Acao Rescisao Contratual Cumulada Danos Materiai Morais

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  • 8/12/2019 Acao Rescisao Contratual Cumulada Danos Materiai Morais

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    EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CVEL DA COMARCA DESO PAULO SP

    ......................., brasileiro, mdico, portador da Cdula deIdentidade RG n. ........ e inscrito no CPF/MF sob n. .........., casado com ..........,

    brasileira, mdica, portadora da Cdula de Identidade RG n. .... e inscrita no CPF/MFsob n. .........., ambos residentes e domiciliados nesta Capital, Estado de So Paulo, naRua .............., vm, por seu advogado que esta subscreve (doc. 01), com fundamentonosartigos 1.046 e seguintes do Cdigo de Processo Civil, com fundamento no artigo4751do Novo Cdigo Civil (Lei de 10.406 n 10/01/2002) e 920 e seguintes do Cdigode Processo Civil, propor

    AO DE RESCISO CONTRATUAL, CUMULADA COM PERDAS E DANOSMATERIAIS E MORAIS

    em face de .........., brasileira, professora secundria, portadora da Cdula de Identidade

    RG ........, inscrita no CPF/MF sob n .......... e ........., brasileiro, engenheiro civil,portador da Cdula de Identidade RG. n ......., inscrito no CPF/MF sob n. ...............,ambos residentes e domiciliados na Rua ..............., Estado de So Paulo, pelos motivosde fato e de direito que passam a expor.

    I DOS FATOS E DO DIREITO

    1 Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resoluo do contrato, se no preferir

    exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenizao por perdas e danos.

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    Os Autores adquiriram dos Rus 60 (sessenta) lotes deterrenos, em loteamento denominado ................, localizado no quilmetro 247,5 daRodovia Mal. Rondon, neste Municpio e Comarca de ................ e registrado namatrcula 27.084, do 2 Cartrio de Registro de Imveis da Comarca de ................,

    Estado de So Paulo.

    Os lotes foram adquiridos atravs do Instrumento Particular dePromessa de Compra e Venda de Imveis, datado de 25/03/2002(doc. 02)a saber:

    Quadra 02 Lotes de ns 13 e 14 (02) Quadra 02 Lotes de ns 16 a 24 (09)Quadra 05 Lotes de ns 01 a 24 (24) Quadra 06 Lotes de ns 01 a 24 (24)Quadra 07 Lotes de ns 24 (01)

    Pela compra de referidos imveis foi ajustado o preo deR$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais), a serem pagos nas seguintes datas,conforme clusula segunda do Instrumento Particular:

    a) R$ 120.000,00(cento e vinte mil reais) no ato da assinatura do Instrumento;

    b) R$ 30.000,00(trinta mil reais) a serem pagos em 25/04/2002;

    c) R$ 30.000,00(trinta mil reais) a serem pagos em 25/05/2002;

    d) R$ 30.000,00(trinta mil reais) a serem pagos em 25/06/2002;

    e) R$ 30.000,00(trinta mil reais) a serem pagos em 25/07/2002;

    Alm da importncia de R$ 120.000,00(cento e vinte mil reais),pagos na data de assinatura do Instrumento (25/03/2002), os Autores efetuaram osseguintes pagamentos (doc. 03):

    a) Em 10/04/2002, a importncia de R$ 15.000,00(quinze mil reais), antecipando parteda parcela a vencer em 25/05/2002;

    b) Em 25/04/2002, a importncia de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), relativa a parcelacom vencimento da mesma data;

    c) Em 10/05/2002, a importncia de R$ 25.000,00(vinte e cinco mil reais), antecipandoparte da parcela a vencer em 25/06/2002.

    Equivale a dizer, do total de R$ 240.000,00(duzentos e quarentamil reais), os Autores pagaram a importncia de R$ 190.000,00 (cento e noventa milreais).

    Para o caso de inadimplncia, por parte dos Rus, foi estipuladaa multa de 20% (vinte por cento) sobre o valor total do preo (R$ 240.000,00),conforme previsto na clusula 7.5 do Instrumento Particular.

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    Foi eleito o Foro Central da Comarca de So Paulo para dirimiras questes oriundas destes contratos, conforme clusula 11.2.

    I-A) DA NOTIFICAO E CONSTITUIO EM MORA

    Todavia, os Rus no cumpriram com as obrigaes assumidas,principalmente aquelas contidas nas clusulas sexta e stima, consistente da realizaode benfeitorias e das obras de infra-estrutura do loteamento.

    Equivale a dizer, os Rus no concluram as obras necessriaspara que o loteamento fosse concretizado.

    Diante disso, os Autores notificaram extrajudicialmente os

    Vendedores, o que se concretizou, aps vrias diligncias, em data de 10/05/2003(doc.04).

    Desta feita, mesmo notificados, nos termos do contrato, osVendedores no cumpriram suas obrigaes, previstas na clusula stima, doInstrumento Particular de Promessa de Compra e Venda, relativas realizao einstalao da infra-estrutura do loteamento, principalmente com relao s benfeitorias.

    I-B) DA INDISPONIBILIDADE E DO ARRESTO DOS BENS DOSVENDEDORES

    Outrossim, pretendiam os Autores, de modo a minimizar seusprejuzos, devido inadimplncia dos Rus, alienar a terceiros, os lotes adquiridos epagos, mesmo porque a clusula 4.2 do Instrumento assim o permitia.

    E tanto assim que, os Vendedores outorgaram ao primeiroAutor instrumento pblico de procurao para que alienasse lotes daquelefinanciamento, segundo sua convenincia (doc. 05).

    No entanto, ao tentarem averbar tal Instrumento de Promessa deCompra e Venda, na matrcula dos imveis, mais especificamente na matrcula de n ....,do 2 Cartrio de Registro de Imveis da Comarca de ................, na qual se acharegistrado o loteamento ................, foram surpreendidos com a recusa do Sr. Oficialdaquele registro imobilirio, pois, os bens dos Vendedores estavam indisponveis amando do Judicirio (doc. 06).

    Diante disso, levando em conta que os Rus j no haviamcumprido para com suas obrigaes, mesmo depois de notificados, alm de estaremcom seus bens indisponveis, os Autores, com fundamento no artigo 4762do Cdigo

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    Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigao,pode exigir o implemento da do outro.

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    Civil, suspenderam os pagamentos das parcelas (doc. 07)com o que concordaram osRus (doc. 08) reconhecendo, explcita e claramente que no haviam cumprido suasobrigaes assumidas no Instrumento Particular de Compra e Venda.

    Em razo da inadimplncia por parte dos Rus em realizar asobras de infra-estrutura aliada a indisponibilidade dos seus bens, ainda que os Autoresefetuassem o pagamento do saldo da dvida, a lavratura de escritura pblica paratransmisso da propriedade de revelou impossvel, por isso e via de conseqncia, noresta aos Autores alternativa seno a de propor a presente ao de resciso, cumulada

    perdas e danos3.

    I-C) DAS PERDAS E DANOS E RESTITUIES DEVIDAS PELOS RUS

    Conforme j foi dito, os Rus no cumpriram para com suasobrigaes, fato este por si s a ensejar a presente ao de resciso contratual, cumuladacom perdas e danos.

    Ademais, consoante clusula 7.5, do Instrumento Particular dePromessa de Compra e Venda, h previso de multa, por inadimplemento, de 20%(vinte por cento) sobre o preo total dos lotes, multa esta de R$ 48.000,00(quarenta eoito mil reais).

    Portanto, nos termos do artigo 3894do Cdigo Civil, os Rusdevem restituir aos Autores as quantias por estes desembolsadas, devidamenteatualizadas, desde as datas dos pagamentos, acrescidas da penalidade prevista noInstrumento Particular de Promessa de Compra e Venda.

    Ora, alm dos Autores terem desembolsado quantiasrelativamente vultosas, com a no concretizao do loteamento, por culpa dos Rus,deixaram de lucrar com as vendas dos lotes adquiridos.

    Bem por isso, inaplicvel o pargrafo nico do art. 944 5 doCdigo Civil, eis que os Autores haviam pago 90% (noventa por cento) do preo dos

    3 RESP 471344 / DF ; RECURSO ESPECIAL 2002/0125829-8 Relator Ministro RUY

    ROSADO DE AGUIAR (1102) rgo Julgador - QUARTA TURMA Data do Julgamento26/05/2003 Data da Publicao / Fonte DJ 04.08.2003 p. 315

    Ementa: RESOLUO. Direito do promissrio comprador. O promissrio compradortem o direito de promover ao de resoluo de contrato fundado no descumprimento davendedora, que estava impossibilitada de fornecer escritura de compra e venda. Recurso noconhecido.

    4 Art. 389. No cumprida a obrigao, responde o devedor por perdas e danos, mais juros eatualizao monetria segundo ndices oficiais regularmente estabelecidos, e honorrios de advogado.5

    Art. 944. A indenizao mede-se pela extenso do dano.

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    imveis, quantia vultosa, diga-se, quando foram surpreendidos pela inadimplncia dosRus.

    Concluindo, de acordo com o demonstrativo ora juntado (doc.

    09), os Rus devem restituir e ressarcir os Autores, por danos e prejuzos materiais, emrazo de no cumprimento de contratos, a quantia de R$ 301.666,00 (trezentos e ummil, seiscentos e sessenta e seis reais centavos).

    Importante consignar que neste montante no esto includos osdanos morais pelos dissabores e angstias suportados pelos Autores em razo dasituao constrangedora e prejuzos pelos quais foram obrigados a passar.

    I-D) DO FORO COMPETENTE

    Conforme j asseverado, as partes, em ambos os InstrumentosParticular de Promessa de Compra e Venda elegeram o Foro Central da Comarca de SoPaulo para dirimir as questes oriundas dos supramencionados contratos.

    Ademais, o C. Superior Tribunal de Justia j pacificouentendimento de que em se tratando de pedido de resciso de compromisso de compra evenda, cumulado com reintegrao de posse, prevalece o foro de eleio. Confira-se.

    RESP 56603 / SP ; RECURSO ESPECIAL 1994/0034089-3 Relator MinistroNILSON NAVES (361) rgo Julgador - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento

    15/04/1997 Data da Publicao / Fonte DJ 30.06.1997 p. 31021 RCJ vol. 81 p. 63RSTJ vol. 99 p. 187EmentaPEDIDO DE RESCISO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA C.C.PEDIDO DE REINTEGRAO NA POSSE. ELEIO DE FORO.COMPETENCIA. SENDO O PEDIDO POSSESSORIO SIMPLESCONSEQUENCIA DO PEDIDO RESCISORIO (O PRINCIPAL), NO SE LHESAPLICA, EM TERMOS DE DEFINIO DA COMPETENCIA, O DISPOSTONO ART. 95 DO CPC. ADMITE-SE O FORO DE ELEIO. PRECEDENTE DA4A. TURMA DO STJ: RESP 13.125. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EPROVIDO.

    RESP 402762/SP; RECURSO ESPECIAL 2002/0001316-3 Relator Ministro

    CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO (1108) rgo Julgador - TERCEIRATURMA Data do Julgamento 27/08/2002 Data da Publicao / Fonte DJ 04.11.2002p. 201 RNDJ vol. 37 p. 133EmentaAo de anulao de compromisso de compra e venda cumulada com reintegraode posse. Foro de eleio. Precedentes da Corte.1. Na panplia de precedentes da Corte h convergncia para afirmar que a ao deanulao de compromisso de compra e venda pessoal e que o pedido dereintegrao, como conseqncia, no acarreta a incidncia do art. 95 do Cdigo de

    Pargrafo nico. Se houver excessiva desproporo entre a gravidade da culpa e o

    dano, poder o juiz reduzir, eqitativamente, a indenizao.

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    Processo Civil, que estabelece a competncia absoluta, prevalecendo o foro deeleio, se existente.2. Recurso especial no conhecido.

    Diante dos fatos anteriormente aduzidos, justifica-se a resciso edesconstituio do negcio jurdico firmado entre as partes, por motivo doinadimplemento da obrigao, por parte dos Rus, nos termos da legislao em vigor.

    I-E) DO INGRESSO DO CNJUGE DO AUTOR NO POLO ATIVO DA AO

    Entendem os Autores, salvo melhor juzo, que considerando anatureza da presente demanda, ou seja, pedido de resciso contratual cumulada comreintegrao de posse, a participao da cnjuge ......... necessria, por fora do art.

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    do Cdigo de Processo Civil, muito embora no tenha figurado nos InstrumentosParticulares de Promessa de Compra e Venda dos Imveis.

    Neste sentido, deciso do C. Superior Tribunal de Justia, emAcrdo que guarda semelhana ao presente caso.

    RESP 34197 / SP ; RECURSO ESPECIAL 1993/0010542-6 Relator MinistroSLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA (1088) rgo Julgador - QUARTATURMA Data do Julgamento 25/06/1996 Data da Publicao / Fonte DJ 26.08.1996p. 29686 Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RESOLUO DE COMPROMISSO DECOMPRA E VENDA CUMULADA COM REINTEGRAO NA POSSE.PRESCINDIBILIDADE DE CONVOCAO DE AMBOS OS CONJUGES. CPC,

    ART. 10. LEI 8.952/94. DISCUSSO SUPERADA. RECURSO DESPROVIDO. I- EM AO DE RESOLUO DE COMPROMISSO DE COMPRA-E-VENDACUMULADA COM REINTEGRAO NA POSSE, BASTA A CITAO DOCONJUGE QUE FIRMOU O COMPROMISSO; PRIMEIRO, PORQUE APOSSESSORIA E MERA DECORRENCIA DO PEDIDO DE RESOLUO, DEORDEM PESSOAL; SEGUNDO, PORQUE J FIXADO O ENTENDIMENTOSEGUNDO O QUAL SOMENTE SE FAZ IMPRESCINDIVEL A CITAO DOSCONJUGES NAS AES POSSESSORIAS QUANDO SE TRATA DECOMPOSSE OU ATO POR AMBOS PRATICADOS. II - A DISCUSSO VIU-SESUPERADA EM RAZO DA MODIFICAO DO ART. 10 DO CODIGO DEPROCESSO CIVIL PELA LEI 8.952/94 QUE NORMATIZOU A POSIOMAJORITARIAMENTE CONSTRUIDA POR DOUTRINA EJURISPRUDENCIA.

    6 Art. 10. O cnjuge somente necessitar do consentimento do outro para propor aes queversem sobre direitos reais imobilirios.

    1o Ambos os cnjuges sero necessariamente citados para as aes:I - que versem sobre direitos reais imobilirios;II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cnjuges ou de atos praticados por eles;III - fundadas em dvidas contradas pelo marido a bem da famlia, mas cuja execuo tenha de

    recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados;IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituio ou a extino de nus sobre

    imveis de um ou de ambos os cnjuges.

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    II - DOS DANOS MORAIS

    Inquestionavelmente, os Autores suportaram e passam por

    dissabores, angstias e desonra moral ao verem seus projetos de investimentos, ondeidealizaram vultosas quantias, irem por gua abaixo com a conduta dos Rus.

    Bem por isso, so devidos danos morais atualmente consagradosno artigo 1867do Cdigo Civil, dispositivo este decorrente do pacfico entendimentodoutrinrio e jurisprudencial sobre o assunto.

    A propsito da reparao dos danos morais sofridos pelosAutores, vale transcrever, ainda que parcialmente, elucidativo ensinamento da ilustre

    jurista Maria Helena

    "Impossibilidade jurdica de se admitir tal reparao. Tal objeo no temnenhum fundamento, pois os bens morais tambm so jurdicos, logo suaviolao dever ser reparada. Se o interesse moral justifica a ao paradefend-lo ou restaur-lo, evidente que esse interesse indenizvel,mesmo que o bem moral no se exprima em dinheiro. Se a ordem jurdicasanciona o dever moral de no prejudicar ningum, como poderia ela ficarindiferente ao ato que prejudique a alma, se defende a integridade corporal,intelectual e fsica? Ante a inconsistncia destas objees, somos levados aadmitir a ressarcibilidade do dano moral, mesmo quando no tiverrepercusso econmica." (Curso de Direito Civil Brasileiro - 7 Volume, 5ed. - p. 78).

    Equivale a dizer, os Autores tm interesse processual, por danomoral, em razo do inadimplemento de obrigaes por parte dos Rus, com o gravameda impossibilidade total de se reintegrarem na posse dos imveis, devido aindisponibilidade de bens decretada pelo Banco Central e arresto determinado pelo MM.Juiz de ................, aliados ao fato de que desembolsaram quantia vultosa, com oobjetivo de realizarem investimentos, da porque incide o dano moral indenizvel.

    O dano moral, devido a dificuldade de avaliao de suadimenso e valor, deve o magistrado consider-lo com eqidade.

    Resta ver, portanto, o valor a ser arbitrado em condenao,sendo valiosos os ensinamentos ministrados pelo Desembargador Professor Jos Osriode Azevedo Jnior, na palestra "O Dano Moral e sua Avaliao", transformada emmonografia, divulgada no volume 49 da Revista do Advogado publicada pela

    prestigiosa Associao dos Advogados de So Paulo, realando-se na pgina 12:

    "Esses critrios das leis especiais so ricos e extremamente teis para o juiz.Podem e devem ser utilizados nos casos comuns. Entretanto, os limites devalor das indenizaes a previstos (100 a 200 salrios mnimos) no

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    Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direitoe causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

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    precisam nem devem ser observados. Servem como orientao. Esses limitesat sugerem indenizao superior. Isto porque, nos casos dessas leisespeciais, existe um outro e relevante valor jurdico-social que o legisladorquer salvaguardar, isto , a liberdade de informao. Nesse sentido, jdecidiu a 4 Cmara de Direito Privado do TJ, Ap. n 253.73-1, r. OlavoSilveria como voto de Jos Osrio, declarado, e Barbosa Pereira..." (sic).

    Ante a natural dificuldade de se arbitrar o dano moral, entende-se por trazer colao o precedente do seguinte teor:

    "DANO MORAL - admissvel a liquidao da correspondente indenizaopor prudente estimativa do juiz, independentemente de arbitramento porexperto, at por no se tratar de matria tcnica pertinente determinadaespecializao.VALOR DO DANO - No h cogitar de maior ou menor atividade negocial

    da pessoa lesada, nem da eventual perda de oportunidades comerciais, eis queno h dano material a indenizar. A reparao apenas a do prejuzo 'exestimatio' pessoal e do constrangimento a que se viu submetida a pessoaprejudicada. Razovel, nas circunstncias, estimar-se em vinte salriosmnimos o montante da indenizao por indevida negativao em sistema deproteo ao crdito." (TJRS - 6 Cm. Cvel; Ap. n 592.072.607-PA; rel. Des.Adroaldo Furtado Fabrcio; j. 25.08.1992, v.u.) AASP n 1783, p. 84.

    Entretanto, entendem os Autores que, levando em consideraoas quantias envolvidas na compra e venda dos imveis, a negligncia, imprudncia,omisso, para no dizer m-f dos Rus em no adimplir para com as obrigaesassumidas, cuja atitude configura crime previsto na Lei 6.766/79, alm do fato de, com

    parte do pagamento os Autores terem cedido a posse de imvel em Ubatuba, onde huma pousada instalada, pedem, a ttulo de dano moral, a quantia correspondente a 500(quinhentos) salrios mnimos, ou seja, a importncia de R$ 130.000,00(cento e trintamil reais).

    III - DAS CUSTAS INICIAIS DE DISTRIBUIO

    De acordo com a tabela atual de custas judiciais, os Autoresdevem recolher a importncia de R$ 4.316,66(quatro mil, trezentos e dezesseis reais esessenta e seis centavos), calculada sobre o valor da causa.

    Ocorre Excelncia, que os Autores desembolsaram vultosasquantias neste empreendimento e no tiveram nenhum retorno, por conta dainadimplncia dos Rus aliada a indisponibilidade e do arresto dos bens dos mesmos.

    A rigor, praticamente se descapitalizaram com as aquisies doslotes, passando a enfrentar srias dificuldades financeiras em outros empreendimentos.

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    A bem da verdade, para pagamento das custas iniciais osAutores se vem na necessidade de se desfazerem de outro bem para poderem suportartal despesa, o que no se coaduna com o direito ao acesso a Justia.

    Diante disso, requerem, a teor do art. 4, da Lei 4.952/1985, sejadiferido, para o final da ao, o recolhimento das custas iniciais, pois tal quantia, noatual momento e conjuntura tem um impacto econmico e financeiro significativo nodia a dia dos Autores.

    A jurisprudncia dos Tribunais ptrios se coadunam com talpretenso. Confira-se:

    CUSTAS - alterao ex officio - Pagamento da diferena ao final -Possibilidade - Recurso provido em parte. Ainda que seja a parte proprietriade imvel e tenha outros bens, o esprito da norma contida no inciso do artigo

    4, 4 da Lei n. 4.952/85 afirma que no pode ser ela obrigada a se desfazerde bens imveis ou de aplicaes mobilirias para ter acesso Justia que aela assegurado constitucionalmente, se de grande vulto o valor das custasque deve recolher. (Agravo de Instrumento n. 67.570-4 - Ribeiro Preto - 4Cmara de Direito Privado - Relator: Barbosa Pereira - 23.10.97 - V.U.)

    AGRAVO DE INSTRUMENTO - Deciso que cassa o benefcio da justiagratuita, deixando, todavia, para o final da lide, o recolhimento das custas -Admissibilidade - Agravante que contratou patrono para defender-se,confirmando o pagamento de honorrios ao final da demanda - Se verdadeque o agravante pode custear os honorrios de seu patrono ao final dademanda, no menos verdade, tambm poder recolher as custas ao final da

    lide - Arts. 7, caput, e 8, da Lei Federal n 1.060/50 - Deciso mantida -Agravo improvido. (Agravo de Instrumento n. 316.460-5/6 - So Paulo - 9Cmara de Direito Pblico - Relator: Antonio Rulli - 12.03.03 - V.U.)

    CUSTAS DIFERIDAS. Apelao. Recolhimento nos termos do 5 doartigo 4 da Lei Estadual n 4.952/85. O diferimento das custas iniciais nodispensa o seu pagamento, que dever ser feito com a interposio do apelo,juntamente com o preparo deste. Desero. Deciso confirmada. Agravoimprovido. FALTA DE PREPARO - Apelo julgado deserto. Preceitos legal(artigo 29 do CPC) e constitucional (artigo 5, inciso XXXIV, da CF)inaplicveis no caso, porque o juiz no praticou ilegalidade de nem abuso depoder. Deciso confirmada. Agravo improvido. (TJSP - 1 Cm. de DireitoPrivado; Ag. de Instr. n 85.118-4/5-So Paulo; Rel. Des. Alexandre Germano;j. 30.06.1998; v.u.).BAASP, 2080/770-j, de 09.11.1998).

    ANULATRIA DE CONTRATO E INDENIZATRIA POR DANOSMORAIS - SO PAULO - INDEFERIDO PEDIDO DE PAGAMENTO DASCUSTAS NO FINAL, FACE AO ESTADO DE NECESSIDADE INADMISSIBILIDADE - A impossibilidade, ainda que passageira, dopagamento de custas processuais de valor elevado, viabiliza o seu diferimentopara o final da ao. Exegese do inciso V do pargrafo 4 do artigo 4 da LeiEstadual n 4.952/85. Provido. (1 TACIVIL - 7 Cm.; AI n 852.334-0-SP;Rel. Juiz Carlos Renato de Azevedo Ferreira; j. 4/5/1999; v.u. BAASP,

    2190/343-e, de 18.12.2000).

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    IV - DO PEDIDO

    Pelo exposto, REQUEREM:

    a) A citao, por carta (AR) dos Rus para oferecerem defesa, se o quiserem, sob penade revelia;

    b) A procedncia da presente ao, desconstituindo-se o negcio jurdico e condenandoos Rus a restiturem as quantias pagas pelos Autores, devidamente atualizadas eacrescidas da multa prevista no Instrumento Particular de Promessa de Compra e Vendae das perdas e danos suportados pelos Autores, no montante de R$ 301.666,00(trezentos e um mil, seiscentos e sessenta e seis reais) acrescida de juros legais, nos

    termos do art. 406 do Cdigo Civil (taxa Selic) e correo monetria desde a data emque se efetivaram os pagamentos;

    d) A condenao dos Rus em indenizao pelos danos morais suportados pelosAutores correspondentes a 500(quinhentos) salrios mnimos, ou seja, R$ 130.000,00(cento e trinta mil reais).

    e) A condenao dos Rus ao pagamento das causas e honorrios de advogado.

    Pretendem provar o alegado atravs de todos os meios de provaem direito admitidos, especialmente documental, testemunhal, pericial e depoimento

    pessoal dos Rus.

    D-se a causa o valor de R$.431.666,00(quatrocentos e trinta eum mil, seiscentos e sessenta e seis reais).

    N. Termos.P. E. Deferimento.

    So Paulo, 24 de fevereiro de 2005.

    JOO BATISTA CHIACHIOOAB/SP 35.082