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1 cadernos de mtc - Outono 99 adernos de medicina tradicional adernos de medicina tradicional adernos de medicina tradicional adernos de medicina tradicional adernos de medicina tradicional C C C C C hinesa hinesa hinesa hinesa hinesa Outono 99 - nº1 Uma edição da Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa esta Escola não é reconhecida oficialmente Representante em Portugal da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Nanquim (UMTCN) - Centro de colaboração da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a formação em MTC em todo o mundo Quem somos Regulamentação das medicinas não convencionais - uma questão actual O Outono na Medicina Tradicional Chinesa acupunctura, fitoterapia, dietética, massagem e chi kung

adernos de medicina tradicional hinesa - Dr. Fabricio ...escudine.com.br/txt/ART/Medicina Tradicional Chinesa - Caderno1.pdf · cadernos de mtc - Outono 99 1 C adernos de medicina

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1cadernos de mtc - Outono 99

adernos de medicina tradicionaladernos de medicina tradicionaladernos de medicina tradicionaladernos de medicina tradicionaladernos de medicina tradicionalCCCCChinesahinesahinesahinesahinesa

Outono 99 - nº1

Uma edição da Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa

esta Escola não é reconhecida oficialmenteRepresentante em Portugal da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa deNanquim (UMTCN) - Centro de colaboração da Organização Mundial de Saúde

(OMS) para a formação em MTC em todo o mundo

Quem somos

Regulamentação das medicinas nãoconvencionais - uma questão actual

O Outono na Medicina Tradicional Chinesa

acupunctura, fitoterapia, dietética, massagem e chi kung

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O dia 29 de Julho pode ser considerado uma data histórica para as Medicinas nãoconvencionais. Em Conselho de Ministros foi aprovado o projecto de Decreto-Lei quedefine “Acto Médico”. Num conceito holístico nada é visto ao acaso e nada por si sóacontece ou age de forma isolada. O momento presente é da inteira responsabilidadedo momento que o precede assim como o “agora” influencia de forma determinantetudo o que poderá vir a seguir - A uma acção está de forma indissociável ligada umareacção.

A não promulgação do referido decreto no dia 24 de Setembro é sem dúvida resultadoda movimentação que o precedeu por parte de todos aqueles que de uma forma ou deoutra se sentiam lesados nas suas convicções e direitos e, porque não, nos deveres quea Constituição contempla para os cidadãos Portugueses. Esse foi o eixo para pôr emmarcha uma roda que nos levou a todos numa espiral de ideias e realização - todostinhamos a nossa responsabilidade no resultado final, fosse ele qual fosse.

Uma reflexão não muito profunda leva-nos também a espreitar do outro lado damoeda e a constatar que o que se passou no Conselho de Ministros no final de Julhoé uma colheita daquilo que se tem vindo a semear. Ou se preferirem do que não se temvindo a semear. O Acto Médico é fruto de uma semente lançada pela Ordem dosMédicos. A Ordem dos Médicos tem entre os seus pilares a associação, a união depessoas que representam e defendem aquilo em que acreditam. Uma visão cor-de-rosamas, apesar de tudo, realista e também bastante funcional.

Tão funcional que provocou, em reacção, um movimento massificado de terapeutasinduzidos na defesa dos seus direitos. Nas montanhas, os carneiros têm uma vidapacata, comem erva, levam a sua existência numa total comunhão com a natureza,vivem em paz. Os lobos organizados há muitos milhares de anos tiram partido destasituação. Nos Estados Unidos as corridas de galgos são muito famosas, existe um iscoque faz correr os cães, é o que os move.

Nestas duas histórias está presente um factor, a motivação: se não fossem os lobos,os carneiros não se moviam, assim como os galgos precisam da lebre para terem ainiciativa de correr. Até que ponto é que estes acontecimentos dos últimos dias nãopodem ser convertidos numa fábula qualquer por um La Fontaine de fim de milénio?

Afinal o que nos motiva a nós como terapeutas? As nossas convicções ou os lobosmais organizados que provocam facilmente movimentos massivos numa determinadadirecção? Facilmente ao longo da história se provou que a capacidade de sobrevivênciade um organismo está nas mãos de quem é mais organizado, de quem é mais unido ede quem sabe manter essa organização ao longo do tempo.

Agora pegamos na moeda com as duas faces - o antes, o depois - e podemos observaro que foi construído, não por um, mas por todos aqueles que defendem e praticamterapias alternativas.

A evolução das medicinas não convencionais só pode ser possí!vel se uma atitudede constante cooperação e interligação entre todas as partes for mantida e alimentadapor todos os interessados, pelo seu interesse e para seu interesse, não por factoresexternos.

O exemplo disso foi aquilo a que assistimos e que, para quem quiser observarmelhor, ficou retratado em bastante tinta e suor: tudo conta, todos contamos, tudo épossível.

Aproveitando a abertura que neste momento se proporciona: tem sido recordadamuitas vezes a cena bíblica de David e Golias; mas também é sempre bom (eaproveitando a nostalgia desta estação do Outono), relembrar a história da lebre e datartaruga, que povoou a nossa infância.

L.A.

editoriala lebre, a tartaruga e o acto médico

e ainda: lobos, cordeiros e galgos americanos

Direcção e Edição: ESMTC; Coordenação redactorial: Ana Sofia Pacheco; Design Gráfico: Lourenço Azevedo

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ESCOLA SUPERIOR DEMEDICINA TRADICIONAL CHINESA - ESMTC

Quem somos?

A UMTC de Nanquim, estrutura governamental, éum centro de treino para os professores de MTC de todaa China e do mundo inteiro.

Sendo um centro da OMS possui um departamentopara estudantes estrangeiros no seu campus uni-versitário. Conta ainda com mais seis departamentos:ciência médica, MTC, farmacologia, acupunctura etuina, ciência social e educação para adultos.

Está vocacionada para o ensino de váriasespecialidades: Prevenção Social e Reabi-litação, Cirurgia, Enfermagem, Matériamédica, Farmacologia Chinesa, Fármacoschineses, Acupunctura, Moxabustão e Tuina,Medicina Interna, Pediatria, Ginecologia,Doenças Epidémicas e Febris, entre outras.

Tem cerca de 200 professores, incluindodoutorados, professores associados eespecialistas.

Desde que foi fundada já formou mais de10 000 estudantes. Já recebeu para estágiomais de 2 000 profissionais vindos de 70países e das várias regiões da China.

A Universidade tem dois hospitaisafiliados com 1000 camas, uma fábrica demedicamentos, 12 hospitais escolares e 58bases para a prática clínica.

Tem estabelecido acordos de cooperaçãocom os Estados Unidos, Canadá, governo da

acupunctura, dietética, plantas medicinais, qigong, tuina

Da esquerda para a direita: Dr. Yang Gong Fu, director das Relações Internacionaisda UMTCN; Deolinda Fernandes e José Faro, directores da ESMTC, Dr. JieJing, professor associado da UMTCN, presidente honorário da ESMTC.

A nossa Escola foi criada emDezembro de 1992 e em Julho de 1996assinou um contrato de cooperação coma Universidade mãe das Universidadesde MTC da República Popular daChina, a Universidade de MedicinaTradicional Chinesa de Nanquim(UMTCN). Indigitada pela OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) para ensinarestrangeiros desde os fins dos anos 50,aceitou colaborar pedagogica ecientificamente com a nossa Escola,reconhecendo o curso nela ministradocomo equivalente às licenciaturaschinesas na mesma área.

Nanquim, Rep. Popular da China: Conversações com a Prof. Drª Wang Ling-ling, directora da Faculdade de Acupunctura, próxima presidente do ConselhoCientífico da ESMTC.

Austrália, Japão, Israel, países da Europa, entre outros.Está pronta para receber os estudantes portugueses

da ESMTC que, no final do 4º ano, poderão praticarem meio hospitalar. Um dos hospitais escolares quereceberá os estudantes portugueses recebe por dia cercade 3000 doentes na consulta externa e 300 nas consultasde especialidade.

É indispensável para um finalista receber um estágiocom uma tal riqueza de experiências, não só para a sua

F

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Na formação em cuidados de saúde a aprendizagem prática sob orientação é indispensável. No caso da M.T.C.esta questão é decisiva, dadas algumas das suas carac terísticas peculiares.

Por um lado, a verdadeira dimensão dos conhecimentos teóricos só é revelada quando se começa a sua aplicaçãoconcreta - só esta mostra as verdadeiras dificuldades a resolver, os métodos eficazes, as possibilidades e limitaçõesde cada teoria - servindo como factor rectificador e motivador da própria aprendizagem intelectual.

Por outro lado, a Medicina Tradicional Chinesa exige dos seus praticantes um conjunto importamte decompetências operativas cuja aprendizagem e maturação só são viáveis na prática: a arte do interrogatório, aanálise dos pulsos e observação do aspecto da língua, o adestramento manual e corporal necessários à prática da

1998: Alunos finalistas daESMTC durante a práticaclínica hospitalar na China,da esquerda para a direita:Imtiaz Sidik, Dr. Jie Jing,Dr.ªXiangyi, tradutora SrªDing Xiao Hoy, SóniaRodrigues, Paulo Franco.

Estágios da ESMTCEstágios da ESMTCEstágios da ESMTCEstágios da ESMTCEstágios da ESMTC

vida profissional como também pela possibilidade deimergir num mundo cultural totalmente novo para ele.

Certa de que assim poderá veicular e divulgar commais correcção a MTC, a nossa Escola oferece umprograma de 5 anos - 4 anos de estudo com 2 de estágio+ 1 ano de estágio tutelado.

O programa de estudos tem vindo a ser aperfeiçoadode maneira a garantir a mais alta qualidade não só técnicae profissional como também científica, pedagógica edidáctica.

Os finalistas recebem um diploma de especialista emMedicina Tradicional Chinesa passado pela Escolaportuguesa e um diploma delicenciatura passado pelaUniversidade de MTC deNanquim, da RepúblicaPopular da China.

Aqueles que obtêm médiasuperior a 14 valores poderão

Nanquim 1998: Cerimóniade entrega de diplomas. Daesquerda para a direita: Dr.Jie Jing; Dr. Xiang Ping,presidente da UMTCN;Adelino Ribeiro, finalista eDr. Yang Gong Fu.

Hospital Escolar deMTC em Nanquim:preparação de pres-crições de plantasmedicinais.

Na formação em cuidados de saúde a aprendizagem prática soborientação é indispensável. No caso da M.T.C. esta questão é decisiva,dadas algumas das suas características peculiares.

Apesar das dificuldades e limitações que todos conhecem, estesistema de estágio tem-se revelado satisfatório e sério, levando a umainserção na vida profissional efectiva marcada por uma grandesegurança pessoal e profissional e por um importante número de êxitosnos cuidados de saúde prestados. Este é, na verdade, um dos maisimportantes trunfos que temos para oferecer aos nossos alunos e aosseus futuros utentes.

prosseguir a sua formação académica, nomeadamentecom acesso aos mestrados em MTC da Universidade deNanquim.

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massagem e ao uso das agulhasde acupunctura, a interacçãopsicológica com o paciente, acompreensão unificada destecomo um conjunto de vectoresfísicos, energéticos, psico-lógicos, sociais e ambientais,etc.

Além disso, a ESMTCconsidera que a emissão do diploma final dum curso naárea da saúde representa um compromisso social muitosério. Tratando-se de afirmar publicamente acompetência de alguém para o exercício duma actividade,é fundamental que essa capacidade tenha sidodemonstrada previamente em situações concretas - ospacientes do recém-formado não deverão ser oscomplementos duma formação incompleta, mas apenasnovos casos para a aplicação de competências adquiridase amadurecidas.

Por estas razões, a ESMTC desenvolveu um sistemade estágio que corresponde ao mais alto nível existentefora da China, sem paralelo na Europa (por enquanto),embora semelhante, por exemplo, ao que se faz naFaculdade de M.T.C. de Rosemont, no Quebec, escolaoficialmente reconhecida e também ligada por acordode cooperação à Universidade de M.T.C. de Nanquim.

Assim, os alunos do 3º ano, a par com as aulasteóricas, entram imediatamente em estágio e, duranteum ano, sob orientação qualificada, praticam massagem,acupunctura, moxabustão, ventosas, auriculoterapia,contacto psicológico com os pacientes. Aprendem atrabalhar em equipa, observam a organização práticada actividade terapêutica e treinam-se a interpretar asdecisões diagnósticas e terapêuticas dos professores ecolegas mais experientes.

Segue-se o estágio hospitalar num dos hospitais daUniversidade de M.T.C. de Nanquim. Os alunos sãointegrados em equipas de especialistas de M.T.C. e,durante um período mínimo de um mês, exercem asactividades correntes de atendimento, diagnóstico eterapêutica dos utentes chineses. Sendo aprovado noestágio pelos supervisores chineses passa à realização,na Universidade de Nanquim, duma prova teórica geralabarcando todas as áreas da Medicina TradicionalChinesa.

No 4º ano continuam a sua formação teórica, cadavez mais exigente e personalizada. Iniciam o segundoano de estágio, passando a assumir a responsabilidade,sob vigilância e acompanhamento idóneos, da realizaçãode diagnósticos energéticos e da tomada de decisõesterapêuticas nas áreas da acupunctura, moxa-bustão,massagem, plantas medicinais, auriculoterapia,craneopunctura, dietética, Qigong, etc. Continuando,pelas próprias circunstâncias do estágio, a aperfeiçoaro trabalho em equipa, passam a assumir uma pequenaparte da responsabilidade em relação aos colegas maisnovos, verdadeiros espelhos do seu próprio percurso einiciação à arte de partilhar conhecimentos de formaconcreta e eficaz. F

Hospital universitário de Nanquim:Aula de acupunctura.

Farmacêutico elabora prescrição fitoterapêutica.

Presidente eprofessores daUMTC deNanquimparticipam nosestágios daESMTC.

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Segue-se o estágio hospitalar num dos hospitais da Universidade deM.T.C. de Nanquim. Os alunos são integrados em equipas deespecialistas de M.T.C. e, durante um período mínimo de um mês,exercem as actividades correntes de atendimento, diagnóstico eterapêutica dos utentes chineses. Para que isso seja possível, aUniversidade de Nanquim dispõe de um vasto grupo de recém-licenciados em M.T.C. proficientes em língua inglesa, queacompanham em tempo completo os estagiários estrangeiros,resolvendo através de tradução simultânea todos os problemas decomunicação com o público e com os colegas e responsáveis.A amostragem para praticar é duma dimensão fabulosa: só o hospi-tal universitário mais próxim0o da Universidade ( ao todo são váriasdezenas de hospitais ligados à UMTCN) recebe por dia 3 000pacientes na consulta geral e 300 nas de especialidade, dispondo de720 camas de internamento.

Sendo aprovado no estágio pelos supervisores chineses passa àrealização, na Universidade de Nanquim, duma prova teórica geralabarcando todas as áreas da Medicina Tradicional Chinesa.

No 5º ano o aluno está já plenamente integrado na sua própriaactividade profissional, sob um regime de estágio tutelado:periodicamente apresenta relatórios da actividade desenvolvida,recorre aos supervisores em caso de dúvida ou dificuldade, participaem novas acções de formação tendentes a complementar a sua aprendizagem.

Apesar das dificuldades e limitações que todos conhecem, este sistemade estágio tem-se revelado satisfatório e sério, levando a uma inserçãona vida profissional efectiva marcada por uma grande segurançapessoal e profissional e por um importante número de êxitos noscuidados de saúde prestados. Este é, na verdade, um dos maisimportantes trunfos que temos para oferecer aos nossos alunos e aosseus futuros utentes.

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Lúcia Reboredo

“As terapias centradas no indivíduo sempre meentusiasmaram e a frequência deste curso temcontribuído cada vez mais para reforçar estaideia.”

Luis Augusto Ribeiro

“ Compreendi a que ponto é que o pensamentopode influenciar negativamente o corpo, mesmoque de modo inconsciente. (...) Para além disso,a perspectiva de poder aliviar essas dores etensões de um modo simples e directo ésimplesmente fascinante. Fico sempre admiradoao verificar que tocando em alguns lugares ecom certos movimentos é possível aliviar doresque, por vezes, nem medicamentos químicosconseguem reduzir eficazmente.”

Lurdes Carvalho

“ Graças ao curso de M.T.C. consegui de novoencontrar-me e comecei por reflectir sobre aminha própria vida e pude concluir que meestava a tornar demasiado racional. Nestemomento verificou-se uma alteração - estou adescobrir a parte impulsiva do meu ser. “

Alexandra Oliveira

“ As pessoas que ali estão, de professores acolegas, são especiais no sentido de queprocuram evoluir a nível pessoal para tambémajudarem os outros a evoluirem. É o primeirocurso em que participo em que não sinto o pesoda competição de uma forma negativa.”

Marco Aurélio da Costa

“ Sinto que este curso, independentemente dofuturo profissional que me pode proporcionar,valoriza-me como ser humano, ajuda-me no uni-versal trabalho interior de cada um.- (...) Sem dúvida que esta vida académica diferemuito da tradicional, praticada por muitosoutros estudantes e por mim mesmo em anospassados.- (...) Aqui estamos unidos por um grandeobjectivo: ajudarmo-nos a nós próprios parapodermos ajudar os outros.- (...) Este curso tem sem dúvida um cariz práticomuito forte, com aplicação da teoria na prática.Quanto à parte teórica: o tempo é pouco paraassimilar tamanha quantidade de ensinamentos,mas se o curso tem uma grande vertente práticaé necessário que a teoria a acompanhe.”

Alunos do 3º Anoem estágio noCentro de Terapiada ESMTC.

Apesar das dificuldades e limi-tações que todos conhecem, estesistema de estágio tem-se reveladosatisfatório e sério, levando a umainserção na vida profissionalefectiva marcada por uma grandesegurança pessoal e profissional epor um importante número deêxitos nos cuidados de saúdeprestados.

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REGULAMENTAÇÃODAS MEDICINAS NÃO CONVENCIONAIS- UMA QUESTÃO ACTUAL

1 - A Convenção dos Parceiros daÁrea de Saúde Natural (em represen-tação de 24 associações e escolas dosector) congratula-se com a decisão deSua Excelência o Senhor Presidenteda República relativa ao projecto deDecreto-Lei do Acto Médico, consi-derando que a mesma não tem comobase uma raíz política, mas sim jurí-dico-constitucional, já que, de facto:“(...) Está designadamente em causaa necessidade de compatibilizar in-teresses públicos da maior importân-cia, como a saúde pública, e direitos,liberdades e garantias não menosconstitucionalmente relevantes desdea liberdade de consciência e o direi-to ao livre desenvolvimento da per-sonalidade à liberdade de escolha eexercício da profissão.”, como o co-municado da Presidência da Repúbli-ca afirma.

Subscrevemos ainda, com a maiorveemência, o seu apelo à realizaçãode uma ampla discussão pública.Estamos totalmente disponíveis parao efeito, apenas solicitando a todas aspartes envolvidas a maior serenidadee a mais atenta vigilância em relaçãoà idoneidade, relevância e nível dodebate.

2 - Relativamente às declaraçõesvindas a público após o conhecimentoda decisão de Sua Excelência o Se-nhor Presidente da República consi-deramos que algumas delas exigem es-clarecimento público pelo seu teor, queem alguns casos tem mesmo um carizofensivo.

Assim, lamentamos o facto de se

pretender confundir a opinião públicasubstituindo um debate público sériopela citação obsessiva e alarmista docaso de um cidadão açoreano que terálevado algumas pessoas à ingestão depesticidas, com as consequências queseriam de esperar. Esta situação, fe-lizmente única no seu género, nada tema ver com qualquer sistema de saúdeconhecido, convencional ou não con-vencional.

Para além do aplauso generaliza-do verificado nos mais diversos secto-res da população quanto ao veto pre-sidencial, destacamos, de entre oscontributos sérios para esse debate, oartigo publicado no Jornal de Notíci-as, de 30/9/99, pelo Exmº Sr. Dr. Pau-lo Mendo, ex Ministro da Saúde, quenuma clara demonstração de interessepelos reais problemas da Saúde e deperfeito enquadramento num verdadei-ro espírito humanitário, termina o seuartigo afirmando: “A clandestinidadenunca foi amiga da qualidade.”

3 - Consideramos que a nossa lutanão se encerra com este veto presiden-cial, sendo antes um momento de ini-ciar e não de parar com vista a umadefinição do exercício das profissõesde Saúde Natural.

Nesse sentido, solicitamos o iní-cio imediato de negociações sériasentre as entidades competentes e re-presentações dos profissionais dasmedicinas não convencionais e respec-tivas escolas.

Essas negociações terão de respei-tar alguns princípios, consensuais paratodos os operadores da área da SaúdeNatural:

a) A autonomia técnica,deontológica e filosófica dos profissi-onais de saúde natural devidamentehabilitados terá de ser integralmenterespeitada. Deverão ser encontradasformas de fiscalizar a sua actividade ede regular a sua articulação com asoutras profissões de saúde que preser-vem essa autonomia.

b) Em todas as comissões a criarpara a regulamentação das medicinasnão convencionais deverá haver pari-dade entre a representação dos respec-tivos profissionais e a de outras enti-dades que vierem a participar.

c) O enquadramento geral para oconjunto destas actividades deverá serestudado e decidido globalmente, sen-do as negociações realizadas com oconjunto dos representantes de todosos sectores implicados.

Assim, os Parceiros da Saúde Na-tural, integrando 24 organizaçõescujo espírito de união e consonânciade perspectivas foi já bem demons-trado na prática, continuarão, portodos os meios disponíveis no quadrodum Estado de Direito, a desenvol-ver acções no sentido de obter umaregulamentação que dignifique osprofissionais de saúde natural e quesalvaguarde os interesses dos utentesdo sistema de saúde.

Lisboa, 30 de Setembro de 1999A Convenção dos Parceiros da

Saúde Natural

CONVENÇÃO DOS PARCEIROS DA ÁREACONVENÇÃO DOS PARCEIROS DA ÁREACONVENÇÃO DOS PARCEIROS DA ÁREACONVENÇÃO DOS PARCEIROS DA ÁREACONVENÇÃO DOS PARCEIROS DA ÁREADA SAÚDE NATURALDA SAÚDE NATURALDA SAÚDE NATURALDA SAÚDE NATURALDA SAÚDE NATURAL

COMUNICADO DE IMPRENSACOMUNICADO DE IMPRENSACOMUNICADO DE IMPRENSACOMUNICADO DE IMPRENSACOMUNICADO DE IMPRENSA30 DE SETEMBRO DE 199930 DE SETEMBRO DE 199930 DE SETEMBRO DE 199930 DE SETEMBRO DE 199930 DE SETEMBRO DE 1999

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Ministério dos Assuntos Sociais eSaúde Pública e do Ambiente

Lei relativa às práticas não conven-cionais no domínio da arte médica, far-macêutica, fisioterapia, arte de enfer-magem e das profissões paramédicas.

Capítulo IDisposições gerais

Artigo 1º

A presente lei regula uma matériavisada no artigo 18º da Constituição.

Artigo 2º

§1º Para a aplicação desta lei deveser considerado:

1º O Ministro: o ministro da saúdepública nas suas atribuições.

2º Práticas não convencionais:A prática habitual de actos tendo

por fim melhorar e/ou preservar o es-tado de saúde do ser humano e exercidade acordo com as regras e condiçõesestipuladas nesta lei.

São consideradas, para aplicaçãodesta lei, as práticas não convencio-nais;

-Homeopatia, fisioterapia, osteo-patia e acupunctura;

-Práticas para as quais foi criadauma câmara de acordo com o parágra-fo 4º

3º As organizações reconhecidas:As organizações profissionais de pra-ticantes de uma prática susceptível deser qualificada “não convencional”, re-conhecidas pelo Rei na base de crité-rios fixados pela lei. Estes critérios tra-tam especialmente:

-A personalidade jurídica;-A Lista dos membros;-O compromisso em participar na

pesquisa científica e numa avaliaçãoexterna.

§2º Uma comissão paritária “prá-ticas não convencionais” é instituídajunto do ministro.

§3º Uma câmara será criada paracada uma das práticas não convencio-nais seguintes: “homeopatia”, “fisio-

Em 29 de Abril de 1999 o Goveque reconhece e regulamenta a prnão convencionais. Apresentamosdiploma legal.

No conjunto, revela a actualidae a dignidade reconhecida aos proCapítulo VI, “ Obrigação de infordisposições decisivas que permiterespeito pela liberdade do indivíducontrolar as práticas de saúde nãopública.

BÉLGICA: A PRIMBÉLGICA: A PRIMBÉLGICA: A PRIMBÉLGICA: A PRIMBÉLGICA: A PRIMterapia”, “osteopatia” e “acupunc-tura”.

§4º O Rei pode, por sua iniciativaou a pedido das organizações profis-sionais interessadas, devidamente re-conhecidas, estabelecer as câmaraspara outras práticas não convencionaisalém das mencionadas no parágrafo 3º.

Artigo 3º

§1º Nos seis meses da sua criação,a comissão paritária dá um parecer aoministro no que respeita às condiçõesgerais aplicáveis ao exercício de to-das as práticas não convencionais.

Este parecer trata nomeadamentea segurança profissional e a coberturamínimas, a pertença a uma organiza-ção profissional reconhecida, um sis-tema de registo, um sistema de publi-cidade, a lista dos actos não autoriza-dos aos praticantes não médicos.

Estas condições gerais são, na basedeste parecer, determinadas pelo Reipor despacho deliberativo em Conse-lho de Ministros.

§ 2º(...)A comissão partidária pro-nuncia-se nos três meses da apresen-tação do projecto de parecer pela câ-mara interessada, de acordo com o ar-tigo 3º do parágrafo 4º.

Por pedido da comissão paritária,este prazo pode ser prolongado pormais três meses, no máximo. Ao fimdeste período, o parecer é considera-do dado, e um relatório relatando asdiferentes posições exprimidasno seio da comissão paritária é trans-mitido ao Ministro.

Este parecer dado pela comissãoparitária trata da oportunidade do re-gisto da prática não convencional, con-siderando os critérios relativos à qua-lidade dos tratamentos, à sua acessi-bilidade, à sua influência positiva so-bre o estado de saúde dos pacientes.O parecer propõe, além disso, uma de-finição da prática em causa.(...)

§3 Nos três meses da comunica-ção de um projecto de parecer pelacâmara em causa, a comissão paritáriadá o seu parecer sobre as condições

nas quais os praticantes de uma prática não con-vencional registada, podem ser registados demodo individual.

Estas condições podem considerar as exigên-cias em matéria de formação, certificação do su-cesso na formação, formação permanente, a listados actos autorizados e/ou não autorizados, umsistema de publicidade.

Se não for dado parecer pela comissãoparitária no fim do período previsto o parecer éconsiderado como dado e um relatório relatandoas diferentes posições emitidas no seu seio é trans-mitido ao Ministro.

O Rei fixa, por despacho deliberativo do Con-selho de Ministros as condições do registo indi-

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vidual das prácticas baseando-se no parecerdado pela comissão paritária. (...)

Capítulo IIComissão paritária

Artigo 5º

§1ºA comissão paritária é composta: meta-de por membros propostos pelas faculdades demedicina e a outra metade por membros pro-postos pelas câmaras criadas por aplicação doart. 2º. A cada membro é adido um suplente no-meado nas mesmas condições.

§2º Os membros da comissão paritária pro-postos pelas faculdades de medicina devem es-

tar autorizados a exercer medicina.Tanto podem ser generalistas ou espe-cialistas.

Os membros nomeados por propos-ta das câmaras devem exercer a práti-ca não convencional respectiva. Osmembros das câmaras podem fazerparte da comissão paritária. Um dosmembros de cada câmara, pelo menos,deve integrar a comissão paritária. ORei determina a composição desta co-missão paritária.§3º O Rei nomeia os membros da co-missão paritária por um período de seisanos. Este mandato é renovável. O Mi-nistro designa o presidente e o vice-presidente da comissão paritária(...).O Secretariado é assegurado por umfuncionário designado pelo Ministro.

Capítulo IIIAs Câmaras

Artigo 6º

§1º Cada câmara compreende pelomenos:

1º cinco membros efectivos e cin-co membros suplentes apresentadospelas faculdades de medicina e auto-rizados a exercer a medicina, entre osquais pelo menos um praticante demedicina geral;

2º cinco membros efectivos e cin-co membros suplentes exercendo aprática não convencional em questão,apresentados por uma organizaçãoprofissional reconhecida(...)

Na ausência de apresentação doscandidatos previstos na alínea 1ª, o Reidesigna, por decreto deliberado emConselho de Ministros, os membros dacâmara.(...)

Capítulo VRegisto Individual

Artigo 8º

§1 Ninguém pode exercer uma daspráticas não convencionais registadasou realizar actos destas práticas nãoconvencionais registadas, o que só serápossível após registo destas práti-

cas.(...)§2 O registo é concedido pelo Mi-

nistro com base no parecer da câmaraem causa. O registo é concedido se ointeressado satisfizer as condições fi-xadas pelo artigo 3º(...)

Cap VIObrigação de Informação

Artigo 9º

§1 Todo o praticante de uma práti-ca não convencional registada mantêmum dossier para cada um dos seus pa-cientes.

§2 Antes de iniciar um tratamentotodo o praticante de uma prática nãoconvencional registada, que não sejatitular de diploma de medicina deve pe-dir ao paciente um “diagnóstico” re-cente respeitante à queixa, redigido porescrito por um médico da sua escolhaou designado pela pessoa legalmenteresponsável para consentir em nome dopaciente (...). O paciente ou pessoa le-galmente autorizada em nome do pa-ciente a consentir o acto médico, queopta com conhecimento de causa e demodo não equívoco por não consultarum médico da sua escolha antes do tra-tamento pelo praticante não convenci-onal, deve confirmar a sua vontade porescrito.

O diagnóstico escrito ou a confir-mação escrita pelo paciente ou seu re-presentante legal da vontade do primei-ro de não consultar previamente ummédico devem ser incluídas no dossiera que se refere o parágrafo 1º

(...)No interesse do paciente qual-quer médico pode também solicitar porsua iniciativa as informações relativasà evolução de saúde do seu pacientejunto do praticante não médico de prá-tica não convencional.(...) .

Bruxelas, 29 de Abril de 1999

erno da Bélgica aprovou uma leirática das principais medicinass a seguir um extracto desse

ade deste tipo de regulamentaçãoofissionais implicados. Ormação “, apresenta asm conciliar, na prática, ouo com a necessidade deo convencionais e a saúde

MAVERA FLORIUMAVERA FLORIUMAVERA FLORIUMAVERA FLORIUMAVERA FLORIU

10 cadernos de mtc - Outono 99

de assumir um comportamentoprofissional.

Portanto, só a nós cabe o direitode regular a nossa profissão e asautoridades não interferirão enquantoo fizermos.

Se não o fizermos, terão razão emintervir. Como tal, nós continuamos afazê-lo.

Conselho de Autorizaçãoem Acupunctura

Existe ainda uma Junta ouConselho de Autorização emAcupunctura (Acupuncture Accredi-tation Board). Neste momento, esteConselho é constituído por membrosdas várias escolas de acupunctura, asquais estão também representadas noConselho de Acupunctura, pormembros das próprias associações,professores de mérito, representantesdo público e membros da profissãomédica.

Este conselho actua de modo asupervisionar os processos deautorização das escolas quevoluntariamente submetem o seuexercício a esta avaliação. Istosignifica que todos os aspectos daprática efectuada nessas escolas, queincluem as principais escolas deacupunctura em Inglaterra, sãoclassificados de acordo com um certonúmero de critérios. Entre estes, éanalisado o nível de eficácia emrelação aos objectivos que se propõematingir e até que ponto estes sãorealmente cumpridos. Cada escola teráde ser responsável pelo estatuto da suacandidatura junto do Conselho deAutorização.

Processo de Candidaturae estabelecimento de

Curriculum

Uma vez a candidatura aceite, começao processo de autorização, período de

três anos em que a escola poderáestabelecer e aperfeiçoar o seu própriocurriculum e os seus própriosobjectivos. Todas as escolas terão depreencher padrões máximos e mínimose, durante o processo de legalização,espera-se das próprias escolas quemencionem as deficiências que, demomento, os seus cursos possuam.

Uma das maiores realizações, atéeste momento, do Conselho deAutorização, é o de ter, na realidade,estabelecido um curriculum quefuncionará como um curriculum detrabalho básico para todas as escolas.Até agora verificou-se um grandenúmero de variantes no ensinoministrado nas principais escolasinglesas, mas com o estabelecimentodeste curriculum começou-se com ummínimo básico. Estamos a fazer omesmo com o curriculum de trabalhobásico no ensino da componente demedicina Ocidental, que fará parte do

conjunto mínimo deregras de trabalhorequerido para todas asescolas.

Conselho deMedicinas

Complementarese Alternativas

O Conselho de Acupunctura, estáainda filiado num grupo mais vasto, oConselho de Medicinas Complemen-tares e Alternativas (Council for Com-plementary and Alternative Medicine),que compreende o que consideramosserem as terapias complementaresortodoxas, ou seja, a osteopatia, aquiroprática, o herbalismo, ahomeopatia e a acupunctura. Estecorpo mais vasto trata dos aspectoscom implicações políticas da aceitaçãoou da legitimação/legalização dasmedicinas complementares na Grã-Bretanha, enquanto que o Conselho deAcupunctura está encarregue daordenação dos aspectos educacionaisda profissão de Acupunctor.

entarei, rapidamente e empoucas palavras, falar acer-

ca da formação em acupunctura e dolugar que ela ocupa em Inglaterra,onde gozamos de uma situação ímpar,por estarmos sujeitos ao Direito Co-mum (common law), o que basicamen-te significa que podemos agir de for-ma independente.

Conselho de Acupunctura

Há uma disposição legal que im-pede o governo de nos controlar. Portermos esta liberdade nós, osacupunctores, sentimos a necessidadede nos auto-controlar e, como tal, oConselho de Acupunctura (Councilfor Acupuncture), apresentou umasolução com essa finalidade.

Este é formado por quatroassociações, que em breve serão cinco,com a provável adesão da Chung SanSociety, representando perto de milacupunctores na Grã-Bretanha.

Critérios deadopção de

membros

O critério para seraceite como membro do Conselho deAcupunctura, requer a frequência deum curso de acupunctura com aduração de três anos. O curso écomposto de uma percentagem dematérias de medicina Ocidental, assimcomo de teoria e prática deacupunctura e o respectivo estágioclínico.

Nós pensamos ser este, narealidade, o requisito mínimo para umexercício competente e seguro da nossaactividade. Por isso exercemos ocontrolo da nossa profissão por estesmeios, salvaguardando os padrões desegurança do público, regulamentandoe protegendo-nos ao fazê-lo. Nãotemos qualquer espécie de ligações oude filiações, seja com o Governo oucom as Universidades; contudo, oGoverno Britânico tem sidofrancamente entusiástico e cooperantecom as nossas actividades,encorajando-nos, enquanto nosmostrarmos capazes de nos regular e

*Por Jasmine UddimPresidente do “Register of

Tradicional Chinese Medicine”

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BREVE PERFILBREVE PERFILBREVE PERFILBREVE PERFILBREVE PERFILDA ACUPUNCTURADA ACUPUNCTURADA ACUPUNCTURADA ACUPUNCTURADA ACUPUNCTURAEM INGLATERRA*EM INGLATERRA*EM INGLATERRA*EM INGLATERRA*EM INGLATERRA*

11cadernos de mtc - Outono 99

OutonoOutonoOutonoOutonoOutononanananana Os três meses de

Outono chamam-se operíodo de tranquilidadeda nossa conduta. Aatmosfera do Céu éintensa e a atmosfera daTerra é desanuviada.

As pessoas devemdeitar-se cedo e levantar-se cedo, com o cantar dogalo. Devem ter o espíritoem paz, a fim deminimizarem a punição doOutono. Alma e espíritodevem unir-se para que aexalação do Outono sejatranquila, e para conser-varem os pulmões purosas pessoas não devemdar expansão aos seusdesejos.

Tudo isto está emharmonia com aatmosfera e tudo isto é ométodo de protecção danossa colheita.

Os que desres-peitarem as leis doOutono serão punidoscom um mal pulmonar. Aesses o Inverno traráindigestão e diarreia e,assim, terão pouco apoiopara o armazenamentodo Inverno.

Livro de Acupunctura do ImperadorAmarelo (Nei Ching)

MedicinaMedicinaMedicinaMedicinaMedicina

No Outono as folhas secam e caem,os últimos frutos são colhidos, as casta-nhas e as sementes vão para os celeirosgarantir as refeições do Inverno ou fi-carão na terra, esperando a Primaverapara brotar de novo.

Nesta estação a energia vital é des-cendente, pesada. O ciclo que mostra ocrescimento na Primavera e exuberân-cia no Verão, revela agora maturidadee encaminha-se para o seu final. É omomento do crepúsculo, quando o solse põe e a vida diurna se recolhe.

Tal como na natureza, o Outonoem nós, representa a eterna colheita. Afunção dos Pulmões e do Intestino Gros-so (orgãos em que predomina a mesmaenergia que predomina no Outono – aenergia “ Metal “) é assimilar o essen-cial e rejeitar o inútil. Sem o ar não po-demos viver, e sem esvaziar o Intestinotambém não. Essas actividades dão or-dem e ritmo a todas as outras, harmo-nizando as tensões e deixando-nos bri-lhantes como cristal.

Na visão simbólica chinesa, os Pul-mões cuidam do tesouro, sem o qual ocoração não reina e a estratégia do Fí-gado não é executada! Tudo o que con-sideramos precioso em termos materi-ais é Metal: ouro, ferro, cobre, chum-bo, diamantes, urânio, quartzo, petró-leo. Agentes de riqueza e poder, com-ponentes de todos os tipos de indústria

leve ou pesada.Estamos a viver numa era Metal.

As telecomunicações, os transportes einformática dependem completamentedo Metal. Mesmo sendo de plástico,constituem metal, pois este é derivadodo petróleo.

Fios de telefone, fios de electrici-dade, canalizações, carruagens, auto-móveis, aviões, satélites, naves espaci-ais, combustíveis, circuitos, são exem-plos de que o nosso quotidiano lida di-rectamente com o Metal. A abundân-cia deste pode provocar efeitos perver-sos, como a poluição que, por sua vez,poderá acarretar problemas físicos, no-meadamente obstipação.

O desequilíbrio do Metal reflecte-se por perda de recursos, que no orga-nismo humano pode ser por fezes de-masiado laças, ou por retenção de ex-cessos, p.ex. obstipação, ou ainda porfalta de vitalidade, indisposição gene-ralizada, problemas de garganta e doesófago, certo tipo de paralisias, doen-ças debilitantes, fragilidade emocional,depressão, melancolia, discurso incoe-rente, eczema, asma, bronquite, gripe,nariz entupido, choro frequente, mem-bros ou costas dolorosas.

Como sinal deste desequilíbriopoderemos ter o dormir de bruços quedemonstra intestinos sempre sobrecar-regados, o que predispõe a doenças.

(continua na pág. seguinte)

TTTTTradicionalradicionalradicionalradicionalradicionalChinesaChinesaChinesaChinesaChinesa

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12 cadernos de mtc - Outono 99

AlimentaçãoAlimentaçãoAlimentaçãoAlimentaçãoAlimentação

O sabor ácido tonifica a energiados pulmões, o sabor picante dispersa,o sabor amargo harmoniza.

O picante, em reduzidas quanti-dades, tonifica a forma dos pulmões, emexcesso, dispersa; o amargo dispersa,igualmente. É comum abusarmos dosabor picante, na forma de bebidas al-coólicas e temperos fortes, o que, evi-dentemente, reflectir-se-á no Fígado eem todas as suas ressonâncias, taiscomo o humor, os músculos e as arti-culações, já que o Metal corta a Madei-ra ( “ Madeira “ designa a energia doFígado e da Vesícula Biliar ).

Certamente que a natureza maispesada do Metal faz procurar a levezacomplementar - muitas pessoas bebempara estimular a expansividade e ima-ginação (Madeira). Olhando em deta-lhe, esse excesso pode prejudicar gra-vemente os Rins, que são nutridos peloMetal, facilitando então a entrada depensamentos obsessivos vindos da Ter-ra, que se encontra em desequilíbrio (nocorpo, o álcool é igual ao açúcar), e afec-tar todo o sistema de fogo pela via per-versa Metal-Fogo.

O Metal (Outono) precisa deraízes, como a cenoura, o nabo com-prido, a bardana, a raiz de lótus; caldostemperados com miso, para limpar ospulmões e beneficiar a flora intestinal;chá verde, de lótus ou três anos(banchá), para harmonizar os Intesti-nos. O seu cereal é o arroz, de prefe-rência integral, semi-integral ouglutinoso, porque tem fibras que aju-dam a limpar os Intestinos. Quase nãogosta de açúcar, lacticínios pimentos efarinhas (esparguete, biscoitos, pães,bolos). O seu adoçante é o mel, que édoce e picante, ajuda a fluidificar omuco das vias respiratórias e a descar-regar os intestinos; pode ser usado como iogurte - ambos em pequena quanti-dade - em benefício do Metal, Terra eMadeira. Deve-se beber água mornapois o Metal é seco.

Resumindo, a alimentação para oOutono tem um princípio simples: me-nos ingredientes picantes (alho, pimen-ta, alho porro, etc.) e mais alimentossuaves (sésamo, arroz, arroz glutinoso,mel, lacticínios - excepto queijo fresco-, fruta, etc.), a fim de lutar contra asecura e de proteger o Yin (princípiofeminino passivo que completa o Yang).

As pessoas de idade devem comerpapa de arroz ao pequeno almoço, deforma a reforçar as funções do Estôma-go e estimular a secreção da saliva.

Li Yan, célebre médico chinês nos

tempos dos Ming 1368-1644, disse: “ébom comer uma papa de arroz de ma-nhã para melhorar o metabolismo e di-gestão, abre o apetite e faz com que oespírito fique claro para o resto do dia”.O creme de arroz pode ser preparadode diversas formas, podendo ser adici-onado de açúcar, malte de cevada,“mel” de arroz, sementes de lótus,amêndoas, sésamo preto.

O fósforo, o mineral do Metal, estápresente na maior parte dos alimentosricos em cálcio e proteína. Participa deuma infinidade de processosbioquímicos e ajuda a formar ossos edentes. Assim como o cálcio, dependeda vitamina D para ser absorvido. Adeficiência de fósforo produz deficiên-cia muscular e dores nos ossos. Fontesespecialmente ricas são: as sementes deabóbora e de gergelim, as nozes e cas-tanhas e todas as leguminosas secas,leia-se feijões; entre os cereais, a aveiae a cevada; entre as carnes, as de pom-bo e de coelho.

O Metal refaz-se facilmente emcontacto com as montanhas, as pedrasonde brota a água, as cascatas, as gru-tas. È comum encontrar coleccionado-res de pedras, cristais ou rochas e pes-soas que precisam de usar uma jóia parase sentirem bem.

As folhas secam e caem. Nasce-ram na primavera, atingiram o auge noVerão e estão indo embora. A árvorevai ficar nua. Existe um quê de destrui-ção no ar. O impulso criativo está lon-ge, o período de plenitude passou. Ago-ra é a colheita, o armazenamento, e acapacidade de realização do ser huma-no exprime-se no sentido da tranquili-dade, da paz, da serena certeza de quesomente aceitando as perdas haverárenovação.

Embora no Outono se deva redu-zir os picantes a fim de não secar osPulmões, teremos de adaptar de acordocom a condição do momento, por exem-plo:

Sintomas:Sintomas:Sintomas:Sintomas:Sintomas: Febre acompanhada com ar-repios, língua vermelha com saburraseca e amarela; tosse seca, falta de ar,dor forte na garganta. Poderá existirexpectoração amarela-esverdeada compus ou mesmo mau cheiro, pus comSangue e descarga nasal amarela.

TTTTTratamento:ratamento:ratamento:ratamento:ratamento: Adicionar alimentos eplantas que arrefeçam o calor e trans-formem a expectoração nos Pulmões.

Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados: Agrião,maçã, romã, pêssego, pêra, morangos,algas (agar-agar, nori, kelp), cogume-los, rábano (daikon), rabanete, cenou-ra, abóbora, kuzu, repolho, couve-flor,bok choy (couve chinesa pequena), fun-gos brancos (white fungus). A maioriada dieta deve ser na forma de sopas ecremes de millet, cevada ou arroz, to-dos de natureza refrescante e suavizan-do o calor do Pulmão. Os alimentosmais eficazes para este quadro são oagrião e os fungos brancos (encontram-se nas lojas chinesas), os chás demarroio vulgar (Marrubium Vulgare)ou Stellaria Media são muito úteis.

Evitar:Evitar:Evitar:Evitar:Evitar: alimentos que produzam calore congestionam o corpo, tais como ocafé, álcool, carneiro, galinha, vaca,fruta, salmão, anchova, cebola , alho,cebolinho, cebolo, canela, gengibre,funcho e outras especiarias de nature-za quente.

Sintomas:Sintomas:Sintomas:Sintomas:Sintomas: Tosse, dispneia (dificulda-des na respiração), espirros, ou asmaacompanhada por expectoração espes-sa; língua com saburra branca e gordu-rosa, se a fleuma for devida ao frio, ouamarela, se a fleuma for devida ao ca-lor.

TTTTTratamento:ratamento:ratamento:ratamento:ratamento: inclui alimentos quetransformem, reduzam ou eliminem afleuma (mucosidades).

Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados: Feno Gre-go (M), sementes de linhaça (N), agrião(F), alho e outros membros da famíliada cebola (M), nabo (M), gengibre fres-co (M), rabanete (F), daikon (F), cogu-melos (M), cereal imaturo (F) e algas(F); urtiga (F), tussilagem (N), énula-campana (F), folha de verbasco (F).

Nota:Nota:Nota:Nota:Nota: A natureza dos alimentos podeser fresca (F), morna (M) ou neutra (N).

Em geral, a dieta deve consistir dealimentos de fácil digestão e evitar to-dos aqueles que provoquem aumento defleuma. Na lista mencionada anterior-mente dos alimentos as plantas com aletra “F” são úteis para tratarmucosidades-calor (expectoração ama-rela); as com letra “M” para tratarmucosidades-frio e com a letra “N” paratratar tanto a mucosidade-calor, como

Calor que congestiona os PulmõesCalor que congestiona os PulmõesCalor que congestiona os PulmõesCalor que congestiona os PulmõesCalor que congestiona os Pulmões

AmbienteAmbienteAmbienteAmbienteAmbiente

OutonoOutonoOutonoOutonoOutono

Congestão dos pulmões provocadaCongestão dos pulmões provocadaCongestão dos pulmões provocadaCongestão dos pulmões provocadaCongestão dos pulmões provocadapor mucosidades brancaspor mucosidades brancaspor mucosidades brancaspor mucosidades brancaspor mucosidades brancas

13cadernos de mtc - Outono 99

a mucosidade-frio. O mesmo aconteceem relação aos chás - para mucosidade-calor, p. ex., escolhemos o verbasco, atussilagem, a urtiga e as sementes delinhaça; para mucosidades-frio, aénula-campana, o gengibre fresco e asemente de feno grego.

Evitar:Evitar:Evitar:Evitar:Evitar: Todos os lacticínios, carnes ver-melhas, tofu, amendoins, tempeh, miso,molho de soja, leite de soja e outrosderivados, amasake e outros adoçantes,gorduras e óleos em geral, pastelaria,etc.

Nota:Nota:Nota:Nota:Nota: A folha de stevia é o únicoadoçante permitido.

Deficiência de Yin dos Pulmões /Deficiência de Yin dos Pulmões /Deficiência de Yin dos Pulmões /Deficiência de Yin dos Pulmões /Deficiência de Yin dos Pulmões /Secura dos líquidosSecura dos líquidosSecura dos líquidosSecura dos líquidosSecura dos líquidos

Sintomas:Sintomas:Sintomas:Sintomas:Sintomas: Tosse seca com pouca ounenhuma expectoração (algumas vezesacompanhadas de Sangue); febre peri-ódica, sede frequente, bochechas ver-melhas claras; língua com cor verme-lho fresco, palmas das mãos e solas dospés quentes, suores nocturnos, pulsoradial fino com batimento lento.

TTTTTratamento:ratamento:ratamento:ratamento:ratamento: Alimentos que nutram oYin (os líquidos) do Pulmão e Rim (aRaiz Yin de todo o Corpo).

Deficiência de energia (Qi) dos Pul-Deficiência de energia (Qi) dos Pul-Deficiência de energia (Qi) dos Pul-Deficiência de energia (Qi) dos Pul-Deficiência de energia (Qi) dos Pul-mõesmõesmõesmõesmões

Sintomas:Sintomas:Sintomas:Sintomas:Sintomas: Fraqueza, fadiga, voz fracae limitada em falar, tosse e dificuldadeem respirar.

TTTTTratamento:ratamento:ratamento:ratamento:ratamento: fortalecer a energia (Qi)dos Pulmões com alimentos e prepara-ções que tonifiquem a energia do Pul-mão e melhorem a absorção dos alimen-tos.

Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados: arroz, ar-roz glutinoso, aveia, cenoura, folhas demostarda, batata doce, inhame, batata,gengibre fresco, alho, melaço, “mel” dearroz, malte de cevada, arenque (pei-xe); plantas para chás, incluindo aénula-campana, alcaçuz e enardo indi-ano (espicanardo). A dieta deve incluirprincipalmente alimentos cozinhados eomitir os alimentos que arrefeçam ouproduzam mucosidades no corpo, taiscomo citrinos, sal, leite e outros lacti-cínios, cereais imaturos, espinafres, al-gas e microalgas.

Usar a fórmula seguinte reforça aUsar a fórmula seguinte reforça aUsar a fórmula seguinte reforça aUsar a fórmula seguinte reforça aUsar a fórmula seguinte reforça aenergia do Pulmão:energia do Pulmão:energia do Pulmão:energia do Pulmão:energia do Pulmão:Alcaçúz: 1/2parte;Énula-campana ou espicanardo:1 parte.

Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados:Alimentos aconselhados: Algas ma-rinhas, alga chinesa (Muer), spirulina,microalgas, laranja, pêssego, pêra,maçã, melão, tomate, banana, feijãoverde, leite de soja, tofu, tempeh, açucarmascavado, “mel” de arroz, sementesde linhaça, manteiga e outros lacticíni-os (excepto o queijo seco e salgado),ovos, ostras, mexilhões e porco; plan-tas, incluindo a alteia, bolbos de lírios(lojas chinesas), raiz de remânia (lojaschinesas) e selo-de-Salomão.

A dieta básica deve excluir todosos alimentos e especiarias que produ-zam calor no corpo (natureza quente),nomeadamente no Pulmão. Os alimen-tos muito amargos, por secarem os lí-quidos no organismo, são contra-indi-cados (hidrante, dente-de-leão,equinácea e bardana). Se forem tolera-dos, os lacticínios e os ovos podem serusados em pequenas quantidades.

Chás úteis são:Chás úteis são:Chás úteis são:Chás úteis são:Chás úteis são: Alteia, selo-de-Salomão (Polygonatum officinale),bolbos de lírio, remânia (RehmanniaGlutinosa)

Nota:Nota:Nota:Nota:Nota: Evitar a Remânia crua nos ca-sos de Frio ou digestão fraca (deficiên-cia da função do Baço) ou na gravidezacompanhada por anemia.

Escola Superior deMedicina Tradicional Chinesa*

*não reconhecida oficialmente

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES NA SECRETARIAtel:(01)347 56 05 / 347 67 26

fax: (01) 342 68 04das 10:30 às 13:00 e das 15:00 às 19:00H

R. das Portas de Stº Antão, 110 - 3ºE(junto ao Coliseu dos Recreios)

e.mail: [email protected]

Aulas semanais de Chi-Kung2ª, 4ª e 6ª Feiras das 13:30 às 14:30 e das 18:00 às 19:00e Tai-Chi3ª e 5ª Feiras das 18:00 às 19:00Módulos de formação para desenvolvimento pessoal

Centro de Medicina Tradicional Chinesa

14 cadernos de mtc - Outono 99

Em 1988 rea-lizou-se em Pequima 1ª ConferênciaMundial de Qigong(lê-se Chi Kung) terapêutico.

Cento e vinte eoito palestras reve-lam resultados dei n v e s t i g a ç õ e ssistemáticas.

As demonstra-

Flutuando entre arranha-céus incolores, aqui estou.Neblinas difusas adormecem o meu olhar.Espirais estonteantes de folhas voadorasInspiram a minha mente aquecida.O deslizante silêncio da multidão ecoa na planície sem fim.A pérola jaz escondida e brilha espalhando sua luz velada por todoo mundo

ções são convincentes: o Qigong revela-se eficaz.Cá fora, diariamente, nos parques e jardins, uma

demonstração não menos esmagadora: hoje, 250 milhõesde chineses para aí se dirigem, para praticar o sistemade Qigong seu preferido.

Expressões serenas, concentradas, acompanham comgestos suaves os ritmos da brisa que sopra, de manhã,por entre as árvores.Uma experiência nova, com menosde 20 anos, para a maior parte dos chineses.

Depois da liberalização do regime, a partir de meadosdos anos 70, as “grandes massas populares”transformam-se em milhões de descobridores individuaisdo tesouro do Qigong, até então guardado em segredopor algumas famílias, por alguns monges e ... pelosguardas do regime.

“A prática de Qigong regula e melhora a função dosmúsculos, canais energéticos, órgãos, vísceras, circulaçãode sangue e sistema nervoso. Fortalece o corpo,permitindo um equilíbrio da mente e do espírito”.

Estas palavras são de Huang Xiaokuan, jovem oficialdo exército chinês, que às suas funções militares somaas de mestre de Qigong no hospital governamental deJing Hxua.

A seu cargo, entre muitos pacientes, está um jovemjaponês. Paraplégico, deslocou-se do Japão, onde nãoencontrava cura, para Pequim. A sua prosperidade

permitiu-lhe deslocar-se até junto da cidade imperial,para, num hospital de tipo ocidental e linhas modernas,procurar a salvação por meio de um sistema detransmissão de energia, criado há mais de três mil anos.Huang Xiaokuan não garante a recuperação do jovemjaponês, mas, amistosamente, todos os dias, segundo osmétodos milenares, lhe transmite a energia de que écarente.

“O Qigong permite ligar o Homem ao Céu e à Terra”.“No Qigong existem movimentos tensos e suaves.

Mas a moral é mais importante do que os gestos e osmovimentos”.

“O Qigong serve para vários fins: manter a forma,recuperar a saúde, desenvolver a inteligência, prolongara vida. A sua prática deve ser persistente. Os professoresapenas ensinam: a aprendizagem depende de cada um.”

Com estas breves palavras Huang Xiaokuan iniciamais um curso de Qigong. Mais adiante acrescenta: “Oqi é material. A tecnologia moderna provou que o qiexiste objectivamente.”

De facto, assim o mostram inúmeras investigaçõesdirigidas pela Associação Chinesa de Ciências eTecnologias, cujo presidente, Qian Xue Sun, é um físicode renome internacional.

OutononaChina

15cadernos de mtc - Outono 99

16 cadernos de mtc - Outono 99

emoN oªssiforP .I.B arutanissA ataD

Na qualidade de cidadão/ã e utente dos cuidados de saúde natural, venho nos termos do art.º 52 nº1(*) daConstituição Portuguesa e em nome dos direitos, liberdades e garantias constitucionalmente consagradas,apelar para a necessidade imperiosa de regulamentação das profissões ligadas às medicinas não convencionais,exigindo a participação dos seus profissionais e das associações que representam na definição do seu estatutosócio profissional, com a salvaguarda da sua autonomia técnica e deontológica.

Declaro autorizar, para efeitos de publicação e difusão na Comunicação Social, a subscrição do texto supra.

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Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa(não reconhecida oficialmente)

Rua das Portas de Santo Antão, 110 - 3º Esq1150 - 269 Lisboa

Fax:342 68 [email protected]

(*) Todos os cidadãos têm o direito de apresentar, individual ou colectivamente, aos orgãos de soberania oua quaisquer autoridades petições, representações, reclamações ou queixas para a defesa dos seus direitos, daConstituição, das leis ou do interesse geral.

Abaixo Assinado