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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES ROBERTO MAURO PINTO ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Mogi das CruzesSP 2014

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE DISFUNÇÃO ......VB2, VB43, ID2, ID17, ID18, IG4 todos harmonizando, utilizado para dor de cabeça lateral e dor facial lateral. Com o uso desses pontos

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Page 1: ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE DISFUNÇÃO ......VB2, VB43, ID2, ID17, ID18, IG4 todos harmonizando, utilizado para dor de cabeça lateral e dor facial lateral. Com o uso desses pontos

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

ROBERTO MAURO PINTO

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR

Mogi das Cruzes–SP

2014

Page 2: ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE DISFUNÇÃO ......VB2, VB43, ID2, ID17, ID18, IG4 todos harmonizando, utilizado para dor de cabeça lateral e dor facial lateral. Com o uso desses pontos

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

ROBERTO MAURO PINTO

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação da

Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Acupuntura

Orientadoras:

Profª. Ms. Bernadete Nunes Stolai

Profª. Ms. Romana Souza Franco

Mogi das Cruzes-SP

2014

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a minha família que sempre esteve ao meu lado sendo meu verdadeiro alicerce.

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AGRADECIMENTOS

A realização do presente trabalho só foi possível graças ao meu bom Deus e

à atenção e orientação precisa recebida de meus professores, amigos, meus

familiares que sempre me apoiaram e especialmente das minhas orientadoras:

Prof ª. Romana Souza Franco e Prof ª. Bernadete Nunes Stolai

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ROBERTO MAURO PINTO

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Acupuntura.

Aprovado em........................

BANCA EXAMINADORA

Prof ª. Ms. ROMANA S. FRANCO

UNIVERSIDADE de MOGI das CRUZES

Prof ª. Ms. BERNADETE N. STOLAI

UNIVERSIDADE de MOGI das CRUZES

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RESUMO

Os distúrbios temporomandibulares (DTM) são os mais freqüentes dentre as disfunções orofaciais que causam dor, sendo caracterizado por anormalidade e dor no músculo esquelético. A dor pode ser contínua ou ocasional, sendo mais prevalente durante as mastigações e é caracterizada por estalos e perda de função que se traduz na dificuldade para abrir a boca, além de poder estar associada a alguns tipos de cefaléia. O alto índice dessa disfunção na população aumentou a busca de alternativas para tratar a DTM onde é comum a excessiva utilização de analgésicos e antiinflamatórios, nos casos de dores na região facial. Nos últimos anos, para reduzir as queixas esta se aderindo a uma alternativa, que é a aplicação da Acupuntura. Devido a sua indiscutível ação no alívio da dor e no combate de fatores emocionais envolvidos nesta patologia. Sua ação sistêmica equilibra a energia circulante pelo corpo o que melhora o discernimento e o entendimento das origens e consequências do problema. O presente trabalho tem como objetivo principal analisar a eficácia da Acupuntura no tratamento das disfunções temporomandibulares e que ela pode ser uma alternativa para o profissional da saúde que lida com essa disfunção, já que, ela trata sintomatologia não curada com terapias convencionais. A Acupuntura busca o equilibrio energético através do diagnóstico realizado pelo terapeuta e a localização dos meridianos acometidos. Nos pacientes portadores de DTM os meridianos são estômago (E), intestino grosso (IG), vesícula biliar (VB) e triplo aquecedor (TA). Os pontos do canal do Estômago E6, E7 são pontos locais para problemas dos dentes, do queixo, da face, do pescoço e da garganta. A combinação de pontos para artrite temporomandibular é E6, E7, E44 e IG4 todos em dispersão.Outro Canal de Energia afetado no Distúrbio Temporomandibular é a Vesícula Biliar, a combinação de pontos é VB1, VB2, VB43, ID2, ID17, ID18, IG4 todos harmonizando, utilizado para dor de cabeça lateral e dor facial lateral. Com o uso desses pontos pode-se alcançar excelentes resultados na prática clínica da Acupuntura como potencializador do relaxamento muscular e diminuição no nível da dor muscular. A Acupuntura também mostrou-se eficaz no processo reabilitatório dos pacientes que apresentavam DTM, sendo uma terapêutica eficaz no tratamento.

Palavras Chave: ATM (Articulação Temporomandibular) DTM (Disfunção Temporomandibular),

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... .09

2 METODOLOGIA ................................................................................................ .13

3 DOR ................................................................................................................... .14

3.1 DOR NA VISÃO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA.............................. 18

3.1.1 TIPOS DE DORES......................................................................................... 18

3.1.2 DORES NA ATM............................................................................................ 19

4 DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR.............................................................20

5 ACUPUNTURA .................................................................................................. .27

5.1 ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE DTM ..................................................36

6 CONCLUSÃO..................................................................................................... .41

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... .43

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1 INTRODUÇÃO

A Articulação Temporomandibular (ATM) é uma das mais especializadas e

diferenciadas articulações do organismo tendo em vista que realiza movimentos

complexos, relacionado a todas as atividades do aparelho estomatognático. Funções

como mastigação, deglutição, fonação e postura dependem diretamente do

adequado funcionamento e estabilidade da ATM (SOLBERG, 1999, p.138). Uma

desordem na harmonia do sistema estomatognático pode provocar disfunção

temporomandibular (DTM), em que os músculos e articulações não trabalham

harmonicamente causando comprometimentos musculares e articulares (CABEZAS,

1997, p. 78). A disfunção temporomandibular (DTM) caracteriza-se por dor na região

da articulação temporomandibular, dor e/ou fadiga nos músculos

craniocervicofaciais, especialmente os músculos mastigatórios, limitação e/ou

desvios dos movimentos mandibulares, zumbido e presença de ruídos articulares

durante a função. O quadro clínico de dor disfunção da articulação

temporomandibular síndrome é caracterizada pela presença de dor, disfunção

mandibular, dor muscular mastigatória, ruídos articulares também podem aparecer

como uma rachadura ou ruído em casos avançados. Muitos métodos conservadores

são frequentemente combinados para aliviar ou eliminar tais patologias. (MOREJON

ALVAREZ, MOREJON ALVAREZ, 2008)

Estudos relacionando a DTM as dores de cabeça, constataram que o tipo

de dor de cabeça mais frequente associada as DTMs é a dor de cabeça tipo

tensão, entretanto um aumento na incidência de migrâneas tem sido

observado, este resultado se dá pela inclusão do neurologista na avaliação destes

pacientes também, onde o diagnóstico de migrânea não era feito, vale salientar

que a migrânea é uma dor de cabeça primária e que não é causada por

nenhuma doença, ela é a própria doença. Contudo recentes evidências sugerem

que pacientes com migrânea tem uma alta prevalência de DTM, sabe-se ainda que

dores de cabeça relacionadas a oclusão dentária e para funções são capazes

de mimetizar a migrânea, e o tratamento da desordem pode ser responsável

pela melhoria da dor de cabeça (FLORIAN et al. 2011).

A etiologia da DTM é multifatorial, o que significa que os indivíduos podem

apresentar sintomas semelhanças, mas com causas completamente diferentes. O

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controle da dor é sabidamente influenciado por vários fatores, como origem,

variação, duração, efeito placebo e a habilidade do terapeuta em colocar em prática

o tratamento sugerido. Portanto, é importante que se diferencie clinicamente o

perfil dos pacientes, por meio da anamnese, a fim de individualizar o tratamento.

(FLORIAN et al. 2011) avaliaram pacientes com dor facial crônica e sintomas

persistentes de disfunção mandibular há pelo menos 13 anos, objetivando adquirir

experiência na utilização da Acupuntura em situações de resistência a outros

tipos de tratamentos, estabelecendo em quais situações essa técnica caracteriza-

se como alternativa real aos procedimentos convencionais.

Sua etiologia envolve causas multifatoriais, podendo ser originada por

associações entre fatores posturais, estruturais e psicológicos.

A Articulação Temporomandibular (ATM) tem sido objeto de considerável

interesse científico por muitos anos. É sem dúvida, uma das estruturas mais

complexas, seus muitos problemas como dores faciais ocorrem em vários estados

patológicos, (DTM) síndrome da disfunção da dor, perturbações psicofisiológicas,

sem um componente de doença orgânica, é uma das condições que ocorrem no

nível de ATM. A etiologia da DTM é multifatorial, o que significa que os indivíduos

podem apresentar sintomas semelhantes, mas com causas completamente

diferentes. O controle da dor é sabidamente influenciado por vários fatores, como

origem, variação, duração, efeito placebo e a habilidade do terapeuta em colocar

em prática o tratamento sugerido portanto, é importante que se diferencie

clinicamente o perfil dos pacientes, por meio da anamnese, a fim de individualizar

o tratamento. (FLORIAN et al. 2011).

Nesse contexto os distúrbios temporomandibulares são os mais frequentes

dentre as disfunções orofaciais que causam dor, sendo caracterizado por

anormalidade e dor no músculo esquelético. A dor pode ser continua ou ocasional,

sendo mais prevalente durante as mastigações, sendo caracterizada por estalos.

Com relação à distribuição por sexo e idade, é mais comum em mulheres do

que em homens, o que implica uma variedade de fatores locais e sistêmicos. O

quadro clínico de dor disfunção da articulação temporomandibular síndrome é

caracterizada pela presença de dor, disfunção mandibular, dor muscular

mastigatória, ruídos articulares também podem aparecer como uma rachadura ou

ruído em casos avançados. Muitos métodos conservadores são frequentemente

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combinados para aliviar ou eliminar tais patologias. (MOREJON ALVAREZ,

MOREJON ALVAREZ, 2008)

A Acupuntura nos últimos tempos tem sido bastante utilizada como uma

alternativa eficaz no tratamento de Distúrbios Temporomandibulares. devido a sua

indiscutível ação no alívio da dor e no combate de fatores emocionais envolvidos

nesta patologia. Sua ação sistêmica equilibra a energia circulante pelo corpo o que

melhora o discernimento e o entendimento das origens e consequências do

problema, traz ao paciente uma melhora também na sua qualidade de vida,

gerando-lhe uma maior autoconfiança. A Acupuntura tem se mostrado bastante

eficaz em casos de problemas musculares com ou sem envolvimento de origem

emocional e é realizada sob uma vasta e experimentada teoria filosófica e

médica, que, através de uma investigação muito bem acurada, procura formular

diagnóstico e um plano de tratamento individualizado, bem definido e eficaz

(ONETTA, 2005).

Atualmente, o tratamento da DTM inclui a educação do paciente, terapia

comportamental, fisioterapia (ultrassom, eletro-estimulação transcutânea, laser,

exercícios, massagem, mobilizações), acupuntura, fonoaudiologia, placa

miorrelaxante, ajustamento oclusal, cirurgia e intervenção medicamentosa (BORIN et

al. 2012).

A Acupuntura tem sido incluída nesse rol de tratamentos não invasivos e

reversíveis, por ser uma terapia segura, altamente individualizada ao paciente, que

pode agir tanto localmente na remissão e no controle dos sintomas locais quanto

no fator estresse emocional (ONETTA, 2005).

A dor facial é um dos problemas que oferecem maior dificuldade de

diagnóstico ao clínico, sendo comum a indicação de tratamento errôneo pela falta de

conhecimento dos componentes envolvidos nesse quadro. Existem vários fatores

relacionados com o desenvolvimento de dores faciais, como trauma, disfunções

temporomandibulares, neuralgias, cefaléias sinusites e dores miogênicas primárias.

Nessas situações, o tratamento ortodoxo pode resultar em procedimentos muito

invasivos, com perdas de elementos dentários saudáveis e outras intervenções

cirúrgicas, alterando, dessa forma, as funções do sistema estomatognático e a

qualidade de vida do paciente (FLORIAN et al. 2011).

A Acupuntura é um ramo da Medicina Tradicional Chinesa praticado há pelo

menos quatro milênios. O método das agulhas e moxabustão foi chamado

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primitivamente de punções de pedra e moxas, pressupondo que tenha sido

desenvolvido na era neolítica, vinte e sete séculos antes de Cristo.

As pesquisas mais recentes provaram que a Acupuntura altera a circulação

sanguínea, modificando a dinâmica de circulação regional proveniente de

microdilatações, relaxamento muscular, sanando espasmos e diminuindo a.

inflamação e a dor SUSSMANN (2000, p. 13).

O presente trabalho tem como objetivo principal verificar se há eficácia da

Acupuntura no tratamento das disfunções temporomandibulares, através do estudo

dos pontos do canal do Estomago: E6, E7, E44 , da Vesicula Biliar: VB1, VB2,

VB43, e do Intestino Delgado: ID2, ID17, ID18, que estão entre os canais de

energia mais acometidos nestas patologias, e alguns pontos distais como, VC3, R7,

R3, VG4, VG14, IG4, VG20, ID3, VB34, B62. Além desses, podem ser usados

pontos específicos de tratamento de manifestações clínicas associadas como VC15,

TA5, Ex-CP6, VB43 e F3 para cefaleia e se, justifica o fato do tema ser amplamente

discutido na área da medicina chinesa.

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2 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do trabalho, adotou-se como metodologia a

pesquisa bibliográfica e descritiva. Quanto à abordagem, optou-se por uma analise

teórica, ancorada nos seguintes procedimentos: Pesquisa Bibliográfica a partir da

revisão de literatura sob a temática abrangendo, livros, artigos, revistas e jornais on-

line, retirados de sítios eletrônicos da SCIELO, no Banco de Teses da CAPES e no

banco de dados do Google Acadêmico; utilizando como descritores de assunto

expressões de linguagem simples. Estes termos foram empregados individualmente

e associados entre si para abranger a maior literatura possível. As publicações

encontradas serão organizadas como pesquisa e revisão, e, posteriormente,

categorizadas. A revisão bibliográfica será feita mediante análise acurada da

literatura aplicada, extraindo-se os pontos relevantes ao tema explicitado, com o fim

de justificar as ações apresentadas. Os textos identificados foram submetidos à

análise de conteúdo e após análise e apreciação foram catalogados e empregados

na construção textual do desenvolvimento deste. A pesquisa bibliográfica

representa grandes contribuições culturais ou cientificas sobre determinado assunto,

tema ou problema e permite ao pesquisador desenvolver através de outros estudos,

um novo trabalho. Os textos identificados foram submetidos à análise de conteúdo e

após análise e apreciação foram catalogados e empregados na construção textual

do desenvolvimento deste.

O texto foi produzido de acordo com as normas da ABNT, segundo o manual

de Trabalhos Acadêmicos da UMC.

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3 DOR

A intensidade necessária para uma pessoa reagir a dor varia

grandemente, isto é devido, em parte, a própria capacidade do cérebro para suprimir

a entrada de impulsos de dor para o sistema nervoso por activação de um sistema

de controle ou inibição da dor chamada analgesia sistemica, que consiste em 3

elementos: As áreas cinzenta periaquedutal e periventricular do mesencéfalo (e no

topo da protuberância em torno do aqueduto de Sylvius e são adjacentes às partes

dos ventrículos terceiro e quarto), os neurónios nestas regiões enviar os seus sinais

para: O núcleo da rafe magnus (um núcleo minúsculo localizado na linha média da

ponte inferior e medula superior) e do núcleo paragigantocellular reticular (localizado

lateralmente na lâmpada). Nestes núcleos os sinais são transmitidos numa direção

descendente para as colunas dorsolateral da medula espinal de alcançar: Complexo

inibidor de dor localizada no corno dorsal da coluna, em lâminas II e III, em que a

substância gelatinosa de Rolando, que, quando excitados produzir a inibição do

transmissor primeira célula (célula T), que é o local onde eles se originam feixes

condutores estímulo da dor espinotalâmico a este nível bloqueio da condução do

estímulo para o cérebro. Existem algumas substâncias neurotransmissoras

envolvidas na analgesia sistema, particularmente serotonina e encefalinas. Muitas

das fibras nervosas que emergem do núcleo periventricular e área cinzenta

periaquedutal nas suas encefalinas terminações secretam e muitas fibras do núcleo

da rafe Magnus. (CABANA SALAZAR, RUIZ REYES, 2004)

A dor é um dos sinais clássicos do processo inflamatório e decorre da

sensibilização dos nociceptores. A dor pode ser definida como uma percepção

desagradável, de uma sensação nociceptiva. Esse conceito envolve dois

componentes: a nocicepção e a percepção (SIQUEIRA, 1997).

Citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias são mediadores liberados por

células locais ou que migraram para área inflamada, modulando a intensidade da

resposta. O estímulo inflamatório ou a lesão tecidual irão promover a liberação de

citocinas, que disparam a liberação dos mediadores finais, que são prostanóides e

aminas simpatomiméticas, responsáveis pela resposta de dor (SIQUEIRA, 1997).

Dessa forma, a dor periférica é iniciada pela endotelina, substância P,

histamina e pela bradicinina, sendo ampliada pela ação das PGs, principalmente a

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PGE2 e a PGI2, através de sua ligação a receptores nociceptivos. A PGI2 está

relacionada com a hiperalgesia imediata e de curta duração, enquanto a PGE 2 se

relaciona com a hiperalgesia longa, que pode persistir por até 6 horas (SIQUEIRA,

1997).

O acúmulo local de prostaglandinas, tromboxanos e outros mediadores

químicos como as aminas simpatomiméticas e a substância P atuam nos

nociceptores sensitivos primários (NSP), induzindo a sua sensibilização. Essa

resposta decorre da diminuição do limiar de dor, devido à modulação de canais de

sódio dependentes de voltagem específicos. Neste estágio, os animais

experimentam então uma hiperalgia que se caracteriza pela sensibilidade

exacerbada ao estímulo nocivo e/ou alodinia, quando sensações não dolorosas

passam então a serem experimentadas como dor. Estes nociceptores sensibilizados

enviam sinais, via fibras nervosas aferentes A delta e C, para o corno posterior da

medula, onde fazem sinapses principalmente com neurônios das lâminas I, II e V. A

partir da medula, o estímulo doloroso ainda prossegue via trato espinotalâmico para

estruturas como o tálamo e, posteriormente, córtex cerebral (região parietal

posterior), quando ocorre então a percepção da dor. Os estímulos nociceptivos

também se dirigem para o sistema límbico (amígdala), que determina o aspecto

afetivo da dor (SIQUEIRA, 1997).

A dor é reconhecida como uma das principais conseqüências do trauma, e

suas repercussões são identificadas como potencialmente prejudiciais para o

organismo

A persistência desses processos reacionais em função da permanência da

dor aguda resulta na formação de círculos viciosos com progressivo aumento das

disfunções orgânicas e dos efeitos prejudiciais ao paciente traumatizado como

hipoventilação, aumento do trabalho cardíaco, diminuição da perfusão sangüínea

periférica e contração muscular reflexa (BASBAUM et al. 1991).

Estudos pré-clinicos tem mostrado que ocorre expressão de novos genes

(as bases para sensibilização neuronal e remodelamento) ocorrem em torno de 20

min após a injúria. A dor crônica pode iniciar mudanças comportamentais e

histológicas em torno de 24 horas ou somente após intervenções tais como uma

ligação transitória do nervo. Alguns autores se baseiam na clínica para sugerir que

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uma dor aguda pode rapidamente transforma-se em dor crônica (SIQUEIRA,

1997).

O entendimento sobre o processo doloroso tem progredido de forma

significativa nos últimos anos, em grande parte devido ao esclarecimento de

mecanismos relacionados à fisiologia das fibras aferentes e ao processamento

sináptico que ocorre no corno dorsal da medula. Independentemente desses

avanços os mecanismos de dor ainda continuam pouco compreendidos, sendo

de extrema importância maiores estudos nessa área (SIQUEIRA, 1997).

Nocicepção é um mecanismo pelo qual os estímulos nocivos são

transmitidos ao SNC (Sistema Nervoso Central). Os nociceptores são neurônios

sensíveis à dor, localizados na pele, vasos, músculos, face, juntas e vísceras. Eles

são predominantemente mielinizados (Aδ) ou não-mielinizados fibras (C) ativadas

por estímulos nocivos (mecânicos, químicos ou térmicos) que conduzem estes sinais

para o SNC (SIQUEIRA, 1997).

Todos os tecidos com exceção dos neurófilos do SNC são inervados por

fibras aferentes embora suas propriedades diferem marcadamente dependendo se a

inervação é somática (peles, juntas, músculos, sistemas gastrintestinal,

cardiovascular, respiratório, renal ou reprodutivo) . Os corpos celulares desses

nociceptores se inserem na rota do gânglio dorsal adjacente ao cordão

espinhal, os nociceptores primários fazem uma sinapse no corno dorsal com

neurônios de segunda ordem predominantemente na lâmina 2 (substância

gelatinosa) do cordão espinhal (SIQUEIRA, 1997).

Segundo conceitos atuais, a dor deve constituir parte integral do cuidado ao

paciente, não podendo ser deixada em segundo plano em prol do manejo da doença

reumatológica subjacente. Quando mal tratada, a dor crônica afeta negativamente o

status físico e mental dos pacientes, com comprometimento da qualidade de vida

(BASBAUM et al., 1991).

Os neurotransmissores envolvidos nesta inibição descendente (tais como

opióides endógenos, serotonina, noradrenalina, dopamina) todos parecem inibir

o disparo dos neurônios de segunda ordem em presença de estímulos

nocivos. Entretanto, nocicepção não é uma sensação uniforme, ambas qualidades

de dor e a iniciação da resposta protetora são determinadas por muitos fatores

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decorrentes do cordão espinhal e em estruturas cerebrais superiores envolvidos

na integração e modificação de sinais nociceptivos (SIQUEIRA, 1997).

Os mecanismos fisiológicos da dor envolvem conceitos de sensibilização

periférica e neuroplasticidade na perpetuação da dor, com ação através de

mediadores bioquímicos nas vias nociceptivas. Pode-se estabelecer correlações

entre inflamação, dor e status psicológico. A inflamação persistente contribui para a

continuidade do ciclo de dor, gerando hipersensibilidade. A dor aumenta com o

estresse psicológico, que é capaz de induzir aumento de citocinas inflamatórias. Na

avaliação da dor, não existem exames laboratoriais ou testes objetivos,

dependendo-se, em grande, parte do relato do paciente (subjetivo) (BASBAUM

et al. 1991).

A ação direta ou indireta dos mediadores químicos, assim como

metabólitos do acido araquidônico (prostaglândinas e leucotrienos), peptídeos

(cininas, taccininas, pepitideos relacionados com o gene da calcitonina,

galanina, coliocistoquinina, peptídeo intestinal vasoativo), serotonina, acetilcolina,

citocininas, fator de crescimento neuronal, glutamato, óxido nítrico, ATP, ADP,

adenosina e prótons, entre outros, os quais podem ser produzidos ou

liberados após injurias teciduais ou por aplicação de irritantes exógenos

(formalina, ácido acético, capsaicína, alguns venenos, etc.), são responsáveis por

uma swérie de eventos que ocorre durante a transmissão da dor, em ambos o

sistema nervoso central e periférico (SIQUEIRA, 1997).

Como instrumento de avaliação, dispõe-se da escala visual analógica

(EVA), que avalia somente o componente de intensidade da dor e não outros

aspectos, como o mal-estar gerado pela dor ou o seu impacto na qualidade de vida.

Há várias origens importantes de geração dos mediadores patofisiológicos: danos

teciduais, danos vasculares, sistema imunológico etc. Esses mediadores podem

atuar via a multiplicidade de receptores os quais são largamentes distribuídos

através de nervos periféricos e centrais, muitos dos quais são acoplados a

proteínas-Gs e associados com a formação de múltiplos segundos

mensageiros como por exemplo as proteínas-quinases A, C e G, AMPc, GMPc

e mobilização intracelular de cálcio. Outros neurotransmissores, assim como ácido-

γ-amino-butilico (GABA), acetilcolina (atuando em receptores nicotínicos) ativam

diretamente canais iônicos, e em adição controlam a permeabilidade iônica da

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membrana . Vários fatores, incluindo aqueles danos teciduais e físicos,

exposição a mediadores inflamatórios tais como prostaglandina E2,

bradicininas, substância P, histamina, adenosina e serotonina, são conhecidos

por causar sensibilização de nervos levando a estímulos de nociceptores

(SIQUEIRA, 1997).

3.1 DOR NA VISÃO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

A dor na medicina ocidental é uma sensação desagradável que varia desde

desconforto leve a excruciante, associada a um processo destrutivo atual ou

potencial dos tecidos que se expressa através de uma reação orgânica ou

emocional. Na medicina oriental, a dor é o resultado da condição de excesso ou

deficiência de Qi e Sangue (Xue). A obstrução do livre fluxo de Qi ou Xue no corpo

faz com que a energia fique estagnada (WINK; CARTANA, 2007).

A visão oriental sobre a interação humano-cosmos está baseada em três

pilares básicos, quais sejam: a Teoria Yin-Yang, os Cinco Elementos e os Zang-Fu

que são os órgãos e vísceras (YAMAMURA, 2001, p. 63).

Dentro da concepção energética as agressões que geram dor, promovem

uma concentração maior de polaridade positiva (Yang) ou negativa (Yin). Essas

alterações energéticas em relação ao Zang-Fu provocam diferentes reações

orgânicas que em geral promovem a dor através da estimulação dos respectivos

receptores (YAMAMURA, 2001, p. 764).

3.1.1 TIPOS DE DORES

Dentro da MTC a dor pode ser classificada dependendo dos fatores

energéticos causais, são eles: Fator Yang: provoca dores agudas, intensas,

localizada, do tipo pontada, latejante, com sensação de choque elétrico ou de cólica;

Fator Falso Yang: ocorre partindo da deficiência do Yin Qi, manifesta-se por dor tipo

queimação e ardor (algia intermediária entre o Yin e o Yang); Fator Yin: ocorre pela

presença de Frio e Umidade, a dor é contínua, insidiosa, de localização pouco nítida,

superficial e interna, sensação de peso e aperto (YAMAMURA, 2001, p. 764-765).

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Tais padrões são: agente Calor perverso: gera dor com sensação de pontada,

cólica, espasmo agudo, facada, localizado mais na superfície e acompanhado de

rubor, calor, tremor e dor; agente Frio perverso: provoca dor constritiva, em

queimação, continua e profunda, sensação de frio doloroso, as articulações tendem

a ficar fletidas e enrigecidas; agente Vento perverso: quadros dolorosos migratórios,

articulares e musculares, com características de calor perverso, porém menos

acentuados; agente Umidade perversa: dor em sensação de peso, tumefação,

edema das partes moles ou de derrame articular, quando se transforma em

Umidade Calor pode desencadear processo inflamatório ou infeccioso

(YAMAMURA, 2001, p.770).

3.1.2 DORES NA ATM

A desordem temporomandibular (DTM) caracteriza-se por dor na região da

articulação temporomandibular, dor e/ou fadiga nos músculos craniocervicofaciais,

especialmente os músculos mastigatórios, limitação e/ou desvios dos movimentos

mandibulares, zumbido e presença de ruídos articulares durante a função. Sua

etiologia envolve causas multifatoriais, podendo ser originada por associações entre

fatores posturais, estruturais e psicológicos (BORIN et al, 2012, p. 1).

Uma desordem na harmonia do sistema estomatognático pode provocar

disfunção temporomandibular (DTM), em que os músculos e articulações não

trabalham harmonicamente causando comprometimentos musculares e articulares

(CABEZAS, 1997, p. 78). A disfunção temporomandibular (DTM) caracteriza-se por

dor na região da articulação temporomandibular, dor e/ou fadiga nos músculos

craniocervicofaciais, especialmente os músculos mastigatórios, limitação e/ou

desvios dos movimentos mandibulares, zumbido e presença de ruídos articulares

durante a função. O quadro clínico de dor disfunção da articulação

temporomandibular síndrome é caracterizada pela presença de dor, disfunção

mandibular, dor muscular mastigatória, ruídos articulares também podem aparecer

como uma rachadura ou ruído em casos avançados. (MOREJON ALVAREZ,

MOREJON ALVAREZ, 2008)

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20

4 DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (DTM)

A articulação temporomandibular é articulação do tipo sinovial, a qual deve

possuir totais condições de movimento e recebimento de cargas. Suas superfícies

articulares são formadas pela eminência articular do osso temporal e pelo côndilo

da mandíbula. A cápsula articular engloba toda a articulação e mantém o

líquido sinovial circunscrito na sua porção interna. As ATMs possuem um

complexo sistema ligamentar, cuja função é controlar e direcionar os

movimentos articulares (FLORIAN et. Al. 2011).

Dentre todos os sub-tipos de dor orofacial, as odontalgias e os distúrbios

temporomandibular (DTM) são os mais freqüentes. O distúrbio temporomandibular é

caracterizado por anormalidades e/ou dor músculo-esquelética nos músculos

mastigatórios. A dor pode ser contínua ou ocasional e breve durante a mastigação,

freqüentemente associada a movimentos restritos da mandíbula e estalidos

(ONETTA, 2005).

O sistema de propriocepção de inibição e excitação é mantido pelos

sensores espalhados nos ligamentos, músculos e cápsula articular. Os músculos

por sua vez, através da ação coordenada, propiciam equilíbrio e contato entre

as superfícies articulares, mantendo a postura mandibular. Entre as superfícies

articulares, deve-se encontrar posicionado o disco articular, que é formado por

tecido fibroso denso, não inervado e avascular na sua maior extensão, o que

possibilita a ATM exercer suas funções variadas e complexas, sem que haja

contato entre superfícies ósseas, prevenindo desgastes e remodelações destes

componentes. Uma ATM com disco articular deslocado ou comprometido, significa

uma articulação doente e incapaz de manter a estabilidade de suas funções

(BRANCO et al. 2005).

Sabemos que os indivíduos não são igualmente susceptíveis à DTM, onde

as mulheres em anos reprodutivos representam à maioria dos pacientes que

procuram tratamento, sendo assim fatores genéticos e epigenéticos contribuem para

o distúrbio temporomandibular, tornando-se um ponto de grande interesse. Ao lado

de riscos familiares, diferentes genótipos podem conferir susceptibilidade a um

determinado curso clínico da doença ou resposta ao tratamento, incluindo

desenvolvimento de complicações. Acredita-se que níveis hormonais estão

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relacionados ao aumento da vulnerabilidade genética a ATM, explicando a alta

freqüência em mulheres em idade fértil. O papel dos hormônios femininos tem

sido considerado um fator de risco, pela forte prevalência em mulheres e pelos

efeitos das modificações terapêuticas e fisiológicas dos níveis de estrógeno em

pacientes com DTM (MERIGHI, 2004).

A Articulação Temporomandibular (ATM) está localizada entre a região

distal e superior terminal da mandíbula e a região inferior e lateral do osso

temporal, sendo limitada posteriormente pela espinha pós-glenóide, a região

escamosa do temporal, o conduto auditivo externo e a região posterior da

fossa mandibular, anteriormente pelo tubérculo articular, medialmente pela

espinha do esfenóide, lateralmente pela parede lateral externa da fossa

mandibular e o músculo masseter, superiormente pelo osso temporal e arco

zigomático (FLORIAN et al. 2011).

Investigações científicas descrevem os caminhos e mecanismos para a dor

referida da cabeça para a articulação temporomandibular e vice-versa. A dor de

cabeça pode ser resultado das estruturas temporomandibulares ou a dor pode ser

referida na articulação temporomandibular proveniente da cabeça. Esta coincidência

se deve ao fato que o nervo trigêmeo é o caminho final para a dor de

cabeça e para as DTMs, tornando a relação dor de cabeça e DTM um tanto

quanto confusa. Tem sido sugerido que a DTM e a dor de cabeça são entidades

distintas que podem estar associadas atuando de forma recíproca como

fatores agravadores ou perpetuadores (BRANCO et al. 2005).

A articulação temporomandibular (ATM) é considerada a mais complexa das

articulações do corpo humano sendo composta de estruturas ósseas, cartilaginosas,

ligamentos e musculatura associada. É responsável pelos movimentos

mandibulares, em decorrência das ações dos músculos mastigatórios (ONETTA,

2005).

A Articulação Temporomandibular representa a articulação da mandíbula ao

osso temporal do crânio, os componentes ósseos da articulação estão separados

por uma estrutura composta de tecido conjuntivo fibroso denso que é o disco

articular, e a limitação e integridade são mantidas pelos ligamentos, que são

compostos por fibras colágenas que têm comprimento específico. Porém, estes

ligamentos não participam ativamente na função da articulação já que só

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atuam como guias para restringir certos movimentos, permitindo outros

movimentos; caso os movimentos da articulação forcem constantemente os

ligamentos, o comprimento destes pode ser alterado (porque têm pouca

habilidade para esticar-se) ocasionando alterações na biomecânica da ATM, o que

pode gerar mudanças patológicas. A Articulação Temporomandibular é capaz de

movimentos de “dobradiça” e de “deslocamento” e é composta por: articulação

inferior é constituída pelo côndilo e pelo disco articular inserido por ligamentos,

formando o complexo côndilo-disco, estrutura esta em que ocorre o movimento de

rotação; a articulação superior é formada pelo complexo côndilo-disco que se

articula com a fossa mandibular, ocorrendo nela o movimento de translação. O

complexo côndilo-disco movimenta-se fora da fossa durante o movimento de

abertura bucal (MERIGHI, 2004).

Existe pouca dúvida na relação entre hábitos parafuncionais e DTM, mas

ainda não está claro, quando estes fatores atuam sozinhos ou em combinação

com outros fatores. No que diz respeito aos fatores psicológicos, não se sabe se

estes causam problemas funcionais ou se a DTM leva a alterações psicológicas,

ou ainda se esta relação entre DTM e fatores psicológicos existe. Atualmente

sabemos que fatores psicológicos desempenham papel importante na etiologia,

progressão e tratamento das DTMs, no futuro próximo, psicoterapias para DTM

podem ser importantes e necessárias (ONETTA, 2005).

A mandíbula é o único osso móvel da face, liga-se a base craniana,

mais especificamente ao osso temporal, por meio da articulação temporomandibular,

que permite movimento de dobradiça e ação de deslizamento. Essa articulação é

dupla, com movimentos sincronizados entre as duas articulações direita e

esquerda, constituindo uma única articulação bilateral. A articulação pode ser

apalpada colocando-se a ponta do dedo a frente e levemente abaixo do meato

acústico externo, enquanto a mandíbula é alternadamente deprimida e elevada

(ONETTA, 2005).

Há relatos na literatura, embora raros de condições que mimetizam o DTM,

como por exemplo, a presença de neoplasias por vezes malignas que podem ter

origem nesta região ou ainda ser acometida por metástases, como é o caso de um

relato de adeno-carcinoma de pulmão metastático, onde o profissional deve lançar

mão de todas as ferramentas possíveis para realizar a pesquisa de uma possível

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DTM, antes de realizar qualquer tipo de procedimento quer seja invasivo ou

conservador (MERIGHI, 2004).

A ATM é considerada a mais complexa das articulações do corpo

humano. E descrita como articulação ginglimoartrodial, pois permite movimentos de

rotação e translação. Trata-se de uma diartrose: articulação bilateral, interligada

pela mandíbula e interdependente, com movimentos próprios de cada lado,

porém simultâneos, na qual o movimento ou alteração de um dos lados modifica o

funcionamento do outro. É tipo sinovial pois há elaboração de sinóvia: presença de

líquido viscoso, nutritivo e lubrificante que facilita os movimentos de uma

superfície sobre a outra reduzindo a fricção. É revestida de fibrocartilagem o

que possibilita uma adaptação contínua das superfícies articulares. A ATM é

composta por estruturas ósseas, cartilaginosas, ligamentos e estruturas associadas.

Seus componentes ósseos dividem-se entre os da mandíbula – processo

condilar, formado pela cabeça da mandíbula (côndilo), colo (região de

estreitamento) e fóvea pterigóidea (local de inserção do músculo pterigóideo lateral),

e os do temporal – fossa mandibular e tubérculo articular. O disco articular é um

componente cartilaginoso responsável pela adaptação entre as superfícies

funcionais da ATM e o revestimento cartilaginoso. A cápsula articular, ligamento

temporomandibular, esfenomandibular, estilomandibular e pterigomandibular tem

função de limitar os movimentos preservando assim, os componentes

articulares. A musculatura associada, responsável pelos movimentos mandibulares,

compreende os músculos masseteres, temporais, pterigóideos laterais e mediais,

músculos supra-hióideo: digástrico, gênio-hióideo, milo-hióideo e estilo-hióideo e os

infra-hiodeos. Por meio da ação conjunta dessa musculatura obtêm-se os

movimentos de elevação e depressão, considerados movimentos primários e

ainda protrusão, retração, movimentos laterais e movimentos combinados durante a

trituração de alimentos. Os músculos considerados levantadores da mandíbula

são: masseteres, temporais e pterigóideos mediais. Os depressores são: digástrico,

milo-hióideo, gênio-hióideo e músculo pterigóideo lateral cuja tração é sobre o disco

e côndilo. É importante salientar que o músculo pterigóideo lateral é constituído

por dois feixes: superior e inferior (BRANCO et al. 2005).

Os sinais e sintomas de grande valor diagnóstico nas DTMs são: Dor

muscular, dor articular, limitações no movimento mandibular e estalidos ou ruídos

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na articulação. Recursos imaginológicos são muito úteis para se estabelecer um

diagnóstico ou descartar qualquer outro processo patológico. (MERIGHI, 2004).

O feixe superior permanece inativo na abertura mandibular, trabalhando

em conjunto com os levantadores. As fibras dos feixes inferior abaixam os

côndilos em direção aos tubérculos articulares do temporal, propiciando a

protrusão da mandíbula. A contração unilateral pterigóideo lateral conduz ao

movimento lateral da mandíbula, para o lado oposto a contração (FLORIAN et al.

2011).

Radiografias panorâmicas e a ressonância magnética são os exames

complementares mais utilizados que auxiliam no diagnóstico da DTM, onde a

ressonância magnética pode ser mais utilizada no estudo dos tecidos moles.

Lembrando que no contexto da DTM geralmente é detectada dor miofascial,

com palpação dolorosa dos músculos da mastigação, desarranjos do disco

articular com redução, caracterizado pela presença de estalidos durante a abertura

e/ou fechamento da boca, desarranjos discais sem redução, caracterizados por

limitações na abertura de boca, e osteoartrite/ osteoartrose caracterizado pela

auscultação de sons friccionais durante o movimento mandibular (BRANCO et al.

2005).

Dentre os recentes campos de atuação do fonoaudiólogo estão as

desordens temporomandibulares (DTM). Quando falar sobre isso era uma

novidade, as pessoas ate mesmo perguntavam-se estas desordens inseriam-se

no contexto de conhecimento. Hoje não há mais duvidas a esse respeito,

principalmente porque a área de motricidade oral tem sido desenvolvida da graças

aos vários trabalhos clínicos e de pesquisa realizados por fonoaudiólogos e a

parceria com outros profissionais.

Alterações posturais têm sido postuladas como sendo influenciadoras no

desenvolvimento e persistência da DTM, visto que desordens no segmento cervical

apresentam porcentagens de sintomas de DTM, e a anteriorização da cabeça é

suspeita de ser um fator de grande importância. O sistema mastigatório é o traço

de união entre as cadeias musculares anterior e posterior, onde a mandíbula e a

língua estão diretamente ligadas à cadeia anterior e a maxila, por intermédio do

crânio, está relacionada com a cadeia posterior. O sistema mastigatório possui

ainda duas exterocepções, que são as duas arcadas dentárias, uma agindo em

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função da outra. Possuem uma propriocepção muscular e articular, interferindo

na regulação do sistema tônico postural. Os desequilíbrios do sistema

mastigatório descompensam o sistema tônico postural e da mesma forma, o sistema

tônico postural desequilibrado influencia no sistema mastigatório (FLORIAN et al.

2011).

Os fatores etiológicos das desordens temporomandibulares são problemas

oclusais, neuromusculares e emocionais, associados ou não. Quando presente, a

DTM caracteriza-se por dores nas articulações temporomandibulares, nos

músculos mastigatórios, sintomas auditivos, limitação dos movimentos

mandibulares, oclusão estática e dinâmicas anormais. As desordens podem ser

classificadas em extra e intra-articulares, ou desordens dos músculos

mastigatórios e desordens intra-articulares. Estas são ainda subclassificadas,

como será detalhado no capitulo seguinte. (BRANCO et al. 2005).

Nem toda dor articular ou muscular relacionada à face pode ser considerada

disfunção temporomandibular (DTM). Disfunção temporomandibular é um termo

genérico utilizado para descrever disfunções relacionadas à articulação

temporomandibular (ATM), aos músculos mastigatórios e estruturas associadas,

a sinto -mas comuns de dor, limitação de abertura de boca e desvio

mandibular. A dor da DTM é músculo esquelética, ou seja, de origem muscular,

articular ou mista. Pode-se considerar que DTM é o conjunto de anormalidades

responsáveis por dores crônicas do tipo recorrente, não progressivas e

associadas a impacto leve ou moderado na atividade social do paciente. A

etiologia da DTM é multifatorial, o que significa que os indivíduos podem apresentar

sintomas semelhantes, mas com causas completamente diferentes (FLORIAN et al.

2011).

As desordens temporomandibulares (DTM) são caracterizadas como doenças

que envolvem vários problemas clínicos, comprometendo os músculos da

mastigação; a ATM e estruturas orofaciais associadas são as principais

causas de dor de origem não-dental na região orofacial. O sintoma mais

comumente encontrado é a dor nos músculos da mastigação, na região pré-

auricular e na ATM. Também apresentam estalos articulares e dificuldade de

abertura bucal (BRANCO et al. 2005).

O controle da dor é sabidamente influenciado por vários fatores, como

origem, variação, duração, efeito placebo e a habilidade do terapeuta em

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colocarem prática o tratamento sugerido. Portanto, é importante que se diferencie

clinicamente o perfil dos pacientes, por meio da anamnese, a fim de

individualizar o tratamento (MERIGHI, 2004).

A mastigação parece ser a função mais prejudicada nas disfunções da ATM

em decorrência da dor durante a realização desta função, o que conduz a limitação

dos movimentos mandibulares levando os pacientes muitas das vezes a

utilizar uma alimentação pastosa e engolir os alimentos rapidamente. Constata-se

que todas as vezes que a mastigação estão comprometidas, desde a incisão,

frequentemente evitada pelos pacientes por causa da dor, até a trituração e

pulverização, sendo observado ritmo mastigatório lento com movimentos

mandibulares predominantemente verticais (BRANCO et al. 2005).

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5 ACUPUNTURA

A Filosofia Tradicional Chinesa constitui um vasto campo de conhecimento de

origem e de concepção filosófica que abrange vários setores ligados a saúde

e a doença. Suas concepções são voltadas muito mais ao estudo dos fatores

causadores da doença, pela sua maneira de adoecer, em como se

manifestam e, principalmente, aos estudos das formas de prevenção, na qual

reside toda a essência da Filosofia Chinesa (ANDRADE, ESPÍNDOLA e ALVES,

2004).

O grau em que uma pessoa reage à dor é altamente variável. Isso resulta,

em parte, da capacidade do próprio cérebro de suprimir a entrada de sinais de dor

no sistema nervoso central (SNC), ativando o “sistema de analgesia”, que se

caracteriza como controle natural da dor. Várias substâncias neurotransmissoras

estão envolvidas nesse sistema de analgesia, especialmente as encefalinas e a

serotonina (ONETTA, 2005).

Yamamura (2001, p. 213) A Medicina Tradicional Chinesa constitui um

vasto campo de conhecimento, de origem e de concepção filosófica, abrangendo

vários setores ligados à saúde e à doença. Suas concepções são voltadas muito

mais ao estudo dos fatores causadores da doença, à sua maneira de tratar,

conforme os estágios de evolução do processo de adoecer, e, principalmente,

aos estudos das formas de prevenção, na qual reside toda a essência da

filosofia e da medicina chinesa.

A Acupuntura age estimulando a liberação de substâncias opióides pelo

próprio organismo, controlando a sensação de dor do indivíduo. Esse método

terapêutico chinês, originado há mais de 3.000 anos, baseia-se na inserção de

agulhas descartáveis em pontos específicos do corpo, chamados pontos de

acupuntura, a fim de estimular o sistema nervoso central e o periférico a liberar

neurotransmissores que favoreçam o processo de restauração e manutenção da

saúde. A Medicina Tradicional Chinesa abrange vasto campo de conhecimento,

envolvendo vários setores ligados à saúde. Suas concepções são voltadas

principalmente ao estudo dos fatores causadores da doença, à maneira de tratá-la

conforme os estágios da evolução do processo patológico e ao estudo das formas

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de prevenção, na qual reside toda a filosofia e a essência da medicina chinesa

(ONETTA, 2005).

Derivada dos radicais Acus e pungere, que significam agulha e

puncionar, a acupuntura visa a cura e/ou prevenção de enfermidades (SZABÓ

e BECHARA, 2001). É classificada como um recurso terapêutico que insere

agulhas em pontos específicos na pele chamados de acupontos (SANCHEZ et al.

2004) com a finalidade de promover circulação e desbloqueio de energia

(ANDRADE et al. 2004).

Durante milênios acreditou-se que o mecanismo de ação da acupuntura

fosse puramente energético. No entanto, com a difusão da Medicina Tradicional

Chinesa (MTC) no ocidente, muitos pesquisadores começaram a questionar sobre

a participação de estruturas orgânicas no mecanismo de ação da acupuntura, e o

desenvolvimento de pesquisas nessa área, principalmente nas últimas décadas,

evidenciou estreita relação entre os efeitos da acupuntura e o sistema nervoso

central e o periférico, bem como vários tipos de neuro-hormônios (ONETTA,

2005).

Ma (2006, p. 21) a Acupuntura chinesa, desenvolvida há milhares de anos,

teve um impacto duradouro sobre a área da saúde e tem sido uma causa

significativa da ampla apreciação internacional do brilho da civilização chinesa.

Apesar de a acupuntura ser utilizada na supressão da dor há milhares de anos,

seu mecanismo básico de ação e sua efetividade no controle da sintomatologia

dolorosa só têm sido estudados de maneira científica recentemente. Os efeitos

dessa técnica nas disfunções somáticas e na dor são explicados por mecanismos

neurológicos e humorais (ONETTA, 2005).

Atualmente, é reconhecido que a inserção de agulhas nos pontos de

acupuntura atua sobre os receptores nociceptivos gerando um potencial de ação

elétrico e um pequeno processo inflamatório local. Dessa forma ocorre a liberação

de neurotransmissores, como bradicinina e histamina, e os estímulos são

conduzidos ao SNC pelas fibras A-delta, espessas e mielinizadas, e pelas fibras C,

finas e amielíni-cas, localizadas na pele e nos músculos. As fibras A-delta, ao

terminarem no corno posterior da medula, estimulam os neurônios encefalinérgicos

por meio de sinapses a liberarem encefalina, bloqueador da substância P

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(neurotransmissor que estimula a dor), inibindo, assim, a sensação dolorosa

(ONETTA, 2005).

Segundo Yamamura (2001, p. 214) a Acupuntura constitui um dos ramos

desta medicina e tem, antes de tudo, finalidade terapêutica baseada em

diagnósticos precisos.

Os estímulos continuam por meio principalmente do trato espinotalâmico

lateral (TEL), até o tronco encefálico, liberando serotonina, que será responsável

pelo aumento dos níveis de endorfina e de ACTH (hormônio adenocortico-

trófico) e, conseqüentemente, de cortisol nas supra-renais, garantindo assim o efeito

benéfico da Acupuntura no estresse e na ansiedade do paciente. Esse processo

segmentar via da dor é o modo de ação mais simples e provável para explicar

as modulações das funções orgânicas por meio da acupuntura (ONETTA, 2005).

A Acupuntura, segundo Andrade et al. (2004) é baseada em um método

simples e ao mesmo tempo é complexo. É simples por utilizar instrumentos de

fácil manuseio (agulha); e complexo por envolver um raciocínio com múltiplas

variáveis a respeito dos processos naturais e do funcionamento orgânico do corpo.

Segundo (Melzack et al. (1977), existe correspondência de até 71% entre a

localização dos “pontos-gatilho” e a dos pontos de acupuntura. Entretanto, o

mecanismo de controle da dor é utilizado de maneira diferente em cada um dos tipos

de ponto. Os “pontos-gatilho” são tratados a fim de conseguir sua inativação de

forma direta, enquanto que os pontos de Acupuntura são puncionados para

promover estimulação do SNC para liberação de substâncias capazes de controlar o

processo doloroso (ONETTA, 2005).

O tratamento de condições patológicas pela Acupuntura, com modulações

orgânicas e alívio da dor, está vinculado ao estímulo de pontos específicos do

corpo com agulhas especiais muito finas. Os pontos de Acupuntura são

considerados na MTC a área mais externa do corpo energético do indivíduo,

funcionando como meio de comunicação entre o meio interno e externo. Por meio

dessa punção, as fibras nervosas responsáveis pelos resultados da Acupuntura

serão estimuladas, induzindo o SNC a produzir neurotransmissores e substâncias

neurohumorais que viabilizarão o controle da dor, do estresse, da ansiedade e de

todos os outros processos possíveis com a utilização da Acupuntura. Dessa

maneira, um ponto situado em determinada parte do corpo pode agir sobre diversos

outros órgãos e estruturas. A seleção dos pontos varia de indivíduo para

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indivíduo, dependendo da localização da dor e da sensação à palpação, podendo

ser pontos locais ou a distância (ONETTA, 2005).

A aplicação de agulhas superficialmente sobre a pele ou mais profundamente

atingindo tecidos musculares, nervosos, ligamentos ou ossos, provoca um tipo de

estimulação sensorial vinda da estimulação seletiva de pequenas áreas

chamadas de acupontos. O acuponto é uma região da pele em que há uma

grande concentração de fibras nervosas espinhais, pois está em relação íntima

com nervos, vasos sanguíneos, tendões, periósteo e cápsulas articulares. São

pontos altamente vascularizados e inervados, resultando numa baixa resistividade

elétrica local (impedância), o que facilita a estimulação de feixes

eletromagnéticos, mecânicos e térmicos (ZHANG et al. 2003).

Pacientes com patologias similares podem receber tratamentos diferentes

quando avaliados a partir dos princípios da MTC, e a seleção dos pontos utilizados

dependerá dessa avaliação (ONETTA, 2005).

Segundo Yamamura (2001, p. 216) a Acupuntura, o recurso terapêutico mais

conhecido da medicina tradicional chinesa no ocidente, é o meio pelo qual,

mediante inserção de agulhas, são feitos a introdução, a mobilização, a circulação

e o desbloqueio da energia, além da retirada das energias turvas (Perversas),

promovendo a harmonização, o fortalecimento dos órgãos, das vísceras e do

corpo.

Apesar de tradicional, a Acupuntura não é uma ciência estática. Os estudos

não se concentram somente na descoberta de novos pontos, mas principalmente em

novas técnicas de estimulação dos mesmos. A tecnologia desenvolvida mais

recentemente é a estimulação dos pontos tradicionais de acupuntura com laser de

baixa intensidade, mas as pesquisas ainda são muito recentes (ONETTA, 2005).

O tecido lesado pela Acupuntura, produz as mesmas características de um

processo inflamatório. A inserção de agulha estimula a liberação de peptídeos,

substância P, histamina, bradicininas e enzimas proteolítica que culminam com o

aumento da irrigação sanguínea local por vasodilatação reativa a estas moléculas.

E, juntamente com o aumento da irrigação sanguínea, há um aumento de

serotonina, protaglandinas e células de defesa do organismo (SANCHEZ,

MORAIS e LUZ, 2004).

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Ma (2006, p. 24) fala que a terapia com Acupuntura chegou ao século XXI

arrastando ainda consigo uma coleção de fatos empíricos, os quais, embora

valiosos, se encontraram indissoluvelmente combinados com antigos conceitos

e métodos e com todas as más interpretações que surgiram durante sua longa

história.

Sua eficácia no tratamento de dores crânio-faciais, como as neuralgias

trigeminais idiopáticas, sinusites maxilares, artrose da ATM, herpes zoster,

dores dentais e cefaléias, também tem sido objeto de várias pesquisas. Outros

estudos apontam bons resultados em dores de origem muscular e na Síndrome

de Sjögren, nas disfunções temporomandibulares, nos casos de dores agudas, dor

facial atípica, glossalgia e neuralgia pós-herpética (ONETTA, 2005).

Trata-se, portanto, de uma técnica que tem contribuído satisfatoriamente nos

tratamentos odontológicos, sendo facilmente aplicada por profissionais devidamente

habilitados, e sem apresentar qualquer efeito colateral para o paciente (ONETTA,

2005).

Yamamura (1996) realizou uma pesquisa cujo propósito era de correlacionar

a intensidade do potencial das pontas das agulhas com as diferentes características

das agulhas de acupuntura e determinar a influência do meio ambiente sobre elas.

Com a conclusão do estudo observou-se que a inserção de agulhas provoca lesões

celulares que liberam substâncias alógenas as quais estimulam os

quimiorreceptores e através das fibras C A-delta podem influenciar a atividade do

sistema nervoso autônomo e do encéfalo (YAMAMURA et al. 1996)

Para Ma (2006, p. 29) a Acupuntura pode ser definida como terapia

fisiológica coordenada pelo cérebro, que responde à estimulação dos nervos

sensoriais periféricos pela inserção de agulhas por via manual ou elétrica.

Marques (2009, p. 24) fala que a filosofia chinesa observou e desenvolveu

conhecimento sobre três pilares básicos da natureza nos quais se apóia toda

a teoria da medicina chinesa. São eles: yin e yang, cinco movimentos e zang-fu.

A formação reticular consiste em grupos de neurônios e fibras neurais

que unem os núcleos cerebrais entre eles e cada um separadamente com

centros subcorticais, centros talâmicos, centros do cerebelo, centros

mesencefálicos, medula oblonga e medula espinhal. Funcionalmente, controlam

os mecanismos reguladores do sono, tônus muscular, nível de consciência,

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rítmo cardíaco e respiratório, tônus vasculares, regulando e mediando as funções

motoras, autonômicas e sensoriais. No nível dos núcleos da formação reticular

é conduzida quase toda a informação a respeito da sensibilidade e ritmos.

Informações que são analisadas quantitativa e qualitativamente mediando a

dimensão afetiva/motivacional da experiência dolorosa e da relação

comportamental da dor, tornando fundamental o papel da formação reticular na

percepção e na modulação da dor (DIAS et al. 2003).

Yamamura (2001, p. 216) afirma que a Medicina Tradicional Chinesa

concentra-se na observação dos fenômenos da natureza e nos estudos e

compreensão dos princípios que regem a harmonia nela existente. Na

concepção chinesa, o Universo e o Ser Humano estão submetidos às mesmas

influências, sendo partes integrantes do Universo como um todo.

Este mesmo autor ainda cita que a ativação da formação reticular regula o

nível das funções basais dos núcleos funcionais do sistema nervoso central de

acordo com a informação que recebe das vias sensoriais. É capaz de aumentar ou

diminuir os sintomas psicossomáticos associados tais como, preocupação,

fenômeno dispnótico, sudorese fria, insônia, irritabilidade, tônus vascular, mudança

do ritmo cardíaco e respiratório. A ação dos mecanismos homeostáticos da

formação reticular pode ser conseguida apenas com a estimulação sensorial como a

inserção de agulhas na pele pela acupuntura. Dessa forma a inserção da agulha

pode atuar como estímulo mecanoceptivo modulando o estímulo sensitivo

doloroso periférico quando é enviado até a medula, e assim, impedir a transmissão

do impulso e a seqüência de sinapses até os centros superiores.

Na visão de Yamamura (2001, p. 215) a Acupuntura é um das técnicas mais

importantes da medicina tradicional chinesa, a Acupuntura foi formada por meio de

experiências empíricas no qual foram descobertos pontos pelo corpo onde foram

ligados formando os meridianos sendo cada um responsável por determinada parte

do corpo. O Chen-Chuí ou a Acupuntura, como é conhecida no Ocidente, é um

antigo método terapêutico chinês que se baseia na estimulação de determinados

pontos do corpo com agulha (Chen) ou com fogo (Chuí), a fim de restaurar e

manter a saúde.

A liberação de endorfinas para o líquido cefalorraquidiano durante o uso

da acupuntura e de seus efeitos analgésicos explicariam as conclusões

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chinesas de que esta técnica libera uma substância inibidora da dor, estando

presente, também no líquido cefalorraquidiano (ANDRADE et al. 2004).

Marques (2009, p. 61) fala que por meio dos cinco movimentos é possível

entender e explicar como ocorrem os fenômenos de geração, controle de

desenvolvimento e destruição de toda a natureza, inclusive do homem, no que

diz respeito a nascimento, vida, saúde / doença e morte.

Este mesmo autor relata que quando o líquido cefalorraquidiano de um

coelho submetido a Acupuntura é transferido para outro coelho não tratado, o

animal receptor mostrava alteração na sensibilidade a dor semelhante a do animal

tratado com Acupuntura.

Segundo Yamamura (2001, p. 83) o conceito do Zang Fu (órgão e víscera)

aborda a fisiologia energética dos Órgãos, das Vísceras e das Vísceras Curiosas

do Ser Humano, que constitui o alicerce para a compreensão da fisiologia e da

propedêutica energética e da fisiopatologia das doenças e seu tratamento.

Le et al. (1984) em seu trabalho citam a teoria de Han. Segundo tal

teoria o efeito analgésico a longo prazo, provocado pela acupuntura era

devido a dois fatores: I) ativação serotonina neurogênica e circuito metencefálico

na parte superior do sistema descendente de inibição da dor (diencéfalo médio).

Isto resulta na inibição contínua, no nível da medula espinhal, - não na

condução de estímulos nocivos da medula para o SNC - e

conseqüentemente na não percepção da dor; II) diminuição do limiar de

excitabilidade dos receptores do fuso muscular. Desta forma há um aumento da

atividade de fibras nervosas de maior calibre (sistema de modulação da dor) e

inibição da dor muscular em longo prazo. A teoria de Han citada por Le et al.

(1984) pode ser classificada como um outro mecanismo de ação da Acupuntura.

Marques (2009, p. 46) lembra que Yin e Yang, neste conceito está a base

de toda a existência do universo e de tudo que o compões. Em tudo existe

a forma bipolar em que as energias yin e Yang são necessariamente

componentes presentes e complementares para que o próprio universo.

Estudos demonstram que a Acupuntura induz o organismo a produzir

esteróides, que diminuem o processo inflamatório, estimula a produção de

endorfinas, analgésicos naturais do corpo, melhorando a sensação de bem

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estar, humor, a qualidade do sono e o relaxamento global, fornecendo para a

diminuição do espasmo muscular e da dor (LEMOS, TOMÉ e SOUZA, 2004).

Segundo Yamamura (2001, p. 135) o reconhecimento dos principais pontos

de acupuntura não foi um mero achado experimental, mas deriva-se de todo o

conceito do Yang e do Yin e dos princípios dos cinco movimentos, que são os

alicerces da filosofia chinesa. Assim, a origem dos pontos shu antigos nos canais

de energias principais representa a relação Yang ∕ Yin, Alto ∕ Baixo, Superficial ∕

Profundo e Esquerda ∕ Direita, enquanto o dinamismo funcional desses pontos de

acupuntura depende dos princípios que regem os Cinco Movimentos.

Quando a agulha é colocada em pontos específicos dolorosos e provoca

uma dor irradiada em algum miótomo, classificamos estes pontos com pontos

gatilhos ou pontos motores (MELZACK, STILLWELL e FOX, 1977; DIAS et al.

2003) cuja localização muitas vezes coincidem com a de muitos acupontos. A

inserção de agulhas nestes pontos pode provocar a inativação do ponto

gatilho pela redução da intensidade de descarga do estímulo sensorial doloroso,

oriundos de centros sensoriais mais elevados (LIAO, 2000).

Ma (2006, p. 92) lembra que na pratica de acupuntura, a palpação cuidadosa

dos músculos e a inserção adequada das agulhas ajudam a localizar e dissolver

os pontos sensíveis por meio do relaxamento os músculos, da remoção das

tensões mecânicas e químicas das estruturas do joelho e da promoção de um

ambiente fisiológico de cura que aumenta a nutrição e o suprimento de

oxigênio para promover uma circulação melhor.

Os pontos de Acupuntura apresentam funções terapêuticas que vão além

das propriedades atualmente creditadas aos pontos-gatilho miofasciais, sua

utilização está indicada não somente para as dores musculoesqueléticas, mas

também para promover a normalização funcional do organismo (SANCHEZ et al.

2004).

Segundo Yamamura (2001, p. 217) a acupuntura visa restabelecer a

circulação da energia (Qi) nos canais de Energia e dos Órgãos e das Vísceras e,

com isso, levar o corpo a uma harmonia de energia e de matéria.

A Acupuntura provoca reações em um nível espinhal (segmentar e regional)

através de estímulos nocivos periféricos que são conduzidos para a medula

espinhal com liberação de peptídeos. Estas substâncias (substância P,

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neuroquinina A, calcitonina, peptídeos gene), modulam a transmissão de estímulo

nociceptivos ao sistema nervoso central (SNC) (DIAS et al. 2003).

Ma (2006) fala que a inserção de agulhas e as lesões induzidas por essa

técnica são invasores em nosso corpo que estimulam e aumentam o número

e a atividade das células imunes e controla o processo inflamatório o que reduz

tanto a inflamação aguda quanto a crônica.

Da mesma forma que a estimulação elétrica transcutânea nervosa (TENS),

a Acupuntura e eletroacupuntura, também podem inibir os estímulos nociceptivos,

pela ativação dos sistemas inibitórios da dor descendente que agem no nível

do miótomo específico. A acupuntura e eletroacupuntura apresentam um efeito

inibitório nos interneurônios da medula espinhal que é mediada pelo sistema

analgésico opiáceo (DIAS et al. 2003).

Ma (2006, p. 132) relata que as modernas agulhas de Acupuntura de aço

inoxidável, esterilizadas e com guia plástico asseguram o processo de inserção de

agulha, tornando-o tecnicamente fácil e pouco doloroso. No entanto, a inserção de

agulhas sempre produz alguma sensação. As sensações não dolorosas são

tradicionalmente denominadas de Qi (deh tchi) na Medicina Tradicional Chinesa

(MTC).

Yamamura (2001, p. 231) ressalta que a Energia (Qi) é a forma imaterial que

promove o dinamismo e a atividade do ser vivo. Manifesta-se sob dois aspectos

principais, um de característica Yang, que representa a Energia que produz o calor,

a explosão, a ascensão, a claridade, o aumento de todas as atividades, e o outro

de característica Yin, a Energia que produz o frio, o retraimento, a descida, o

repouso, a escuridão, a diminuição de todas as atividades.

Ma (2006, p.136) fala que quando a agulha penetra nos tecidos mais

profundos, especialmente nos músculos, o paciente tem sensações não dolorosas

(de qi), isso indica que o Qi (ou seja, o fluxo de energia vital) foi obtido ou chegou ao

local. Cerca de 90% das inserções de agulhas produzem algum tipo de sensação

de qi, dependendo das fibras nervosas encontradas pela agulha e pelo

ambiente tecidual circunvizinho, como mediadores de perfusão tecidual e

inflamatórios.

O tratamento para pacientes através da acupuntura evoluiu ao longo do

tempo e, recentemente, tem havido muito interesse pela filosofia deste

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tratamento, pois a eficácia da Acupuntura como método terapêutico e sua

aplicação na analgesia cirúrgica motivaram pesquisas com o objetivo de

encontrar alguma explicação científica de seu modo de ação (ANDRADE et al.

2004).

5.1 ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE DTM

É muito comum dentre portadores de Disfunção Temporomandibular (DTM) a

realização de várias abordagens terapêuticas sem nenhum sucesso para sanar o

problema. Nesse caso, a dor deixa de ser um alerta fisiológico e passa a ser um

processo biopsicossocial que vai interferir nas atividades cotidianas desses

indivíduos. Por conta do insucesso de tratamentos anteriores, esses indivíduos se

mostram freqüentemente refratários aos tratamentos convencionais (QUAGGIO et

al. 2002).

A Acupuntura nos últimos tempos tem sido bastante utilizada como uma

alternativa eficaz no tratamento de Distúrbios Temporomandibulares devido a sua

indiscutível ação no alívio da dor e no combate de fatores emocionais envolvidos

nesta patologias. Sua ação sistêmica equilibra a energia circulante pelo corpo e que

melhora o discernimento e o entendimento das origens e conseqüências do

problema, traz ao paciente uma melhora também na sua qualidade de vida,

gerando-lhe uma maior autoconfiança. A Acupuntura tem se mostrado bastante

eficaz em casos de problemas musculares com ou sem envolvimento de origem

emocional e é realizada sob uma vasta e experimentada teoria filosófica e

médica, que, através de uma investigação muito bem acurada, procura formular

diagnóstico e um plano de tratamento individualizado, bem definido e eficaz

(ONETTA, 2005).

Graças a esse insucesso das terapias convencionais não só no tratamento da

DTM, mas também de diversas outras enfermidades e, no esforço para evitar

terapias invasivas e irreversíveis, a acupuntura tem sido muito aplicada por ser uma

técnica não invasiva, de baixo custo e sendo, muitas vezes, terapia de primeira

escolha dos profissionais da saúde para o tratamento dessas várias enfermidades

tratadas sem sucesso pela Medicina Convencional, sobretudo, a DTM (DANTAS et

al. 2005).

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A dor facial é um dos problemas que oferecem maior dificuldade de

diagnóstico ao clínico, sendo comum a indicação de tratamento errôneo pela falta de

conhecimento dos componentes envolvidos nesse quadro. Existem vários fatores

relacionados com o desenvolvimento de dores faciais, como trauma, disfunções

temporomandibulares, neuralgias, cefaléias, sinusites e dores miogênicas primárias.

Nessas situações, o tratamento ortodoxo pode resultar em procedimentos muito

invasivos, com perdas de elementos dentários saudáveis e outras intervenções

cirúrgicas, alterando, dessa forma, as funções do sistema estomatognático e a

qualidade de vida do paciente (FLORIAN et al. 2011).

Nem toda dor articular ou muscular relacionada à face pode ser considerada

disfunção temporomandibular (DTM). Disfunção temporomandibular é um termo

genérico utilizado para descrever disfunções relacionadas à articulação

temporomandibular (ATM), aos músculos mastigatórios e estruturas associadas, a

sintomas comuns de dor, limitação de abertura de boca e desvio mandibular. A dor

da DTM é músculo-esquelética, ou seja, de origem muscular, articular ou mista.

Pode-se considerar que DTM é o conjunto de anormalidades responsáveis por dores

crônicas do tipo recorrente, não progressivas e associadas a impacto leve ou

moderado na atividade social do paciente.

Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, o ser humano deve ser encarado

e tratado de maneira integral, por ser indivisível e parte integrante ativo do seu

meio em que vive. Já a medicina ocidental separa e estuda a natureza do individuo

por partes detalhadas e trata-o por setores, em especialidades, ou seja, trata órgãos

separadamente. Isso tem uma grande valia e se mostra eficaz em grande parte

das vezes, mas essa abordagem, no caso de doenças e problemas

multifatoriais, se apresenta falho, pois a interação entre os fatores etiológicos gera

uma dinâmica diferente do que se espera na prática (ONETTA, 2005).

A Acupuntura participa do processo reabilitatório dos pacientes que

apresentam Distúrbio Tempomandibular. Os pontos do canal do Estômago E6

(Jiache) e E7 (Xiaguan) são pontos locais para problemas dos dentes, do

queixo, da face, do pescoço e da garganta. (ONETTA, 2005).

A combinação de pontos VB1, VB2, VB43, ID2, ID17, ID18, IG4 todos

harmonizando, são utilizados para dor de cabeça lateral e dor facial lateral. A partir

da estimulação de certos pontos, pode-se alterar a dinâmica da circulação

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sanguínea e também promover o relaxamento muscular, sanando o espasmo e

diminuindo a inflamação e a dor. Além disso, a estimulação de alguns pontos

pode promover a liberação de hormônios, como o cortisol e as endorfinas,

promovendo a analgesia (ONETTA, 2005).

O Distúrbio Temporomandibular de origem articular apresenta um quadro

clínico que envolve dor, limitação bucal, irregularidades nos movimentos

mandibulares, ruídos articulares, edema na região pré-auricular, alterações

oclusais, entre outras, que podem ser eliminadas com a aplicação das agulhas,

trazendo resultados positivos na redução das dores provenientes destes fenômenos

secundário (ONETTA, 2005).

Dias e Borges (2009) em estudo realizado com 12 mulheres com idades

variando entre 18 e 38 anos com diagnóstico clínico de enxaqueca que não faziam

uso de medicamento e não estavam passando pelo período do climatério. Essas

mulheres responderam a um questionário para avaliação de seus sintomas e após

isso foram submetidas a avaliação da dor pela Escala Visual Analógica. Os

pesquisadores aplicaram Laser terapêutico utilizado na Fisioterapia nos seguintes

pontos de Acupuntura: VC15; TA5; Ex-CP6; VB43; F3 e após 10 sessões de

tratamento foram alcançados os seguintes resultados:

Ocorreram 97 crises de enxaqueca pré-tratamento somadas todas as

voluntárias, e após o tratamento apenas 39, com isso pode-se dizer que a

Acupuntura é um recurso que pode ser utilizado com sucesso no tratamento de

cefaléias, já que todas as voluntárias do estudo tiveram melhora significativa dos

sintomas após serem tratadas com irradiação de Laser de 904 nm nos pontos de

Acupuntura mencionados anteriormente. Tais pontos podem ser associados ao

tratamento de DTM para tratamento da manifestação clínica secundária de cefaléia.

Sales (2005) em estudo realizado com dois pacientes aplicou um

Questionário Anamnético específico que tem por finalidade a obtenção de um índice

anamnético, classificando previamente esses pacientes quanto ao grau de disfunção

presente. Tal questionário foi aplicado aos pacientes antes e após dez sessões de

acupuntura, onde foram utilizados os seguintes pontos em ambos: E6, E7, E44 e,

IG4, obtendo-se o seguinte resultado: Numa escala de 0 a 10 o indivíduo A

apresentava grau 8 ( disfunção severa) e, após o tratamento, passou a apresentar

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grau 4 (disfunção leve) e o indivíduo B que apresentava grau 6 (disfunção

moderada), com o tratamento também evoluiu para grau 3 (disfunção leve).

Pode-se observar que ambos os pacientes objeto desse estudo tiveram

melhora no grau de Disfunção Temporomandibular após o tratamento.

Jorge et al. (2008) realizaram ensaio clínico com 10 pacientes entre 20 (vinte)

e 60 (sessenta) anos de idade com dor e rigidez articular causada por Espondilite

Anquilosante. Esses pacientes foram divididos em dois grupos de cinco (5)

integrantes cada, quais sejam: Grupo Acupuntura Clássica e Grupo Acupuntura

Sham (placebo). Os pontos de acupuntura utilizados no tratamento do Grupo

Acupuntura Clássica foram os seguintes: VG20; ID3; VB34; B62; EX-CP2.

Observou-se o seguinte resultado do estudo quanto aos sintomas apresentados:

Tratamento com Acupuntura Clássica:

Grande melhora 3: 60%, melhora moderada 2: 40% , pouca ou nenhuma

melhora 0.

Tratamento com Acupuntura Sham (placebo):

Grande melhora 1: 20%, melhora moderada 2: 40%, pouca ou nenhuma

melhora 1: 20%.

Pode-se observar que os pacientes tratados com Acupuntura Clássica tiveram

100% de melhora. Embora ambos os grupos tenham duas pessoas que

apresentaram melhora moderada, o que significa 40% de cada grupo, três pessoas

relataram grande melhora de seus sintomas após o tratamento com acupuntura, o

que corresponde a 60% das pessoas desse grupo, ao passo que uma só apresentou

o mesmo resultado entre os pacientes tratados com Acupuntura Sham, o que

corresponde a 20% das pessoas desse grupo, o que significa que a Acupuntura

Clássica teve um resultado significativo no tratamento da dor e da rigidez articular

dessas pessoas. Embora o estudo tenha sido feito com portadores de Espondilite

Anquilosante e não com portadores de DTM, tais pontos podem ser usados para

tratar rigidez articular localizada na ATM, já que, tais pontos têm ação na região de

pescoço e face, relaxando músculos e tendões, além de serem importantes

dispersores de Vento, Calor e Umidade, que são patógenos comuns no quadro de

desarmonias energéticas próprias desse desarranjo. Cabe dizer também que com o

relaxamento de músculos e tendões alcançado com a ação desses pontos, pode-se

obter além da diminuição da rigidez articular uma diminuição dos ruídos articulares

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(estalidos/crepitação), já que, haverá melhora funcional e diminuirá o atrito das

estruturas que compõem a ATM. (CALDERON SEOANE, 2010)

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41

6 CONCLUSÃO

A Disfunção Temporomandibular é uma patologia que apresenta grande

prevalência acometendo boa parte da população, sendo mais comum em mulheres.

Como a Medicina Tradicional tem falhado na maioria dos casos a Acupuntura

apresenta-se como mais uma técnica no arsenal terapêutico dos profissionais da

saúde para seu tratamento, tornando-se cada vez mais utilizada em função dos bons

resultados alcançados pelos tratamentos como pudemos observar nos artigos que

vimos. É importante realizar um diagnóstico correto das anomalias, assim como os

problemas por elas causados. É nele que deve se basear o planejamento de

qualquer que seja o tratamento instituído. Durante a anamnese, é fundamental

compreendermos as expectativas e desejos do paciente em relação ao tratamento.

Alguns dos artigos abordados nesse trabalho que realizaram uma pesquisa sobre as

técnicas da acupuntura mostraram resultados bem semelhantes de alívio e controle

da sintomatologia dolorosa e significativa dos sintomas subjetivos e sinais clínicos

da DTM. Também pode ser observado coerência nos diagnósticos apresentados de

acordo com os sintomas e queixas feitas pelos pacientes que foram tratados. Entre

os pontos de acupuntura mais utilizados nos tratamentos podemos destacar pontos

do canal do Estomago: E6, E7, E44 , da Vesicula Biliar: VB1, VB2, VB43, e do

Intestino Delgado: ID2, ID17, ID18, que estão entre os canais de energia mais

acometidos nestas patologias, e alguns pontos distais como, VC3, R7, R3, VG4,

VG14, IG4, VG20, ID3, VB34, B62 e EX-CP2. Além desses, podem ser usados

pontos específicos de tratamento de manifestações clínicas associadas como VC15,

TA5, Ex-CP6, VB43 e F3 para cefaleia.

Nos pacientes portadores de DTM que apresentavam dor, ruídos articulares e

rigidez articular além dos sintomas otológicos e da cefaleia ficou comprovada a

eficácia da acupuntura quando usados esses pontos, que tiveram bom papel na

função energética de dispersar os patógenos Vento, Frio Calor e Umidade, além de

ter realizado sua função fisiológica de inibição de impulsos de dor e promover a

sensação de bem estar dos pacientes. Inegavelmente, a eficácia no efeito

analgésico, não é a palavra final sobre os seus mecanismos de ação, especialmente

do ponto de vista da medicina ocidental, foi encontrada no alívio da dor melhor do

que alguns tratamentos, os pacientes que receberam acupuntura relataram menos

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dor em curto prazo de tempo. Dessa forma, ficou comprovado que a acupuntura

deve ser mais amplamente utilizada e determinada como um tratamento possível.

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