Adm Financ Ferramentas, Controle e Análise

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    UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

    DIRETORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO

    IX CURSO DE ESPECIALIZAO EM GESTO CONTBIL E FINANCEIRA

    CLEVERSON LUIZ OLDONI

    ADMINISTRAO FINANCEIRA: FERRAMENTAS DE REGISTRO,CONTROLE E ANLISE

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    PATO BRANCO2014

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    CLEVERSON LUIZ OLDONI

    ADMINISTRAO FINANCEIRA: FERRAMENTAS DE

    REGISTRO, CONTROLE E ANLISE

    Monografia apresentada como requisitoparcial obteno do ttulo de Especialistana Ps Graduao em Gesto Contbil eFinanceira, do Curso de Cincias Contbeis

    da Universidade Tecnolgica Federal doParan UTFPR Cmpus de Pato Branco

    Orientador: Prof. M.Sc Oldair R. Giasson.

    PATO BRANCO

    2014

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    Dedico este trabalho a minha esposa e filha que so

    a luz da minha vida.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus por ter me abenoado com a vontade

    da busca pelo conhecimento.

    A todos os professores e profissionais da coordenao de Cincias

    Contbeis da UTFPR que de alguma forma estiveram envolvidos com o curso

    de Ps Graduao em Gesto Contbil e Financeira.

    Em especial gostaria de agradecer a meu orientador, professor Mestre

    Oldair Roberto Giasson, pela presteza e pelas horas dedicadas nesta

    orientao.

    Tambm gostaria de agradecer ao professor coordenador Dr. Luiz

    Fernande Casagrande, por sua disponibilidade e dedicao ao curso, pois

    sempre esteve aberto a todas as dvidas e problemas que levamos at ele.

    E de forma geral aos meus colegas de curso, grandes companheiros de

    jornada e estudos.

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    ABSTRACT

    OLDONI, Cleverson Luiz. Financial Management: Registry Tools, Control and

    Analysis. 2014. 42 pages. Work of completion of the Specialization inAccounting and Financial Management. Federal Technological University ofParan, Pato Branco, 2014.

    With the fierce competition every day between companies , it is natural that theyseek for ways of organization in order to obtain quick and reliable information ontheir performance . Thus , managers make use of various controls to ensurethat no unnoticed information and compromise your job when it mattered most ,the decision making . This is where financial administration acts , seeks tocollect the data and information of the inherent financial transactions ofbusiness activity , arrange them in an orderly manner to be facilitated yourquery and subsequent use , it will be through the intersection of this informationthat the registered financial manager will act in the future planning andrealization of the company's current situation . Through this work, the interestedreader may conceptual information relating to financial management practicesappropriate , verify the essential data to feed the financial department and thestatements more used to organize such information . Also , the reader will findinformation about the intersections of financial information through financialratios , and an analysis comparing the information in this benchmark with other

    studies conducted in the area . Through this comparison , it might be noted thatthe research actually identified financial instruments , financial statements , andthe most usual financial analysis , because the data of the present study agreedfully or partly with a manual developed by SEBRAE / MG and also scientificarticles published in specialized journals in the field .

    Keywords: Companies, financial records, financial statements, financial

    analysis, planning.

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Exemplo de um fluxo de caixa .......................................................... 27

    Tabela 2: Exemplo de Demonstrativo de Resultados do Exerccio .................. 33

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1: Funes da tesouraria. .................................................................... 25

    Quadro 2: Fluxograma do planejamentoo financeiro de curto prazo. ............... 29

    Quadro 3: Modelo de estrutura de Balano Patrimonial ................................... 31

    Quadro 4: Quadro comparativa de informaes. .............................................. 41

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    SUMRIO

    1. INTRODUO ........................................................................................... 12

    1.1. Tema e Problema ................................................................................... 12

    1.2. Objetivos ................................................................................................ 13

    1.3. Objetivos Especficos ............................................................................. 13

    1.4. Justificativa ............................................................................................. 13

    1.5. Metodologia ............................................................................................ 14

    2. REFERENCIAL TERICO ........................................................................ 15

    2.1. A Administrao Financeira .................................................................... 15

    2.1.1. Histria ................................................................................................ 15

    2.1.2. Conceito .............................................................................................. 16

    2.1.3. Objetivos da Administrao Financeira ............................................... 16

    2.1.4. O Administrador Financeiro ................................................................. 17

    2.2. Registros Financeiros ............................................................................. 18

    2.2.1. Faturamento ........................................................................................ 18

    2.2.2. Estoques ............................................................................................. 19

    2.2.3. Contas a Receber ............................................................................... 21

    2.2.4. Despesas ............................................................................................ 23

    2.2.4.1. Despesas Fixas ............................................................................... 232.2.4.2. Despesas Variveis ......................................................................... 24

    2.2.5. Tesouraria ........................................................................................... 24

    2.2.5.1. Fluxo de Caixa ................................................................................. 25

    2.2.5.2. Oramento e Planejamento Financeiro ............................................... 28

    2.3 Demonstrativos Financeiros ................................................................... 30

    2.3.1 Balano Patrimonial ............................................................................ 30

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    2.3.2 Demonstrativo de Resultados do Exerccio ......................................... 32

    2.4 Anlise Financeira .................................................................................. 34

    2.4.1 ndices de liquidez ............................................................................... 34

    2.4.2 ndice de endividamento ..................................................................... 36

    2.4.3 ndices de atividade............................................................................. 36

    2.4.4 Indicadores de Rentabilidade .............................................................. 38

    3 RESULTADOS E DISCUSSES ............................................................... 40

    4 CONSIDERAES FINAIS ....................................................................... 44

    REFERNCIAS ................................................................................................ 46

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    1. INTRODUO

    Atualmente, observa-se uma grande competitividade entre as empresas, emtodos os mbitos do mercado, comercio, indstria ou servios. Dessa forma

    faz-se necessrio que as organizaes busquem estabelecer controles cada

    vez mais rigorosos, visando uma posio lucrativa e sustentvel contra as

    foras que determinam a concorrncia.

    Como citado por Assaf Neto (2010, p. 03), a essncia dos problemas

    econmicos surge na escassez de recursos, determinada pelas necessidades

    fortemente expansionistas de seus agentes. Ainda para o autor, a abertura de

    mercados e o crescimento da competitividade entre as unidades produtivas

    foram marcas importantes pela globalizao da economia, exigindo maior nvel

    de qualidade e eficincia de seus agentes.

    Para tanto, de extrema importncia que os gestores tenham mo

    todos os registros de vendas, compras, descontos, ganhos, despesas, lucros,

    de forma que estes se tornem subsdios nas tomadas de deciso. Dessa

    Forma a administrao financeira se torna uma importante ferramenta, que ir

    reunir todos estes acontecimentos operacionais da organizao de forma que

    possam se analisados, e fornecer aos diretores, informaes para as suas

    tomadas de deciso, contribuindo amplamente para que estes obtenham a

    mximo retorno possvel da operao da empresa.

    Contudo, de vital importncia que os fatos financeiros, contas a pagar,

    contas a receber, bancos, fisco, sejam registrados corretamente no sistema

    gerencial, para que este traga com exatido e em tempo real a verdadeira

    situao da empresa, assim os gestores sabero de onde provm os recursos,

    e onde esto sendo aplicados, definiro com certeza quais os custos da

    operao e se estes esto coerentes com o exerccio da empresa.

    1.1. Tema e Problema

    Atualmente em uma empresa comercial pde ser observado a falta ou

    incorrees nos registros de dados financeiros, o que proporciona falhas e

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    incorrees na gerao de relatrios e demonstrativos, que podem levar a

    tomadas de decises equivocadas por parte de seus gestores.

    Quais so as informaes, demonstrativos e analises financeiras mais

    utilizadas na administrao financeira das empresas?

    1.2. Objetivos

    Com base na literatura, elaborar um referencial terico para auxiliar o

    departamento financeiro das empresas a realizar de maneira adequada os

    registros dos dados financeiros, possibilitando o acompanhamento de sua

    situao financeira.

    1.3. Objetivos Especficos

    a. Apresentar o conceito e a funo da administrao financeira e do

    administrador financeiro;

    b. Identificar quais so os dados financeiros mais importantes;

    c. Identificar quais os demonstrativos financeiros mais utilizados;d. Demonstrar quais as informaes provenientes do cruzamento dos

    dados financeiros;

    1.4. Justificativa

    Essa pesquisa ter como objetivo fornecer s empresas, e sua

    administrao, um auxilio para a organizao do setor financeiro,demonstrando quais os principais dados financeiros existentes no dia a dia, e

    demonstrar atravs de uma reviso literria como eles podem ser tratados e

    quais informaes podem ser retiradas deste tratamento.

    Dessa forma o estudo se torna importante, pois atravs dessas

    informaes que os gestores tomaro as decises que indicaram os melhores

    caminhos para a organizao, garantindo o sucesso e aumentando da

    competitividade em sua rea de atuao.

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    1.5. Metodologia

    Por definio, o mtodo um plano de ao, formado por um conjunto

    de etapas ordenadamente dispostas, destinadas a realizar e antecipar uma

    atividade na busca de uma realidade (FACHIN, 2001 p. 29).

    A pesquisa, que para Fachin (2001, p.123) um procedimento

    intelectual para adquirir conhecimentos pela investifao de uma realidade e

    busca de novas verdades sobre um fato (objeto, problema), ser desenvolvida

    atravs do mtodo de estudo de caso, por ser um estudo intensivo, que

    buscar a compreenso como um todo do assunto investigado (FACHIN, 2001

    p.42).

    Este estudo, especificamente, consistir em uma pesquisa bibliogrfica

    qualitativa abordando os conceitos inerentes ao tema e estudos e opinies de

    fontes diferentes, propiciando assim, confrontar as idias destas fontes.

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    2. REFERENCIAL TERICO

    2.1. A Administrao Financeira

    2.1.1. Histria

    A administrao financeira comeou a ser mais enfatizada e tomou uma

    posio mais relevante em 1930, quando, segundo Brigham e Houston (1999,

    p. 05), com a depresso ocorrida nessa dcada, a nfase se deslocou para

    falncias e concordatas, liquidez das empresas e regulamentao dos

    mercados de ttulos. Ainda baseado nos autores, j no final da dcada de

    1950, ampliou-se os estudos nas reas tericas, e o foco da administrao

    financeira se deslocou para as decises administrativas concernentes

    escolha de ativos e passivos, com o objetivo de maximizar o valor da empresa.

    No seguimento de sua evoluo j nos anos 90, a administrao financeira

    teve a necessidade de expandir-se para incluir alguns eventos, como a inflao

    e seus efeitos econmicos, que alteram o rumo das organizaes; a

    diversificao dos servios financeiros oferecidos pelas instituies; a rpidaexpanso do uso de computadores nos registros, anlises e transferncias de

    informaes financeiras; o crescimento das operaes entre mercados globais

    (BRIGHAM e HOUSTON 1999, p. 15).

    Atualmente pode-se perceber que o contedo histrico apresentado pelos

    autores verdica, pois verificamos que a cada dia as empresas estrangeiras

    buscam explorar nosso mercado procurando vantagens, oferecendo aos

    consumidores maior diversificao, e com isso gerando problemas para osdiretores das empresas nacionais com as quais competem, pois a concorrncia

    aumenta e estes devem ter cuidado redobrado nas tomadas de deciso, dando

    maior ateno s rpidas mudanas no mercado atual. Tambm, dos anos 90

    para c foi brutal a evoluo dos meios tecnolgicos que proporcionaram para

    todo o mundo infinitas ferramentas para auxiliar em todos os mbitos, e no

    caso da administrao financeira no foi diferente. Novos hardwares e

    inmeros softwaresque propiciam e facilitam os registros rpidos e constantesde informaes e fatos financeiros, o que acarreta um grande aumento no

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    nmero de informaes com grande qualidade e veracidade. Isso tudo

    proporciona aos diretores, gerentes, colaboradores inmeros, e atualmente

    indispensveis, subsdios facilitadores nas tomadas de deciso.

    2.1.2. Conceito

    Vrios autores conceituam a administrao financeira, dentre elas

    destacam-se Junior, Rigo e Cherobim (2010, p. 04) que apresentam

    resumidamente que a Administrao financeira a arte e a cincia de

    administrar recursos financeiros para maximizar a riqueza dos acionistas.

    Tambm, de forma mais abrangente, Gitman (2004, p. 04) descreve que a

    administrao financeira pode ser vista como uma forma de economia aplicada,

    que se baseia amplamente em conceitos tericos econmicos e ainda

    segundo o autor, a administrao financeira se utiliza de dados da

    contabilidade, que outra rea da economia aplicada. Dessa forma, pode-se

    verificar que a administrao financeira nada mais do que uma ferramenta

    que rene todos os fatos econmicos da organizao transformando-os em

    subsdios para os gestores em suas tomadas de deciso.

    2.1.3. Objetivos da Administrao Financeira

    O objetivo primordial da administrao financeira alinha-se, obviamente,

    ao objetivo econmico de toda a organizao, que segundo Hoji (2001, p. 21)

    a maximizao de seu valor de mercado em longo prazo, pois dessa forma

    estar sendo aumentada a riqueza de seus proprietrios (acionistas desociedades por aes ou scios de outros tipos de sociedades). Esses

    proprietrios, acionistas que investem seus recursos nas empresas, segundo

    Hoji (2001, p. 21) esperam que seu investimento produza um retorno

    compatvel com o risco assumido, por meio de gerao de resultados

    econmicos e financeiros (lucro e caixa) adequados por longo prazo.

    Nas organizaes possvel identificar trs diferentes tipos de

    atividades, as operacionais, os investimentos e os financiamentos, que de certaforma conduzem a empresa para seu sucesso ou no.

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    As operacionais, que segundo Hoji (2001, p. 22) existem em funo do

    negcio da empresa e so executadas com a finalidade de proporcionar um

    retorno adequado para os investimentos feitos pelos proprietrios. Essas

    atividades so a base principal e so elas que do forma e identificam a

    atividade base das empresas. Nesse contexto surgem alguns exemplos; como

    as organizaes puramente comerciais, onde existem estritamente operaes

    de compra, e venda de mercadorias; as indstrias, que desempenham

    atividades de compra de insumos, transformao em produtos fim, e venda ao

    mercado consumidor; empresas dedicadas prestao de servios, que tem

    como produto sua mo de obra em diversos mbitos e funcionalidades.

    Os investimentos por sua vez, podem ser definidos como a aplicao dos

    recursos que iro gerar a operao da organizao. Como explica Hoji (2001,

    p. 22) as atividades de investimento correspondem s contas classificadas no

    balano patrimonial, em investimentos temporrios e em ativo permanente.

    Como exemplo disso, pode-se cotar a compra de mquinas e equipamentos,

    integralizao de capital, aplicaes financeiras a curto e longo prazo etc.

    As atividades de financiamentos como cita Hoji (2001, p. 22), refletem os

    efeitos das decises tomadas sobre a forma de financiamento das atividadesde operao e de investimentos. Por exemplo, a captao de emprstimos no

    mercado financeiro, emisso de ttulos, etc.

    2.1.4. O Administrador Financeiro

    Em grandes organizaes, a administrao financeira est dentre os mais

    relevantes setores que compe seu todo, e como demonstra Braga (1989, p.35) ela costuma ser desempenhada por trs executivos de alto nvel: o Vice

    Presidente de Finanas, o Diretor Tesoureiro e o Diretor de Controle.

    Simultaneamente, o Vice Presidente o representante da empresa perante

    rgos pblicos, instituies financeiras, e assina grandes contratos de

    financiamentos e vendas; formula a poltica financeira global da empresa; o

    principal executivo da rea, reportando-se diretamente ao presidente; coordena

    as funes dos demais postos da administrao financeira Tesoureiro eController. O Tesoureiro, por sua vez, tem funo executiva; mantm as

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    relaes com bancos e outros credores; administra fluxos de recursos; o

    responsvel pela liquidez da empresa. O Controller um staff, desempenhando

    funes de auditoria interna, sendo responsvel com a rentabilidade da

    organizao.

    Nas empresas menores, micro, pequenas e mdias, essas atividades

    normalmente, segundo Braga (1989, p. 35), ficam sob responsabilidade de um

    dos scios, e no raro que este desempenhe outras funes operacionais

    deixando a administrao financeira em um segundo plano, preocupando-se e

    regulando e administrando somente as disponibilidades.

    O Administrador Financeiro, ou Vice Presidente de Finanas, ou ainda o

    Scio responsvel pelas finanas, deve preocupar-se com; a anlise,

    planejamento e controle financeiro; tomadas de decises de investimentos; e

    por fim, tomadas de decises de financiamentos.

    2.2. Registros Financeiros

    Como descrito nos tpicos anteriores, a administrao financeira nada mais

    do que o estudo das informaes financeiras de forma conjunta, para queestes resultados se traduzam em subsdios e informaes relevantes nas

    tomadas de deciso das empresas.

    Porm, para que seja possvel a reunio dessas importantes informaes,

    vital que se organize e registre todos os fatos referentes movimentao

    financeira na empresa. Os tpicos a seguir trataro dos principais registros

    necessrios em toda a organizao, principalmente nas comerciais que o

    foco do estudo.

    2.2.1. Faturamento

    O faturamento talvez seja a pea de maior importncia para as empresas,

    principalmente as comerciais. dele que provem todas as receitas que

    designaram a rentabilidade e por conseqncia a sobrevivncia da empresa e

    a atratividade para seus acionistas. Buscando algumas definies para o termofaturamento, pode-se encontrar que ele o total de vendas realizadas em

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    determinado perodo. Valor total recebido com a venda de produtos ou servios

    de uma empresa. Entram ainda nesta conta os ganhos obtidos com aplicaes

    financeiras ou venda de ativos. (GLOSSRIO DA CONTABILIDADE, 2014)

    O faturamento pode ser uma forma de se realizar os clculos tributrios,

    como no caso das empresas que se enquadram no Simples nacional, que

    calcula de uma forma mais geral at oito tributos sendo que e o clculo do

    imposto feito a partir do faturamento mensal, onde so aplicadas alquotas

    que variam de 4% a 22%, de acordo com o setor e o porte das empresas

    (SEBRAE, 2014).

    Geralmente nas empresas o faturamento previsto e projetado para um

    determinado perodo, sendo que para Gitman (2004, p. 94) o ingrediente

    bsico do processo de planejamento financeiro de curto prazo a previso de

    vendas, pois esta ser um dos subsdios principais para que o administrador

    financeiro planeje e projete um fluxo de caixa futuro.

    As previses podem ser externas, quando se utilizam de indicadores

    econmicos externos empresa, eles podem ser ndices de confiana do

    consumidor, renda da populao alvo, aumento da populao nas imediaes

    da empresa, mudanas climticas, etc. (GITMAN, 2004 p. 94).J as previses podem ser internas, quando so construdas pelos prprios

    canais de distribuio da empresa. Em determinados casos, a empresa

    convoca a equipe de vendas para em conjunto planejar e definir uma previso

    do que ser faturado no perodo. Pode-se neste caso tambm, levar em

    considerao os efeitos de fatores inerentes capacidade produtiva da

    empresa (GITMAN, 2004 P. 94).

    2.2.2. Estoques

    Os estoques para as organizaes comerciais constituem a base de suas

    funes, pois do seu giro que a empresa obter seus resultados. Para as

    indstrias, os estoques participam de forma ativa em diversas etapas, matria

    prima, embalagens e de consumo, produtos em elaborao e produtos

    acabados.

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    Segundo Braga (1989, p. 101) os estoques representam uma parcela

    significativa do ativo circulante, e provocam custos financeiros e despesas

    operacionais. Para Hoji (2001, p. 123) a responsabilidade direta pela

    administrao dos estoques no do administrador financeiro, mas ele pode

    influir sobre os resultados globais da empresa, interagindo junto a reas

    operacionais responsveis pelo controle do giro e nveis adequados de

    estoques. J para Braga (1989, p. 101), o administrador financeiro tem por

    dever controlar os nveis de estoques a fim de preservar a capacidade de

    solvncia da empresa e maximizar o retorno dos recursos investidos, pois os

    nveis de estoques esto altamente ligados a custos e riscos, como os

    descritos abaixo:

    Custos de capital, que correspondem aos recursos investidos em

    sua compra;

    Custos de instalaes, que correspondem aos gastos com

    alugueis de galpes, prdios e instalaes, bem como

    equipamentos, limpeza, servios auxiliares, em fim, tudo o que for

    destinado para sua armazenagem e manuteno;

    Custos de servios, que so os recursos gastos com mo de obra

    utilizada na recepo, armazenagem, deslocamentos internos e

    expedio;

    Riscos de estocagem, que so referentes a furtos, deteriorao,

    obsolescncia, queda nos preos de mercado, etc.

    Sob essa tica, necessrio a busca ferramentas para administrar os

    estoques da melhor forma objetivando a reduo dos volumes ao essencial.

    Como descreve Junior, Rigo e Cherobim (2010, p. 416) a indstria japonesa dadcada de 1970 foi a primeira a se preocupar de forma mais ampla com estes

    investimentos. Para tanto, desenvolveram vrios modelos de ferramentas para

    regular e operacionalizar os estoques, dentre elas esto o Just-in-time e o

    Kanban.Foi atravs destas ferramentas que se tornou possvel a reduo dos

    investimentos e dos riscos em estoques.

    Algumas justificativas bsicas foram levantadas por Junior, Rigo e

    Cherobim (2010, p. 416) para justificar a manuteno de estoques nasempresas comerciais e indstrias, dentre elas pode-se citar:

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    Estoques operacionais, funcionais ou mnimos: que representam a

    quantidade necessria para garantir o desenvolvimento da produo

    ou garantir a pronta entrega aos clientes. Os nveis de estoque

    nesse caso devem estar adequados aos fluxos de entrada e sada

    de materiais e produtos. No caso das empresas comerciais os nveis

    devem adequar-se s expectativas de vendas;

    Estoques de segurana: so estoques definidos com a finalidade de

    superar imprevistos nos processos de fornecimentos, e garantir a

    entrega de produtos aos clientes;

    Estoques especulativos: mantidos para se beneficiar ou reduzir

    efeitos negativos de variaes de preos de mercado. Para casos de

    previso de aumentos nos preos, os estoques so inflados para

    assegurar seu preo e competitividade no mercado mesmo com a

    alta. Essa prtica deve ser momentnea e criteriosamente analisada

    com relao a seu custo-benefcio.

    Dessa forma papel do administrador financeiro atuar em conjunto ao

    gerente de compras a fim de garantir a manuteno dos nveis de estoque,

    para que sejam preservadas de forma plena as atividades operacionais da

    organizao. necessrio que o profissional avalie toda a atividade para

    manter sempre um equilbrio mximo, pois um alto nvel de estoques se torna

    um alto custo para a empresa, e em contrapartida um nvel excessivamente

    baixo pode gerar atrasos de entregas, ou mesmo falta de competitividade com

    o mercado.

    2.2.3. Contas a Receber

    Poucas so as empresas que no oferecem alguma forma de crdito aos

    seus clientes, pois dessa forma os gestores proporcionam uma forma de

    aumentar o faturamento e por conseqncia a atratividade do negcio. Para

    Braga (1989, pg. 114), as duplicatas a receber constituem um ativo de

    elevada liquidez que podem ser descontadas nos bancos comerciais ou

    servirem de garantia no levantamento de novos emprstimos. Tambm, emSanvicente (1987, pg. 153), a concesso de crdito atua como elemento do

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    processo de oferecimento de um produto ou servio no s porque afeta

    diretamente o preo de aquisio, distribuindo os pagamentos no tempo,

    como proporciona maior flexibilidade operacional ao comprador, que ganha

    tempo para gerar recursos com vistas a efetuar os pagamentos devidos.

    Mas, contudo, as pessoas que tem o poder de deciso nas organizaes

    devem estar atentas com possveis problemas, pois como citado por Braga

    (1989, p. 113), alm dos riscos de atrasos e de perdas por falta de pagamento,

    as vendas a prazo provocam despesas adicionais com anlise de crdito e

    cobrana.

    Podem ser vrios os custos e riscos inerentes de vendas a prazo, e

    neste contexto Braga (1989, p. 114) descreve:

    despesas com a anlise do potencial de crdito dos clientes; despesas com a cobrana das duplicatas; risco de perdas com os crditos incobrveis; custo dos recursos aplicados nas contas a receber; perda de poder aquisitivo do valor dos crditos em decorrncia

    do processo inflacionrio.

    Portanto, o que o autor coloca em seu trabalho, que os custos e riscos

    relacionados s vendas a prazo so muito superiores s transaes a vista, e

    em muitos casos o que se observa que essa diferena de custo no

    repassada totalmente na forma de descontos para as vendas a vista, que em

    vrios casos auxilia na manuteno do benefcio ao cliente aumentando a

    competitividade da empresa no mercado. (BRAGA 1989, p. 114).

    Outro fator importante a ser observado nas operaes a prazo a

    necessidade lquida de capital de giro, pois para financiar o giro de seuestoque, e bancar o prazo concedido aos clientes, a empresa necessitar de

    dinheiro disponvel para quitar as compras, ou estender os prazos junto a seus

    fornecedores (HOJI 2001, p. 22).

    No caso do aumento do prazo com fornecedores, os custos de compra

    sero afetados de forma significativa, o que ir irradiar-se por todo o sistema

    econmico da empresa (BRAGA 1989, p. 114).

    Para um controle efetivo das contas a receber, o administrador financeiropode se valer o ndice de prazo mdio de recebimento, ou idade mdia das

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    contas a receber, que para Gitman (2004, p. 47), til nas avaliaes das

    polticas de crdito e cobrana.

    Com este ndice o administrador financeiro pode comparar o resultado do

    ndice com o prazo mdio concedido aos clientes, pois caso o ndice resulte em

    60 dias e o prazo mdio do perodo calculado 30 dias, significa que o setor de

    concesso de crdito ou de cobrana so ineficientes. Em contrapartida, se o

    ndice ficar igual ou abaixo do valor encontrado no ndice pode se assegurar da

    plena eficincia das funes na empresa (GITMAN 2004, p. 47).

    2.2.4. Despesas

    Despesa de maneira geral, pode ser definida e conceituada como em

    Iudcibus e Marion (2002, p. 175) como sendo o sacrifcio de ativos realizado

    em troca da obteno de Receitas, ou seja, a despesa nada mais do que um

    sacrifcio para a obteno da receita.

    As despesas podem facilmente confundir-se com as perdas, mas

    diferentemente destas, as despesas surgem das atividades normais da

    empresa, como custo das vendas ou de servios, salrios, depreciaes e etc.J as perdas so dispndios que, no surgem normalmente sem previso, e

    no tem ligao com a atividade das empresas. Como exemplo das perdas

    podemos citar gastos com desastres, como inundaes, fogo, etc. (IUDCIBUS

    E MARION, 2002 p.177).

    2.2.4.1. Despesas Fixas

    Despesas, ou custos fixos, so os gastos que operam sempre dentro das

    mesmas medidas, independente do volume de produo ou do faturamento.

    Pode-se citar como exemplos de despesas fixas, os gastos com alugueis,

    seguros, ordenados mensais (exceto comisses sobre venda) etc. Estes

    gastos, porm, no so permanentemente fixos, eles se alteram

    periodicamente, mas sua oscilao independe do volume produzido ou vendido

    (S E S, 1994 p. 127).

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    2.2.4.2. Despesas Variveis

    As despesas, ou custos variveis, oscilam em funo da produo ou do

    faturamento. Eles tem relao direta e so diretamente proporcional com o

    volume produzido, de forma que quando o volume aumenta a despesa sobe

    tambm. Podem ser consideradas despesas variveis, a mo de obra direta da

    produo, comisses sobre vendas, energia eltrica da fbrica etc (S E S,

    1994 p. 127).

    2.2.5. Tesouraria

    Como descrito por Hoji (2001, p. 22), a tesouraria uma das reas mais

    importantes em uma empresa, pois nela que transitam todos os recursos

    financeiros da empresa. A tesouraria no tem a finalidade da gerao de lucro

    em empresas no financeiras, mas pode contribuir com esse fim, viabilizando

    projetos, obtendo recursos aos melhores custos, maximizando a rentabilidade

    das aplicaes financeiras (HOJI, 2001, p. 137).

    So funes da tesouraria segundo Hoji (2001, p 137,138 e 139)

    PLANEJAMENTOFINANCEIRO

    Elaborar projeo de fluxo de caixa

    Analisar estrutura de capital e propor alternativas de financiamento

    Estabelecer poltica de aplicao financeira

    Estabelecer poltica de financiamento de capital de giro

    ADMINISTRAO DOFLUXO DE CAIXA

    Controlar os recursos disponveis em bancos e em caixa

    Elaborar e analisar a Demonstrao do Fluxo de Caixa Realizado

    Fazer a conciliao bancria

    Planejar e executar aes para suprir insuficincias de caixa

    Planejar e executar aes para maximizar as sobras de caixa

    Analisar alternativas de financiamento de capital de giro

    Analisar antecipaes de recebimentos e pagamentos

    NEGOCIAO ECONTROLE DEAPLICAESFINANCEIRAS

    Analisar os aspectos legais e financeiros das eplicaes financeiras

    Negociar e controlar as aplicaes financeiras

    Conceder limite de crdito para instituies financeiras

    Controlar e analisar a rentabilidade das aplicaes financeiras

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    NEGOCIAO ECONTROLE DE

    EMPRSTIMOS EFINANCIAMENTOS

    Analisar os aspectos legais e financeiros dos emprstimos efinanciamentos

    Negociar linhas de crdito com instituies financeiras

    Negociar e controlar emprstimos e financiamentos bancrios

    Negociar e controlar operaes de leasing

    Controlar e analisar os custos de emprstimos e financiamentos

    NEGOCIAO ECONTROLE DEGARANTIAS E

    SEGUROS

    Negociar linhas de crdito para fianas bancrias e seguros-garantia

    Controlar os instrumentos de garantia entregues a terceiros

    Negociar comisses de fianas bancrias e prmios de seguros

    Analisar, controlar e manter a guarda dos instrumentos de garantiarecebidos de fornecedores

    CRDITO ECOBRANA

    Analisar os cadastros dos clientes para concesso de crditos

    Cobrar e receber as duplicatas nos respectivos vencimentos

    Controlar as duplicatas em carteira e em cobrana bancria

    Controlar eventos financeiros contratuais

    Negociar renovao de crdito

    CONTAS A PAGAR

    Estabelecer polticas de pagamentos

    Controlar adiantamentos a fornecedores

    Controlar abatimentos e devolues de mercadorias

    Controlar cobranas bancrias e cobranas em carteira

    Liberar duplicatas para pagamento

    Quadro 1: Funes da tesouraria.Fonte: Hoji (2001, p 137,138 e 139).

    2.2.5.1. Fluxo de Caixa

    Talvez a principal ferramenta e a maior preocupao do administrador

    financeiro, o fluxo de caixa. nele que so geridas as finanas do dia-a-dia e

    tambm o planejamento do futuro financeiro das empresas, auxiliando o gestor

    com clareza para as tomadas de deciso (GITMAN 2004, p. 84).

    Conforme apresentado por Brighan, Gapenski e Ehrhardt (2001, p. 58), por

    mais que uma empresa apresente um resultado com um lucro lquido

    satisfatrio, nem sempre esse lucro lquido resulta em um bom saldo de caixa.

    O que acontece comumente, que o lucro lquido pode estar empregado em

    outras operaes, como investimentos em estoques, financiamento de contas a

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    receber, investimento em ativos fixos, reduzir endividamento, entre outros, e

    no necessariamente em integrar as disponibilidades.

    Dessa forma, o fluxo de caixa se torna primordial, pois atravs dele o

    administrador financeiro poder demonstrar as mudanas na posio de caixa

    da empresa, que so separadas em trs categorias, como apresenta ,

    Gapenski e Ehrhardt (2001, p. 58):

    1. Atividades operacionais, que incluem o lucro lquido, adepreciao e as mudanas em ativos e passivos circulantesoutros que no o caixa e as dvidas de curto prazo;

    2. Atividades de investimento, que incluem investimentos ouvendas de ativos de ativos fixos;

    3. Atividades de financiamento, que incluem levantar caixa pormeio da emisso de dvidas de curto prazo, dvidas de longoprazo ou aes. Alm disso, uma vez que os dividendos pagos eo caixa utilizado para a recompra de aes em circulao outtulos de dvida de longo prazo reduzem o caixa da empresa,tais transaes esto includas aqui.

    Um fluxo de caixa bem elaborado ajuda o administrador financeiro a

    responder perguntas como, a empresa est gerando caixa o suficiente para

    comprar os ativos adicionais necessrios para seu crescimento? Ou tambm,

    pode ser uma grande ferramenta para verificar o porqu de uma queda nocaixa de um perodo para outro, o que seria dificultoso e superficial sem todo o

    a relao explanadas de forma analtica (BRIGHAN, GAPENSKI e

    EHRHARDT, 2001 p. 58).

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    Fonte.P

    roposiodopesquisador.

    Tabela1:Exemplodeumfluxodecaix

    a.

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    2.2.5.2. Oramento e Planejamento Financeiro

    Atravs dos registros dos dados financeiros nos demonstrativos, o

    administrador poder verificar como est a sade da organizao naquele

    momento. De certa forma esse ato vlido, pois o responsvel poder

    visualizar se a empresa cresceu ou no, e os motivos do sucesso ou da falta

    dele.

    Contudo, verificar o passado pode tornar-se um problema, pois no h

    remdio para o que passou, e isso pode levar, em muitos casos, falncia ou a

    dificuldades extremas nas organizaes.

    Como forma de prevenir surpresas inconvenientes, os administradores se

    valem do planejamento financeiro, que segundo Gitman (2004, p. 92) ele

    oferece orientao para a direo, a coordenao e o controle das

    providncias tomadas pela organizao para que atinja seus objetivos. Ainda

    segundo o autor, podem ser citados como importantes planejamentos para o

    setor financeiro, o planejamento de caixa, que corresponde elaborao de um

    oramento de caixa, e o planejamento de resultados, que exige a elaborao

    de demonstraes projetadas.Os planejamentos do setor financeiro so divididos em duas vertentes que

    se complementam. Os planos financeiros de longo prazo, que lidam de forma

    mais estratgica que segundo Gitman (2004, p. 93) estipulam as medidas

    financeiras planejadas da empresa e o impacto esperado dessas medidas para

    perodos de dois a dez anos. Esses planejamentos so acompanhados e

    sofrem alteraes conforme novas informaes so disponibilizadas. O perodo

    de tempo varia de organizao para organizao, pois dependendo dos ciclosde produo, ou por incertezas de mercado, as empresas podem optar por

    planejamentos em um espao mais curto de tempo.

    J os planos financeiros de curto prazo, so mais focados nas operaes,

    normalmente elas contemplam a implantao dos objetivos de longo prazo, e

    para Gitman (2004, p 93), determinam as providncias financeiras de curto

    prazo e o impacto previsto dessas providncias. Normalmente esses

    planejamentos so delimitados por um perodo curto, de um a dois anos. Elesincluem dados bsicos, como previso de vendas e diversos dados

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    operacionais e financeiros. So gerados atravs do planejamento financeiro de

    curto prazo diversos oramentos operacionais, como o oramento de caixa e

    as demonstraes financeiras projetadas (Gitman, 2004 p. 93).

    Fluxograma do planejamento financeiro de curto prazo (operacional):

    Quadro 2: Fluxograma do planejamentoo financeiro de curto prazo.Fonte: Gitman (2004, p. 93).

    Uma das ferramentas utilizadas no planejamento financeiro, o

    Oramento de Caixa ou Planejamento de Caixa, que visa demonstrar as

    entradas e sadas de caixa de forma planejada da organizao. Sua utilizao

    se torna necessria para estimar suas necessidades de caixa no curto prazo,

    priorizando o planejamento do uso de supervits e a cobertura de deficits

    (GITMAN, 2004 p. 94).

    Segundo Gitman (2004, p. 94) o oramento de caixa, normalmente cobre

    o perodo de uma no, dividido em perodos menores. O tempo desses perodos

    varia de empresa para empresa, e dependem da sazonalidade e das incertezas

    do negcio. Quanto maiores estes fatores, menor ser o intervalo entre os

    perodos. No caso de organizaes com um elevado nvel de certeza ou

    estabilidade, comum a utilizao de perodos maiores de planejamento de

    caixa, normalmente em intervalos trimestrais ou at anuais.

    Previso deVendas

    Planos deProduo

    Demonstraode Resultados

    BalanoPatrimonial

    Perodo Corrente

    BalanoPatrimonial pr

    forma

    Oramentode Caixa

    Plano deFinanciamentode Longo Prazo

    Plano dedesembolsos

    para ativos fixos

    Informaes necessrias

    Produto para anlise

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    2.3 Demonstrativos Financeiros

    2.3.1 Balano Patrimonial

    O Balano Patrimonial como descrito em Velter e Missagia (2005, p. 501)

    a demonstrao financeira que tem por objetivo evidenciar a situao

    patrimonial da entidade em um dado momento. Ainda para os autores, nele

    que so evidenciados de forma ordenada os trs elementos principais que

    compe o patrimnio da empresa ativo, passivo e patrimnio liquido. Para

    Iudcibus e Marion (2002, p. 185 e 191) o Balano Patrimonial pode ser

    considerado como a demonstrao contbil destinada a evidenciar,

    quantitativamente e qualitativamente, numa determinada data, a posio

    patrimonial e financeira da Entidade, ou ainda a pea que retrata a posio

    das contas de uma entidade aps todos os lanamentos das operaes de um

    perodo terem sido feitos, quando todos os provisionamentos (depreciaes,

    devedores duvidosos, etc.), e ajustes, e depois da realizao do encerramento

    das contas de receita e despesa.

    Alm da questo legal, pois as empresas tm obrigatoriedade deapresentar ao final de cada perodo base seu balano patrimonial,

    principalmente as de sociedade annimas que alm de formalizar os registros

    necessitam publicar seu balano, e tambm outros demonstrativos, como o de

    lucros e prejuzos acumulados, de resultados do exerccio (DRE) e de origens e

    aplicaes de recursos (DOAR), (Lei das S.A. Art. 176), o balano patrimonial

    possibilita que o administrador verifique a real situao financeira, patrimonial e

    econmica da empresa, evidenciando ainda as variaes ocorridas no perodo.(VELTER E MISSAGIA, 2005 p. 502).

    A apresentao do balano patrimonial deve seguir as Normas Brasileiras

    de Contabilidade (Lei n 6.404/76), que regem o modelo padro para a

    confeco do demonstrativo. Essa padronizao permite que o leitor

    independente do interesse, acionista, fornecedor, instituio financeira, fisco,

    tenha uma interpretao facilitada e consiga elencar o grau de endividamento,

    os ndices de liquidez, retorno de investimento, giro de estoques, etc. (VELTERE MISSAGIA, 2005 p. 503).

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    Lei n 6.404/76,

    Art. 178. No balano, as contas sero classificadas segundo os

    elementos do patrimnio que registrem, e agrupadas de modo afacilitar o conhecimento e a anlise da situao financeira dacompanhia. 1 No ativo, as contas sero dispostas em ordem decrescente degrau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintesgrupos:

    I) ativo circulante;II) ativo no-circulante, composto por ativo realizvel a longo prazo,investimentos, imobilizado e intangvel.

    2 No passivo, as contas sero classificadas nos seguintes grupos:

    I) passivo circulante;II) passivo no-circulante; eIII) patrimnio lquido, dividido em capital social, reservas de capital,ajustes de avaliao patrimonial, reservas de lucros, aes emtesouraria e prejuzos acumulados.

    3 Os saldos devedores e credores que a companhia no tiverdireito de compensar sero classificados separadamente.

    Baseado na legislao transcrita acima pode-se chegar a um modelo de

    estrutura que pode ser encontrado com freqncia nas organizaes.

    MODELO DE BALANO PATRIMONIAL

    1. ATIVO 2. PASSIVO

    1.1 CIRCULANTE 2.1 CIRCULANTE1.1.1 DISPONIVEL

    1.1.2 DIREITOS REALIZVEIS 2.2 EXIGVEL A LONGO PRAZO1.1.3 DESPESAS DO EXERCCIO SEGUINTE

    2.3RESULTADO DE EXERCCIOSFUTUROS

    1.2 REALIZVEL A LONGO PRAZO

    2.4 PATRIMNIO LQUIDO1.3 PERMANENTE 2.4.1 CAPITAL SOCIAL1.3.1 INVESTIMENTOS (-) CAPITAL A INTEGRALIZAR1.3.2 IMOBILIZADO 2.4.2 RESERVAS DE CAPITAL

    1.3.3 DIFERIDO 2.4.3 RESERVAS DE LUCRO2.4.4 RESERVAS DE REAVALIAO

    2.4.5 LUCROS/PREJUZOS ACUMULADOSQuadro 3: Modelo de estrutura de Balano Patrimonial.Fonte:Velter e Missagia (2005, p. 504)

    Resumidamente, o ativo, engloba as aplicaes de recursos

    representadas por bens e direitos; o passivo compreende as origens de

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    recursos representadas por bens e direitos; e o patrimnio lquido enquadra os

    recursos prprios da organizao (IUDCIBUS E MARION, 2002 p. 191).

    Neste contexto, aps a reunio de todas as contas, o balano

    patrimonial ir apresentar pessoa responsvel pelas decises, importantes

    dados que ajudaro a evidenciar, a posio de liquidez e endividamento, a

    representatividade dos principais grupos patrimoniais (como exemplo, pode-se

    citar a comparao do Imobilizado com o Patrimnio Lquido, o Passivo

    Circulante com o Ativo Circulante, etc.), e ainda, pode ser um indicativo inicial

    de quanto se deve investir para ter uma empresa semelhante. Tambm, o

    administrador poder se valer de comparaes entre perodos passados da

    empresa, para evidenciar o crescimento ou no, e tambm relacionar suas

    contas com empresas concorrentes (IUDCIBUS E MARION, 2002 p. 187).

    2.3.2 Demonstrativo de Resultados do Exerccio

    O Demonstrativo de Resultados do Exerccio popularmente reconhecido

    por sua sigla DRE a principal demonstrao de fluxos de uma organizao,

    nele que so apuradas e comparadas as receitas e despesas da organizao

    em seu perodo contbil. Ele pode ser positivo, quando as receitas superam as

    despesa, negativo, quando as despesas superam as receitas, ou nulo, quando

    elas se equivalem (IUDCIBUS E MARION, 2002 p. 197).

    Para Velter e Missagia (2005, p. 435) o demonstrativo de resultado do

    exerccio, uma forma organizada de confrontar receitas com despesas para

    obter o resultado do perodo.

    Ainda segundo os autores Velter e Missagia (2005, p. 425 e 436), no

    DRE que so discriminadas:

    a receita bruta das vendas de mercadorias e servios; asdedues da receita (abatimentos, descontos, tributos sobrereceitas, e devolues);

    a receita liquida; o custo das mercadorias ou servios vendidos (CMV); o lucro bruto nas operaes com mercadorias e servios; as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas

    das receitas, as despesas gerais e administrativas e outrasdespesas operacionais.

    o lucro ou o prejuzo operacional lquido;

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    as receitas e despesas no operacionais e o saldo da conta decorreo monetria;

    o resultado do exerccio, antes do imposto de renda e dacontribuio social sobre o lucro, e as respectivas provises;

    as participaes de debntures, empregados, administradores epartes beneficirias, e as contribuies para instituies ou fundosde assistncia ou previdncia de empregados (DEAPF);

    o lucro ou prejuzo do exerccio e o seu montante por ao docapital social.

    DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DO EXERCCIO

    (+) RECEITA BRUTA DE VENDAS 100.000,00

    (-) DEDUES DE VENDAS -10.150,00

    Vendas Canceladas -6.500,00

    Descontos incondicionais -1.000,00

    Cofins -2.000,00

    PIS s/faturamento -650,00

    (=) RECEITA LQUIDA 89.850,00

    (-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV) -15.550,00

    (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO 74.300,00

    (-) VARIAO MONETRIA PASSIVA -1.500,00

    (-) DESPESAS FINANCEIRAS -450,00

    (+) RECEITAS FINANCEIRAS 3.000,00

    (-) DESPESAS DE VIAGENS -2.600,00

    (-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS -890,00

    (+) RECEITAS DE ALUGUEL 1.250,00

    (+) DIVIDENDOS DE PARTICIPAO ADQUIRIDA 1.300,00

    (=) LUCRO OPERACIONAL LQUIDO 74.410,00

    (+) RECEITAS NO OPERACIONAIS 4.000,00

    (-) DESPESAS NO OPERACIONAIS -990,00

    (=) LUCRO LQUIDO ANTES DA CSLL 77.420,00

    (-) CONTRIBUIO SOCIAL S/LUCRO -6.193,60

    (=) LUCRO LQUIDO ANTES DO IR 71.226,40

    (-) PROVISO P/ O IR -17.355,00

    (=) LUCRO LQUIDO DO EXERCCIO 53.871,40

    Tabela 2: Exemplo de Demonstrativo de Resultados do Exerccio.Fonte:Velter e Missagia (2005, p. 445)

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    O demonstrativo de resultado do exerccio, como descreve Iudcibus e

    Marion (2002, p. 201), observado o princpio de competncia, evidenciar a

    formao dos vrios nveis de resultados mediante confronto entre as receitas

    e os correspondentes custos e despesas.

    2.4 Anlise Financeira

    Como descrito de forma clara e objetiva por Junior, Rigo e Cherobim (2010,

    p. 76), a anlise das demonstraes financeiras o instrumento utilizado por

    acionistas, credores efetivos e potenciais e administradores da empresa para

    conhecer, atravs de ndices financeiros grandezas comparveis obtidas

    atravs de valores monetrios absolutos , a posio e a evoluo financeira

    da empresa. Ainda como descrevem os autores, aps a obteno dos ndices

    financeiros, a partir, principalmente, do balano patrimonial e do demonstrativo

    de resultados do exerccio, esses ndices so analisados e comparados com

    padres histricos (perodos passados, ou mesmo com objetivos projetados no

    processo de planejamento financeiro da prpria empresa) e setoriais

    (comparaes com a mdia do setor, com empresas do mesmo ramo deatividade).

    2.4.1 ndices de liquidez

    Os ndices de liquidez medem a capacidade da empresa saldas seus

    compromissos no curto prazo. Evidenciam a solvncia geral da empresa

    (JUNIOR, RIGO E CHEROBIM, 2010 p. 77). Estes ndices podem ser avaliadospelo critrio de quanto maior melhor, pois eles evidenciam o grau de solvncia

    em caso de encerramento total das atividades (BRAGA, 1989 p. 155). O ideal

    para evidenciar a sade da organizao, no caso de interpretao dos

    resultados obtidos atravs dos clculos, pode ser considerado que ndices

    maiores ou iguais a 1,0 so satisfatrios, pois, a cada R$1,00 de dvida a

    empresa dispe de R$1,00 para sald-las,

    Os ndices de liquidez podem ser, dependendo da finalidade da anlise,abordados de formas distintas, conforme apresentadas abaixo:

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    ndices de Liquidez Corrente (ILC)

    ILC = ativo circulante

    passivo circulante

    O ndice de liquidez corrente o mais conhecido, mas pode se tornar

    uma armadilha, como descreve Braga (1989, p. 156), ao relacionar o ativo

    circulante com o passivo circulante, pode-se deixar de lado uma srie de

    fatores relevantes ao seu contexto. Em um ativo alto, pode conter uma

    incidncia de estoques de giro muito lento, duplicatas com um prazo muito

    estendido ou de difcil cobrana. Em contrapartida o passivo pode conter

    dvidas a vencer com um prazo curto, e dessa forma transformar uma empresa

    com liquidez corrente de 2,0 pior que uma empresa com 1,0 deste mesmo

    ndice.

    ndices de Liquidez Seca (ILS)

    ILC = ativo circulante estoques

    passivo circulante

    Este ndice relaciona o ativo circulante com o passivo circulante, porm

    subtraindo-se os estoques. Dessa forma, sobram no ativo valores de maior

    liquidez, como duplicatas e outras contas a receber em curto prazo, as

    aplicaes financeiras e as prprias disponibilidades. Essa subtrao dos

    estoques torna esse ndice mais rigoroso quanto sua capacidade de solvncia

    (BRAGA, 1898 p. 156).

    ndice de Liquidez Imediata (ILI)

    ILI = disponibilidades + aplicaes financeiras

    passivo circulante

    O ndice de liquidez imediata o indicador mais claro, pois considera

    somente os valores realmente disponveis (caixa, bancos, aplicaes

    financeiras) para a quitao de obrigaes no curto prazo. (PADOVEZE, 2004p. 213).

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    ndice de Liquidez Geral (ILG)

    ILG = ativo circulante + realizvel a longo prazo

    passivo circulante + exigvel a longo prazo

    Da mesma forma que os ndices anteriores, o ndice de liquidez geral

    tem por objetivo verificar a solvncia da empresa, porm relacionando agora

    todos os saldos a receber e a realizar, com todos os valores a pagar,

    considerando o curto e longo prazo (PADOVEZE, 2004 p. 213).

    2.4.2 ndice de endividamento

    IE = passivo circulante + exigvel a longo prazo

    Patrimnio liquido

    Como consta em Padoveze (2004, p.214), este ndice demonstra a

    estrutura de financiamento da empresa. Ele reflete as polticas de alavancagem

    financeira da empresa e financiamento do capital de giro. Ele pode ser utilizadopor credores como parmetro de garantia, pois retrata o quanto a empresa tem

    de capital prprio para garantir as dvidas contratadas para giro e

    financiamentos.

    Neste ndice pode-se identificar como bom resultado valores abaixo de

    1,00, pois isto demonstra que a empresa possui capital prprio maios do que

    as dividas contradas, e o contrrio pode indicar endividamento maior do que o

    patrimnio da empresa.

    2.4.3 ndices de atividade

    Os indicadores de atividade procuram evidenciar como est a operao

    da empresa. Eles refletem as polticas administrativas de fluxo de caixa e a

    capacidade da organizao da continuidade do fluxo de atividades

    operacionais. Estes indicadores buscam tambm evidenciar a produtividadedos ativos da companhia.

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    Prazo mdio de recebimento (Anual)

    = duplicatas a receber x 360 dias

    receita operacional bruta

    Prazo mdio de recebimento (Mensal)

    = duplicatas a receber x 30 dias

    mdia da receita operacional bruta (ltimos 3 meses)

    Este indicador objetiva evidenciar qual o tempo mdio que a empresa

    leva para receber suas vendas dirias, ou seja, as vendas de hoje sero

    recebidas no caixa em x dias. No caso do clculo mensal, os dados so mais

    recentes e tendem a ser mais precisos, pois as variaes traduzem um curto

    espao de tempo (PADOVEZE, 2004 p. 215).

    Prazo mdio de pagamento

    = duplicatas a pagar x 360 dias

    compras brutas (materiais e servios)

    O prazo mdio de pagamento demonstra o tempo mdio que a empresa

    leva para quitar suas obrigaes com seus fornecedores de materiais e

    servios. Normalmente neste caso a empresa torna-se dependente dos prazos

    conquistados em negociaes com seus fornecedores (PADOVEZE, 2004 p.

    217).

    Giro de estoque= custo dos produtos vendidos

    estoques totais

    Giro de estoque em dias

    = 360 dias

    giro de estoques

    Por sua vez, o indicador de giro do estoque mostra a velocidade que o

    estoque leva para transformar-se em vendas (PADOVEZE, 2004 p. 218).

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    Ciclo Operacional

    = prazo mdio de recebimento (+) prazo mdio de estocagem

    O ciclo operacional identifica a quantidade de dias em que se

    desenvolve o processo produtivo (fabricao), comercial (venda) e financeiro

    (recebimento) de seus produtos. (PADOVEZE, 2004 p. 218).

    Ciclo Financeiro

    = ciclo operacional (-) prazo mdio de pagamento

    O ciclo financeiro, como complemento do ciclo operacional, o tempo do

    processo produtivo deduzindo-se o prazo que a empresa ter para pagar suas

    obrigaes. (PADOVEZE, 2004 p. 219).

    Para Padoveze (2005, p.219) como regra geral tanto para o ciclo

    operacional quanto para o ciclo financeiro, o menor ciclo pode ser considerado

    o ideal.

    Giro do ativo

    = receita operacional lquida

    ativo total

    Este indicador revela a velocidade que o investimento total na

    organizao leva para ser transformado em volume de vendas. Ele deve

    demonstrar o quanto de vendas foi gerado pelo total aplicado no ativo no

    perodo. (PADOVEZE, 2004 p. 220).

    2.4.4 Indicadores de Rentabilidade

    Os ndices de rentabilidade nada mais so do que a co-relao entre os

    resultados obtidos (lucros ou prejuzos) com as contas do balano patrimonial.

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    Rentabilidade do ativo total

    = Lucro lquido aps IR x100

    ativo total

    Rentabilidade do ativo operacional

    = Lucro operacional lquido x100

    ativo total

    Rentabilidade do patrimnio lquido

    = Lucro lquido aps IR x100

    patrimnio lquido final

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    3 RESULTADOS E DISCUSSES

    No referencial terico foram apresentados alguns dos principais

    instrumentos de registros financeiros, demonstrativos financeiros e

    instrumentos de anlise utilizados amplamente na administrao financeira das

    organizaes. O presente estudo buscou evidenciar os instrumentos de

    controle, os demonstrativos e as anlises financeiras que podem ser

    encontrados com maior freqncia nas obras bibliogrficas da rea.

    Com o objetivo de relacionar as informaes disponveis em diferentes

    fontes, foram comparados os principais indicadores utilizados pelas empresas

    elencados pela reviso realizada neste trabalho, com um estudo desenvolvido

    pelo SEBRAE/MG e tambm com artigos cientficos publicados em revistas

    especializadas. Destaca-se que o SEBRAE uma instituio de apoio s

    micro e pequenas empresas, que se torna referncia pelo seu trabalho e

    estudos desenvolvidos com intuito de auxiliar o crescimento dos negcios no

    pas.

    Abaixo ser apresentado de forma grfica (quadro 5) o estudo comparativo

    entre as informaes. Nas trs colunas esto apresentados os dados coletadosde forma a evidenciar e verificar se o trabalho condiz com a realidade.

    Instrumentos

    Financeiros

    ReferencialTerico SEBRAE Artigos Cientficos

    FaturamentoEstoquesContas a ReceberDespesasFluxo de Caixa

    PlanejamentoFinanceiro eOramento

    Controle de BancosDirio de VendasControle de Contas aReceberControle de Contas a

    PagarControle de DespesasControle de EstoquesDirio de VendasFluxo de CaixaPreviso de Compras eVendas

    Controle de EstoquesControle de Caixa eBancosControle de Contas aReceber

    Controle de Contas aPagarFluxo de Caixa

    DemonstrativosFinanceiros

    Balano PatrimonialDemonstrativo deResultados doExerccio

    Apurao Mensal deResultadoNecessidade de Capital deGiro

    Balano PatrimonialDemonstrativo deResultados do ExerccioDemonstrao de Lucrose Prejuzos AcumuladosDemonstrativo das

    Origens e Aplicaes deRecursos.

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    AnliseFinanceira

    ndices de Liquidezndices deEndividamentondices de Atividadendices deRentabilidade

    Prazo Mdio deRecebimentoPrazo Mdio deEstocagemPrazo Mdio dePagamento

    ndices de Estrutura deCapitalndices de Rentabilidadendices de Alavancagemndices de Liquidezndices Operacionais

    Quadro 4: Quadro comparativa de informaes.Fonte: Proposio do pesquisador

    Como forma de entrada de dados ou registros, foi abordado no presente

    trabalho, o faturamento, controles de estoque, contas a receber, controle de

    despesas, e fluxo de caixa, oramento e planejamento financeiro.

    J o estudo desenvolvido pelo Sebrae/MG (2005), indica como

    necessidade bsica em uma organizao, registros dirios de caixa, controlesbancrios, dirios de vendas, controles de contas a receber e a pagar, registro

    de despesas, controle de estoques, fluxo de caixa e previso de compras e

    vendas.

    Por sua vez, um dos artigos estudados Pessi et all (2010), descreve como

    registros importantes, provenientes do controle de caixa e bancos, contas a

    receber, contas a pagar e controle de estoques e fluxo de caixa.

    Nos demonstrativos financeiros, o estudo bibliogrfico elencou os doisdemonstrativos mais comuns a toda organizao, o demonstrativo de

    resultados do exerccio, e o balano patrimonial.

    No manual apresentado pelo Sebrae/MG (2005) foi apresentado como

    demonstrativo necessrio para uma boa administrao dos recursos

    financeiros, a apurao mensal de resultado, e o clculo da necessidade de

    capital de giro.

    Outro artigo cientfico explorado, Ponte e Oliveira (2004) apresentam como

    demonstrativos importantes e que so encontrados e apresentados na maioria

    das empresas brasileiras, o balano patrimonial, demonstrativo de resultados

    do exerccio, as demonstraes de lucros e prejuzos acumulados, e as

    demonstraes de origens e aplicao de recursos. Ainda neste artigo as

    autoras complementam que muitas vezes as informaes nestes

    demonstrativos so incompletos ou tornam-se de difcil interpretao, e dessa

    forma, interessante que a gesto financeira demonstre quadros

    suplementares e tabelas podem ser utilizados para detalhar e complementar as

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    informaes registradas nas demonstraes contbeis, e, geralmente, so

    includos nas Notas Explicativas ou em seo subseqente (PONTE E

    OLIVEIRA, 2004 p.10).

    Finalmente, no quesito anlise financeira, os autores investigados

    evidenciam em sua maioria os ndices de liquidez, de endividamento, de

    atividade e de rentabilidade.

    Para o Sebrae/MG podem ser descritos como de importncia bsica, os

    prazos mdios de recebimento, de estocagem, e de pagamento.

    J para Bezerra e Corrar (2006), em seu artigo que realizou uma analise

    utilizando-se ndices financeiros em empresas de seguros, demonstram como

    importantes para analise de empresas os ndices de estrutura de capital,

    ndices de rentabilidade, ndices de alavancagem, ndices de liquidez e ndices

    operacionais.

    Como demonstrado no quadro 5 as informaes confrontadas resultantes

    da pesquisa bibliogrfica, de certa forma se equivalem ou tem certa

    semelhana com as informaes levantadas nos outros estudos. Pode-se

    perceber essa semelhana, no primeiro tpico (Instrumentos Financeiros), foi

    encontrado em ambos os trabalhos, presente pesquisa bibliogrfica, manualSEBRAE/MG e artigo cientfico supracitado, que de vital importncia para

    assegurar um bom controle financeiro, os controles de estoques, contas a

    receber e fluxo de caixa. Por conseguinte, no tpico Demonstrativos

    Financeiros, foram evidenciados em todos os trabalhos, o demonstrativo de

    resultados do exerccio, e apesar de no aparecer no trabalho do SEBRAE/MG

    o balano patrimonial, presente neste referencial, apontado tambm no artigo

    de Ponte e Oliveira (2004).Por fim, no quadro de Anlise Financeira, esto presentes no trabalho e no

    artigo de Bezerra e Corrar (2006), os ndices de liquidez, ndices de

    rentabilidade, ndices de atividade ou operacionais e ndices de endividamento

    ou alavancagem. No trabalho desenvolvido pelo SEBRAE/MG foram

    evidenciados apenas os ndices de atividade, demonstrados mais

    especificamente pelo prazo mdio de recebimento, estocagem e pagamento.

    De maneira geral podemos concluir que atravs dessa co-relaoapresentada no quadro 5, o trabalho cumpriu com o seu papel ao evidenciar

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    atravs do estudo bibliogrfico, as principais ferramentas para registros e

    controles financeiros, que organizam, e geram subsdios ntegros e corretos

    para a gesto. Tambm, a evidenciao dos demonstrativos financeiros, que

    so importantssimos para organizar de forma clara e grfica os dados e

    informaes financeiras, que fornecero os nmeros necessrios para a

    realizao das analises financeiras, evidenciando assim, com clareza e de

    forma fidedigna a situao atual das organizaes. Outro grande resultado

    possvel atravs das ferramentas abordadas, a disponibilizao de

    informaes que sero vitais para um planejamento financeiro pois analisando-

    se o passado possvel verificar de forma precisa a situao, mas muitas

    vezes essa constatao pode ser tardia, e um planejamento futuro pode

    identificar as melhores alternativas para o sucesso empresarial.

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    4 CONSIDERAES FINAIS

    Nas empresas atuais, a questo monetria a pea fundamental para suaexistncia, sem as receitas, e principalmente os lucros, elas esto fadadas ao

    fracasso, pois perdem o motivo que justifica o investimento de seus scios.

    Dessa forma, toda a organizao necessita de muito controle para suas

    informaes, pois elas serviro de subsdios principais no momento da tomada

    de deciso, na avaliao do que fazer, e de onde investir, sempre objetivando a

    competitividade e um bom espao no mercado, sobre tudo no atendimento

    pleno de suas metas e objetivos.

    Contudo, devido grande competitividade e ao aumento significativo no

    nmero de informaes existentes no mercado, existe sempre a necessidade

    da busca pela excelncia, e por melhores formas de administrar, e foram essas

    necessidades que despertaram a idia de desenvolver um estudo para abordar

    formas de demonstrar quais so os dados e ferramentas de maior importncia

    para uma adequada administrao dos recursos financeiros na organizao, e

    o que eles podem trazer para enriquecer e tornar mais seguro e correto o

    trabalho do administrador financeiro, que tem seu papel evidenciado cada dia

    mais nas organizaes.

    Foram identificados os instrumentos de controle e registro de informaes

    financeiras de maior relevncia. Como o faturamento, que so os registros

    peridicos das vendas de uma empresa. Os registros de estoques, que

    possibilitaram sua administrao e controle, pois influenciam de forma

    significativa o ativo das empresas, e se no forem adequados podem provocar

    elevados custos financeiros e despesa operacionais. As contas a receber, que

    renem as informaes sobre vendas a prazo a clientes, e representam um

    ativo de grande liquidez nas empresas, pois podem ser facilmente

    transformadas em saldo de caixa, atravs de descontos ou tambm podem

    servir como garantias para emprstimos. As despesas, onde so registrados

    todos os sacrifcios monetrios realizados na obteno da receita. O Fluxo de

    caixa que planeja as necessidades de caixa e tambm gere as movimentaes

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    dirias das organizaes. O oramento e planejamento financeiro, que por sua

    vez, fornece uma orientao para a direo das empresas.

    Outro ponto identificado na pesquisa, foi a identificao dos demonstrativos

    financeiros que mais comumente so utilizados nas organizaes, que iro

    organizar e apresentar de forma organizada e grfica, facilitando o

    entendimento por parte dos gestores. Os demonstrativos apresentados foram o

    balano patrimonial, que apresenta a situao do patrimnio da empresa, suas

    fontes de recursos, e onde eles so aplicados. Tambm o demonstrativo de

    resultados do exerccio, que a expresso dos registros das receitas e despesas

    da empresa em um perodo.

    O estudo buscou tambm, apresentar alguns dos principais ndices

    financeiros que revelam, atravs do cruzamento das informaes registradas e

    apresentadas graficamente nos demonstrativos, o posicionamento financeiro

    da organizao.

    Por fim, efetuou-se um cruzamento das informaes abordadas na pesquisa

    bibliogrfica, com artigos publicados em revistas especializadas, e um manual

    desenvolvido pela instituio SEBRAE/MG. O resultado desse relacionamento

    de informaes, foi que os dados que a pesquisa bibliogrfica reuniu, seequivalem parcial ou totalmente, corroborando com a idia que as informaes

    descritas no estudo identificam uma forma adequada de registrar, demonstrar e

    analisar as informaes provenientes da movimentao monetria das

    organizaes.

    Pode-se perceber, dessa forma, que o estudo cumpriu com seu propsito, e

    pode ser utilizado como um referencial que ir guiar a pessoa interessada na

    estruturao de um setor financeiro, apontando o que mais importante efacilitando substancialmente o trabalho de organizao e implementao.

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