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Universidade Presbiteriana Mackenzie - Centro de Comunicação e Letras Publicação feita pelos alunos do 2º semestre de Jornalismo Ano VIII Edição nº 100 Outubro de 2011 Edição especial 100ª

Acontece 100ª Edição

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Jornal laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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Universidade Presbiteriana Mackenzie - Centro de Comunicação e LetrasPublicação feita pelos alunos do 2º semestre de Jornalismo

Ano VIII

Edição nº 100 Outubro de 2011

Edição especial100ª

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Universidade Presbiteriana MackenzieCentro de Comunicação e Letras

Diretor: Alexandre Huady GuimarãesCoordenador: Osvaldo Hatori

Editor: André Nóbrega Dias FerreiraProjeto Gráfico: Renato SantanaDiagramação: AndréN. D. Ferreira

Textos:André N. D. Ferreira; Cauã Taborba; Edson Capoano; Felipe Alencar Moreira; Guilherme Reed Roccha; Gustavo Quat-trone; Lucas Pires; Olivia Guariba; Rafael Fonseca; Renato Blasco; Renato Santana; Stephanie Lotufo; Vanderlei DiasJornal-Laboratório dos alunos do segundo semestre do curso de Jornalismo do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, orientados pelo professor André Nóbrega Dias Ferreira, jornalista, MTB n° 26514.Impressão: Gráfica Mackenzie

Tiragem: 200 exemplares

Contatos

Para enviar críticas, sugestões, elogios ou comentar as reportagens dessa edição:[email protected]

Acesse o nosso site para conferir matéria exclusivas, entrevistas na íntegra e inter-garir com a nossa equipe:www.acontecedigital.blogspot.com

Quem mais fez a história do Acontece

Os talentosos funcionários da gráfica do Mackenzie, reponsáveis pela impressão, Gilmar Araujo, Ivanildo Bernardo, Eduardo Barbosa e Alexandre Bon

Márcia

Márcia Detoni, Sérgio Rizzo e Francisco Madureira, ministraram a teoria

Lenize Vilaça, André Arruda, Renato Essenfelder e Renato Modernell , foram professores editores

Marcelo Lopes editou duas edições especiais

Carlos Sandano e Fernando Moraes também editaram

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Vanderlei DiasAcontece em 2005 e 2007

Apesar de todas as tecnologias disponíveis para quem trabalha

com jornalismo e de ouvirmos falar dia após dia que o jornal vai acabar, eu sou daqueles que “insisto” ainda em ser um assinante e receber o jor-nal todos os dias na porta da minha casa. Talvez seja hábito, talvez seja uma resistência inútil em não acei-tar que dia menos dia eu terei que ter também o meu tablet, ou o que quer que nome tenha um desses aparelhos que me disponibilizará a notícia em todos os momentos – segundo os mais otimistas – absolutamente atu-alizadas, e não apenas àquela recebi-da de manhã com a manchete do dia anterior. De qualquer maneira ainda sou um usuário do “papel-notícia”, assim como acredito que existam diversas pessoas que possuam esse hábito “antiquado” – na visão dos defensores do “tudo on-line”. Sendo assim, acredito que o jornal, tal como o conhecemos na sua distante ori-gem, ainda sobreviverá por um bom tempo.

Mas como fazer com que um jo-vem todo integrado com essas tec-nologias se interesse por algo as-sim? E se ele for um estudante de jornalismo? Como fazer com que se dedique a produzir notícias em papel? Primeiro convencendo-o de que sempre teremos notícias à nossa disposição, independentemente do meio que utilizaremos para divul-gá-la. Segundo, mostrando que os “Jornais-Laboratórios” são uma óti-ma oportunidade de prática jorna-lística, e que é necessário conhecer todos os métodos de produção dela, mesmo que ele vá atuar em outra área, como o rádio ou a TV. E caso ele não se convença, podemos mos-trar que o que as empresas esperam de um jornalista nos dias de hoje, é que ele saiba um pouquinho de cada coisa, e consiga transitar entre o im-presso e o eletrônico, sem grandes problemas.

A notícia “ACONTECE” sempre

No Curso de Jornalismo do Ma-ckenzie sempre propomos a cria-ção de materiais impressos, como jornais e revistas, desde os 1ºs Se-mestres do Curso – entre os mais conhecidos, o Jornal Diretriz e a Revista Narrativa –, pois é ali no papel que o aluno vê o seu traba-lho se realizar. E é bom ver alguém lendo em sala de aula, no elevador, ou nos corredores da universidade, algo feito por você. Quando convi-dei os alunos da 2ª Etapa do Cur-so, em 2005, para fazer um novo jornal, foi para que desenvolves-sem uma atividade prática dentro da antiga disciplina “Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesqui-sa Jornalística”. Naquele momento tínhamos apenas o Diretriz, jornal que também começou na 2ª Etapa, na mesma disciplina, e que depois passou a ter outro perfil e hoje faz parte das Atividades Complementa-res do Curso. A proposta inicial do Acontece era ser um Boletim In-

formativo interno, vol-tado para os eventos da própria universi-dade, com um caráter experimental, ou seja, a cada número, os alu-nos tinham que pensar em uma nova forma de produzi-lo. E como contamos com uma gráfica interna a idéia era também utilizá-lo de forma ágil nessas coberturas, mostran-do ao leitor coisas que aconteceram na uni-versidade no dia an-terior, por exemplo. Hoje, o jornal mudou, e para melhor; aumen-tou o número de pági-nas, “pulou” os muros da Universidade e co-bre assuntos gerais, sem editorias especí-ficas.

Seria muita preten-são achar que o jornal é lido pela maioria dos alunos de jornalismo, pois sua tiragem é pe-quena e acaba atingin-do mais os alunos dire-

tamente ligados a ele, mesmo assim, mantém-se na 2ª Etapa do Curso e é um produto essencial, como prática--jornalística-pedagógica, preparan-do o aluno para as Etapas seguintes. E é necessário destacar que mesmo sendo obrigatório dentro de uma de-terminada disciplina nenhum Jor-nal-Laboratório terá sucesso se não contar com a efetiva colaboração dos professores e, principalmente, com a participação dos alunos. E isso o Acontece vem mostrando que não falta. Em seu centenário o jornal ja-mais deixou de ser produzido, seja na sua periodicidade habitual, seja nos números especiais, como na co-bertura dos “Encontros CCL” ou do “Mackenzie Day”. Aos que se dedi-cam a esse trabalho, meus parabéns, porque ele tem o que jamais pode faltar para um jornal, mesmo que seja um produto laboratorial: a pe-riodicidade, pois a notícia “Aconte-ce” sempre!

Vanderlei Dias foi Coordenador do Curso de 2003 a 2008, e o professor que implantou o jornal

O mítico professor e ex-coordenador de curso, Vanderlei Dias, deu o pontapé inicial para o jornal

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Cauã TaborbaAcontece em 2005

Em 2005, ainda ansioso pelo que estava por vir, pelas mudanças

e começo da vida profissional como jornalista, lembro de chegar sempre atrasado às aulas de TREP, apelido da disciplina de Técnicas de Reporta-gem, Entrevista e Pesquisa, ministrada em conjunto pelos professores André Santoro e Vanderlei Dias. Lá os alunos tinham contato direto com a prática e o que seria necessário absorver (com teoria) para realizar boas reportagens. Acho que foram as aulas com maior índice de presença - com exceção à dis-ciplina do mestre Salinas - em todo o curso. Com o professor André tivemos contato com grandes reportagens, co-nhecemos o trabalho de grandes jor-

E um jornal-laboratório... Aconteceu

nalistas e nos inspiramos para então, com o professor Vanderlei, produzir matérias e ser avaliado.

Na época eu já era diagramador do Diário de S. Paulo, meu primeiro trabalho na área. Durante uma das tardes pelo campus, entre um crois-sant e outro da Benjamim Abrahão, me perguntei o que era feito das matérias. Conversando com os pro-fessores, descobri o triste destino. O limbo. O segundo semestre não dis-punha de nenhum produto para os alunos. Conversando com Vanderlei sobre os motivos, chegamos a con-clusão de que só faltava alguém dis-posto a pensar e propor um projeto. Fiquei responsável por apresentar uma ideia. No mesmo dia convoquei meus amigos Guilherme Reed, Felipe Alencar e Érico Salutti. Cada um fi-cou encarregado de um aspecto. Éri-co, por ser fotógrafo, cuidou de toda a

linguagem fotográfica, eu fiquei com o projeto gráfico e Reed e Alencar responsáveis pela revisão das repor-tagens. Assim nasceu o Acontece. Rapidamente o projeto foi absorvido por todos da turma J, que contribuí-ram em massa para que, em seis me-ses, quatro edições arrasadoras fos-sem publicadas. O objetivo inicial do jornal, praticamente um tabloide, era cobrir os assuntos relacionados ao campus. Nossa primeira capa sobre as gincanas do trote renderam até ameaças de processo. Duas garotas do Centro Acadêmico foram fotogra-fadas durante a brincadeira de passar palitinhos - uma tradição quando as quadras ainda eram gigantes - em uma pose nada convencional. Claro, exploramos a foto ao máximo, fazen-do uma sequência que acabou sendo discutida por todos os alunos. A se-gunda capa abordou uma fraude nas eleições do diretório central, o que também gerou bastante repercussão. Desse modo, o Acontece passou de um mero “jornalzinho”, que as pesso-as pegavam com o nariz torcido das mãos dos alunos (que distribuíam os exemplares pra lá e pra cá) para algo aguardado. As edições acabavam logo que saíam da gráfica. Todos se amontoavam ali na praça em frente ao prédio 10. Não era exagero, afinal sempre havia algo novo, divertido e inusitado.

Mas, como tudo o que é bom dura pouco, minha turma teve de abando-nar o jornal com a troca de semestre. O veículo se tornou o principal projeto do segundo semestre e fiquei encarre-gado de administrá-lo por um tempo. O trabalho era tão interessante que, durante a semana de comunicação, o Acontece ganhou uma edição di-ária para cobrir o evento. Os alunos cobriam as palestras, entrevistavam pessoas, corriam para a redação (no Chamberlain) e o jornal rodava de madrugada na gráfica, para ser distri-buído na manhã seguinte. Foi o tra-balho mais próximo de uma rotina de jornal que tivemos durante o curso.

É muito gratificante notar que, aquele projeto que nasceu da vontade de fazer mais, levar algo interessante a uma audiência e praticar o que é ser jornalista, continua vivo até hoje.

Cauã Taborba foi o mentor do primeiro projeto gráfico do jornal e até hoje lida com diagramação

Cauã fez uma edição número zero antes de produzir o jornal

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Guilherme Reed RocchaAcontece em 2005

A nossa memória pode ser traiço-eira, às vezes. Por exemplo, ao

relembrar certos acontecimentos, temos a certeza de que os relatamos tal como eles realmente se passaram. Somos pura objetividade. Mas eis que alguém que viveu aquela mesma história com você muda um persona-gem, muda o local, muda a data ou qualquer um dos elementos que fa-zem daquela história algo digno de ser transmitido a outrem. Contar um fato, pois, não significa apenas re-lembrar, mas criar, imaginar, inven-tar, adaptar.

Ao receber o convite do professor André Ferreira de escrever um texto relembrando a criação e o início do jornal Acontece, essa ideia me veio ao espírito, misturada com os fiapos de momentos relacionados àque-la época, há longínquos seis anos. Pouco a pouco, esses fiapos foram se juntando para finalmente formar uma espécie de colcha de retalhos. Pode parecer estranho falar assim num texto desse tipo, mas acho que serve de alerta para futuros jorna-listas, que irão colher muitos depoi-mentos e relatos ao longo da carrei-ra. Passemos então à minha versão da história.

Memórias do nascimento de um jornal

Fevereiro de 2005, estávamos no segundo semestre do curso. Após aquele primeiro período de desco-berta das novas amizades e da vida de universitários, a curiosidade de um grupo de quatro amigos voltou--se para o fato de que não tínhamos qualquer publicação interna – nem mesmo um “jornalzinho” - para po-dermos publicar matérias e reporta-gens escritas para as disciplinas de nossa grade curricular. “Ora, que preconceito é esse?”, nos pergunta-mos, se até para os calouros – para os calouros! - havia espaço para a divulgação de seus textos cheirando ainda a leite! Era um absurdo ina-ceitável!

Fomos até o nosso diretor à épo-ca, professor Wanderley Dias, e ex-pomos nossa ideia de montar um jornal voltado para assuntos inter-nos da universidade. Tudo aquilo que se passasse dentro ou no entor-no mais próximo do Mackenzie po-deria virar assunto de reportagem. Nosso diretor topou na hora! “É isso aí, pessoal! Me tragam um proje-to gráfico e começamos a dividir os grupos, a escolher os temas e a es-crever as matérias!”

Fomos à luta! Num formato sim-ples, que estimulasse a leitura do jornal por todos os mackenzistas e não só dos estudantes de Jornalis-mo e com a inclusão de fotos nas matérias de destaque, soltamos o primeiro número. E que primei-ro número! De maneira um pouco provocadora e bem-humorada, pu-blicamos uma foto feita durante a Gincana dos Bixos. Nela, duas ga-rotas davam um delicado beijo. Pra quê? Começou a polêmica! À parte ameaças de processo das duas mo-ças e o “te pego na saída” dos ami-gos das moças, o episódio provocou uma interessante discussão sobre o uso pela imprensa de imagens em ambiente público – sejam de per-sonalidades conhecidas ou célebres anônimos.

A história do Acontece parecia estar destinada à polêmica. No se-gundo número, um colega da minha sala publicou uma reportagem de-nunciando uma fraude nas eleições para o Dacam (diretório dos estu-

dantes). Perto do que vemos e ouvi-mos nesse caso, a confusão provoca-da pela foto reveladora foi coisa de iniciante. Infelizmente aqui não há espaço para maiores detalhes, mas para quem tiver interesse em saber mais, vale a pena conversar com os professores ou pesquisar nos arqui-vos da faculdade ou dos alunos da-quele semestre que guardaram seus exemplares.

Apresentando o jornal dessa ma-neira, pode parecer que ele buscava apenas atiçar os ânimos de um ou outro lado. Não, não era bem assim. Na maior parte dos textos, os assun-tos não causavam tamanha comoção pública. De qualquer maneira, é pre-ciso levar em conta que éramos estu-dantes dispostos a não só aprender, mas a melhorar o curso enquanto estávamos dentro da universidade. E que essas melhorias permanecessem, para aqueles que viessem depois de nós.

E acredito que o Acontece é um dos traços relevantes que deixamos ao passar pelo Mackenzie. Mais tarde, vieram outros jornais, revistas, re-portagens para a TV Mackenzie...E as lições aprendidas no Acontece nos acompanham até hoje. É como se diz: certas coisas não se esquecem!

A edição nº1 denunciou a fraude na eleição do DACAM

O jornal Acontece mostrou que, apesar de ter apenas saido da maternidade, já tinha dentes

Reed foi um dos criadores do jornal-laboratório Acontece

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Edição nº 100 do Acontece! Ca-ramba, não há como não sentir

orgulho. Lembro perfeitamente do início dessa caminhada. 2º semes-tre do curso. Antes da aula, no cor-redor, o Cauã me mostrou alguns papéis bastante rabiscados. Então, ele me contou que tinha conversa-do com o professor Vanderlei Dias sobre a possibilidade de criar um jornal para a disciplina. Quando terminou de me explicar a ideia, logo me convidou para fazer parte do projeto. Seria, sem dúvida, um

Felipe Alencar MoreiraAcontece em 2005

Edição nº 100 do Acontece! Caramba!Das primeiras noites de fechamento no prédio Camberlain nasceu o jornal

diferencial, uma vez que, enquanto o restante da classe escreveria ma-térias, nós teríamos que desenvol-ver um produto mais complexo, in-cluindo a produção de reportagens. Aceitei o desafio. Eu e mais dois amigos assumimos o compromisso junto com o Cauã, contando com a ajuda de mais alguns colaborado-res.

Claro que não foi algo simples. Nem imaginávamos que seria. Pen-sar no nome do jornal, projeto grá-fico, editorias, pautas... Era muita coisa. Mas aos poucos fomos acer-tando. As reuniões eram constan-tes: na própria faculdade, na casa de alguém, no bar. O esforço valia a pena. Eu percebia, com todo o pro-cesso de criação do jornal, que o jor-

nalismo era mesmo a minha paixão. E as dificuldades só traziam mais motivação. Lem-bro de noites que passamos no Chamberlain dando vida para o Acontece. Foram momen-tos muito marcantes da minha época como mackenzista.

O fato é que o Acontece representou um aprendiza-do inesquecível para mim. As lembranças do fechamento da primeira edição do jornal, por exemplo, permanecem vivas na minha memória. Como era complicado editar as matérias dentro dos espaços pré-esta-belecidos. Não foram raras as vezes que ‘apanhamos’ do Pa-geMaker. Pensar em manche-tes, fazer chamadas criativas, elaborar uma capa bacana, escrever o editorial... ufa! O Acontece estava criado.

Se não me engano, a minha matéria na primeira edição do jornal era sobre uma palestra que teve no Mackenzie. Uma palestra importante. Acompa-nhei de perto as palavras ditas por Gabriel Chalita, na época Secretário de Educação de São Paulo, e atualmente deputado federal. Foi uma grande res-ponsabilidade colocar no Acon-tece uma matéria desse teor. Logo, foi mais uma importante experiência pessoal também.

É impossível falar do ‘nascimen-to’ do Acontece sem citar a polêmi-ca que vivenciamos. Decidimos que o jornal teria uma parte denominada ‘Em Foco’. Nela, tentaríamos sempre colocar apenas uma imagem e uma legenda. E a primeira foto causou um reboliço tremendo. Ela mostrava duas meninas durante uma brincadeira na gincana dos calouros. Mas as garotas não gostaram muito quando viram a foto no jornal....

E não é que o Acontece se trans-formou em um produto laboratório do curso de jornalismo? Confesso que, desde o momento que aceitei o desa-fio de participar da criação do jornal, nunca imaginei que ele chegaria tão longe. A intenção, claro, sempre foi fazer um trabalho de qualidade, mas é difícil de acreditar que fundamos um produto que pode ser muito útil para todos os estudantes de jornalismo da Universidade Presbiteriana Macken-zie.

Só posso dizer que, para mim, a experiência foi extremamente vá-lida. O Acontece permitiu que eu colocasse em prática os conheci-mentos que estava adquirindo na faculdade. Além disso, ele mesmo me ensinou muitas coisas. Jor-nalismo se aprende na teoria e na prática. Hoje, na redação da ESPN Brasil, mesmo sem trabalhar com jornal impresso, garanto que levo comigo uma série de coisas que aprendi nessa época de desenvolvi-mento do Acontece. E desejo, ob-viamente, vida longa para ele. Que muitos estudantes o utilizem de forma satisfatória para o aprendi-zado da profissão.

Felipe, hoje na ESPN Brasil

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Edson CapoanoAcontece em 2005/2009

A experiência de produzir o jornal Acontece é interessante tanto

ao professor da disciplina quanto aos alunos que o realizam desde a pau-ta até a edição final. Aprendi muito como gerenciar uma equipe de jovens estudantes, e espero ter contribuído para sua formação, através dos ensi-namentos teóricos e práticos que lhes ofereci.

O jornal sempre teve um desafio a superar. As equipes se mantinham apenas um semestre na produção, o que lhes garantia aprendizagem dos processos jornalísticos, mas não man-tinha um grupo mais experiente para a seqüência do trabalho. Assim, era co-mum o jornal melhorar de qualidade ao longo do semestre mas, no período seguinte, o trabalho começava do zero.

Por parte dos alunos, a evolução de uma cobertura introdutória dos fatos era sua maior conquista, através da aplicação do gênero notícia: contar atualidades, alterações da normali-dade, com envolvimento de parcelas expressivas da sociedade.

Dedicação e amor ao jornalismo desde cedo

Através da cobertura de regiões centrais da cidade, o Acontece proporcionava o aluno conhecer a cidade de São Paulo, suas diversas fa-cetas e grupos sociais. O exer-cício do ouvir jornalístico é uma das virtudes que deve ser exercitada desde os jornais laboratório como o Aconte-ce, e o que pode parecer in-teressante em uma reunião de pauta ou à comunidade mackenzista, de quase 50 mil pessoas, pode não ser perti-nente ou atraente aos 11 mi-lhões de paulistanos, leitores e espectadores dos jornalistas que estão por vir.

Durante o primeiro pe-ríodo em que fui editor do jornal, tivemos a felicidade de publicar semanalmente o Acontece, graças a uma ge-ração de alunos dedicados e compreensivos de que o jor-nal era um produto coletivo, não apenas a chance de uma publi-cação individual ou só uma discipli-na universitária. O resultado disso foram 14 edições por semestre, com reportagens editadas entre 120 alu-nos das duas salas de Jornalismo de então. A coordenação dessa equipe também saíra como um aprendizado, onde jovens estudantes encontraram sua veia gerencial frente aos fecha-mentos das edições. Esse trabalho proporcionou edições extras, as cha-madas “gavetas”, jornais extras que garantiriam a transição de equipes sem interrupção das publicações.

As gerações seguintes de alunos seguiram surpreendendo em quali-dade e esforço, quando começamos a fazer “Aconteces customizados” a eventos internos da UPM. Congres-sos, seminários e semanas temáticas das unidades universitárias eram co-bertas por repórteres que, junto a edi-tores da sala, fechavam exemplares dirigidos a públicos alvo específicos.

Tampouco podemos nos esquecer das coberturas diárias dos eventos do CCL, como o então Encontro de Co-municação e Letras (hoje Encontro CCL) e o Dia Mackenzie Voluntário, onde alunos voluntários passavam

o dia cobrindo palestras e ações so-ciais, e a noite fechando os jornais para serem rodados na gráfica do Mackenzie.

Frente a tanto esforço e vontade, alguns alunos começam a despontar como jornalistas de corpo e alma. A vontade de ouvir, aprender e contar salta de seus textos, mostrando aos professores que o exercício de jor-nais laboratório como o Acontece é essencial para o desenvolvimento de novos talentos. Ambição pela melhor matéria, esforço nos momentos de produção e reportagem e perfeccio-nismo nos processos de edição são mostras frequentes da nova geração de jornalistas que o Mackenzie tem o orgulho de formar, jovens que já tra-zem essas qualidades dentro de si. A conclusão que chego quando compa-ram o estágio em empresas com jor-nais como o Acontece é que ambas proporcionam importantes chances de aprendizagem prática. Cabe ao alu-no dedicar-se na universidade tanto quanto deve fazê-lo em um veículo de comunicação onde almeja ser empre-gado. Dedicação e amor ao ofício são as chaves para um bom jornalismo e felicidade na carreira.

Sob a orientação de Edson, o Acontece atingiu periodicidade semanal, em 2006

Edições especias: todos os eventos foram cobertos

Publicação ganha periodicidade de jornal de respeito com a energia dos primeiro anistas do curso

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Rafael FonsecaAcontece em 2006/2007

Se não me trai a memória, foi no final de 2006 que recebi a incum-

bência de cobrir o II Encontro de Pro-fessores de Jornalismo do Estado de São Paulo, que aconteceria no Ma-ckenzie. Para alguns pode não parecer muito, mas aos meus olhos, à época, aquela era uma oportunidade e tanto de testar o que estava aprendendo na faculdade. Ah, claro, a cobertura era para o Acontece.

O combinado era que faríamos uma edição especial do jornal com seis matérias sobre o Encontro. Des-sa maneira, tive que fazer reportagem e edição. Fiquei muito empolgado e após inúmeras conversas com pro-fessores de várias faculdades de São Paulo, voltei ao prédio Chamberlain para escrever os textos. São momen-tos como esse que nos fazem refletir sobre o Jornalismo. Naquele dia, tive a certeza de que havia escolhido a profissão certa. Só não tinha muita certeza se daria conta de fechar a edi-ção especial.

Naquele semestre, o professor Edson nos desafiou a fazermos uma edição por semana do Acontece. Foi uma experiência muito boa. Vi-mos na prática um pouco da correria que é um fechamento. Tivemos que

Quando podemos errar

aprender, na marra, a trabalhar em equipe, afinal, se a matéria do repórter X não chegar a tempo, o jornal tem que sair do mes-mo jeito. Lembro-me, também, que uma das primeiras matérias que escrevi foi sobre uma tal faixa preferencial para motos que a CET estava im-plementando na cidade. Conver-sei com moto-ciclistas, en-genheiros de tráfego e mo-toristas. Es-crevi o texto e senti uma satisfação tre-menda quando vi a matéria publicada.

Hoje, relen-do aqueles textos, vejo o quanto evo-luímos como profis-sionais em apenas alguns meses. As maté-rias finais, em sua maio-ria, eram muito melhores e mais completas que as primeiras. E, sem dúvida, aquela foi uma época muito importante para a minha carrei-ra. Devo, é claro, boa parte desse desenvolvimen-to ao suporte do professor Edson Capoano e dos colegas,

que sempre leva-ram muito a sério o trabalho do jornal.

Àqueles que co-meçam agora a es-crever para o Acon-tece, lembrem-se que essa é uma opor-tunidade única para errar. Errar por ter entrevistado muita gente. Errar porque sua matéria extra-polou o limite de to-ques. Errar porque não disse tudo o que queria. Afinal, de que vale a faculdade e

seus jornais senão como laboratórios para tentarmos coisas e ideias novas? A edição especial sobre o Encontro de Professores atrasou dois dias. Em uma redação comum eu provavel-mente perderia o emprego. Na fa-culdade, fiquei emocionado quando vi a edição rodando nas mãos dos alunos. (E, claro, não escapei de uma bronca do professor!).Primeiros elogios e primeiras broncas: Acontece

Rafael é mestrando em Letras e repórter da TV Mackenzie

O instinto de repórter do aluno Rafael foi forjado no período de maior produção

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Stephanie LotufoAcontece em 2006

Estou formada há praticamente dois anos e participei do segundo

ano do Jornal Acontece, produzido pela turma de Jornalismo, do Cen-tro de Comunicação e Letras, do Ma-ckenzie. Buscando nos meus arquivos pessoais e pelas minhas contas, pude contribuir em pelo menos seis edições durante o segundo semestre do curso.

Foram jornais para a disciplina de texto e também outros extra-curricu-lares.

O Acontece foi uma das minhas primeiras experiências práticas que tive na faculdade e um grande apren-dizado. Além de mexermos com a re-portagem em si pensando em pautas e procurando entrevistados, nós tínha-mos que fazer todo o resto: editar o texto, tirar as fotografias e, inclusive, paginar a revista. Na época, tivemos que aprender a mexer no programa InDesign, que paginava tudo pelo computador e era uma total novidade.

Foi um grande desafio. Lembro que meus colegas e eu ficávamos sempre fora do horário da aula para produzirmos o jornal. Em algumas edições fui editora e em outras sub--editora, além de repórter. O que isso significa?

Há cem edições, sempre Acontece!

Simples: coordenava as reporta-gens, cobrava os meus colegas, cor-rigia os textos e ajudava os editores, outros colegas de sala, a determinar-mos o que seria reportagem de capa e tudo mais.

A minha grande companheira de reportagem foi a minha amiga Raíssa Abdalla.

Fizemos todas as matérias juntas e foi uma grande parceria! Sempre conseguíamos equilibrar as nossas participações entre conseguirmos os entrevistados, as fotos e a paginação.

O primeiro jornal que participei foi uma cobertura especial no 2º Fo-rExt (Fórum de extensão universitária de discentes). Nunca tinha saído para uma reportagem e fomos para Guaru-lhos, no acampamento do Mackenzie, descobrir, in loco, como era fazer uma matéria. Já faz cinco anos e parece que foi ontem que chegamos ao local, em carro próprio, e fomos ver o que iria acontecer. Como qualquer jornalis-ta, perguntamos. E muito! Tínhamos que saber quem eram os responsáveis pelo evento, quais eram as palestras que iam acontecer e tudo mais. Aos poucos, nossa turma foi se ambien-tando e fazendo as tarefas adequadas. Uma experiência enriquecedora.

Com as aulas na própria faculda-de, coordenadas pelo professor Ed-son Capoano, fomos conseguindo nos ambientar mais com a prática do jor-nalismo escrito, pensamos em outras pautas e produzimos outros jornais.

Relendo as edições que participei, percebi que não corríamos, de fato, atrás das fontes.

É claro que no se-gundo semestre da fa-culdade nem passa pela nossa cabeça procurar-mos as pessoas “exatas” para entrevistarmos. Procuramos através de amigos e parentes a so-lução para nossa repor-tagem. Refletindo sobre isso, acredito que esse esforço deveria ter sido maior, ainda mais que nessa época a maioria de nós ainda tem um certo tempo livre. E

um conselho é de que as próximas turmas que executarem o Acontece procurem fazer isso. Minha formação e meu trabalho atual me fazem pen-sar que os alunos de jornalismo de-vem se esforçar mais nas reportagens práticas. É isso que faz a diferença lá na frente.

Dependendo da área que seguir na carreira, saber procurar um bom en-trevistado é o mínimo no dia a dia. E o Acontece pode ajudar, plantando a se-mentinha da curiosidade nos alunos logo no início do curso.

Outra grande experiência que o Acontece me proporcionou foi poder participar de duas coberturas bem di-ferentes: o Dia Mackenzie Voluntário e a edição especial para o Encontro CCL.

Revendo os jornais e vendo como a minha vida profissional se encontra atualmente chego a uma conclusão: o que mais me atrai no jornalismo e o que eu mais amo na profissão é essa diversidade de assuntos. Não conhe-ço outra atividade que você possa um dia falar sobre voluntariado e no ou-tro sobre palestras de jornalistas de referência. E foi isso que o Acontece me ajudou logo no segundo semestre da faculdade e que de alguma forma sempre levo na vida.

Espero que os alunos que hoje es-tão no segundo semestre e os próxi-mos que virão possam aproveitar ao máximo essa experiência.

Stephanie foi atuante na fase mais produtiva do Acontece

Fazer reportagens, editar, trabalhar fora do horário de aula, resultado: um jornal semanal

Stephanie debutou no jornal com uma matéria escrita em quatro pessoas

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André N. D. FerreiraAcontece 2007/2009 e 2011

A beleza e a força do Jornal-Labo-ratório Acontece está no fato

de é nele que os jovens estudantes debutam na trajetória que os levará ao mercado. É o primeiro lugar em que eles exercitam as técnicas de re-portagem assim como experimentam a competição saudável para publicar seus textos pela primeira vez. A sen-sação de poder que a primeira maté-ria publicada e também a decepção em se ouvir críticas do professor a um texto que eles julgavam perfeito marcarão para sempre estes jovens. E esta força passa também para os professores que os orientam, como eu, que valorizo o Acontece mais que todos os outros produtos do cur-so exatamente por manter a aura da ‘primeira vez’.

Era o início do ano de 2007, quando peguei minhas primeiras turmas de TREP (Teoria de repor-tagem entrevista e pesquisa), eram as turmas J 1 e J 2, e eu fui para a primeira aula.

O Laboratório de TREPNo primeiro dia de aula, girei a

maçaneta do laboratório 44 e me surpreendi por ele nem sequer estar trancado, e, ao abrir a porta, descobri o porquê. A sala estava equipada com uns vinte PowerMacs da série 900, já obsoletos, e que, naquela época, a maioria nem sequer ligava, outros tinham teclados com letras que não funcionavam. Certa vez, a aluna Lae-le Machado, colocou um disquete no drive e ouviu um som de queda: só ha-via um buraco sem driver. Impossível realizar o jornal.

O jeito foi apelar para papel a dia-gramar fora da sala de aula. Durante este primeiro semestre, só um foi pu-blicado. Mas o material foi guardado e, no semestre seguinte, quando o la-boratório 43 foi montado, três alunos voluntários, fora do período de aula, Renato Santana, Mayara Koike e Su-zana Cruz, produziram outros três números.

Acontece diárioNo semestre seguinte, já dividin-

do as turmas com o professor Lucas Pires, decidimos cobrir com o Acon-tece a semana de comunicação, que, naquela época, acontecia durante os cinco dias da semana. Selecionando alguns alunos voluntários, o ritmo pesado fez as primeiras publicações terem problemas, até que atingimos a perfeição na quarta. Os alunos que cobriam as palestras e depois cor-riam para escrever na sala 43, onde a diagramação também era feita, o arquivo finalizado era enviado para a gráfica do Mackenzie, que o impri-mia e, lá pelas 10h, estava nas gôn-dolas. Os alunos que participaram desta experiência adoraram, e os que passaram pelo Acontece com o laboratório antigo, morreram de inveja.

A pauta fácilComo esta é a primeira vez que os

alunos de jornalismo produzem e pu-blicam na vida, a percepção da notí-cia ainda é pouca. Houve duas alunas, Carolina Cagno e Fernanda Kiehl, que optaram por uma pauta fácil: entre-vistar um mendigo. Isto não é apro-priado por diversos motivos, mas as meninas, iniciaram uma conversa com um deles, e, para combinarem a entrevista, elas perguntaram como poderiam encontrá-lo de novo e a res-posta foi surpreendente: “me manda um email”. Neste momento a pauta se transformou no acesso ao mundo digital propiciado pela instalação de computadores nos albergues da cida-de.

O Bom faroCaminhando pela Paulista, a

aluna Fabíola Nascimento, se en-controu em frente ao Parque Tria-non, quando, próxima aos floristas que lá estavam reparou em algumas pequenas mudas com uma plaqui-nha escrita à mão com “me leve para casa”. Curiosa, ela perguntou aos vendedores se aquilo era deles. Ela ouviu que aquilo era deixado por uma outra pessoa. Perguntan-do npelos bares próximos, desco-briu que a pessoa que fazia aquilo

passava de vez em quando por lá. Na vez seguinte, ela o encontrou. Tratava-se de um pedreiro morador do Vale do Paraíba, que plantava as mudinhas, as benzia em sua igreja e distribuía sozinho, tanto na capital, quanto em algumas cidades do lito-ral. A matéria mostrou a vida deste homem, muito próximo do que se considera miséria, fazendo um tra-balho, de forma voluntária, que é responsabilidade do governo.

A pauta recorrenteAlgumas pautas surgem o ano

todo. Assuntos como: “alimentação no Mackenzie”; “O que é o DACAM”; “JUCA”; “Os ambulantes da Itanbé” e “O futuro Metrô na Consolação”. Em 2009, as alunas Olívia Guariba e Domitila Gonzalez, trouxeram esta última. Cético, avisei sobre a pouca chance de execução da pauta, inúme-ras vezes apresentadas, e nunca, de fato, bem executada, mas elas insis-tiram. Três semanas depois eis que surgem com a matéria completa, não só com as informações básicas bem apuradas mas com as fotos exclusi-vas dos subterrâneos em construção da Linha Amarela que elas percorre-ram para fazer a matéria. O resultado para esta matéria foi um só: capa do Acontece.

Com os alunos, um passo de cada vez

Na redação do jornal-laboratório se vivencia todo o drama da reportagem

André realizou seus primeiros jornais sem laboratório

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Renato SantanaAcontece em 2007

Já faz mais de um ano desde que me formei no curso de Jornalis-

mo do Mackenzie e posso dizer que tive muita sorte: mal terminei a gra-duação e já estava trabalhando numa grande empresa. Há mais de um ano sou redator do portal R7, cuidando dos sites e também das redes sociais de alguns programas da Rede Re-cord, como Ídolos e A Fazenda, por exemplo.

O que vou dizer agora pode pare-cer oportunista, em função do con-vite que recebi para escrever para esta centésima edição do Aconte-ce, mas é verdade: até hoje, mui-to do que aprendi na disciplina de Técnicas de Reportagem, Entrevis-ta e Pesquisa Jornalística aparece diariamente no meu dia a dia pro-fissional.

Isso é especialmente importante porque, ao contrário de um jornal--laboratório, em que errar faz parte do caminho, grandes empresas dificil-mente admitem erros.

De forma geral, a única diferença entre as matérias que escrevi para o Acontece e as que escrevo para o R7 é onde elas são publicadas. Fora isso, todas precisam ser apuradas, objeti-vas e ir direto ao assunto.

Mas apesar de todo esse aprendi-zado que o Acontece proporciona – e que é o grande objetivo da disciplina na qual ele se insere –, o que eu re-almente levo como uma das minhas melhores recordações da faculdade é a mudança no projeto gráfico do jor-nal.

Logo na primeira aula de TREP, lembro que o André Nóbrega, um dos professores da disciplina, reuniu os alunos no laboratório de informática e perguntou:

- Por que vocês decidiram se tor-nar jornalistas?

Obviamente, isso gerou as mais diversas respostas, sendo a minha a mais clichê possível. Porém, o que me deixou animado naquele dia foi ter uma sensação mais realista de ser um

jornalista: um la-boratório que pa-recia uma reda-ção, um trabalho organizado de pauta, a publica-ção periódica de notícias que se-riam produzidas por nós mesmos etc.

Todo esse en-tusiasmo me fez ter um olhar mais carinhoso em re-lação ao Aconte-ce. Após ajudar o André a fechar al-gumas edições do jornal, decidi que ele (o jornal, não o André) precisa-ria de uma cara nova.

Passei algu-mas semanas nos laboratórios de informática mexendo no In-Design e pensando em um novo pro-jeto gráfico. Após receber algumas orientações do André, apresentei a ideia para o Vanderlei, que era o co-ordenador do curso naquela época, e ele deu o sinal verde. Foi, incontes-tavelmente, um dos momentos mais gratificantes que tive durante todo o curso.

A mudança do Acontece foi uma grande realização para mim, como estudante, porque era o resultado de uma ambição que eu sempre tive: ser diferente; não ser apenas mais um en-tre os vários alunos que se formam a cada ano no Mackenzie. Aliás, essa é uma característica que dura até hoje na minha vida profissional: faço ques-tão de ser o redator que mais escreve notas, o que menos comete erros, o que mais dá ideias e sugestões de pau-tas etc.

Mais uma vez corro o risco de soar piegas, mas a verdade é simples: a ex-periência que tive no Acontece foi um dos pontos mais importantes na minha formação como jornalista.

Obviamente, isso não acontece com todos. Eu não preciso fazer mui-

to esforço para me lembrar de alunos que levavam a disciplina “nas coxas”, que inventavam entrevistas e que pla-giavam textos, por exemplo.

Talvez alguém já tenha dito isto, mas tudo no mundo é relativo. Para mim, o Acontece foi de grande im-portância acadêmica e, sem hesitar, afirmo que ele me ajudou a ser um profissional melhor. Para outros que se formaram no Mackenzie, contudo, esse charmoso jornal tal-vez não tenha tido impacto algum em suas vidas e, mesmo assim, te-nham se tornado profissionais de sucesso.

Por fim, independentemente de qual seja a opinião de alguém em relação ao Acontece, quero deixar registrado um dos mais importantes conselhos que recebi no Mackenzie: tem gente que passa pela faculdade fazendo quatro anos do mesmo, qua-tro anos sendo quadrado. Porém, o período da faculdade é um dos poucos momentos da carreira de uma profis-sional em que ele pode ousar, inovar e até mesmo testar sabendo que vai não vai dar certo.

Renato Santana foi o primeiro aluno a vencer o prêmio Fernando Pacheco Jordão ligado ao Vladimir Herzog

Vontade acima de tudoO então aluno, Renato Santana, não só escreveu, como diagramou e atualizou o projeto gráfico

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Lucas PiresAcontece 2007/2010

Lá se vão alguns anos de Aconte-ce. Foram vários deles corrigin-

do reportagens, editando textos e até diagramando. Algumas edições saí-ram bem boas, outras nem tantos, e, sou sincero, algumas prefiro esquecer, mas tudo ali é aprendizado, para alu-nos e também professores. Caso con-trário não seria um jornal-laboratório.

O Acontece é o primeiro estágio do aluno com a reportagem. Segundo semestre, a moçada nem sabe o que é reportagem. Pensa que entrevistar pai, mãe, irmão do namorado ou pa-rente de amigo – quando não o pró-prio colega de classe! – é fazer repor-tagem. Longe disso, e o que sempre frisamos ali, naquele momento inau-gural, é que sair de casa e da frente do computador é essencial.

Sem discursos batidos de que jor-nalismo se faz na rua, que é preciso gastar sola de sapato, porque isso já passou. Claro que o jornalista é profis-são tipicamente urbana, de observa-ção dos acontecimentos nas cidades, mas isso não quer dizer que ele tenha que ser exclusivamente feito nas ruas. Produto da modernidade sim, e jus-tamente por isso atualmente ele se faz em qualquer lugar, por qualquer meio – pessoalmente, por telefone, via e-mail, redes sociais, comunica-dor instantâneo, o que vierem mais a inventar. O essencial do jornalismo é ir atrás das coisas, das pessoas, dos acontecimentos, da realidade que está à mostra diariamente.

Jornalista pesquisa, jornalista faz contato, jornalista entrevista, jorna-lista apura, jornalista escreve, jorna-lista pensa e publica. Jornalista corre atrás, vai aonde precisa ir, encontra as fontes certas e mais apropriadas, con-vence quem não quer falar a falar, traz o conhecimento de fontes especializa-das de forma a que todos entendam. Tudo em nome da melhor informa-ção, pensando no que o público quer e precisa conhecer.

O Acontece, dentro de sua hete-rogeneidade de produção, busca trazer

um primeiro passo para essa carreira chamada jornalismo. É quando o aluno tem um veículo onde publicar. Está cer-to que há problemas que inviabilizam a impressão e muitos acabam existindo apenas nos famosos PDFs, mas essa é outra história, para outros 5 anos...

Ajudei na produção do Acontece por 3 anos e meio. Ali vivi muita coisa. Já cobrimos Semana de Comunicação a ponto de publicarmos uma edição por dia do evento; já fizemos edições especiais com perfis e de eleições; já cobrimos até eventos acadêmicos de outros cursos, como o de Psicologia! A experiência foi-me sempre gratifi-cante. Dificuldades são corriqueiras, fazem parte do desafio de lidar com 60 alunos por vez e ter de tirar des-sa miríade de cabeças pensantes uma edição de 8 ou 12 páginas...

Fazer esse jornal amado e odiado ao mesmo tempo impõe a nós, pro-fessores, um contato maior com os

alunos, nos aproxima deles. Sempre vi que turmas com quem trabalhei ali ficaram mais próximas, pois esta-belecemos uma relação quase profis-sional. Eu cobro, corrijo, exijo, critico quando é preciso e elogio quando con-vém. Tal qual um editor, é preciso exi-gir prazo, fontes diversas e dar bronca quando não se cumpre o mínimo de exigência.

Mesmo assim, ouvimos – tanto de quem faz e de quem lê – de tudo a respeito do Acontece. Nas conver-sas de elevador você escuta coisas do tipo: “Não presta”, “Ninguém lê”, “ O professor X meteu o pau no jor-nal”, e por aí vai. Mas também já ouvi coisas boas, elogiando reportagens e tudo mais. Mas o melhor é ver o alu-no com vários exemplares nas mãos. “Tô levando para casa para dar pro pessoal de lá”. A primeira publicação a gente nunca esquece. Vida longa ao Acontece.

Vida longa ao Acontece

O professor Lucas produziu o Acontece com muitas turmas

“Algumas edições sairam boas, outras nem tanto, e, sou sincero, algumas prefiro esquecer”

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Gustavo QuattroneAcontece em 2009

Quando concluímos o Jardim, sa-bemos que estamos nos encami-

nhando para o Ensino Fundamental. Quando concluímos o Ensino Funda-mental, sabemos que chegou a hora de cursar o Ensino Médio. Mas e quando concluímos o Ensino Médio, o que fa-remos na sequência?

As opções são tantas: Adminis-tração, Marketing, Engenharias, Ar-quitetura, Matemática, Letras, De-sign etc. Eu poderia ocupar todo esse espaço apenas levantando todas as opções de cursos universitários exis-tentes no mercado. Só na revista Al-manaque do Estudante 2011 existem 503 carreiras diferentes para se esco-lher. Isso sem contar deixar os estu-dos para se dedicar a uma atividade remunerada, o que nunca passou por minha cabeça.

Comecei a cursar Jornalismo (com o nome de Comunicação Social na UP Mackenzie) no começo de 2009. Para minha surpresa, a grade curri-cular havia acabado de sofrer algumas modificações. E a primeira turma a experimentá-la era a minha. Segundo

O Acontece é a primeira ferramenta que nos ensina o que é o jornalismo de verdade

Uma nova grade, o mesmo Acontece

a Universidade, o curso estaria mais voltado para a preparação do aluno para o mercado de trabalho, propon-do-se a ser mais prático.

Não posso comparar a nova grade curricular com a antiga, até porque não tive a oportunidade de conhecê--la profundamente. Mas não tenho muito ao que me queixar da nova grade. Claro, sempre há uma disci-plina ou outra que não entendemos o sentido, mas tudo é bagagem para quem está interessado em absorver conhecimento.

Quando começamos a estudar Jornalismo logo pensamos: “escre-ver todo mundo sabe, é fácil, fácil”. Mas nem sempre todos nascem com o dom da escrita. E ela, como tudo na vida, pode ser aprendida e aperfeiço-ada. Para isso, é necessário ler muito, mas ler atentamente e não apenas ler por ler. Isso eu só aprendi com o de-correr do curso. E além de ler, exer-citar. Só escreve bem quem escreve muito.

E nesse aspecto, eu penso que a atual grade curricular de Comunica-ção Social – Jornalismo é muito boa. Nós alunos fomos, desde o primeiro semestre, muito incentivados a ler e a escrever muito. Logo no primeiro semestre, em Conceitos Fundamen-tais do Jornalismo e da Notícia, fo-mos avaliados por textos posta-dos em um blog que deveria ser atualizado mais de uma vez por semana.

Já no segundo semestre, tive-mos contato com outra ferramen-ta de aperfeiçoamento de texto, um jornal laboratório. O Acon-tece, que chega agora a sua 100ª edição, foi o primeiro jornal labo-ratório para o qual escrevemos. De um total de quatro edições, eu, juntamente com minha dupla (Rafael Bueno), estive presente em três.

O Acontece é um jornal mui-to importante para o nosso de-senvolvimento profissional. Por meio dele, apresenta-se o que é o real Jornalismo. Parece fácil pro-duzir uma reportagem impressa, mas as informações procuradas e as fontes nem sempre são encon-tradas facilmente. No caso das

fontes, talvez por falta de vontade em colaborar com meros estudantes. Já com relação às informações, talvez nós mesmos não soubéssemos onde encontrá-las. Além disso ainda há a criação de um estilo próprio de escri-ta, aprendizados de como se escrever um texto jornalístico, como usar cita-ções, aspas simples e duplas, verbos descentes etc.

Mas não apenas isso torna o Acon-tece uma interessante ferramenta. O jornal aguça nos jovens jornalistas o desejo de ter seu esforço estampado em um veículo de comunicação. Ain-da que sendo um veículo que circula apenas internamente ao prédio de Comunicação e Letras, o jornal é um estímulo ao jovem jornalista que sabe que alguém lerá seu texto, ainda que por curiosidade, mas lerá.

No Mackenzie, outros veículos laboratórios também possuem essa função. O jornal Comum, o Diretriz e o Maria Antônia (ainda que o último tenha maior repercussão e tiragem que os demais) são bons exemplos. Hoje, estou cursando no 6˚ semestre e sei que a universidade tem dado óti-mas oportunidades para desenvolvi-mento de potencial. E sei também que as oportunidades devem ser aprovei-tadas desde já.

Gustavo conseguiu a capa do primeiro Acontece na grade nova

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Apesar de sua mo-déstia em relatar a ex-periência no Acontece, em 2008, nesta primei-ra tentativa, Renato não conseguiu aprovação. Na segunda vez, ele for-mou parceria com um aluno, também fazendo pela segunda vez, que desistiu da disciplina no meio do semestre, dei-xando-o ‘na mão’, por assim dizer.

No semestre seguinte. houve outra tentativa frustrada de aprovação, mas desta vez, ele próprio deixou de cursar a universidade por algum tempo.

Eis que, finalmente, em 2011, o intrépido Renato Blasco retorna para o curso, este que, com uma grade diferente, ele não mais cursa-ria TREP e sim Pauta e Apuração, para executar, novamente, matéria para o Acontece.

Desta vez a história foi diferente. Em parceria com Eduardo Wata-nabe, ele concluiu sua história no jornal-labotatório conseguindo pu-blicar uma segunda matéria, desta vez retratando os guardadores de carro, publicada na recente edição 92.

Mas não se sinta excluido, Renato, o Acontece é a sua casa, as portas estão abertas para a sua nova participação, que, com esta, já se somam cinco semestres de participação.

Renato BlascoAcontece 2008/2009 e 2011

O aluno que mais ‘aconteceu’

Ao entrar na faculdade me depa-rei com um mundo totalmente

novo, algo que jamais pensei em um dia conhecer. Também pudera, afi-nal sou de Santos uma cidade rela-tivamente pequena, apesar de ser a maior do litoral paulista e ter o maior porto da América Latina. Para fazer a Universidade tive de mudar de cida-de e enfrentar a aquela que é literal-mente uma selva de pedras, a grande São Paulo.

O começo não foi nada fácil, ficar sozinho trancafiado em um aparta-mento sem conhecer ninguém é no mínimo uma experiência estranha, pelo menos no seu começo. Mas era algo do que não tinha o que reclamar, pois eu mesmo que escolhi essa mu-dança radical de vida. E essa vivência adquirida fez com que eu crescesse

como pessoa. Enfim, quando come-cei as aulas na faculdade não tinha certeza se era isso realmente o que eu queria para a minha vida, ficar es-crevendo textos e lendo as teorias do jornalismo, Edgar Morrin virou quase um parente de tanto que li sobre o fi-lósofo.

Confesso que eu era um tanto quanto desleixado, “empurrava tudo com a barriga”. A única coisa que eu fazia direito e com vontade eram as matérias para o jornal Acontece. Era uma forma com certeza de estar mais próximo de uma provável rea-lidade após a conclusão dos estudos. Lembro de muitas matérias, mas uma foi marcante. Claro que a maté-ria falava sobre o São Paulo Futebol Clube, uma de minhas paixões. Ao lado do meu parceiro de pauta e ma-téria, Fábio Gomes (um grande ami-go,) fui ao estádio do Morumbi ver o jogo do campeonato brasileiro entre São Paulo e Barueri, para depois falar com integrantes de uma nova torcida.

Matéria separadas por quase quatro anos

O grupo de torcedores estavam pela primeira vez reunidos para ver um jogo do tricolor “in loco”, eles pre-gavam uma nova maneira de torcer, que se baseava em empurrar o time a todo instante, com novas musicas e o hino do clube, sem jamais xingar os jogadores. Mas vocês devem estar se perguntando, por que me marcou tanto essa matéria. Simplesmente me marcou, pois lá eu estava enxergan-do a mim mesmo como um jornalis-ta totalmente imparcial, e não como um mero torcedor que quando o seu time perde fica irritado com tudo e com todos. Sem duvidas foi a primei-ra grande experiência que tive como jornalista.

Entrei jovem na faculdade, com apenas 19 anos. Era muito imaturo e achava que aula não era nada impor-tante, queria ficar no bar conhecendo as pessoas. Mas isso mudou, tranquei a faculdade por um período de seis meses, fiz alguns cursos e viajei para fora, logo que acabei o quarto semes-tre, e quando voltei minha cabeça es-tava totalmente mudada, agora com 23 anos sei que estou mais maduro e penso em só ficar na sala de aula e es-tudar, e o bar que fique para depois, conheço pessoas do mesmo jeito já que com a mudança de grade estou fazendo muitas matérias em diversas salas.

Fato é que a faculdade é um lugar incrível, onde convivemos com pes-soas totalmente diferentes da gente e com um mundo totalmente inexplo-rável, não troco essa fase da vida por nada.

Com muita esforço Renato Blasco deixou sua marca no jornal-laboratório

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Olivia GuaribaAcontece em 2008

A dona do recorde de publicaçõesA pequena Olivia Guariba teve todas as sua matérias publicadas e ganhou uma capa de edição,

performance até hoje não igualada por outro aluno regular no Acontece

O sonho de todo estudante de jor-nalismo é ter uma matéria pu-

blicada, e se essa for capa, melhor ainda. O meu não era diferente do de ninguém e além de conseguir a capa, ainda tive todas as minhas matérias publicadas.

No primeiro ano de faculdades, mais especificamente no segundo se-mestre do curso de jornalismo pude realizar esse sonho. Os alunos deve-riam fazer reportagens para o jornal laboratório Acontece e minha par-ceira de reportagem e eu decidimos fazer sobre a Linha - 4 Amarela do metrô.

É um assunto muito batido, dizia todos, inclusive meu professor. Mas insisti na pauta, porque prometi que minha matéria seria diferente e abor-daria outro ângulo, e que não cairia

na mesmice. Decidimos que tentaríamos entrar na obra do metrô e fazer uma maté-ria sob os trilhos do metrô, literalmente.

Sim, entramos na obra da Linha - 4 Amarela nas estações de Higienópolis- Mackenzie e República e fomos acompanhadas pelo engenheiro Waldir Gian-notti durante todo o trajeto, munidas de capacete laran-ja, botas, bloco de anotação e maquina fotográfica.

Andando pelo “submun-do” do metrô descobrimos que o que difere essa obra das demais, é o Schield uma escavadeira de 75 metros de comprimento e 1800 to-neladas que, durante a es-cavação, não emite ruídos e vibrações na superfície do solo.

A estação República foi inaugu-rada com um ano de atraso, mais a

minha matéria foi um sucesso, con-seguimos a tão almejada capa da pri-meira edição do Acontece do nosso se-mestre. Mais a melhor experiência foi poder estar a 32 metros da superfície e conhecer como funciona uma obra dessa magnitude e que vai mudar a vida de milhares de pessoas.

Impulsionada pelo sucesso, pu-blicamos uma matéria sobre a então recente Lei Antifumo no Estado de São Paulo e seus prós e contras para os fumantes e donos de bares e bala-das na capital paulista. Aproveitamos para traçar um paralelo entre a déca-da de 70, quando fumar significava ter status e ser Cult e era estimulado pela Indústria cinematográfica de Hollywood, e os dias de hoje.

Outras matérias que entraram para o curriculo foram o Festival do Minuto, ocorrido no Masp e Bem Es-tar e exercícios físicos. O Acontece é importante porque é a primeira oportunidade de escrever uma ma-téria de cunho jornalístico que temos na faculdade, o ambiente simula uma redação de jornal, onde aprimoramos técnicas de reportagens, entrevistas, fotografias, sentimos a pressão do prazo de entrega e a competitividade para obter a melhor matéria ou até um furo.

Olivia fez intercâmbio em Salamanca