Ação de Guarda

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Ação de alteração de guarda

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CVEL DA COMARCA DE SO LUIZ GONZAGA - RS

Dr. Leandro Moraes de Oliveira

Advogado OAB/RS 90.280

Av. Senador Pinheiro Machado, n. 3506, Centro

So Luiz Gonzaga RS

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA JUDICIAL DA COMARCA DE PORTO XAVIER RS DENILSON RAMOS DO NASCIMENTO, brasileiro, separado, Tcnico de Informtica, portador do RG n. 3102050981, inscrito no Cadastro de Pessoa Fsica sob o n. 256.675.888-38, residente e domiciliado na Rua Artur Mota, n. 21, Belenzinho, CEP n. 03062-020, na cidade de So Paulo SP, por seu procurador signatrio (Doc. anexo), Dr. Leandro Moraes de Oliveira, OAB/RS 90.280, que recebe intimaes em seu escritrio situado na Av. Senador Pinheiro Machado, n. 3506, Centro, nesta Cidade, vem, respeitosamente perante Vossa Excelncia, propor a presenteAO DE ALTERAO DE GUARDA CUMULADA COM REGULAMENTAO DE VISITAS E ANTECIPAO DE TUTELAem face de RUBIA JOICE MARASCA, brasileira, convivente, enfermeira, portadora do RG n. 4026838732, inscrita no Cadastro de Pessoa Fsica Sob o n. 805.586.040-53, residente e domiciliada na Rua Padre Anchieta, n. 818, na Cidade de Porto Xavier RS, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I DOS FATOS

Autor e R tiveram um relacionamento que perdurou por aproximadamente 06 anos, do qual resultou o nascimento de LORENZO MARASCA DO NASCIMENTO, conforme se faz prova pela cpia da Certido de Nascimento em anexo (Doc. 01).

Por motivos diversos, as partes decidiram separar-se, sendo que para tal geraram um processo que resultou em um termo de acordo firmado em audincia, no qual previa que a guarda da criana ficaria com a genitora, tendo o Pai Autor o livre direito a visitao, desde que com aviso prvio, bem como o direito de permanecer com o menos aos finais de semana (Doc. 02).

Devido necessidade de trabalho, o Autor obrigou-se a mudar seu domicilio para sua cidade natal, qual seja, So Paulo SP sendo que desde ento as visitas e o contato com seu filho foram reduzidos a telefonemas e a feriados, nos quais o Promovente deslocava-se de So Paulo at Porto Xavier a fim de visit-lo.

Ocorre que, j ha algum tempo a genitora R vem dificultando o acesso do Autor ao filho, causando os mais diversos empecilhos na sua visitao ou em qualquer outra forma de contato, limitando o tempo de ambos juntos, inclusive aos finais de semana, perodo em que o Autor poderia livremente permanecer com a criana.

Exemplo disso o fato do Autor somente conseguir falar com o seu filho ligando para a creche em que este passa o dia, pois nas vezes em que ligou diretamente para a casa da R, era insultado tanto por ela, como pelo seu atual companheiro, e tinha a ligao abruptamente interrompida, chegando a ser ameaado em algumas ocasies.

Que tipo de me esta que no permite que o prprio filho tenha contato com o pai? E a que ponto chega, no momento em que no permite ao menos uma conversa por telefone? O Autor sente-se constrangido a cada vez que deseja saber notcias do filho e as recebe pela diretora ou professora da escola onde a criana est matriculada.

Alm disso, no prestado nenhum tipo de conta em relao ao destino que dado ao dinheiro da penso depositado mensalmente na conta da R, estando bvio que os valores no esto sendo usados no bem estar do menor, uma vez que em todas as oportunidades em que o Autor pode visitar o filho, o mesmo era entregue com roupas aos farrapos, velhas, rasgadas e encardidas, o que leva a crer que penso alimentcia destinado outro fim diverso.

Algumas vezes ainda, o pequeno Lorenzo no reconhece o Autor como pai, tendo em vista que sua mo o obriga a chamar o atual companheiro de pai, o que causa confuso e abalo psicolgico na criana.

No bastasse toda humilhao que o Autor submetido toda vez que tenta visitar o filho, tendo que se submeter s exigncias que a R impe, teve de enfrentar um embate onde resultou agredido e ameaado pelo atual companheiro desta, que dentre outras coisas, ameaou com uma faca, entrando em luta corporal, s n sendo lesionado com maior gravidade graas interveno de terceiros, tudo na frente da criana, fato que foi comunicado as autoridades policiais (Doc. Anexo).

Pelos motivos narrados, e pelo estado em que encontra o filho a cada vez que o visita, roga o Autor para que, buscando o bem estar do menor seja a guarda do mesmo alterada e possa o Promovente assumir o sustento e o amparo necessrio, bem como zelar pela sua educao e o seu desenvolvimento saudvel, de tal forma que apela as vias judicias para que tal apela seja provido, pois no encontrou outra fora que no a jurdica.

II DA ALTERAO DA GUARDO DO MENOR

certo que o deferimento judicial de guarda visa, precipuamente, regularizar a situao de fato existente, propiciando melhor atendimento da criana em todos os aspectos, nos termos do art. 33, caput, da Lei no 8069/90.

Art. 33. A guarda obriga a prestao de assistncia material, moral e educacional criana ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

No caso presente, o que deve ser levado em considerao, primordialmente, o interesse da criana, que j tem seu acesso ao pai dificultado pela R, desde o seu nascimento, sendo induzida a chamar outra pessoa de pai, que inclusive investiu de forma covarde contra o Promovente, na frente do menor.Desde o nascimento do menor, este se encontra sob os cuidados de sua genitora, que sempre apresentou uma personalidade instvel e descontrolada.

Vale ressaltar, que a nica razo do requerente no ter pleiteado a presente ao anteriormente que, este acreditava que a genitora poderia ter condies de criar e educar a criana, porm nesses ltimos meses o requerente pode observar o contrrio.

Convm salientar que no paira dvida nenhuma de que os fatos narrados so a expresso inequvoca da verdade. Qualquer demora processual pode expor o menor a toda sorte de dificuldades futuras de reconhecimento de seu verdadeiro genitor, que no mede esforos para poder visit-lo, sem mencionar tambm o desamparo da R para com as obrigaes mnimas, visveis toda vez que a criana entregue ao pai, passando a impresso que a mesma no tem roupas decentes para vestir.

O caso concreto evidncia que o Demandante possui todas as condies de cumprir exemplarmente as obrigaes decorrentes da guarda, quais sejam, a de assistncia material, moral e educacional, assim previstas no Estatuto da Criana e do Adolescente, alm de ser desta forma, possvel o amparo de pai e o livre acesso a criana, o que lhe vedado na situao atual. imprescindvel expor, que diante inmeras tentativas do Requerente em resolver de forma consensual esta situao com a Requerida, aconselhando-a a evitar conflitos na frente de seu filho, a dedicar-se mais como me, resultaram todas em vo, j que a Requerida persiste com sua personalidade agressiva.

No de hoje que Requerente busca desempenhar suas obrigaes paternais, porm, sempre foi inibido pela presena da Requerida, que, em muitas vezes impedia at mesmo as visitas do autor para com a criana, levantando barreiras, sendo que ultimamente teve ajuda de seu atual companheiro, que se demonstrou descontrolado e desiquilibrado, ao investir contra o Requerente, sem nenhuma justificativa plausvel, conforme se comprova no B.O. em anexo. Tal fato preocupa, uma vez que esse o tipo de pessoa que a Requerida permite conviver com o menor, que esta crescendo ouvindo as piores mentiras a respeito de seu pai.Desde sempre, o genitor se mostrou um pai presente, na medida do possvel, carinhoso e sempre disposto a criar e a educar o seu filho, no importando-se com a distncia existente entre seus domiclios, no admitindo porm, a cada visita, ver nos olhos do filho a dvida e o desprezo plantados pela genitora e seu atual companheiro.No que tange a guarda do menor, o novo Cdigo Civil (institudo pela Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002) positivou uma tendncia jurisprudencial que h muito tempo vinha se consolidando nos tribunais: o princpio do melhor interesse da criana.

Este princpio est expresso nos arts. 1.612 e 1.584, caput e pargrafo nico, ambos do Cdigo Civil, que dizem:

Art. 1.612: O filho reconhecido, enquanto menor, ficar sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e no houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor.

Art. 1.584: Decretada a separao judicial ou o divrcio, sem que haja entre as partes acordo quanto guarda dos filhos, ser ela atribuda a quem revelar melhores condies para exerc-la.Pargrafo nico. Verificando que os filhos no devem permanecer sob a guarda do pai ou da me, o juiz deferir a sua guarda pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, de preferncia levando em conta o grau de parentesco e relao de afinidade e afetividade, de acordo com o disposto em lei especfica.

Segundo o princpio em comento, a criana dever ficar com o genitor que melhor possa atender aos seus interesses, tanto psicolgicos, como materiais, higinicos e educacionais, podendo ser o pai, a me ou um terceiro, levando-se em conta o grau de afinidade e afetividade.

Aproveitando o ensejo, diante da recm promulgao da lei n. 12.318/2010, que dispe sobre a Alienao Parental, expe-se os seguintes dispositivos:

Art. 2 Considera-se ato de alienao parental a interferncia na formao psicolgica da criana ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avs ou pelos que tenham a criana ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilncia para que repudie genitor ou que cause prejuzo ao estabelecimento ou manuteno de vnculos com este.

Pargrafo nico. So formas exemplificativas de alienao parental, alm dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por percia, praticados diretamente ou com auxlio de terceiros:

I - realizar campanha de desqualificao da conduta do genitor no exerccio da paternidade ou maternidade;

II - dificultar o exerccio da autoridade parental;

III - dificultar contato de criana ou adolescente com genitor;

IV - dificultar o exerccio do direito regulamentado de convivncia familiar;

V - omitir deliberadamente a genitor informaes pessoais relevantes sobre a criana ou adolescente, inclusive escolares, mdicas e alteraes de endereo;

VI - apresentar falsa denncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avs, para obstar ou dificultar a convivncia deles com a criana ou adolescente;No obstante, h de se ressaltar que, no mbito da guarda unilateral e do direito de visita, h muito mais espao para que um dos genitores, geralmente a me, se utilize dos seus prprios filhos como "arma", instrumento de vingana e chantagem contra o seu antigo consorte, atitude passional decorrente das inmeras frustraes advindas do fim do relacionamento amoroso, o que altamente prejudicial situao dos menores, que acabam se distanciando deste segundo genitor, em virtude de uma concepo distorcida acerca do mesmo, a qual fomentada, de inmeras formas, pelo primeiro, proporcionando graves abalos na formao psquica de pessoas de to tenra idade, fenmeno que j foi alcunhado comoFenmeno da AlienaoParental, responsvel pelaSndrome da AlienaoParental(SAP ouPAS).Discorrendo sobre esses temas com maestria, a Professora Giselle Cmara Groeninga leciona:

Segundo Gardner: A Sndrome da AlienaoParental uma das doenas que emerge quase que exclusivamente no contexto das disputas pela guarda. Nesta doena, um dos genitores (o alienador, o genitor alienante, o genitor PAS-indutor) empreende um programa de denegrir o outro genitor (o genitor alienado, a vtima, o genitor denegrido). No entanto, este no simplesmente uma questo de lavagem cerebral ou programao na qual a criana contribui com seus prprios elementos na campanha de denegrir. esta combinao de fatores que justificadamente garantem a designao dePAS[...]. Na PAS, os plos dos impasses judiciais seriam compostos por um genitor alienador e um genitor alienado. Como apontado no incio deste texto, seria fundamental considerar as contribuies do contexto judicial para a instalao de dita sndrome, ou Fenmeno de AlienaoParental, como se defende aqui ser mais apropriado denominar [...]. O genitor alienante seria, em geral, a me que costuma deter a guarda, e que a exerceria de forma tirnica. Inegvel a grande influncia que a me exerce nos filhos pequenos, dada a natural seqncia de um vnculo biolgico para o psquico e afetivo. O que se observa que h mes que utilizam sim de forma abusiva, consciente e inconscientemente, o vnculo de dependncia no s fsica, mas, sobretudo, psquica que a criana tem para com ela [...].(GROENINGA, 2008, p. 122-123).Neste contexto, veja-se a adequada justificativa apresentada pelo Eminente Des. Jorge Lus Dall'Agnol, Relator do Agravo de Instrumento n. 70054794888 (NCNJ: 0204115-22.2013.8.21.7000), Stima Cmara Cvel, oriundo da Comarca de Canoas RS, citando o parecer do agente ministerial, Doutor Luiz Cludio Varela Coelho, conforme se vislumbra na passagem trazida a baila:(...)A questo foi bem enfrentada pelo digno agente do Ministrio Pblico, Doutor Luiz Cludio Varela Coelho, motivo pelo qual acolho e agrego suas ponderaes como razode decidir, at para evitar tautologia, exaradas nos seguintes termos:(...)

Verifica-se dos autos que desde a instaurao do pedido de cumprimento de sentena, em dezembro de 2012, a despeito da fixao de multa e da advertncia quanto aplicao de medidas correlatas a eventual proclamao dealienaoparental, tm resultado obstadas as visitas paternas judicialmente estatudas.

Trata-se, como bem observou a eminente Promotora de Justia, com o acerto e senso de justia que lhes so peculiares, de caso ntido dealienao parental, exteriorizada pela conduta da genitora de impedimento do direito da criana a ter a visitao do pai, e de manifesto intento de desprestgio e frustrao da aplicao da Justia.

Impe-se, nesse contexto, em prol do interesse maior da incapaz e no af da preservao da efetividade do julgado, a adoo da providncia de reverso da guarda, que, conquanto seja a mais drstica, se mostra a nica, dada a situao de fato resumida, apta a propiciar a regularizao da condio familiar da criana e a recomposio dos referenciais imprescindveis para sua formao e crescimento saudveis.

(...)

A deciso estcorreta e no comporta reparo, uma vez que restou evidenciado nos autos a reiterada resistncia da agravante em relao ao direito de visitas assegurado ao agravado, que foi privado de manter contato com a filha repetidas vezes, com inegvel prejuzo em desfavor da menor, que teve dificultado o contato com o genitor, estando caracterizada situao dealienaoparental.(...)

Com efeito, a prtica de ato tendente a dificultar o contato da criana ou adolescente e seu genitor ou o exerccio de direito regulamentado de convivncia familiar constitui uma das formas dealienaoparentaldescrita no preceptivo legal acima citado.(...)Na espcie, os autos noticiam inequvoca oposio da agravante ao exerccio do direito de visitas do agravado sem qualquer justificativa, sendo que tal conduta persistiu mesmo quando alertada a genitora acerca da possibilidade da aplicao de multa e outras medidas cabveis em caso dealienaoparental. (Grifos nossos).Assim sendo, evidenciado que no caso em tela, a Requerida pratica ato definido como alienao parental, ao passo em que no permite a comunicao do genitor Autor, ou dificulta as visitas deste com seu filho, restando como principal prejudicado o menor.Conforme ensinamento de Yussef Saide Cahali, em sua obra Estatuto da Criana e do Adolescente comentado. So Paulo: Malheiros, p.126-127:

Com a Constituio Federal de 1988 assegurou-se, no art. 227, criana e ao adolescente, como dever da famlia, da sociedade e do Estado, o direito convivncia familiar e comunitria, com a mesma garantia que o direito sade, alimentao, educao, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito e liberdade. Da ter procurado o Estatuto aprimorar o instituto da guarda do menor, buscando tornar efetivo o seu direito fundamental convivncia familiar e comunitria, o que, alis, antes j havia sido afirmado no art. 19: Toda criana ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de sua famlia e, excepcionalmente, em famlia substituta, assegurada a convivncia familiar e comunitria.

Eis a orientao jurisprudencial:

FILHOS - GUARDA E POSSE - INTERPRETAO LEGAL - PRIORIDADE -Cuidando-se de guarda e posse de crianas e adolescentes, as decises referentes aos menores no devem guardar, inclusive por determinao legal, uma aplicao extremamente dogmtica e fria. Em primeiro lugar, deve-se observar que situao mais vantajosa para a criana (TJ-BA - Ac. unn. da 4. Cm. Cv. julg. em 24-3-99 - Ap. 47702-9-Paripiranga - Rel. Des. Paulo Furtado, in ADCOAS 8175173).

Para atender situaes peculiares, o art. 33 do Estatuto da Criana e do Adolescente, em seu 2 admite a autnoma concesso da guarda de menor e no somente como medida incidental em procedimento de adoo ou tutela, pois visa assim, a facilitar e incentivar o acolhimento de menores que necessitam de famlia substituta (TJSP, Rel. Ds. Dinio Garcia). RT 671/82.

Cotejando as disposies Legais transcritas e as invocadas, assim como os ensinamentos doutrinrios, com os fatos narrados, conclui-se que h amplo respaldo jurdico a pretenso do Requerente, e at mesmo para evitar-se a transcrio de inmeros diplomas legais aplicados ao coso, nos limitamos aos exemplos j citados, contudo, mantendo sempre o sentimento que de a justia no existe somente para ilustrar doutrinas e peties, mas tambm para ser aplicada ao caso concreto de algum que pugna somente pelo seu direito de pai que lhe foi cerceado pela R.III DA REGULAMENTAO DE VISITAS

Igualmente, em caso de, aps minuciosa anlise dos fatos supra narrados e no entendendo por bem a concesso da alterao da guarda, requer-se a regulamentao do direito a visitao, pelos termos que seguem e justificam a pretenso requerida pelo Autor.

bem sabido, que o direito a visitas regulares do pai, ao filho, um dever/direito ao qual este no pode ser privado, sendo sua presena fundamental para o desenvolvimento do filho.

Tal situao no pode mais perdurar, posto que seja direito dos filhos ter o pai em sua companhia, para receber a assistncia moral necessria e fundamental, garantida a toda criana, sendo um dever do Autor prest-lo.Ilustra muito bem a situao descrita, o recente julgado do Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul, in verbis:

Ementa:AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. FAMLIA. AO DEREGULAMENTAODEVISITAS.VISITASPATERNAS.VISITASPATE-RNAS NA CASA DA ME. CRIANA DE TENRA IDADE. ESTIPULAO QUE, ALM DE PRESERVAR A ROTINA DA CRIANA, PERMITE O CONTATO SAUDVEL ENTRE PAI E FILHO. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento N 70056481047, Stima Cmara Cvel, Tribunal de Justia do RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 12/09/2013).

Como visitar e ter consigo o filho lhe um direito assegurado, por disposio expressa de lei, pretende o Requerente ter o filho consigo nos finais de semana, sempre que lhe seja possvel a vinda at o domicilio do menor, de forma que no haja qualquer tipo de interveno ou seja criado qualquer meio de empecilho a cada vez que a pretensa visita seja requerida, lembrando que o Autor avisar previamente a Requerida e que marcara local diverso da residncia desta, para pegar e devolver a criana, a fim de evitar novos confrontos, tanto com a Requerida, quanto com seu atual companheiro.Resta ainda que, conforme preceitua o Art. 1.584, do Cdigo Civil, transcrito:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poder ser:(...)

II decretada pelo juiz, em ateno a necessidades especficas do filho, ou em razo da distribuio de tempo necessrio ao convvio deste com o pai e com a me.No caso em tela, no h qualquer dvida a respeito do direito do Autor, posto que, sendo pai, a lei lhe confere o dever/direito de ter os filhos em sua companhia e ainda fiscalizar sua manuteno. De toda a sorte, a maior prova dos fatos alegados, a necessidade de ajuizamento da presente para ver seu filho.Sobre asvisitas, no h negar a necessidade de manuteno do vnculo existente entre pai e filho, e at mesmo deste com a famlia paterna aps a separao do casal. Trata-se, ademais, de um direito assegurado pela legislao civil, conforme art. 1.589 do Cdigo Civil:

Art. 1.589. O pai ou a me, em cuja guarda no estejam os filhos, poder visita-los e t-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cnjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manuteno e educao.Existe ainda, a patente possibilidade de dano irreparvel, em razo da proibio da genitora do menor em permitir que o pai exera o direito de visita ao filho, vez que tal atitude extremamente prejudicial para a formao como ser humano da criana.Assim, pretendo o Autor com tal pedido, ter livre acesso ao filho nos dias estipulados em acordo judicial, de forma que a R no prejudique o convvio entre pai e filho, relao esta que j vem fragilizada por fatores externos que no precisaram de reforo, devendo as atitudes da genitora serem controladas, sob pena de grave afronta aos direitos bsicos da criana.IV DA ANTECIPAO DE TUTELAPor fim, em sede de antecipao de tutela, o Promovente vem requere seja deferido permanncia do filho menor junto de si, na sua residncia, na cidade de So Paulo SP, no perodo de 20 de dezembro at 05 de janeiro, para que possam passar juntos os festejos de final de ano, eis que jamais o Autor teve a oportunidade de comemorar um Natal junto ao filho.O pedido formulado em sede de liminar tem por base estreitar os laos entre pai e filho, uma vez que nunca tiveram a oportunidade de festejar um natal juntos.Veja-se que o pedido aqui formulado tem por base um perodo pr-estabelecido, com dia para inicio e fim, de sorte que ao termino do mesmo a criana ser restituda a guarda da me, se por ventura esta no houver sido alterada em favor do Autor.

O art. 273 do Cdigo de Processo Civil ampara o pedido formulado em sede de antecipao de tutela, eis que presente os requisitos autorizadores do mesmo:Art. 273. O juiz poder, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequvoca, se convena da verossimilhana da alegao e:I - haja fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao; ou

II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propsito protelatrio do ru. 1. Na deciso que antecipar a tutela, o juiz indicar, de modo claro e preciso, as razes do seu convencimento. 2. No se conceder a antecipao da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. 3. A efetivao da tutela antecipada observar, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, 4oe 5o, e 461-A. 4.A tutela antecipada poder ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em deciso fundamentada.

5.Concedida ou no a antecipao da tutela, prosseguir o processo at final julgamento.

6.A tutela antecipada tambm poder ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.

7. Se o autor, a ttulo de antecipao de tutela, requerer providncia de natureza cautelar, poder o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em carter incidental do processo ajuizado.O que o novo texto do art. 273 do Cdigo de Processo Civil autoriza , nas hipteses nele apontadas, a possibilidade de o juiz conceder ao autor um provimento liminar que, provisoriamente, lhe assegure o bem jurdico a que se refere a prestao de direito material reclamada como objeto da relao jurdica envolvida no litgio.Desta forma, observa-se que a prova inequvoca esta presente no caso em tela, uma vez que no h possibilidade de aguardar o desfecho do presente processo para que o Autor veja apreciado seu pedido formulado em sede de pedido limiar.Ante as questes ftica e jurdica lanadas na presente inicial, presentes os requisitos do artigo 273caputdo Cdigo de Processo Civil que autoriza a tutela antecipada, requer, que, aps aoitiva do Douto Representante do Ministrio Pblico perante Vossa Excelncia,seja autorizada ao Requerente a levar consigo, para sua cidade, para passar os festejos de final de ano, o filho, concedendo-se a tutelaantecipada e ao final seja julgada procedente a presente ao.V DOS PEDIDOS E DOS REQUERIMENTOS

Diante do exposto, e estando preenchidos todos os requisitos legaisREQUER e PEDE, tendo se manifestadoo Ilustre representante do Ministrio Pblico:a)Determinea citao da requerida, no endereo declinado no prembulo para conhecer dos termos da presente, e o processamento desta inicial, sob pena de revelia, para, ao finalcitadaeintimadados termos desta inicial, sob pena de serem decretados os efeitos da revelia, em conformidade com o artigo 319 do Cdigo de Processo Civil;b) A procedncia do pedido principal, para o fim de alterar a guarda do menor LORENZO MARASCA DO NASCIMENTO em favor do Autor, tendo em vista os fatos narrados, bem como a comprovao da existncia da alienao parental exercida pela R, exonerando-o do pagamento dos alimentos fixados;c) O deferimento do pedido em sede de tutela antecipada, qual seja a permanncia do filho menor junto do Autor, na sua residncia, na cidade de So Paulo SP, no perodo de 20 de dezembro at 05 de janeiro, para que possam passar juntos os festejos de final de ano e ao final sua manuteno com a procedncia da ao, bem como o deferimento de todos os pedidos, nos termos desta inicial;d)Requer-se a realizao de percia junto a criana para fins de identificao do instituto da alienao parental, nos termos da lei, bem como pela apresentao de quesitos por este defensor, a serem respondidos pelos especialistas, bem como aplicao das sanes do art. 6 daLei12.318/10;

e) Osbenefcios da Assistncia Judiciria Gratuita, nos termos daLei n 1060/50 e, notadamente, o artigo 3 e os seus incisos I, II, III e V dessa Lei, no que se refere s suas isenes, por ser a requerida pessoa pobre, na acepo jurdica do termo, que no pode arcar com os custos do trmite processual, sem que haja prejuzo prprio e de sua famlia (declarao de pobreza e comprovante de renda em anexo).

f) Protesta pela produo de todos os meios de prova em Direito e processualmente admitidas, especialmente juntada de documentos, oitiva de testemunhas, percias etc, o quanto exija o controvertido nos autos.

g) A intimao do representante do Ministrio Pblico para que se manifeste e acompanhe o feito at a deciso final;h)Ao final, seja julgado procedente o pedido formulado na presente ao, condenando a requerida ao pagamento das custas processuais e honorrios advocatcios em favor do Advogado do Autor.

D a causa o valor de alada.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Porto Xavier RS, 04 de outubro de 2013.

Leandro Moraes de Oliveira,OAB/RS 90.280_________________________________________________________________________________E-mail: [email protected]: (55) 3352-5724 (55) 99490983

Av. Senador Pinheiro Machado, n. 3506, Centro

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