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Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região - 1º GrauPJe - Processo Judicial EletrônicoConsulta Processual
27/06/2016
Número: 0001446-41.2015.5.05.0004Data Autuação: 21/12/2015
Classe: AÇÃO CIVIL COLETIVAValor da causa: R$ 32.308,00
Partes
Tipo NomeAUTOR SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TELECOMUNICACOES NO E BAADVOGADO ANTONY DE TEIVE E ARGOLO - OAB: BA14988RÉU TELEFONICA BRASIL S.A.ADVOGADO CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO - OAB: BA17766ADVOGADO CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO - OAB: TO5425ADVOGADO FABIANA GALDINO COTIAS - OAB: BA22164
Documentos
Id. Data de Juntada Documento Tipo
b5cc6c3
29/03/2016 20:17 CONTESTAÇÃO Contestação
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 04ª VARA DO TRABALHO DE SALVADOR - BA
Ação Civil Coletiva Nº 0001446-41.2015.5.05.0004
TELEFÔNICA BRASIL S/A, empresa inscrita no CNPJ sob nº 02.558.157/0001-62, com sede na
Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, n° 1376, Cidade Monções, CEP 04571-936, São Paulo - SP, doravante
denominada Ré, pelos procuradores que a esta subscrevem, vem com o devido respeito à presença de Vossa
Excelência, apresentar sua
CONTESTAÇÃO
em face da Ação Coletiva com Pedido de Antecipação da Tutela Jurisdicional movida pelo
, pelosSINDICATO DOS TRABALHADORES EM TELECOMUNICAÇÕES DA BAHIA - SINTTEL-BA
fatos e fundamentos que passa a expor:
DAS ALEGAÇÕES CONTIDAS NA PEÇA INICIAL
Sustenta o Sindicato autor que a Ré definiu, unilateralmente, que a partir de janeiro de
2016 fará a alteração dos planos de saúde até então fornecidos aos trabalhadores, bem como das
respectivas operadoras. Afirma que a conduta da Ré encontra óbice no Acordo Coletivo de Trabalho
2014/2015, na Cláusula 41ª.
Neste contexto requereu, em síntese:
- Deferimento de tutela antecipada para determinar que a Reclamada
abstenha de alterar os atuais planos de saúde dos substituídos e as
respectivas operadoras dos referidos planos, sem a prévia negociação e
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entendimento com o sindicato, bem como abstenha de realizar práticas
atentatórias aos direitos dos empregados, sob pena de multa diária;
- Em sentença, seja confirmada a liminar concedida em antecipação de
tutela;
- Pagamento de honorários advocatícios;
Deu a causa o valor total de R$ 32.308,00.
Nesse enlace, a Ré demonstrará nas linhas seguintes que o Sindicato autor altera a verdade
dos fatos para pleitear direitos que sabe não fazer jus.
I - DEFESA PROCESSUAL
PRELIMINARES DE MÉRITO
Extinção do feito. Carência de ação
Por falta de interesse de agir
O acesso à prestação jurisdicional se justifica quando existente uma ameaça ou lesão a
direito ou prerrogativa jurídica, de modo que a atuação jurisdicional tenha uma finalidade e utilidade.
Sendo assim, ainda que o direito à ação se revele como um direito abstrato e decorrente do
exercício dessa prerrogativa constitucional, necessária e obrigatoriamente deve ocorrer uma ameaça ou
lesão a um potencial ou presente direito e/ou prerrogativa jurídica.
Insta primeiramente esclarecer que o Sindicato autor ingressou com esta ação em
, momento em que a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de21/12/2015
Telecomunicações - FENATTEL, já havia aprovado a proposta do Acordo Coletivo 2015/2016.
Importante informar que o SINTTEL-BA é filiado ao FENATTEL.
Conforme documento anexo, no dia , a FENATTEL enviou à Ré documento15/12/2015
informando que em assembleias realizadas com os trabalhadores, nos Estados representados pela
FANATTEL - em que está incluído o Estado da Bahia - houve a aprovação por maioria dos votos e de
Estados da proposta apresentada pelas empresas.
Em outras palavras, a grande maioria dos Estados abrangidos pela FENATTEL aprovou a
proposta apresentada pela Ré, sendo que o Sindicato autor foi um dos poucos sindicatos que discordou da
proposta.
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Dentre as disposições constantes na proposta aprovada, consta cláusula que aborda,
expressamente, a alteração dos fornecedores dos planos de saúde, vejamos:
CLÁUSULA 12ª - ASSISTÊNCIA A SAÚDE - EMPREGADOS DE ORIGEM VIVO 1
(...)
Parágrafo Décimo - Em virtude da troca do fornecedor do benefício a partir de 1º de janeiro de 2016, que
contou com a anuência do , as estabelecem a criação imediata de uma ComissãoSINDICATO PARTES
Paritária, composta por integrantes das , para discussão da possibilidade de melhorias no desenhoPARTES
do plano, na rede credenciada e na operacionalização deste benefício.
Percebe-se, portanto, O.que foi anuído a alteração de fornecedores dos planos de saúde
que cabe agora é a participação do Sindicato autor na discussão da possibilidade de melhorias no desenho
do plano, na rede credenciada e na operacionalização deste benefício.
Desta forma, mesmo que o sindicato autor não tenha votado no sentido de aprovar a
proposta apresentada pela empresa e, consequentemente, com aalteração de fornecedores dos planos de
, deve acatar o decidido pela maioria dos trabalhadores e sindicatos abrangidos pela .saúde FENATTEL
Assim, a eficácia do acordo coletivo realizado no âmbito da FENATTEL abrange e obriga
todos os empregados das entidades sindicais abrangidas pela referida federação. Assim, se a deliberação
na federação se deu de forma regular, mediante observância tanto da convocação dos seus membros,
quanto do quórum, irrepreensível a aprovação da proposta apresentada pela Ré, não há que falar em
inobservância do Sindicato discordante quanto ao deliberado.
O que não se pode admitir é a propositura de ação coletiva com o objetivo de tratar de
matéria já superada por acordo coletivo, realizada com base em proposta devidamente aceita pela maioria
dos empregados e sindicatos abrangidos pela federação.
Diante disso, denota-se evidente ausência de interesse de agir do Sindicato Autor, posto
que a matéria suscitada nesta ação foi devidamente superada no âmbito da FENATTEL, cabendo ao
Autor de se submeter ao decidido pela maioria, mesmo que não concorde com o teor aprovado.
Ademais, ainda que se pudesse analisar o mérito de suas postulações, elas esbarrariam no
, pois nada se demonstrou que pudesse autorizar tratamento de exceção.princípio da isonomia
Posto isso, deve o processo sem extinto, sem resolução do mérito, por inexistência do
interesse de agir, com, fundamento nos arts. 267, inc. VI e 295, inc. III do Código de Processo Civil.
Por fim, deve o Sindicato Autor ser condenado as penas de litigância de má-fé, nos termos
dos arts. 16 a 18 do CPC, por alterar a verdade dos fatos.
Manifesta, assim, a litigância de má-fé, a deslealdade processual, o ato atentatório à
dignidade da justiça, uma vez que o Autor, sabedor que a matéria já havia sido superada no âmbito da
FENATTEL, ajuizou esta demanda.
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DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA
O Autor requereu, liminarmente, a concessão da tutela antecipada para determinar que a Ré
abstenha-se de alterar os atuais planos de saúde dos substituídos e as respectivas operadoras dos planos de
saúde, sem a prévia negociação e entendimento com o sindicato, bem como abstenha de realizar práticas
atentatórias aos direitos dos empregados, determinando-se que sejam observadas/cumpridas fielmente
todas as demais disposições conferidas pela , garantindo a preservação ecláusula 41ª do ACT 2014/2015
manutenção de todas as condições previstas nos Planos de Saúde atualmente assegurados aos substituídos
pelas operadoras e .BRADESCO SAÚDE UNIMED SEGUROS
Em este juízo acolheu o pedido de antecipação de tutela formulado pelo 22/12/2015
Sindicato autor e, no caso de inobservância da liminar deferida pela Ré, a aplicação de multa diária no
valor de , para cada empregado/substituído atingido pelo descumprimento das obrigaçõesR$ 100,00
impostas.
Contudo, Excelência, conforme explicado anteriormente, no dia a FENATTEL15/12/2015
deu ciência à Ré quanto a aprovação da proposta do acordo coletivo 2015/2016. Diante disso, não há
razões de existir a ação proposta e, caso não seja este o entendimento, o que se argui apenas por cautela,
deve a liminar ser extinta, pois há aprovação formal dos trabalhadores e sindicatos da referida federação
para que seja realizada a alteração dos planos de saúde.
Denota-se, ainda, que o Autor distanciou-se da realidade dos fatos e induziu este d. Juízo a
erro, pois inexiste justificativa que assegure o direito pleiteado nesta ação. Neste contexto, além de
cassada a liminar deferida, deve o Sindicato autor ser condenado as penas de litigância de má-fé, nos
termos dos arts. 16 a 18 do CPC, por alterar a verdade dos fatos.
Para apresentar caso similar e para efeitos comparativos, cumpre informar, que no âmbito
da (Federação composta pelos Sindicatos da categoria profissional do DF, MG, RS, PB, PI,FITRATELP
MA, PA e SE), foi decidido APROVAR, no dia , a proposta da empresa, acerca do04 de março de 2016
Acordo Coletivo de Trabalho com vigência 2015/2016, autorizando aos sindicatos assinar o acordo
coletivo.
Na proposta consta que a sua aprovação implica em anuência dos sindicatos à alteração
do plano nela tratados, bem como da desistência de todas as ações coletivas movidas pelos
.sindicatos com este objeto
Além disso, em processo movido pelo SINTTEL-MG em face TELEFONICA BRASIL
S.A., SP TELECOMUNICACOES PARTICIPACOES LTDA. e TELEFONICA DATA S.A. (
0011383-08.2015.5.03.0012), o representante do referido sindicato, André Venturini, encaminhou e-mail
aos representantes da Ré solicitando que esta peticionasse nos autos requerendo a extinção do processo,
em razão de ter sido aprovada proposta da empresa acerca do Acordo Coletivo de Trabalho, vigênciaa
2015/2016 - documentos anexo.
Assim, naqueles processos em que os sindicatos abrangidos pela FITRATELP não
manifestaram a desistência dos processos, a Ré vem peticionando requerendo o fim das demandas.Num. b5cc6c3 - Pág. 4Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO
https://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992
Diante disso, denota-se que as tratativas realizadas tanto no âmbito da FITRATELP como
no âmbito da FENATTEL, convergiram ao fim as demandas coletivas até então propostas.
Deste modo, não há que se permitir que ação proposta após a aprovação da proposta do
acordo coletivos 2015/2016 da FENATTEL seja processada e julgada por qualquer, devendo ser extinta
sem resolução do mérito.
Por outro norte, no que tange a antecipação da tutela aqui discutida, oportuno salientar que
estão ausentes os pressupostos impostos pelo inciso I do artigo 273, do CPC para a concessão da tutela
antecipada (quais sejam, a prova inequívoca da verossimilhança de suas alegações e, ainda, a
possibilidade de vir o Reclamante a sofrer prejuízo irreparável ou de difícil reparação).
O Sindicato não demonstrou os requisitos legais para o deferimento da tutela pretendida,
ônus que lhe incumbia. Efetivamente, em nenhum momento o Autor demonstrou a existência de qualquer
risco de prejuízo irreparável ou de difícil reparação a ser causado na hipótese de se aguardar o julgamento
da questão.
Demais disso, importa também destacar que o primeiro e mais importante pressuposto para
a antecipação dos efeitos da tutela está por completo ausente no caso dos autos. Em verdade, exigiu o
legislador, para que pudesse o autor beneficiar-se de expediente que rompe com a ordem normal do juízo,
existência de prova inequívoca, suficiente à formação de juízo de verossimilhança acerca do quanto
alegado na petição inicial. Consoante entendimento apresentado pelo Superior Tribunal de Justiça, prova
inequívoca é apenas:
"Aquela a respeito da qual não mais se admite qualquer discussão" (STJ - 1a T., REsp. n. 113.368-PR,
Rel. Min. José Delgado in DJU n. 93, de 19/05/1997, p. 20.593)
Ocorre que na presente ação a alegação do Autor é claramente insubsistente, já que nem
sequer comprovou a verossimilhança acerca do quanto alegado na petição inicial. Não há, portanto, como
falar-se em prova inequívoca, pelo que não existe o direito que supostamente referendaria a pretensão
ajuizada. Até porque, a documentação encartada à petição inicial não se traduz em prova segura, evidente
e robusta a amparar a concessão da tutela antecipada. Inexiste prova inequívoca.
Também inexiste a caracterização de abuso de direito de defesa com manifesto propósito
protelatório praticado pela Ré.
Ressalta a Ré que ingressou com Mandado de Segurança, que tramita sob nº
1000165-92.2016.5.02.0000, que objetiva desconstituir a liminar deferida. Em decorrência do Agravo
Regimental apresentado, não há decisão transitado em julgado neste processo.
Diante de todo o exposto, requer seja reja reanalisada a liminar deferida e, por fim,
excluída.
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DA AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO
VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO - PEDIDOS DE NATUREZA HETEROGÊNEA E
PURAMENTE INDIVIDUAL
Cumpre ressaltar que o Autor não está legitimado a propor a presente reclamação
trabalhista como substituto processual.
Isto porque, ao contrário do que entendeu a parte Autora, a CF/88 não autorizou o
Sindicato a atuar indiscriminadamente como substituto, o que se vislumbra no inciso III do art. 8º:
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;
Ora, é assente na doutrina e jurisprudência que a Carta Magna, no referido dispositivo, está a aludir
à , e não à . Tanto que a Súmula 310, do TST, não obstante tenha sido cancelada, erarepresentação substituição
correta em afirmar, sendo certo:
"I) O art. 8º, inciso III, da Constituição da República, não assegura a substituição processual pelo sindicato."
(negritamos)
Nos demais incisos do mesmo enunciado, o TST apontava, especificadamente, em que hipóteses
caberia a substituição, vale dizer, exclusivamente para o pleito de reajustes de determinados períodos. Confira-se:
II) A substituição processual autorizada ao sindicato pelas L. 6708, de 30.10.1979, e 7238, de 29.10.1984,
limitada aos associados, ,restringe-se às demandas que visem aos reajustes salariais previstos em lei
ajuizadas até 3 de julho de 1989, data em que entrou em vigor a L. 7788.
III) A L. 7788/89, em seu artigo 8º, assegura, durante sua vigência, a legitimidade do sindicato como
substituto processual da categoria.
IV) A substituição processual assegurada pela Lei n. 8073, de 30 de julho de 1990, ao sindicato alcança todos
os integrantes da categoria e é restrita às demandas que visem à satisfação de reajustes salariais
, resultantes de disposição prevista em lei de política salarial." (negritos nossos)específicos
E o verbete citado está em perfeita consonância com o art. 6º, do CPC supletivo, :verbis
Art. 6º Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.
A melhor doutrina, a exemplo do saudoso VALENTIN CARRION, leciona neste sentido, valendo
aqui transcrever trecho de sua obra:
Por isso, , com mandato legal presumido, ea expressão deve ser considerada simples representação
revogável, o que está de acordo com a sistemática do processo trabalhista, como se viu dos três
dispositivos legais mencionados acima. A grandeza e a generalidade da luta sindical prescindem da
necessidade de esmagar a vontade individual de algum trabalhador que queira ou necessite agir
diferentemente do conjunto de sua categoria ou em conflito com seu sindicato, e com prerrogativa de
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escolha de advogado. Por outros fundamentos, o processualista Ísis de Almeida chega, no principal, à
mesma conclusão, a de que (IV Congr. Bras. de DT e III de D.não há substituição, mas representação
Const. Do T). O TST suprimiu algumas indecisões pela Súmula 310. É lógica a afirmação de que a CF, art.
; (...) Em resumo: a) curvamo-nos à posição do TST, mas8 , III, não assegura a substituição processual
continuamos a entender que não há hipótese de substituição processual, mas de representação com
, em favor do sindicato, que tem legitimidade para representar qualquer membromandato presumido por lei
da categoria, associado ou não (...)" (destacamos)
Nesse sentido, vale a pena colacionar a ementa abaixo:
Ementa: SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. O Sindicato é parte legítima para, na qualidade de
substituto processual, ajuizar ação trabalhista visando tutelar direito coletivo ou individual homogêneo da
categoria (art. 8º, inciso III, da Constitucional Federal). Todavia, essa legitimação extraordinária não se
aplica à hipótese que envolva discussão sobre direitos que necessitam de apuração probatória
individualizada para cada substituído. 0020800-84.2008.5.05.0493, RecOrd, 023538/2009, Processo ac. nº
SÔNIA FRANÇA, 3ª. TURMA, 24/09/2009.Relatora Desembargadora DJ
Não cabe ao sindicato substituição processual ampla e irrestrita; os que adotam diretriz diversa
restringem a legitimação dos sindicatos às hipóteses de interesses difusos ou coletivos, excluídos sempre os
interesses individuais heterogêneos.
Expressiva corrente jurisprudencial repele o ajuizamento de reclamação trabalhista por entidade
sindical, restringindo o âmbito da substituição processual. De fato, permanecem intocadas as razões pelas quais a
substituição não pode ser ampla e irrestrita, como mostram os seguintes arestos:
Sindicato. Substituição processual. O sindicato é parte ilegítima para, como substituto processual, postular
diferenças salariais decorrentes do pagamento em valor inferior aos valores mínimos estabelecidos em
sentença normativa, uma vez que não está enquadrado nem no artigo 8º, inciso III, da Constituição Federal,
posto que este não conferiu substituição processual ampla, nem na Lei nº 7.238/84, posto que a reclamação
foi interposta em 1992 e nem na Lei nº 8.073/90, uma vez que a demanda não visa à satisfação de reajustes
salariais específicos resultantes de disposição prevista em lei de política salarial. Recurso de revista provido
para julgar o sindicato-reclamante carecedor do direito de ação. (TST - 1ª T - Ac. nº 4173/97; Rel. Min.
Lourenço Prado - DJ 01.08.97 - pág. 34309).
Preliminar de ilegitimidade ativa ad causam. A substituição processual é de natureza extraordinária e só
pode ocorrer na hipótese de existir a necessária previsão legal (art. 6º do CPC), como no caso dos arts. 195,
872, § 2º, CLT, (ação deparágrafo 2º, da CLT (reclamatória visando ao adicional de insalubridade);
cumprimento) e nas hipóteses preconizadas no Enunciado nº 310/TST. Porém, a hipótese dos autos não se
enquadra em nenhuma destas situações. Revista provida." (TST - 1ª T - Ac. nº 10439/97 - Relª. Minª. Regina
Rezende Ezequiel - DJ 05.12.97 - pág. 64276) (grifei)
A prevalecer a tese indicada nos arestos acima transcritos, forçosa será a extinção do processo sem
exame do mérito. E, ainda que assim não seja, ao mesmo resultado se chega por outro fundamento.
o
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Pretende o Autor, a manutenção do plano de saúde anteriormente praticado por alegar que a
alteração acarreta prejuízo, sem, contudo, nomear os substituídos e seus prejuízos para tanto.
Ou seja, cada empregado possui uma particular e individualizável relação jurídica de direito
material. Fácil concluir, portanto, pela natureza HETEROGÊNEA E PURAMENTE INDIVIDUAL dos direitos em
discussão, que impede o ajuizamento da ação pelo Sindicato, mesmo à luz do propalado art. 8º, n. III, da
Constituição.
Não se admite a tutela coletiva quando a solução da controvérsia não puder ser uniforme para todos
os pretensos beneficiários. No caso dos autos, embora haja aparente uniformidade no fundamento da ação, a
decisão poderá não julgar, de forma uníssona, a lide. Pelo contrário. O resultado dependerá do exame da situação
específica de cada um dos empregados. Em síntese, cada pretenso beneficiário possui particularidades que impedem
venha a adotada decisão única a todos os demais. Logo, não se pode falar em substituição processual. Aser
jurisprudência é uníssona:
Sindicato Substituição processual. O sindicato dos empregados tem legitimidade para ajuizar reclamação
trabalhista na condição de substituto processual, objetivando o cumprimento de direitos criados em nível de
política salarial ou norma coletiva, quando não existem questões fáticas que exijam comprovação." (TRT
2ª R 8ª T Ac. nº 2970155812 Relª. Wilma Nogueira da Silva DJSP 17.04.97 pág. 97)
Conclui-se que, não obstante a largueza com que se tem admitido a tutela dos direitos de
caráter coletivo, A SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL POR ENTIDADE SINDICAL NÃO DEVE
, cuja solução demande análiseSERVIR PARA POSTULAÇÃO DE DIREITOS HETEROGÊNEOS
caso a caso. Apenas os direitos difusos, coletivos ou, , individuais homogêneos -com muito boa vontade
o que, sem dúvida, não é o caso dos autos - podem ser debatidos. Não sendo coletivo o direito
controvertido, ainda que verse sobre todos os empregados de certa empresa, não cabe ao sindicato ajuizar
reclamação.
Como se não bastasse, O AUTOR NÃO DEMONSTROU POSSUIR AUTORIZAÇÃO
ESPECÍFICA DOS PRETENSOS SUBSTITUÍDOS PARA A PROPOSITURA DA PRESENTE AÇÃO.
Ausente, portanto, pressuposto de válido desenvolvimento regular do processo. Não custa sublinhar que a exigência
de autorização é mesmo imperativa no processo do trabalho.
Num. b5cc6c3 - Pág. 8Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTROhttps://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992
Se até para o ajuizamento de Dissídio Coletivo - função natural do Sindicato, para a qual ele existe
e é constituído - essa providência é indeclinável, como mostra o art. 859, da CLT, torna-se ainda mais necessária e
relevante em caso de medida de caráter excepcional como é, sem sombra de dúvida, a pretensa substituição
processual.
O que se disse até aqui é o bastante para demonstrar a ilegitimidade ativa do autor. Logo, o
processo deverá, em caráter preliminar, ser extinto, sem exame do mérito (CPC, art. 267, VI), como já pedido.
AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO
VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE DE REPRESTATIVIDADE DO
SINDICATO. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DOS PRETENSOS SUBSTITUÍDOS
Aqui, ressalta-se ainda que na presente demanda não houve indicação de rol dos substituídos dos
empregados e o Autor sequer tem substituição ampla e irrestrita, de forma que deve ser extinto onão associados
processo sem exame do mérito com base no art. 267, IV do CPC, à vista de falta de legitimação ativa do sindicato
para atuar como substituto processual inclusive porque não há sequer rol de substituídos, a teor do art. 8 , III, da
CF.
No mais, a legitimidade ativa extraordinária atribuída pelo direito brasileiro aos sindicatos deve ser
interpretada restritivamente, sob pena de ultrapassar os lindes dos interesses gerais da coletividade, bem como a
esfera particular ou individual do membro da categoria que representa.
Daí porque se exige a outorga de mandato expresso ou de mera autorização para que o sindicato
atue como .substituto
A autorização se faz necessária até mesmo quando atua na qualidade de , como defluirepresentante
do art. 859 da CLT:
"A representação dos sindicatos para instauração de instância fica subordinada à
, da qual participem os associados interessados, na solução doaprovação de assembléia
dissídio coletivo, em primeira convocação, por maioria de 2/3 (dois terços) dos mesmos,
ou, em segunda convocação, por 2/3 (dois terços) dos presentes". (destacamos)
Ora, se até mesmo no que se refere aos interesses gerais ou coletivos o sindicato só pode
"substituir" mediante mandato outorgado em assembleia, por mais forte razão, dele não se pode prescindir, para a
hipótese em que demande a tutela de interesses individuais.
o
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Logo, só se legitima a figura da processual nos casos expressamente previstos em lei esubstituição
desde que os associados assim o desejarem - inclusive na condição de - por meio do competenterepresentante
mandato expresso.
Nesse passo, força é concluir que, sem mandato ou simples autorização, falece ao sindicato
legitimação extraordinária para agir em nome dos pretensos substituídos, caso em que o processo deve ser extinto
sem exame do mérito, nos incisivos termos do art. 267, VI, do CPC.
De outro modo, temos que a legitimidade ativa do Sindicato não é suprema, descomedida. Ao
revés, está adstrita aos associados do sindicato. No caso, a inicial não ministra qualquer elemento ou documentos
que demonstrem a condição de ASSOCIADOS dos pretensos substituídos.
É o que se infere do texto do art. 872 da CLT, que:in fine,
Art.872 - omissis
Parágrafo único - ... independente de outorga de poderes de seus ASSOCIADOS.
Vê-se, pois, que o legislador somente conferiu poderes ao Sindicato agir em favor, repita-se, de
seus e não de toda a categoria, como enfatizou o então juiz :associados Cruz Guimarães
"SINDICATO SÓ PODE REQUERER AÇÃO DE CUMPRIMENTOS PELOS
ASSOCIADOS" (Ac. 356/80, de 06.02.1980, in Ementário Trabalhista, de Ronald Amorim
e Souza, nº28, ano 1994)
O TST sentenciou, repetidas vezes, que a se restringe aos associados do sindicato,substituição
como ilustra esta ementa:
A autorização legal prevista no art. 195, § 2º da CLT é apenas para os substituídos
associados do sindicato-Autor, sendo os não-associados carentes de ação, ante à
ilegitimidade 'ad causam' do Sindicato, pois a substituição da categoria não é permitida
pela regra consolidada. Revista parcialmente conhecida e provida." (TST - 5 T., RR
n. 309.543/96, Rel. Min. Candeia de Souza, julg. em 19.05.99) (DJU de 13.08.99, p.
307).
E em se tratando, como efetivamente se trata, de pressuposto para constituição regular do processo,
impende o indeferimento da inicial e consequente extinção do feito na forma do art. 267, IV do CPC.
DA AFRONTA DIRETA PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADEAO
Urge apontar que, não obstante estarmos diante de uma reclamação plúrima para defesa de direitos
individuais heterogêneos, na eventualidade de superação das objeções peremptórias, a demandante não observou o
a
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previsto no artigo 94 da lei 8078/90 deixando de cumprir uma das condições de ação específicas e peremptórias
para a tutela coletiva ora pretendida pela demandante, qual seja, a necessária publicação no órgão oficial, para que
os interessados possam intervir no feito.
Pelo descumprimento desse requisito de constituição válida do processo, o demandante é carecedor
de ação devendo o presente feito ser extinto conforme prevê o artigo 267 IV e VI do CPC, sob pena de restar
afrontado o previsto no artigo 5º II da Constituição Federal.
II - DEFESA DE MÉRITO
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Tendo em vista a união entre a Ré e a empresa GVT em , houve a necessidade deâmbito nacional
uma padronização dos planos de saúde oferecidos a todos os colaboradores das empresas. A padronização se deu
com um planejamento a nível nacional, realizado pelo departamento de recursos humanos.
Este cuidadoso planejamento iniciou-se , fazendo prova de tal fato ono primeiro semestre de 2014
projeto de consultoria de análise do benefício de assistência médica (documento anexo) apresentado pela
Mercer-Marsh Benefícios.
O projeto teve quatro fases, quais sejam: coleta de dados; inventário, práticas e diagnósticos;
opções de redesenho e, finalmente, impactos financeiros.
Em função da grande extensão geográfica de nosso país, para que fosse praticável a uniformização
dos planos de saúde em âmbito nacional, somente seria possível incluir todos os Estados da federação com a plena
suficiência de rede determinada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), mediante compartilhamento
de rede credenciada com demais operadoras.
Essa prática é regulamentada pela ANS e foi devidamente observada pela Ré.
Ao contrário do quanto alegado pelo Autor, a alteração das operadoras dos planos de saúde
não causou qualquer prejuízo aos trabalhadores. Não houve alteração prejudicial. Os planos de saúde que
se implementará são, no mínimo, equivalentes aos que se vem utilizando.
Em 2015 todos os colaboradores da Ré de eram inclusos na Seguros Unimed e osloja
demais na Bradesco Saúde. Para os colaboradores da GVT as opções eram Amil eadministrativos
Central Nacional Unimed - CNU, através do portal de escolhas.
Com a unificação da Ré com a GVT em âmbito nacional, as operadoras vigentes tanto para
atender os colaboradores de ambas as empresas passaram a ser Amil e CNU, cabendo ao empregado a
livre escolha. Os colaboradores da GVT realizaram as escolhas através do portal e da Ré"Be Flex"
através do . Os colaboradores que não optaram no " a operadora será"Conexão RH" Conexão RH"
definida com base na melhor rede credenciada de sua localidade.
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Conforme será amplamente demonstrado, não houve prejuízos reais aos segurados, muito
pelo contrário, houve melhorias que beneficiarão, no plano nacional, todos os trabalhadores da Ré,
observada a harmonização entre os oriundos da Telefônica e os da GVT, que passarão a contar com um
número maior de benefícios, como mais profissionais credenciados da área de saúde e hospitais.
Diante do exposto, incompreensível a pretensão autoral, que ao todo busca regredir os benefícios
implantados pelas Reclamadas com a nova sistemática de planos de saúde, sem nem mesmo trazer aos autos
comprovação robusta que justifiquem os pedidos.
Em resumo: não houve qualquer prejuízo aos trabalhadores com a alteração das operadoras dos
planos de saúde, tampouco há qualquer comprovação do Sindicato neste sentido. O que aconteceu foi uma
, de modo que atualmente são oferecidos dois planos, Amil e CNU, ambos commelhora nos serviços oferecidos
rede credenciada nacional.
É importante destacar, ainda, que no planejamento de assistência médica previamente citado, a
última fase do estudo apresentou os impactos financeiros dos planos de saúde que eram anteriormente utilizados
pela Ré e o resultado foi assustador.
Se mantidas as condições anteriormente oferecidas chegaria um momento em que a Ré não
, dado o desfavorávelconseguiria manter o benefício em questão para seus colaboradores no ano de 2016
momento econômico que o Brasil vive.
Há que acrescentar, que uma eventual procedência dos pedidos iniciais, o que não se
acredita, a efetividade da decisão mostra-se prejudicada, posto que os contratos de natureza civil
realizados outrora com as antigas seguradora, não existem mais. Tal fato gera uma impossibilidade
econômica e financeira de reestabelecer os planos nos moldes antes ofertados.
Ademais, no mérito da ação será possível concluir que a demanda é inteiramente improcedente.
DA SITUAÇÃO ATUAL ECONÔMICA DO SEGMENTO E DA UNIÃO COM A GVT
É preciso relembrar que a atual crise econômica que assola o país ocasiona em reflexo direto nas
negociações coletivas da Ré.
Em consequência da severa crise, praticamente todos os setores da economia estão em violenta
retração, especialmente o setor de telecomunicações. Vê-se com frequência empresas tradicionais e de grande porte
dispensando boa parte de seus empregados, em decorrência da necessidade de corte nos gastos e até mesmo na
produção.
A Ré não realizou despedidas coletivas e estão fazendo enorme esforço para que isso não ocorra,
evitando o aumento do número de desempregados no Brasil, mantendo seus colaboradores empregados em meio à
crise econômica, que só tende a piorar.
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Faz parte desta crise os aspectos que serão apontados no decorrer desta peça contestatória, tanto
com relação à macroeconomia, à alta do dólar, ao aumento de inadimplência e à desvalorização do serviço prestado
pelas Reclamadas, que acabam por afetar diretamente os seus resultados e crescimento.
Ademais, conforme é de conhecimento público, houve união entre Telefônica e GVT, ocorrida em
abril de 2015. Nesta senda, é objetivo da Ré foi obter pela via da negociação coletiva a harmonização do regime
jurídico das duas empresas, que até então tinham previsões muito distintas.
Desta forma, levando em consideração a crise econômica e o grande recuo na receita das empresas
de telefonia, bem como, a grande possibilidade de mais aumento na carga tributária das empresas, as reclamadas
estão negociando no Brasil inteiro as cláusulas do acordo coletivo que levem em conta o atual cenário econômico.
DA AUSÊNCIA DE ALTERAÇÃO UNILATERAL LESIVA DA AUSÊNCIA DE
DESCUMPRIMENTO DE ACT
Esta demanda é ajuizada pelo Autor sob o fundamento de que a Ré definiu unilateralmente que a
partir de janeiro de 2016 os planos de saúdes oferecidos aos seus funcionários seriam alterados, bem como as
próprias operadoras que oferecem os serviços.
Neste contexto, o Autor afirma que a conduta da Ré encontraria óbice no ACT 2014/2015 da
categoria, especificamente quanto a Cláusula 41ª, parágrafo sétimo, que assim determina:
Parágrafo Sétimo: As EMPRESAS se comprometem a se reunir previamente com o SINDICATO,
para apresentar, discutir e buscar a formalização do entendimento entre as partes das possíveis
alterações no desenho do plano, durante a vigência deste acordo, que impactem diretamente os
empregados segurados.
Assim, o Autor assevera que teria sido descumprido o comando da cláusula convencional, ante a
ausência de negociação prévia com o Sindicato, mencionando que o acordo coletivo está vigente, além de violar o
e e , ambos da CRFB/1988.art. 468 da CLT inciso XXXVI do art. 5º inc. XXVI, do art. 7º
Afirma, ainda, que houve direito adquirido, incorporado ao patrimônio jurídico do titular já
consumado ou não e exigível na via jurisdicional.
Contudo, Excelência, tanto as alegações autorais quanto os seus pedidos não procedem.
Inicialmente, é necessário destacar que em momento algum o Autor comprova suas alegações de
prejuízo aos empregados com a alteração das operadoras dos planos de saúde, visto que não traz aos autos qualquer
prova robusta de sua narrativa. Assim, viola o que dispõe os arts. 333, I do CPC e 818 da CLT, eis que o ônus de
prova de suas alegações lhe pertence.
Importa destacar que o Autor dá ao Parágrafo Sétimo da Cláusula 41ª interpretação extensiva,
, senão vejamos.distorcendo o teor do dispositivo
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O mencionado parágrafo proíbe que durante a vigência do acordo coletivo sejam realizadas
alterações sem reunião prévia com o Sindicato quanto ao Este é o teor do dispositivo.desenho do plano de saúde.
Ocorre que no caso em comento não estamos diante de alterações de desenho do Plano, mas sim
diante de o que sequer exige qualquer reunião prévia, ante a,alteração das operadoras de plano de saúde
ausência de regulamentação normativa neste sentido.
E como é sabido pelos operadores de direito, aquilo que a Lei não proíbe, permitido está. Portanto,
não estamos diante de violação da ACT 2014/2015, eis que esta nada menciona quanto à qualquer necessidade de
reunião prévia com o Sindicato para que as Rés venham a exercer o seu direito de livremente contratar empresas
prestadoras de serviço, como ocorre no caso das operadoras de plano de saúde.
Até porque, qualquer inibição neste sentido acarretaria em severa violação ao princípio da livre
iniciativa, constitucionalmente garantido como princípio fundamental por intermédio do inciso IV do art. 1º da
Carta Magna.
O Autor não tem poderes para impedir as Rés de, no centro de uma severa crise econômica,
negociar e contratar empresas que fornecem bons serviços por um melhor custo benefício.
Frise-se que em meio à referida crise, inúmeras tradicionais empresas dispensaram muitos
trabalhadores, ato que as Rés estão evitando realizar, pensando na importância da manutenção de empregos neste
complicado momento, que só tende a piorar.
E o ato do Autor chega a ser absurdo, vindo a Juízo com informações desencontradas e sem
embasamento plausível para impedir as Rés de realizar contratação de serviços de operadoras de plano de saúde,
com ampliação dos benefícios ao seu quadro de empregados a nível nacional.
No que tange às alegações Autorais referentes ao art. 468 da CLT e arts. 1º e 3º da CF, não se
aplicam ao presente caso, pois nem mesmo tem relação com o assunto que aqui se discute.
Primeiro porque não estamos diante de alteração em contrato individual de trabalho, as condições
contratuais dos empregados nem mesmo são discutidas na ação, não sendo aplicável tal artigo como pretendido
pelo Autor.
Secundariamente, porque não é caso de direito adquirido, eis que segue sendo respeitado pelas Rés
o acesso ao plano de saúde (e este não está sendo cancelado, mas sim alterado para melhoria das condições ao
conjunto dos trabalhadores em âmbito nacional, com maior abrangência e melhor qualidade).
Não há como reconhecer o direito adquirido da forma citada pelo Autor, para que os empregados
venham a usufruir de um específico e determinado plano de saúde, pois acarretararia às Rés o cerceamento do seu
poder diretivo, que é expressamente garantido pela legislação consolidada.
Não pode ocorrer qualquer limitação das Rés em exercer o direito de contratar parcerias com as
empresas que melhor lhe convierem, quando não houver qualquer ofensa à legislação vigente. Neste sentido,
colacionam-se os seguintes julgados:
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"19076349 - SUBSTITUIÇÃO DE PLANO DE SAÚDE EMPRESARIAL NÃO HÁ COMO RECONHECER
AO TRABALHADOR O DIREITO ADQUIRIDO À USUFRUIR UM ESPECÍFICO PLANO DE SAÚDE,
POIS ENSEJARIA, VIA REFLEXA, A OBRIGAÇÃO DA EMPRESA DE MANTER UM CONTRATO
PERMANENTE COM O PLANO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA ORIGINALMENTE CONTRATADO, O
QUE AFRONTA O PODER DIRETIVO DO
EMPREGADOR. Por óbvio, o poder judiciário não pode interferir nos limites normalmente aceitos como
decorrência do poder diretivo do empregador. Mais especificamente o poder de organização. Que,
assumindo os riscos do seu empreendimento, dirige e coordena o seu empreendimento empresarial visando a
obtenção de melhores rendimentos. Na hipótese em exame, a empresa migrou o trabalhador e todos os seus
dependentes para o plano sulamérica, contratado em substituição ao anterior, não se vislumbrando em tal
conduta, nenhuma ofensa à boa-fé objetiva, como alega o recorrente. (TRT 1ª R.; RO 0000458-
03.2012.5.01.0015; Sétima Turma; Rel. Des. Evandro Pereira Valadão Lopes; DORJ
12/07/2013)/Exclusividade Magister: Repositório autorizado On-Line do STF nº 41/2009, do STJ nº 67/2008
e do TST nº 35/2009."
"34095379 - ALTERAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE FORNECIDO AOS EMPREGADOS. A
substituição do plano de saúde, por si só, não configura alteração lesiva do contrato de trabalho, pois se
trata de decisão administrativa da empresa que, com certeza, se insere no seu poder diretivo. Evidentemente,
o novo plano contratado deve oferecer aos empregados cobertura equivalente à que era fornecida pelo
plano anterior, sob pena de configuração de alteração lesiva do contrato. (TRT 17ª R.; RO 68800-
02.2010.5.17.0012; Relª Desª Wanda Lúcia Costa Leite França Decuzzi; DOES 18/10/2012; Pág. 331/ Nota:
Repositório autorizado do STF nº 41/2009, do STJ nº 67/2008 e do TST nº 35/2009."
No caso em comento houve necessidade de contratação de outras operadoras de plano de
saúde para o atendimento da demanda de harmonização das condições de trabalho oferecidas aos
empregados de dois grupos distintos que se unem (Telefonica e GVT), de forma que para a alteração as
Rés ainda fizeram aprofundado estudo, que comprovou que não acarretaria em qualquer prejuízo
Prejuízos estes que nem mesmo oaos seus empregados, o que será demonstrado no tópico posterior.
Autor pôde citar em sua petição inicial.
Destarte, diante do que até aqui foi exposto, restou amplamente demonstrado que não estamos
diante de alteração unilateral lesiva, tampouco diante de violação do ACT 2014 / 2015, o que demonstra a plena
validade da alteração do plano de saúde, bem como da improcedência da ação.
DA AUSÊNCIA DE ALTERAÇÃO
CONTRATUAL LESIVA 468 da CLT
Ponderam as Reclamadas que o Direito do Trabalho é costumeiramente favorável às alterações
benéficas aos obreiros, de maneira que, inclusive, incentiva tal tipo de alteração.
Em que pese a alteração do plano de saúde não tratar de alteração contratual, importante fazer
algumas ponderações sobre o tema.Num. b5cc6c3 - Pág. 15Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO
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Pois bem, o artigo 468 da Consolidação das Leis do Trabalho prevê como exigência para a
alteração lícita do contrato a ausência de prejuízo, direto ou indireto, ao empregado, sob pena de nulidade da
cláusula infringente desta garantia.
Senão vejamos:
"Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta
garantia."
Sobre a impossibilidade da ocorrência de prejuízos ao obreiro, Alice Monteiro de Barros entende
que:
"Prevalece [...] o resguardo do interesse obreiro ante o patronal, situando-se, em segundo
plano, até mesmo o ato volitivo do empregado, cujo assentimento a uma alteração
contratual que lhe é danosa nenhum efeito logra produzir. Emerge aí, com toda ênfase, o
caráter tutelar da lei trabalhista. (BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho. Região,
3. Recurso Ordinário. Vale-Transporte. Pagamento em espécie. Princípio da condição
mais benéfica. Artigo 468 da CLT. RO 00957-2008-06-03-00-3. Recorrente: Sindicatos
dos empregados de conselhos e ordens de fiscalização do exercício profissional em Minas
Gerais. Recorrido: Conselho Regional de Economia. Relator: Alice Monteiro de Barros.)"
Feitas tais ponderações, é também de se frisar que o j do empregador, ou seja, o poderus variandi
de direção pelo qual este pode alterar unilateralmente, dentro dos limites da lei, as condições de trabalho de seus
empregados, concebe uma exceção ao princípio da inalterabilidade contratual, o que se vislumbra no caso em
questão.
Ora, em decorrência do risco do empreendimento, o empregador, no exercício de seu poder
diretivo, pode variar algumas cláusulas contratuais de acordo com a situação econômica e os interesses
empresariais.
Ressalte-se que a alteração de operadora do plano de saúde dos empregados da Reclamada é uma
modificação corriqueira e incapaz de alterar substancialmente o contrato de trabalho, tendo o cunho de organização
objetiva do empreendimento.
Tanto assim é que a 4ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina
Processo n.º 0000767- 17.2013.5.12.0004) (TRT-SC), em ação similar ( reconheceu como legítima a
decisão de uma fábrica de peças de borracha de Joinville que alterou, de forma unilateral, o plano
de saúde oferecido aos seus funcionários.
A decisão foi publicada em 06.06.2014 no Diário Oficial do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª
Região.
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A empresa ora mencionada foi processada judicialmente por um trabalhador que se sentiu
prejudicado com a mudança, uma vez que o novo plano oferecido passou a exigir dos usuários uma coparticipação
de 50% sobre o valor das consultas médicas.
Em tal demanda, o empregado postulou pelo direito de voltar a usar o antigo convênio,
argumentando que a troca configurou alteração unilateral e lesiva do contrato de trabalho, ora proibida pela nossa
legislação.
Sopesando os argumentos das partes, os Desembargadores do 12º Tribunal Regional do
Trabalho mantiveram a decisão de 1ª Instância, entendendo que o poder de direção confere ao
, cujaempregador a liberdade de escolher a operadora e o tipo de plano oferecido aos funcionários
adesão ao convênio é voluntária.
Vejamos:
"Trata-se de faculdade do empregador proporcionar aos empregados plano de saúde. A alteração
unilateral pode existir porque a concessão do plano de saúde tem natureza assistencial, e não salarial",
apontou a desembargadora , relatora do processo. Mari Eleda Migliorini
Assim sendo, de acordo com tal entendimento, a Consolidação das Leis do Trabalho veda a
alteração de cláusulas do contrato laboral, e não a modificação de cláusulas do plano de saúde ofertado
pelo empregador.
E em tais termos o E. Tribunal concluiu:
"Se foi o empregador que se obrigou com a empresa prestadora do serviço, é dele a
iniciativa para rescindir com esta e firmar contrato com outra empresa. Não se pode
sequer cogitar que o empregado, terceiro na relação, se oponha a uma obrigação que não
fez parte",
Ante o exposto, sendo o plano de saúde um benefício concedido ao empregado pelo empregador,
decorre de seu a escolha da sociedade empresária com a qual deseja contratar o plano de assistênciajus variandi
médica que será oferecido aos empregados.
E nesta linha de raciocínio, de forma justa e brilhante, finalizou-se o acórdão:
"O Contrato de Trabalho é um ajuste que liga uma pessoa física a outra pessoa física ou jurídica, em que o
primeiro se compromete na prestação dos serviços em favor do segundo, e o segundo se compromete a
efetuar pagamento de salário. Daí o seu caráter sinalagmático, ou seja, à obrigação de prestar serviço pelo
empregado corresponde à obrigação de pagar salário do empregador.
E dentre as obrigações legais que incumbem ao empregador não se encontra aquela que determina a
concessão de benefício de plano de saúde a seus empregados.
Por essa razão, trata-se de faculdade do empregador proporcionar aos empregados plano de saúde, o que é
decorrente de seu jus variandi, com fundamento em seu poder diretivo.
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Sendo assim, a alteração voluntária unilateral pode existir porque, como visto, a concessão de plano de
saúde tem natureza assistencial e não salarial.
Mas é claro, ora, se foi o empregador que se obrigou com empresa prestadora de serviço, é dele a iniciativa
para rescindir com esta efirmar contrato com outra empresa. Não se pode sequer cogitar que o empregado,
terceiro na relação, se oponha a uma obrigação que não fez parte.
Não se pode esquecer que a atitude da ré, de proporcionar aos seus empregados o plano de saúde, deve ser
aplaudida, principalmente na caótica situação vivida pela saúde pública no país, e contra ela não se pode
voltar."
Justamente por estar debatendo condições de trabalho que envolvem direitos individuais
heterogêneos, não há como dizer que na presente ação seja possível indicar alterações contratuais lesivas ao
conjunto dos empregados: isso teria que ser apurado caso a caso.
Diante do exposto, não há sequer se cogitar que ferido o princípio da inalterabilidade contratual
lesiva, pelo que se ratifica, pela improcedência!
DA AUSÊNCIA DE INCORPORAÇÃO DO PLANO
DE SAÚDE AO CONTRATO DE TRABALHO
Não é demais lembrar que a assistência médica prestada, no caso, sob a forma de pagamento do
plano de saúde aos trabalhadores abrangidos pelo sindicato autor, não tem caráter salarial. Inclusive, ao editar a Lei
nº 10.243/2001 o legislador fez constar no inciso IV do § 2º do artigo 458 da CLT que a utilidade concedida pelo
empregador a título de assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante
seguro-saúde, não é considerada como salário.
A jurisprudência dominante do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho é no sentido de que, por se
constituir mera liberalidade, o plano de saúde fornecido de forma gratuita pelo empregador não tem natureza
salarial. Nem poderia ser diferente, pois o fornecimento de assistência médico-hospitalar pelo empregador não é
realizada pelo trabalho desenvolvido pelo trabalhador, mas constitui-se um benefício de cunho social:
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 170, estabelece que a ordem econômica está
fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tendo por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social. Estatui, ainda, que compete aos Poderes Públicos e a toda sociedade a
iniciativa de ações destinadas a assegurar à população os direitos relativos à saúde (art. 194). Segue-se, portanto,
que a ordem jurídica constitucional impõe à sociedade como um todo, aí incluídas as empresas, o dever jurídico
geral de colaborar com o Estado na concretização do direito à saúde.
Nessa linha de raciocínio, tem-se que a concessão de plano de saúde aos empregados representa
uma ação concreta da empresa com vistas a atender ao dever jurídico que lhe é imposto pela Constituição da
República. Assim, os benefícios proporcionados por essa atuação empresarial benemérita ostentam natureza
meramente assistencial, não se constituindo em salário `in natura', haja vista a ausência de caráter contraprestativo
no fornecimento da utilidade.
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Assim tem se manifestado o Tribunal Superior do Trabalho:
PLANO DE SAÚDE. SALÁRIO IN NATURA. INTEGRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. A Lei nº 10.243/01
alterou o artigo 458 CLT que passou a vedar a assistência à saúde como salário "in natura". Assim, diante da
vedação legal em considerar a assistência médica como salário in natura não há que se falar em violação dos
artigos 7º, VI da Constituição Federal, 2º, 9º, 444, 458, e 468 da CLT. Também não se constata a alegada
contrariedade à Súmula 241 do TST que versa sobre alimentação (TST - RR: 10217002620055090014,
Relator: Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: 09/09/2015, 3ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 18/09/2015)
Assim, não há que falar em alteração lesiva às condições contratuais originalmente ajustadas,
inexistindo ofensa à regra legal inscrita no art. 468, da CLT, sobretudo pelo fato de que o plano de saúde não é
salário, mas uma benesse fornecida pelo empregador.
Ainda, o plano de saúde fornecido pelo empregador, em regra, deriva de ajuste contratual com
terceiro (operadora do plano de saúde), não tendo o condão de incorporar-se ao contrato de trabalho de forma
imutável. Isso porque, existem inúmeras variáveis que podem ensejar a ruptura contratual entre a empresa
contratante e a empresa do plano de saúde, tais como desinteresse da fornecedora do serviço em manter o contrato
outrora entabulado, aumento considerável do preço do produto, o que pode gerar impossibilidade financeira da
contratante em manter o contrato, sobretudo quando o contexto econômico do pais passa por dificuldades
financeiras.
Desta forma, além de a alteração do plano de saúde não ter gerado nenhum prejuízo aos
empregados das Rés, tal benefício sequer foi incorporado ao salário e ao contrato de trabalho, o que enseja a
improcedência do pleito autoral.
TEORIA DO CONGLOBAMENTO
As Reclamadas estão em tratativas para finalizar as negociações do acordo coletivo 2015/2016.
Como é de praxe, negocia com todos os Sindicatos do Brasil, em duas mesas distintas, lideradas cada uma delas,
por uma específica Federação - Fenattel e Fitratelp. O SINTTEL/BA integra a FENATTEL.
As negociações, em âmbito nacional, ao longo dos anos, encerram- se com sucesso por meio de
propostas construídas pelas partes, sempre discutidas nacionalmente no âmbito de cada Federação, e são aplicadas
sobre os acordos locais, que possuem suas peculiaridades.
Tendo em vista a união entre a Telefônica e a GVT, em âmbito nacional, estabeleceu-se, por parte
patronal, a necessidade de construir propostas que contemplem as realidades das duas empresas, observando-se o
Princípio do Conglobamento.
Com relação ao assunto, oportuno trazer a conceituação dada por Dânia Fiorin Lonhi Longhi[1]
(2009, p. 93):
"A teoria do conglobamento pode ser conceituada como um método de interpretação utilizado na existência
de conflitos entre normas a serem aplicadas ao contrato individual do trabalho, na qual o princípio daNum. b5cc6c3 - Pág. 19Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO
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norma mais favorável que é o que solucionará a questão, é aplicado no conjunto, não permitindo o
fracionamento (...)"
A respeito do tema, o Tribunal Superior do Trabalho entende que:
REAJUSTES E ABONO ESTABELECIDO EM CONVENÇÃO COLETIVA E NÃO
RATIFICADOS EM ACORDO COLETIVO. OBSERVÂNCIA DO ART. 620 DA CLT E APLICAÇÃO DA
TEORIA DO CONGLOBAMENTO. I - O acordo coletivo, em razão de sua especificidade em relação aos
empregados da empresa, deve ser preservado, pois é celebrado dentro de um contexto de concessões mútuas,
no pleno exercício de autonomia negocial coletiva pelos sindicatos profissionais, que não pode ser
desconsiderada, sob pena de frustração da atuação sindical na tentativa de autocomposição dos interesses
coletivos de trabalho. II - Na interpretação dos ajustes coletivos prevalece o princípio do conglobamento,
segundo o qual as normas coletivas devem ser observadas em sua totalidade e não isoladamente, pois, na
negociação coletiva, os empregados obtêm benefícios mediante concessões recíprocas, sendo vedado
.aplicar, entre as disposições acordadas, apenas o que for mais benéfico aos trabalhadores
3. É inviável a aplicação em parte da Convenção Coletiva, conjugando-se com o acordo coletivo firmado
pela categoria, como feito pelo acórdão recorrido. O art. 620 da CLT não autoriza tal procedimento,
devendo ser interpretado como determinante da aplicação da norma mais favorável em seu conjunto, e não
de forma parcelada. Esse tem sido o entendimento do TST, conforme os precedentes citados. Recurso
conhecido e desprovido. (Tribunal Superior do Trabalho, processo 0000638-21.2008.5.15.0066, 4ª Turma,
Relator Ministro Barros Levenhagem, Publicação: 07/12/2012).
Assim, conclui-se com tranquilidade que a Teoria do Conglobamento não admite a aplicação de
cláusulas coletivas coexistentes de forma pinçada de um e de outro instrumento coletivo, mas de um só em seu
conjunto.
Ou seja, há de se levar em consideração o aspecto geral da norma, e não uma ou outra disposição de
cada, já que o instrumento coletivo como um todo foi fruto de ampla negociação coletiva, onde as partes
envolvidas, ao entabular as cláusulas, , decederam de um lado para receberem em contrapartida de outro
forma a melhor amoldarem-se as cláusulas entabuladas à concreta realidade da relação entre os interessados.
Referente à aludida teoria, significativo citar a emblemática lição do Exmo. Sr. Ministro Maurício
Godinho Delgado:
"A teoria do conglobamento é certamente a mais adequada à operacionalização do critério hierárquico
normativo preponderante no Direito do Trabalho. A seu favor tem a virtude de não incorporar as apontadas
distorções da teoria da acumulação, além de ser a única teoria a harmonizar a flexibilidade do critério
hierárquico justrabalhista com a essencial noção de sistema inerente à idéia de Direito - e de ciência.
A superioridade da orientação teórica do conglobamento fez com que o próprio legislador claramente se
reportasse a essa orientação, em situação de conflito de normas jurídicas. De fato, a Lei nº 7.064/82, que
dispõe sobre a situação de trabalhadores brasileiros contratados ou transferidos para prestarem serviços no
exterior, socorreu-se da teoria do conglobamento no contraponto entre a lei territorial externa e a lei
brasileira originária. Observe-se, nessa linha, o texto do art. 3º, III, do mencionado diploma legal: 'a
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aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o
disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em
relação a cada matéria'. (...).
Ressalte-se, por fim, que o parâmetro para se proceder à comparação da norma mais favorável não será o
indivíduo, tomado isoladamente, mas a coletividade interessada (categoria, por exemplo) ou o trabalhador
objetivamente considerado como membro de uma categoria ou segmento, inserido em um quadro de
natureza global. Como se nota, também por esse aspecto, o critério do conglobamento emerge como o mais
adequado na dinâmica de apreensão da norma trabalhista mais favorável" ("Curso de Direito do Trabalho",
LTr, 2ª Edição, p. 182).
No atual mundo de economia é globalizada, a Teoria do Conglobamento se faz ainda mais
necessária, pois recomenda ao Operador Jurídico que busque a regra mais favorável nos termos anteriormente
expostos, mas com foco no conjunto de institutos componentes do sistema.
Assim, devem ser considerados os benefícios obtidos por uma categoria profissional no conjunto de
preceitos, não podendo a análise ser feita de forma isolada.
As propostas patronais apresentadas em mesa contemplaram, sempre, essa realidade, conforme se
pode aferir nas atas a apresentações anexas. A dinâmica da negociação, liderada por duas federações, permaneceu a
mesma.
Foram iniciadas as negociações, conforme as atas de reunião anexas, sempre com a finalidade de
compor as cláusulas entre as partes, sem necessidade de qualquer intervenção do judiciário.
A análise da documentação anexada à esta defesa comprova sua boa vontade para finalizar a
negociação de maneira satisfatória a todos os envolvidos, visando, inclusive, o respeito à aludida teoria.
Nesta senda, o novo regulamento empresarial relativo ao plano de saúde dos empregados das
Reclamadas expandiu os benefícios até então concedidos. E em que pese as operadoras de plano de saúde terem
sido modificadas, . No caso dos autos, não houve prejuízos aosos benefícios foram comprovadamente alargados
trabalhadores, uma vez que as alterações realizadas não representou nenhuma modificação prejudicial, muito pelo
contrário, lograram benesses que anteriormente não eram concedidas.
Assim, evidente que a pretensão desta demanda esbarra no princípio do conglobamento, segundo o
qual não se pode pinçar de normas distintas o que melhor atende a uma parte, criando uma terceira norma mais
benéfica; deve-se observar uma norma em seu conjunto.
Desta forma, qualquer análise comparativa de diferentes fontes de direito, nas quais se incluem a
negociação coletiva e os regulamentos empresariais, deve ser feita considerando as normas de um modo geral, o
conjunto das disposições analisadas.
DO COMPARATIVO ENTRE OS PLANOS DE SAÚDE DA NORMA MAIS FAVORÁVEL
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Além dos argumentos até então expostos pela Ré, necessário se faz demonstrar o comparativo
benéfico entre os planos de saúde objeto da presente discussão.
Conforme já explanado, ainda que a alteração discutida nos presentes autos tivesse alterado as
normas contratuais até então existentes, não se pode negar, que no caso em comento, não se pode realizar uma
interpretação gramatical do artigo 468 da CLT. Conforme exposto alhures, no caso dos autos, há necessidade de se
imputar a interpretação restritiva da referida norma.
Ora, não se pode dizer que as novas regras quanto ao plano de saúde trouxeram malefício
aos trabalhadores, posto que se realizou um balizamento das condições até então implementadas,
sobretudo pela reestruturação empresarial decorrente da união das empresas GVT e Telefônica, no
sentido de melhor atender os trabalhadores que integraram a referida fusão.
Neste sentido, não haveria espaço, com a interpretação gramatical do artigo 468, para perquirir o
conceito de benefício e malefício no caso dos autos.
A análise da norma mais favorável em termos de direitos coletivos, diz respeito a saber se
cada empregado tem direito a exigir seu ponto de vista isolado. No caso nos autos, ainda que o Sindicato
Autor tenham se mostrado insatisfeitos com a nova sistemática adotada pela empresa, para a maioria dos
sindicatos, sem dúvidas a medida foi acertada, que além dos planos serem equivalentes, concedeu
inúmeros outros benefícios.
Desta forma, não se vislumbra que a nova regulamentação da empresa deixou de observar
os preceitos mínimos presentes na legislação trabalhista e demais instrumentos normativos, bem como
normas de ordem pública a respeito. O que se fez foi adequar o benefício em comento a nova estrutura
empresarial, decorrente da união das empresas.
Com o plano de saúde antigo, se um empregado da Bahia ou seu dependente estivesse na
cidade de São Paulo, por exemplo, e precisasse ser atendido em uma emergência médica neste local, não
conseguiria ser atendido imediatamente, visto que antigo plano contratado somente atende no Estado da
Bahia.
Já no que tange aos novos planos de saúde, são oferecidos em âmbito nacional, de forma que na
necessidade de atendimento de urgência os empregados das Rés serão imediatamente atendidos, independentemente
do local em que se encontre dentro do território nacional.
Com a migração para os novos planos, houve um ganho elevado quanto às redes credenciadas
(documentos anexo), com considerável aumento no número de hospitais conveniados e prontos para atender os
colaborados das Reclamadas em todo o território nacional.
Diante disso, indubitável as melhorias ocorridas, eis que além do aumento na qualidade dos
serviços prestados, houve também ampliação no atendimento.
Na nova sistemática, além dos novos planos ampliarem os credenciados a nível estadual, agora o
segurado tem a possibilidade de ser atendido por inúmeros profissionais não apenas na Bahia, mas também em
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todos os outros Estados da federação, com melhores condições técnicas de tratar problemas de saúde que
demandam melhor especialidade.
Com relação a coparticipação e franquia, é possível perceber que não houve mudança. Para
consultas eletivas, consultas em pronto socorro e exames simples, a coparticipação permaneceu 20% e paras as
terapias permaneceu 10%, vejamos:
TELEFONICA - ANTIGO TELEFONICA - ATUAL
CENÁRIO
ATUAL BRADESCO UNIMED BID SAÚDE AMIL CNU
Coparticipação e
Franquia
ProcedimentoCoparticipação/
Franquia
Coparticipação
e Franquia
ProcedimentoCoparticipação/
Franquia
20%
Consultas eletivas
20%
Consultas
eletivas
Consultas em
Pronto Socorro Consultas em
Pronto Socorro
Exames Simples Exames Simples
10% Terapias 10% Terapias
A coparticipação não é paga no ato da realização dos procedimentos, sendo que o seu valor
é descontado em folha de pagamento.
Quanto às questões de reembolso, cumpre ressaltar que em decorrência do grande número
de médicos e hospitais que passaram a atender os trabalhadores das Rés, sem dúvida serão bem menos
recorrentes. Isso porque a rede hospitalar e médica anteriormente conveniada eram menores, obrigando o
segurado, muitas vezes, buscar profissionais de clinicas particulares.
O reembolso é utilizado quando o prestador não é credenciado na rede da operadora. O
colaborador efetua o pagamento ao prestador e posteriormente encaminha o recibo diretamente a
operadora para solicitação de reembolso conforme tabela.
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Quanto às consultas, percebe-se que o plano Amil, por exemplo, concede reembolso a
todos os níveis, beneficiando a todos os empregados. A CNU possui também reembolsos e em valores
maiores que aqueles fornecidos anteriormente.
Reembolso BRADESCO UNIMED Reembolso AMIL CNU
Consultas Consultas
Nivel 1 -Enf.
BÁSICO
65,00
Nivel 1 -Enf.
AMIL 20 68,40
-
Nivel 2 -Apto
TNQ2
87,38
PRÁTICO 65,00
Nivel 2 -Apto
AMIL 40 68,40
-
Nivel 3 -Apto
VERSÁTIL
130,00
Nivel 3 -Apto
LINCX 174,00
210,00
Nivel 4 -Apto
Nivel 4 -Apto
ONE BLACK 501,00
560,00
Além disso, com os novos planos, diferentemente do que ocorria anteriormente, todos os
níveis do plano Amil possuem valor de reembolso, seja para parto normal, parto cesária, ressonância
magnética de crânio, terapia, tomografia e US obstétrico. Quem optar pelo CNU, os reembolsos serão
bem mais vantajosos que os dos planos anteriores.
Reembolso BRADESCO UNIMED Reembolso AMIL
Parto Normal Parto Normal
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Nivel 1 -Enf.
1.521,00
Nivel 1 -Enf.
1.279,08
Nivel 2 -Apto
4.416,59
1.521,00
Nivel 2 -Apto
1.279,08
Nivel 3 -Apto
3.042,00
Nivel 3 -Apto
2.719,23
Nivel 4 -Apto
Nivel 4 -Apto
6.570,50
PartoCesária
PartoCesária
Nivel 1 -Enf.
1.599,00
Nivel 1 -Enf.
1.470,60
Nivel 2 -Apto
4.416,59
1.599,00
Nivel 2 -Apto
1.470,60
Nivel 3 -Apto
3.198,00
Nivel 3 -Apto
3.928,05
Nivel 4 -Apto
Nivel 4 -Apto
9.481,50
Ressonância Magnética de Crânio Ressonância Magnética de Crânio
Nivel 1 -Enf.
1.261,26
Nivel 1 -Enf.
734,80
Nivel 2 -Apto
1.098,52
1.261,26
Nivel 2 -Apto
734,80
Nivel 3 -Apto
2.522,62
Nivel 3 -Apto
3.540,32
Nivel 4 -Apto
Nivel 4 -Apto
3.662,40
Num. b5cc6c3 - Pág. 25Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTROhttps://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992
Terapia Terapia
Nivel 1 -Enf.
-
Nivel 1 -Enf.
28,44
Nivel 2 -Apto
46,20
-
Nivel 2 -Apto
28,44
Nivel 3 -Apto
- Nivel 3 -
Apto
144,33
Nivel 4 -Apto
-
Nivel 4 -Apto
149,31
Tomografia Tomografia
Nivel 1 -Enf.
511,02
Nivel 1 -Enf.
290,99
Nivel 2 -Apto
502,37
511,02
Nivel 2 -Apto
290,99
Nivel 3 -Apto
1.022,05
Nivel 3 -Apto
1.427,20
Nivel 4 -Apto
Nivel 4 -Apto
1.476,41
US Obstétrico US Obstétrico
Nivel 1 -Enf.
94,69
Nivel 1 -Enf.
54,52
Nivel 2 -Apto
104,67
94,69
Nivel 2 -Apto
54,52
Nivel 3 -Apto
189,37
Nivel 3 -Apto
267,74
Num. b5cc6c3 - Pág. 26Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTROhttps://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992
Nivel 4 -Apto
Nivel 4 -Apto
276,97
Diante do exposto, não se pode afirmar que houve prejuízo aos segurados quanto aos
reembolsos, visto que todos os colaboradores terão direito aos reembolsos.
Quanto as acomodações, percebe-se que nada foi alterado, pois o Nível 1 permanece em enfermaria
e os demais em apartamento, ou seja, nenhuma alteração.
Segue ainda abaixo a descrição de cada produto da Amil com as suas particularidades:
Planos Produto Descrição - AMIL
Plano 01 AMIL 20 Rede de atendimento com abrangência Nacional; Segmentação assistencial
Ambulatorial + Hospitalar com Obstetrícia (parto); acomodação Quarto Coletivo;
Reembolso
- um vírgula nove (1,9) vezes para consultas.
Plano 02 AMIL 40 Rede de atendimento com abrangência Nacional; Segmentação assistencial
Ambulatorial + Hospitalar com Obstetrícia (parto); acomodação Quarto Privativo;
Reembolso
- um vírgula nove (1,9) vezes para consultas.
Plano 03 LINCX LT3 Produto da Linha Premium - Segmentação assistencial Ambulatorial + Hospitalar com
Obstetrícia, rede credenciada do orientador médico LINCX, abrangência geográfica
nacional, acomodação quarto privativo, com direito a acompanhante, com reembolso de
múltiplos da Tabela LINCX de Reembolso - até duas vírgula nove (2,9) vezes para
consultas. Assistência Viagem Internacional com valor de US$ 100.000,00 para
urgências e emergências médicas no exterior. Serviços de Courier para agilidade na
entrega de recibos e documentos para solicitação de reembolso; Agendamento de
consultas e exames por meio de nossa Central de Atendimento 24 Horas; vacinas
conforme Calendário do Ministério da Saúde; Escleroterapia limite de 12 sessões por
ano; RPG limite 40 sessões por ano; Resgate Saúde; Nurseline - equipe enfermagem
24h.
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Plano 04 ONE BLACK T2 Produto da Linha Premium -Segmentação assistencial Ambulatorial + Hospitalar com
Obstetrícia, rede credenciada do orientador médico ONE HEALTH, abrangência
geográfica nacional, acomodação quarto privativo com direito a acompanhante.
Reembolso de múltiplos da Tabela ONE HEALTH - até oito vírgula trinta e cinco
(8,35) vezes para consulta. Coleta Domiciliar de Exames clínicos; Assistência Viagem
Internacional com US$ 300.000,00 para urgências e emergências médicas no exterior e
US$ 100.000,00 para práticas esportivas. Serviços de Courier para agilidade na entrega
de recibos e documentos para solicitação de reembolso; Agendamento de consultas e
exames por meio de nossa Central de Atendimento 24 Horas; vacinas conforme
Calendário do Ministério da Saúde; Escleroterapia limite de 12 sessões por ano; RPG
limite 40 sessões por ano; Resgate Saúde; Nurseline - equipe enfermagem 24h;
Programa One Care; Salas One* nos hospitais Albert Einstein (24 horas) e
Sírio-Libanês (em horário comercial). Transplantes além do Rol ANS: coração, pulmão,
fígado e pâncreas, Rede One Black SP - médicos especialistas exclusivos.
Diante de tais argumentos, não se constata qualquer prejuízo aos empregados, razão pela qualquer
os pedidos consignados na inicial devem ser julgados improcedentes.
IMPUGNAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO ACOSTADA PELO AUTOR
A documentação acostada pelo autor, quando não comprova os termos da presente defesa,
resta impugnada. Documentos somente poderiam ser aceitos se observada a formalidade do art. 830, da
CLT. Todos os de caráter unilateral não se prestam a nenhum fim probatório, salvo quando confirmam o
teor da presente defesa.
Ficam impugnados os documentos juntados pelo autor que não contiverem qualquer
chancela da reclamada e tampouco apresentarem identificação de quem tenha sido seu emitente, diante da
impossibilidade de certificação acerca da veracidade de seu conteúdo.
Especificamente, a Ré impugna os documentos de fls. 158 e 159 por não ser documento
hábil a comprovar a suposta campanha para adesão aos novos planos de saúde, são incapazes de
comprovar as alegações autorais.
Desta forma, nenhum documento apresentado pelo autor tem o condão de provar as suas
alegações. Competia ao reclamante, nos termos do artigo 787 da CLT, instruir a petição inicial com os
documentos indispensáveis para fundamentar a propositura da ação. Assim, se não foram trazidos aoNum. b5cc6c3 - Pág. 28Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO
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presente feito documentos imprescindíveis para provar suas alegações, assim como foram colacionados
documentos impertinentes e descabidos, que nada provam em seu favor, os pedidos neles fundados não
lhe podem ser deferidos.
DOS DOCUMENTOS DA RECLAMADA
Além dos documentos juntados com a defesa, será apresentado em audiência mídia eletrônica
contendo documentos com tamanho não suportado pelo PJE, cuja divisão causaria prejuízo ao bom entendimento
do conteúdo. Desde já se requer o deferimento da juntada da mídia.
DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS JUNTADOS COM A DEFESA
Afirma a Ré que todos os documentos juntados com a peça de defesa são autênticos, de acordo com
o permissivo do art. 830 da CLT.
DOS PEDIDOS
À vista do exposto, requerem as Reclamadas:
1. Sejam acolhidas as preliminares arguidas, julgando o feito extinto sem apreciação do mérito;
2. A produção de provas, especialmente apresentação de novos documentos ou daqueles que se
fizerem necessários ao contraditório;
3. Seja acatada a contestação, com a consequente rejeição de todos os pleitos propostos pelo
Sindicato.
4. A rejeição do pedido de honorários advocatícios, eis que não existe fundamento para a sua
concessão.
DAS PROXIMAS NOTIFICAÇÕES E PUBLICAÇOES
Por fim, requer ainda, que todas as publicações eletrônicas, principalmente as enviadas para o Diário
Eletrônico da Justiça do Trabalho referente a este processo sejam feitas (nosEXCLUSIVAMENTE
termos da súmula 427 do C.TST) em nome de comOTAVIO PINTO E SILVA, OAB/SP 93.542 -
escritório na Rua Tabapuã, nº 81, 4º andar, Itaim BIbi , São Paulo - SP, Brasil - CEP 04533-010, sob pena
.de nulidade absoluta
Termos em que
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Pede deferimento.
São Paulo, 29 de março de 2016.
CARLOS FERNANDO SIQUEIRA CASTRO
OAB/BA Nº 17.766
OTAVIO PINTO E SILVA
OAB/SP nº 93.542
FABIANA GALDINOOAB/BA 22.164
ALESSANDRA TRABUCO
OAB/SP 181.456
NEIVA MARCELLE HILLER
OAB/SP 352.113
TATIANA DURAND COELHO
OAB/SP Nº 333.857
VIVIAN FREIRE ALVES BRENTARI
OAB/SP 318.378
Num. b5cc6c3 - Pág. 30Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTROhttps://pje.trt5.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16032918170184900000010691992Número do documento: 16032918170184900000010691992
[1] LONGHI, Dânia Fiorin. Teoria do Conglobamento: conflito de normas no contrato de trabalho. São Paulo: LTr, 2009.
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