8
Textos, imagens, links e mais! Visite o DIGIPATO em http://www.forp.usp.br/mef/digipato Neste módulo, você estudará os fenômenos celulares provocado por estímulos (normais e patológicos) para tentar manter os tecidos sempre em homeostasia. Quando um tecido sofre um processo de adaptação, ele sofre uma alteração de forma e/ou função, que possibilitará o estabelecimento de um novo estado de equilíbrio (homeostasia) Nossas células e tecidos estão constantemente expostos a estímulos internos e/ou externos que modificam o seu ambiente. Estes estímulos podem ser considerados: FISIOLÓGICOS (NORMAIS) ou PATOLÓGICOS (ANORMAIS) As adaptações celulares fazem parte das funções normais do organismo e são importantes para manutenção do equilíbrio de um organismo. Adaptações Celulares As células se adaptam a alterações aceitáveis em seu ambiente, modificando o metabolismo ou o padrão de crescimento (proliferação celular) Para ler, pensar e lembrar ! Todas as mudanças estruturais celulares observadas nos processos adaptativos foram precedidas por alterações bioquímicas no ambiente celular

ADAPTACOES-1c8i8z2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ADAPTACOES-1c8i8z2

Textos, imagens, links e mais! Visite o DIGIPATO em http://www.forp.usp.br/mef/digipato

Neste módulo, você estudará os fenômenos celulares provocado por estímulos (normais e patológicos) para tentar manter os tecidos sempre em homeostasia. Quando um tecido sofre um processo de adaptação, ele sofre uma alteração de forma e/ou função, que possibilitará o estabelecimento de um novo estado de equilíbrio (homeostasia)

Nossas células e tecidos estão constantemente expostos a estímulos internos e/ou externos que modificam o seu ambiente. Estes estímulos podem ser considerados: FISIOLÓGICOS (NORMAIS) ou PATOLÓGICOS (ANORMAIS)

As adaptações celulares fazem parte das funções normais do organismo e são importantes para manutenção do equilíbrio de um organismo.

Adaptações Celulares

As células se adaptam a alterações aceitáveis em seu ambiente, modificando o

metabolismo ou o padrão de crescimento (proliferação celular)

Para ler, pensar e lembrar ! Todas as mudanças estruturais celulares observadas nos processos adaptativos foram precedidas por alterações

bioquímicas no ambiente celular

Page 2: ADAPTACOES-1c8i8z2

Textos, imagens, links e mais! Visite o DIGIPATO em http://www.forp.usp.br/mef/digipato

Quer um exemplo? Pois imagine a seguinte situação: um longo período sem se alimentar... Nesse caso, como não há fonte de energia entrando no organismo (por falta de alimentação), haverá mobilização do seu tecido adiposo (gordura) para produzir a energia necessária para manutenção de suas funções! Ou seja, quem possuir um tecido adiposo mais avantajado, terá maior reserva energética!

Em outras situações, as adaptações celulares ocorrem às custas do aumento ou da diminuição da atividade e do volume celular, do número de células constituintes do tecido e até mesmo da alteração da morfologia das células.

Antes que você continue ... É importante que você relembre que podemos classificar nossas células ou tecidos em três tipos, de acordo com o

ritmo de multiplicação natural (número de mitoses)

1. Tecidos Lábeis

Suas células se multiplicam constantemente.

Células do

sangue exemplo

2. Tecidos Perenes

Suas células quase não se multiplicam ou se

multiplicam de modo insignificante.

exemplo Musculatura Estriada

Esquelética

3. Tecidos Estáveis

Normalmente suas células se multiplicam muito pouco,

mas frente a estímulos podem aumentar o ritmo de

multiplicação.

exemplo Tecido ósseo

Page 3: ADAPTACOES-1c8i8z2

Textos, imagens, links e mais! Visite o DIGIPATO em http://www.forp.usp.br/mef/digipato

Ao identificar se um tecido é lábil, estável ou perene, é possível deduzir quais os processos adaptativos que podem ocorrer no mesmo. Ou seja, se para atingir um novo estado de equilíbrio a adaptação necessária implicar no aumento do número de células e essa situação estiver ocorrendo num tecido PERENE... essa adaptação NÃO ACONTECERÁ! Se o estímulo causal continuar esse tecido logo sofrerá uma lesão celular que pode até mesmo levar à morte celular!

Vamos conhecer as diferentes adaptações celulares?

A partir de agora você conhecerá os seguintes fenômenos:

ATROFIA HIPERTROFIA HIPERPLASIA METAPLASIA

ATROFIA

Existem dois tipos de atrofia: a fisiológica e a patológica A atrofia fisiológica é também chamada de SENIL porque é a atrofia

tecidual que ocorre como conseqüência do envelhecimento natural

Atrofia é a diminuição do volume celular e/ou número de células de um tecido

Com o envelhecimento, a pele sofre atrofia, ficando mais fina e frágil. Com a atrofia,

vasos sangüíneos subcutâneos (superficiais) tornam-se evidentes. O

cérebro também diminui de tamanho. Fonte: http://www.redkbs.com/Catai/patol/Leccion2/

cerebro.jpg

Page 4: ADAPTACOES-1c8i8z2

Textos, imagens, links e mais! Visite o DIGIPATO em http://www.forp.usp.br/mef/digipato

Já a atrofia patológica pode ocorrer em decorrência da redução da oxigenação e nutrição, diminuição da carga de trabalho, diminuição ou perda dos estímulos nervoso ou hormonal.

HIPERTROFIA

A hipertrofia representa uma resposta adaptativa das células: ao aumento da exigência funcional (aumento da carga de trabalho) e/ou ao aumento do estímulo hormonal

Quando imobilizamos um membro, como o braço,

por exemplo, o desuso da musculatura leva à atrofia

da mesma. A perda dos estímulos nervosos no local também poderia

levar ao mesmo resultado.

Fonte: http://www.adam.com

Aumento de volume das células e conseqüentemente dos tecidos e órgãos constituídos por elas

A musculatura estriada esquelética se adapta ao aumento da carga de

trabalho, sofrendo hipertrofia. Assim, o tecido muscular aumenta sua

capacidade funcional e estabelece um novo estado de equilíbrio. Se a carga

de trabalho for retirada, as fibras musculares voltam ao volume original.

Fonte: http://www.fisioculturismo.hpg2.ig.com.

br/74.gif

Page 5: ADAPTACOES-1c8i8z2

Textos, imagens, links e mais! Visite o DIGIPATO em http://www.forp.usp.br/mef/digipato

Para que a hipertrofia seja possível, as células devem ser requisitadas a aumentar o nível de trabalho para o qual se especializaram (especificidade do estímulo). Além disso, o tecido deve ser íntegro (estrutural e funcionalmente) e é necessário um aumento da irrigação sangüínea, para garantir níveis suficientes de oxigênio e nutrientes.

As duas imagens acima são fotografias microscópicas de fibras musculares em corte transversal realizadas em um mesmo aumento. A imagem da esquerda mostra fibras no

volume original e as da direita apresentam-se hipertrofiadas.

Aqui observamos uma peça anatômica do miocárdio, com visível hipertrofia. Ao lado (esquerdo) a imagem microscópica

em corte longitudinal das fibras cardíacas, com volume aumentado. Muitas situações podem levar o coração a sofrer

hipertrofia e a hipertensão arterial é uma delas.

Page 6: ADAPTACOES-1c8i8z2

Textos, imagens, links e mais! Visite o DIGIPATO em http://www.forp.usp.br/mef/digipato

HIPERPLASIA

Na hiperplasia, as novas células “extras” apresentam a mesma forma e função das células originais (mesma diferenciação celular) Com um número maior de células com a mesma diferenciação das

células originais, o tecido aumenta sua capacidade funcional

A hiperplasia é uma resposta adaptativa ao aumento da exigência funcional e/ou ao aumento do estímulo hormonal.

Aumento do número de células constituintes de um tecido ou órgão

A hiperplasia é um fenômeno adaptativo que só acontece em tecidos lábeis e estáveis,

pois tecidos perenes não apresentam capacidade de multiplicação celular para

aumentar sua população de células!

Na lactação observa-se

hiperplasia da glândula mamária, como resposta ao estímulo

hormonal aumentado e com o propósito de secretar leite para

amamentar o bebê

Algumas doenças endócrinas

podem levar ao aumento anormal da secreção hormonal. Os

tecidos-alvos desses hormônios sofrerão hiperplasia hormonal

(patológica)

Quando um dos órgãos pares é

perdido ou retirado, o remanescente sofre hiperplasia para compensar essa falta. Isso acontece com rins, testículos, ovários... Essa hiperplasia é

chamada de compensatória ou vicariante.

Page 7: ADAPTACOES-1c8i8z2

Textos, imagens, links e mais! Visite o DIGIPATO em http://www.forp.usp.br/mef/digipato

METAPLASIA (escamosa)

A metaplasia escamosa é a que ocorre em tecido epitelial. A metaplasia chamada de mesequimatosa, que ocorre e tecidos de natureza conjuntiva, NÃO é considerada uma adaptação celular!

Na metaplasia escamosa ocorre mudança da forma e função celular, ou seja, muda o padrão de diferenciação celular.

Quando o epitélio de revestimento sofre traumatismos suaves crônicos, é comum ocorrer

hiperplasia da camada espinhosa do epitélio (E). Chamamos esse

aumento da camada espinhosa de acantose. Em alguns casos, pode

haver hiperplasia da camada granulosa (G) com maior deposição

de queratina (Q). O objetivo é aumentar a proteção ao tecido

subjacente. Os calos que se formam na pele de mãos e pés são

exemplos disso.

É a transformação de um tipo de célula adulta em outro tipo de célula, também adulta, sendo que a

transformação se faz sempre no sentido de um tecido mais frágil para um tecido mais resistente.

Calos na palma da

mão

Q

G

E

basal

Page 8: ADAPTACOES-1c8i8z2

Textos, imagens, links e mais! Visite o DIGIPATO em http://www.forp.usp.br/mef/digipato

Em fumantes de longo tempo, o epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado das vias respiratórias (E)(imagem à esquerda) é substituído por epitélio estratificado pavimentoso (P) (à direita), mais resistente à ação irritante do calor e das substâncias químicas presentes na fumaça do

cigarro. Esse é um exemplo de metaplasia escamosa.

Para pensar Tema 1

A metaplasia escamosa é considerada uma “faca de dois gumes”,

ou seja, é fenômeno com um lado positivo e outro negativo. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.

Tema 2

Atualmente, muitos jovens que se praticam musculação, acabam fazendo uso de substâncias anabolizantes para acelerar e aumentar o ganho de massa muscular. Qual a adaptação celular envolvida nesse caso e quais os riscos à saúde trazidos por essa prática.

Bons livros para consultar...

BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo – Patologia Geral. Editora Guanabara Koogan. Rio de Janeiro.

MONTENEGRO, MR; FRANCO, M. Patologia- Processos Gerais. 4a ed. Editora Atheneu, 1999.

P