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1 1 Acidente vascular cerebral (AVC). Denomina-se acidente vascular cerebral, a lesão resultante de uma anomalia em vaso sanguíneo ou artéria presente no encéfalo. Podemos tomar como exemplo destas anomalias vasos sanguíneos que tenham obstrução à passagem sanguínea, diminuição do fluxo sanguíneo devido a diminuição da luz do vaso sanguíneo ou até mesmo um trombo ou ateroma que não permita a passagem do sangue pelo vaso. A insuficiência de oxigênio no sangue levado até o cérebro também pode causar danos celulares e até mesmo morte celular. As possíveis seqüelas resultantes de um AVC variam de acordo com cada área cerebral afetada. Se afetada uma área responsável pela fala, o paciente terá alterações funcionais relacionadas ao mesmo. Devemos ressaltar que um AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico, onde o isquêmico é a interrupção da passagem do sangue pelo vaso sanguíneo ou artéria, e o AVC hemorrágico é o rompimento do vaso sanguíneo ou artéria ocasionando o extravasamento de sangue.

Acidente Vascular Cerebral

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Acidente vascular cerebral (AVC).

Denomina-se acidente vascular cerebral, a lesão resultante de uma

anomalia em vaso sanguíneo ou artéria presente no encéfalo. Podemos

tomar como exemplo destas anomalias vasos sanguíneos que tenham

obstrução à passagem sanguínea, diminuição do fluxo sanguíneo devido a

diminuição da luz do vaso sanguíneo ou até mesmo um trombo ou

ateroma que não permita a passagem do sangue pelo vaso. A insuficiência

de oxigênio no sangue levado até o cérebro também pode causar danos

celulares e até mesmo morte celular. As possíveis seqüelas resultantes de

um AVC variam de acordo com cada área cerebral afetada. Se afetada

uma área responsável pela fala, o paciente terá alterações funcionais

relacionadas ao mesmo.

Devemos ressaltar que um AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico,

onde o isquêmico é a interrupção da passagem do sangue pelo vaso

sanguíneo ou artéria, e o AVC hemorrágico é o rompimento do vaso

sanguíneo ou artéria ocasionando o extravasamento de sangue.

Fatores de risco e predisposição ao AVC

Um dos principais fatores de riscos ao AVC, sem dúvida é

hipertensão arterial, causando danos às paredes dos vasos sanguíneos

lesionando o endotélio e diminuindo a capacidade do vaso sanguíneo a se

adaptar as variações da pressão arterial. Uma vez que o endotélio

contribui diretamente para regular o tônus vascular, liberando substâncias

vasodilatadoras e vasoconstritoras (Oxido Nítrico e Endotelina).

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A aterosclerose também considerada uma verdadeira vilã, o

acúmulo de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos e artérias causam

uma obstrução à passagem sanguínea, Aumentando a pressão arterial e

podendo ocasionar o rompimento do vaso ou artéria resultando em uma

hemorragia. Mesmo que o vaso sanguíneo não se rompa o

interrompimento da circulação sanguínea implicará na morte celular do

tecido que dependia da irrigação do vaso sanguíneo afetado.

Pessoas com idade superiores há 60 anos, fumantes, diabéticos,

pessoas com colesterol alto, tem maior probabilidade de desenvolver um

AVC. O sedentarismo contribui consideravelmente para o aumento de

moléculas gordurosas no sangue e aumento da pressão arterial.

Acidente Vascular Cerebral Isquêmico

Acidente vascular cerebral isquêmico transitório (AIT)

O AIT é causado por fragmentos de matéria gordurosa e cálcio formados na parede arterial (Também chamados de ateroma.). Os ateromas podem se desprender da parede arterial e ganhar a corrente sangüínea, caso o ateroma chegue ao cérebro existe a possibilidade de que ele obstrua algum vaso sanguíneo ou artéria causando um AIT. Pessoas com problemas cardíacos, hipertensão, aterosclerose, diabetes e perturbações sanguíneas possuem maior risco de sofrer um AIT. À medida que se envelhece este risco também aumenta.

Os sintomas de um AIT podem variar de acordo com a área do cérebro afetada. Podem durar entre 2 a 30 minutos. Podemos tomar como exemplo de sintomas:

Perda de sensibilidade ou perturbações da mesma num braço ou numa perna num lado do corpo.

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Debilidade ou paralisia num braço ou perna ou em todo lado do corpo.

Perda parcial da visão ou da audição

Visão dupla

Enjôo

Linguagem ininteligível (fala enrolada)

Dificuldade em pensar na palavra adequada ou para a exprimir

Incapacidade em reconhecer partes do corpo

Movimentos inabituais

Incontinência urinária

Desequilíbrio e queda

Desmaio

Apesar de estes sintomas serem semelhantes aos de um ICTO, estes são reversíveis e temporários, podendo haver reincidência dos sintomas em crises diárias ou apenas duas ou três crises.

Acidente vascular cerebral isquêmico transitório (AIT) – Diagnóstico

Os primeiros sinais para se obter um diagnóstico de AIT, são os sintomas transitórios ocorridos devido à disfunção de uma área em específico no cérebro. Exames de específicos para verificar a irrigação do cérebro também são importantes para se poder diferenciar um ICTO de um AIT. Podemos tomar como exemplo uma angiografia que é um exame onde se administra meio de contraste radio - opaco nas artérias ou veias a serem analisadas e se faz radiografias para saber o estado das mesmas. Exames de RM e TC também são de muita importância para o médico visualizar a área do cérebro afetada e o grau de obstrução do vaso sanguíneo.

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Esta é uma imagem de uma angiografia cerebral, onde podemos visualizar um estreitamento (estenose) da origem da carótida interna.

Este tipo de estreitamento não está relacionado á um trombo ou ateroma. E sim por uma deformidade da artéria.

Nesta ilustração observamos o estreitamento de um vaso sanguíneo devido ao acúmulo de gordura na luz do vaso sanguíneo. Esta placa gordurosa pode se desprender a causar um AIT

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Acidente vascular cerebral isquêmico transitório (AIT) – Tratamento

O tratamento baseia-se basicamente na prevenção de acúmulo de placas de gordura evitando a formação de ateromas. Evitando a má alimentação, sedentarismo, alta pressão arterial, e outros agravantes, podemos prevenir um AIT. O médico também pode receitar alguns fármacos como anticoagulantes para se evitar formação de trombos. Quando o estreitamento de um vaso sanguíneo é muito grave indica-se a intervenção cirúrgica para corrigir o problema.

Icto

Icto é o termo que se refere a acidente vascular. Quando se diz icto é o mesmo que dizer acidente vascular. Iremos abordar agora o Icto isquêmico, onde existe a obstrução de um vaso sanguíneo ou artéria. No caso do AVC, esta obstrução que impede a passagem de sangue ocasionará lesão nas células cerebrais do qual este mesmo vaso é responsável por irrigá-las. Os efeitos danosos de um Icto cerebral irão varia de acordo com a região afetada.

Icto – Sintomas

Os sintomas irão variar de acordo com a região do cérebro afetada, geralmente são semelhantes a um AVC isquêmico transitório, ocorrendo subitamente podendo ocasionar um coma, desmaios e outras disfunções funcionais. Os sintomas podem ser progressivos a cada hora conforme a evolução do icto e a porção de tecido cerebral necrosado. Um icto pode produzir um edema cerebral aumentando significativamente a lesão em outras áreas do encéfalo.

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Icto – Diagnóstico

O médico pode diagnosticar o um icto com exames clínicos e físicos para se localizar em qual área o icto está instalado. Exames de diagnósticos por imagem também são determinantes para visualizar com clareza o tamanho da área afetada pelo icto e sua localização exata. Testes como a Tomografia Axial Computadorizada (TAC) e Ressonância Magnética (RM) são comuns no diagnóstico. Contudo o médico precisa saber qual a origem do icto, identificando se sua origem é devido a uma embolia (Coágulo de sangue obstruindo vaso sanguíneo), ou um ateroma, ou qualquer outra patologia que possa causar um icto. Ressaltando que distúrbios cardíacos como válvulopatias podem ocasionar coágulos na corrente sanguínea, e estes chegando até o cérebro podem dar inicio a um icto.

Um fator importante que devemos saber em relação aos sintomas de um icto, é que o lado do cérebro afetado ocasionará disfunções ao lado oposto do corpo em relação lado do cérebro afetado. Ex: icto em lado direito do cérebro afetará o lado esquerdo do corpo. Isso é devido ao cruzamento dos nervos em nível de ponte.

Na representação abaixo visualizamos um icto impedindo a passagem de sangue

em determinada área do cérebro. A circulada representa a área afetada devido à ausência de sangue, ocasionando morte celular e conseqüentemente alteração funcional da área afetada.

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Nesta imagem visualizamos um cérebro que sofreu AVC isquêmico, é perceptível a área afetada de coloração mais escura devido à falta de sangue na região ocasionando a morte celular neste tecido.

Nesta Tomografia Axial Computadorizada a área com tom mais escuro representa a área cerebral infartada devida a um ataque isquêmico

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Icto – Tratamento

Os sintomas de um icto implicam em uma emergência médica onde as intervenções serão predominantes na prevenção de danos adicionais. O médico administrará oxigênio e alimentação adequada via endovenosa.

O diagnóstico preciso é muito importante para saber qual o tipo de icto está causando os sintomas no paciente. Para cada tipo existem procedimentos diferentes. No caso de um icto isquêmico em evolução pode se administrar anticoagulantes para reduzir a evolução e preservar áreas que poderiam ser afetadas.

Acidente vascular cerebral hemorrágico

Como o próprio nome diz, denomina-se AVC hemorrágico o extravasamento de sangue no interior do crânio. O AVC hemorrágico é classificado de acordo com a região em que ocorre o derramamento de sangue, podendo ocorrer no interior do cérebro, ou envolta dele, entre as camadas que revestem o cérebro...

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Podemos classificar o AVC hemorrágico em 4 tipos:

Intracerebral, hemorragias que ocorrem no interior do cérebro

Subaracnóidea, hemorragias que ocorrem entre o espaço subaracnóideo

Subdural, hemorragias que ocorrem entre as camadas que revestem o cérebro.

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Epidural, hemorragias que ocorrem entre o crânio e as camadas que revestem o cérebro.

Independente de onde se localiza a hemorragia, as células cerebrais sofrerão danos, uma

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vez que o espaço interno do crânio é muito restrito e não há lugar para expansões. Sendo assim uma hemorragia intracraniana aumentara a pressão no interior do crânio causando danos ao encéfalo. Além desse fator, a região afetada pela hemorragia implicará em disfunções de acordo com a função que a área afetada exerce.

Acidente vascular cerebral hemorrágico - Causas

O traumatismo craniano é a causa mais freqüente em pessoas com menos de 50 anos de idade. Má formação arteriovenosa, anomalia nas artérias ou veias do cérebro também podem causar um AVC hemorrágico. O aneurisma também é considerado uma das causas de um AVC hemorrágico, quando há obstrução de uma veia ou artéria cerebral a pressão nas paredes do vaso sanguíneo pode causar a sua ruptura.

Acidente vascular cerebral hemorrágico – Intracerebral

Um AVC hemorrágico intracerebral se inicia subitamente com uma cefaléia seguida de disfunções neurológicas como: Náuseas, debilidade, perca de visão, reações convulsivas, perda da fala ou dificuldade de expressão, paralisia em um dos lados do corpo ou membro. Pode haver perca de consciência em poucos minutos após a ocorrência de um AVC hemorrágico intracerebral.

O médico pode diagnosticar a presença de um AVC hemorrágico intracerebral através de exames clínicos, porém para maior detalhamento é utilizado exames de TAC e RM, para se saber a localização exata da lesão e o quanto de tecido encefálico foi afetado com o AVC, determina-se também se não há pressão em outras áreas do cérebro podendo causar maiores danos. Uma pulsão lombar é recomendável apenas em suspeitas de infecção na região entre as camadas que revestem o cérebro (Ex: meningite).

O tratamento para este caso é a intervenção cirúrgica, necessária para salvar a vida do paciente. Eliminando o sangue liberado na hemorragia e

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diminuindo a pressão intracraniana, porém haverá seqüelas neurológicas graves, variando da quantidade de tecido cerebral afetado e a região que foi afetada. Pessoas que sofreram AVC hemorrágico e que também possuem uma hipertensão crônica têm maiores taxas de mortalidade devido à extensão do sangramento intracraniano.

Apesar da gravidade do AVC hemorrágico, pessoas que sofreram pequenos sangramentos podem se recuperar de maneira gradativa conforme o organismo absorve o sangue extravasado no cérebro.

Acidente vascular cerebral hemorrágico – Subaracnóideo

Os AVC’s hemorrágicos que ocorrem na área subaracnóidea não costumam dar sintomas antes que ocorra a ruptura principal, os aneurismas que causam este tipo de AVC, podem comprimir algum nervo ou causar uma pequena hemorragia. Os sintomas mais comuns nesta situação são: visão dupla, cefaléia, do no rosto. Ao se apresentar estes sinais deve-se procurar assistência médica o mais breve possível.

A “ruptura principal” ocasiona dor de cabeça repentina e intensa, sensação de sonolência, perda de consciência por alguns instantes, algumas pessoas podem entrar em estado de coma, mas geralmente despertam apresentando sensação de sonolência. 25% das pessoas apresentam problemas neurológicos, ou paralisia em um dos lados do corpo. A presença de sangue e líquido cefalorraquidiano em volta do cérebro ocasiona irritação entre as membranas que revestem o cérebro, devido a isso apresentam-se os sintomas citados.

Acidente vascular cerebral hemorrágico – Subaracnóideo – Diagnóstico/ Prognóstico

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O diagnóstico é dado através de exames de TAC revelando o tamanho hemorragia e sua localização, a pulsão lombar também é considerada um meio de diagnóstico para se verificar a presença de sangue no líquor. A angiografia pode ser usada após 72 horas, para que seja confirmado o diagnóstico e para orientar o médico em caso de uma intervenção cirúrgica.

Cerca de um terço das pessoas que sofreram um AVC hemorrágico na região subaracnóidea chegam ao óbito na primeira manifestação, devido à extensão das lesões causadas ao cérebro. 15% dos pacientes entram em óbito algumas semanas depois vítimas de uma nova hemorragia. É possível que um pequeno sangramento se estanque por si mesmo, sendo imperceptível no exame de angiografia. Entretanto é necessária a intervenção para se corrigir o aneurisma causador do AVC. Muitos pacientes conseguem recuperar grande parte das funções neurológicas e funcionais, porém algumas seqüelas permanecem. É importante o acompanhamento médico para se verificar uma possível reincidência de um AVC.

Acidente vascular cerebral hemorrágico – tratamento

O tratamento para este tipo de AVC é a intervenção cirúrgica, o paciente é internado imediatamente após confirmação do diagnóstico, pode-se administrar analgésicos a fim de diminuir a dor de cabeça, ou até mesmo colocar um tubo de drenagem no cérebro para se diminuir a pressão. A cirurgia é de alto risco, principalmente em pacientes que se encontre em estado de coma, a cirurgia tem como objetivo isolar ou eliminar o aneurisma causador do AVC.

Conclusão

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O Acidente vascular cerebral é um dos problemas neurológicos mais graves. Podendo trazer sérios danos aos tecidos cerebrais, conseqüentemente percas funcionais variando de acordo com a área cerebral afetada. A recuperação do paciente varia de acordo com o tipo de lesão e extensão da área afetada. Devem-se levar em conta os fatores de risco e as predisposições a um AVC. A prevenção é sempre melhor do que qualquer tipo de intervenção na tentativa de correção do problema. Em todos os casos é importantíssimo saber a classificação do acidente vascular, somente assim poderá ser tomada as medidas específicas para cada caso.

Para nós estudantes da área de radiologia é importante o conhecimento das formas de diagnóstico de um AVC, e principalmente conhecimento anatômico para podermos identificar a extensão de uma lesão causada por um AVC. Somos os profissionais “Braço Direito” do neurocirurgião, pois graças a nossa atuação poderemos visualizar o problema através dos exames que efetuamos (Ex: TAC, RM, Angiografia).

Bibliografia

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Contexto: Todo contexto desta pesquisa teve como fonte de dados o site do Manual Merck Para a família, http://www.manualmerck.net

Imagens: As imagens desta pesquisa foram retiradas no site Google images e Manual Merck para a família.