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1 Pais e Professores Aos Pais e Professores: Como foi já amplamente nociado pela imprensa, está entrando em vigor o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado pelos países que têm o português como língua oficial. Não se trata, como se pode imaginar, de uma gran- de reforma ortográfica. Justamente por isso, abrangerá apenas algumas palavras (cerca de 0,45% do vocabulário no Brasil e 1,6% em Portugal), que passarão a ter a mesma grafia tanto em nosso país como em outros que já assinaram o Novo Acordo. Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se apenas à língua escrita, não comprometendo nenhum aspecto da língua falada. Com essa unificação de grafias, espera-se que o português — hoje falado por aproximadamente 230 milhões de pessoas em todo o mundo e língua oficial de trabalho em mais de uma dúzia de organizações mundiais — ganhe ainda mais importância nos fóruns internacionais e tenha o seu uso facilitado por editoras e instuições de vários connentes. O Novo Acordo, além de mudar algumas regras para o hífen, que serão mais claras, e abolir o trema, volta a incorporar, ao alfabeto português, as letras k, w e y, até então consideradas estrangeiras. O curioso é que certas palavras proparoxí- tonas terão como válida uma dupla grafia, a exemplo de econômico e económico, conforme queira se pronunciar da forma brasileira ou da lusitana. Também caem alguns acentos, como o das palavras vôo (agora voo) e estréia (estreia). Diante de tais novidades, é natural que se leve um período para incorporá- -las à rona. Daí que esteja previsto um tempo, provavelmente alguns anos, de convivência entre as formas novas e as anteriores. Também convém imaginar que ainda são escassas as publicações (gramácas e dicionários) de referência com- pletamente atualizadas com as novas regras além do próprio texto do Novo Acor- do, do qual extraímos os procedimentos e as regras para compor este livro. Dessa forma, a Editora Construir, visando sempre oferecer o melhor a mestres e alu- nos, sente-se orgulhosa por ter aceitado o desafio de já ir ulizando as novas regras em suas novas obras, facilitando, assim, a adaptação de seus leitores às alterações ortográficas que chegaram para simplificar a vida de todos. Acordo.indd 1 Acordo.indd 1 12/9/2008 11:26:52 12/9/2008 11:26:52

Acordo Ortográfico Com Bonecos

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  • 1Pais e ProfessoresAos Pais e Professores:

    Como foi j amplamente no ciado pela imprensa, est entrando em vigor o Novo Acordo Ortogr co da Lngua Portuguesa, assinado pelos pases que tm o portugus como lngua o cial. No se trata, como se pode imaginar, de uma gran-de reforma ortogr ca. Justamente por isso, abranger apenas algumas palavras (cerca de 0,45% do vocabulrio no Brasil e 1,6% em Portugal), que passaro a ter a mesma gra a tanto em nosso pas como em outros que j assinaram o Novo Acordo. Esse Acordo meramente ortogr co; portanto, restringe-se apenas lngua escrita, no comprometendo nenhum aspecto da lngua falada.

    Com essa uni cao de gra as, espera-se que o portugus hoje falado por aproximadamente 230 milhes de pessoas em todo o mundo e lngua o cial de trabalho em mais de uma dzia de organizaes mundiais ganhe ainda mais importncia nos fruns internacionais e tenha o seu uso facilitado por editoras e ins tuies de vrios con nentes.

    O Novo Acordo, alm de mudar algumas regras para o hfen, que sero mais claras, e abolir o trema, volta a incorporar, ao alfabeto portugus, as letras k, w e y, at ento consideradas estrangeiras. O curioso que certas palavras proparox-tonas tero como vlida uma dupla gra a, a exemplo de econmico e econmico, conforme queira se pronunciar da forma brasileira ou da lusitana. Tambm caem alguns acentos, como o das palavras vo (agora voo) e estria (estreia).

    Diante de tais novidades, natural que se leve um perodo para incorpor--las ro na. Da que esteja previsto um tempo, provavelmente alguns anos, de convivncia entre as formas novas e as anteriores. Tambm convm imaginar que ainda so escassas as publicaes (gram cas e dicionrios) de referncia com-pletamente atualizadas com as novas regras alm do prprio texto do Novo Acor-do, do qual extramos os procedimentos e as regras para compor este livro.

    Dessa forma, a Editora Construir, visando sempre oferecer o melhor a mestres e alu-nos, sente-se orgulhosa por ter aceitado o desa o de j ir u lizando as novas regras em suas novas obras, facilitando, assim, a adaptao de seus leitores s alteraes ortogr cas que chegaram para simpli car a vida de todos.

    Acordo.indd 1Acordo.indd 1 12/9/2008 11:26:5212/9/2008 11:26:52

  • 2Sum

    rioO Alfabeto...................................................................................................3

    Letras Maisculas e Minsculas .................................................................4

    Sequncias Consonantais ...........................................................................7

    Acentuao Gr ca ....................................................................................9

    Acento Diferencial de Palavras Homgrafas ............................................13

    O Trema ....................................................................................................14

    O Hfen .....................................................................................................15

    Diviso Silbica na Translineao ............................................................20

    O Apstrofo ..............................................................................................21

    Consulta Rpida .......................................................................................22

    Bibliogra a Consultada ............................................................................25

    Novo Acordo Ortogr co da Lngua Portuguesa .....................................26

    Acordo.indd 2Acordo.indd 2 12/9/2008 11:26:5812/9/2008 11:26:58

  • As letras k, w e y, acrescentadas ao alfabeto da lngua portuguesa, aparecem apenas em casos especiais, como em abreviaturas, siglas, smbolos, nomes pr-prios, palavras estrangeiras e seus derivados:

    a) Em antropnimos originrios de outras lnguas e seus derivados (nomes prprios, sobrenomes ou apelidos e suas derivaes): Franklin, frankliniano; Kant, kan smo; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor, taylorista.

    b) Em topnimos originrios de outras lnguas e seus derivados (nome ge-ogr co prprio de regio, cidade, vila, povoao, lugar, rio, logradouro pblico, etc.): Kuwait, kuwai ano; Malawi, malawiano.

    c) Em siglas, smbolos, unidades de medidas de abrangncia internacional: TWA, KLM, K potssio (de kalium), W oeste (de west), kg quilograma, km quilmetro, kW quilowa , yd jarda (de yard), wa .

    Recomenda-se subs tuir, sempre que possvel, os topnimos estrangeiros pelas formas vernculas (linguagem sem estrangeirismos na pronncia) corres-pondentes.

    AlfabetoO Alfabeto

    De Por

    Anvers Anturpia

    Milano Milo

    Zrich Zurique

    Mnchen Munique

    Gneve Genebra

    Torino Turim

    London Londres

    Shangai Xangai

    3

    Acordo.indd 3Acordo.indd 3 12/9/2008 14:52:3512/9/2008 14:52:35

  • Mais

    culas

    e Min

    scula

    sEmpregam-se, faculta vamente, letras minsculas nos vocbulos que com-

    pem uma citao bibliogr ca, com exceo do primeiro vocbulo e daqueles obrigatoriamente grafados com letras maisculas.

    Empregam-se, faculta vamente, letras minsculas nas formas de tratamento e reverncia (os chamados axnimos), bem como em nomes sagrados e que de-signam crenas religiosas (haginimos).

    Como era antes Como agora

    Casa-grande e Senzala Casa-grande e Senzala ou Ca-sa-grande e senzala

    O Primo Baslio O Primo Baslio ou O primo Baslio

    Uma Boa Cantoria Uma Boa Cantoria ou Uma boa cantoria

    Arthur Arruma uma Confuso Arthur Arruma uma Confuso ou Arthur arruma uma confuso

    As Travessuras de um Guia Mi-rim

    As Travessuras de um Guia Mi-rim ou As travessuras de um guia mirim

    A Loja da Dona Raposa A Loja da Dona Raposa ou A loja da dona Raposa

    Como era antes Como agora

    Santa Terezinha Santa Terezinha ou santa Te-rezinha

    Doutor Frederico Costa Doutor Frederico Costa ou doutor Frederico Costa

    Papa Bento XVI Papa Bento XVI ou papa Ben-to XVI

    Governador Eduardo Campos Governador Eduardo Campos ou governador Eduardo Campos

    Senhor Pedro Senhor Pedro ou senhor Pe-dro

    Excelen ssimo Senhor Reitor Excelen ssimo Senhor Reitor ou excelen ssimo senhor reitor

    Letras Maisculas e Minsculas

    4

    Acordo.indd 4Acordo.indd 4 12/9/2008 11:26:5812/9/2008 11:26:58

  • 5Maisculas e MinsculasPermanecem, faculta vamente, letras minsculas para designar domnios

    do saber, cursos e disciplinas.

    Biologia ou biologia

    Arte Medieval ou arte medieval

    Fsica Qun ca ou sica qun ca

    Artes Pls cas ou artes pls cas

    Educao Fsica ou educao sica

    Inform ca ou inform ca

    Empregam-se, faculta vamente, letras maisculas iniciais em categorizao de logradouros pblicos, templos ou edi cios.

    Como era antes Como agora

    Rua Neto Campelo Rua Neto Campelo ou rua Neto Campelo

    Estrada do Arraial Estrada do Arraial ou estrada do Arraial

    Igreja de Santo Antnio Igreja de Santo Antnio ou igreja de Santo Antnio

    Palcio do Governo Palcio do Governo ou pal-cio do Governo

    Avenida Agamenon Magalhes Avenida Agamenon Maga-lhes ou avenida Agamenon Ma-galhes

    Tnel Rebouas Tnel Rebouas ou tnel Re-bouas

    Acordo.indd 5Acordo.indd 5 12/9/2008 11:26:5912/9/2008 11:26:59

  • A letra maiscula inicial usada em:Ma

    iscu

    las e M

    insc

    ulas

    Nomes de festas e fes vidades Natal, Pscoa, Carnaval

    Ttulos de peridicos Diario de Pernambuco, O Es-tado de So Paulo

    Antropnimos reais ou c cios (nome prprio de pessoa ou de ser personi cado)

    Pedro Marques, Branca de Neve, D. Quixote

    Nomes de seres antropomor za-dos (cuja forma aparente evoca a de um ser humano ou de seres mitol-gicos)

    Adamastor, Netuno

    6

    Acordo.indd 6Acordo.indd 6 12/9/2008 11:26:5912/9/2008 11:26:59

  • 7Sequncias Consonantais

    adepto dp co inepto

    apto erupo npcias

    compacto eucalipto pacto

    convico co pictural

    convicto friccionar rapto

    O c das sequncias cc (segundo c com valor de sibilante), c e ct; o p das se-quncias pc (c com valor de sibilante), p e pt; o b das sequncias bd e bt; o g da sequncia gd; o m da sequncia mn; e o t da sequncia tm ora se conservam, ora se eliminam.

    Conservam-se quando as letras so pronunciadas.

    Eliminam-se quando as letras no so pronunciadas.

    Sequncias Consonantais

    Como era antes Como agora

    aco ao

    accionar acionar

    acto ato

    adopo adoo

    adoptar adotar

    afec vo afe vo

    a ico a io

    a icto a ito

    coleco coleo

    direco direo

    director diretor

    Egipto Egito

    exacto exato

    objeco objeo

    p mo mo

    Acordo.indd 7Acordo.indd 7 12/9/2008 11:27:0012/9/2008 11:27:00

  • Sequ

    ncia

    s Con

    sona

    ntais Conservam-se ou eliminam-se, faculta vamente, quando as consoantes so pronunciadas.

    amgdala ou amdala

    amnis a ou anis a

    aritm ca ou arim ca

    assumpo ou assuno

    aspecto ou aspeto

    carcter ou carter

    ceptro ou cetro

    concepo ou conceo

    corrupto ou corruto

    decepcionar ou dececionar

    dico ou dio

    excepcional ou excecional

    facto ou fato

    indemnizar ou indenizar

    infeccioso ou infecioso

    omnipotente ou onipotente

    omnisciente ou onisciente

    recepo ou receo

    sector ou setor

    sbdito ou sdito

    sumptuoso ou suntuoso

    8

    Acordo.indd 8Acordo.indd 8 12/9/2008 11:27:0012/9/2008 11:27:00

  • 9Acentuao Gr ca Para os brasileiros, boa parte das alteraes trazidas pelo Novo Acordo re-

    cai sobre as regras de acentuao. Essas mudanas eliminaro os acentos gr cos de alguns grupos de palavras. De maneira geral, as modi caes concentram-se especialmente nas palavras paroxtonas, nas homgrafas (de mesma gra a) e nas que contm hiato.

    Em algumas (poucas) palavras oxtonas terminadas em e tnico (geralmente de origem francesa), essa vogal, por ser pronunciada ora como aberta, ora como fechada, admite tanto o acento agudo quanto o acento circun exo.

    Pretrito Perfeito Presente Pretrito Perfeito aps o Acordo

    amamos amamos amamos ou ammos

    cantamos cantamos cantamos ou cantmos

    danamos danamos danamos ou danmos

    pesquisamos pesquisamos pesquisamos ou pesquismos

    Ser faculta vo o uso do acento agudo nas formas verbais paroxtonas do pretrito perfeito do indica vo da 1 pessoa do plural quando coincidirem com a forma verbal correspondente no presente do indica vo.

    As duas gra as so permi das

    beb beb

    bid bid

    canap canap

    carat carat

    croch croch

    guich guich

    ma n ma n

    nen nen

    ponj ponj

    pur pur

    rap rap

    Acentuao Gr ca

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  • Quando a slaba tnica de uma palavra paroxtona formada pelos ditongos abertos ei e oi, o acento agudo ser eliminado.

    Acen

    tua

    o Gr

    ca

    Fique atento a esta regra: Quando a palavra for oxtona, mesmo que haja os ditongos abertos ei e oi, o acento permanece. A mudana s ocorre nas palavras paroxtonas. Por isso, palavras como hotis, heri e di con nuam com acento.

    Quando a slaba tnica de uma palavra paroxtona for formada pelas vogais i e u precedidas de ditongo, o acento agudo ser eliminado.

    Como era antes Como agora

    baica baiuca

    boina boiuna

    cheinho cheiinho

    feira feiura

    Saupe Sauipe

    Como era antes Como agora

    apio apoio

    assemblia assembleia

    Coria Coreia

    Galilia Galileia

    hebria hebreia

    herico heroico

    idia ideia

    jibia jiboia

    jia joia

    paranico paranoico

    10

    Acordo.indd 10Acordo.indd 10 12/9/2008 11:27:0112/9/2008 11:27:01

  • 11

    Acentuao Gr ca Elimina-se o acento circun exo quando a palavra uma forma verbal paro-

    xtona formada pelos hiatos oo ou ee.

    Torna-se faculta vo o emprego do acento circun exo nas palavras oxtonas jud e metr:

    Como era antes Como agora

    vo voo

    enjo enjoo

    perdo perdoo

    abeno abenoo

    crem creem

    dem deem

    lem leem

    vem veem

    As duas gra as so permi das

    jud judo

    metr metro

    Acordo.indd 11Acordo.indd 11 12/9/2008 11:27:0112/9/2008 11:27:01

  • Acen

    tua

    o Gr

    caAcentuao dos verbos com QU e GU no radical

    O acento gr co agudo no ser mais usado na vogal u das formas verbais que contenham qu e gu no radical. Assim, alm de perderem o trema, os ver-bos arguir e redarguir e suas exes no mais recebero acento agudo, embora mantenham a tonicidade no u. J os verbos do po aguar, enxaguar, obliquar e delinquir, por admi rem duas pronncias, passam a aceitar duas gra as: quando a tonicidade recair sobre o u, essa vogal no receber acento gr co (enxague, oblique); quando a tonicidade recair sobre as vogais a ou i da slaba anterior, estas devero, obrigatoriamente, receber acento gr co (enxgue, oblque).

    Como era antes Como agora

    ge gue ou ague

    arge argue

    averigue avergue ou averigue

    desgua desgua ou desagua

    enxgem enxguem ou enxaguem

    obliqe oblque ou oblique

    redargem redarguem

    12

    Acordo.indd 12Acordo.indd 12 12/9/2008 11:27:0212/9/2008 11:27:02

  • 13

    Acentuao DiferencialHomgrafas so palavras de gra a igual, mas que tm signi cados diferentes.

    At antes do Novo Acordo, usava-se o acento diferencial agudo ou circun exo para dis nguir palavras homgrafas. Agora, esse acento sair de uso, passando--se a escrever as homgrafas sem nenhuma diferenciao gr ca.

    Como era antes Como agora

    pra (verbo parar) / para (pre-posio)

    para (verbo e preposio)

    pla (verbo pelar) / pela (pre-posio) / pla (substan vo)

    pela (preposio, verbo e substan vo)

    plo (substan vo) / plo (subs-tan vo) / polo (preposio an ga)

    polo (substan vos e pre-posio)

    plo (verbo pelar) / plo (subs-tan vo) / pelo (preposio)

    pelo (verbo, substan vo e preposio)

    pro (substan vo) / pero (con-juno an ga)

    pero (substan vo e con-juno an ga)

    pra (substan vo) / pera (pre-posio an ga)

    pera (substan vo e prepo-sio an ga)

    O Acordo, porm, prev algumas excees regra do acento diferencial.

    pde (3 pessoa do singular do pretrito perfeito do indica -vo do verbo poder)

    pode (3 pessoa do singular do presente do indica vo do verbo po-der)

    pr (verbo) por (preposio)

    tm e todos os demais deri-vados do verbo ter (3 pessoa do plural do presente do indica vo)

    tem e todos os demais derivados do verbo ter (3 pessoa do singular do presente do indica vo)

    vm (3 pessoa do plural do presente do indica vo do verbo vir)

    vem (3 pessoa do singular do presente do indica vo do verbo vir)

    Exceo: Ser faculta vo o uso do acento da palavra frma (substan vo) para diferenciar da palavra forma (3 pessoa do singular do presente do indica vo ou 2 pessoa do singular do impera vo do verbo formar).

    Acento Diferencial de Palavras Homgrafas

    Acordo.indd 13Acordo.indd 13 12/9/2008 11:27:0312/9/2008 11:27:03

  • 14

    Trema O trema foi ex nto da lngua portuguesa. Ele s ser man do em nomes pr-prios de origem estrangeira e seus derivados.

    O Trema

    Como era antes Como agora

    agentar aguentar

    argio arguio

    argir arguir

    an qssimo an qussimo

    bilnge bilngue

    cinqenta cinquenta

    conseqncia consequncia

    delinqente delinquente

    eloqente eloquente

    ensangentado ensanguentado

    eqestre equestre

    enxge enxgue

    freqente frequente

    iniqidade iniquidade

    lingeta lingueta

    lingia linguia

    qinqnio quinqunio

    sagi sagui

    seqestro sequestro

    subseqente subsequente

    Trema man do

    Hbner hbneriano

    Mller mlleriano

    Acordo.indd 14Acordo.indd 14 12/9/2008 11:27:0312/9/2008 11:27:03

  • Quando o segundo elemento comea por h

    an -higinico co-herdeiro

    arqui-hiprbole contra-harmnico

    circum-hospitalar pan-helenismo

    eletro-higrmetro pr-histria

    extra-humano semi-hospitalar

    geo-histria sub-hep co

    neo-helnico super-homem

    HfenO hfen usado nas palavras compostas que designam nomes de plantas e animais, estejam ou no ligados por preposio ou qualquer outro elemento. Assim, como havia certa alternncia no uso do hfen nesse caso, o Acordo unifor-mizou a gra a.

    Com o Acordo, o hfen s ser usado em palavras formadas por pre xos ou falsos pre xos nos seguintes casos:

    Ateno: No se usa, no entanto, o hfen em formaes que contm os pre- xos des e in nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desu-midi car, inbil, inumano, etc.

    O Hfen

    abbora-menina

    bno-de-deus

    bem-me-quer

    couve- or

    erva-do-ch

    ervilha-de-cheiro

    fava-de-santo-incio

    andorinha-grande

    cobra-capelo

    formiga-branca

    andorinha-do-mar

    cobra-dgua

    lesma-de-conchinha

    bem-te-vi

    tartaruga-marinha

    15

    Acordo.indd 15Acordo.indd 15 12/9/2008 11:27:0312/9/2008 11:27:03

  • Hfen Nas formaes em que o pre xo ou falso pre xo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento. an -ibrico micro-onda

    auto-observao micro-organismo

    contra-almirante semi-interno

    infra-axilar supra-auricular

    Em palavras formadas pelos pre xos ex, sota, soto, vice e vizo.

    Em palavras formadas pelos pre xos circum ou pan seguidos de palavras ini-ciadas em vogal, m ou n.

    ex soto sota vice vizoo

    ex-almirante soto-mestre sota-piloto vice-reitor vizo-rei

    ex-hospedeira vice-presidente

    ex-diretor

    ex-primeiro- -ministro

    circum pan

    circum-escolar pan-mgico

    circum-navegao pan-africano

    pan-americano

    pan-negritude

    16

    Acordo.indd 16Acordo.indd 16 12/9/2008 11:27:0312/9/2008 11:27:03

  • Hfenhiper inter super hiper-realista inter-racial super-resistente hiper-requintado inter-regional super-revista

    inter-relao

    inter-resistente

    Em palavras formadas pelos pre xos hiper, inter e super quando combinados com elementos iniciados por r.

    O hfen no mais usado em palavras formadas de pre xo ou falso pre xo terminado em vogal e seguido de palavra iniciada por r ou s. Com o Acordo, as palavras formadas dessa maneira so grafadas sem hfen, sendo essas consoantes dobradas.

    Como era antes Como agora

    ante-sala antessala

    auto-retrato autorretrato

    an -social an ssocial

    contra-senso contrassenso

    ultra-sonogra a ultrassonogra a

    supra-renal suprarrenal

    O hfen tambm no mais usado em palavras formadas de pre xo ou falso pre xo terminado em vogal e acompanhado de palavra iniciada por vogal diferen-te, o que uniformiza vrias excees antes existentes.

    Como era antes Como agora

    an -areo an areo

    an -americano an americano

    auto-a rmao autoa rmao

    auto-ajuda autoajuda

    infra-estrutura infraestrutura

    neo-impressionista neoimpressionista17

    Acordo.indd 17Acordo.indd 17 12/9/2008 11:27:0412/9/2008 11:27:04

  • Hfen Alguns pre xos Alguns falsos pre xosante intra aero macro

    an ps agro maxi

    circum pr arqui micro

    co pr auto mini

    contra sobre bio mul

    entre sub eletro neo

    extra super geo pan

    hiper supra hidro pseudo

    infra ultra inter semi

    So grafadas sem hfen as palavras compostas em que, devido ao uso, per-deu-se a noo de composio.

    Composio um processo da lngua por meio do qual palavras ou radicais se unem para compor novas palavras, como em planalto (plano+alto), pontap (ponta+p) e morfologia (morfo+logia).

    Para no correr o risco de errar, quando no se souber se a palavra perdeu a noo de composio, aconselhvel consultar o dicionrio, que determina qual a gra a consagrada pelo uso. Exemplos disso so as palavras malmequer (sem hfen) e bem-me-quer (consagrada com hfen).

    O hfen permanece em palavras formadas com os pre xos pr, pr e ps quando estes mantm o acento tnico, como em pr-natal, pr-desarmamento e ps-graduao. Entretanto, a dvida, nesse caso, sempre comum. Como o

    Como era antes Como agora

    manda-chuva mandachuva

    pra-quedas paraquedas

    pra-quedista paraquedista

    pra-lama paralama

    pra-choque parachoque

    pra-vento paravento

    18

    Acordo.indd 18Acordo.indd 18 12/9/2008 11:27:0412/9/2008 11:27:04

  • Hfenacento desses pre xos pra camente impercep vel na fala, em algumas pala-vras, como predeterminado e preexistente, muitos no sabem se o hfen deve ou no ser usado. Assim, tambm aqui sempre bom consultar o dicionrio.

    O hfen permanece nas palavras compostas com os elementos alm, aqum, recm e sem.

    alm aqum recm sem

    alm-mar aqum-Pirineus recm-casado sem-nmero

    alm-terra aqum-mar recm-nascido sem-vergonha

    divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade

    ponte Rio-Niteri

    percurso So Paulo-Santos

    relao professor-aluno

    noes de ensino-aprendizagem

    O hfen deve ser empregado para ligar duas ou mais palavras que formam encadeamentos vocabulares:

    Nas formaes por su xao, apenas se emprega o hfen nos vocbulos ter-minados por su xos de origem tupi-guarani que representam formas adje vas, como au, guau e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentua-da gra camente ou quando a pronncia exige a dis no gr ca dos dois elemen-tos: amor-guau, anaj-mirim, and-au, capim-au, Cear-mirim.

    Emprega-se o hfen nos compostos com os advrbios bem e mal quando estes formam, com o elemento que se segue, uma unidade sintagm ca e semn ca e tal elemento comea por vogal ou h. No entanto, o advrbio bem, ao contrrio de mal, pode no se aglu nar com palavras comeadas por consoante. Eis al-guns exemplos das vrias situaes: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado, bem-criado, bem-ditoso, bem-falante, bem-mandado, bem-nascido, bem-soante, bem-visto.

    Observe: Em muitos compostos, o advrbio bem aparece aglu nado com o segundo elemento, quer este tenha ou no vida parte: benfazejo, benfeito, ben-feitor, benquerena, etc.

    19

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  • Divis

    o Sil

    bica

    Na diviso silbica na translineao de uma palavra composta ou de uma combinao de palavras em que h um hfen ou mais, se a par o coincidir com o nal de um dos elementos ou membros, deve-se, por clareza gr ca, repe r o hfen no incio da linha imediata:

    ex-

    -alferes

    seren- ou seren-los-

    -los-emos -emos

    vice-

    -almirante

    Diviso Silbica na Translineao

    20

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  • 21

    Apstrofo A m de ele compreender, e no A m dele compreender ou A m

    dele compreender.

    Isso se d em virtude de os homens serem especialistas, e no Isso se d em virtude dos homens serem especialistas ou Isso se d em virtude dos homens serem especialistas.

    No se emprega o apstrofo nem se funde a preposio na forma imediata, escrevendo-se as duas separadamente:

    O Apstrofo

    Acordo.indd 21Acordo.indd 21 12/9/2008 11:27:0512/9/2008 11:27:05

  • 22

    Cons

    ulta R

    pida

    Consulta rpida de pre xos e falsos pre xos baseada nas regras do Novo Acordo Ortogr co

    agroaucareiro agroexportador agroindstriaagropecuriaagrotxicoalvicelestealvinegroalvirrubroalviverdeantebraoantepenl moanteprojeto anterrostoantessalaan cidoan bombaan criean caspa an econmicoan febrilan ferrugeman grevean -imperialismoan -infecciosoan -in acionrioan -in amatrio

    an jogoan matriaan mssilan mofoan ortopdicoan placaan poliomielitean quebraan rrbicoan rracionalan rracismo an rracistaan rre exoan rreligiosoan rreum coan rrevolucionrioan ssemitaan ssemi smoan ssp coan ssocialan ssocialistaan ssubmarinoan tanquean trtaroan terroran terroristaan venenoan vrusarqui-inimigoarquirrivalaudiossinalaudiovisualautoadesivoautoa rmaoautoajudaautoanliseautoeduca voautoelogioautoero smoautoescola

    autoes maautoestradaautoidlatraautoidolatriaautoimolaoautoimunidadeautoinoculao autoinstruoautolotaoauto-observaoauto-nibusautopistaautorradiogra a autorrealizaoautorregeneraoautorregulaoautorrespeitoautorretratoautossa sfaoautosservioautossu cinciaautossu cienteautossugestoautossustentvelautovacinabicampeobicampeonatobucomaxilofacialcardiopulmonarcardiorrespiratriocardiovascularcentroavantecoautorcodireocodiretorcontrabaixocontrachequecontraespionagemcontra lcontra uxo

    Acordo.indd 22Acordo.indd 22 12/9/2008 11:27:0612/9/2008 11:27:06

  • 23

    Consulta Rpidacontragolpecontraindicaocontraofensivacontraofertacontraordemcontrapcontraprovacontrarrazocontrarreforma contrarregracontrasselocontrassenhacontrassensocoproduocoprodutorcossenoeletrodoms coeletro-hidrulicoeletromentre-eixosentressafraentresseioextraclasseextraconjugalextraescolarextra noextrajudicialextraocularextrao cialextrarregulamentarextrassensorialextraterrestreextrauterinohidroaviohidroeltricahidrogins cahidromassagem hidrossanitrioinfra-assinadoinfracitadoinfraescritoinfraestruturainframencionado

    infrarrenalinfrassominfravermelhointerestadualintermunicipalintersocialinteruniversitriointramuscularintraocular intrassociedadeintrauterinomacroeconomiamacroinstruo macrorregiomaxilobucalmaxilofacialmaxissaiamaxives domegaempresamegaempresriomegaespeculadormegaestruturamegainves dormegaoperaomegaproduomegassalriomicroempresamicroempresriomicro-hbitatmicroindstriamicroinform camicro-ondasmicro-nibusmicro-organismomul -infecomul -inse cidamul rracionalmul sserviomul tarefamul usomul vitaminaneurocirurgiopentacampeo

    pentacampeonatopoli-infecopoli-insaturadopseudorbitropseudossiglapseudossu xoradioamadorradioemissoraradiopatrulharadiorreceptorradiorreprterradiossondaradiotxiradioteatroradiovitrolasemiabertosemiacabadosemianalfabetosemiridosemiautom cosemieixosemiembriagadosemiescravosemiespecializadosemi-integralsemi-internatosemimortoseminovoseminu

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  • 24

    Cons

    ulta R

    pida

    semio cialsemirretasemissint cosemivogalsobrecapa sobrecoxasobrelojasubchefesubdiretorsubdiretoriasubgernciasubgerente subprefeitosubprefeiturasubsndicosubsolosuperalimentaosupercampeosupercampeonatosupercraquesupermesupersafrasupersecretosupersnicosupracitadosuprapar driosuprarrealistasuprarrenalsuprassensvel

    suprassumotele-educaotele-entregatelerresposta telerromancetelessenatelesservioteleteatrotelevendastetracampeotetracampeonatotricampeotricampeonatoturbocompressorturboliceultraleveultramarultrarradicalultrarrpidoultrarrealistaultrarrevolucionrioultrarromn coultrassensvelultrasso s cadoultrassomultrassonogra aultrassonogr coultrassongrafoultrassonoterapiaultravioleta

    Acordo.indd 24Acordo.indd 24 12/9/2008 11:27:0612/9/2008 11:27:06

  • 25

    Referncias bibliogr casSILVA, Maurcio. O novo acordo ortogr co da lngua portuguesa: o que muda, o que no muda. So Paulo: Contexto, 2008.Dicionrio da Lngua Portuguesa 2009 Porto - Editora PortugalNovssima Gram ca Ilustrada Sacconi. So Paulo: Nova Gerao, 2008.

    Bibliogra a Consultada

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  • 26

    Novo Acordo Ortogr co da Lngua Portuguesa

    Resoluo n 17 de 7 de maio de 2008

    Base I

    Do alfabeto e dos nomes prprios estrangeiros e seus derivados

    1. O alfabeto da lngua portuguesa formado por 26 letras, cada uma delas com uma forma minscula e outra maiscula:

    a A ()

    b B (b)

    c C (c)

    d D (d)

    e E ()

    f F (efe)

    g G (g ou gu)

    h H (ag)

    i I (i)

    j J (jota)

    k K (capa ou c)

    l L (ele)

    m M (eme)

    n N (ene)

    o O ()

    p P (p)

    q Q (qu)

    r R (erre)

    s S (esse)

    t T (t)

    u U (u)

    v V (v)

    w W (dblio)

    x X (xis)

    y Y (psilon)

    z Z (z)

    Acord

    o Orto

    gr

    co

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  • 27

    Obs.: 1 - Alm destas letras, usam-se o (c cedilhado) e os seguintes dgrafos: rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (c-ag), lh (ele-ag), nh (ene-ag), gu (gu-u) e qu (qu-u).

    2 - Os nomes das letras acima sugeridos no excluem outras formas de as designar.

    2. As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais:

    a) Em antropnimos/antropnimos originrios de outras lnguas e seus derivados: Franklin, frankliniano; Kant, kan smo, Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor, taylorista;

    b) Em topnimos/topnimos originrios de outras lnguas e seus derivados: Kwanza, Kuwait, kuwai ano; Malawi, malawiano;

    c) Em siglas, smbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional: TWA, KLM; K-potssio (de kalium) W-oeste (West); kg-quilograma, km-quilmetro, kW-kilowa , yd-jarda (yard); Wa .

    3. Em congruncia com o nmero anterior, mantm-se nos vocbulos derivados eru-ditamente de nomes prprios estrangeiros quaisquer combinaes gr cas ou sinais dia-cr cos no peculiares nossa escrita que gurem nesses nomes: com sta, de Comte, garre ano, de Garre ; je ersnia/je ersnia, de Je erson; mlleriano, de Mller, shakespeariano, de Shakespeare.

    Os vocabulrios autorizados registaro gra as alterna vas admissveis, em casos de divulgao de certas palavras de tal po de origem (a exemplo de fcsia/fchsia e deriva-dos, buganvlia/buganvlea/bougainvllea).

    4. Os dgrafos nais de origem hebraica ch, ph e th podem conservar-se em formas onoms cas da tradio bblica, como Baruch, Loth, Moloch, Ziph, ou ento simpli car-se: Baruc, Lot, Moloc, Zif. Se qualquer um destes dgrafos, em formas do mesmo po, invariavelmente mudo, elimina-se: Jos, Nazar, em vez de Joseph, Nazareth; e se algum deles, por fora do uso, permite adaptao, subs tui-se, recebendo uma adio voclica: Judite, em vez de Judith.

    5. As consoantes nais grafadas b, c, d, g e t mantm-se, quer sejam mudas quer pro-feridas nas formas onoms cas em que o uso as consagrou, nomeadamente antropni-mos/antropnimos e topnimos/topnimos da tradio bblica: Jacob, Job, Moab, Isaac, David, Gad; Gog, Magog; Bensabat, Josafat.

    Integram-se tambm nesta forma: Cid, em que o d sempre pronunciado; Madrid e Valladolid, em que o d ora pronunciado, ora no; e Calecut ou Calicut, em que o t se encontra nas mesmas condies.

    Nada impede, entretanto, que dos antropnimos/antropnimos em apreo sejam usa-dos sem a consoante nal J, Davi e Jac.

    6. Recomenda-se que os topnimos/topnimos de lnguas estrangeiras se subs tuam, tanto quanto possvel, por formas vernculas, quando estas sejam an gas e ainda vivas em portugus ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente. Exemplo: Anvers, subs tudo por Anturpia; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona; Gnve, por Genebra; Jutland, por Jutlndia; Milano, por Milo; Mnchen, por Munique; Torino, por Turim; Zrich, por Zurique, etc.

    Acordo Ortogr co

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  • 28

    Base II

    Do h inicial e nal

    1. O h inicial emprega-se:

    a) Por fora da e mologia: haver, hlice, hera, hoje, hora, homem, humor;

    b) Em virtude de adoo convencional: h?, hem?, hum!

    2. O h inicial suprime-se:

    a) Quando, apesar da e mologia, a sua supresso est inteiramente consagrada pelo uso: erva, em vez de herva; e, portanto, ervaal, ervanrio, ervoso (em contraste com herbceo, herbanrio, herboso, formas de origem erudita);

    b) Quando, por via de composio, passa a interior e o elemento em que gura se aglu- na ao precedente: biebdomadrio, desarmonia, desumano, exaurir, inbil, lobisomem, reabilitar, reaver.

    3. O h inicial mantm-se, no entanto, quando numa palavra composta pertence a um elemento que est ligado ao anterior por meio de hfen: an -higinico/an -higinico, contra-haste, pr-histria, sobre-humano.

    4. O h nal emprega-se em interjeies: ah! oh!

    Base III

    Da homofonia de certos grafemas consonn cos

    Dada a homofonia existente entre certos grafemas consonn cos, torna-se necess-rio diferenciar os seus empregos, que fundamentalmente se regulam pela histria das palavras. certo que a variedade das condies em que se xam na escrita os grafemas consonn cos homfonos nem sempre permite fcil diferenciao dos casos em que se deve empregar uma letra e daqueles em que, diversamente, se deve empregar outra, ou outras, a representar o mesmo som.

    Nesta conformidade, importa notar, principalmente, os seguintes casos:

    1. Dis no gr ca entre ch e x: achar, archote, bucha, capacho, capucho, chamar, chave, Chico, chiste, chorar, colcho, colchete, endecha, estrebucha, facho, cha, echa, frincha, gancho, inchar, macho, mancha, murchar, nicho, pachorra, pecha, pechincha, pe-nacho, rachar, sachar, tacho; ameixa, anexim, baixel, baixo, bexiga, bruxa, coaxar, coxia, debuxo, deixar, eixo, elixir, enxofre, faixa, feixe, madeixa, mexer, oxal, praxe, puxar, rou-xinol, vexar, xadrez, xarope, xenofobia, xerife, xcara.

    2. Dis no gr ca entre g, com valor de frica va palatal, e j: adgio, alfageme, lge-bra, algema, algeroz, Algs, algibebe, algibeira, lgido, almargem, Alvorge, Argel, estran-geiro, falange, ferrugem, frigir, gelosia, gengiva, gergelim, geringona, Gibraltar, ginete, ginja, girafa, gria, herege, relgio, sege, Tnger, virgem; adje vo, ajeitar, ajeru (nome de planta indiana e de uma espcie de papagaio), canjer, canjica, enjeitar, granjear, hoje, intrujice, jecoral, jejum, jeira, jeito, Jeov, jenipapo, jequiri, jequi b, Jeremias, Jeric, je-rimum, Jernimo, Jesus, jiboia1, jiquipanga, jiquir, jiquitaia, jirau, jiri , ji rana, laranjei-ra, lojista, majestade, majestoso, manjerico, manjerona, mucuj, paj, pegajento, rejeitar,

    Acord

    o Orto

    gr

    co

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  • 29

    sujeito, trejeito.

    3. Dis no gr ca entre as letras2 s, ss, c, e x, que representam sibilantes surdas: nsia, ascenso, asperso, cansar, converso, esconso, farsa, ganso, imenso, manso, mansarda, manso, pretenso, remanso, seara, seda, Seia, Sert, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa; abadessa, acossar, amassar, arremessar, Assei-ceira, asseio, atravessar, benesse, Cassilda, codesso (iden camente Codessal ou Codassal, Codesseda, Codessoso, etc.), crasso, devassar, dossel, egresso, endossar, escasso, fosso, gesso, molosso, mossa, obsesso, pssego, possesso, remessa, sossegar; acm, acervo, alicerce, cebola, cereal, Cernache, ce m, Cinfes, Esccia, Macedo, obcecar, percevejo; aafate, aorda, acar, almao, ateno, bero, Buaco, caange, caula, caraa, danar, Ea, enguio, Gonalves, insero, linguia, maada, Mao, maar, Moambique, Mon-o, muulmano, mura, negaa, pana, pea, quiaba, quiaa, quiama, quiamba, Sei-a (gra a que pretere as errneas/errneas Ceia e Ceissa), Seial, Sua, tero; auxlio, Maximiliano, Maximino, mximo, prximo, sintaxe.

    4. Dis no gr ca entre s de m de slaba (inicial ou interior) e x e z com idn co va-lor fnico/fnico: adestrar, Calisto, escusar, esdrxulo, esgotar, esplanada, esplndido, es-pontneo, espremer, esquisito, estender, Estremadura, Estremoz, inesgotvel; extenso, explicar, extraordinrio, inextricvel, inexperto, sextante, tx l; capazmente, infelizmente, velozmente. De acordo com esta dis no convm notar dois casos:

    a) Em nal de slaba que no seja nal de palavra, o x = s muda para s sempre que est precedido de i ou u: justapor, justalinear, misto, sis no (cf. Capela Sis na), Sisto, em vez de juxtapor, juxtalinear, mixto, six na, Sixto;

    b) S nos advrbios em -mente se admite z, com valor idn co ao de s, em nal de slaba seguida de outra consoante (cf. capazmente, etc.); de contrrio, o s toma sempre o lugar do z: Biscaia, e no Bizcaia;

    5. Dis no gr ca entre s nal de palavra e x e z com idn co valor fnico/fnico: aguarrs, alis, anis, aps, atrs, atravs, Avis, Brs, Dinis, Garcs, gs, Gers, Ins, ris, Jesus, jus, lpis, Lus, pas, portugus, Queirs, quis, retrs, revs, Toms, Valds; clix, Flix, Fnix, ux; assaz, arroz, avestruz, dez, diz, fez (substan vo e forma do verbo fazer), z, Forjaz, Galaaz, giz, jaez, ma z, pe z, Queluz, Romariz, [Arcos de] Valdevez, Vaz. A pro-psito, deve observar-se que inadmissvel z nal equivalente a s em palavra no oxtona: Cdis, e no Cdiz.

    6. Dis no gr ca entre as letras interiores s, x e z, que representam sibilantes so-noras: aceso, analisar, anestesia, arteso, asa, asilo, Baltasar, besouro, besuntar, blusa, brasa, braso, Brasil, brisa, [Marco de] Canaveses, coliseu, defesa, duquesa, Elisa, em-presa, Ermesinde, Esposende, frenesi ou frenesim, frisar, guisa, improviso, jusante, liso, lousa, Lous, Luso (nome de lugar, homnimo/homnimo de Luso, nome mitolgico), Matosinhos, Meneses, Narciso, Nisa, obsquio, ousar, pesquisa, portuguesa, presa, raso, represa, Resende, sacerdo sa, Sesimbra, Sousa, surpresa, sana, transe, trnsito, vaso; exalar, exemplo, exibir, exorbitar, exuberante, inexato, inexorvel; abalizado, alfazema, Arcozelo, autorizar, azar, azedo, azo, azorrague, baliza, bazar, beleza, buzina, bzio, come-zinho, deslizar, deslize, Ezequiel, fuzileiro, Galiza, guizo, helenizar, lambuzar, lezria, Mou-zinho, proeza, sazo, urze, vazar, Veneza, Vizela, Vouzela.

    ________________________________________1 - No texto o cial, por lapso, jibia; cf. base IX, 3.

    2 - No texto o cial, por lapso, com vrgula indevida.

    Acordo Ortogr co

    Acordo.indd 29Acordo.indd 29 12/9/2008 11:27:0612/9/2008 11:27:06

  • 30

    Base IV

    Das sequncias consonn cas

    1. O c, com valor de oclusiva velar, das sequncias interiores cc (segundo c com valor de sibilante), c e ct, e o p das sequncias interiores pc (c com valor de sibilante), p e pt, ora se conservam, ora se eliminam.

    Assim:

    a) Conservam-se nos casos em que so invariavelmente proferidos nas pronncias cultas da lngua: compacto, convico, convicto, co, friccionar, pacto, pictural; adepto, apto, dp co, erupo, eucalipto, inepto, npcias, rapto;

    b) Eliminam-se nos casos em que so invariavelmente mudos nas pronncias cultas da lngua: ao, acionar, afe vo, a io, a ito, ato, coleo, cole vo, direo, diretor, exato, objeo; adoo, adotar, ba zar, Egito, mo;

    c) Conservam-se ou eliminam-se faculta vamente, quando se proferem numa pronn-cia culta, quer geral quer restritamente, ou ento quando oscilam entre a prolao e o emudecimento: aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e carateres, dico e dio; facto e fato, sector e setor; ceptro e cetro, concepo e conceo, corrupto e corruto, re-cepo e receo;

    d) Quando, nas sequncias interiores mpc, mp e mpt se eliminar o p de acordo com o determinado nos pargrafos precedentes, o m passa a n, escrevendo-se, respe vamente, nc, n e nt: assumpcionista e assuncionista; assumpo e assuno; assump vel e assun -vel; peremptrio e perentrio, sumptuoso e suntuoso, sumptuosidade e suntuosidade.

    2. Conservam-se ou eliminam-se, faculta vamente, quando se proferem numa pro-nncia culta, quer geral, quer restritamente, ou ento quando oscilam entre a prolao e o emudecimento: o b da sequncia bd, em sbdito; o b da sequncia bt, em sub l e seus derivados; o g da sequncia gd, em amgdala, amigdalcea, amigdalar, amigdalato, amig-dalite, amigdaloide1, amigdalopa a, amigdalotomia; o m da sequncia mn, em amnis a, amnis ar, indemne, indemnidade, indemnizar, omnmodo, omnipotente, omnisciente, etc.; o t da sequncia tm, em aritm ca e aritm co.

    ________________________________________1 - No texto o cial, por lapso, amigdalide; cf. base IX, 3.

    Base V

    Das vogais tonas

    1. O emprego do e e do i, assim como o do o e do u, em slaba tona, regula-se fun-damentalmente pela e mologia e por par cularidades da histria das palavras. Assim se estabelecem variadssimas gra as:

    a) Com e e i: ameaa, amealhar, antecipar, arrepiar, balnear, boreal, campeo, cardeal (prelado, ave, planta; diferente de cardial = rela vo crdia), Cear, cdea, ensea-da, enteado, Floreal, janeanes, lndea, Leonardo, Leonel, Leonor, Leopoldo, Leote, linear, meo, melhor, nomear, peanha, quase (em vez de qusi), real, semear, semelhante, vr-zea; ameixial, Ameixieira, amial, amieiro, arrieiro, ar lharia, capitnia, cordial (adje vo e

    Acord

    o Orto

    gr

    co

    Acordo.indd 30Acordo.indd 30 12/9/2008 11:27:0612/9/2008 11:27:06

  • 31

    substan vo), corriola, crnio, criar, diante, diminuir, Dinis, ferregial, Filinto, Filipe (e iden -camente Filipa, Filipinas, etc.), freixial, giesta, Idanha, igual, imiscuir-se, inigualvel, lam-pio, limiar, Lumiar, lumieiro, p o, pior, gela, jolo, Vimieiro, Vimioso;

    b) Com o e u: abolir, Alpendorada, assolar, borboleta, cobia, consoada, consoar, costu-me, dscolo, mbolo, engolir, epstola, esbaforir-se, esboroar, farndola, femoral, Freixoei-ra, girndola, goela, jocoso, mgoa, nvoa, ndoa, bolo, Pscoa, Pascoal, Pascoela, polir, Rodolfo, tvoa, tavoada, tvola, tmbola, veio (substan vo e forma do verbo vir); aular, gua, aluvio, arcuense, assumir, bulir, camndulas, cur r, curtume, embu r, entupir, f-mur/fmur, stula, glndula, nsua, jucundo, lgua, Luanda, lucubrao, lugar, mangual, Manuel, mngua, Nicargua, pontual, rgua, tbua, tabuada, tabuleta, trgua, vitualha.

    2. Sendo muito variadas as condies e molgicas e histrico-fon cas em que se xam gra camente e e i ou o e u em slaba tona, evidente que s a consulta dos voca-bulrios ou dicionrios pode indicar, muitas vezes, se deve empregar-se e ou i, se o ou u. H, todavia, alguns casos em que o uso dessas vogais pode ser facilmente sistema zado. Convm xar os seguintes:

    a) Escrevem-se com e, e no com i, antes da slaba tnica/tnica, os substan vos e adje vos que procedem de substan vos terminados em -eio e -eia, ou com eles esto em relao direta. Assim se regulam: aldeo, aldeola, aldeota por aldeia; areal, areeiro, are-ento, Areosa por areia; aveal por aveia; baleal por baleia; cadeado por cadeia; candeeiro por candeia; centeeira e centeeiro por centeio; colmeal e colmeeiro por colmeia; correada e correame por correia;

    b) Escrevem-se igualmente com e, antes de vogal ou ditongo da slaba tnica/tnica, os derivados de palavras que terminam em e acentuado (o qual pode representar um an go hiato: ea, ee): galeo, galeota, galeote, de gal; coreano, de Coreia; daomeano, de Daom; guineense, de Guin; poleame e poleeiro, de pol;

    c) Escrevem-se com i, e no com e, antes da slaba tnica/tnica, os adje vos e subs-tan vos derivados em que entram os su xos mistos de formao verncula -iano e -iense, os quais so o resultado da combinao dos su xos -ano e -ense com um i de origem analgica (baseado em palavras onde -ano e -ense esto precedidos de i pertencente ao tema: horaciano, italiano, duriense, aviense, etc.): aoriano, acriano (de Acre), camonia-no, goisiano (rela vo a Damio de Gis), siniense (de Sines), sofocliano, torriano, torriense [de Torre(s)];

    d) Uniformizam-se com as terminaes -io e -ia (tonas), em vez de -eo e -ea, os subs-tan vos que cons tuem variaes, ob das por ampliao, de outros substan vos termi-nados em vogal: cmio (popular), de cume; hs a, de haste; rs a, do an go reste; vs a, de veste;

    e) Os verbos em -ear podem dis nguir-se pra camente grande nmero de vezes dos verbos em -iar, quer pela formao, quer pela conjugao e formao ao mesmo tempo. Esto no primeiro caso todos os verbos que se prendem a substan vos em -eio ou -eia (sejam formados em portugus ou venham j do la m); assim se regulam: aldear, por al-deia; alhear, por alheio; cear, por ceia; encadear, por cadeia; pear, por peia; etc. Esto no segundo caso todos os verbos que tm normalmente exes rizotnicas/rizotnicas em -eio, -eias, etc.: clarear, delinear, devanear, falsear, granjear, guerrear, hastear, nomear, semear, etc. Existem, no entanto, verbos em -iar, ligados a substan vos com as termina-

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    es tonas -ia ou -io, que admitem variantes na conjugao: negoceio ou negocio (cf. negcio); premeio ou premio (cf. prmio/prmio), etc.;

    f) No lcito o emprego do u nal tono em palavras de origem la na. Escreve-se, por isso: moto, em vez de mtu (por exemplo, na expresso de moto prprio); tribo, em vez de trbu;

    g) Os verbos em -oar dis nguem-se pra camente dos verbos em -uar pela sua conjuga-o nas formas rizotnicas/rizotnicas, que tm sempre o na slaba acentuada: abenoar com o, como abenoo, abenoas, etc.; destoar, com o, como destoo, destoas, etc.; mas acentuar, com u, como acentuo, acentuas, etc.

    Base VI

    Das vogais nasais

    Na representao das vogais nasais devem observar-se os seguintes preceitos:

    1. Quando uma vogal nasal ocorre em m de palavra, ou em m de elemento seguido de hfen, representa-se a nasalidade pelo l, se essa vogal de mbre a; por m, se possui qualquer outro mbre e termina a palavra; e por n, se de mbre diverso de a e est seguida de s: af, gr, Gr-Bretanha, l, rf, s-braseiro (forma dialetal; o mesmo que so-brasense = de S. Brs de Alportel); clarim, tom, vacum; au ns, semitons, zunzuns.

    2. Os vocbulos terminados em - transmitem esta representao do a nasal aos advrbios em -mente que deles se formem, assim como a derivados em que entrem su- xos iniciados por z: cristmente, irmmente, smente; lzudo, mazita, manhzinha, romzeira.

    Base VII

    Dos ditongos

    1. Os ditongos orais, que tanto podem ser tnicos/tnicos como tonos, distribuem-se por dois grupos gr cos principais, conforme o segundo elemento do ditongo repre-sentado por i ou u: ai, ei, i, ui; au, eu, u, iu, ou; braais, caixote, deveis, eirado, farnis (mas farneizinhos), goivo, goivar, lenis (mas lenoizinhos)1, tafuis, uivar; cacau, cacauei-ro, deu, endeusar, ilhu (mas ilheuzito), mediu, passou, regougar.

    Obs.: Admitem-se, todavia, excecionalmente parte destes dois grupos, os ditongos grafados ae (= i ou ai) e ao (= u ou au): o primeiro, representado nos antropnimos/antropnimos Caetano e Caetana, assim como nos respe vos2 derivados e compostos (caetaninha, so-caetano, etc.); o segundo, representado nas combinaes da prepo-sio a com as formas masculinas do ar go ou pronome demonstra vo o, ou seja, ao e aos.

    2. Cumpre xar, a propsito dos ditongos orais, os seguintes preceitos par culares:

    a) o ditongo grafado ui, e no a sequncia voclica grafada ue, que se emprega nas formas de 2. e 3. pessoas do singular do presente do indica vo e igualmente na da 2. pessoa do singular do impera vo dos verbos em -uir: cons tuis, in ui, retribui. Harmonizam-se, portanto, essas formas com todos os casos de ditongo grafado ui de slaba nal ou m de palavra (azuis, fui, Guardafui, Rui, etc.); e cam assim em paralelo

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    gr co-fon co com as formas de 2. e 3. pessoas do singular do presente do indica- vo e de 2. pessoa do singular do impera vo dos verbos em -air e em -oer: atrais, cai, sai; mis, remi, si;

    b) o ditongo grafado ui que representa sempre, em palavras de origem la na, a unio de um u a um i tono seguinte. No divergem, portanto, formas como uido de formas como gratuito. E isso no impede que nos derivados de formas daquele po as vogais grafadas u e i se separem: udico, uidez (u-i);

    c) Alm dos ditongos orais propriamente ditos, os quais so todos decrescentes, ad-mite-se, como sabido, a existncia de ditongos crescentes. Podem considerar-se no n-mero deles as sequncias voclicas ps-tnicas/ps-tnicas, tais as que se representam gra camente por ea, eo, ia, ie, io, oa, ua, ue, uo: urea, ureo, calnia, espcie, exmio, mgoa, mngua, tnue/tnue, trduo.

    3. Os ditongos nasais, que na sua maioria tanto podem ser tnicos/tnicos como tonos, pertencem gra camente a dois pos fundamentais: ditongos representados por vogal com l e semivogal; ditongos representados por uma vogal seguida da consoante nasal m. Eis a indicao de uns e outros:

    a) Os ditongos representados por vogal com l e semivogal so quatro, considerando-se apenas a lngua padro contempornea: e (usado em vocbulos oxtonos e derivados), i (usado em vocbulos anoxtonos e derivados), o e e. Exemplos: ces, Guimares, me, mezinha; cibas, cibeiro, cibra, zibo; mo, mozinha, no, quo, sto, sotozi-nho, to; Cames, oraes, oraezinhas, pe, repes. Ao lado de tais ditongos pode, por exemplo, colocar-se o ditongo ui; mas este, embora se exempli que numa forma popular como rui = ruim, representa-se sem o l nas formas muito e mui, por obedincia tradi-o;

    b) Os ditongos representados por uma vogal seguida da consoante nasal m so dois: am e em. Divergem, porm, nos seus empregos:

    i) am (sempre tono) s se emprega em exes verbais: amam, deviam, escreveram, puseram;

    ii) em (tnico/tnico, ou tono) emprega-se em palavras de categorias morfolgicas di-versas, incluindo exes verbais, e pode apresentar variantes gr cas determinadas pela posio, pela acentuao ou, simultaneamente, pela posio e pela acentuao: bem, Bembom, Bemposta, cem, devem, nem, quem, sem, tem, virgem; Bencanta, Benfeito, Ben- ca, benquisto, bens, en m, enquanto, homenzarro, homenzinho, nuvenzinha, tens, vir-gens, amm (variao de men), armazm, convm, mantm, ningum, porm, Santarm, tambm; convm, mantm, tm (3.as pessoas do plural); armazns, desdns, convns, retns, Belenzada, vintenzinho.

    ________________________________________1 - No texto o cial, por lapso, no consta a referncia aos ditongos orais oi e i, apesar de constarem no

    exemplrio.

    2 - No texto o cial, por lapso, respec vos; cf. base IV, 1., alnea b.

    Base VIII

    Da acentuao gr ca das palavras oxtonas

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    1. Acentuam-se com acento agudo:

    a) As palavras oxtonas terminadas nas vogais tnicas/tnicas abertas grafadas -a, -e ou -o, seguidas ou no de -s: est, ests, j, ol; at, , s, ol, pontap(s); av(s), domin(s), palet(s), s(s).

    Obs.: Em algumas (poucas) palavras oxtonas terminadas em -e tnico/tnico, geral-mente provenientes do francs, esta vogal, por ser ar culada nas pronncias cultas ora como aberta ora como fechada, admite tanto o acento agudo como o acento circun exo: beb ou beb, bid ou bid1, canap ou canap, carat ou carat, croch ou croch, guich ou guich, ma n ou ma n, nen ou nen, ponj ou ponj, pur ou pur, rap ou rap.

    O mesmo se veri ca com formas como coc e coc, r (letra do alfabeto grego) e r. So igualmente admi das formas como jud, a par de judo, e metr, a par de metro;

    b) As formas verbais oxtonas, quando conjugadas com os pronomes cl cos ou lo(s), la(s), cam a terminar na vogal tnica/tnica aberta grafada -a, aps a assimilao e per-da das consoantes nais grafadas -r, -s ou -z: ador-lo(s) [de adorar-lo(s)], d-la(s) [de dar-la(s) ou d(s)-la(s)], f-lo(s) [de faz-lo(s)], f-lo(s)-s [de far-lo(s)-s], habit-la(s)-iam [de habitar-la(s)-iam], tr-la(s)- [de trar-la(s)-)];

    c) As palavras oxtonas com mais de uma slaba terminadas no ditongo nasal grafado -em (exceto2 as formas da 3. pessoa do plural do presente do indica vo dos compostos de ter e vir: retm, sustm; advm, provm; etc.) ou -ens: acm, detm, detns, entretm, entretns, harm, harns, porm, provm, provns, tambm;

    d) As palavras oxtonas com os ditongos abertos grafados -i, -u ou -i, podendo es-tes dois l mos ser seguidos ou no de -s: anis, batis, is, papis; cu(s), chapu(s), ilhu(s), vu(s); corri (de corroer), heri(s), remi (de remoer), sis.

    2. Acentuam-se com acento circun exo:

    a) As palavras oxtonas terminadas nas vogais tnicas/tnicas fechadas que se grafam -e ou -o, seguidas ou no de -s: corts, d, ds (de dar), l, ls (de ler), portugus, voc(s); av(s), ps (de pr), rob(s);

    b) As formas verbais oxtonas, quando conjugadas com os pronomes cl cos -lo(s) ou -la(s), cam a terminar nas vogais tnicas/tnicas fechadas que se grafam -e ou -o, aps a assimilao e perda das consoantes nais grafadas -r, -s ou -z: det-lo(s) [de deter-lo(s)], faz-la(s) [de fazer-la(s)], f-lo(s) [de fez-lo(s)], v-la(s) [de ver-la(s)], comp-la(s) [de com-por-la(s)], rep-la(s) [de repor-la(s)], p-la(s) [de por-la(s) ou ps-la(s)].

    3. Prescinde-se de acento gr co para dis nguir palavras oxtonas homgrafas, mas heterofnicas/heterofnicas, do po de cor (), substan vo, e cor (), elemento da locu-o de cor; colher (), verbo, e colher (), substan vo. Excetua-se a forma verbal pr, para a dis nguir da preposio por.

    ________________________________________1 - No texto o cial, por lapso, ou bid ou bid.

    2 - No texto o cial, por lapso, excepto; cf. base IV, 1., alnea b.

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    Base IX

    Da acentuao gr ca das palavras paroxtonas

    1. As palavras paroxtonas no so em geral acentuadas gra camente: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo; avano, oresta; abenoo, angolano, brasileiro; des-cobrimento, gra camente, moambicano.

    2. Recebem, no entanto, acento agudo:

    a) As palavras paroxtonas que apresentam na slaba tnica/tnica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -l, -n, -r, -x e -ps, assim como, salvo raras excees, as respe vas formas do plural, algumas das quais passam a proparoxtonas: amvel (pl. amveis), Anbal, dcil (pl. dceis)1, dc l (pl. dcteis), fssil (pl. fsseis), rp l (pl. rpteis; var. rep l, pl. rep s); crmen (pl. crmenes ou carmens; var. carme, pl. car-mes); dlmen (pl. dlmenes ou dolmens), den (pl. denes ou edens), lquen (pl.2 lquenes), lmen (pl. lmenes ou lumens); acar (pl. acares), almscar (pl. almscares), cadver (pl. cadveres), carter ou carcter (mas pl. carateres ou caracteres), mpar (pl. mpares); Ajax, crtex (pl. crtex; var. cr ce, pl. cr ces), ndex (pl. ndex3; var. ndice, pl. ndices), trax (pl.4 trax ou traxes; var. torace, pl. toraces); bceps (pl. bceps; var. bicpite, pl. bic-pites), frceps (pl. frceps; var. frcipe, pl. frcipes).

    Obs.: Muito poucas palavras deste po, com as vogais tnicas/tnicas grafadas e e o em m de slaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilao de mbre nas pronncias cultas da lngua e, por conseguinte, tambm de acento gr co (agudo ou circun exo): smen e smen, xnon e xnon; fmur e fmur, vmer e vmer, Fnix e Fnix, nix e nix;

    b) As palavras paroxtonas que apresentam na slaba tnica/tnica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -(s), -o(s), -ei(s), -i(s), -um, -uns, ou -us: rf (pl. rfs), acrdo (pl. acrdos), rfo (pl. rfos), rgo (pl. rgos), sto (pl. stos); hquei, jquei (pl. jqueis), amveis (pl. de amvel), fceis (pl. de fcil), fsseis (pl. de fssil), amreis (de amar), amveis (id.), cantareis (de cantar), zreis (de fazer), zsseis (id.); beribri (pl. beribris), blis (sg. e pl.), ris (sg. e pl.), jri (pl. jris), osis (sg. e pl.); lbum (pl. lbuns), frum (pl. fruns); hmus (sg. e pl.), vrus (sg. e pl.).

    Obs.: Muito poucas paroxtonas deste po, com as vogais tnicas/tnicas grafadas e e o em m de slaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscila-o de mbre nas pronncias cultas da lngua, o qual assinalado com acento agudo, se aberto, ou circun exo, se fechado: pnei e pnei; gnis e gnis, pnis e pnis, tnis e tnis; bnus e bnus, nus e nus, tnus e tnus, Vnus e Vnus.

    3. No se acentuam gra camente os ditongos representados por ei e oi da slaba tnica/tnica das palavras paroxtonas, dado que existe oscilao em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua ar culao: assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; coreico, epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio (do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia, boia, boina, comboio (subst.), tal como comboio, comboias, etc. (do verbo comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia, moina, paranoico, zoina.

    4. faculta vo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretrito perfeito do indica vo, do po ammos, louvmos, para as dis nguir das correspondentes formas

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    do presente do indica vo (amamos, louvamos), j que o mbre da vogal tnica/tnica aberto naquele caso em certas variantes do portugus.

    5. Recebem acento circun exo:

    a) As palavras paroxtonas que contm, na slaba tnica/tnica, as vogais fechadas com a gra a a, e, o e que terminam em -l, -n, -r ou -x, assim como as respe vas formas do plu-ral, algumas das quais se tornam proparoxtonas: cnsul (pl. cnsules), pnsil (pl. pnseis), tx l (pl. txteis); cnon, var. cnone (pl. cnones), plncton (pl. plnctons); Almodvar, aljfar (pl. aljfares), mbar (pl. mbares), Cncer, Tnger; bmbax (sg. e pl.), bmbix, var. bmbice (pl. bmbices);

    b) As palavras paroxtonas que contm, na slaba tnica/tnica, as vogais fechadas com a gra a a, e, o e que terminam em -o(s), -eis, -i(s) ou -us: bno(s), cvo(s), Estvo, zngo(s); devreis (de dever), escrevsseis (de escrever), freis (de ser e ir), fsseis (id.), pnseis (pl. de pnsil), txteis (pl. de tx l); dndi(s), Mn s; nus;

    c) As formas verbais tm e vm, 3.as pessoas do plural do presente do indica vo de ter e vir, que so fone camente paroxtonas (respe vamente /tjj/, /vjj/ ou /tj/, /vj/, ou ainda /tjj/, /vjj/; cf. as an gas gra as preteridas, tem, vem), a m de dis ngui-rem de tem e vem, 3.as pessoas do singular do presente do indica vo ou 2.as pessoas do singular do impera vo; e tambm as correspondentes formas compostas, tais como: abs-tm (cf. abstm), advm (cf. advm), contm (cf. contm), convm (cf. convm), descon-vm (cf. desconvm), detm (cf. detm), entretm (cf. entretm), intervm (cf. intervm), mantm (cf. mantm), obtm (cf. obtm), provm (cf. provm), sobrevm (cf. sobrevm)5.

    Obs.: Tambm neste caso so preteridas as an gas gra as detem, intervem, man-tem, provem, etc.

    6. Assinalam-se com acento circun exo:

    a) Obrigatoriamente, pde (3. pessoa do singular do pretrito perfeito do indica vo), que se dis ngue da correspondente forma do presente do indica vo (pode);

    b) Faculta vamente, dmos (1. pessoa do plural do presente do conjun vo), para se dis nguir da correspondente forma do pretrito perfeito do indica vo (demos); frma (substan vo), dis nta de forma (substan vo; 3. pessoa do singular do presente do indi-ca vo ou 2. pessoa do singular do impera vo do verbo formar).

    7. Prescinde-se de acento circun exo nas formas verbais paroxtonas que contm um e tnico/tnico oral fechado em hiato com a terminao -em da 3. pessoa do plural do presente do indica vo ou do conjun vo, conforme os casos: creem, deem (conj.), descre-em, desdeem (conj.), leem, preveem, redeem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem.

    8. Prescinde-se igualmente do acento circun exo para assinalar a vogal tnica/tnica fechada com a gra a o em palavras paroxtonas como enjoo, substan vo e exo de en-joar, povoo, exo de povoar, voo, substan vo e exo de voar, etc.

    9. Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circun exo, para dis nguir palavras paroxtonas que, tendo respe vamente vogal tnica/tnica aberta ou fechada, so ho-mgrafas de palavras procl cas. Assim, deixam de se dis nguir pelo acento gr co: para (), exo de parar, e para, preposio; pela(s) (), substan vo e exo de pelar, e pela(s),

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    combinao de per e la(s); pelo (), exo de pelar, e pelo(s) (), substan vo ou combi-nao de per e lo(s); polo(s) (), substan vo, e polo(s), combinao an ga e popular de por e lo(s); etc.

    10. Prescinde-se igualmente de acento gr co para dis nguir paroxtonas homgra-fas heterofnicas/heterofnicas do po de acerto (), substan vo e acerto (), exo de acertar; acordo (), substan vo, e acordo (), exo de acordar; cerca (), substan vo, advrbio e elemento da locuo preposi va cerca de, e cerca (), exo de cercar; coro (), substan vo, e coro (), exo de corar; deste (), contrao da preposio de com o demonstra vo este, e deste (), exo de dar; fora (), exo de ser e ir, e fora (), advr-bio, interjeio e substan vo; piloto (), substan vo, e piloto (), exo de pilotar, etc.

    ________________________________________1 - No texto o cial, por lapso, sem vrgula.

    2 - Plural nico j no texto o cial, contrariamente a casos anlogos referenciados (crmen, dlmen, den, lmen).

    3 - No texto o cial, por lapso, index.

    4 - Plural duplo j no texto o cial, contrariamente a casos anlogos referenciados (crtex, ndex).

    5 - No texto o cial, por lapso, (cf. sobrevm..

    Base X

    Da acentuao das vogais tnicas/tnicas grafadas i e u das palavras oxtonas e paroxtonas

    1. As vogais tnicas/tnicas grafadas i e u das palavras oxtonas e paroxtonas levam acento agudo quando antecedidas de uma vogal com que no formam ditongo e desde que no cons tuam slaba com a eventual consoante seguinte, excetuando o caso de s: adas (pl. de adail), a, atra (de atrair), ba, cas1 (de cair), Esa, jacu, Lus, pas, etc.; alade, amide, Arajo, Atade, atraam (de atrair), atrasse (id.), baa, balastre, cafena, cime, egosmo, fasca, falha, grado, in uste (de in uir), juzes, Lusa, mido, paraso, razes, recada, runa, sada, sanduche, etc.

    2. As vogais tnicas/tnicas grafadas i e u das palavras oxtonas e paroxtonas no levam acento agudo quando, antecedidas de vogal com que no formam ditongo, cons -tuem slaba com a consoante seguinte, como o caso de2 nh, l, m, n, r e z: bainha, moinho, rainha; adail, paul, Raul; Aboim, Coimbra, ruim; ainda, cons tuinte, oriundo, ruins, triunfo; atrair3, demiurgo4, in uir, in uirmos, juiz, raiz, etc.

    3. Em conformidade com as regras anteriores leva acento agudo a vogal tnica/tnica grafada i das formas oxtonas terminadas em r dos verbos em -air e -uir, quando estas se combinam com as formas pronominais cl cas -lo(s), -la(s), que levam assimilao e perda daquele -r: atra-lo(s) [de atrair-lo(s)]; atra-lo(s)-ia [de atrair-lo(s)-ia5]; possu-la(s) [de possuir-la(s)]; possu-la(s)-ia [de possuir-la(s)-ia6].

    4. Prescinde-se do acento agudo nas vogais tnicas/tnicas grafadas i e u das palavras paroxtonas, quando elas esto precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila (var. cauira), cheiinho (de cheio), saiinha (de saia).

    5. Levam, porm, acento agudo as vogais tnicas/tnicas grafadas i e u quando, pre-cedidas de ditongo, pertencem a palavras oxtonas e esto em posio nal ou seguidas de s: Piau, tei, teis, tuiui, tuiuis.

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    Obs.: Se, neste caso, a consoante nal for diferente de s, tais vogais dispensam o acen-to agudo: cauim.

    6. Prescinde-se do acento agudo nos ditongos tnicos/tnicos grafados iu e ui, quan-do precedidos de vogal: distraiu, instruiu, pauis (pl. de paul).

    7. Os verbos arguir e redarguir prescindem do acento agudo na vogal tnica/tnica grafada u nas formas rizotnicas/rizotnicas: arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas, argua, arguam. Os verbos do po de aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e a ns, por oferecerem dois paradigmas, ou tm as formas rizotnicas/rizotnicas igualmente acentuadas no u mas sem marca gr ca (a exem-plo de averiguo, averiguas, averigua, averiguam; averigue, averigues, averigue, averiguem; enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxague, enxaguem, etc.; delinquo, delinquis, delinqui, delinquem; mas delinquimos, delinqus7) ou tm as formas ri-zotnicas/rizotnicas acentuadas fnica/fnica e gra camente nas vogais a ou i radicais (a exemplo de averguo, averguas, avergua, averguam; avergue, avergues, avergue, ave-rguem; enxguo, enxguas, enxgua, enxguam; enxgue, enxgues, enxgue, enxguem; delnquo, delnques, delnque, delnquem; delnqua, delnquas, delnqua, delnquam).

    Obs.: Em conexo com os casos acima referidos, registe-se que os verbos em -ingir (a ngir, cingir, constringir, infringir, ngir, etc.) e os verbos em -inguir sem prolao do u (dis nguir, ex nguir, etc.) tm gra as absolutamente regulares (a njo, a nja, a nge, a ngimos, etc.; dis ngo, dis nga, dis ngue, dis nguimos, etc.).

    ________________________________________1 - No texto o cial, por lapso, com vrgula indevida.

    2 - No texto o cial, por lapso, refere-se nh e os exemplos bainha, moinho, rainha (que aqui foram eli-minados e que jus cariam um ar go parte), mas nh no pode ocorrer em nal de slaba, isto , tem de ser ataque de slaba e no pode cons tuir slaba com a vogal anterior.

    3 - No texto o cial, por lapso, com gra a desformatada.

    4 - No texto o cial, por lapso, com gra a desformatada.

    5 - No texto o cial, por lapso, com parntese indevido.

    6 - No texto o cial, por lapso, com parntese indevido.

    7 - Acentuao gr ca j no texto o cial, provavelmente para dis nguir esta forma verbal da segunda pessoa do singular (delinquis, cuja gra a passa a prescindir de acento gr co), apesar de nenhuma base do presente Acordo o jus car.

    Base XI

    Da acentuao gr ca das palavras proparoxtonas

    1. Levam acento agudo:

    a) As palavras proparoxtonas que apresentam na slaba tnica/tnica as vogais aber-tas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral comeado por vogal aberta: rabe, cus- co, Clepatra, esqulido, exrcito, hidrulico, lquido, mope, msico, pls co, proslito, pblico, rs co, ttrico, l mo;

    b) As chamadas proparoxtonas aparentes, isto , que apresentam na slaba tnica/tnica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral comeado por vogal aberta, e que terminam por sequncias voclicas ps-tnicas/ps-tnicas pra camente consideradas como ditongos crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): lea, nu-

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    sea; etreo, nveo; enciclopdia, glria; barbrie, srie; lrio, prlio; mgoa, ndoa; exgua, lngua; exguo, vcuo.

    2. Levam acento circun exo:

    a) As palavras proparoxtonas que apresentam na slaba tnica/tnica vogal fechada ou ditongo com a vogal bsica fechada: anacren co, brtema, cnfora, cmputo, devramos (de dever), dinmico, mbolo, excntrico, fssemos (de ser e ir), Grndola, hermenu ca, lmpada, lstrego, lbrego, nspera, pliade, sfrego, sonmbulo, trpego;

    b) As chamadas proparoxtonas aparentes, isto , que apresentam vogais fechadas na slaba tnica/tnica e terminam por sequncias voclicas ps-tnicas/ps-tnicas pra -camente consideradas como ditongos crescentes: amndoa, argnteo, cdea, Islndia, Mntua, serdio.

    3. Levam acento agudo ou acento circun exo as palavras proparoxtonas, reais ou aparentes, cujas vogais tnicas/tnicas grafadas e ou o esto em nal de slaba e so se-guidas das consoantes nasais grafadas m ou n, conforme o seu mbre , respe vamente, aberto ou fechado nas pronncias cultas da lngua: acadmico/acadmico, anatmico/anatmico, cnico/cnico, cmodo/cmodo, fenmeno/fenmeno, gnero/gnero, top-nimo/topnimo; Amaznia/Amaznia, Antnio/Antnio, blasfmia/blasfmia, fmea/f-mea, gmeo/gmeo, gnio/gnio, tnue/tnue.

    Base XII

    Do emprego do acento grave

    1. Emprega-se o acento grave:

    a) Na contrao da preposio a com as formas femininas do ar go ou pronome de-monstra vo o: (de a + a), s (de a + as);

    b) Na contrao da preposio a com os demonstra vos aquele, aquela, aqueles, aque-las e aquilo ou ainda da mesma preposio com os compostos aqueloutro e suas exes: quele(s), quela(s), quilo; queloutro(s), queloutra(s).

    Base XIII

    Da supresso dos acentos em palavras derivadas

    1. Nos advrbios em -mente, derivados de adje vos com acento agudo ou circun exo, estes so suprimidos: avidamente (de vido), debilmente (de dbil), facilmente (de fcil), habilmente (de hbil), ingenuamente (de ingnuo), lucidamente (de lcido), mamente (de m), somente (de s), unicamente (de nico), etc.; candidamente (de cndido), cortesmen-te (de corts), dinamicamente (de dinmico), espontaneamente (de espontneo), portu-guesmente (de portugus), roman camente (de romn co).

    2. Nas palavras derivadas que contm su xos iniciados por z e cujas formas de base apresentam vogal tnica/tnica com acento agudo ou circun exo, estes so suprimidos: aneizinhos (de anis), avozinha (de av), bebezito (de beb), cafezada (de caf), chapeu-zinho (de chapu), chazeiro (de ch), heroizito (de heri), ilheuzito (de ilhu), mazinha (de m), orfozinho (de rfo), vintenzito (de vintm), etc.; avozinho (de av), benozinha (de bno), lampadazita (de lmpada), pessegozito (de pssego).

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    Base XIV

    Do trema

    O trema, sinal de direse, inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou apor-tuguesadas. Nem sequer se emprega na poesia, mesmo que haja separao de duas vo-gais que normalmente formam ditongo: saudade, e no sadade, ainda que tetrasslabo; saudar, e no sadar, ainda que trisslabo; etc.

    Em virtude desta supresso, abstrai-se de sinal especial, quer para dis nguir, em slaba tona, um i ou um u de uma vogal da slaba anterior, quer para dis nguir, tambm em slaba tona, um i ou um u de um ditongo precedente, quer para dis nguir, em slaba tnica/tnica ou tona, o u de gu ou de qu de um e ou i seguintes: arruinar, cons tuiria, depoimento, esmiuar, faiscar, faulhar, oleicultura, paraibano, reunio; abaiucado, auiqui, caiu, cauixi, piauiense; aguentar, anguiforme, arguir, bilngue (ou bilingue), lingueta, lin-guista, lingus co; cinquenta, equestre, frequentar, tranquilo, ubiquidade.

    Obs.: Conserva-se, no entanto, o trema, de acordo com a base I, 3., em palavras deriva-das de nomes prprios estrangeiros: hbneriano, de Hbner, mlleriano, de Mller, etc.

    Base XV

    Do hfen em compostos, locues e encadeamentos vocabulares

    1. Emprega-se o hfen nas palavras compostas por justaposio que no contm for-mas de ligao e cujos elementos, de natureza nominal, adje val, numeral ou verbal, cons tuem uma unidade sintagm ca e semn ca e mantm acento prprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-ris, decreto-lei, s-sueste, mdico-cirurgio, rainha-cludia, tenente-coronel, o-av, turma--piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-asi co, afro-luso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasilei-ro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo-infeo, segunda-feira; conta-gotas, nca-p, guarda-chuva.

    Obs.: Certos compostos, em relao aos quais se perdeu, em certa medida, a noo de composio, grafam-se aglu nadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontap, paraquedas, paraquedista, etc.

    2. Emprega-se o hfen nos topnimos/topnimos compostos iniciados pelos adje vos gr, gro ou por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por ar go: Gr-Breta-nha, Gro-Par; Abre-Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mou-ros, Trinca-Fortes; Albergaria-a-Velha, Baa de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Montemor-o-Novo, Trs-os-Montes.

    Obs.: Os outros topnimos/topnimos compostos escrevem-se com os elementos se-parados, sem hfen: Amrica do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Freixo de Espada Cinta, etc. O topnimo/topnimo Guin-Bissau , contudo, uma exceo consa-grada pelo uso.

    3. Emprega-se o hfen nas palavras compostas que designam espcies botnicas e zoo-lgicas, estejam ou no ligadas por preposio ou qualquer outro elemento: abbora-me-nina, couve- or, erva-doce, feijo-verde; bno-de-deus1, erva-do-ch, ervilha-de-cheiro,

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    fava-de-santo-incio; bem-me-quer (nome de planta que tambm se d margarida e ao malmequer); andorinha-grande, cobra-capelo, formiga-branca; andorinha-do-mar, cobra-dgua, lesma-de-conchinha; bem-te-vi (nome de um pssaro).

    4. Emprega-se o hfen nos compostos com os advrbios bem e mal, quando estes formam com o elemento que se lhes segue uma unidade sintagm ca e semn ca e tal elemento comea por vogal ou h. No entanto, o advrbio bem, ao contrrio de mal, pode no se aglu nar com palavras comeadas por consoante. Eis alguns exemplos das vrias situaes: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado; bem-criado (cf. malcriado), bem-ditoso (cf. malditoso), bem-falante (cf. malfalante), bem-mandado (cf. malmandado), bem-nascido (cf. malnascido), bem-soante (cf. malsoante), bem-visto (cf. malvisto).

    Obs.: Em muitos compostos o advrbio bem aparece aglu nado com o segundo ele-mento, quer este tenha ou no vida parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerena, etc.

    5. Emprega-se o hfen nos compostos com os elementos alm, aqum, recm e sem: alm-Atln co, alm-mar, alm-fronteiras; aqum-mar, aqum-Pirenus; recm-casado, recm-nascido; sem-cerimnia, sem-nmero, sem-vergonha.

    6. Nas locues de qualquer po, sejam elas substan vas, adje vas, pronominais, ad-verbiais, preposi vas ou conjuncionais, no se emprega em geral o hfen, salvo algumas excees j consagradas pelo uso (como o caso de gua-de-colnia, arco-da-velha, cor--de-rosa, mais-que-perfeito, p-de-meia, ao deus-dar, queima-roupa). Sirvam, pois, de exemplo de emprego sem hfen as seguintes locues:

    a) Substan vas: co de guarda, m de semana, sala de jantar;

    b) Adje vas: cor de aafro, cor de caf com leite, cor de vinho;

    c) Pronominais: cada um, ele prprio, ns mesmos, quem quer que seja;

    d) Adverbiais: parte (note-se o substan vo aparte), vontade, de mais (locuo que se contrape a de menos; note-se demais, advrbio, conjuno, etc.), depois de amanh, em cima, por isso;

    e) Preposi vas: abaixo de, acerca de, acima de, a m de, a par de, parte de, apesar de, aquando de, debaixo de, enquanto a, por baixo de, por cima de, quanto a;

    f) Conjuncionais: a m de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que.

    7. Emprega-se o hfen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combi-nam, formando, no propriamente vocbulos, mas encadeamentos vocabulares ( po: a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niteri, o percurso Lisboa-Coimbra--Porto, a ligao Angola-Moambique) e bem assim nas combinaes histricas ou oca-sionais de topnimos/topnimos ( po: ustria-Hungria, Alscia-Lorena, Angola-Brasil, Tquio-Rio de Janeiro, etc.).

    ________________________________________1 - No texto o cial, por lapso, beno-de-deus.

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    Base XVI

    Do hfen nas formaes por pre xao, recomposio e su xao

    1. Nas formaes com pre xos (como, por exemplo: ante-, an -, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, ps-, pr-, pr-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e em formaes por recomposio, isto , com elementos no autnomos ou falsos pre- xos, de origem grega e la na (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, mul -, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.), s se emprega o hfen nos seguintes casos:

    a) Nas formaes em que o segundo elemento comea por1 h: an -higinico/an -higinico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra-harmnico/contra-harmnico, extra-hu-mano, pr-histria, sub-hep co, super-homem, ultra-hiperblico; arqui-hiprbole, eletro-higrmetro, geo-histria, neo-helnico/neo-helnico, pan-helenismo, semi-hospitalar.

    Obs.: No se usa, no entanto, o hfen em formaes que contm em geral os pre xos des- e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desumidi car, inbil, inumano, etc.;

    b) Nas formaes em que o pre xo ou pseudopre xo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento: an -ibrico, contra-almirante, infra-axilar, supra-auricular; arqui-irmandade, auto-observao, eletro- ca, micro-onda, semi-interno.

    Obs.: Nas formaes com o pre xo co-, este aglu na-se em geral com o segundo ele-mento mesmo quando iniciado por o: coobrigao, coocupante, coordenar, cooperao, cooperar, etc.;

    c) Nas formaes com os pre xos circum- e pan-, quando o segundo elemento come-a por vogal, m ou n [alm de h, caso j considerado atrs na alnea a)]: circum-escolar, circum-murado, circum-navegao; pan-africano, pan-mgico, pan-negritude;

    d) Nas formaes com os pre xos hiper-, inter- e super-, quando combinados com ele-mentos iniciados por r: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista;

    e) Nas formaes com os pre xos ex- (com o sen do de estado anterior ou cessamen-to), sota-, soto-, vice- e vizo-: ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, ex-primeiro-ministro, ex-rei; sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice-reitor, vizo-rei;

    f) Nas formaes com os pre xos tnicos/tnicos acentuados gra camente ps-, pr- e pr-, quando o segundo elemento tem vida parte (ao contrrio do que acontece com as correspondentes formas tonas que se aglu nam com o elemento seguinte): ps-gradua-o, ps-tnico/ps-tnico (mas pospor); pr-escolar, pr-natal (mas prever); pr-africano, pr-europeu (mas promover).

    2. No se emprega, pois, o hfen:

    a) Nas formaes em que o pre xo ou falso pre xo termina em vogal e o segundo elemento comea por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se, pr ca alis j ge-neralizada em palavras deste po pertencentes aos domnios cien co e tcnico. Assim: an rreligioso, an ssemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, tal como biorritmo, biossatlite, eletrossiderurgia, microssistema, microrradio-gra a;

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    b) Nas formaes em que o pre xo ou pseudopre xo termina em vogal e o segundo elemento comea por vogal diferente, pr ca esta em geral j adotada tambm para os termos tcnicos e cien cos. Assim: an areo, coeducao, extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem, agroindustrial, hidroeltrico, plurianual.

    3. Nas formaes por su xao apenas se emprega o hfen nos vocbulos terminados por su xos de origem tupi-guarani que representam formas adje vas, como au, guau e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada gra camente ou quan-do a pronncia exige a dis no gr ca dos dois elementos: amor-guau, anaj-mirim, and-au, capim-au, Cear-Mirim.

    ________________________________________1 - No texto o cial, por lapso, hor.

    Base XVII

    Do hfen na nclise, na tmese e com o verbo haver

    1. Emprega-se o hfen na nclise e na tmese: am-lo, d-se, deixa-o, par r-lhe; am- -lo-ei, enviar-lhe-emos.

    2. No se emprega o hfen nas ligaes da preposio de s formas monossilbicas do presente do indica vo do verbo haver: hei de, hs de, ho de, etc.

    Obs.: 1 - Embora estejam consagradas pelo uso as formas verbais quer e requer, dos verbos querer e requerer, em vez de quere e requere, estas l mas formas conservam-se, no entanto, nos casos de nclise: quere-o(s), requere-o(s). Nestes contextos, as formas (leg mas, alis) qu-lo e requ-lo so pouco usadas.

    2 - Usa-se tambm o hfen nas ligaes de formas pronominais encl cas ao advrbio eis (eis-me, ei-lo) e ainda nas combinaes de formas pronominais do po no-lo, vo-las, quando em prclise (por exemplo: esperamos que no-lo comprem).

    Base XVIII

    Do apstrofo

    1. So os seguintes os casos de emprego do apstrofo:

    a) Faz-se uso do apstrofo para cindir gra camente uma contrao ou aglu nao vo-cabular, quando um elemento ou frao respe va pertence propriamente a um conjunto vocabular dis nto: d Os Lusadas, d Os Sertes; n Os Lusadas, n Os Sertes; pel Os Lu-sadas, pel Os Sertes. Nada obsta, contudo, a que estas escritas sejam subs tudas por empregos de preposies ntegras, se o exigir razo especial de clareza, expressividade ou nfase: de Os Lusadas, em Os Lusadas, por Os Lusadas, etc.

    As cises indicadas so anlogas s dissolues gr cas que se fazem, embora sem emprego do apstrofo, em combinaes da preposio a com palavras pertencentes a conjuntos vocabulares imediatos: a A Relquia, a Os Lusadas (exemplos: importncia atri-buda a A Relquia; recorro a Os Lusadas). Em tais casos, como bvio, entende-se que a dissoluo gr ca nunca impede na leitura a combinao fon ca: a A = , a Os = aos, etc.;

    b) Pode cindir-se por meio do apstrofo uma contrao ou aglu nao vocabular,

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    quando um elemento ou frao respe va forma pronominal e se lhe quer dar realce com o uso da maiscula: dEle, nEle, dAquele, nAquele, dO, nO, pelO, mO, tO, lhO, casos em que a segunda parte, forma masculina, aplicvel a Deus, a Jesus, etc.; dEla, nEla, dAquela, nAquela, dA, nA, pelA, mA, tA, lhA, casos em que a segunda parte, for-ma feminina, aplicvel me de Jesus, Providncia, etc. Exemplos frsicos: con amos nO que nos salvou; esse milagre revelou mO; est nEla a nossa esperana; pugnemos pelA que nossa padroeira.

    semelhana das cises indicadas, pode dissolver-se gra camente, posto que sem uso do apstrofo, uma combinao da preposio a com uma forma pronominal realada pela maiscula: a O, a Aquele, a Aquela (entendendo-se que a dissoluo gr ca nunca impede na leitura a combinao fon ca: a O = ao, a Aquela = quela, etc.). Exemplos frsicos: a O que tudo pode, a Aquela que nos protege;

    c) Emprega-se o apstrofo nas ligaes das formas santo e santa a nomes do hagiol-gio, quando importa representar a eliso das vogais nais o e a: SantAna, SantIago, etc. , pois, correto escrever: Calada de SantAna, Rua de SantAna; culto de SantIago, Ordem de SantIago. Mas, se as ligaes deste gnero, como o caso destas mesmas SantAna e SantIago, se tornam perfeitas unidades mr cas, aglu nam-se os dois elementos: Fula-no de Santana, ilhu de Santana, Santana de Parnaba; Fulano de San ago, ilha de San a-go, San ago do Cacm.

    Em paralelo com a gra a SantAna e congneres, emprega-se tambm o apstrofo nas ligaes de duas formas antroponmicas, quando necessrio indicar que na primeira se elide um o nal: Nunlvares, PedrEanes.

    Note-se que nos casos referidos as escritas com apstrofo, indica vas de eliso, no impedem, de modo algum, as escritas sem apstrofo: Santa Ana, Nuno lvares, Pedro lvares, etc.;

    d) Emprega-se o apstrofo para assinalar, no interior de certos compostos, a eliso do e da preposio de, em combinao com os substan vos: borda-dgua, cobra-dgua, copo-dgua, estrela-dalva, galinha-dgua, me-dgua, pau-dgua, pau-dalho, pau- -darco, pau-dleo.

    2. So os seguintes os casos em que no se usa o apstrofo:

    No admissvel o uso do apstrofo nas combinaes das preposies de e em com as formas do ar go de nido, com formas pronominais diversas e com formas adverbiais [ex-cetuando1 o que se estabelece em 1.,a), e 1.,b)]. Tais combinaes so representadas:

    a) Por uma s forma vocabular, se cons tuem, de modo xo, unies perfeitas:

    i) do, da, dos, das; dele, dela, deles, delas; deste, desta, destes, destas, disto; desse, dessa, desses, dessas, disso; daquele, daquela, daqueles, daquelas, daquilo; destoutro, destoutra, destoutros, destoutras; dessoutro, dessoutra, dessoutros, dessoutras; daque-loutro, daqueloutra, daqueloutros, daqueloutras; daqui; da; dali; dacol; donde; dantes (= an gamente);

    ii) no, na, nos, nas; nele, nela, neles, nelas; neste, nesta, nestes, nestas, nisto; nesse, nes-sa, nesses, nessas, nisso; naquele, naquela, naqueles, naquelas, naquilo; nestoutro, nes-toutra, nestoutros, nestoutras; nessoutro, nessoutra, nessoutros, nessoutras; naqueloutro,

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    naqueloutra, naqueloutros, naqueloutras; num, numa, nuns, numas; noutro, noutra, nou-tros, noutras, noutrem; nalgum, nalguma, nalguns, nalgumas, nalgum;

    b) Por uma ou duas formas vocabulares, se no cons tuem, de modo xo, unies per-feitas (apesar de serem correntes com esta feio em algumas pronncias): de um, de uma, de uns, de umas, ou dum, duma, duns, dumas; de algum, de alguma, de alguns, de algumas, de algum, de algo, de algures, de alhures, ou dalgum, dalguma, dalguns, dal-gumas, dalgum, dalgo, dalgures, dalhures; de outro, de outra, de outros, de outras, de outrem, de outrora, ou doutro, doutra, doutros, doutras, doutrem, doutrora; de aqum ou daqum; de alm ou dalm; de entre ou dentre.

    De acordo com os exemplos deste l mo po, tanto se admite o uso da locuo adver-bial de ora avante como do advrbio que representa a contrao dos seus trs elementos: doravante.

    Obs.: Quando a preposio de se combina com as formas ar culares ou pronominais o, a, os, as, ou com quaisquer pronomes ou advrbios comeados por vogal, mas acontece estarem essas palavras integradas em construes de in ni vo, no se emprega o aps-trofo, nem se funde a preposio com a forma imediata, escrevendo-se estas duas sepa-radamente: a m de ele compreender; apesar de o no ter visto; em virtude de os nossos pais serem bondosos; o facto de o conhecer; por causa de aqui estares.

    ________________________________________1 - No texto o cial, por lapso, exceptuando; cf. base IV, 1., alnea b.

    Base XIX

    Das minsculas e maisculas

    1. A letra minscula inicial usada:

    a) Ordinariamente, em todos os vocbulos da lngua nos usos correntes;

    b) Nos nomes dos dias, meses, estaes do ano: segunda-feira; outubro; primavera;

    c) Nos biblinimos/biblinimos (aps o primeiro elemento, que com maiscula, os demais vocbulos podem ser escritos com minscula, salvo nos nomes prprios nele con- dos, tudo em grifo): O Senhor do Pao de Nines, O senhor do pao de Nines, Menino de Engenho ou Menino de engenho, rvore e Tambor ou rvore e tambor;

    d) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano;

    e) Nos pontos cardeais (mas no nas suas abreviaturas): norte, sul (mas: SW sudoes-te);

    f) Nos axinimos/axinimos e haginimos/haginimos (opcionalmente, neste caso, tambm com maiscula): senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mrio Abrantes, o cardeal Bembo; santa Filomena (ou Santa Filomena);

    g) Nos nomes que designam domnios do saber, cursos e disciplinas (opcionalmente, tambm com maiscula): portugus (ou Portugus), matem ca (ou Matem ca); ln-guas e literaturas modernas (ou Lnguas e Literaturas Modernas).

    2. A letra maiscula inicial usada:

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    a) Nos antropnimos/antropnimos, reais ou c cios: Pedro Marques; Branca de Neve, D. Quixote;

    b) Nos topnimos/topnimos, reais ou c cios: Lisboa, Luanda, Maputo, Rio de Janei-ro, Atln da, Hespria;

    c) Nos nomes de seres antropomor zados ou mitolgicos: Adamastor; Neptuno/Ne-tuno;

    d) Nos nomes que designam ins tuies: Ins tuto de Penses e Aposentadorias da Pre-vidncia Social;

    e) Nos nomes de festas e fes vidades: Natal, Pscoa, Ramado, Todos os Santos;

    f) Nos tulos de peridicos, que retm o itlico: O Primeiro de Janeiro, O Estado de So Paulo (ou S. Paulo);

    g) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordes-te, por nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da Frana ou de outros pases, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente asi co;

    h) Em siglas, smbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com maisculas, iniciais ou mediais ou nais ou o todo em maisculas: FAO, NATO, ONU; H2O; Sr., V. Ex.;

    i) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquica-mente, em incio de versos, em categorizaes de logradouros pblicos (rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Lees), de templos (igreja ou Igreja do Bon m, templo ou Templo do Apostolado Posi vista), de edi cios (palcio ou Palcio da Cultura, edi cio ou Edi cio Azevedo Cunha).

    Obs.: As disposies sobre os usos das minsculas e maisculas no obstam a que obras especializadas observem r