição do imóvel objeto daquela ação “a aquisição se deu através de sentença judicial” nos autos de uma Ação de Desapropriação do Juízo desta Comarca.

Assim, de plano se verifica uma inconsistência quanto ao próprio direito reinvidicatório, uma vez que a então autora não sabia, sequer, a origem de seu título de propriedade.

Uma vez distribuída a ação, em data de 12/03/2004, a Excelentíssima Senhora Juiza da então Vara Única desta Comarca, declarando-se suspeita, por questões de foro íntimo, proferiu despacho remetendo os autos ao Exmo. Sr. Dr. Juiz Auxiliar desta Comarca.

Posteriormente em razão da não permanência do juiz auxiliar nesta Comarca o feito fora remetido ao substituto legal da exma. Juiza Titular, passando a tramitar perante o MM. Juízo da Comarca de Escada, por força do despacho de fls. 62, que inclusive determina a comunicação da decisão interlocutória de argüição de suspeição ao Egrégio Conselho da Magistratura, materializado através do ofício de fls. 63.

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A esta altura o processo já havia triangulado, ou seja, existia contestação nos autos, uma vez que ainda existia a figura do juiz auxiliar nesta comarca, que inclusive fez receber o protocolo da contestação.

A partir de então o processo passa a correr na Comarca de Escada, dede a data de 02/09/2004, o que causa espécie, posto que o despacho que determinou a remessa dos autos ao juiz substituto é datado de 27/04/2005, gerando uma nulidade insanável, posto que faltou o regular processamento do feito, o que fere de morte o princípio constitucional do devido processo legal.

O processo passa a ter um novo despacho de distribuição na Comarca de Escada, em data de 09/05/2005, que por lapso da Douta Juiza Substituta aparece às fls. 64 como: “R.H. D.R.A. Após voltem-me conclusos.”, ora se a determinação de envio de um processo já distribuído numa comarca gera um novo processo em outra comarca, há evidente perpetuação da jurisdição, ou seja, o juizo da Comarca de Escada estaria inafastavelmente prevento para a regular instrução e julgamento do feito, estando o juizo vinculado ao processo.

Tanto isso é verdade que às fls. 65 dos autos foi certificado pela Sra. Chefe de Secretaria, verbis: “ certifico que registrei o presente feito no livro de tombo no. 22, as fls. sob o número de ordem 22.439/05; dou fé. Escada, 11 de 05 de 2005.

Dando cumprimento ao despacho da douta juiza substituta da Comarca de Escada, a mesma folha constam certidões da Secretaria daquela Vara e Comarca, de Tombamento, Autuação e conclusão, tudo às fls. 65.

No exercício de sua competência jurisdicional, repita-se, que deve ser perpetuada, a Exma. Sra. Juiza Substituta as fls. 66, despachou determinando a intimação da ora ré para se manifestar em 10 dias sobre a contestação e documentos acostados, despacho que ostenta a data de 10/06/2005.

Em cumprimento ao despacho acima referido, fora protocolizada a réplica da ora ré, SEM QUALQUER EVIDÊNCIA DE DATA, ou seja, é impossível aferir-se a sua tempestividade. Aliás, se for verificado pela data do rosto da petição de réplica à contestação, de fls. 69 e o AR de fls. 68, vê-se que o recebimento se deu em 14/07/2005, juntado em 20/07/2005.

Ou seja, entre a data da juntada (20/07/2005) e a data do despacho de fls. 69(16/08/2005), passaram-se 26(vinte e seis) dias, porquanto totalmente intempestiva a manifestação da ora ré.

E o mais grave: veja-se ás fls. 66 um a certidão datada de 10/06/2005, de que a advogada da ora ré teria sido intimada, fora inexplicavelmente tornada sem efeito.

Esta certidão apócrifa é seguida de outra, nos mesmos termos, sendo que sem data, isso às fls. 66-verso, para depois ser novamente certificado o envio do despacho por AR, em data de 07/07/2005.

Disso se pode facilmente concluir que desde a data de 10/06/2005 que houve a intimação do despacho para replicar, tendo a ora ré, somente o feito em data de 16/08/2005, ou seja, 66(sessenta e seis) dias após!

E tão grave quanto, por ocasião desta réplica intempestiva e na esteira das inexplicáveis faltas de rigor processual, a ora ré, MUDA DRASTICAMENTE O OBJETO DA AÇÃO, tentando converter ao seu alvedrio, uma AÇÃO DE REIVINDICAÇÃO DE POSSE em uma AÇÃO POSSESSÓRIA, o que é inadmissível, posto que na primeira sequer a ora tivera a posse do imóvel, e não é apenas isso, a ora ré sequer atender ao disposto no artigo 917 do CPC, que são requisitos inafastáveis para o aforamento da ação possessória: prova

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do exercício da posse anterior e a data do esbulho. Sem o que não se pode sequer falar em ação possessória.

O doutrinador Misael Montenegro em sua festejada obra Ações Possessórias é formal ao predicar sobre a impossibilidade de fungibilidade de ação reivindicatória em ação possessória..

De início já se observam duas nulidades absolutas. Uma pela ofensa ao princípio da perpetuação da jurisdição e outra pela mudança do objeto da ação, que gerou a impossibilidade jurídica do pedido possessório por falta de requisitos legais.

Ainda mais teratologica é a decisão de dar prosseguimento ao feito transmudando a natureza de uma ação reinvindicatória em ação possessória, quando a ora ré tão somente fez menção na exordial a uma escritura e a uma sentença judicial, não tendo nenhum desses documentos o condão de comprovar posse, que é como se sabe, uma questão fática.

E mais ainda: houve juntada de documento novo, fls. 78/88 e que juntando-se aos dois documentos anteriores, perfaz um total de 3 documentos, mas que nenhum deles é hábil para comprovação de posse, servindo-se apenas para tentar induzir o MM Juízo em erro.

Em mais um ato processual inexplicável o Digno Representante Ministerial, que sequer havia sido intimado do feito, atravessou o ofício 019-2008-2ª PJCI, datado de 22/02/2008, solicita que o feito, já distribuído e com numeração nova no JUDWIN (215.2005.000813-8) seja remetido à esta Comarca “tendo em vista a instalação da Vara da Fazenda Pública e Direito Marítimo de Ipojuca”.

Juntar jurisprudênciaAssim é que, em data de 27/03/2008, em despacho de fls. 94, este MM.

Juízo, determinou que as partes especificassem as provas que pretendiam produzir indicando a finalidade sob pena de indeferimento. Em nada sendo requerido determinou o MM. Juízo que os autos fossem remetidos ao Ministério Público.

Em face de todas as irregularidades processuais anteriormente indicadas, causa espécie que o MM. Juízo desta Vara, a despeito do seu notório saber jurídico, não tivesse saneado o feito recém chegado.

De ofício lhe caberia chamar o feito à ordem objetivando sanar as irregularidades, que importam hoje na nulidade absoluta do processo, já que existem questões de ordem pública, como sejam:

1. De ordem processual insanável pela mudança do objeto da ação em sede de réplica de contestação;

2. Inobservância das normas insertas no artigo 927 do CPC, requisitos inafastáveis para o regular processamento de uma ação possessória;

3. A inobservância do princípio da perpetuação da juridisção;4. A inobservância do princípio constitucional da ampla defesa e do

contraditório materializado na juntada de documento novo depois da contestação, tudo à revelia da parte adversa, como se o processo fosse uma rua de mão única.

Permissa máxima vênia, não seria descabido atribuir à ora ré tão somente uma simulação de devido processo legal, ex vi do documento de fls. 99, cujo teor aqui se trascreve:

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública e Direito Marítimo da Comarca de Ipjuca, Pernambuco

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Processo no. 424.2004.000046.6SUAPE – COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO GOVERNADOR ERALDO GUEIROS, já devidamente qualificado nos autos do Mandado de Segurança que lhe é movida por RUI XAVIER CARNEIRO PESSOA, vem através de advogado expor e requerer o que segue.A Demandada foi intimada para se manifestar sobre as provas que pretende produzir. Sendo assim vem manter com pedido das provas especificadas sua contestação, sendo estas provas testemunhal e pericial.Termos em que pede e espera deferimento.Recife, 19 de maio de 2008Bruno Coelho da SilveiraOAB PE no. 16.400”

Data vênia, o que se anuncia é que o presente feito é absolutamente nulo posto que uma peça teratológica como a acima reproduzida não foi objeto de observação por nenhum dos operadores do direito que atuarão naquele feito.

Seria isso o devido processo legal ??? `Pode-se reconhecer num feito desse jaez a realização do devido processo legal??? Honestamente não podemos concluir que sim!

Numa celeridade processual incomum, apenas 2 dois dias após a juntada da petição incompreensivelmente esdrúxula acima, segue-se o despacho de nomeação do perito do juízo ao tempo que o perito designado fora cientificado no mesmo dia 22/05/2008, conforme se vê às fls. 101 daqueles autos.

Depois de cientificado pessoalmente, houve a publicação do despacho de fls. 101, veiculada no Diário Oficial de 31/05/2008, onde consta textualmente tratar-se aquele feito de uma AÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA, vide fls. 105.

Permissa máxima vênia não é despiciendo lembrar que quem falou em mandado de segurança foi o advogado da parte ora ré, tendo prevalecido este erro o que representa um error in judicando do MM. Juiz Presidente do Feito.

Ainda inexplicavelmente orientando suas decisões como se estivesse julgando uma mandado de segurança o MM. Juiz expede ofício endereçado ao Sr. Perito, prescrevendo determinações quanto ao modus operandi do expert para realizar a avaliação e fixando prazo de 15 dias, sem no entanto, fazer constar 15 dias a partir de quando.

Ou seja, de primeiro o perito designado tomou ciência da nomeação em 22/05/2008 (fls. 101), depois pela publicação de fls. 105, em data de 31/05/2009 e por último pelo ofício do MM. Juízo de fls. 109, recebido em 16/07/2008. Portanto qual seria o dia a quo para o cumprimento do prazo judicial de 15 dias constante no ofício de fls. 109?

VER QUAL A QUESTÃO DO LAUDO

De tantas inconsistências processuais, findou-se por reconhecer-se equivocadamente que o então réu teria tido posse de má-fé o que evidentemente que se assim houvesse jamais o então réu teria informado ao

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ora autor a existência da ação, tendo o mesmo comparecido espontaneamente para assumir o pólo passivo da lide, conforme se pode ver às fls. 123.

E isso, o ora autor o fez confiante na imparcialidade da justiça e certo do seu bom direito, apresentou-se espontaneamente, passando a figurar no pólo passivo daquela demanda.

Outra enorme fragilidade do processo, repita-se AÇÃO POSSESSÕRIA que imprescinde de análise fática, que não pode ser instruída com “testemunhas de plantão”, como ocorrido no presente feito. Veja Douto Julgador que às fls. 119 a ora ré indicou seu rol de testemunhas, nomeando Paulo Sergio Pordeus Bichara e Gilberto Vieira de Lima, mas no dia da assentada de fls. 124 apresenta perante o MM. Juízo apenas uma única testemunha, funcionário da ora ré, o Sr. Mário Amâncio de Freitas.

Reiterando a conduta inexplicável, o Digno Representante do Ministério Público que alhures havia solicitado a remessa dos autos da Comarca de Escada, antes mesmo de ser intimado para se manifestar, em data de 21/05/2009, vem a juízo, conforme se vê da peça de fls. 152/159, dizer que inexiste interesse público que justifique a intervenção do Ministério Público no feito.

Ora, como dizer isso se foi o mesmo digno promotor que solicitou através de ofício ao juízo da Comarca de Escada que o processo fosse remetido à esta Comarca, em clara ofensa ao princípio da perpetuação da jurisdição, como exaustivamente demonstrado alhures?

Para finalizar, coroando de ____ o Excelentíssimo Sr. Juiz Presidente do feito prolatou uma sentença de reintegração de posse, julgando procedente o pedido formulado na inicial que era de reivindicação de posse e não de reintegração, não obstante, concluiu a respeitável sentença, do seguinte teor: “ caso a REINTEGRAÇÃO não ocorra de forma voluntária no prazo de 15 dias a contar do trânsito em julgado OU DO EVENTUAL RECEBIMENTO DO RECURSO COM EFEITO MERAMENTE DEVOLUTIVO AUTORIZO O USO DA FORÇA POLICIAL COM AS NECESSÁRIAS MODERAÇÕES AO FIEL CUMPRIMENTO DESSA DECISÃO.”

Digno Magistrado, datissima vênia, a respeitável sentença prolatada por V. Exa. é absolutamente nula por tratar-se de decisão que se evidencia como extra petita. De fato, basta cotejar os termos da exordial, fls 02 para concluir que o pedido ali formulado foi de reivindicação de posse, não podendo prosperar, máxima data vênia, o error in judicando cometido por V. Exa.

A constatação da falta de rigor processual na fase instrutória do presente feito, e as nefastas conseqüências que poderão advir para o jurisdicionado, ora autor, em razão da seqüência de equívocos hospedada no bojo deste processo poderia prima facie justificar a adoção de medidas extra-processuais junto ao Conselho Nacional de Justiça, não obstante, em respeito ao notório saber jurídico do douto magistrado, manifesta o requerente a sua confiança no judiciário no sentido de que não se dê cumprimento a teratológica decisão que recebeu o recurso de apelação somente em efeito devolutivo, fato que causa repulsa ao melhor direito e a tão almejada justiça: um prejulgamento de um recurso não interposto contra uma decisão extra-petita, como ficou sobejamente demonstrado.

A respeitável sentença, como se pode ver, faz eco a demonstração do animus que motivou o presente feito: um ataque pessoal direcionado a figura

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pública do então réu, que à época ocupava um cargo política, exercendo a função de secretário de infra-estrutura no município de Ipojuca. Estamos, Douto Julgador, em face de um caso de judicialização da política ou de politização da justiça como, lamentavelmente vem ocorrendo neste país.

Um perfunctório exame no documento de fls. 72 daqueles autos, mostra quanto é tênue o linde entre os interesses da administração e o interesse do administrador.

II - O direito.Sem dúvida ilegal e dolosamente ilegítima a estratégia de SUAPE que

procura DEMOLIR de forma indevida o imóvel de posse do autor. Máxime se considerarmos que seu desiderato vem de uma sentença nula, num processo eivado de vícios, a se materializar a partir do despacho de recebimento do recurso de apelação apenas no efeito devolutivo.

Menos mal, porque os tribunais pátrios tem rechaçado medidas como esta.

(mencionar entendimento jurisprudencial)

Portanto, o cumprimento da decisão de reintegração que jamais fora objeto de pedido do autor, e a demolição dos imóveis dos autores implica em ato abusivo de direito, viola o preceito do artigo. 5º., LIV e LV da Constituição Federal.

Ademais que sequer fora publicado o despacho de recebimento do apelo, e mesmo assim, pela movimentação processual disponível na internet, o processo já estaria seguindo para o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.

A falta de prestação jurisdicional, ao não ter saneado o processo, segundo o comando do parágrafo 2º do Artigo 331 do Código de Processo Civil, nos leva a acompanhar a reflexão do eminente Dr. Ovídio A. Baptista da Silva, verbis:

“... é comum acusarem-se os magistrados de não exercerem os poderes que o legislador lhe confere. A lei instituiu a chamada audiência preliminar, do art. 331 do Código de Processo Civil,.Embora o legislador tenha ampliado seus poderes, com reflexos positivos na qualidade da prestação jurisdicional, os juizes, com o beneplácito dos advogados, limitam-se a dar à audiência preliminar o sentido de uma “audiência de conciliação”, além disso puramente protocolar, esquecendo a importante função saneadora, prevista no parágrafo 2º do artigo 331.”

A aparência do bom direito deflui de forma intuitiva, mercê da incidência dos princípios constitucionais e da flagrante ilegalidade do ato, consoante iterativas decisões de nossos tribunais e a forma arbitrária como efetivada no caso concreto pela ré.

O "periculum in mora", por sua vez, resulta do prejuízo que advém para o autor a hipótese de aguardar o desdobramento da longa tramitação da demanda, e do julgamento da apelação com a inevitável possibilidade de que

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seja executada a sentença, diante do despacho que concedeu à apelação efeito meramente devolutivo.

Assim, presentes os pressupostos cautelares que apontam para a concessão da liminar initio litis e culminam na prolação de sentença de procedência da demanda.III - Requerimento.

Ante o exposto, o autor requer a V. Exa., que se digne em:a) deferir, sem a oitiva da parte contrária, liminar (ART. 797 e 804, do CPC), para determinar a imediata suspensão da execução, até o trânsito em julgado da apelação;b) mandar citar a ré, no endereço constante no prólogo da presente, para, querendo, contestar a ação no prazo legal;c) julgar procedente a ação, para tornar definitiva a liminar inicialmente concedida para suspender a execução, modificando o despacho de recebimento da apelação, de modo a ser recebido em seu duplo efeito, condenado a ré no pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

Requer, por fim, a produção de todos os meios de prova em direito admitidos.Valor da causa: R$ 500,00

Pede Deferimento.Ipojuca, 5 de novembro. de 2009

MARIA DA CONCEIÇÃO GONTIJO DE LACERDAAdvogadaOAB 25039-PE

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