20
SISTEMA DE CALIBRAÇÃO E TESTE DE SENSORES DE PRECIPITAÇÃO RELATÓRIO FINAL DO PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (PIBIC/CNPq/INPE) Aderson Stanrley Peixoto Santos (UFRN, Bolsista PIBIC/CNPq/INPE) E-mail: [email protected] Msc. Marcos Aurélio F. dos Santos (INPE, Orientador) E-mail: auré[email protected] COLABORADOR Dr. Fernando Moreira da Silva (UFRN) INPE CRN-NATAL 2009

Aderson Stanrley Peixoto Santos (2)

Embed Size (px)

Citation preview

  • SISTEMA DE CALIBRAO E TESTE DE SENSORES DE PRECIPITAO

    RELATRIO FINAL DO PROJETO DE INICIAO CIENTFICA (PIBIC/CNPq/INPE)

    Aderson Stanrley Peixoto Santos (UFRN, Bolsista PIBIC/CNPq/INPE) E-mail: [email protected]

    Msc. Marcos Aurlio F. dos Santos (INPE, Orientador) E-mail: [email protected]

    COLABORADOR

    Dr. Fernando Moreira da Silva (UFRN)

    INPE CRN-NATAL

    2009

  • SISTEMA DE CALIBRAO E TESTE DE SENSORES DE PRECIPITAO

    RELATRIO FINAL DO PROJETO DE INICIAO CIENTFICA (PIBIC/CNPq/INPE)

    Aderson Stanrley Peixoto Santos (UFRN, Bolsista PIBIC/CNPq/INPE) E-mail: [email protected]

    Msc. Marcos Aurlio F. dos Santos (INPE, Orientador) E-mail: [email protected]

    COLABORADOR

    Dr. Fernando Moreira da Silva (UFRN)

    INPE CRN-NATAL

    2009

    1

  • RESUMO

    O relatrio apresentado tem o objetivo de traar o encaminhamento das pesquisas

    relativas proposta do plano de trabalho do projeto de iniciao cientfica, cujo cunho

    nesta etapa est voltado no estudo das metodologias empregadas na realizao da

    calibrao e testes dos sensores de precipitao existentes. Dessa forma pretende-se

    obter o conhecimento para a criao de um sistema de calibrao dos pluvimetros de

    tipo Tipping-Bucket utilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

    em suas Estaes Meteorolgicas Automticas.

    2

  • FINISH REPORT OF THE PROJECT OF SCIENTIFIC INITIATION (PIBIC/CNPq/INPE)

    SYSTEM OF CALIBRATION FOR TEST OF PRECIPITATION SENSORS

    ABSTRACT

    The report aims to trace the routing of research on the proposed work plan of the project

    of scientific initiation, whose imprint at this stage focuses on the study of the

    methodologies employed in conducting the tests and calibration of sensors of

    precipitation exist. Thus it is intended to obtain the knowledge to create a system for

    calibration of ombrometer Tipping-Bucket type used by the National Institute for Space

    Research (INPE) in their Automatic Weather Stations.

    3

  • SUMRIO

    1. INTRODUO.........................................................................................................05

    3 MATERIAL E MTODOS.......................................................................................06 3.1. MTODOS DE SISTEMAS DE CALIBRAO E TESTES.............07

    3.1.1. Bancada de Calibrao de Overgaard; El-Shaarawi & Nielsen (1998)..........07 3.1.2. Bancada de Calibrao Braga. (2005)...............................................................09 3.1.3. Bancada de Calibrao de Humphrey et al. (1997)..........................................10 3.1.3. Bancada de Calibrao Alexandropoulos & Lacombe (2005).........................12 3.1.4. Bancada de Calibrao Lanza & Stagi (2006)..................................................13

    3.2. UM MTODO ANALTICO DE CALIBRAO...............................15

    3.2.1. Aplicao Metodolgica: Estudo de Caso.........................................................15 3.2.2. Curvas de Calibrao..........................................................................................16 4 RESULTADOS E ANLISES..................................................................................17 5 CONCLUSES...........................................................................................................18

    4

  • 1. INTRODUO

    Pelo fato da capacidade de interferncia da precipitao sobre as atividades

    urbanas e rurais ocorrente nas mais distintas reas e devido ao custo de manuteno das

    estaes convencionais cada vez mais observaram a implementao das Estaes

    Meteorolgicas Automticas (EMA) no intuito do monitoramento meteorolgico e

    climtico no mbito nacional e global. Neste estudo os instrumentos tomados como

    foco, voltados anlise da pluviometria, so chamados de Tipping-Bucket Rain Gauge,

    conhecidos em portugus por: pluvimetros de caamba de basculamento.

    O objetivo nesta etapa do trabalho de iniciao cientfica respaldar o estudo

    das metodologias empregadas na realizao da calibrao e testes dos sensores de

    precipitao existentes

    Dessa forma, importante ressaltar a valia que a calibrao desses

    instrumentos para que realizem medies da pluviosidade das diversas escalas de rea

    coerentes com a realidade. Conforme Mata (1984, p.64) e Ometto (1981, p.193) apud

    Santos, A. e Santos M. (2008), estas medies possibilitam o conhecimento da

    quantidade de gua disponvel em uma rea qualquer e colaboram para a modelagem do

    comportamento da pluviosidade nas diversas regies. De acordo com a Organizao

    Mundial de Meteorologia- OMM, (Captulo 5, Parte III, p. 4):

    Calibrao o conjunto de operaes que estabelecem, sob condies

    especficas, a relao entre os valores indicados por um instrumento de

    medio ou sistema de medio e os correspondentes valores conhecidos de

    um mensurando, isto , uma quantidade sujeita a medio.

    Dessa forma notamos que a calibrao se vale da intercomparao entre

    instrumentos no intuito de colocar um deles de acordo com os valores (aproximados) do

    5

  • outro (considerado como padro de anlise). Assim, os procedimentos utilizados para a

    calibrao dos pluvimetros permitem a escolha e a correo de um sistema de

    aquisio de dados pluviomtricos de forma que diminuamos o erro do pluvimetro

    medido na comparao com os valores do instrumento de medio padronizada, no

    caso, do pluvimetro Ville de Paris.

    3. MATERIAIS E MTODOS

    As atividades no perodo de 3 de Maro de 2008 30 de Junho de 2009

    concernentes efetivao da proposta do plano de trabalho (Quadro 1) buscam o

    baluarte terico relativo a temtica da montagem de um sistema de calibrao e testes de

    sensores de precipitao em artigos cientficos e em sites de empresas voltadas criao

    e manuteno de instrumentos para pluviometria.

    Quadro 1: Plano de trabalho proposto para sistematizao das etapas

    1. Estudos dos princpios de medidas de precipitao atmosfrica; 2. Estudos do conhecimento dos sensores de precipitao existentes e seus princpios de

    funcionamento;

    3. Estudo e identificao de mtodos e procedimentos utilizados para calibrao e testes

    de pluvimetros;

    4. Identificao de Equipamentos e produtos existentes no mercado nacional e

    internacional utilizados na calibrao e testes de pluvimetros do tipo tipping-bucket;

    5. Gerar Documentao detalhada dos itens anteriores, incluindo planilha de custos e

    equipamentos e servios necessrios implementao de um sistema para calibrao de

    pluvimetros do tipo analisado.

    As atividades procedem no perodo supracitado nas instalaes da sede do

    INPE no Rio Grande do Norte, Natal/RN, especificamente nas salas 24, 25, 20

    pertencentes Seo Gama.

    6

  • A proposta posta pelas etapas 1 e 2 do trabalho mostrou-nos como procedemos

    para a coleta e medio de dados ligados precipitao, no intuito de esclarecer e

    auxiliar no entendimento quanto a importncia dessas medidas para a modelagem da

    varivel chuva no respaldo das dinmicas sociais. Alm de apresentar os distintos

    instrumentos utilizados na aquisio desses dados, tais como: pluvimetros

    convencionais, automticos (snicos e caamba de basculamento) e radares. Estes foram

    apresentados no primeiro relatrio final apresentado no ano de 2008.

    Alguns mtodos e procedimentos e produtos utilizados das etapas 3 e 4 foram

    realizadas alm de estarem em procedimento so respaldadas neste relatrio. A questo

    da planilha de custo fato interessante, pois variam de acordo com o preo das cotaes

    do dlar, portanto so variveis. Consideramos, portanto, pea de menor importncia no

    trabalho desenvolvido.

    3.1. MTODOS DE SISTEMAS DE CALIBRAO E TESTES

    Para a criao de um sistema de gesto calibrativo, observamos que o mtodo

    praticamente o mesmo utilizado entre os diversos autores. Este mtodo d-se na

    utilizao de instrumentos, tais como: bomba peristltica, suporte padro, reservatrio

    de gua em nvel constante, balana de preciso, computador, procedimentos

    estatsticos e softwares criados na finalidade da simulao dos fluxos da gua no

    pluvimetro e correo (reduo) estatstica do erro.

    3.1.1. Bancada de Calibrao de Overgaard; El-Shaarawi & Nielsen (1998)

    Os pluvimetros testados por esses estudiosos foram 5 (cinco) pluvimetros

    modelo RIMCO com canais de tamanhos distintos quando comparamo-os com o

    pluvimetro convencional do tipo Hellmann utilizado como padro pelo Comit de

    Controle da Poluio da gua da Dinamarca - DWPCC.

    7

  • Em seus trabalhos, esses autores verificaram que existe uma relao entre o

    volume do canal e a preciso dos pluvimetros quando comparados nas medies

    volume e intensidade. Observamos no estudo, que o volume necessrio para o

    desempenho satisfatrio do pluvimetro deste modelo empregado pelo DWPCC

    aquele em que o volume do canal seja inferior a metade do tamanho da caamba, ou

    seja, entre 35%-45% do volume da caamba.

    O canal permite a conduo de maneira controlada da gua at as caambas,

    porm depende da intensidade das chuvas. Por isso notamos a importncia em que est

    em encontrar o volume do canal mais apropriado.

    Notamos que, de acordo com esses pesquisadores, obedecendo a esses

    requisitos poderemos chegar relao de proximidade linear entre o pluvimetro

    automtico a ser escolhido e o considerado como padro. De acordo com o exposto no

    artigo, verificamos que nos testes laboratoriais usou-se de: uma bomba peristltica, uma

    balana eletrnica, veja a Figura 2.

    A bomba usada para produzir uma intensidade de chuva controlada, na

    qual fornecida ao modelo RIMCO. A balana usada para verificar o valor da

    precipitao coletada. Desse modo como eles afirmam sabendo o nmero de quedas

    por intervalo de tempo, e sabendo o valor do volume da gua e quais as causas da queda

    da caamba, a intensidade pode ser facilmente calculada.

    Figura 2: Calibrao de pluvimetro.

    8

  • A anlise estatstica implementada no estudo apresentado no artigo baseada

    na Anlise de Varincia, onde o nmero de quedas das bsculas usado para anlise de

    varincia.

    3.1.2. Bancada de Calibrao Braga. (2005)

    Braga utilizou o pluvimetro da Global Water modelo RG200 (Figura 1) para a

    calibrao. Para tal, observamos que este o conectou a um datalogger modelo GL300 e a

    um dispositivo criado funcionando no mesmo princpio de uma bomba peristltica

    (goteja gua de maneira controlada sobre o pluvimetro), uma vez que no havia

    disponibilidade de uso desta.

    Braga tambm utilizou em seu experimento uma bureta comum com

    capacidade para 100 ml fixada em uma haste suporte, um reservatrio com capacidade

    para 5 litros, que, por sinfonagem realimenta o sistema ao longo do experimento. A

    gua coletada pelo Tipping Bucket passa e se acumula ao final em um balo volumtrico

    de fundo chato de capacidade para 1L. No final de todo o processo, o volume resultante

    no balo era medido. Podemos observar o sistema pela figura 3 (foto 1) abaixo:

    Figura 3: Calibrao do pluvimetro por Michelloto

    9

  • Importante frisarmos que a gua utilizada no experimento era gua deionizada,

    uma vez que a pequena torneira de vidro que controla o gotejamento da bureta tende a

    entupir-se em caso da utilizao de gua comum, alterando [...] a velocidade de

    gotejamento (BRAGA, 2005, p. 109).

    Foto 1: Bancada de calibrao de Michelotto (2005)

    Em sua anlise dos dados feitos pelo teste do pluvimetro comparando-os aos

    valores informados pelo fabricante, notamos que Braga encontrou diferena entre os

    valores de 20% com relao aos dados informados. O que um fator a levarmos em

    considerao. Alm de observar que a intensidade da precipitao influi na resposta do

    sensor.

    3.1.3. Bancada de Calibrao de Humphrey et al. (1997)

    A bancada de calibrao de Humphrey et al (1997, p.1514) utiliza em seu

    sistema: computador, bomba, balana digital programvel, datalogger, suporte padro,

    balo coletor, distribuio RS232, reservatrio de gua em nvel constante (figura 4).

    10

  • O computador interfaciado a bomba atravs de uma porta serial e tambm

    interfaceada a balana (durante a calibrao da bomba) ou ao datalogger (durante a

    calibrao do pluvimetro usando uma segunda porta serial e distribuio.

    Neste processo, dois mtodos de calibrao so utilizados no qual o autor

    denomina de calibrao esttica e calibrao dinmica. Para o mtodo de calibrao

    esttica de acordo com Humphrey (1997, p 1513):

    O pluvimetro nivelado, a caamba ajustada at a aplicao de um

    volume especfico de gua (usualmente adicionado caamba gota por gota

    usando uma pipeta) que cause a queda da caamba. Este procedimento

    repetido vrias vezes para cada caamba, e um volume mdio para ambas as

    caambas calculado. Os volumes medidos das caambas podem variar em

    5% dependendo do tipo de gua usada (pluviais versus gua da torneira).

    Para o mtodo da calibrao dinmica procura contabilizar o baixo

    represamento da gua calibrando o TBR enquanto as caambas esto em movimento.

    De acordo com Calder e Kidd (1978) apud Humphrey et al. (1997, p. 1514)

    baseados na determinao dos parmetros de medio V (volume da caamba) e t

    ( o tempo da caamba mover do estgio em posio virava para uma posio que

    coloca a diviso entre os segmentos da caamba diretamente abaixo do funil interior).

    Figura 4: Componentes do sistema de calibrao automtica do pluvimetro

    11

  • Tanto a bomba peristltica como o pluvimetro so calibrados neste sistema

    em que ambas as calibraes, respectivamente, so controladas pelos programas de

    computador PUMPCAL e RAINCAL. Como o prprio Humphrey (1997, p. 1515)

    afirma:

    Quando o volume alvo para uma taxa tenha sido entregue para o balo de

    coleta, o equilbrio de leitura gravado e a bomba comea a prxima

    avaliao. A informao de calibragem (ou seja, escolha da bomba de

    avaliao, os volumes entregues, temperatura da gua, etc., entrada pelo

    usurio) e resultados da calibrao da bomba so salvos para um usurio

    especfico ASCII arquivo.

    3.1.3. Bancada de Calibrao Alexandropoulos & Lacombe (2005)

    A bancada proposta por Alexandropoulos & Lacombe (foto 2), ambos do

    laboratrio de intercomparao de Trappes (Frana), compe-se de:

    balana digital de preciso; bomba peristltica,

    Ambos ligados a um PC com software especfico.

    A gua injetada atravs de um tubo para as caambas por uma bomba

    peristltica (resoluo de 0,01g, com faixa de trabalho at 5Kg). Esta bomba

    controlada pelo computador, tanto para o seu fluxo iniciar como para estacionar. Esta

    bancada permite a gerao de uma gama de 3 mm/h at 2000 mm/h intensidade sobre as

    bsculas do pluvimetro.

    De acordo com os autores, notamos que um software especfico (no

    identificado) controla a bomba, estabelece uma determinada intensidade, conta um

    12

  • determinado nmero de gotejamentos, ou massa ou condutividade e recebe a variao

    da massa de gua no recipiente (sobre a balana). A quantidade de precipitao nas

    bsculas medida em comparao com a diminuio da massa sobre o saldo e calcula a

    diferena expressa em porcentagem. A incerteza associada calibrao de cerca de

    1%.

    Para os testes, estes adotaram sete referncias de intensidades fixadas, dando

    importncia para as intensidades maiores, uma vez que so de maior valia no estudo da

    intercomparao. As faixas de trabalho foram estabelecidas em: 2, 20, 50, 90, 130, 170,

    200 mm/h.

    Foto 2: Bancada de calibrao: balana de preciso (seta preta); bomba peristltica (seta azul).

    3.1.4. Bancada de Calibrao Lanza & Stagi (2006)

    A metodologia adotada baseada na gerao de um fluxo (caudal) de gua em

    um canalizador que deve estar dentro da gama de funcionamento relatado pelo

    fabricante do instrumento.

    A gua canalizada utilizando um coletor do instrumento, sob controle, para

    simular a intensidade da chuva constante. O fluxo medido pelo peso da gua em um

    13

  • determinado intervalo de tempo. O sinal de sada do instrumento medido a intervalos

    regulares ou quando um pulso proveniente do instrumento em si. Ento, comparada a

    duas medidas a partir da chuva e do simulador da chuva determinada a diferena entre

    o fluxo real de gua transportada atravs do instrumento e da intensidade da

    precipitao medida pelo pluvimetro (figura 5).

    Figura 5: Esquema da Bancada de Calibrao Lanza & Stagi (2006).

    A diferena relativa entre as duas medidas tomada como o erro relativo do

    instrumento para a medida (intensidade) de referncia atribuda. A medio da

    intensidade da chuva influenciada pelo tempo de resposta do sistema de aquisio.

    A durao do ensaio e da extenso da massa foram os fatores para determinar o

    controle de erro em cada teste. Os valores de referncia de massa e comprimento foram

    escolhidos de forma que a incerteza da intensidade de referncia inferior a 1%, tendo

    em conta a resoluo do instrumento. Cada teste foi realizado em pelo menos sete

    intensidades distintas.

    Em particular, observamos que os autores colocam as sete intensidades de

    referncia para o estudo como sendo: 2, 20, 50, 90, 130, 170 e 200 mm h-1, mensurveis

    e onde a mxima declarada pelo fabricante inferior ou igual a 500 mm h-1,

    14

  • Finalmente, acima deste limite foi identificada trs referncias adicional

    intensidade dentro da gama de funcionamento do instrumento obtido pela diviso

    logartmica relao com o intervalo de medio entre 200 e mm h-1 a intensidade

    mxima declarao.

    3.2. UM MTODO ANALTICO DE CALIBRAO

    Procedemos com um estudo de caso por meio de mtodos estatsticos tais

    como: correlao dada pelo coeficiente de Pearson, regresso e coeficiente de

    determinao.

    A correlao mostra a relao de proximidade entre os dados, variando de 0 a

    1, quanto mais prximo de 1 melhor a correlao. J a regresso um mtodo que

    permite apresentar a relao de uma varivel dependente (no caso do estudo o

    pluvimetro PC04) com a varivel especfica (no caso o pluvimetro padro Ville de

    Paris).

    O coeficiente de determinao uma medida da proporo da variabilidade em

    uma varivel que explicada pela variabilidade da outra, portanto esta depende da

    correlao apresentada pela composio dos dados de referncia padro e os tomados

    para averiguao frente a esse padro.

    3.2.1. Aplicao Metodolgica: Estudo de Caso

    Uma aplicao metodolgica, neste projeto, foi obteno de dados

    comparativos para a calibrao dos instrumentos de medio da precipitao, a partir do

    pluvimetro padro Ville de Paris, instalado na Estao Climatolgica da UFRN, para

    que comparssemos com o pluvimetro de uma estao de fabricao da Global Water

    localizada, tambm, na rea da estao convencional.

    15

  • Para tanto, instalamos um pluvimetro RG 200 6 (Figura 1) da Global Water,

    cuja resoluo est em 0.01 polegadas, tipo Tipping-Bucket, junto ao Laboratrio de

    Variveis Ambientais Tropicais LAVAT/CRN/INPE vizinho a estao

    meteorolgica convencional da UFRN. Na sistematizao da coleta de dados, optou-se

    por intervalos de tempo de 30 minutos entre os dias 09/05/09 e 11/05/09. Para cada

    anlise os pluvimetros verificados denominam-se de PC04 UFRN, a que tomada por

    referncia o pluvimetro Ville de Paris.

    Figura 1: Pluvimetro modelo RG 200 da Global Water

    Valemo-nos, neste estudo, das recomendaes da OMM (2008) quanto a

    validade observacional dos dados s pode ser obtida quando um exaustivo programa de

    controle de qualidade (CQ) se aplica aos instrumentos e as redes uma vez que esta

    instituio versada pela ISO (Organizao Mundial de Normatizao) busca pela

    padronizao de sistemas e aes.

    3.2.2. Curvas de Calibrao

    Procuramos avaliar uma equao de calibrao a partir de teorias da estatstica,

    conforme item 3.2, a fim de corrigir distores no pluvimetro da Global Water.

    16

  • 4. RESULTADOS E ANLISES

    Observamos por meio dos clculos que a equao calibrativa do pluvimetro

    denominado de PC04 (a qual queremos calibrar) frente ao pluvimetro Ville de Paris

    apresentado pela equao:

    Y = 0, 223PCO4 + 0, 0054

    Onde o Y corresponde aos valores obtidos pelo pluvimetro Ville de Paris.

    Podemos averiguar a medida de disperso apresentada entre estes pluvimetro

    pelo grfico 1 abaixo:

    Grfico 1: Disperso dos dados medidos ao padro

    Notamos que o coeficiente de determinao apresenta correlao estranha,

    devidamente por erros instrumentrios no pluvimetro PC04.

    Entendemos, portanto, que tanto a mecnica como a insuficincia de dados

    contriburam para a estranheza da equao na calibrao do instrumento PC04.

    17

  • 5. CONCLUSES

    O resultado obtido com a pesquisa nos mostra que, como j afirmado, os

    princpios dos sistemas de calibrao so semelhantes, porm a metodologia estatstica

    e o mtodo de trabalhos da varivel chuva sobre o sistema so as distines do

    processo.

    Com a pesquisa podemos tambm verificar a importncia da calibrao nos

    estudos ligados padronizao dos instrumentos de uma rede de coleta de dados

    ambientais.

    A implementao do plano de trabalho proposto proporcionou um

    aprofundamento da temtica, tornando possvel uma colaborao para o

    desenvolvimento de metodologias prprias para o contexto nacional, utilizando para tal

    os pluvimetros do tipo Tipping-Bucket.

    O estudo de caso mostrou que possvel criar e/ou usar mtodos de calibrao

    disponveis na literatura, com uma boa acuidade.

    A concluso das etapas postas pelo projeto o subsdio inicial quanto s

    pesquisas relativas contribuio para a cincia e para a criao de um laboratrio com

    um sistema de calibrao e teste de pluvimetros para o CRN/INPE, entretanto se faz

    necessrio a continuao de estudos uma vez que cada vez mais surgem mtodos e

    criaes de softwares que possibilitam os procedimentos calibrativos mais eficazes na

    reduo de incertezas do instrumento base do projeto o pluvimetro do tipo Tipping-

    Bucket.

    18

  • REFERNCIAS

    BRAGA, Srgio Michelotto. Anlise do potencial de utilizao de sensores automticos hidroambientais: estudo de caso da bacia do rio Barigui. Dissertao em Engenharia de Recursos Hdricos e Ambiental, Setor de Tecnologia da UFPR. 2005. MAGINA, Flvio de Carvalho (INPE CPTEC). Sensor de Precipitao ou Pluvimetro. Disponvel em: < http://satlite.cptec.inpe.br/PCD/ > Acesso em 14 de Junho. 2008. MATA, Mrio E. R. M. Cavalcanti. Ncleo de Tecnologia em Armazenagem: Climatologia na Armazenagem de Produtos. Campina Grande. Universidade Federal da Paraba. p. 64 - p. 67. 1984 OMETTO, Jos Carlos. Bioclimatologia Vegetal. So Paulo. Editora Agronmica Ceres. 1981. SANTANA, Mrcio A. A., GUIMARES, Patrcia L. O. Metrologia Bsica Aplicada Instrumentao Meteorolgico-Ambiental. Curso de Metrologia Bsica. 1 ed. Cachoeira Paulista. So Paulo, 2008.

    SANTOS, A. S. P., SANTOS, Marcos A. F. dos. Sistema de Calibrao e Teste de Sensores de Precipitao. In: Seminrio de Iniciao Cientfica do INPE. 2008. So Paulo. Livro de Resumos. So Jos dos Campos: INPE. 2008. p. 75-75. Disponvel em: < http://www.inpe.br/pibic/sicinpe/index.php > Acesso em 22 de Jun. 2008. SENTELHAS, Paulo C., CAMARONI, Paulo H. Inconsistncia na Medida da Chuva com Pluvimetros de Bscula Utilizados em Estaes Meteorolgicas Automticas. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v. 10, n. 2, p. 301-304. 2002. SILVA, Mrio A. Varejo. Meteorologia e Climatologia. Braslia: INMET. Edio comemorativa. Grfica e Editora Stilo, p. 399-p. 407. 2000. _______________________.Instrumentos Meteorolgicos Utilizados em Estaes de Superfcie. 4 ed. Recife/PE. p. 83 p.96. 1975. TUBELIS, A.; NASCIMENTO, F. J. Lino do. Meteorologia Descritiva: Fundamentos e Aplicaes Brasileiras. 1 edio. 7 reimpresso. So Paulo. Nobel. p.198-p. 218. 1992.

    TRIOLA, Mario F. Introduo estatstica. Rio de Janeiro/RJ: LTC, 2005 WMO. Guide to Meteorological Instruments and Methods of Observation. Seventh edition. WMO n8. 2006. Disponvel em: < http://www.wmo.ch/pages/prog/www/IMOP/publications/CIMO-Guide/Draft-7-edition.html >. Acessado em 12 de Abr. 2008.

    19