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MUNICIPIO DE CÂMARA DE LOBOS ASSEMBLEIA MUNICIPAL Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11 ---------------------------- ACTA NÚMERO 01/2011 --------------------------- Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Câmara de Lobos, realizada em dez de Fevereiro de dois mil e onze.---------- Ao décimo dia do mês de Fevereiro do ano de dois mil e onze, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, reuniu a Assembleia Municipal de Câmara de Lobos, a fim de se realizar a primeira sessão ordinária do ano de dois mil e onze, estando presentes os seguintes membros municipais: ------------------------------ Rui Agostinho Gouveia Fernandes -------------------------------------- PSD Pedro Emanuel Abreu Coelho -------------------------------------------- PSD Ana Mafalda Figueira da Costa ------------------------------------------- PSD José Carlos Gaspar ---------------------------------------------------------- PSD Sancho Raimundo Gomes Freitas --------------------------------------- PSD Isabel Cristina Vieira Gonçalves Camacho ---------------------------- PSD Alejandro Marcelino Gonçalves Gonçalves ---------------------------- PSD Orlando Evaristo Silva Pereira ------------------------------------------- PSD Joana Sofia Abreu Ramos ------------------------------------------------ PSD Agostinho José Mendes Jesus Freitas ---------------------------------- PSD José Sérgio Fernandes Oliveira ------------------------------------------ PSD Amândio Unibaldo Figueira da Silva -------------------------------------- PS Maria Celina de Freitas ------------------------------------------------------- PS João Evangelista Pereira da Silva---------------------------------------- MPT Francisco José Oliveira dos Santos ------------------------------------- MPT Judite Gomes dos Santos -------------------------------------------------- MPT Leonardo Simplício de Sousa Abreu ------------------------------- CDS/PP 11 001 Livro Folhas

ACTA NÚMERO 01/2011 ------------------------- fileAssembleia Municipal a minuta da acta da Sessão Ordinária ... toda a documentação recebida, ... Voto de Protesto sobre a não

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

---------------------------- ACTA NÚMERO 01/2011 ---------------------------

Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Câmara de

Lobos, realizada em dez de Fevereiro de dois mil e onze. ----------

Ao décimo dia do mês de Fevereiro do ano de dois mil e onze, no

Salão Nobre da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, reuniu a

Assembleia Municipal de Câmara de Lobos, a fim de se realizar a

primeira sessão ordinária do ano de dois mil e onze, estando

presentes os seguintes membros municipais: ------------------------------

Rui Agostinho Gouveia Fernandes -------------------------------------- PSD

Pedro Emanuel Abreu Coelho -------------------------------------------- PSD

Ana Mafalda Figueira da Costa ------------------------------------------- PSD

José Carlos Gaspar ---------------------------------------------------------- PSD

Sancho Raimundo Gomes Freitas --------------------------------------- PSD

Isabel Cristina Vieira Gonçalves Camacho ---------------------------- PSD

Alejandro Marcelino Gonçalves Gonçalves ---------------------------- PSD

Orlando Evaristo Silva Pereira ------------------------------------------- PSD

Joana Sofia Abreu Ramos ------------------------------------------------ PSD

Agostinho José Mendes Jesus Freitas ---------------------------------- PSD

José Sérgio Fernandes Oliveira ------------------------------------------ PSD

Amândio Unibaldo Figueira da Silva -------------------------------------- PS

Maria Celina de Freitas ------------------------------------------------------- PS

João Evangelista Pereira da Silva ---------------------------------------- MPT

Francisco José Oliveira dos Santos ------------------------------------- MPT

Judite Gomes dos Santos -------------------------------------------------- MPT

Leonardo Simplício de Sousa Abreu ------------------------------- CDS/PP

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João Odorico Soares de Sousa -------------------------------------- CDS/PP

Joel Filipe de Almeida França Viana ------------------------------------ PND

Alexandre do Carmo da Luz Fernandes ------------------------- PCP/PEV

Manuel Higino Sousa Teles, Presidente da Junta de Freguesia de

Câmara de Lobos -------------------------------------------------------------------

José Adelino Gonçalves, Presidente da Junta de Freguesia do

Estreito de Câmara de Lobos --------------------------------------------------

Adelino Norberto Sá Santos, Presidente da Junta de Freguesia do

Curral das Freiras ------------------------------------------------------------------

Paulo Leonel Faria Pereira, em representação do Senhor Manuel de

Jesus Gonçalves, Presidente da Junta de Freguesia do Jardim da

Serra. ----------------------------------------------------------------------------------

Maria Gonçalves da Cruz, em representação do Senhor Manuel

Pedro Pinto, Presidente da Junta de Freguesia da Quinta Grande --

Ausências: --------------------------------------------------------------------------

Verificou-se não estar presente a Senhora Maria do Carmo Teixeira

de Jesus, PS, considerando-se justificada a sua falta. -------------------

Verificada a existência de quórum, o Senhor Presidente da

Assembleia declarou aberta a sessão, pelas nove horas. ---------------

---------------- PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA ---------------

ACTA DA SESSÃO ANTERIOR -----------------------------------------------

Tendo sido previamente distribuída por todos os membros da

Assembleia Municipal a minuta da acta da Sessão Ordinária

realizada no dia quinze de Dezembro do ano de dois mil e dez,

dispensou-se a sua leitura, tendo sido aprovado por maioria, com

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duas abstenções do PSD, por não terem estado presentes nessa

sessão. --------------------------------------------------------------------------------

EXPEDIENTE -----------------------------------------------------------------------

A Mesa da Assembleia deu conhecimento a todos os membros, de

toda a documentação recebida, disponibilizando-a para consulta. ----

O Senhor Presidente da Assembleia usou da palavra informando

que a Câmara deu conhecimento de um Relatório de Auditoria

emitido pelo Tribunal de Contas referente à Avaliação do grau de

aplicação do POCAL na Região Autónoma da Madeira em 2009,

que será oportunamente remetido aos membros da Assembleia,

de forma a dar cumprimento ao disposto na legislação. --------------

DELIBERAÇÕES SOBRE: ------------------------------------------------------

Voto de Protesto sobre a não entrega do IRS devido ao

Município de Câmara de Lobos, por parte do Governo Socialista

da República, apresentado pelo PSD. -------------------------------------

O Senhor Pedro Emanuel Abreu Coelho, PSD, usou da palavra

afirmando que o voto foi apresentado no sentido de protestar pela

não transferência, por parte do Governo da República, da

comparticipação de cinco por cento a que o município tem direito,

contrariando o disposto na Lei das Finanças Locais e na Lei dos

Orçamentos de Estado dos anos de 2009, 2010 e 2011. Por outro

lado, essa verba continua a ser transferida para os municípios do

continente português, o que revela discriminação para com os

municípios insulares, facto que devia unir todos os partidos na

aprovação do voto de protesto em discussão. ------------------------------

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Livro Folhas

O Senhor Amândio Unibaldo Figueira da Silva, PS, usou da palavra

afirmando que a proposta apresentada tinha o seu mérito, uma vez

que se trata do incumprimento de compromisso do Governo da

República perante os municípios da Região Autónoma da Madeira.

No entanto, considerou a proposta infundada, atendendo que devia

contemplar todas as situações que derivam de incumprimento

perante o município, nomeadamente os valores em dívida por parte

do Governo Regional. Recomendou que o voto em discussão fosse

unificado ao voto de protesto apresentado pelo CDS-PP, relativo ao

incumprimento dos contratos-programa assumidos com o Município

de Câmara de Lobos, por parte do Governo Regional, que será

posteriormente discutido, uma vez que, e em seu entendimento,

tinham a mesma vertente, mas conteúdos separados, sendo apenas

nesta condição, a bancada do PS votaria a favor do voto em análise.

O Senhor João Odorico Soares de Sousa, CDS-PP, usou da palavra

afirmando que votaria a favor, no pressuposto da bancada do PSD

aprovar também o voto de protesto apresentado pelo seu partido. ---

O Senhor Joel Filipe de Almeida França Viana, PND, usou da

palavra referindo que o Senhor Presidente da Câmara, a propósito

dos atrasos dos contratos-programa com Governo Regional, afirmou

compreender que a Região enfrenta dificuldades, mostrando-se

ciente que as dificuldades causadas pelo Governo não eram por

vontade do executivo regional, pelo que questionou se iria manter a

postura para com o Governo da República face a não entrega do

IRS devido ao Município, uma vez que assim como a Região, o país

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enfrenta dificuldades, não sendo estas causadas por vontade do

executivo da República. -----------------------------------------------------------

O Senhor Presidente da Assembleia usou da palavra esclarecendo

que o Senhor Presidente da Câmara não era interlocutor directo,

pelo que a questão do Senhor Joel Filipe de Almeida França Viana

poderia, se assim o entendesse, ser colocada ao proponente do

voto em causa, relembrando que a matéria em discussão era o voto

de protesto relativo ao IRS e não aos contratos-programa. -------------

O Senhor Francisco José Oliveira dos Santos, MPT, usou da

palavra afirmando que atendendo que a transferência de verbas do

IRS para os municípios não estava a ser cumprida pelo Governo da

República, votaria a favor do voto de protesto. Afirmou ainda que o

cumprimento de transferência de verbas deveria ser também exigido

ao Governo Regional, no que diz respeito às verbas relativas aos

contratos-programa. ---------------------------------------------------------------

O Senhor Alexandre do Carmo da Luz Fernandes, PCP-PEV, usou

da palavra concordando com o voto de protesto em discussão, na

medida em que o Município de Câmara de Lobos, à semelhança de

outros municípios, encontra-se com graves dificuldades de

tesouraria, tendo outras autarquias, e por este mesmo motivo,

interposto uma acção judicial, a fim da situação ser regularizada,

pelo que votaria favoravelmente. -----------------------------------------------

Após análise e discussão foi tomada a deliberação do teor seguinte:

“Aprovado por maioria com os votos favoráveis do PSD, CDS, PCP

e MPT e a abstenção do PS e do PND.”. ------------------------------------

11 003

Livro Folhas

Sobre este ponto foi apresentado, verbalmente, uma declaração de

voto pelo Senhor Amândio Unibaldo Figueira da Silva, PS. -------------

Voto de Protesto sobre o incumprimento dos Contratos-

programa assumidos com o Município de Câmara de Lobos por

parte do Governo Regional, apresentado pelo CDS-PP -------------

O Senhor João Odorico Soares de Sousa, CDS-PP, usou da palavra

afirmando que da mesma forma que se reivindica ao Governo da

República a transferência de verbas relativas ao IRS, deveria ser

igualmente exigido ao Governo Regional a transferência das verbas

relativas aos contratos-programa, para que assim a autarquia possa

colocar em prática o plano de obras definido para o concelho. --------

O Senhor Alejandro Marcelino Gonçalves Gonçalves, PSD, usou da

palavra afirmando que no período de 2004 e 2010, o Governo

Regional transferiu para a autarquia vinte e sete virgula oito milhões,

sendo que vinte e sete vírgula dois milhões correspondem a

contratos-programa, ou seja, apenas zero vírgula seis por cento

provêem do Governo Central. Acrescentou ainda que no ano de

2010 constavam cinco milhões e quatrocentos e setenta mil euros,

no entanto, e após a intervenção do Senhor Presidente da Câmara,

parte deste montante foi já regularizado, sendo que provavelmente

até Junho do ano em curso, a dívida estaria totalmente liquidada,

pelo que o voto de protesto não fazia sentido. Sugeriu que o voto de

protesto fosse dirigido ao Senhor Primeiro-ministro e ao Senhor

Ministro de Estado e das Finanças, e não às entidades expressas

no voto, na medida em foram os responsáveis pela implementação,

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desde 2008, da nova Lei da Finanças Regionais e das autarquias,

que privam o Governo Regional das receitas anteriormente

consagradas na mesma. Referiu que a parceria estabelecida entre o

Governo Regional e as autarquias, através dos contratos-programa

apenas se verifica na Região, não existindo qualquer modelo

comparativo no país. Proferiu que os sucessivos planos de

estabilidade e crescimento, implementados pelo Governo da

República, tiveram repercussões no orçamento da RAM, limitando o

Governo Regional na sua actuação, quer directamente na economia

regional, quer indirectamente através das Câmaras Municipais, que

no caso de Câmara de Lobos, foram nefastas, agravando as

dificuldades de tesouraria. Por fim, relembrou que o ano de 2010 foi

um ano atípico, devido às intempéries de 20 de Fevereiro e aos

incêndios no mês de Agosto, que provocaram graves prejuízos, quer

materiais quer humanos, obrigando a tomada de decisões rápidas e

ao desvio de verbas para acorrer a todas as obras urgentes e

inadiáveis, a fim de que permitir às populações o regresso à

normalidade. Conclui que pelas razões expostas, o grupo municipal

do PSD não se revia no voto de protesto apresentado,

principalmente pelo facto deste revelar por parte do grupo municipal

que a apresentou, e por quem o votar favoravelmente, uma falta de

solidariedade, não para com o Governo Regional da Madeira, mas

para com todas as pessoas que beneficiaram dos desvios das

verbas destinadas às autarquias locais para recuperar os danos

provocados pelos incidentes anómalos ocorridos no ano de 2010. ---

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Livro Folhas

O Senhor Amândio Unibaldo Figueira da Silva, PS, usou da palavra,

afirmando que a intervenção antecedente foi de uma gravidade ou

falta de visão sobre a actual situação do país e da Região. Referiu

que aquando das últimas eleições regionais, o Presidente do

Governo Regional afirmou que o programa de governo seria

cumprido, no entanto existem várias situações de incumprimento,

nomeadamente o porto de pesca e os constrangimentos financeiros

perante o município. Posteriormente, e após revisão da Lei das

Finanças Regionais, afirmou também que apesar do corte nas

verbas, as obras seriam concretizadas, pelo que o problema não

advém do Governo da República. Questionou e exigiu justificações

sobre o real valor da verba que o Governo Regional possui em

incumprimento perante o Município, atendendo à divergência dos

valores focados pelo CDS-PP e PSD. Por último, referiu que o voto

em discussão tinha valor, tendo anteriormente solicitado a junção

dos dois votos de protesto, uma vez que se trata de dois

incumpridores, o Governo da República e o Governo Regional, o

que não foi aceite. ------------------------------------------------------------------

O Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Câmara de Lobos,

usou da palavra referindo que ao contrário das afirmações do

Senhor Amândio Silva, era lógica a separação dos dois votos de

protesto, na medida em que uma fazia referência a compromissos

com o Governo da República, e a outra a compromissos com o

Governo Regional. Manifestou despreocupação face aos

incumprimentos do Governo Regional, uma vez que ao contrário do

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Governo da República, existe entendimento entre estas duas

entidades, referindo que nem um órgão soberano como a Assembleia

da República se consegue impor perante os incumprimentos do

governo central, mais precisamente na questão do IRS. ------------------

Após análise e discussão foi tomada a deliberação do teor seguinte:

“Reprovada com votos contra do PSD e a favor do PS, PCP, CDS-

PP, MPT e PND.”. ------------------------------------------------------------------

Sobre este ponto foi apresentado, verbalmente, uma declaração de

voto pelo Senhor João Odorico Soares de Sousa, CDS-PP. -----------

Voto de congratulação sobre o cumprimento do Programa de

Governo 2007-2011, com a decisão de concretização do Centro

de Saúde e Lar de Idosos na Freguesia de Câmara de Lobos,

apresentado pelo PSD. ----------------------------------------------------------

O Senhor Pedro Emanuel Abreu Coelho, PSD, usou da palavra

afirmando que a construção do Lar de Idosos e do Centro de Saúde

de Câmara de Lobos, constava no manifesto eleitoral apresentado

pelo PPD/PSD às eleições regionais de 2004/2008, sendo que após

a interrupção do mandato do Governo Regional, voltou a constar no

programa de governo 2007-2011, cuja concretização foi aprovada e

anunciada com a publicação das resoluções de conselho de

governo e portarias de regulamentação. Conclui que se trata um

edifício público importante e com carácter social enorme, pelo que

foi apresentado o voto de congratulação. ------------------------------------

O Senhor Amândio Unibaldo Figueira da Silva, PS, usou da palavra

afirmando que as obras de construção do Centro de Saúde, Lar de

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Livro Folhas

idosos, o edifício da Junta de Freguesia de Câmara de Lobos, o

pavilhão gimnodesportivo do Estreito, e outras obras previstas para

o concelho, têm vindo a transitar nos sucessivos programas de

governo, nunca sendo concretizadas. Mencionou que o negócio da

concretização da obra agora anunciada, Centro de Saúde, Lar de

idosos, não foi muito claro, uma vez que se perspectivava que o

edifício não adviesse de uma situação em estava tipificado para

uma outra actividade, devendo agora ser adaptado para este efeito.

Referiu que existem dúvidas quanto à viabilidade do edifício,

nomeadamente a mobilidade no acesso a pessoas com

necessidades especiais, no entanto foi a opção tomada pelo

Governo Regional, pelo que deverá ser viável a adaptação do

edifício. Concluiu que dada a importância destes equipamentos para

o município fazia todo o sentido a apresentação do voto de

congratulação, não obstante se tratar essencialmente do

favorecimento de um empresário. ----------------------------------------------

O Senhor João Odorico Soares de Sousa, CDS-PP, usou da palavra

afirmando que após a indefinição do Governo Regional sobre o local

onde seria construído o Centro de Saúde e Lar de Idosos, a opção

recaiu para a aquisição e adaptação de um edifício que inicialmente

estava projectado para a instalação de comércio e serviços.

Acrescentou ainda que o seu partido não estava contra a construção

dos equipamentos, mas contra o valor exorbitante da aquisição e

adaptação do edifício, uma vez que existiam outras prioridades no

concelho que foram preteridas. -------------------------------------------------

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

O Senhor Pedro Emanuel Abreu Coelho, PSD, usou da palavra,

afirmando que estavam a ser discutidas questões que não

constavam do teor do voto de congratulação, em que o mais

importante era a concretização de uma obra importante para o

concelho e a verificação do cumprimento do programa de

governo. --------------------------------------------------------------------------

O Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Câmara de Lobos,

usou da palavra afirmando que a publicação de uma portaria ou

resolução de governo anunciando a construção de uma de obra

importante e fundamental para o concelho, era claramente um dos

motivos de congratulação, independentemente da localização do

equipamento e condições de aquisição. Relativamente ao alegado

favorecimento do empresário referiu que o processo foi submetido

a parecer do Tribunal de Contas, não tendo esta entidade

colocado objecções ao mesmo. Considerou que o mais importante

era garantir melhores condições aos utentes, uma vez que as

condições do actual centro de saúde não eram minimamente

satisfatórias. ---------------------------------------------------------------------

O Senhor Alexandre do Carmo da Luz Fernandes, PCP-PEV, usou

da palavra afirmando que a medida apenas peca por tardia, tendo o

seu partido se debatido imenso pela construção do Centro de Saúde

e Lar de Idosos, a fim de proporcionar melhores condições para os

utentes. Afirmou que para não se comprometer com o manifesto

eleitoral do PSD, teria apenas em consideração o teor do voto, e

sendo esta construção um anseio da população, votaria a favor. -----

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Livro Folhas

Após análise e discussão foi tomada a deliberação do teor seguinte:

“Aprovado por maioria, com os votos favoráveis do PSD, PS, MPT,

PCP e PND e o voto contra do CDS-PP.”. -----------------------------------

Sobre este ponto foram apresentados, verbalmente, declarações de

voto pelo Senhores João Odorico Soares de Sousa, CDS-PP, Amândio

Unibaldo Figueira da Silva, PS, e Pedro Emanuel Abreu Coelho, PSD. --

Sobre a votação acima referida, o Grupo Parlamentar do PS

apresentou, por escrito, uma declaração de voto, que fica, por

original, arquivado em pasta própria. -------------------------------------

O Senhor Pedro Emanuel Abreu Coelho, PSD, apresentou,

verbalmente, um requerimento à Mesa da Assembleia, solicitando

que o Voto de Protesto sobre a não entrega do IRS devido ao

Município de Câmara de Lobos, por parte do Governo Socialista da

República, e o Voto de Congratulação sobre o cumprimento do

Programa de Governo 2007-2011, com a decisão de concretização

do Centro de Saúde e Lar de Idosos na Freguesia de Câmara de

Lobos, fossem aprovados em minuta. ----------------------------------------

O Senhor Presidente da Assembleia, usou da palavra, afirmando

que embora a proposta de aprovação em minuta tenha sido

apresentada verbalmente, a mesa iria submeter à votação

simultânea, tendo sido aprovada por unanimidade. -----------------------

INTERVENÇÃO DOS ELEITOS: -----------------------------------------------

O Senhor Amândio Unibaldo Figueira da Silva, PS, usou da palavra,

solicitando esclarecimentos do Senhor Presidente da Câmara sobre

os seguintes assuntos: ------------------------------------------------------------

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

Ponto de situação do afunilamento da rede de esgotos existente na

zona do Lagar da Giesta, em que não existe escoamento de águas,

sendo que até à data não foram tomadas medidas. ----------------------

A alegada existência de um projecto para a zona envolvente ao

Cabo Girão, bem como os fundamentos para a rejeição do

mesmo ---------------------------------------------------------------------------

Possibilidade de apoio de material para a cobertura de poços,

referindo uma situação em que o munícipe solicitou ajuda à Câmara,

e até à data não obteve resposta. ----------------------------------------------

A intenção, ou não, do Senhor Presidente apresentar o contraditório,

no que concerne à responsabilidade sancionatória na edificação da

biblioteca municipal, em que o Tribunal de Contas imputou

responsabilidades apenas ao próprio. ----------------------------------------

O Senhor Alexandre do Carmo da Luz Fernandes, PCP-PEV, usou

da palavra solicitando esclarecimentos do Senhor Presidente da

Câmara sobre os seguintes assuntos: -------------------------------------------

A construção do porto de pesca em Câmara de Lobos. -----------------

Possibilidade de apoio a uma família de fracos recursos financeiros,

residente no Sítio da Capela, Freguesia do Curral das Freiras, que

recentemente foi vítima de um incêndio na sua residência. -------------

Alerta para a construção de uma moradia no Caminho da Fonte,

Freguesia do Jardim da Serra, em que estão a ser desrespeitados

os respectivos afastamentos. ----------------------------------------------------

Recolha, por parte de munícipes, de monstros e sucatas que se

encontram abandonados na via pública, em que após a remoção

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Livro Folhas

dos metais procedem à queimada de borrachas e outros tipos de

resíduos. ------------------------------------------------------------------------------

O Senhor Francisco José Oliveira dos Santos, MPT, usou da

palavra solicitando esclarecimentos do Senhor Presidente da

Câmara sobre os seguintes assuntos: -------------------------------------------

A inexistência de passadeiras, mais precisamente junto ao Centro de

Saúde do Estreito de Câmara de Lobos, e Mercado Municipal de

Câmara de Lobos. ---------------------------------------------------------------------

A colocação de abrigos nas paragens, mais concretamente as

existentes na zona da Ponte dos Frades e nas proximidades da

entrada para o Parque dos Socorridos. ---------------------------------------

A falta de escoamento do ribeiro existente na zona do Lagar da

Giesta, tornando a estrada intransitável a pessoas e veículos. --------

O atraso da conclusão das obras no Caminho da Bela Vista. ----------

O ponto de situação da atribuição de apoios no âmbito da Lei de Meios.

O Senhor Leonardo Simplício de Sousa Abreu, CDS-PP, usou da

palavra solicitando esclarecimentos do Senhor Presidente da

Câmara sobre os seguintes assuntos: -------------------------------------------

A inexistência de iluminação pública em parte da Rua Padre Manuel

Carlos da Silva, Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos. ----------

A reparação do muro e desabamento de estrada numa parte da Rua

António Procoro Macedo Júnior, em consequência do 20 de

Fevereiro de 2010. -----------------------------------------------------------------

A necessidade de colocação de ecopontos no Ribeiro Real,

Freguesia de Câmara de Lobos. -----------------------------------------------

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

O Senhor João Odorico Soares de Sousa, CDS-PP, usou da palavra

solicitando esclarecimentos do Senhor Presidente da Câmara sobre

o anúncio da construção do porto de pesca na Baía de Câmara de

Lobos. -------------------------------------------------------------------------------------

O Senhor Presidente da Câmara Municipal usou da palavra para

prestar os seguintes esclarecimentos: ----------------------------------------

Quanto às questões apresentadas pelo Senhor Amândio Unibaldo

Figueira da Silva, PS, informou que: ------------------------------------------

Em relação à rede de esgotos existente na Travessa da Alfigueira,

informou que os serviços municipais procederam a uma intervenção

no local, mas atendendo a que a mesma subsiste, irá ser

novamente verificada. -------------------------------------------------------------

Sobre a alegada existência de um projecto para a zona envolvente

ao Cabo Girão, bem como os fundamentos para a rejeição do

mesmo, informou que existe um processo de reabilitação daquele

espaço, que se encontra a ser promovido pela Secretaria Regional

do Equipamento Social. Trata-se de uma zona protegida em termos

de PDM, que condiciona qualquer promoção de empreendimentos,

sendo excepção a obra em curso, atendendo ser de interesse

público. Referiu a existência de várias manifestações e iniciativas

para construção de empreendimentos na zona, no entanto foram

recusadas, visto ser inviável qualquer edificação. Quanto à notícia

publicada recentemente num jornal, esclareceu que o empresário

em causa pretendia inicialmente a construção de um armazém,

tendo posteriormente apresentado um projecto em que incluía uma

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Livro Folhas

residencial, processos estes que desconhece, por serem anteriores

aos seus mandatos. Acrescentou que posteriormente e num

contacto directo estabelecido com o mesmo empresário, este

informou que pretendia uma edificação para venda de artesanato,

no entanto nunca concretizou o projecto. Por último, informou que

o dito empresário remeteu uma proposta à Presidência do

Governo Regional, com conhecimento à Câmara, em que

proponha a exploração do Cabo Girão por um período de 70

anos, considerando esta proposta inconcebível, uma vez que

seria sempre necessário a abertura de concurso público para uma

concessão privada do espaço, que possibilitasse a edificação de

um empreendimento, que estaria sujeito a regras e com projectos

devidamente aprovados. ------------------------------------------------------

Relativamente à possibilidade de apoio em material para a cobertura

de poços, informou que compete à Secretaria Regional dos

Recursos Naturais a disponibilização de apoios às pessoas com

fracos recursos financeiros, mediante a apresentação do

comprovativo de insuficiência económica. No entanto, e em algumas

situações, a autarquia tem vido a disponibilizar algum material para

esse efeito. Quanto à situação em concreto, afirmou que devia ser

identificada, a fim de ser verificada a existência de processo na

autarquia e se proceder à respectiva análise técnica e decisão. ------

Quanto à intenção, ou não, do Senhor Presidente apresentar o

contraditório, no que concerne à responsabilidade sancionatória na

edificação da biblioteca municipal, esclareceu que era uma situação

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

que persistia do Tribunal de Contas, e que recorrerá até à última

instância, uma vez que não foram cometidas quaisquer ilegalidades.

Quanto às questões apresentadas pelo Senhor Alexandre do Carmo

da Luz Fernandes, PCP-PEV, informou que: -------------------------------

Sobre a construção do porto de pesca em Câmara de Lobos, e

atendendo que o assunto foi abordado por alguns dos

intervenientes, informou que em reunião mantida na Presidência do

Governo Regional ficou assente que seria a Secretaria Regional do

Equipamento Social a enquadrar uma solução que passará pela

adaptação da Baía de Câmara de Lobos. Face a esta opção,

solicitou que fosse tido em atenção o enquadramento paisagístico e

a preservação natural da baía, tendo o Senhor Presidente do

Governo Regional recomendado a inclusão de técnicos paisagistas

na elaboração do projecto. -------------------------------------------------------

Em relação à possibilidade de apoio a uma família de fracos recursos

financeiros, residente no Sítio da Capela, Freguesia do Curral das

Freiras, que foi vítima de um incêndio na sua residência, afirmou que

desconhece a situação, no entanto, sempre que é dado conhecimento

de situações de cariz social, são mobilizados os meios e apoios

possíveis, quer através dos serviços de intervenção social da

autarquia, quer da Associação de Desenvolvimento Comunitário. -------

No que concerne à recolha, por parte de munícipes, de monstros e

sucatas, informou que desconhece a situação referida, acrescentando

que sempre que é constatada a realização de qualquer queimada, a

autarquia intervém com a colaboração da Polícia de Segurança Pública.

11 009

Livro Folhas

Quanto ao desrespeito dos afastamentos na construção de uma

moradia no Caminho da Fonte, Freguesia do Jardim da Serra,

afirmou ser necessário identificar a situação em causa, a fim de os

serviços municipais procederem à respectiva fiscalização. -------------

Quanto às questões apresentadas pelo Senhor Francisco José

Oliveira dos Santos, MPT, informou que: ------------------------------------

Em relação à inexistência de passadeiras, informou que junto ao

Mercado Municipal de Câmara de Lobos já se encontra uma

assinalada. Quanto à passadeira junto ao Centro de Saúde do

Estreito de Câmara de Lobos, informou que está prevista uma

intervenção no trânsito junto à escola, pelo que, e caso seja

pertinente, a mesma será concretizada. --------------------------------------

Sobre a colocação de abrigos nas paragens, mais concretamente as

existentes na zona da Ponte dos Frades e nas proximidades da

entrada para o Parque dos Socorridos, informou que a autarquia

efectuou uma inventariação, tendo procedido à cobertura de

algumas paragens, no entanto, e atendendo que implica

disponibilidade orçamental, as demais serão concretizadas

gradualmente. -----------------------------------------------------------------------

Relativamente à falta de escoamento do ribeiro existente na zona do

Lagar da Giesta, tornando a estrada intransitável a pessoas e

veículos, os serviços irão averiguar a situação. ----------------------------

Em relação ao atraso da conclusão das obras no Caminho da Bela

Vista, informou que estas já foram concluídas, não tendo se

verificado qualquer atraso. -------------------------------------------------------

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

Quanto às questões apresentadas pelo Senhor Leonardo

Simplício de Sousa Abreu, CDS-PP, afirmou que: -------------------

Relativamente à inexistência de iluminação pública em parte

da Rua Padre Manuel Carlos da Silva, Freguesia do Estreito

de Câmara de Lobos, informou que a mesma poderá ser

viável, no entanto, aguarda disponibilidade financeira da

autarquia. ---------------------------------------------------------------------

Em relação à reparação de um muro e desabamento de uma

parte da Rua António Procoro Macedo Júnior, ocorrido em 20

de Fevereiro de 2010, informou que devido à construção da via

rápida para o Estreito de Câmara de Lobos, era natural a

degradação da referida rua, pelo que só após a conclusão

daquela obra se procederia a uma requalificação, com a criação

de passeios, docas e renovação de infra-estruturas. ----------------

Sobre a necessidade de colocação de ecopontos no Ribeiro

Real, Freguesia de Câmara de Lobos, os serviços municipais

irão analisar a situação em causa. ---------------------------------------

------------------------------ ORDEM DO DIA -------------------------------

Iniciou-se a apreciação dos assuntos constantes da ordem do

dia e pela sequência aprovada. ------------------------------------------

Ponto 1 – Apreciação da informação escrita do Presidente

da Câmara sobre a actividade municipal, bem como da

situação financeira do município, nos termos da alínea e),

n.º 1, do artigo n.º 53, da Lei 169/99, de 18 de Setembro,

com as respectivas alterações. -----------------------------------------

11 010

Livro Folhas

Procedeu-se à apreciação da informação supra referida, não tendo

sido apresentadas quaisquer considerações. ------------------------------

Ponto 2 – Proposta, referência GPR-PR-001-2011, de 18 de Janeiro,

sobre o sistema multimunicipal de distribuição de água e de

saneamento básico da Região Autónoma da Madeira e ao sistema

multimunicipal de recolha de resíduos da Região Autónoma da

Madeira. ---------------------------------------------------------------------------------------

O Senhor Presidente da Câmara usou da palavra afirmando que se

trata de um processo de regularização e organização dos sectores

da água, resíduos e saneamento, que se iniciou nos anos oitenta,

com a definição de um plano estratégico em termos de construção

de estações de destino final, como a Estação da Meia Serra,

estações de transferência em diferentes municípios, bem como a

criação de infra-estruturas e aquisição de equipamentos. Foi o plano

estratégico que a região adoptou na altura e que culminaria com o

sistema multimunicipal integrado a nível da região. Referiu que face

às questões legais que tinham de ser ultrapassadas, ficou definido

no último programa de governo que seria a Secretaria Regional dos

Recursos Naturais a liderar o processo de criação deste sistema

multimunicipal. O enquadramento legal da criação deste sistema foi

publicado através do decreto legislativo regional, tendo também sido

criada a empresa, no caso a ARM – Águas e Resíduos da Madeira,

S.A., que irá gerir para além das águas em alta, a distribuição

domiciliária, as águas agrícolas, a recolha de lixos em baixa, o

destino final, os sistemas de saneamento básico e as estações de

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

tratamento de saneamento. Acrescentou ainda que o contrato de

concessão da empresa mereceu parecer favorável do Tribunal de

Contas. Informou que aquando da implementação do sistema

multimunicipal, haverá uma fase de transição num período de três

meses, em que a autarquia acompanhará a nova estrutura

municipal. Referiu que no mandato anterior foi efectuado um

levantamento das necessidades das áreas abrangidas, tendo-se

constatado que as redes de águas, e saneamento, encontravam-se

obsoletas, prevendo-se investimentos na ordem dos trinta milhões

de euros. Perante este valor, foi apresentada pela Câmara uma

candidatura a fundos comunitários, que possibilitavam a

concretização de projectos que consistiam no aumento da

capacidade de sotocagem, na renovação das redes de distribuição,

a estruturação da rede de saneamento do concelho, em especial na

Freguesias do Curral das Freiras, Jardim da Serra e Quinta Grande.

Face a incapacidade financeira do município para o investimento

necessário, a solução encontrada foi a adesão ao sistema

multimunicipal. Referiu que apesar de serem competências

municipais que passarão para aquela estrutura, o mais importante

era a qualidade de serviço público prestado à população, que será

devidamente assegurado pela nova empresa. Por outro lado, a Lei

das Finanças Locais, bem como directivas europeias determinam

que os sectores de água, resíduos e saneamento, devem ser auto-

sustentáveis, no entanto, e no caso de Câmara de Lobos, não se

consegue rentabilizar estes sectores, na medida em que as receitas

11 011

Livro Folhas

geradas, apesar das actualizações de taxas nos últimos anos, não

cobrem os custos. Outro aspecto vantajoso para a adesão do

Município a este sistema, deve-se à actual situação financeira,

assim como ao facto da empresa gestora ter assegurados fundos do

Banco Europeu de Investimentos ou Banco Mundial, na ordem dos

trezentos milhões de euros, verbas essas que serão canalizadas na

reestruturação destes sectores a nível regional. Por fim, afirmou que

foi assegurado pela nova empresa que, numa primeira fase, não

haverá alterações tarifárias, bem como serão mantidos os actuais

sistemas de tarifação praticados pela Câmara. ----------------------------

O Senhor Sancho Raimundo Gomes Freitas, PSD, usou da palavra

afirmando que constatou que a proposta em análise assegurava a

defesa e a salvaguarda dos interesses dos munícipes, sendo claros

e variados os benefícios que a gestão integrada dos serviços de

distribuição de água, saneamento básico e de recolha dos resíduos

proporciona. Recordou que conforme mencionado pelo Senhor

Presidente da Câmara, no mandato anterior, foi estimado um valor

superior a vinte milhões de euros; a cedência do uso das infra-

estruturas e demais equipamentos actualmente afectos a estes

serviços que proporcionará ao município o encaixe financeiro

superior a três milhões e seiscentos mil euros, montante que servirá

para amortizar o passivo da autarquia, reforçando de forma

expressiva a sua capacidade financeira; a salvaguarda do

património municipal, já que por um lado, tais infra-estruturas

mantém-se na propriedade do município, e por outro, a sua

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

utilização pela empresa concessionária obrigará a que esta

assegure o seu bom estado de funcionamento, conservação e

segurança, sendo que no final do período contratado, a propriedade

das demais infra-estruturas que venham a ser edificadas pela ARM,

revertem para o município de Câmara de Lobos; a protecção dos

interesses dos funcionários municipais actualmente afectos a estes

serviços, uma vez que os direitos inerentes aos seus lugares de

origem ficam devidamente acautelados independentemente de

virem a exercer funções na referida empresa ou se se mantiverem

ao serviço da autarquia; o fornecimento gratuito de água em volume,

correspondente a uma percentagem do consumo municipal total, e

um tarifário específico e bonificado para o restante consumo de

água e recolha de resíduos sólidos. Referiu ainda que atente à

dimensão de cada município considerado isoladamente, o modelo

actual em vigor tem impedido o acesso a fundos comunitários

vocacionados claramente para apoios a grandes projectos de

investimento, pelo que este novo sistema viabilizará a realização de

avultados investimentos, sobretudo a nível da renovação e

manutenção das redes públicas de distribuição de água e de

saneamento básico em baixa, e por via disso, uma melhoria de vida

e de qualidade dos serviços prestados à população. Realçou que

enquanto membro dos dois sistemas multimunicipais, o Município

não poderá deixar de ter um papel activo e interventivo através do

exercício das suas competências, que decorrerão da sua condição

de accionista e parceiro da concessionária, de forma a assegurar os

11 012

Livro Folhas

interesses dos munícipes, no que diz respeito à qualidade e

continuidade dos serviços prestados. Concluiu, afirmando que a

concessionária poderá vir a ter um papel importante em matéria de

sensibilização da população para a necessidade da utilização

racional dos recursos hídricos e na redução das perdas em rede que

actualmente se verificam. --------------------------------------------------------

O Senhor Amândio Unibaldo Figueira da Silva, PS, usou da palavra

afirmando que as opções do Governo Regional em matéria da

gestão das águas e resíduos sólidos, neste caso a empresa Valor

Ambiente, têm onerado os municípios, existindo uma dívida da

autarquia a essa empresa que ascende a cinco milhões de euros.

Referiu que na proposta apresentada existem algumas questões

pertinentes que devem ser esclarecidas, nomeadamente o facto da

expressão da nova empresa ser residual, na medida em que o

Município não possui percentagem suficiente para solicitar uma

reunião do respectivo conselho de administração; o período de

concessão de trinta anos; as dúvidas quanto à propriedade dos

bens afectos às concessões, em que a concessionária detém

propriedade dos bens afectos à concessão que não pertençam à

Região, aos municípios e a outras entidades; os bens que, no prazo

dos contratos de concessão, transferem-se livres de quaisquer ónus

ou encargos e em condições de operacionalidade, de utilização e de

manutenção para os municípios aderentes, mediante o exercício do

respectivo direito de opção; o direito de indemnização a que a

concessionária nos termos de contratos de concessão, sendo

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

calculada em função do valor contabilístico corrigido de apreciação

monetária liquida ou amortizações fiscais dos bens que resultem de

novos investimentos, de expansão ou de modernização dos

sistemas não previstos nos respectivos contratos de concessão,

devendo a Câmara, com a antecedência de dezoito meses, exercer

o direito de opção, sob pena de passar a património da Região; o

problema do enquadramento e a mobilidade dos funcionários, uma

vez que não está esclarecido se terão direito de opção, ou seja,

permanecer no quadro de pessoal da autarquia ou integrar a nova

empresa. Face às dúvidas expostas, considerou que a adesão aos

novos sistemas não irá proporcionar receitas ao Município, mas o

onerar ainda mais. Considerou que a resolução desta questão não

deveria ser da competência do Governo Regional, mas da

Associação de Municípios da Região, entidade com um papel

fundamental no desenvolvimento dos municípios. Concluiu,

afirmando que iria votar contra, atendendo à inviabilidade da

proposta. ------------------------------------------------------------------------------

O Senhor Joel Filipe de Almeida França Viana, PND, usou da

palavra questionando o Senhor Presidente da Câmara sobre

algumas dúvidas relacionadas com a viabilização da adesão do

Município aos sistemas multimunicipais, nomeadamente: a garantia

de que serão reduzidos os custos dos municípios, quanto ao preço

das águas de domicílio e de rega, e dos resíduos sólidos; a entidade

responsável pela taxação, e os critérios a aplicar na definição do

preço da água e das taxas de resíduos sólidos; a dispensa ou não

11 013

Livro Folhas

dos funcionários da autarquia afectos aos sectores das águas e dos

resíduos, e em caso de, com que critérios e direitos; e por fim, se

considera normal a auto-exclusão do Funchal no processo de

adesão, bem como o facto de apenas quatro municípios da região

tenham aderido à mesma. --------------------------------------------------------

O Senhor Francisco José Oliveira dos Santos, MPT, usou da

palavra afirmando que se trata da gestão de um bem essencial, em

que o mais importante é o bem do concelho, sendo indiferente a

quem compete a gestão daqueles sectores, a autarquia ou a

empresa concessionária, uma vez que em seu entendimento, caso

existam custos estes serão sempre suportados pelos munícipes, a

exemplo do sucedido com empresas análogas. ----------------------------

O Senhor João Odorico Soares de Sousa, CDS-PP, usou da palavra

solicitando esclarecimentos sobre alguns pormenores da proposta

que deviam ser esclarecidos, designadamente a transferência ou

não de funcionários da autarquia para a nova empresa, bem como

os moldes em que serão aplicadas as tarifas aos consumidores, em

especial aqueles que usufruem de tarifas especiais ou reduzidas,

conhecidas por tarifas sociais, uma vez que, e segundo o Senhor

Presidente da Câmara, estes estão assegurados numa primeira

fase, desconhecendo-se se serão mantidos posteriormente. -----------

O Senhor Alexandre do Carmo da Luz Fernandes, PCP-PEV, usou

da palavra proferindo que a adesão do Município de Câmara de

Lobos a este sistema multimunicipal era visto pelo executivo como o

ressuscitar da frágil situação financeira em que a tesouraria da

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

Câmara se encontra, uma vez que a dívida à IGA e à Valor

Ambiente ficará liquidada, não sendo alheia a responsabilidade do

Governo Regional e Governo da República. Considerou ser

contraditório o facto da água ser um recurso natural escasso

indispensável à vida, sendo entregue a sua gestão a uma empresa

cujo objecto final é o lucro, uma vez que a ARM não poderá dar

prejuízo, o que fará com que o preço da água e da taxa dos

resíduos seja agravada, bem como reduzida a frequência da

remoção. Referiu que outro aspecto importante estava relacionado

com a questão do pessoal, em que por um lado não havia certeza

quanto ao número de recursos humanos afectos às águas e

resíduos do Município que irão ser afectos à nova empresa, e por

outro, os representantes dos trabalhadores não foram auscultados

nesta matéria. Concluiu afirmando que votaria contra a proposta

apresentada, uma vez que em situações semelhantes, o preço da

água e das taxas de resíduos foram inflacionadas

desmesuradamente, e o serviço que antes era primorosamente

prestado pelas câmaras degradou-se, sendo que com esta

mudança, a autarquia desresponsabiliza-se e desonera-se perante

os seus munícipes. -----------------------------------------------------------------

O Senhor Sancho Raimundo Gomes Freitas, PSD, usou da palavra

esclarecendo que do ponto de vista legal, a propriedade dos bens

que serão construídos durante o período de concessão dos serviços

que a ARM terá a concessão dos serviços, no entanto, terminado

esse período revertem para o Município, caso assim o pretenda, e

11 014

Livro Folhas

perante a liquidação de uma indemnização, em que a forma de

cálculo é em função do valor contabilístico dos bens em causa

corrigidos das depreciações acumuladas que eles já tenham, se

sobre eles tenham incidido. Acrescentou ainda que o valor

contabilístico dos bens concessionados, no fim de uma concessão é

zero, atendendo que do ponto de vista contabilístico, é obrigatório

que as amortizações sejam calculadas em função desse período, já

que para a respectiva empresa, o fim esgota-se no dia em que a

concessão termina. Quanto à aplicação das taxas, afirmou que o

Governo Regional assumiu que não tenciona onerar as praticadas

actualmente, eventualmente aproveitar a redução de custos que

este novo modelo vai permitir para garantir alguma redução nas

tarifas aplicadas. Em relação à questão da perda de poder da

Câmara no que diz respeito à fixação das taxas, afirmou que

actualmente já existe um grande condicionalismo, na medida em

que quem define o preço da água em alta, é o Governo Regional.

Por último, e relativamente ao facto da ARM ser uma sociedade

comercial com fins lucrativos, informou que se encontra previsto um

mecanismo de indemnizações compensatórias, em que sendo

necessário garantir esse lucro, bem como um preço de cariz social,

o Governo Regional assegura o diferencial através desse

mecanismo. --------------------------------------------------------------------------

O Senhor Amândio Unibaldo Figueira da Silva, PS, usou da palavra

afirmando que mantinha as dúvidas quanto à propriedade do

património edificado pela nova empresa, mais precisamente o facto

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

deste, após o período da concessão, poder ser revertido para o

município a custo zero. Concluiu afirmando que serão imputadas

responsabilidades aos partidos que aprovem a proposta, uma vez

que se tratam de competências municipais, que serão transferidas

para o Governo Regional. --------------------------------------------------------

O Senhor Presidente da Câmara Municipal usou da palavra

afirmando que os sistemas multimunicipais vêm ao encontro da

necessidade de ser encontrada uma solução estratégica para o

tratamento dos resíduos produzidos da Região, em que numa

primeira fase foi criada a empresa Valor Ambiente e as estações de

transferência, culminando com a criação da nova empresa, que irá

prestar o serviço em baixa, uma vez que os serviços em alta, quer

do tratamento de resíduos, quer da água, quer do saneamento

básico são da competência da Região. Sobre os condicionalismos

dos custos pelo facto de ser a Região a definir os preços em alta,

reafirmou que as directivas comunitárias e a Lei de Finanças Locais

a que a autarquia está sujeita, determinam que os apoios em infra-

estruturas são concedidos caso esteja comprovada a

sustentabilidade dos sistemas. Referiu que entre as diferentes

possibilidades de gestão destes sectores, esta foi a solução

encontrada, por ser a mais adequada tanto para a Região como

para os municípios, acrescentando que só após a sua

implementação será possível comprovar se foi efectivamente a

melhor solução. Relativamente à transferência de competências

municipais para o Governo Regional, afirmou que existe um

11 015

Livro Folhas

conjunto de infra-estruturas de tutela municipal que foram

construídas e suportadas pela Região, não tendo sido posto em

causa a respectiva competência, pelo que o essencial, em termos

futuros, é a qualidade do serviço público prestado à população.

Quanto à possibilidade de afectação de pessoal na nova estrutura

regional, afirmou que a Câmara, nos últimos anos, optou por não

reforçar os quadros, tendo suportado os custos dessa decisão

através do pagamento de horas extraordinárias. Referiu que existe a

faculdade dos funcionários camarários, se assim o entenderem,

serem afectos à nova empresa, no entanto, é intenção da câmara

absorver todos os funcionários destes serviços municipais, à

excepção de alguns, nomeadamente condutores especializados,

que poderão optar pela dita empresa. Em relação ao facto das

estruturas sindicais dos trabalhadores não terem sido consultadas,

afirmou que a Câmara procura uma relação de aproximação com as

pessoas, e atendendo que a autarquia não pretende locar estas

pessoas à nova estrutura, não houve necessidade para essa

auscultação. Sobre a redução de custos referiu esta é uma das

expectativas na criação destes sistemas, beneficiando directamente

os consumidores. Quanto à referência à Câmara do Funchal, referiu

que esta é a única autarquia da Região que possui um sistema

organizado e que funciona, uma vez que possui um acentuado

número de funcionários, uma boa estação de transferência de

resíduos, encontrando-se assegurada toda a manutenção e

higienização dos seus equipamentos. Toda esta organização aliada

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

à enorme rede hoteleira, escolas e edifícios públicos, que suportam

os custos associados, tornam sustentáveis aqueles sectores,

considerando que de futuro, este município poderá aderir à nova

estrutura municipal. ----------------------------------------------------------------

Após análise e discussão, foi tomada a deliberação do teor seguinte:

“Aprovado por maioria, com os votos favoráveis do PSD, a

abstenção do MPT, e votos contra do PS, PCP, CDS-PP e PND. ----

Sobre este ponto foi apresentado, verbalmente, uma declaração de

voto pelo Senhor João Odorico Soares de Sousa, CDS-PP. -----------

Sobre a votação acima referida, o Grupo Parlamentar do CDS-PP

apresentou, por escrito, uma declaração de voto, que fica, por

original, arquivado em pasta própria. -------------------------------------

Ponto 3 - Proposta, referência 001.11.VAU, de 11 de Janeiro,

referente à isenção das taxas de ocupação nos mercados

municipais. --------------------------------------------------------------------------

O Senhor Presidente da Câmara usou da palavra afirmando que a

proposta visa manter no ano em curso, a isenção do pagamento de

taxas aos agricultores afectados pelos temporais, e que pretendam

vender os seus produtos nos mercados municipais. ----------------------

O Senhor Amândio Unibaldo Figueira da Silva, PS, usou da palavra

felicitando a proposta apresentada, uma vez que se trata de um

apoio incisivo para os agricultores que fazem venda directa em

mercados municipais, pelo que votaria favoravelmente. -----------------

O Senhor João Evangelista Pereira da Silva, MPT, usou da palavra

afirmando que votaria favoravelmente, na medida em que a

11 016

Livro Folhas

proposta vem ao encontro das preocupações do seu partido, já

manifestadas nos órgãos autárquicos, no sentido de se facilitar o

escoamento dos produtos regionais, ajudando simultaneamente os

respectivos agricultores. ----------------------------------------------------------

O Senhor Leonardo Simplício de Sousa Abreu, CDS-PP, usou da

palavra afirmando que votaria a favor da proposta em análise, no

entanto, questionou a forma de acesso e modalidade de selecção

aos espaços, bem como as eventuais obrigações a que os

agricultores possam estar sujeitos, no que diz respeito a higiene,

arrumo e limpeza dos mesmos. -------------------------------------------------

O Senhor Alexandre do Carmo da Luz Fernandes, PCP-PEV, usou

da palavra afirmando que votaria a favor da proposta, no entanto

considerou que para além da isenção das taxas, deveriam ser

implementadas medidas de promoção da produção hortícola

regional e local, bem como a promoção ao consumo e à frequência

e a utilização dos mercados por parte dos habitantes do concelho. --

O Senhor Presidente da Câmara usou da palavra esclarecendo que a

proposta abrange apenas os agricultores com produção própria e que

exercem venda directa aos fins-de-semana nos mercados municipais,

não sendo necessário qualquer concurso ou inscrição para esse efeito.

Após análise e discussão, foi tomadas a deliberações do teor

seguinte: “Aprovado por unanimidade”. ---------------------------------------------

Sobre a votação acima referida, o Grupo Parlamentar do CDS-PP

apresentou, por escrito, uma declaração de voto, que fica, por

original, arquivado em pasta própria. -------------------------------------

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Acta n.º 01/2011 Sessão de 10/02/11

A Câmara Municipal propôs à Mesa da Assembleia que os pontos

dois e três da Ordem do Dia fossem aprovados em minuta, tendo

a Assembleia aprovado por unanimidade. -------------------------------

-------------------------INTERVENÇÃO DO PÚBLICO ---------------------

Não houve intervenção do público, uma vez que não estiveram

presentes quaisquer cidadãos. -------------------------------------------------

--------------------------------- ENCERRAMENTO --------------------------------

Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente da Assembleia

Municipal deu por encerrada a sessão, pelas onze horas e

cinquenta minutos. ------------------------------------------------------------

De tudo para constar se lavrou a presente acta que após aprovada

irá ser devidamente assinada. --------------------------------------------------

PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA ____________________________

PRIMEIRA SECRETÁRIA_________________________________

SEGUNDA SECRETÁRIA _________________________________

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Livro Folhas