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- - - - ACTA N.º 11/2010 – Reunião ordinária da Câmara Municipal de Gouveia,
realizada no dia catorze de Junho de dois mil e dez.
- - - - Aos catorze dias do mês de Junho do ano de dois mil e dez, nesta cidade
de Gouveia, edifício dos Paços do Concelho e Sala das Reuniões, pelas quinze
horas e trinta minutos, reuniu ordinariamente a Câmara Municipal de Gouveia,
estando presentes os Excelentíssimos Senhores, Álvaro dos Santos Amaro, como
Presidente, Armando dos Santos Almeida, Joaquim Lourenço de Sousa, José
Manuel Correia Santos Mota, Laura Maria da Rocha Oliveira Pinto da Costa,
Glória Cardoso Lourenço, Luís Manuel Tadeu Marques, Vereadores, comigo Alice
Oliveira Ferrão, Chefe da Divisão de Finanças, Património e Aprovisionamento.
- - - - Verificando-se que a Câmara estava reunida em número legal suficiente
para deliberar, pelo Senhor Presidente foi declarada aberta a reunião.
- - - - 1. APROVAÇÃO DE ACTAS: - Tendo-se procedido à leitura da acta n.º
10/2010, foi a mesma aprovada, por maioria, com a abstenção do Senhor
Presidente por não ter estado presente na respectiva reunião.
2. PERÍODO ANTES DA ORDEM DO DIA 3. INFORMAÇÕES
3.1 INFORMAÇÕES DO SENHOR PRESIDENTE - - - - 3.1.1) PERCURSO PEDONAL DA RUA SENHORA DO PORTO:- Informou
que no próximo dia 20 de Junho, pelas 10 horas, a Autarquia vai proceder à
inauguração do Caminho Pedonal da Senhora do Porto, convidando todos a
estarem presentes.
- - - - 3.1.2) HOMENAGEM DO DR. JOSÉ INÊS LOURO:- Deu também
conhecimento de que, no mesmo dia 20 de Junho, pelas 16 horas e 30 minutos,
na Freguesia de Arcozelo da Serra, se vai prestar uma homenagem ao Dr. José
Inês Louro, com o Lançamento do livro “José Inês Louro – A vida, a obra e a
Memória do Médico-Filólogo”, da autoria do Professor Doutor José Manuel
Azevedo e Silva, da Faculdade de Letras de Coimbra.
- - - - 3.1.3) ATRIBUIÇÃO DE MEDALHA GRAU OURO AO MUNICÍPIO DE GOUVEIA:- Manifestou a sua satisfação pelo facto da Federação Portuguesa de
Folclore, ter atribuído a Medalha Grau Ouro, ao Município de Gouveia.
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- - - - 3.1.4) COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA SERRA DA ESTRELA:- Deu
conhecimento de que, hoje mesmo, pelas 17 horas, irá decorrer uma acção, na
sede da Comunidade Intermunicipal da Serra da Estrela, relacionada com o que
poderá ser classificado como um trabalho histórico, em que o Conselho Executivo
da CIME, constituído pelas Câmaras Municipais de Gouveia, Seia e Fornos de
Algodres, deliberou sobre um assunto que se prende com a produção e promoção
do Queijo da Serra.
Assim, ficou decidido que se iriam extinguir as Feiras do Queijo nestes três
Municípios em simultâneo, optando-se pela realização de uma por ano, em cada
Município, com regras que estão estabelecidas nas normas de funcionamento,
aprovadas no Conselho Executivo, indo realizar-se o sorteio, na presença dos
jornalistas que quiseram comparecer. Naquele dia iriam sortear qual o Município
em que irá decorrer a Feira Regional ou Intermunicipal de 2011, de 2012 e de
2013, uma vez que é fácil constatar que, até ao final do mandato, só haverá três
feiras. O que vai acontecer, é que, cada concelho irá, naturalmente, incentivar os
produtores a participarem, usando os mesmos procedimentos de apoio aos
produtores, independentemente da Feira se realizar em Seia ou Fornos de
Algodres.
É uma Comunidade composta por aqueles três Municípios e considera que se
trata de um bom exemplo, aquele que vão dar, ao tomarem esta iniciativa.
- - - - 3.1.5) REORGANIZAÇÃO DA REDE ESCOLAR/ENCERRAMENTO DE ESCOLAS:- Relativamente à questão do encerramento de Escolas, deu conta da
posição do Município que acabou de acertar, há cerca de quinze minutos atrás,
com a Senhora Directora Regional e, só por isso, não traz o documento final da
acta que vão assinar, pois só o fará quando o cálculo em relação ao valor dos
transportes escolares estiver ultimado. Como sabem, o Município de Gouveia opôs-se, firmemente a que houvesse o
encerramento de escolas com menos de 21 alunos. A proposta da DREC, com a
qual não concordam e explicaram à Senhora Directora, contemplava o seguinte:
“Na sequência da Resolução do Conselho de Ministros aprovado em 1 de Junho
de 2010 que define os critérios de reordenamento da rede escolar e a
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programação do encerramento de escolas que não cumprem os requisitos
minímos de funcionamento, compete à DREC em articulação com as Câmaras
competentes assegurar as necessárias soluções em matéria de rede e
transportes escolares.
Face ao exposto do Município de Gouveia são referenciadas pelo GEPE como
Escolas que não cumprem com os requisitos as seguintes Escolas Básicas do 1.º
Ciclo: Rio Torto, Tazem, Lagarinhos, Arcozelo da Serra, Figueiró da Serra,
Folgosinho, Nabais, Ribamondego, Vila Cortês da Serra, Vila Franca da Serra,
Vinhó e Nespereira.
Nesta conformidade serão encerradas as seguintes escolas até 31 de Agosto de
2010” “e estas são as nossas concordâncias” – disse o Senhor Presidente -: “Rio
Torto, Tazem, Figueiró da Serra, Nabais, Vila Cortês da Serra, Vila Franca da
Serra e Ribamondego.”
Depois, na proposta de Acta, identificava também as outras escolas - Lagarinhos,
Arcozelo da Serra, Folgosinho, Vinhó e Nespereira - como passíveis de serem
encerradas até 31 de Agosto de 2011. É, com este parágrafo, que o Senhor
Presidente discorda, embora não possa proibir a DREC, de colocar numa Acta de
uma reunião, questões não convergentes.
Todavia, o Senhor Presidente sugeriu à Senhora Directora Regional, que lhe
pareceu aceitar, que poderá ficar na Acta o seguinte: “Após ter conhecimento das
escolas referenciadas pelo GEPE, salientou que a Autarquia vem desenvolvendo
um conjunto de políticas educativas que visam a melhoria das condições físicas e
pedagógicas. Sublinha, também, o Senhor Presidente da Câmara, o facto de,
actualmente, estar em revisão a Carta Educativa do Concelho, prevendo-se a sua
conclusão para fins do mês de Setembro do ano de 2010. Igualmente, por
estarem em curso as obras de construção na nova Escola Básica de Gouveia,
estas constituem duas vertentes fundamentais para a tomada de decisão, no
âmbito do reordenamento da rede escolar no concelho de Gouveia. Em
conclusão, o Senhor Presidente da Câmara, depois de resolvidas as duas
situações, compromete-se a reunir com a DREC para uma reavaliação da rede
escolar.”
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O Senhor Presidente propôs que se ficasse por aqui, desde que não apareça
nenhuma das escolas a encerrar até Agosto de 2011. Se a DREC insistir em as
colocar, obviamente, que o Município não estará de acordo. Assim escreveram na
referida Acta “(…) no que se refere às escolas referenciadas para encerrar até 31
de Agosto de 2011 o Senhor Presidente da Câmara diz não ter condições para
assumir esse compromisso (…), comprometendo-se apenas com o proposto para
encerrar até 31 de Agosto de 2010. No que diz respeito aos transportes escolares
dizer que necessitamos de um reforço de verba.”
Concluíndo, o Senhor Presidente nunca aceitará, ou dará o seu acordo, a que
agora encerram estas e, em Agosto de 2011, encerram as outras. Não é correcto
e não estão em condições de o fazer.
- - - - 3.1.7) PONTOS NÃO AGENDADOS:- Solicitou aos Senhores Vereadores, a
inclusão na presente ordem de trabalhos das seguintes propostas, tendo sido
aceite pelo restante Executivo:
1)- Proposta relativa à Criação de Unidade de Gestão Escolar;
2)- Proposta relativa à criação de uma Secção Autónoma para avaliação do
pessoal não docente vinculado ao Município de Gouveia e em exercício de
funções nos Agrupamentos de Escolas do Concelho.
3.2) INTERVENÇÃO DO SENHOR VEREADOR ARMANDO ALMEIDA - - - - 3.2.1) VISITA DO SENHOR MINISTRO DA AGRICULTURA :- Pretendia
saber, da parte do Senhor Presidente, o motivo pelo qual os Vereadores eleitos
pelo Partido Socialista não foram convidados para a visita que fez o Senhor
Ministro da Agricultura aos Paços do Concelho.
Usou da palavra o Senhor Presidente, referindo que o Senhor Ministro da
Agricultura veio a Gouveia para encerrar um colóquio, promovido pela ADRUSE.
Porém, durante a viagem telefonou à sua Chefe de Gabinete, manifestando-lhe o
seu agrado em receber o Senhor Ministro neste edifício, encaminhando-se,
depois, para o Hotel de Gouveia. Tem sempre a preocupação de informar os
Senhores Vereadores da sua actividade. Porém, como tinha em mente a questão
da ADRUSE o convite não era municipal, nem tão pouco foi feita qualquer sessão
formal, pois aí, sim, seria um erro não os convidar.
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- - - - 3.2.2) ESTRADA MUNICIPAL 522 GOUVEIA/MOIMENTA DA SERRA/PAÇOS DA SERRA:- Questionou ainda sobre os factos, pelos quais a
Estrada Municipal Gouveia/Moimenta da Serra/Paços da Serra, continua naquele
estado, constatou que a obra está parada e com as dificuldades de trânsito que
devem ser do conhecimento do Senhor Presidente.
A pedido do Senhor Presidente da Câmara, usou da palavra o Senhor Chefe da
Divisão de Infraestruturas e Ambiente, Eng.º António Mendes, que informou que o
atraso se deve, essencialmente, à necessidade de retirar os postes da EDP.
Apesar de o empreiteiro estar disponível para avançar com os trabalhos de
pavimentação da via, estes estão condicionadas à prévia construção dos
passeios, sendo que, a sua execução estava dependente da remoção de diversos
postes da rede eléctrica, da responsabilidade da EDP. Apesar de ter sido
insistentemente requerida a remoção/recuo dos apoios, apenas recentemente
estes trabalhos foram levados a efeito, encontrando-se em fase de conclusão.
Neste sentido, informou o adjudicatário, só agora conseguir iniciar o trabalho de
calcetamento de passeios, acção em execução na presente semana, esperando-
se que seja possível na próxima semana o início da pavimentação da via.
Interveio o Senhor Vereador José Santos Mota, dizendo que quando se executa
uma estrada, como a de Gouveia a Paços, não se deveria ter aberto o piso todo
ao mesmo tempo. Para o Senhor Vereador este procedimento não faz sentido,
considerando que devia ter sido executada faseadamente para que não sejam tão
grandes os transtornos para quem vai ou vem de Moimenta, pois está tudo aberto
e intransitável.
Retomou a palavra o Senhor Eng.º António Mendes que explicou que
operacionalmente é a forma correcta de trabalhar, porquanto o deslocamento dos
meios de pavimentação envolve custos muito elevados, sendo que, se o
faseamento deste trabalho fosse imposto pelo Município, caber-lhe-ía a
responsabilidade de suportar o seu pagamento extra.
Por outro lado – continuou – não foi possível evitar as tarefas de levantamento de
pavimentos, por razões técnicas evidentes de prioridades e dependência dos
trabalhos.
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Interveio novamente o Senhor Vereador José Santos Mota dizendo considerar um
disparate, numa altura em que se vai colocar piso novo, continuarem a manter-se
curvas, com aquela curvatura, nomeadamente as da Senra, entre outras, pois,
com pouco dinheiro, poder-se-ía melhorar, uma vez que ali não há casas, mas só
mato.
Respondeu o Senhor Eng.º António Mendes dizendo que, inicialmente, aquando
da elaboração do projecto, se apontou para a solução técnica ideal, tendo sido
necessário posterior e evolutivamente ir reduzindo a ambição por razões de
condicionamento financeiro.
Foi preciso, inclusivamente, retirar valetas impermeabilizadas, o que, para o
Senhor Eng.º António Mendes, era muito mais importante do que propriamente
melhorar o traçado e cortar essas curvas. Todavia, nem esses trabalhos,
considerado essenciais, foi possível incluir no orçamento base previamente
definido, pelo que foi necessário encontrar a solução técnica de compromisso
equilibrado que garantisse a qualidade julgada necessária, para um critério já
bastante “largo”.
- - - - 3.2.3) OBRA DA ZONA DOS BELLINOS:- Pretendia também ser informado
acerca da obra da zona dos Bellinos, porquanto continua a condicionar a abertura
da via entre a Rua da Cardia aos Bombeiros Voluntários que continua
intransitável.
Usou da palavra o Senhor Presidente dizendo que o consórcio tem atrasado,
aqui, uma solução no sentido do desenvolvimento da parceria, pois estamos na
situação financeira que o País conhece. Informou que tinha marcada uma reunião
para o dia seguinte, com o consórcio, mas quer deixar bem claro que quer da
parte do Município, quer da parte da empresa, estamos ambos empenhados em,
decididamente, dizermos se há restrições, se há dificuldades, se as vamos
vencer, se não as vamos vencer, pois entendemos que temos que decidir
depressa.
- - - - 3.2.4) TRANSFERÊNCIAS RELATIVAS ÀS MESAS DE VOTO:- Questionou sobre a razão da Autarquia ainda não ter procedido à transferência
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para as Juntas de Freguesias, das verbas para pagamento aos membros que
estiveram nas Mesas de Voto, nas últimas eleições autárquicas.
Usou da palavra o Senhor Presidente informando que, essa transferência, já foi
feita.
- - - - 3.2.5) ENCERRAMENTO DAS ESCOLAS DO 1.º CICLO:- Relativamente a
este assunto e na sequência da intervenção do Senhor Presidente da Câmara o
Senhor Vereador Armando Almeida referiu o seguinte:
“Em relação ao encerramento das Escolas do 1.º Ciclo, lamento esta forma de
fazer política e de colocar as situações, pois não nos levam a soluções algumas.
O Senhor Presidente vai acabar por encerrar as escolas na mesma, pois é o
Senhor que as encerra, que permite que as escolas venham a encerrar depois de
fazer todo este espectáculo mediático e o que fica disto tudo é “só por cima do
meu cadáver.”
De seguida, em nome dos Vereadores eleitos pelo Partido Socialista, procedeu à
leitura de uma Declaração sobre o Encerramento de Escolas do 1.º Ciclo do
Ensino Básico, que a seguir se reproduz:
“DECLARAÇÃO ENCERRAMENTO DE ESCOLAS DO 1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO
Os Vereadores da Câmara Municipal de Gouveia eleitos pelo Partido Socialista
não aceitam ser tratados como meros figurantes nas decisões do executivo
camarário. Porque à revelia de qualquer decisão o Sr. Presidente numa atitude
prepotente e arbitrária decidiu encerrar várias escolas do 1.º Ciclo sem levar este
assunto a reunião de Câmara.
Repudiam esta “ maneira ignóbil” de fazer política, em zig-zag, montando um circo
mediático, acusando outros da sua inoperância e incapacidade para apresentar
soluções para os problemas do ensino no concelho. O encerramento das escolas
depende da decisão do município. Os Vereadores do PS são contra o
encerramento de qualquer escola sem que estejam criadas condições para
melhorar a qualidade de ensino das nossas crianças de acordo, facto que
consideramos de extrema importância, a anuência dos pais e encarregados de
educação.
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No nosso concelho as políticas educativas, e outras, têm sido vítimas de erros
sucessivos por parte do actual Presidente da Câmara; senão vejamos:
- A Carta Educativa sucessivamente adiada pelo menos desde 2003, foi entregue
em 2006 a um técnico especialista que segundo palavras do Sr. Presidente, “
realizará a componente de análise prospectiva, fixando objectivos de ordenamento progressivo, a médio e longo prazos”. Quando todos
pensávamos que finalmente o Concelho de Gouveia iria possuir um instrumento
de planeamento educativo, verificamos que a Carta Educativa, vai direitinha para
o caixote do lixo, foi elaborada em cima do joelho, entrou logo após aprovação em
fase de remodelação, apesar de ter sido paga a peso de ouro.
- Nessa carta educativa, que já é um cadáver, propunha que, em 2010, TODAS
AS ESCOLAS DO 1.º CICLO ENCERRASSEM.
- A Carta Educativa do concelho, previa a construção, entre outros, do Centro
Escolar do Alto Concelho, pese embora várias vezes os vereadores do PS o
tivessem solicitado, nunca o Município efectuou qualquer candidatura a
financiamento ao QREN, mesmo sabendo que o apoio poderia atingir os 75%.
- Entendeu mudar a tipologia e o sítio de construção da Escola Básica Integrada -
para onde ninguém quer ir. Já se questionou, Sr. Presidente, porque é que este
ano as matriculas dos alunos do primeiro de escolaridade em S. Pedro
aumentaram exponencialmente e as de S. Julião diminuiram significativamente?
- Não pagou a sua quota-parte ao empreiteiro na construção dessa nova escola
contribuindo para este entrar na falência, atrasando assim a entrada em
funcionamento deste novo espaço escolar.
- Propôs a construção nessa nova escola, aproveitando a abertura do concurso
para a conclusão da obra, de mais 10 salas de aula para albergar os alunos do 1.º
CEB de todo o concelho. Ainda bem que não lhe permitem esta intenção porque
como todos sabemos aquela escola foi projectada para alunos de um escalão
etário superior e tudo é diferente nos equipamentos de apoio. E a levar a cabo
esta sua iniciativa não serão estas 10 salas para albergar todos os alunos do
concelho e consequentemente encerrar todas as escolas primárias do concelho?
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- O Senhor Presidente da Câmara já se questionou porque será que já existem
alunos de quase todas as freguesias matriculados e a frequentar as escolas da
sede do concelho: S. Pedro e S. Julião? Como é “ignóbil” ver pessoas com
responsabilidades políticas no concelho, do PSD, a gritar frente ao cinema;
“Folgosinho não morrerá”, quando têm os seus filhos matriculados numa das
escolas da sede do concelho. Como é diferente o caso quando nos toca a nós! ...
como são diferentes as oportunidades para os vários alunos do concelho! ... Os
filhos dos que podem vão para uma escola com um só ano de escolaridade, os
dos outros sustentam as escolas das freguesias. SAFAM-SE os filhos dos ricos
porque os dos pobres têm as escolinhas bonitinhas de lugar único com um
professor a deitar as mãos à cabeça durante o dia e a corrigir trabalhos e fichas à
noite. Como é que se safa um professor com as quatro classes? Como prepara e
planifica o seu trabalho em condições? Já imaginaram pela manhã os da primeira
a fazer o i, os da segunda a fazer a conta, os da terceira a ler a lição, e os da
quarta a aprender matemática? Como diz a canção: pra que lado é que eu me
viro pra que lado? Então e quem corrige todos os dias fichas e trabalhos dos
alunos e prepara as aulas do dia seguinte até às tantas da noite?
Quando os que dizem que percebem do sistema de ensino defendem as escolas
de lugar único e dizem que os professores até se SAFAM é porque não dão aulas
há muitos anos, e nunca sentiram as dificuldades destes professores que são
verdadeiros obreiros da formação e educação das nossas crianças e que só os
“conseguem sentar” compensados apenas com o prazer de chegar ao Natal e ver
que já soletram as primeiras linhas do livro de leitura. Por isso no encerramento
de qualquer escola também tem que ser ouvido o professor dessa escola.
- A escola de hoje já não é como a dos nossos tempos. É um espaço dinâmico e
moderno. Um espaço que se vai adaptando às necessidades do processo de
ensino aprendizagem e que neste momento requer salas de informática,
refeitórios, ginásios, bibliotecas, bar, salas de música, anfiteatros ou auditórios
etc. Seia e Guarda já tem o seu Centro Escolar em funcionamento, Trancoso
inaugurou o seu na semana passada, existem vários em construção no Distrito
prevendo-se que no início do próximo ano lectivo sejam já sete dos cerca de
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seiscentos previstos a nível nacional. Porque espera o Presidente de Câmara de
Gouveia? Agora mais do que nunca é preciso agir. Porque não promover uma
“sessão de esclarecimento” sobre a construção de centros escolares?
Em conclusão os Vereadores do Partido Socialista, assumem que votarão contra
o encerramento de qualquer escola sem que esta decisão seja devidamente
ponderada em reunião de Câmara, depois de ouvidos os pais e encarregados de
educação, os professores e os presidentes das juntas de freguesia. Não aceitam,
assim, a certidão de óbito que o Sr. Presidente da Câmara quer passar ou já
passou às Freguesias de Cativelos, Tazem, Rio Torto, Nabais, Melo, Figueiró,
Vila Franca, Vila Cortês e /ou Ribamondego.
Criticam e repudiam este circo mediático e esta maneira de fazer política, uma
moda passadista, como se estívessemos no tempo do PREC, quando a
responsabilidade de encerrar escolas e de criar condições de transportes e
garantir os espaços escolares está na capacidade mas também na inoperância
deste Presidente da Câmara.”
De seguida o Senhor Presidente fez a seguinte observação:
“O chorrilo de disparates que acabámos de ouvir, nem dava para perceber se
provinham de um Vereador ou de um Director de um Agrupamento. O chorilho de
incoerências que acabei de ouvir é tal, mas comecemos por isto: “Em primeiro
lugar, a Carta Educativa custou muito dinheiro, mas não sabemos quanto” – diz o
Senhor Vereador Armando Almeida.
Em segundo lugar, a Câmara Municipal não encerra escolas. O Senhor chega
aqui, é Vereador da oposição, ainda bem para Gouveia, mas se calhar mal para
si, que acha que não tem que aprender, mas eu tenho a humildade de dizer que
aprendo todos os dias.
Como é possível o Senhor descrever, aqui, que nós é que encerramos as escolas,
quando sabe que quem as encerra é o Ministério da Educação. Nós limitamo-nos
a emitir o nosso parecer, favorável ou não e, neste caso, não demos parecer
favorável.
E o que eu disse - era o que mais faltava que eu tivesse que pedir autorização
aos Vereadores da oposição para prestar declarações públicas sobre uma medida
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do Governo – era que seria um verdadeiro disparate nacional e mantenho é que
só por cima do meu cadáver é que encerrariam escolas com menos de 21 alunos.
Mais, até disse publicamente que louvo esta cedência do Ministério da Educação
e louvo a cedência porque não há vencidos, nem vencedores. Os vencedores têm
que ser as nossas crianças. E quero dizer ao Senhor Vereador que o meu parecer
ou o parecer que eu proporei que a Câmara aprove, provavelmente, favorável ao
encerramento destas seis ou sete escolas vem, justamente, na linha de uma parte
do seu discurso. As escolas agora têm que ter outras condições, a pedagogia, a
socialização das crianças tem que ser mais actual e compreendo que escolas
com quatro e cinco crianças, não seja benéfico para elas.
Por isso, quem está a fazer política a dizer “somos contra o encerramento dessas
escolas”, mas ao mesmo tempo fala da pedagogia, dos centros escolares, é o
Senhor Vereador.
Eu cheguei aqui comecei por vos apresentar um documento proposto pela DREC
que eu não assinei, pois eu respeito muito a formalidade. O Município de Gouveia
tem que se pronunciar sobre se dá, ou não, parecer favorável e o que eu
antevejo, pela sua declaração, é que, claramente, o que está aqui em causa, é
querer fazer política pela política, porque eu não acredito que um Director de um
Agrupamento, professor de profissão, seja favorável, porque nem os pais o são, a
que se mantenha aberta uma escola com três, quatro ou cinco crianças.
Não acredito que o professor, pedagogo, profissional do sistema educativo, esteja
de acordo nesta manutenção a não ser que seja apenas pela política baixa,
porque Senhor Vereador, eu quando ouvi a notícia do Conselho de Ministros a
dizer que iam encerrar as escolas com menos de 21 alunos eu levantei a minha
voz, também o fizeram outros comentadores, analistas, autarcas, clamando uns
“só por cima do cadáver” outros a proferir a sua discordância e, porventura por
isso, no dia seguinte, a Senhora Ministra da Educação veio à televisão dizer “…
não, sempre em cooperação com os Municípios…”, o Senhor Primeiro-Ministro,
em Trancoso disse “… não, sempre em cooperação com os Municípios”, mais
tarde, a Senhora Directora Regional referiu a mesma coisa e isso é que eu louvo,
louvo essa cedência, uma cedência política que é importante sublinhar.
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O Ministério da Educação, o Governo, “meteu a viola no saco” e ainda bem
porque encerrar escolas de 21 alunos em Gouveia, não tem o mesmo efeito que
tem na área metropolitana de Lisboa. E foi esta a nossa pedra de toque e o que
eu quis, isso é verdade, e fá-lo-ei sempre que estiverem em causa os interesses
de Gouveia, fi-lo no SAP e os Senhores não estavam lá, fi-lo agora nas escolas e
os Senhores não estavam lá, com o devido respeito pela Senhora Vereadora
Glória Lourenço que tive muito gosto em cumprimentar. Nós não viemos fazer
politica, nós viemos informar as pessoas, por muito que lhe doa, porque o Senhor
devia estar lá para defender os interesses de Gouveia junto de um Ministério de
Educação do Governo que o Senhor apoia. Isso é que era uma atitude de defesa
dos interesses de Gouveia e em nome dos interesses de Gouveia mas, quando
vos tocam, nessas horas, os Senhores não estão lá. Esta é que é a grande
questão.
Agora quanto à Carta Educativa, já tive oportunidade de explicar que está em
revisão e, com base nela, é que nós vamos decidir, porque nós não andamos na
campanha, a prometer Centros Escolares no Alto Concelho e outros Centros
Escolares não sei aonde.
O que eu disse, seriamente, isso é que pensar na política educativa com
seriedade, foi aquilo que fizemos. A Senhora Vereadora Laura Costa, o Senhor
Vice-Presidente e o Senhor Vereador Joaquim Lourenço, andaram em reuniões
e diálogos com as Juntas de Freguesia e com os encarregados de educação,
para que o eventual encerramento destas escolas, fosse um processo natural, a
bem dos alunos.
Eis senão quando nos cai a “bomba” em cima que pára o processo.
“… Somos contra o encerramento de escolas…” - fiquei agora a saber que o
Senhor Vereador é contra o encerramento de uma escola, por exemplo, de Rio
Torto que tem quatro alunos, de Tazem que tem quatro alunos. Eu fui contra o
encerramento quando o seu Governo o quis encerrar com doze, eu fui lá e bati o
pé no Ministério da Educação e ela não encerrou, sabendo, como sabiamos, que
infelizmente, porventura, passados dois anos, ela encerraria. Agora com quatro
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alunos, o Senhor é a favor da Escola se manter? Que pedagogia é esta?” –
referiu o Senhor Presidente.
De seguida usou da palavra o Senhor Vereador Armando Almeida tecendo os
seguintes comentários:
“Em relação a ser pedagogo ou a ser professor eu, por acaso, até tirei o Mestrado
em Administração Escolar. O Senhor começa sempre, nas suas declarações, por
puxar dos galões de autarca, de pessoas que têm que aprender, da democracia.
Eu já lhe disse que também, humildemente, quero aprender todos os dias.
Aprendo muito com os meus alunos, com os meus colegas, com os meus
familiares, com os meus conterrâneos, todos os dias aprendo. Algumas coisas é
que nunca quero apender consigo. É esta maneira de fazer política, esta, é que
eu não quero aprender consigo, de maneira nenhuma. Já lho disse, aqui, várias
vezes e se o Senhor andou numa Escola Superior onde tirou o seu curso de
Autarca, diga-me qual é, porque eu não me quero lá matricular.
Aqui não há nenhuma contradição. O que nós dizemos é, simplesmente, isto:
encerrar as escolas desde que o Concelho tenha condições de qualidade
superiores àquelas aonde estão os alunos.
Primeiro ponto, ouvir todos os intervenientes. Segundo ponto, vamos discutir os
encerramentos de escolas.
É este o ponto de partida da nossa declaração.
Depois, quem está em contradição, é o Senhor Presidente que diz que não
encerra as escolas e depois propõem o seu encerramento. Nós aqui não estamos
em contradição nenhuma. A DREC até pode propôr ou o Ministério da Educação
encerrar escolas com turmas com 24, menos de 24 encerra. O Senhor diz que
não tem condições e, como tal, não encerra. Não tem condições de transporte,
não tem condições fisicas e, portanto, não encerra, porque quem tem a última
palavra, acerca do encerramento e funcionamento de escolas do 1.º ciclo, é a
Câmara.
Interrompeu o Senhor Presidente dizendo que não é verdade, o Senhor não
conhece as medidas do seu Governo e, só é assim, porque fizeram recuar o
Governo.
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“É assim, é, eu tenho aqui as medidas e reconheco que as sei interpretar” –
respondeu o Senhor Vereador Armando Almeida. “e quero-lhe explicar outra
coisa. É preciso estar no terreno para entender isto e o Senhor tem que evoluir a
esse nível, trabalhar com uma turma de 10, 12 ou 14 alunos é pior que uma turma
com 4, em termos pedagógicos, muito pior ainda. Queria que entendesse isto. Eu
também já o disse ao Governo, onde a minha opinião é ouvida, embora o Senhor
pense que não. Quero-lhe explicar que um professor do 1.º ciclo que até pode ter
quatro ou cinco alunos, apenas duas classes, é mais fácil lidar com estes alunos
do que com doze. Nós pretendemos, aqui, explicar nesta nossa declaração o que
é o caos dos tais 12, 14, 16. A pessoa não tem tempo, não sabe para onde se há-
de virar, depois se dá o desenho aos da 1.ª, já tem a 2.ª em cima, quando acaba
os da 4.ª já tem novamente os da 1.ª em cima e não sabe que trabalho há-de
fazer. Depois tem outra coisa, é corrgir isto tudo. É que corrigir é importante, pois
é a corrigir os trabalhos que os alunos aprendem com o erro.
Portanto, nós estamos neste campo, escolas com 12, 14, 16, é pior do que
escolas com 4 e 5, mas encerrar uma escola, seja ela qual for, tem que ter a
condordância dos pais e professores. Outra coisa importante é saber se vamos
dar condições melhores a esses alunos. Por isso é que a construção dos Centros
Educativos é importantissima e nós já estamos muito atrasados e vamos
continuar, porque estamos a rever a carta educativa, mas depois para sustentar
uma proposta, basear uma proposta, como é o caso da proposta referente à
criação de Unidade de Gestão Escolar, que é intenção dos Vereadores eleitos
pelo Partido Socialista votar a favor mesmo como está redigida, pois também
somos contra a reorganização das unidades de gestão no nosso concelho e para
comparar com concelhos vizinhos se calhar até não estamos muito mal, há casos
piores, mas basear uma proposta destas na carta educativa, um documento que
já está ultrapassado. A carta educativa pouco tem a ver com as unidades de
gestão, tem mais a ver com todos os espaços escolares. A gestão dos espaços
escolares pode ser apenas uma unidade, duas ou três, como é o caso, no nosso
concelho. Vai, sem dúvida, levantar muitos constrangimentos no início do ano
mas, sinceramente, há aqui uma contradição gravíssima que é apontar a carta
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educativa como documento de suporte, quando nós sabemos que ela já caiu. Já
ninguém acredita na construção do Centro Escolar do Alto Concelho, porque se
calhar a Carta Educativa foi mal elaborada. Quero dizer ainda que nós temos a
nossa visão pedagógica.” - Interveio o Senhor Presidente perguntando qual era
essa visão pedagógica. “Somos contra o encerramento de qualquer escola –
continuou o Senhor Vereador Armando Almeida – “ enquanto os alunos não
tiverem melhores condições e eu explico porquê. Porque estamos a criar
condições de desigualdade. Digo aqui na declaração que há muitos pais que já
trazem os alunos de Vinhó, de Nespereira para a sede do concelho. Havia uma
pessoa, com responsabilidades políticas, que estava a dizer “não fecham
Folgosinho” e no entanto tem os seus filhos na Escola de S.Pedro.” – Referiu.
Respondeu o Senhor Presidente dizendo o seguinte: “se o vosso parecer é contra
o encerramento das Escolas, convido-o, já amanhã, a irmos ter com a Senhora
Directora para lhe dizer que não fechamos nenhuma. “
Retorquiu o Senhor Vereador dizendo “o Senhor é que tem que dizer que é
contra o encerramento porque não tem condições melhores do que aquelas que
elas têm, naquele sítio.
“Mas nós concordamos que para além desse critério, que é um critério importante,
se não há melhores, piores não são”. – Respondeu o Senhor Presidente.
Retomou a palavra o Senhor Vereador Armando Almeida dizendo ainda o
seguinte: “penso que querem concentrar os alunos de Nabais e Figueiró da Serra
em Folgosinho”, tendo sido interrompido pela Senhora Vereadora Laura Costa
que informou que os alunos de Nabais vão para Melo, Figueiró da Serra para
Folgosinho, os de Vila Cortês da Serra para Melo e os de Vila Franca da Serra
para S.Paio, tendo o Senhor Vereador respondido que pensa que é um erro, pois
o sítio onde existem piores condições de transporte e onde os alunos chegam
sempre atrasados, é por causa de Folgosinho.
Interrompeu o Senhor Presidente questionando o que é que o Senhor Vereador
quer fazer, pois está totalmente aberto, a que não fechem as escolas, tendo o
Senhor Vereador Armando Almeida respondido que isto é uma pequenissima
16
parte do problema, afirmando que o assunto deveria ter sido debatido em sede de
reunião do Órgão Executivo.
Interveio o Senhor Vereador Joaquim Lourenço, não percebendo essa questão,
uma vez que o assunto foi debatido com as escolas que estão em causa, foi ao
Conselho Municipal de Educação e vem agora à reunião de Câmara.
“Vem ao Executivo depois do Senhor Presidente da Câmara ter tomado a
deliberação.” - Respondeu o Senhor Vereador Armando Almeida.
“Mas que deliberação? Eu já assinei alguma coisa?”- Perguntou o Senhor
Presidente.
“É capaz de repetir o que disse há pouco em relação ao acordo que tem com a
Direcção Regional de Educação?” – Solicitou o Senhor Vereador Armando
Almeida.
“Eu não tenho acordo nenhum. O que eu disse foi à Direcção Regional que eu
presido a um Órgão Colegial que respeito. Por isso é que eu não assinei nada e
trago aqui o assunto. O que eu, seriamente, fui dizer aos gouveenses é que o
estudo que foi feito e que o Conselho Municipal de Educação entendeu propor-
me, é que contempla a existência de dois critérios em relação a esta matéria,
muito importantes. O primeiro, como disse e bem, prende-se com as condições
para onde serão transferidas e o segundo com a questão do enquadramento
social das crianças. Foi sempre isto que aprendi. E aqui tenho toda a humildade
do mundo, porque quando não sei quero aprender. Não tenho nenhuma ciência
feita. E, com base neste dois critérios, porque é possível transportar as crianças,
desde que haja esta ajuda que o próprio Ministério da Educação diz que vai
haver, o acompanhamento das crianças, a escola de acolhimento não sendo a
escola óptima, é melhor do que a escola onde estão, prevalecerá o segundo
critério. E, no segundo critério, no diálogo que os Senhores Vereadores
mantiveram com os Senhores Presidentes de Junta e, julgo saber, com alguns
dos pais, diálogo que estava a ser tendente a que o nosso parecer fosse favorável
ao encerramento destas escolas. O que veio atordoar todo este processo, foi a
“bomba” e não vale a pena falar nos Centros Escolares, porque está a ser
construído um, a Escola Básica.”
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Interrompeu o Senhor Vereador Armando Almeida dizendo não poder concordar
com esta afirmação, porque não se pode considerar a Escola Básica como um
Centro Escolar e explicar-lhe-ía porquê.
“Com todo o devido respeito, não me interessa a sua explicação – continuou o
Senhor Presidente - porque, justamente, o Ministério da Educação acabou de me
dizer, na semana passada, que a Escola, sendo Básica, pode ser, se nós
quisermos alterada a tipologia. E eu não sei se quero ou não quero. Quero discutir
isso aquando da carta educativa. Pode confirmar isso mesmo com a Senhora
Directora Regional já que a sua voz é tão ouvida.”
“Para quê? – interrompeu o Senhor Vereador Armando Almeida – “para lhe dizer
que o Senhor cometeu o maior erro, a nível de educação nos últimos anos, ao ter
optado pela construção daquele escola que agora nunca se vai adaptar àquele
escalão etário dos alunos que para lá vão. O Senhor quer transformar aquilo num
Centro Escolar mas, por exemplo, as carteiras não são da mesma altura para os
alunos do 4.º ano e para os alunos que têm 14 anos e os ginásios também não
são, o refeitório igualmente e as casas de banho sofrem da mesma deficiência.
Por isso, não queiram transformar aquele edifício, num Centro Escolar, pois ficará
coxo.”
Retorquiu o Senhor Presidente dizendo “Não estou a transformar nenhum edifício
em Centro Escolar. Aquela escola, é uma escola básica. O que eu lhe disse foi
que a Senhora Directora Regional me referiu que, na discussão que tivermos no
âmbito do projecto educativo no concelho de Gouveia, se entendermos que é
desejável alterar a tipologia, podemos fazê-lo. Bom, mas no entendimento do
Senhor Vereador Armando Almeida, não é possível, não pode ser e para aí eu
não jogo. O Senhor só quer é política e essa parte até é uma parte de que até
gosto, só que na política eu já o derrotei, derrotá-lo-ei sempre, mas nisto eu não
quero que haja derrotados ou vitoriosos.
“Tem algum problema comigo, por me ter derrotado, pois eu não tenho.” –
Respondeu o Senhor Vereador Armando Almeida.
“Tenho um prazer imenso, eu já o derrotei a si e digo-lhe isso com grande gosto.”
– Referiu o Senhor Presidente.
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“Tenha lá esse gosto quantas vezes quiser, durma descansado com esse seu
gosto e prazer, que eu também durmo.” – Respondeu o Senhor Vereador
Armando Almeida.
“Durmo descansado e feliz e o Senhor há-de dormir descansado, mas pouco feliz”
– Respondeu o Senhor Presidente.
“Se eu estivesse no seu lugar, não estaria muito feliz, conforme está o nosso
concelho e conforme está o Município. Digo-lhe aqui que, como o Senhor vai
deixar Gouveia nem saudades vão ter suas quando se for embora daqui”. –
Retorquiu o Senhor Vereador Armando Almeida.
Respondeu o Senhor Presidente dizendo: “Foram três eleições seguidas, sempre
a subir, o povo não é tolo, como o Senhor dizia. O Senhor é um derrotado. Mas na
política eu gosto e aí já o derrotei agora isto não é política, é uma questão séria e
uma questão séria é o Senhor Vereador que é profissional da educação chegar
aqui e dizer “as escolas novas têm de ser assim e por isso somos contra estas
escolas porque não há escolas melhores” e sabe porquê? Porque o Senhor só
quer fazer política ao dizer que a escola básica não é boa e que já devia haver um
centro escolar.”
“Olhe Senhor Presidente, só por cima do meu cadáver é que o Senhor me cala
enquanto eu tiver razão. A mim não.” – Disse o Senhor Vereador Armando
Almeida.
“O Senhor não fala o que deve, o Senhor não fala onde deve. Era lá, na sexta
feira”. – Respondeu o Senhor Presidente.
“Não é falar no que devo, disto o Senhor percebe muito pouco e, segundo o que
me disseram, o Senhor falou muito, mas em termos concretos, ninguém ficou a
perceber nada.” – Retorquiu o Senhor Vereador.
“Eu digo-lhe o que ficaram a perceber” - referiu o Senhor Presidente - “ficaram a
perceber que as crianças de Nespereira ficam em Nespereira e, se não
batessemos o pé ao Governo que o Senhor apoia, iam-se embora. Ficaram a
saber como seria a vida das crianças de Vinhó, de Folgosinho, de Arcozelo e de
Lagarinhos.”
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Interrompeu o Senhor Vereador Armando Almeida dizendo “E nós queriamos que
ficassem a saber, também, como ficam as crianças de Tazem, de Rio Torto, as de
Nabais, as de Melo, as de Figueiró da Serra, as de Vila Franca da Serra, as de
Vila Cortês da Serra e as de Ribamondego.”
“Ora seja bem vindo, se o Senhor acha, como professor, que isso é uma postura
séria, seja bem vindo e venha comigo à DREC defender isso”. – Respondeu o
Senhor Presidente.
“Vou consigo sem problema nenhum, até para lá vou quinta-feira.” - Retorquiu o
Senhor Vereador Armando Almeida.
“Até lhe digo mais, é mandatado pelo Presidente da Câmara e tiro-lhe o meu
chapéu, se o Senhor conseguir demonstrar que, sob o ponto de vista da política
educativa ou em relação aos dois ou três pilares da política educativa, é preferível
manter escolas abertas com quatro alunos. Fica aqui o desafio, se o Senhor
Vereador Armando Almeida, mandatado pelo Presidente da Câmara, demonstrar
que estas escolas, com quatro alunos, são melhores para as crianças.”- Referiu o
Senhor Presidente.
“Estas escolas de 4, 5 alunos sofrem do mesmo problema geral, genérico do que
sofrem as escolas com 12, 14 e 16. Só que é pior leccionar nessas turmas de 12,
14 e 16. Estamos a falar de condições pedagógicas, pois não têm, espaços físicos
com condições, pois as escolas do nosso tempo, não são as escolas de hoje. O
Senhor falou, e muito bem, da socialização, mas nós sabemos que quando os
alunos vêm de Folgosinho aqui para o Agrupamento de Escolas, são diferentes
dos da sede do concelho e sabemos porquê. E o outro fenómeno que nos falta,
aqui, também ver, é se os professores têm mais condições numa escola que tem
lugar único ou numa escola em que só é possível fazer apenas uma turma ou
uma classe e nós sabemos defender isso. Ponto final neste assunto. Já vimos
que estamos em discordância, pois o Senhor consegue transformar isto numa
discussão política, quando o que pretendemos dizer, aqui, é que tudo deve ser
debatido e devemos criar condições para as nossas crianças se poderem
deslocarem para uma outra escola, sair de Ribamondego para vir para S.Paio é a
mesma coisa, são escolas de lugar único. Só temos que lhe arranjar condições de
20
transporte e se o Senhor conseguiu explicar isso aos pais, encarregados de
educação e às Juntas de Freguesia, muito bem. Agora, deveria ter trazido o
assunto aqui à reunião de Câmara. Não o fez, pois entendeu que não era
necessário. Aliás, indo contra o que tem sido, nos últimos anos, o seu
procedimento, nós cá estamos para fazer a nossa declaração e dizer que não
concordamos com isto.” – Concluiu o Senhor Vereador Armando Almeida.
Retomou a palavra o Senhor Presidente para fazer a sua conclusão final:
“Em primeiro lugar, respeitando as formalidades do Órgão a que presido, eu não
tomei nenhuma decisão. Quero deixar isto muito bem claro, no respeito para com
este Órgão. Fiz questão e, de resto, disse à Senhora Directora Regional que tinha
que falar com ela, antes da reunião de Câmara para poder formalizar a minha
proposta. Falei há meia hora atrás. Para mim é um ponto de honra, respeitar o
órgão a que presido e para o qual fui eleito. E, foi com este espírito, que acabei de
vos apresentar este assunto.
Ponto dois, fiquei a saber que o Senhor Vereador Armando Almeida disse ser
contra o encerramento ou contra o parecer favorável que possamos dar, parecer
favorável esse, que eu só aceito dar com o trabalho das Juntas de Freguesia e
dos encarregados de educação. Pelos vistos, nesta matéria, estamos de acordo.
Terceiro ponto, gostava de saber se os Vereadores eleitos pelo Partido Socialista,
estão contra o encerramento ou se dão parecer negativo ao encerramento destas
seis escolas, porque serão a favor, caso haja esse trabalho de cooperação, com
os pais, encarregados de educação, professores e com as Juntas de Freguesia.” -
Disse o Senhor Presidente.
“Exigimos isso mas, se já foi feito, muito bem. Agora vamos discutir, aqui, porque
é que uns alunos vão para um lado e outros vão para o outro lado. É isso que nós
pretendemos.” – Declarou o Senhor Vereador Armando Almeida.
“Mas é disso que estamos a tratar.”- Respondeu o Senhor Presidente.
“Mas, disse que já estava feito ontem.” - Referiu o Senhor Vereador Armando
Almeida.
“Desculpe, o que eu disse é que os Senhores Vereadores estavam a fazer um
trabalho, que foi interrompido pela “bomba”. Estamos disponíveis, desde que haja
21
a questão dos transportes, a questão da escola de acolhimento, a questão da
socialização das crianças. Com base nestes pressupostos, nós estaremos de
acordo.” “Igualdade de oportunidades” – Interveio o Senhor Vereador Armando
Almeida – “por esse critério” – continuou o Senhor Presidente – “se fosse levado
avante hoje fechavam as escolas todas ou quase todas”.
“Não é essa a previsão da carta educativa?” - Questionou o Senhor Vereador
Armando Almeida.
“A carta educativa está em revisão, mas orientou-nos e, pelos vistos, bem, para
nós não termos permitido que encerrassem escolas. Agora está em revisão, mas
quando ela estiver concluida, a nossa ideia é, naturalmente, discuti-la seriamente
no Conselho Municipal de Educação e em reunião de Câmara, para depois
decidir-mos se vamos fazer isto ou fazer aquilo.
Por último e para terminar, fica claro e fica em Acta, que se os Senhores
Vereadores eleitos pelo Partido Socialista ou o Senhor Vereador Armando
Almeida poder e conseguir demonstrar tecnicamente, pedagogicamente,
sociologicamente a sua opção junto da DREC, fica mandatado pelo Presidente da
Câmara, para que possamos dar parecer negativo ao encerramento de qualquer
destas seis escolas.” – Concluiu o Senhor Presidente.
Usou da palavra o Senhor Vereador Joaquim Lourenço lamentando este facto,
porquanto, ao longo destes anos, o procedimento levado a cabo para o
encerramento de escolas tem sido sempre o mesmo. Houve uma reunião para
definição da rede escolar, a nível do concelho, onde o Senhor Vereador Armando
Almeida esteve presente, em que o Senhor Vereador tem conhecimento de que
foi produzida uma Acta, da qual conhece o teor, com a proposta da DREC, com as
escolas a encerrar no concelho de Gouveia.
Interveio o Senhor Vereador Armando Almeida informando que não havia estado
presente nessa reunião, tinha estado numa reunião com as escolas ao nível do
ensino secundário.
“Mas a acta foi conjunta” – continuou o Senhor Vereador Joaquim Lourenço – “o
procedimento a seguir sempre foi este levar o assunto ao parecer do Conselho
22
Municipal de Educação, que é o Órgão de aconselhamento do Município. Obtido o
parecer há que trabalhar com as Juntas de Freguesia e com os pais.
Quando se propõe, aqui, que Figueiró da Serra vá para Folgosinho, não foi
proposta nossa, foi dos pais. Foram estes que optaram ou preferiam, se assim o
entenderem, as crianças ir para Folgosinho, em detrimenro de Melo. Como a
distância é igual, não vimos qualquer objecção, tanto mais que temos melhores
condições em Folgosinho, para receber as crianças, do que em Melo.”
Interrompeu o Senhor Presidente dizendo que nada disto está decidido.
“Nada, agora a decisão final é do Município. As crianças são mudadas para aqui
ou para outro sítio, porque já têm alimentação garantida, porque já tem transporte
assegurado e porque as condições das escolas de acolhimento são boas. É
sempre este trabalho de base que tem de se fazer, porque quando vinha ao
Executivo Municipal, já estava essa parte toda tratada. Agora o Senhor Vereador
sabe tão bem como eu que, na última semana, rebentou “uma bomba” da qual o
Senhor já tem a decisão por escrito como eu a tenho e onde está lá escrito
simplesmente isto “… não serão colocados docentes em escolas com menos de
21 alunos …” é uma deliberação do Conselho de Ministros. Portanto, se isto está
escrito, se o Senhor tem conhecimento, como é que me pode dizer que é contra o
encerramento de escolas e depois, de alguma forma contraditória, dizer que não
têm condições pedagógicas para funcionar.
“Não têm porque não as criaram.”- Respondeu o Senhor Vereador Armando
Almeida.
Retomou a palavra o Senhor Vereador Joaquim Lourenço dizendo “não dou aulas
há muitos anos, mas dei aulas em escolas com esse número de alunos e com os
quatro anos de escolaridade e, posso dizer, que é muito difícil, não haja dúvida. É
muito melhor trabalhar apenas com um ano de escolaridade. Agora, há-de dizer-
me, quais são as turmas das escolas da sede, que têm um ano de escolaridade?
Nenhuma.
“Senhor Vereador, na altura safou-se, não foi?” – Perguntou o Senhor Vereador
Armando Almeida.
23
“Na altura, safei-me e as crianças safaram-se também” – Respondeu o Senhor
Vereador Joaquim Lourenço.
“Mas, é esta a lógica entre os Senhores como profissionais, da Educação?” –
Interveio o Senhor Presidente – “Na altura safou-se? Na altura safou-se não! Na
altura fez um bom trabalho. O que está em causa são as crianças.”
“Só estou a empregar um termo que o Senhor Vereador Joaquim Lourenço
utilizou perante as câmaras da televisão.” – Referiu o Vereador Armando Almeida.
“Mas o termo em si não me choca nada.” – Referiu o Senhor Presidente.
“Mas o Senhor Vereador sabe que eu não gosto de responder sarcasticamente,
porque levo as coisas demasiado a sério, neste campo.” – Respondeu o Senhor
Vereador Joaquim Lourenço e rematou dizendo como é que se pode dizer que a
carta educativa é um cadáver, então, na sua opinião, também, a Constituição da
República Portuguesa já está ultrapassada, devendo ser a mesma também
revista, pois, neste momento, é um cadáver. Há situações que as pessoas devem
medir e actuar com alguma responsabilidade, retirando sarcasmo para outras
ocasiões, quando, por exemplo, estão informalmente. Agora situações formais
devem ser tratadas de outra maneira e a carta educativa custou para a Autarquia
de Gouveia o mesmo que para os outros Municípios à volta e foi financiada pelo
Ministério da Educação, com o mesmo financiamento que esses Municípios.
Usou ainda da palavra o Senhor Vereador José Santos Mota referindo o seguinte:
“Como sabem, participei durante quatro anos no Conselho Municipal de
Educação. De facto, o problema do encerramento das escolas, a elaboração e
aprovação da carta educativa, sempre este presente. E é confrangedor perceber
que, de facto, o grande problema que temos hoje, é a ausência de planeamento
municipal e gastamos tanto, não sabemos quanto, mas foi, certamente, muito e
ela - a carta educativa - não serviu para nada.
Pergunto ao Senhor Presidente que me diga, apenas um exemplo, de uma
decisão de política educativa tomada com base na carta educativa.”
Porque a ideia que eu tenho – continuou o Senhor Vereador José Santos Mota -
é que ela não serviu mesmo para nada e estou mesmo convencido que o Senhor
é conivente com a desertificação escolar do Alto Concelho, é conivente com o
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encerramento a curto prazo de todas as escolas do alto concelho. A curto prazo, o
Senhor vai ser conivente.
Quem estudou a carta educativa, quem participou nela, sabe que haviam medidas
transitórias e medidas definitivas. E o Senhor nunca cumpriu as medidas
transitórias. Eu posso elencar-lhe uma série delas, está tudo na carta educativa
que o Senhor aprovou e que eu votei contra. Esta é a sua carta, não é a minha
carta, mas é um instrumento de planeamento e enquanto instrumento de
planeamento deve servir de base à politica educativa. E ela não serviu de nada.
Quando alguém fala, aqui, em “nado morto” estamos exactamente a dizer isso.
Dê-me um exemplo em que diga que, com ela, conseguiu orientar os
investimentos educativos, em infra-estruturas neste caminho. Nada. E, por isso, é
que lhe estou a dizer que, a curto prazo, o alto concelho, não tem escola
nenhuma, exactamente porque não foram cumpridas as metas estabelecidas na
carta educativa e sabe bem quais eram. Era criar o centro educativo do alto
concelho, em que havia medidas transitórias, em que, inicialmente, os alunos
podiam ficar aqui, transitoriamente, e depois, de facto, é que transitavam para
Melo se fosse a ser construído em Melo, como estava previsto. Esta medida
nunca foi implementada, desde 2007.
No entanto, vimos outros concelhos que, com base na carta educativa, tinham o
argumento, tinham um instrumento capaz de justificar um pedido ao QREN para
investimentos e nós não fizemos. Podiamos ter no alto concelho, em Melo, uma
escola com cerca de 80 a 100 alunos, com o pré-escolar e 1.º ciclo e a curto
prazo não temos ninguém. E, aí, quero dizer-lhe, que o Senhor é conivente com
isso porque, no meu entender, não tomou, a seu tempo, as medidas que devia
tomar.
Aquilo que mais me revolta, é o facto de aprovamos uma carta educativa que
devia ser um instrumento base e, na mesma hora em que é aprovada, entra em
revisão. Isto não é sério, nem sei quais foram os objectivos que levaram a criar a
carta educativa, pois ela não serviu para nada e ela devia servir para orientar os
investimentos.
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E vai acontecer o mesmo, provavelmente, à Freguesia de Moimenta da Serra,
porque os investimentos naquela área não têm sido acautelados. No entanto,
Moimenta só do 1.º ciclo, tem mais de 50 alunos e no pré-escolar tem mais de 30
alunos. Temos, ali, um núcleo que, de alguma forma, podia criar uma dinâmica
própria e ser um pólo aglutinador escolar, para aquela área.
Defendi, na carta educativa, a criação de um centro escolar na zona de Moimenta
da Serra, pois estava, apenas, prevista a criação de algumas salas, para a
educação pré-escolar. Nem educação pré-escolar, nem 1.º ciclo. Nada.
Na carta educativa, se a gente a ler, diz claramente que aponta para os 20 alunos
e que fica a aguardar indicações da tutela com vista ao encerramento, mas
sempre com a ideia de que do que lá está escrito, só cumpriremos o
encerramento das escolas, e muito bem, depois de terem sido concluídos os
equipamentos previstos. Quais? Centro Escolar do Alto Concelho e a melhoria em
Moimenta da Serra, para além do Centro Escolar de Vila Nova de Tazem. E isso
não foi feito.
E agora, estamos perante uma situação de que o que deveria ter sido feito, não
foi feito. Agora andamos com remendos.
E mais, a solução que hoje estão a apontar para Folgosinho, foi aquela que vocês
rejeitaram na 1.ª versão da Carta, em Setembro de 2007, em que se apontava,
claramente, como uma medida transitória, enquanto o Centro Escolar do Alto
Concelho, não estivesse concluído, os alunos de Nabais e Figueiró da Serra íam
para Folgosinho, transitoriamente, só voltando a Melo depois de um equipamento
construído. Foi tudo abandonado. O grande problema deste Município e, neste
preciso assunto, relativamente à política educativa, é que não há planeamento.
Lamento que o Senhor tenha convocado, publicamente, uma reunião para o
teatro-cine e não tenha informado os Vereadores eleitos pelo Partido Socialista,
do que se iria passar”.
Interveio o Senhor Vereador Armando Almeida, dizendo que foi informado
telefonicamente.
“Por outro lado” – continuou o Senhor Vereador José Santos Mota – “sendo este
assunto demasiado sério, deveria ter passado, primeiro, por uma reunião como
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esta, para aferirmos de algumas coisas e depois ser feita, de facto, essa reunião,
independentemente, dos Veredores Socialistas estarem ou não estarem de
acordo. Os Vereadores Socialistas, não são mais do que qualquer cidadão
gouveense, mas têm responsabilidades diferentes e isso não foi tido em conta. E
isso, na minha opinião, é de lamentar.”
Usou da palavra o Senhor Presidente dizendo ser verdade que não avisamos
cada um, em particular, para essa sessão que iria decorrer no Teatro-Cine, tendo
a Senhora vereadora Glória Lourenço, intervido, para dizer que esteve presente,
mas em representação da escola onde lecciona.
“O Senhor Vereador José Mota” – continuou o Senhor Presidente – “fez aqui uma
explanação mas, na minha opinião, onde há um erro muito grande de análise, é
aquele em que o Senhor Vereador José Mota põe as coisas e depois tira as
conclusões, o que me leva a pensar que as coisas estão devidamente
formatadas, e estão erradas mesmo que estejam bem colocadas num
determinado prisma. Eu vou ser conivente por isto, eu vou ser conivente por
aquilo, nós fizemos isto, nós fizemos aquilo, devia ter vindo a uma reunião. Eu
comecei por dizer que nada disto está decidido. Comecei por vos dizer, mas os
Senhores formatam as coisas apenas pela tal veia estritamente política e eu estou
cansado de dizer que uma coisa é a política que tem um caminho e outra coisa é
a política sectorial que acho que é possível, apesar de estarmos em desacordo,
chegarmos aos mesmos caminhos.
E eu estaria errado, é verdade, formalmente errado, se eu tivesse assinado
alguma coisa em nome do Município. Não assinei nada. Limitei-me a dar a minha
opinião, fundamentada no parecer dos dois Vereadores que trabalham comigo no
dia-a-dia, pelos contactos que têm tido, pelo que tem sido no passado, como foi o
caso de Cativelos, que até o Senhor Vereador Armando Almeida criticou, por
termos encerrado Cativelos, quando os pais concordaram.
É isso que me incomoda, porque se o Senhor disser, como também o diz, o
Município de Gouveia já devia ter apostado no Centro Escolar no Alto Concelho
ou no Centro Escolar de Vila Nova de Tazem. Compreendo isso e estou disposto
e disponível para lhe explicar que, sem perdermos de vista essa pretensão, após
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termos percebido as lógicas que o Ministério da Educação estava a tentar
desenvolver, em termos da escola básica em construção. Senhor Vereador José
Mota, ao longo deste tempo, como aliás disse no cinema, já ouvi especialistas da
matéria educativa, e eu não sou, mas sou responsável, de que a escola básica
no limite até podia, em tese, ter todas as crianças do ensino básico do concelho
de Gouveia, em nome da igualdade de oportunidades, que é um princípio sagrado
para todos nós concerteza, mas que tem que ter alguma regulação e eu só acho
que há igualdade de oportunidades quando, de facto, podermos ter a
possibilidade, séria, de vermos as perspectivas das crianças que vamos ter no
concelho, onde as podemos colocar, segundo o princípio de igualdade de
oportunidades, sem estarmos a perceber se é no Alto Concelho, se é em
Moimenta, se é em Vila Nova de Tazem. Eu já ouvi especialistas, na matéria, a
dizer que tem que haver, em Vila Nova de Tazem, mas tem que haver uma
“escola tampão” em Moimenta, mas como se discute isto com um qualquer
Ministério da Educação. Eu, por mim, que sou muito sensivel a outros critérios,
vou-lhe dar um exemplo, do qual me prevaleci e não estou a dizer que a razão
está na carta educativa, podendo ela estar bem ou não tão bem, que prevaleci ou
usei e às vezes a gente usa argumentos para defender as causas em que
acredita e a causa em que acredito é que a regulação do princípio da igualdade
de oportunidades, que é um princípio sagrado para todos nós, mas só é no
momento em que nós tivermos as infraestruturas físicas que de um modo
planeado possamos entender que são as mais adequadas. E é essa a discussão
vital para termos em Gouveia.”
“Estamos de acordo, Senhor Presidente.” – Interveio o Senhor Vereador José
Santos Mota.
“Claro que estamos de acordo, mas para isso, o Senhor podia-me dizer que essa
discussão já a podiamos ter feito há cinco meses, há um ano, há dois, é sempre
possível de fazer, mas eu vou assistir e colaborar porque sou, em última instância,
o último responsável pela decisão, vamos ver as multiplas opiniões, muito
diferentes não em relação à questão da localização do Centro Escolar aqui ou ali,
qual é o papel de caso pontuais, mas muito importantes, como é o caso de
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Moimenta, qual é o papel da Escola de Vila Nova. Esse debate vamos ter que o
fazer, por isso eu pedi que se acelerasse isto. Devo dizer já me aborreci,
solenemente, porque eu não quero perder, concerteza, a oportunidade porque o
QREN está aberto aos 80%, com prioridade para os Centros Escolares, mas eu
não posso definir por mim, com base em indicadores que se alteraram
completamente, nestes dois anos, mas que estamos disponíveis para uma
rearrumação onde o critério de igualdade de oportunidades neste ano lectivo diria
que é, praticamente, igual para todas as crianças, mas no ano lectivo 2011/2012,
quando a escola básica estiver aberta, já temos que ter alguma regulação nesse
critério, porque senão estamos a proteger umas e a desproteger outras, e isso eu
não quero. Por isso é que eu estou empenhadissimo em acelerar essa discussão
e essa decisão do que vai ser, em termos de planeamento físico, no caso de
Gouveia, sendo certo, eu estaria com um grande problema de consciência devo
dizê-lo, se não tivessemos uma Escola Básica. Ao Senhor Vereador Armando
Almeida não lhe fica bem, já é a segunda ou terceira vez que o diz que, porque
não pagámos a nossa comparticipação fomos os responsáveis pela falência de
uma empresa que está a construir uma escola. Tenha paciência, nós pagamos,
cumprimos os nossos objectivos em função da Lei que nos rege.”
Interveio o Senhor Vice-Presidente dizendo que, foi pago metade e o resto é para
pagar no final da obra.
Interrompeu o Senhor Vereador Armando Almeida dizendo que está a meter o
Município de Gouveia, juntamente, com outros Municípios, pois foram os
Municípios que levaram aquela empresa, à falência.
Retomou a palavra o Senhor Presidente dizendo que só se pode pagar no final, a
obra ainda não está pronta para se pagar, “o Senhor defende aqui os interesses
da empresa privada ou defende os interesses do Município?”
“O que eu sei é que o Ministério da Educação cumpriu a tempo e horas.” – Referiu
o Senhor Vereador Armando Almeida.
“Mas se o Ministério da Educação é o dono da obra, pois claro que tinha que
cumprir.” – respondeu o Senhor Presidente.
29
“Mas há uma parte de 10% que são do Município.” – Retorquiu o Senhor
Vereador.
“E foram pagos metade desses 10% à DREC, não ao empreiteiro com quem não
temos qualquer vínculo contratual .” – Informou o Senhor Presidente.
Rematou o Senhor Vereador Armando Almeida dizendo que, em relação a este
assunto, todos têm a sua posição, contudo em relação ao apoio para a
construção dos Centro Escolares, chamou a atenção que o apoio não é de 80%, é
inferior.
Respondeu o Senhor Presidente informando que antigamente era de 75%,
actualmente são 80%.
- - - - 4) EXPEDIENTE:- Não se analisou expediente na presente reunião.
5. DELIBERAÇÕES - - - - 5.1) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE NOMEAÇÃO DE JUÍZES SOCIAIS:- Usou da palavra o Senhor Vereador Armando Almeida
perguntando o porquê destes nomes e quais foram os critérios utilizados. Usou da palavra a Senhora Vereadora Laura Costa informando que foi aberto o
processo que passou pela elaboração de Editais enviados para as Juntas de
Freguesia e outras entidades e estas foram as candidaturas apresentadas,
apenas foram excluídas três candidaturas por não cumprirem um dos requisitos,
que era residirem no concelho de Gouveia. Cumpridos os termos da deliberação da Câmara Municipal, datada de vinte e seis
de Abril de 2010, tendo o Município solicitado a cooperação de todas as Juntas de
Freguesia do Concelho, bem como de entidades previstas no artigo 34.º do
Decreto- Lei n.º 156/78, de 30 de Junho, ligadas à assistência, formação e
educação de menores, foram apresentadas 15 candidaturas, que reúnem os
requisitos previstos no artigo 1.º do referido Decreto- Lei: 1- Ana Cristina Pereira de Figueiredo Gomes de Oliveira – Professora;
2- Ana Maria Mendonça Viegas Figueiredo – Professora;
3- Bruno Alexandre Amaral Monteiro – Professor;
4- Carlos Alberto de Almeida Saúde – Professor;
5- Carlos Jorge Ferreira Cabral – Docente Educação Especial;
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6- Carlos Miguel Duarte Branco – Eng. Agrónomo;
7- Elizabete Albuquerque Ferreira – Advogada;
8- Emília Maria Fonseca Vicente Canhôto – Docente Educação Especial;
9- Glória Cardoso Lourenço – Professora;
10- Lúcia Cristina Lopes Viana – Psicóloga;
11- Margarida Maria Alves Morgado de Sousa – Educadora de infância;
12- Maria Alice Nogueira Gonçalves Manta Luís – Enfermeira;
13- Rosa Maria Borges Figueiredo Fidalgo – Educadora de infância;
14- Rui Manuel Gomes da Eufrázia – Vogal Administração DLCG;
15- Sílvia Patrícia Martins Lopes – Psicóloga.
Considerando que, nos termos do artigo 36.º do Decreto- Lei n.º 156/78, de
30 de Junho, as listas de candidatos devem ser votadas pela Assembleia
Municipal;
Delibera a Câmara, por unanimidade e em minuta de modo a produzir efeitos
imediatos, de acordo com o n.º 3 do artigo 92.º da Lei n.º 169/99, de 18 de
Setembro, com a redacção que lhe foi introduzida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de
Janeiro, proceder à aprovação da lista de candidatos acima descrita ao cargo de
Juíz Social, para desempenho de funções junto do Tribunal Judicial da Comarca
de Gouveia, bem como submetê-la à próxima sessão da Assembleia Municipal
para a respectiva votação, no sentido do seu posterior envio ao Conselho
Superior da Magistratura e ao Ministério da Justiça, que promoverá a nomeação
dos Juízes Sociais para a Comarca de Gouveia, tudo nos termos do disposto nos
artigos 36.º e 37.º do aludido Decreto-Lei.
A Senhora Vereadora Glória Lourenço não participou na votação, nos termos do
n.º 6 do art.º 90.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção que lhe
foi introduzida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro.
- - - - 5.2) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE EMISSÃO DE DECLARAÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO PARA CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS DA EMPRESA ÁGUAS DO ZÊZERE E CÔA:- Com base
no contrato de concessão subscrito pelo Município de Gouveia, a empresa
31
Intermunicipal Águas do Zêzere e Côa, está a levar a efeito as obras necessárias
à resolução das infraestruturas da solução em “ALTA”.
No caso presente trata-se da construção de emissário desde a actual fossa do
sistema de Vinhó até à futura ETAR que tratará as águas resíduais das
Povoações de Vinhó, Moimenta da Serra e Mangualde da Serra, a implantar nos
terrenos adjacentes à antiga Fábrica Têxtil Lopes da Costa.
Pontualmente, a sua execução colide com áreas rurais de uso condicionado por
se tratar de RAN.
Para que o concessionário consiga as respectivas autorizações técnico
administrativas, obrigatórias nestas situações, é necessário que seja definido e
assumido por deliberação da Câmara Municipal, o interesse público para as
respectivas intervenções.
Neste contexto, delibera a Câmara, por unanimidade e em minuta de modo a
produzir efeitos imediatos, de acordo com o n.º 3 do artigo 92.º da Lei n.º 169/99,
de 18 de Setembro, com a redacção que lhe foi introduzida pela Lei n.º 5-A/2002,
de 11 de Janeiro, proceder à emissão de declaração de Interesse Público para a
obra que a seguir se descrimina, face às incompatibilidades respectivas que se
elencam:
- Subsistema de Moimenta da Serra/Vinhó Travessia de área condicionada como RAN com conduta num comprimento
aproximado de 150 mts ( área de 750 m2 a desafectar).
- - - - 5.3) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE EMISSÃO DE PARECER RELATIVO AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL N.º 2179 – PROJECTO: “IC7-OLIVEIRA DO HOSPITAL (IC6) / FORNOS DE ALGODRES (A25/IP5)” – ESTUDO PRÉVIO:- Deliberou a Câmara,
por unanimidade e em minuta de modo a produzir efeitos imediatos, de acordo
com o n.º 3 do artigo 92º. da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção
que lhe foi introduzida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, proceder à
emissão do seguinte Parecer sobre o Processo de Avaliação de Impacte
Ambiental n.º 2179 – Projecto “IC7-Oliveira do Hospital (IC6)/Fornos de
Algodres(A25/IP5)” – Estudo Prévio:
32
“PARECER PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL N.º 2179
Projecto: IC7-Oliveira do Hospital (IC6)/Fornos de Algodres(A25/IP5)” – Estudo
Prévio Classificação: Anexo I, n.º 7, alínea c)
Entidade Licenciadora: Estradas de Portugal, SA
Proponente: Estradas de Portugal, SA
Foi solicitado ao Município de Gouveia o contributo, ou seja, a emissão de
parecer específico, sobre o processo referido em epígrafe, designadamente sobre
os aspectos ambientais, actualmente em discussão.
O estudo apresenta, com pormenor, os efeitos que o futuro IC7 poderá provocar
no ambiente, no âmbito das especificidades de Geologia e Geomorfologia, Solos
(REN e RAN), Ocupação do Solo, Recursos Hídricos, Qualidade do Ar, Ruído,
Componente Biológica, Componente Social, Planeamento e Ordenamento do
Território, Condicionantes ao Uso de Solo, Património, Paisagem. Para tal,
efectua a comparação destes efeitos (impactes) em dois traçados da via,
redefinidos, quando comparados com o previsto no estudo prévio anteriormente
apresentado. De facto, entre o previsto naquele documento e os traçados agora
adoptados e comparados no domínio ambiental, foram introduzidas alterações
não decorrentes do parecer e opções do Município, à data validadas por votação
em sessão de Assembleia Municipal, sendo os referidos traçados até
confrontantes com a argumentação apresentada pela Câmara Municipal de
Gouveia.
É ainda relevante que os traçados que agora definem os corredores sujeitos ao
Estudo de Avaliação de Impacte Ambiental não nos foram previamente
apresentados nem, tão pouco, qualquer justificação para a total
“desconsideração” dos contributos opcionais do Município, em sede do Estudo
Prévio.
Independentemente desta questão, o estudo Ambiental agora em discussão,
defende, das duas soluções de traçado, a solução que se implanta a nascente da
EN17 (a montante do Cruzamento da “Pulga”), solução já preterida pelo
33
Município, em sede do estudo Prévio, pois retira centralidade concelhia a esta via,
“desterrando” Vila Nova de Tazem, no que respeita a acessibilidade primária.
Assim sendo, somos de parecer que os argumentos ambientais apresentados no
Estudo de Impacte Ambiental não dispõem de importância e sustentabilidade
suficiente que fundamente a solução de traçado preferida, contrariando o
interesse municipal já manifestado.
Neste contexto, face às questões colocadas e aos antecedentes já referenciados,
sustentados na importância da sua validação pela Assembleia Municipal,
julgamos não poder defender solução diferente da opção referida, pelo que nos
parece actual a tomada de posição então assumida, para o que deverá ser
reconsiderado o parecer à data emitido, que se volta a anexar.
Esta posição não invalida que a solução que venha a ser aprovada e
implementada seja eficazmente rigorosa na salvaguarda do património
arqueológico existente, particularmente rico na zona do “Monte do Aljão” e
“Penedos Mouros”.
Assim sendo, conclui-se que resulta claro do estudo serem pouco reduzidos e
relevantes os impactes ambientais provocados pela construção da via,
defendemos que a solução de traçado deve ser norteada por objectivos
municipais e regionais relevantes, onde deve ser efectivamente atendida a
posição do Município de Gouveia.”
- - - - 5.4) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE DISPENSA DO FUNCIONÁRIO CARLOS SOARES:- Na sequência do ofício remetido ao
Município de Gouveia, pelo Senhor Presidente da Direcção da Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Gouveia, é proposto ao Executivo o
pedido de dispensa do funcionário Carlos Soares, Comandante dos Bombeiros
Voluntários de Gouveia.
Assim, tendo em consideração que os Municípios detêm, por força da Lei,
responsabilidades e competências cada vez mais relevantes na área da
Protecção Civil Municipal, em que se inclui a coordenação de operações de
combate a fogos florestais, e que:
1 - Tem o Município de Gouveia consciência da importância, para o bom sucesso
34
das intervenções em fogos emergentes, da qualidade e rapidez da primeira
intervenção.
2 – Tem o Município igualmente consciência da importância da intervenção dos
nossos valorosos Bombeiros Voluntários, nesta altura reforçados pela existência
de equipas de primeira intervenção prontas a actuar ao primeiro sinal de fogo.
3 - São conhecidas, contudo, algumas dificuldades sentidas em teatro de
operações, quando existe uma menos eficaz coordenação das forças no terreno,
o que só se consegue com a presença de uma cadeia de comando formada por
elementos treinados, reconhecidos e com os conhecimentos técnicos de
intervenção reconhecidos.
4 - Assim e com o fim de agilizar a possibilidade de intervenção das forças
intervenientes aos fogos emergentes num mais correcto enquadramento e numa
óptica de cadeia de comando essencial para o bom desempenho na actuação,
bem como para se cumprirem, ao nível local, os princípios especiais aplicáveis de
protecção civil constantes do Art.º 5º da Lei n.º 27/2006, nomeadamente os
princípios de prioridade, de prevenção, da precaução, da subsidiaridade, da
cooperação e da coordenação, delibera a Câmara, por unanimidade, o seguinte:
Autorizar a dispensa do seu trabalho normal de Cantoneiro de Vias o Senhor
Carlos Manuel Soares, funcionário pertencente ao Quadro de Pessoal da
Autarquia e simultaneamente Comandante do Corpo de Bombeiros da
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Gouveia, no período de 1 a 31 de Julho de 2010, ficando este disponível para cumprir o seu horário de
trabalho no Quartel dos Bombeiros de Gouveia ou nos locais necessários para a
operacionalização das situações que surjam no âmbito da área de actuação do
seu Corpo de Bombeiros.
Esta deliberação foi aprovada em minuta de modo a produzir efeitos imediatos, de
acordo com o n.º 3 do artigo 92.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a
redacção que lhe foi introduzida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro.
- - - - 5.5) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA RELATIVA À CRIAÇÃO DE UNIDADE DE GESTÃO ESCOLAR:- Usou da palavra o Senhor Presidente
que relativamente à observação feita pelo Senhor Vereador Armando Almeida no
35
ponto 3.2.5) do Período de Antes da Ordem do Dia, referiu que até compreende
que, directamente, a carta educativa não tenha que ver com esta proposta,
contudo, indirectamente tem, porque se a carta educativa é um instrumento de
planeamento que determina se há escola aqui ou escola ali, tem a ver com o
modelo de gestão, todavia, não tem nenhuma objecção a que se possa retirar.
Usou da palavra o Senhor Vereador Armando Almeida dizendo que na sua
opinião o Município se deve basear em vários considerandos para apresentar
esta proposta, a qual votarão a favor, mesmo com esta redacção, que seria
importante melhorar, se possível.
Em termos de eficácia e eficiência, considera que não se ganha nada com este
unir de escolas e criar apenas uma unidade de gestão. O próprio Governo e o
Senhor Primeiro-Ministro que defendem as escolas da Finlândia, convinha
lembrar-lhes, também, que as escolas naquele País com 600 alunos são
consideradas grandes e aqui a escola vai ter 1700.
Embora não esteja prevista a deslocação de alunos, seria importante transmitir ao
Ministério da Educação, que é impossível realizar um trabalho eficaz e sério em
relação ao ano lectivo 2010/2011, ou seja, fazer a requisição de professores, em
condições, até ao final do mês de Julho, princípio de Agosto, bem como elaborar
horários para as três escolas quando, antigamente, esse trabalho era repartido e
completamente diferente.
Com este novo modelo de gestão, em princípio, a Escola Secundária de Gouveia
e o Agrupamento de Escolas de Gouveia, vão funcionar num espaço comum, na
medida em que vai haver partilha de salas, de equipamentos, biblioteca, bar,
refeitório. Tudo irá funcionar ao mesmo tempo. “E ao nível dos transportes
escolares como vai ser? Estará o Município em condições de garantir a entrada
de todos os alunos há mesma hora?” – Questionou o Senhor Vereador. Isto é um
problema que se coloca ao Município e que deve ser a base, também, na
negação desta junção de Agrupamentos.
O Senhor Vereador Armando Almeida é de opinião que este processo tem apenas
como critério único, o critério financeiro, mas o próprio Ministério da Educação
não fala nisso, mas cada vez que se debruça sobre este assunto, vai verificando o
36
que aquele Ministério vai poupar.
Disse ainda que, no estabelecimento de ensino onde trabalha, saíram sete
funcionários e não houve, até à data, nenhuma substituição, pelo que, neste
momento é preciso rentabilizar. Com esta medida em vez de existirem três
tesoureiros, um em cada escola, vai passar a existir apenas um, os outros dois
funcionários vão passar a desempenhar outras tarefas, assim, em vez de três
orçamentos vai passar a haver apenas um. A única situação que não se vai
alterar muito será em termos de horários de professores, apenas nas reduções. É
portanto uma questão de gestão.
Posto isto, deliberou a Câmara aprovar a seguinte proposta:
“Considerando a decisão unilateral do Ministério da Educação de suspender o
funcionamento dos Agrupamentos de Escolas de Gouveia e de Vila Nova de
Tazem, bem como da Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico de
Gouveia enquanto entidades autónomas de gestão escolar e educativa do
concelho, transformando-as numa única unidade de gestão;
Considerando que o Município de Gouveia possui uma Carta Educativa,
instrumento orientador e de planeamento educativo concelhio, que não prevê este
desenho estrutural de organização e de administração escolar;
Considerando que a carta educativa foi aprovada pelos órgãos representativos e
eleitos democraticamente pelos gouveenses: Câmara Municipal e Assembleia
Municipal;
Considerando, ainda, que este mesmo documento foi validado e homologado pelo
Ministério da Educação;
Considerando que, muito embora se encontre em processo de revisão, a Carta
Educativa ainda não foi revista, nem pronunciada pelos competentes órgãos
municipais;
Considerando, por último, que a este propósito não foi solicitado, nem emitido
qualquer parecer pelo executivo municipal, delibera a Câmara, por unanimidade e
em minuta de modo a produzir efeitos imediatos, de acordo com o n.º 3 do artigo
92.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção que lhe foi introduzida
pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, o seguinte:
37
Informar a Direcção Regional de Educação do Centro de que a Câmara Municipal
de Gouveia, não concorda com a decisão de aniquilação da estrutura de gestão e
administração escolar concelhia, quer pelo seu carácter intempestivo, quer pelas
dificuldades organizativas que virá a gerar, face ao âmbito e abrangência desta
nova unidade de gestão.”
- - - - 5.6) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE SECÇÃO AUTÓNOMA PARA AVALIAÇÃO DO PESSOAL NÃO DOCENTE VINCULADO A ESTE MUNICÍPIO E EM EXERCÍCIO DE FUNÇÕES NOS AGRUPAMENTOS DE ESCOLAS DO CONCELHO:- Considerando que: 1. A Portaria n.º 759/2009, de 16 de Julho, procedeu à adaptação do sistema
integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública,
aprovado pela Lei n.º 66-B/2007, de 28 de Dezembro, ao pessoal não docente
dos estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e
secundário;
2. Do n.º 1 do art.º 2.º daquela Portaria, resulta que o pessoal não docente que se
encontra vinculado às autarquias locais, e que presta serviços nos agrupamentos
de escolas, é avaliado pelo respectivo director, que (…);
3. O art.º 3.º da mesma Portaria, estabelece que:
2- No respeitante ao pessoal não docente, vinculado às autarquias locais, o
conselho de coordenação da avaliação é o do Município respectivo,
devendo integrar o director ou directores dos agrupamentos de escolas
(…).
3 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, a Câmara Municipal deve
deliberar a criação, no âmbito do respectivo conselho de coordenação da
avaliação, de uma secção autónoma para a avaliação do pessoal não
docente, nos termos do previsto no n.º 3 do art.º 58º da Lei n.º 66-B/2007,
de 28 de Dezembro.
4 – A secção autónoma é presidida pelo Presidente da Câmara, que pode
delegar essa competência num Vereador, devendo a mesma integrar os
directores dos agrupamentos de escolas (…).
4. O referido n.º 3 do art.º 58.º da Lei n.º 66-B/2007, estabelece que “(…) sem
38
prejuízo da existência do conselho coordenador da avaliação (…) para efeitos de
operacionalização do seu funcionamento, podem ser criadas secções autónomas
presididas pelo dirigente máximo do serviço, compostas por um número restrito
de dirigentes, exercendo as competências previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1
(…), daquele mesmo art.º 58.º.
5. O Decreto Regulamentar n.º 18/2009, de 4 de Setembro, procedeu à adaptação
aos serviços da administração autárquica do sistema integrado de avaliação do
desempenho na Administração Pública (SIADAP), aprovado pela Lei n.º 66-
B/2007, de 28 de Dezembro.
Deste modo, atentos aos n.ºs 3 e 4, ambos do art.º 3.º da Portaria n.º 759/2009,
de 16 de Julho e nos termos previstos no n.º 3 do art.º 58.º da Lei n.º 66-B/2007,
de 28 de Dezembro, delibera a Câmara, por unanimidade e em minuta de modo a
produzir efeitos imediatos, de acordo com o n.º 3 do artigo 92.º da Lei n.º 169/99,
de 18 de Setembro, com a redacção que lhe foi introduzida pela Lei n.º 5-A/2002,
de 11 de Janeiro, no âmbito do Conselho Coordenador deste Município, aprovar a
criação de uma secção autónoma, presidida pelo Senhor Presidente da Câmara,
que pode delegar essa competência num Vereador e integrando os Directores
dos Agrupamentos de Escolas de Gouveia e de Vila Nova de Tazem, para a
avaliação do pessoal não docente, vinculado a este Município e em exercício de
funções nos Agrupamentos de Escolas deste Concelho.
6. OBRAS - - - - 6.1 DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA RELATIVA AO CONCURSO PÚBLICO “DRENAGEM PÚBLICA E TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS DE RIBAMONDEGO”:- Deliberou a Câmara, por unanimidade e em
minuta de modo a produzir efeitos imediatos, de acordo com o n.º 3 do artigo 92.º
da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção que lhe foi introduzida pela
Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, proceder à aprovação do Relatório Final do
Concurso Público “Drenagem Pública e Tratamento de Águas Residuais de Ribamondego” e das respectivas propostas contidas no mesmo, bem como
aprovar a decisão de adjudicação ao concorrente IRMÃOS ALMEIDA CABRAL, pelo valor de 348.304,12 Euros (Trezentos e quarenta e oito mil e trezentos e
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quatro euros e doze cêntimos) sem IVA, nos termos do previsto nos n.º 3 e n.º 4
do art.º 148 do Código da Contratação Pública. O Senhor Vereador Luís Manuel Tadeu Marques, nomeado Presidente do Júri, de
acordo com a deliberação de Câmara de 28 de Dezembro de 2009, não participou
na presente votação, nos termos do n.º 6 do art.º 90.º da Lei n.º 169/99, de 18 de
Setembro, com a redacção que lhe foi introduzida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de
Janeiro. A cópia do referido Relatório Final encontra-se apensa à presente Acta e dela fica
a fazer parte integrante. - - - - 6.2) RECTIFICAÇÃO DAS CONFRONTAÇÕES:- De António Manuel
Andrade Sousa, contribuinte n.º 198996608, residente na Quinta do Carvalho,
Freguesia de Vinhó, Concelho de Gouveia, vem requerer a emissão de certidão
de rectificação das confrontações do prédio com a área de 12.066 m2 , sito no
lugar de “Mortórios”, limite da Freguesia de Vinhó, Concelho de Gouveia. – Deliberado, por unanimidade, emitir parecer favorável de acordo com a informação dos Serviços Técnicos. - - - - 6.3) INFORMAÇÃO SOBRE OS PROJECTOS APRECIADOS NA SEMANA DE 2010/05/21 a 2010/06/08: ARQUITECTURA:- De Carla Susana Damásio dos Santos Mendonça, de Nabais,
para Reconstrução e Alteração de Habitação; De Jorge Filipe Damásio dos
Santos, de Nabais, para Reconstrução e Alteração de Habitação; De José
Fernando Prata Ferreira Dias, de São Pedro, para Reconstrução e Ampliação de
Habitação; De José Luís Ramos Gonçalves, de Arcozelo da Serra, para
Construção de uma Moradia Unifamiliar; De José Maria Lázaro, de Ribamondego,
para Reconstrução e Ampliação de Moradia; De Marco André Cardoso Marques,
de Folgosinho, para Reconstrução e Alteração de Habitação.- Deferidos de acordo com a informação dos Serviços Técnicos. ESPECIALIDADES:- De Alberto Antunes Brízido, de São Paio, para Substituição
de Cobertura de Edifício; De André Pereira de Castro Toscano Pessoa, de Vila
Nova de Tazem, para Alteração e Ampliação de Habitação; De José Maria
Patusco Caetano, de Figueiró da Serra, para Construção de Moradia; De Otília
40
Mara Mitra Borrego Dias, de Nabais, para Construção de Garagem; De Pelos
Caminhos da Montanha Lda., de São Pedro, para Reconstrução de edifício
destinado a Turismo Rural. - Deferidos de acordo com a informação dos Serviços Técnicos.
7. RESUMO DIÁRIO DA TESOURARIA - - - - Foi presente o Resumo Diário da Tesouraria número 110, referente ao dia
onze de Junho, pelo qual se verifica a existência dos seguintes saldos: Em Operações Orçamentais – Setecentos e três mil, duzentos e oitenta e sete euros
e oitenta e seis cêntimos (€703.287,86); Em Documentos – Sessenta e seis mil,
trezentos e três euros e sessenta e nove cêntimos (€66.303,69). - - - - Nos termos da legislação em vigor, ratificou a Câmara a realização de
despesas a que se referem as requisições números 532 a 596, bem como os
pagamentos no montante de novecentos e nove mil, oitocentos e oitenta e nove
euros e treze cêntimos (€909.889,13) a que se referem as Ordens de Pagamento
números, 1193, 1277, 1466, 1482, 1505, 1510, 1511, 1513 a 1531, 1533 a 1539,
1541 a 1543, 1545 a 1557, 1560 a 1568, 1570 a 1590,1593 a 1628, 1630 a 1672,
1674 a 1703, 1704/1 a 1704/7, 1705/1 a 1705/5, 1706/1 a 1706/7, 1707/1 a
1707/4, 1708/1 a 1708/6, 1709/1, 1709/2, 1710/1, 1710/2, 1711/1 a 1711/9,
1712/1 a 1712/6, 1713/1 a 1713/4, 1714/1 a 1714/6, 1715/1 a 1715/6, 1716/1 a
1716/3, 1717/1 a 1717/2, 1718/1 a 1718/3, 1719/1, 1719/2, 1720 a 1723, 1725 a
1752, 1754, 1755, 1757, 1758, 1760 a 1779, 1781, 1782, 1790 a 1791, 1794,
1799 a 1814, 1816 a 1820, 1822 a 1841, 1843 a 1857, 1859 a 1879, 1881 a 1881
a 1902, 1910 a 1913 e 1915.
- - - - E não havendo mais assunto a tratar, pelo Senhor Presidente foi declarada
encerrada a reunião, pelas dezassete horas, da qual para constar se lavrou a
presente acta, nos termos do n.º 1 do Art.º 92.º, da Lei n.º 5-A/2002, de 11 de
Janeiro, a qual será submetida à aprovação do Órgão Executivo, nos termos do
n.º 2 do mesmo artigo.
A Chefe de Divisão