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ADAPTAÇÃO ESCOLAR EDUCAÇÃO INFANTIL 10 respostas sobre adaptação escolar Como agir (e como não agir) no período de adaptação na escola, uma fase tão importante na vida do seu filho 26/01/2011 17:44 Texto Marina Azaredo Fechar [X] Foto: SXU A participação dos pais nos eventos da escola faz parte do processo de adaptação do aluno O primeiro dia na escola é sempre difícil. Não à toa, ganhou até um nome: adaptação. Adaptação dos filhos, que chegam a um ambiente novo, diferente e desconhecido. E adaptação dos pais, que também sofrem com a ansiedade e o medo da reação da criança. A adaptação

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ADAPTAÇÃO ESCOLAR

EDUCAÇÃO INFANTIL

10 respostas sobre adaptação escolar

Como agir (e como não agir) no período de adaptação na escola, uma fase tão importante na vida do seu filho

26/01/2011 17:44Texto Marina Azaredo

Fechar [X]Foto: SXU

A participação dos pais nos eventos da escola faz parte do processo de adaptação do aluno

O primeiro dia na escola é sempre difícil. Não à toa, ganhou até um nome: adaptação.

Adaptação dos filhos, que chegam a um ambiente novo, diferente e desconhecido. E

adaptação dos pais, que também sofrem com a ansiedade e o medo da reação da criança.

A adaptação escolar é exatamente esse tempo dado às crianças (e aos pais) para que se

acostumem à nova rotina.

A partir de agora, o seu filho vai passar algumas horas por dia longe de você, na

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companhia de adultos e crianças que até ontem ele não conhecia. "É importante explicar a

ele exatamente o que está acontecendo: que ele vai para a escola, que vai ter uma

professora e amiguinhos novos", afirma Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da

Educação Infantil da Escola da Vila, em São Paulo.

Para pais e mães, esse é sempre um momento difícil, mesmo que a escolha da escola

tenha sido algo muito pensado e ponderado. Muitas vezes, seu filho chora e diz que não

quer ficar com a professora. Em outras, não demonstra insatisfação e sequer exige a

presença dos pais nos primeiros dias. Como agir em cada um desses casos? Para

começar, você deve saber que a adaptação é um momento de transição na vida dele. Por

isso, é importante estar tranquilo em relação à escola e transmitir essa tranquilidade à

criança. "Não existe escola perfeita. As escolas sempre vão tentar fazer o melhor, mas é

preciso lembrar que elas são feitas por seres humanos", afirma a psicóloga e orientadora

do Colégio Equipe Luciana Fevorini.

Leia a seguir respostas a dez dúvidas que podem surgir no momento de levar o seu filho à

escola pela primeira vez e curta essa fase tão importante - da vida dele e da sua.

Para ler, clique nos itens abaixo:

1. Qual é a idade certa para a entrada na escola?

O ideal é que a criança vá para a escola por volta dois anos, pois é uma idade em

que a convivência com outras crianças passa a ser mais estimulante. Mesmo do

ponto de vista médico, o indicado é que a criança fique em casa até completar dois

anos, pois essa é a idade em que ela atinge a sua plenitude imunológica e fica

menos vulnerável a infecções. No entanto, se você tiver de trabalhar e não tiver

com quem deixar o seu filho, nada de traumas: faça uma pesquisa e escolha um

bom berçário, com boas instalações e com profissionais nos quais você confie. Em

alguns casos, é melhor ir para uma boa escola do que ficar em casa com alguém

sem formação.

2. Como prepará-lo para o ingresso na escola?

É importante não esconder nada. Explique que ele vai para a escola a partir de um

determinado dia, que você vai levá-lo, vai buscá-lo e que o acompanhará no início.

Fale dos novos amiguinhos que vai fazer, da professora, de como é a escola e o

que acontece por lá. Mas é importante não exagerar, não falar como se ele

estivesse indo para um bufê infantil, para que ele não fique frustrado. Nessas

horas, nada como uma boa conversa.

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3. Qual é o papel da família na adaptação?

Para o pai e a mãe, a adaptação começa na escolha da escola. Feita a escolha, a

família tem que conhecer os rituais da escola, frequentar as reuniões que

antecedem o início das aulas e abrir um canal de comunicação com o professor.

Além disso, os pais têm o papel de esclarecer, explicar por que ele está indo para

a escola, deixar claro que ele vai ficar sozinho lá depois de alguns dias. Não crie

falsas expectativas no seu filho. O melhor é dizer a verdade. Explique que você vai

acompanhá-lo por um período, mas que, depois disso, você vai voltar ao trabalho e

ele vai ficar só com a professora e com os coleguinhas.

4. Qual é o papel da escola na adaptação?

A escola é representada pela figura da professora, que tem um papel fundamental.

Ela deve ser duplamente sensível, para entender os anseios dos adultos e das

crianças. A professora deve acolher a criança, mostrar as instalações da escola,

apresentar os coleguinhas. O ideal é que atenda individualmente cada aluno

durante o período de adaptação. Os pais podem acompanhar tudo por meio dos

relatos delas, que, nesse período inicial, devem estar mais atentas do que nunca

ao comportamento e à alimentação das crianças

5. Por quanto tempo o pai ou a mãe devem ficar na escola?

O tempo mínimo é de um ou dois dias. O tempo máximo varia de criança para

criança, mas, em geral, uma semana ou dez dias são suficientes. Se após esse

tempo o seu filho ainda não estiver adaptado e continuar exigindo a sua presença,

o melhor é conversar com a coordenação da escola para saber como agir. Talvez

seja o caso de pensar em outra estratégia de adaptação. Uma dica importante:

nunca vá embora sem se despedir do seu filho. Ele pode se sentir traído e

inseguro em relação à escola.

6. Como lidar com o choro?

É preciso identificar se não é um choro manipulatório, pois há crianças que fazem

uso dessa artimanha para impedir que os pais as deixem. Muitas vezes, a criança

chora ao ver o familiar se afastando, mas, logo depois, para e começa a brincar

com os coleguinhas. Há momentos em que é importante ir embora sem olhar para

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trás, para evitar que essa situação se arraste por mais tempo. Converse com os

professores e coordenadores para decidir como agir em casos como esse. E

lembre-se: chorar um pouco em uma situação como essa é até saudável.

7. É normal sentir culpa ao deixar o filho na escola?

Sim. É normal principalmente quando o filho ainda é bebê. É claro que, para ou pai

ou a mãe, sempre será difícil deixar um bebê nas mãos de um desconhecido (ou

quase desconhecido), mas, lembre-se, uma hora ou outra, o momento de ir para a

escola chegaria. O melhor é esquecer a culpa, pois a insegurança dos pais é

facilmente percebida pelos filhos. Vá trabalhar feliz e faça com que o tempo que

você tem com ele seja de muita qualidade. No entanto, se achar que está sofrendo

mais do que deveria com essa situação, não hesite em procurar ajuda.

8. Quando a criança passa da Educação Infantil ao Fundamental, é

necessário um período de adaptação?

Sim. Em geral, a própria escola faz esse ritual de passagem, mostrando às

crianças e aos pais as novas salas de aula, o material que será utilizado e

explicando quais serão as novidades que vêm com essa nova etapa. Se houver

uma troca de escola, é importante que os pais estejam mais disponíveis nos

primeiros dias.

9. Como deve ser feita a adaptação de uma criança que vem de outra escola?

Uma mudança de escola é sempre um pouco mais difícil. Por isso, deve ser muito

bem planejada pela família. Se possível, o ideal é que a criança conheça a escola

e os professores ou o coordenador antes de as aulas começarem. Isso é

importante para que ela tenha referências, saiba a quem recorrer caso tenha

dúvidas ou problemas. Além disso, é fundamental que ela entenda por que essa

mudança está ocorrendo. O melhor é ser transparente. Em casos de crianças mais

velhas, os outros alunos da turma também devem ser preparados para a chegada

do novo colega.

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10. Como os pais podem participar e ajudar no período de adaptação?

Além de acompanhar os primeiros dias da criança na escola, é importante que a

família se envolva, conheça as instalações da escola, os professores, os

coordenadores e os pais dos outros alunos. Muitas escolas oferecem atividades de

adaptação específicas para os pais (sim, para você também é um período de

adaptação). Se for o caso da escola do seu filho, não perca. É uma excelente

oportunidade de conhecer os outros pais, o que também facilita a integração das

crianças. E, quando as aulas começarem, não bombardeie o seu filho com

perguntas. É importante escutar o que ele tem a dizer e perguntar o que aprendeu,

mas nunca pressione por respostas.

Especialistas consultados nesta reportagem

- Luciana Fevorini, doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São

Paulo (USP)

- Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da Educação Infantil da Escola

da Vila, em São Paulo (SP)

- Alessandro Danesi, pediatra do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo (SP)

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Maria Fernanda Bergamasco

ADAPTAÇÃO...COMO É DIFÍCIL...PARECE QUE NUNCA VAI DAR CERTO!

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· 21 de Novembro de 2011 às 08:44

o

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Renata Verdinelli Bachega · FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E PRÓTESE ODONTOLÓGICA

ja li, e guardei este site pro ano que vem kkkkkkkkkk bjos

Responder · 3 · Curtir

· 21 de Novembro de 2011 às 08:51

o

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Cristina Silva · São Luiz Do Maranhão, Maranhao, Brazil

É verdade...tenho sofrido com esse momento, minha filha tem dois anos e não tem sido fácil!

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· 24 de Janeiro às 11:54

o

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Barbara Jesus · Professora na empresa Colegio salesiano

A adaptação é sofredora para a criança e para os pais, mas depois tudo dá certo. Seria anormal se uma criança de 2 anos não chorasse ao se separar dos pais para ficar com pessoas estranhas em ambiente estranho. Então!! RELAXEM!!

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· 4 de Fevereiro às 16:06

PROFESSOR

10 dicas para ajudar na adaptação dos alunos

Veja como lidar com a agitação dos pequenos (e com a ansiedade dos pais) na volta às aulas

29/01/2009 15:51

Texto Juliana Bernardino

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Foto: Dreamstime

O educador deve contribuir para que as novidades sejam aceitas sem crise

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Os primeiros dias de aula estão, certamente, entre os mais importantes de todo o ano

letivo. É durante essa fase que os alunos conhecem os novos professores, os novos

colegas e começam a se adaptar à nova série e, muitos deles, também à nova escola. O

papel do professor nesse momento é de grande relevância, pois ele, mais do que

ninguém, pode contribuir para que todas essas "novidades" se encaminhem de um jeito

natural e bem-sucedido, para a felicidade dele próprio, dos alunos e dos pais.

"Se o professor não constitui um vínculo bacana com os alunos nesse início, a relação

entre eles pode seguir com problemas durante todo o ano. Reconquistar é possível, mas é

mais difícil", acredita Ana Paula Arantes, coordenadora do Ensino Fundamental I do

colégio Pueri Domus (Unidade Aruã), em Mogi das Cruzes, SP.

Para Maria Bernadete Silveira, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e dos 1º e

2º anos do Ensino Fundamental no colégio Sion, em São Paulo, bons resultados nesse

processo inicial garantem a adaptação da criança na escola até o final do ano. "Inclusive

no maternal, fase em que as crianças levam cerca de 15 dias para criar vínculos com o

professor e a escola", acrescenta a educadora.

O trabalho de adaptação é para todos os alunos. No maternal, a criança ainda é muito

ligada ao ambiente familiar e precisa fazer a transição para o ambiente escolar. No 1º ano,

a insegurança está no fato de a criança começar a ter uma rotina de alfabetização, a usar

mais livros e a sentir uma outra exigência. No 2º ano, sua responsabilidade aumenta ainda

mais, pois ela precisa se organizar de outra forma e o brincar já não está tão presente.

Além de todos esses casos, estão os novatos na escola, transferidos de outras instituições

que, independentemente da idade, necessitam de uma boa recepção por parte da equipe

escolar. "O aluno que vem de outra escola está passando por uma mudança (mudam as

referências de amizade, de ambiente, de rotina), e toda mudança traz desconforto,

portanto ele precisa ser bem acolhido", explica a pedagoga Ana Paula.

Também os pais precisam ser acolhidos em suas inseguranças e em seus medos. Eles

devem receber o apoio não só dos professores, como da coordenação da escola. "Por

isso, os encontros com os pais nesse início são tão importantes. Eles precisam ser

orientados e tranquilizados. Costumo dizer que os professores têm de se colocar no lugar

deles, para assim entendê-los", declara a coordenadora Maria Bernadete.

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O desafio é grande, professor, por isso há que se preparar para enfrentá-lo. Para ajudá-lo,

fomos buscar 10 dicas para você passar por esse processo sem turbulências, receber bem

seus alunos e criar com eles um vínculo forte. Afinal, como diz a educadora Ana Paula

Arantes, "não há aprendizagem sem vínculo".

Para ler, clique nos itens abaixo:

1. Receba bem os pais

Professores costumam relatar que, neste início de ano, alguns pais ficam mais

ansiosos que seus filhos, o que acaba prejudicando o processo de adaptação. O

comportamento é natural, portanto, não encare como desconfiança ao seu

trabalho. Coloque-se no lugar deles e procure compreender suas inseguranças e ir

conversando até que a relação esteja estabelecida. Trabalhe em conjunto com a

coordenação da escola, que deve oferecer um suporte. "Nós da coordenação

precisamos estar sempre por perto, dando um bom atendimento aos pais,

sobretudo àqueles que têm filhos frequentando a escola pela primeira vez", explica

a coordenadora Maria Bernadete, do colégio Sion.

2. Recepcione calorosamente seus alunos

A primeira impressão é a que fica? Pode ser que não, mas em se tratando de

primeiro dia de aula, é melhor não arriscar. Sendo assim, receba os alunos com

empolgação e entusiasmo. De preferência, receba-os fora da sala de aula, no

portão de entrada ou em alguma área livre. Apresente-se e converse um pouco

com cada um deles, fazendo sempre comentários otimistas e animados. Você

também pode convidar os pais para irem até a sala nesse primeiro dia de aula para

eles conhecerem (é o que ocorre na Educação Infantil). Os filhos sentem-se

seguros quando isso acontece.

Ah, e procure estar com todos os nomes dos alunos na ponta da língua. "Olá,

Fulano? Seja bem-vindo". Com esse simples gesto, a criança se sentirá

automaticamente mais próxima do professor, mesmo que nunca o tenha visto

antes. É importante também o professor reconhecer qual aluno é novo naquela

turma e já ir apresentando-o ao grupo pelo nome: "Olha só quem está aqui,

pessoal. Conte pra gente, fulano, onde você estudava antes". "É uma forma de

sensibilizar os alunos antigos para receberem os novos", acredita a coordenadora

Ana Paula Arantes.

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3. Esteja bem com você

Para conquistar a confiança dos alunos e dos pais nesse início de ano, é

imprescindível que o professor esteja se sentindo tranquilo, realizado e feliz. "Ele

precisa demonstrar equilíbrio emocional, estar sempre com um sorriso no rosto,

demonstrar pela expressão que está preparado para receber aqueles alunos",

aconselha a educadora Maria Bernadete.

4. Recicle seu conhecimento

Estude, pesquise, faça cursos, enfim, prepare-se profissionalmente para o início do

ano letivo. Quando se tem conhecimento, se tem mais segurança, que é a chave

para conquistar os alunos e os pais.

Para os primeiros dias, prepare aulas atraentes, com atividades que envolvam

todos os alunos. Mude rapidamente de uma atividade para outra, evitando que as

crianças fiquem entediadas.

Ficou com dúvida sobre o que fazer? Procure a coordenação ou peça ideia para

algum professor mais experiente que trabalhe na escola. "O ideal é que os

professores recebam um treinamento antes de as aulas terem início, que pode ser

dado pela própria coordenação", orienta Maria Bernadete.

5. Prepare bem o ambiente

É importante que a criança sinta-se bem em sua sala de aula. Afinal, é o lugar

onde ela passará várias horas de seus dias, durante muito tempo. O primeiro

contato com esse ambiente precisa ser bem-sucedido, portanto, cuide para que ele

esteja bem cuidado, limpo e com tudo conservado. Cores, música e organização

são bem vindas.

6. Monitore os novos alunos

As situações de início de ano letivo são muitas. Em algumas escolas, os

professores acompanham suas turmas na série seguinte; em outras, recebem

turmas inteiramente mudadas. Independentemente de qual for o seu caso,

certamente terá de lidar com algum aluno novo na sala (ou na escola). Atenção

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redobrada, professor! É de extrema importância que você monitore esse aluno,

procurando sempre se informar sobre ele. "Como foi hoje?", "Está precisando de

alguma coisa?". Se ele estiver com dificuldades para se adaptar, você deve

acolhê-lo de fato. "Tem que legitimar os sentimentos do aluno: 'eu te entendo',

'também passei por isso quando entrei na escola, não é fácil", aconselha Ana

Paula, coordenadora do Pueri Domus.

7. Eleja um aluno-mentor

O aluno-mentor pode ajudar você na adaptação dos novos alunos. Esse aluno-

mentor já está na escola há um tempo, conhece as dependências, os funcionários

e poderá acompanhar a criança recém-chegada pelos primeiros dias, ajudando-a a

se inserir nos grupos e a compreender a rotina local, como funciona o recreio, a

cantina etc. "O aluno-mentor faz a transposição entre a escola antiga e a nova",

resume Ana Paula.

Como muitos vão querer exercer essa função, faça uma votação na sala para

escolher o aluno-mentor. Mas continue de olho, sempre monitorando o desenrolar

desse combinado.

8. Não tenha pressa

Entenda que cada aluno vai lidar com as questões novas de um jeito bem

particular. Tudo depende de quanto eles estão preparados, da vivência que eles

trazem de casa, da Educação Infantil, do colégio antigo etc. Alguns alunos que

iniciam o Ensino Fundamental, por exemplo, podem se acostumar rapidamente

com a mudança no volume de livros, no número de disciplinas. Outros podem

precisar de um tempo maior para se adaptar.

Uma saída que pode contemplar a todos é você já iniciar o ano acostumada a

colocar a rotina em pauta. "Hoje nosso dia vai ser assim". E repetir esse aviso

todos os dias. É uma forma de conter a ansiedade, já que você antecipa para os

alunos todos os acontecimentos.

9. Convoque os pais para uma reunião

Como foi dito, os pais podem se sentir muito ansiosos com o início das aulas.

Portanto, o ideal é que eles sejam chamados para uma reunião com os

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professores e a coordenação antes mesmo de as férias acabarem. "Nessa reunião,

falamos sobre a proposta pedagógica, como vai ser o primeiro dia de aula e, com

os pais de alunos novos, explicamos um pouco sobre como a escola funciona",

relata Maria Bernadete, do colégio Sion.

10. Agende um atendimento exclusivo para as novas famílias

Depois que as aulas tiverem começado, uma boa atitude é chamar os pais dos

alunos que foram matriculados na escola naquele ano para saber como as

crianças e eles próprios estão se sentindo, o que estão achando da escola, do

professor etc. É muito comum que a criança estranhe algumas coisas nesse início,

mas você precisa sentir se ela está se adaptando aos poucos ou não. E o retorno

dos pais é essencial. "Às vezes a criança não dá sinais sinal em sala, mas dá em

casa. É comum, por exemplo, ela reclamar no começo para os pais que está

achando a lição difícil, ou que não está acompanhando as aulas. O professor

precisa investigar se a criança realmente está com dificuldades ou se está só

insegura, ainda se adaptando. É preciso muita sensibilidade do profissional para,

então, ir mostrando à criança que ela é capaz", explica Maria Bernadete.

PEDAGOGIA

8 atitudes do professor que desestimulam

A falta de estímulo, afeto, segurança e bom humor podem levar o aluno a se desinteressar pela escola

29/07/2008 20:51

Texto Juliana Bernardino

Foto: Dramstime

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Para evitar que os alunos se sintam frustrados ou desestimulados, os professor deve reavaliar constantemente sua postura em sala de aula

Aprender conteúdos de português, matemática, ciências, entre outras disciplinas, não é

mais o único intuito de as crianças freqüentarem a escola nos dias de hoje. Pais e

educadores concordam que o universo escolar é também muito útil para a socialização,

para a troca de experiências, para o trabalho das emoções, para o aluno se descobrir (e se

redescobrir) como indivíduo, entre muitas outras finalidades. Conseguir que todos esses

objetivos sejam devidamente alcançados não é função apenas do professor, mas seu

papel é, sim, um dos mais decisivos no aproveitamento que crianças e adolescentes

fazem de suas vivências no meio escolar. Por isso, é importante que ele reveja

constantemente seu comportamento, visando avaliar como anda sua influência sobre cada

integrante da sala. Do contrário, alunos desestimulados podem brotar aos montes,

prejudicando, sem sombra de dúvida, o processo de aprendizagem em todos os aspectos.

Para Simão de Miranda, educador, mestre em Educação e doutor em Psicologia pela

Universidade de Brasília, o trabalho do professor no combate ao desestímulo é diário. "Ele

precisa investir na sua relação com as crianças, mostrar que gosta de conviver com elas e

de partilhar todos aqueles momentos. Ele deve passar confiança, para que os alunos

dividam seus medos e inseguranças, inclusive aquelas ligadas ao aprendizado", aconselha

Miranda, autor de 20 livros, entre eles "Professor, Não Deixe a Peteca Cair" e "100 Dicas

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Primeiro dia de aula: dicas para pais e professorespor: Bettina Monteiro

O final de janeiro é uma época que requer calma e segurança de um grupo de alunos muito especial: aqueles que chegarão à escola pela primeira vez. Alguns se adaptam com facilidade, mas boa parte se sente abandonada pelos pais e não consegue parar de chorar. Para complicar ainda mais a situação, certos professores nunca passaram por essa experiência e ficam totalmente desorientados.

Nós do Educar acreditamos que todos devem estar preparados para garantir ensino de qualidade, inclusive para os alunos do prézinho. Por isso conversamos com educadoras especialistas nessa faixa etária e reunimos algumas dicas de como pais e professores podem lidar melhor com os pequeninos. Afinal, o ingresso na vida escolar é um momento delicado, que pode ser determinante para a relação de uma pessoa com os estudos.

7 ideias para os pais nos primeiros dias de aula, segundo Mônica Machado Gimenes, coordenadora do Ensino Infantil do Colégio Augusto Laranja, de São Paulo:

“Antes de qualquer coisa, é preciso estar seguro com o lugar em que o filho será matriculado. Para isso, o melhor é visitar várias escolas e ouvir pais de alunos que já estudaram nelas”.

“Também é importante ter certeza de que é o momento ideal de a criança ingressar no Ensino infantil, ficando de olho para que a rotina da família não seja alterada nesse período da vida do filho”.

“Para evitar mudar a rotina da criança no período de adaptação, é interessante não forçar o desapego à chupeta ou à mamadeira, por exemplo”.

“Chorar é uma reação natural que não deve ser censurada. Não se deve fazer trocas com a criança por ela ter ficado na escola, como dar um presente por ela não ter chorado”.

“Evite perguntar muito sobre o que aconteceu durante o período letivo para não sobrecarregar uma pessoa tão nova, que ainda não consegue verbalizar totalmente o que vivencia”.

“É legal trazer um brinquedo ou uma boneca que ela goste para as aulas. É um apoio que dá segurança, um objeto de casa que vem para a escola”.

“Nunca se atrase para buscar a criança, para ele não se sentir esquecido na escolinha logo de cara”.

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7 ideias para os professores nos primeiros dias de aula, segundo Renata Podalka, coordenadora do Ensino Infantil da unidade Tatuapé doColégio Santa Amália, de São Paulo:

“O professor deve passar segurança para os pais. No comeo, a principal dificuldade do educador é tirar a criança do ‘colo’ deles”.

“Se a criança começar a chorar descontroladamente, o auxiliar da sala deve levá-la para um ambiente reservado (senão as outras começam a chorar também) e fazeralguma atividade para acalmar o aluno, como ouvir música”.

“Se o choro continuar, é interessante que os pais fiquem na escola também, ‘escondidos’. Caso seja necessário, eles podem aparecer, conversar com a criança e se envolver na atividade do filho”.

” É importante preparar muitas atividades, porque os pequeninos têm um tempo de concentração mínimo. Uma ação pode durar menos que o idealizado, principalmente nas primeiras semanas, quando os alunos ainda não estão habituados a esses exercícios”.

“No início do ano letivo, atividades externas são as mais bem-vindas. Brincar no parque, com bola, bambolê, na horta ou regar plantas, fazer pinturas ao ar livre”.

“Depois de algum tempo, é legal exigir mais concentração e envolver materiais diversificados. A criança está numa fase de descobertas e de exploração. Pintar com a mão, com o pé, lidar com texturas diferentes, brincadeiras em frente ao espelho, com fotos… Tudo isso é muito importante para elas se conhecerem”.

“Mais para o final do ano letivo, é hora de atividades desafiadoras e mais elaboradas. Mexer com canetinhas, lápis de cor (que exigem mais coordenação motora e firmeza), dança, música, com arte de modo geral, é essencial. A criança ainda tem dificuldades de se expressar e pode fazer isso a partir de um desenho, por exemplo”.

Leia também essas reportagens sobre adaptação escolar: 10 dicas para ajudar na adaptao dos alunos e Volta s aulas sem medo.

Por Gabriel NavarroFotografia: Stock

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SimbioseOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Simbiose é uma relação mutualmente pequena, na qual, dois ou mais organismos diferentes são beneficiados por esta associação.

Há alguma indefinição nos conceitos associados a este termo. Assim, dever-se-á ter presente que a simbiose implica uma inter-relação de tal forma íntima entre os organismos envolvidos que se torna obrigatória. Quando não existe obrigatoriedade na relação, dever-se-á utilizar antes o termo/conceito protocooperação.

Alguns casos clássicos que ajudam a compreender o conceito de simbiose:

Certos Cnidários alojam algas nos seus tentáculos. Estes animais procuram nadar próximos à superfície da água para que as algas possam usar a luz para efectuar a fotossíntese. Ao realizarem o processo, as algas produzem certos compostos orgânicos essenciais ao organismo hospedeiro.

Orquídeas e muitas outras espécies de hábito epifítico habitam locais ricos em matéria orgânica, mas pobres em sais minerais. No entanto, as suas raízes (freqüentemente apresentando um tecido esponjoso, o velame) abrigam fungos do tipo Micorriza, que atacam a matéria orgânica do substrato e a decompõe na forma de sais minerais, que podem assim ser assimilados pelos vegetais. Em contrapartida, as plantas realizam a fotossíntese e sintetizam moléculas orgânicas, como carboidratos e aminoácidos, essenciais à sobrevivência dos fungos.

As mitocôndrias vivem no interior das células eucarióticas, produzindo energia na forma de ATP, numa estreita relação simbiótica. Essa relação é tão forte que a célula e a mitocôndria não conseguem viver separados. Acredita-se que as mitocôndrias eram organismos que viviam isolados no exterior das células, e que foram incorporadas por algumas células, criando uma forte relação entre os dois organismos: a célula fornece alimento e um ambiente seguro para o desenvolvimento e reprodução da mitocôndria, e esta se responsabiliza pelo fornecimento de energia da célula. Uma prova disso seria o facto de a mitocôndria ter material genético próprio (o DNA mitocondrial).

Fungos e algas, numa relação mútua de proteção-alimento, caracterizando os liquens.

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1.1

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Relação Mãe-Filho – DR. JABES MOURA

A l é m d o n a s c i m e n t o , o q u e é i n e r e n t e a o s e r h u m a n o é o relacionamento materno. D e s d e a v i d a i n t r a u t e r i n a , m ã e e f i l h o e s t ã o c o n e c t a d o s n ã o apenas fisicamente porem e até com maior intensidade de forma a f e t i v a , e s t e l a ç o a f e t i v o p o r d i v e r s a s r a z o e s t e n d e a s e perpetuar. M e s m o q u e a f i g u r a d a m ã e b i o l ó g i c a m u d e m e s m o a s s i m é imprescindível a existência de uma figura materna na vida de todos nós. E s t a r e l a ç ã o é t ã o i m p r e s c i n d í v e l q u e n o e n t e n d i m e n t o d e Winnicott,

” N o s p r i m ó r d i o s , h á u m a d e p e n d ê n c i a a b s o l u t a e m r e l a ç ã o a o a m b i e n t e f í s i c o e e m o c i o n a l . N o s p r i m e i r o e s t a g i o n ã o h á v e s t í g i o d e v e s t í g i o s d a dependência por isso ela e absoluta, (A família e o d e s e n v o l v i m e n t o i n d i v i d u a l , W i n n i c o t t , D o n a l d Woods, São Paulo 2005).

N o s p r i m e i r o s m e s e s d e v i d a e m e s m o n o f i n a l d a g e s t a ç ã o , a criança precisa da sustentação da mãe, pois segundo afirma:

“a criança nasce indefesa. É um ser desintegrado ,que percebe de maneira desorganizada os diferentes estímulos provenientes do exterior

”, portanto

“acriança desconhece a existência de tudo o que não seja ela própria”,

(Moura, Joviane. Winnicott-Principais Conceitoshttp://artigos.psicologados.com/abordagens/psicanalise/winnicott-principais-conceitos)

. (1)

Portanto é imperiosa a existência de uma relação sadia com a m ã e q u e e n t r e g a à c r i a n ç a t o d o o “ h o l d i n g ” , s u p o r t e p a r a a v i d a t a n t o f í s i c a q u a n t o a f e t i v a . A n e g a ç ã o d e s s a m ã e e m s u p r i r a c r i a n ç a c o m a d e v i d a s u s t e n t a ç ã o , s u p o r t e à v i d a l e v a n d o - a n o s b r a ç o s c r i a r a n e s t a c r i a n ç a u m b l o q u e i o q u e manterá a mesma em um estado de não integração.

Para Winnicott:

“ a s e x p e r i ê n c i a s i n i c i a i s o u d i á d i c a s s ã o e s t r u t u r a n t e s d o p s i q u i s m o , p a r t i c i p a m d a organização da personalidade e dos sintomas. O bebê n a s c e e m u m e s t a d o d e n ã o i n t e g r a ç ã o . O n d e o s

Page 21: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

n ú c l e o s d o e g o e s t ã o d i s p e r s o s e , p a r a o b e b ê , e s t e s n ú c l e o s e s t ã o i n c l u í d o s e m u m a u n i d a d e q u e e l e f o r m a c o m o m e i o a m b i e n t e ” , (

Moura, Joviane.W i n n i c o t t - P r i n c i p a i s C o n c e i t o s. http://artigos.psicologados.com/abordagens/psicanalise/winnicott-principais-conceitos)

.

O p a p e l m a t e r n o é p r o v e r a c r i a n ç a s u p o r t e a f e t i v o e fisiológico para que mesma sobreviva às intempéries do mundo c o n c r e t o , f í s i c o , e d e s e n v o l v a s e u p s i q u i s m o d e f o r m a a s e tornar um adulto emocionalmente equilibrado. A relação una de mãe e filho ligados pelo cordão umbilical por trinta e seis semanas se desenvolve ate chegar ao estagio de uma relação simbiótica. ROSÂNGELA CANASSA, afirma que:

“ A Psicanálise cunhou o termo “relação simbiótica”, na qual mãe e bebê se relacionam como se fosse um único ser. A criança não tem noção de que é um ser separado da mãe, que é resultado desta simbiose. E nesse período do pós-nascimento há várias experiências que comprovam objetivamente tal sintonia, tanto que o bebê, ao comunicar seus desejos e necessidades, vive em total dependência, alternada com momentos de muito prazer (quando há correspondência) e de muita frustração, quando se dá conta de que não está sendo satisfeito (ou correspondido), (

Canassa, Rosangela. Atração física e a escolha do parceiro.http://www.ima.mat.br/art/webcinema/bonecas_russas3.htm.

.

Sob esta ótica mãe e filho nos primórdios da infância compõe uma unidade psicofísica onde, para a criança o seu universo é ntão somente a mãe com a qual ele convive como extensão de si próprio. Para a criança o conforto a segurança o alimento não

s ã o e x t e r n o s a s i p o r e m f a z e m p a r t e d e s t e ú n i c o s e r , m ã e -f i l h o . A c r i a n ç a s e e n t e n d e i l i m i t a d a , o n i p o t e n t e , p o i s e l a tudo pode, para ela, portanto a chantagem nada mais é do que a única forma pela qual ele tem acesso a este universo que é ele mesmo, quando o saciar do seu

Page 22: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

desejo encontra-se distante. A zona de conforto da criança, peito, calor, toque para ele não e x i s t e m f o r a d e s i , a p e s a r d e q u e n a r e a l i d a d e e l a e s t a e m o u t r o s e r , p o r e m a c r i a n ç a s e e n t e n d e e s t e s e r , q u e p o d e qualquer coisa a qualquer tempo, estará ali para satisfazer os seus desejos, sejam emocionais, e físicos. A f o r c a d e s t a r e l a ç ã o f u s i o n a l , s i m b i ó t i c a o u s i m p l e s m e n t e díade e tão forte conforme deixa claro Davy Litman Bogomoletz quando afirma que:

“um cordão umbilical fantasma, que as une e assim p e d e d e e x i s t i r e m i n d e p e n d e n t e s (fisicamente) uma da outra... Esta condição' f í s i c a ' t o r n a - a s p s i c o l o g i c a m e n t e inseparáveis e, portanto inexistentes enquantou n i d a d e s i n d i v i d u a i s . ' I n d i v i d u a l ' , n e s s e c a s o , é a d í a d e , i n d i v i s a e i n d i s s o l ú v e l ” , (

Bogomoletz, Davy Litman. Um é pouco, dois éb o m , t r ê s é d e m a i s. http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrlD=47

.

P o r t a n t o é i m p o s s í v e l à m ã e p o r s e u s p r ó p r i o s e s f o r ç o s “expulsar” o filho do seu “ventre” ela precisa de outra pessoa q u e i r a c o m a s u a p e r m i s s ã o c o r t a r e s t e c o r d ã o u m b i l i c a l . O c o r r e n d o e s t a c i s ã o n o m o m e n t o c o r r e t o a r e l a ç ã o m ã e - f i l h o não se tornara uma relação perversa. E s t a r e l a ç ã o s e p r o l o n g a q u a n d o n ã o s o f r e u m a i n t e r r u p ç ã o quando a mesma não é de forma “dolorosa” quebrada. Quem proporciona esta “dor”, “perda” é o elemento motivador de t o d a a “ c a s t r a ç ã o ” d a c r i a n ç a , e l e é e x t e r n o n ã o p e r t e n c e à relação aparece do nada e lhe toma o peito o colo o ninho. Este elemento é o pai!

O NASCIMENTO PSICOLÓGICO

Page 23: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

Elaine Pedreira Rabinovich

Psicóloga clínica e pesquisadora do CDH.

A autora conceitua o nascimento psicológico como a separação entre criança e mãe,

após uma fase em que ocorreu um estado de fusão entre ambas.

Essa separação ocorre através de um processo em que, de um lado, o bebê encontra

satisfação de suas necessidades através da maternagem, enquanto, de outro, vai sendo

exposto a um processo de frustração que o leva a recriar, através da representação

mental, o objeto do qual depende para sobreviver.

É descrito, de um modo geral, esse processo, enfatizando-se a inter-relação mãe-criança.

Da mesma forma que o nascimento biológico é marcado por uma separação física, o

nascimento psicológico é uma separação psíquica entre mãe e criança. É o que o

desmame, em última instância, significa. Até então, a criança não nasceu no sentido de

que não se diferenciou da mãe. Haveria, até aí, um estado de simbiose entre esses dois

seres. A característica essencial da simbiose é a fusão somatopsíquica onipotente,

alucinatória ou delirante com a representação da mãe, ou seja, o delírio de uma fronteira

comum (Mahler, 1977, p. 63).

A primeira separação entre mãe e criança se dá entre seis e nove meses. É o momento

em que a criança diferencia o eu do não-eu. A criança não percebe quem ela é, mas que

ela é.

A individuação é o processo através do qual ela perceberá quem ela é; para alguns

autores, como Mahler (1977, p, 146), esse processo inicia-se aos 30 meses e concretiza-

se, para Yung (1960, p. 525), em tomo dos 35 anos. Entre esses dois marcos há vários

outros momentos de separação-individuação, como a adolescência, onde a emergência

de papéis sexuais e sociais ocasiona novas separações dos pais e crises quanto à questão

da identidade. Tanto a separação quanto a individuação podem ser descritas como

diferentes modos de organização do ego e de sua relação com o meio.*

Page 24: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

Outras áreas de conhecimento têm trazido aportes significativos para uma compreensão

ampliada do porque o nascimento psicológico ocorre fora do útero.

Gould (1987, p. 66), um evolucionista neodarwiniano, por exemplo, propõe que os

bebês humanos nascem como embriões e como embriões permanecem durante os

primeiros nove meses de vida. Segundo este autor:."se as mulheres dessem à luz quando

‘deviam' - depois de uma gestação de cerca de um ano e meio - nossos bebês teriam as

mesmas características precoces de outros primatas". Estas características se referem ao

tamanho do cérebro, à calcificação e a níveis globais de desenvolvimento comparados

aos dos primatas. O próprio crescimento físico do bebê acompanharia o padrão de

crescimento dos fetos de primatas e mamíferos e não os de filhotes de primatas. Além

disso, ao nascer, o cérebro de um bebê humano tem apenas um quarto de seu tamanho

final. Para a maioria dos mamíferos, contudo, o crescimento do cérebro é um fenômeno

exclusivo da fase fetal. Gould (1987, p. 70) propõe ser esse o motivo do nascimento

"antecipado" dos bebês humanos; dado o desenvolvimento do cérebro humano, um

quarto de seu tamanho é o máximo que este pode ter para poder passar pelo canal

pélvico. Foi por causa disso, pensa o autor, que "a gestação do ser humano precisou ser

encurtada em relação ao seu desenvolvimento".

Complementando essas considerações, sabe-se que os tecidos nervoso e muscular se

desenvolvem fora do útero até os 30 meses. Piaget (1967, p. 29), para explicar os vários

estágios da inteligência, valeu-se de um constructo hipotético: os créodos, que seriam

caminhos para o crescimento intelectual que, existindo em potencial, se atualizariam na

intersecção sujeito-ambiente. As glias são conceitos neurológicos, fornecendo a mesma

base orgânica para os achados psicológicos. Aos 6-8 meses, o processo de mielinização

garante o suporte somático para os ganhos adquiridos em nível psíquico, sendo, na

verdade, dois lados de uma mesma moeda.

Eis porque o nascimento psicológico também ocorre fora do útero. Nessa mesma

medida, ele se dá no processo da interação social.

Dentro dessa perspectiva, pode-se entender toda a amplitude da afirmação de Winnicott

(1982, p. 43): "o potencial herdado por um bebê só pode vir a ser um bebê se ligado à

maternagem; sempre que encontramos um bebê, encontramos a maternagem". "Mãe"

Page 25: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

designa, para nós, a pessoa ou pessoas que cuidam da criança de um modo contínuo e

sistemático. A maternagem, o sistema de cuidados mãe-criança, é o protótipo de todos

os relacionamentos sociais e, ao mesmo tempo, a semente do individuo. A mãe

acumula, assim, sua própria individualidade, sua história pessoal, a estrutura e o

funcionamento familiar, a classe social a que pertence, seu grupo cultural e, em círculos

cada vez mais abrangentes, a história de toda a humanidade. Para Spitz (1983, p. 31), é

essa pessoa que transmite à criança o universo onde ela está inserida.

O fato de a criança não nascer pronta, como em outras espécies, torna a humanização

possível. Trata-se de um longo período de inpriting, possível porque mãe e criança,

partindo de um estado de fusão, lentamente vão construindo de um lado, para destruir de

outro, essa relação absorvente-absorvida e dar origem a dois seres separados que o corte

do cordão umbilical apenas simbolizara.

O nascimento psicológico é o produto de uma relação e o fruto de uma conquista. Há

um inter-relacionamento onde dois seres estão interferindo e modificando-se

mutuamente: o filho faz a mãe tanto quanto esta o faz, embora em níveis e versões

muito diferentes.

O que falta à criança é compensado e fornecido pela mãe. A mãe coloca-se como uma

espécie de "ego exterior", protegendo, cuidando, reconhecendo e expressando

necessidades. À medida que a relação evolui, a mãe vai recuando nessa sua atividade e

fornecendo os elementos para que a criança adquira sua autonomia. Esta é uma

conquista da criança que tem de superar frustrações para se organizar no nível

imediatamente superior. Portanto, a separação e a individuação são frutos da atividade

da criança na sua interação com o mundo.

No inicio, o recém-nascido não percebe a mãe como distinta de si próprio; ela é

simplesmente parte da totalidade de suas necessidades e satisfação. A criança apenas

registra o alivio da tensão e não o objeto que causa o alivio. Atribui o alivio a si próprio,

e isso é o que chamamos de onipotência. Ao nascer, o bebê é parcialmente protegido

por uma barreira aos estímulos que, por assim dizer, perpetua, na vida extra-uterina,

condições intra-uterinas. Grande parte da percepção passa pelos sistemas

proprioceptivos e interoceptivos. As reações da criança ocorrem principalmente a partir

Page 26: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

da percepção de necessidades comunicadas por esses sistemas. Com o amadurecimento

do sistema nervoso e as sucessivas exposições a situações parecidas, vão-se imprimindo

alguns circuitos nervosos, além dos atos reflexos presentes no nascimento. Este sistema

dá origem a padrões de ação na forma de traços nmemônicos. As situações que se

repetem, e que dão origem a essas impressões, são principalmente aquelas às quais a

mãe dá significado, tais como fome-seio, frio-agasalho. É a mãe quem, através de suas

representações, dá nome às necessidades da criança e com isso estabelece relações fora,

que passam a estar dentro da criança.

A base das reações do recém-nascido é constituída por atos reflexos sobre os quais se

montam cadeias simples de ações e, depois, cada vez mais complexas, até que um

conjunto dessas ações se torne independente e forme um núcleo gerador de novas

sínteses. Esses núcleos são a origem do ego; quando vários núcleos se unem há um ego

rudimentar.

Segundo Hoffer (1983, p. 20), o conceito "boca-eu" é a primeira organização do eu e a

mão é o agente desta organização. Não é necessário lembrar o espaço ocupado pela mão

e pela boca na representação do homúnculo no córtex cerebral. A cavidade oral é o

grande depositário das sensações de recém-nascido com total presença de sensações

interoceptivas e proprioceptivas. Quando o bebê mama, ele olha a mãe, caracterizando,

assim, o que Spitz (1983, p. 78) descreveu como a "experiência situacional unificada",

ou seja, a conexão mão-boca-labirinto-pele funde-se com a primeira limagem facial, a

face da ride. Com esse olhar, inicia-se a transição da percepção por contato para a

percepção à distância. A percepção à distância, segundo Spitz (1983, p. 79), é a

utilizada pelo adulto; é o que ele chama de sistema diacrítico baseado no Sistema

Nervoso Central, musculatura estriada e localização precisa dos órgãos sensoriais. A

experiência da amamentação ativa o sistema perceptual diacrítico que gradualmente

substitui a organização cinestésica original e primitiva. Esta organização, por sua vez,

consiste em sensações globais difusas, sincréticas e viscerais, envolvendo a musculatura

lisa e o sistema nervoso simpático-parassimpático. Esta mudança de sistema é que

permite a percepção do mundo, existindo fora da criança.

Como último elemento nesta experiência situacional unificada, a mãe olha a criança. O

olhar da mãe fornece, por assim dizer, a própria imagem da criança. Winnicott (1975, p.

Page 27: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

154) diz que o precursor do espelho é o rosto da mãe e que o bebê vê a si próprio no

rosto da mãe. Se não houver retomo, haverá atrofia da capacidade criativa e/ou retirada

para si próprio. Assim, é o olhar da mãe a via para a mudança do sistema perceptual

cenestésico para o sistema perceptual diacrítico. Não apenas o olhar da mãe fornece esse

caminho: o tato, o modo de pegar e segurar, o tom e o ritmo de sua voz, o calor de seu

corpo, o seu movimento. Baseada nessas trocas recíprocas entre criança e mãe, forma-se

a imagem corporal da criança, sendo esta a base sobre a qual é construído o eu da

criança.

Segundo Mahler (1977, p. 71), quando nasce, a criança está protegida por um escudo

autístico. Os cuidados maternos diminuem a tensão, assim como os comportamentos

expulsivos de tossir, urinar, espirrar, defecar, regurgitar e vomitar. A criança não

diferencia, mas discrimina diferentes qualidades de experiência: uma boa/prazeiroza,

outra má/desprazeirosa. A mãe é todo o prazer e todo o desprazer, ela é tanto a fome,

quanto a sua satisfação. A partir do segundo mês o bebê começa a ter uma consciência

difusa de que algo o satisfaz. O escudo começa a se romper e há um deslocamento da

catexia, da energia libidinal para órbita simbiótica da unidade dual. O escudo é

substituído pela simbiose. Qualquer experiência desprazeirosa, exterior ou interior, é

projetada para além da fronteira comum. Isso protege o ego rudimentar e possibilita o

início da identificação do objeto externo. Aos três meses, o sorriso social inespecífico,

caracterizado pela resposta do bebê ao sinal gestáltico "rosto em movimento” marca a

entrada da criança no estágio de relação de objeto que satisfaz a necessidade, isto é, a

criança começa a perceber que a satisfação de suas necessidades vem de um objeto

parcial que teria como função satisfazê-la. A resposta do sorriso específico dirigido à

mãe é um sinal crucial de que um elo particular entre criança e mãe foi estabelecido. O

próximo sinal é o "desabrochamento", um estado de alerta bem mais permanente, mais

persistente e com direcionamento de objetivos, isto indica que a atenção do bebê, que

durante os primeiros meses de simbiose era, em grande parte, dirigida para dentro,

gradualmente se expande através do surgimento da atividade perceptiva dirigida para

fora durante os crescentes períodos de vigília.

Aos seis meses tem início uma experiência de tentativa de separação–individuação.

Pode-se observar comportamentos da criança como: puxar o cabelo, as orelhas, o nariz

da mãe; tentar colocar comida na boca da mãe; afastar o corpo dela quando no seu colo,

Page 28: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

de modo a poder olhá-la melhor, examinando-a e ao mundo ao seu redor. Estes

comportamentos são sinais definidos de que o bebê começa a diferenciar seu próprio

corpo do corpo da mãe.

No sexto e sétimo mês tem lugar o auge da exploração tátil, manual e visual do resto da

mãe pelo bebê, assim como das partes cobertas e descobertas do seu corpo. O bebê dá

seus primeiros passos em direção à libertação num sentido corporal, de sua condição

completamente passiva de bebê de colo. Ocorreria então, para alguns autores, como

Spitz (1983, p, 141), a ansiedade dos oito meses: quando um estranho se aproxima da

criança, ela apresenta intensidades variáveis de apreensão ou ansiedade e rejeita o

estranho. Nesse momento a criança distingue claramente um estranho de um não-

estranho. Para Spitz (1983, p. 145), a ansiedade manifestada pela criança estaria ligada

ao medo de perda da mãe: quando confrontada com um estranho, sua reação é de que

não se trata de sua mãe e, portanto, esta a abandonou. Ainda segundo Spitz, assim como

para outros autores, a ansiedade dos oito meses reflete o fato de que a criança

estabeleceu, neste momento, uma verdadeira relação objetal, isto é, de que a mãe total

se tornou seu objeto de amor, e a própria criança se diferenciou da mãe.

Mahler discorda de Spitz quanto ao comportamento que indicaria o momento da

constituição da verdadeira relação objetal. Para ela (1977, p. 78), o padrão visual de

"confrontar com a mãe", a partir dos sete a oito meses, é o sinal mais importante e

razoavelmente regular do início da diferenciação somato-psíquica. Segundo ela,

confrontar é comparar o familiar com o não-familiar, comparar a mãe e o outro e

descobrir o que pertence ou não ao corpo da mãe. Uma expectativa confiante, fruto da

relação da criança com o seu meio, garantiria ou não esta exploração e esta comparação,

com ou sem ansiedade.

Segundo Mahler (1977), o nascimento da criança como individuo começa quando,

numa reação à resposta seletiva da mãe e suas "deixas", a criança gradualmente altera

seu comportamento. Segundo essa autora, seria a necessidade inconsciente especifica da

mãe que ativa, entre as potencialidades infinitas do bebê, aquelas que, em particular,

criam, para cada mãe, a criança que refletiria suas próprias necessidades individuais e

singulares, dentro dos limites dos dons inatos da criança.

Page 29: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

É a tessitura do relacionamento mãe-criança que permite que de um estado de não-

diferenciação o bebê vá acumulando experiências, registrando-as, organizando-as,

integrando-as e, no final deste processo, tenha condições de perceber a mãe como

alguém diverso dele e ele próprio como separado dela.

O que a mãe reflete é usualmente chamado de "amor". Através da identificação

primária, a criança vai incorporando as técnicas de cuidado até conseguir cuidar de si

própria: seda o "amor-próprio".

Para que experiências sejam impressas, é preciso que elas tenham um significado, o

material não significativo não é registrado. Grande parte do significado das experiências

é dado através de trocas com outro ser humano. Só uma relação recíproca ou

"reciprocante" é capaz disto. O afeto materno orienta os afetos do bebê e confere

qualidade de vida à experiência deste. É no (por e do interesse da mãe e da criança por

esta) inter-essere (= entre seres) que a criança nasce, aparece e vem ocupar o seu lugar

no mundo.

A atitude emocional materna, facilitadora ou controladora, permissiva ou limitadora,

aprovadora ou rejeitadora, positiva ou negativa, é que vai ajudar a desenvolver tais ou

quais reações. Além disso, há um feed-back recíproco e constante dentro da díade: trata-

se de uma relação complementar, homeostática, embora de dois seres tão diferentes.

Enquanto a mãe satisfaz as necessidades do bebê, esse satisfaz ou não as da mãe.

Apenas para ilustrar a complexidade dessa inter-relação complementar, citamos a

necessidade do bebê de mamar para aliviar a tensão que a mãe sente quando está com os

seios entumescidos.

Sob condições subumanas de vida a mãe não conseguirá humanizar o filho. Condições

sócio-econômicas muito precárias, impedindo que a mãe se perceba e se constitua como

um individuo, determinam condições de subnutrição afetiva para o filho. As condições

sócio-econômicas são a totalidade e os invariantes dentro dos quais a criança nasce e em

função do que se estrutura a díadre mãe-criança. As condições sócio-econômicas são as

necessárias, mas não suficientes para a inserção da mãe de e para a sociedade e da

criança, de e para a mãe. Já as condições culturais poderiam ser as suficientes, embora

não necessárias, para que o desenvolvimento ocorra de tal ou qual modo.

Page 30: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

Por "mãe" tem sido designado a(s) pessoa(s) que satisfaz(em) as necessidades da

criança, que cuida(m) dela de um modo sistemático e contínuo, que lhe dá proteção,

conforto e assistência e que tem um relacionamento reciprocante com ela. A

maternagem não se refere necessariamente à mãe natural, embora freqüentemente seja

por ela realizada. Crianças criadas em creches ou com outros tipos de vinculações, que

não com a mãe, desenvolver-se-ão de acordo com a qualidade destas vinculações.

Consideramos características essenciais da maternagem a continência ou holding, a

reciprocidade afetiva e comunicativa, e os cuidados contínuos e sistemáticos. O

conceito de maternagem nos parece suficientemente amplo para englobar sistemas de

cuidados que, embora diversos entre si, garantam a sobrevivência dos bebês como seres

humanos, adaptados à cultura onde viverão e capazes de transmiti-la aos seus

descendentes.

Enquanto a "gestação psicológica" é fruto da presença materna, o "parto psicológico" é

fruto da ausência da mãe. O nascimento psicológico ocorre porque, entre a sensação de

necessidade e o seu desaparecimento através da satisfação, há demoras. Estas demoras -

a falta - desempenham um papel fundamental no desenvolvimento adaptativo. A

percepção do ambiente baseia-se na tensão gerada por um impulso não satisfeito.

Freud já dizia que uma condição para que se faça o teste da realidade é que os objetos

que uma vez trouxeram real satisfação tenham sido perdidos. Winnicott (1975, p. 25)

confirma que não há possibilidade alguma de um bebê progredir do princípio do prazer

para o princípio da realidade a menos que exista uma "mãe suficientemente boa". Esta é

uma mãe que efetua uma adaptação ativa às necessidades do bebê, uma adaptação que

diminui gradativamente a intervenção materna, segundo a crescente capacidade da

criança em aquilatar o fracasso da adaptação e em tolerar os resultados da frustração.

Inicialmente, a mãe propicia a ilusão de que o seio, ou seja, todos os cuidados fazem

parte do bebê. A mãe coloca o seio real exatamente onde e quando o bebê está pronto

para criá-lo. Assim procedendo, cria uma área intermediária entre o que é objetivamente

percebido e o que é subjetivamente concebido, entre a realidade e a criatividade. A mãe

sobrepõe a realidade ao desejo da criança e dá a essa a ilusão de que existe uma

realidade externa correspondente a sua própria capacidade de criar. Após isto, a mãe

tem a tarefa de desiludir gradativamente. Se a ilusão-desilusão correr normalmente, está

Page 31: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

pronto o palco para a frustração do desmame, isto é, a separação da figura materna e o

início da constituição do bebê enquanto individuo (Winnicott, 1975, p. 28).

O objeto real ausente - a mãe - frustra. A frustração é sentida como aniquilamento. Para

diminuir a dor, para se apaziguar, a criança elabora e coordena os registros espalhados

no sistema nervoso. É a angústia ante a ausência da mãe que faz com que a criança a

recrie em sua mente, represente-a mentalmente mesmo em sua ausência. Com isto,

adquire a noção de permanência do objeto. A mãe, tornada permanente e não mais

produto de sua onipotência, faz com que a criança reconheça que seus sentimentos de

ódio, quando ela a frustra, e os de amor, quando ela a gratifica em suas necessidades,

são dirigidos a uma mesma pessoa. Concomitantemente, a própria criança se reconhece

como sujeito desses dois sentimentos, fundindo impulsos agressivos e libidinosos. A

partir deste momento, a criança passa a se preocupar com a mãe como um todo.

A tolerância à ambigüidade e à frustração é a condição para o início de operações

mentais de complexidade cada vez maior. O intelecto, ele próprio, é um produto da falta

e a cultura e a civilização, suas conseqüências. Tudo que nos foi dado uma vez e que

nos falta tentamos criar na realidade a fim de obtermos a segurança que a entrada no

mundo nos tirou. Por ironia dos deuses, a perda da onipotência é o momento do nosso

surgimento conto seres humanos.

Notas:

* O termo "ego" está sendo utilizado para designar o mecanismo psíquico responsável pela adaptação do

indivíduo ao meio. A definição de ego utilizada pela autora é o resultado da somatória de conceitos de

vários autores.

ADAPTAÇÃO ESCOLAR: ENFRENTANDO O NOVO

1 INTRODUÇÃO

Page 32: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

Ao longo da história da educação infantil, o processo de adaptação, foi por muitas vezes encarado pelos profissionais como sendo um período de tempo e espaço determinado pela própria escola e tinha como objetivo fazer as crianças pararem de chorar.

Falamos em adaptação quando enfrentamos uma situação nova, quando entramos em contato com algo já conhecido, mas por algum tempo distante do nosso convívio diário.

A adaptação é um processo contínuo de mudança, crescimento, desenvolvimento e amadurecimento. Marcado por encontros e desencontros é o momento em que a criança e seus pais passam a criar novas relações afetivas com um novo grupo que se encontra na sociedade: o início da vida escolar da criança. Acontece, a partir de então novos relacionamentos e favorece que a criança construa um mundo social mais amplo.

Quando se trata de entrar na escola infantil, fala-se de momentos delicados e marcantes na vida do aluno que se inicia, pois envolve sentimentos e expectativas de pessoas que esperam algo melhor para um futuro vindouro. De uma só vez, a criança tem que aprender a conviver com um ambiente diferente do que ela estava acostumada a conviver, apropriando-se de uma realidade nova, com influências, idéias, amizades e oportunidades com as quais nunca havia se deparado antes.

Sentimentos estão envolvidos. A criança apresenta sentimentos de tristeza, separação, sensação de estranheza ou desconforto, pois elas sentem-se estranhas no grupo ao qual ela está se inserindo, que é diferente do seu grupo familiar. BALABAN (1988) afirma que é necessário tempo para que essa criança apreenda toda a nova situação que está vivenciando (seja a característica desse novo adulto, ou dessa nova rotina e ambiente). É necessário tempo para que essa criança aprenda a conviver com essa nova situação: organização do tempo, do espaço e referência do adulto.

Novas experiências terão repercussão para as crianças, pais e aquelas pessoas que os acolhem, ou seja, os profissionais da instituição escolar. Entre as novas experiências que podem ser vividas, podemos destacar: a separação das crianças de seus pais, o afastamento do discente do ambiente familiar, além da criança entrar em contato com um novo grupo de adultos e crianças estranhas. Tudo isso provoca na criança ansiedade, pois para ela significa a separação dos adultos que lhe dão prazer e o principal, segurança básica, como alimentação e vestimenta.

Nesse momento de sua vida a criança depara-se com duas conquistas fundamentais: a independência e a autonomia. Como afirma BALABAN (1988, p. 25), a separação é uma experiência que ocorre em todas as fases da vida humana.

A criança começa a perceber-se independente de sua mãe. Por outro lado, a mãe terá um sentimento de perda. Na maioria das vezes é a primeira grande separação do filho e essas novas mudanças causam um certo desconforto. A entrada da criança na escola dá aos pais a impressão de estar antecipando a sua independência, tarefa árdua para ambas as partes. É importante lembrar que a

Page 33: ADAPTAÇÃO ESCOLAR 1

separação é um processo que gera sentimentos, precisando ser entendidos, discutidos e superados gradativamente.

2 ADAPTAÇÃO ESCOLAR: UMA QUESTÃO DE TEMPO

Essa é geralmente a primeira grande separação. Na maioria das vezes é a mãe que tem a incumbência de levar o filho pela primeira vez à escola maternal (...) Isso faz a mãe reviver separações pelas quais passou, e mesmo que estas tenham sido resolvidas com êxito, não há como fugir ao fato de que estamos lidando com uma experiência emocional (...) O fluxo de emoções sentido pela maioria das mães não reflete apenas sentimentos relacionado à criança, mas também suas próprias lembranças de separação. (REID, 1999: 99-100).

Como a escola pode se posicionar frente a esses conflitos? É preciso minimizar o impacto negativo desse momento particular na vida das crianças e de suas famílias tornando a escola um ambiente mais saudável e confiante. Ser aberta e disponível são dois fatores que devem estar presentes na escola.

Cada instituição de educação infantil deve planejar-se para esse processo de adaptação de acordo com as concepções de educação e da criança que direcionam sua prática. Cada escola tem a sua realidade específica. Existem diferenças sociais e econômicas que vão particularizando as escolas infantis e, portanto faz mudar o planejamento no que se refere ao regimento interno escolar.

Todas as escolas e creches têm um ponto de vista a respeito da entrada da criança na escola e a respeito da separação, quer ignorem estes assuntos, quer tenham planos para eles. Se os ignoram, é mais provável que o seu ponto de vista se baseie na posição tradicional de que a separação não é algo que tenha uma importância especial, e que largar a criança na escola e escapar é melhor para as pessoas envolvidas. Se a escola tem um plano para a separação, está reconhecendo a importância de ligação entre pais e filhos. (BALABAN, 1988, 103)

Segundo BALABAN (1988), a criança que é capaz de dominar seus sentimentos de separação ligadas com a entrada na escola, está dando um grande passo ao seu amadurecimento, que ao invés de encarar como um problema, verá como uma oportunidade de crescimento.

O trabalho com crianças em escolas de educação infantil deve acontecer, assim com a responsabilidade que as instituições escolares devem ter em ocupar-se de facilitar a apropriação e a reconstrução de saberes e conhecimentos.

Na realidade, desde cedo a criança deve apropriar-se do conjunto de informações, valores e referências que ampliem seus conhecimentos, para que se constitua como cidadã em uma sociedade que passa por profundas mudanças tecnológicas, políticas e econômicas. (CARVALHO, 2001:6)

A função da escola e dos profissionais é de receber a criança e para isso é necessário um trabalho cuidadosamente planejado. A instituição deve causar boa

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impressão, apresentar-se como um ambiente seguro, com um espaço que propicie o desenvolvimento e uma aprendizagem significativa.

BALABAN (1988), orienta que antes do início das aulas, sejam organizadas reuniões coletivas e individuais com os pais, para a escola expor aos mesmos a sua proposta pedagógica, os seus objetivos, explicando-lhes como se dá esse processo de adaptação, enfatizando que esse momento merece uma atenção especial.

Imaginar que o sucesso de um processo de adaptação se resume à ter ausência de choro é banalizar uma situação que não termina em si mesma. Os sintomas que as crianças apresentam como doenças, regressões, alterações de comportamento, etc., estão aí para comprovar que elas não falam que as coisas não vão bem somente chorando. (BORGES, 2002: 32)

Fica possibilitado nesse momento o esclarecimento de dúvidas, pois serão plantadas sementes nesse encontro para o estabelecimento de uma relação de confiança, afetividade e amizade entre escola e família.

Sem dúvida, a convivência familiar é insubstituível, mas é na escola que a criança tem a possibilidade de ampliar essa vivência e isso determina a construção de seus conhecimentos, uma vez que é na interação com os outros que esses conhecimentos se firmam e se constroem.

Segundo DAVINI (1999:45):

A adaptação é todo um grande período, que abrange desde as entrevistas e visitas preliminares dos pais as escolas, bem como os primeiros dias e o primeiro ano de escolarização da criança.

HENRIQUES (1987), propõe um trabalho que auxilie as crianças a elaborarem alguns dos conflitos particulares desse momento, com vista à formação de seu auto-conceito e a sua interação no grupo, tão importante para o êxito das aprendizagens posteriores, discorrendo alguns conteúdos significativos que podem ser estudados na adaptação, tais como: quem sou eu? Com quem eu moro? O que eu posso aprender?

A organização do ambiente escolar, a preparação dos profissionais que irão lidar com essas crianças e os familiares é de fundamental importância para que a efetivação da adaptação à vida escolar seja um momento positivo nos aspectos enfocados. O planejamento, desde o conhecer dessa criança, através de entrevistas e questionários destinados às famílias, à organização de atividades e do próprio espaço pelo qual a criança está inserida ou vai se inserir merecem atenção especial.

Este período é desenvolvido sem prazos para acabar e iniciar aprendizagens mais sistemáticas, pois as atividades espontâneas das crianças vão encadeando-se e integrando-se às propostas do professor, num trabalho também sistemático que versa sobre conteúdos inerentes aos interesses e necessidades deste seu momento de evolução. (HENRIQUES, 1987, 191-192)

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Para que ocorra uma adaptação significativa da criança é necessário que a instituição escolar fundamente-se teoricamente acerca do assunto e organize-se para receber os novos alunos, sabendo que juo a eles receberá também seus pais e/ou responsáveis.

A separação afeta as crianças. Afeta os pais. Faz brotar sentimentos nos professores. O início da vida escolar pode ser uma ocasião excitante ou também uma ocasião agradável. Junto com aqueles que realmente estão encantados por estarem iniciando sua vida escolar, existem freqüentemente outras crianças chorando ou pais tensos e nervosos. (BALABAN, 1988: 24)

O professor nesse processo aparece como mediador principal no contexto da adaptação à vida escolar. Assim como as crianças e os pais, nesse momento, também passa pelo processo de adaptação, pois a cada ano que se inicia novas experiências, novas crianças, novos pais serão conhecidos. As expectativas são muitas: como serão as novas crianças? Serei bem aceita por elas? Será que elas confiarão em mim? Ademais, a rotina de sala de aula e muitas vezes da própria escola são modificadas diante das peculiaridades encontradas no processo de adaptação.

Enfim, o professor é o principal mediador e tem que atender as expectativas dos pais, ganhar a confiança das crianças e de seus familiares e ainda, conduzir esse processo, além de trabalhar seus próprios sentimentos. Estão sendo postos o tempo todo à prova e é necessário sempre ampliar e capacitar os seus conhecimentos.

ABSTRACT

ADAPTATION SCHOOL: FACING NEW

This article deals with the question of the adaptation of the child in the pertaining to school institution. It is a process of change and renewal in the life of the child, the professor and familiar. The child can present sadness feelings and unreliability; everything depends on the reception and planning of the school. The function of the school and the professionals is to receive the child and to cause a good impression, at last, to present itself as a surrounding insurance. The professor must be the main mediator in the context of the pertaining to school adaptation, not leaving the classroom to fall in the routine at the same time where he gains the confidence of the familiar children and.

Key-words: Adaptation; School Institution; renewal in the life of the child.

3 CONCLUSÃO

Pode-se concluir que a adaptação é uma situação de muito estresse tanto para os pais, como para as crianças e de certa forma para os professores. A decisão de colocar o filho na escola ou creche tem que ser muito bem pensada. Os pais têm que estar muito seguros desta atitude. Eles devem estar prontos, pois terão que se

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manter firmes, não deverão em hipótese alguma se arrepender e voltar atrás, pois esta atitude resultará em danos tremendos à criança.

Toda situação nova, tanto para as crianças como para os adultos é uma posição incômoda, pois tira o indivíduo da sua zona de conforto. Enfrentar o desconhecido é sempre uma condição estressante independente da idade.

Quanto ao professor, este deve estar proporcionando um ambiente agradável e acolhedor com atividades lúdicas e prazerosas as quais supram o processo de separação vivido pela criança, e que estimule a sua individualidade e socialização, como músicas e danças, jogos e brincadeiras, histórias dentre outras, dessa forma o professor irá conquistar a confiança da criança e conseqüentemente facilitará o processo de adaptação e socialização da mesma, principalmente em se tratando da pré-escola.

4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALABAN, Nancy. O início da vida escolar: da separação à independência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.

BORGES, M. F. S. T. e SOUZA, R. C. de (org.) A práxis na formação de educadores de educação infantil. Rio de Janeiro: DP & A, 2002.

CARVALHO, Tânia Câmara Araújo. Educação infantil: subsídios para a formação do professor. Trabalho apresentado no X Colóquio Internacional da AFIRSE, set/ 2001.

COSTA, Simone Rodrigues de Lima. Adaptação na educação infantil: Estratégias de envolvimento dos pais. (Monografia) Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Departamento de Educação. 2003.

DAVINI, Juliana; FREIRE, Madalena (Org). Adaptação: pais, educadores e crianças enfrentando mudanças . São Paulo: Espaço Pedagógico, 1999. (Série Cadernos de Reflexão).

DIESEL, Marlete. A Adaptação escolar: sentimentos e percepções do educador diante da questão. Revista do professor. Porto Alegre, 19 (74): 10-13, abr/jun. 2003.

HENRIQUES, L. A . O período de adaptação na pré-escola em um enfoque psicopedagógico. In: SCOZ, B. J. L. (et al). Psicopedagogia o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

REID, Susan. Compreendendo seu filho de 2 anos. Trad. Cláudia Gerpe Duarte. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

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Adaptação na escola em diferentes momentos

Paciência, tolerância e bom-senso podem tornar a adaptação escolar um processo menos traumático

O termo ADAPTAR-SE, se buscado nos dicionários da língua portuguesa será traduzido por acomodar-se, ajustar-se, adequar-se dentre outros. Podemos pensar também em um mimetismo, a harmonia dos animais com o meio, como um camaleão ou uma borboleta. Mas, estes sinônimos não traduzem a intensidade dos sentimentos que se passam nos novos frequentadores da escola, sejam eles de qual idade forem.

Antes de mais nada é imprescindível que tentemos nos colocar no lugar das crianças ou adolescentes e façamos um pequeno exercício de reflexão.

Imagine-se em um emprego novo, em uma festa ou evento em que esteja sozinho, não conheça ninguém. Como se sentiria? Nós adultos conseguimos explicar, ou até de forma racional compreender esses sentimentos de estranhamento e apesar da situação desagradável, conseguimos superar esses obstáculos e nos adaptar ao novo rapidamente.

As crianças também os superarão, mas é importante que o adulto compreenda o que estão sentindo e as ajude a vencer esta etapa auxiliando-as, encorajando-as, mas não demonstrando compaixão e fazendo cessões. As crianças e adolescentes testam todo o tempo os adultos que as cercam e estes, ao se dobrarem diante de uma frustração, birra ou choro, só reforçam atos inadequados e dão espaço para que se tornem a cada dia mais controladores.

São vários os momentos em que as crianças e adolescentes passarão por adaptações e readaptações escolares.

Ao falarmos de adaptação na escola nos vêm a imagem daquelas crianças de um ou dois aninhos chorando copiosamente. Entretanto, há vários momentos distintos de adaptação e readaptação: bebês, crianças pequenas, maiorzinhas, transições do berçário para a Educação Infantil, da Educação Infantil para o Fundamental I, do Fundamental I para o II, do Fundamental II para o Ensino Médio, mudança de escolas, no meio do processo... Enfim, é preciso que nos coloquemos no lugar deles para podermos auxiliá-los nessas passagens.

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Sempre ouvimos: “Nenhuma mudança é fácil!” e para que uma adaptação escolar ocorra da melhor maneira possível, precisa ser bem conduzida, minimizando sofrimentos desnecessários. Quando nos preparamos para as situações, estas acabam sendo menos dolorosas do que se apresentavam. Quanto menor o filho, mais difícil parece a separação e maior a ansiedade dos pais. O bebê não fala e isso provoca nos pais um vazio, pois não têm o registro que gostariam de como foi aquele dia do ponto de vista do bebê. Que bom seria, não é?

Para a escola e seus profissionais também é um momento difícil, pois há que se passar segurança e criar vínculos afetivos, antes de qualquer coisa e é claro que só serão alcançados pouco a pouco.

No mundo contemporâneo, muitos pais acabam por ter um sentimento de culpa por não poderem estar o tempo que julgam ideal com seu filho. Aqui vale a velha máxima “O que importa é a qualidade e não a quantidade do tempo em que passam juntos”. Não há porque se sentirem assim. As crianças crescem, amadurecem e precisam de novas experiências com outros da mesma idade. Por mais longo e cheio de lágrimas, que um período de adaptação possa ser, não traumatiza. Todos superam essas “dores” dos primeiros dias na escola e, logo, eles farão parte de uma lembrança distante.

Essas etapas podem parecer, ou até serem em parte dolorosas, mas aos poucos, pais, crianças e adolescentes passam a conhecer, confiar na escolha que fizeram e a lidar com mais tranquilidade e prazer com essas etapas que são fundamentais na formação e construção da personalidade de qualquer indivíduo.

De casa para o berçário

Há algumas décadas, talvez fosse uma situação inimaginável, mas hoje, muitas mães precisam deixar os filhos ainda bebês na escola e isso não deve ser permeado de culpa ou agonia. É claro que preocupação, insegurança e outros sentimentos passarão pelas noites das mamães e papais, mas ao se fazer uma opção dosada, ponderada e de acordo com o bolso, disponibilidade, filosofia e tudo mais que pais dedicados se informarão, o bebê estará certamente bem assessorado.

Até uns cinco ou seis meses de idade a adaptação é mais dos pais, que não sem razão, ficam apreensivos em ter que delegar os cuidados com seus pequenos a terceiros. O bebê nessa idade pode estranhar a nova rotina, mas ainda não estranha pessoas ao ponto de protestar e, sendo assim, essa transição costuma ser bastante tranquila. Depois dos sete ou oito meses, alguns bebês já estranham e então é preciso atentar para alguns detalhes.

Os cuidadores precisam ser orientados e preparados para compreender as etapas de desenvolvimento neuropsicomotor, o comportamento e cuidados com a assepsia do bebê, fazendo com que o bebê sinta-se acolhido. O espaço deve ser adequado, higienizado e estimulador. A escola precisa permitir que um responsável, permaneça na escola até que se sintam seguros bebê e família para que depois o bebê permaneça sozinho pelo período completo.

Do berçário ou de casa para a creche

Nesta etapa podemos descrever duas diferentes situações. Aqueles que já frequentam o berçário e farão a transição para a creche (0 a 3 anos) e aqueles que farão sua estreia na vida escolar.

Passar daquela vidinha de proteção e cuidados mais que especiais para uma exploração do espaço e relações mais amplas trarão muitas descobertas, alegrias e apreensões.

Os pais de bebês que já frequentam a escola estranham a mudança na rotina e nos cuidados. Via de regra reclamam que a escola relaxou, pois a criança chega cansada, suja, machucada, etc. Na verdade é uma transição saudável, mas difícil de aceitar. Os pais, mesmo que inconscientemente não querem que os bebês cresçam e muitas vezes tentam negociar com a escola uma “prorrogação” no berçário. Os profissionais precisam ser habilidosos e compreender que apesar do bebê já conhecer o espaço e as pessoas, haverá um estranhamento.

O ideal seria que a escola no início disponibilize algum profissional do berçário, que já possui um vínculo com a criança para acompanhá-la na nova turma e em momentos de recreação. No início ainda é importante que a criança faça sua assepsia, alimentação e soninho no berçário, para que só depois, aos

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poucos, seja feita a transição definitiva. Por outro lado, a nova professora e os novos amiguinhos, podem programar idas diárias ao berçário para começar a criar os primeiros laços e vínculos.

A segunda situação nesta fase é quando o bebê ou criança está entrando na escola por volta dos sete meses até quase três anos de idade, pela primeira vez.

Essa é a idade mais trabalhosa, pois a criança já estranha pessoas e não compreende ainda o que é a escola, o que está fazendo lá e principalmente que os pais continuam a existir mesmo quando não estão diante de sua vista.

É importante também neste caso que a escola permita a permanência da mãe, do pai, avós ou de alguém que a criança tenha um vínculo afetivo para acompanhá-la nos primeiros dias. Essa pessoa deve ficar de preferência em algum espaço que a escola tenha reservado para isso, nunca dentro da sala de aula, enquanto a criança reúne-se com a professora e os novos amiguinhos. Quando a criança sentir-se ansiosa, insegura ou quando chorar deve ser levada ao aconchego desta pessoa para que verifique que não foi abandonada. O familiar deve permitir a aproximação da criança com a professora e com os novos amiguinhos, pois ela precisa fortalecer os vínculos com eles. Se o adulto assumir uma postura superprotetora em lugar de auxiliar, acabará por tornar o processo mais difícil e doloroso.

Pode-se esperar que a criança fique ansiosa, proteste, chore, esbraveje e invente histórias, para evitar enfrentar essa situação. O ambiente familiar e as pessoas que nele habitam já são dominados por ela e isso lhe dá tranquilidade e segurança. Já na escola, encontrará obstáculos e desafios que ela provavelmente não estará com vontade de enfrentar. Ela não precisa clamar por atenção e carinho de seus pais, mas na escola ela precisará sim, conquistar seus espaços e afetos. Lá, as disputas serão leais, não é como com papai, com mamãe ou os vovós que a deixam ganhar no jogo ou fingem que não veem certas transgressões e concedem alguns privilégios só para vê-los contentes e de bem com a vida.

Por mais que os pais estejam apreensivos é importante procurar não passar essa preocupação à criança, mas sim ressaltar os pontos positivos que existirão na sua nova rotina, falando bem da escola, das novidades, dos amigos e brincadeiras. Dorzinhas de barriga, alterações de humor, no sono, manhas e birras são esperadas nesse contexto.

De casa para a escola aos 3 ou 4 anos ou da creche (0 a 3 anos) para a pré-escola (4 e 5 anos)

Este é outro momento de transição ou adaptação. Mas, via de regra é uma situação em que as crianças já compreendem as mudanças, verbalizam e, portanto, costuma ser uma adaptação bem mais fácil. Neste caso um ou dois dias já costumam ser suficientes para que a criança se integre. Esse é o tempo para que elas criem laços, se sintam aceitas, reconheçam os espaços, as pessoas e as novidades.

O professor pode elaborar um planejamento significativo, que promova atividades de integração e se utilize de muita cor, música, água e areia. Assim, será capaz de motivar até a mais sisuda das crianças.

Do pré para o Ensino Fundamental I (do pré para o 1º ano)

Com a nova legislação e o ensino fundamental de nove anos, essa transição está ocorrendo precocemente, aos seis anos de idade.

Um dos maiores erros que se faz nas escolas é considerar o aluno que passa para o ensino fundamental como um mini-adulto. De repente ele deve deixar de ser criança, cria-se uma rotina completamente diferente daquela, que tinha o lúdico como premissa, para uma engessada e, com isso, toda a criatividade, competências e potencialidades são engessadas também. As crianças não deixam de sê-las em um período de férias de verão.

A escola deve compreender a criança como o ser holístico que é e proporcionar a ela um planejamento dinâmico e flexível permitindo que se adapte a nova rotina de uma maneira natural e alicerçada considerados seus conhecimentos prévios, maturação e curiosidade.

A escola pode propor uma carga horária gradativa, mantendo atividades lúdicas como a hora do pátio, histórias, fantoches, dentre outras e aos poucos ir priorizando outras atividades, ano a ano, entretanto sem eliminar o lúdico pois sabe-se que sempre enriquecem qualquer processo educativo.

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Do Fundamental I para o Fundamental II (do 5° para o 6º ano)

Nesta etapa, a criança, na verdade um pré-adolescente, passa do contato com poucos professores, que na maior parte das vezes tem uma ligação próxima e afetiva com eles, os conhecem pelos nomes, suas famílias (todos mais afetivos e próximos dos alunos) para um modelo com um professor para cada componente curricular, em aulas de 50 minutos que exigem um ritmo mais rápido de aprendizagem. A entrada na pré-adolescência, também implica em muitas mudanças. Esperar que seja uma transição tranquila seria utopia.

Todavia, é possível se minimizar as ansiedades e transformações se a escola pensar nessa etapa com a devida antecedência.

A escola pode, por exemplo, inserir um novo professor a cada ano, trocando-se 2 professores regentes para inverter disciplinas, por exemplo, para que os alunos comecem a trabalhar com a diversidade de estilos e exigências.

Outra ação positiva é fazer um planejamento interdisciplinar. Uma das maiores dificuldades para os alunos que ingressam nessa fase é a quantidade enorme de exigências em cada componente curricular, desproporcional ao que estavam até então acostumados. Os professores, via de regra, não se conversam e acabam exigindo uma carga grande de trabalhos, pesquisas e lições de casa sem se preocuparem em saber se nos outros componentes curriculares outros professores também já não solicitaram um volume grande de compromissos para o mesmo período. Essa questão pode ser facilmente solucionada com reuniões de nível e uma agenda mensal fixada na sala. Desta forma um professor poderá consultar o que os outros solicitaram e rever e remanejar suas próprias solicitações.

E daí por diante estaremos sempre em novos processos adaptativos: do Ensino Fundamental II para o Ensino Médio, deste para a graduação, para a pós, para o mestrado, para o doutorado, para o pós-doutorado, para o trabalho e para a vida, que se bem conduzidos só nos farão seres humanos holísticos, íntegros e cidadãos prontos para os novos desafios.

Karen Kaufmann SacchettoPedagogaEspecialista em Distúrbios de AprendizagemMestranda em Distúrbios do DesenvolvimentoVeja Perfil Completo.

Adaptação bem feita – REVISTA NOVA ESCOLABebês e crianças pequenas se sentem à vontade quando a creche acolhe as famílias

e os objetos pessoais de todos

Cristiane Marangon ([email protected])

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A decisão de matricular o filho na Educação Infantil é movida por diferentes

razões. Alguns precisam apenas de um lugar para deixá-lo, enquanto outros

entendem que esse é o ambiente mais apropriado para os pequenos. Nos dois

casos, os primeiros dias na creche costumam não ser fáceis. As mães (ou

responsáveis) choram discretamente, se sentindo culpadas pela separação, e a

criançada abre o berreiro ao ver os adultos saírem pela porta. Evitar cenas assim é

possível quando os profissionais escolares programam uma boa adaptação para

todos. "Como, na maioria das vezes, essa é a primeira vivência de meninos e

meninas num espaço coletivo fora de casa, devemos fazer dessa experiência a

grande e boa referência para as próximas relações", diz Beatriz Ferraz, diretora de

projetos de formação continuada da Escola de Educadores, em São Paulo.

No Colégio Farroupilha, em Porto Alegre, a professora Edimari Rodrigues Romeu

tem grande preocupação com a adaptação. "Para amenizar o sofrimento das

famílias, é preciso mostrar que as crianças ficam bem na creche", lembra. Com

isso em mente, ela desenvolveu no início deste ano o projeto Um Cantinho da

Minha Casa na Escola com sua turma de berçário. O trabalho com os pequenos, de

até 1 ano e meio, durou dois meses e rendeu um diploma por ter ficado entre os 50

melhores do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 em 2007.

Durante a entrevista com as famílias, Edimari pediu fotos das crianças com os

parentes, os animais de estimação e os brinquedos preferidos. "É importante que

elas encontrem objetos pessoais na escola", justifica. "Isso dá a sensação de

extensão de casa na instituição." Com o material, escolheu um canto, colocou um

tapete colorido de EVA no chão e espalhou almofadas e brinquedos devidamente

identificados. Em paralelo, confeccionou um painel com os retratos. Tirou cópias

coloridas e as fixou em cartolina branca com um adesivo transparente largo. Por

fim, colocou o mural na parede numa altura acessível ao grupo.

Álbum de fotos

As imagens originais foram para álbuns individuais. A professora cortou ao meio

folhas coloridas de tamanho A4 e colou as fotos em cada pedaço. Depois, digitou as

legendas no computador e imprimiu em papel branco. Nelas, o nome das pessoas e

a situação ("Pedro com seus avós no parque", por exemplo). Para garantir mais

durabilidade, envolveu as folhas com plástico adesivo transparente. Com o furador,

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fez dois orifícios em todas as páginas e as uniu com barbante. Na capa, escreveu

"Eu e minha família". Como a intenção era deixá-los ao alcance da criançada, ela

tomou o cuidado de não usar grampeador nem fio de náilon para não causar

machucados.

Todos os dias, alguém chegava com um brinquedo para juntar ao canto. Edimari

reunia a turma numa roda, fazia a chamada e mostrava o novo objeto. "Eu contava

quem havia trazido e estimulava o empréstimo, mas nem sempre era atendida.

Quem não queria compartilhar era respeitado", diz. Dessa maneira, ficava

entendido o que pertencia a quem. O mesmo aconteceu com a inserção de fotos

inéditas, com destaque para o nome e as peculiaridades de cada família.

O tempo todo, os pequenos estão livres para explorar o espaço. "Em alguns

momentos, eles ficam um longo período olhando e observando seus parentes e os

dos colegas", conta. Mas nem todos se acalmam vendo a imagem da família na

parede. No princípio, era comum alguns chorarem de saudade. Quando isso

acontecia, a educadora os pegava no colo e conversava sobre o momento em que

se reencontrariam com os pais novamente. Um de seus argumentos era a

proximidade da hora de saída. Para os que não têm autonomia para se locomover,

como os bebês de colo e os que ainda não engatinham ou andam, a estratégia é

levá-los ao painel ou fixar as fotos no chão com plástico adesivo transparente.

Desde o início do ano, Edimari já refez o material algumas vezes por causa da

manipulação, mas isso não é problema. O que importa mesmo é o bem-estar da

turma.

Envolvimento de todos

O CEI Mina, na capital paulista, tem um projeto institucional de adaptação

bastante elogiado. Assim que recebe a lista de interessados em fazer a matrícula, a

diretora Rosangela Santos Barbosa marca uma entrevista com os pais ou os

responsáveis. No dia combinado, ela aplica um questionário com perguntas sobre

concepção, gestação, parto, relações afetivas, higiene, alimentação, sono e outros

aspectos da vida da criança em casa. Sua intenção é reunir informações para que a

equipe consiga fazer um atendimento personalizado. Depois, ela explica o

planejamento pedagógico e apresenta todos os espaços e funcionários, dando

ênfase aos lugares onde a criança vai ficar. O fim da conversa é um convite para

que os adultos passem alguns dias na creche, acompanhando a rotina.

Rosangela tem objetivos definidos. "Quero proporcionar tranquilidade e fazer com

que todos se sintam seguros acompanhando nosso trabalho", explica. A medida

tem um ganho adicional. Com a família dentro da instituição, os professores

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aprendem mais rapidamente a melhor maneira de cuidar do novo integrante da

turma. "O ideal é que a primeira troca de fraldas seja feita pela mãe com a

observação do educador", defende a consultora Beatriz.

Na CEI Mina, os adultos participam ainda de palestras e discussões pedagógicas.

"Sempre exibo um vídeo e leio sobre o tema adaptação antes de iniciar uma

reflexão", conta a diretora. Além do ambiente preparado com mesa, cadeiras e

videocassete, ela oferece um lanche. Nesse clima descontraído, todos se sentem à

vontade para compartilhar impressões e angústias. Com o entrosamento no espaço

escolar, Rosangela propõe uma oficina de sucata para a confecção de um

brinquedo. A produção dos pais é sempre colocada na sala da creche. Outra

iniciativa é integrar os participantes às atividades do dia-a-dia. "O envolvimento é

tão grande que as pessoas não se restringem a dar atenção aos seus", narra.

Os especialistas recomendam ainda compartilhar um texto sobre o

desenvolvimento infantil e explicar o que acontece em cada época da infância,

principalmente na fase em que está o filho.

A equipe e a família

A equipe pedagógica também merece uma adaptação. "A rotina da instituição se

altera completamente com a chegada de cada novo integrante, seja no início do

ano, seja agora", justifica Silvana Augusto, assessora para Educação Infantil e

formadora de professores, de São Paulo. Nesse caso, coordenadores e diretores

devem orientar professores e demais funcionários sobre como se comportar: por

exemplo, explicar aos cozinheiros que, se acriança rejeitar a comida, não é um

problema do trabalho dele.

A adaptação é um período de aprendizagem. Família, escola e crianças descobrem

sobre convívio, segurança, ritmos e exploração de novos ambientes, entre tantas

outras coisas. Para as famílias das crianças do CEI Mina, fica a clareza de fazer

parte da creche, pois a equipe considera o sentimento delas para desenvolver o

próprio trabalho. "Estamos prontos para receber os pais. Eles são nossos

parceiros!", diz Rosangela.

No Colégio Farroupilha, a professora gaúcha também alcançou seu objetivo: as

crianças rapidamente ficaram tranqüilas dentro do novo ambiente. Para

demonstrar isso aos pais ou responsáveis, fez fotos de diferentes situações, como a

brincadeira no tanque de areia, a hora do lanche, o abraço apertado no brinquedo

querido e os olhares felizes em direção ao mural. "As crianças aprendem a ficar

longe da família e, com isso, se apropriam dos espaços da creche", avalia.

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Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/adaptacao-escolar-

enfrentando-o-novo/34558/#ixzz25Wae0p38

Falando em Adaptação Escolar

em 18. fev, 2008 por Isabela em Artigos

O início da vida escolar é um acontecimento especial para toda a família, e o mesmo envolve dois desafios para a criança: o ambiente novo e a separação dos familiares.

Desse modo, entendemos que as famílias necessitam ser preparadas para esse período, pois assim poderão ajudar as crianças a caminharem com mais segurança nesse momento, uma vez que a possibilidade da separação dependerá muito da atitude emocional dos familiares. E não é possível compreender os sentimentos de uma criança sem pensar nos sentimentos que envolvem os pais. O sentimento de quem leva seu filho na escola no primeiro dia de aula, é muito similar àquele vivido pela criança.

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De preferência a separação deve ocorrer aos poucos. É importante que os pais deixem claro que não a estão abandonando e voltarão para levá-la para casa, indo buscá-la na hora exata da saída, sendo honestos com a criança, despedindo-se dela quando forem sair. Só assim ela poderá se concentrar nas atividades propostas, e deixar de olhar todo o tempo para a porta para saber se sua família já desapareceu.

Para a criança, o ingresso na escola representa uma elaboração do seu crescimento, uma vez que esse pequeno ser terá que vivenciar a separação do que já é familiar e seguro para iniciar uma ligação com algo desconhecido, o que se constitui numa experiência agradável, mas que pode também lhe causar certo desconforto.

Em decorrência do que já mencionamos, pequenas alterações no sono, alimentação, eliminação e humor podem acontecer, e são normais. Os pais devem expressar confiança em seus filhos para que eles se sintam cada vez mais encorajados a vencer os desafios, pois sentindo-se confiantes, desenvolverão sentimentos positivos a respeito de si mesmos, podendo então transferir essa experiência para essa e outras situações.

O mundo da criança com sua família está apoiado em bases sólidas e confiáveis. Um mundo mais amplo a espera para acrescentar sua parte ao que ela já construiu como modelo de vida. A partir daí, os pais podem então observar seu filho CRESCENDO… E a coisa mais importante que existe terá sido conquistada: uma outra pessoa!

Isabela Benevides de Melo

Pedagoga / Especialista em Gestão

e Planejamento Educacional /

Especialista no Método Montessori/

Psicanalista /Psicopedagoga

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Entrada da criança na escola A entrada da criança na escola constitui um marco na sua vida. Para muitas delas, representa uma linha divisória, é a saída do aconchego familiar para a conquista de um mundo novo, por vezes ameaçador.

Para nós, adaptação é um processo gradativo, como diz Balaban (1988), o qual é vivenciado diferentemente por cada criança. Esse processo vai sendo conquistado/construído nas interações com os outros – crianças, professores e pais – e com o meio – escola e casa. Além disso, considerar a adaptação como um processo significa também levar em consideração o trabalho pedagógico, tanto no que se refere aos conteúdos como às metodologias (Rêgo, 1995).

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É um momento de responsabilidades partilhadas entre escola e família, considerando que essa criança em processo de adaptação tem uma história de vida, passou por inúmeras experiências e que faz parte de um determinado grupo social.

Por outro lado, acrescenta Balaban (1988), é um período permeado de emoções diversas, como: medo, ansiedade, insegurança, dentre outros, para todos os envolvidos – professores, pais e, em particular, as crianças. Descreve, ainda, que os sentimentos vivenciados pelas crianças são muito mais intensos nesse período e que as suas expectativas acerca dos adultos influenciam nesse processo.

As crianças reagem diferentemente. Furman (apud Balaban, 1988, p.13) afirma que “é um engano comum pensar que quando a criança pequena que ‘não se importa’ quando seus pais a deixam ou quando ela os deixa, tenha elaborado bem a separação. A criança que realmente a elabora bem, permite a si mesma que sinta

falta da pessoa querida que está ausente, que se sinta triste, sozinha e talvez até zangada, e se permite expressar seus sentimentos de maneira apropriada”. Nesse sentido, é preciso que o professor, ainda mais que os pais, esteja seguro para conduzir esse processo diferente em cada criança, apresentando uma maior estabilidade para lidar, paciência para esperar o tempo de cada um, pois. E, acima de tudo saber intervir no momento certo.

Já os pais, em sua maioria, sentem-se ansiosos e divididos entre a perspectiva de ver seus filhos conquistando novos espaços, ao mesmo tempo, de ter que deixá-los com pessoas desconhecidas. Não raras vezes sentem-se ameaçados de perder o amor de seus filhos ou ter que dividi-los com outros.

É uma fase de expectativa e excitação com a perspectiva de encontrar um novo grupo de crianças e o constrangimento de contar com a presença dos pais dentro da sala de aula. Balaban (1988) lembra que além destes aspectos, os professores são tomados por lembranças passadas, algumas positivas outras negativas, relacionadas ao início de sua vida escolar, bem como de outras experiências pessoais que envolvem separação, as quais podem dificultar o processo de adaptação das crianças. Mas, são eles que nesse processo são a ponte de estabilidade e de clareza acerca de como devem agir com os pais e com as crianças.

Adaptação Escolar

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Publicado em: 15/04/2011 |Comentário: 0 | Acessos: 316 |

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Adaptação Escolar: Um novo olhar a este desconhecido!

Imagine seu pequenino que, sempre esteve rodeado de pessoas da família, nunca saiu de

casa sem os pais, de repente vê-se em um ambiente novo, cheio de crianças e "moças"

desconhecidas. Pois é, só de pensar dá um friozinho na barriga, não é. Para nós, adultos, é

um estresse lidarmos com o novo, o que pensar quando se trata de uma criança, sem

mencionar que fatalmente nos recordaremos de nossa infância e das experiências vividas

nesta fase. O período inicial escolar é conhecido como "a fase da adaptação escolar". É o

processo pelo qual toda criança passará e é perfeitamente normal ser um período cheio de

angústias e insegurança. Esta é uma fase de transição, onde não só a criança "aprende" a

conviver com outras pessoas, ou em linguagem profissional, aprende a socializar-se, mas

como também os pais "aprendem" a conviver longe dos filhos. Esse é um período de estrema

importância, pois é nesta fase que a criança começa a adquirir autonomia e entende que há

"um montão de mistérios a serem desvendados", ou melhor, há um mundo novo para ser

descoberto.

A adaptação escolar pode variar de criança para criança, não importando a idade ou a

experiência já adquirida, contudo, esse período vem se tornando cada vez mais tranquilo,

devido às novas estratégias para cativar os pequenos e principalmente para acalmar a

ansiedade dos pais. Aliás, por vezes, os pais acabam tendo mais dificuldades na adaptação

do que os próprios filhos. O vínculo: criança/pais/escola pode ser lento, por isso é preciso ter

paciência, tranquilidade e diálogo, afim de que sejam sanadas todas as dúvidas e angústias.

Os pais devem estar atentos para que não transpassem suas inseguranças aos filhos.

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Sabe-se que a criança aprende por imitação, ela percebe tudo ao seu redor, sendo assim é

errôneo imaginar que os pequeninos não entendem nada, isso é mito! Eles sabem/sentem

tudo o que ocorre a sua volta. O adulto é o "porto seguro" é quem mostra o certo e o errado

e durante o processo de adaptação se algo estiver "errado" com os pais elas perceberão e

com certeza irão entender que aquele lugar não é bom para ela, prolongando assim essa

fase de adaptação.

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Você deve estar se perguntando: Qual a melhor maneira de proceder? Com o diálogo é claro!

Procure conhecer os profissionais que terão contato direto com seu filho, converse, tire

dúvidas, pergunte tudo, por mais bobo que pareça o questionamento, estabeleça um canal

direto com a vida escolar do seu pequeno, mesmo depois da fase de adaptação. As reuniões

são relevantes, a criança precisa saber que os pais se importam com ela, de nada adiantará

pagar o melhor colégio se os pais estão ausentes.

Algumas "dicas" podem auxiliar neste momento único na vida de cada um:

● Primeiramente, como já mencionei, a segurança é primordial para o bom andamento da

adaptação;

● A escolha da instituição educacional: A educação não deve ser tratada como mercadoria,

que se compra pelo preço acessível ou aparência, afinal sabemos que "o barato pode sair

caro" e "por fora bela viola, por dentro pão bolorento" ou ainda "beleza não põe à mesa". É

importante se ter em mente o que se deseja para o futuro do seu filho e aliar qualidade com

possibilidades;

● Na hora de levar seu filho para a escola procure deixar apenas uma pessoa encarregada

desta tarefa;

● Estabeleça rotinas;

● Não se atrase ao buscá-la evitando que a criança adquira um sentimento de "abandono",

pois ela verá outros pais vindo buscar seus filhos (no caso seus amiguinhos) no horário

combinado;

● Não tente "enganar" a criança, o que parece viável em um determinado momento pode

ser prejudicial em negociações futuras.

● Evite interrogatórios, algumas crianças não gostam de contar suas experiências escolares.

A melhor saída é um diálogo tranquilo, sem pressão. Respeite este momento da criança.

Por fim sempre que sentir a necessidade de saber como anda o desenvolvimento de seu

pequeno aproveite a parceria Escola/Pais, com certeza a escola de seu filho estará sempre de

portas abertas.

Camila Giangrossi Meleke – Pedagoga/ Pós graduanda em psicopedagogia

Educação Infantil e a adaptação escolar

Publicado: Quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

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Adaptação escolar

As aulas começaram e com elas as expectativas de pais e alunos que irão pela primeira vez à escola. O processo de adaptação é bem significativo para a criança que terá pela frente pelo menos dois grandes desafios: o de enfrentar um ambiente desconhecido para ela e a separação da mãe/pai.

Para a mãe/pai também se trata de um momento muito especial e eles precisam agir com segurança para transmitir esta segurança ao seu filho(a). Grande parte da boa adaptação da criança depende do comportamento de seus pais. Muitos pais, por quererem amenizar o “sofrimento” dos filhos nos primeiros dias de aula, acabam se comportando de forma a reforçar o comportamento de rejeição da criança pela escola. O pai tem que entender que a entrada do seu filho na escola é a primeira separação e isto faz parte do crescimento da criança.

Sabemos que o sentimento da mãe nos primeiros dias de aula é bem parecido com o sentimento da criança. Porém, a mãe deve ter maturidade para se controlar e passar para a criança a tranquilidade e segurança de que ela tanto precisa.

A mãe tem que ajudar seu filho neste momento tão importante para a vida dele. Como pode ajudar? Preparando a criança para este acontecimento. A criança deve participar desde as visitas às escolas. Ela deve opinar sobre se gostou ou não e sua opinião deve ser respeitada. Normalmente as escolas de Educação Infantil possuem cursos de férias que são promovidos justamente para uma pré-adaptação da criança. Leve-a para brincar em algumas escolas e veja em qual delas seu filho se sente mais confortável. Perceba como ele se relaciona com as outras crianças, com o espaço físico e com as professoras e auxiliares.

Procure colocar a criança no período que não interfira nos seus hábitos cotidianos. Se a criança gosta de dormir depois do almoço, coloque-a no período da manhã, assim ela poderá desfrutar de todas as atividades promovidas pela escola sem ter que abrir mão do seu soninho. Já se a criança é dorminhoca e acorda tarde, coloque-a no período da tarde. Agindo assim a criança chegará sempre bem humorada na escola.

A angustia deste início pode fazer parte dos sentimentos tanto da criança quanto da mãe. Por esta razão mantenha contato com a equipe pedagógica. Fale o que você está sentindo. Elas são habilitadas para lhe dar respaldo. Esclareça suas dúvidas, converse bastante e com isso você vai adquirindo confiança, vai ficando mais

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tranquila e esta angústia desaparecerá. Você deixando de se sentir angustiada saberá lidar com a angustia do seu filho passando-lhe segurança e contribuindo para uma adaptação mais rápida e menos doída.

Tags: adaptação escolar, cybele meyer, volta às aulas

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Comentários

Cybele Meyer [ 12/2/2011 14:15 ]Olá Clea, tudo bem? Há escolas de Educação Infantil ou Creches que oferecem período integral. Você já conversou na escola do seu filho se ela oferece esta opção? Esta é uma realidade cada vez mais presente na vida da família brasileira, logo a oferta tem que existir. Obrigada por comentar e continue acompanhando as nossas novidades. Boa sorte!