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17 e 18 de maio de 2016 ISSN 2358-0070 ACESSO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR 1 Edilson Silva Santos 2 Carla Daniela Kohn 3 RESUMO Este artigo foi desenvolvido no sentido de criar conscientização de que só existirá inclusão de pessoas com necessidades especiais em instituições educacionais se todos estiverem empenhados em contribuir para a edificação de um trabalho mais humano, sólido e igualitário. É preciso que na instituição em que estes educandos estudem ou irão estudar, existam condições adequadas não só para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares como também condições que possibilitem o desenvolvimento das habilidades básicas de locomoção e uso dos espaços como banheiros, bibliotecas, rampas e elevadores. Para realização desta pesquisa objetivou-se investigar a aceitação da inclusão educacional de alunos com deficiência, seja visual, motora, mental, intelectual e auditiva, no ensino superior por parte da faculdade e/ou universidade, dos professores, alunos e funcionário que compõem o ambiente. Concluiu-se que a pessoa com deficiência não aceita, mas ficar a mercê do preconceito e da independência de outras pessoas e estão saindo em busca de seus sonhos e realizações, mesmo com tantas dificuldades. Palavras-chave: Educação. Inclusão. Leis. ABSTRACT This article was developed to understand that only exist inclusion of people with special needs in their educational facilities should all be committed to contributing to the building of a more human, solid and equal work. The institution in which these students will study, you must create situations that teach not only school subjects but important factors that could let develop and discover their skills, carry out activities related to educational requirements, like going to the library, to the bathroom, etc. Because these people do not always have the knowledge and get things done and make their previous needs. For this research aimed to investigate the acceptance of educational inclusion of students with disabilities, whether visual, motor, mental, auditory intellectual or any other not mentioned in this research in higher education from the college / university, teachers, students and staff to understand the environment. And it is conceived as a principle of education for all 1 Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Faculdade Amadeus em 2015 2 Aluno do Curso de Pedagogia 3 Professora Orientadora.

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17 e 18 de maio de 2016

ISSN 2358-0070

ACESSO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR1

Edilson Silva Santos2

Carla Daniela Kohn3

RESUMO Este artigo foi desenvolvido no sentido de criar conscientização de que só existirá inclusão de pessoas com necessidades especiais em instituições educacionais se todos estiverem empenhados em contribuir para a edificação de um trabalho mais humano, sólido e igualitário. É preciso que na instituição em que estes educandos estudem ou irão estudar, existam condições adequadas não só para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares como também condições que possibilitem o desenvolvimento das habilidades básicas de locomoção e uso dos espaços como banheiros, bibliotecas, rampas e elevadores. Para realização desta pesquisa objetivou-se investigar a aceitação da inclusão educacional de alunos com deficiência, seja visual, motora, mental, intelectual e auditiva, no ensino superior por parte da faculdade e/ou universidade, dos professores, alunos e funcionário que compõem o ambiente. Concluiu-se que a pessoa com deficiência não aceita, mas ficar a mercê do preconceito e da independência de outras pessoas e estão saindo em busca de seus sonhos e realizações, mesmo com tantas dificuldades. Palavras-chave: Educação. Inclusão. Leis.

ABSTRACT

This article was developed to understand that only exist inclusion of people with special needs in their educational facilities should all be committed to contributing to the building of a more human, solid and equal work. The institution in which these students will study, you must create situations that teach not only school subjects but important factors that could let develop and discover their skills, carry out activities related to educational requirements, like going to the library, to the bathroom, etc. Because these people do not always have the knowledge and get things done and make their previous needs. For this research aimed to investigate the acceptance of educational inclusion of students with disabilities, whether visual, motor, mental, auditory intellectual or any other not mentioned in this research in higher education from the college / university, teachers, students and staff to understand the environment. And it is conceived as a principle of education for all

1 Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Faculdade Amadeus em 2015

2 Aluno do Curso de Pedagogia

3 Professora Orientadora.

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and appreciation of differences under the laws governing in Brazil and international treaties about the work done. Key-Words: Education, Inclusion, Laws. INTRODUÇÃO

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Especial elaborado pelo

Ministério da Educação e do Desporto refere-se desde as creches, entidades equivalentes

e pré-escolas, até a o ensino superior (faculdade ou universidades). Em virtude disso, as

escolas brasileiras têm se comportado de maneira diferente nos últimos anos.

Exatamente porque elas têm aceitado e respeitado mais as diferenças entre alunos com

deficiências e tentado atender de forma responsável é, certamente, um dos maiores

desafios que a escola tem de enfrentar, uma vez que cada educação especial vem

alcançando um espaço significativo no cenário mundial.

Vivenciando e estando neste contexto, num processo de discussões sobre uma

Política Nacional de Educação Especial, que reflete um momento em que ao mesmo

tempo constatamos o fenômeno da globalização se estendendo para todas as esferas da

sociedade, observamos que as minorias alcançaram visibilidade e reconhecimento. Isto

se deve ao fato de que nesses últimos anos, a sociedade vem sofrendo inúmeras

modificações, valores e formas em que o homem e o mundo passaram por alterações

significativas. Há um movimento de transição transpondo a ideia de conceber a realidade

de forma homogeneizada e normatizada, para um movimento mais complexo, um

movimento de defesa da diferença e da heterogeneidade. (SILVA, 2009, p. 1). Esse

processo atinge, principalmente, as crianças com deficiências que estão em series inicias

e os professores que preferem trabalhar na união destes alunos: deficientes e não

deficientes.

Ao revermos a história da humanidade, constatamos que as pessoas deficientes

sempre estiveram escondidas, presas e marginalizadas nas mais variadas épocas e que

hoje podem ser reconhecidas em ampla escala da vida, tanto no particular, no

educacional ou no profissional, desenvolvendo suas atitudes em relação às deficiências.

Hoje, deficientes estão lutando por seus sonhos, desejos, direitos e causas. Cada

vez mais é comum se deparar com eles em ambiente de trabalho como funcionário de

uma empresa, estudando no ensino superior e encontrando nas ruas em momento de

lazer. Enfim, uma vitória alcançada em passos curtos, mas que a sociedade esta

aceitando como útil e de muito valor.

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O deficiente está contextualizando uma prática educacional especial como forma

de desenvolvimento no ensino superior. Dentro desse contexto, questionou-se: Como é a

acessibilidade do aluno com deficiência na instituição de ensino superior e quais as suas

necessidades especiais?

Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo investigar a aceitação e

inclusão do aluno com deficiência na instituição de ensino superior por parte da

faculdade/universidade, dos professores, alunos e funcionários.

Para Marilena CHAUÍ:

[...] se quisermos tomar a universidade pública por uma nova perspectiva, precisamos começar exigindo, antes de tudo, que o Estado não tome a educação pelo prisma do gasto público e sim como investimento social e político, o que só é possível se a educação for considerada um direito e não um privilégio, nem um serviço. (2003, p. 6)

Justificou-se a pesquisa no sentido de analisar se a instituição que oferece este

ensino está de acordo com a legislação vigente para o quesito da acessibilidade (piso liso

e piso táctil, rampas padronizadas e com corrimãos) aos ambientes como bibliotecas,

banheiros adaptados e qualquer outro meio que facilite o deslocamento do educando

deficiente.

O Trabalho foi desenvolvido em bases nas leituras feitas em pesquisas que

consistem nas buscas de informações sobre o desenvolvimento das leis e atividades em

relação aos alunos deficientes nos espaços de sala de aula e na vida particular. Desde

suas séries iniciais até a entrada para a faculdade/universidade. O procedimento

metodológico utilizado para esse estudo de cunho qualitativo foi a pesquisa em artigos

acadêmicos, legislações referentes á temática, Tratados Mundiais, livros, os Referenciais

Curriculares Nacionais para Educação, a LDB e internet.

ENTENDENDO A DEFICIÊNCIA

É o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica,

fisiológica ou anatômica. Diz respeito à atividade exercida pela biologia da pessoa. A

expressão pessoa com deficiência pode ser aplicada a qualquer pessoa que vivencie uma

deficiência e se observa que em contextos legais se utilizada de forma mais restrita às

pessoas que estão somente no amparo de uma determinada legislação. (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DE SAÚDE – OMS, 1980).

Ainda segundo a OMS o termo deficiente é para denominar pessoas com

deficiência e tem considerado por algumas ONGs e cientistas sociais, inadequado, pois o

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termo leva consigo uma carga negativa depreciativa da pessoa, fato que foi ao longo dos

anos se tornando cada vez mais rejeitada pelos especialistas da área e em especial pelos

próprios indivíduos a quem se refira.

Entretanto, considera que essa tendência politicamente correta tende a levar estas

pessoas a uma negação de sua própria situação e a sociedade a não respeitar a

diferença. É claro que precisam de atendimento priorizado em vários lugares como

supermercados, bancos, estacionamentos, e em qualquer outro lugar que tenham

atendimento ao publico conforme a LEI Nº 10.048, de 8 de novembro, 1999.

A Educação Especial tem sido uma das áreas que tem desenvolvido estudos

científicos para melhor atender estas pessoas o que inclui pessoas com deficiência além

das necessidades comportamentais, emocionais ou sociais. Porque originalmente

constitui como campo de saber e área de atuação a partir de um modelo médico ou

clinico. (FERNANDES, 1999)

A pessoa especial pode ter uma deficiência única ou de deficiências múltiplas

(associação de uma ou mais deficiências). As várias deficiências podem agrupar-se em

quatro conjuntos distintos, sendo eles: Deficiência visual, Deficiência motora, Deficiência

intelectual, Deficiência auditiva.

Definição e Característica

Deficiência Visual - Deficiência visual é a perda ou redução da capacidade visual

em ambos os olhos, com carácter definitivo, não sendo susceptível de ser melhorada ou

corrigida com o uso de lentes e/ou tratamento clinico ou cirúrgico. De entre os deficientes

visuais, podemos ainda distinguir os portadores de cegueira e os de visão subnormal.

(AMPUDIA, 2011)

Deficiência Motora - é uma disfunção física ou motora, a qual poderá ser de

caráter congênito ou adquirido. Desta forma, esta disfunção irá afetar o indivíduo, no que

diz respeito à mobilidade e coordenação motora ou à fala. Característica dessa deficiência

pode decorrer de lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas e ainda de má

formação. (AMPUDIA, 2011).

Deficiência Intelectual - é um termo que se usa quando uma pessoa apresenta

certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de

comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social. Característica dessa

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deficiência é que provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento

dessas pessoas. (AMPUDIA, 2011).

Deficiência Auditiva - é a incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que

50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de aparelhos e acompanhamento

terapêutico. (AMPUDIA, 2011). É caracterizada pela perda parcial ou total da audição,

causada por má-formação (causa genética), lesão na orelha ou nas estruturas que

compõem o aparelho auditivo. (AMPUDIA, 2011).

ACESSIBILIDADE

De acordo com Fucks (2000) embora bastante frequente nos noticiários veiculados

pela atual mídia, a acessibilidade como elemento essencial da mobilidade urbana não

evolui e pouco se pode comemorar como favoráveis os resultados práticos no plano

objetivo das cidades brasileiras, confirmando-se barreira repleta de significados

determinantes da ineficácia e conveniência institucionais. A percepção das inadequadas

condições urbanas para pleno exercício do direito de ir e vir dos PcDs, assegurado pela

nossa Carta Magna, até nos constrange, mas não nos intimida, acovarda, porque temos

consciência do campo a ser conquistado em termos de mobilização pacífica, ordeira,

capaz de despertar corações e mentes inertes daqueles que de fato podem transformar o

estabelecido.

Ainda segundo o supracitado autor é imperativo lembrar que estamos tão-somente

reivindicando o deliberado pelo congresso brasileiro que acatou a reivindicação das

pessoas com deficiência no sentido de outorgar status constitucional ao ato de ratificação

da Convenção da ONU sobre direitos da PcDs. A Convenção é clara e deve ser aplicada,

sob pena de entendermos que existe no sistema legal norma sem eficácia. Sendo

aprovada por quórum qualificado, estando afinada com toda a política inclusiva do Texto

Constitucional, não podemos falar em permissão de legislações que retroagem no dever

de incluir.

Não é permitido perante as leis, neste mundo tão moderno que vivemos que a

maioria dos ônibus coletivos das grandes cidades brasileiras, não assegure acesso digno

para cadeirantes, idosos e pessoas com mobilidade reduzida. Um exemplo deste descaso

é quando o ônibus vem com elevador para cadeirante e o mesmo tem problemas para

funcionar ou não funciona totalmente e o pior que acontece é que, por vezes, os

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profissionais que deveriam operar este aparelho não sabem acionar seus dispositivos

para funcionamento.

Conforme defende Fucks (2000, p.47):

Pleitear acesso digno em sistemas de transporte de massa como o das nossas grandes cidades, nos quais não se observam menores padrões civilizáveis, pode parecer absurdo, mas fundamental para quem não se enquadra nos parâmetros de funcionalidade da maioria. Nossa base e fundamento parte do orientado pelo paradigma dos direitos humanos, em que emergem os direitos à inclusão social, com ênfase na relação da PcDs e do meio em que ela se insere, bem como na necessidade de eliminar obstáculos e barreiras superáveis, sejam elas culturais, físicas ou sociais, que impeçam o pleno exercício de direitos humanos.

Complementando Fucks, Gomide (2008) afirma que é importante destacar que os

pisos devem ter superfície regular, firme, estável e antiderrapante sob qualquer condição,

que não provoque trepidação em dispositivos com rodas (cadeiras de rodas ou carrinhos

de bebê). Admite-se inclinação transversal da superfície até 2% para pisos internos e 3%

para pisos externos e inclinação longitudinal máxima de 5%. Inclinações superiores a 5%

são consideradas rampas. Recomenda-se evitar a utilização de padronagens na

superfície do piso que possa causar sensação de insegurança (por exemplo, estampas

que pelo contraste de cores possa causar a impressão de tridimensionalidade). Nas

edificações e equipamentos urbanos todas as entradas devem ser acessíveis, bem como

as rotas de interligação às todas as funções do edifício.

Para complicar, as guias de acesso das calçadas para a pista de rolamento e vice-

versa representam elementos de significativos riscos para quedas de cadeirantes e

pessoas com mobilidade reduzida, não somente pelo precário estado de conservação,

mas potencializado pela largura e inclinação. A NBR 9050 é clara e estabelece 80 cm

para vãos de acesso à cadeira de rodas, até 20º de inclinação, e por se tratar de

superfície côncava, o bom senso sugere que, fora bordas, os 80 cm devem ser lineares.

(FUKS, 2000)

Tudo isso se complica ainda mais devido às péssimas condições de conservação

das calçadas, dever dos proprietários dos imóveis e competência de fiscalização das

prefeituras, sem que sejam tomadas medidas políticas norteadoras. Basta que sejam

respeitadas normas de padronizações estabelecidas na NBR 9050:2004, e determinadas

no Decreto Nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, que promulga a Convenção Internacional

sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em

Nova York, em 30 de março de 2007, suficientes para mudanças na Lei Orgânica

Municipal (LOM) de cada cidade. (GOMIDE, 2008)

Quantos relatos de cadeirantes que “mofam” a espera de ônibus para embarcar,

quando a maioria dos motoristas sequer os percebem e seguem viagem, inclusive, no Rio

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de Janeiro, onde serão realizados Jogos Paraolímpicos de 2016. Quando algum motorista

para, o cadeirante não pode embarcar, pois a plataforma não funciona, enquanto os

demais passageiros reclamam de suposto atraso, etc. O mesmo transtorno e humilhações

para embarcar e seguir viagem, se optar pelo uso do transporte ferroviário convencional

ou do Metrô. (FUKS, 2000)

Gomide (2008) afirma que na adaptação de edificações e equipamentos urbanos

existentes deve ser previsto no mínimo um acesso, vinculado através de rota acessível à

circulação principal e às circulações de emergência, quando existirem.

Nestes casos a distância entre cada entrada acessível e as demais não pode ser superior a 50 m. Quando existirem catracas ou cancelas, pelo menos uma em cada conjunto deve ser acessível. Quando existir porta giratória ou outro dispositivo de segurança de ingresso que não seja acessível, deve ser prevista junto a este outra entrada que garanta condições de acessibilidade. Além de ser prevista a sinalização informativa, indicativa e direcional da localização das entradas acessíveis. (GOMIDE, 2008, p.67).

Desta forma é preciso construir uma sociedade participativa, tendo alicerce

principal à democracia e a cidadania como pressupostos necessários para a concretude

de políticas públicas de inclusão social, não ficando apenas nas promessas que é preciso

resolver os problemas da acessibilidade de forma geral.

LEGISLAÇÃO DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS

É importante o papel social da universidade de proporcionar um processo

educacional superior para pessoas com deficiência. Nesse sentido, tem a finalidade de

também analisar as condições de acesso e permanência deste aluno numa universidade

ou faculdade. Para Rocha (2009, p.198) “ainda nota-se um despreparo tanto nas

instituições, quanto nos profissionais que fazem parte da mesma (professores,

funcionários e outros) para proporcionar o acesso e atendimento adequado conforme

suas necessidades”.

É obrigatório pela Lei de Diretrizes Básica (LDB) nº 9394/96 (BRASIL, 1996) e pela

Constituição Federal Brasileira de 1988 (BRASIL, 1988), cuja Portaria MEC nº 3.284/2003

(BRASIL, 2003), que revogou a Portaria MEC nº 1.679/1999 (BRASIL, 1999), dispor sobre

os requisitos de acessibilidade a pessoas com deficiência na faculdade ou universidade

do país e que essas instituições invistam em políticas adequadas para melhor atendê-las

conforme suas necessidades física, visual, auditiva, mental ou qualquer outra tipo de

deficiência construindo rampas, banheiros adaptado; biblioteca que tenham materiais em

braile etc.

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É imprescindível que os professores saibam como melhor lidar com esse aluno e

as pessoas que componham este ambiente estejam capacitadas para atender esse

público, porque a melhor maneira e forma de que isso aconteça é conhecer cada

deficiência e saber a necessidade de cada um: como gostaria que fossem tratados e se

acontecessem alguma dificuldade perante o mesmo, que soubessem agir. Por isso, é

importante saber de sua própria necessidade. Parte de um princípio que a inclusão social

é um fator muito importante e fundamental para o desenvolvimento do aluno na sociedade

e que hoje requer preparo destes profissionais para a sua educação e da possibilidade de

grandes realizações acerca do mesmo.

Outro fator importante para uma vida acadêmica são as Tecnologias de Informação

e Comunicação (TIC) que provocaram profundas mudanças e tem ajudado a promover

que as pessoas com deficiência saiam de casa para buscar o conhecimento educacional

e consequentemente uma formação acadêmica. O fato é que o computador tornou-se

numa fonte de ligação para o mundo lá fora aos que tinham sua saída de casa quase que

impossível e assim trouxe informação preponderante e determinante neste processo.

(ROCHA, 2009)

Nas últimas décadas alguns movimentos sociais organizados por pessoas com deficiência, juntamente com militantes dos direitos humano a contribuir e ajudar a reconhecer os direitos destas pessoas na forma da lei. Em 1990 na cidade de Jomtien, na Tailândia, o Brasil concordou a Declaração Mundial de Educação para Todos. Essa conquista tomou forma nos instrumentos internacionais que passaram a orientar a reformulação dos marcos legais de todos os países, inclusive o Brasil. (ROCHA, 2009, p. 199).

Em Salamanca, na Espanha em 1994, aconteceu a Conferência Mundial sobre

Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade. Essa assembléia contou com

a participação de 88 países e 25 organizações internacionais. O Brasil fez opção pela

construção de um sistema educacional inclusivo. Esse documento indica que as

educações dos mesmos devem ser projetadas e os programas aplicados conforme as

características e necessidades de cada um. (UNESCO, 1994)

Hoje, no Brasil, milhares de pessoas com algum tipo de deficiência estão sendo discriminadas nas comunidades em que vivem ou sendo excluídas do mercado de trabalho. O processo de exclusão social de pessoas com deficiência ou alguma necessidade especial é tão antigo quanto à socialização do homem. (MACIEL, 2014, p. 1)

Segundo Maciel (2014, p. 2), a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994)

transcreveu alguns pontos que devem servir de reflexão e mudanças da realidade atual

que é tão discriminatória.

Acreditamos e Proclamamos que: - toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;

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- toda criança possui características, interesses e necessidades de aprendizagem que são únicas; - sistemas educacionais deveriam ser designados e programados educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades; - aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-lo dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer tais necessidades. Nós congregamos todos os governos e demandamos que eles: - atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as crianças independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais; - desenvolva projetos de demonstração e encorajem intercâmbios em países que possuam experiências de escolarização inclusiva; - encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e organizações de pessoas com deficiências nos processos de planejamento e tomada de decisão concernente à provisão de serviços para necessidades educacionais especiais; - garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas de treinamentos de professores, tanto em serviço como durante a formação, incluam a provisão de educação especial dentro das escolas inclusiva.

A inclusão escolar, fortalecida pela Declaração de Salamanca, não resolve todos

os problemas de marginalização dessas pessoas, pois o processo de exclusão é anterior

ao período de escolarização, iniciando-se no nascimento ou exatamente no momento em

aparecer algum tipo de deficiência física ou mental, adquirida ou hereditária, em algum

membro da família. (ROCHA, 2009, p. 204)

O Direito: legislação do tema

Os principais instrumentos nacionais para a educação e para a prática pedagógica

da educação inclusiva são:

Constituição Federal, Título VIII, Artigo 208 e 227; (BRASIL 1988).

Lei nº 7.853/89. Que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência sua

integração social, assegurando o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais.

(BRASIL, 1989);

Lei nº 10.098/00. Estabelecem normas gerais e critérios básicos para promoção

da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras

providências. (BRASIL, 2000);

Lei 10.172/01. Que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE – e

estabelecem objetivos e metas para a educação de pessoas com necessidades

educacionais especiais; (BRASIL, 2001);

Decreto nº 5.296/04. Regulamentam as Leis nº 10.048/00, que dá prioridade de

atendimento às pessoas com deficiência e Lei nº 10.098, que estabelece normas gerais e

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critérios básicos para a promoção das acessibilidades das pessoas com deficiência ou

com mobilidade reduzida e dá outras providências; (BRASIL, 2004);

Lei 9.394/96. Que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

(BRASIL, 1996);

Decreto nº 3289/99. Que regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre a

Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência, consolida as normas de

proteção e dá outras providências; (BRASIL, 1999);

Portaria MEC nº 1.679/99. Dispõe sobre os requisitos de acessibilidades a

pessoas com deficiência para instruir processo de autorização e de reconhecimento de

cursos e de credenciamento de instituições. (BRASIL, 1999).

Mesmo existindo dispositivos legais na forma de Leis, Decretos, Portarias,

Resoluções e Instruções no âmbito da Legislação Federal, desde a Constituição de 1988,

onde se estabelece normativas que assegure oportunidades e a valorização da

diversidade ético-politico e nos diferentes setores de poderes e a partir de 1996, com a

LDB, lei nº 9394/96, que as instituições de educação superior começaram a discutir a

questão e estabelecer responsabilidade bem definidas para operar ações dirigidas a

inclusão deste aluno em instituição de ensino.

O Direto: lei de acessibilidade

Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios

básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com

mobilidade reduzida, e dá outras providências. (BRASIL, 1998)

Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de

8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e

10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos

para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com

mobilidade reduzida, e dá outras providências. (BRASIL, 2004)

A possibilidade de acesso sem restrição e sem barreiras a um lugar é chamada de

acessibilidade. Isso significa a liberdade que pessoas com deficiências ou mobilidade

reduzida participem do cotidiano como as outras pessoas tidas “normais”, incluindo

atividades como trabalho, esporte, educação, uso de produtos (cadeiras de rodas,

muletas, próteses), serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por

todas as parcelas presentes em uma determinada população, visando sua adaptação e

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locomoção, eliminando as barreiras, consistem também em ter acesso a todo e qualquer

material produzido, em áudio ou vídeo, para tanto adaptando todos os meios que a

tecnologia permite. É CITAÇÃO DIRETA?

APROPRIAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

A pesquisa foi empreendida através de minha própria realidade como um aluno que

tem deficiência física e também em contado com outras pessoas com deficiência. E diante

do mesmo, para elaboração do meu projeto acadêmico, usei para este desenvolvimento a

internet, livros, artigos e as próprias pessoas que estudam ensino superior.

A justificativa deste trabalho foi saber das pessoas com deficiência que estudam

nas faculdades ou universidades como era estudar, que tipo de transporte pretendiam

usar para sua locomoção (carro particular, alugado, ônibus, vans escolar, e outros), como

as pessoas as tratavam, se a instituição estava adaptada para suas necessidades

acadêmicas e pessoais, e se realmente o curso que estavam estudando era o curso que

sempre quiseram.

Entrevista número 1

Nome: Elisângela Corcínio Idade: 28/09/1979

Conheci Elisângela através do esporte parabadminton e ao conversarmos soube

que era universitária. Cadeirante desde que nasceu devido à poliomielite, ela é uma

pessoa que vai atrás de seus sonhos e objetivos. A família mora distante e ao começar

com os estudos teve o apoio de seu esposo que a levou algumas vezes para e

universidades, mas agora vai sozinha.

Meiga, sorridente, leva consigo um pouco de tristeza que segunda ela é devido à

deficiência que a impede de viver melhor, pois as pessoas olham caridosamente e

atualmente não vê possibilidades de realizar o sonho de trabalhar.

2) Causa da sua deficiência?

Paralisia Infantil

3) Qual é o curso superior que está estudando? Porque esse curso?

Letras Portuguesa/Espanhol. 7º período. Eu gosto da língua portuguesa. É um

curso que pode me dar umas muitas vitórias na vida.

4) A deficiência é um obstáculo para você estudar?

Não. É difícil, mas não impossível.

5) O que você espera com sua realização educacional?

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Espero que eu me realize. Que eu consiga mudar minha vida pra melhor com este

curso. Que eu me torne uma professora.

6) A faculdade/universidade está adaptada para atender pessoas com deficiência?

Sim ( x ) Não ( )

O que falta:

Rampas ( ), banheiros ( ), acesso em braile ( ), acesso em libras ( ), pessoas

capacitadas ( x ), outras _______________________

7) Os professores são preparados para atender as pessoas com essa necessidade

diferenciada?

Não totalmente. Existem alguns que não si importa que eu seja deficiente.

8) O que falta na instituição de ensino superior, na questão de mobilidade para as

pessoas com deficiência?

Aqui na universidade não falta nada. Quando eu comecei em 2012.1 estava no

processo final de adaptação, mas hoje não tenho dificuldade em circular aqui no campus.

Existem varias rampas, banheiros todos adaptados, acesso para cadeirantes este bem

avançado e moderno aqui.

9) Você já teve algum impedimento nas participações de trabalhos ou de passeios

com sua turma por conta da deficiência?

Único dia que sofri alguma coisa deste tipo foi na aula de espanhol. A professora

sempre dava aula no auditório de letras e geografia e elevador sempre estava quebrado.

Sempre me subiam no braço e um dia fiquei cansada daquilo e me neguei a subir e fui ate

a ouvidoria reclamar da professora, mas antes que eu chegasse lá, a professora mudou

de local e pediu que me chamasse antes que eu fizesse um reclamação contra ela.

10) Como você vai pra a instituição de ensino superior?

No inicio eu ia de táxi, depois fui de van escolar e agora vou de ônibus coletivo.

11) Já faltou aula devido ao transporte?

No começo não. Mas agora, de ônibus faltei algumas vezes porque ônibus estava com

elevador quebrado, não parou no ponto pra mim, no inverno a situação é pior. A chuva me

fez perder aulas.

Analisei que a entrevistada é otimista com seu futuro. Disposta ir além de seus

sonhos, pretende desenvolver algo que dará mais ênfase na sua vida acadêmica. E logo

que se formar quer trabalhar para dar sentido ao que estudou e a sua vida profissional.

Portanto para Elisângela, sua educação esta atendendo as exigências legais, onde

segundo Rocha (2009) a construção de uma educação inclusiva requer uma

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reestruturação dos sistemas de ensino que devem organizar-se para dar respostas às

necessidades educacionais de todos os alunos. Esse propósito exige ações práticas e

viáveis que tenham como perspectiva operacionalizar a inclusão social e escolar de todas

as pessoas, independente de suas necessidades.

Entrevista número 2

Nome: Eliana Mayara Pereira Reis Idade: 21

Com 14 anos de idade subiu num pé de jambo e caiu causando uma grave lesão

medular, deixando-a cadeirante. Muito otimista, nunca ficou deprimida devida sua

deficiência. Bonita e inteligente. Fez disto uma grande ajuda para sair sempre de casa

para passear, praticar esporte e agora estudar.

Foi no basquete em cadeira de rodas que a conheci. Sempre acompanhada de sua

mãe ou do irmão, Mayara já mostrava que não pararia sua vida por uma lesão medular e

que um dia faria uma faculdade. E por ser um amigo, facilitou na pesquisa.

2) Qual é a causa da sua deficiência?

Lesão medular

3) Qual é o curso superior que está estudando? Porque esse curso?

Psicologia. Quando eu fazia terapia me apaixonei por essa profissão e deste momento

decidir segui-la. E quando estiver exercendo vou ajuda muita gente que precisa desse

atendimento

4) A deficiência é um obstáculo para você estudar?

Não. É uma vontade a mais.

5) O que você espera com sua realização educacional?

Que eu tenha sucesso e muita felicidade no meu papel de psicóloga.

6) A faculdade/universidade está adaptada para atender pessoas com deficiência?

Sim ( x ) Não ( )

O que falta?

Rampas ( ), banheiros ( ), acesso em braile ( ), acesso em libras ( ), pessoas

capacitadas ( x ), outras _______________________

7) Os professores são preparados para atender as pessoas com essa necessidade

diferenciada?

Acho que sim. Até agora não vi nenhuma obstáculo a respeito.

8) O que falta na instituição de ensino superior, na questão de mobilidade para as

pessoas com deficiência?

Aqui não falta nada. É um prédio novo e moderno para acessibilidade.

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9) Você já teve algum impedimento nas participações de trabalhos ou de passeios

com sua turma por conta da deficiência?

Ainda não passei por isso e espero que não sofra por causa dessas coisas.

10) Como você vai pra a instituição de ensino superior?

Vou de ônibus coletivo.

11) Já faltou aula devido ao transporte?

Quando precisa diariamente de ônibus coletivo, automaticamente é um sacrifício

principalmente para uma cadeirante e devido a isso faltei algumas vezes porque ônibus

estava com elevador quebrado. Moro muito longe e isso

Mayara está radiante de alegria, pois, a faculdade lhe ofereceu um emprego. Lá

mesmo, trabalha e estuda. Deixando-a mais realizada e com a certeza que fez a escolha

certa que é estudar

Disposta a continuar encarando seus objetivos e por mais que a ida pra seu

trabalho e estudo seja complicada, vai superar porque está criando uma nova visão

perante a sociedade. Assim a vejo, mas otimista, perseverante e em busca de suas

vitórias.

Neste sentido Rocha (2009) afirma que o papel social da universidade é

fundamental, ela não poderá ser indiferente à diferença, é necessário que se busque um

processo educacional mais justo e democrático. É preciso que o estado assuma uma

dívida histórica com a educação da pessoa com deficiência. Contudo, aspectos

legislativos, como as normas apenas, não vão dar conta da demanda para o setor, é

preciso políticas públicas dirigidas com investimentos na qualificação de professores, e

recursos tecnológicos, além da assistência estudantil nas universidades públicas em

especial, para que se possa garantir a permanência desses estudantes.

Entrevista número 3

Nome: Isabel Silva Peixoto Idade: 34

Quando ficou deficiente aos 4 anos sua mãe disse que tinha perdido uma filha pra

vida, que a tornaria dependente de alguém para sempre. Mas hoje Isabel é universitária e

sua mãe disse que tinha dito coisa sem pensar no passado.

Tem sonhos que aos poucos tornam realidades. Será uma professora exemplar e

inovada. Quando se formar pretende fazer estudar fora daqui para adquirir experiência

profissional.

Um dia quando foi para UFS a vir andando e de longe percebi que era deficiente e

quando me aproximei pedi para falar com ela e me expliquei o motivo, ela aceitou e

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começamos a conversar e vir uma pessoa feliz e realizada com seus estudos. Recebe

uma pensão do governo federal por ser deficiente e por isso não pretende trabalhar

agora. Só estudar.

2) Qual é a causa da sua deficiência?

Poliomielite (membro inferior esquerdo)

3) Qual é o curso superior que está estudando? Porque esse curso?

História (6º período)

4) A deficiência é um obstáculo para você estudar?

Claro que não. Tenho muita pedra no caminho para vir estudar, mas não posso

desanimar por isso.

5) O que você espera com sua realização educacional?

Que eu seja uma historiadora que consiga realizar meus sonhos e meus desejos.

6) A faculdade/universidade está adaptada para atender pessoas com deficiência?

Sim ( x ) Não ( )

O que falta:

Rampas ( ), banheiros ( ), acesso em braile ( ), acesso em libras ( ), pessoas

capacitadas ( x ), outras: mas apoio e compreensão de alguns professores.

7) Os professores são preparados para atender as pessoas com essa necessidade

diferenciada?

Possam até ser, mas muitos fazem vista grossa ou, então, os querem olhar para nós

como pessoas não deficientes.

8) O que falta na instituição de ensino superior, na questão de mobilidade para as

pessoas com deficiência?

Acho que aqui está bem adaptado. Vejo que estão sempre trazendo algo novo para

todos inclusive para a acessibilidade como um todo.

9) Você já teve algum impedimento nas participações de trabalhos ou de passeios

com sua turma por conta da deficiência?

Não. Até agora não passei e por situação assim, não.

10) Como você vai pra a instituição de ensino superior?

Vou de ônibus e às vezes meu esposo me leva para a universidade.

11) Já faltou aula devido ao transporte?

Não. Nunca graças a Deus.

Alegre e cheia de sonhos. Perseverante e determinada. Isabel realiza a cada dia

seus desejos e sonhos. Disse que sempre sofreu algum tipo de preconceito na infância,

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mas que hoje diminuiu a por isso não liga, mas porque aprendeu que é melhor que

aqueles que usam do preconceito para humilhar os outros.

No entanto, segundo Rocha (2009) vê ainda no espaço da universidade pública e

em toda sociedade brasileira, práticas segregadoras, onde se exige um padrão de

“normalidade”, em nome de uma igualdade, que põem no mesmo nível valores

intelectuais e físicos, logo, as pessoas com características diferentes são discriminadas e

estigmatizadas. Ao se definir na nossa sociedade normas e padrões para todos os

homens, a exemplo, as formas de acesso à instituição de nível superior, o exame de

vestibular, percebe-se nitidamente a padronização do desempenho de candidatos que

possuem habilidades e competências diferenciadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho me permitiu aprofundar o conhecimento das pessoas com deficiência

a respeito da educação superior. A essência destes alunos que buscam igualitária

situação acadêmica conforme a lei, que parta da família, sua maior incentivadora, do

transporte publico, que tem que ser de livre acesso, a instituição têm que estar acessível,

e as pessoas que atuam para isto acontecer estejam preparadas.

Os resultados desta pesquisa apresentaram indicadores de necessidades para

efetivar o atendimento educativo adequado para a permanência dos estudantes com

deficiência na Universidade e faculdade. É preciso que estas instituições promovam

políticas mais concretas para a inclusão da pessoa com deficiência no ambiente

acadêmico.

E várias situações foram apresentadas, deixando um leque de perguntas que

possam ser acrescentadas futuramente para o melhor aprendizado e desenvolvimento

destes alunos com: melhorar o transporte público ou baixar, mas ainda os impostos para

a compra de automóveis ou ciclomotores para torná-los independentes, tornar acessível

às vias públicas, as instituições se adaptarem corretamente e profissionais que atuam

nelas se capacitem conforme a deficiência de cada aluno.

Constatamos que as Leis existem e devem ser cobradas, ou seja, os deficientes

devem e podem exigir seus direitos. Percebeu-se que existem situações onde esses

direitos estão sendo “maquiados” e, portanto negados na sua forma integral a este público

que esta saindo à procura dos mesmos. Porque hoje em dia existe um estereótipo muito

bonito de inclusão social da pessoa com deficiência, mas sem a maquiagem o próprio

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estudante passa por situação de falta de acessibilidade nas instituições como rampas mal

feitas, banheiros que não cumprem as normais, falta de piso adequado para cadeira de

rodas, ausência de piso tátil e de escritas em libras para cegos e carência de interprete

para pessoas com deficiência auditiva. Dentre outros vários problemas detectados é que

se percebeu o quanto ainda são excluídos, por mais que a legislação exija plena

acessibilidade.

REFERÊNCIAS

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Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/deficiencia-visual-inclusao-636416.shtml>. BRASIL. 1988. Constituição Federal. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil> BRASIL. 1989. Que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência sua integração social. Disponível em: <http://Portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei7853.pd>. BRASIL. 1996. Leis de Diretrizes Básicas – LDB 9394/96. Disponível em: <http://Portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf> BRASIL. 1999. Integração da Pessoa com Deficiência e Normas de Proteção. Disponível em: <www.pessoacomdeficiencia.gov>. BRASIL. 1999. Que dá autorização, reconhecimento e credenciamento de cursos em instituições. Disponível em: <http://Portal.mec.gov.br/instituicoes-credenciadas> BRASIL. 2000. Normas gerais e critérios básicos para promoção da acessibilidade. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil>. BRASIL. 2001. Que aprova o PNE - estabelecem objetivos e metas para educação de pessoas especiais. http://Portal.mec.gov.br/index.php?option=com CHAUI, M. A universidade pública sob nova perspectiva. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 24, 2003. Disponível em: <http://Portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/rev>. Acesso em: 06 de maio 2007. FERNANDES, E. M. “Educação para todos – Saúde para todos”: a urgência da adoção

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2009, Santa Maria. SILVA, Larissa Maciel Gonçalves. Educação Especial e Inclusão Escolar sob a perspectiva legal. 2009.

UNESCO. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: CORDE, 1994.