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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA---- CIVEL DA COMARCA DE GRAVATAÍ/RS. CLAUNINO BETELI, brasileiro, casado, aposentado, portador da Cédula de Identidade RG n° 402017192-4, devidamente inscrito no CPF/MF sob n° 729247560-49, residente e domiciliado à Rua Alberto Bins nº 917, bairro Parque Olinda, Cidade de Gravataí, Estado do Rio Grande do Sul, CEP 94960-530, EDSON RUBINEI BETELI, brasileiro, casado, aposentado, portador da Cédula de Identidade RG n° 1035130581, devidamente inscrito no CPF/MF sob n° 443442440-87, , por sua advogada, que esta subscreve, mandato incluso, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5°, incisos V e X da Constituição Federal, artigos 186, 443 e 927 e seguintes do Código Civil na Lei 8.078/90 e demais legislações aplicáveis, propor: AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE CONSÓRCIO C/C PEDIDO LIMINAR E CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO em desfavor de; em face de Caixa Consórcios e Administradora de Consórcios S/A. - CNPJ 05.349.595/0001-09, empresa jurídica de direito privado com sede na SCN Quadra 01 - Bloco A - Ed. Number

ação de recisão de contrato - Cópia

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Page 1: ação de recisão de contrato - Cópia

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA---- CIVEL DA COMARCA DE GRAVATAÍ/RS.

CLAUNINO BETELI, brasileiro, casado, aposentado, portador da Cédula de Identidade RG n° 402017192-4, devidamente inscrito no CPF/MF sob n° 729247560-49, residente e domiciliado à Rua Alberto Bins nº 917, bairro Parque Olinda, Cidade de Gravataí, Estado do Rio Grande do Sul, CEP 94960-530, EDSON RUBINEI BETELI, brasileiro, casado, aposentado, portador da Cédula de Identidade RG n° 1035130581, devidamente inscrito no CPF/MF sob n° 443442440-87, , por sua advogada, que esta subscreve, mandato incluso, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5°, incisos V e X da Constituição Federal, artigos 186, 443 e 927 e seguintes do Código Civil na Lei 8.078/90 e demais legislações aplicáveis, propor:

AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE CONSÓRCIO C/C PEDIDO

LIMINAR E CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO em desfavor de;

em face de Caixa Consórcios e Administradora de Consórcios S/A. - CNPJ 05.349.595/0001-09, empresa jurídica de direito privado com sede na SCN Quadra 01 - Bloco A - Ed. Number One - 8º andar - CEP 70711-900 - Brasília/DF Tel.: (61) 2192-2400 E CHIVA E TANDLER GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMÓVEI LTDA., correspondente bancário da empresa acima com sede na acima com sede na Rua Frederico Maurer nº 800 Sala 11 CEP 81630-020/ Curitiba/ Paraná, pelos motivos de fato e de direito que a seguir expõe:

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Da Competência:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA DECLARATÓRIA PARA QUITAÇÃO E REVISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. Compete à Justiça Comum Estadual o julgamento das ações em que figure como parte a sociedade anônima Caixa Consórcio. Agravo de Instrumento provido. (Agravo de Instrumento Nº 70029862034, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lúcia de Castro Boller, Julgado em 01/06/2009)

Data de Julgamento: 01/06/2009

Publicação: Diário da Justiça do dia 10/07/2009

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA DE RESSARCIMENTO DE VALORES. CAIXA CONSÓRCIOS S/A COMO PARTE NA AÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. Compete à Justiça Comum Estadual o processamento e o julgamento das ações em que figure como parte a sociedade anônima Caixa Consórcio, como no caso em apreço. Diferentemente, causas em que haja o interesse da União, isto é, que ocorra a participação de ente federal, como a Caixa Econômica Federal, recaem sobre a competência da Justiça Federal. Revogada a decisão que declinou o julgamento e o processamento do feito à Justiça Federal, reconhecendo-se a competência da Justiça Comum. RECURSO PROVIDO, por decisão monocrática. (Agravo de Instrumento Nº 70027457506, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson José Gonzaga, Julgado em 17/11/2008)

Data de Julgamento: 17/11/2008

Publicação: Diário da Justiça do dia 21/11/2008

SÍNTESE DOS FATOS

1. Em novembro de 2011 o requerente adquiriu da Ré Chiva e Tandler, um consórcio contemplado da Ré Caixa Consórcios, e com o mesmo comprou de Seu Filho (demais Autores), um Imóvel ao lado do seu, A ré Chiva e Tandler, providenciaram toda a documentação e enviaram para Curitiba, fazendo que o pai que não possuía renda nem emprego “comprasse” a casa do Filho.

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2. O Imóvel ficou avaliado em R$180.000,00, e ajustaram que o valor do credito do consorcio seria de R$ 150.000,00, a serem pagos em 139 meses, valor que cobriria todas as despesas do negocio e sobraria em torno de R$130.000,00 para os vendedores, a segunda ré Caixa, depositou R$ 50.000,00 na conta dos vendedores, deu a quitação para o Pai e não repassou o restante para o filho.

3. As parcelas começaram a ser cobradas do requerente (pai), com valores excessivos ao acordado com a primeira ré, começaram a questionar (139 parcelas de R$1.589,78) FRENTE AO QUE LHE FOI DEPOSITADOS.

4. A ré Chiva lhe recusava a fornecer os documentos, e quando conseguiram diretamente no Cartório onde foi celebrada a ESCRITURA, perceberam o Porquê: a Ré Chivas recebeu R$ 166.269,45, da Ré CAIXA e repassou apena R$ 50.000,00, poderiam ter sido descontados as despesas dos AUTORES/VENDEDORES, mas não chegava numa diferença de R$ 110.000,00.

5. A ré CAIXA era sabedora da forma como ocorreria o negocio, fato este firmado pela proposta da Ré CHIVAS, pois a mesma é representante da Caixa conforme se faz prova em(anexo), os autores assinaram somente as procurações e com base nelas é que o negocio foi firmado, as rés não realizaram o negocio no domicilio do autor, mas em Curitiba, aproveitando-se da situação difícil que os requerentes se encontravam e os ludibriaram, agindo de má fé.

6. Já pagaram 28 parcelas e não tem mais condições de pagar aquele valor que é INDEVIDO, sendo certo que é seu único bem , no qual residem, irá para leilão, não devem o valor que consta na escritura publica, pois receberam apenas 1/3 do que foi acordado pelas partes.

7. De toda sorte os Autores/Vendedores, entram em contato com a Caixa Consórcios e Perguntam dos Valores ainda Não repassados aos Vendedores a mesma diz que vai repassar passaram-se 2 anos e não repassam o que lhe é de direito.

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8. O requerente (pai), já tem quitado com a Caixa Consórcios até a Parcela de nº 28 que totaliza um montante de 44.492,20, Dos R$50.000,00, que foram repassados para seu (Filho), ora requerente/vendedor, lhe restando poucas parcelas para a quitação, já que os Réus são omissos sobre o restante, ou seja, R$ 110.000,00 não repassados desde 2011 “CORRIGIDOS”, que costa na escritura.

9. Provavelmente a Ré Caixa Não tem o Conhecimento que a Ré Chivas Faça isso com seus Clientes, DEIXEM de repassar mais da metade dos valores das escrituras dos bens imóveis.

Esta é a síntese momentânea dos fatos.

DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.

Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em

prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno

direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do

credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do

produto alienado.

§ 1° (Vetado) .

§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a

restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem

econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao

grupo.

§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente

nacional.

DA APLICAÇÃO DO CDC AOS CONTRATOS DE ADESAO E A

ABUSIVIDADE CONTRATUAL

A doutrina e a jurisprudência, em uníssono, atribuem aos negócios

celebrados entre o Autor e a Ré o caráter de contrato de adesão por

excelência.

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Disciplina o art. 54 do C.D.C., acerca do que é contrato de adesão,

verbis:

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham

sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas

unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem

que o consumidor possa discutir ou modificar

substancialmente seu conteúdo.

Nos contratos de adesão, a supressão da autonomia da vontade é

inconteste. Assim o sustenta o eminente magistrado ARNALDO

RIZZARDO, em sua obra Contratos de Crédito Bancário, Ed. RT 2a ed.

Pag. 18, que tão bem interpretou a posição desfavorável em que se

encontram aqueles que, como o Autor, celebraram contratos de

adesão junto ao banco, verbis:

“Os instrumentos são impressos e uniformes para todos os

clientes, deixando apenas alguns claros para o

preenchimento, destinados ao nome, à fixação do prazo, do

valor mutuado, dos juros, das comissões e penalidades“.

Assim, tais contratos contêm inúmeras cláusulas redigidas prévia e

antecipadamente, com nenhuma percepção e entendimento delas por

parte do aderente. Efetivamente é do conhecimento geral das

pessoas de qualidade média que os contratos bancários não

representam natureza sinalagmático, porquanto não há válida

manifestação ou livre consentimento por parte do aderente com

relação ao suposto conteúdo jurídico, pretensamente, convencionado

com o credor.

Em verdade, não se reserva espaço ao aderente para sequer

manifestar a vontade. O banco se vê no direito de cobrar o devedor.

Se não adimplir a obrigação, dentro dos padrões impostos, será

esmagado economicamente.

Page 6: ação de recisão de contrato - Cópia

Não se tem, por parte da instituição financeira, nenhum tipo de

possibilidade de manifestação de vontade por parte do aderente, que

verdadeiramente só se faz presente para a assinatura do contrato,

tendo, assim, que se sujeitar a todo tipo de infortúnio e exploração

econômica que se facilmente observa, pois a qualidade de aderente

só tem uma condição: “Se não assinar, nas condições

estipuladas pela instituição financeira, não há liberação do

crédito”.

DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

10. A lei é bem clara quanto ao que dispõe aos direitos do consumidor, senão vejamos:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

Ementa: APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM REVISIONAL DE CONTRATO DE CONSÓRCIO. APELAÇÃO DA RÉ. Tratando de recurso interposto via fax, é necessária a juntada dos seus originais, dentro do prazo de cinco dias, conforme art. 2º da Lei n.º 9.800/05. O marco inicial é o dia seguinte ao término do prazo

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recursal, mesmo que seja sábado, domingo ou feriado, pois não se trata de novo prazo para recorrer, mas de mera prorrogação do termo final, não se aplicando às regras de contagem de prazo previstas nos §§ 1º e 2º do art. 184 do CPC. JUROS REMUNERATÓRIOS, CAPITALIZAÇÃO E CORREÇÃO MONETÁRIA, JUROS MORATÓRIOS E MULTA. Não há falar em juros remuneratórios, capitalização, correção monetária, juros moratórios e multa em contrato de consórcio, pois a correção das parcelas pactuadas ocorre pela variação do preço do veículo objeto do plano consortil. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. Mostra-se inócua eventual discussão acerca da comissão de permanência, tendo em vista que o contrato nada dispõe a este respeito. ESTABELECIMENTO DE SEGURO DE VIDA. POSSIBILIDADE. Inexiste a pretendida ilegalidade na cláusula que prevê a contratação quanto a seguro de vida, considerando-se que ela, em princípio, é estabelecida em prol de ambas as partes. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. Tratando-se de matéria que tem a finalidade de facilitar a defesa da recorrente, como a inversão dos ônus da prova, merece acolhimento a presente irresignação, tendo amparo nos arts. 6º, VIII, do CDC, e 355 do CPC. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS VALORES A SEREM DEVOLVIDOS. A correção monetária dos valores pagos deve ser feita desde a data dos desembolsos pelo autor, de acordo com o IGP-M. DECLARAÇÃO DE QUITAÇÃO DO CONTRATO. A declaração de quitação do contrato somente será possível após apuração de eventual saldo remanescente, após liquidação de sentença. FUNDO DE RESERVA. Inexistindo comprovação de prejuízo ao grupo, não é possível a dedução dos valores alcançados a título de fundo de reserva pelo consorciado desistente do montante a ser restituído pela administradora. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO ACERCA DA VENDA EXTRAJUDICIAL DO BEM, AMORTIZAÇÃO E DEVOLUÇÃO DOS VALORES PAGOS A MAIOR. Não merece conhecimento a apelação, no ponto, cujas razões são inteiramente dissociadas da sentença que a decidiu. Apelação da parte ré não conhecida. Apelação da parte autora parcialmente conhecida e, nesta parte, parcialmente provida. (Apelação Cível Nº 70047040878, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lúcia de Castro Boller, Julgado em 27/06/2013)

NELSON ABRÃO em Direito bancário, 6. ed. rev. atual. ampl.. São

Paulo: Saraiva, 2000, p. 339, esclarece:

"Reputam-se abusivas ou onerosas as cláusulas que impedem

uma discussão mais detalhada do seu conteúdo, reforçando

seu caráter unilateral, apresentando desvantagem de uma

parte, e total privilegia mento d'outra, sendo certo que a

reanálise é imprescindível na revisão desta anormalidade,

sedimentando uma operação bancária pautada pela justeza

de sua função e o bem social que deve, ainda que de maneira

indireta, trilhar o empresário do setor."

Portanto, admite-se a revisão das cláusulas do contrato em discussão

com a conseqüente nulidade daquelas tidas como abusivas, a teor do

disposto no art. 6º, inc. V, do Código de Defesa do Consumidor, não

se cogitando de prevalência do princípio do pacta sunt servanda.

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15. Por todo o exposto, fica claro que os requerentes tentaram de toda forma reaver os valores que deveriam ser repassados pelos Réus, até mesmo nem que seja para repassar para a Ré Caixa.

16. Mister se faz esclarecer que o filho do autor reside no imóvel em questão que lhe foi financiado por seu pai, teme perder seu bem de família único que reside á mais de 20 anos como comprova em escritura anterior para caixa com a aquisição do veículo, por uma conduta que jamais deu causa, ou seja teve sua moral ofendida

17. Os requerentes arrependem-se de ter alienado com a caixa seu único bem não saberia que pudesse perder seu único imóvel sem receber o que esta em escritura.

18. Vem sofrendo cobranças da CAIXA CONSORCIOS diariamente Coação de escritórios de Advocacia, não tem mais de onde tirar dinheiro, teme perder seu imóvel por apenas R$ 50.000,00.

                        Portanto, impõe-se a Requerida, pelo fato por ter

cobrado quantia indevida e a mais do que tinha direito, a obrigação

de indenizar os Requerentes, de acordo com os mandamentos legais,

vejamos o que diz o Código Civil Brasileiro:

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência

ou imprudência,   violar direito e causar dano a outrem, ainda que

exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

“Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em

parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for

devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro

do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele

exigir, salvo se houver prescrição”.

                        Na mesma linha, vem se manifestando alguns de

nossos tribunais:

“(...)Portanto, inexigível a quantia indicada no demonstrativo de

débito.

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A restituição em dobro do que foi indevidamente exigido é igual

cabível, nos termos do art. 940 do Código Civil, não havendo qualquer

justificativa para isentar a parte da penalidade imposta”.(Proc. N°

54/2012, Itu-SP, 7 de junho de 2.004, J.D. ANDREA RIBEIRO BORGES,

fonte: Revista Consultor Jurídico)

"O dano moral é a lesão que afeta os sentimentos, vulnera afeições legítimas e rompe o equilíbrio espiritual, produzindo angústia, dor, humilhação, etc." (ll dano, p. 121)'

19. Exsurge destacar, além dos dispostos mencionados na nova ordem civil brasileira o clássico entendimento do artigo 5°, incisos V e X, da Constituição Federal, ficando expresso, agora, o ressarcimento por dano moral especialmente no mencionado inciso X: É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem?. Ora a execrável conduta do Réu acarretou gravames para o Autor, assistindo portanto, inquestionável direito subjetivo de postular, como o faz agora, integral ressarcimento pelos prejuízos morais sofridos.

CONCLUSÃO

- Assim mais uma vez podemos verificar a má-fé da Ré, que se isentou de suas responsabilidades como fornecedor de mercadorias a destinatários finais, tento em vista que forneceu informações inverídicas acerca do CONSORCIO CONTEMPLADO.

- Jamais o filho alienaria sua própria casa avaliada em mais de R$ 200,00, por apenas R$ 50.000,00 no mínimo entraria no negocio para desafogar de dividas contraídas e que agora já não tem mais o que fazer para poder dormir tranquilo.

DA PRETENSÃO LIMINAR

Com base nas ilegalidades arguidas e demonstradas no contrato, fica

claro que o Autor/Vendedor tem o direito de ver reduzido às parcelas

Page 10: ação de recisão de contrato - Cópia

que lhe são exigidas mensalmente, pois não usufruiu dos valores que

estão sendo cobrados.

Num segundo momento também se percebe o perigo na demora, pois

com os abusos do Requerido dificulta a quitação total do empréstimo,

o que pode acarretar o atraso no pagamento e a inscrição do nome

do Autor nos cadastros negativistas.

Mesmo porque, a devolução dos valores indevidamente

exigidos é muito demorada, o que importaria em excessiva

vantagem ao Réu, em detrimento da hipossuficiência natural

do Autor;

Além do mais, o Autor pretende fazer o pagamento dos valores que

entende devido em juízo (mediante a taxa de juros correta e a

aplicação de forma simples), evitando desta forma o enriquecimento

ilícito do Requerente, com base nas suas práticas abusivas (utilizando

taxa maior do que a contratada e ainda de forma capitalizada).

DEMAIS ILEGALIDADES

No presente caso existe ainda a ilegalidade das taxas exigidas para

emissão dos boletos e da análise de crédito, o que continua sendo

exigido pelas instituições financeiras.

Tais tarifas apresentam-se manifestamente abusivas ao consumidor,

pois tanto a análise necessária à concessão do crédito como os

gastos com a emissão dos boletos de pagamento traduzem despesas

administrativas da instituição financeira com a outorga do crédito,

não se tratando de serviços prestados em prol do consumidor. Até

porque questiona-se como seria se por um acaso o crédito não fosse

autorizado, seria o valor administrativo cobrado? O que

Page 11: ação de recisão de contrato - Cópia

objetivamente não ocorre, sendo este valor atribuído apenas àqueles

a quem o crédito é permitido, o que é claramente errado ser feito.

Ademais, os juros remuneratórios já correspondem aos lucros da

operação de crédito, não podendo a instituição financeira impor ao

consumidor as despesas inerentes a sua própria atividade sem

qualquer contrapartida.

Desse modo, nos termos do art. 51, inciso IV, do Diploma

Consumerista, tem-se que a cobrança de tais tarifas caracteriza

vantagem exagerada da instituição financeira e, portanto, nulas as

cláusulas que as estabelecem.

Nesse diapasão:

COBRANÇA DE TARIFA E/OU TAXA NA CONCESSÃO DO

FINANCIAMENTO. ABUSIVIDADE. Encargo contratual abusivo, porque

evidencia vantagem exagerada da instituição financeira, visando

acobertar as despesas de financiamento inerentes à operação de

outorga de crédito. Inteligência do art. 51, IV do CDC. Disposição de

ofício (...) (TJRS, Apelação Cível n. 70012679429, rel. Desa. Angela

Terezinha de Oliveira Brito, julgado em 06.04.2006).

Logo, não há o que se falar em cobrança de tarifas que objetivam

concessão ou manutenção da conta, uma vez que se transformam em

vantagens excessivas ao fornecedor, consoante demonstrado acima.

ANTE O EXPOSTO, REQUER EM TUTELA ANTECIPADA:

A) Seja concedido ao Autor o direito a SUSPENSÃO do pagamento das

parcelas restantes até a apresentação do contrato de financiamento

Page 12: ação de recisão de contrato - Cópia

firmado entre as partes pelo banco réu e seu representante, pois o

mesmo no ato do financiamento já deveria ter entregue uma cópia ao

Autor/VENDEDOR e não o fez, dificultando o acesso ao

questionamento do contrato judicialmente, num claro ato que trará

maior demora por parte do poder judiciário, com fulcro, ainda, nos

artigos 46, 47 e 74 (por interpretação) do Código de Defesa do

Consumidor;

B) Em caso de V. Exa., entender por não suspender o pagamento,

requer-se que seja concedido ao Autor o direito a depósito judicial do

valor apurado como sendo o correto para o presente contrato,

aplicando os juros da taxa DO BANCO CENTRAL EM ANEXO, conforme

disposto pelo Banco Central, em cima do valor financiado, conforme

planilha em anexo, com fulcro, ainda, no Princípio Geral de Cautela

(CPC, artigo 798), posto que é ressabido que “Da mihi facto

dabotibi jus” (dá-me os fatos e te darei o direito). “Quem vem a

juízo tem, em princípio, o direito de uma prestação judiciária

quanto ao mérito. Assim toda ênfase deve ser posta em tal sentido,

evitando-se, tanto quanto possível, destruir o processo com questões

prejudiciais e nulidades que destroem a seiva que dá vida ao

processo, com prejuízo para as partes e desprestígio para o Judiciário

(AC 53.895, TARJ, Relator Severo da Costa, RF 254/288) – Compêndio

Jurídico Marcus Cláudio Aquaviva, Editora Jurídica Brasileira, fl. 409 –

grifamos”.

C) Em caso de negativa da suspensão do pagamento e do depósito

judicial a menor, requer-se ALTERNATIVAMENTE o pedido de

DEPÓSITO JUDICIAL do valor no montante de R$ 667,38 (seiscentos e

sessenta e sete reais e trinta e oito centavos), iniciando o depósito

dos valores a partir da citação da parte ré, sem acarretar juros até a

data de início do depósito, a serem depositados mensalmente na

Page 13: ação de recisão de contrato - Cópia

conta a ser aberta no poder judiciário, valor este atualmente cobrado

pelo Requerido como parcela do financiamento, conforme cópia de

folha do carnê em anexo;

D) Conforme pedido acima exposto, pede-se que seja a Requerida

citada, na pessoa de seu representante legal, sobre o depósito do

valor judicial, impedindo o mesmo de negativar o nome do Autor nos

órgãos de crédito SPC/SERASA, bem como impedindo o Requerido de

exigir outros valores a título de pagamento das parcelas do contrato

ora em contenda, ambos os pedidos sob pena de multa diária a ser

arbitrada pelo juízo.

E) Requer também que na citação seja o Requerido IMPEDIDO

de envio de correspondências ou qualquer outro tipo de meio

coercitivo para tentar, FORÇOSAMENTE, fazer com que o

autor desista de seu direito ou pague o valor devido que não

através de depósito judicial, pois este ato configura um

ASSÉDIO MORAL desnecessário por parte do Requerido;

F) Requer ainda que no momento da citação dos Requeridos para

apresentação do contrato de financiamento celebrado entre as

partes JUNTAMENTE COM OS DEPÓSITOS NA CONTA DO AUTOR

EDSON RUBINEI BETELI, seja citada a REQUERIDA CAIXA no sentido

IMPEDITIVO de ajuizamento de ação EXECUÇÃO BEM COMO

REINTEGRAÇÃO DE POSSE / IMISSÃO DE POSSE, ou qualquer outra

que tenha por objetivo a remoção do autor( PAI) do imóvel, o que

configura claramente LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ, pois o Autor está

depositando os valores QUE RECEBEU DA RÉ em juízo, não pedindo

que seja eximido desta responsabilidade e haja vista a presente ação

Page 14: ação de recisão de contrato - Cópia

estar trazendo em seu bojo exatamente a discussão acerca do

contrato referente ao bem móvel financiado;

REQUER AINDA:

A) Em caso de negativa do direito a tutela antecipada, requer-se que

tenha o Autor o direito a manter o pagamento via depósito

judicial, do valor de parcelas sem os juros, até o trânsito em julgado

da presente ação;

B) A citação dos Requeridos, na pessoa de seu representante legal

para, querendo, contestar a presente, dentro do prazo processual

permitido, sob pena de confesso quanto a matéria de fato e de

direito.

C) Seja julgado totalmente procedente a presente demanda, para a

revisão integral da relação contratual, e declarar a nulidade das

cláusulas abusivas, bem como a consignação, com o conseqüente

expurgo dos encargos que se considerarem onerosos, tudo

calculado na forma simples e sem capitalização mensal.

D) Seja aplicada a inversão do ônus da prova, consoante art. 6º, VIII

do CDC, obrigando o Requerido a apresentar o original do

financiamento, assinado pelo Autor, bem como a provar em juízo que

deu ao Autor o direito de conhecer o que é capitalização de juros,

bem como explicações ao Autor referente a outras cláusulas de

caráter adesivo, como antecipação de vencimento, comissão de

permanência, TAC, TEC;

E) Protesta pela prova documental que acompanha e as demais que

se fizerem necessárias no decorrer da instrução processual; todas em

direito admitidas, sem a exclusão de nenhuma, pericial caso houver

necessidade devendo ser esta arcada pelo Requerido.

F) A condenação dos Requeridos a rever a taxa de juros e a forma de

aplicação dos juros, bem como o expurgo da cobrança de juros sobre

a TAC e a eliminação da própria TAC, e demais encargos de

Page 15: ação de recisão de contrato - Cópia

administração (emissão de carnê, etc), recalculando o valor das

parcelas fixas, DESCONSIDERANDO os valores indevidamente

exigidos, devidamente atualizados (INPC), mais os juros moratórios

(taxa selic) e os devidos honorários advocatícios, estes últimos

conforme de praxe.

G) Caso não seja deferida a TUTELA ANTECIPADA, em sendo exigidos

valores indevidos, combatidos nesta actio, o Requerido, também deve

ser condenado à devolução dos valores exigidos e pagos em dobro,

atualizados e com juros.

H) Requer seja concedido o benefício da justiça gratuita em favor

Autor, por se tratar de pessoa sem condições de arcar com custas

processuais, sem prejuízo de seu sustento e de seus filhos, consoante

declaração de insuficiência financeira que a esta acompanha (doc.

Anexo); em caso de negativa do pedido supra, então que se conceda

o período de 06 (seis) meses, para que se possa fazer o pagamento

das custas processuais, sem prejuízo de julgamento.

I) seja condenado o Requerido ao pagamento das custas processuais

e honorários advocatícios na base legal de 20% (vinte por cento) do

valor da condenação, bem como os honorários de sucumbência, após

o trânsito em julgado.

Dá ao pleito o valor de R$ 166.269,45 (quinze mil reais).

Termos em que;

Pede deferimento.

Gravataí, 01 de agosto de 2013.

Dra. Marilú Rosa Espíndola

Advogada

OAB/RS 30.353