AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR COBRANÇA INDEVIDA CC REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

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    MODELO AO DE INDENIZAO POR COBRANA INDEVIDA C/CREPARAO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELAANTECIPADA

    Como est se tornando uma prtica rotineira por parte das empresas a

    restrio ao crdito, por meio do registro do nome de seus clientes no SPC eSERASA, segue abaixo um modelo de petio para os casos em que talrestrio for indevida.

    EXCELENTSSIMO SR. DR. JUZ DO JUIZADO ESPECIAL CVEL DACOMARCA DE XXXXXX

    XXXXXXXXXX, (Estado Civil), (profisso), portador da Cdula de Identidadede n XX, inscrito no CPF sob o nXXXX, residente e domiciliado (endereocompleto), nesta cidade e comarca, com o devido respeito e acatamento, vem,em causa prpria (ou, por meio de seu advogado infra-assinado), presenade V.Exa. para, nos termos do art. 5, V e X, da Constituio Federal c/c Lei n.9.099/95 e art. 186 do Cdigo Civil, propor a presente

    AO DE INDENIZAO POR COBRANA INDEVIDA C/C REPARAOPOR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

    Inaudita Altera Pars

    em desfavor de (Nome e razo social da requerida), Pessoa Jurdica de DireitoPrivado, inscrita no CNPJ n XXXXXXXXX estabelecida na Rua (Endereocompleto com CEP), na pessoa de seu representante legal, pelos motivos defato e de direito a seguir expostos:

    I - DOS FATOS

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    ntim a, a vida no s seu s mlt iplo s asp ectos , a pers on alidade da pesso a,

    enf im, aquela que afeta de form a pro fund a no o s b ens p atr imon iais, mas

    que caus a f issuras no mago do ser, perturbando -lhe a paz de que tod os

    ns necess i tamos p ara nos cond uz i r de forma equi librada nos tor tuosos

    cam inh os da existnc ia.", como bem define CLAYTON REIS (Avaliao do

    Dano Moral, 1998, ed. Forense).

    E a obrigatoriedade de reparar o dano moral est consagrada na ConstituioFederal, precisamente em seu art. 5, onde a todo cidado "assegurado odi reito de r esp os ta, pro po rc ion almente ao ag ravo, alm de inden izao

    po r dano material, mo ral ou imagem "(inc. V) e tambm pelo seu inc. X,onde: so i nvi olveis a int im idade, a vid a priv ada, a honra e a imagem daspess oas, assegu rado o dir eito a ind enizao pelo dano m aterial ou m oral

    deco rr en te de sua vio lao."

    Tendo em vista que a inscrio indevida do nome do Requerente no SERASAe SCPC caracteriza ato ilcito, tambm caberia o dever de reparar, agora combase no art. 186 do Cdigo Civil. E essa reparao, consiste na fixao de umvalor que fosse capaz de desencorajar o ofensor ao cometimento de novosatentados contra o patrimnio moral das pessoas.

    E o dano patente! JOO ROBERTO PARIZATTO (Dano Moral, 1998, ed.Edipa, pg. 10 e sgts.), com relao ao protesto indevido, isto sem causa,conclue que " oco rr er um dano pess oa fsi ca ou ju rd ica, afetan do seubom n om e, sua reputao, sua moral, pos to q ue com o pro testo h aja

    comu nic ao ao SERASA, ficand o o pro testado imped ido de realizar

    tran saes de natu reza comerci al e bancria. Realizado o p ro test o, tal ato

    traz c on seqnc ias neg ativ as ao crdi to e idon eidade da pes soa q ue

    fica impedid a de co ntrair emp rstim os bancrios , f inanc iamen tos

    habitacionais etc." .

    A seu turno, YUSSEF SAID CAHALI, (Dano Moral, 2 ed., 1998, ed. RT, pg.366 e sgts.), ao tratar do protesto indevido, da seguinteopinio: " so br evin do , em razo d o i lcit o o u i nd evid o p ro test o d e ttu lo ,pert ur bao nas relaes psqui cas , na tran qilid ade, nos sen tim en tos e

    nos afetos de um a pesso a, con f igura-se o dano mo ral puro , passvel de

    ser inden izado ; o p ro test o in dev ido de ttul o, qu and o j qu itada a dvid a,

    caus a in ju st a agresso hon ra, co nsu bs tan ci ada em des crdito na pr aa,

    cab end o in den izao por dan o m or al, assegur ada p elo ar t. 5, X, da

    Consti tu io" , e que "o pro testo ind evido d e ttulo macu la a hon ra da

    pess oa, su jeitando -a srios c on stran gim entos e con tratemp os , inc lus ivepara pro ceder ao c ancelamento dos ttulos protestado s, o q ue

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    representar ia uma forma de s ofr im ento p squic o, causand o-lhe ainda uma

    ansi edade que lh e ret ira a tranqil idade; em sntese, com o p rotes to

    in devi do ou ilci to do ttu lo de crdi to , so mo les tados d ire ito s in eren tes

    pers on alidade, atributo s im ateriais e ideais, exp on do a pesso a

    degrad ao de su a rep ut ao, de s ua c red ib ili dade, de s ua co nf iana, de

    seu co nceito, de sua idoneidade, de sua pon tual idade e de seriedade no

    trato de seus negcios privados ."

    Da mesma forma, o Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) tambmprev o dever de reparao, posto que ao enunciar os direitos do consumidor,em seu art. 6, traz, dentre outros, o direito de " a ef eti va p reveno ereparao de dano s patrimon iais e morais, ind ivid uais, co let ivos e

    di fusos"(inc. VI) e " o acesso aos rgos jud icirios e adm inis trat ivo s,com vi st as pr eveno o u r eparao d e dano s p atr im on iais e morai s,

    in d iv id ua is , co leti vo s ou d ifu so s, ass egu rada pr ot eo ju rdi ca,

    adm in ist rativ a e tcn ica aos n ecess itados "(inc. VII).

    V-se, desde logo, que a prpria lei j prev a possibilidade de reparao dedanos morais decorrentes do sofrimento, do constrangimento, da situaovexatria, do desconforto em que se encontra o autor.

    " Na verdade, prevalece o entendim ento de que o dano moral dispens a

    pr ov a em con cret o, tratan do -se de p resu no abso lu ta, no send o,

    outro ssim , necessria a pro va do dano patr imon ial"(CARLOS ALBERTOBITTAR, Reparao Civil por Danos Morais, ed. RT, 1993, pg. 204).

    E na aferio do quantum indenizatrio, CLAYTON REIS (Avaliao do DanoMoral, 1998, Forense), em suas concluses, assevera que deve ser levado emconta o grau de compreenso das pessoas sobre os seus direitos eobrigaes, pois " quanto maior, m aior ser a sua resp ons abi l idade nocometim ento de atos ilcit os e, po r d eduo lgic a, mai or ser o gr au de

    apen ament o q uan do ele romper c om o equi lbr io n ecessrio na c on duo

    de sua vida social". Continua, dizendo que "d ent ro do precei to do in dubiopro c redi tor i con sub stanciada na norma do art . 948 do Cdigo Civi l

    Brasi leiro, o im portante que o lesado, a principal p arte do proc esso

    ind enizatrio seja in tegralm ente s atisfeito, de f orm a qu e a comp ensao

    co rresp on da ao seu direito maculad o pela ao lesiva."

    Isso leva concluso de que diante da disparidade do poder econmicoexistente entre a empresa Requerida e o Requerente, e tendo em vista ogravame produzido honra do Requerente e considerado que este sempre

    agiu honesta e diligentemente, pagando suas dvidas e procurando evitar - atodo custo!!! - que seu nome fosse indevidamente levado a protesto, mister se

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    Arbitramento mediante estimativa prudencial que leva em conta a necessidadede satisfazer a dor da vtima e dissuadir de novo atentado o autor da ofensa.Responde, a ttulo de ato ilcito absoluto, pelo dano moral conseqente, oestabelecimento bancrio que, por erro culposo, provoca registro indevido donome de cliente em central de restries de rgo de proteo ao crdito.

    (TJSP, unnime, Ap. 198.945-1/7, 2 C., j. 21.12.93, rel. Juiz Cezar Peluso, RT706/67). No mesmo sentido: ApCiv 056.443-4/0, 3 Cm. Direito Privado TJSP,unnime, j. 02.09.1997, rel. Des. nio Santarelli Zuliani, RT 747/267; Ap.710.728-0-SP, 9 Cm. Extraordinria "A" 1 TACivSP, unnime, j. 18.11.1997,rel. Juiz Armindo Freire Marmora; Ap. 669.657-5-SP, 7 Cm. Extraordinria 1TACivSP, unnime, j. 23.06.1997, rel. Juiz Sebastio Alves Junqueira; Ap.719.878-1-SP, 2 Cm. Extraordinria "B" 1 TACivSP, unnime, j. 17.06.1997,rel. Juiz Marcos Zanuzzi; Ap. 724.606-8-SP, 8 Cm. Extraordinria "A" 1TACivSP, unnime, j. 05.11.1997, rel. Juiz Jos Araldo da Costa Telles.

    RESPONSAB ILIDADE CIVIL - Perdas e danos morais - Apontamento indevidode dbitos, pelo Banco, enviando o nome do acionante ao SPC e ao SERASA -Situao que provocou restries indevidas ao autor, vulneradoras do seudireito de crdito, financiamento, reputao e honra-dignidade, frente situao constrangedora criada por erro do banco - Dano moral configurado -Presuno absoluta, dispensando prova em contrrio - Desnecessidade deprova de dano patrimonialAo procedente - Juros moratrios devidos, taxa de 6% ao ano a partir da citao e elevao da verba honorria justificada,a 15% sobre o valor da condenao corrigida - Recurso do autor parcialmenteprovido, restando improvido o interposto pelo ru. (Apelao n. 710.728-0 - So

    Paulo - 9 Cmara Extraordinria "A" DO 1 TACivSP - unnimej. 18/11/1997- Rel. Juiz Armindo Freire Mrmora.).

    DANO MORAL . INSCRI O INDEVIDA NO SPC. ABALO DE CRDITO.DANO MORAL CARACTERIZADO - Configura dano moral tanto a inscriocomo a manuteno do nome do suposto devedor nos bancos de dados dosrgos controladores do crdito quando no houver dvida, independentementede comprovao do prejuzo material sofrido pela pessoa indigitada ou daprova objetiva de abalo sua honra e sua reputao, porque presumidas asconseqncias danosas resultantes de tais fatos." (Apelao cvel n.2004.010104-0, de Ararangu, rel. Des. Luiz Carlos Freyesleben, j.05.08.04) .

    INDENIZA O - Respon sabi l idade civ i l - Dano mo ral - Cadastramento donome do autor no Servio de Proteo ao Crdito - Pendncia de ao poraquele ajuizada contra o ru - Indenizao devida - Artigo 5, inciso X, daConstituio da Repblica - Recurso provido para esse fim. A sensao de serhumilhado, de ser visto como mau pagador, quando no se , constituiviolao do patrimnio ideal que a imagem idnea, a dignidade do nome, avirtude de ser honesto. ("JTJ", Lex, 176/77, Rel. Des. Ruy Camilo).

    Diante do exposto acima, o Requerente requer a condenao da empresaRequerida no dever de indenizar pelos danos morais que provocou com ainsero indevida de seu nome nos sistemas SERASA e SPC.

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    Com relao ao quantum indenizatrio oautor requer a apurao porarbitramento de V.Exa., observados a honestidade e integridade doRequerente que mantm sua vida financeira em dia. Com isso causando gravedano moral com a inscrio indevida no SERASA e SPC, salientando que onome do requerente se encontra neste rgos desde o dia XXXXX. Sente-se o

    Requerente em situao vexaminosa, constrangedora, que lhe tira a paz daalma e o sossego e que lhe mancha a honra de forma cruel.

    Outrossim, deve-se levar em conta, ainda, o poder econmico da empresaRequerida e o fato de que a funo sancionadora que a indenizao por danomoral busca, s surtir algum efeito se atingir sensivelmente o patrimnio daRequerida, de forma que o coba a deixar que a desorganizao prejudiquetoda a coletividade que com ele mantm relao de consumo.

    Isto est presente na farta jurisprudncia dos Tribunais, especialmente nasdecises do Tribunal de Justia de So Paulo, nos autos da apelao 142.932-1/3, da 2 Cmara, julgado 21.05.1991, votao unnime, relatorDesembargador Urbano Ruiz (RT 675/100) e na deciso do Tribunal de Justiado Rio Grande do Sul, nos autos da apelao 596.210.849, da 5 Cmara,julgado 21.11.1996, votao unnime, relator Desembargador Araken de Assis(RT 738/402).

    III DA TUTELA ANTECIPADA

    Inicialmente, no tocante a esse tpico, cumpre-nos o dever de enfatizar que

    perfeitamente cabvel a antecipao dos efeitos da tutela de mrito em sededos Juizados Especiais. Nesse sentido:

    compatvel com o rito estabelecido pela Lei n 9.099/95 a tutela antecipada aque alude o art. 173 do CPC (Enunciado n. 6, da 1. Reunio realizada com

    os Juzes de varas Cveis e dos Juizados Especiais do Rio de Janeiro,dezembro de 1995). Marisa Ferreira dos SantosDesembargadora do TRF 3Reg. e ex-coordenadora dos Juizados Federais de SP e MS, in SinopsesJurdicas, Ed. Saraiva, 2004, p. 99.

    Art. 273, CPC:O Juiz poder, a requerimento da parte, antecipar, total ou

    parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,existindo prova inequvoca, se convena da verossimilhana da alegao e;

    I haja fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao; ou

    IIfique caracterizado abuso de direito de defesa ou o manifesto propsitoprotelatrio do ru.

    Toda negativao ou protesto gera dano de difcil reparao, constituindoabuso e grave ameaa, abalando o prestgio creditcio que gozava o Autor naPraa.

    Todavia, oAutor nada deve, razo pela qual a negativao no cadastro deinadimplentes totalmente descabida! Tem-se por concluir que a atitude da

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    Requerida, ou seja, de negativar o nome do Autor, no passa de umaarbitrariedade, eivada de mero descontrole administrativo, que dever por isso,ao final, ser declarada insubsistente, em carter definitivo.

    Verifica-se, MM. Juiz(a), que a situao do Autor atende, perfeitamente, a

    todos os requisitos esperados para a concesso da medida antecipatria, peloque se busca, antes da deciso do mrito em si, a ordem judicial para sustaodos efeitos de negativao de seu nome junto ao SPC, SERASA e demaisrgos de proteo ao crdito; para tanto, requer-se de Vossa Excelncia sedigne determinar a expedio de Ofcio empresa-R para retirar o nome doReclamante de tais rgos sob pena de pagar R$ 1.000,00(Mil reais) de multadiria, caso no cumpra a ordem judicial que ser exarada por VossaExcelncia.

    IV - DO PEDIDO

    Ante a tudo o que foi exposto, o reclamante, vm perante este Juzo requerer:1. o acolhimento do pedido de antecipao de tutela, com a consequente

    determinao da retirada imediata da restrio do nome do requerenteno SPC e SERASA, sob pena de imposio de multa diria no valor deR$1.000,00 (Mil reais);

    2. a citao da referida empresa, na pessoa de seu representante legalpara, querendo, apresentar resposta a presente ao no prazo legal.

    3. nos termos do art. 5 da Constituio Federal, a condenao daempresa requerida no pagamento de verba indenizatria por dano moralcausado ao autor, cujo valor dever ser arbitrado por V.Exa., tendo emvista a farta jurisprudncia anteriormente citada, em especial RT738/402 e RT 675/100.

    O Requerente pretende provar o alegado por todos os meios em direitopermitidos, sem excluso de nenhum, e em especial pela juntada dedocumentos e depoimento das partes e de testemunhas, caso necessrio.

    D-se causa o valor de R$ 15.000,00 (Quinze mil reais).

    Termos em que, Pede e espera Deferimento.

    Vitria/ES., 20/08/2009.

    (Nome do requerente ou nome e assinatura do advo gado)

    (OAB /XX: XXXX)