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Prof. Dr. José Ângelo Ferreira APOSTILA DE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

Administração da Produção

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Page 1: Administração da Produção

 

P r o f .   D r .     J o s é   Â n g e l o   F e r r e i r a  

 

   

APOSTILA  DE  ADMINISTRAÇÃO  DA  PRODUÇÃO  

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APRESENTAÇAO  

Apresentação  

Caro   aluno!   Iremos   trabalhar   os   conceitos   básicos     da   Administração   da   Produção.  Onde   teremos   a   oportunidade  de   estudar   os   seguintes   tópicos   que   compõe   a   nossa  ementa:   Fundamentos   de   produção   e   operações.   O   papel   estratégico   da   produção.  Projetos   de   produção.   Natureza   de   planejamento   e   controle.   Planejamento   e  Programação   da   produção   e   operações.   Planejamento   Mestre   da   Produção   (PMP).  Controle  da  produção  e  operações.  Princípios,   técnicas  e   ferramentas  de  controle  da  produção.  O  Princípio  das  Restrições.  Para   facilitar   o   desenvolvimento   da   disciplina   o   conteúdo   está   dividido   em   duas  Unidades,   sendo   Unidade   1   –   Fundamentos   da   Produção   2   –   Planejamento,  Programação  e  Controle  da  Produção.    .    

Objetivos  

Levar  o  aluno  a  conhecer  os  fundamentos  e  princípios  de  planejamento  e  controle  da  produção,  Compreender  a  estrutura  do  Planejamento  Mestre  da  Produção  bem  como  conhecer  as  ferramentas  dos  sistemas  de  controle  aplicados  a  produção.  

Conteúdo  Programático  

 UNIDADE  1  –  Fundamentos  da  Produção:    • Histórico  da  Administração  da  Produção  • Conceito  de  Administração  • Conceito  de  Administração  da  Produção  

UNIDADE  2  –  Planejamento,  Programação  e  Controle  da  Produção:    • Sistemas  de  Produção  • Arranjo  Físico  ou  Layout  • Planejamento  e  Controle  da  Produção  • Princípio  das  Restrições

Metodologia  de  Ensino  

Na   unidade   utilizaremos   todos   os   recursos   necessários   e   disponíveis   para   o  desenvolvimento  da  discussão  do  conteúdo,  sendo  assim,  faremos  uso  de:  

• Textos  da  própria  aula  e  de  outros  sites  que  possam  contribuir  para  a  discussão;  • Vídeos  que  podem  esclarecer  ou  aprofundar  determinados  conteúdos;  

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• Fóruns  para  discussão  de  tópicos  onde  seja  possível  a  troca  de   ideias  e  conteúdos  entre  os  discentes  e  o  docente;  

• Avaliações  virtuais  onde  será  realizada  a  verificação  do  aprendizado;  

Entre   outros   recursos   que   poderão   ser   utilizados   visando   maior   entendimento   da  matéria.  

Habilidade  e  Competência  esperada  ao  final  das  unidades  

COMPETÊNCIAS:  Conhecer   a   filosofia,   os   princípios   e   as   técnicas   do   planejamento   e  controle  da  produção.  

HABILIDADES:   Planejar,   analisar   e   raciocinar   de   forma   lógica,   crítica   e   analítica   nas  decisões,  negociações  e  nas  relações  interpessoais.

 

 

CURSO: MBA EM LOGISTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS Disciplina: Planejamento e Controle da Produção

Prezado aluno, seja bem vindo a nossa Web Aula!

Docente: Prof. Dr. José Ângelo Ferreira

DESEJO A TODOS UM ÓTIMO ESTUDO!

Sou o Prof. José Ângelo, formado em Administração pelo MCC New Jersey- EUA, com mestrado em Engenharia da Produção, Doutorado em Educação e uma experiência de 30 anos de atuação na área de Produção e Logística.

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1. HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÁO DA PRODUÇÃO

A industrialização já acontecia desde a pré história quando o homem polia a pedra para transformá-la em armas e ferramentas, porém foi o artesão, o primeiro a produzir organizadamente. Com a Revolução Industrial surgida na Inglaterra no século XVIII que transformou a face do mundo, o artesão foi sendo substituído pela indústria.

Com a utilização das máquinas, houve uma grande mudança na forma como os produtos eram fabricados (MARTINS; LAUGENI, 2005, p.35):

A Revolução Industrial marca o inicio da produção industrial

moderna, através da utilização intensiva de máquinas e proliferação de fábricas, transformando a Inglaterra numa grande potência econômica, entretanto, as técnicas de Administração que predominaram por quase todo o século XX foram desenvolvidas nos Estados Unidos e de lá difundidas para outros países (HITZMAN, 2004).

UNIDADE I

FUNDAMENTOS DA PRODUÇÃO

 

 

 

 

• Padronização dos produtos e seus processos de fabricação;

• Treinamento e habilitação da mão-de-obra direta;

• Criação e desenvolvimento dos quadros de gerentes e de supervisão;

• Desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle financeiro e de produção;

• Desenvolvimento de técnicas de vendas.

Frederick W. Taylor Fonte: Cruz (2007)

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Segundo Moreira (2004), a chamada produção em massa foi e continua sendo a marca registrada dos Estados Unidos e símbolo do seu poderio industrial.   A busca de desenvolver meios de utilizar a capacidade de produção para satisfazer os mercados de então, levou engenheiros, executivos e pesquisadores a desenvolver o método e a filosofia da Administração Científica, cujo maior expoente foi Frederick Taylor, um esforçado engenheiro a serviço da máquina produtiva americana que pregava a aplicação de racionalidade e métodos científicos na administração do trabalho nas fábricas.

Já em 1913, a produção em massa podia ser observada na fabrica de automóveis da Ford, que introduziu em seu processo de fabricação a concepção linha de montagem, inspirada nos princípios da Administração Científica (MOREIRA, 2004). A produção em massa trouxe um grande ganho de produtividade e qualidade para as empresas, visto que, em função da padronização de processos e da aplicação de técnicas de controle estatístico de qualidade. foi possível obter produtos uniformes e em escala. Este conceito e as técnicas dele decorrentes foram predominantes nas fabricas até a década de 60, quando surgiram novas técnicas de produção como o just-in-time, as células de produção entre outras (SLACK, 2002).

A produção em massa trouxe um grande ganho de produtividade e qualidade para as empresas, visto que, em função da padronização de processos e da aplicação de técnicas de controle estatístico de qualidade. foi possível obter produtos uniformes e em escala. Este conceito e as técnicas dele decorrentes foram predominantes nas fabricas até a década de 60, quando surgiram novas técnicas de produção como o just-in-time, as células de produção entre outras (SLACK, 2002).

Figura 2 - Linha de Montagem da Ford

QUER SABER MAIS SOBRE A ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA DE FREDERICK TAYLOR E SUA

REPERCUSSÃO??? Assista ao Vídeo acessando o link:

http://www.youtube.com/watch?v=USd57bNrm4o

.

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 Fonte: Wikipedia Commons (2012).

 

Na década de 70, segundo Moreira (2004), a Administração da Produção adquiriu uma posição de destaque na empresa industrial moderna tanto nos Estados Unidos como a nível mundial. Muitos fatores contribuíram para esta situação, podendo citar em particular, o declínio da produtividade norte-americana e o crescimento de algumas potências nesses aspectos, como a Alemanha e notadamente o Japão.

Neste processo de modernização dos sistemas de produção, desponta a figura do consumidor e a busca pela sua satisfação, levando as empresas à busca incessante pela qualidade e produtividade através de novas técnicas de produção e são tamanhas as exigências do consumidor que as empresas caminham hoje para a personalização do produto, ou seja, para a produção customizada, um retorno ao artesanato, porem sem a figura do artesão Slack(2002).

QUER SABER COMO ERA A LINHA DE MONTAGEM DOS PRIMEIROS VEICULOS DA

FORD??? Assista o vídeo acessando o link:

http://www.youtube.com/watch?v=S4KrIMZpwCY

2

COMPARE AGORA COM A MODERNA LINHA DE MONTAGEM DO FORD FIESTA (2012).

Assista o vídeo acessando o link:: http://www.youtube.com/watch?v=6LQTgAv50-M

1

C

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2 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

2.1 Conceito de Administração Segundo Chiavenato (2000, p.14) a palavra administração tem origem no latim e significa:

Para Santana (2009, p.4) “[...] a administração tem como tarefa, interpretar os objetivos propostos pela empresa e transformá-los em ação empresarial através do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados, em todas as áreas e em todos os níveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos.

Stoner & Freeman (2011, p. 9), conceitua administração como “[...] o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos”.

2.2 Conceito de Administração da Produção

Para Moreira (2004) a Administração da Produção são aquelas atividades voltadas para a produção de um item ou para a prestação de um serviço. É o processo de tomada de decisões em relação aos recursos produtivos e suas formas de utilizá-los administrativamente, objetivando melhores resultados.

Ad = (direção para, tendência, junto de)

Minister = Comparativo de inferioridade, o sufixo ter (subordinação e obediência) aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem. Função que se desenvolve sob o comando de outro, um serviço que se presta a outro.

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Slack (1999, p.25), ensina que a “Administração da Produção trata da maneira pela qual as organizações produzem bens e serviços. Tudo o que você veste, come, sente em cima, usa, lê ou usa na prática de esportes chega a você graças aos gerentes de produção que organizaram sua produção.”

Completa Santana (2009, p.5) que “[...] a partir de uma perspectiva operacional, a administração da produção pode ser vista como um conjunto de componentes, cuja função está concentrada na conversão de um número de insumos em algum resultado desejado. Essa conversão é denominada processo de transformação, que costuma ser tratado como núcleo técnico, especialmente em organizações de manufatura. Um componente pode ser uma máquina, uma pessoa, uma ferramenta, ou um sistema gerencial. Um insumo pode ser uma matéria-prima, uma pessoa ou um produto acabado de outro processo”.

 

Figura 3 - Sistemas de Produção

 Fonte: O autor (2012).

Conclui-se segundo Slack (2002) que a Administração da

Produção, é a gestão do processo que transforma insumos (matérias-primas e mão-de-obra) em produtos acabados e serviços.

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Faz-se entretanto, necessário separar a Administração na Produção da Administração da Produção:

Segundo Davis et al. (2001, p. 67), a Administração da Produção (AP) passa por um crescente reconhecimento por diversas razões, como vemos a seguir:

A aplicação da Administração da Produção e a operações de serviços: segundo Theodore Levitt, da Harvard Business School, muitos conceitos que haviam sido previamente desenvolvidos para a manufatura podem, na verdade, ser aplicados a operações de serviços. Tais conceitos podem ser vistos nos estabelecimentos de fast-food McDonald’s (onde hambúrgueres são preparados em lotes de 12 por vez), ente outras empresas.

A Administração na produção se preocupa com a transformação das matérias em produtos acabados, utilizando o controle, a análise de custo, do tempo, análise do recurso humano e análise de qualidade. Resumindo, é parte integrante da administração da produção. (MARQUES, 2012)

A ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO É O TRABALHO

REALIZADO DENTRO DESTE SISTEMA ORGANIZACIONAL AGLOMERANDO A ADMINISTRAÇÃO DO SERVIÇO,

PRODUÇÃO DE ATENDIMENTO ETC.

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Expansão dos conceitos de AP para outras funções: muitas das ferramentas e dos conceitos que são amplamente usados na função produção também têm aplicação nas outras áreas funcionais de uma organização, tais como marketing, finanças, recursos humanos, contabilidade, etc. A contratação de pessoal em recursos humanos é um processo, assim como o é o projeto de um novo produto na engenharia e a concepção de um novo produto pelo marketing.

A compreensão de que a função da AP pode agregar valor ao produto final: através da qualidade, velocidade da entrega e flexibilidade. O novo paradigma da função produção é ser proativo no processo corporativo de tomada de decisões, e maximizar o valor agregado aos bens e aos serviços que são fornecidos na forma em que melhor atenderem às necessidades específicas de seus clientes.

Uma definição expandida da qualidade: organizações bem sucedidas agora reconhecem que a qualidade não está mais limitada a produção, sendo importante em todas as áreas funcionais, por toda a organização.

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Ainda segundo Davis et al. (2001), a competição em escala

mundial, que transforma o mundo em uma aldeia global, deixam os mercados vulneráveis, como exemplo podemos observar, que nos Estados Unidos na década de 60 apenas 7% das empresas eram expostas a concorrência de empresas estrangeiras, já no final da década de 70, esse número passava de 70%, soma-se a isto o crescente empoderamento do cliente que busca produtos cada vez mais customizados.

Se no passado as empresas viam a manufatura com uma função interna, protegida do ambiente externo para não sofrer influências que perturbassem o processo de transformação, hoje as organizações, segundo Davis et al. (2001), reconhecem a vantagem competitiva do não isolamento do processo de transformação, incentivando tanto fornecedores quanto clientes a visitarem o piso de fábrica, conhecendo e participando da fabricação dos produtos

Para fazer frente a esta nova filosofia produtiva, a Administração da Produção deve fazer uso dos avanços na tecnologia da informação, que permitem a empresa conhecer as características e necessidades individuais dos clientes, capacitando assim seu recurso humano, investindo em tecnologia de projeto e processo, para produzir itens que satisfaçam as necessidades dos seus clientes (DAVIS, 2001).

2.3 A Função Produção

A Administração da Produção pode ser conceituada, segundo Januzzi (2011), como o “conjunto ordenado das atividades, decisões e responsabilidades das pessoas que administram a transformação e entrega dos produtos e serviços resultantes das operações produtivas” (JANUZZI, 2011, p. 4).

A Função Produção representa na organização, a reunião de recursos destinados à produção de seus bens e serviços. Ela é considerada, segundo Januzzi (2011), uma das funções centrais de qualquer negócio, variando sua gama de responsabilidades dentro das empresas, mas geralmente justapondo-se, até certo ponto, a outras funções. Este posicionamento varia de acordo com o tamanho da empresa e também, conforme o segmento de negócios dela. Portanto a função produção na

PARA SABER MAIS SOBRE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

Assista o vídeo acessando o link: http://www.youtube.com/watch?v=z5cSJHhYGt4

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organização representa a reunião e gestão dos recursos destinados à produção de seus bens e serviços.

Qualquer organização possui uma função produção porque produz algum tipo de bem e/ou serviço. Entretanto, nem todos os tipos de organização, necessariamente, denominam a função produção por esse nome. Vamos citar alguns exemplos da função produção em diferentes segmentos de negócios (JANUZZI, 2011, p. 4):

• Em um hospital, por exemplo, a função produção é geralmente exercida pelo gerente administrativo que tem a responsabilidade de administrar todas as operações e processos que envolvem o dia-a-dia do hospital, bem como administrar as compras e suprimento de todos os recursos e insumos.

• Dentro de uma transportadora, a função produção pode ser identificada como gerencia de operações, tráfego ou mesmo administrativa. O importante é que o responsável por esta função tem a incumbência de manter a frota de veículos em bom estado além de administrar toda a movimentação de mercadorias dentro das dependências da empresa.

• Em uma distribuidora ou atacadista de produtos, a função produção tem a incumbência de administrar o estoque, o diligenciamento, recebimento, armazenamento, distribuição interna e entrega dos produtos.

• Em um restaurante, a função produção gerencia os processos produtivos dos alimentos e atendimento aos clientes, tanto no restaurante como fora dele, no caso de entregas, além de garantir o suprimento dos insumos (alimentos e bebidas).

• Até em uma empresa de serviços pela internet pode-se identificar a função produção. Neste ambiente o profissional deve manter os equipamentos e softwares em bom estado de funcionamento controlando a sua manutenção e suprimento de insumos, bem como providenciar e administrar os processos de implantação de sites, compras, vendas, recebimentos e entregas de produtos.

Como você pode ver, em todos os segmentos de negócios, pode-se identificar a função produção exercida por um ou mais cargos na empresa. O importante é perceber que suas atribuições e responsabilidades são de grande importância, assumindo uma posição central na empresa, ao lado das demais funções centrais como Marketing, Finanças e Pesquisa & Desenvolvimento. Por este motivo, a administração da produção deve ser exercida por profissionais competentes e preparados para a função para garantir um bom desempenho da empresa como um todo.

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3 SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Para melhor compreensão do ambiente onde atua a Administração da produção, faz-se necessário conhecer os Sistemas de Produção e o Arranjo Físico industrial.

São varias as classificações quem podem ser utilizadas nos sistemas produtivos. Em relação a produtos, a divisão se dá em duas classes:

Januzzi (2011) ressalta que em um ambiente altamente

competitivo, os competidores costumam agregar cada vez mais valor aos seus produtos oferecendo pacotes constituídos de bens e serviços a ponto de, algumas vezes, ficarmos em dúvida se estamos comprando um bem material com serviço agregado ou vice-versa. De qualquer forma, segundo Januzzi (2011), todos dos pacotes de produtos, variam em dimensão e volume do valor agregado, se posicionando dentro do seguinte espectro de tangibilidade, conforme mostrado na figura 1 abaixo: Figura 1 - Espectro de tangibilidade dos pacotes de produto

Fonte: Januzzi (2011, p. 6).

(1) sistemas produtivos de bens e

(2) sistemas produtivos de serviços.

 

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De acordo com Januzzi (2011), na maioria dos casos, os pacotes de produtos assumem duas características básicas (JANUZZI, 2011, p.12):

• O Serviço como Valor Agregado: Em um produto onde predomina o bem tangível, o serviço é o valor agregado do pacote. Por exemplo: Ao comprar um automóvel o proprietário pode levar junto ao pacote a garantia total de cinco anos do veículo e uma revisão geral com lavagem e polimento gratuito aos 5 mil km.

• O Bem como Valor Agregado: Em um produto onde predomina o serviço, o bem tangível passa a ser o valor agregado do pacote. Por exemplo: Ao contratar os serviços de cobertura fotográfica de um casamento, o casal ganha um álbum fotográfico com 200 fotos e um pen drive com todas as fotos inclusas, gratuitamente.  

Os sistemas produtivos são classificados de acordo com as quantidades produzidas. Podemos classificar em basicamente três os tipos de produção:

a) Produção por encomenda: Este tipo de classificação tem como princípio a geração das ordens de produção, que são diretamente ligadas com as encomendas dos clientes. A produção sob encomenda é desenvolvida para um cliente específico (produção customizada) e cada pedido, refere-se frequentemente a um bem diferente daquele que foi produzido antes pela empresa. As empresas que trabalham com este tipo de sistema tem grandes dificuldades no sequenciamento da produção, visto que, é difícil de se prever “o que”, “o quando” ou “como” será feita a produção no período seguinte, já que o roteiro do processo, só é possível ser delineado após a entrada do pedido na fábrica, quando então os materiais e demais itens componentes deste pedido são encomendados e a fabricação se inicia (NUNES et al, 1996).

a) Produção por encomenda

b) Produção em lotes

c) Produção em massa  

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b) Produção em Lotes: É caracterizada por produzir uma quantidade limitada de um tipo de produto de cada vez (denominada lote de produção). Cada lote é previamente dimensionado para assim poder atender a um determinado volume de vendas previsto para um dado período de tempo. Desse modo, os lotes de produção são produzidos um a seguir do outro. Neste tipo de produção o plano de produção é feito antecipadamente, podendo assim a empresa melhor aproveitar seus recursos com maior grau de liberdade, ao contrário do que ocorre no sistema de produção sob encomenda, no qual o plano de produção é feito após o recebimento do pedido ou encomenda. Este tipo de produção em lotes é utilizado por uma infinidade de indústrias a saber: têxteis, de cerâmica, de eletrodomésticos, de materiais elétricos, etc. (PALOMINO, 1995).

 

c) Produção em Massa: O Fordismo como é conhecido o Sistema

Ford de Produção foi criado por Henry Ford no início da década de 1920 deu inicio a produção em massa, caracterizada por grandes volumes de produtos extremamente padronizados, isto é, com baixíssima variação dos tipos de produtos finais. Figura 6 - Sistema Ford de Produção – na linha de montagem da VW Kombi

QUER SABER MAIS SOBRE PRODUÇÃO SOB ECOMENDA??

Leia os artigos sobre o tema acessando os links: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999

_A0381.PDF e

http://cadernoeideias.blogspot.com.br/2009/11/producao-sob-encomenda-no-pcp.html

QUER SABER MAIS SOBRE PRODUÇÃO EM LOTES??

Leia artigo sobre o tema acessando o link:  http://cadernoeideias.blogspot.com.br/2009/12/pro

ducao-em-lotes.html

Page 16: Administração da Produção

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Fonte: Wikimedia Commons (2012).

 

Com a produção em massa houve um aumento considerável da produtividade e da qualidade com a fabricação de produtos mais uniformes decorrentes da padronização e da aplicação de técnicas de controle estatístico de qualidade. Este conceito e suas técnicas produtivas foram predominantes na industrias até a década de 60, quando então surgiram novas técnicas produtivas como just-in-time, a engenharia simultânea, as células de produção que caracterizaram a chamada produção enxuta (BATISTA, 2008).

A expressão “Lean Manufacturing”, foi cunhada por John Krafcik, um pesquisador do International Motor Vehicle Program e traduzida para o português como Manufatura Enxuta. A Produção enxuta veio contrapor-se a Produção Artesanal e a Produção em Massa e tem em como princípios, segundo Womack et al (1992):

• Requerer menores recursos, maximizar a eficiência e a

produtividade e, principalmente;

• Maximizar a flexibilidade, sendo mais ágil, inovadora e capaz de enfrentar melhor as mudanças conjunturais e de mercado.

 

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O processo produtivo é fator decisivo na obtenção de vantagem competitiva de uma empresa em relação aos seus concorrentes. Para alcançar esta vantagem, segundo Slack (1999, p.18), faz-se necessário atender cinco exigências:

Para Moreira (2004) a produção enxuta proporciona meios para o alcance destas vantagens.

Segundo Batista (2008, p.2), [...] ao longo desse processo de modernização da produção, cresce em importância a figura do consumidor. Pode-se dizer que a procura da satisfação do consumidor é que tem levado as empresas a se atualizarem com novas técnicas de produção. É tão grande a atenção dispensada ao consumidor que este, em muitos casos, já especifica em detalhes o "seu" produto, sem que isto atrapalhe os processos de produção. Assim, estamos caminhando para a produção customizada, que, sob certos aspectos, é um "retorno ao artesanato", sem a figura do artesão.”

SAIBA MAIS!! Caro aluno, saiba mais sobre os Fundamentos da Produção, a Função Produção e os sistemas de Produção assistindo a Vídeo-aula 1 a seguir:

• fazer certo - vantagem de qualidade;

• fazer rápido - vantagem de velocidade;

• fazer pontualmente - vantagem de confiabilidade

• mudar o que está sendo feito - vantagem de flexibilidade;

• fazer barato – vantagem de custo

 

QUER SABER MAIS SOBRE PRODUÇÃO em MASSA E PRODUÇÃO ENXUTA??

Assista os vídeos sobre o tema acessando os links:

Sistema Toyota de Produção – Parte I http://www.youtube.com/watch?v=c6KVeDbgRgU

Sistema Toyota de Produção – Parte II

http://www.youtube.com/watch?v=6vmdVR9dzPM

Page 18: Administração da Produção

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Convite para discussão no Fórum: Caro aluno. Chegamos ao fim de nossa primeira jornada de estudos. Nesse momento quero propor um exercício de reflexão. Com base no que você aprendeu nesta Web-aula e com base nos artigos e videos propostos, socialize sua opinião sobre os seguintes aspectos: 1) Em sua opinião, qual a contribuição de Ford para o sistema

de produção e logística nas empresas de hoje? 2) E dentro do segmento de logística, esses programas e

métodos fazem a diferença?

LEIA TAMBEM O ARTIGO “PRODUÇÃO EM MASSA (FORDISMO) X PRODUÇÃO ENXUTA

(SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO)” acessando o link:

http://papodeobra.blogspot.com.br/2008/11/producao-em-massa-fordismo-x-producao.html

Page 19: Administração da Produção

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4 ARRANJO FISICO OU LAYOUT

Na implantação de uma indústria, uma das primeiras decisões a ser tomada é a definição do local onde se instalará a indústria, que segundo Borba (1998) pode ser analisada em duas etapas: a macrolocalização e a microlocalização.

A macrolocalização, segundo Borba... [...] é a etapa mais ampla pois visa definir a região onde se deverá implantar a indústria, levando em consideração fatores de ordem econômica e fatores de ordem técnica. (BORBA, 1998, p.2)

Os fatores de ordem econômica, basicamente são: matéria-prima, mercado, transporte e mão de obra. Já os fatores de ordem técnica, basicamente são: água, energia, resíduos, comunicação, clima, leis e impostos.

Ainda segundo Borba (1998), uma vez definida a região, parte-se para a escolha do local efetivo de implantação da indústria, definindo-se assim sua microlocalização. Nesta etapa prevalecerão os fatores técnicos. SAIBA MAIS!! Caro aluno, saiba mais sobre os métodos e ferramentas utilizados para tomada de decisão sobre a Localização de Instalações Industriais e Produtivas das organizações, assistindo a Vídeo Aula 2 a seguir:

Apos definição do terreno, inicia-se o processo da elaboração do arranjo mais adequado de homens, equipamentos e materiais sobre uma determinada área física, dispondo esses elementos de forma a minimizar os transportes, eliminar os pontos críticos da produção e suprimir as demoras desnecessárias entre várias atividade. Entra-se assim, na fase de elaboração do layout ou arranjo físico das instalações da empresa (BORBA, 1998).

UNIDADE II

PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRDUÇÃO

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O planejamento do arranjo físico reflete as decisões mais amplas sobre as prioridades competitivas, o processo e a capacidade de uma empresa em arranjos físicos reais de funcionários, equipamentos e espaço. O objetivo é permitir que os funcionários e os equipamentos operem com mais eficácia (BATISTA, 2008). O arranjo físico possui muitas implicações práticas e estratégicas. Alterar um arranjo físico pode afetar uma organização e o modo como ela atinge suas prioridades competitivas ao (SLACK et al, 2002, p.161):

A escolha do arranjo físico depende em grande parte do tipo de processo produtivo, ou seja, é o tipo de operação determina as necessidades de arranjo físico. Os tipos principais de arranjo físico são:

4.1 Arranjo Posicional ou por Posição Fixa:

É aquele em que o produto a ser transformado permanece

estacionário em uma determinada posição e os recursos tais como maquina, pessoas, equipamentos de transformação se deslocam ao seu redor, executando as operações necessárias. Este arranjo é utilizado quando, devido ao porte do produto ou à natureza do trabalho não é possível outra forma de arranjo. É o caso típico de montagem de grandes máquinas, montagens de navios, de prédios, barragens, grandes aeronaves, etc. (SLACK, 2002).

• facilitar o fluxo de materiais e informações;

• aumentar a utilização eficiente de mão-de-obra e equipamentos;

• aumentar a conveniência do cliente

• reduzir os riscos para os trabalhadores;

• aumentar a moral dos funcionários;

• melhorar a comunicação.  

• arranjo posicional ou por posição fixa ;

• arranjo funcional ou por processo;

• arranjo linear ou por produto;

• arranjo de grupo ou celular.

 

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Figura 7 - Layout Posicional.

Fonte: Alvarenga (2012).

4.2 Arranjo Funcional ou Por Processo

No layout funcional as máquinas e ferramentas são agrupadas de acordo com o tipo geral de processo de manufatura, como por exemplo: os tornos em uma divisão, as furadeiras em outra, as injetoras em outro setor etc. Em resumo,o material se movimenta entre as divisões ou setores.

Borba (1998) afirma que: Este tipo de arranjo é adotado geralmente quando há variedade nos produtos e pequena demanda. É o caso de fabricação de tecidos e roupas, trabalho de tipografia, oficinas de manutenção. Em virtude dos layouts funcionais precisarem realizar uma grande variedade de processos de manufatura, são necessários equipamentos de fabricação de uso genérico (BORBA, 1998, p. 9).

Figura 8 - Layout Funcional ou por Processo.

Fonte: Miyake (2005).

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4.3 Arranjo Linear ou por Produto

As máquinas ou estações de trabalho são colocadas de acordo com a seqüência das operações e são executadas de acordo com a seqüência estabelecida sem caminhos alternativos. O material percorre um caminho previamente determinado dentro do processo. Em processos contínuos, que são os melhores para a produção intermitente repetitiva ou contínua, os recursos são direcionados para produtos ou tarefas individuais. Num arranjo físico por produto as estações de trabalho ou departamentos estão dispostos linearmente, ou podem assumir o formato de L, O, S ou U (BORBA, 1998, p. 9).

Figura 9 - Layout Linear ou por Produto.

 Fonte: Miyake (2005).

4.4 Arranjo Celular

O arranjo celular busca conciliar as vantagens do arranjo físico por processo com as vantagens do arranjo físico por produto. Ele é constituido de células de produção interligadas por um sistema de controle de material de

QUER SABER MAIS SOBRE LAYOUT FUNCIONAL???

Assista o vídeo acessando o link: http://www.youtube.com/watch?v=3YgrNSme7Eo

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do tipo “puxado”. De acordo com Borba (1998), no arranjo celular, as operações

são agrupadas de acordo com a sequência de tarefas necessária para montar um grupo de produtos. A célula normalmente inclui todas as tarefas necessárias para montar uma peça ou parte dela, por isso, este sistema é conhecido também como “micro-fabrica”.

Este tipo de arranjo não é exclusivo da área industrial, podendo ser encontrado também em: Lanchonetes, Feiras e Exposições, Lojas, etc.

Figura 10 - Layout Celular.

Fonte: Industrial (2012).

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5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Em um sistema de produção, ao serem formulados os objetivos, faz-se necessário, a formulação de planos de como atingi-los, organizar recursos humanos e físicos necessários para execução deste plano, dirigir a ação e interação dos recursos e por fim controlar esta ação para a correção de eventuais desvios, o que no âmbito da administração da produção, este processo é realizado pela função de Planejamento e Controle da Produção (PCP).

O Planejamento e Controle de Produção (PCP) é a atividade de decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção, assegurando, assim, a execução do que foi previsto. “O planejamento dá as bases para todas as atividades gerenciais futuras ao estabelecer linhas de ação que devem ser seguidas para satisfazer objetivos estabelecidos, bem como estipula o momento em que essas ações devem ocorrer”. (MOREIRA, 1999, p. 7)

O PCP é a área de suporte logístico da produção, visto que planeja, programa e exerce controle sobre o processo fabril. Moreira (1999), define o PCP como a atividade de fazer planos para orientar a produção e servir de guia para seu controle.

Para Zaccarelli in Moura Jr (2012), o PCP é “um conjunto de funções inter-relacionadas que objetivam comandar o processo produtivo e coordená-lo com os demais setores administrativos da empresa” (ZACCARELLI in MUORA Jr, 2012, p.41)

Quanto ao seu propósito, Slack et al. (1997, p. 319) afirmam que o propósito do PCP “é garantir que a produção ocorra eficazmente e produza produtos e serviços como deve”.

Os resultados alcançados com o Planejamento e Controle da Produção são muitos: altos índices de produtividade e qualidade, menor índices de falhas e erros e, consequentemente, menor custo de produção, facilidade em atingir metas e objetivos traçados; decisões mais acertadas, melhor gerenciamento dos recursos disponíveis; melhor fluxo de informações e compatibilização dos diversos setores da empresa, maior satisfação do cliente. Em resumo, o Planejamento e Controle da produção leva a empresa a produzir com maior perfeição rapidez e menor custo, obtendo assim, maior lucratividade (LOPES; MICHEL, 2007, p. 31).

O PCP é considerado como um elemento decisivo na estratégia das empresas em sua busca de vantagem competitiva frente as crescentes exigências dos consumidores por melhor qualidade, maior variação de modelos e entregas mais confiáveis. independente do sistema de manufatura e estrutura administrativa da empresa, para Martins in Moura Jr (2012), um conjunto básico de atividades são necessárias para a consecução dos objetivos do PCP, apresentadas na Figura 11, que devem obedecer uma hierarquia: Longo, Médio e Curto Prazo, como mostrado na Figura 10:

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Figura 11 - Hierarquia de Planejamento.

Fonte: Rigoni (2009).

As atividades devem ser executadas dentro de uma ordem, seguindo uma hierarquia. Silver e Peterson (1985) estabelecem ao menos, três níveis hierárquicos para o PCP:

5.1 Estrutura do processo decisório do Planejamento e Controle da Produção

• Nível Estratégico (longo prazo); • Nível Tático (médio prazo); • Nível Operacional (curto prazo)

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Figura 12 - Estrutura do processo decisório do Planejamento e Controle da Produção.

Fonte: Adaptado de Silver e Peterson (1985)

5.1.1 Previsão de Demanda

Segundo Buffa & Sarin apud Moura Jr. (2012) as previsões de demanda podem ser classificadas em: longo prazo, médio prazo e curto prazo.

Para a elaboração do Planejamento de Longo Prazo, as projeções das condições de mercado e previsão da demanda, são da maior importância para a elaboração do Planejamento de Longo Prazo, mesmo em indústrias cujo sistema de produção seja sob encomenda. O horizonte do Planejamento de

Planejamento Estratégicoda Produção

Plano de Produção

Planejamento-Mestreda Produção

Plano-Mestre de Produção

Programação da Produção•Administração dos Estoques•Seqüenciamento•Emissão e Liberação de Ordens

Ordens de

Montagem

Ordens de

Fabricação

Ordens de

Compras

Fabricação e Montagem

Departamento de ComprasPedido de Compras

EstoquesFornecedores

Departamento de Marketing

Previsão de Vendas

Pedidos em Carteira

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Clientes

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Longo Prazo se estende aproximadamente a cinco anos ou mais, auxiliando nas decisões de natureza estratégica, como ampliações de capacidade, alterações na linha de produtos, desenvolvimento de novos produtos, etc.(MOURA JUNIOR, 1996).

No caso do curto prazo, as previsões estão mais relacionadas com a Programação da Produção e decisões relativas ao controle de estoque.

Já para o médio prazo, segundo Moura Junior (1996) o horizonte de planejamento varia aproximadamente de seis meses a dois anos, utilizados para a elaboração do Plano Agregado de Produção e Plano Mestre de Produção se baseiam nestas previsões.

As demandas podem ser previstas tanto utilizando métodos estatísticos, através da observação do ocorrido no passado, como através de predições, que tem como base o julgamento de uma pessoa ou mais.

5.1.2 Planejamento de Recursos de Longo Prazo

É o Planejamento que se ocupa com o dimensionamento das capacidades futuras da empresa, tendo como parâmetro os estudos de previsão de demanda e os objetivos formulados no planejamento estratégico pela alta administração. O Planejamento de Recursos, prevê a necessidade de recursos necessários como equipamentos, mão-de-obra, capital para investimentos em estoque, etc., pela dificuldade de aquisição destes recursos no curto prazo (SLACK, 2002).

5.1.3 Planejamento Agregado de Produção

O Planejamento Agregado é elaborado tendo como base o Planejamento de Longo Prazo, o Planejamento Agregado de Produção, trabalho com o médio prazo, podendo varias de 6 a 24 meses, estabelecendo níveis de produção, dimensões da força de trabalho e níveis de estoque e é feito para a família de produtos semelhantes fabricados pela empresa e não para cada produto individua (MOURA JUNIOR, 1996).

QUER SABER MAIS SOBRE TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA??

Assista os vídeos sobre o tema acessando os links: Previsão de Demanda Usando Excel – Parte I

http://www.youtube.com/watch?v=T71qaZeKktY

Previsão de Demanda Usando Excel – Parte II http://www.youtube.com/watch?v=YLYbu4E9nRE

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5.1.4 Planejamento Mestre da Produção

O Planejamento Mestre da Produção (PMP) é o componente central da estrutura do PCP, conforme observa-se na figura 12. Ele é construído a partir do plano agregado de produção, com a desagregação da família de produtos em produtos acabados. De acordo com Moura Jr (2012),

[...] o Plano Mestre direcionará as as ações do sistema de produção no curto prazo, estabelecendo quando e em que quantidade cada produto deverá ser produzido dentro de um certo horizonte de planejamento. Este horizonte de planejamento pode variar de 4 à 12 meses, sendo que quanto menor for o horizonte de tempo maior será a acuracidade do PMP. (MOURA Jr, 2012, p.63)

Para Higgins & Browne apud Moura Jr. (2012), o PMP é um elemento fundamental na compatibilização dos interesses das áreas de Manufatura e Marketing.

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Figura 14 - Plano Mestre de Produção.

Fonte: Adaptado de SCHAFRANSKI (2012). SAIBA MAIS!! Caros aluno, saiba mais sobre os princípios e a prática do Estudos de Tempos e Movimentos, um dos pilares da Administração Científica, assistindo a Vídeo-aula 4 a seguir:

VÍDEO-AULA 4 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

5.1.5 Planejamento de Materiais

No Planejamento de Materiais é levantada as necessidades de materiais para execução do plano de produção. A partir das necessidades vindas da lista de materiais, das exigências impostas pelo PMP e das

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informações vindas do controle de estoque (itens em estoque e itens em processo de fabricação), procura determinar quando, quanto e quais materiais devem ser fabricados e comprados. Moura Junior (2012) ressalta que o planejamento de materiais está intimamente ligado ao gerenciamento de estoques, de matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados

O Planejamento de Materiais deve portanto ter como objetivo reduzir os investimentos em estoques e maximizar os níveis de atendimento aos clientes e produção da indústria (MOURA JUNIOR, 1996).

5.1.6 Planejamento e Controle da Capacidade

De acordo com Moura Jr. (2012), o Planejamento e Controle da Capacidade tem como objetivo calcular a carga de cada núcleo de trabalho possibilitando prever se as instalações produtivas terão capacidade para executar um determinado plano de produção e atender a demanda projetada. O Planejamento da Capacidade fornece informações que, segundo Moura Jr. (2012), possibilitam: a viabilidade de planejamento de materiais; obter dados para futuros planejamentos de capacidade mais precisos; identificação de gargalos; estabelecer a programação de curto prazo e estimar prazos viáveis para futuras encomendas. Os índices de eficiência, gerados pela comparação dos níveis de produção executados com os níveis planejados, permitem determinar a acuracidade do planejamento, o desempenho de cada centro produtivo e o desempenho do sistema de manufatura.

5.1.7 Programação e Sequenciamento da Produção

A atividade de programação determina o prazo para que as atividades sejam cumpridas, utilizando informações como disponibilidade de equipamentos, matérias-primas, operários, processo de produção, tempos de processamento, prazos e prioridade das ordens de fabricação (MOURA JUNIOR, 1996).

Segundo Slack (2002, p. 244), nesta fase são definidos: Quanto produzir ? Observa-se as possíveis restrições, tais como: capacidade (máquinas, pessoal, financeira); mercado (o que o consumidor deseja) e as decisões estratégicas. Onde/ Por quem/ Com que materiais e Que quantidade? Necessita de dados sobre o parque fabril, tais como: descrição do maquinário, capacidade, localização, fluxo de materiais, consumo de matéria-prima, cronograma de manutenção e carga alocada.

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Quando/ Em que seqüência? Decorrência da distribuição de ordens/tarefas, onde o cliente impõe datas de entregas, ou há questões financeiras ou técnicas que determinam limites de tempo para fabricar determinado produto. A Programação de Produção é enviada para a fabrica em forma de ordens de fabricação, que são distribuídas aos centros produtivos para dar inicio a execução do PMP. Para Resende (1989) a programação acontece em três níveis :

• Programação no nível de planejamento da produção - é realizada na elaboração do PMP, quando se procura encontrar as quantidades de cada tipo de produto que devem ser fabricados em períodos de tempo sucessivos.

• Programação no nível de Emissão de Ordens - acontece durante o processo de planejamento de materiais, onde determina, com base no PMP, quais itens devem ser reabastecidos e suas datas associadas de término de fabricação e chegada de fornecimento externo.

• Programação no nível de Liberação da Produção - determina para cada ordem de fabricação, quando é necessário iniciar a fabricação e quanto é preciso trabalhar em cada uma das operações planejadas. Isso é possível pelo conhecimento do tempo de passagem de cada componente, o qual contém o tempo de processamento e de montagem de cada operação, os tempos de movimentação e espera existentes entre cada operação.

5.1.8 Controle da Produção e Materiais

Tem como objetivo acompanhar a fabricação e compra dos itens planejados, com a finalidade de garantir que os prazos estabelecidos sejam cumpridos. Moura Jr (2012) ressalta que a atividade de Controle da Produção e Materiais também recolhe dados importantes como: quantidade trabalhadas, quantidade de refugos, quantidade de material utilizado e as horas-máquina e/ou horas-homem gastas.

Caso algum desvio significativo ocorra, o Controle da Produção e Materiais deve acionar as atividades de PMP e Planejamento de Materiais para o replanejamento necessário ou acionar a atividade de Programação e Sequenciamento da Produção para reprogramação necessária.

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6 PRINCIPIO DAS RESTRIÇÕES

A Teoria das Restrições, ou TOC (Theory of Constraints), foi inicialmente descrita pelo Dr. Eliyahu Goldratt em seu livro, A Meta onde o autor apresenta um método prático tomada de diversas decisões organizacionais nas quais existem restrições.

Para Goldratt (2003) Uma restrição é qualquer coisa numa empresa que a impede ou limita seu movimento em direção aos seus objetivos. Existem dois tipos básicos de restrições: físicas e não-físicas. As restrições físicas na maior parte das vezes estão relacionadas a recursos: máquinas, equipamentos, veículos, instalações, sistemas etc. As restrições não-físicas podem ser a demanda por um produto, um procedimento corporativo ou mesmo um paradigma mental no encaminhamento de um problema.

Numa empresa industrial, como explica Goldratt (2003, p. 31) a TOC envolve três indicadores de desempenho que permitem avaliar se o conjunto das operações está se movendo em direção aos objetivos (lucro):

QUER SABER MAIS SOBRE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO???

Leia o artigo Avaliação do Grau de Prioridade e

do Foco do Planejamento e Controle da Produção (PCP): Modelos e Estudos de Casos

acessando o link: http://www.scielo.br/pdf//gp/v12n1/a04v12n1.pdf

• Rentabilidade: é a taxa pela qual a empresa constrói seu lucro através da comercialização de seus produtos. Em essência, a rentabilidade de um produto poderia ser aproximada pela margem de contribuição (preço de venda - custo variável das matérias-primas). Os custos de mão de obra e outros custos fixos são considerados como parte das despesas operacionais.

• Despesas operacionais: todo o dinheiro gasto pela empresa na conversão de seus estoques em margem de contribuição.

• Estoques: todo o dinheiro imobilizado pela empresa em coisas que podem ou poderiam ser comercializadas. Os estoques incluem não apenas os itens convencionais (matérias-primas, produtos em processamento e produtos acabados), mas também edifícios, terras, veículos, equipamentos. Não é incluído nos estoques, portanto, o valor do trabalho adicionado aos estoques dos produtos em processamento.

 

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São cinco os passos para aplicação da TOC, de acordo com Goldratt (2003, p. 35).

• Identificar a restrição do sistema. Numa empresa industrial, a restrição pode ser o tempo disponível ou a capacidade de uma máquina, de um departamento ou de uma estação de trabalho. Para empresas de serviços ou de alta tecnologia, a restrição pode ser o tempo disponível dos funcionários mais capacitados.

• Calcular a rentabilidade por unidade de recurso consumida na

restrição. Este valor é obtido pela divisão da rentabilidade ou margem de contribuição unitária pelo consumo de recursos da restrição para produzir um produto. A chave para maximizar o lucro é concentrar na produção e na comercialização de produtos com a maior rentabilidade por unidade de recurso consumida na restrição.

• Subordinar o sistema à restrição. Os recursos e estoques devem ser gerenciados de modo a prover exatamente o necessário para atingir os objetivos definidos para a restrição. Este passo pode implicar na ociosidade de recursos que não são restrições. Normalmente o sistema é subordinado a restrição através de um método de programação e controle da produção chamado de Tambor-Pumão-Corda (Drum-Buffer-Rope ou DBR).

• Romper ou elevar a restrição do sistema.

Através da melhoria contínua das operações, da aquisição de capacidade ou de flutuações na demanda, por exemplo, a restrição do sistema pode ser rompida ou elevada, de modo que a esta restrição deixe de sê-lo. Uma nova restrição física ou não física, interna ou externa, assumirá o papel da restrição anterior.

• Identificar a nova restrição do sistema caso a restrição seja

rompida. Deve ser observado, no entanto, que a implementação da TOC pode exigir uma mudança substancial na maneira com que a empresa opera. Por exemplo, suponha que, numa empresa, produzir e comercializar o produto de menor preço unitário e maior demanda maximize o lucro (objetivo). Se a empresa remunera sua força de vendas com base em comissões como um percentual da receita, pode existir um incentivo implícito para vender os produtos mais caros. Este cenário demandaria uma nova política de remuneração da força de vendas.

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Convite para discussão no Fórum: Caro aluno. Chegamos ao fim de nossa primeira jornada de estudos. Nesse momento quero propor um exercício de reflexão. Com base no que você aprendeu nesta aula e com base nos TEORIA DAS RESTRIÇÕES, socialize sua opinião sobre os seguintes aspectos: 3) Em sua opinião, de que forma a Teoria das Restrições pode contribuir

para a solução dos gargalos logísticos? 4) E como o Planejamento Mestre de Produção na sua variante do

Planejamento de Materiais, impacta nas decisões de estoque

QUER SABER MAIS SOBRE A TEORIA DAS RESTRIÇÕES???

Leia o artigo TEORIA DAS RESTRIÇÕES acessando o link:

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAUcQAL

/teoria-das-restricoes

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