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Ação Civil Pública Campanha de comunicação comemora os 20 anos da Lei N o 2 novembro/2005 Entrevista Daniel Zappelli, Procurador-Geral de Justiça de Genebra PGJ MPSP defende comunidade quilombola em Ubatuba Audiência Pública Modelo paulista inspira Rio de Janeiro e Goiás III Congresso do MP Saiba como foi o evento

Ação Civil Pública - Ministério Público do Estado de ... · Ambiente Elaine Taborda de Ávila – que subscreveram a petição ini-cial – e do Procurador-Geral de Justiça

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Ação Civil PúblicaCampanha de comunicação comemora os 20 anos da Lei

N o 2 n o v e m b r o / 2 0 0 5

EntrevistaDaniel Zappelli, Procurador-Geral de Justiça de Genebra

PGJMPSP defende comunidade quilombola em Ubatuba

Audiência PúblicaModelo paulista inspira Rio de Janeiro e Goiás

III Congresso do MPSaiba como foi o evento

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E D I T O R I A L

Rodrigo PinhoProcurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo

Conquistas do MPSP

Desde a última edição de sua revista do MPSP a instituição celebrou conquistas, tanto do

ponto de vista interno quanto externo.

Em agosto, os membros do MPSP se reuniram para fazer um balanço da sua atuação nos 3 dias

de um dos maiores encontros realizados pela instituição. Você saberá como foi o III Congresso do

Ministério Público de São Paulo lendo a matéria publicada na página 14.

Em outubro, lançamos a campanha de comunicação pelos 20 anos da Lei da Ação Civil Pública.

Através de filme publicitário para cinema e TV, spot de rádio, anúncios de mídia impressa,

outdoor eletrônico e uma exposição sediada na estação Sé do Metrô da capital durante o mês de

novembro, a população terá a oportunidade de melhor conhecer a atuação do MP por meio de

uma linguagem direta e simples. Sem dúvida, uma vitória para a instituição, que contou com a

colaboração gratuita de empresas e profissionais que se dedicaram ao projeto com empenho.

Outro destaque desta edição é a entrevista com o Procurador-Geral de Genebra, Daniel Zapelli,

que esteve no Brasil recentemente e nos deu a oportunidade de conhecer melhor a atuação do

MP no exterior.

Finalizamos o ano com a conclusão de uma série de 13 audiências públicas, com resultados já

visíveis. Uma ADIn referente à lei municipal de São José dos Campos foi proposta a partir de uma

notícia levantada em audiência pública; e os Estados do Rio de Janeiro e Goiás seguiram o mode-

lo paulista e realizam seus encontros para ouvir a população.

Atenciosamente,

“Com a campanha

de comunicação, a

população terá

a oportunidade de

melhor conhecer

a atuação do MP

por meio de uma

linguagem direta

e simples.”

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NESTA EDIÇÃO

EXPEDIENTEAssessoria Especial de Comunicação e Relações InstitucionaisRua Riachuelo, 115 - Centro- CEP 01007-904 - São Paulo/SP8º andar (Coordenação)3º andar, sala 313 (Redação)

Coordenação:Roberto Livianu - Promotor de Justiça

Edição, Reportagens e Fotos:Ana Paula de Lara Campos Prado (MTB 24170)Tel.:[email protected] Kiyomori Mori(MTB 37019)Tel.: [email protected]

Equipe:Rogério Alvarez de OliveiraTel.: 3119-9817 [email protected] de Fátima V. dos Santos SilvaTel.: [email protected]ângela Aparecida Cruz BarbosaTel.: [email protected] C. PaesTel.: 3119-9274 [email protected]

Direção de Arte e Diagramação: Antonio Carlos [email protected]

Impressão:Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Procuradoria Geral de Justiça ....................................................................... 4 e 5

Entrevista: Daniel Zapelli ............................................................................. 6 e 7

Infância e Juventude .......................................................................................... 8

Urbanismo e Meio Ambiente .............................................................................. 9

Consumidor ...................................................................................................... 10

Cível .................................................................................................................. 11

Criminal ............................................................................................................ 12

Cidadania ......................................................................................................... 13

III Congresso do MPSP ...................................................................................... 14

Destaques ......................................................................................................... 15

Histórias do MPSP ............................................................................................ 16

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A Área Regional de Bauru está com novas instalações. Localiza-do na região central da cidade (bairro Bela Vista), o prédio de três andares oferece amplas salas distribuídas em mais de mil metros quadrados. O edifício conta ainda com biblioteca e sala de reu- niões. Até então, os Promotores de Justiça se utilizavam apenas das instalações do próprio fórum.

“É uma conquista de toda a instituição. Com mais espaço, po-demos ampliar e melhorar o atendimento ao público, destinatário final de nossos serviços”, avalia o Promotor de Justiça Fernando Masseli Helene.

Na cerimônia de inauguração, que aconteceu no dia 18/08, esti-veram presentes o Procurador-Geral de Justiça de São Paulo, a Pro-motora de Justiça Dalva Teresa da Silva (Diretora-Geral do MPSP), o Procurador de Justiça João Francisco Moreira Viegas (do Conselho Superior do MP) e o deputado estadual Pedro Tobias (PSDB-SP), além de representantes dos Poderes Executivo e Legislativo e das polícias civil e militar.

Bauru conta com nova sede regional e biblioteca

O Procurador-Geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Sales de Albuquerque, tomou posse em 9 de setembro como presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Públi-co dos Estados e da União (CNPG). Na solenidade, também foram empossados como vice-presidentes Irma Vieira Anzoategui (MS), Rodrigo Pinho (SP), José Demóstenes (TO), Luiz Valter Ribeiro (SE) e Pedro Steil (SC).

Em seu discurso de transmissão de cargo, o ex-presidente do CNPG e Procurador-Geral do Rio Grande do Sul, Roberto Bandeira, registrou, em nome de todos os chefes dos MPs, a absoluta con-fiança no sucesso da nova diretoria. “A forma como foram eleitos, pela vontade unânime de seus pares, aponta em tal sentido.”

Ratificando o compromisso do CNPG, Francisco Sales destacou:

“O Ministério Público não é nenhuma vestal, que se arvore a ter o monopólio da ética e do acerto. É apenas diferente, porque tem demonstrado, nesta quadra da história, um firme, sério e corajoso compromisso com o povo, vocalizando e defendendo os interesses sociais”.

Para Rodrigo Pinho, o Conselho Nacional de Procuradores-Ge-rais representa instrumento fundamental dos Ministérios Públi-cos. “O CNPG é um importante fórum para o permanente repensar da instituição, com os olhos sempre voltados para a proteção mais eficiente da coletividade, destinatária de sua atuação e razão de sua existência“.

A solenidade de posse foi prestigiada por membros do MPPE e de diversos estados do país.

Nova diretoria do CNPG toma posse

Ministérios Públicos se unem à Secretaria de Reforma do Judiciário para elaborar diagnóstico da atuação do MP

O Procurador-Geral de Justiça de São Paulo participou em Brasília, em 5 de setembro, de reunião com o secretário de Reforma do Judici-ário, Pierpaolo Cruz Bottini. O objetivo do encontro foi o de elaborar, no próximo ano, um diagnóstico quantitativo e qualitativo da atua-ção dos Ministérios Públicos Federais, Estaduais e do DF.

Além do PGJ, representantes dos Ministérios Públicos de outros Estados e da Conamp estiveram no encontro.

Segundo os participantes, não existem estudos detalhados sobre a atuação e estrutura do MP, bem como perfil de seus integrantes. Portanto, a análise será focada em dois aspectos centrais: o perfil Institucional e a opinião dos integrantes da Instituição relativas ao seu funcionamento.

A previsão é de que até março de 2006 sejam publicados os resultados.

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PGJ propõe ADIn contra lei municipal que cria “gueto de excluídos”

Proposta ação civil pública inédita para proteger comunidade quilombola em Ubatuba

PGJ participa de debate no STJ sobre “Combate à Impunidade” e defende poder de investigação do MP

O Ministério Público, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Ci-dadania e a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) propuseram, no dia 31/08, ação civil pública inédita para defender uma comunidade quilombola remanescente em Ubatuba (litoral de SP).

A ação foi proposta no fórum da cidade, em evento que contou com a presença do secretário de Justiça e Defesa da Cidadania, Hédio Silva Júnior, do Procurador do Estado Jaques Lamac, do advogado do Itesp Celso Pedroso Filho, da Promotora de Justiça Regional do Meio Ambiente Elaine Taborda de Ávila – que subscreveram a petição ini-cial – e do Procurador-Geral de Justiça.

O processo, movido em face da empresa Urbanizadora Continen-tal S/A, visa a demarcar definitivamente os 890 hectares de terras do grupo Caçandoca. Conforme laudo do Itesp, desde a década de 1970 a comunidade sofre com a especulação imobiliária, grilagem e violência.

O estudo conclui ainda que a região, ocupada por famílias des-cendentes de escravos, é de interesse público em virtude da existên-cia de sítio histórico quilombola, com ruínas de edificações da época (engenho de cana, por exemplo).

O Procurador-Geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, defen-deu em seminário internacional promovido no STJ o poder de investi-gação do Ministério Público.

Sob tema “Propostas para um novo modelo de persecução criminal - combate à impunidade”, o encontro aconteceu em Brasília (05 a 06/09) e reuniu Ministros, Juízes Federais, Procuradores, Juristas e professores uni-versitários. O evento foi organizado pelo Centro de Estudos Judiciários (CEJ) do Conselho da Justiça Federal (CJF) e contou com o apoio do STJ e da Asso-ciação dos Juízes Federais do Brasil.

O PGJ de São Paulo defendeu ainda a necessidade de ação conjunta entre vários órgãos para dar mais eficiência ao combate à criminalidade. Ele destacou dados que demonstram a melhora no resultado da persecução criminal: nos últimos dez anos, em São Paulo, o número de pessoas presas aumentou de 54 mil para 134 mil. No entanto, Rodrigo Pinho lastimou que o avanço se compare a “enxugar gelo”. “Para a nova criminalidade, ainda há necessidade de novas leis a fim de que se aperfeiçoe a eficiência do sistema punitivo”, avalia.

Da mesma forma, o professor da Universidade de São Paulo (USP) Ro-gério Lauria Tucci defendeu o combate “agressivo” à impunidade, especial-mente evitando-se a extinção da punibilidade pela prescrição. “A impunida-

de não resulta apenas de uma legislação ultrapassada, mas do acúmulo de processos no caminho judiciário.” Segundo o professor, na Justiça Estadual de São Paulo há um atraso de cinco anos na distribuição dos processos.

Oriundo do Ministério Público, o ministro do STJ Hamilton Carvalhido presidiu o debate. Para o ministro, que é ex-Procurador-Geral de Justiça do Rio de Janeiro, é possível encontrar a origem da impunidade no próprio Có-digo de Processo Penal. A lei vem da década de 40 e trata com tranqüilida-de a criminalidade ajustada àquela época. No entanto, ressaltou o ministro Carvalhido, padece de outra forma de um enfrentamento ajustado a uma nova criminalidade que se apresentou progressivamente. “São os ‘crimes de gabinetes’, os crimes financeiros, econômicos e tributários”. O ministro do STJ lamentou a enorme dificuldade de acesso a documentos, principais provas desse tipo de crime.

Defensor das prerrogativas da polícia civil na investigação criminal, o deputado federal João Campos de Araújo (PSDB-GO) afirmou que a capa-cidade técnica de busca e produção de provas que a polícia tem é insubs-tituível e fundamental para uma persecução criminal equilibrada e isenta de vícios. Para o parlamentar, o descrédito da polícia brasileira corrobora a impunidade. “Temos de aperfeiçoar, mas não desacreditar a instituição”, sugeriu Campos.

Entre os pedidos da ação civil pública, destacam-se a paralisação de toda e qualquer obra, o fim da comercialização de lotes e a impo-sição de multa diária de 2 mil UFESPs na hipótese de descumprimen-to da decisão judicial.

O Procurador-Geral de Justiça de São Paulo,

em 20 de agosto, propôs ação direta de

inconstitucionalidade de artigo da lei nº.

6.539/04, do município de São José dos Campos.

A norma impugnada prevê que acusados de

invadir área pública ou particular que se recusem

a desocupar o local após a notificação sejam

excluídos dos programas habitacionais e sociais

da prefeitura (leve-leite, vale-gás, bolsa-escola

etc). A penalidade, segundo o texto, se estende

por seis meses após a desocupação do imóvel.

“A lei municipal é incompatível com a Constituição

do Estado de São Paulo porque fere os princípios

da separação de poderes, proporcionalidade e

razoabilidade”, afirma o PGJ.

Comunidades quilombolas: proteção

através de ação civil pública

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E N T R E V I S T A

A quantia, maior que o PIB de muitos países subdesenvolvidos, refere-se ao total devolvido pela Suíça nas ações em que atuou para repatriar recursos públicos desviados por administradores de países como a Rússia e Nigéria.

Bisneto de uma brasileira do Pará, Zappelli imagina que ainda tenha parentes espalhados em algum canto do país. “Ouvi falar que a família ‘Teixeira’, sobrenome brasileiro dos meus antepassados, é bem grande no Pará”, conta.

Em agosto, Zappelli esteve na sede do MPSP, onde participou do debate “Ilícitos Financeiros e Recuperação de Recursos Públicos Desviados”.

Ele atendeu a equipe da revista do Ministério Público para a entrevista a seguir.

MP – Como o senhor entrou em contato com o Brasil?DZ – Foi um convite da embaixada da Suíça em Brasília. Eles me

chamaram para participar do debate em São Paulo e eu aceitei na hora. Já estava em tempo de vir conhecer o país de meus antepassados.

MP – A Suíça sempre foi famosa mundialmente pela lavagem de dinheiro. Essa mentalidade está mudando?

DZ – Sim, com certeza. Desde 1990, a lavagem de dinheiro se tornou ilegal no país. Até então, a prática não era crime, e muito dinheiro oriundo de atividade ilícita acabava desembarcando por lá. Para acabar com isso, a primeira medida foi tornar a lavagem de dinheiro um crime.

MP – Essa medida foi suficiente?DZ – Não, esse foi apenas o primeiro passo de toda uma trans-

formação de mentalidade. Em 1998, foi publicada uma nova lei que obriga os bancos a informar às autoridades qualquer movimenta-ção financeira cuja natureza possa levantar suspeitas. Caso o banco não notifique, ele pode receber pesadas multas.

“Não há a menor chance de sobrevivência

de um MP independente sem poder

de investigação.”

Procurador-Geral de Justiça de Genebra conversa com a revista do MPSP em recente visita ao Brasil

MP – A Suíça deixou de ser um paraíso fiscal?DZ – Sim, agora podemos afirmar que a Suíça não é mais um

lugar seguro para lavagem de dinheiro. E quem pensa em levar dinheiro sujo para a Suíça deve saber que poderá ser preso e ter o dinheiro repatriado de volta ao país de onde foi retirado ilegalmen-te. Hoje, nosso país conta com diversos acordos internacionais para a repatriação de dinheiro ilegal, inclusive com o Brasil. Em 15 anos, é uma grande evolução de mentalidade.

MP – Isso resultou em alguma repercussão no sistema financeiro?

DZ – O que assistimos agora na Suíça é a uma espécie de fuga de capitais, que buscam paraísos fiscais seguros como as ilhas Jersey e Bahamas. Essa saída de dinheiro afeta um pouco a economia, mas também devemos lembrar que não é apenas de dinheiro ilegal que vivem os bancos suíços. Grande parte dos depósitos é lícita. Quan-do a Suíça optou por esse caminho rígido, sabíamos que teríamos de pagar um preço. Perdemos muito dinheiro, mas temos certeza de que o preço que estamos pagando é por uma boa causa.

MP – Quanto tempo demora para repatriar dinheiro na Suíça?DZ – Essa é uma pergunta pertinente. Sempre acusam a Suíça de

demorar, de não atender pedidos etc. Mas nossas regras são claras e basta que o país solicitante demonstre a origem ilícita do dinheiro, com provas, sentenças judiciais e documentos. Temos um protocolo completo que deve ser atendido. Mas, em muitos casos, a justiça do país solicitante não preenche esses requisitos. Há casos de pedidos em que nem sequer o processo foi instaurado no país de origem. É importante salientar que bloquear os bens de uma pessoa é uma medida drástica, que só deve ser tomada se devidamente fundamen-tada. Na maior parte dos casos, os países não cumprem nenhum des-ses requisitos por ineficiência de seus operadores jurídicos e prefe-rem culpar “a Suíça” a assumir sua própria responsabilidade. Se todo o processo for bem conduzido, em até cinco anos o dinheiro ilegal volta ao país. Recentemente, a Nigéria recebeu US$ 240 milhões, e ainda tem mais US$ 500 milhões para reaver em breve.

MP – E o caso Paulo Maluf, quando o dinheiro será repatriado?DZ – Eu não posso comentar casos que estejam em andamento,

mas os brasileiros podem ficar tranqüilos porque a investigação está sendo bem conduzida e é provável que o dinheiro volte ao país mais cedo do que se imagina.

Aos 41 anos, o Procurador-Geral de Genebra (Suíça), Daniel Zappelli, é o mais jovem a ocupar o cargo desde 1815. Eleito há apenas três anos, seu mandato de seis anos já traz a recuperação de patrimônio público num valor que ele se orgulha de revelar: US$ 2,3 bilhões.

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MP – Como deve ser a relação do Promotor de Justiça com a mídia?

DZ – Não dá para negar a importância de uma imprensa livre e independente. Graças a ela, os principais escândalos vêm à tona e surge a cobrança da sociedade por punição. No meu caso, que sou eleito pelo povo, a situação é mais delicada, porque posso vir a sofrer pressão de eleitores. Mas o Promotor de Justiça, inclusi-ve o brasileiro, não deve se preocupar em agradar a imprensa. Se determinado caso de grande repercussão gerar maior pressão por parte da sociedade por punição, mas o Promotor de Justiça concluir que não houve ilegalidade, ele deve seguir sua consciência e não se curvar à mídia. Quem desempenha um papel público como o de Promotor tem que estar pronto para todo o tipo de crítica, inclusive as negativas. Ele também não pode se deixar levar pela vaidade. Eu, de minha parte, não gosto de bajulação de jornalista. Há Pro-motores que preferem se isolar da imprensa justamente por esse temor. Essa conduta, a meu ver, não é acertada. A população tem o direito de saber o que o Promotor de Justiça faz. E o contato com a população também serve de termômetro para saber como está a sociedade civil e quais suas expectativas em relação à Justiça.

MP – E o poder de investigação do MP, o senhor é favorável?DZ – Não há a menor chance de sobrevivência de um MP in-

dependente sem poder de investigação. A própria origem da pa-lavra prosecutor (Promotor de Justiça, em inglês) tem sua origem na “perseguição”, “busca” e “investigação”. Na Suíça, nós somos totalmente independentes, e a própria policia está vinculada ao MP. O MP tem que comandar as investigações e definir quais provas devem ser averiguadas.

“Se determinado

caso de grande

repercussão causar

maior pressão

da sociedade por

punição, mas o

Promotor de Justiça

concluir que não

houve ilegalidade,

ele deve seguir sua

consciência e não

se curvar à mídia.”

Daniel Zapelli: a

Suíça não é mais

um lugar seguro

para lavagem

de dinheiro

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I N F Â N C I A

Jornal da Infância mostra casos reais

Simulação de Audiência PúblicaDebates ao vivo são filmados

Casos revelados em debates ao vivo Apresentação do Projeto Guri, de Jaú

Nos dois eventos realizados nos meses de agosto e outubro mais de 100 promotores da infância e juventude estiveram presentes

Seminário Estratégico de Desenvolvimento da Atuação Transformadora do Promotor de Justiça da Infância e Juven-tude. Como sugerido pelo nome, os seminários realizados pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de In-

fância e Juventude do MPSP, em parceria com o Movimento do Ministério Público Democrático (MPD) e com o Instituto Camargo Corrêa, tiveram como objetivo sensibilizar e motivar os promotores a trabalharem a reali-dade social de forma transformadora.

A iniciativa de promover esses seminários partiu da necessidade de refle-xão sobre a atuação de um promotor de justiça da infância e juventude mais comprometido com a transposição da marginalidade para a cidadania.

Para trabalhar essas questões, os seminários foram desenvolvidos va-lendo-se de um conteúdo dinâmico e formato inovador. Os promotores de justiça da infância e juventude foram convidados a se hospedar durante 3 dias num hotel fazenda em São Pedro, a 150 quilômetros de São Paulo, para uma verdadeira imersão em questões relacionadas à sua atividade.

Casos bem sucedidos de promotorias da infância e juventude foram mostrados por meio de reportagens jornalísticas produzidas em parceria com a Assessoria Especial de Comunicação do MPSP, o intitulado “Jornal da Infância”. Após essas apresentações, eram promovidos debates ao vivo com diversos profissionais, inclusive de outros estados, que trabalham a questão da infância - promotores, juízes, integrantes de ONG’s - media-

dos pela jornalista Mirella Consolini, apresentadora do programa de TV Trocando Idéias, do MPD. Dessa forma, todo o conteúdo tornou-se muito mais rico, pois foram apresentadas experiências de vida e não apenas teo-rias abstratas.

A conclusão dos trabalhos deu-se através da simulação de audiências públicas e da realização de grupos de discussão em cima de quatro temas fundamentais: políticas públicas, medidas sócio-educativas, drogadição e convivência familiar

Seminários do CAO da Infância inovam pelo conteúdo dinâmico e formato inédito

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Saiba como foram o 9º Congresso de Meio Ambiente e o 3º Congresso de Habitação e Urbanismo do MPSP realizados em outubro, na cidade de Águas de São Pedro.

M E I O A M B I E N T E

O lançamento dos manuais práticos de Meio Ambiente e Urbanismo (ed.Imprensa Oficial, em três volumes) marcou o início dos trabalhos do 9º Congresso de Meio Ambiente e do 3ºCongresso de

Habitação e Urbanismo do MPSP no dia 20/10 em Águas de São PedroSob o tema “Atuação Integrada e Regionalizada”, membros dos Mi-

nistérios Públicos de vários Estados e profissionais atuantes na área do meio ambiente tiveram a chance de conhecer e discutir experiências nas questões relativas ao meio ambiente e urbanismo.

Em seu discurso de abertura, o Procurador-Geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, destacou a importância da atuação do MP nesse assunto. “Nas audiências públicas, comprovamos que o meio ambiente é um dos temas de maior interesse da população. Nesse tópico, a resposta do MP tem sido notável”, avalia.

Logo depois, o ambientalista Fábio Feldmann proferiu a palestra de abertura com o tema “Perspectivas da Biodiversidade e Avaliação Ecos-sistêmica do Milênio”. Após uma breve exposição histórica da questão ambiental, o ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo analisou o papel do MP. “O Ministério Público é um dos principais protagonistas na defesa das futuras gerações”, afirma Feldmann, que é secretário executi-vo do Fórum Paulista de Biodiversidade e Mudanças Climáticas.

A Promotora de Justiça Nathalie Kiste Malveiro (coordenadora do CAO-UMA) classificou a oportunidade como “um momento de reflexão quanto à eficácia da atuação das Promotorias de Justiça de Meio Am-biente e Urbanismo de todo Brasil”.

2º DiaO segundo dia (21/10) dos trabalhos teve início com a palestra “Des-

tinação Final de Embalagens Vazias de Agrotóxicos”. Apresentada pelo diretor presidente do Inpev (Instituto Nacional de Processamento de Em-balagens Vazias), João César Rando, a exposição apresentou as funções dessa entidade sem fins lucrativos. A instituição, segundo Rando, repre-senta a indústria em sua responsabilidade de destinar corretamente as embalagens vazias dos produtos fitossanitários que comercializa.

O Inpev é ainda responsável pelo Sistema de Destinação Final de Embalagens Vazias, que completou três anos de existência em março de 2005 e encerrou 2004 com 326 unidades de recebimento onde foram devolvidas 14.825 toneladas de embalagens. “É um exemplo de cons-cientização dado pelo produtor rural brasileiro”, avalia Rando.

No final de sua apresentação, ele exibiu aos ouvintes um desenho animado institucional de conscientização do produtor rural.

Ação regionalApós a primeira apresentação foi a vez do tema “Atuação Integrada

e Regionalizada – A experiência de outros Estados” centralizar a atenção dos congressistas.

Presidido pela Promotora de Justiça do Rio de Janeiro Denise Muniz de Tarin, o debate começou com a apresentação do Procurador de Jus-tiça Saint-Clair Honorato dos Santos (Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção do Meio Ambiente do Paraná). Em seguida, o Promotor de Justiça Rodrigo Cançado Anaya Rojas (Co-ordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, do Patrimônio Histórico e Cultural e da Habitação e Urbanismo – MP/MG) exibiu slides sobre a atuação de seu grupo em Minas Gerais.

Ao final, o Promotor de Justiça Alex Fernandes Santiago (Coordena-dor da Promotoria de Justiça de Defesa do Rio São Francisco – MP/MG) concluiu com a exposição da atuação do MP mineiro na proteção do rio São Francisco e na recuperação da mata ciliar.

Independência e atuação regionalSob o tema “Independência Funcional e Atuação Integrada”, o ex-

Procurador-Geral de Justiça de São Paulo Luiz Antônio Guimarães Mar-rey apresentou a importância de equacionar a garantia constitucional de independência do Promotor de Justiça com a atuação conjunta nos assuntos regionais. “É preciso que haja um equilíbrio entre os dois temas para que o interesse coletivo não seja, no final, o grande prejudicado”, afirma ele, que é secretário dos Negócios Jurídicos do Município de São Paulo. A mesa foi presidida pelo Promotor de Justiça gaúcho Alexandre Sikinowski Saltz.

3º diaO 9º Congresso de Meio Ambiente e o 3ºCongresso de Habitação e

Urbanismo do MPSP se encerraram no dia 22/10 com a votação das teses apresentadas pelos Promotores de Justiça.

No total, seis teses foram aprovadas: “Código de Proteção aos Ani-mais: Inovações e Desafios Éticos” (Laerte Fernando Levai - São José dos Campos); “Inexistência de Direito Adquirido em Loteamentos Clan-destinos em Áreas de Preservação Permanente” (Ricardo Manuel Cas-tro - Guarujá); “Justiça Ambiental: Federalização ou Regionalização?” (Fernando César Bolque - Tupã); “Ministério Público, Mata Atlântica e a Preservação do Palmiteiro: Medidas Concretas de Atuação no Vale do Ribeira (Amaitê Iara Giriboni de Mello - São Paulo); Promotorias de Jus-tiça Regionais e o Princípio do Promotor Natural (Daniel José de Angelis - São Joaquim da Barra); e “Tombamento Judicial de Áreas de Interesse Ambiental” (Carlos Henrique Prestes Camargo - São Paulo).

Na avaliação da Promotora de Justiça Nathalie Kiste Malveiro, o sal-do desses três dias de encontro foi positivo. “Tivemos a oportunidade única de reunir Promotores de Justiça atuantes na área do Meio Am-biente e Urbanismo de várias partes do país. A troca de experiências com certeza contribuirá em muito para o aperfeiçoamento mútuo dos congressistas”, afirma.

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O apresentador de TV Antônio Augusto Moraes Liberato (Gugu),

representado por seu advogado, assinou acordo de R$ 750 mil com

o Ministério Público.

O valor se refere à ação civil pública proposta pela Promotoria de

Justiça do Consumidor em razão da falsa entrevista veiculada no

canal de televisão SBT, em 2003, com supostos integrantes do PCC.

O montante está sendo pago em 12 parcelas de R$ 62.500,00 e

será revertido em favor de instituições que desenvolvem trabalho

social indicadas pelo MP. A Promotora de Justiça Deborah Pierri

(Consumidor) foi a responsável pela ação.

MP faz acordo para ressarcimento de R$ 750 mil com Gugu Liberato por falsa entrevista com PCC

Com o tema “Provimentos Jurisdicionais na Ação Coletiva: sua Efetividade e Autoridade da Coi-sa Julgada”, o jurista Kazuo Watanabe participou de debate na sede do Ministério Público no dia 11 de novembro.

Organizado pelo Centro de Apoio Operacional do Consumidor, o encontro discutiu o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 358/05, que pretende incluir, dentre as atribuições do Superior Tribunal de Justiça, a definição da competência do foro e a extensão territorial da decisão proferida em ação civil pública.

Na avaliação da Promotora de Justiça Maria da Glória Villaça Borin Ga-vião de Almeida (Coordenadora do CAO do Consumidor), a aprovação da emenda constitucional prejudicaria toda a sistemática do direito processu-al civil. “Não se pode permitir que, casuisticamente, o Tribunal modifique a competência ou fixe os seus limites territoriais, o que afrontaria o princípio

do juiz natural, autorizando os perigosos tribunais de exceção”, afirma.Ela acrescenta ainda que a inserção da regra limitadora da competên-

cia causaria frontal violação a princípios constitucionais. “É uma verdadei-ra mutilação do instituto da ação civil pública, criada principalmente para que houvesse uniformidade de tratamento para questões com o mesmo fundo”, conclui.

O jurista Kazuo Watanabe foi Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e Presidente do 2o Tribunal de Alçada Civel/SP. Ele participou da comissão elaboradora do anteprojeto da Lei de Ação Civil Pública (Lei 7.347/85) e, atualmente, é professor titular de Direito Proces-sual Civil na Universidade de São Paulo.

Além dele, participaram como debatedores a Procuradora de Justiça Evelise Pedroso Teixeira Prado Vieira (Conselho Superior do Ministério Público), o Procurador de Justiça Marco Antonio Zanellato e o Promotor de Justiça Motauri Ciochetti de Souza.

Em novembro, Kazuo Watanabe discute projeto de emenda constitucional que altera lei de Ação Civil Pública

C O N S U M I D O R

“Atuação do MP na defesa do consumidor é exemplar”, destaca jurista português em debate do CAO do Consumidor

Discutir a cobrança de assinatura do serviço de telefonia foi o motivo que levou cerca de 80 membros do Ministério Público e da sociedade civil, no dia 16/08, à sede da Instituição.

Organizado pelo Centro de Apoio Operacional do Consumidor, os parti-cipantes tiveram a oportunidade de presenciar o debate “Serviços Públicos Essenciais e Cobrança de Taxa de Assinatura do Serviço de Telefonia”.

Para o Procurador-Geral de Justiça São Paulo, que presidiu o encontro, o assunto é de extremo interesse dos consumidores. “Uma família que tenha renda não muito superior ao salário mínimo dificilmente poderia arcar com o pagamento mensal da assinatura”, afirmou.

A Promotora de Justiça Maria da Glória Villaça Borin Gavião de Almeida, coordenadora do CAO do Consumidor, acrescentou que hoje em dia mais de 60 mil ações individuais discutem a legalidade da cobrança, sem contar as ações coletivas do MP. “Decisões contraditórias de juízes, com liminares deferidas e logo depois cassadas, ajudam a confundir o consumidor. Trazer a discussão deste tema aos Promotores e Procuradores de Justiça é uma

forma de contribuir positivamente em um dos assuntos mais polêmicos do Direito do Consumidor atual.”

Jurista portuguêsA atuação dos Promotores de Justiça que atuam na área do consumidor

foi motivo de elogio no evento. O jurista português Mário Frota, presidente da Associação Portuguesa de Direito de Consumo (APDC), enfatizou que a atuação do Ministério Público daqui serve de exemplo para Portugal. “Apesar da previsão legal, o MP de Portugal não é atuante como no Brasil. A defesa de interesses de consumidores recai praticamente para as entidades de defesa de interesses difusos”, afirma.

Frota participou do painel “Serviços Públicos Essenciais no Direito Europeu e Proteção do Consumidor”. Em sua exposição, o jurista fez um paralelo entre a proteção dos consumidores nos dois países. Segundo ele, assim como as concessionárias brasileiras, a empresa de telefonia de Portugal também cobra assinatura mensal do serviço de telefonia.

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Eros Grau participa de

evento na sede do MPSP

Assinado complemento do convênio FIPE-MPSP para fiscalização de fundações

O Centro de Apoio Operacional das Promotorias de

Justiça Cíveis, de Acidentes do Trabalho, do Idoso e da

Pessoa Portadora de Deficiência (CAO Cível) inaugura

em sua página na internet o serviço de pesquisa

organizada de jurisprudência.

Dividido em 14 temas, entre eles processo civil,

mandado de segurança e registros públicos, o trabalho

reúne mais de duas mil ementas selecionadas pelo

CAO Cível.

MPSP recebe ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal, em evento promovido pelo CAO-Cível.

C Í V E L

Na tarde de 31/10 foi assinado entre a Procura-doria-Geral de Justiça de São Paulo e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP (FIPE) um aditamento ao convênio existente entre as duas instituições, com o intuito de ampliar os ins-

trumentos à disposição do MP para cumprir sua missão de zelar pelas fundações.

Pelo convênio original, firmado em 19/04/2001, o MPSP passou a ter acesso ao programa de computador SICAP - Sistema de Cadastro

No dia 21/10, Eros Grau participou do debate “O Direito Eco-nômico e o Ministério Público”, quando aproveitou a oportunida-de para defender a atuação do Ministério Público na economia. O ministro, que já se declarou favorável ao poder de investigação do MP, disse que “a necessidade da presença do MP nas questões que envolvam a intervenção do Estado no domínio econômico é inquestionável”.

Na ocasião, o Procurador-Geral de Justiça de São Paulo destacou que a participação do ministro no encontro ajudou a enriquecer a discussão do tema. “A presença de um ministro da mais alta corte de justiça em nossa casa –além de ser uma grande honra- é sinal inequívoco do prestígio de que goza a Instituição”.

O debate, ocorrido no auditório Tilene Almeida de Morais, contou ainda com a participação da Procuradora de Justiça Selma Negrão, coordenadora do CAO Cível, e de vários membros da Instituição.

Jurisprudência organizada é novo serviço on-line

e Prestação de Contas -, que analisa a prestação de contas das fun-dações. O sistema já é utilizado pelos MPs de todo o Brasil.

Com o aditamento do convênio, o MPSP contará com computado-res e estagiários cedidos pela FIPE, que trabalharão na Promotoria de Fundações da capital, sediada no Fórum João Mendes, agilizando o processo de fiscalização das entidades.

Para Selma Negrão, Coordenadora do CAO Cível, a extensão do convênio representa “um relevante estímulo para uma área que vem assumindo crescente importância na atuação ministerial”.

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Júri condena 2 PMs a prisão pela morte de dentista

C R I M E

O tenente Carlos Alberto de Souza Santos e o soldado Luciano José Dias, ambos da Polícia Militar, foram condenados a 17 anos e 6 meses de prisão pela morte do dentista Flávio Ferreira Sant’Anna. O crime ocorreu no dia 3 de fevereiro de 2004, em São Paulo. O dentista, confundido com um ladrão, foi executado sem chance de se defender.

O cabo Ricardo Arce Rivera foi absolvido, a pedido do Promotor, da acusação de homicídio, mas condenado a 7 anos e 6 meses por fraude processual e transporte ilegal de arma.O tenente e o soldado também foram condenados por esses crimes.

O julgamento no 2.o Tribunal do Júri terminou às 2 horas do dia 19/10. Por 7 votos a 0, os jurados condenaram o soldado pela morte e, por 4 votos a 3, também condenaram o tenente. Dos sete integran-tes do júri, dois eram negros, assim como a vítima e o tenente que comandou a ação policial.

As teses da defesa - a de que os policiais agiram no estrito cum-primento do dever legal e a da legítima defesa- foram desconsi-deradas pelo júri, numa votação de 5 a 2. Ao mesmo tempo, os jurados decidiram por 4 votos a 3 que o homicídio foi privilegiado, pelo fato de os policiais terem sido induzidos em erro pela vítima de roubo, segundo pedido feito pela defesa e incluído pelo juiz no

questionário a ser votado pelos jurados.A qualificadora de motivo torpe nem foi votada.

Ao considerar a morte do dentista um homicídio privilegiado, os jurados retiraram do crime o caráter hediondo. Assim, os réus conse-guiram o direito de cumprir a pena no futuro em regime semi-aberto e aberto. A decisão também diminuiria a pena final dos réus. Mas, em seguida, os jurados votaram, por 6 a 1, que os PMs agiram “mediante surpresa, sem dar chance de defesa para a vítima”. Isso fez com que o homicídio privilegiado se tornasse qualificado, aumentando a pena.

Quando encontraram o dentista andando perto de onde havia ocorrido o roubo, os réus desceram do carro e gritaram: “Polícia!”. O dentista ergueu as mãos, mas foi atingido por duas balas no peito. Depois de baleado, os policiais colocaram um revólver e a carteira do comerciante no bolso da vítima, para simular um tiroteio.

O promotor Francisco J. T. Cembranelli considerou o resultado final bem satisfatório, já que os objetivos da acusação - preservação da memória da vítima, provar aos jurados que houve uma execução e imposição de pena pelos crimes praticados - foram plenamente alcan-çados. Com isso, não houve necessidade de interposição de recurso. O advogado dos réus, Marcos Ribeiro de Freitas, afirmou que deve recorrer em relação à dosimetria da pena.

MP obtém liminar no STJ para impedir a concessão de progressão de regime a réu condenado por crime hediondo

Publicada condenação de policiais e advogado acusados de extorsão pelo GAERCO do Vale do Paraíba

Investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial Regional para a Prevenção e Repressão ao Crime Organizado do Vale do Para-íba – GAERCO/VP - órgão do Ministério Público de São Paulo, e pelo Juízo da Corregedoria das Polícias de São José dos Campos demons-traram que 3 delegados de Polícia e 5 policiais civis formaram uma organização criminosa destinada à prática habitual e sistemática de crimes contra a administração pública, especialmente delitos de cor-rupção passiva, concussão, prevaricação e advocacia administrativa, além de crimes contra a fé pública.

Essa organização criminosa policial funcionou nos anos de 2002 e 2003. No final de 2003, foi oferecida a primeira denúncia e os poli-ciais civis foram afastados de seus cargos. Mas em setembro de 2004, a 3ª Câmara Criminal do TJSP anulou a denúncia com o argumento

de que os réus não tinham sido ouvidos na fase de investigações. Os investigados foram notificados e a grande maioria fez uso do direito ao silêncio, recusando-se a comparecer ao MP.

Novos fatos e novos nomes foram apresentados na denúncia pro-posta em 02/09/2005.As interceptações telefônicas feitas com autori-zação do Juízo da Corregedoria das Polícias de São José dos Campos, as filmagens e as fotografias feitas nos estabelecimentos comerciais e as oitivas dos investigados e das testemunhas comprovaram que os referidos policiais civis, visando ao recebimento de vantagem econô-mica indevida, omitiram-se na fiscalização e na investigação do jogo de azar no Município de São José dos Campos, em especial jogos realizados em máquinas caça-níqueis, constituindo uma verdadeira organização criminosa.

O Ministério Público, por meio do Setor de Recursos Extraordiná-rios e Especiais Criminais, obteve liminar para impedir a concessão de progressão de regime a réu condenado por crime hediondo.

O benefício havia sido concedido pela 1ª Câmara Criminal do Tri-bunal de Justiça do Estado de São Paulo a réu condenado por atenta-

do violento ao pudor praticado contra criança (crime hediondo).O MP interpôs recurso especial e, após o deferimento, ingres-

sou com medida cautelar perante o Superior Tribunal de Justiça (10.440-SP), onde a liminar foi concedida pelo Ministro Arnaldo Esteves Lima.

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Acima: Senador Paulo Paim (PT-RS);

Abaixo: platéia reunida em evento

sobre igualdade racial

Encontro sobre Igualdade Racial reúne cerca de 200 pessoas no Ministério Público de São Paulo

Para discutir o tema “O Ministério Público e a Igualdade Racial”, cerca de 200 pessoas compareceram no dia 15/08 à sede do Ministé-rio Público de São Paulo.

O evento foi organizado pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Cidadania e foi presidida pelo Procurador-Geral de Justiça de São Paulo.

Para o Procurador de Justiça José Benedito Tarifa, então coor-denador do Centro de Apoio Operacional da Cidadania (CAO da Ci-dadania), devido ao sucesso do encontro, o debate deve se tornar permanente. “A abordagem de temas polêmicos, como a criação de cotas em universidades públicas, é enriquecedora para os membros da instituição. Fomentar esses encontros é um dos objetivos do Cen-tro de Apoio.”

Ação afirmativaNo período da manhã, o painel “Ação Afirmativa e o Estatuto da

Igualdade Racial” teve como palestrantes o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto de lei que institui o “Estatuto da Igualdade Ra-cial” (ainda em tramitação no Congresso Nacional), e o secretário de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, Hédio da Silva Júnior. Também integraram a mesa o Corregedor-Geral do Ministério Público, Paulo Hideo Shimizu, a Subprocuradora-Geral da República Maria Eliane Menezes de Farias, o Procurador de Justiça Antônio Her-men de Vasconcellos Benjamin, a presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Anita Schwartz, e o diretor-executivo da Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes), Frei David Santos.

Inclusão sócio-racialÀ tarde ocorreu o painel “Análise das Práticas de Inclusão Sócio-

Racial”. Como palestrantes, participaram o professor Timothy Martin Mulholland, vice-reitor da Universidade de Brasília, o professor Hé-lio Santos, presidente do IBD (Instituto Brasileiro da Diversidade), o secretário municipal de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro, Augus-to Henrique P. de Souza Werneck Martins, e o Promotor de Justiça do Gaeco Christiano Jorge Santos. O deputado estadual Sebastião Arcanjo (PT-SP), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial, também participou da mesa. Além da presença de Promotores e Procuradores de Justiça, o evento contou ainda com a participação de representantes de diversas entidades voltadas ao combate da discriminação racial e da desigualdade social.

C I D A D A N I A

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Abertura do III Congresso

do Ministério Público do

Estado de São Paulo

III Congresso de SP reúne cerca de 600 congressistas em agosto

A 3ª edição do Congresso do Ministério Público de São Paulo recebeu cerca de 600 congressistas de 24 a 27 de agosto no Blue Tree Convention Ibirapue-ra. No final, foi divulgada a Carta de São Paulo, com as conclusões finais do encontro.

No discurso de início dos trabalhos, o Procura-dor-Geral de Justiça, Rodrigo Pinho, destacou que o evento era a oportunidade ideal para o intercâmbio

e debate de idéias. “É o momento oportuno para repensar o Ministério Público em suas mais diversas áreas de atuação e em seu papel consti-tucional.”

O prefeito de São Paulo, José Serra, enfatizou que desde 1988 o Brasil figura na vanguarda da organização do Ministério Público. “É evidente que a sociedade brasileira ganhou um Ministério Público mais organizado, com maiores poderes e garantias de atuação, identificado como uma Instituição que efetivamente defende o interesse público.”

Com a platéia tomada por Promotores e Procuradores de Justiça paulis-tas e de vários Estados do país, o evento contou com a presença do vice-go-vernador de São Paulo, Cláudio Lembo, do presidente da Assembléia Legis-lativa, Rodrigo Garcia, do prefeito e do vice-prefeito da Capital, José Serra e Gilberto Kassab, do presidente do TCE, Cláudio Alvarenga, do presidente do TRE, Álvaro Lazzarini, do presidente do TJ Militar, Paulo Prazak, do presiden-te do TCU, Antonio Carlos Caruso, e do secretário estadual de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa.

Estiveram também presentes o desembargador Barbosa Pereira, do Ór-gão Especial do TJ, representando o presidente do tribunal, Luiz Tâmbara, o conselheiro nacional de Justiça Alexandre de Moraes, representando o ministro Nelson Jobim, a corregedora nacional do MP, Ivana Mendonça San-tos, representando o Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, a Procuradora Regional da República e conselheira nacional do MP

Janice Ascari, e a presidente do Colégio de Diretores das Escolas Superiores dos Ministérios Públicos do Brasil, Verônica Amado.

A conferência de abertura, com o tema “O Ministério Público frente à criminalidade transnacional: a experiência européia”, foi proferida pelo Promotor da Seção Penal do Tribunal Supremo da Espanha, Antonio del Moral García, tendo como debatedores o presidente do Sindicato dos Ma-gistrados do Ministério Público de Portugal e integrante do Birô da Medel (Magistrados Europeus pela Democracia e Liberdades), António Cluny, e pelo procurador-chefe da República junto ao Tribunal de Veneza, na Itália, Vittorio Borraccetti.

BalançoNo primeiro painel de debates de 25/08, os jornalistas Fernando Rodri-

gues (Folha de São Paulo), Augusto Nunes (Jornal do Brasil) e Luiz Malavolta (Rede Globo) defenderam o amplo relacionamento do MP com a imprensa para divulgar informações de interesse público.

O jornalista Augusto Nunes classificou a relação entre Promotores de Justiça e jornalistas como sendo de parceria. “A teimosia cívica do MP tem transformado o Brasil.”

Já em 26/08, o congresso contou com a participação do filósofo Roberto Romano (professor titular da Unicamp), do jurista Rubens Na-ves (fundador da ONG Transparência Brasil) e do educador Tião Rocha (fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento - CPCD). O tema do encontro foi “O MP e as Demandas da Sociedade Brasileira”, e teve a presença do Procurador-Geral de Justiça da Bahia, Achiles de Jesus Siquara Filho.

Depois, foi a vez do secretário de Educação do Estado de São Pau-lo, Gabriel Chalita, debater o tema “Os desafios da ética no mundo contemporâneo”.

EncerramentoA sessão plenária de encerramento do III Congresso do MP, em

27/08, foi marcada pelos discursos dos convidados internacionais. Vittorio Borraccetti, Promotor italiano que atuou na “Operação Mãos Limpas” contra a corrupção na Itália no início dos anos 90, e António Cluny, Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público de Portugal, elogiaram a organização e o nível elevado das teses. “Em um Congresso dinâmico como este, fico impressionado com a convergência ideológica das teses com os ideais da ONG Magistratu-ra Democrática. A proteção da pessoa é a base de grande parte dos trabalhos”, afirmou Borraccetti.

Platéia lotada

nos três dias

do evento

E V E N T O S

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Depois do estágio probatório, o vitaliciamento. Para os Promotores de Justiça que ingressaram no 83o concurso, o dia 23 de setembro de 2005 marcou mais uma etapa em suas vidas. Nesse dia, 87 promotores de justiça foram vitaliciados em cerimônia realizada no Auditório Queiroz Filho, localizado no edifício-sede do Ministério Público do Estado de São Paulo.

A solenidade foi aberta com discurso proferido pelo Procurador de Justiça Luiz César Gama Pellegri-ni, integrante da banca examinadora do 83o concurso, que teve mais de 8.000 candidatos. Em suas palavras, Pellegrini destacou que um Promotor de Justiça deve encarar sua missão como um sacerdócio.

A jovem promotora Andréa De Cicco discursou em nome dos colegas e ressaltou as ansiedades que acom-panham o concurso para a carreira, as designações mensais e os percalços do dia-a-dia da profissão.”São

muitas as surpresas que inevitavelmente encontramos em cima das mesas de trabalho, com pilhas e pilhas de processos e inquéritos para examinar”, relatou, para depois complementar que “todas essas dificuldades apenas serviram para reforçar o amor que nutrimos pela instituição que tem como missão a defesa da or-dem jurídica”.

Ao final, o Procurador-Geral de Justiça, Rodrigo Pi-nho, lembrou que “este novo grupo consolida no dia-a-dia uma instituição que tem o dever de lutar por um Ministério Público efetivamente comprometido com o que o Brasil precisa”.

A mesa plenária da cerimônia de vitaliciamento foi composta por: Rodrigo César Rebello Pinho, Procurador-Geral de Justiça; Paulo Hideo Shimizu, Corregedor-Geral do Ministério Público; Regina Helena da Silva Simões, Secretária do Orgão Especial do Colégio de Procurado-

Audiências públicas

de São Paulo inspiram outros estados

As Procuradorias-Gerais de Justiça dos Estados de Goiás e Rio de Janeiro tomaram como exemplo as audiências públicas realizadas pelo MPSP para realizar encontros com a população local a fim de reunir informações que balizem o Plano Geral de Atuação das instituições para o ano de 2006.

Goiás iniciou esses encontros no dia 29 de setembro. O modelo de Goiás prevê dois dias para a realização dos encontros, que têm início sempre às 18h e término às 22h. No primeiro dia o objetivo é ouvir, discutir e colher as sugestões da população. Já o segundo dia fica destinado à definição de metas prioritárias.

Em Goiás, a Escola Superior do Ministério Público é a responsável pela coordenação das audiências que contam também com a atuação dos coordenadores dos Centros de Apoio Operacional e promotores locais.

Já o Estado do Rio de Janeiro realizou dia 19 de outubro uma audiência pública na cidade de Cabo Frio, região dos Lagos. O objetivo do encontro também foi colher a opinião da população para formular o Plano Geral de Atuação da instituição para o próximo ano e prestar contas da atuação do MP na região. Ao todo, estiveram presentes 300 pessoas.

“O Ministério Público, como organismo de defesa social, deve estar em permanente sintonia com a comunidade. Sua missão de verdadeiro braço da sociedade dentro do próprio aparelho do Estado será muito mais útil e eficiente, quanto mais próximo ele estiver dos destinatários de sua atuação”, afirmou Marfan Martins Vieira, Procurador-Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Para o Procurador-Geral de Justiça do Estado de Goiás, Saulo de Castro Bezerra, “com a prática das audiências públicas, a população passará a ter espaço para opinar e interferir diretamente na nossa atuação”.

STF derruba foro privilegiado para ex-autoridades

Governo desapropria novo prédio para o MP

Cerimônia reúne 87 promotores para vitaliciamento

O plenário do Supremo Tribunal Federal, em 16/09, julgou inconstitucionais os §§ 1o e 2o do artigo 84 do CPP, que estabeleciam foro por prerrogativa de função a ex-autorida-des que tivessem ocupado cargos públicos ou

mandatos eletivos.A decisão, por maioria de votos (7 a 3), ocorreu

no julgamento de uma ação direta de inconstitu-cionalidade proposta pela Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público).

Vitaliciandos assistem aos discursos

em cerimônia realizada no dia 23/09

res; Paulo Mário Spina, Secretário do Conselho Superior do Ministério Público; Luiz Antonio Guimarães Marrey, Presidente do 83o Concurso de Ingresso; Antonio de Pá-dua Bertone Pereira, Luiz César Gama Pellegrini, Marta de Paula Fernandes, Sérgio de Araújo Prado Júnior, inte-grantes da banca examinadora; Jorge Eluf Neto, repre-sentante da OAB na banca examinadora; João Antonio Bastos Garreta Prats, Presidente da Associação Paulista do Ministério Público, que também fez uso da palavra; e Luís Daniel Pereira Cintra, Diretor da Escola Superior do Ministério Público.

D E S T A Q U E S

O governo do Estado desapropriou um novo prédio para o Ministério Público.

O prédio está situado na rua Riachuelo, no centro da Capital, na mesma quadra do Edifício Campos Salles, sede do Ministério Público. Com dez andares e 1.762,00m2 de área construída, o imóvel, depois de reformado, será destinado a setores administrativos da Institui-ção, que hoje ocupam o edifício-sede.

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H I S T Ó R I A S D O M P

No ano em que se comemoram 20 anos da promul-gação da Lei da Ação Civil Pública – que alçou o Minis-tério Público à condição de protagonista na defesa dos interesses difusos e coletivos da sociedade, por meio de inquéritos civis, acordos e ações civis públicas – a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de São Paulo produziu uma campanha de comunicação sobre as ati-vidades da instituição.

Por meio de outdoors eletrônicos, filme em com-putação gráfica para TV e cinema, anúncios de mí-dia impressa, spot de rádio e uma exposição – que permanece durante todo o mês de novembro na estação Sé do Metrô de São Paulo e percorrerá, em seguida, outros espaços públicos –, o MPSP cele-brou a importante data aproximando-se da popula-ção de forma direta e simples.

Toda a concepção da campanha girou em torno da idéia de contar histórias, mostrando alguns dos milhares de casos em que a atuação do MPSP foi deci-siva para uma solução satisfatória. “Procuramos uma forma clara e eficaz de comunicação, que nos possibi-litasse aproximar ainda mais o MP do povo, destinatá-rio principal de nossa atuação”, declara Rodrigo Pinho, Procurador-Geral de Justiça.

Ao todo, foram 13 casos ilustrados por 15 artistas gráficos. Angeli, Attílio, Baptistão, Caco Galhardo, Clarissa Tossin, Daniel Caballero, Elisa Sassi, Guto La-caz, Jean Claude, Jean Galvão, Laura Beatriz, Líbero, Spacca, Orlando e Paulo Caruso foram os responsáveis por dar forma e cor às “Histórias Extraordinárias”, que contadas em tom coloquial, ganharam o design dos antigos almanaques.

O evento de lançamento da campanha foi realiza-do no dia 18/10 no auditório Queiroz Filho, no edifício Campos Salles, sede do MPSP. A mesa da cerimônia foi composta pelo vice-governador Cláudio Lembo, pelo Procurador-Geral de Justiça, Rodrigo Pinho, pelo vice-presidente do TJ, Mohamed Amaro, e pelo

deputado Romeu Tuma, representando o presidente da Assembléia Legislativa, Rodrigo Garcia, além das seguintes autoridades: Luiz Antonio Marrey, ex-Pro-curador-Geral de Justiça e secretário dos Negócios Jurídicos do município de São Paulo, representando o prefeito da Capital, José Serra; Elival Ramos, Procura-dor-Geral do Estado; deputado estadual Pedro Tobias; Ciro Scheraiber, Procurador de Justiça do PR, represen-tando o Procurador-Geral de Justiça daquele Estado; Paulo Shimizu, corregedor-geral do Ministério Público de São Paulo; Hubert Alquéres, diretor-presidente da Imprensa Oficial do Estado; Nicola Raggio, diretor de criação da Futura Propaganda; desembargador Celso Limongi, presidente da Apamagis; João Antonio Gar-reta Prats, presidente da APMP; Airton Florentino de Barros, presidente do MPD; Ana Lúcia Amaral, procu-radora regional da República; José Aristodemo Pinotti, secretário de Educação do município de São Paulo; e Orlando Almeida Filho, secretário de Habitação da Capital.

A campanha institucional e a exposição contaram com a colaboração voluntária e totalmente gratuita de empresas, profissionais e artistas.

Realização: Ministério Público do Estado de São Paulo

Procurador-Geral de Justiça: Rodrigo César Rebello Pinho

Idealização e Coordenação Geral: Roberto Livianu

Coordenação de Comunicação: Ana Paula de Lara Campos Prado, Kiyomori Mori

Assistentes: Maria de Fátima Vieira dos Santos, Alessandra Cristina Paes, Elisângela Aparecida da Cruz Barbosa

Agradecimentos:

Angeli, Attílio, Baptistão, Caco Galhardo/Flair, Clarissa Tossin/Flair, Daniel Caballero, Eliza Sassi,

Guto Lacaz, Jean Claude, Jean Galvão, Laura Beatriz, Líbero, Spacca, Orlando, Paulo Caruso.

Agência de Publicidade: Futura Propaganda

Direção de Criação: Nicolla Raggio, Augusto Diegues

Criação: Nicolla Raggio, Márcio Alonso e Eduardo Guimarães

Atendimento: Augusto Diegues

Produtora/Filme: Trattoria Filmes

Direção: Guto Carvalho e Alex Gabassi

Assist. Direção: Diana Svintiskas

Fotografia: Johnny

Montador: Guto Carvalho e Alex Gabassi

Produção: Equipe Trattoria

Comp. Gráfica/Finalização: Trattoria 3D/Ana Paula Catarino

Produtora/Som: Lua Nova

Produtor/Locução: Luiz Guilherme

Produção Gráfica: Toshie Ide

Fotolito: Litokromia

Impressão do Livreto da Exposição: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Totens: Caixa Econômica Federal

Espaço: Metrô de São Paulo

Autoridades compõem a mesa em evento

de lançamento da campanha de comunicação

Campanha de comunicação pelos 20 anos da Lei da Ação Civil Pública é lançada com sucessoEvento reuniu membros do MPSP, autoridades, artistas e formadores de opinião