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ADICIONAL PERICULOSIDADE E PENOSIDADE. DR. THIAGO TRINDADE ABREU DA SILVA MENEGALDO Advogado trabalhista, sócio no escritório de advocacia Geromes e Menegaldo Sociedade de advogados, professor em diversos cursos de pós graduação, especialista em direito material e processual do trabalho pela Escola Paulista de Direito EPD, presidente da comissão de direito do trabalho da 39ª Subseção da OAB de São Bernardo do Campo - SP. Foi profissional de Recursos Humanos por 13 anos, atuando em vários subsistemas deste departamento. Thiago Abreu Menegaldo @thiago_menegaldo

ADICIONAL PERICULOSIDADE E PENOSIDADE. · A base de cálculo do adicional de periculosidade é o salário-base (ao contrário do adicional de insalubridade cuja ... NR 20 –Segurança

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ADICIONAL PERICULOSIDADE E

PENOSIDADE.

DR. THIAGO TRINDADE ABREU DA SILVA MENEGALDO

Advogado trabalhista, sócio no escritório de advocacia Geromes e Menegaldo

Sociedade de advogados, professor em diversos cursos de pós graduação,

especialista em direito material e processual do trabalho pela Escola Paulista de

Direito – EPD, presidente da comissão de direito do trabalho da 39ª Subseção da

OAB de São Bernardo do Campo - SP. Foi profissional de Recursos Humanos por

13 anos, atuando em vários subsistemas deste departamento.

Thiago Abreu Menegaldo

@thiago_menegaldo

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A PROBLEMÁTICA QUANTO AO CONCEITO

INSALUBRIDADE: RISCO À SAUDE DO TRABALHADOR

PERICULOSIDADE: FATALIDADE, RISCO DE VIDA!

Contudo, nem todas atividade ditas “perigosas” fazem jus ao pagamento do

adicional de periculosidade.

O pagamento de periculosidade está condicionado a previsão em norma

regulamentora, lei específica ou em instrumento coletivo.

PERICULOSIDADE

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► explosivos (art. 193 da CLT e NR 16);

► inflamáveis (art. 193 da CLT e NR 16);

► energia elétrica (Lei 7.369/1985, revogada pela Lei 12.720/2012, que

reescreveu o art. 193 da CLT);

► radiações ionizantes ou substâncias radioativas (Portaria 3.393/1987

e, depois, Portaria 518/2003, ambas do Ministério do Trabalho);

► segurança pessoal ou patrimonial (art. 193 da CLT, redação dada pela

Lei 12.740/2012);

► trabalho em motocicleta (art. 193 da CLT, redação dada pela Lei

12.997/2014*);

► Bombeiro civil (art. 6º, inc. III da Lei 11.901/09).

*observar anotações no tópico oportuno.

PERICULOSIDADE

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Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação

aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de

trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador

a:

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança

pessoal ou patrimonial.

§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30%

(trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou

participações nos lucros da empresa.

§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja

devido.

§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza

eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo.

§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.

PERICULOSIDADE

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Risco é a probabilidade de ocorrência de determinado evento que possa

causar dano. O nível do risco depende da severidade do dano e da

probabilidade de sua ocorrência.

Perigo ou fonte do risco é a situação de trabalho que, de forma isolada ou

combinada, tem o potencial de dar origem a riscos à saúde e segurança no

trabalho.

O risco acentuado, portanto, é a probabilidade aumentada da ocorrência de

evento que possa causar dano. Ao regulamentar o art. 193 da CLT, a NR16

enumerou taxativamente as atividades em condição potencial de risco

acentuado e nos casos aplicáveis, as respectivas áreas de risco acentuado.

A norma determina ainda que todas as áreas de risco devem ser delimitadas,

sob a responsabilidade do empregador.

PERICULOSIDADE – RISCO ACENTUADO

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Súmula nº 364 do TST

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E

INTERMITENTE (inserido o item II) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e

03.06.2016

I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou

que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o

contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual,

dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 - inserida em

14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003)

II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o

adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional

ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e

segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da

CF e 193, §1º, da CLT).

PERICULOSIDADE – EXPOSIÇÃO EVENTUAL

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ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ABASTECIMENTO DE

EMPILHADEIRA. CONTATO INTERMITENTE. Tendo em vista que o Autor

realizava o abastecimento das empilhadeiras movidas a gás GLP, 3 a 4

vezes por semana, impõe-se reconhecer o contato intermitente, o qual gera

o direito à percepção do adicional de periculosidade, nos termos da Súmula

nº 364 do TST. (TRT18, RO - 0011411-30.2015.5.18.0053, Rel. ELVECIO

MOURA DOS SANTOS, 3ª TURMA, 06/04/2018).

PERICULOSIDADE – EXPOSIÇÃO EVENTUAL

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PERICULOSIDADE – PORCENTAGEM – BASE DE CÁLCULO

1. Não existem graus de periculosidade (como existem no caso das

atividades insalubres: grau mínimo – 10%, médio – 20% ou máximo – 40%).

O adicional de periculosidade corresponde a uma única porcentagem

(30%) sobre a base de cálculo;

2. A base de cálculo do adicional de periculosidade é o salário-base (ao

contrário do adicional de insalubridade cuja base de cálculo é o salário

mínimo), desconsiderando quaisquer acréscimos resultantes de gratificações,

prêmios ou participações nos lucros da empresa.

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PERICULOSIDADE – PAGAMENTO ESPONTÂNEO

Súmula nº 453 do TST

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGAMENTO ESPONTÂNEO.

CARACTERIZAÇÃO DE FATO INCONTROVERSO. DESNECESSÁRIA

A PERÍCIA DE QUE TRATA O ART. 195 DA CLT. (conversão da

Orientação Jurisprudencial nº 406 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT

divulgado em 21, 22 e 23.05.2014

O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera

liberalidade da empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de

exposição ao risco ou em percentual inferior ao máximo legalmente

previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art. 195 da

CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições

perigosas.

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PERICULOSIDADE – TRABALHO EM ALTURA

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - TRABALHO EM ALTURA - NR 35 DO

MTE - A NR 35 do MTE estabelece os requisitos mínimos e as medidas de

proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a

organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos

trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade, no

entanto tal norma não prevê o pagamento de adicional de periculosidade

para os trabalhadores que exercem as atividades por ela regulamentada,

desta forma não foram preenchidos os requisitos previstos no art. 193, caput,

da CLT para a sua concessão, fato que impõe o indeferimento do pedido.

DANO MORAL - NÃO CONFIGURAÇÃO - INEXISTÊNCIA DE PROVAS - O

dano moral envolve lesão à honra, dor física ou dor psíquica, de modo a

afetar, substancialmente, a paz interior do ser humano. Assim sendo, nos

danos morais a esfera ética da pessoa é ofendida. Não estando demonstrado

nos autos que o empregador tenha adotado qualquer atitude para macular o

empregado não há como ser imposta condenação ao reclamado pela prática

de dano moral. Recurso Ordinário não provido.(TRT 13ª Região - 1ª Turma -

Recurso Ordinário nº 0130590-49.2015.5.13.0003, Redator(a): Juiz(íza) do

Trabalho Convocado(a) Andre Wilson Avellar De Aquino, Julgamento:

08/03/2017, Publicação: DJe 21/03/2017).

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PERICULOSIDADE – EXCEÇÃO - CCT

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A NR 16 dispõe sobre as atividades e operações perigosas com

inflamáveis, explosivos e radioativo.

Explosivo é todo tipo de matéria que, quando iniciada, sofre

decomposição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande

liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão.

Segundo a NR16, são consideradas atividades ou operações perigosas

aquelas executadas com explosivos sujeitos a:

a) degradação química ou autocatalítica;

b) ação de agentes exteriores, tais como calor, umidade, faíscas,

fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos.

PERICULOSIDADE – EXPLOSIVOS

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O Quadro 1 da NR16 detalha quais são as atividades com explosivos

que devem ser consideradas perigosas:

PERICULOSIDADE – EXPLOSIVOS

ATIVIDADES ADICIONAL DE 30%a) no armazenamento de explosivos

b) no transporte de explosivos

c) na operação de escorva dos cartuchos de explosivos

d) na operação de carregamento de explosivos

e) na detonação

f) na verificação de detonações falhadadas

g) na queima e destruição de explosivos deteriorados

h) nas operações de manuseio de explosivos

Todos os trabalhadores nessa atividade ou que permaneçam na área de risco.

Todos os trabalhadores nessa atividade

Todos os trabalhadores nessa atividade

Todos os trabalhadores nessa atividade

Todos os trabalhadores nessa atividade

Todos os trabalhadores nessa atividade

Todos os trabalhadores nessa atividade

Todos os trabalhadores nessa atividade

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No caso da atividade de armazenamento de explosivos, farão jus ao

recebimento do adicional não somente os trabalhadores nessa atividade,

mas também aqueles que permaneçam na área de risco.

O raio de delimitação da área de risco dependerá do tipo de explosivo

armazenado e da respectiva quantidade, de acordo com os grupos

indicados na própria NR 16.

Exemplo:

I – Locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios

pirotécnicos e produtos químicos usados na fabricação de misturas

explosivas ou de fogos de artifício

A área de risco está compreendida em uma faixa de terreno cuja

distância máxima é apresentada no Quadro 2

PERICULOSIDADE – EXPLOSIVOS – ÁREA DE RISCO

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PERICULOSIDADE – EXPLOSIVOS

II – Locais de armazenagem de explosivos iniciadores.

A área de risco está compreendida em uma faixa de terreno cuja

distância máxima é apresentada no Quadro 3.

III – Nos locais de armazenagem de explosivos de ruptura e pólvoras

mecânicos (pólvora negra e pólvora chocolate ou parda)

A área de risco está compreendida em uma faixa de terreno cuja

distância máxima é apresentada no Quadro 4.

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PERICULOSIDADE – INFLAMÁVEIS

Os inflamáveis podem ser líquidos ou gasosos e sua definição consta na

NR 20 – Segurança e saúde no trabalho com líquidos inflamáveis e

combustíveis.

A NR16 não estabelece o conceito de inflamável, definindo apenas o

conceito de líquido combustível.

Os inflamáveis líquidos são aqueles que possuem ponto de fulgor ≤ 60ºC.

Os gases inflamáveis são aqueles que inflamam com o ar a 20ºC e a uma

pressão padrão de 101,3 kPa.

Segundo a NR16, líquido combustível é todo aquele que possua ponto de

fulgor maior que 60ºC (sessenta graus Celsius) e inferior ou igual a 93ºC

(noventa e três graus Celsius).

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PERICULOSIDADE – INFLAMÁVEIS

ANEXO II

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PERICULOSIDADE – INFLAMÁVEIS

ANEXO II

Não são consideradas perigosas as atividades de transporte de inflamáveis

em pequenas quantidades, até os seguintes limites:

- Inflamáveis líquidos: 200 litros

- Inflamáveis gasosos liquefeitos: 135 quilos

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PERICULOSIDADE – INFLAMÁVEIS

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ABASTECIMENTO DE MOTOSSERA. O

uso de motosserra era eventual e o reservatório de combustível do equipamento

comporta meio litro de combustível. Quando usada, o reclamante leva uma

embalagem "pet" com 2 litros de combustível para reabastecer o equipamento,

não se enquadrando a hipótese como trabalho exposto ao risco por duplo

fundamento. Contato eventual e o pequeno volume de combustível. (TRT da 3.ª

Região; PJe: 0010205-16.2016.5.03.0165 (RO); Disponibilização: 20/03/2017,

DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 771; Órgão Julgador: Quinta Turma; Relator:

Manoel Barbosa da Silva)

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PERICULOSIDADE – INFLAMÁVEIS

Algumas atividades relativas ao manuseio, armazenagem e transporte de líquidos

inflamáveis sob determinadas condições não serão consideradas perigosas para

fins de percepção do adicional de periculosidade.

No entanto, a não caracterização de periculosidade para essas atividades somente

será válida caso seja observado o disposto nas NRs, bem como a legislação

sobre produtos perigosos relativa aos meios de transporte utilizados. No caso de

embalagens também deve ser seguida a NBR 11.564/1991.

Para fins de embalagens, os líquidos inflamáveis classificam-se em três grupos,

conforme o nível de risco:

• Grupo de Embalagens I – alto risco

• Grupo de Embalagens II – risco médio

• Grupo de Embalagens III – baixo risco

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PERICULOSIDADE – INFLAMÁVEIS

SUMÚLA – 39 – TST - PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20

e 21.11.2003

Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de

periculosidade (Lei nº 2.573, de 15.08.1955).

OJ-SDI1-385 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO. ARMAZENAMENTO

DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO. CONSTRUÇÃO VERTICAL. (DEJT

divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)

É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que

desenvolve suas atividades em edifício (construção vertical), seja em pavimento

igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques para armazenamento de

líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal, considerando-se como área

de risco toda a área interna da construção vertical.

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PERICULOSIDADE – INFLAMÁVEIS

Súmula nº 447 do TST

SÚMULA Nº 447 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PERMANÊNCIA A

BORDO DURANTE O ABASTECIMENTO DA AERONAVE.

INDEVIDO. Res. 193/2013, DEJT divulgado em 13, 16 e 17.12.2013

Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de transporte

aéreo que, no momento do abastecimento da aeronave, permanecem a

bordo não têm direito ao adicional de periculosidade a que aludem o art.

193 da CLT e o Anexo 2, item 1, "c", da NR 16 do MTE.

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PERICULOSIDADE – VIGILANTE – ANEXO 3 - NR 16

ANEXO 3

ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPOSIÇÃO A

ROUBOS OU OUTRA ESPÉCIE DE VIOLÊNCIA FÍSICA NAS

ATIVIDADES PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PESSOAL OU

PROFISSIONAL.

A Portaria 1.885/2013, que aprovou o Anexo 3 da NR16, inovou ao

incluir fatores sociais, como roubos e violência física, como motivadores

de caracterização de atividades perigosas.

A redação desse anexo teve como referência a Lei 7.102/1983, que,

dentre outras providências, dispõe sobre segurança para

estabelecimentos financeiros e estabelece normas para constituição e

funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de

vigilância e de transporte de valores.

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PERICULOSIDADE – VIGILANTE – ANEXO 3 - NR 16

São considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os

trabalhadores que atendam a uma das seguintes condições:

a) empregados das empresas prestadoras de serviço nas

atividades de segurança privada ou que integrem serviço orgânico

de segurança privada, devidamente registradas e autorizadas pelo

Ministério da Justiça (conforme Lei 7.102/1983 e suas alterações

posteriores);

b) empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou

pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias,

rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, contratados diretamente

pela administração pública direta ou indireta.

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PERICULOSIDADE – VIGILANTE – ANEXO 3 - NR 16

“Art. 15. Vigilante para os efeitos desta Lei é o empregado contratado para a

execução das atividades definidas nos incisos I e II do caput e parágrafos 2º, 3º e

4º do art. 10.

Art. 16. Para o exercício da profissão, o vigilante preencherá os seguintes

requisitos:

I- ser brasileiro;

II- ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos;

III- ter instrução correspondente à quarta série do primeiro grau;

IV- ter sido aprovado em curso de formação de vigilante, realizado em

estabelecimento com funcionamento autorizado nos termos desta lei;

V- ter sido aprovado em exame de saúde física, mental e psicotécnico;

VI- não ter antecedentes criminais registrados; e

VII- estar quite com as obrigações eleitorais e militares.”

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PERICULOSIDADE – VIGILANTE

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PERICULOSIDADE – VIGILANTE

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - VIGIA - Ainda que a perícia produzida

nos autos tenha se posicionado pela caracterização da periculosidade

(7f1a32f), constatando risco também nas atividades de vigia, não há amparo

legal ou regulamentar que dê suporte à concessão do adicional de

periculosidade, não se podendo, nos termos da lei, equiparar a função de vigia

com a de um vigilante, para a qual o texto legal exige licença para portar

armas. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0011335-47.2015.5.03.0142 (RO);

Disponibilização: 08/11/2016, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 251; Órgão

Julgador: Terceira Turma; Relator: Luis Felipe Lopes Boson)

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PERICULOSIDADE – VIGILANTE

RECURSO ORDINÁRIO. VÍNCULO DE EMPREGO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

ADMITIDA. ÔNUS DA PROVA. ELEMENTOS FÁTICO-JURÍDICOS DA RELAÇÃO DE

EMPREGO PRESENTES. Negando a reclamada o vínculo de emprego, mas admitindo a

prestação de serviços, de forma eventual, é dela o ônus da prova, em consonância com as

regras insertas nos artigos 818 da CLT c/c 373, inciso II, do CPC. Não tendo a empresa se

desvencilhado de sua obrigação processual, deve ser acolhida a tese da parte reclamante,

especialmente quando constada, pelas provas colhidas nos autos, que todos os elementos

fático-jurídicos do vínculo empregatício estavam presentes. ADICIONAL DE

PERICULOSIDADE. SEGURANÇA PATRIMONIAL. VIGILÂNCIA. Estando o reclamante

tecnicamente enquadrado nas disposições do art. 193 da CLT, ele faz jus ao adicional de

periculosidade, porque, apesar de não estar vinculado a empresa de segurança, ele estava

exposto a risco diferenciado, uma vez que, aproveitando-se de sua expertise de policial

militar, fazia a segurança patrimonial da reclamada, de forma assemelhada aos vigilantes de

empresa especializada. Recurso ordinário a que se nega provimento. (TRT 13ª Região - 2ª

Turma - Recurso Ordinário nº 0001691-87.2016.5.13.0006, Redator(a): Desembargador(a)

do Trabalho Edvaldo De Andrade, Julgamento: 17/04/2018, Publicação: DJe 23/04/2018)

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PERICULOSIDADE – VIGILANTE

PERICULOSIDADE. VIGILANTE. LEI 12.740/2012. ART. 193, CAPUT E INCISO

II, DA CLT. REGULAMENTAÇÃO. PORTARIA 1.885/2013 DO MINISTÉRIO DO

TRABALHO E EMPREGO. EFEITOS FINANCEIROS. A Portaria 1.885/2013 do

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a qual regulamentou o artigo 193, II, da

CLT, prevê expressamente que os efeitos pecuniários são devidos apenas a partir

da sua publicação, razão pela qual, para os vigilantes, o adicional de

periculosidade somente é devido a partir de 03/12/2013. (TRT18, RO -

0010945-77.2015.5.18.0007, Rel. ALDON DO VALE ALVES TAGLIALEGNA, 1ª

TURMA, 12/04/2018).

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As radiações ionizantes diferenciam-se das radiações não ionizantes

justamente por emitirem íons capazes de alterar o núcleo da matéria,

provocando mutações descontroladas e, no organismo humano, as

neoplasias malignas conhecidas por câncer.

Não existem níveis seguros para exposição do trabalhador.

As diretrizes e precauções a serem observadas fogem ao alcance da

norma jurídica que, assim, determina o respeito às normas técnicas da

Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.

RADIAÇÕES IONIZANTES - PERICULOSIDADE

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OJ-SDI1-345 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. RADIAÇÃO

IONIZANTE OU SUBSTÂNCIA RADIOATIVA. DEVIDO (DJ 22.06.2005)

A exposição do empregado à radiação ionizante ou à substância

radioativa enseja a percepção do adicional de periculosidade, pois a

regulamentação ministerial (Portarias do Ministério do Trabalho nºs 3.393,

de 17.12.1987, e 518, de 07.04.2003), ao reputar perigosa a atividade,

reveste-se de plena eficácia, porquanto expedida por força de delegação

legislativa contida no art. 200, “caput”, e inciso VI, da CLT. No período de

12.12.2002 a 06.04.2003, enquanto vigeu a Portaria nº 496 do Ministério

do Trabalho, o empregado faz jus ao adicional de insalubridade.

RADIAÇÕES IONIZANTES - PERICULOSIDADE

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Entendendo o histórico da periculosidade por radiação ionizante:

- em 1987 foi publicada a Portaria 3.393 (caso de Goiânia – Césio 137),

que instituiu o pagamento do adicional de periculosidade.

- Em 2002 foi publicada a Portaria 496/2002 revogando a Portaria

3.393/1987.

- em 2003, foi publicada a Portaria 518/2003 que novamente incluiu

essas atividades na lista de atividades perigosas da NR16.

Então, desde 1987, as atividades com radiações ionizantes também são

consideradas perigosas, exceto durante o período de vigência da Portaria

496/2002.

RADIAÇÕES IONIZANTES - PERICULOSIDADE

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PERICULOSIDADE – ELETRICIDADE

Os seguintes trabalhadores têm direito à percepção do adicional de periculosidade (ANEXO 4

– NR 16);

a) que executam atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos

energizados em alta-tensão

b) que realizam atividades ou operações com trabalho em proximidade, conforme estabelece

a NR10;

c) que realizam atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos

energizados em baixa tensão no sistema elétrico de consumo – SEC que não atendam ao

disposto no item 10.2.8 da NR10.

Isso significa que, caso um trabalhador realize atividade em instalações de baixa tensão sem

que tenham sido adotadas as medidas de proteção coletiva estabelecidas no item 10.2.8 da

NR10, ele terá direito à percepção do adicional de periculosidade;

d) das empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema

elétrico de potência – SEP, bem como suas contratadas, em conformidade com as atividades

e respectivas áreas de risco descritas no quadro I do Anexo 4.

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PERICULOSIDADE – ELETRICIDADE

10.2.8 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e

adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos,

às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos

trabalhadores.

10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a desenergização

elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de

segurança.

10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2., devem

ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes vivas,

obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de secciona mento automático de alimentação,

bloqueio do religamento automático.

10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme

regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender

às Normas Internacionais vigentes.

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PERICULOSIDADE – ELETRICIDADE

O pagamento do adicional de periculosidade não será devido nas seguintes

atividades ou operações:

- nas atividades ou operações no sistema elétrico de consumo em instalações ou

equipamentos elétricos desenergizados e liberados para o trabalho, sem

possibilidade de energização acidental, conforme estabelece a NR10;

- nas atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos

alimentados por extrabaixa tensão;

- nas atividades ou operações elementares realizadas em baixa tensão, tais como o

uso de equipamentos elétricos energizados e os procedimentos de ligar e desligar

circuitos elétricos, desde que os materiais e equipamentos elétricos estejam em

conformidade com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos

competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

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PERICULOSIDADE – ELETRICIDADE

É considerado sistema elétrico de consumo o conjunto de instalações elétricas

existentes na unidade consumidora (residências, escritórios, lojas etc.) a partir do

medidor de energia.

Importante destacar que as atividades e operações realizadas no Sistema Elétrico

de Consumo poderão ou não obrigar ao pagamento do adicional de

periculosidade, pela empresa, de acordo com o exposto a seguir:.

Ensejarão, portanto, o pagamento de periculosidade no SEC quando:

- Não houver adoção de proteção coletiva conforme o item 10.2.8 da NR 10;

- Sistema esteja energizado.

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Súmula nº 191

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO (cancelada a

parte final da antiga redação e inseridos os itens II e III) - Res. 214/2016, DEJT

divulgado em 30.11.2016 e 01 e 02.12.2016

I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este

acrescido de outros adicionais.

II – O adicional de periculosidade do empregado eletricitário, contratado sob a égide da

Lei nº 7.369/1985, deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza

salarial. Não é válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do

referido adicional sobre o salário básico.

III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário

promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente contrato de trabalho firmado a partir

de sua vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente

sobre o salário básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT.

PERICULOSIDADE – RISCO ELÉTRICO

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Súmula nº 361 do TST

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ELETRICITÁRIOS. EXPOSIÇÃO

INTERMITENTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente,

dá direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma

integral, porque a Lei nº 7.369, de 20.09.1985, não estabeleceu nenhuma

proporcionalidade em relação ao seu pagamento.

PERICULOSIDADE – RISCO ELÉTRICO

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OJ-SDI1-324 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA.

DECRETO Nº 93.412/86, ART. 2º, § 1º (DJ 09.12.2003)

É assegurado o adicional de periculosidade apenas aos empregados que trabalham em

sistema elétrico de potência em condições de risco, ou que o façam com equipamentos e

instalações elétricas similares, que ofereçam risco equivalente, ainda que em unidade

consumidora de energia elétrica.

OJ-SDI1-347 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA.

LEI Nº 7.369, DE 20.09.1985, REGULAMENTADA PELO DECRETO Nº 93.412, DE

14.10.1986. EXTENSÃO DO DIREITO AOS CABISTAS, INSTALADORES E

REPARADORES DE LINHAS E APARELHOS EM EMPRESA DE TELEFONIA (DJ

25.04.2007)

É devido o adicional de periculosidade aos empregados cabistas, instaladores e reparadores

de linhas e aparelhos de empresas de telefonia, desde que, no exercício de suas funções,

fiquem expostos a condições de risco equivalente ao do trabalho exercido em contato com

sistema elétrico de potência.

PERICULOSIDADE – RISCO ELÉTRICO

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

Art. 193, CLT (...)

§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em

motocicleta.

ANEXO 5 – NR 16 (portaria 1.565/2014 – 13/10/2014)

1. As atividades laborais com utilização de motocicleta ou motoneta no

deslocamento de trabalhador em vias públicas são consideradas perigosas.

2. Não são consideradas perigosas, para efeito deste anexo:

a) a utilização de motocicleta ou motoneta exclusivamente no percurso da

residência para o local de trabalho ou deste para aquela;

b) as atividades em veículos que não necessitem de emplacamento ou que não

exijam carteira nacional de habilitação para conduzi-los;

c) as atividades em motocicleta ou motoneta em locais privados.

d) as atividades com uso de motocicleta ou motoneta de forma eventual, assim

considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente

reduzido.

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

A Associação Brasileira das Indústrias e Refrigerantes e de Bebidas não

Alcoólicas – ABIR ajuizou em 04 de novembro de 2014 ação ordinária contra a

União sustentando que a aprovação do Anexo 05 da NR-16-Atividades e

Operações Perigosas, ocorreu em arrepio da Portaria 1127/03, do MTE,

requerendo a suspensão da eficácia da Portaria 1561/14 do MTE.

O MM. Juízo da 20ª Vara Federal de Brasília havia concedido liminar em

12.11.2014 para suspender os efeitos da Portaria 1565/14 do MTE, até o

julgamento final daquela demanda.

Em 16.12.2014, o MTE editou a Portaria 1.930, suspendendo os efeitos da

Portaria MTE 1565/2014, por conta de tal liminar.

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

No dia 08/01/2015, foi publicado no Diário Oficial da União a Portaria MTE 5, que

tem a seguinte redação:

"Suspende os efeitos da Portaria MTE nº 1.565 de 13 de outubro de 2014 em

relação aos associados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e

de Bebidas não Alcoólicas- ABIR e aos confederados da Confederação Nacional

das Revendas AMBEV e das Empresas de Logística da Distribuição -

CONFENAR.

"Art. 1º Revogar a Portaria MTE nº 1.930 de 16 de dezembro de 2014.

Art. 2º Suspender os efeitos da Portaria MTE nº 1.565 de 13 de outubro de 2014

em relação aos associados da Associação Brasileira das Indústrias de

Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas e aos confederados da Confederação

Nacional das Revendas AMBEV e das Empresas de Logística da Distribuição.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação."

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

Em 04/03/2015, foi publicada a Portaria MTE nº 220/2015 suspendendo os

efeitos da Portaria MTE nº 1.565/2014, que dispõe sobre o pagamento do

adicional de periculosidade para os trabalhadores em motocicleta, também em

relação às empresas associadas à AFREBRAS - ASSOCIAÇÃO DOS

FABRICANTES DE REFRIGERANTES DO BRASIL e também às empresas

associadas às associações e sindicatos a seguir descritos:

Em 17/04/2015 foi publicada a Portaria MTE nº 506/2015 suspendendo os efeitos

da Portaria MTE n.º 1.565/2014, em relação às empresas associadas à

ABEPREST - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE SOLUÇÕES DE

TELECOMUNICAÇÕES E INFORMÁTICA, em razão do processo nº 0007506-

22.2015.4.01.3400, que tramita na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito

Federal - Tribunal Regional Federal da Primeira Região.

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

Em 09/07/2015, foi publicada a Portaria MTE nº 943/2015, suspendendo os efeitos

da Portaria MTE n.º 1.565/2014, em relação às empresas associadas à ABERT -

Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão, ANJ - Associação

Nacional de Jornais e ANER - Associação Nacional de Editores de Revistas, em

razão de liminar concedida no âmbito do processo 0013379-03.2015.4.01.3400, que

tramita na 20ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal - Tribunal

Regional Federal da Primeira Região.

Em 10/07/2015, foi publicada a Portaria MTE nº 946/2015, suspendendo os efeitos

da Portaria MTE n.º 1.565/2014, em relação às empresas associadas à ABESE -

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SISTEMAS ELETRÔNICOS DE

SEGURANÇA em razão de liminar concedida no âmbito do processo 31822-

02.2015.4.01.3400, que tramita na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito

Federal Tribunal Regional Federal da Primeira Região.

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

Em 13/08/2015, foi publicada a Portaria MTE nº 1.151/2015, suspendendo os

efeitos da Portaria MTE n.º 1.565/2014, em relação ao INSTITUTO AGROPOLOS

DO CEARÁ em razão do deferimento do pedido de antecipação de tutela concedido

no âmbito do n.º 08027-59.2015.4.05.8100, que tramita na Seção Judiciária do

Ceará/CE - Tribunal Regional Federal da Quinta Região.

Em 13/08/2015, foi publicada a Portaria MTE nº 1.152/2015, suspendendo os

efeitos da Portaria MTE n.º 1.565/2014, em relação às empresas associadas ao

SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS DE LIMPEZA URBANA - SELURB e

SINDICATO DAS EMPRESAS DE LIMPEZA URBANA NO ESTADO DE SÃO

PAULO em razão do deferimento do pedido de antecipação de tutela concedido no

âmbito do processo n.º 11441-70.2015.4.01.3400, que tramita na Seção Judiciária

do Distrito Federal - Tribunal Regional Federal da Primeira Região.

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

Em 25/09/2015, foi publicada a Portaria MTE nº 1.262/2015, suspendendo os

efeitos da Portaria MTE n.º 1.565/2014, em relação a ASSOCIAÇÃO DOS

DISTRIBUIDORES DE BEBIDAS DO SUDOESTE - ASSODIBES em razão do

deferimento do pedido de antecipação de tutela concedido no âmbito do processo

0033452-57.2015.4.01.3800, que tramita na 21ª Vara Federal de Minas Gerais.

Em 01/10/2015, foi publicada a Portaria MTE nº 1.286/2015, suspendendo os

efeitos da Portaria MTE n.º 1.565/2014, em relação às empresas associadas ao ao

INSTITUTO NORDESTE CIDADANIA em razão do deferimento do pedido de

antecipação de tutela concedido no âmbito do processo 0800934-

68.2015.4.05.8100, que tramita na 6ª Vara Federal do Ceará.

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

Em 06/02/2017, foi publicada a Portaria MTE nº 137/2017, suspendendo os efeitos

da Portaria MTE n.º 1.565/2014, em relação às empresas associadas à Associação

dos Distribuidores de Produtos Schincariol do Centro Oeste e Tocantins -

ADISCOT, em razão de liminar concedida no âmbito do processo 31822-

02.2015.4.01.3400, que tramita na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito

Federal Tribunal Regional Federal da Primeira Região.

CONCLUSÃO:

Antes de realizar o pedido de pagamento de adicional de periculosidade nas

atividades que envolvam motocicleta, pesquise se a Reclamada não está

desobrigada da aplicação do anexo V da NR 16.

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

MEDIANTE A UTILIZAÇÃO DE MOTOCICLETAS E MOTONETAS EM VIAS PÚBLICAS. PORTARIA N.º

1.565/14. LIMINAR. SUSPENSÃO DOS EFEITOS. ABRANGÊNCIA. 1. O Ministério do Trabalho e

Emprego, com o fim de regulamentar o § 4º, do artigo 193 da Consolidação das Leis do Trabalho,

acrescido pela Lei n.º 12.997/2014, editou a Portaria n.º 1.565 de 13/10/2014, adicionando o anexo 5 à

Norma Regulamentadora n.º 16 da Portaria n.º 3.214/78, que dispõe sobre as atividades e operações

perigosas, fazendo constar do quadro de atividades perigosas as desenvolvidas por trabalhadores que

utilizam motocicletas ou motonetas em vias públicas. 2. Diante de ações ajuizadas pela Associação

Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas- ABIR e pela Confederação

Nacional das Revendas AMBEV e das Empresas de Logística da Distribuição - CONFENAR perante a 20ª

Vara Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o Juízo Federal de primeira instância deferiu, em

sede de antecipação de tutela, decisão liminar mediante a qual se determinara que o supramencionado

órgão ministerial suspendesse os efeitos da Portaria n.º 1.565 de 13/10/2014. 3. O referido órgão

ministerial, ante os esclarecimentos prestados pelo Juízo que deferiu a aludida liminar, editou a Portaria

n.º 5 de 7/1/2015, mediante a qual suspendera os efeitos daquela Portaria somente em relação aos

associados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas e aos

confederados da Confederação Nacional das Revendas AMBEV e das Empresas de Logística da

Distribuição, permanecendo em vigor, portanto, para as demais categorias profissionais, a referida

Portaria ministerial, o que garante a estes empregados, enquanto vigente a Portaria n.º 1.565/14, o direito

a percepção de adicional de periculosidade em decorrência do exercício de atividades utilizando

motocicletas ou motonetas em vias públicas, nos termos do novel § 4º, do artigo 193 da Consolidação das

Leis do Trabalho. 4. Agravo de Instrumento a que se nega provimento" (AIRR - 623-31.2015.5.12.0050,

Relator Desembargador Convocado: Marcelo Lamego Pertence, Data de Julgamento: 31/08/2016, 1ª

Turma, Data de Publicação: DEJT 02/09/2016)."

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTOCICLETA. PORTARIA MTE n.º 1.565/2014.

ANULAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. INEXISTÊNCIA DE PREJUDICIALIDADE EXTERNA. No caso

em apreço, o Recorrente pugna pela reforma da sentença, para que seja decretada a

suspensão do processo e remetidos os autos à instância de origem para novo julgamento, haja

vista estar pendente de julgamento recurso interposto em demanda na qual se discute a

validade da Portaria MTE n.º 1.565/2014, que regulamenta o art. 193, § 4º, da CLT. Ocorre,

todavia, que inexistem razões para a suspensão pretendida, pois, conforme entendimento

adotado por este Órgão Julgador em oportunidades anteriores, o direito ao adicional de

periculosidade existe independentemente da regulamentação levada a efeito pelo MTE. Desse

modo, se mostra irrelevante, para a solução da presente lide, a discussão travada em torno da

validade da Portaria MTE n.º 1.565/2014, na medida em que o adicional referido poderia ter

sido analisado mesmo com a ausência de regulamentação infralegal. Assim, inexistindo

prejudicialidade externa apta a justificar a suspensão do processo, não há o que se falar em

inobservância do disposto no art. 313, V, "a", do CPC. Recurso Ordinário do Reclamante

Conhecido e Não Provido.(Processo: 0002079-50.2016.5.11.0004; Data Disponibilização:

29/09/2017; Órgão Julgador Colegiado: 3ª Turma; Relator(a): JOSE DANTAS DE GOES).

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ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ATIVIDADES PERIGOSAS EM

MOTOCICLETA. DESNECESSIDADE DE PROVA TÉCNICA. Em razão da

objetividade da norma legal, que assegura o adicional de periculosidade aos

trabalhadores que utilizem motocicletas para a execução de suas atividades

laborativas, torna-se desnecessária a realização de perícia específica para o

devido enquadramento normativo. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010465-

69.2017.5.03.0097 (RO); Disponibilização: 09/05/2018; Órgão Julgador: Primeira

Turma; Relator: Luiz Otavio Linhares Renault)

Page 51: ADICIONAL PERICULOSIDADE E PENOSIDADE. · A base de cálculo do adicional de periculosidade é o salário-base (ao contrário do adicional de insalubridade cuja ... NR 20 –Segurança

.

A Lei 12.740 não alterou o parágrafo 2º do artigo 193 da CLT, que dispõe que, caso

o empregado faça jus concomitantemente aos adicionais de periculosidade e de

insalubridade, deverá optar por apenas um deles.

RECURSO DE REVISTA. CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E

PERICULOSIDADE. IMPOSSIBILIDADE. OPÇÃO DO TRABALHADOR PELA VERBA MAIS

VANTAJOSA, EM FASE DE LIQUIDAÇÃO. COMPENSAÇÃO. O artigo 193, § 2º, da CLT veda a

cumulação dos adicionais de periculosidade e insalubridade, podendo, no entanto, o empregado

fazer a opção pelo que lhe for mais benéfico, em sede de liquidação de sentença, assegurada a

dedução do título até então recebido, a fim de se evitar o enriquecimento sem causa. Precedentes.

Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR: 1011-

58.2010.5.03.0114, Relator: Valdir Florindo, Data de Julgamento: 22-5-2013, 7ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 24-5-2013).

Em sentido contrário

SENTENÇA CONDENATÓRIA DE ADICIONAIS DE PERICULOSIDADE OU DE INSALUBRIDADE

ALTERNATIVAMENTE. NULIDADE DECRETADA. Sentença que fixa a condenação alternativa ao

pagamento de adicionais de impossível acumulação (periculosidade ou insalubridade), relegando o

momento da indispensável opção para a fase de liquidação, não se reveste do requisito da certeza

e, em consequência, viola pressuposto de validade da sentença, o que conduz irremediavelmente a

nulidade do julgado. A época da opção é até a prolação da sentença (TRT 2ª Região - RO -

Processo nº 02950353120 - 8ª Turma - Rel. Des. WILMA NOGUEIRA DE ARAUJO VAZ DA SILVA -

Public. 05/12/1996)

CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS

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Na renomada obra de Sebastião Geraldo de Oliveira, o eminente doutrinador,

acerca desta temática assim ensina:

Discute-se, também, a possibilidade de cumulação do adicional de insalubridade com

o de periculosidade. Pelas mesmas razões expostas, somos também favoráveis.

Aponta-se como obstáculo à soma dos dois adicionais a previsão do art. 193, §2º, da

CLT:

“O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja

devido”.

O dispositivo legal indica que os dois adicionais são incompatíveis podendo o

empregado optar por aquele que lhe for mais favorável. Entretanto, após a ratificação e

vigência nacional da Convenção n. 155 da OIT, entendemos que esse parágrafo foi

tacitamente revogado diante da determinação de que sejam considerados os riscos

para a saúde decorrentes da exposição simultânea a diversas substância ou agentes

(art. 11, b).

CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS

Page 53: ADICIONAL PERICULOSIDADE E PENOSIDADE. · A base de cálculo do adicional de periculosidade é o salário-base (ao contrário do adicional de insalubridade cuja ... NR 20 –Segurança

.

EMENTA: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE. CUMULAÇÃO.

POSSIBILIDADE. ESTÍMULO À ADOÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS EM MATÉRIA DE

PROTEÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR. EFICÁCIA HORIZONTAL DE DIREITOS

FUNDAMENTAIS. 1. É possível a cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade,

em interpretação evolutiva do art. 193, parágrafo 2º da CLT. 2. Já não é novidade a cumulação de

adicionais que adveem da exposição do trabalhador a situações de maior penosidade, tal como a

cumulação do adicional de horas extras com o adicional noturno. É também possível a cumulação

de adicionais para o trabalhador que está sujeito a labor em condições de risco acentuado ou

insalubridade, com o adicional de trabalho em horário noturno e até em sobrejornada, hipótese

em que esses dois últimos adicionais, horas extras e noturno, poderão ser cumulados ao

adicional de insalubridade. 3. A possibilidade de recebimento cumulado estimula o empregador na

melhoria das condições do meio ambiente de trabalho - prevenção, que tem preferência sobre a

reparação dos prejuízos -, o que está no coração das normas de proteção à saúde do trabalhador

no Brasil e no mundo. 4. Esta parece ser a solução que melhor atende aos valores positivados

nas normas-princípio da Constituição e à necessidade de concretizar, com a maior efetividade

possível, os direitos fundamentais ligados à remuneração de atividades penosas, insalubres ou

perigosas (art. 7º, XXII), à vedação do retrocesso social (art. 7º, caput), à proteção à saúde do

trabalhador (art. 7º, XXII) e à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), além de constituir

aplicação de preceitos do Direito Internacional do Trabalho (C. 155, ratificada pelo Brasil,

possuindo eficácia pelo menos supralegal, segundo interpretação do STF). (TRT da 3.ª Região;

Processo: 0000521-33.2014.5.03.0102 RO; Data de Publicação: 09/10/2015; Órgão Julgador:

Primeira Turma; Relator: Convocada Martha Halfeld F. de Mendonca Schmidt; Revisor: Jose

Eduardo Resende Chaves Jr.)

CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS

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. RECURSO DA RECLAMADA. ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E DE PERICULOSIDADE

DECORRENTES DO MESMO AGENTE. ACUMULAÇÃO NÃO PERMITIDA. A moderna

jurisprudência trabalhista tem entendido que é possível ao empregado acumular os adicionais de

periculosidade e de insalubridade, mas apenas quando os agentes dos quais defluem o perigo à

vida e o risco à saúde são distintos. Entretanto, o mesmo não ocorre quando se constata que o

fator causador do perigo à vida e do dano à saúde é o mesmo, na espécie: o combustível

comercializado na empresa reclamada. Neste caso, não é possível fazer aquela acumulação,

mantendo-se a necessidade de o empregado fazer a opção pelo adicional mais vantajoso.

Devida, portanto, a reforma da sentença. Recurso ordinário a que se dá parcial provimento.

RECURSO DO RECLAMANTE. TRABALHO À NOITE. PRORROGAÇÃO NO PERÍODO DIURNO. ADICIONAL NOTURNO.

PAGAMENTO DEVIDO. Constando-se que a jornada do empregado compreende todo o horário considerado noturno, das 22h00

às 5h00, a sua continuidade até as 9h00 também tem o mesmo tratamento, sendo computada a hora reduzida, pois, consoante o

§ 5º do art. 73, "às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo", sendo igualmente devido o respectivo

adicional. Recurso ordinário a que se dá parcial provimento. (TRT 13ª Região - 2ª Turma - Recurso Ordinário nº

0000004-32.2017.5.13.0009, Redator(a): Desembargador(a) do Trabalho Edvaldo De Andrade,

Julgamento: 27/02/2018, Publicação: DJe 05/03/2018).

CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS

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RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. ADICIONAL DE

INSALUBRIDADE. CONTATO COM MERCÚRIO. O Tribunal Regional, com base na prova pericial, registrou que a reclamante, no

exercício de suas atribuições, tinha contato com mercúrio, razão pela qual deferiu o adicional de insalubridade. A Norma

Regulamentadora nº 15 do MTE prescreve, em seus anexos 11, quadro I, e 13, que o contato com mercúrio, seja na sua forma

orgânica, elementar ou inorgânica - nestes dois últimos casos observados os limites de tolerância - enseja o direito ao pagamento

do adicional de insalubridade em grau máximo. Logo, não há que se falar em violação do artigo 190 da CLT ou contrariedade à

Súmula nº 448, I, desta Corte, ante a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.

Recurso de revista de que não se conhece.

CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. POSSIBILIDADE. PREVALÊNCIA DAS

NORMAS CONSTITUCIONAIS E SUPRALEGAIS SOBRE A CLT. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA DO STF QUANTO AO

EFEITO PARALISANTE DAS NORMAS INTERNAS EM DESCOMPASSO COM OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE

DIREITOS HUMANOS. INCOMPATIBILIDADE MATERIAL. CONVENÇÕES NOS 148 E 155 DA OIT. NORMAS DE DIREITO

SOCIAL. CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE. NOVA FORMA DE VERIFICAÇÃO DE COMPATIBILIDADE DAS NORMAS

INTEGRANTES DO ORDENAMENTO JURÍDICO. A previsão contida no artigo 193, § 2º, da CLT não foi recepcionada pela

Constituição Federal de 1988, que, em seu artigo 7º, XXIII, garantiu de forma plena o direito ao recebimento dos adicionais de

penosidade, insalubridade e periculosidade, sem qualquer ressalva no que tange à cumulação, ainda que tenha remetido sua

regulação à lei ordinária. A possibilidade da aludida cumulação se justifica em virtude de os fatos geradores dos direitos serem

diversos. Não se há de falar em bis in idem. No caso da insalubridade, o bem tutelado é a saúde do obreiro, haja vista as

condições nocivas presentes no meio ambiente de trabalho; já a periculosidade traduz situação de perigo iminente que, uma vez

ocorrida, pode ceifar a vida do trabalhador, sendo este o bem a que se visa proteger. A regulamentação complementar prevista no

citado preceito da Lei Maior deve se pautar pelos princípios e valores insculpidos no texto constitucional, como forma de alcançar,

efetivamente, a finalidade da norma. Outro fator que sustenta a inaplicabilidade do preceito celetista é a introdução no sistema

jurídico interno das Convenções Internacionais nos 148 e 155, com status de norma materialmente constitucional ou, pelo menos,

supralegal, como decidido pelo STF. A primeira consagra a necessidade de atualização constante da legislação sobre as

condições nocivas de trabalho e a segunda determina que sejam levados em conta os “riscos para a saúde decorrentes da

exposição simultânea a diversas substâncias ou agentes”. Nesse contexto, não há mais espaço para a aplicação do artigo 193, §

2º, da CLT. Precedente desta Turma. Recurso de revista de que se conhece e a que se nega provimento.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Ressalvado meu posicionamento pessoal, verifico que, ao condenar o réu ao pagamento de

honorários de advogado, apesar de reconhecer que a autora não está assistida pelo sindicato, a Corte Regional contrariou a

Súmula nº 219 do TST. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (PROCESSO Nº TST-RR-773-

47.2012.5.04.0015 – 7ª Turma – Rel. Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão – Publicação: 04/05/2015)

CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS - TST

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O adicional de penosidade encontra previsão no art. 7º, XXIII, CF, não tendo

sido regulamentado no âmbito infraconstitucional até a presente data.

Nesse sentido, Mauricio Godinho Delgado assevera: “É que a penosidade e

seu correspondente adicional, embora mencionados na Constituição (art. 7º,

XXIII, CF/88), ainda não merecem tipificação e especificação por texto

normativo trabalhista infraconstitucional. No Direito Administrativo já existe

tipificação de atividades penosas com o respectivo adicional

(ilustrativamente, art. 71, Lei 8.112/90). Contudo, a ordem justrabalhista

heterônoma atual ainda não estendeu ao mercado de trabalho privado

semelhante normatização.”

DELGADO, Maurício Godinho. Salário teoria e prática, p. 155.

ADICIONAL DE PENOSIDADE

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O Professor Raimundo Simão e Melo, em artigo publicado na internet, defende que a

regulamentação pode ser feita de forma genérica:

“Essa regulamentação poderá ser feita de forma genérica pela lei ou, pontualmente,

para determinada categoria profissional, grupo ou classe de trabalhadores, por meio

de negociação coletiva, o que seria o ideal.”

(...)

“é possível vislumbrar solução para o pagamento desse adicional, inclusive por meio

de mandado de injunção, destinado a efetivar os direitos, garantias e liberdades

fundamentais do cidadão diante da omissão do Congresso Nacional ou de qualquer

outra autoridade na regulamentação de preceitos constitucionais (CF, artigo 5º, inciso

LXXI)”.

ADICIONAL DE PENOSIDADE

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Para isso o Professor Raimundo menciona o art. 8º da CLT

As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais

ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por

eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do

trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas

sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o

interesse público.

Por analogia invoca ainda o art. 57 da Lei 8.213/91 (aposentadoria especial) e art. 5º,

inciso V da CF.

“É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização

por dano material, moral ou à imagem”.

https://www.conjur.com.br/2016-abr-15/reflexoes-trabalhistas-possivel-cobrar-adicional-penosidade-mandado-injuncao

ADICIONAL DE PENOSIDADE

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ADICIONAL DE PENOSIDADE. A Recorrente insiste fazer jus ao adicional de penosidade, eis que

teria laborado em atividades penosas, com extremo desgaste ao organismo, seja de ordem física ou

psicológica, em razão da repetição de movimentos, pressões e tensões psicológicas que afetam

emocionalmente o trabalhador. O julgado indeferiu o pleito por falta de amparo legal ou convencional.

Comunga-se do entendimento do Magistrado a quo. O adicional de penosidade encontra previsão no

artigo 7º, XXIII da Constituição Federal, sendo que até a presente data não foi regulamentado no

âmbito infraconstitucional. Portanto, o artigo constitucional é norma de eficácia limitada, a qual

depende da atuação do legislador infraconstitucional para produzir efeitos. Assim, como não existe

norma, não pode ser de ferido o adicional sob comento. Por oportuno, cumpre transcrever trecho da

doutrina de Francisco Ferreira Jorge Neto e Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante acerca do tema:

"Apesar de previsão constitucional, inexistindo regramento pela legislação trabalhista

infraconstitucional do adicional de penosidade, não se tem definido os critérios para sua

caracterização (hipóteses de incidência), bem como alíquota/percentual, base de cálculo, etc. Em

função do princípio da legalidade (art. 5º, II, CF), o empregador não pode ser compelido ao seu

pagamento." (In Direito do Trabalho. Tomo I. 4ª edição. 2008. Rio de Janeiro. Lumen Juris Editora. p.

527/528). Rejeita-se o apelo. (TRT 2ª Região - RO - Processo nº 20120004175 - 12ª Turma - Rel.

Des. Francisco Ferreira Jorge Neto - Public. 04/05/2012) .

ADICIONAL DE PENOSIDADE