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Identificação Acórdão 1941/2006 - Plenário Número Interno do Documento AC-1941-42/06-P Ementa LEVANTAMENTO DE AUDITORIA. FISCOBRAS 2006. CONSTRUÇÃO DO COMPLEXO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 20ª REGIÃO. CONTRATO. LIMITES E CRITÉRIOS PARA SUBCONTRATAÇÃO. TERMO INICIAL DO PRAZO DE REAJUSTE CONTRATUAL. DETALHAMENTO DA PROPOSTA DE PREÇOS. DISPENSA DE LICITAÇÃO E PESQUISA DE PREÇOS. CRITÉRIOS PARA CÁLCULO DO PERCENTUAL DE ALTERAÇÃO CONTRATUAL. DETERMINAÇÕES. ARQUIVAMENTO. 1. Os editais para contratação de obra, serviço ou fornecimento devem prever os limites admissíveis e os critérios para subcontratação parcial do objeto. 2. Os reajustes de preços, de acordo com a variação do índice previsto no edital, devem abranger o período de somente um ano, contado a partir da data da apresentação das propostas ou da data do orçamento a que ela se referir. 3. É obrigatória a previsão, no edital de licitação, dos critérios de aceitabilidade dos preços ofertados, permitida a fixação de preços máximos, devendo a proposta do licitante apresentar a composição dos preços unitários dos serviços, bem como o detalhamento do Bônus por Despesas Indiretas – BDI e dos encargos sociais. 4. Nos casos de dispensa de licitação fundamentadas no artigo 24, inciso VII, da Lei 8.666/1993, deve a Administração proceder à devida pesquisa de preços, a fim de demonstrar a equivalência entre o preço contratado e os praticados pelo mercado, especificando-se os produtos a serem entregues pela empresa contratada. 5. No cumprimento dos limites estabelecidos no art. 65 da Lei 8.666/1993, o cálculo do percentual de alteração contratual deve ser obtido a partir de comparação dos valores acrescidos/suprimidos com o valor inicialmente contratado, ambos referentes à mesma data. Grupo/Classe/Colegiado Grupo I / Classe V / Plenário Processo

Acórdão TCU nº 1.941-2006 - Plenário (Deve a proposta do licitante apresentar a composição dos preços unitários dos serviços)

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Identificação

Acórdão 1941/2006 - Plenário

Número Interno do Documento

AC-1941-42/06-P

Ementa

LEVANTAMENTO DE AUDITORIA. FISCOBRAS 2006. CONSTRUÇÃO DO COMPLEXO

DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 20ª REGIÃO. CONTRATO. LIMITES E CRITÉRIOS

PARA SUBCONTRATAÇÃO. TERMO INICIAL DO PRAZO DE REAJUSTE CONTRATUAL.

DETALHAMENTO DA PROPOSTA DE PREÇOS. DISPENSA DE LICITAÇÃO E PESQUISA DE

PREÇOS. CRITÉRIOS PARA CÁLCULO DO PERCENTUAL DE ALTERAÇÃO CONTRATUAL.

DETERMINAÇÕES. ARQUIVAMENTO.

1. Os editais para contratação de obra, serviço ou fornecimento devem prever

os limites admissíveis e os critérios para subcontratação parcial do objeto.

2. Os reajustes de preços, de acordo com a variação do índice previsto no

edital, devem abranger o período de somente um ano, contado a partir da data da

apresentação das propostas ou da data do orçamento a que ela se referir.

3. É obrigatória a previsão, no edital de licitação, dos critérios de aceitabilidade

dos preços ofertados, permitida a fixação de preços máximos, devendo a proposta do

licitante apresentar a composição dos preços unitários dos serviços, bem como o

detalhamento do Bônus por Despesas Indiretas – BDI e dos encargos sociais.

4. Nos casos de dispensa de licitação fundamentadas no artigo 24, inciso VII, da

Lei 8.666/1993, deve a Administração proceder à devida pesquisa de preços, a fim de

demonstrar a equivalência entre o preço contratado e os praticados pelo mercado,

especificando-se os produtos a serem entregues pela empresa contratada.

5. No cumprimento dos limites estabelecidos no art. 65 da Lei 8.666/1993, o

cálculo do percentual de alteração contratual deve ser obtido a partir de comparação dos

valores acrescidos/suprimidos com o valor inicialmente contratado, ambos referentes à

mesma data.

Grupo/Classe/Colegiado

Grupo I / Classe V / Plenário

Processo

013.474/2006-2

Natureza

Relatório de Levantamento de Auditoria.

Entidade

Órgão: Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região.

Interessados

Interessado: Congresso Nacional.

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Sumário

FISCOBRAS/2006. RELATÓRIO DE LEVANTAMENTO DE AUDITORIA. PROGRAMA

DE TRABALHO N. 02122057111760101. CONSTRUÇÃO DO COMPLEXO DO TRT - 20ª REGIÃO.

INEXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADES GRAVES QUE JUSTIFIQUEM A PARALISAÇÃO DA OBRA

OU O BLOQUEIO DOS RECURSOS. DETERMINAÇÕES AO ÓRGÃO. ARQUIVAMENTO.

1. No Levantamento de Auditoria realizado em 2006, não foram constatados

indícios de irregularidades graves que obstaculizem a liberação dos recursos orçamentários.

2. Desnecessidade de comunicação específica à Comissão Mista de Planos,

Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, uma vez que a entrega do

relatório consolidado das auditorias Fiscobras/2006 (TC 005.275/2006-4) à Presidência do

Senado Federal foi autorizada em 20/09/2006, pelo Acórdão n. 1.731/2006 -TCU - Plenário.

Assunto

Relatório de Levantamento de Auditoria.

Ministro Relator

MARCOS BEMQUERER

Unidade Técnica

SECEX-SE - Secretaria de Controle Externo - SE

Dados Materiais

(com 2 anexos e 2 volumes).

Relatório do Ministro Relator

Cuidam os autos do Relatório de Levantamento de Auditoria realizado pela

Secex/SE, no período de 30/06 a 28/07/2006, em cumprimento ao Acórdão n. 2.308/2005 -

TCU - Plenário (Fiscobras 2006), referente aos recursos alocados ao PT 02122057111760101

- Construção do Complexo do Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região, no Município de

Aracaju - SE.

2. A importância socioeconômica do empreendimento decorre do fato de que o

Órgão, atualmente, ocupa quatro prédios antigos e isolados, que têm espaço físico e

instalações elétricas e lógicas deficientes, necessitam de constantes reformas e não contam

com depósito judicial.

3. A integração dos prédios em um único local possibilitará economia nos gastos

com malotes, telefones, energia elétrica e combustíveis, a implantação de uma rede

informatizada única, em lugar de linha de transmissão de dados, além de oferecer a

servidores e clientes um espaço adequado para a prestação dos serviços jurisdicionais. Para

tanto, o projeto básico prevê a construção de um prédio de 16.464,08 m2 em um terreno de

25.708,53 m2, expandindo as instalações atuais, que totalizam 6.639,26 m2 (fl. 19/20).

4. Ao apreciar a auditoria executada em 2005, objeto do TC 006.398/2005-0,

este Plenário, por meio do Acórdão n. 1.625/2005, não detectou falhas que representassem

óbice à liberação dos recursos orçamentários consignados à execução de serviços. Não

obstante, efetuou as seguintes determinações ao TRT da 20ª Região:

“9.2.1. abstenha-se de executar quantitativos de serviços não amparados

contratualmente, por constituir infração ao art. 60, parágrafo único, da Lei n. 8.666/1993,

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devendo ser providenciada, previamente à execução, a celebração de termo aditivo,

observados os limites e as condições estabelecidas na referida lei, evitando, assim, o

ocorrido no Contrato n. 24/2004;

9.2.2. retifique o instrumento celebrado com o Departamento Estadual de

Habitação e Obras Públicas/SE, substituindo o Termo de Convênio n. 006/2004 por termo de

contrato, em vista das disposições do art. 48 do Decreto n. 93.872/1986, nele incluindo o

preço e as condições de pagamento, e promova o respectivo registro no Siasg - Sistema

Integrado de Administração de Serviços Gerais;

9.2.3. justifique expressamente em processo licitatório na modalidade convite a

existência de eventual limitação de mercado ou manifesto desinteresse dos convidados

quando não for possível a obtenção do mínimo de três propostas válidas, ou, não sendo o

caso, proceda à repetição do certame, atentando para o fato de que o mero não-

comparecimento de alguns, dentre poucos convidados, não constitui justificativa plausível

para a contratação imediata, nos termos do art. 22, §§ 3º, 6º e 7º, da Lei n. 8.666/1993

(Súmula TCU n. 248);”

5. Em sede de pedido de reexame apreciado por meio do Acórdão n. 842/2006,

este Plenário tornou insubsistente o item 9.2.1 acima transcrito, por perda do seu objeto, em

face da comprovação que o termo aditivo para execução de serviços de elevação da cota de

terraplanagem fora assinado anteriormente à mencionada determinação.

6. No decorrer da auditoria tratada nestes autos, a equipe de fiscalização

identificou, a princípio, alguns indícios de irregularidades consideradas graves

(irregularidades ns. 1, 2, 5, 6 e 7). No entanto, após a oitiva do responsável, tais

irregularidades foram reclassificadas para “outras irregularidades”, com proposta de

determinação da adoção de medidas corretivas (fl. 49). Passo a descrever os achados de

fiscalização registrados e preliminarmente avaliados às fls. 31/48:

6.1 - Irregularidade n. 1 (fls. 31/33)

6.1.1 - Descrição

O Contrato n. 24/2004 e o Edital da Concorrência n. 3/2004 são omissos quanto

aos limites e critérios para a subcontratação.

O art. 72 da Lei n. 8.666/1993 permite a subcontratação de partes da obra,

desde que previamente autorizada pela Administração. O art. 78, inciso VI, daquele diploma

legal estabelece que qualquer forma de transmissão de direitos e obrigações

(subcontratação, cessão, transferência, fusão, cisão e incorporação) deve estar prevista no

instrumento convocatório e no contrato.

O Edital da Concorrência n. 3/2004 não contém referência à subcontratação. O

Contrato n. 24/2004, em sua Cláusula Oitava, itens III e IV, veda a subcontratação total dos

serviços e prevê a subcontratação parcial, desde que previamente autorizada pela

Administração.

O procedimento utilizado pelo TRT - 20ª Região para autorizar a subcontratação

constitui-se, tão-somente, na declaração de sua concordância nas comunicações à empresa

contratada, ou nas anotações realizadas no diário de obra, sem que os respectivos limites

estejam previamente estabelecidos e definidas no edital da licitação, contrariando o disposto

no art. 72 da Lei n. 8.666/1993.

6.1.2 - Manifestação do Órgão

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O Edital de Concorrência não é omisso quanto à subcontratação, pois a minuta

de contrato vedou-a na modalidade total e admitiu-a na modalidade parcial, atendendo ao

que dispõe o art. 78, VI, da Lei n. 8.666/1993.

Ao autorizar a subcontratação, a Comissão de Fiscalização da Obra - CFO

examina vasta documentação, no tocante à qualificação da empresa, histórico de obras

realizadas, atestados de capacidade técnica e qualidade de materiais empregados.

Relativamente aos serviços para os quais tenha sido exigida qualificação técnica da licitante,

é requerido, da empresa subcontratada, atestado emitido pelos órgãos competentes. Dessa

forma, a CFO delimita quais os serviços podem ser realizados mediante subcontratação.

6.1.3 - Avaliação Preliminar

A manifestação do Órgão não infirma a ausência, no edital de licitação, da

definição dos limites para subcontratação exigido pelo art. 72 da Lei n. 8.666/1993, cuja

obrigatoriedade é reconhecida nos Acórdãos n. 1.045/2006 e 2.297/1995, ambos do Plenário.

O Órgão não tem formalizado adequadamente a análise da capacidade das

empresas subcontratadas, muito embora, nas manifestações acerca da irregularidade

constatada, tenha apresentado documentação pertinente às empresas subcontratadas pela

Empresa Uchôa Construções Ltda., tais como atestados de capacidade e de responsabilidade

técnica, histórico de obras realizadas e relatório de inspeção às instalações da fábrica da

empresa subcontratada.

Por essa razão será proposta determinação ao Órgão, no sentido de que

fundamente adequadamente os atos de aceitação ou rejeição das empresas subcontratadas,

em conformidade com os limites e condições previamente estabelecidos nos editais de

licitação, mormente quando as subcontratações referirem-se a partes da obra para as quais

foram exigidas, no instrumento convocatório, qualificação técnica da empresa licitada.

6.2 - Irregularidade n. 2 (fl. 33/35)

6.2.1 - Descrição

O 3º Termo Aditivo ao Contrato n. 24/2004 não observou a Cláusula Décima

Oitava do ajuste, com redação dada pelo 2º Termo Aditivo, segundo a qual “havendo

acréscimo de itens com preços manifestamente superiores aos orçados pelo Tribunal

Regional do Trabalho, deverão ser estabelecidas, por entendimento prévio entre as partes,

novas bases condizentes com os preços de mercado, de forma a manter o equilíbrio

econômico-financeiro do contrato”.

Esse dispositivo foi inserido no Contrato em virtude de determinação do TCU,

uma vez que o Edital não estabeleceu critérios de aceitabilidade dos preços unitários, com

fixação de preços máximos (art. 40, inciso X, da Lei n. 8.666/1993, e LDO), nem exigiu a

apresentação do orçamento analítico, incluindo as composições de custos unitários dos

serviços e o detalhamento do BDI e dos encargos sociais.

O 3º Termo Aditivo teve por objeto o acréscimo de terraplanagem e a supressão

de instalações hidráulicas, resultando na redução do valor total. Todavia, embora tenha

havido diminuição do valor devido, para atender à Cláusula Décima Oitava do Contrato, os

custos unitários dos itens deveriam ter sido avaliados um a um, e não agrupados. A

inexecução de cláusulas avençadas caracteriza o descumprimento do art. 66 da Lei n.

8.666/1993.

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Para obtenção do valor de mercado dos cinco itens que sofreram acréscimo

quantitativo no 3º Termo Aditivo, a equipe utilizou o programa Orçamento de Obras de

Sergipe - ORSE, disponibilizado pelo Departamento Estadual de Habitação e Obras Públicas -

DEHOP, considerando a data-base da proposta contratada. Concluiu a equipe que o

cumprimento dos termos contratuais implicaria na redução do valor aditado de R$ 14.881,73

para R$ 8.573,88, referente a setembro/2004.

6.2.2 - Manifestação do Órgão

Ao se eliminar grandes trechos de tubulação, 290 m de tubos do trecho

remanescente tiveram que ser substituídos por outros de menor diâmetro, porque o volume

de água diminuiu. Logo, não houve acréscimo de tubulações, e sim substituição.

Não seria correto utilizar parâmetros distintos para avaliar os preços dos itens,

quando se trata de correção do quantitativo de preços.

6.2.3 - Avaliação Preliminar

De fato, entre acréscimos e supressões, o item instalações hidráulicas sofreu

uma redução de R$ 71.386,27. Considerando que não foram reavaliados os itens que a

empresa Uchôa havia cotado abaixo do preço de mercado, e que é pequena a diferença de

R$ 6.307,85 apurada na fiscalização relativamente aos itens que tiveram acréscimo, a equipe

de auditoria considera justificada a irregularidade.

A equipe de auditoria propõe determinação ao Órgão no sentido de que, quando

da realização de aditivos, passe a observar rigorosamente o que determina a Cláusula

Décima Oitava do Contrato, e que, nos próximos editais de licitação, faça constar critérios de

aceitabilidade dos preços unitários ofertados, em observância ao disposto no art. 40, inciso

X, da Lei n. 8.666/1993, permitida a fixação de preços máximos, bem como a necessidade de

apresentação do orçamento analítico, incluindo as composições de custos unitários dos

serviços e do detalhamento do BDI e dos encargos sociais (arts. 7º, § 2º, II, e 6º, IX, f, da Lei

n. 8.666/1993).

6.3 - Irregularidade n. 3 (fl. 35/42)

6.3.1 - Descrição

O reajuste adotado na celebração do 4º Termo Aditivo ao Contrato n. 24/2004

contrariou o art. 40, inciso XI, da Lei n. 8.666/1993 e o art. 3º da Lei n. 10.692/2001, pois

considerou um período de treze meses e adotou data-base anterior à apresentação das

propostas. As cláusulas do Contrato e do referido Termo Aditivo não estabelecem com

clareza os parâmetros de cálculo adotados. O índice foi aplicado sobre os serviços previstos a

partir do 13º mês do cronograma físico-financeiro inicial da obra, e não sobre os serviços

efetivamente remanescentes por ocasião do ajuste.

A Cláusula específica prevê que “os valores fixados no cronograma físico-

financeiro poderão ser reajustados após o curso de 12 meses, contados do início da execução

dos serviços, e terão como indexador o Índice Nacional da Construção Civil - INCC”.

No 4º Termo Aditivo, o órgão considerou um intervalo de 13 meses para o

cálculo do índice, incluindo a defasagem de um mês existente entre a data da proposta

(setembro/2004) e o início da execução dos serviços (outubro/2004). Como o INCC de

outubro de 2005 ainda não havia sido publicado na época do reajuste, formalizado em

27/10/2005, foi adotado o intervalo de agosto/2004 a setembro/2005 para calcular a variação

do índice.

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Segundo definição constante do art. 3º, inciso VI, do Decreto n. 1.054/1994,

periodicidade é o intervalo de tempo entre dois reajustes sucessivos do preço. O art. 28 da

Lei n. 9.069/1995, que instituiu o Plano Real, determinou que os contratos celebrados ou

convertidos em Real, com cláusula de correção monetária por índice de preço, deveriam ter

periodicidade de um ano. O art. 3º, § 1º, da Lei n. 10.192/2001 alterou o marco inicial para o

cômputo do reajustamento, estabelecendo-o como a data limite para apresentação da

proposta ou do orçamento a que essa se referir, mantendo o período de um ano para seu

cálculo e implementação.

A lei não vincula o reajustamento do contrato à data de sua assinatura ou o

início da execução dos serviços, mas sim à data da proposta ou do orçamento a que se

referir e à periodicidade anual. Portanto, o período apropriado deveria abranger o período de

setembro/2004, data da apresentação da proposta e do orçamento, a setembro/2005,

término do interstício de 12 meses, no qual o INCC teve variação de 8,72%. Foi incorreta a

utilização de 13 variações do Índice Nacional da Construção Civil - INCC para o cálculo do

reajuste, no percentual de 9,14%, com o qual a planilha atualizada totalizou R$

20.870.574,06.

6.3.2 - Manifestação do Órgão

A data-base adotada foi setembro/2004, data da apresentação da proposta,

conforme determina a Lei. O índice de 9,14 foi apurado considerando o período de

setembro/2004 a setembro/2005. A norma legal não teria sido contrariada pela apuração do

índice de reajuste em um período de 13 meses, pois só é vedado o reajuste de periodicidade

inferior à anual, a teor do art. 5º do Decreto n. 10.254/1994, do art. 28, § 1º, da Lei n.

9.069/1995 e do art. 2º, § 3º, da Lei n. 10.192/2001.

Quanto à base de cálculo do reajuste, o cronograma físico-financeiro reflete

exatamente o quantitativo de serviços a ser executado, uma vez que, a teor do art. 66 da Lei

n. 8.666/1993, o contrato deverá ser executado fielmente pelas partes. O procedimento

adotado também encontra paralelo no que estabelece o art. 6º, inciso I, alínea a, do Decreto

n. 1.054/1994.

6.3.3 - Avaliação Preliminar

A ausência de critérios específicos de reajuste contraria o art. 40, inciso XI, da

Lei n. 8.666/1993. O edital deve estabelecer, além do indexador, se a data-base para o

período de reajustamento de um ano é a data da apresentação das propostas ou a data do

orçamento. Nesse sentido, pelo item 9.2.1 do Acórdão n. 1.707/2003 - TCU - Plenário

determinou-se ao Dnit que “estabeleça, já a partir dos editais de licitação e em seus

contratos, de forma clara, se a periodicidade dos reajustes terá como base a data-limite para

apresentação da proposta ou a data do orçamento.”

A periodicidade do reajuste não pode ser inferior nem superior a um ano,

conforme preceituam o art. 28 da Lei n. 9.069/1995 e o art. 3º, § 1º, da Lei n. 10.192/2001.

No Voto que fundamentou o Acórdão n. 474/2005, proferido em sede de Consulta formulada

pelo Ministério dos Transportes (TC 003.671/2005-0), o Ministro Augusto Sherman Cavalcanti

levou a cabo a seguinte conclusão:

“O procedimento correto, portanto, é aquele em que o reajuste seja referente à

data em que se completou um ano daquela apresentação da proposta ou da data do

orçamento a que ela se referir. Devendo os reajustes seguintes obedecer à mesma

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periodicidade anual, tendo como referência sempre a mesma data-base. Assim, também

manter-se-á o equilíbrio econômico-financeiro estabelecido quando da realização do certame,

respeitando-se o princípio da vinculação editalícia e a manutenção das condições originais da

proposta (art. 55, XI, da Lei n. 8.666/1993).”

Portanto, é necessário determinar ao TRT da 20ª Região que corrija o

procedimento adotado.

Já no que se refere à possibilidade de o reajuste ser efetuado com base no

cronograma físico-financeiro, assiste razão ao Órgão. O art. 6º, inciso I, alínea a, do Decreto

n. 1.054/1994 estabelece que, em caso de atraso atribuível ao contratado, se os índices

aumentarem prevalecerão aqueles vigentes nas datas previstas para a realização do

fornecimento ou execução da obra ou serviço. Esse procedimento afasta atrasos propositais,

pela contratada, na execução da obra, com o fito de obter vantagens com a aplicação de

índices superiores aos que seriam obtidos com o andamento regular do cronograma.

6.4 - Irregularidade n. 4 (fls. 42/45)

6.4.1 - Descrição

O reajuste do Contrato n. 24/2004 foi formalizado por meio do 4º Termo Aditivo

e a planilha orçamentária teve seus preços unitários atualizados. A existência de duas

planilhas orçamentárias, com diferentes datas de referência de preços, ocasionou falhas nos

cálculos do 6º, 7º e 9 º Termos Aditivos. Usualmente, a planilha orçamentária com os preços

unitários refere-se à data-base da proposta e deve ser mantida como referência para as

medições e os aditamentos, sendo o reajuste calculado separadamente a cada fatura,

aplicando-se a variação do índice sobre os valores medidos.

O 6º Termo Aditivo promoveu modificações na composição dos revestimentos

de piso que, tendo como base a planilha atualizada para outubro/2005, acarretaram

acréscimo de R$ 1.274,71. Todavia, o cálculo do valor aditado com base nos preços unitários

da planilha original, relativa a setembro/2004, resultaria num acréscimo de R$ 1.227,87.

O 7º Termo Aditivo, celebrado em fevereiro de 2006, teve por objeto o

acréscimo de serviços para implantação da rede de drenagem de esgotos sanitários e águas

pluviais. Os novos itens de serviço (serviços preliminares/locação e infraestrutura) foram

cotados com base nos preços da época do termo aditivo. Dentre os itens preexistentes na

planilha, foram utilizados preços unitários com diferentes datas de referência. As alterações

no serviço de movimentação de terra foram cotadas com base nos preços constantes da

proposta (setembro/2004), e as instalações hidráulicas, com base nos preços reajustados

para setembro/2005.

O 9º Termo Aditivo destinou-se a corrigir quantitativos cotados em duplicidade

na planilha orçamentária (entrada de energia e ramal de alta tensão do prédio). Novamente

foram relacionados valores com datas de referência distintas. O valor dos serviços

suprimidos, calculados com base na planilha orçamentária reajustada em outubro/2005

resultou no valor de R$ 192.122,35. A retificação da supressão, utilizando os preços unitários

de setembro/2004, resultaria em R$ 179.031,58.

6.4.2 - Manifestação do Órgão

No decorrer do contrato, subsiste apenas uma planilha orçamentária válida: até

setembro/2005, a planilha original com os preços da licitação; a partir de outubro/2005, a

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planilha atualizada com base no índice de reajuste previsto. Os aditivos celebrados tomam

como referência uma ou outra planilha, a depender apenas da data de sua celebração.

O procedimento adotado não gerou dano ao erário. As diferenças apontadas

pela equipe de auditoria não se confirmam, porque os cálculos tomam como referência os

preços da planilha de setembro/2004, sem computar o reajuste.

6.4.3 - Avaliação Preliminar

Considerando que os percentuais efetivamente alterados não superam os

limites previstos no art. 65, § 1º, da Lei n. 8.666/1993 e que as diferenças de valores são

pouco expressivas, não se vislumbram irregularidades graves decorrentes dos erros de

cálculo em questão. Entretanto, cabe ao TRT da 20ª Região corrigir e reavaliar seus

procedimentos, visando a alcançar maior transparência e precisão na execução dos

contratos.

O cálculo do percentual alterado pelos termos aditivos, em relação ao valor

inicialmente contratado, é necessário para demonstrar que estão sendo cumpridos os limites

estabelecidos no mencionado dispositivo legal. Porém, no caso do 6º, 7º e 9º aditamentos,

computou-se o reajuste como alteração contratual, ao totalizar os acréscimos e supressões

com os preços unitários reajustados (outubro/2005) e relacioná-los ao valor inicial do

contrato (setembro/2004), o que não é correto.

6.5 - Irregularidade n. 5 (fl. 45/46)

6.5.1 - Descrição

Ausência de justificativa de preço no processo de contratação do Departamento

Estadual de Habitação e Obras Públicas/SE - DEHOP, por dispensa de licitação, em

contrariedade ao exigido pelo art. 24, VIII, da Lei n. 8.666/1993.

De acordo com a Cláusula Quinta do Contrato n. 28/2005, o valor de R$

730.470,09 compreende desembolsos periódicos correspondentes a 3,5% de cada medição.

Esse valor foi obtido por meio orçamento apresentado pelo Contratado, sem verificação de

sua adequação aos preços de mercado.

Além disso, há indícios de que os serviços dependentes dos recursos materiais

discriminados na planilha de curso não estariam sendo executados. Não ficou evidenciado

que os custos previstos com fotografias, cópias, plotagens e demais materiais de consumo

tenham gerado qualquer documento para o TRT - 20ª Região.

Também há indícios de que o valor das atividades de fiscalização é excessivo. O

orçamento contempla valores consideráveis no custo mensal de cada profissional envolvido

na equipe, mas o contrato não exige a sua dedicação integral. Durante a vistoria não havia

qualquer profissional do DEHOP presente no local da obra.

6.5.2 - Manifestação do Órgão

A taxa de 3,5% está plenamente justificada nos autos do processo. A Lei

Estadual n. 4.189/1999 estabeleceu o limite para cobrança da taxa em 5%. O convênio

firmado entre o Ministério Público do Estado de Sergipe e a CEHOP para fins correlatos fixou

uma taxa de 5%. A taxa de 3,5 % reflete a estimativa de custo de pessoal e insumos

apresentadas pelo DEHOP. Não obstante, o contrato esta sendo reavaliado, oportunidade em

que serão definidos novos parâmetros para adequá-lo ao novo prazo de execução da obra.

6.5.3 - Avaliação Preliminar

Page 9: Acórdão TCU nº 1.941-2006 - Plenário (Deve a proposta do licitante apresentar a composição dos preços unitários dos serviços)

O Órgão não contestou a afirmação de que alguns serviços dependentes de

recursos materiais discriminados na planilha de custos do DEHOP não estariam sendo

executados nem encaminhou qualquer justificativa a respeito dos elevados valores cobrados

pelos profissionais envolvidos na equipe de fiscalização. Por essa razão, a equipe de auditoria

reputa como verdadeiros os fatos por ela apontados.

No tocante ao preço contratado, foram acostados documentos que comprovam

as justificativas encaminhadas, exprimindo a razoabilidade do preço contratado.

Pela ausência de pesquisa de mercado, não se pode excluir a hipótese de que

outras empresas pudessem ofertar os mesmos serviços a um custo inferior. Nesse sentido, é

cabível determinação para que, em futuras contratações por dispensa de licitação, o Órgão

efetue pesquisa de preços, a fim de demonstrar a equivalência do preço contratado àqueles

praticados pelo mercado, conforme determina o art. 24, inciso VIII, da Lei n. 8.666/1993.

6.6 - Irregularidade n. 6

6.6.1- Descrição

Ausência de clareza e precisão na definição do objeto do Contrato n. 28/2005,

com infringência aos arts. 54 e 55 da Lei n. 8.666/1993.

De acordo com a Cláusula Primeira do referido Contrato, o seu objeto consiste

na prestação de serviços de assessoramento técnico, concernente ao apoio durante a

realização do procedimento licitatório (análise das planilhas orçamentárias que acompanham

os projetos executivos, montagem do edital de concorrência pública e assessoramento no

julgamento das propostas), bem como a fiscalização, o acompanhamento e o controle dos

serviços executados. Não foram identificados os profissionais que comporiam a equipe de

fiscalização, as horas a serem prestadas ou os serviços a serem executados.

O referido contrato não gerou relatórios ou boletins de fiscalização

6.6.2 - Manifestação do Órgão

O objeto contratual parece clara e precisamente determinado na Cláusula

Primeira do Contrato em questão. Para execução da avença, o contratado destacou dois

profissionais para fiscalização e assessoria durante a execução da obra.

6.6.3 - Avaliação Preliminar

O Órgão não enfrentou os pontos abordados na descrição da irregularidade. No

entanto, como ele se comprometeu a repactuar os termos de contrato em questão, conforme

será visto na irregularidade n. 7, a equipe de auditoria entende suficiente a determinação

para que seja aditado o contrato firmado com o DEHOP, com a finalidade de definir, com a

adequada precisão, o objeto da contratação, e que seja indicado, em cláusula específica, a

necessidade de que a fiscalização seja formalizada por meio da elaboração de relatórios ou

boletins periódicos, bem como sejam estabelecidos o número de profissionais que compõem

a equipe de fiscalização e de horas a serem prestadas na execução dos serviços.

6.7 - Irregularidade n. 7 (fl. 47/48)

6.7.1 - Descrição

A vigência do Contrato secundário n. 28/2005 ultrapassa o prazo de execução

da obra. O prazo do Contrato principal (Contrato n. 24/2004) foi reduzido, com conclusão

prevista para o dia 30/11/2006. Contudo, o Contrato n. 28/2005 não foi aditado,

apresentando vigência até 18/10/2007. Essa falha influencia diretamente o valor do contrato,

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uma vez que a planilha de custos levou em consideração o prazo de construção de 36 meses

para fixar os recursos humanos e materiais.

6.7.2 - Manifestação do Órgão

Essa circunstância foi relatada à Presidência do TRT da 20ª Região, que

determinou procedimentos para adequação do contrato ao novo prazo da obra.

6.7.3 - Avaliação Preliminar

É suficiente que se determine ao órgão que repactue os termos do ajuste

firmado com o DEHOP, de modo a refletir não somente o novo prazo de execução da obra,

mas também os itens descritos nas demais irregularidades relatadas.

6.8 - Irregularidade n. 8

6.8.1 - Descrição

Não-exigência da apresentação das Anotações de Responsabilidade Técnica -

ART´s dos profissionais que compõem a equipe de fiscalização do DEHOP, em discordância

com os artigos 1º e 2º da Lei n. 6.496/1997.

6.8.2 - Manifestação do Órgão

O órgão apresentou a ART do Engenheiro responsável pela fiscalização a cargo

da DEHOP.

6.8.3 - Avaliação Preliminar

A apresentação do documento sana a irregularidade.

7. Por fim, a equipe de auditoria registrou que 50% da obra já foram

executados, de acordo com a 21ª medição, de 23/06/2006, observando-se uma defasagem

em relação ao percentual programado até junho de 2006, sem que esse fato constitua

irregularidade. Questionados pela equipe, os técnicos do TRT afirmaram que já chamaram a

atenção da construtora, e que é possível a recuperação dos atrasos, garantindo o término da

obra dentro do limite estimado para 30/11/2006 (fl. 22)

8. Em face do exposto, a equipe de fiscalização propôs (fls. 50/52), com a

anuência do Diretor e da Titular da Unidade Técnica (fls. 53/55), o encaminhamento de cópia

integral do Relatório e do Voto que vierem a ser proferidos, bem como a realização das

seguintes determinações ao Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região:

8.1 - estabeleça, nos instrumentos convocatórios, os limites para

subcontratação de obra, serviço ou fornecimento, de modo a evitar riscos para a

Administração Pública, conforme disciplina o art. 72 da Lei n. 8.666/1993;

8.2 - fundamente adequadamente os atos de aceitação ou rejeição das

empresas subcontratadas, em conformidade com os limites e condições que devem ser

estabelecidos previamente nos editais de licitação, em consonância com o disposto no art.

72 da Lei n. 8.666/1993, mormente quando as subcontratações referirem-se a partes da obra

para as quais foi exigida, no instrumento convocatório, qualificação técnica da empresa

licitante;

8.3 - observe rigorosamente o que determina a Cláusula Décima Oitava do

Contrato n. 24/2004, de forma que, havendo acréscimo de itens com preços manifestamente

superiores aos orçados pelo Tribunal Regional do Trabalho, deverão ser estabelecidas novas

bases condizentes com os preços de mercado, de forma a manter o equilíbrio econômico

financeiro, evitando, dessa forma, falhas como a ocorrida na elaboração da planilha do 3º

Termo Aditivo;

Page 11: Acórdão TCU nº 1.941-2006 - Plenário (Deve a proposta do licitante apresentar a composição dos preços unitários dos serviços)

8.4 - faça constar dos próximos editais de licitação, em observância ao disposto

nos arts. 40, caput e inciso X, e 43, inciso IV, da Lei n. 8.666/1993, critérios de aceitabilidade

dos preços unitários ofertados, permitida a fixação de preços máximos;

8.5 - faça constar dos próximos editais exigência para que os licitantes

apresentem as composições dos preços unitários dos serviços, bem como o detalhamento do

BDI e dos encargos sociais, em conformidade com os arts. 7º, § 2º, inciso II, e 6º, inciso IX, f,

da Lei n. 8.666/1993 (Acórdão n. 615/2004 - 2ª Câmara);

8.6 - estabeleça, a partir dos próximos editais de licitação e em seus contratos,

de forma clara, se a periodicidade dos reajustes terá como base a data-limite para

apresentação da proposta ou a data do orçamento a que ela se referir, conforme determina o

art. 40, inciso XI, da Lei n. 8.666/1993;

8.7 - altere, no prazo de 30 dias, a Cláusula Décima Sétima do Contrato n.

24/2004, estabelecendo novos parâmetros de reajuste coerentes com a periodicidade anual

dos contratos administrativos, ressaltando que a contagem do prazo deve se iniciar em

setembro de 2004, data da apresentação da proposta e do orçamento pela licitante,

conforme determina o art. 3º da Lei n. 10.192/2001;

8.8 - proceda, no prazo de 30 dias, à correção dos cálculos de reajuste já

realizado no Contrato n. 24/2004 e, por conseqüência, aos ajustes financeiros eventualmente

necessários, considerando que foi adotado um percentual indevido de 9,14%, quando o

correto seria 8,52%, resultante da variação do INCC entre os meses de setembro/2005 (I =

324,164) e setembro/2004 (I = 298,722), consoante fórmula estabelecida no art. 5º do

Decreto n. 1.054/1994;

8.9 - adote, no prazo de 30 dias, a data-base do Contrato n. 24/2004 como

referência para obtenção de preços unitários de serviços novos da planilha orçamentária e

também para os acréscimos de serviços preexistentes, devendo incidir sobre eles, para fins

de pagamento, o índice de reajuste vigente, de forma a manter as mesmas condições dos

itens originalmente contratados;

8.10 - em futuras contratações por dispensa de licitação efetuadas com base no

art. 24, inciso VII, da Lei n. 8.666/1993 proceda à devida pesquisa de preços, a fim de

demonstrar a equivalência do preço contratado àqueles decorrentes do mercado;

8.11 - proceda, no prazo de 30 dias, a alterações no Contrato n. 28/2005,

firmado com o Departamento Estadual de Obras Públicas de Sergipe, de modo que seja

indicada, em cláusula específica, a necessidade de que a entidade concretize sua fiscalização

por meio da elaboração de relatórios ou boletins periódicos, bem como seja estabelecido o

número de profissionais que compõem a equipe de fiscalização e de horas a serem prestadas

na execução dos serviços;

8.12 - observe, no prazo de 30 dias, para efeito do cumprimento dos limites

estabelecidos no § 1º do art. 65 da Lei n. 8.666/1993, que o cálculo do percentual de

alteração contratual deve ser obtido a partir de comparação dos valores

acrescidos/suprimidos com o valor inicialmente contratado, ambos referentes à mesma data,

e proceda aos ajustes necessários nos cálculos dos percentuais dispostos nos 6º, 7º e 9º

Termos Aditivos do Contrato n. 24/2004, conforme orientação acima;

8.13 - efetue, no prazo de 30 dias, o ajuste nos preços unitários dos serviços

constantes dos itens 01.04.02, 04.01.08 e 04.01.09 da planilha do 7º Termo Aditivo referente

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ao Contrato n. 24/2004, uma vez que foram cotados preços com data-base diversa da data-

base do contrato (§§ 1º e 3º do art. 65 da Lei n. 8.666/1993);

8.14 - estude, no prazo de 30 dias, a possibilidade de, em comum acordo com o

Departamento Estadual de Obras Públicas de Sergipe, reduzir o preço do Contrato n.

28/2005, considerando que os custos previstos com fotografias, cópias e demais materiais de

consumo cobrados pelo DEHOP não foram efetivamente realizados, e que não se vê

justificado o nível de remuneração atual dos profissionais envolvidos nos trabalhos de

fiscalização da obra, considerando que ficou constatada, durante a auditoria, a ausência de

dedicação em tempo integral desses profissionais;

8.15 - repactue, no prazo de 30 dias, o preço do Contrato n. 28/2005, firmado

com o Departamento Estadual de Obras Públicas de Sergipe, adaptando-o ao prazo

estabelecido para a obra;

8.16 - observe atentamente o que dispõe a Cláusula Décima Nona do Contrato

n. 24/2004 e art. 6º, § 1º, do Decreto n. 1.054/1994, tendo em vista que atrasos injustificados

na execução da obra caracterizam descumprimento da obrigação assumida, sujeitando a

contratada às penalidades legal e contratualmente previstas.

É o relatório.

Voto do Ministro Relator

Em exame as constatações apontadas no Relatório de Levantamento de

Auditoria efetuado pela Secex/SE nas obras de construção do complexo do Tribunal Regional

do Trabalho da 20ª Região, no Município de Aracaju - SE, no âmbito do Fiscobras/2006.

2. Na auditoria realizada em 2005 (TC n. 006.398/2005-0) não foram detectadas

falhas que representassem óbice à liberação dos recursos orçamentários consignados à

execução dos serviços. Após a apreciação de pedido de reexame interposto pelo Órgão

contratante, remanesceram as determinações constantes nos itens 9.2.2 e 9.2.3 do Acórdão

n. 1.625/2005 - TCU - Plenário, no sentido de que o Termo de Convênio n. 6/2004, celebrado

com o Departamento Estadual de Habitação e Obras Públicas do Estado de Sergipe - DEHOP,

fosse substituído por contrato, e de que fosse justificada, nos futuros processos licitatórios na

modalidade de convite, a impossibilidade de obter no mínimo três propostas válidas, ou

repetido o certame.

3. As constatações da auditoria versada nos presentes autos permitem concluir

que a primeira determinação acima descrita foi atendida, tendo sido celebrado, entre o TRT -

20ª Região e o DEHOP, o Contrato n. 28/2005. Não foi observada qualquer ocorrência

contrária à segunda determinação.

4. Quanto à fiscalização realizada neste exercício de 2006, a equipe de auditoria

detectou as seguintes irregularidades:

a) não-fixação, no Edital da Concorrência n. 3/2004 e no Contrato n. 24/2004,

dos limites e critérios para subcontratação;

b) não-realização do exame de aceitabilidade do valor unitário dos itens que

sofreram acréscimo quantitativo no 3º Termo Aditivo ao Contrato n. 24/2004;

c) adoção de periodicidade de reajuste indevida no 4º Termo Aditivo ao

Contrato n. 24/2004, superior a 13 meses;

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d) existência de duas planilhas orçamentárias, referentes aos valores originais

do Contrato n. 24/2004 e aos valores reajustados, acarretando falhas no 6º, 7º e 9º Termos

Aditivos, devido à utilização de datas-base diversas;

e) ausência de justificativa de preço no processo de contratação direta do

Departamento Estadual de Habitação e Obras Públicas do Estado de Sergipe - DEHOP, que

levou à celebração do Contrato n. 28/2005;

f) falta de clara e precisa definição do objeto do Contrato n. 28/2005, celebrado

com o DEHOP;

g) vigência do Contrato n. 28/2005, referente à fiscalização da obra, excedente

ao prazo de execução do contrato principal;

h) não-exigência da apresentação das Anotações de Responsabilidade Técnicas

- ARTs dos profissionais que compõem a equipe de fiscalização do DEHOP (Contrato n.

28/2005).

5. Em princípio, as constatações descritas nas alíneas a, b, e, f e g foram

consideradas “irregularidades graves”, para efeito de classificação no Sistema Fiscobras.

Após a oitiva do órgão contratante, todas as falhas foram tipificadas como “outras

irregularidades”, que, na sistemática de avaliação adotada pelo TCU, não ensejam

recomendação de paralisação da obra ou de bloqueio de recursos orçamentários,

entendimento com o qual ponho-me de acordo.

6. No que diz respeito à subcontratação verificada em relação ao Contrato n.

24/2004, que tem por objeto a execução da nova sede do TRT - 20ª Região, vale dizer que

constou da minuta de contrato que acompanhou o edital da concorrência, bem como da

Cláusula Oitava do Contrato, a previsão da possibilidade de subcontratação parcial, desde

que autorizada pela Administração Contratante. Todavia, não foram especificados os limites

admissíveis, contrariando a disposição do art. 72 da Lei n. 8.666/1993. E, embora o órgão

contratante tenha tido acesso a documentos referentes à qualificação técnica da empresa

subcontratada, não cuidou de formalizar, no processo, a avaliação efetuada, mostrando-se

pertinentes as determinações propostas nos itens 8.1 e 8.2 do Relatório precedente.

7. Relativamente às modificações de quantitativos promovidas pelo 3º Termo

Aditivo ao Contrato n. 24/2004, a equipe de auditoria registra o acréscimo de 5 itens em

valores superiores ao orçamento elaborado pelo TRT - 20ª Região, resultando em uma

diferença a maior no montante de R$ 6.307,85 em relação à base de cálculo por ela utilizada.

Todavia, a própria equipe esclarece que o conjunto de acréscimos e supressões resultou

numa redução contratual de R$ 71.386,27 (fl. 35). Tratando-se de valor ínfimo diante do

montante do empreendimento, inicialmente orçado em R$ 19.644.825,82 (fl. 24), torna-se

desnecessário determinar ao Órgão a correção desse termo aditivo (item 8.3 do Relatório),

bastando que o TRT - 20ª Região adote, nos próximos editais de licitação, critérios de

aceitabilidade dos preços unitários (item 8.4 do Relatório), bem como a descrição da

composição dos preços unitários dos serviços (item 8.5 do Relatório).

8. Quanto à periodicidade de reajustamento dos contratos administrativos, este

Tribunal, por meio do item 9.1.2 do Acórdão n. 474/2005 - Plenário, esclareceu que os

reajustes de preços, de acordo com a variação do índice previsto no edital, devem abranger

o período de somente um ano, contado a partir da data da apresentação das propostas ou da

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data do orçamento a que ela se referir, devendo os demais reajustes ser efetuados quando

se completarem períodos múltiplos de um ano, contados sempre desse marco inicial.

9. Conforme se extrai do Voto proferido pelo Ministro Augusto Sherman

Cavalcanti, a periodicidade anual fixada no art. 28 da Lei n. 9.069/1995 c/c o art. 3º, § 1º, da

Lei n. 10.192/2001 não é apenas o interstício mínimo para a realização dos reajustes. É

também o período máximo de defasagem de preço que o contratado deve suportar, sob pena

de implicar a quebra do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, constitucionalmente

assegurado.

10. Ademais, como consignou o Relator ao examinar qual deve ser o marco

inicial desse período, a padronização dos critérios de reajustamento assegura a isonomia e a

impessoalidade entre os contratantes, evitando a adoção de parâmetros que poderiam

beneficiar desigualmente os licitantes. Ao se estabelecer precisamente o momento em que o

cálculo do reajuste deve ser efetuado, evita-se a escolha de um mês de reajustamento mais

favorável, após o 12º a partir do marco inicial, que permitiria ao contratado obter efeitos

financeiros superiores durante os doze meses subseqüentes ao reajuste.

11. Uma vez que o reajustamento do Contrato n. 24/2004 levado a efeito pelo

TRT da 20ª Região contemplou o período de 13 meses, resultando na aplicação do percentual

de 9,14%, quando a variação do INCC no período anual compreendido entre setembro/2004 a

agosto/2005 fixou-se em 8,72%, mostram-se pertinentes as propostas da unidade técnica no

sentido de que se determine ao Órgão a adoção das providências necessárias à correção do

teor do Contrato n. 24/2004, no tocante à periodicidade de reajuste (item 8.7 do Relatório) e

ao recálculo dos valores devidos em função desse instrumento (item 8.8 do Relatório), bem

como a fixação de prazos específicos de reajuste nos editais e contratos que vierem a ser

celebrados (item 8.6 do Relatório).

12. Vale frisar que, com essa providência, não se tem em mira a redução dos

valores já despendidos, pois não se conhece a repercussão financeira da aplicação do

primeiro índice de correção ao pagamento devido no 13º mês, assim como da redefinição do

segundo índice de correção. O que se busca, no presente caso, é o estabelecimento de

critérios precisos de reajustamento, em prol da isonomia e da impessoalidade na

contratação.

13. No que diz respeito à realização de cálculos com valores unitários referidos

a diferentes datas-bases, para efeito de determinação do volume de acréscimos e

supressões, por ocasião da celebração do 6º, 7º e 9º Termos Aditivos ao Contrato n. 24/2004,

é relevante ressaltar que essa inconsistência não põe em risco a observância dos limites

previstos no art. 65, § 1º, da Lei n. 8.666/1993, uma vez que os percentuais de alteração são

pouco expressivos, conforme declarou a própria equipe de auditoria (fl. 45). A falha em

questão não causará distorções no valor a ser pago, uma vez que os valores referidos à

planilha original, para efeito de cálculo dos limites de alteração, devem sofrer correção pelos

percentuais de reajuste eventualmente incidente, para efeito de pagamento.

14. Nessa linha de raciocínio, considero despicienda a realização de acertos na

planilha orçamentária e nos termos aditivos, propostas nos itens 8.9, 8.12 e 8.13 do

Relatório, em virtude do volume de trabalho que essa providência poderia requerer. Mostra-

se mais proveitoso determinar ao TRT da 20ª Região que, em relação aos futuros contratos, o

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cálculo do percentual de alteração seja obtido a partir de comparação dos valores

acrescidos/suprimidos com o valor inicialmente contratado, ambos referentes à mesma data.

15. No tocante ao Contrato n. 28/2005, que tem por objeto a prestação de

serviços de assessoramento técnico durante a realização do procedimento licitatório, de

fiscalização, acompanhamento e controle dos serviços executados, a equipe de auditoria

consigna que o processo de contratação não contém justificativa para o pagamento de 3,5%

do valor do contrato principal, correspondente a R$ 730.470,09, em favor ao Departamento

Estadual de Habitação e Obras Públicas do Estado de Sergipe - DEHOP, contratado sem

licitação.

16. Afirma a equipe que, embora outros órgãos tenham pago percentuais ainda

maiores, não há evidências de que a contratada tenha incidido em custos que compuseram o

seu orçamento, tais como fotografias, cópias, plotagens e materiais de consumo, uma vez

que o Contratado não cuidou de formalizar a fiscalização que lhe cabe por meio de relatórios

e boletins periódicos. Também considera excessivo os custos referentes à mão-de-obra, pois

não foi especificado o quantitativo de técnicos envolvidos na fiscalização ou das horas de

serviço, tendo sido afastada, durante a auditoria, a hipótese de dedicação integral.

17. Por essa razão, a equipe propõe que seja determinada ao TRT - 20ª Região a

alteração do referido contrato, com vistas à inserção de cláusula referente à necessidade de

apresentação de relatórios ou boletins periódicos, à definição do número de profissionais

dedicados à prestação do serviço (item 8.11 do Relatório) e à possibilidade de repactuação

do valor do contrato, em virtude de custos não verificados (8.14 do Relatório).

18. Ressalvada a necessidade de ajuste do prazo do Contrato n. 28/2005, em

decorrência da antecipação do término do Contrato n. 24/2004 para 30/11/2006 (item 8.15),

entendo que a revisão de preço acima cogitada somente teria cabimento em caso de

inexecução dos serviços pactuados ou de superfaturamento. Não havendo nos autos

evidência de nenhuma dessas hipóteses, a reformulação preconizada nos itens 8.11 e 8.14

do Relatório, a um mês de seu término, poderá gerar custos administrativos superiores à

economia esperada. Por conseguinte, acolho a proposta de determinação no sentido de que,

nas futuras contratações diretas, seja justificada a razoabilidade do preço contratado em

comparação com os preços de mercado (item 8.10 do Relatório), especificando os produtos a

serem entregues pela contratada.

19. Tendo sido constatado atraso no cronograma físico até a medição efetuada

em 23/06/2006, é pertinente a determinação de observância do prazo pactuado na Cláusula

Décima Nona do Contrato n. 24/2004 (item 8.16 do Relatório).

20. Por fim, compreendo que não se faz necessária a comunicação específica à

Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, sobre

a presente deliberação, uma vez que este Plenário, em Sessão de 20/09/2006, por meio do

Acórdão n. 1.731/2006, autorizou a entrega do relatório consolidado das auditorias

Fiscobras/2006, tratado no TC 005.275/2006-4, à Presidência do Senado Federal.

Ante o exposto, Voto por que seja adotada a deliberação que ora submeto a

este Colegiado.

T.C.U., Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2006.

MARCOS BEMQUERER COSTA

Relator

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Acórdão

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Relatório de Levantamento de

Auditoria realizado pela Secex/SE, no período de 30/06 a 28/07/2006, em cumprimento ao

Acórdão n. 2.308/2005 - TCU - Plenário (Fiscobras 2006), referente aos recursos alocados ao

PT 02122057111760101 - Construção do Complexo do Tribunal Regional do Trabalho da 20ª

Região, no Município de Aracaju - SE.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão

Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. determinar ao Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região que:

9.1.1. relativamente ao Contrato n. 24/2004:

9.1.1.1. adote as providências necessárias, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar

da ciência desta Deliberação, para a implementação das seguintes medidas:

9.1.1.1.1. alteração da Cláusula Décima Sétima, de modo que a contagem do

prazo anual de reajuste se inicie em setembro/2004, data do orçamento e da apresentação

da proposta pela empresa licitante, conforme determina o art. 3º da Lei n. 10.192/2001,

calculando-se os reajustes em períodos múltiplos de um ano, contados sempre desse marco

inicial; (Tornado insubsistente pelo AC-0872-18/08-P.)

9.1.1.1.2. correção dos cálculos de reajuste já realizados e, por conseqüência,

aos ajustes financeiros eventualmente necessários, considerando que foi adotado um

percentual indevido de 9,14%, quando o correto seria 8,52%, resultante da variação do INCC

entre os meses de setembro/2005 (I = 324,164) e setembro/2004 (I = 298,722), consoante

fórmula estabelecida no art. 5º do Decreto n. 1.054/1994; (Tornado insubsistente pelo AC-

0872-18/08-P.)

9.1.1.2. observe atentamente o prazo fixado na Cláusula Décima Nona e o

disposto no art. 6º, § 1º, do Decreto n. 1.054/1994, tendo em vista que atrasos injustificados

na execução da obra caracterizam descumprimento da obrigação assumida, sujeitando a

contratada às penalidades legal e contratualmente previstas;

9.1.2. relativamente ao Contrato n. 28/2005, no prazo de 30 (trinta) dias a

contar da ciência desta Deliberação, repactue a cláusula de vigência, adaptando-a ao prazo

estabelecido para o término da obra;

9.1.3. relativamente aos futuros procedimentos licitatórios e aos contratos que

vierem a ser celebrados:

9.1.3.1. faça constar dos editais:

9.1.3.1.1. exigência para que os licitantes apresentem as composições dos

preços unitários dos serviços, bem como o detalhamento do BDI e dos encargos sociais, em

conformidade com os arts. 7º, § 2º, inciso II, e 6º, inciso IX, f, da Lei n. 8.666/1993 (Acórdão

n. 615/2004 - 2ª Câmara);

9.1.3.1.2. critérios de aceitabilidade dos preços unitários ofertados, permitida a

fixação de preços máximos, em observância ao disposto nos arts. 40, caput e incisos X, e 43,

inciso IV, da Lei n. 8.666/1993;

9.1.3.1.3. limites para subcontratação de obra, serviço ou fornecimento, de

modo a evitar riscos para a Administração Pública, conforme disciplina o art. 72 da Lei n.

8.666/1993;

Page 17: Acórdão TCU nº 1.941-2006 - Plenário (Deve a proposta do licitante apresentar a composição dos preços unitários dos serviços)

9.1.3.2. estabeleça, nos editais e contratos, de forma clara, se a periodicidade

dos reajustes terá como base a data-limite para apresentação da proposta ou a data do

orçamento a que esta se referir, conforme determina o art. 40, inciso XI, da Lei n.

8.666/1993;

9.1.3.3. nos casos de dispensa de licitação fundamentadas no art. 24, inciso VII,

da Lei n. 8.666/1993, proceda à devida pesquisa de preços, a fim de demonstrar a

equivalência entre o preço contratado e os praticados pelo mercado, e especifique os

produtos a serem entregues pela empresa contratada; (Vide AC-0872-18/08-P. onde se lê

“art. 24, inciso VII”, leia-se “art. 24, inciso VIII”.)

9.1.3.4. observe, para efeito do cumprimento dos limites estabelecidos no art.

65, § 1º, da Lei n. 8.666/1993, que o cálculo do percentual de alteração contratual deve ser

obtido a partir de comparação dos valores acrescidos/suprimidos com o valor inicialmente

contratado, ambos referentes à mesma data;

9.1.3.5. fundamente adequadamente os atos de aceitação ou rejeição das

empresas subcontratadas, em conformidade com os limites e condições que devem ser

estabelecidos previamente nos editais de licitação, em consonância com o disposto no art.

72 da Lei n. 8.666/1993, mormente quando as subcontratações referirem-se a partes da obra

para as quais forem exigidas, no instrumento convocatório, qualificação técnica da empresa

licitante;

9.2. arquivar o presente processo após o cumprimento das determinações

indicadas nos subitens 9.1.1 e 9.1.2 deste Acórdão.

Quorum

13.1. Ministros presentes: Guilherme Palmeira (Presidente), Ubiratan Aguiar,

Benjamin Zymler e Augusto Nardes.

13.2. Auditores convocados: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer

Costa (Relator).

Publicação

Ata 42/2006 - Plenário

Sessão 18/10/2006

Aprovação 19/10/2006

Dou 20/10/2006 - Página 0

Referências (HTML)

Documento(s):TC-013-474-2006-2.doc