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S1C4T2 Fl. 2 1 1 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10280.722150/201193 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1402001.277 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 4 de dezembro de 2012 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO IRPJ Recorrente COMPAR COMPANHIA PARAENSE DE REFRIGERANTES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO:IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007 BENEFÍCIO FISCAL. REDUÇÃO DO IRPJ. FRUIÇÃO. O benefício fiscal de redução do IRPJ, fundamentado no artigo 1º da Medida Provisória nº 2.19914/2001, com as alterações promovidas pela Lei nº 11.196/2005, cuja expedição do laudo constitutivo do direito ocorreu após o anocalendário subsequente ao de início de operação do projeto beneficiado, tem termo inicial de fruição no anocalendário de expedição do laudo. SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO. CRÉDITOS PRESUMIDOS DE ICMS. EXISTÊNCIA DE VINCULAÇÃO E SINCRONISMO. CARACTERIZAÇÃO Os valores correspondentes ao benefício fiscal de redução de ICMS, decorrentes da obtenção de créditos presumidos, que possuam vinculação, ainda que indireta, com a aplicação dos recursos em bens ou direitos referentes à implantação ou expansão de empreendimento econômico, caracterizam como subvenção para investimento, podendo ser excluída na determinação do lucro real. PIS/COFINS. BASE DE CÁLCULO. SUBVENÇÕES. O PIS e a COFINS tem como base de cálculo o valor do faturamento (receita bruta) mensal auferido pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade exercida ou a classificação contábil adotada para suas receitas. As subvenções obtidas do poder público, tais como os créditos presumidos de ICMS, independentemente de sua classificação contábil, são receitas do subvencionado, devendo, portanto, integrar a base de cálculo da contribuição. Recurso Voluntário Provido em Parte. ACÓRDÃO GERADO NO PGD-CARF PROCESSO 10280.722150/2011-93 Fl. 5429 DF CARF MF Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓPIA Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA, Assinado digital mente em 27/12/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO

ACORDAO 1402-001.277 - SUBVENÇÃO

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    1S1C4T2 MINISTRIODAFAZENDA

    CONSELHOADMINISTRATIVODERECURSOSFISCAISPRIMEIRASEODEJULGAMENTO

    Processon 10280.722150/201193Recurson VoluntrioAcrdon 1402001.2774Cmara/2TurmaOrdinriaSessode 4dedezembrode2012Matria AUTODEINFRAOIRPJRecorrente COMPARCOMPANHIAPARAENSEDEREFRIGERANTESRecorrida FAZENDANACIONAL

    ASSUNTO:IMPOSTOSOBREARENDADEPESSOAJURDICAIRPJ

    Anocalendrio:2007

    BENEFCIOFISCAL.REDUODOIRPJ.FRUIO.Obenefciofiscalde reduo do IRPJ, fundamentado no artigo 1 da Medida Provisria n2.19914/2001,comasalteraespromovidaspelaLein11.196/2005,cujaexpedio do laudo constitutivo do direito ocorreu aps o anocalendriosubsequente ao de incio de operao do projeto beneficiado, tem termoinicialdefruionoanocalendriodeexpediodolaudo.

    SUBVENO PARA INVESTIMENTO. CRDITOS PRESUMIDOS DEICMS. EXISTNCIA DE VINCULAO E SINCRONISMO.CARACTERIZAO Os valores correspondentes ao benefcio fiscal dereduo de ICMS, decorrentes da obteno de crditos presumidos, quepossuam vinculao, ainda que indireta, com a aplicao dos recursos embens ou direitos referentes implantao ou expanso de empreendimentoeconmico, caracterizam como subveno para investimento, podendo serexcludanadeterminaodolucroreal.

    PIS/COFINS.BASEDECLCULO.SUBVENES.OPIS e aCOFINStem como base de clculo o valor do faturamento (receita bruta) mensalauferidopelapessoa jurdica,sendo irrelevanteo tipodeatividadeexercidaouaclassificaocontbiladotadaparasuasreceitas.Assubvenesobtidasdo poder pblico, tais como os crditos presumidos de ICMS,independentemente de sua classificao contbil, so receitas dosubvencionado,devendo,portanto,integrarabasedeclculodacontribuio.

    RecursoVoluntrioProvidoemParte.

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    PGD-C

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    10280.7

    22150/2

    011-93

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    Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO

    10280.722150/2011-93 1402-001.277 PRIMEIRA SEO DE JULGAMENTO Voluntrio Acrdo 4 Cmara / 2 Turma Ordinria 04/12/2012 AUTO DE INFRAO - IRPJ COMPAR COMPANHIA PARAENSE DE REFRIGERANTES FAZENDA NACIONAL Recurso Voluntrio Provido em Parte Crdito Tributrio Mantido em Parte CARF Relator 2.0.1 14020012772012CARF1402ACC Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurdica - IRPJ Ano-calendrio: 2007 BENEFCIO FISCAL. REDUO DO IRPJ. FRUIO. O benefcio fiscal de reduo do IRPJ, fundamentado no artigo 1 da Medida Provisria n 2.199-14/2001, com as alteraes promovidas pela Lei n 11.196/2005, cuja expedio do laudo constitutivo do direito ocorreu aps o ano-calendrio subsequente ao de incio de operao do projeto beneficiado, tem termo inicial de fruio no ano-calendrio de expedio do laudo. SUBVENO PARA INVESTIMENTO. CRDITOS PRESUMIDOS DE ICMS. EXISTNCIA DE VINCULAO E SINCRONISMO. CARACTERIZAO - Os valores correspondentes ao benefcio fiscal de reduo de ICMS, decorrentes da obteno de crditos presumidos, que possuam vinculao, ainda que indireta, com a aplicao dos recursos em bens ou direitos referentes implantao ou expanso de empreendimento econmico, caracterizam como subveno para investimento, podendo ser excluda na determinao do lucro real. PIS/COFINS. BASE DE CLCULO. SUBVENES. O PIS e a COFINS tem como base de clculo o valor do faturamento (receita bruta) mensal auferido pela pessoa jurdica, sendo irrelevante o tipo de atividade exercida ou a classificao contbil adotada para suas receitas. As subvenes obtidas do poder pblico, tais como os crditos presumidos de ICMS, independentemente de sua classificao contbil, so receitas do subvencionado, devendo, portanto, integrar a base de clculo da contribuio. Recurso Voluntrio Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para cancelar a exigncia referente ao IRPJ e CSLL incidentes sobre as subvenes. Por maioria de votos, manter a exigncia do PIS e da Cofins, vencidos os Conselheiros Carlos Pel e Moiss Giacomelli Nunes da Silva.. Tudo nos termos do relatrio e voto que passa a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo Henrique Magalhes de Oliveira - Relator (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto - Presidente Participaram da sesso de julgamento os conselheiros: Antnio Jos Praga de Souza, Carlos Pel, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhes de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. COMPAR COMPANHIA PARAENSE DE REFRIGERANTES recorre a este Conselho contra a deciso proferida pela DRJ em primeira instncia, que julgou procedente a exigncia, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto n 70.235 de 1972 (PAF).Adoto o relatrio da deciso recorrida (verbis):Versa o presente processo sobre o(s) Auto(s) de Infrao de fls. 545-577, relativo(s) ao Imposto de Renda Pessoa Jurdica-IRPJ, Contribuio para o Programa de Integrao Social-PIS, Contribuio para Financiamento da Seguridade Social-COFINS e Contribuio Social Sobre o Lucro Lquido-CSLL, ano(s)-calendrio 2007, com crdito total apurado no valor de R$ 19.956.622,77, incluindo o principal, a multa de ofcio e os juros de mora, atualizados at 29/07/2011.De acordo com a fatos narrados pela autoridade lanadora, o sujeito passivo incorreu na(s) seguinte(s) infrao(es):- Contabilizao imprpria de subvenes, com reflexos na apurao do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS;- Reduo indevida de IRPJ.Para fundamentar a infrao a autoridade lanadora descreve que:001 - SUBVENES - CONTABILIZAO IMPRPRIA[...] verificamos a contabilizao de recursos transferidos da conta n 2.1.04.01.0022-0 - ICMS Normal e Outros, do grupo Impostos/Taxas/Contribuies do Passivo Circulante para a Conta n 2.4.02.01.0002-4 -Incentivo do ICMS, do sub-grupo Reservas de Capital, do grupo Reservas Patrimoniais pertencente ao Patrimnio Liquido; tais recursos no transitaram pela Conta de Resultado. Na parte "B" do Livro LALUR, bem como na DIPJ, no consta registro de ajuste do Lucro Lquido do Exerccio relativo a estes recursos, portanto, referidos recursos no foram oferecidos a tributao.[...] o contribuinte apresentou cpia do Projeto de Reduo do ICMS - Reviso e Prorrogao do Beneficio Fiscal datado de agosto de 2003 e cpia dos Decretos estaduais que concedem Crdito Presumido de 95% do ICMS apurado.[...] a Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Cincia e Tecnologia encaminhou-nos cpia do projeto que subsidiou a concesso de incentivos fiscais e planilhas que foram base para convalidao do benefcio fiscal por meio do Decreto n 2.667 de 15/12/2006; e cpia do requerimento da Compar a essa Secretaria, onde solicita que seja restabelecido o crdito presumido de 95%, calculado sobre o ICMS apurado, correspondentes as sadas dos produtos fabricados pela requerente no Estado do Par. [...] o projeto encaminhado o mesmo "Projeto de Reduo do ICMS - Reviso e Prorrogao do Beneficio Fiscal datado de agosto de 2003" entregue pela fiscalizada.A verso primitiva do Projeto de Reduo do ICMS, que no foi disponibilizado a esta fiscalizao, teve concesso de benefcios fiscais atravs do Decreto rt 3.857/99; posteriormente novo Projeto de Reduo do ICMS - Reviso e Prorrogao do Benefcio Fiscal, de agosto de 2003, teve concesso de benefcios formalizado atravs do Decreto n 507/2003, que veio a ser alterada pelos Decretos nos 1.594/2005, 2.036/2006. O Decreto n 2.667/2006 concede crdito presumido de 95% sobre o ICMS apurado a partir de data de publicao ocorrida em 18/12/2006. Os Decretos citados neste pargrafo so do Governo do Estado do Par.O contribuinte comprovou aquisio de bens para o parque fabril em valores compatveis com o benefcio recebido do ICMS, entretanto, o Projeto no vincula a destinao dos valores advindos da reduo do ICMS aquisio de bens ou direitos para implantao ou expanso do empreendimento econmico. Assim, no h vinculao entre o incentivo e a aquisio de bens, isto , o contribuinte no est obrigado a qualquer contrapartida em aquisio de bens e direitos para usufruir do incentivo fiscal do ICMS. A falta de vinculao exclui a possibilidade de que os valores da reduo do ICMS gozem do beneficio previsto no artigo 443 do RIR/99, enquadrando-se no inciso I do artigo 392 do mesmo diploma legal.Desta forma o contribuinte infringiu a legislao tributria, por contabilizar subvenes diretamente em conta de Patrimnio Lquido, sem transitar pelo Resultado do Exerccio, tampouco lanou o valor da referida subveno nas Adies da ficha 09A -Demonstrao do Lucro Real - PJ em Geral da DIPJ do ano calendrio 2007; como tambm deixou de lanar nas Adies da ficha 17 - Clculo da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido.[...]002 - EMPRESAS INSTALADAS NA REA DA SUDAM. REDUO. INOBSERVNCIA DOS REQUISITOS LEGAISO contribuinte informou na Declarao de Informaes Econmico-Fiscais da Pessoa Jurdica - DIPJ do ano calendrio de 2007:a) Ficha 28 - Atividades Incentivadas - PJ em Geral:001. Beneficio Fiscal - Reduo de 75%; Projeto - Modernizao; Ato Concessrio - PROT. 59431/0667/03-36; Prazo de Vigncia - 01/01/2003 a 31/12/2012;002. Beneficio Fiscal - Reduo de 75%; Projeto Modernizao; Ato Concessrio Laudo Constitutivo 104/2004; Prazo de Vigncia - 01/01/2004 a 31/12/2013.b) Ficha 12A - Clculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real - PJ em Geral: Linha 10. (-) Iseno e Reduo do Imposto = R$ 1.178.909,92.Solicitado a apresentar ato de reconhecimento de iseno/reduo do IRPJ para o ano calendrio de 2007, o contribuinte manteve-se silente. O Servio de Orientao e Anlise Tributria - SE0RT da Delegacia da Receita Federal em Belm - DRF/BEL enviou-nos Memorando SEORT/DRFB/BEL N 076/2011 encaminhando cpia do Parecer 0378/2011 de 13/04/2011, e Despacho Decisrio de mesma data que indefere o "Pedido de Reconhecimento do Direito ao Beneficio de Reduo do Imposto de Renda e Adicionais no Restituveis, calculados com base no Lucro da Explorao formulado por COMPAR COMPANHIA PARAENSE DE REFRIGERANTES.Desta forma o contribuinte infringiu a legislao tributria, ao utilizar indevidamente Reduo de 75% do Imposto de Renda no ano calendrio de 2007.[...]Sobre a exigncia principal foi aplicada a multa de ofcio de 75 %.

    O sujeito passivo tomou cincia do lanamento em 25/08/2011 (fls. 546, 554, 563 e 572) e apresentou sua impugnao em 26/09/2011 (fls. 583-618, 1779-1808, 2957-2989, 4163-4191), na qual alegou em sntese que:Da subveno para investimentoEm 2003, apresentou o Projeto de Reduo de ICMS Reviso e Prorrogao de beneficio Fiscal, pretendendo a prorrogao e a ampliao de beneficio fiscal anteriormente concedido pelo Estado do Par. O pleito tinha como fundamento a necessidade de expanso no atendimento do mercado consumidor local, tanto por meio do aumento de sua produo, como atravs de uma maior eficincia no processo de distribuio;O projeto - que se centrava na concesso de crditos presumidos nas sadas internas e interestaduais de seus produtos, alm de crdito compensatrio em razo de prejuzos acumulados at aquela data - fundava-se nas disposies dos art. 2, 3 e 4 da Lei n 6.489/02, de onde se extrai que a principal finalidade dos incentivos concedidos pelo Estado do Par era a consolidao, modernizao e ampliao da indstria, comrcio e prestao de servios locais;O projeto previa um crescimento da utilizao da mo-de-obra ao longo de seis anos. Previa tambm investimentos em imobilizaes fixas, destinados renovao de bens depreciados;As subvenes recebidas tiveram sua utilizao fiscalizada pela Comisso de Poltica de Incentivos ao Desenvolvimento Scio-Econmicos do estado do Par e foram registradas nos livros fiscais da impugnante, constituindo reserva de capital at sua efetiva utilizao, de modo a no afetar o resultado da empresa e, conseqentemente, no distribuir lucros indevidos aos scios;Parte significativa dos recursos foi concentrada em aquisies e reposies de bens e direitos em operao, tais como: veculos; equipamentos para eventos promocionais; mquinas, equipamentos e instalaes industriais; equipamentos para processamento de dados; e vasilhames e embalagens;Os investimentos realizados igualaram as subvenes recebidas. O que demonstra o comprometimento da impugnante com o projeto;O benefcio fiscal recebido culminou na expanso da participao impugnante no mercado consumidor local, gerando empregos, aumento nas vendas e elevao no recolhimento de tributos;Apresenta por amostragem as Notas Fiscais que confirmam a mutao do seu ativo permanente, em conformidade com as subvenes recebidas;Considerando o exguo tempo para levantamento dessas notas fiscais, requer a juntada posterior de novos documentos;A subveno para investimento diferencia-se da subveno para custeio pelo fato daquela ter por objetivo capitalizar a empresa privada subvencionada. Nesse sentido o julgamento do Recurso n 145121. proferido pela Stima Cmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, em 20/09/2006, em que, atravs de um estudo semntico da palavra subveno, define-a como auxilio em pecnia, sem carter compensatrio, dos poderes pblicos ao ente privado;A subveno para investimento no pressupe a aplicao dos recursos recebidos no ativo permanente da pessoa jurdica e podem ser destinadas a aumentar o capital de giro da empresa;Verificada a inteno do subvencionador em conceder recursos aos investimentos da impugnante e efetivada a aplicao da subveno nos investimentos previstos para a expanso do empreendimento econmico, inconteste, ento, o enquadramento do recebimento da subveno art. 38, 2, do Decreto-Lei n 1.598/77 e Art. 443 do RIR/99;Os bens adquiridos foram expressamente previstos no projeto, em especial, no Quadro II.4, relativo Imobilizaes Fsicas Existentes, e no Quadro III.5, relativo Depreciao, Amortizao, Manuteno e Seguros do Ativo Imobilizado, em sua maioria, destinados a reposio de bens diretamente ligados operao, tendo por fim ltimo o aumento do atendimento do mercado consumidor local, por meio do aumento da produtividade e uma maior eficincia na produo e distribuio;A mera comprovao que os investimentos recebidos foram aplicados em bens de capital, como bem demonstrou as decises citadas e o Parecer Normativo CST n 112/78, afasta qualquer tentativa de enquadramento das subvenes recebidas do Estado do Par no Art. 392, I, do RIR/99, pois, plenamente identificada a inteno do ente Pblico em subvencionar e a efetiva e especfica aplicao da subveno nos investimentos previstos para a expanso do empreendimento econmico; A regularizao do projeto perante a Comisso da Poltica de Incentivos ao Desenvolvimento Scio-Econmico do Par ver ofcios recebidos e esclarecimentos prestados caracterizam o benefcio fiscal como subveno para investimento;Da reduo do IRPJEm 2003, apresentou projeto junto Agncia de Desenvolvimento da Amaznia pretendendo o reconhecimento do direito iseno de 75% do Imposto de Renda e Adicionais no restituveis, por 10 (dez) anos, calculado com base no lucro da explorao dos produtos, nos termos definidos no art. 1, 4, da Medida Provisria n 2.199-14/2001, e Decreto n 4.212/2002, art. 2, inciso VI, alnea h;Nos termos dessa legislao, a Impugnante tem at o ano de 2013 para ter seu projeto negado pela Administrao, possuindo at essa data, por fora do prprio art. 1, 1 da Medida Provisria n 2.199-14/2001, amplo direito iseno;A iseno foi concedida por prazo certo (dez anos) e sob condio onerosa (instalao, modernizao, ampliao ou diversificao). Tal argumento conforma-se com a exceo ao princpio da plena revogabilidade isencional (art. 178, do CTN), razo pela qual no pode ser alterada, revogada ou limitada pela demora na anlise do projeto apresentado;Encontrando-se o benefcio de iseno vinculado proposta de investimento do contribuinte (art. 178 do CTN), bvio que a implantao e operao do empreendimento deve gozar, desde logo, do beneficio de sua iseno do Imposto de Renda, como determina o art. 1, 1 da Medida Provisria n 2.199-14/2001, sendo a aprovao do benefcio ato meramente declaratrio;Ainda que se entenda ser a aprovao do projeto requisito indispensvel ao gozo da iseno, mesmo assim no se poderia admitir que essa anlise poderia demorar indefinidamente, pois, mesmo submetido administrao em 2003, at o presente momento no recebeu a contribuinte qualquer resposta. Um total desrespeito ao artigo 24 da Lei n 9.784/99, inciso LXXVIII, do art. 5 e art. 37, ambos da Constituio Federal;Da impossibilidade de tributao do PIS e COFINSO crdito presumido de ICMS no se constitui receita, seja do ponto de vista contbil, seja do ponto de vista econmico-financeiro, porquanto se destinam unicamente ao subvencionamento de atividade incentivada;Quando do recebimento dos valores relativos s vendas de seus produtos o contribuinte suporta, sobre o montante ingressado na contabilidade a tal ttulo, a incidncia do PIS e COFINS;O STJ j se posicionou no sentido que os crditos concedidos de ICMS no se caracterizam receita, porquanto no inexiste incorporao ao patrimnio das empresas ;O TRF da 4 Regio tambm j se pronunciou no sentido que os crditos presumidos de ICMS, concedidos pelos Estados-Membros, no se constituem receitas ou faturamento da empresa, base de clculo das contribuies PIS e COFINS, mas verdadeira renuncia fiscal, com o intuito de incentivar o desenvolvimento de determinados setores da economia;No caso da impugnante, o crdito presumido, constitui-se tpica subveno para investimento, devendo ser registrada diretamente na conta de reserva de capital, sem trnsito pelo resultado;Por fim, a recorrente ainda pede:O reconhecimento da autenticidade dos documentos acostados defesa, nos termos do art. 356, IV, CPC;Realizao de percia, caso haja dvidas sobre as declaraes, registros e demonstraes financeiras.A deciso recorrida est assim ementada:DECISES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decises administrativas em casos concretos no se constituem em normas gerais. Inaplicvel, portanto, a extenso de seus efeitos, de forma genrica, a outros casos.DECISES JUDICIAIS. EFEITOS. As decises judiciais, com efeito inter partes, no podem ser aplicadas a outros casos.DILIGNCIA/PERCIA. A realizao de diligncia/percia no se presta produo de provas que o sujeito passivo tinha o dever de trazer colao junto com a pea impugnatria.SUBVENO PARA INVESTIMENTO. CRDITOS PRESUMIDOS DE ICMS. INEXISTNCIA DE VINCULAO E SINCRONISMO. DESCARACTERIZAO - Os valores correspondentes ao benefcio fiscal de reduo de ICMS, decorrentes da obteno de crditos presumidos, que no possuam vinculao com a aplicao especfica dos recursos em bens ou direitos referentes implantao ou expanso de empreendimento econmico, no se caracterizam como subveno para investimento, devendo ser computados na determinao do lucro real.BENEFCIO FISCAL. REDUO DO IRPJ. FRUIO. O benefcio fiscal de reduo do IRPJ, fundamentado no artigo 1 da Medida Provisria n 2.199-14/2001, com as alteraes promovidas pela Lei n 11.196/2005, cuja expedio do laudo constitutivo do direito ocorreu aps o ano-calendrio subsequente ao de incio de operao do projeto beneficiado, tem termo inicial de fruio no ano-calendrio de expedio do laudo.BASE DE CLCULO. SUBVENES. O PIS tem como base de clculo o valor do faturamento (receita bruta) mensal auferido pela pessoa jurdica, sendo irrelevante o tipo de atividade exercida ou a classificao contbil adotada para suas receitas. As subvenes obtidas do poder pblico, tais como os crditos presumidos de ICMS, independentemente de sua classificao contbil, so receitas do subvencionado, devendo, portanto, integrar a base de clculo da contribuio.(...)Impugnao Improcedente. Crdito Tributrio Mantido.

    Cientificada da aludida deciso, a contribuinte apresentou recurso voluntrio, no qual contesta os fundamentos da DRJ e, ao final, requer o provimento. Transcreve-se a sntese das alegaes recursais: IV - AS RAZES DE MRITO QUE IMPEM O CANCELAMENTO DAS EXIGNCIAS ORA QUESTIONADASConforme ser demonstrado a seguir, a deciso de primeira instncia que legitimou o lanamento formulado pela Receita Federal Brasil merece ser reformada, porquanto as subvenes recebidas do Estado do Par atravs dos Decretos ns. 507/2003, 1.594/05 e 2.667/2006, alm de devidamente fundamentadas no Interesse Pblico, foram concedidas com base em "Projeto de reduo de ICMS - Reviso e Prorrogao de benefcio Fiscal" submetido pela Recorrente ao Estado visando a expanso no atendimento do mercado consumidor do Par, tanto por meio do aumento de sua lucratividade, como atravs de uma maior eficincia em produo e distribuio.Tais objetivos, que se encontravam em total consonncia com a Lei n 6.489/02 e Decreto n 5.615/02 (regulamento), buscavam a recuperao da Recorrente junto ao mercado consumidor local, duramente seviciado nos ltimos anos em razo da concorrncia desleal praticada por O empreendimentos margem da lei, que alm de no cumprir com suas obrigaes fiscais e trabalhistas, pem em risco a sade dos consumidores com a comercializao de produtos de pouca qualidade e nenhum controle sanitrio.Por conseguinte, pretende a Recorrente demonstrar o pleno enquadramento das subvenes recebidas do Estado do Par nos ditames do 2, art. 38, do Decreto-Lei n 1.5984 e art. 443 do RIR/995, pois, comprovada a pr-inteno do Estado em transferir capital para a iniciativa privada visando o interesse pblico, e respeitado esse interesse com o direcionamento pr-acordado dos recursos recebidos, CARACTERIZADA SE ENCONTRA A SUBVENO DE INVESTIMENTO.O que se constata da anlise da deciso ora recorrida, que esta ANALISOU as PROVAS ACOSTADAS AOS AUTOS, na medida em que DISTORCE ELEMENTOS FTICOS APRESENTADOS NA IMPUGNAO, E DESCONSIDERA O ENQUADRAMENTO CONTBIL DE BENS ADQUIRIDOS PELA IMPUGNANTE NO PERIODO AUTUADO.Ademais, a DECISO RECORRIDA IGNOROU O TEXTO DAS NORMAS EDITADAS PELO ESTADO DO PAR, no atentou para a inteno especfica do Estado em subvencionar a modernizao, o desenvolvimento, e a consolidao da indstria local.Exemplo disso a afirmao de que o Decreto Estadual n 2.667/2007 que concedeu o benefcio fiscal Recorrente exige para a manuteno do benefcio fiscal apenas o cumprimento da legislao que rege a matria, no havendo "nenhuma outra contrapartida exigida da recorrente para o recebimento dos crditos de ICMS. Tampouco h qualquer vnculo expresso, direto ou indiretamente, entre o projeto apresentado pela recorrente ( f l . 112-186) e o Decreto que concedeu o benefcio ( f l . 93-113J\ o que levaria concluso de que os benefcios fiscais recebidos pela Recorrente no podem ser enquadrados como subveno de investimento, (grifo nosso).ENTENDIMENTO DEMONSTRADO ENCONTRA-SE EQUIVOCADO, porquanto o Decreto 2.667/2007 constitui a formalizao da concesso do benefcio Recorrente. As finalidades da concesso dos benefcios ficais e as obrigaes a que estaro sujeitos os beneficirios esto previstos na Lei n 6.489/2002. que dispe sobre a Poltica de Incentivos ao Desenvolvimento Scio Econmico do Estado do Par, regulamentada pelo Decreto 5.615/2002.Ambas as legislaes foram amplamente debatidas pela Recorrente em sua Impugnao Fiscal e a seguir tambm sero mais uma vez discutidas. Os artigos 2o, 3o e 4o da Lei n 6.489/02 esclarecem que os objetivos e fins pretendidos pelo Estado do Par na concesso do benefcio Recorrente eram "(-) a consolidao, no Estado do Par, de processo de desenvolvimento econmico moderno e competitivo (...)", atravs de benefcio ESPECFICO para as empresas que "promovam inovao tecnolgica"modernizao ou diversificao de empreendimentos ou de estabelecimentos j existentes e a aquisio de mquinas e equipamentos de gerao mais moderna do que os j possudos, operando no Estado.Em seguida, a deciso recorrida analisa o projeto apresentado pela Recorrente, segundo o qual, para atingir o objetivo - o aumento de sua capacidade de produo e maior atendimento do mercado consumidor local - a empresa props (i) elevar o nvel da produo; (ii) introduzir uma linha de produo que apresentasse maior lucratividade operacional; (iii) elevar a mo-de-obra e (iv) renovar parte do ativo imobilizado. E em seguida conclui que "(...) a primeira vista, pode-se concluir que o benefcio fiscal em questo no tinha por finalidade a expanso do empreendimento econmico, mas, sim, o auxilio empresa na consecuo de seus objetivos sociais, em especial na melhora dos nveis de produtividade.Neste ponto, importante mencionar que ao prever a introduo de uma linha de produo que apresentasse maior lucratividade operacional, o Projeto visava uma maior eficincia da empresa, com a elevao da sua produo e o aumento do nvel de utilizao da sua capacidade instalada.Ora, aps os investimentos no parque fabril, necessitava a empresa dar vazo a esta produo, razo pela qual, os investimentos em eficincia e distribuio (vasilhames, veculos, freezers e materiais promocionais) destinavam-se a ampliar o seu mercado consumidor, expandindo assim o empreendimento.Julgadores, data maxima venia, flagrante a concluso a que se chega: o aumento do nvel de produo, com o conseqente aumento do nvel de utilizao de sua capacidade instalada, juntamente com o aumento da mo-de-obra e a renovao de parte do seu ativo imobilizado, constituem sem sombra de dvidas, EXPANSO DO EMPREENDIMENTO ECONMICO!!Afirma ainda a deciso que "(...) o recorrente, ao tempo da apresentao do projeto, apresenta trinta por cento de sua capacidade ociosa e que o projeto propunha a utilizao de toda a capacidade produtiva da empresa, atravs da elevao de sua produo (de 920.000 hl/ano para 1.100.000hl/ano) e da destinao de 15% de sua capacidade instalada para introduzir uma linha de produo que apresentasse maior \ lucratividade operacional (fis. 61-63). De onde tambm se conclui que no havia qualquer inteno do subvencionado de expandir o empreendimento econmico, mas, somente, de melhorar a eficincia de sua capacidade produtiva.7'''' E aduz ainda, que no h que se falar que "o aumento da mo h Ou % trata de uma expanso do empreendimento econmico porque o incremento esperado, de 5 ~ empregados, destinava-se a atender o aumento da produo dentro da capacidade industria j instalada.Ora, se a inteno do Estado era, justamente, investir na modernizao, dinamizao, diversificao e consolidao da indstria local, COMO QUE A INTRODUO DE TCNICAS E BENS VISANDO A IMPLANTAO DE UMA LINHA DE PRODUO MAIS LUCRATIVA, QUE AUMENTARIAM A PRODUO E O ATENDIMENTO DO MERCADO CONSUMIDOR DA RECORRENTE, no pode ser considerada a expanso do empreendimento?Esqueceu-se a deciso Recorrida de confirmar as alegaes da fiscalizao quanto natureza dos gastos efetuados pela Recorrente com seu ativo no perodo fiscalizado. Realizada essa confrontao, teria atentado para o fato de que, sendo a modernizao e consolidao de sua indstria um dos objetivos pretendidos do Estado do Par, as aquisies da Recorrente de "Veculos", "Vasilhames", "Mq. e Equip.", e "Equipamentos para eventos promocionais", entre outros, destinavam-se SIM expanso e consolidao da Recorrente junto ao mercado consumidor local.O simples fato de no ter havido o aumento do parque fabril da Recorrente em metros quadrados no significa que no houve a expanso do empreendimento econmico. Ao CONTRRIO, o aumento da produo atravs da compra de mquinas e equipamentos, com a utilizao integral de sua capacidade instalada, juntamente com a compra de vasilhames para o envasamento da produo e a compra de novos veculos para a distribuio destas bebidas em um mercado consumidor maior, DEMONSTRAM QUE HOUVE SIM A EXPANSO DO EMPREENDIMENTO ECONMICO.COMO J DITO, A EXPANSO DO EMPREENDIMENTO ECONMICO CARACTERIZOU-SE PELOS INVESTIMENTOS EM DISTRIBUIO, POIS. TRATANDO-SE DE UMA INDSTRIA DE BEBIDAS, PRODUO SEM VASILHAMES OU VECULOS QUE PERMITAM A VENDA E DISTRIBUIO NO MERCADO CONSUMIDOR INVIABILIZAM A OPERAO DA EMPRESA.Desta forma, como a fiscalizao e os julgadores de prir- ira Estncia NO LEVARAM EM CONTA AS NORMAS QUE TUTELARAM O BENEFCIO e POUCO ANALISARAM O PROJETO DE INVESTIMENTOS aprovado pelo Par, A AFIRMAO DESENCONTRADA DA DECISO de que "o projeto no previa,. forma alguma, a expanso do empreendimento instalado8" se torma at compreensvel, assim como o enquadramento em "custos" dos valores despendidos com vasilhames (investimento da Recorrente em um ativo utilizado no acondicionamento do produto comercializado).Aqui, vale trazer colao trecho do voto proferido pelo Ministro Felix Ficher no julgamento do Recurso Especial n 184.156, segundo o qual, "o princpio da persuaso racional ou livre convencimento (...) exige fundamentao concreta, calcada na prova dos autos, observadas as regras jurdicas pertinentes e as da experincia comum aplicveis. A convico pessoal, subjetiva, do magistrado, aliceradas em aspectos outros que no os acima indicados, no se prestam para supedanear uma deciso.'"' Nessa linha, O VALOR INVESTIDO NA REPOSIO DE VECULOS, visivelmente utilizados na EXPANSO DA DISTRIBUIO dos produtos comercializados, de uma empresa que estava MODERNIZANDO E AMPLIANDO A SUA PRODUO, no PODE SER DESCONSIDERADO PARA FINS DE INVESTIMENTO NO ATIVO IMOBILIZADO, COM FEZ O JULGADOR DE PRIMEIRA INSTNCIA, BASEADO EM SUA CONVICO PESSOAL E SUBJETIVA.Sobre o tema, julgando questo similar relativa ao reconhecimento de despesas na apurao do Lucro Real, rechaou o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais a validade de interpretaes pessoais da fiscalizao como critrio vlido para a desqualificao de despesas:"IRPJ - CUSTO, DESPESAS OPERACIONAIS E ENCARGOS Comprovado nos autos que os custos e as despesas glosados estavam intrinsicamente relacionados com as atividades da recorrente, no tem aplicao ao caso concreto as restries constantes do art. 13,1 e II, da Lei 9.249/95. O rol de hipteses-insertas no pargrafo nico do art. 25, da IN SRF n 11/96 no exaustivo. Recurso provido."Pecou a deciso Recorrida, PORTANTO, PELA AUSNCIA DE ANLISE DAS PROVAS CARREADAS AOS AUTOS, especialmente aquelas destinadas a demonstrar AONDE FORAM INVESTIDOS os valores obtidos com o BENEFCIO FISCAL.Por fim, a Recorrente considera imprudente a afirmao contida na deciso de que "os valores auferidos por meio do benefcio integraram o capital de giro da empresa (...)10", pois, como restou exposto no item III. 1.2, alm dos investimentos da Recorrente em "bens e direitos em operao", que superaram em 2007 o montante de R$ 4.000.000,00 (quatro milhes de reais), a Recorrente tambm fez investimentos em seu imobilizado, que em 2007 foram de R$ 1.445.332,06 (um milho, quatrocentos e quarenta e cinco mil, trezentos e trinta e dois reais e seis centavos).Ou seja, OS INVESTIMENTOS realizados pela Recorrente PRATICAMENTE SE IGUALARAM FINANCEIRAMENTE AOS INCENTIVOS recebidos pelo Estado do Par, o que, por si s, demonstra seu comprometimento com o Projeto apresentado, valendo ressaltar que o fato de no terem se igualado ou superado os incentivos recebidos em nada descaracteriza a subveno de investimento, at mesmo porque nos anos anteriores estes investimentos foram maiores que os incentivos recebidos.Alm disso, consoante se observa do "Demonstrativo das Mutaes no Patrimnio Lquido" da Recorrente, os valores relativos s subvenes, antes de sua aplicao especfica, foram registrados em Reserva de Capital. NO AFETANDO O RESULTADO da empresa, e NO SENDO DISTRIBUDO COMO LUCROS aos seus scios, como determina a legislao, do que decorre a improcedncia do entendimento da Ia Turma da DRJ/BEL.Ser tambm demonstrado no curso deste recurso, que a iseno parcial do Imposto de Renda glosada pela Receita Federal para o ano de 2007, tendo sida requerida h mais de 05 (cinco) anos pela Recorrente, pode ser plenamente utilizada, pois, no pode esta ficar aguardando indefinidamente uma resposta por parte dos rgos responsveis.Por fim, demonstrar-se- que tais valores recebidos pela Recorrente a ttulo de subvenes de investimento no constituem receita tributvel para fins de incidncia do PIS e da COFINS, conforme sistemtica prevista nas Leis 10.637/02 e 10.833/03.(...) o relatrio.

    Conselheiro Leonardo Henrique Magalhes de Oliveira, Relator.O recurso tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade.Trata-se de Lanamento de Ofcio procedido pela Receita Federal do Brasil de valores alegadamente no recolhidos pela Recorrente, para a cobrana de:(i) IRPJ e CSLL em razo da no adio ao lucro real de subvenes de ICMS requeridas e concedidas pelo Estado do Par atravs dos Decretos 507/2003, 1.594/05 e 2.667/2006, no ano de 2007;(ii) IRPJ em razo da alegada utilizao indevida de benefcio fiscal de iseno requerido no ano de 2003, para o ano de 2007, supostamente sem o respectivo ato concessrio;(iii) PIS e COFINS em funo da no tributao pela COMPAR dos valores das subvenes de ICMS requeridas e concedidas pelo Estado do Par atravs dos Decretos 507/2003,1.594/05 e 2.667/2006, no ano de 2007

    Passo analise das matrias recorridas.

    IRPJ E CSLL NATUREZA DA SUBVENOA recorrente contesta a incluso ao resultado do ano-calendrio de 2007, dos valores transferidos da Conta n 2.1.04.01.0022-0 ICMS Normal e Outros, do Passivo Circulante, para a Conta n 2.4.02.01.0002-4 Incentivo do ICMS, da Reserva de Capital, totalizados mensalmente no quadro folha 457. Para tanto, aduz que estes recursos se enquadram no conceito de benefcio fiscal destinado a projetos de expanso de empreendimentos econmicos (subveno para investimento), nos termos do art. 443 do Decreto n 3.000/99 Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), Verbis.Seo IVSubvenes para Investimento e DoaesArt.443. No sero computadas na determinao do lucro real as subvenes para investimento, inclusive mediante iseno ou reduo de impostos concedidas como estmulo implantao ou expanso de empreendimentos econmicos, e as doaes, feitas pelo Poder Pblico, desde que (Decreto-Lei n 1.598, de 1977, art. 38, 2, e Decreto-Lei n 1.730, de 1979, art. 1, inciso VIII):I- registradas como reserva de capital que somente poder ser utilizada para absorver prejuzos ou ser incorporada ao capital social, observado o disposto no art. 545 e seus pargrafos; ouII- feitas em cumprimento de obrigao de garantir a exatido do balano do contribuinte e utilizadas para absorver supervenincias passivas ou insuficincias ativas.Grifei.Fiscalizao, por sua vez, entendeu que o benefcio fiscal NO se enquadrava no conceito de subveno para investimento porque o projeto apresentado no vincula a destinao dos valores advindos da reduo do ICMS aquisio de bens ou direitos para implantao ou expanso do empreendimento econmico.A respeito das subvenes recebidas pela pessoa jurdica para financiamento das atividades normais e para a realizao de investimentos, assim se posicionou a administrao tributria no Parecer Normativo CST n 112, de 29/12/78:[...]2 - CONTEDO DAS SUBVENES[...] 2.3 - A amplitude e generalidade atribuda ao termo SUBVENO pela Lei n 4.506/64 confirmada pelo 2 do art. 38 do Decreto-lei n 1.598/77 ao distinguir a iseno ou reduo de impostos como formas de subveno. Tecnicamente, na linguagem oramentria, a iseno ou reduo de imposto jamais poderiam ser intituladas de subveno.2.4 - Outra dificuldade na interpretao da expresso "subvenes correntes para custeio ou operao" decorreu exatamente do fato de a matria ter sido abordada "pela metade". Se o dispositivo legal tivesse tratado das subvenes, sem acrescentar-lhes qualquer complemento restritivo, mesmo que nos detivssemos na pesquisa da Lei 4.320/64, logo perceberamos a amplitude do conceito face s suas fontes e partiramos, ento, para a pesquisa em outros campos. A Cincia Contbil, por exemplo, tem condies de nos oferecer um conceito que possa abrigar toda a extenso atribuda s SUBVENES pelo texto legal, sob o ngulo da modificao produzida no patrimnio da empresa beneficiria. o que fez o Parecer Normativo CST n 142/73, ao incluir as SUBVENES como integrantes de recursos pblicos ou privados no exigveis. esta uma caracterizao, sem dvida nenhuma, de natureza tcnico-contbil. O patrimnio da empresa beneficiria enriquecido com recursos vindos de fora sem que isto importe na assuno de uma divida ou obrigao. como se os recursos tivessem sido carreados pelos prprios donos da empresa com a condio de no serem exigidos nem cobrados, originados, pois, do chamado CAPITAL PRPRIO, ao contrrio do CAPITAL ALHEIO ou de TERCEIROS, que sempre exigvel e cobrvel. Se preferirmos, contudo, um conceito jurdico, eis o que diz DE PLCIDO E SILVA, em seu vocabulrio jurdico: Juridicamente, a subveno no tem o carter nem de paga nem de compensao, mera contribuio pecuniria destina da a auxilio ou em favor de uma pessoa, ou de uma instituio, para que se mantenha, ou para que execute os servios ou obras pertinentes a seu objeto." Em resumo, SUBVENO, sob o ngulo tributrio para fins de imposio do imposto de renda s pessoas jurdicas, um auxilio que no importa em qualquer exigibilidade para o seu recebedor.2.5 - Delineada a espinha dorsal do mandamento legal, fcil fica a tarefa de analisar os complementos qualificativos acrescentados s SUBVENES pela Lei 4.506/64. Esses complementos, para fins de interpretao, podem ser assim esquematizados: 1) quanto sua natureza, as subvenes sero CORRENTES; 2) quanto sua finalidade, as subvenes sero para CUSTEIO OU OPERAO. Abandonando, por enquanto, o complemento que qualifica a subveno quanto sua natureza, vamos tentar estabelecer os contornos da SUBVENO que se destina ao CUSTEIO ou OPERAO. SUBVENO PARA CUSTEIO ou SUBVENO PARA OPERAO so expresses sinnimas. SUBVENO PARA CUSTEIO a transferncia de recursos para uma pessoa jurdica com a finalidade de auxili-la a fazer face ao seu conjunto de despesas. SUBVENO PARA OPERAO a transferncia de recursos para uma pessoa jurdica com a finalidade de auxili-la nas suas operaes, ou seja, na consecuo de seus objetivos sociais. As operaes da pessoa jurdica, realizadas para que alcance as suas finalidades sociais, provocam custos ou despesas, que, talvez por serem superiores s receitas por ela produzidas, requerem o auxilio de fora, representado pelas SUBVENES. O CUSTEIO representa, portanto, em termos monetrios, o reflexo da operao desenvolvida pela empresa. Dai porque julgamos as expresses como sinnimas.2.6 - Retomando o qualificativo da subveno quanto sua natureza, o tributarista JOS LUIZ BULHES PEDREIRA, em sua obra IMPOSTO DE RENDA, j distinguia as SUBVENES PARA CUSTEIO ou OPERAO das SUBVENES PARA INVESTIMENTO. Esta dicotomia, salvo melhor juzo, abriga sob o enfoque teleolgico, todos os tipos de SUBVENO e veio a ser consagrada pelo D.L. 1.598/77. A SUBVENO PARA CUSTEIO OU OPERAO uma SUBVENO corrente ou comum. J a SUBVENO PARA INVESTIMENTO uma SUBVENO especial. Neste caso a utilizao do adjetivo "corrente" no art. 44 da Lei 4.506/64 teve, apenas, a finalidade de destacar o carter de normalidade prprio das subvenes para custeio ou operao.[...]3.6 - H, tambm, uma modalidade de reduo do Imposto sobre a Circulao de Mercadorias (ICM), utilizada por vrios Estados da Federao como incentivo fiscal, que preenche todos os requisitos para ser considerada como SUBVENO PARA INVESTIMENTO. A mecnica do benefcio fiscal consiste no depsito, em conta vinculada, de parte do ICM devido em cada ms. Os depsitos mensais, obedecidas as condies estabelecidas, retornam empresa para serem aplicados na implantao ou expanso de empreendimento econmico. Em alguns casos que tivemos oportunidade de examinar, esse tipo de subveno sempre previsto em lei, da qual consta expressamente a sua destinao para investimento; o retorno das parcelas depositadas s se efetiva aps comprovadas as aplicaes no empreendimento econmico; e o titular do empreendimento o beneficirio da subveno.3.7 - oportuna a advertncia para o risco de generalizar as concluses do item anterior para todos os casos de retorno do ICM. O contribuinte dever ter o cuidado de examinar caso por caso e verificar se esto presentes todos os requisitos exigidos. Um retorno de ICM, por exemplo, como prmio ao incremento das vendas, em relao s de perodo anterior, acima de determinado percentual, no ser uma subveno para investimento.[...][grifou-se]Da leitura do Parecer Normativo CST n 112/1978, pode-se concluir que:A subveno, em matria tributria, um auxilio concedido ao contribuinte, seja na forma de transferncia de recursos, seja pela iseno ou reduo de impostos, que no importa em qualquer exigibilidade ao seu recebedor;A subveno para custeio aquela auxilia o contribuinte a cumprir suas obrigaes com custos e despesas. A subveno para operao a que auxilia o contribuinte a atingir seus objetivos sociais, sendo a primeira espcie da segunda;As subvenes para custeio ou operao so subvenes ordinrias, ao passo que a subveno para investimento uma subveno especial, estando, portanto, condicionada a regras especficas;A subveno para investimento a transferncia de recursos para uma pessoa jurdica com a finalidade de auxili-la na aplicao especifica em bens ou direitos para implantar ou expandir empreendimentos econmicos;A classificao dos recursos como subveno para investimento, para efeitos tributrios, exige uma perfeita sincronia entre a inteno do subvencionador e a ao do subvencionado, atravs da efetiva e especfica aplicao da subveno, por parte do beneficirio, nos investimentos previstos de implantao ou expanso do empreendimento econmico projetado;Nem toda iseno, ou reduo, de imposto pode ser classificada como subveno para investimento, tais como aquelas em que o valor desembolsado, em razo do benefcio fiscal, passa a integrar o capital de giro da empresa, dele dispondo o beneficirio da maneira que lhe prouver.A recorrente esclareceu, ainda no curso do procedimento fiscal (fl. 22), que o benefcio fiscal foi concedido por meio do Decreto n 2.667/2006 do Governo do Estado do Par (fl 134-136), por sua vez originado do Projeto de Reduo de ICMS Reviso e Prorrogao do Beneficio Fiscal (fls. 93-113). Em sua impugnao volta a repetir o argumento.O Decreto n 2.667/2006 concedeu ( recorrente), por prazo de 8 anos e efeitos a partir de 18/12/2006, crdito presumido de 95%, calculado sobre o ICMS apurado, correspondente s sadas dos produtos fabricados no Estado do Par pela empresa (art. 1).Dos fatos trazidos pelas partes, pode-se concluir que o lanamento diz respeito adio ao resultado dos crditos presumidos de ICMS recebidos pela recorrente no curso do ano-calendrio 2007, crditos concedidos por meio do Decreto Estadual n 2.667/2006.O Ofcio n 613/2011-GS/SEDECT (fl. 137), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Cincia e Tecnologia do Estado do Par apresentou o pedido proposto pela recorrente para restabelecimento do crdito presumido de ICMS de 95% (fl. 138), baseado no Projeto de Reduo de ICMS Reviso e Prorrogao do Beneficio Fiscal (fls. 93-113, 152-226).o Projeto de Reduo de ICMS Reviso e Prorrogao do Beneficio Fiscal (fls. 93-113) esteja vinculado ao benefcio fiscal, ainda assim seria possvel sua caracterizao como subveno para investimento. Explica-se:O Projeto apresentado tinha por objetivo melhorar o nvel de eficincia operacional, atravs do aumento de produtividade (fl. 80). Para atingir este objetivo a empresa se props:Elevar, em seis anos, seu nvel de produo de 920.000 hl/ano para 1.100.000 hl/ano (fls. 61-62);Destinar, ainda, 15% de sua capacidade instalada de envasamento para introduzir uma linha de produo que apresentasse maior lucratividade operacional (fl. 62);Elevar, em seis anos, a mo de obra empregada na produo de 761 para 800 empregados (fl. 71);Renovar parte do ativo imobilizado, depreciado pelo uso (fl. 80);Ao contrrio do entendimento da deciso recorrida, pode-se sim concluir que o beneficio fiscal em questo tinha por finalidade a expanso do empreendimento econmico, e na melhora dos nveis de produtividade, da se tratar de subveno para investimento, conforme asseverado nos memoriais do contribuinte (verbis).(... ) as subvenes recebidas do Estado do Par atravs dos Decretos n 507/2003 e 1.594/2005, alm de devidamente fundamentadas no Interesse Pblico, foram concedidas com base em Projeto de Reduo de ICMS Reviso e Prorrogao de Benefcio Fiscal, submetido pela Recorrente ao Estado visando a expanso no atendimento do mercado consumidor do Par, tanto por meio do aumento de sua produtividade, como atravs de uma maior eficincia em produo e distribuio.Tais objetivos se encontravam em total consonncia com a Lei n 6.489/2002, que dispe sobre a Poltica de Incentivos ao Desenvolvimento Scio Econmico do Estado do Par, regulamentada pelo Decreto 5.615/2002, a qual esclarece que os objetivos e fins pretendidos pelo Estado na concesso do benefcio Recorrente eram (...) a consolidao, no Estado do Par, de processo de desenvolvimento econmico moderno e competitivo (...), atravs de benefcio ESPECFICO para as empresas que promovam inovao tecnolgica, modernizao ou diversificao de empreendimentos ou de estabelecimentos j existentes e a aquisio de mquinas e equipamentos de gerao mais moderna do que os j possudos, operando no Estado.Importante mencionar que atravs de Projeto aprovado pelo Estado do Par no ano de 1999 a Recorrente modernizou seu parque fabril e no ano de 2003 apresentou o Projeto de Reduo de ICMS Reviso e Prorrogao de Benefcio Fiscal, vez que o problema da empresa no era mais a modernizao da fbrica, mas melhorar o nvel de eficincia operacional atravs do aumento de produtividade e, consequentemente, EXPANSO DO EMPREENDIMENTO ECONMICO.

    Isso significava elevar sua produo, com o consequente aumento do nvel de utilizao de sua capacidade instalada, realizando investimentos especialmente em vasilhames e em sua estrutura de distribuio especialmente em veculos, que permitiriam a venda e distribuio desta produo em um maior mercado consumidor, ocorrendo, desta forma, A EXPANSO DO EMPREENDIMENTO ECONMICO.Para tanto, previa: (i) um crescimento da mo-de-obra ao longo de 06 (seis) anos - FLS. 33 DO PROJETO - Quadro II.3 Mo-de-Obra necessria a Produo Programada; (ii) a renovao de parte do ativo imobilizado depreciado pelo uso - FLS. 42 DO PROJETO - Quadro II.4 do Projeto Imobilizaes Fixas Existentes e Quadro II.5 do Projeto Depreciao, amortizao, manuteno e seguros do ativo imobilizado, o que dispensaria novas imobilizaes fixas e (iii) a utilizao integral de sua capacidade instalada, vez que operava com uma capacidade ociosa de 30% - FLS. 23 DO PROJETO - 2.5 Programa Anual de Produo e Vendas. Com base em tais premissas, a utilizao do benefcio centrou-se na aquisio e reposio de bens de direitos em operao, assim resumidas em comparao com as imobilizaes fixas existentes no ano de 2003 (conforme fls. 43 do Projeto):

    Bens e Direitos em OperaoValor das Aquisies em 2007Valor Depreciado em 2003

    VeculosR$ 3.487.518,66R$ 5.921.803,21

    Equipamentos para Eventos PromocionaisR$ 1.028.090,31R$ 888.965,01

    Mquinas e Equipamentos IndustriaisR$ 535.142,00R$ 6.854.815,41

    Vasilhames e EmbalagensR$ 20.288.784,17R$ 11.907.858,75

    TOTALR$ 25.339.535,14R$ 25.573.442,38

    Veja, que os investimentos realizados pela Recorrente somente no ano de 2007 quase se equivaleram financeiramente s imobilizaes fixas existentes no ano de 2003.Destaca-se, ainda, que paralelamente aos investimentos realizados em bens e direitos em operao, a Impugnante manteve programa de investimentos em seu Imobilizado: bens e direitos em operaes: R$ 11.940.295,19 e bens e direitos em andamento: R$ 1.445.332,06.Com efeito, levando-se em conta o valor dos incentivos fiscais recebidos no ano de 2007 (R$ 19.043.515,55) em comparao com os investimentos realizados em bens e direitos em operao (quadro explicativo) e no seu imobilizado (acima destacados), conclui-se que os investimentos quase se igualaram financeiramente aos incentivos recebidos do Estado do Par, o que por si s demonstra o comprometimento da Recorrente com o Projeto apresentado.

    Neste ponto, importante ressalvar que o fato dos investimentos no ano de 2007 no terem se igualado ou superado o incentivo recebido, em nada descaracteriza a subveno de investimento, at mesmo porque nos anos anteriores estes investimentos foram maiores que os incentivos recebidos, conforme se verifica atravs dos documentos juntados no Processo Administrativo n 10280.722993/2009-75.O aumento da produo atravs da compra de mquinas e equipamentos, com a utilizao integral de sua capacidade instalada, juntamente com a compra de vasilhames para o envasamento da produo e a compra de novos veculos para a distribuio destas bebidas em um mercado consumidor maior, demonstram que houve sim a expanso do empreendimento econmico. Sendo assim, havendo a inteno do Estado do Par em conceder recursos para investir na modernizao, dinamizao, diversificao e consolidao da indstria local, somado ao fato de ter a Recorrente aplicado, efetiva e especificamente, a subveno nos investimentos previstos no Projeto de Reduo de ICMS Reviso e Prorrogao de Benefcio Fiscal para a expanso do empreendimento econmico, inconteste o enquadramento dos valores por ela recebidos no ano de 2007 como subveno de investimento.Sublinhe-se que as subvenes recebidas pela Recorrente se encontram em consonncia com o entendimento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, assim como, com o que prescreve o 2 do artigo 38 do Decreto-Lei 1.598/77 e artigo 443 do RIR/99, vez que houve a efetiva e especfica aplicao da subveno nos investimentos para a expanso do empreendimento econmico previstos no Projeto de Reduo de ICMS. O que se constata da anlise da deciso recorrida que esta no analisou as provas acostadas aos autos, j que aduz que o benefcio fiscal em questo no tinha por finalidade a expanso do empreendimento econmico, o que restou afastado no Recurso Voluntrio e demonstrado acima. Alm disso, ignorou o texto das normas editadas pelo Estado do Par e tampouco analisou o Projeto de Investimentos da Recorrida, no atentando para a inteno especfica do Estado em subvencionar a modernizao, o desenvolvimento e a consolidao da indstria local. (...)(Os grifos so do original).

    Uma vez comprovado que a contribuinte ao tempo que aumentou sua produo/produtividade; tambm realizou aquisies de ativos em valor acima das subvenes recebidas, consoante registrado no Balano Contbil do ano de 2007 transcrito na DIPJ da empresa (fl. 519), h que se concluir que os valores foram mesmos destinados a investimentos.Nesse sentido so as recentes decises deste Conselho. Vejamos:SUBVENES PARA INVESTIMENTO. CARACTERIZAO. CRDITOS PRESUMIDOS DE ICMS. As subvenes para investimento in casu, correspondentes a crditos presumidos de ICMS diferenciam-se das subvenes de custeio, to somente, na medida em que as primeiras so concedidas com o fito de estimular investimentos regionais ou setoriais, operados mediante instalao ou expanso inclusive qualitativa de empreendimentos econmicos. Ao contrrio do quanto aduzido pelo Parecer Normativo CST n 112/78, a caracterizao de dado benefcio fiscal como subveno para investimento no pressupe a aplicao direta e exclusiva das cifras subvencionadas a projeto predeterminado. No mais, para tais fins, irrelevante a anlise das contrapartidas impingidas ao contribuinte, postas, pelo ente outorgante, como pr-condies fruio da benesse. Acrdo 1101-00.661 de 31/01/2012.INCENTIVOS FISCAIS. REDUO DO ICMS A RECOLHER. SUBVENO PARA CUSTEIO. NO CARACTERIZAO. O incentivo fiscal concedido pelo Poder Pblico mediante restituio do ICMS, lanado diretamente em conta do patrimnio lquido, e tendo como contrapartida a realizao de investimentos em ativo fixo, implantao ou expanso de empreendimento econmico com a gerao de novos empregos diretos e indiretos, absoro de nova tecnologia de produto e/ou de processo, subsume-se como subveno para investimentos e, por conseguinte, descabe a sua tributao. Os incentivos concedidos pelo Estado da Bahia, consistentes em reduo do ICMS a recolher pela via do financiamento de longo prazo, com descontos pela antecipao, ou do crdito presumido, cujos valores so mantidos em contas de reserva no patrimnio liquido, no se caracterizam como subveno para custeio a que se refere o art. 392 do RIR/99. Acrdo 9101-01.239 de 21/11/2011.SUBVENO PARA INVESTIMENTO. AUSNCIA DE TRIBUTAO. REQUISITOS. COMPROVAO. NECESSIDADE. Se o contribuinte alega que os incentivos fiscais concedidos pelo Poder Pblico so, caracterizadamente, subvenes para investimentos, a ele incumbe aportar aos autos comprovao de que, uma vez contabilizados em conta representativa de reserva de capital, os recursos auferidos foram integralmente destinados execuo do projeto habilitado. Acrdo 1302-00.404 de 11/01/2010

    Concluo, pois, por cancelar a exigncia deste item dos auto de infrao do IRPJ, e CSLL.

    SUBVENES TRIBUTAO DO PIS e COFINSEm litigio o termo inicial do benefcio da reduo do IRPJ.Aduz a recorrente que em 2003 apresentou projeto junto Agncia de Desenvolvimento da Amaznia pretendendo o reconhecimento do direito iseno de 75% do Imposto de Renda e Adicionais no restituveis, por 10 (dez) anos, calculado com base no lucro da explorao dos produtos, nos termos definidos no art. Io, 4 da Medida Provisria n 2.199-14/2001, e Decreto n 4.212/2002, art. 2o, inciso VI, alnea "h", para a produo de bebidas refrigerantes no alcolicas destinados ao atendimento do mercado da Amaznia legal.Afirma que (...) o ato administrativo de iprovao do projeto mencionado no Art. Io da Medida Provisria n 2.199- 14/2001, que reconhece o direito iseno de empresa que preencheu os requisitos para o gozo do benefcio, de acordo com os prprios ditames da lei, no constitutiva daquele direito, tendo efeito meramente declaratrio do direito iseno, que nasceu da incidncia da Lei ... De toda sorte, ainda que se entenda ser a aprovao do projeto requisito indispensvel ao gozo da iseno, mesmo assim no se poderia admitir que essa anlise poderia demorar indefinidamente, pois, mesmo submetido administrao em 2003, at o presente momento, mesmo tendo efetuado os investimentos descritos no projeto, no recebeu a contribuinte qualquer resposta em total desrespeito ao artigo 24 da Lei n. 9.784/99, inciso LXXVIII, do art. 5 e art. 37, ambos da Constituio Federal.Quanto a matria, a deciso recorrida est assim fundamentada:(...) permissivo legal que concedeu o beneficio fiscal, o artigo 1 da Medida Provisria n 2.199-14, de 24 de agosto de 2001, com as alteraes promovidas pela Lei n 11.196, de 21 de novembro de 2005, determinou, expressamente, em seu pargrafo 2, que a reduo do imposto comea frui a partir do ano-calendrio de expedio do laudo constitutivo do direito na hiptese da data de expedio deste laudo ser posterior ao ano-calendrio subseqente ao de incio de operao do projeto beneficiado.(...)MP n 2.199-14 [Modificado]Art. 1o Sem prejuzo das demais normas em vigor aplicveis matria, a partir do ano-calendrio de 2000, as pessoas jurdicas que tenham projeto protocolizado e aprovado at 31 de dezembro de 2013 para instalao, ampliao, modernizao ou diversificao enquadrado em setores da economia considerados, em ato do Poder Executivo, prioritrios para o desenvolvimento regional, nas reas de atuao das extintas Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste - Sudene e Superintendncia de Desenvolvimento da Amaznia - Sudam, tero direito reduo de 75% (setenta e cinco por cento) do imposto sobre a renda e adicionais, calculados com base no lucro da explorao. (Redao dada pela Lei n 11.196, de 2005) 1o A fruio do benefcio fiscal referido no caput deste artigo dar-se- a partir do ano-calendrio subseqente quele em que o projeto de instalao, ampliao, modernizao ou diversificao entrar em operao, segundo laudo expedido pelo Ministrio da Integrao Nacional at o ltimo dia til do ms de maro do ano-calendrio subseqente ao do incio da operao. (Redao dada pela Lei n 11.196, de 2005) 2o Na hiptese de expedio de laudo constitutivo aps a data referida no 1o, a fruio do benefcio dar-se- a partir do ano-calendrio da expedio do laudo. [grifou-se]Rechaa-se, portanto, de antemo todos os argumentos no sentido de antecipar o incio de fruio do benefcio fiscal, pois a legislao tributria que outorga a iseno ou a reduo de imposto deve ser interpretada literalmente (art. 111, I, CTN).(...)No julgamento desta matria cumpre aplicar o disposto na Sumula 2 do CARF: O CARF no competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributria.O pargrafo 2o. acima transcrito e grifado no comporta outra interpretao, O beneficio dar-se a partir do ano-calendrio da expedio do Laudo.Ora, a contribuinte ingressou com o projeto em 2003. Logo, se o laudo no foi expedido no prazo regular ou razovel, caberia prejudicada ingressar com as medidas legais ou judiciais cabveis. Inadmissvel a pretenso da contribuinte de que estaria acobertada com a iseno at 2013, apenas pelo protocolo do processos, sendo que a lei determina expressamente que a iseno depende do laudo.

    SUBVENES TRIBUTAO DO PIS e COFINSA recorrente contesta a exigncia do PIS e da COFINS sobre o valor das subvenes, por entender que o crdito presumido de ICMS no se constitui receita, sob o ponto de vista contbil e/ou econmico-financeiro, porquanto se destina unicamente ao subvencionamento da atividade incentivada.A meu juizo nesta parte, a deciso recorrida no merece reparos, conforme fundamentos a seguir transcritos:(...)A respeito destas contribuies, assim dispe a Lei n 9.718/98, com as alteraes introduzidas pelo art. 2 da Medida Provisria n 1.807/99 (atualmente Medida Provisria n 2.158-35, de 2001):Art. 2 As contribuies para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurdicas de direito privado, sero calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislao vigente e as alteraes introduzidas por esta Lei.Art. 3 O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde receita bruta da pessoa jurdica. 1 Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurdica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificao contbil adotada para as receitas. 2 Para fins de determinao da base de clculo das contribuies a que se refere o art. 2, excluem-se da receita bruta:I - as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e o Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao - ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos servios na condio de substituto tributrio;II - as reverses de provises operacionais e recuperaes de crditos baixados como perda, que no representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliao de investimentos pelo valor do patrimnio lquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisio, que tenham sido computados como receita; III - os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurdica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo (revogado pelo art. 93, V, da Medida Provisria n 2.158-35, de 24/08/2001); IV - a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente. [grifou-se]Conforme se depreende dos dispositivos transcritos, a COFINS e o PIS tm como base de clculo o valor do faturamento (receita bruta) mensal auferido pela pessoa jurdica, sendo irrelevante o tipo de atividade exercida ou a classificao contbil adotada para suas receitas, observadas as excluses permitidas no 2 do art. 3 daquela lei.Cabe ressaltar tambm que a Lei n 10.637/02 e a Lei n 10.833/03, ao institurem a incidncia no-cumulativa dessas contribuies, definiram as bases de clculo daquelas contribuies nos mesmos termos constantes da Lei n 9.718, de 1998, qual seja, a receita bruta da venda de bens e servios e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurdica.Assim, conclui-se que a base de clculo da COFINS e do PIS para o tipo de empresa ora em anlise a totalidade da receita bruta mensal por ela auferida, ou seja, com base nas disposies supra transcritas, tem-se que a base de clculo daquelas contribuies ser formada no somente pelas receitas de vendas, mas tambm pelas receitas financeiras (rendimentos, juros e descontos condicionais obtidos) e por outras receitas operacionais, podendo as operaes efetivadas pela contribuinte serem enquadradas na ltima modalidade.Questo que importa saber, agora, se a subveno obtida a partir da concesso especfica de crditos presumidos de ICMS uma receita do subvencionado.Nesse passo, traz-se baila o enfoque contbil, do Conselho Federal de Contabilidade, que, por meio da Resoluo CFC n 922, de 2001, definiu: (...)CONSIDERANDO a deciso da Cmara Tcnica no Relatrio n 59, de 28 de novembro de 2001; resolve: Art. 1 - Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.16 - Entidades que recebem subvenes, contribuies, auxlios e doaes. Art. 2 - Esta Resoluo entra em vigor a partir da data de sua publicao. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE NBC T 10 DOS ASPECTOS CONTBEIS ESPECFICOS EM ENTIDADES DIVERSAS NBC T 10.16 - ENTIDADES QUE RECEBEM SUBVENES, CONTRIBUIES, AUXLIOS E DOAES 10.16.1 - DISPOSIES GERAIS 10.16.1.1 - Esta norma estabelece critrios e procedimentos especficos de avaliao e registro contbil dos componentes patrimoniais, includas as informaes mnimas que devero constar das notas explicativas, das entidades que recebem aportes de qualquer natureza. 10.16.1.2 - As entidades abrangidas so aquelas que recebem aportes financeiros de qualquer natureza, como subvenes, contribuies, auxlios e doaes, bem como direitos de propriedade de bens mveis e imveis. 10.16.1.3 - Aplicam-se a essas entidades os Princpios Fundamentais de Contabilidade, bem com as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretaes Tcnicas e Comunicados Tcnicos, editados pelo Conselho Federal de Contabilidade. 10.16.1.4 - As entidades em causa devem observar, no que lhes couber, os ordenamentos constantes das seguintes normas: NBC T 10.4 - Fundaes; NBC T 10.18 - Entidades Sindicais e Associaes de Classe; NBC T 10.19 - Entidades sem Finalidade de Lucros e NBC T 4 - Da Avaliao Patrimonial, mormente os seus itens 4.2.7.2 e 4.2.7.3. 10.16.1.5 - Subvenes so as transferncias derivadas da lei oramentria e concedidas por rgos do setor pblico a entidades, pblicas ou privadas, com o objetivo de cobrir despesas com a manuteno e o custeio destas, caracterizadas ou no pela contraprestao de bens e servios da beneficiria dos recursos. As subvenes subdividem-se em: a)sociais - aquelas destinadas a entidades, pblicas ou privadas, sem finalidade lucrativa, de natureza assistencial, mdica, educacional ou cultural, com vista a estimular a prestao de servios essenciais, em suplementao iniciativa privada; b)econmicas - as transferncias destinadas a empresas, pblicas ou privadas, de natureza industrial, comercial, agrcola ou pastoril, e inclusive para a cobertura de dficits de manuteno das empresas pblicas. 10.16.1.6 - Contribuies so as transferncias derivadas da lei oramentria e concedidas por entes governamentais a autarquias e fundaes e a entidades sem fins lucrativos, destinadas aplicao em custeio e manuteno destas, sem contrapartida direta do beneficirio dos recursos em bens e servios, ou determinadas por lei especial anterior, para o atendimento de investimentos ou inverses financeiras. 10.16.1.7 - Auxlios so as transferncias oriundas da lei oramentria destinadas a atender a despesas de capital de entes pblicos ou de entidades privadas sem fins lucrativos. 10.16.1.8 - Doaes so transferncias gratuitas, em carter definitivo, de recursos financeiros ou do direito de propriedade de bens mveis e imveis, com as finalidades de custeio, investimentos e imobilizaes, sem contrapartida do beneficirio dos recursos. 10.16.1.9 - Consoante legislao especfica, os rgos governamentais somente podem efetuar doao do direito de propriedade de bens mveis. 10.16.1.10 - As entidades privadas podem efetuar doaes de recursos financeiros ou do direito de propriedade de bens mveis e imveis. 10.16.2 - REGISTRO CONTBIL10.16.2.1 - As transferncias a ttulo de subveno que correspondam ou no a uma contraprestao direta de bens ou servios para a entidade transferidora, devem ser contabilizadas como receita na entidade recebedora dos recursos financeiros. 10.16.2.2 - As transferncias a ttulo de contribuio, mesmo que no correspondam a uma contraprestao direta de bens ou servios para a entidade transferidora, devem ser contabilizadas como receita na entidade recebedora dos recursos financeiros. 10.16.2.3 - Os auxlios ou contribuies para despesas de capital devem ser contabilizados diretamente em conta especfica de Reserva de Capital, no Patrimnio Lquido. De igual modo, os auxlios ou contribuies devem ser contabilizados em conta especfica, designativa da operao, no Patrimnio Social das entidades que se sujeitam s normas contbeis mencionadas no item 10.16.1.4. 10.16.2.4 - As doaes financeiras para custeio devem ser contabilizadas em contas especficas de receita. As doaes para investimentos e imobilizaes, que so consideradas patrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituio da entidade, devem ser contabilizadas no Patrimnio Lquido ou Social, conforme seja o caso especfico da pessoa jurdica beneficiria da transferncia. 10.16.2.5 - As transferncias a ttulo de subvenes, contribuies, auxlios e doaes devem ser contabilizadas em contas de compensao, pelo valor total dos recursos recebidos, enquanto perdurar a responsabilidade da entidade beneficiria dos recursos. 10.16.2.6 - As transferncias a ttulo de subvenes, auxlios, contribuies e doaes para custeio ou capital devem ser registradas mediante documento hbil e contabilizadas em contas especficas na entidade beneficiria dos recursos. 10.16.3 - NOTAS EXPLICATIVAS S DEMONSTRAES CONTBEIS10.16.3.1 - As demonstraes contbeis devem ser acompanhadas de notas explicativas que contenham, alm dos dados compulsrios determinados em outros atos normativos contbeis, as seguintes informaes: a) os critrios de apurao das receitas e de constituio de reservas, especialmente as pertinentes a subvenes, doaes, auxlios e contribuies; b) as subvenes, os auxlios e as contribuies governamentais recebidos, a aplicao dos recursos e as responsabilidades decorrentes dessas transferncias, inclusive quanto prestao de contas correspondente, perante o rgo concedente dos recursos; e c) a evidenciao dos recursos e bens recebidos sujeitos a restries ou vinculaes por parte dos doadores. [grifou-se]A teor do que dispe a Resoluo do Conselho Federal de Contabilidade, as subvenes recebidas das entidades pblicas devem ser consideradas como receita do subvencionado.Nem se diga que o recebimento de crditos presumidos de ICMS no pode ser considerado como receita por no haver a transferncia econmica do recurso, vez que a transferncia da disponibilidade jurdica do direito (crdito de ICMS) motivo suficiente para a realizao da receita. No caso, parcela do crdito de ICMS do ente tributante foi transferida ao contribuinte na forma de crdito presumido.De efeito, levando-se ainda em considerao que no h na legislao de regncia da matria nenhum dispositivo que permita a excluso da hiptese pretendida (crditos presumidos de ICMS) da base de clculo destes tributos, no h razo para deixar de considerar a referida subveno fiscal de crditos presumidos de ICMS como receita tributvel.A recorrente ainda alega que, quando do recebimento dos valores relativos s vendas de seus produtos, j suportou, sobre o montante ingressado na contabilidade a tal ttulo, a incidncia do PIS e COFINS.Ocorre que a exao vergastada tem fato gerador distinto da tributao j efetuada pelo sujeito passivo. A primeira, decorrente do receita da subveno concedida pelo Estado-Membro, a segunda, da venda das mercadorias. Razo porque no h de se falar em duplicidade de tributao.Outrossim, a classificao contbil da subveno custeio, operao ou investimento - irrelevante para a exao das contribuies do PIS e da COFINS. Isto porque todas essas subvenes se coadunam, de um ou de outro modo, com a receita bruta conceituada como acrscimo de patrimnio, cuja universalidade foi confirmada pelo art. 3, 1, da Lei n 9.718, de 1998, para determinao da base de clculo das contribuies. O mesmo se dando com relao incidncia do PIS e Cofins, no cumulativos, sobre as receitas decorrentes das subvenes obtidas. Importa notar que tais valores integram a base de clculo das referidas contribuies, por fora do disposto, quanto primeira, no art. 1, da Lei n. 10.833, de 2003, e quanto segunda, no art. 1, da Lei n. 10.637, de 2002, a seguir reproduzidos:DA COBRANA NO-CUMULATIVA DO PIS E DO PASEP Art. 1 A contribuio para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurdica, independentemente de sua denominao ou classificao contbil. 1 Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e servios nas operaes em conta prpria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurdica.(...)DA COBRANA NO-CUMULATIVA DA COFINS Art. 1 A Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, com a incidncia no-cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurdica, independentemente de sua denominao ou classificao contbil. 1 Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e servios nas operaes em conta prpria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurdica.(...)(Os grifos so do original)Portanto, cabvel a incidncia do PIS e Cofins sobre os valores recebidos a ttulo de subveno seja para custeio, seja para investimento.

    CONCLUSODiante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntrio, apenas para excluir a tributao do IRPJ e CSLL sobre as subvenes.

    (assinado digitalmente)Leonardo Henrique Magalhes de Oliveira

  • Processon10280.722150/201193Acrdon.1402001.277

    S1C4T2Fl.3

    2

    Vistos,relatadosediscutidosospresentesautos.Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar

    provimentoparcialaorecursoparacancelaraexignciareferenteaoIRPJeCSLLincidentessobreassubvenes.Pormaioriadevotos,manteraexignciadoPISedaCofins,vencidososConselheirosCarlosPeleMoissGiacomelliNunesdaSilva..Tudonostermosdorelatrioevotoquepassaaintegraropresentejulgado.

    (assinadodigitalmente)LeonardoHenriqueMagalhesdeOliveiraRelator(assinadodigitalmente)LeonardodeAndradeCoutoPresidente

    Participaramdasessodejulgamentoosconselheiros:AntnioJosPragade

    Souza,CarlosPel,FredericoAugustoGomesdeAlencar,MoisesGiacomelliNunesdaSilva,LeonardoHenriqueMagalhesdeOliveiraeLeonardodeAndradeCouto.

    Relatrio

    COMPAR COMPANHIA PARAENSE DE REFRIGERANTES recorre aeste Conselho contra a deciso proferida pela DRJ em primeira instncia, que julgouprocedenteaexigncia,pleiteandosuareforma,comfulcronoartigo33doDecreton70.235de1972(PAF).

    Adotoorelatriodadecisorecorrida(verbis):

    Versaopresenteprocessosobreo(s)Auto(s)deInfraodefls.545577,relativo(s)ao Imposto de Renda Pessoa JurdicaIRPJ, Contribuio para o Programa deIntegrao SocialPIS, Contribuio para Financiamento da Seguridade SocialCOFINS e Contribuio Social Sobre o Lucro LquidoCSLL, ano(s)calendrio2007,comcrditototalapuradonovalordeR$19.956.622,77,incluindooprincipal,amultadeofcioeosjurosdemora,atualizadosat29/07/2011.

    Deacordocomafatosnarradospelaautoridadelanadora,osujeitopassivoincorreuna(s)seguinte(s)infrao(es):

    Contabilizao imprpria de subvenes, com reflexos na apurao do IRPJ,CSLL,PISeCOFINS

    ReduoindevidadeIRPJ.

    Parafundamentarainfraoaautoridadelanadoradescreveque:

    001SUBVENESCONTABILIZAOIMPRPRIA

    [...] verificamos a contabilizao de recursos transferidos da conta n2.1.04.01.00220ICMSNormaleOutros,dogrupoImpostos/Taxas/Contribuiesdo PassivoCirculante para aConta n 2.4.02.01.00024 Incentivo do ICMS, dosubgrupo Reservas de Capital, do grupo Reservas Patrimoniais pertencente ao

    Fl. 5430DF CARF MF

    Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO

  • Processon10280.722150/201193Acrdon.1402001.277

    S1C4T2Fl.4

    3

    Patrimnio Liquido tais recursos no transitaram pela Conta de Resultado. Naparte "B"doLivroLALUR,bemcomonaDIPJ,noconsta registrodeajustedoLucroLquidodoExerccio relativoa estes recursos, portanto, referidos recursosnoforamoferecidosatributao.

    [...]ocontribuinteapresentoucpiadoProjetodeReduodo ICMSRevisoeProrrogaodoBeneficioFiscal datado de agosto de 2003 ecpia dosDecretosestaduaisqueconcedemCrditoPresumidode95%doICMSapurado.

    [...]aSecretariadeEstadodeDesenvolvimento,CinciaeTecnologiaencaminhounoscpiadoprojetoquesubsidiouaconcessodeincentivosfiscaiseplanilhasqueforambaseparaconvalidaodobenefciofiscalpormeiodoDecreton2.667de15/12/2006 e cpia do requerimento daCompar a essa Secretaria, onde solicitaque seja restabelecido o crdito presumido de 95%, calculado sobre o ICMSapurado, correspondentes as sadas dos produtos fabricados pela requerente noEstado doPar. [...] o projeto encaminhado omesmo "Projeto deReduo doICMS Reviso e Prorrogao do Beneficio Fiscal datado de agosto de 2003"entreguepelafiscalizada.

    AversoprimitivadoProjetodeReduodoICMS,quenofoidisponibilizadoaesta fiscalizao, teve concesso de benefcios fiscais atravs do Decreto rt3.857/99 posteriormente novo Projeto de Reduo do ICMS Reviso eProrrogaodoBenefcioFiscal,deagostode2003,teveconcessodebenefciosformalizadoatravsdoDecreton507/2003,queveioaseralteradapelosDecretosnos1.594/2005,2.036/2006.ODecreton2.667/2006concede crditopresumidode 95% sobre o ICMS apurado a partir de data de publicao ocorrida em18/12/2006. Os Decretos citados neste pargrafo so do Governo do Estado doPar.

    O contribuinte comprovou aquisio de bens para o parque fabril em valorescompatveiscomobenefciorecebidodoICMS,entretanto,oProjetonovinculaadestinao dos valores advindos da reduo do ICMS aquisio de bens oudireitosparaimplantaoouexpansodoempreendimentoeconmico.Assim,nohvinculaoentreoincentivoeaaquisiodebens,isto,ocontribuintenoestobrigadoaqualquercontrapartidaemaquisiodebensedireitosparausufruirdoincentivo fiscal do ICMS. A falta de vinculao exclui a possibilidade de que osvaloresdareduodoICMSgozemdobeneficioprevistonoartigo443doRIR/99,enquadrandosenoincisoIdoartigo392domesmodiplomalegal.

    Desta forma o contribuinte infringiu a legislao tributria, por contabilizarsubvenes diretamente em conta de Patrimnio Lquido, sem transitar peloResultado do Exerccio, tampouco lanou o valor da referida subveno nasAdiesdaficha09ADemonstraodoLucroRealPJemGeraldaDIPJdoanocalendrio2007comotambmdeixoudelanarnasAdiesdaficha17ClculodaContribuioSocialsobreoLucroLquido.

    [...]

    002 EMPRESAS INSTALADAS NA REA DA SUDAM. REDUO.INOBSERVNCIADOSREQUISITOSLEGAIS

    O contribuinte informou na Declarao de Informaes EconmicoFiscais daPessoaJurdicaDIPJdoanocalendriode2007:

    a)Ficha28AtividadesIncentivadasPJemGeral:

    001.BeneficioFiscalReduode75%ProjetoModernizaoAtoConcessrioPROT.59431/0667/0336PrazodeVigncia01/01/2003a31/12/2012

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    002.BeneficioFiscalReduode75%ProjetoModernizaoAtoConcessrioLaudoConstitutivo104/2004PrazodeVigncia01/01/2004a31/12/2013.

    b)Ficha12A Clculodo ImpostodeRenda sobreoLucroReal PJ emGeral:Linha10.()IsenoeReduodoImposto=R$1.178.909,92.

    Solicitadoaapresentaratodereconhecimentodeiseno/reduodoIRPJparaoanocalendriode2007,ocontribuintemantevesesilente.OServiodeOrientaoe Anlise Tributria SE0RT da Delegacia da Receita Federal em Belm DRF/BELenviounosMemorandoSEORT/DRFB/BELN076/2011encaminhandocpiadoParecer0378/2011de13/04/2011,eDespachoDecisriodemesmadataqueindefereo"PedidodeReconhecimentodoDireitoaoBeneficiodeReduodoImpostodeRendaeAdicionaisnoRestituveis,calculadoscombasenoLucrodaExplorao formulado por COMPAR COMPANHIA PARAENSE DEREFRIGERANTES.

    Desta forma o contribuinte infringiu a legislao tributria, ao utilizarindevidamenteReduode75%doImpostodeRendanoanocalendriode2007.

    [...]

    Sobreaexignciaprincipalfoiaplicadaamultadeofciode75%.

    Osujeitopassivotomoucinciadolanamentoem25/08/2011(fls.546,554,563e572)eapresentousuaimpugnaoem26/09/2011(fls.583618,17791808,29572989,41634191),naqualalegouemsnteseque:

    Dasubvenoparainvestimento

    1. Em 2003, apresentou o Projeto de Reduo de ICMS Reviso eProrrogao de beneficio Fiscal, pretendendo a prorrogao e a ampliao debeneficiofiscalanteriormenteconcedidopeloEstadodoPar.Opleitotinhacomofundamento a necessidade de expanso no atendimento do mercado consumidorlocal, tanto por meio do aumento de sua produo, como atravs de uma maioreficincianoprocessodedistribuio

    2. O projeto que se centrava na concesso de crditos presumidos nassadasinternaseinterestaduaisdeseusprodutos,almdecrditocompensatrioemrazodeprejuzosacumuladosataqueladatafundavasenasdisposiesdosart.2, 3 e 4 da Lei n 6.489/02, de onde se extrai que a principal finalidade dosincentivos concedidos pelo Estado do Par era a consolidao, modernizao eampliaodaindstria,comrcioeprestaodeservioslocais

    3. Oprojetopreviaumcrescimentodautilizaodamodeobraaolongode seis anos. Previa tambm investimentos em imobilizaes fixas, destinados renovaodebensdepreciados

    4. As subvenes recebidas tiveram sua utilizao fiscalizada pelaComisso de Poltica de Incentivos ao Desenvolvimento ScioEconmicos doestadodoPare foramregistradasnos livros fiscaisda impugnante,constituindoreserva de capital at sua efetiva utilizao, demodo a no afetar o resultado daempresae,conseqentemente,nodistribuirlucrosindevidosaosscios

    5. Parte significativa dos recursos foi concentrada em aquisies ereposiesdebensedireitosemoperao, taiscomo:veculosequipamentosparaeventos promocionais mquinas, equipamentos e instalaes industriaisequipamentosparaprocessamentodedadosevasilhameseembalagens

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    6. Os investimentos realizados igualaram as subvenes recebidas.O quedemonstraocomprometimentodaimpugnantecomoprojeto

    7. O benefcio fiscal recebido culminou na expanso da participaoimpugnantenomercadoconsumidorlocal,gerandoempregos,aumentonasvendaseelevaonorecolhimentodetributos

    8. ApresentaporamostragemasNotasFiscaisqueconfirmamamutaodoseuativopermanente,emconformidadecomassubvenesrecebidas

    9. Considerando o exguo tempo para levantamento dessas notas fiscais,requerajuntadaposteriordenovosdocumentos

    10. Asubvenopara investimentodiferenciaseda subvenoparacusteiopelo fato daquela ter por objetivo capitalizar a empresa privada subvencionada.NessesentidoojulgamentodoRecurson145121.proferidopelaStimaCmaradoPrimeiroConselhodeContribuintes,em20/09/2006,emque,atravsdeumestudosemnticodapalavrasubveno,defineacomoauxilioempecnia,semcartercompensatrio,dospoderespblicosaoenteprivado

    11. A subvenopara investimento no pressupe a aplicao dos recursosrecebidosnoativopermanentedapessoajurdicaepodemserdestinadasaaumentarocapitaldegirodaempresa

    12. Verificada a inteno do subvencionador em conceder recursos aosinvestimentos da impugnante e efetivada a aplicao da subveno nosinvestimentosprevistosparaaexpansodoempreendimentoeconmico,inconteste,ento,oenquadramentodorecebimentodasubvenoart.38,2,doDecretoLein1.598/77eArt.443doRIR/99

    13. Os bens adquiridos foram expressamente previstos no projeto, emespecial,noQuadroII.4,relativoImobilizaesFsicasExistentes,enoQuadroIII.5, relativo Depreciao, Amortizao, Manuteno e Seguros do AtivoImobilizado,emsuamaioria,destinadosareposiodebensdiretamenteligadosoperao,tendoporfimltimooaumentodoatendimentodomercadoconsumidorlocal,pormeiodoaumentodaprodutividadeeumamaioreficincianaproduoedistribuio

    14. Ameracomprovaoqueosinvestimentosrecebidosforamaplicadosembensdecapital, comobemdemonstrou asdecisescitadas eoParecerNormativoCST n 112/78, afasta qualquer tentativa de enquadramento das subvenesrecebidasdoEstadodoParnoArt.392,I,doRIR/99,pois,plenamenteidentificadaa inteno do ente Pblico em subvencionar e a efetiva e especfica aplicao dasubveno nos investimentos previstos para a expanso do empreendimentoeconmico

    15. AregularizaodoprojetoperanteaComissodaPolticadeIncentivosao Desenvolvimento ScioEconmico do Par ver ofcios recebidos eesclarecimentos prestados caracterizam o benefcio fiscal como subveno parainvestimento

    DareduodoIRPJ

    16. Em 2003, apresentou projeto junto Agncia de Desenvolvimento daAmazniapretendendooreconhecimentododireitoisenode75%doImpostodeRendaeAdicionaisnorestituveis,por10(dez)anos,calculadocombasenolucroda explorao dos produtos, nos termos definidos no art. 1, 4, da MedidaProvisrian2.19914/2001,eDecreton4.212/2002,art.2,incisoVI,alneah

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    17. Nostermosdessalegislao,aImpugnantetematoanode2013paraterseuprojetonegadopelaAdministrao,possuindoatessadata,porforadoprprioart.1,1daMedidaProvisrian2.19914/2001,amplodireitoiseno

    18. A iseno foi concedida por prazo certo (dez anos) e sob condioonerosa (instalao, modernizao, ampliao ou diversificao). Tal argumentoconformase com a exceo ao princpio da plena revogabilidade isencional (art.178, do CTN), razo pela qual no pode ser alterada, revogada ou limitada pelademoranaanlisedoprojetoapresentado

    19. Encontrandose o benefcio de iseno vinculado proposta deinvestimento do contribuinte (art. 178 do CTN), bvio que a implantao eoperaodoempreendimentodevegozar,desdelogo,dobeneficiodesuaisenodoImposto deRenda, comodetermina o art. 1, 1 daMedidaProvisrian2.19914/2001,sendoaaprovaodobenefcioatomeramentedeclaratrio

    20. Aindaqueseentendaseraaprovaodoprojetorequisitoindispensvelaogozoda iseno,mesmoassimnosepoderiaadmitirqueessaanlisepoderiademorar indefinidamente, pois,mesmo submetido administrao em2003, at opresente momento no recebeu a contribuinte qualquer resposta. Um totaldesrespeito ao artigo 24 daLei n 9.784/99, incisoLXXVIII, do art. 5 e art. 37,ambosdaConstituioFederal

    DaimpossibilidadedetributaodoPISeCOFINS

    21. OcrditopresumidodeICMSnoseconstituireceita,sejadopontodevistacontbil, sejadopontodevistaeconmicofinanceiro,porquantosedestinamunicamenteaosubvencionamentodeatividadeincentivada

    22. Quandodorecebimentodosvaloresrelativossvendasdeseusprodutosocontribuintesuporta,sobreomontante ingressadonacontabilidadea tal ttulo,aincidnciadoPISeCOFINS

    23. OSTJjseposicionounosentidoqueoscrditosconcedidosdeICMSnosecaracterizamreceita,porquantonoinexisteincorporaoaopatrimniodasempresas

    24. OTRFda4Regiotambmjsepronunciounosentidoqueoscrditospresumidos de ICMS, concedidos pelos EstadosMembros, no se constituemreceitas ou faturamento da empresa, base de clculo das contribuies PIS eCOFINS, mas verdadeira renuncia fiscal, com o intuito de incentivar odesenvolvimentodedeterminadossetoresdaeconomia

    25. No caso da impugnante, o crdito presumido, constituise tpicasubvenoparainvestimento,devendoserregistradadiretamentenacontadereservadecapital,semtrnsitopeloresultado

    Porfim,arecorrenteaindapede:

    1. O reconhecimentodaautenticidadedosdocumentosacostadosdefesa,nostermosdoart.356,IV,CPC

    2. Realizaodepercia,casohajadvidassobreasdeclaraes,registrosedemonstraesfinanceiras.

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    Adecisorecorridaestassimementada:

    DECISESADMINISTRATIVAS.EFEITOS.Asdecisesadministrativasemcasosconcretosnoseconstituememnormasgerais.Inaplicvel,portanto,aextensodeseusefeitos,deformagenrica,aoutroscasos.DECISES JUDICIAIS. EFEITOS. As decises judiciais, com efeito inter partes,nopodemseraplicadasaoutroscasos.DILIGNCIA/PERCIA. A realizao de diligncia/percia no se presta produodeprovasqueo sujeitopassivo tinhaodeverde trazercolao juntocomapeaimpugnatria.SUBVENO PARA INVESTIMENTO. CRDITOS PRESUMIDOS DE ICMS.INEXISTNCIADEVINCULAOESINCRONISMO.DESCARACTERIZAOOsvalorescorrespondentesaobenefciofiscaldereduodeICMS,decorrentesdaobteno de crditos presumidos, que no possuam vinculao com a aplicaoespecficadosrecursosembensoudireitosreferentes implantaoouexpansode empreendimento econmico, no se caracterizam como subveno parainvestimento,devendosercomputadosnadeterminaodolucroreal.BENEFCIO FISCAL. REDUO DO IRPJ. FRUIO. O benefcio fiscal dereduo do IRPJ, fundamentado no artigo 1 da Medida Provisria n 2.19914/2001,comasalteraespromovidaspelaLein11.196/2005,cujaexpediodolaudo constitutivo do direito ocorreu aps o anocalendrio subsequente ao deincio de operao do projeto beneficiado, tem termo inicial de fruio no anocalendriodeexpediodolaudo.BASEDECLCULO.SUBVENES.OPIStemcomobasedeclculoovalordofaturamento(receitabruta)mensalauferidopelapessoajurdica,sendoirrelevanteotipodeatividadeexercidaouaclassificaocontbiladotadaparasuasreceitas.Assubvenesobtidasdopoderpblico,taiscomooscrditospresumidosdeICMS,independentemente de sua classificao contbil, so receitas do subvencionado,devendo,portanto,integrarabasedeclculodacontribuio.(...)ImpugnaoImprocedente.CrditoTributrioMantido.

    Cientificadadaaludidadeciso,acontribuinteapresentourecursovoluntrio,no qual contesta os fundamentos da DRJ e, ao final, requer o provimento. Transcrevese asntesedasalegaesrecursais:

    IV AS RAZES DE MRITO QUE IMPEM O CANCELAMENTO DASEXIGNCIASORAQUESTIONADAS

    Conformeserdemonstradoaseguir,adecisodeprimeirainstnciaquelegitimouo lanamento formulado pela Receita Federal Brasil merece ser reformada,porquanto as subvenes recebidas do Estado do Par atravs dos Decretos ns.507/2003,1.594/05e2.667/2006,almdedevidamentefundamentadasnoInteressePblico,foramconcedidascombaseem"ProjetodereduodeICMSRevisoeProrrogao de benefcio Fiscal" submetido pela Recorrente ao Estado visando aexpanso no atendimento do mercado consumidor do Par, tanto por meio doaumentodesualucratividade,comoatravsdeumamaioreficinciaemproduoedistribuio.

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    Taisobjetivos,queseencontravamemtotalconsonnciacomaLein6.489/02eDecreton5.615/02(regulamento),buscavamarecuperaodaRecorrentejuntoaomercado consumidor local, duramente seviciado nos ltimos anos em razo daconcorrnciadeslealpraticadaporOempreendimentosmargemdalei,quealmdenocumprircomsuasobrigaesfiscaisetrabalhistas,pememriscoasadedosconsumidores com a comercializao de produtos de pouca qualidade e nenhumcontrolesanitrio.

    Por conseguinte, pretende a Recorrente demonstrar o pleno enquadramento dassubvenesrecebidasdoEstadodoParnosditamesdo2,art.38,doDecretoLein 1.5984 e art. 443 do RIR/995, pois, comprovada a printeno do Estado emtransferircapitalparaa iniciativaprivadavisandoo interessepblico,e respeitadoesse interesse com o direcionamento pracordado dos recursos recebidos,CARACTERIZADASEENCONTRAASUBVENODEINVESTIMENTO.

    O que se constata da anlise da deciso ora recorrida, que estaANALISOU asPROVAS ACOSTADAS AOS AUTOS, na medida em que DISTORCEELEMENTOS FTICOS APRESENTADOS NA IMPUGNAO, EDESCONSIDERA O ENQUADRAMENTO CONTBIL DE BENSADQUIRIDOSPELAIMPUGNANTENOPERIODOAUTUADO.

    Ademais, a DECISO RECORRIDA IGNOROU O TEXTO DAS NORMASEDITADASPELOESTADODOPAR,noatentouparaaintenoespecficadoEstado em subvencionar amodernizao, o desenvolvimento, e a consolidaodaindstrialocal.

    ExemplodissoaafirmaodequeoDecretoEstadualn2.667/2007queconcedeuobenefciofiscalRecorrenteexigeparaamanutenodobenefciofiscalapenasocumprimento da legislao que rege a matria, no havendo "nenhuma outracontrapartida exigida da recorrente para o recebimento dos crditos de ICMS.Tampouco h qualquer vnculo expresso, direto ou indiretamente, entre o projetoapresentadopelarecorrente(fl.112186)eoDecretoquec