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CENTRO PAULA SOUZA ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL BENTO QUIRINO CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA ALBERTO JUNIOR DA SILVA ALEXANDRE NAKAMURA EDUARDO VIEIRA MACHADO PETERSON L. A. DE SOUZA CLASSIFICAÇÃO AÇOS SEGUNDO NORMAS: ABNT, SAE, DIN, AISI CAMPINAS 2010

Aços (eduardo)

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CENTRO PAULA SOUZA

ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL BENTO QUIRINO

CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA

ALBERTO JUNIOR DA SILVA

ALEXANDRE NAKAMURA

EDUARDO VIEIRA MACHADO

PETERSON L. A. DE SOUZA

CLASSIFICAÇÃO AÇOS SEGUNDO NORMAS: ABNT, SAE, DIN, AISI

CAMPINAS

2010

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TURMA: MEC 1 - B

ALBERTO JUNIOR DA SILVA Nº03

ALEXANDRE NAKAMURA Nº04

EDUARDO VIEIRA MACHADO Nº10

PETERSON L. A. DE SOUZA Nº24

CLASSIFICAÇÃO AÇOS SEGUNDO NORMAS: ABNT, SAE, DIN, AISI

Trabalho apresentado na disciplina de

Tecnologia Mecânica sob a orientação do

professor Vanderlei para obtenção de

avaliação do curso técnico mecânico

semestral.

CAMPINAS

2010

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RESUMO

Este trabalho apresenta algumas das várias classificações existentes para os

aços, destacando aquelas apresentadas pelas Normas: ABNT, SAE, DIN e

ANSI. Os aços são um tipo de material metálico, utilizados na confecção de

várias peças e estruturas como: engrenagens, parafusos, porcas, rolamentos,

pontes, edifícios e tanques. O principal motivo da grande gama de aplicações

de aços se deve ao seu baixo custo de obtenção, associado à grande

versatilidade de propriedades que se pode obter a partir de pequenas

mudanças na sua composição química, tratamentos térmicos e processamento

e, principalmente da elevada ductilidade aliada a grande tenacidade e elevada

dureza. Cabe ressaltar que o aço incorpora outros elementos químicos, os

quais são adicionados para melhorar algumas de suas características, como

por exemplo, para aumentar a sua resistência, dureza, para facilitar algum

processo de fabrico, como usinabilidade, tais elementos são chamados de liga

como é o caso do níquel, o cromo, o molibdênio entre outros. A classificação

dos aços não obedece a um único critério, pois existem classificações quanto à

sua composição química, forma de processamento, microestrutura,

propriedades, aplicações entre outros, assim encontram-se, por exemplo, os

aços carbono, os aços para ferramentas, aços fundidos, aços inoxidáveis entre

outros.

Palavras chaves: Aço, Normas, Ligas

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SUMARIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2. AÇOS .......................................................................................................... 5

2.1 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DO AÇO..........................................................6

3. CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS POR DESIGNAÇÃO NORMATIVA........... 7

3.1. NORMAS ABNT .............................................................................................8

3.2. NORMAS SAE................................................................................................8

3.3. NORMAS DIN.................................................................................................9

3.3.1. Aços Liga. ................................................................................... 10

3.4. NORMAS AISI ............................................................................................. 11

4. CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS QUANTO AO PROCESSAMENTO......... 13

5. CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS QUANTO À MICROESTRUTURA .......... 13

5.2. AÇOS FERRÍTICOS-PERLÍTICOS............................................................... 14

5.4 AÇOS MARTENSÍTICOS ............................................................................. 14

5.5 AÇOS BAINÍTICOS ...................................................................................... 14

5.6. AÇOS AUSTENÍTICOS ................................................................................ 15

5.7. AÇOS DUPLEX OU BIFÁSICOS.................................................................. 15

6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COMPOSIÇÃO QUÍMICA....................... 16

7. CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS QUANTO ÀS PROPRIEDADES ............. 17

7.1 MARTENSÍTICOS ........................................................................................ 17

7.2 FERRÍTICOS................................................................................................ 17

7.3 AUSTENÍTICOS ........................................................................................... 18

7.4 DÚPLEX ....................................................................................................... 18

7.5 ENDURECÍVEIS POR PRECIPTAÇÃO........................................................ 18

8. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS APLICAÇÕES ...................................... 19

8.1 AÇOS ESTRUTURAIS ................................................................................. 19

8.2 AÇOS PARA MOLAS ................................................................................... 20

8.3 AÇOS PARA BENEFICIAMENTO ................................................................ 20

8.4 AÇOS PARA CEMENTAÇÃO OU NITRETAÇÃO......................................... 20

8.5 AÇOS PARA FERRAMENTAS..................................................................... 21

9. CONCLUSÃO............................................................................................ 23

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 24

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho de pesquisa tem como objetivo mostrar de forma breve e

clara as várias classificações existentes para os AÇOS.

Os AÇOS são utilizados na confecção de diversas peças/utensílios e/ou

estruturas, por isso, possuem grande importância.

A classificação dos AÇOS não obedece a um único critério, existindo

classificações quanto à composição química, ao processamento, a

microestrutura, propriedades ou mesmo aplicações as que se destinam.

Neste trabalho citaram-se várias classificações, mas priorizou-se a

classificação feita através das NORMAS ABNT, SAE, DIN e AISI.

Para a realização deste trabalho foram realizadas pesquisas em livros

voltados para a área de mecânica, sites da internet e conhecimentos adquiridos

em aula.

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2. AÇOS

São ligas de ferro com até 2,0% de carbono, podendo conter outros

elementos de liga como Cr, Mn, Si, Mo, V, Nb, W, Ti, Ni1 e outros elementos

residuais, provenientes do processo de fabricação, tais como o P, S, Si.2

Os aços são um tipo de material metálico utilizados na confecção de

peças como: engrenagens, eixos, parafusos, porcas, rolamentos entre outros,

ferramentas como pás, martelos, serras, matrizes, punções e etc, ou ainda

estruturas como pontes, edifícios e tanques.

A grande gama de aplicações dos aços se deve ao baixo custo de

obtenção, associado à sua grande versatilidade de propriedades, as quais se

podem obter a partir de pequenas mudanças na composição química,

tratamentos térmicos e/ou no processamento e, principalmente da elevada

ductilidade aliada à grande tenacidade e elevada dureza.

A classificação dos aços não obedece a um único critério, existindo

dessa forma classificações quanto à composição química, processamento,

microestrutura, propriedades ou mesmo aplicações a que se destinam. Assim,

encontramos na literatura os aços ao carbono, aços para ferramentas, aços

fundidos, aços inoxidáveis, entre outros. Nota-se que os critérios de

classificação utilizados foram: a composição (ao carbono), a aplicação (para

ferramentas), o processamento (fundidos) ou a propriedade (inoxidável).

1 Cromo, Manganês, Silício, Molibdênio, Vanádio, Níobio, Tungstênio, Titânio e Níquel

2 Fósforo, Enxofre e Silicio

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2.1 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DO AÇO

• Quantidade de carbono;

• Composição química;

• Constituição microestrutural;

• Quanto à sua aplicação.

Os aços também podem ter uma chamada Classificação Genérica, na

qual são ordenados de acordo com o teor de carbono:

• Aço extra-doce: <0,15%C

• Aço meio-doce: 0,15%C até 0,30%C

• Aço meio-duro: 0,30%C até 0,60%C

• Aço duro: 0,60%C até 0,70%C

• Aço extra-duro: 0,70 até 2,00%C

� Os AÇOS EXTRA-DOCE E DOCE possuem BAIXO CARBONO – são

utilizados na fabricação de chapas automobilísticas, perfis estruturais e

placas utilizadas na fabricação de tubos, construção civil, pontes, latas de

folhas-de-flandres. Estes aços possuem baixa resistência e dureza, e

apresentam altas tenacidades e ductilidade. São aços bastante usináveis e

soldáveis, além de apresentarem baixo custo de produção e não são

tratados termicamente. Podem-se citar outras aplicações típicas, tais como:

autopeças, componentes eletrônicos, equipamentos de escritório, fivelas,

fechos, rebites, botões de pressão, peças para bicicletas, motocicletas e

automóveis, ferragens, fechaduras, dobradiças, gaiolas, capas de

rolamentos e outras.

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� Os AÇOS MEIO-DOCE E MEIO-DURO possuem MÉDIO CARBONO – são

utilizados na fabricação de rodas e equipamentos ferroviários, engrenagens,

virabrequins e peças de máquinas que necessitem de elevadas resistências

mecânica e ao desgaste e boa tenacidade. Possuem maior resistência e

dureza que os baixo-C e menor tenacidade e ductilidade. Apresentam ainda

outras características como: são usináveis e soldáveis, apresentam um

médio custo de produção, possuem quantidade de carbono suficiente para a

realização de tratamentos térmicos de têmpera e revenimento.

� Os AÇOS DURO E EXTRA-DURO possuem ALTO CARBONO – são

utilizados em talhadeiras, folhas de serrote, martelos e facas. Possuem

maior resistência e dureza, menor tenacidade e ductilidade, além de

apresentarem outras características como: são usináveis e soldáveis,

apresentam médio custo de produção e quase sempre são utilizados na

condição temperada e revenida, possuindo boas características de

manutenção de um bom fio de corte. Suas aplicações típicas são: molas

em geral, membrana de buzina, correntes industriais, varetas para guarda-

chuvas, serras para mármore e granito, trenas, cabo de panela de pressão,

arruelas, reforços de calçados, serra manual para corte, armas, cinto de

segurança, lâminas para raspar pneus, disco arraste freio, disco de

embreagem, limas corrente de moto serra e dobradiças.

3. CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS POR DESIGNAÇÃO NORMATIVA.

Existem vários sistemas de designação para os Aços tanto nacionais

quanto internacionais. Dentre as mais importantes, encontram-se as

designações ABNT, SAE, DIN e AISI.

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• ABNT (nacional –“Associação Brasileira de Normas Técnicas”)

• SAE (americana – “Society of Automotive Engineers”)

• DIN (alemã – “Deutsche Industrie Normen”, “Das Ist Norm”)

• AISI (Americana – “American Iron Steel Institute”)

3.1. NORMAS ABNT

A classificação dos aços pela norma ABNT baseou-se nos sistemas

americanos, onde os vários tipos de aços de até 1% de carbono, com

elementos comuns ou baixos teores de elementos de liga, são indicados por

quatro algarismos, sendo os dois últimos correspondentes ao teor de carbono e

os dois primeiros à presença ou não de elementos de liga. Desta forma,

quando os dois primeiros números forem 1 e 0, respectivamente, trata-se de

um AÇO CARBONO.

Os tipos de aço apresentam uma família inteira de ligas denominadas

gusa, com diferentes propriedades, variando a quantidade de carbono.

3.2. NORMAS SAE

De modo geral, os prefixos usam quatro números, sendo: DOIS

ÚLTIMOS ALGARISMOS (os da direita) utilizados para indicar a

PORCENTAGEM DE CARBONO DO AÇO, em CENTÉSIMOS, tanto para os

aços carbono, como para aços especiais ou finos – trata-se da

PORCENTAGEM MÉDIA.

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Exemplo:

SAE-1060: os dois últimos algarismos da direita “60” indicam que este aço

possui 0,60% (60 centésimos %) de carbono.

Os dois algarismos iniciais indicam a denominação do aço, o qual pode

ser: AÇO CARBONO, AÇO MANGANÊS, AÇO NÍQUEL, entre outros,

reservando esta indicação mais ao primeiro número, e ficando ao segundo o

papel de indicar a porcentagem aproximada em que o elemento principal entra

no aço.

Outra denominação normativa muito importante ao mercado brasileiro é

a alemã, regulamentada pelas normas DIN.

3.3. NORMAS DIN

Nas normas DIN além das letras e números usados, as indicações

podem usar determinadas letras para indicar tipos de fusão utilizada, certas

propriedades especiais, ou tratamentos térmicos, aos quais os aços foram

submetidos.

Na denominação DIN, apresenta-se os AÇOS:

Aços comuns para a construção mecânica:

Indicados a tensão de ruptura à tração. Exemplo: St 37, St 42, St 58;

Aços carbono de qualidade:

Indicados com a letra C, seguido do teor de carbono multiplicado por

100. Exemplo: C20, C45.

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3.3.1. Aços Liga.

Os de baixa liga são constituídos de dois algarismos que indicam o teor

de carbono multiplicado por 100, seguido pelos símbolos químicos de liga que

caracterizam o aço, acrescido por números que exprimem os teores desses

elementos de liga multiplicados por um fator K, que é dependente do elemento

de liga em questão.

Exemplos:

• 20 Cr Mo 9 15 – aço ao cromo e molibdênio, com:

� 0,20%C

� 1,25%Cr

� 1,5%Mo

• 25 S 20 – aço ressulfurado com:

� 0,25%C

� 0,20%S

Aços de alta liga são aços cuja quantidade percentual de elementos de

liga presentes é maior do que 5%. A designação para esses tipos de aços é

formada pela letra “X” seguida pela quantidade de carbono multiplicado por 10,

seguida dos símbolos dos elementos químicos existentes, seguido de números

que representam a quantidade percentual desses elementos de liga.

Exemplo:

• X 10 Cr Ni Ti 18 9 2

Aço ao cromo, níquel e titânio com: 0,10%C, 18%Ni e 2%Ti

São aços que podem ser aplicados em diversas finalidades, como:

� Elevada resistência à oxidação (aços inoxidáveis, %Cr>12%).

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� Elevada resistência mecânica e ao desgaste (aços D6:2%C;

0,3%Mn; 0,85%Si; 12%Cr; 0,75%W) sendo aplicáveis em matrizes

para forjamento e estampagem.

� Capacidade de corte, como nos aços rápidos, utilizados como

ferramentas de corte por manterem dureza a quente (aços

M1:0,85C; 0,3Mn; 0,3Si; 4Cr; 1,5W; 1V 8,5Mo).

� Capacidade de endurecer sob impacto (aços Hadfield: 1C; 12,7Mn;

0,5Si) são utilizados para moinhos e martelos para britagem de

rochas. São aços austeníticos e se transformam em martensíticos

sob impacto com as rochas durante a execução do serviço.

3.4. NORMAS AISI

O Sistema Americano para a classificação dos Aços, na prática adotado,

é o SAE-AISI. Nele o aço carbono é identificado pelo grupo 1xxx.

Os algarismos base para os vários aços-carbono e aços ligados e as

porcentagens aproximadas dos elementos de liga mais significativos recebem a

classificação da seguinte maneira:

• 10xx – aços-carbono

• 11xx- aços-carbono com muito enxofre e pouco fósforo

• 12xx – aços-carbono com muito enxofre e muito fósforo

• 13xx – manganês (1,75%)

• 23xx – níquel (3,5%)

• 25xx – níquel (5%)

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• 31xx – níquel (1,5%), cromo (0,6%)

• 33xx – níquel (3,5%), cromo (1,5%)

• 40xx – molibdênio (0,2 ou 0,25%)

• 41xx – cromo (0,5; 0,8 ou 0,95%), molibdênio (0,12; 0,2 ou 0,3%)

• 43xx – níquel (1,83%), cromo (0,5 ou 0,8%), molibdênio (0,25%)

• 44xx – molibdênio (0,53%)

• 46xx – níquel (0,85 ou 1,83%), molibdênio (0,2 ou 0,25%)

• 47xx – níquel (1,05%), cromo (0,45%), molibdênio (0,25%)

• 48xx – níquel (3,50%), molibdênio (0,25%)

• 50xx – cromo (0,28% ou 0,40%)

• 51xx – cromo (0,80, 0,90, 0,95, 1,00 ou 1,05%)

• 61xx – Cromo (0,80 ou 0,95%), vanádio (0,10 ou 0,15%)

• 86xx – Níquel (0,55%), cromo (0,50 ou 0,65%), molibdênio (0,20%)

• 87xx – Níquel (0,55%), cromo (0,50%), molibdênio (0,25%)

• 92xx – Manganês (0,85%), silício (2,00%)

• 93xx – Níquel (3,25%), cromo (1,20%), molibdênio (0,12%)

• 94xx – Manganês (1,00%), níquel (0,45%), cromo (0,40%),

molibdênio (0,12%)

• 97xx – Níquel (0,55%), cromo (0,17%), molibdênio (0,20%)

• 98xx – Níquel (1,00%), cromo (0,80%), molibdênio (0,25%)

Os dois números representados pelas letras “x” indicam a quantidade de

carbono do aço. Por exemplo: o aço 1020 apresenta 0,2% de carbono. Os aços

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que possuem requisitos de temperabilidade adicionais recebem um H após a

sua classificação.

4. CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS QUANTO AO PROCESSAMENTO

O processamento é o tipo de operação que se executa sobre o aço

alterando a sua forma e ou a sua estrutura.

Os processamentos que visam impor uma forma ao aço são a

conformação mecânica (a frio ou a quente, como a laminação, extrusão,

trefilação), a fundição e a consolidação por sinterização (metalurgia do pó).

Os que visam alterar a estrutura são os tratamentos térmicos, como o

recozimento, normalização, recristalização, coalescimento e a têmpera.

O processamento altera a microestrutura do aço e afeta as suas

propriedades.

5. CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS QUANTO À MICROESTRUTURA

Esta classificação é típica da área metalúrgica, existindo os grupos que

veremos a seguir.

5.1 AÇOS ENCRUADOS

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Geralmente de microestrutura ferrítica, com um pouco de perlita,

resultante de processos de deformação a frio. São aços com baixo teor de

carbono e baixa quantidade de elementos de liga.

5.2. AÇOS FERRÍTICOS-PERLÍTICOS

Possuem teor de carbono abaixo de 0,8%, resultantes de processos

onde houve resfriamento lento tais como material trabalhado a quente, recozido

ou normalizado.

5.4 AÇOS MARTENSÍTICOS

Constituídos de martensita revenida aplicada em situações que exige

resistência elevada, como eixos e punções.

5.5 AÇOS BAINÍTICOS

Propiciam maior tenacidade, são utilizados em situações que necessitam

de resistência

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5.6. AÇOS AUSTENÍTICOS

Sua estabilização depende da presença de elementos de liga, como o

cromo e o manganês. Encontra aplicação em situações em que se deseja

minimizar efeitos de campos magnéticos, tais como em suportes de bússolas.

A austenita quando estabilizada pelo manganês, pode se transformar em

martensita mediante impacto, sendo utilizada para revestimentos de moinhos e

outros componentes de equipamentos de moagem (britadores ou martelos).

5.7. AÇOS DUPLEX OU BIFÁSICOS

Possuem duas categorias distintas de estruturas. Na primeira:

austenítico-ferrítica (delta), encontram-se certos aços inoxidáveis, que

apresentam resistência mecânica e à corrosão superior aquela obtida nos inox

austeníticos. A segunda categoria: microestrutura ferrítico-martensítica,

resultante de têmpera.

Tabela 01 - Relação de processo, microestrutura e propriedades dos aços Fonte:www.joinville.ifsc.edu.edu.br

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6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Neste tipo de classificação, como já visto anteriormente (na

CLASSIFICAÇÃO GENÉRICA) os aços são classificados através da

quantidade de carbono que possuem, sendo divididos em:

• Aços de BAIXO CARBONO

• Aços de MÉDIO CARBONO

• Aços de ALTO CARBONO

Existe ainda a classificação dos Aços Ligados, a qual pode-se dividir em

três categorias:

• Aços de BAIXA LIGA

• Aços de MÉDIA LIGA

• Aços de ALTA LIGA

A adição de elementos de liga justifica-se pois muitas vezes pequenos

acréscimos de determinados componentes como o fósforo, o enxofre, o

carbono, o cromo, o manganês entre outros, causam melhora significativa nas

propriedades dos aços.

Cabe neste momento fazer referência aos AÇOS DE ALTA

RESISTÊNCIA e BAIXA LIGA (ARBL) – são aços cujas normas AISI-SAE não

classificam como aços ligados (tais como 4340, 8620, 4320) apesar de

conterem elementos de liga adicionados para fins de obtenção de resistência

mecânica e à corrosão atmosférica superiores aos aços que possuem baixo

carbono. Os aços ARBL apresentam resistência entre 300 e 700 MPa, tendo

sido desenvolvidos para elevar a relação entre a resistência e o peso, visando

a sua aplicação em estruturas móveis.

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7. CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS QUANTO ÀS PROPRIEDADES

Dentre todos os critérios de classificação dos aços, este é o menos

sistemático, e apresenta os seguintes casos:

• Aços de alta resistência e baixa liga;

• Aços de alta resistência;

• Aços inoxidáveis,

• Aços indeformáveis;

• Aços para fins elétricos e magnéticos.

Os Aços inoxidáveis – são divididos em cinco famílias: os martensíticos,

ferríticos, austeníticos, dúplex (austenítico e ferrítico) e endurecíveis por

preciptação.

7.1 MARTENSÍTICOS

São ligas Fe – Cr- C que possuem uma estrutura cristalina martensítica

na condição endurecida. São ferromagnéticos, endurecíveis por tratamento

térmico e resistentes à corrosão em meios de média agressividade. Como

exemplos pode-se citar: turbinas a vapor, motores a jato, e turbinas a gás.

7.2 FERRÍTICOS

São ligas de Fe-Cr, de estrutura cristalina cúbica de corpo centrado. São

ferromagnéticos, podem possuir boas ductilidade e conformabilidade, mas suas

características de resistência em altas temperaturas são ruins se comparadas

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às dos austeníticos. Exemplos: Sistemas de exaustão de automóveis,

recipientes de alimentos, trocadores de calor e tubulações com soluções com

cloretos e água do mar.

7.3 AUSTENÍTICOS

Constituem a maior família de aços inoxidáveis. Não são endurecíveis

por tratamento térmico. Não são magnéticos na condição recozida e são

endurecíveis apenas por trabalho a frio. Normalmente possuem ótimas

propriedades criogênicas e excelentes resistências mecânica e à corrosão em

altas temperaturas.

7.4 DÚPLEX

Ligas bifásicas baseadas no sistema Fe-Cr-Ni. Possuem maior

resistência mecânica, tenacidade e ductilidade e uma maior resistência a

corrosão por cloretos. Exemplos: indústrias de gás, petróleo, petroquímica,

polpa e papel.

7.5 ENDURECÍVEIS POR PRECIPTAÇÃO

São ligas cromo-níquel que podem ser endurecidas por tratamento de

envelhecimento. Como exemplos: indústrias aeroespacial e de alta tecnologia.

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8. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS APLICAÇÕES

Este tipo de classificação é o mais freqüente na literatura técnica,

possivelmente devido à associação imediata entre o tipo de aço e sua

aplicação. Tais aços podem ser classificados em:

• Aços estruturais;

• Aços para molas;

• Aços para beneficiamento;

• Aços para cementação ou nitretação;

• Aços ferramentas;

8.1 AÇOS ESTRUTURAIS

São destinados à construção de estruturas metálicas como: pontes,

torres de linhas de transmissão, edifícios, possuem: resistência mecânica,

soldabilidade, disponibilidade no mercado e preço baixo.

Exemplos: Aços AISI 1015 e 1020 e os DIN C15 E C20.

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8.2 AÇOS PARA MOLAS

São aços carbono comuns, em alguns casos com adições de elementos

de liga, principalmente o manganês; possuem alto limite de elasticidade e

resistência à fadiga.

Exemplos:Aços AISI 1070, 1080, 1090 da norma DIN – 50Mn, 50Cr V4.

8.3 AÇOS PARA BENEFICIAMENTO

São resultantes do tratamento térmico de têmpera seguido de

revenimento. Os aços para essa finalidade possuem C>0,25%, com ou sem

adição de elementos de liga.

Exemplos: AISI 4130, 4140, 4330, 4340, 5130, 5140, 8640, 8660 – segundo as

normas DIN são 25Cr Mo4, 42Cr Mo 4,5 Cr Mo 4,60 Ni Cr Mo 2,50 Cr V4.

8.4 AÇOS PARA CEMENTAÇÃO OU NITRETAÇÃO

Possuem baixo teor de carbono (C<0,25%) com ou sem a presença de

elementos de liga. São empregados em elementos de máquinas que

necessitam ter grande resistência ao desgaste e ótima ductilidade no seu

núcleo, tendo ótima capacidade de absorção de impactos.

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Exemplos: AISI 1010, 1016, 3120, 5120, 4320, 8620 – da norma DIN: C10,

C20, 15Cr Ni6, 18Cr Ni8.

8.5 AÇOS PARA FERRAMENTAS

são empregados na fabricação de peças e utensílios que serão

utilizados na fabricação de outras peças e utensílios. Como exemplos cita-se:

fieiras, matrizes para injeção de plásticos, bits de usinagem, martelos

pneumáticos.

Tabela 02 - Relação de tipos de aços utilizados em ferramentas Fonte:www.joinville.ifsc.edu.edu.br

Tabela 03 – Composição química dos principais aços para ferramentas Fonte:www.joinville.ifsc.edu.edu.br

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Os aços ferramentas são divididos nos seguintes grupos:

a) Trabalho a frio - temperatura ambiente ou abaixo de 200C, tais como:

matrizes para estampagem, facas industriais, tesouras, pinos,

instrumentos de medição, entre outros.

b) Trabalho a quente – aplicações que ocorrem acima de 200C, como:

matrizes para fojamento a quente, moldes para fundição sob pressão,

facas para tesouras de corte a quente, fieiras etc.

c) Ferramentas de usinagem – aplicações mais severas do que o item b,

devendo apresentar maior dureza, resistência ao revenimento e ao

desgaste em temperaturas. Exemplos: brocas, alargadores, machos,

cossinetes, fresas, bits, ferramentas de corte, desbaste e acabamento

para tornos e ferramentas para plainas.

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9. CONCLUSÃO

Este trabalho possibilitou um maior conhecimento sobre o AÇO e suas

classificações.

Notou-se que cada tipo de AÇO é destinado a um fim específico e que

pode ser alterado através de processos, os quais os modificam.

Os AÇOS são muito aplicados em confecções de peças, utensílios e

estruturas devido ao seu baixo custo de obtenção, associado à grande

versatilidade de propriedades a partir de pequenas mudanças na composição

química, tratamentos térmicos e/ou processamento.

Concluiu-se que o AÇO possui várias classificações, as quais não

obedecem a um único critério. Entre os vários sistemas de designação

conhecidos tanto nacionais quanto internacionais, os mais importantes são os

realizados através das NORMAS: ABNT, SAE, DIN e AISI. Tais classificações

fazem uso de letras e números para indicar o tipo de fusão utilizada,

propriedades e/ou tratamentos, aos quais os aços foram submetidos.

É importante ressaltar que os aços são ligas de ferro com elementos de

liga, tais como o Cr, Mn, Si, Mo, V, Nb, W, Ti, Ni e outros elementos residuais e

que de acordo com suas características podem possuir capacidade de corte,

alta/baixa resistência, entre outras características, as quais determinam seu

uso para determinadas atividades.

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BIBLIOGRAFIA

CUNHA Salles Lauro. Manual prático do Mecânico, 8. ed., São Paulo: editora

Hermus, 1987 paginas de 447 a 454

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