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50' ZONA ELEI TORAL w o · :J " O MI N I ST ÉRIO PÚBLICO DO E STADO DO ES PÍRITO SANT O _ .. Prn motoria de Justiça de Pedro Canário , ü < , Can a vicira , s/n ", Novo llorizontc - 29970-000 - Pedro Canítrio-ES- Tcl. : 27 .3764- 1 341 EXMO . SR. DR . JUIZ ELEIT ORAL DA soa ZONA ELEITORAL DE PEDRO CANÁRIO Registro n o 116- 63.2016.6.8.0050 Tribunal Rogl onal El ol t oral do Espl rito Sant o 45.133/2016 Cópia . 22/08/2016-17 : 22 11 1 11 11111 111111111111 111 111111 111111 O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL , pelo Promotor ao final assinado, no regular exercício da delegação legal q u e lhe é conferida pelo art. 78, da LC 75/93, vem à presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 3°, da LC 64/90, propor a presente AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DA CANDIDATURA de ATAÍDES CANAL , devidamente qualificado nos autos do Pedido de Registro no 11.663.20 16.6.8.0050 , em face das seguintes razões de fato e de direito: A Coligação PP, PPS, PR, PV, PRP, REDE, PTB e PSB protocolou pedido de registro do candidato ATAÍDES CANAL para o cargo de Prefeito e junto com ele a documentação exigida em lei. 1. DA INELEGIBIL I DADE DO ARTIGO 1o, INCISO I, alínea " L": SOAj e')UObJ c o i< O Ministério Público tomou conhecimento, conforme documentação em anexo, que o candidato ora impugnado foi condenado pela prática de ato dol oso de improbidade administrativa. Sab e-se que os atos de improbidade administrativa acarretam para o agente ímprobo, dentre outras sanções, a suspensão de seus di reit os ('IJ (/) V\ políticos , restrição que se impõe com o trãnsito em julgado da c onde não, E o- : .o a. (/) &O o O> o I V\ "O <O o &O co ('IJ co (j) &O V\ w N (\J o o "O o o o c .. c .. i . o ]5 o assim permanecendo pelo tempo expressamente fixado na decisão. Nesta circunstância, ou seja, com direitos políticos suspensos, o condenado não reúne uma das condições de elegibilidade, exatamente a que está prevista no art. 14, § 3°, II, da Constituição Federal. Neste sentido, vale a pena lembrar o entendimento doutrinário e jurisprudencial aplicável à espécie: "Sabe-se que os atos de improbidade administrativa estão previstos especialmente na Lei n. 8.249/92 (sem prejuízo de outras disposições, como as do art. 73, § 7°, da Lei n. 9. 504/ 97), punidos a.. o . N .o o com multa civil, perda do cargo, proibição de contratar com o poder público, ressarcimento ao erário e suspensão dos direitos políticos. Esta última sanção - a suspensão dos direitos políticos, que retira do c (\J 2 i< .:;v · ÇJ p · q •H07.tROifi7 J

AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DA CANDIDATURA · 73, § 7°, 9.da Lei n. 504/ 97), punidos a.. N o ."§ .o o com multa civil, perda do cargo, proibição de contratar com o poder

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MI N ISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO _ .. Prnmotoria de Justiça de Pedro Canário

, ü <, Can a vicira , s/n ", Novo llorizontc - 29970-000 - Pedro Canítrio-ES- Tcl. : 27.3764- 1 341

EXMO . SR. DR. JUIZ ELEITORAL DA soa ZONA ELEITORAL DE PEDRO

CANÁRIO

Registro no 116-63.2016.6.8.0050 Tribunal Roglonal Elolt oral do Esplrito Santo

45.133/2016 Cópia .

22/08/2016-17 :22

11 1 11 11111 111111111111 111 111111 111111

O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL , pelo Promotor ao final

assinado, no regular exercício da delegação legal qu e lhe é conferida pelo art.

78, da LC 75/93, vem à presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 3°,

da LC 64/90, propor a presente

AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DA

CANDIDATURA

de ATAÍDES CANAL , devidamente qualificado nos autos do Pedido

de Registro no 11.663.20 16.6.8.0050 , em face das seguintes razões de fato e

de direito:

A Coligação PP, PPS, PR, PV, PRP, REDE, PTB e PSB protocolou

pedido de registro do candidato ATAÍDES CANAL para o cargo de Prefeito e

junto com ele a documentação exigida em lei.

1. DA INELEGIBIL IDADE DO ARTIGO 1o, INCISO I, alínea "L":

SOAj e')UObJ

co i<

O Ministério Público tomou conhecimento, conforme documentação

em anexo, que o candidato ora impugnado foi condenado pela prática de ato

doloso de improbidade administrativa.

Sabe-se que os atos de improbidade administrativa acarretam para

o agente ímprobo, dentre outras sanções, a suspensão de seus direitos

('IJ (/)

V\ políticos , restrição que se impõe com o trãnsito em julgado da condenação,

E o-

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"O <O o &O co ('IJ co (j) &O

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o c..c..i. o

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assim permanecendo pelo tempo expressamente fixado na decisão.

Nesta circunstância, ou seja, com direitos políticos suspensos, o

condenado não reúne uma das condições de elegibilidade, exatamente a que

está prevista no art. 14, § 3°, II, da Constituição Federal. Neste sentido, vale a

pena lembrar o entendimento doutrinário e jurisprudencial aplicável à espécie:

"Sabe-se que os atos de improbidade administrativa estão previstos

especialmente na Lei n. 8.249/92 (sem prejuízo de outras disposições, como as do art. 73, § 7°, da Lei n. 9. 504/ 97), punidos

a.. o

."§

N .o

o

com multa civil, perda do cargo, proibição de contratar com o poder público, ressarcimento ao erário e suspensão dos direitos políticos. Esta última sanção - a suspensão dos direitos políticos, que retira do

c (\J

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MI N I STÉRIO PÚBLI CO DO ESTA DO DO ESPÍRI TO SANTO

P rom otoria de Justi ça de Pedro Canário

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i ü<. Canavieira. s/n". Novo l l orizonte- 29970 -000 - l'cdm Canário-ES-Te i. : 27.3764-1341

condenado a condição de elegibilidade do art. 14, §3°, da CF: a plenitude dos direitos políticos - só se impõe após o trãnsito em julgado da condenação." (Curso de Direito Eleitoral, Edson de Resende Castro, Editora Del Rey, 6a edição, 2012, pág. 250)

"[.. .} A suspensão de direitos políticos somente se ope ra ap ós o

trânsito em julgado da sentença condenatória em ação p or

improbidade administrativa . [. ..}" (Ac. de 21.3.2006 no AgRgAg

no 6.445, rel. Min. Caputo Bastos.).

De outro lado, sabe-se também que a condenação à suspensão de

direitos políticos, pelo cometimento de ato doloso de improbidade

administrativa, desperta outro tipo de impedimento à candidatura, qual seja, a

inelegibilidade prevista no art. 1o, I, alínea "1", da LC n. 64I 90, com redação dada pela LC n. 135/2010 , incidente sempre que a conduta

importar (i) lesão ao patrimônio público e (ii) enriquecimento ilícito para o

agente ou terceiros, situações presen tes nas hipóteses dos art. 9° e 10, da Lei

n. 8.429/92.

E essa inelegibilidade - diferentemente da suspensão de direitos

políticos - já se impõe desde a condenação por órgão judicial colegiado

(Tribunal de Justiça, Tribu nal Regional Federal, etc.), portanto, antes do

trânsito em julgado . Esse impedimento, perdura até o transcurso de 8 anos

após o cumprimento da pena .

Em resumo, aquele que tem condenação por ato doloso de

improbidade em uma das hipóteses mencionadas na alínea "1", ficará inelegível

pelo período de tempo que vai da condenação por órgão colegiado (Tribunal)

até oito anos após o cumprimento da pena, equivalendo dizer que o

impedimento se lhe impôe durante a tramitação de recurso (especial ou

extraordinário), durante o cumprimento da pena e pelos oito anos

sub sequentes ao fim desta, o que é o caso dos autos.

Confira-se a redação do citado art . 1°, I, "1", da LC n. 64/90:

"l) os que forem condenados à suspensão dos direitos polít i cos,

em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão

judicial colegiado, por ato doloso de improbidade

administrativa que importe lesão ao patrimônio público e

enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em

julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o

cumprimento da pena; (Incluído pela Lei Complementar n°

135, de 2010)."

Em sede doutrinária, têm-se entendido:

"De outro lado, com a lei da ficha limpa (LC n. 135/ 2010), a

improbidade administrativa foi elevada também a causa de

inelegibilidade, que se impôe a partir da decisão condenatória

colegiada, antes do trânsito emjulgado, portanto , projetando ­

se para até oito anos após cumprida a suspensão dos direitos

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Pro• motoria de Ju stiça de Pedro Can á rio

! ür. Canavieira. s/n". Novo llorizontc- 29970-000- Pedro Canário-[S- Tcl.: 27.3764-1341

políticos. Aqui, como nas condenações criminais, há dois períodos distintos: um de inelegibilidade (por força da lei da ficha limpa) e outro de suspensão de direitos políticos (por força da Constituição Federal e da Lei n. 8429/ 92)." (Curso de Direito Eleitoral, Edson de Resende Castro, Editora Del Rey, 6a edição, 2012, pág. 212-213)

E a jurisprudência do TSE já teve oportunidade de assim se

pronune1ar:

"[...] 2. A suspensão dos direitos políticos em virtude de condenação por ato doloso de improbidade administrativa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao erário atrai a incid ência

da cláusula de inelegibilidade prevista no art . 1 o, I, l, d a LC

n °64/90, incluído pela LC n o 135/2010. Ressalva do ponto de vista do relator. [. ..]" (Ac. de 2.12.2010 no AgR-RO n° 128274, rei. Min. Marcelo Ribeiro)

No estudo das condições de elegibilidade e causas de

inelegibilidades, percebe-se que são elas um conjunto de normas que -

traçando o perfil do brasileiro apto ao exercício do jus honorum - visam

proteger a probidade e a moralidade administrativas, como também a

normalidade e legitimidade das eleições (art. 14, § 9°, da CF).1

Já a partir daí, fácil perceber que as causas de inelegibilidade não

representam uma sanção, uma punição ao brasileiro que se encontrar nas

hipóteses discriminadas na lei, até porque, para ser uma sanção ou uma

resposta punitiva do ordenamento jurídico eleitoral, seria necessário encontrar

no inelegível uma conduta no mínimo culposa, pois difícil imaginar punição

sem culpa. E o cotejo do rol de causas de inelegibilidades positivadas, a

começar pelas constitucionais, desautoriza por completo a afirmação de que

inelegibilidade é pena. Basta ver que a Constituição Federal faz inelegível o

analfabeto (art. 14, § 4°) e o cõnjuge e parentes do Presidente da República

(art. 14, § 7°) para qualquer disputa no território nacional. Se as

inelegibilidades representassem uma pena para o brasileiro, porque razão os

analfabetos seriam punidos?

A verdade é que o regime jurídico das inelegibilidades, ao contrário,

se funda em valores e princípios do próprio direito constitucional eleitoral, que

naturalmente não coincidem com aqueles que orientam um sistema

sancionador.

O direito eleitoral, que se justifica pela opção que o constituinte fez

pelo sistema representativo, orienta-se precipuamente pelos prinCiptos

maiores - ou super princípios - da preservação do regime democrático e da

supremacia da soberania popular, aos quais se subordinam os da (i) f normalidade e legitimidade das eleições e (ii) probidade e moralidade para o

exercício das funções públicas eletivas.

1

O texto que se segue é encontrado no Curso de Direito Eleitoral, de Edson de Resende Castro, Editora Del

Rey, 6" edição, pág. 162 e seguintes.

MI N I STÉRIO PÚBLI CO DO ESTA DO DO ESPÍRI TO SANTO

P rom otoria de Justi ça de Pedro Canário

ltL;ü Cilnavieira , s/n ". Novo llori zontc - 29970-000- Pedro Canário-E S- Te!. : 27.3764-1341

Não há regime democrático que se sustente sem que a

representação - extraída das urnas - atenda ao interesse público de lisura ,

não só da disputa, como também do exercício do mandato.

E, para a efetivação destes princípios, impõem -se restrições e

limites à capacidade eleitoral passiva daqueles que trazem na sua vida, atual

ou pregressa, registros de fatos, circunstâncias, situações ou comportamentos

- não necessariamente ilícitos - tidos como suficientes pelo ordenamento

jurídico para despertar a necessidade de preservação daqueles valores.

Percebe-se que há, no direito eleitoral mesmo, razões suficientes

para a existência de limites às candidaturas, que de resto há em qualquer

regime democrático. Esses limites ou restrições, somando-se às condições2 ,

vão desenhando o perfil de homem público fixado como minimamente

necessário à representação dos interesses do soberano. E, a partir da "lei da

ficha limpa", esse modelo de candidato é resultado, em grande parte, da opção

manifestada diretamente em lei de iniciativa popular. Nada maís legítimo e

natural que o perfil dos representantes seja fixado diretamente pelos

representados.

Sendo mero impedimento ao exerc1c10 temporário da capacidade

eleitoral passiva, a causa de inelegibilidade, aínda quando tome como

referência uma conduta penalmente típica e em apuração num dado processo

penal, permanece desprovida de qualquer caráter sancionador ou punitivo.

A inelegibilidade é, isto sim, repercussão eleitoral que se impõe

automaticamente ao individuo, a partir da decisão condenatória proferida por

órgão colegiado. O Juiz Criminal, ao julgar procedente a denúncia e condenar

o réu, não se pronuncia sobre a inelegibilidade do art. 1°, I, "e", da LC n.

64/90, e nem mesmo sobre a suspensão de direitos políticos do art . 15, III, da

CF, porque tais consequências são estranhas ao conteúdo imediato da lide

penal. O mesmo se dá quando o Juiz Eleitoral julga procedente a

Representação e condena o representado pela prática de compra de votos ,

condutas vedadas, etc.

Necessário lembrar que o que constitui causa de inelegibilidade é o

fato, a conduta ou o comportamento, estabelecido na lei como impedimento à

candidatura, e não a decisão judicial que o afirma. Daí não haver qualquer

vício de constitucionalidade na lei que fixe como suficiente à inelegibilidade o

fato afirmado em decisão ainda não transitada.

E se as inelegibilidades não pressupõem a ideia de culpa - porque

não são pena -, nenhum confronto há com a garantia constitucional da

presunção de inocência, ou da não culpabilidade, inscrita no art. 5°, LVII, da

CF. No julgamento das ADC n. 029 e 030, o STF afirmou - por 7 a 4 - a

constitucionalidade da expressão "proferida por órgão judicial colegiado" ,

contida em diversas hipóteses de inelegibilidade da LC n. 135/2010, ao ;

entendimento de que a inelegibilidade contada antes do trànsito em julgado

não representa conflito com o postulado da presunção de inocência. /

1. fi 2 Condições d e Elegibilid ade do art . 14, § 3°, el a CF.

:I/

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Promotor i a de Justiça de Pedro Canário

: "" Canav i cira, s/ n°, Novo llorimntc - 29970-000- Pedro Canário-ES- Tcl : 27.3764-1341

Bom registrar que o brasileiro , quando se apresenta ao registro de

candidatura perante a Justiça Eleitoral, deve, naquele momento, preencher

todas as condições de elegibilidade e não incorrer nas causas de

inelegibilidade, sob pena de indeferimento da sua pretensão. Isto porque, diz

o art. 11, § 10, da Lei n. 9.504/97, que os requisitos gerais para o registro são

auferidos no momento da formalização do pedido. Tanto que vigente e

aplicável, a nova hipótese de inelegibilidade apanha fatos, situações ou

circunstãncias da vida pregressru do brasileiro, não importando se anteriores

à entrada em vigor da lei que a estabeleceu, o que não representa conflito com

o princípio da irretroatividade das leis.

Tratando-se - as inelegibilidades - de um regime jurídico, o que está

sob a regência da lei nova não é o fato em si mesmo, mas tão somente os

efeitos jurídicos que esse fato produz no tempo.

A lei, ao estabelecer urna causa de inelegibilidade nova, tornando

corno referência um fato ou urna conduta até então irrelevante para o direito

eleitoral, não pretende protrair-se para regular esse fato ao tempo da sua

ocorrência, tornando-o ilícito. Ao contrário, esse fato ou conduta, em s1

mesmo, continua a sofrer a incidência apenas das leis do seu tempo .

Para as candidaturas que se apresentarem após a vigência e

aplicabilidade da lei nova, isto sim, eles são considerados nos seus efeitos

futuros, se ainda não ultrapassado o prazo de cessação do impedimento

consignado na lei.

Equivale dizer que o fato, ainda que não afetasse a elegibilidade ao

tempo da sua ocorrência - portanto, sem esse efeito jurídico -, é marca

inapagável na vida pregressa da pessoa, produzindo sim efeitos pessoais, morais e sociais.

Lei posterior pode considerá-los, quando do estabelecimento de

novas hipóteses de inelegibilidade, conferindo-lhe efeitos jurídicos eleitorais na

seara da capacidade eleitoral passiva. Percebe-se que a isso não se pode dar o

nome de retroatividade da lei nova , porque esta não vai ao fato, regulando tão

somente os seus efeitos ao tempo do pedido de registro de candidatura, este -

registro de candidatura- sim necessariamente posterior à nova lei.

A alteração do art. 1°, I, "b", da LC n. 64/90, por exemplo,

determinada pela LC n. 81/94, que à época elevou o prazo - de 03 para 08

anos - da inelegibilidade dos parlamentares que perderem seus mandatos por

decisão política da própria Casa Legislativa, foi objeto de questionamento no

TSE, exatamente sob o argumento de que esse novo prazo não poderia

alcançar aqueles que tivessem perdido seus mandatos antes da nova regra.

•1 O art. 14, § 9", da CF, diz expressamente que lei com plementar estabelecerá novas hipóte ses ele inelegibilidaclc, considerada a vida pre g ressa do candidato.

M I N I STÉRlO PÚ BLI CO DO ESTA DO DO ES P ÍR I TO SANTO

Promotoria de Justiça de Pedro Caná rio

: c;;; ·ana v i.:ira , s/n ", N ovo l l oriLOntc - 2')970-000 - Pedro Can á rio-L:S - Tl:l. : 27.37 64-134 I

Mas o TribunaL impôs o novo prazo também nestas hipótes es. N a

ADC n. 030, que buscou a declaração de constitucionalidade de tod as as

novas inelegibilidades estabelecidas pela Lei da Ficha Limpa (LC n. 135j 20 1O) ,

o Min. Luiz Fux fez distinção entre retroatividade- aplicação da lei nova a fato

passado , para regu lá-lo - e retrospectividade - retroatividade inautêntic a:

aplicação da lei nova para regular tão simplesmente os efeitos futuros do fato

passado -, concluindo não haver qualquer incompatibilidade da aplicação d a

LC n. 135/2010 - novos prazos e novas causas de inelegibilid ade - com o

sistema constitucional vigente.

De resto, todas as causas de inelegibilidade agora constantes da LC

n. 64/90, acrescida e alterada pela LC n. 135/2010, inclusive o prazo

uniforme de oito anos, guardam perfeita relação de subordinação e pertin ência

com os bens jurídicos fixados no art. 14, § 9°, da CF.

Os fatos, situações e circunstâncias estabelecidos pelo legislador

complementar como impedimentos ao exercício da capacidade eleitoral

passiva, pelo prazo comum de oit o anos, traduzem com razoabilid ade e

proporcionalidade a necessidade de proteção da (i) legitimidade e normalidad e

das eleições e da (ii) moralidade e probidade para o exercício das funções

públicas eletivas .

Ademais, esses novos padrões de comportamento , que agora traçam

o perfll das candidaturas, estão em adequada harmonia com o sentimento de

moralidade da sociedade brasileira, manifestada de forma clara e induvidosa ,

inclusive, pela subscrição do projeto de lei de iniciativa popular. Nas ADC n .

029 e 030, o STF confirmou a constitucionalidade de todas as novas hipót eses

de inelegibilidade.

DA CONDENAÇÃO POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA .

Como dito, o Impugnado foi condenado pela prática de ato doloso de

improbidade administrativa, previsto no 10 da Lei n . 8.429 / 92, estando

alcançado pelas disposições da Lei da Ficha Limpa, acima transcrita , tendo em

vista que reconhecida a ocorrência de ato doloso que causou prejuízo ao erário

e gerou enriquecimento ilícito para o beneficiado e também condenado AÍDES

BERTOLDO DA SILVA.

A certidão de transito em julgado (cópia anexa) da decisão do

Superior Tribunal de Justiça (cópia anexa), que confirmou condenação de

primeira e segunda instância, foi pu blicada em O 1 de março de 2011, tendo o

impugnado ficado com os direitos políticos suspensos por 05 (cinco) anos

(cópia da sentença anexa), conforme prev isão constitucional disposta nos

artigos 14, § 3°, inciso II e art. 15, III da Carta Magna.

·I A c.-TSE n " 20 .349/2002: apli cabilidad e do novo p r azo tamb ém àqu el es cujo m and ato foi cassa d o

an teriorment e à vi gên cia d a LC n " 81/ 94

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Promotoria de Justiça de Pedro Canário

rtciô Cana vicira , s/ n", Novo llorizonlc- 29970-000 -!'edro Canúrio-I S- Te!.: 27 .3764- 1 341

DO NÃO CUMPRIMENTO INTEGRAL DA SANÇÃO IMPOSTA NA

CONDENAÇÃO POR ATO DE IMPROBIDADE

Como dito, o Impugnado foi condenado pela prática de ato de

improbidade administrativa, previsto no art. 10, da Lei n. 8.429/92, em

sentença que lhe impôs a suspensão de direito s políticos e transitou em

julgado em março de 2011, tendo o mesmo, por força do dispositivo

constitucional (art. 14, § 3°, inciso II) ficado sem uma das condições de

elegibilidade, exatamente o pleno gozo dos direitos políticos.

Não bastasse isso, o impugnado sequer cumpriu integralmente uma

das sanções impostas, qual seja o ressarcimento ao erário , a partir de

quando se iniciará o prazo da inelegibilidade.

Como ainda não transcorreram os 08 (oito) anos de

inelegibilidade, que são contados apenas a partir do integral cumprimento da pena (ressarcimento ao erário), percebe-se que o Impugnado tem óbice intransponível à sua candidatura.

Ademais, ainda que se possa alegar que o cumprimento da pena

descrito no artigo 1°, inciso I, alínea "L" diga respeito somente à suspensão

dos direitos políticos , ainda assim , o impugnado teria iniciado o transcurso

do prazo de 08 (oito) anos de inelegibilidade a partir de 02 de março de 2016, razão pela qual FICARÁ INELEGÍVEL ATÉ O DIA 02 DE MARÇO DE 2024,

prazo final da cessação da sua inelegibilidade.

Nesse sentido é o entendimento esposado por Edson de Resende

Castroõ , que abaixo destacamos:

"Com a LC n. 135/201 O estabeleceu-se, a par da suspensão de direitos políticos pelo tempo que o Juiz aplicar - também a inelegibilidade por mais oito aos, contados do término do cumprimento da pena . Então, o condenado por improbidade administrativa que se encontrar nesta alínea T primeiramente

cumprirá o tempo de suspensão de direitos políticos fixados na sentença (e nesse período estará com sua capacidade eleitoral totalmente afetada, ativa e passivamente, não podendo votar e nem

ser votado), para só então dar início aos 8 anos de inelegibilidade (aqui afetada apenas a capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser votado).(. ..) então, aquele que tem

contra si condenação por improbidade , confirmada por Tribunal já está inelegível e assim permanece até oito anos após o cumprimento da pena." (grifamos).

Na verdade, o impugnado está fazendo pouco caso com a

condenação que lhe fora imposta, posto, sequer, repita-se, ressarciu o dano ao

erário.

5 Curso de Direito Eleitoral: de acordo com a Lei da Ficha Limpa , com a Lei n. 13.165/2015 e com as

R esolu ções elo TSE para as eleições de 2016, 8. ed ver. E atual. Belo Horizonte: Del Rey , 2016 .

M I N I STÉRIO P Ú BLI CO 00 ESTA D O DO ESPÍRITO SANTO

Pro m otor·i a de Justi ça de Pedro Caná rio

:t,;;; c:anavicira , s/n ", Novo llori ,mnte - 29970-000 - Pedro Canúrio-1-:S - l'cl. : 27.376-1-1341

Desse modo, é completrunente equivocado concluir que o

impugnado preenche os requisitos legais para ter o registro de candidatura

deferido por este Juízo. Pensar dessa forma, seria o mesmo que rasgar a Lei

Complementar 64, de 1990 que teve sua constitucionalidade confirmada pela

Suprema Corte e que visa exatrunente proteger o cidadão e a sociedade de

candidatos condenados por condutas ilícitas, repugnantes e reprováveis, tal

qual o caso dos autos, cuja sentença foi confirmada pelo Tribunal da

Cidadania.

Portanto, como dito, o que o impugnado cumpriu foi o prazo de

suspensão dos direitos políticos, relacionada á condição de elegibil idade

(artigo 15, inciso III, da Constituição Federal). Agora, falta-lhe cumprir o

prazo de 08 (oito) anos , correspondente á inelegibilidade , contados do

cumprimento daquela (01/03/2016).

2. DA INELEGIBILIDADE DO ARTIGO 1°, INCISO I, alínea "G":

DA REJEIÇÃO DAS CONTAS PELA CÂMARA MUNICIPA L.

O impugnado teve, ainda, as contas relativas ao exercício de 2002

rejeitadas , quando exerceu o cargo de Prefeito , pela Câmara Municipal de

Pedro Canário/ES que manteve o Parecer Técnico n o TC-85/2009 do Tribunal

de Contas do Estado do Espírito Santo, oriundo do Processo no TC -

4975/2007, conforme Decreto Legislativo no 005/2011 (ofício n o 277/2016

e ofício no 278/2016, oriundos da Cãmara Municipal de Pedro Canário

anexos) .

DO PROCESSO TC 4975/2007 (Apensos: TC - 129 7 /2005; TC-

1664/2003 eTC- 4676/2003)

A documentação que acompanha o presente petitório revela que o

impugnado teve suas contas julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas

Estadual - TCEES , referente ao exercício de 2002, pela Cãmara Municipal de

Pedro Canário, no dia 19 de abril de 20 11, conforme Decreto Legislativo n o

005/2011, de 28 de abril de 2011, publicado no DOE em 29/04/2011, apesar

está sub judice.

Consta dos documentos em anexo que o Tribunal de Contas deste

Estado no exercício de sua função constitucional, apreciou e concluiu como

irregulares as contas do exercício de 2002 ( Processo TC 4975/2007), tendo

como responsável o impugnado, impu tando-lhe, na qualidade de representante e agente político, uma série de irregularidades, merecendo

destaque:

1. ausência de envio da relação de restos a pagar; dos extratos

bancários e das declarações dos inventários dos bens patrimoniais

e do almoxarifado;

2. divergência entre a receita e despesa constante da execução do

exercício com as previstas na Lei Orçamentária Anual;

M lNl STÉRIO PÚBLICO DO ESTA DO DO ESPÍRI TO SANTO

Pro notoria de Justiça de Pedro Canário cõ ô Cana v ici ra , s/n°, Novo llorizontc - 29970-000 - Pedro Canúrio- I :S - Tcl. : 27 .3764-1341

3. movimentação de recursos públicos em instituição financeira

não oficial;

4. divergência entre os saldos do exerc1c10 anterior das contas da

dívida flutuante com as no saldo para o exercício seguinte.

Tais contas foram julgadas IRREGULARES, em Parecer Prévio

do Egrégio Tribunal de Contas, sendo posteriormente confirmada pela

Câmara Municipal de Pedro Canário , Órgâo competente para julga r as

contas do Chefe do Poder Executivo Municipal , nos seguintes termos:

"[ . ..] Entretanto, quanto à Prestação de Contas anual, que são analisadas

separadamente dos Atos de Gestão, estas foram julg adas irre gulares,

conforme consta do Parecer Prévio TC-111/2004 às fls. 33/36. Diante de

tal decisão o Defendente apresentou Recurso de Reconsideração que foi

analisado e dado Provimento Parcial, conforme e Parecer Prévio TC-

107 I 2007 às f1s . 46 I 50 dos presentes autos . Ainda inconformada, o Defendente ofereceu embargos de Declaração que lhe foi negado provimento mantendo -se o Parecer Prévio n o TC-

0085/ 2009 às fls. 02/05 dos autos.

Assim , pode ser constatado que as referidas Contas do Defend ente do

exercício de 2002 foram julgadas irregulares pela Egrégia Corte de Contas,

não havendo qualquer quitação ou saneamento do processo.

Diante do exposto, mantenho a Decisão desta Comissão, proferida pelos

ex- membros às fls. 211/213, indeferindo o pedido de realização de perícia

contábil, haja vista que as irregularidades tratam-se de ausência de

documentos que deveriam constar na Prestação de Contas e de

movimentação Financeira irregular feita em instituição não oficial; o que

não será sanado com perícia."

Portanto, a decisão proferi da pela Cãmara de Vereadores de Pedro

Canário/ES está em consonãncia com os ju lgamentos proferidos pela Plenário

do Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos Recursos Extraordinários

(Res) 848826 e 729744, ambos com repercusão geral reconhecida, no sentido

de que caberá a Cãmara de Vereadores ju lgar as contas de Prefeitos .

Sabe-se que a rejeição de contas dos gestores e administradores

públicos acarreta a inelegibilidade prevista no art. 1o, I, alínea "g", da LC n.

64/90, com a redação dada pela LC n. 135/2010 (lei da ficha limpa), que se

inicia com a decisão definitiva de rejeição e perdura até o transcurso de 08

(oito) anos. Segue-se a transcrição da mencionada alínea:

Art. 1°, I, g: os que tiverem suas contas relativas ao exerczcw de cargos ou funções p úblicas rejeitadas por irregularidade insanável

que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, sa l vo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário , para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso li do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição; (grifei)

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTA DO DO ESPÍRITO SANTO

Pro·motoria de Justiça de Pedro Canári o

itciu Canavieira, s/n". Novo l l orizontt:- 29970-000- Pedro Canúrio-ES- Te!.: 27.3 764-1341

Sabe-se que todos os ordenadores de orçamento e de despesas

públicas são obrigados a prestar contas de sua gestão ao respectivo Tribunal

de Contas, que exerce o controle externo das contas públicas, ora julgando-as,

ora oferecendo parecer prévio para auxiliar a decisão da Casa Legislativa.

Desse modo, os Prefeitos, assim como outros gestores públicos,

estão obrigados a prestarem contas da execução orçamentária e da realização

das despesas ao Tribunal de Contas que emitirá parecer prévio que será

julgado pela Cãmara de Vereadores.

Desse modo, se essas contas forem rejeitadas por irregularidade

insanável e por decisão irrecorríve l da Cãmara de Vereadores, aquele gestor

e I ou administrador ficará inelegível , o que é o presente caso. Isso porque,

repita-se, a Cãmara Mu nicipal de Pedro Canário rejeitou as contas do

impugnado, referente ao exercício de 2002, no dia 19 de abril de 201 1, sem

que caiba recurso, iniciando -se o prazo de inelegibilidade de 08 (oito) anos

a partir daquela data .

Do ato doloso de improbidade administrativa

A jurisprudênc ia do Tribunal Superior Eleitoral já havia firmado há

tempos o entendimento de que "irregularidades insanáveis são aquelas que indicam ato de improbidade administrativa" .

Poder-se-á alegar que a expressão "ato doloso" não estaria

igualmente reduzindo a abrangência do comando legal. Contudo, a resposta

negativa se impõe.

A referência a dolo foi inserida no texto do dispositivo com o

específico fim de excluir da aplicação do dispositivo aquele administrado r

que evidentemente em nada concorreu para a ocorrência do vício

detectado quando da tomada de contas. O que evidentemente não é o caso

do impugnado, haja vista qu e era o gestor dos bens e direitos da Prefeitura

Municipal de Pedro CanárioiES.

Por outro lado, quando a lei faz menção á improbidade

administrativa, reportar-se a atos positivos ou negativos que defluem do comportamento do administrador, qu e agiu ou deixou de agir ao arrepio das

obrigações pelas quais se sabe limitado.

É justamente nesse sentido que o artigo 11 da Lei de Improbidade

Administrativa (LIP - Lei 8429I 1992) dispõe e constituir "ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (.. .)"

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daque le previsto, na regra de competência; I! - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de oficio;

MlNlSTÉRlO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍ RITO SANTO

Prmnotori a de Justiça de Pedro Canário

: ;;;:; Canavicirn. s/n ", Novo ll orizontc- 29970-000- Pedro Canário-ES- Tcl. : 27.3764-1341

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV- negar publicidade aos atos oficiais; V- frustrar a licitude de concurso público; VI- deixar de prestar contas quando esteja obrigado afazê-lo; VII - revela r ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

Já o artigo 10 da Lei acrescenta que constitui ato de improbidade

administrativa que cau sa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou

culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres d as entidades referidas no art. 1o desta

lei, e notadamente:

I - facilitar ou conco rrer po r qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particula r, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 o desta lei; II - permitir ou concorrer para que pessoa fisica ou jurídica. privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 o desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à

espécie; III - doar à pessoa fisica ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do pat rimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1 o desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; IV - permitir ou facilita r a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1 o desta lei, ou ainda a prestação de se rviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamenta res ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea.; VII - conceder beneficio administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; VIII - frustrar a l icitude de processo licitatório ou dispensá -lo indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; X - agir negligen temente na. arrecadação de tributo ou renda, bem

como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; X I - liberar verba púb lica sem a. estrita observância das normas 11

I

pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; XII - permitir, faci l itar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

/

Pr{]lmotoria de Justiça de Pedro Canário ltc;<; Canavicira, s/n", Novo llorizonle- 29970-000- Pedro Canário-ES -Te!.: 27.3764-1341

XIII- permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1 o desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

XIV- celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; XV- celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

Finalmente, o artigo go determina que constitui ato de improbidade

administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de

vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,

função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1o desta lei,

e notadamente:

I- receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1 o por preço superior ao valor de mercado; III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veiculas, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à

disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1 o desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráji.co, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1 o desta lei;

VII- adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; I

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa fisica ou jurídica que tenha interesse

MI N I STÉRIO PÚBLICO DO ESTA DO DO ESPÍRITO SANTO

Pro• motoria de Ju stiça de Pedro Canário

l c;;; C.: anavicira, s/n", Novo llori zontc - 29970-000 - Pedro Canúrio-ES - Te I.: 27.3 764-1341

suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão

decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natu reza; X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de oficio, providência ou declara ção a que esteja obrigado; XI - incorpora r, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art . 1 o desta lei; XII - usar, em p roveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 o desta lei.

Como se vê a Lei da Ficha Limpa nada mais fez que explicar a

correção da jurispr u dência atu almen te reinante no TSE, sendo inadmissív el

qualquer conclusão de que houve um abrandamento do instituto .

Da desnecessidade da propositura da ação de improbidade

Ao fazer referência a improbidade administrativa, a lei não exigiu

qualquer modo à propositura da ação correspondente na órbita civil como

requisito para a ocorrência da inelegibilidade.

Para que o administrador com contas rejeitadas fique inelegível,

basta que a irregularidade apu rada pelo órgão responsável - Tribunal de

Contas ou Parlamento (Cãmara de Vereadores) , conforme o caso -

corresponda abstratamente a uma das formas de improbidade administrativ a

nos artigos go a 11 da Lei de Improbidade Administrativa.

Órgão Competente para a decisão

Como a inelegibilidade pressupõe decisão irrecorrível do órgão

competente, necessário primei ramente verificar de quem é a competência para

a apreciação e julgamento das contas dos mencionados gestores. Não há

dúvid a de que será sempre o Poder Legislativo o órgão julgador dos atos

praticados pelo impugnado, na forma do entendimento recente dos julgamentos dos Recursos Extraordinários (Res) 848826 e 729744, ambos com

repercussão geral reconhecida 6.

Portanto , com a decisão recente da Egrégia Suprema Corte

desnecessário maiores argumentos, eis que caberá a Cãmara Mun icipal

julgar as contas do Chefe do Poder Executivo.

Insanabilidade das irregularidades

De outro lado, diz a referida alínea "g" que a irregularidade que '

levou à rejeição das contas , para gerar a inelegibilidade, deve ser insanável, configurando ato doloso de improbidade administrativa.

6 Comp etên cia p ar a julg ar contas d e Pr efeito ê d a Câm ara d e Vereadores, d ecid e STF.

M I N I STÉRIO P Ú BLI CO DO ESTADO DO ESPÍR ITO SANTO

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No exame das contas do mencionado gestor público, encontram-se

irregularidades das quais resultam prejuízos a bens jurídicos especialmente

tutelados pela lei.

Mesmo com a redação original da LC n. 64/90 , construiu -se o

entendimento de que irregularidade insanável, capaz de gerar a inelegibilidade

desta alínea, é aquela que traz em si a nota da improbidade administrativa , por

causar prejuízo ao patrimônio público, possibilitar o enriquecimento sem

causa ou atentar contra os princípios norteadores da Administração.

Quando o ordenador causa prejuízo ao erário , enriquece-se ou a

terceiros de maneira indevida, ou ainda viola princípios sensíveis à

Administração Pública, certamente comete ilícitos graves e não passíveis de

saneamento pela simples imposição de mu lta administrativa . Em todos esses

casos, percebe-se que o gestor do orçamento ou o ordenador da despesa ter á

cometido improbidade administrativa, por não observar princípios básicos da

Administração Pública, ou causar prejuízo ao patrimônio público, ou

proporcionar enriquecimento ilícito .

Ademais, ainda que fosse aplicada somente multa pela Egrégia

Corte de Contas, no julgamento das contas do impugnado, ainda assim não

teria o condão de afastar a inelegibilidade , mesmo porque a decisão final

caberia ao Poder Legislativo. Nesse sentido:

A quitação de multa fzxada pelo TCE não tem o condão d e afastar a

inelegibilidade (Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral n o

40.704, de 18/10/2012, interposto pelo pré-candidato ao cargo de

vereador de Ibatiba/ ES)7

E é esse, também, o pensamento autorizado de Pedro Henrique

Távora Niess. s

O acréscimo da expressão "ato doloso de improbidad e

administrativa" (LC n . 135/2010) acabou por consolidar o dito entendimento

jurisprudencial. O agente que assume a administração de dinheiros. bens e

valores públicos ou a ordenação da despesa age dolosamente quando causa o

prejuízo ao erário. proporciona desvio ou enriquecimento ilícito ou dá de

ombros para os princípios de observância cogente na administração.

Essa definição - sobre ser insanável a irregularidad e e

caracterizadora de ato doloso de improbidade - não será encontrada na

decisão de rejeição de contas , ou seja , o Tribunal de Contas, quando julga

as contas dos responsáveis pela ordenação de despesas, ou quando oferece

parecer prévio sobre as contas gerais anuais dos chefes do Executivo, não vai

pronunciar-se sobre a natureza das irregularidades encontradas. se sanáveis

ou insanáveis, se caracterizam ou não improbidade administrativa. O Tribunal

7 Impugnaçã o feita pelo Mini stério Públi co Eleitoral , por m elO d este Orgão d e Exec u ção n as el e1ções ele

2012. 8 N l ESS, Pedro ll enriqu e Távora . Direitos políti cos, p . 155.

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Pro- motoria de Justiça de Pedro Ca nário

c;;; C'anavicirn, s/n", Novo l l ori?Ontc - 29970-000- Pedro Camírio-ES -Tcl.: 27.3764-134 1

de Contas rejeita contas sob o argumento de ter faltado prova da realização da

despesa, ou por inobservãncia do procedimento de licitação, ou por aplicação

de verba na edu cação em percentual inferior ao previsto na Constituição, etc.

Cabe à Justiça Eleitoral, quando da apreciação da candidatura,

com ou sem impugnação (vale a pena relembrar que a inelegibilidade é

matéria de ordem pública, que deve ser conhecida até mesmo de oficio

pelo Juiz), avaliar se a irregularidade constatada quando da rejeição das

contas é insanável ou não. Sendo insanável, indefere a candidatura, porque

inelegível o candidato, desde que, evidentemente, ainda dentro dos 08 (oito)

anos desde a decisão irrecorrível de rejeição, o que é o caso dos autos.

"À Justi ça Eleitoral compete formular juízo de valor a respe ito das irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas, vale dizer, se as irregularidades configuram ou não

inelegibilidade ... " (STF, MS n. 22.087-2/ DF, Rel. Min. Carlos

Velloso, DJU 1 OI 51 1996)

"Registro de candidatura. Rejeição de contas . Decisões do Tribunal de Contas da União. Convênios com verbas repassadas (...) pelo FNDE. (...) Acórdão que teve como fundamento a necessidade de ter sido ajuizada ação por improbidade, nos termos da Lei n. 8.429/92, calcada nos fatos objeto da decisão da Corte de Contas e, ainda, a natureza sanável das irregularidades apontadas em uma das

decisões do TCU. Afastamento do primeiro fundamento. (...) Irregularidades de natureza insanável,

com viso de improbidade administrativa. Inelegibilidade caracterizada. 1. A inelegibilidade da alínea g do inciso I do art. 1

o da LC n. 64/90 decorre de decisão irrecorrível do órgão competente por irregularidade insanável, não estando condicionada à

existência de ação por improbidade. (...)" (Ac. n. 1 9.02 7, de 26/1 OI 2000, rel. Min. Fernando Neves.)

A irregularidade que ensejo. a aplicação da alínea g, inciso I, do art.

1 o da LC n°. 64/90 é a insanável que tem a ver com atos d e improbidade (CF, arts. 15, V, e 37, § 4°), não se prestando para tal finalidade aquela de caráter meramente formal. (TSE, RO 8. 794/ MT, Acórdão 11145, de 15/08/ 1990, rel. min. Antônio Vilas Boas Teixeira de Carvalho).

Assente na jurisprudência ser irregularidade insanável aquela que indica ato de improbidade administrativa ou qualqu er forma d e desvio de valores (TSE, Respe 21896/ SP, Acórdão d e 26108/ 2004, rel. min. Francisco Peçanha Martins)

IMPUGNAÇÃO DE CANDIDATURA -IRREGULARIDADE INSANÁVEL -

DOLO- CARACTERIZAÇÃO NECESSÁRIA. - Para se considerar insanável a irregularidade reprovada pelo Tribunal de Contas, é necessário que o candidato tenha agido com dolo (LC n° 64/90, art. 1°, I, c). (AREspe 22942/SP, Acórdão de 23/0912004, rel. min. Humberto Gomes de Barros)

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: ü« C'anav i ci r a , s/n °, Novo ll orizonlc - 29970-000- Pedro Canário-I :S - Tl:l. : 27 .3764-1 ]41

Quanto a esse aspecto é assente, tanto na doutrina quanto na

jurisprudência, que as irregularidades insanáveis são aquelas decorrentes de

condutas dolosas ou de má-fé do administrador que atentam contra os

prinClplOs cruciais da administração pública, em evidente prática de

improbidade administrativa, que em sua modalidade mais grave enseja o

enriquecimento ilícito e dano ao erário . (TRE/ SE, Recurso Eleitoral n°. 2749,

Acórdão n°. 130, de 23.04.2009, Des. Luiz Antônio Araújo Mendonça).

Assim, da jurisprudência sedimentada do Tribunal Superior

Eleitoral , pode - se dessumir que a Lei Complementar n°. 135/20 10 não

trouxe qualquer modificação no procedimento de julgamento de contas

pelos respectivos Tribunais . Com efeito, ainda que os Tribunais de Contas

ou Câmara de Vereadores venham a dizer das regular idades, se sanáve is

ou insanáveis, caberá à Justiça Eleitoral, reapreciando essa questão,

declarar a inelegibilidade do responsável pelas contas rejeitadas.

Ora, se analisadas com detalhes as contas julgadas irregulares,

chega-se facilmente à conclusão de que, pela gravidade dos fatos tecnicamente

detectados e narrados nos relatór ios de auditoria realizados , não se pode

admitir, senão para fins internos e meramente administrativos daquele

Tribunal de Contas, que o pagamento de multa em valor quase sempre

irrisório seria capaz de restabelecer a moralidade, probidade, respeito aos

princípios e normas da administração, e os danos causados ao erário, assim

considerado em seu aspecto difuso .

Ademais, repita, com o entendimento do Supremo Tribunal Federal,

caberá ao Poder Legislativo Municipal decidir, em definitivo, as contas julgadas

irregu lares, em parecer prévio, pelo Tribunal de Contas, o que foi o caso dos

autos.

COM EFEITO, TRATANDO-SE DE JUÍZO DE VALOR OUE

ESCAPA ÀS ATRIBUIÇÕES DAQUELE ÓRGÃO DE CONTAS, TEM-SE POR

INÓCUAS QUAISQUER DECISÕES DANDO QUITAÇÃO A

VÍCIOS/IRREGULARIDADES GRAVES, ÍMPROBOS E NÃO SANEÁVEIS .

O novo prazo da inelegibilidade

A reforma da lei das inelegibilidades ainda alterou, para todas as

hipóteses ali tratadas, o prazo de duração do impedimento, agora unificado em

08 (oito) anos, que no caso da rejeição de contas públicas conta-se a partir

da decisão irrecorrível do órgão competente. Então , relembre-se que ( 1) se

as contas forem rejeitadas por irregularidades forem do Chefe do Poder

Executivo, conta-se a partir da decisão da Casa Legislativa que confirmar

o parecer prévio do TC; e (2) se a rejeição se basear em irregularidades dos

demais administradores e responsáveis pela ordenação de despesas, a decisão

irrecorrível do TC é termo inicial para a contagem dos oito anos de

impedimento .

. . In casu, ao que se vê, a decisão do ór?ão competente (Câma ra ·

Mun1c1pal) deu-se em 2011, portanto, atnda não transcorreu /lrl

completamente o prazo de oito anos de inelegibilidade, disso decorrendo

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que se encontra com impedimento ao exercício da capacidade eleitoral passiva .

Por outro lado, desde que entrou em vigor a Lei Complementar

64 I 1990 o STF vem reiterando a afirmação de que a inelegibilidade não é pena

e, portanto, a sua aplicabilidade a fatos pretéritos é tranquila. Nesse sentido:

CONSTITUCIONAL - ELEITORAL - INELEGIBILIDADE - CONSTAS

DO ADMINSTRADOR PÚBLICO - REJEIÇÃO . Lei Complementar no

64 , de 1990, art. 1°, I, "g". I. - Inclusão em lista para remessa ao

órgão da Justiça Eleitoral do nome do administrador público que

teve suas constas rejeitadas pelo TCU, além de lhe ser aplicada a

pena de multa. Inocorrência de dupla punição, dão que a inclusão

do nome do administrador público na lista não configura punição. II

- Inelegibilidade não constitui pena. Possibilidade, portanto, de

aplicação da lei de inelegibilidade. Lei Complementar n° 64I 1990, a fatos ocorridos anteriormente a sua vigência. III. A Justiça Eleitoral

compete formular juízo de valor a respeito das irregularidades

apontadas pelo Tribunal de Contas, vale dizer, se as irregularidades

configuram ou não inelegibilidades. IV. Mandado de Segurança

indeferido.

Alie-se a isso o fato de não encerrarem os autos notícia de que haja

sido proferida decisão concessiva da suspensão da causa de inelegibilidade.

3. OUTRAS PROCESSOS/DECISÕ ES:

Como se vê da documentação anexa, o impugnado responde a ações

movidas na Justi ça Federal , sendo uma ação penal (n . 0008178-

36.2004.4.02.500 1) pela prática do crime previsto no art. 1o , inciso li do

Decreto-Lei n o 201167 e 03 (três) ações por ato de improbidade administrativa

(n. 0000231-46 .2009.4.02.5003; n. 0000832-52.2009.4.02.5003 e n.

0500155-18.20 16.4.02.5003) conforme certidões anexas.

Além destas, contra o impugnado, tramitam diversas outras

demandas na Justiça Estadual , especialmente as ações por ato de

improbidade administrativa n°0000441-14.2009 .8.08.0051; n °000 1313-

53.2014.8.08.0051; n o 0000002-03.2009.8.08.0051; n°0014092-

87.20 15.8.08.0051; n o 0000819-23.2016.8.08.0051; n°000000 1-

18.2009.8.08.0051; n °0000633-73.20 11.8.08.0051, que indicam o

comportamento do mesmo com a coisa pública (documentação anexa).

Destaca-se, ainda, o Processo 2141212009 transitado em julgado

(10/0312012) no Tribunal de Contas da União, no qual foi condenado o

impugnado ao pagamento de multa em razão da constatação, através de

auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União, de superfaturamento

em convênio do Fundo Nacional de Saúde para a aquisição de unidade móvel

de saúde- "Operação Sanguessuga" (acórdão anexo).

No Tribunal de Contas do Estado (TCEES), tramitam em desfavor

do impugnado os processos no 01805/2011-9; no 497612007 e n °4975l2007,

nos quais teve suas contas julgadas irregulares, enquanto ordenador de

I li

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despesas, revelando o tipo de comportamento que teve o impugnado no trato

do erário municipal, enquanto Chefe do poder Executivo (documentação

anexa)

Conforme a farta documentação anexada, vê-se que o

impue:nado está inserido em hipótese de inelegibilidade evidente, não

possuindo capacidade para concorrer ao pleito que se aproxima .

Em face do exposto, requer o Ministério Público Eleitoral:

1. Seja recebida a presente e autuada junto aos autos do

registro de candidatura do Impugnado;

2. Seja determinada a notificação do Impugnado para a defesa

que tiver, no prazo de 07 dias, juntando documentos;

3. Estando a matéria fática provada por documentos, sem

necessidade de dilação probatória, seja julgada procedente a

impugnação para indeferir-se o pedido de registro de

candidatura do Impugnado;

Surgindo a necessidade de produção de provas, o MPE protesta por

todos os meios em direito admitidos, além dos já produzidos.

dro canáriofES 22 de agosto de 2016.