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Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região - 1º Grau PJe - Processo Judicial Eletrônico Consulta Processual 27/06/2016 Número: 0001446-41.2015.5.05.0004 Data Autuação: 21/12/2015 Classe: AÇÃO CIVIL COLETIVA Valor da causa: R$ 32.308,00 Partes Tipo Nome AUTOR SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TELECOMUNICACOES NO E BA ADVOGADO ANTONY DE TEIVE E ARGOLO - OAB: BA14988 RÉU TELEFONICA BRASIL S.A. ADVOGADO CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO - OAB: BA17766 ADVOGADO CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO - OAB: TO5425 ADVOGADO FABIANA GALDINO COTIAS - OAB: BA22164 Documentos Id. Data de Juntada Documento Tipo b5cc6 c3 29/03/2016 20:17 CONTESTAÇÃO Contestação

AÇÃO CIVIL COLETIVA - siqueiracastro.com.br · em face da Ação Coletiva com Pedido de Antecipação da Tutela Jurisdicional movida pelo€€€€€€€€€€€ ... FENATTEL,

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Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região - 1º GrauPJe - Processo Judicial EletrônicoConsulta Processual

27/06/2016

Número: 0001446-41.2015.5.05.0004Data Autuação: 21/12/2015

Classe: AÇÃO CIVIL COLETIVAValor da causa: R$ 32.308,00

Partes

Tipo NomeAUTOR SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TELECOMUNICACOES NO E BAADVOGADO ANTONY DE TEIVE E ARGOLO - OAB: BA14988RÉU TELEFONICA BRASIL S.A.ADVOGADO CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO - OAB: BA17766ADVOGADO CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO - OAB: TO5425ADVOGADO FABIANA GALDINO COTIAS - OAB: BA22164

Documentos

Id. Data de Juntada Documento Tipo

b5cc6c3

29/03/2016 20:17 CONTESTAÇÃO Contestação

 

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 04ª VARA DO TRABALHO DE SALVADOR - BA

 

 

 

 

 

 

Ação Civil Coletiva Nº 0001446-41.2015.5.05.0004 

 

TELEFÔNICA BRASIL S/A, empresa inscrita no CNPJ sob nº 02.558.157/0001-62, com sede na

Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, n° 1376, Cidade Monções, CEP 04571-936, São Paulo - SP, doravante

denominada Ré, pelos procuradores que a esta subscrevem, vem com o devido respeito à presença de Vossa

Excelência, apresentar sua

CONTESTAÇÃO

em face da Ação Coletiva com Pedido de Antecipação da Tutela Jurisdicional movida pelo            

, pelosSINDICATO DOS TRABALHADORES EM TELECOMUNICAÇÕES DA BAHIA - SINTTEL-BA  

fatos e fundamentos que passa a expor:

DAS ALEGAÇÕES CONTIDAS NA PEÇA INICIAL

Sustenta o Sindicato autor que a Ré definiu, unilateralmente, que a partir de janeiro de

2016 fará a alteração dos planos de saúde até então fornecidos aos trabalhadores, bem como das

respectivas operadoras. Afirma que a conduta da Ré encontra óbice no Acordo Coletivo de Trabalho

2014/2015, na Cláusula 41ª.

Neste contexto requereu, em síntese:

 

- Deferimento de tutela antecipada para determinar que a Reclamada

abstenha de alterar os atuais planos de saúde dos substituídos e as

respectivas operadoras dos referidos planos, sem a prévia negociação e

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entendimento com o sindicato, bem como abstenha de realizar práticas

atentatórias aos direitos dos empregados, sob pena de multa diária;

- Em sentença, seja confirmada a liminar concedida em antecipação de

tutela;

- Pagamento de honorários advocatícios;

 

Deu a causa o valor total de R$ 32.308,00.

Nesse enlace, a Ré demonstrará nas linhas seguintes que o Sindicato autor altera a verdade

dos fatos para pleitear direitos que sabe não fazer jus.

I - DEFESA PROCESSUAL

PRELIMINARES DE MÉRITO

Extinção do feito. Carência de ação

Por falta de interesse de agir

O acesso à prestação jurisdicional se justifica quando existente uma ameaça ou lesão a

direito ou prerrogativa jurídica, de modo que a atuação jurisdicional tenha uma finalidade e utilidade.

Sendo assim, ainda que o direito à ação se revele como um direito abstrato e decorrente do

exercício dessa prerrogativa constitucional, necessária e obrigatoriamente deve ocorrer uma ameaça ou

lesão a um potencial ou presente direito e/ou prerrogativa jurídica.

Insta primeiramente esclarecer que o Sindicato autor ingressou com esta ação em

, momento em que a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de21/12/2015

Telecomunicações - FENATTEL, já havia aprovado a proposta do Acordo Coletivo 2015/2016.

Importante informar que o SINTTEL-BA é filiado ao FENATTEL.

Conforme documento anexo, no dia , a FENATTEL enviou à Ré documento15/12/2015

informando que em assembleias realizadas com os trabalhadores, nos Estados representados pela

FANATTEL - em que está incluído o Estado da Bahia - houve a aprovação por maioria dos votos e de

Estados da proposta apresentada pelas empresas.

Em outras palavras, a grande maioria dos Estados abrangidos pela FENATTEL aprovou a

proposta apresentada pela Ré, sendo que o Sindicato autor foi um dos poucos sindicatos que discordou da

proposta.

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Dentre as disposições constantes na proposta aprovada, consta cláusula que aborda,

expressamente, a alteração dos fornecedores dos planos de saúde, vejamos:

CLÁUSULA 12ª - ASSISTÊNCIA A SAÚDE - EMPREGADOS DE ORIGEM VIVO 1

(...)

Parágrafo Décimo - Em virtude da troca do fornecedor do benefício a partir de 1º de janeiro de 2016, que

contou com a anuência do , as estabelecem a criação imediata de uma ComissãoSINDICATO PARTES

Paritária, composta por integrantes das , para discussão da possibilidade de melhorias no desenhoPARTES

do plano, na rede credenciada e na operacionalização deste benefício.

Percebe-se, portanto, O.que foi anuído a alteração de fornecedores dos planos de saúde

que cabe agora é a participação do Sindicato autor na discussão da possibilidade de melhorias no desenho

do plano, na rede credenciada e na operacionalização deste benefício.

Desta forma, mesmo que o sindicato autor não tenha votado no sentido de aprovar a

proposta apresentada pela empresa e, consequentemente, com aalteração de fornecedores dos planos de

, deve acatar o decidido pela maioria dos trabalhadores e sindicatos abrangidos pela .saúde FENATTEL

Assim, a eficácia do acordo coletivo realizado no âmbito da FENATTEL abrange e obriga

todos os empregados das entidades sindicais abrangidas pela referida federação. Assim, se a deliberação

na federação se deu de forma regular, mediante observância tanto da convocação dos seus membros,

quanto do quórum, irrepreensível a aprovação da proposta apresentada pela Ré, não há que falar em

inobservância do Sindicato discordante quanto ao deliberado.

O que não se pode admitir é a propositura de ação coletiva com o objetivo de tratar de

matéria já superada por acordo coletivo, realizada com base em proposta devidamente aceita pela maioria

dos empregados e sindicatos abrangidos pela federação.

Diante disso, denota-se evidente ausência de interesse de agir do Sindicato Autor, posto

que a matéria suscitada nesta ação foi devidamente superada no âmbito da FENATTEL, cabendo ao

Autor de se submeter ao decidido pela maioria, mesmo que não concorde com o teor aprovado.

Ademais, ainda que se pudesse analisar o mérito de suas postulações, elas esbarrariam no

, pois nada se demonstrou que pudesse autorizar tratamento de exceção.princípio da isonomia

Posto isso, deve o processo sem extinto, sem resolução do mérito, por inexistência do

interesse de agir, com, fundamento nos arts. 267, inc. VI e 295, inc. III do Código de Processo Civil.

Por fim, deve o Sindicato Autor ser condenado as penas de litigância de má-fé, nos termos

dos arts. 16 a 18 do CPC, por alterar a verdade dos fatos.

Manifesta, assim, a litigância de má-fé, a deslealdade processual, o ato atentatório à

dignidade da justiça, uma vez que o Autor, sabedor que a matéria já havia sido superada no âmbito da

FENATTEL, ajuizou esta demanda.

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DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

O Autor requereu, liminarmente, a concessão da tutela antecipada para determinar que a Ré

abstenha-se de alterar os atuais planos de saúde dos substituídos e as respectivas operadoras dos planos de

saúde, sem a prévia negociação e entendimento com o sindicato, bem como abstenha de realizar práticas

atentatórias aos direitos dos empregados, determinando-se que sejam observadas/cumpridas fielmente

todas as demais disposições conferidas pela , garantindo a preservação ecláusula 41ª do ACT 2014/2015

manutenção de todas as condições previstas nos Planos de Saúde atualmente assegurados aos substituídos

pelas operadoras e .BRADESCO SAÚDE UNIMED SEGUROS

Em este juízo acolheu o pedido de antecipação de tutela formulado pelo  22/12/2015

Sindicato autor e, no caso de inobservância da liminar deferida pela Ré, a aplicação de multa diária no

valor de , para cada empregado/substituído atingido pelo descumprimento das obrigaçõesR$ 100,00

impostas.

Contudo, Excelência, conforme explicado anteriormente, no dia a FENATTEL15/12/2015

deu ciência à Ré quanto a aprovação da proposta do acordo coletivo 2015/2016. Diante disso, não há

razões de existir a ação proposta e, caso não seja este o entendimento, o que se argui apenas por cautela,

deve a liminar ser extinta, pois há aprovação formal dos trabalhadores e sindicatos da referida federação

para que seja realizada a alteração dos planos de saúde.

Denota-se, ainda, que o Autor distanciou-se da realidade dos fatos e induziu este d. Juízo a

erro, pois inexiste justificativa que assegure o direito pleiteado nesta ação. Neste contexto, além de

cassada a liminar deferida, deve o Sindicato autor ser condenado as penas de litigância de má-fé, nos

termos dos arts. 16 a 18 do CPC, por alterar a verdade dos fatos.

Para apresentar caso similar e para efeitos comparativos, cumpre informar, que no âmbito

da (Federação composta pelos Sindicatos da categoria profissional do DF, MG, RS, PB, PI,FITRATELP

MA, PA e SE), foi decidido APROVAR, no dia , a proposta da empresa, acerca do04 de março de 2016

Acordo Coletivo de Trabalho com vigência 2015/2016, autorizando aos sindicatos assinar o acordo

coletivo.

Na proposta consta que a sua aprovação implica em anuência dos sindicatos à alteração

do plano nela tratados, bem como da desistência de todas as ações coletivas movidas pelos

.sindicatos com este objeto

Além disso, em processo movido pelo SINTTEL-MG em face TELEFONICA BRASIL

S.A., SP TELECOMUNICACOES PARTICIPACOES LTDA. e TELEFONICA DATA S.A. (

0011383-08.2015.5.03.0012), o representante do referido sindicato, André Venturini, encaminhou e-mail

aos representantes da Ré solicitando que esta peticionasse nos autos requerendo a extinção do processo,

em razão de ter sido aprovada proposta da empresa acerca do Acordo Coletivo de Trabalho, vigênciaa

2015/2016 - documentos anexo.

Assim, naqueles processos em que os sindicatos abrangidos pela FITRATELP não

manifestaram a desistência dos processos, a Ré vem peticionando requerendo o fim das demandas.Num. b5cc6c3 - Pág. 4Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO

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Diante disso, denota-se que as tratativas realizadas tanto no âmbito da FITRATELP como

no âmbito da FENATTEL, convergiram ao fim as demandas coletivas até então propostas.

Deste modo, não há que se permitir que ação proposta após a aprovação da proposta do

acordo coletivos 2015/2016 da FENATTEL seja processada e julgada por qualquer, devendo ser extinta

sem resolução do mérito.

Por outro norte, no que tange a antecipação da tutela aqui discutida, oportuno salientar que

estão ausentes os pressupostos impostos pelo inciso I do artigo 273, do CPC para a concessão da tutela

antecipada (quais sejam, a prova inequívoca da verossimilhança de suas alegações e, ainda, a

possibilidade de vir o Reclamante a sofrer prejuízo irreparável ou de difícil reparação).

O Sindicato não demonstrou os requisitos legais para o deferimento da tutela pretendida,

ônus que lhe incumbia. Efetivamente, em nenhum momento o Autor demonstrou a existência de qualquer

risco de prejuízo irreparável ou de difícil reparação a ser causado na hipótese de se aguardar o julgamento

da questão.

Demais disso, importa também destacar que o primeiro e mais importante pressuposto para

a antecipação dos efeitos da tutela está por completo ausente no caso dos autos. Em verdade, exigiu o

legislador, para que pudesse o autor beneficiar-se de expediente que rompe com a ordem normal do juízo,

existência de prova inequívoca, suficiente à formação de juízo de verossimilhança acerca do quanto

alegado na petição inicial. Consoante entendimento apresentado pelo Superior Tribunal de Justiça, prova

inequívoca é apenas:

"Aquela a respeito da qual não mais se admite qualquer discussão" (STJ - 1a T., REsp. n. 113.368-PR,

Rel. Min. José Delgado in DJU n. 93, de 19/05/1997, p. 20.593)

Ocorre que na presente ação a alegação do Autor é claramente insubsistente, já que nem

sequer comprovou a verossimilhança acerca do quanto alegado na petição inicial. Não há, portanto, como

falar-se em prova inequívoca, pelo que não existe o direito que supostamente referendaria a pretensão

ajuizada. Até porque, a documentação encartada à petição inicial não se traduz em prova segura, evidente

e robusta a amparar a concessão da tutela antecipada. Inexiste prova inequívoca.

Também inexiste a caracterização de abuso de direito de defesa com manifesto propósito

protelatório praticado pela Ré.

Ressalta a Ré que ingressou com Mandado de Segurança, que tramita sob nº

1000165-92.2016.5.02.0000, que objetiva desconstituir a liminar deferida. Em decorrência do Agravo

Regimental apresentado, não há decisão transitado em julgado neste processo.

Diante de todo o exposto, requer seja reja reanalisada a liminar deferida e, por fim,

excluída.

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DA AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO

VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO - PEDIDOS DE NATUREZA HETEROGÊNEA E

PURAMENTE INDIVIDUAL

Cumpre ressaltar que o Autor não está legitimado a propor a presente reclamação

trabalhista como substituto processual.

Isto porque, ao contrário do que entendeu a parte Autora, a CF/88 não autorizou o

Sindicato a atuar indiscriminadamente como substituto, o que se vislumbra no inciso III do art. 8º:

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em

questões judiciais ou administrativas;

Ora, é assente na doutrina e jurisprudência que a Carta Magna, no referido dispositivo, está a aludir

à , e não à . Tanto que a Súmula 310, do TST, não obstante tenha sido cancelada, erarepresentação substituição

correta em afirmar, sendo certo:

"I) O art. 8º, inciso III, da Constituição da República, não assegura a substituição processual pelo sindicato."

(negritamos)

Nos demais incisos do mesmo enunciado, o TST apontava, especificadamente, em que hipóteses

caberia a substituição, vale dizer, exclusivamente para o pleito de reajustes de determinados períodos. Confira-se:

II) A substituição processual autorizada ao sindicato pelas L. 6708, de 30.10.1979, e 7238, de 29.10.1984, 

limitada aos associados, ,restringe-se às demandas que visem aos reajustes salariais previstos em lei

ajuizadas até 3 de julho de 1989, data em que entrou em vigor a L. 7788.

III) A L. 7788/89, em seu artigo 8º, assegura, durante sua vigência, a legitimidade do sindicato como

substituto processual da categoria.

IV) A substituição processual assegurada pela Lei n. 8073, de 30 de julho de 1990, ao sindicato alcança todos

os integrantes da categoria e é restrita às demandas que visem à satisfação de reajustes salariais

, resultantes de disposição prevista em lei de política salarial." (negritos nossos)específicos

E o verbete citado está em perfeita consonância com o art. 6º, do CPC supletivo, :verbis

Art. 6º Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

A melhor doutrina, a exemplo do saudoso VALENTIN CARRION, leciona neste sentido, valendo

aqui transcrever trecho de sua obra:

Por isso, , com mandato legal presumido, ea expressão deve ser considerada simples representação

revogável, o que está de acordo com a sistemática do processo trabalhista, como se viu dos três                     

dispositivos legais mencionados acima. A grandeza e a generalidade da luta sindical prescindem da

necessidade de esmagar a vontade individual de algum trabalhador que queira ou necessite agir

diferentemente do conjunto de sua categoria ou em conflito com seu sindicato, e com prerrogativa de

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escolha de advogado. Por outros fundamentos, o processualista Ísis de Almeida chega, no principal, à

mesma conclusão, a de que (IV Congr. Bras. de DT e III de D.não há substituição, mas representação

Const. Do T). O TST suprimiu algumas indecisões pela Súmula 310. É lógica a afirmação de que a CF, art.

; (...) Em resumo: a) curvamo-nos à posição do TST, mas8 , III, não assegura a substituição processual

continuamos a entender que não há hipótese de substituição processual, mas de representação com         

, em favor do sindicato, que tem legitimidade para representar qualquer membromandato presumido por lei

da categoria, associado ou não (...)"  (destacamos)

Nesse sentido, vale a pena colacionar a ementa abaixo:

Ementa: SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. O Sindicato é parte legítima para, na qualidade de 

substituto processual, ajuizar ação trabalhista visando tutelar direito coletivo ou individual homogêneo da

categoria (art. 8º, inciso III, da Constitucional Federal). Todavia, essa legitimação extraordinária não se

aplica à hipótese que envolva discussão sobre direitos que necessitam de apuração probatória

individualizada para cada substituído. 0020800-84.2008.5.05.0493, RecOrd, 023538/2009, Processo ac. nº

SÔNIA FRANÇA, 3ª. TURMA, 24/09/2009.Relatora Desembargadora DJ

Não cabe ao sindicato substituição processual ampla e irrestrita; os que adotam diretriz diversa

restringem a legitimação dos sindicatos às hipóteses de interesses difusos ou coletivos, excluídos sempre os

interesses individuais heterogêneos.

Expressiva corrente jurisprudencial repele o ajuizamento de reclamação trabalhista por entidade

sindical, restringindo o âmbito da substituição processual. De fato, permanecem intocadas as razões pelas quais a

substituição não pode ser ampla e irrestrita, como mostram os seguintes arestos:

Sindicato. Substituição processual. O sindicato é parte ilegítima para, como substituto processual, postular

diferenças salariais decorrentes do pagamento em valor inferior aos valores mínimos estabelecidos em

sentença normativa, uma vez que não está enquadrado nem no artigo 8º, inciso III, da Constituição Federal,

posto que este não conferiu substituição processual ampla, nem na Lei nº 7.238/84, posto que a reclamação

foi interposta em 1992 e nem na Lei nº 8.073/90, uma vez que a demanda não visa à satisfação de reajustes

salariais específicos resultantes de disposição prevista em lei de política salarial. Recurso de revista provido

para julgar o sindicato-reclamante carecedor do direito de ação. (TST - 1ª T - Ac. nº 4173/97; Rel. Min.

Lourenço Prado - DJ 01.08.97 - pág. 34309).

Preliminar de ilegitimidade ativa ad causam. A substituição processual é de natureza extraordinária e só

pode ocorrer na hipótese de existir a necessária previsão legal (art. 6º do CPC), como no caso dos arts. 195,

872, § 2º, CLT, (ação deparágrafo 2º, da CLT (reclamatória visando ao adicional de insalubridade);

cumprimento) e nas hipóteses preconizadas no Enunciado nº 310/TST. Porém, a hipótese dos autos não se

enquadra em nenhuma destas situações. Revista provida." (TST - 1ª T - Ac. nº 10439/97 - Relª. Minª. Regina

Rezende Ezequiel - DJ 05.12.97 - pág. 64276) (grifei)

A prevalecer a tese indicada nos arestos acima transcritos, forçosa será a extinção do processo sem

exame do mérito. E, ainda que assim não seja, ao mesmo resultado se chega por outro fundamento.

o

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Pretende o Autor, a manutenção do plano de saúde anteriormente praticado por alegar que a

alteração acarreta prejuízo, sem, contudo, nomear os substituídos e seus prejuízos para tanto.

Ou seja, cada empregado possui uma particular e individualizável relação jurídica de direito

material. Fácil concluir, portanto, pela natureza HETEROGÊNEA E PURAMENTE INDIVIDUAL dos direitos em

discussão, que impede o ajuizamento da ação pelo Sindicato, mesmo à luz do propalado art. 8º, n. III, da

Constituição.

Não se admite a tutela coletiva quando a solução da controvérsia não puder ser uniforme para todos

os pretensos beneficiários. No caso dos autos, embora haja aparente uniformidade no fundamento da ação, a

decisão poderá não julgar, de forma uníssona, a lide. Pelo contrário. O resultado dependerá do exame da situação

específica de cada um dos empregados. Em síntese, cada pretenso beneficiário possui particularidades que impedem

venha a adotada decisão única a todos os demais. Logo, não se pode falar em substituição processual. Aser

jurisprudência é uníssona:

Sindicato Substituição processual. O sindicato dos empregados tem legitimidade para ajuizar reclamação

trabalhista na condição de substituto processual, objetivando o cumprimento de direitos criados em nível de

política salarial ou norma coletiva, quando não existem questões fáticas que exijam comprovação." (TRT         

2ª R 8ª T Ac. nº 2970155812 Relª. Wilma Nogueira da Silva DJSP 17.04.97 pág. 97)       

Conclui-se que, não obstante a largueza com que se tem admitido a tutela dos direitos de

caráter coletivo, A SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL POR ENTIDADE SINDICAL NÃO DEVE

, cuja solução demande análiseSERVIR PARA POSTULAÇÃO DE DIREITOS HETEROGÊNEOS

caso a caso. Apenas os direitos difusos, coletivos ou, , individuais homogêneos -com muito boa vontade

o que, sem dúvida, não é o caso dos autos - podem ser debatidos. Não sendo coletivo o direito

controvertido, ainda que verse sobre todos os empregados de certa empresa, não cabe ao sindicato ajuizar

reclamação.

Como se não bastasse, O AUTOR NÃO DEMONSTROU POSSUIR AUTORIZAÇÃO

ESPECÍFICA DOS PRETENSOS SUBSTITUÍDOS PARA A PROPOSITURA DA PRESENTE AÇÃO.

Ausente, portanto, pressuposto de válido desenvolvimento regular do processo. Não custa sublinhar que a exigência

de autorização é mesmo imperativa no processo do trabalho.

Num. b5cc6c3 - Pág. 8Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTROhttps://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992

Se até para o ajuizamento de Dissídio Coletivo - função natural do Sindicato, para a qual ele existe

e é constituído - essa providência é indeclinável, como mostra o art. 859, da CLT, torna-se ainda mais necessária e

relevante em caso de medida de caráter excepcional como é, sem sombra de dúvida, a pretensa substituição

processual.

O que se disse até aqui é o bastante para demonstrar a ilegitimidade ativa do autor. Logo, o

processo deverá, em caráter preliminar, ser extinto, sem exame do mérito (CPC, art. 267, VI), como já pedido.

 

AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO                                      

VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE DE REPRESTATIVIDADE DO  

SINDICATO. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DOS PRETENSOS SUBSTITUÍDOS

Aqui, ressalta-se ainda que na presente demanda não houve indicação de rol dos substituídos dos

empregados e o Autor sequer tem substituição ampla e irrestrita, de forma que deve ser extinto onão associados

processo sem exame do mérito com base no art. 267, IV do CPC, à vista de falta de legitimação ativa do sindicato

para atuar como substituto processual inclusive porque não há sequer rol de substituídos, a teor do art. 8 , III, da

CF.

No mais, a legitimidade ativa extraordinária atribuída pelo direito brasileiro aos sindicatos deve ser

interpretada restritivamente, sob pena de ultrapassar os lindes dos interesses gerais da coletividade, bem como a

esfera particular ou individual do membro da categoria que representa.

Daí porque se exige a outorga de mandato expresso ou de mera autorização para que o sindicato

atue como .substituto

A autorização se faz necessária até mesmo quando atua na qualidade de , como defluirepresentante

do art. 859 da CLT:

"A representação dos sindicatos para instauração de instância fica subordinada à

, da qual participem os associados interessados, na solução doaprovação de assembléia

dissídio coletivo, em primeira convocação, por maioria de 2/3 (dois terços) dos mesmos,

ou, em segunda convocação, por 2/3 (dois terços) dos presentes". (destacamos)

Ora, se até mesmo no que se refere aos interesses gerais ou coletivos o sindicato só pode

"substituir" mediante mandato outorgado em assembleia, por mais forte razão, dele não se pode prescindir, para a

hipótese em que demande a tutela de interesses individuais.

o

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Logo, só se legitima a figura da processual nos casos expressamente previstos em lei esubstituição

desde que os associados assim o desejarem - inclusive na condição de - por meio do competenterepresentante

mandato expresso.

Nesse passo, força é concluir que, sem mandato ou simples autorização, falece ao sindicato

legitimação extraordinária para agir em nome dos pretensos substituídos, caso em que o processo deve ser extinto

sem exame do mérito, nos incisivos termos do art. 267, VI, do CPC.

De outro modo, temos que a legitimidade ativa do Sindicato não é suprema, descomedida. Ao

revés, está adstrita aos associados do sindicato. No caso, a inicial não ministra qualquer elemento ou documentos

que demonstrem a condição de ASSOCIADOS dos pretensos substituídos.

É o que se infere do texto do art. 872 da CLT, que:in fine,

Art.872 - omissis

Parágrafo único - ... independente de outorga de poderes de seus ASSOCIADOS.

Vê-se, pois, que o legislador somente conferiu poderes ao Sindicato agir em favor, repita-se, de

seus e não de toda a categoria, como enfatizou o então juiz :associados Cruz Guimarães

"SINDICATO SÓ PODE REQUERER AÇÃO DE CUMPRIMENTOS PELOS                 

ASSOCIADOS" (Ac. 356/80, de 06.02.1980, in Ementário Trabalhista, de Ronald Amorim

e Souza, nº28, ano 1994)

O TST sentenciou, repetidas vezes, que a se restringe aos associados do sindicato,substituição

como ilustra esta ementa:

A autorização legal prevista no art. 195, § 2º da CLT é apenas para os substituídos

associados do sindicato-Autor, sendo os não-associados carentes de ação, ante à

ilegitimidade 'ad causam' do Sindicato, pois a substituição da categoria não é permitida

pela regra consolidada. Revista parcialmente conhecida e provida." (TST - 5 T., RR             

n. 309.543/96, Rel. Min. Candeia de Souza, julg. em 19.05.99) (DJU de 13.08.99, p.       

307).

E em se tratando, como efetivamente se trata, de pressuposto para constituição regular do processo,

impende o indeferimento da inicial e consequente extinção do feito na forma do art. 267, IV do CPC.

 

DA AFRONTA DIRETA PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADEAO                       

Urge apontar que, não obstante estarmos diante de uma reclamação plúrima para defesa de direitos

individuais heterogêneos, na eventualidade de superação das objeções peremptórias, a demandante não observou o

a  

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previsto no artigo 94 da lei 8078/90 deixando de cumprir uma das condições de ação específicas e peremptórias

para a tutela coletiva ora pretendida pela demandante, qual seja, a necessária publicação no órgão oficial, para que

os interessados possam intervir no feito.

Pelo descumprimento desse requisito de constituição válida do processo, o demandante é carecedor

de ação devendo o presente feito ser extinto conforme prevê o artigo 267 IV e VI do CPC, sob pena de restar

afrontado o previsto no artigo 5º II da Constituição Federal.

II - DEFESA DE MÉRITO

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Tendo em vista a união entre a Ré e a empresa GVT em , houve a necessidade deâmbito nacional

uma padronização dos planos de saúde oferecidos a todos os colaboradores das empresas. A padronização se deu

com um planejamento a nível nacional, realizado pelo departamento de recursos humanos.

Este cuidadoso planejamento iniciou-se , fazendo prova de tal fato ono primeiro semestre de 2014

projeto de consultoria de análise do benefício de assistência médica (documento anexo) apresentado pela

Mercer-Marsh Benefícios.

O projeto teve quatro fases, quais sejam: coleta de dados; inventário, práticas e diagnósticos;

opções de redesenho e, finalmente, impactos financeiros.

Em função da grande extensão geográfica de nosso país, para que fosse praticável a uniformização

dos planos de saúde em âmbito nacional, somente seria possível incluir todos os Estados da federação com a plena   

suficiência de rede determinada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), mediante compartilhamento

de rede credenciada com demais operadoras.

Essa prática é regulamentada pela ANS e foi devidamente observada pela Ré.

Ao contrário do quanto alegado pelo Autor, a alteração das operadoras dos planos de saúde

não causou qualquer prejuízo aos trabalhadores. Não houve alteração prejudicial. Os planos de saúde que

se implementará são, no mínimo, equivalentes aos que se vem utilizando.

Em 2015 todos os colaboradores da Ré de    eram inclusos na Seguros Unimed e osloja

demais na Bradesco Saúde. Para os colaboradores da GVT as opções eram Amil eadministrativos

Central Nacional Unimed - CNU, através do portal de escolhas.

Com a unificação da Ré com a GVT em âmbito nacional, as operadoras vigentes tanto para

atender os colaboradores de ambas as empresas passaram a ser Amil e CNU, cabendo ao empregado a

livre escolha.  Os colaboradores da GVT realizaram as escolhas através do portal e da Ré"Be Flex"

através do . Os colaboradores que não optaram no " a operadora será"Conexão RH" Conexão RH"

definida com base na melhor rede credenciada de sua localidade.

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Conforme será amplamente demonstrado, não houve prejuízos reais aos segurados, muito

pelo contrário, houve melhorias que beneficiarão, no plano nacional, todos os trabalhadores da Ré,

observada a harmonização entre os oriundos da Telefônica e os da GVT, que passarão a contar com um

número maior de benefícios, como mais profissionais credenciados da área de saúde e hospitais.

Diante do exposto, incompreensível a pretensão autoral, que ao todo busca regredir os benefícios

implantados pelas Reclamadas com a nova sistemática de planos de saúde, sem nem mesmo trazer aos autos

comprovação robusta que justifiquem os pedidos.

Em resumo: não houve qualquer prejuízo aos trabalhadores com a alteração das operadoras dos

planos de saúde, tampouco há qualquer comprovação do Sindicato neste sentido. O que aconteceu foi uma

, de modo que atualmente são oferecidos dois planos, Amil e CNU, ambos commelhora nos serviços oferecidos

rede credenciada nacional.

É importante destacar, ainda, que no planejamento de assistência médica previamente citado, a

última fase do estudo apresentou os impactos financeiros dos planos de saúde que eram anteriormente utilizados

pela Ré e o resultado foi assustador.

Se mantidas as condições anteriormente oferecidas chegaria um momento em que a Ré não

, dado o desfavorávelconseguiria manter o benefício em questão para seus colaboradores no ano de 2016

momento econômico que o Brasil vive.

Há que acrescentar, que uma eventual procedência dos pedidos iniciais, o que não se

acredita, a efetividade da decisão mostra-se prejudicada, posto que os contratos de natureza civil

realizados outrora com as antigas seguradora, não existem mais. Tal fato gera uma impossibilidade

econômica e financeira de reestabelecer os planos nos moldes antes ofertados.

Ademais, no mérito da ação será possível concluir que a demanda é inteiramente improcedente.

DA SITUAÇÃO ATUAL ECONÔMICA DO SEGMENTO E DA UNIÃO COM A GVT

É preciso relembrar que a atual crise econômica que assola o país ocasiona em reflexo direto nas

negociações coletivas da Ré.

Em consequência da severa crise, praticamente todos os setores da economia estão em violenta

retração, especialmente o setor de telecomunicações. Vê-se com frequência empresas tradicionais e de grande porte

dispensando boa parte de seus empregados, em decorrência da necessidade de corte nos gastos e até mesmo na

produção.

A Ré não realizou despedidas coletivas e estão fazendo enorme esforço para que isso não ocorra,

evitando o aumento do número de desempregados no Brasil, mantendo seus colaboradores empregados em meio à

crise econômica, que só tende a piorar.

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Faz parte desta crise os aspectos que serão apontados no decorrer desta peça contestatória, tanto

com relação à macroeconomia, à alta do dólar, ao aumento de inadimplência e à desvalorização do serviço prestado

pelas Reclamadas, que acabam por afetar diretamente os seus resultados e crescimento.

Ademais, conforme é de conhecimento público, houve união entre Telefônica e GVT, ocorrida em

abril de 2015. Nesta senda, é objetivo da Ré foi obter pela via da negociação coletiva a harmonização do regime

jurídico das duas empresas, que até então tinham previsões muito distintas.

Desta forma, levando em consideração a crise econômica e o grande recuo na receita das empresas

de telefonia, bem como, a grande possibilidade de mais aumento na carga tributária das empresas, as reclamadas

estão negociando no Brasil inteiro as cláusulas do acordo coletivo que levem em conta o atual cenário econômico.

 

DA AUSÊNCIA DE ALTERAÇÃO UNILATERAL LESIVA DA AUSÊNCIA DE

DESCUMPRIMENTO DE ACT

Esta demanda é ajuizada pelo Autor sob o fundamento de que a Ré definiu unilateralmente que a

partir de janeiro de 2016 os planos de saúdes oferecidos aos seus funcionários seriam alterados, bem como as

próprias operadoras que oferecem os serviços.

Neste contexto, o Autor afirma que a conduta da Ré encontraria óbice no ACT 2014/2015 da

categoria, especificamente quanto a Cláusula 41ª, parágrafo sétimo, que assim determina:

Parágrafo Sétimo: As EMPRESAS se comprometem a se reunir previamente com o SINDICATO,

para apresentar, discutir e buscar a formalização do entendimento entre as partes das possíveis

alterações no desenho do plano, durante a vigência deste acordo, que impactem diretamente os

empregados segurados.

Assim, o Autor assevera que teria sido descumprido o comando da cláusula convencional, ante a

ausência de negociação prévia com o Sindicato, mencionando que o acordo coletivo está vigente, além de violar o

e e , ambos da CRFB/1988.art. 468 da CLT inciso XXXVI do art. 5º inc. XXVI, do art. 7º

Afirma, ainda, que houve direito adquirido, incorporado ao patrimônio jurídico do titular já

consumado ou não e exigível na via jurisdicional.

Contudo, Excelência, tanto as alegações autorais quanto os seus pedidos não procedem.

Inicialmente, é necessário destacar que em momento algum o Autor comprova suas alegações de

prejuízo aos empregados com a alteração das operadoras dos planos de saúde, visto que não traz aos autos qualquer

prova robusta de sua narrativa. Assim, viola o que dispõe os arts. 333, I do CPC e 818 da CLT, eis que o ônus de

prova de suas alegações lhe pertence.

Importa destacar que o Autor dá ao Parágrafo Sétimo da Cláusula 41ª interpretação extensiva,

, senão vejamos.distorcendo o teor do dispositivo

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O mencionado parágrafo proíbe que durante a vigência do acordo coletivo sejam realizadas

alterações sem reunião prévia com o Sindicato quanto ao Este é o teor do dispositivo.desenho do plano de saúde.

Ocorre que no caso em comento não estamos diante de alterações de desenho do Plano, mas sim

diante de o que sequer exige qualquer reunião prévia, ante a,alteração das operadoras de plano de saúde

ausência de regulamentação normativa neste sentido.

E como é sabido pelos operadores de direito, aquilo que a Lei não proíbe, permitido está. Portanto,

não estamos diante de violação da ACT 2014/2015, eis que esta nada menciona quanto à qualquer necessidade de

reunião prévia com o Sindicato para que as Rés venham a exercer o seu direito de livremente contratar empresas

prestadoras de serviço, como ocorre no caso das operadoras de plano de saúde.

Até porque, qualquer inibição neste sentido acarretaria em severa violação ao princípio da livre

iniciativa, constitucionalmente garantido como princípio fundamental por intermédio do inciso IV do art. 1º da

Carta Magna.

O Autor não tem poderes para impedir as Rés de, no centro de uma severa crise econômica,

negociar e contratar empresas que fornecem bons serviços por um melhor custo benefício.

Frise-se que em meio à referida crise, inúmeras tradicionais empresas dispensaram muitos

trabalhadores, ato que as Rés estão evitando realizar, pensando na importância da manutenção de empregos neste

complicado momento, que só tende a piorar.

E o ato do Autor chega a ser absurdo, vindo a Juízo com informações desencontradas e sem

embasamento plausível para impedir as Rés de realizar contratação de serviços de operadoras de plano de saúde,

com ampliação dos benefícios ao seu quadro de empregados a nível nacional.

No que tange às alegações Autorais referentes ao art. 468 da CLT e arts. 1º e 3º da CF, não se

aplicam ao presente caso, pois nem mesmo tem relação com o assunto que aqui se discute.

Primeiro porque não estamos diante de alteração em contrato individual de trabalho, as condições

contratuais dos empregados nem mesmo são discutidas na ação, não sendo aplicável tal artigo como pretendido

pelo Autor.

Secundariamente, porque não é caso de direito adquirido, eis que segue sendo respeitado pelas Rés

o acesso ao plano de saúde (e este não está sendo cancelado, mas sim alterado para melhoria das condições ao

conjunto dos trabalhadores em âmbito nacional, com maior abrangência e melhor qualidade).

Não há como reconhecer o direito adquirido da forma citada pelo Autor, para que os empregados

venham a usufruir de um específico e determinado plano de saúde, pois acarretararia às Rés o cerceamento do seu

poder diretivo, que é expressamente garantido pela legislação consolidada.

Não pode ocorrer qualquer limitação das Rés em exercer o direito de contratar parcerias com as

empresas que melhor lhe convierem, quando não houver qualquer ofensa à legislação vigente. Neste sentido,

colacionam-se os seguintes julgados:

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"19076349 - SUBSTITUIÇÃO DE PLANO DE SAÚDE EMPRESARIAL NÃO HÁ COMO RECONHECER

AO TRABALHADOR O DIREITO ADQUIRIDO À USUFRUIR UM ESPECÍFICO PLANO DE SAÚDE,     

POIS ENSEJARIA, VIA REFLEXA, A OBRIGAÇÃO DA EMPRESA DE MANTER UM CONTRATO 

PERMANENTE COM O PLANO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA ORIGINALMENTE CONTRATADO, O       

QUE AFRONTA O PODER DIRETIVO DO                          

EMPREGADOR. Por óbvio, o poder judiciário não pode interferir nos limites normalmente aceitos como

decorrência do poder diretivo do empregador. Mais especificamente o poder de organização. Que,

assumindo os riscos do seu empreendimento, dirige e coordena o seu empreendimento empresarial visando a

obtenção de melhores rendimentos. Na hipótese em exame, a empresa migrou o trabalhador e todos os seus

dependentes para o plano sulamérica, contratado em substituição ao anterior, não se vislumbrando em tal

conduta, nenhuma ofensa à boa-fé objetiva, como alega o recorrente. (TRT 1ª R.; RO 0000458-

03.2012.5.01.0015; Sétima Turma; Rel. Des. Evandro Pereira Valadão Lopes; DORJ

12/07/2013)/Exclusividade Magister: Repositório autorizado On-Line do STF nº 41/2009, do STJ nº 67/2008

e do TST nº 35/2009."

"34095379 - ALTERAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE FORNECIDO AOS EMPREGADOS. A                               

substituição do plano de saúde, por si só, não configura alteração lesiva do contrato de trabalho, pois se

trata de decisão administrativa da empresa que, com certeza, se insere no seu poder diretivo. Evidentemente,

o novo plano contratado deve oferecer aos empregados cobertura equivalente à que era fornecida pelo

plano anterior, sob pena de configuração de alteração lesiva do contrato. (TRT 17ª R.; RO 68800-

02.2010.5.17.0012; Relª Desª Wanda Lúcia Costa Leite França Decuzzi; DOES 18/10/2012; Pág. 331/ Nota:

Repositório autorizado do STF nº 41/2009, do STJ nº 67/2008 e do TST nº 35/2009."

No caso em comento houve necessidade de contratação de outras operadoras de plano de

saúde para o atendimento da demanda de harmonização das condições de trabalho oferecidas aos

empregados de dois grupos distintos que se unem (Telefonica e GVT), de forma que para a alteração as

Rés ainda fizeram aprofundado estudo, que comprovou que não acarretaria em qualquer prejuízo

Prejuízos estes que nem mesmo oaos seus empregados, o que será demonstrado no tópico posterior.

Autor pôde citar em sua petição inicial.

Destarte, diante do que até aqui foi exposto, restou amplamente demonstrado que não estamos

diante de alteração unilateral lesiva, tampouco diante de violação do ACT 2014 / 2015, o que demonstra a plena

validade da alteração do plano de saúde, bem como da improcedência da ação.

DA AUSÊNCIA DE ALTERAÇÃO

CONTRATUAL LESIVA 468 da CLT

Ponderam as Reclamadas que o Direito do Trabalho é costumeiramente favorável às alterações

benéficas aos obreiros, de maneira que, inclusive, incentiva tal tipo de alteração.

Em que pese a alteração do plano de saúde não tratar de alteração contratual, importante fazer

algumas ponderações sobre o tema.Num. b5cc6c3 - Pág. 15Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO

https://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992

Pois bem, o artigo 468 da Consolidação das Leis do Trabalho prevê como exigência para a

alteração lícita do contrato a ausência de prejuízo, direto ou indireto, ao empregado, sob pena de nulidade da

cláusula infringente desta garantia.

Senão vejamos:

"Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas

condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou 

indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta

garantia."

Sobre a impossibilidade da ocorrência de prejuízos ao obreiro, Alice Monteiro de Barros entende

que:

"Prevalece [...] o resguardo do interesse obreiro ante o patronal, situando-se, em segundo

plano, até mesmo o ato volitivo do empregado, cujo assentimento a uma alteração

contratual que lhe é danosa nenhum efeito logra produzir. Emerge aí, com toda ênfase, o

caráter tutelar da lei trabalhista. (BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho. Região,

3. Recurso Ordinário. Vale-Transporte. Pagamento em espécie. Princípio da condição

mais benéfica. Artigo 468 da CLT. RO 00957-2008-06-03-00-3. Recorrente: Sindicatos

dos empregados de conselhos e ordens de fiscalização do exercício profissional em Minas

Gerais. Recorrido: Conselho Regional de Economia. Relator: Alice Monteiro de Barros.)"

Feitas tais ponderações, é também de se frisar que o j do empregador, ou seja, o poderus variandi

de direção pelo qual este pode alterar unilateralmente, dentro dos limites da lei, as condições de trabalho de seus

empregados, concebe uma exceção ao princípio da inalterabilidade contratual, o que se vislumbra no caso em

questão.

Ora, em decorrência do risco do empreendimento, o empregador, no exercício de seu poder

diretivo, pode variar algumas cláusulas contratuais de acordo com a situação econômica e os interesses

empresariais.

Ressalte-se que a alteração de operadora do plano de saúde dos empregados da Reclamada é uma

modificação corriqueira e incapaz de alterar substancialmente o contrato de trabalho, tendo o cunho de organização

objetiva do empreendimento.

Tanto assim é que a 4ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina

Processo n.º 0000767- 17.2013.5.12.0004) (TRT-SC), em ação similar ( reconheceu como legítima a

decisão de uma fábrica de peças de borracha de Joinville que alterou, de forma unilateral, o plano

de saúde oferecido aos seus funcionários.

A decisão foi publicada em 06.06.2014 no Diário Oficial do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª

Região.

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A empresa ora mencionada foi processada judicialmente por um trabalhador que se sentiu

prejudicado com a mudança, uma vez que o novo plano oferecido passou a exigir dos usuários uma coparticipação

de 50% sobre o valor das consultas médicas.

Em tal demanda, o empregado postulou pelo direito de voltar a usar o antigo convênio,

argumentando que a troca configurou alteração unilateral e lesiva do contrato de trabalho, ora proibida pela nossa

legislação.

Sopesando os argumentos das partes, os Desembargadores do 12º Tribunal Regional do

Trabalho mantiveram a decisão de 1ª Instância, entendendo que o poder de direção confere ao

, cujaempregador a liberdade de escolher a operadora e o tipo de plano oferecido aos funcionários

adesão ao convênio é voluntária.

Vejamos:

"Trata-se de faculdade do empregador proporcionar aos empregados plano de saúde. A alteração           

unilateral pode existir porque a concessão do plano de saúde tem natureza assistencial, e não salarial",

apontou a desembargadora , relatora do processo.  Mari Eleda Migliorini

Assim sendo, de acordo com tal entendimento, a Consolidação das Leis do Trabalho veda a

alteração de cláusulas do contrato laboral, e não a modificação de cláusulas do plano de saúde ofertado

pelo empregador.

E em tais termos o E. Tribunal concluiu:

"Se foi o empregador que se obrigou com a empresa prestadora do serviço, é dele a

iniciativa para rescindir com esta e firmar contrato com outra empresa. Não se pode

sequer cogitar que o empregado, terceiro na relação, se oponha a uma obrigação que não

fez parte",

Ante o exposto, sendo o plano de saúde um benefício concedido ao empregado pelo empregador,

decorre de seu a escolha da sociedade empresária com a qual deseja contratar o plano de assistênciajus variandi

médica que será oferecido aos empregados.

E nesta linha de raciocínio, de forma justa e brilhante, finalizou-se o acórdão: 

"O Contrato de Trabalho é um ajuste que liga uma pessoa física a outra pessoa física ou jurídica, em que o

primeiro se compromete na prestação dos serviços em favor do segundo, e o segundo se compromete a

efetuar pagamento de salário. Daí o seu caráter sinalagmático, ou seja, à obrigação de prestar serviço pelo

empregado corresponde à obrigação de pagar salário do empregador.

E dentre as obrigações legais que incumbem ao empregador não se encontra aquela que determina a

concessão de benefício de plano de saúde a seus empregados.

Por essa razão, trata-se de faculdade do empregador proporcionar aos empregados plano de saúde, o que é

decorrente de seu jus variandi, com fundamento em seu poder diretivo.

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Sendo assim, a alteração voluntária unilateral pode existir porque, como visto, a concessão de plano de

saúde tem natureza assistencial e não salarial.

Mas é claro, ora, se foi o empregador que se obrigou com empresa prestadora de serviço, é dele a iniciativa

para rescindir com esta efirmar contrato com outra empresa. Não se pode sequer cogitar que o empregado,

terceiro na relação, se oponha a uma obrigação que não fez parte.

Não se pode esquecer que a atitude da ré, de proporcionar aos seus empregados o plano de saúde, deve ser

aplaudida, principalmente na caótica situação vivida pela saúde pública no país, e contra ela não se pode

voltar."

Justamente por estar debatendo condições de trabalho que envolvem direitos individuais

heterogêneos, não há como dizer que na presente ação seja possível indicar alterações contratuais lesivas ao

conjunto dos empregados: isso teria que ser apurado caso a caso.

Diante do exposto, não há sequer se cogitar que ferido o princípio da inalterabilidade contratual

lesiva, pelo que se ratifica, pela improcedência!

DA AUSÊNCIA DE INCORPORAÇÃO DO PLANO

DE SAÚDE AO CONTRATO DE TRABALHO

Não é demais lembrar que a assistência médica prestada, no caso, sob a forma de pagamento do

plano de saúde aos trabalhadores abrangidos pelo sindicato autor, não tem caráter salarial. Inclusive, ao editar a Lei

nº 10.243/2001 o legislador fez constar no inciso IV do § 2º do artigo 458 da CLT que a utilidade concedida pelo

empregador a título de assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante

seguro-saúde, não é considerada como salário.

A jurisprudência dominante do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho é no sentido de que, por se

constituir mera liberalidade, o plano de saúde fornecido de forma gratuita pelo empregador não tem natureza

salarial. Nem poderia ser diferente, pois o fornecimento de assistência médico-hospitalar pelo empregador não é

realizada pelo trabalho desenvolvido pelo trabalhador, mas constitui-se um benefício de cunho social:

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 170, estabelece que a ordem econômica está

fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tendo por fim assegurar a todos existência digna,

conforme os ditames da justiça social. Estatui, ainda, que compete aos Poderes Públicos e a toda sociedade a

iniciativa de ações destinadas a assegurar à população os direitos relativos à saúde (art. 194). Segue-se, portanto,

que a ordem jurídica constitucional impõe à sociedade como um todo, aí incluídas as empresas, o dever jurídico

geral de colaborar com o Estado na concretização do direito à saúde.

Nessa linha de raciocínio, tem-se que a concessão de plano de saúde aos empregados representa

uma ação concreta da empresa com vistas a atender ao dever jurídico que lhe é imposto pela Constituição da

República. Assim, os benefícios proporcionados por essa atuação empresarial benemérita ostentam natureza

meramente assistencial, não se constituindo em salário `in natura', haja vista a ausência de caráter contraprestativo

no fornecimento da utilidade.

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Assim tem se manifestado o Tribunal Superior do Trabalho:

PLANO DE SAÚDE. SALÁRIO IN NATURA. INTEGRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. A Lei nº 10.243/01

alterou o artigo 458 CLT que passou a vedar a assistência à saúde como salário "in natura". Assim, diante da

vedação legal em considerar a assistência médica como salário in natura não há que se falar em violação dos

artigos 7º, VI da Constituição Federal, 2º, 9º, 444, 458, e 468 da CLT. Também não se constata a alegada

contrariedade à Súmula 241 do TST que versa sobre alimentação (TST - RR: 10217002620055090014,

Relator: Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: 09/09/2015, 3ª Turma, Data de 

Publicação: DEJT 18/09/2015)

Assim, não há que falar em alteração lesiva às condições contratuais originalmente ajustadas,

inexistindo ofensa à regra legal inscrita no art. 468, da CLT, sobretudo pelo fato de que o plano de saúde não é

salário, mas uma benesse fornecida pelo empregador.

Ainda, o plano de saúde fornecido pelo empregador, em regra, deriva de ajuste contratual com

terceiro (operadora do plano de saúde), não tendo o condão de incorporar-se ao contrato de trabalho de forma

imutável. Isso porque, existem inúmeras variáveis que podem ensejar a ruptura contratual entre a empresa

contratante e a empresa do plano de saúde, tais como desinteresse da fornecedora do serviço em manter o contrato

outrora entabulado, aumento considerável do preço do produto, o que pode gerar impossibilidade financeira da

contratante em manter o contrato, sobretudo quando o contexto econômico do pais passa por dificuldades

financeiras.

Desta forma, além de a alteração do plano de saúde não ter gerado nenhum prejuízo aos

empregados das Rés, tal benefício sequer foi incorporado ao salário e ao contrato de trabalho, o que enseja a

improcedência do pleito autoral.

TEORIA DO CONGLOBAMENTO

As Reclamadas estão em tratativas para finalizar as negociações do acordo coletivo 2015/2016.

Como é de praxe, negocia com todos os Sindicatos do Brasil, em duas mesas distintas, lideradas cada uma delas,

por uma específica Federação - Fenattel e Fitratelp. O SINTTEL/BA integra a FENATTEL.

As negociações, em âmbito nacional, ao longo dos anos, encerram- se com sucesso por meio de

propostas construídas pelas partes, sempre discutidas nacionalmente no âmbito de cada Federação, e são aplicadas

sobre os acordos locais, que possuem suas peculiaridades.

Tendo em vista a união entre a Telefônica e a GVT, em âmbito nacional, estabeleceu-se, por parte

patronal, a necessidade de construir propostas que contemplem as realidades das duas empresas, observando-se o

Princípio do Conglobamento.

Com relação ao assunto, oportuno trazer a conceituação dada por Dânia Fiorin Lonhi Longhi[1]

(2009, p. 93):

"A teoria do conglobamento pode ser conceituada como um método de interpretação utilizado na existência

de conflitos entre normas a serem aplicadas ao contrato individual do trabalho, na qual o princípio daNum. b5cc6c3 - Pág. 19Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO

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norma mais favorável que é o que solucionará a questão, é aplicado no conjunto, não permitindo o 

fracionamento (...)"

A respeito do tema, o Tribunal Superior do Trabalho entende que:

REAJUSTES E ABONO ESTABELECIDO EM CONVENÇÃO COLETIVA E NÃO                                             

RATIFICADOS EM ACORDO COLETIVO. OBSERVÂNCIA DO ART. 620 DA CLT E APLICAÇÃO DA  

TEORIA DO CONGLOBAMENTO. I - O acordo coletivo, em razão de sua especificidade em relação aos

empregados da empresa, deve ser preservado, pois é celebrado dentro de um contexto de concessões mútuas,

no pleno exercício de autonomia negocial coletiva pelos sindicatos profissionais, que não pode ser

desconsiderada, sob pena de frustração da atuação sindical na tentativa de autocomposição dos interesses

coletivos de trabalho. II - Na interpretação dos ajustes coletivos prevalece o princípio do conglobamento,

segundo o qual as normas coletivas devem ser observadas em sua totalidade e não isoladamente, pois, na

negociação coletiva, os empregados obtêm benefícios mediante concessões recíprocas, sendo vedado

.aplicar, entre as disposições acordadas, apenas o que for mais benéfico aos trabalhadores

3. É inviável a aplicação em parte da Convenção Coletiva, conjugando-se com o acordo coletivo firmado

pela categoria, como feito pelo acórdão recorrido. O art. 620 da CLT não autoriza tal procedimento,

devendo ser interpretado como determinante da aplicação da norma mais favorável em seu conjunto, e não

de forma parcelada. Esse tem sido o entendimento do TST, conforme os precedentes citados. Recurso

conhecido e desprovido. (Tribunal Superior do Trabalho, processo 0000638-21.2008.5.15.0066, 4ª Turma,

Relator Ministro Barros Levenhagem, Publicação: 07/12/2012).

Assim, conclui-se com tranquilidade que a Teoria do Conglobamento não admite a aplicação de

cláusulas coletivas coexistentes de forma pinçada de um e de outro instrumento coletivo, mas de um só em seu

conjunto.

Ou seja, há de se levar em consideração o aspecto geral da norma, e não uma ou outra disposição de

cada, já que o instrumento coletivo como um todo foi fruto de ampla negociação coletiva, onde as partes

envolvidas, ao entabular as cláusulas, , decederam de um lado para receberem em contrapartida de outro

forma a melhor amoldarem-se as cláusulas entabuladas à concreta realidade da relação entre os interessados.

Referente à aludida teoria, significativo citar a emblemática lição do Exmo. Sr. Ministro Maurício

Godinho Delgado:

"A teoria do conglobamento é certamente a mais adequada à operacionalização do critério hierárquico 

normativo preponderante no Direito do Trabalho. A seu favor tem a virtude de não incorporar as apontadas

distorções da teoria da acumulação, além de ser a única teoria a harmonizar a flexibilidade do critério

hierárquico justrabalhista com a essencial noção de sistema inerente à idéia de Direito - e de ciência.

A superioridade da orientação teórica do conglobamento fez com que o próprio legislador claramente se

reportasse a essa orientação, em situação de conflito de normas jurídicas. De fato, a Lei nº 7.064/82, que

dispõe sobre a situação de trabalhadores brasileiros contratados ou transferidos para prestarem serviços no

exterior, socorreu-se da teoria do conglobamento no contraponto entre a lei territorial externa e a lei

brasileira originária. Observe-se, nessa linha, o texto do art. 3º, III, do mencionado diploma legal: 'a

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aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o 

disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em

relação a cada matéria'. (...).

Ressalte-se, por fim, que o parâmetro para se proceder à comparação da norma mais favorável não será o

indivíduo, tomado isoladamente, mas a coletividade interessada (categoria, por exemplo) ou o trabalhador

objetivamente considerado como membro de uma categoria ou segmento, inserido em um quadro de     

natureza global. Como se nota, também por esse aspecto, o critério do conglobamento emerge como o mais   

adequado na dinâmica de apreensão da norma trabalhista mais favorável" ("Curso de Direito do Trabalho",

LTr, 2ª Edição, p. 182). 

No atual mundo de economia é globalizada, a Teoria do Conglobamento se faz ainda mais

necessária, pois recomenda ao Operador Jurídico que busque a regra mais favorável nos termos anteriormente

expostos, mas com foco no conjunto de institutos componentes do sistema.

Assim, devem ser considerados os benefícios obtidos por uma categoria profissional no conjunto de

preceitos, não podendo a análise ser feita de forma isolada.

As propostas patronais apresentadas em mesa contemplaram, sempre, essa realidade, conforme se

pode aferir nas atas a apresentações anexas. A dinâmica da negociação, liderada por duas federações, permaneceu a

mesma.

Foram iniciadas as negociações, conforme as atas de reunião anexas, sempre com a finalidade de

compor as cláusulas entre as partes, sem necessidade de qualquer intervenção do judiciário.

A análise da documentação anexada à esta defesa comprova sua boa vontade para finalizar a

negociação de maneira satisfatória a todos os envolvidos, visando, inclusive, o respeito à aludida teoria.

Nesta senda, o novo regulamento empresarial relativo ao plano de saúde dos empregados das

Reclamadas expandiu os benefícios até então concedidos. E em que pese as operadoras de plano de saúde terem

sido modificadas, . No caso dos autos, não houve prejuízos aosos benefícios foram comprovadamente alargados

trabalhadores, uma vez que as alterações realizadas não representou nenhuma modificação prejudicial, muito pelo

contrário, lograram benesses que anteriormente não eram concedidas.

Assim, evidente que a pretensão desta demanda esbarra no princípio do conglobamento, segundo o

qual não se pode pinçar de normas distintas o que melhor atende a uma parte, criando uma terceira norma mais

benéfica; deve-se observar uma norma em seu conjunto.

Desta forma, qualquer análise comparativa de diferentes fontes de direito, nas quais se incluem a

negociação coletiva e os regulamentos empresariais, deve ser feita considerando as normas de um modo geral, o

conjunto das disposições analisadas.

DO COMPARATIVO ENTRE OS PLANOS DE SAÚDE DA NORMA MAIS FAVORÁVEL

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Além dos argumentos até então expostos pela Ré, necessário se faz demonstrar o comparativo

benéfico entre os planos de saúde objeto da presente discussão.

Conforme já explanado, ainda que a alteração discutida nos presentes autos tivesse alterado as

normas contratuais até então existentes, não se pode negar, que no caso em comento, não se pode realizar uma

interpretação gramatical do artigo 468 da CLT. Conforme exposto alhures, no caso dos autos, há necessidade de se

imputar a interpretação restritiva da referida norma.

Ora, não se pode dizer que as novas regras quanto ao plano de saúde trouxeram malefício

aos trabalhadores, posto que se realizou um balizamento das condições até então implementadas,

sobretudo pela reestruturação empresarial decorrente da união das empresas GVT e Telefônica, no

sentido de melhor atender os trabalhadores que integraram a referida fusão.

Neste sentido, não haveria espaço, com a interpretação gramatical do artigo 468, para perquirir o

conceito de benefício e malefício no caso dos autos. 

A análise da norma mais favorável em termos de direitos coletivos, diz respeito a saber se

cada empregado tem direito a exigir seu ponto de vista isolado. No caso nos autos, ainda que o Sindicato

Autor tenham se mostrado insatisfeitos com a nova sistemática adotada pela empresa, para a maioria dos

sindicatos, sem dúvidas a medida foi acertada, que além dos planos serem equivalentes, concedeu

inúmeros outros benefícios.

Desta forma, não se vislumbra que a nova regulamentação da empresa deixou de observar

os preceitos mínimos presentes na legislação trabalhista e demais instrumentos normativos, bem como

normas de ordem pública a respeito. O que se fez foi adequar o benefício em comento a nova estrutura

empresarial, decorrente da união das empresas.

Com o plano de saúde antigo, se um empregado da Bahia ou seu dependente estivesse na

cidade de São Paulo, por exemplo, e precisasse ser atendido em uma emergência médica neste local, não

conseguiria ser atendido imediatamente, visto que antigo plano contratado somente atende no Estado da

Bahia.

Já no que tange aos novos planos de saúde, são oferecidos em âmbito nacional, de forma que na

necessidade de atendimento de urgência os empregados das Rés serão imediatamente atendidos, independentemente

do local em que se encontre dentro do território nacional.

Com a migração para os novos planos, houve um ganho elevado quanto às redes credenciadas

(documentos anexo), com considerável aumento no número de hospitais conveniados e prontos para atender os

colaborados das Reclamadas em todo o território nacional.

Diante disso, indubitável as melhorias ocorridas, eis que além do aumento na qualidade dos

serviços prestados, houve também ampliação no atendimento.

Na nova sistemática, além dos novos planos ampliarem os credenciados a nível estadual, agora o

segurado tem a possibilidade de ser atendido por inúmeros profissionais não apenas na Bahia, mas também em

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todos os outros Estados da federação, com melhores condições técnicas de tratar problemas de saúde que

demandam melhor especialidade.

Com relação a coparticipação e franquia, é possível perceber que não houve mudança. Para

consultas eletivas, consultas em pronto socorro e exames simples, a coparticipação permaneceu 20% e paras as

terapias permaneceu 10%, vejamos:

 

TELEFONICA - ANTIGO   TELEFONICA - ATUAL

                     

CENÁRIO

ATUAL  BRADESCO UNIMED   BID SAÚDE   AMIL CNU

                     

Coparticipação e

Franquia

  ProcedimentoCoparticipação/

Franquia 

Coparticipação

e Franquia

  ProcedimentoCoparticipação/

Franquia

 

20%

Consultas eletivas    

20%

Consultas

eletivas

  Consultas em

Pronto Socorro    Consultas em

Pronto Socorro

  Exames Simples     Exames Simples

  10% Terapias     10% Terapias

 

A coparticipação não é paga no ato da realização dos procedimentos, sendo que o seu valor

é descontado em folha de pagamento.

Quanto às questões de reembolso, cumpre ressaltar que em decorrência do grande número

de médicos e hospitais que passaram a atender os trabalhadores das Rés, sem dúvida serão bem menos

recorrentes. Isso porque a rede hospitalar e médica anteriormente conveniada eram menores, obrigando o

segurado, muitas vezes, buscar profissionais de clinicas particulares.

O reembolso é utilizado quando o prestador não é credenciado na rede da operadora. O

colaborador efetua o pagamento ao prestador e posteriormente encaminha o recibo diretamente a

operadora para solicitação de reembolso conforme tabela.

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Quanto às consultas, percebe-se que o plano Amil, por exemplo, concede reembolso a

todos os níveis, beneficiando a todos os empregados. A CNU possui também reembolsos e em valores

maiores que aqueles fornecidos anteriormente.

 

Reembolso   BRADESCO UNIMED   Reembolso   AMIL CNU

                     

Consultas           Consultas        

Nivel 1 -Enf.

     BÁSICO 

                              65,00

  Nivel 1 -Enf.

   AMIL 20                          68,40

                                                       -  

Nivel 2 -Apto

   TNQ2 

                                  87,38

PRÁTICO                             65,00

  Nivel 2 -Apto

   AMIL 40                             68,40

                                                       -  

Nivel 3 -Apto

     VERSÁTIL 

                         130,00

  Nivel 3 -Apto

   LINCX                               174,00

                                              210,00

Nivel 4 -Apto

          Nivel 4 -Apto

   ONE BLACK                      501,00

                                              560,00

 

 

Além disso, com os novos planos, diferentemente do que ocorria anteriormente, todos os

níveis do plano Amil possuem valor de reembolso, seja para parto normal, parto cesária, ressonância

magnética de crânio, terapia, tomografia e US obstétrico. Quem optar pelo CNU, os reembolsos serão

bem mais vantajosos que os dos planos anteriores.

 

Reembolso   BRADESCO UNIMED   Reembolso   AMIL

Parto Normal         Parto Normal    

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Nivel 1 -Enf.

                                               1.521,00

 Nivel 1 -Enf.

                                           1.279,08

Nivel 2 -Apto

                                          4.416,59

                                          1.521,00

  Nivel 2 -Apto

                                            1.279,08

Nivel 3 -Apto

                                               3.042,00

  Nivel 3 -Apto

                                             2.719,23

Nivel 4 -Apto

          Nivel 4 -Apto

                                            6.570,50

                   

PartoCesária

          PartoCesária

     

Nivel 1 -Enf.

                                               1.599,00

  Nivel 1 -Enf.

                                           1.470,60

Nivel 2 -Apto

                                          4.416,59

                                          1.599,00

  Nivel 2 -Apto

                                            1.470,60

Nivel 3 -Apto

                                               3.198,00

  Nivel 3 -Apto

                                             3.928,05

Nivel 4 -Apto

          Nivel 4 -Apto

                                            9.481,50

                   

Ressonância Magnética de Crânio     Ressonância Magnética de Crânio

Nivel 1 -Enf.

                                               1.261,26

  Nivel 1 -Enf.

                                              734,80

Nivel 2 -Apto

                                          1.098,52

                                          1.261,26

  Nivel 2 -Apto

                                               734,80

Nivel 3 -Apto

                                               2.522,62

  Nivel 3 -Apto

                                            3.540,32

Nivel 4 -Apto

          Nivel 4 -Apto

                                            3.662,40

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Terapia           Terapia      

Nivel 1 -Enf.

                                                            -  

  Nivel 1 -Enf.

                                                 28,44

Nivel 2 -Apto

                                                46,20

                                                       -  

  Nivel 2 -Apto

                                                  28,44

Nivel 3 -Apto

                                                 

-                 Nivel 3 -

Apto                                               

144,33

Nivel 4 -Apto

                                                            -  

  Nivel 4 -Apto

                                               149,31

                   

Tomografia           Tomografia      

Nivel 1 -Enf.

                                                  511,02

  Nivel 1 -Enf.

                                              290,99

Nivel 2 -Apto

                                              502,37

                                             511,02

  Nivel 2 -Apto

                                               290,99

Nivel 3 -Apto

                                               1.022,05

  Nivel 3 -Apto

                                            1.427,20

Nivel 4 -Apto

          Nivel 4 -Apto

                                            1.476,41

                   

US Obstétrico         US Obstétrico    

Nivel 1 -Enf.

                                                     94,69

  Nivel 1 -Enf.

                                                 54,52

Nivel 2 -Apto

                                              104,67

                                                94,69

  Nivel 2 -Apto

                                                  54,52

Nivel 3 -Apto

                                                  189,37

  Nivel 3 -Apto

                                                267,74

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Nivel 4 -Apto

          Nivel 4 -Apto

                                               276,97

                     

 

Diante do exposto, não se pode afirmar que houve prejuízo aos segurados quanto aos

reembolsos, visto que todos os colaboradores terão direito aos reembolsos.

Quanto as acomodações, percebe-se que nada foi alterado, pois o Nível 1 permanece em enfermaria

e os demais em apartamento, ou seja, nenhuma alteração.

Segue ainda abaixo a descrição de cada produto da Amil com as suas particularidades:

 

  Planos Produto Descrição - AMIL

 

Plano 01 AMIL 20 Rede de atendimento com abrangência Nacional; Segmentação assistencial

Ambulatorial + Hospitalar com Obstetrícia (parto); acomodação Quarto Coletivo;    

Reembolso

- um vírgula nove (1,9) vezes para consultas.

 

Plano 02 AMIL 40 Rede de atendimento com abrangência Nacional; Segmentação assistencial

Ambulatorial + Hospitalar com Obstetrícia (parto); acomodação Quarto Privativo;  

Reembolso

- um vírgula nove (1,9) vezes para consultas. 

Plano 03 LINCX LT3 Produto da Linha Premium - Segmentação assistencial Ambulatorial + Hospitalar com

Obstetrícia, rede credenciada do orientador médico LINCX, abrangência geográfica

nacional, acomodação quarto privativo, com direito a acompanhante, com reembolso de

múltiplos da Tabela LINCX de Reembolso - até duas vírgula nove (2,9) vezes para

consultas. Assistência Viagem Internacional com valor de US$ 100.000,00 para

urgências e emergências médicas no exterior. Serviços de Courier para agilidade na

entrega de recibos e documentos para solicitação de reembolso; Agendamento de

consultas e exames por meio de nossa Central de Atendimento 24 Horas; vacinas

conforme Calendário do Ministério da Saúde; Escleroterapia limite de 12 sessões por

ano; RPG limite 40 sessões por ano; Resgate Saúde; Nurseline - equipe enfermagem

24h.

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Plano 04 ONE BLACK T2 Produto da Linha Premium -Segmentação assistencial Ambulatorial + Hospitalar com

Obstetrícia, rede credenciada do orientador médico ONE HEALTH, abrangência

geográfica nacional, acomodação quarto privativo com direito a acompanhante.

Reembolso de múltiplos da Tabela ONE HEALTH - até oito vírgula trinta e cinco

(8,35) vezes para consulta. Coleta Domiciliar de Exames clínicos; Assistência Viagem

Internacional com US$ 300.000,00 para urgências e emergências médicas no exterior e

US$ 100.000,00 para práticas esportivas. Serviços de Courier para agilidade na entrega

de recibos e documentos para solicitação de reembolso; Agendamento de consultas e

exames por meio de nossa Central de Atendimento 24 Horas; vacinas conforme

Calendário do Ministério da Saúde; Escleroterapia limite de 12 sessões por ano; RPG

limite 40 sessões por ano; Resgate Saúde; Nurseline - equipe enfermagem 24h;

Programa One Care; Salas One* nos hospitais Albert Einstein (24 horas) e

Sírio-Libanês (em horário comercial). Transplantes além do Rol ANS: coração, pulmão,

fígado e pâncreas, Rede One Black SP - médicos especialistas exclusivos.

           

 

Diante de tais argumentos, não se constata qualquer prejuízo aos empregados, razão pela qualquer

os pedidos consignados na inicial devem ser julgados improcedentes.

IMPUGNAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO ACOSTADA PELO AUTOR

A documentação acostada pelo autor, quando não comprova os termos da presente defesa,

resta impugnada. Documentos somente poderiam ser aceitos se observada a formalidade do art. 830, da

CLT. Todos os de caráter unilateral não se prestam a nenhum fim probatório, salvo quando confirmam o

teor da presente defesa.

Ficam impugnados os documentos juntados pelo autor que não contiverem qualquer

chancela da reclamada e tampouco apresentarem identificação de quem tenha sido seu emitente, diante da

impossibilidade de certificação acerca da veracidade de seu conteúdo.

Especificamente, a Ré impugna os documentos de fls. 158 e 159 por não ser documento

hábil a comprovar a suposta campanha para adesão aos novos planos de saúde, são incapazes de

comprovar as alegações autorais.

Desta forma, nenhum documento apresentado pelo autor tem o condão de provar as suas

alegações. Competia ao reclamante, nos termos do artigo 787 da CLT, instruir a petição inicial com os

documentos indispensáveis para fundamentar a propositura da ação. Assim, se não foram trazidos aoNum. b5cc6c3 - Pág. 28Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO

https://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992

presente feito documentos imprescindíveis para provar suas alegações, assim como foram colacionados

documentos impertinentes e descabidos, que nada provam em seu favor, os pedidos neles fundados não

lhe podem ser deferidos.

DOS DOCUMENTOS DA RECLAMADA

Além dos documentos juntados com a defesa, será apresentado em audiência mídia eletrônica

contendo documentos com tamanho não suportado pelo PJE, cuja divisão causaria prejuízo ao bom entendimento

do conteúdo. Desde já se requer o deferimento da juntada da mídia.

DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS JUNTADOS COM A DEFESA

Afirma a Ré que todos os documentos juntados com a peça de defesa são autênticos, de acordo com

o permissivo do art. 830 da CLT.

DOS PEDIDOS

À vista do exposto, requerem as Reclamadas:

1.    Sejam acolhidas as preliminares arguidas, julgando o feito extinto sem apreciação do mérito;

2.    A produção de provas, especialmente apresentação de novos documentos ou daqueles que se

fizerem necessários ao contraditório;

3.    Seja acatada a contestação, com a consequente rejeição de todos os pleitos propostos pelo

Sindicato.

4.    A rejeição do pedido de honorários advocatícios, eis que não existe fundamento para a sua

concessão.

DAS PROXIMAS NOTIFICAÇÕES E PUBLICAÇOES

Por fim, requer ainda, que todas as publicações eletrônicas, principalmente as enviadas para o Diário

Eletrônico da Justiça do Trabalho referente a este processo sejam feitas (nosEXCLUSIVAMENTE

termos da súmula 427 do C.TST) em nome de comOTAVIO PINTO E SILVA, OAB/SP 93.542 - 

escritório na Rua Tabapuã, nº 81, 4º andar, Itaim BIbi , São Paulo - SP, Brasil - CEP 04533-010, sob pena

.de nulidade absoluta

Termos em que

Num. b5cc6c3 - Pág. 29Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTROhttps://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992

Pede deferimento.

São Paulo, 29 de março de 2016.

 

CARLOS FERNANDO SIQUEIRA CASTRO

OAB/BA Nº 17.766

 

OTAVIO PINTO E SILVA

OAB/SP nº 93.542

 

FABIANA GALDINOOAB/BA 22.164

 

 

ALESSANDRA TRABUCO

OAB/SP 181.456

 

NEIVA MARCELLE HILLER

OAB/SP 352.113

 

TATIANA DURAND COELHO

OAB/SP Nº 333.857

 

VIVIAN FREIRE ALVES BRENTARI

OAB/SP 318.378

Num. b5cc6c3 - Pág. 30Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTROhttps://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992

[1] LONGHI, Dânia Fiorin. Teoria do Conglobamento: conflito de normas no contrato de trabalho. São Paulo: LTr, 2009.

 

 

Num. b5cc6c3 - Pág. 31Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTROhttps://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992