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AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO Professor: Dr. Nilson de Oliveira Nascimento

AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

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AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO. Professor: Dr. Nilson de Oliveira Nascimento. 1. Conceito A palavra rescindir vem do latim rescindire , que tem o significado de quebrar, anular, invalidar. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

Professor:

Dr. Nilson de Oliveira Nascimento

Page 2: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• 1. Conceito

• A palavra rescindir vem do latim rescindire, que tem o significado de quebrar, anular, invalidar.

• A ação rescisória é uma ação especial, que tem por objeto desconstituir ou anular uma decisão transitada em julgado, por motivo da existência de vícios em seu bojo.

• Importante destacar que a ação rescisória é uma ação e

não recurso.

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• 2. Fundamentos • A ação rescisória tem como fundamento corrigir

sentença ou acórdão que ofenda a ordem jurídica, assegurando certeza na prestação jurisdicional e a justiça.

• Objetiva, ainda, em certos casos, anular a sentença ou acórdão, proferindo novo julgamento.

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• 3. Natureza jurídica

• A ação rescisória tem natureza declaratória e constitutiva.

• Declaratória porque vai declarar a existência ou

inexistência de uma certa relação jurídica ou a autenticidade ou a falsidade de determinado documento obtido e que foi objeto de exame na antiga decisão.

• • Constitutiva por que vai criar, extinguir ou modificar

uma certa relação jurídica a partir do momento em que for proferida a decisão na rescisória.

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• Através da ação rescisória são proclamadas as nulidades que podem ser sanadas, mediante o novo julgamento.

• Do novo julgamento caberão todos os recursos previstos no processo do trabalho.

• Num primeiro momento vamos examinar a validade ou nulidade da sentença objeto da rescisão.

• A seguir, vamos examinar a própria sentença anulada ou rescindida, fazendo-se novo julgamento (art. 488, I, do CPC).

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• 4. Cabimento no processo do trabalho

• A Lei nº 7.351, de 27-8-85 deu nova redação ao art. 836 da CLT que assim disciplina:

• • "É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer

de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX do Código de Processo Civil, dispensado o depósito referido no art. 490, inciso II, e art. 494 do mesmo diploma legal”.

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• 5. Requisitos

• Não havendo previsão específica na CLT sobre os procedimentos da ação rescisória, utilizado o CPC (art. 769 da CLT). O CPC prevê a rescisória nos artigos 485 e seguintes, porém há necessidade de:

• a) sentença: não se admite ação rescisória de mero despacho interlocutório.

• b) sentença de mérito. Não sendo de mérito a sentença, não se admite

a rescisória, como ocorre com a decisão que extingue o processo sem julgamento de mérito (sentença terminativa).

• Nesse caso há trânsito em julgado, mas não há coisa julgada formal, justamente porque não se adentrou no mérito da ação. Extinguindo-se o processo sem julgamento de mérito há a possibilidade de se propor novamente a ação (coisa julgada material).

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• c) trânsito em julgado. Inexistindo trânsito em julgado, não cabe rescisória, pois haverá ainda recursos para se impugnar a decisão.

• A Súmula 514 do STF admite a ação rescisória contra a

sentença transitada em julgado “ainda que contra ela não tenham esgotado todos os recursos".

• Na ação rescisória, ocorre um julgamento de outro que anteriormente já fora feito.

• • Isto é, a ação rescisória vai desafiar a decisão transitada

em julgado, a prestação jurisdicional já satisfeita.

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• A rescisória irá atacar a coisa julgada formal, em razão da preclusão quanto aos prazos para recorrer.

• Não se vai cogitar do acerto ou desacerto da decisão proferida, apenas será julgada a própria prestação jurisdicional, fazendo-se novo julgamento da antiga decisão se presta a ação rescisória à reapreciação de fatos e provas.

• A ação rescisória não é o meio próprio para anular cláusulas normativas. O meio é a anulatória. A exclusão de cláusulas deve ser feita por ação anulatória.

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• 6. Competência

• A ação rescisória é um processo de competência originária dos Tribunais.

• Como regra, compete ao Pleno dos Tribunais Regionais, quando não divididos em turmas, o julgamento das ações rescisórias das decisões das Varas do Trabalho, dos juizes de direito investidos na jurisdição trabalhista, das turmas e de seus próprios acórdãos (art. 678, I, c, 2, da CLT).

• Alguns Tribunais Regionais têm seções especializadas ou grupos de turmas, cabendo a estes julgar a ação rescisória.

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• No TST, compete originariamente à Seção de Dissídios Individuais julgar as rescisórias propostas contra decisões das turmas do TST e suas próprias, inclusive as anteriores à especialização em seções (art. 32, I, a, da Lei nº 7.701/88).

• Compete à Seção de Dissídios Coletivos julgar as ações

rescisórias propostas contra suas sentenças normativas (art. 22, I, c, da Lei nº, 88).

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• 7. Legitimidade

• Tem legitimidade para propor a ação àquele que foi parte no processo ou seu sucessor a título universal ou singular (art. 487, I, do CPC).

• O terceiro interessado também poderá por a ação rescisória, porém haverá necessidade de que essa pessoa tenha interesse jurídico e não meramente econômico.

• O Ministério Público também poderá propor a ação se tiver sido ouvido no processo, em que era obrigatória sua interveniência; ou quando a sentença decorreu de conluio entre as partes, com o intuito de fraudar a lei (art. 487,III, do CPC).

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• 8. Ação rescisória e sentença homologatória

• Dispõe o art. 486 do CPC que "os atos judiciais que não dependem de sentença, ou em que esta for meramente homologatória, podem ser rescindidos como os atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.

• Trata-se da ação anulatória e não ação rescisória.

• Nesse linha de raciocínio, o acordo homologado em juízo, que segundo a regra do artigo 831 da CLT, valerá como decisão irrecorrível, a princípio, não estaria sujeito à ação rescisória, mas ação anulatória, uma vez que a decisão judicial é homologatória.

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• Poder-se-ia entender que o termo de acordo seria atacável por ação anulatória, de acordo com a teoria dos atos jurídicos em geral (art. 486 do CPC), desde que decorrente de erro, dolo, simulação ou fraude.

• O TST, entretanto, tem orientação diversa, por meio do Enunciado

259, que "só por rescisória é atacável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do art. 831 da CLT”.

• Justifica-se essa posição porque a homologação judicial tem natureza de sentença.

• O próprio CPC determina que, na transação entre as partes, o processo deve ser extinto com julgamento de mérito (art. 269, III). Logo, havendo trânsito em julgado da decisão e sentença de mérito, ao se falar em transação, o remédio adequado é a ação rescisória e não a ação anulatória.

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• 9. Hipóteses

• As hipóteses cabíveis de ação rescisória, conforme disciplina o art. 485 do CPC, envolvendo sentença de mérito transitada em julgado, são as seguintes:

• a) se verificar que a sentença foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.

• A prevaricação consiste em retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer a interesse ou sentimento pessoal (art. 319 do Código Penal).

• A concussão importa em exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-Ia, mas em razão dela, vantagem indevida (art.316 do Código Penal).

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• Trata-se de exigência e não de mera solicitação, como ocorre na corrupção.

• A corrupção em solicitar ou receber, para si ou para

outrem, direta indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-Ia, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem (art. 317 do Código Penal).

• Deverá haver prova de que o juiz proferiu sentença com prevaricação, concussão ou corrupção. A prova evidente deve ser feita após a prolação da decisão.

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• b) proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente.

• Seria o caso de o juiz trabalho proferir sentença sobre direitos de servidores públicos estatutários pois o mesmo é absolutamente incompetente para dirimir a controvérsia das referidas pessoas.

• Em se tratando de incompetência em razão de lugar, não será possível o ajuizamento da rescisória, pois a lei se refere à incompetência absoluta do juiz e não à incompetência relativa.

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• Considera-se que o juiz está impedido:

• A) no processo em que for parte;

• B) em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou , como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;

• C) em relação ao processo que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;

• D) quando nele estiver postulando, como advogado da parte, seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral até o segundo grau;

• E) quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;

• F) quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.

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• c) resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão, entre as partes, a fim de fraudar a lei.

• Colusão vem da palavra conluio, um acordo fraudulento para prejudicar terceiro.

• A colusão pode ser entendida como um acordo secreto entre as partes litigantes, que praticam atos simulados, com o objetivo de fraudar a lei ou conseguir fim proibido por lei, inclusive prejudicando terceiros.

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• Deve haver um ato de autoria de autor e réu, tendo por objetivo fraudar a lei.

• Exemplo seria a hipótese de acordo entre as partes para liberar o FGTS fora das hipóteses previstas no art. 20 de Lei nº 8.036, como na mudança de regime jurídico de celetista para estatutário.

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d) Ofender a coisa julgada. A sentença não poderá decidir matéria já decidida, na qual haja preclusão de todos os recursos possíveis.

e) Violar literal disposição de lei. A violação há de estar ligada à literalidade do preceito.

• A violação de lei de que fala o inciso V do art. 485 do CPC diz respeito a lei em sentido amplo: a Constituição, a lei ordinária, a lei complementar, a lei delega- da, o decreto-lei, o decreto legislativo, a medida provisória. Não caberá ação rescisória de convenção, acordo ou contrato de coletivo, que não são leis.

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• Não importa também se a lei é de direito material ou de direito processual. Há entendimentos de que, se a sentença rescindenda interpretou razoavelmente a lei, não cabe a ação rescisória, principalmente quando a interpretação do preceito é controvertida.

• A Súmula 83 do TST explícita que não cabe "ação rescisória por violação literal de lei quando a decisão rescindenda estiver baseada em texto legal de interpretação controvertida nos Tribunais".

• A Súmula 343 do STF declara que "não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais".

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• f) Estiver baseada em prova cuja falsidade for apurada em processo criminal ou na própria ação rescisória.

• g) For obtido pelo autor documento novo depois da sentença, cuja existência era ignorada, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável.

• O documento novo pode ser considerado como aquele em que se ignorava sua existência quando da propositura da ação ou o documento que é superveniente à propositura da demanda até a decisão.

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• h) Houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença.

• Fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa.

• Considera-se que existe erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente um fato que realmente ocorreu (§ 12 do art. 485 do CPC).

• Contudo, nesses casos há necessidade de que não tenha havido controvérsia, nem pronunciamento judicial sobre o fato. Havendo pronunciamento judicial sobre o fato, não caberá a ação rescisória.

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• Se o fato for controverso, envolverá valoração da prova e não ensejará rescisória.

• O erro deve ser apurável de imediato, mediante o simples exame dos documentos.

• Não é um erro demonstrável por prova.

• O erro deve ser do juiz e não das partes. Decorre de inadvertência do juiz. Se as partes se equivocaram na inicial e na defesa, induzindo o juiz a erro, sendo que se tal erro não é apurável pelo simples exame dos documentos e demais peças constantes dos autos, a ação rescisória não pode prosperar com esse fundamento.

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• Não ocorre erro da má interpretação da prova ou de sua valoração, que dá ensejo apenas ao recurso competente.

• A injustiça da sentença e a má apreciação da prova ou a errônea interpretação do contrato não autorizam o exercício da ação rescisória. É cabível a ação rescisória da rescisória, porém a matéria discutida deve ser relativa a vícios da prestação jurisdicional ocorridos na primeira rescisória, ficando vedada a argüição das mesmas questões atinentes ao decisum originário.

• A rescisória da rescisória só é possível por fundamentos diversos daqueles que foram veiculados na primeira rescisória. Entretanto, não cabe rescisória da decisão anterior, quando o pedido já fora feito anteriormente.

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• Da sentença normativa em dissídio coletivo também é cabível a ação rescisória, pois produz coisa julgada. A nulidade da sentença normativa não poderá ser veiculada na ação de cumprimento, pois é vedado questionar nesta sobre matéria de fato e de direito já apreciada na decisão (parágrafo único do art. 872 da CLT).

• Assim, o remédio cabível é a ação rescisória, desde que seja possível elencar o vício constante da decisão no art. 485 do CPC, corno o fato de o juiz estar impedido de ter dado a decisão por prevaricação etc.

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• Processamento

• Não suspenderá a execução da sentença rescindenda a propositura da ação rescisória (art. 489 do CPC).

• Petição inicial

• A petição inicial deverá atender os requisitos do art. 840, § 1º e 2º da CLT e art. 282 do CPC, podendo ser indeferida na forma do art. 295 do CPC.

• O TST tinha entendimento de que "é indispensável a juntada à inicial da ação rescisória, da prova do trânsito em julgado da decisão rescindenda, sob pena de indeferimento liminar” (Súmula 107).

Page 29: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Mais tarde, O TST adotou outra orientação, por meio do Súmula 299: “é indispensável ao processo da demanda rescisória a prova de trânsito em julgado da decisão rescindenda.

• Verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 10 dias para que o faça, sob pena de indeferimento”.

• Na petição inicial será possível cumular, ao pedido de rescisão, o de novo julgamento da causa (art. 488,I, do CPC).

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• Prazo

• A ação rescisória deve ser proposta no prazo de 2 anos, contados do trânsito em julgado da decisão (art. 495 do CPC).

• O referido prazo é de decadência e não de prescrição. No entanto, o prazo de 2 anos deve ser contado do trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não (Súmula 100 do TST).

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• A referida súmula surgiu justamente para dirimir a dúvida nos casos em que se discutia se o recurso era tempestivo ou não, com a interposição de agravo de instrumento, visando destrancar o apelo a que foi denegado seguimento. Daí porque se falar em decisão de mérito ou não, porque na decisão que julga o agravo de instrumento não há exame de mérito, apenas verifica-se se o recurso anterior pode subir.

• Se o recurso é manifestamente intempestivo, o trânsito em julgado é contado a partir do termo final do prazo do recurso, sendo inaplicável a Súmula 100 do TST.

• Se há dúvida quanto a intempestividade, é da última

decisão que dirimir a dúvida.

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• Procedimento

• Embora a gratuidade se estenda apenas ao reclamante, no caso de pagamento de custas, a jurisprudência entende que nenhuma das partes tem que fazer o depósito para ajuizar a ação rescisória.

• Quanto, ao reclamante, é sabido que este muitas vezes não teria o numerário necessário para saldar o referido depósito, razão pela qual fica dispensado.

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• Distribuída a ação ao relator, este mandará citar a parte contrária. O réu terá prazo entre 15 a 30 dias para apresentar a contestação.

• A revelia na ação rescisória pode não importar em confissão, pois a matéria é de direito.

• Dependendo dos fatos alegados pelas partes quanto a provas, o relator delegará competência à Vara ou Juiz de Direito da localidade onde deva ser produzida a prova. Os autos deverão ser devolvidos num prazo de 45 a 90 dias (art. 492 do CPC) ao tribunal.

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• O juiz delegado deverá também tentar a conciliação entre as partes, mas não haverá nulidade se esta não for proposta, apenas mera irregularidade.

• Após a instrução, será aberta vista, sucessivamente, ao autor e réu, no prazo de dez dias, para a apresentação de razões finais.

• Em seguida, os autos serão enviados à Procuradoria para parecer, sendo posteriormente encaminhados ao relator e revisor, sendo aí colocado em pauta para julgamento.

Page 35: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• O STF entende que “na ação rescisória, não estão impedidos os juízes que participaram do julgamento rescindendo” (Súmula nº 252).

• Se a ação rescisória for julgada procedente, o tribunal rescindirá a sentença, proferindo, se for o caso, novo julgamento (art. 494 do CPC).

• Sendo o julgamento de ação rescisória do TRT, cabível é o recurso ordinário para o TST, no prazo de 8 dias (Súmula 158 do TST).

Page 36: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Esclarece o Enunciado 99 do TST que “ao recorrer de decisão condenatória em ação rescisória, resultante do acolhimento desta, deve o empregador vencido depositar o valor da condenação no prazo legal, sob pena de deserção (CLT, art. 899, parágrafo 1º)”.

• • O valor do depósito recursal no recurso ordinário da

ação rescisória terá como limite máximo o valor de R$ 5.915,62, qualquer que seja o recurso (parágrafo 1º do art. 40 da Lei nº 8177/91, com a redação dada pela Lei nº 8542/92).

• Na ação rescisória, o deposito pode ser analisado de 2 maneiras.

• Caso a ação seja proposta pelo empregador, o depósito é iníquo.

Page 37: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• A execução da sentença que se pretende rescindir já está garantida pela penhora na execução do julgado.

• Ganhando o réu o processo na ação rescisória em que houve recurso e depósito, o valor depositado com certeza deveria ser devolvido ao autor da ação, pois o processo de execução não é suspenso com trâmite da rescisória (art. 489 CPC).

• Daí porque não haveria finalidade do depósito no recurso em ação rescisória, quando o autor for o empregador.

• Ao contrário, quando o autor da ação é o empregado, haveria necessidade do réu (empregador) garantir a execução da sentença ao recorrer, pois a sentença anterior será rescindida, existindo condenação a ser paga ao empregado. Nesse caso, o empregador, para recorrer, terá de depositar até R$ 5.915,62, porque está sendo condenado, devendo garantir a execução com o depósito.

Page 38: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• A Instrução Normativa nº 03/93 do TST esclarece no item III que “julgada procedente a ação rescisória e imposta condenação em pecúnia, será exigido um único depósito recursal, até o limite máximo ou novo valor a ser corrigido, dispensado novo depósito para os recursos subseqüentes, observando-se o seguinte:

• o depósito será efetivado pela parte recorrente vencida, mediante guia de depósito judicial expedida pela Secretaria Judiciária, à disposição do juízo da causa;

• com o trânsito em julgado da decisão, se condenatória, o valor depositado e seus acréscimos serão considerados na execução; se absolutória, será liberado o levantamento do valor depositado e seus acréscimos”.

• No julgamento da ação rescisória, aplica-se a norma em vigor ao tempo em que foi prolatada a decisão a ser rescindida.

Page 39: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• MANDADO DE SEGURANÇA

• A atual constituição de 1988 inovou ao prever não só o mandado de segurança, como o mandado de segurança coletivo.

• O mandado de segurança é concedido “para proteger direito liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público” (art. 5º,LXIX, da Lei Maior).

Page 40: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

• a) partido político com representação no Congresso Nacional;

• b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados (art. 5º, LXL, da Lei Fundamental).

Page 41: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• O mandado de segurança coletivo é interposto por organização sindical, entidade de classe ou associação, esta desde que seja legalmente constituída, e também em funcionamento há pelo menos um ano (se não tiver um ano, não poderá ingressar com o mandado de segurança coletivo), para defender interesses de seus membros ou associados.

• Aqui, temos hipótese de substituição processual, pois o

sindicato tem por finalidade precípua defender a categoria.

• No caso, vai defender o interesse alheio dos membros ou associados da entidade, em nome próprio, consagrando o instituto da substituição processual, tal qual está previsto no art. 6º do CPC.

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• Cabimento

• Discutia-se o cabimento do mandado de segurança na Justiça do Trabalho. Hoje já não mais se questiona sua aplicabilidade no processo do trabalho.

• A Lei aplicável no mandado de segurança é a Lei 1533, de 31/12/51, visto inexistir dispositivo expresso na CLT sobre o tema. Apenas questões relativas à competência.

Page 43: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Conceito

• Mandado de segurança é o remédio constitucional para a proteção de direito liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, em face de lesão ou ameaça de lesão a direito, por ato de autoridade praticado por abuso de poder.

• O mandado de segurança pode ser impetrado por qualquer pessoa, seja física ou jurídica.

Page 44: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Natureza jurídica

• A natureza jurídica do mandado de segurança é de ação.

• Trata-se de ação de conhecimento.

• O objetivo do mandado de segurança é mandamental, em que o juiz determine à autoridade coatora o cumprimento imediato da ordem, sem as formalidades do CPC, ou seja, o juiz, ao conceder a ordem, manda que a autoridade cumpra de imediato.

• Não tem o mandado de segurança caráter administrativo, mas sua afeição é nitidamente jurisdicional, de tutela de direito liquido e certo.

Page 45: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Objetivo

• O mandado de segurança serve para proteger direito liquido e certo de determinada pessoa contra ato abusivo praticado por autoridade.

• No dizer autorizado de Alfredo Buzaid, “o mandado de segurança é garantia constitucional de direito liquido e certo, violado por ato manifestamente ilegal ou abusivo do Poder Público.

• Nele está expressa a mais solene proteção do indivíduo em sua relação com o Estado e representa, nos nossos dias, a mais notável forma de tutela jurídica dos direitos individuais que, por largo tempo, foi apenas uma auspiciosa promessa”.

Page 46: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Direito líquido e certo

• Segundo Hely Lopes Meirelles, “direito liquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração”. O art. 1533 do CC considera “liquida a obrigação certa, quanto a sua existência e determinada, quanto ao seu objeto”.

Page 47: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Abuso de poder

• Hely Lopes Meirelles, esclarece que: “abuso de poder, como todo ilícito, reveste as formas mais diversas.

• Ora se apresenta ostensivo como truculência, às vezes dissimulado como estelionato, e não raro encoberto na aparência ilusória dos atos legais.

• Em qualquer desses aspectos – flagrante ou disfarçado – o abuso de poder é sempre uma ilegalidade invalidadora do ato que o contém”. Dá-se o abuso de poder quando a autoridade excede os limites previstos das suas atribuições ou da lei e pratica determinado ato.

Page 48: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Autoridade coatora

• Autoridade coatora no processo do trabalho será o juiz do trabalho ou o juiz de Direito investido nessa condição, o diretor de Secretaria ou outro funcionário da Justiça do Trabalho que tenha violado direito líquido e certo de outrem.

Page 49: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Competência

• No processo do trabalho, o mandado de segurança é ação de competência originária do TRT (art. 678, I,b, nº 3, da CLT).

• Nos tribunais em que não existam Grupo de Turmas ou Seção especializada, a competência para julgar mandado de segurança, inclusive contra ato de seu presidente em execução de sentença trabalhista (Súmula 433 do STF). A SDC do TST julgará, originariamente, os mandados de segurança contra os atos praticados pelo presidente do tribunal ou por qualquer dos ministros integrantes da referida seção, nos processos de dissídio coletivo (art. 2º,I,d, da Lei nº 7701/88).

Page 50: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Hipóteses de cabimento

• Os atos judiciais (acórdão, sentença, despacho) são passíveis de mandado de segurança, desde que haja ofensa a direito líquido e certo.

• A Súmula nº 267 do STF estabelece que “não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição”.

• O referido verbete comporta temperos e tem sido abrandado inclusive pelo próprio STF, pois, se o recurso não tiver efeito suspensivo e restar ilegalidade, é cabível o mandado de segurança.

Page 51: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• O mandado de segurança pode dar efeito suspensivo a recurso, desde que haja dano irreparável, quando presentes os requisitos da fumaça do bom direito, em função de decisões convergentes dos tribunais, além do que da execução possa ocorrer dano irreparável ao impetrante, que caracteriza o periculum in mora.

• Tal situação ocorre apenas em casos excepcionais, seguindo o entendimento do STF. O periculum in mora, também existe quando se fala na possibilidade da execução de valores que seriam indevidos.

• Há direito líquido e certo à extração de carta de sentença quando o recurso é recebido apenas no efeito devolutivo.

Page 52: AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Não – cabimento

• Não se dará mandado de segurança nas hipóteses do art. 5º da Lei 1533:

• a) se do despacho ou decisão judicial couber recurso ou puder ser modificado por via de correição (II);

• b) de ato disciplinar, salvo quando praticado por autoridade incompetente ou com inobservância de formalidade essencial (III). Se foi observada a formalidade essencial prevista na lei, como sindicância, prevista no inciso II do art. 145 da Lei nº 8112/90, não se dá o mandado de segurança.

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• Quando o Estado age como empregador, não está sendo considerado como Poder Público, não sendo cabível o mandado de segurança, mas os remédios comuns processuais

• O STF entende que “não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado (Súmula 268).

• A mesma orientação tem o TST, de que não cabe mandado de segurança contra decisão transitada em julgado (Súmula 33 do TST). A ação rescisória é que seria o remédio cabível contra a decisão transitada em julgado. É incabível o mandado de segurança contra lei em tese.

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• Não cabe mandado de segurança contra despacho que defere liminar em autos de medida cautelar incidental, pois nesse caso cabível é agravo regimental (art. 338,g, do Regimento Interno do TST).

• O mandado de segurança não cabe na execução quando for possível a interposição de embargos de terceiro, inclusive, têm efeito suspensivo (art. 1052 do CPC).

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• Petição inicial

• A petição do mandado de segurança deverá atender aos requisitos do art. 282 do CPC e 840, § 1º da CLT, contendo:

• o juiz ou tribunal a que é dirigida;• a qualificação do impetrante;• a autoridade coatora;• os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido;• o pedido e suas especificações;• o requerimento para intimação da autoridade coatora;• o valor da causa.

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• A rigor, não é preciso falar em requerimento para a intimação da autoridade coatora, pois o inciso I do art. 7º da Lei nº 1583 estabelece que o juiz, ao despachar a inicial, ordenará que se intime a autoridade.

• Dessa forma, pode-se dizer que a intimação é feita, inclusive, de ofício. Deverá ser atribuído um valor a causa, com base no art. 258 do CPC. Caso não haja valor da causa na inicial, o relator deve conceder dez dias para que o impetrante a emende.

• Em caso de urgência, é permitido impetrar o mandado de segurança por telegrama ou radiograma ao juiz competente, que poderá determinar seja feita pela mesma forma a intimação à autoridade coatora (art. 4º da Lei nº 1533/51).

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• A petição inicial será apresentada em duas vias e os documentos que a instruírem serão apresentados também em duplicata para o encaminhamento com a segunda via da exordial à autoridade coatora.

• Tanto a inicial como os documentos devem ser apresentados em duplicata.

• As cópias da inicial e dos documentos servem para ser enviadas à autoridade coatora para prestar as informações.

• No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento público, ou em poder de autoridade que recuse fornecê-lo por certidão, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará para o cumprimento da ordem o prazo de dez dias.

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• Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição. O prazo para conclusão ao juiz relator não poderá exceder 24 horas, a contar da distribuição.

• Ao despachar a inicial, o juiz relator ordenará que seja notificada a autoridade coatora do conteúdo da petição, entregando-lhe segunda via apresentada pelo impetrante, com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de dez dias, preste as informações que julgar necessárias.

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• Liminar

• A parte poderá na petição inicial pedir a concessão de medida liminar.

• Se o fundamento for relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida caso seja deferida, o juiz relator concederá a suspensão do ato que deu motivo ao pedido (art. 7º da Lei 1533/51).

• • Nesse caso para a concessão da liminar é necessário que o

impetrante faça a prova de imediato do fumus bonis iuris (fumaça do bom direito) e do periculum in mora (possibilidade do prejuízo), que são os mesmos requisitos exigidos para a concessão de medida liminar em cautelar.

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• Segundo José Manuel de Arruda Alvim Netto, mesmo que o juiz, de inicio não se convença plenamente, mas tenha como possíveis as conseqüências jurídicas objetivadas pelo impetrante; se os fatos estiverem provados incontroversamente, e se os fundamentos jurídicos forem relevantes – e acima de tudo, se o ato administrativo, se for executado, trouxer prejuízo irremediável ao impetrante, deverá então – pois estão presentes os pressupostos legais – suspender tal ato concedendo a medida liminar.

• Assim, o juiz relator, atendidos os requisitos supra-indicados, ao despachar a petição inicial, suspenderá o ato que deu motivo ao pedido. A validade da medida liminar será de apenas 90 dias a contar da data da respectiva concessão, prorrogável por 30 dias caso haja acúmulo de serviço que justifique o atraso no julgamento do writ.

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• O Presidente do TST, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada e para evitar grave lesão à ordem, à segurança, e à economia pública, pode suspender, em despacho fundamentado, a execução de liminar, ou da decisão concessiva de mandado de segurança, proferida em última instância, pelos Tribunais Regionais do Trabalho (art. 375 do Regimento Interno).

• O Presidente, se necessário poderá ouvir o impetrante em cinco dias. Do despacho que conceder a suspensão caberá agravo regimental. A suspensão da segurança vigorará enquanto pender o recurso, ficando sem efeito se a decisão concessiva for mantida pelo TST ou transitar em julgado.

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• Indeferimento

• A inicial será indeferida de plano quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos previstos na Lei nº 1533 (art. 8º da Lei nº 1533), sendo que nesse caso não serão solicitadas informações à autoridade coatora.

• Do despacho que indeferir a inicial caberá recurso ordinário.

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• Os Tribunais Regionais costumam prever em seus regimentos internos que do indeferimento caberá o agravo regimental para o pleno, grupo de turmas ou seção especializada, conforme o caso.

• Entretanto, o mais correto seria o recurso ordinário para o TST, pois se a inicial é indeferida na Vara, cabível é o recurso ordinário; o mesmo raciocínio deve aplicar-se aqui, com base na alínea b, do art. 895 da CLT.

• Poderá o pedido de mandado de segurança ser renovado se o processo for extinto sem julgamento de mérito (art. 16 da Lei nº 1533/51).

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• Provas

• As provas do mandado de segurança devem vir juntamente com a inicial, deve ser feita de plano com a inicial.

• Não se admite a fase probatória no mandado de segurança. O que o impetrante pretende provar deve ser feito de imediato, inexistindo provas a serem produzidas, pois se visa a maior celeridade do pronunciamento judicial, dada a urgência.

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• Caso se admitisse prova, a celeridade ficaria prejudicada, equiparando-o a uma ação de procedimento ordinário, desvirtuado, assim, o mandado de segurança.

• Se houver controvérsia sobre determinado fato, já não mais será o mandado de segurança o remédio adequado. A complexidade dos fatos, porém, não exclui a interposição do mandado de segurança, desde que haja a prova de imediato de tais fatos (STF 2ª Turma, RE 100.411-8-RJ, Min. Francisco Rezek, DJU, 26-10-84,p. 18.000).

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• Prazo para ajuizamento

• O prazo para ajuizamento do mandado de segurança é de 120 dias contados da ciência do ato ilegal praticado pela autoridade coatora.

• Decorrido esse prazo, não mais poderá a parte valer-se do mandado de segurança.

• Eventual pedido de reconsideração não irá interromper o prazo para a impetração da segurança, mesmo na via administrativa (Súmula nº 430 do STF).

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• O referido prazo de 120 dias é, portanto, de decadência, pois importa na perda do direito de impetrar o mandamus, não se interrompendo, nem suspendendo, desde que iniciado.

• O STF já entendeu que, mesmo que o mandado de segurança seja protocolado a tempo em órgão incompetente, não ocorre a decadência, pois apenas os atos decisórios seriam nulos, segundo o § 2º do art. 113 do CPC.

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• Processamento

• Findo o prazo de 10 dias para a autoridade coatora apresentar suas informações, será ouvido o MP em 8 dias.

• Entendemos que o prazo é de 8 dias e não de 5 dias, como está escrito no art. 10 da Lei 1533, pois para exarar parecer o Ministério Público do Trabalho terá 8 dias, contados da data que lhe for distribuído o processo, segundo o art. 5º da Lei nº 5584/70, que é especifico, não se aplicando a Lei 1533.

• O ato de ouvir o Ministério Público é indispensável, sob pena de nulidade.

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• O MP vai funcionar como fiscal da lei e não como representante da autoridade pública.

• Após o parecer do MP, os autos serão conclusos ao juiz, independentemente de solicitação da parte, para a decisão, a qual deverá ser proferida em cinco dias, tenham ou não sido prestadas as informações pela autoridade coatora.

• Nos tribunais o mandado de segurança deve ser levado a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator.

• Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança (Súmula 512 do STF).

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• No processo do Trabalho, os honorários só seriam devidos nos casos dos Enunciados 219 e 329 do TST.

• Julgado procedente o pedido, o juiz relator transmitirá por ofício, pelo oficial do Juízo, ou pelo correio, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora.

• Poderá a transmissão ser feita por telegrama, radiograma ou telefonema conforme o requerer o peticionário. Os originais, no caso de transmissão telegráfica, radiofônica ou telefônica, deverão ser apresentados à agencia expedidora com a firma do juiz devidamente reconhecida.

• A sentença que julgar procedente o pedido do mandado de segurança poderá ser executada provisoriamente (parágrafo único do art.12 da Lei 1533), sendo que no cível não se tem exigido inclusive caução. A decisão denegatória de segurança não comporta, ao contrário, execução.

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• Recurso

• O recurso cabível da sentença que julga o mandado de segurança é o ordinário, conforme se verifica do Súmula 201 do TST, que será julgado pelo TST.

• Posteriormente, esse verbete foi revisto pela Súmula 201 que esclarece que “da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 dias.

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• Recurso de Revista

• O art. 896, da CLT, que cuida do recurso de revista.

• Cabimento

• Nos termos da legislação atual (art. 896, a a c, CLT), cabe o recurso de revista para uma das turmas do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos tribunais regionais do trabalho, quando:

• a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro tribunal regional, no seu pleno ou turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do TST, ou a Súmula de jurisprudência uniforme do TST;

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• b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória, em área territorial que exceda a jurisdição do tribunal regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da letra a;

• c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à CF.

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• De modo geral, têm-se duas hipóteses de cabimento do recurso de revista:

• a) decorrente da interpretação divergente (recurso de revista de divergência);

• b) violação de norma jurídica (recurso de revista de nulidade).[1]

• Assim, incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, b, CLT) para reexame de fatos e provas (Súm. 126, TST).

• Não ensejam recursos de revista ou de embargos decisões superadas por iterativa, notória e atual jurisprudência do TST (art. 896, § 4º, CLT, Súm. 333, TST).

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• O conhecimento do recurso de revista ou de embargos, quanto à preliminar de nulidade por negativa de prestação jurisdicional, supõe indicação de violação do art. 832, CLT, do art. 458, CPC ou do art. 93, IX, CF/88 (OJ 115, SDI-I).

• Incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão de primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido agravada, na segunda instância, a condenação imposta (OJ 334, SDI-I).

• O art. 1º, da MP 2.226/01, estabeleceu a transcendência como pré-requisito de admissibilidade para o recurso de revista, acrescentando ao texto da CLT, o art. 896-A.

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• Com a inserção do art. 896-A, CLT, pela MP 2.226, o TST, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.

• Nos termos da legislação vigente, o requisito da transcendência será regulamentado pelo TST, em seu regimento interno, assegurada a apreciação da transcendência em sessão pública, com direito à sustentação oral e fundamentação da decisão (art. 2º, MP 2.226).

• Como até a presente data não houve a regulamentação pelo TST e não há uma posição sobre sua constitucionalidade, não se tem à exigibilidade da transcendência no processamento do recurso de revista.

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• Preparo e Prazo

• O recurso de revista deve ser interposto no prazo de oito dias a partir da ciência do acórdão.

• De acordo com o Dec-lei 779/69, o prazo é de 16 dias para a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como as autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais e municipais que não explorem atividades econômicas (art. 1º, III).

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• O Ministério Público também tem prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer (art. 188, CPC).

• Se o acórdão do TRT impuser acréscimos à condenação, a parte interessada deverá fazer o complemento do depósito e das custas processuais.

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• Juízo de Admissibilidade e seus Desdobramentos

• O recurso de revista está sujeito a um duplo juízo de admissibilidade, o primeiro, pelo presidente do TRT prolator da decisão atacada (juízo a quo) e, o segundo, pelo juiz relator no TST (juízo ad quem).

• Recurso de Revista na Execução Trabalhista

• Das decisões proferidas pelos TRT ou por suas turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá recurso de revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da CF (art. 896, § 2º, CLT; Súm. 266, TST).

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• Recurso de Revista e Agravo de Instrumento

• No processo trabalhista, o agravo de instrumento tem como objetivo atacar a decisão do juízo a quo que indeferiu o processamento de um outro recurso.

• Nas decisões prolatadas pelos tribunais regionais do trabalho em relação ao agravo de instrumento é incabível o recurso de revista (Súm. 218, TST).

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• Recurso de Revista e o Procedimento Sumaríssimo

• No procedimento sumaríssimo, o recurso de revista é cabível nas hipóteses de: a) contrariedade à súmula de jurisprudência uniforme do TST; b) violação direta da Constituição (art. 896, § 6º, CLT).

•• Em 25/4/07 o TST fixou o entendimento de que nas

causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, não se admite recurso de revista por contrariedade à orientação jurisprudencial do TST, por ausência de previsão legal (art. 896, § 6o, CLT) (OJ 352, SDI-I).

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• TUTELA ANTECIPADA NO PROCESSO DO TRABALHO

• Cabimento

• A antecipação da tutela jurisdicional pode se dar tanto no procedimento ordinário quanto no sumário, assim como nos procedimentos especiais, em face da autorização expressa do art. 769 da CLT.

• Por outro lado à tutela antecipada não pode ser concedida no processo de execução trabalhista, porque a antecipação é apenas o poder deferido ao magistrado de emprestar eficácia executiva provisória imediata à sua decisão, justamente porque no processo civil a regra é o recebimento no duplo efeito recursal.

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• O momento apropriado

• Não havendo a lei estabelecido um momento preclusivo para a antecipação da tutela, pode ela ser concedida a qualquer tempo, antes da sentença final.

• Entretanto, é necessário que o autor tenha a sentença a seu favor mas haja necessidade da execução dos efeitos da mesma sentença. Neste caso é possível requerer a antecipação da tutela, como força de verdadeira execução provisória (CPC arts. 587 e 588).

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• Diferença entre a tutela antecipada e as ações Cautelares:

• a liminar, na medida cautelar antecipa somente os efeitos que integrarão a sentença.

• enquanto a antecipação da tutela é a própria sentença abreviada em seu tempo procedimental.

• na liminar, na medida cautelar, e nesta também, há necessidade da propositura de uma ação principal (art. 806 do CPC).

• na antecipação não há necessidade de propositura de ação principal.

• A antecipação da tutela somente é possível dentro da própria ação principal; ao passo que a liminar, na medida cautelar, é objeto de ação separada, antes ou no curso da principal.

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• Tutela Antecipada e sua Concessão de liminar: • O fato de a lei omitir acerca de autorização da

concessão liminar da tutela genérica, o art. 273, CPC não impede, de per si, o seu manejo em tais casos.

• Ao dizer o legislador que o juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial.

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• Tutela antecipada e revelia:

• É possível a concessão da tutela antecipatória em havendo revelia ?

• A revelia, sendo ausência de contestação, poderá ser declarada, mas, todavia, não surtir efeitos, caso em que a antecipação poderá ser concedida.

• Ex. o pedido de insalubridade, que para sua comprovação independente de contestação. Far-se-á necessária a produção pericial.

• Por sua vez, em se tratando da hipótese da parte final do inciso II do art. 273, “ manifesto propósito protelatório do réu”, seria possível o deferimento da tutela antecipada.

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• Frise-se, outrossim, que não deve ser confundido o instituto do julgamento antecipado da lide com a tutela antecipada, pois no primeiro o magistrado aborda, decidindo, o próprio mérito da lide, na forma de sentença, impugnável e na tutela, além da decisão ser interlocutória, não fazendo assim coisa julgada material, pode ser revogada ou modificada.

• É preciso deixar claro que as duas hipóteses contidas nos incisos do art. 273 do CPC, não são cumulativas, mas, sim, distintas e autônomas. O inc. I traz como forma autorizadora da antecipação da tutela o próprio periculum in mora, já o inc. II traz a caracterização do abuso de direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu.

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• Momento da Antecipação:

• Não pode a antecipação ser deferida a qualquer momento. Dispõe o art. 273 do CPC”... se convença da verossimilhança da alegação”.

• Verossimilhança - prova da primeira aparência ou prova prima facie é quando o julgador forma o seu convencimento apoiando-se em circunstâncias que rodeiam o caso concreto.

• Por outro lado também aduz o mesmo artigo que; “ O juiz poderá , a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela.

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• O mesmo juízo que concedeu a antecipação poderá, a qualquer momento, revogá-la ou modificá-la (§ 4º do art. 273),.

• A provisoriedade é justificada na medida em que a antecipação é fundada em cognição sumária.

• O juiz que negou a concessão da tutela antecipada poderá, em outra oportunidade , concedê-la, uma vez que a lei permite toda antecipação até o momento de sentenciar.

• A sentença uma vez proferida não poderá ser revista pelo próprio juiz, salvo as exceções.

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• Fundamentação: A necessidade de o texto expressar de forma indubitável que dá “decisão que antecipar a tutela , o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento” (§ 1º do art. 273).

• Tutela antecipada, a ação declaratória e ação constitutiva: Há controvérsia doutrinária no que pertine a possibilidade de concessão da antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional em província de vindicação constitutiva ou declaratória.

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• A tutela antecipada pelo réu: Em primeiro momento diria-se que o réu poderia se valer da tutela antecipatória sob o argumento de que a Constituição permite, ao expor que todos são iguais perante a lei, neste mesmo sentido também se encontra o art. 125 do CPC e a lei nº 8.952/94, que não proíbe expressamente.

• Todavia, não nos parece o caminho mais acertado pois a lei nº 8.952/94 não proíbe por óbvio, mais sua interpretação é clara no sentido de não permitir.

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• Recursos: • Como no processo do trabalho não há recurso para as

decisões interlocutórias, toda vez que o ato praticado pelo juiz for abusivo, ou seja, fruto de ilegalidade, capaz de causar um dano irreparável, o mandado de segurança é o remédio próprio.

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• Pressupostos de admissibilidade:

• São vários os pressupostos que possibilitam a admissibilidade do pedido antecipatório da tutela, todos devidamente enumerados na lei, a saber: existência de prova inequívoca conjugada com a verossimilhança; fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; a caracterização do abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.

• A competência: é do Juízo monocrático.

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• Da concessão da medida e o poder discricionário:

• A toda evidência que a expressão utilizada pelo legislador indica que o deferimento da tutela antecipada encontra-se dentro da faculdade e poder discricionário do magistrado, e não obrigação.

• Da formalização: o requerimento da tutela antecipada deve ser autuado em apartado.