Administração de recursos materiais Aula 03

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Material bastante completo e voltado para o concurso bacen.

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  • NOES DE ADMINISTRAO DE RECURSOS MATERIAISBANCO CENTRAL REA 4

    PROFESSOR RENATO FENILI

    1

    Prezado amigo(a) concursando(a),

    Espero que tenha sido uma semana de estudos muito proveitosa.

    Eis a programao que seguiremos neste encontro:

    AULA CONTEDO

    2 Gesto de Recursos Materiais e Patrimoniais (PARTE 3).

    Gesto de almoxarifados e distribuio. Gesto

    Patrimonial.

    No encontro de hoje concluiremos o estudo da programao usual

    inscrita na disciplina Administrao de Recursos Materiais e Patrimoniais,

    versada a concursos pblicos. A prxima aula (Noes de logstica), a

    despeito de abordar um assunto ainda em consonncia com a Gesto de

    Materiais, traz elementos tpicos de uma viso mais a fundo da matria.

    Tudo pronto? Ento, vamos ao trabalho!

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    I. GESTO DE ALMOXARIFADOS

    Retomando o esquema j apresentado na aula anterior, podemos

    subdividir a Administrao de Recursos Materiais em trs grandes nichos de

    atividades, assim agrupadas por Gonalves (2007):

    Nas ltimas aulas, pudemos nos familiarizar com a Gesto de

    Estoques e a Gesto de Compras. O prximo assunto a Gesto dos Centros

    de Distribuio (mais usualmente conhecida como Gesto de Almoxarifados),

    que ser abordado parcialmente nessa aula por meio das atividades de

    recebimento, armazenagem e distribuio de materiais.

    Almoxarifados so locais destinados guarda e conservao dos

    itens de material em estoque de uma determinada organizao. essencial

    que a gesto dos almoxarifados seja eficiente, visando a minimizar os custos

    de armazenamento de estoques, bem como maximizando a qualidade de

    atendimento aos seus clientes internos empresa.

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    Nesse sentido, o quadro a seguir sintetiza os objetivos da gesto de

    almoxarifados, bem como as atividades necessrias para tanto:

    OBJETIVOS DA GESTO DE ALMOXARIFADOS

    OBJETIVO AES NECESSRIAS

    Minimizar os custos de

    armazenamento

    Maximizar o uso do espao fsico

    disponvel;

    Evitar perdas / roubos / furtos;

    Evitar obsolescncia;

    Buscar a eficincia na

    movimentao dos materiais,

    diminuindo as distncias internas

    percorridas;

    Prover treinamento aos

    colaboradores envolvidos.

    Maximizar a qualidade

    de atendimento aos

    consumidores

    Assegurar a proviso do item de material

    certo, na quantidade e no local corretos,

    no menor tempo possvel, sempre que

    for necessrio.

    1. (UFAL / COPEVE UFAL / 2011) Almoxarifado o localdestinado a guardar e conservar materiais, em recinto

    adequado sua natureza, tendo a funo de destinar espaos

    onde permanecer cada item aguardando a necessidade do seu

    uso, ficando sua localizao, equipamentos e disposio interna

    acondicionados poltica geral de estoques da organizao.

    Espera-se que o almoxarifado seja capaz de:

    a) servir como depsito genrico de itens aleatrios.

    b) assegurar que o material necessrio seja adquirido assim que

    seu estoque chegue ao nvel zero.

    c) preservar a qualidade e as quantidades exatas.

    d) promover divergncias de inventrio.

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    e) possuir instalaes adequadas sem a necessidade de recursos

    de movimentao.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) o almoxarifado no um depositrio genrico de itens aleatrios. Os

    itens so definidos em funo das necessidades da organizao e de sua

    poltica de estoque. A alternativa est errada.

    b) no se espera que o estoque de um material chegue ao nvel zero para s

    ento providenciar sua reposio. Incorreramos em ruptura de estoque, uma

    situao que pode acarretar srios prejuzos organizao. A alternativa

    est errada.

    c) essencial que um almoxarifado preserve a qualidade de seus itens de

    material, bem como promova aes para o controle de quantidade

    (inventrios). A alternativa est correta.

    d) um almoxarifado deve promover a acurcia dos controles, e no

    divergncias de inventrio. Alis, uma eventual divergncia de inventrio

    pode gerar at a apurao de responsabilidades. A alternativa est errada.

    e) a movimentao uma das atividades bsicas na gesto de

    almoxarifados, como veremos mais adiante nesta aula. A alternativa est

    errada.

    Resposta: C

    A gesto de almoxarifados, em uma viso macro, engloba as seguintes

    atividades bsicas, passveis de concatenao de modo que formem um

    processo:

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    2. (FCC / METR SP / 2008) O setor que se encarrega dosuprimento de materiais a todas as unidades de uma empresa

    o almoxarifado. Assim, correto afirmar que as atividadesbsicas de um almoxarifado so:

    a) especificao, solicitao, conferncia e controle de

    aplicao dos materiais na produo. b) compra, guarda, manuteno e conservao de material.

    c) levantamento, compra, armazenamento e venda de produtos. d) recebimento, guarda, controle e entrega de material.

    e) prospeco de clientes, compra de material, guarda e

    logstica de produo de itens.

    Lembre-se que compra, prospeco de clientes, venda de produtos e

    controle da aplicao de materiais so atividades cuja responsabilidade no

    cabe aos almoxarifados.

    A alternativa D est em consonncia com o que vimos anteriormente.

    Resposta: D.

    Nesta aula, iremos nos ater s atividades de recebimento,

    armazenagem e distribuio, sendo que movimentao ser abordada como

    um subtpico da armazenagem, ok?

    Iniciaremos pela atividade de recebimento.

    1.1. O RECEBIMENTO DE MATERIAIS

    O recebimento do item de material a etapa intermediria entre a

    compra e o pagamento ao fornecedor. Somente aps o recebimento (etapa

    que, nos rgos pblicos, refere-se etapa de liquidao da despesa), que

    o pagamento autorizado.

    Desta forma, a atividade de recebimento mantm estreito relacionamento

    com as reas contbeis e de compras da organizao, alm de contar, por

    vezes, com a necessidade do suporte provido pelo setor de transportes.

    O recebimento usualmente dividido nas seguintes etapas:

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    ETAPAS DO RECEBIMENTO DE MATERIAIS

    ETAPA DESCRIO

    Recebimento

    Provisrio

    Entrada de materiais: recepo dos

    veculos transportadores; verificao de

    dados bsicos da entrega (informaes

    da nota fiscal, existncia de autorizao

    da entrega pela empresa etc.);

    encaminhamento para a rea de

    descarga. Nesta etapa, o recebedor

    assina no documento fiscal que

    acompanha o material, apenas para fins

    de comprovao da data de entrega.

    Etapas intermedirias

    Conferncia Quantitativa: verificao

    se a quantidade declarada pelo

    fornecedor na nota fiscal corresponde

    quela efetivamente entregue.

    Conferncia Qualitativa: verificao se

    as especificaes tcnicas do objeto

    entregue esto de acordo com as

    solicitadas pelo setor de compras

    (dimenses, marcas, modelos etc.).

    Regularizao

    Regularizao: o resultado lgico

    decorrente das fases anteriores. Pode

    ser originada uma das seguintes

    situaes:

    entrada do material no estoque e

    liberao do pagamento ao

    fornecedor. Neste caso, houve

    aceitao do material, ou o

    recebimento definitivo;

    devoluo parcial ou total do

    material ao fornecedor. Neste caso,

    a aceitao foi parcial ou,

    simplesmente, o material no foi

    aceito;

    reclamao junto ao fornecedor,

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    ETAPAS DO RECEBIMENTO DE MATERIAIS

    ETAPA DESCRIO

    por falta de material.

    3. (CESPE / SESA ES / 2011) No recebimento de materiais, aconferncia consiste no batimento entre a nota fiscal e o pedido

    de compra.

    O batimento entre a nota fiscal e o pedido de compra no pode nem

    ser chamado de conferncia. apenas um procedimento muito inicial,

    conduzido ainda durante a entrada de materiais, no recebimento

    provisrio.

    A conferncia seja ela quantitativa ou qualitativa um

    procedimento que envolve, necessariamente, a anlise do material

    entregue, e no apenas de documentos.

    Nesta fase, o foco deve ser o item de material que ser efetivamente

    empregado na organizao, e no eventuais regularidades entre espcies

    documentais.

    A questo, assim, est errada.

    4. (CESPE / CNPQ / 2011) O controle do recebimento do objetocontratado realizado durante o recebimento provisrio,

    produzindo o efeito de liberar o vendedor do nus da prova de

    qualquer defeito ou impropriedade que venha a ser verificada

    na coisa comprada.

    A Lei de Licitaes e Contratos, em seu artigo 73, apresenta da

    seguinte forma os conceitos de recebimento provisrio e definitivo:

    Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto ser recebido:

    (...)

    II - em se tratando de compras (...):

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    a) provisoriamente, para efeito de posterior verificao da conformidadedo material com a especificao;

    b) definitivamente, aps a verificao da qualidade e quantidade domaterial e conseqente aceitao.

    No entanto, nem o recebimento provisrio e nem o definitivo liberam

    o vendedor do nus da prova de qualquer defeito ou impropriedade que

    venha a ser verificada na coisa comprada. um entendimento que deriva do

    normatizado pelo 2 do mesmo artigo da Lei n 8.666/93, apesar de no

    haver meno expressa a itens de material comprados:

    2o O recebimento provisrio ou definitivo no exclui a

    responsabilidade civil pela solidez e segurana da obra ou do servio, nem

    tico-profissional pela perfeita execuo do contrato, dentro dos limites

    estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

    nus da prova pode ser definido como a responsabilidade de uma

    das partes, em uma disputa judicial, de oferecer provas que sustentem uma

    determinada afirmao.

    Normalmente, o nus da prova cabe ao autor da afirmao. Esse o

    entendimento do artigo 333 do Cdigo de Processo Civil:

    Art. 333. O nus da prova incumbe:

    I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;

    II - ao ru, quanto existncia de fato impeditivo, modificativo ou extintivo

    do direito do autor.

    No entanto, no mbito do Direito do Consumidor, ramo que trata das

    relaes que se estabelecem entre fornecedores e consumidores, poder

    ocorrer a chamada inverso do nus da prova, normatizado pelo inciso VIII

    do artigo 6 do Cdigo de Defesa do Consumidor:

    Art. 6 So direitos bsicos do consumidor:

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    (...)

    VIII a facilitao da defesa de seus direitos, inclusive com a inverso do

    nus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critrio do juiz, for

    verossmil a alegao ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras

    ordinrias de experincias;

    No iremos adentrar muito nas disciplinas de Direito Civil ou do

    Consumidor, evitando assim o risco de desviarmos de nosso foco principal.

    Em sntese, o que devemos saber que o recebimento (provisrio ou

    definitivo) no libera o fornecedor da responsabilidade de provar a

    inexistncia ou a inveracidade de quaisquer alegaes por parte do

    consumidor.

    A questo est, portanto, errada.

    5. (FCC / METR SP / 2010) A atividade de recebimento caracterizada como uma interface entre o atendimento do

    pedido pelo fornecedor e os estoques fsico e contbil,compreendendo quatro fases, que so:

    a) solicitao de compra, especificao, entrega earmazenamento

    b) entrada de materiais, conferncia quantitativa, confernciaqualitativa e regularizao.

    c) relacionamento de itens, cotao, quadro de apurao eremessa.

    d) especificao, cotao, compra e conferncia

    e) remessa, verificao, conferncia e disposio no depsito

    As fases do recebimento de materiais esto corretamente

    apresentadas na alternativa B.

    6. (CESPE / Cmara dos Deputados / 2012) A conferncia poracusao, tambm conhecida por contagem cega, no

    possibilita a verificao, preconizada na conferncia

    quantitativa, da correspondncia entre a quantidade de objetos

    declarada pelo fornecedor na nota fiscal e a efetivamente

    recebida.

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    Contagem cega = o conferente apenas aponta a quantidade

    recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor.

    Uma vez que se desconhece a quantidade registrada na nota fiscal, a

    conferncia quantitativa no completa.

    Assim, a questo est certa.

    1.2. ARMAZENAGEM DE MATERIAIS

    A armazenagem de materiais pode ser entendida como a atividade

    de planejamento e organizao das operaes destinadas a manter e a

    abrigar adequadamente os itens de material, mantendo-os em condies de

    uso at o momento de sua demanda efetiva pela organizao.

    Uma armazenagem racional tem por objetivo principal a minimizao

    dos custos a ela inerentes. De forma no exaustiva, podemos relacionar da

    seguinte forma os objetivos da armazenagem:

    Maximizar a utilizao dos espaos, ou, conforme Viana (2000), utilizar

    o espao nas trs dimenses, da maneira mais eficiente possvel;

    Prover acesso facilitado a todos os itens de material;

    Prover proteo aos itens estocados, de forma que sua manipulao

    no incorra em danos;

    Prover um ambiente cujas caractersticas no afetem a qualidade e a

    integridade dos itens estocados;

    Apresentar um arranjo fsico que possibilite o uso eficiente de mo de

    obra e de equipamentos.

    1.2.1. Critrios e Tcnicas de Armazenagem

    Segundo Viana (2000), a armazenagem pode ser categorizada em

    dois grupos, a saber: simples e complexa.

    A armazenagem simples envolve materiais que, por suas

    caractersticas fsicas ou qumicas, no demandam cuidados adicionais do

    gestor de almoxarifados.

    Em contrapartida, a armazenagem complexa inerente a materiais

    que carecem de medidas especiais em sua guarda. Os aspectos fsicos ou

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    qumicos dos materiais que justificam uma armazenagem complexa podem

    ser assim listados:

    MATERIAIS DE ARMAZENAGEM COMPLEXA

    ASPECTOS FSICOS ASPECTOS QUMICOS

    Fragilidade

    Volume

    Peso

    Forma

    Inflamabilidade ou Combustibilidade (=

    capacidade de entrar em combusto. Ex:

    leo diesel);

    Explosividade (= capacidade de o material

    tornar-se explosivo ou inflamvel. Ex:

    acetileno, fogos de artifcio);

    Volatilizao (= tendncia a passar para o

    estado gasoso. Ex: benzeno);

    Oxidao (= tendncia de reao com o

    oxignio. Em metais, provoca a ferrugem);

    Potencial de intoxicao;

    Radiao;

    Perecibilidade (por exemplo, gneros

    alimentcios).

    Os materiais de armazenagem complexa exigem uma infraestrutura

    de guarda especial, assim exemplificada:

    Equipamentos de preveno de incndio (sprinklers etc.);

    Ambientes climatizados (cmaras frigorficas etc.);

    Ambientes com controle de temperatura e umidade (paiis de munio

    etc.);

    Uso de Equipamentos de Proteo Individual (EPI) pelos funcionrios

    que lidam diretamente com esses materiais.

    De posse da informao do tipo de armazenagem que demandada

    pelo material (simples ou complexa), cabe ao gestor de almoxarifado

    adotar um critrio de guarda dos materiais. Os mais usuais, ainda

    segundo Viana (2000), so:

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    MATERIAIS DE ARMAZENAGEM COMPLEXA

    CRITRIO CARACTERSTICAS

    Armazenagem por

    Agrupamento (ou

    compatibilidade)

    Materiais associados so alocados prximos

    uns dos outros. o caso de se armazenarem

    sobressalentes variados de um motor de

    automvel, por exemplo, em uma mesma

    estante. Esse critrio facilita as tarefas de

    arrumao e busca, mas nem sempre

    permite o melhor aproveitamento do

    espao.

    Armazenagem por

    tamanho, peso ou

    forma

    (acomodabilidade)

    Materiais de caractersticas fsicas

    semelhantes so armazenados mais

    prximos. Esse critrio possibilita um

    maior aproveitamento do espao fsico, e

    demanda maior necessidade de controle

    por parte do gestor de almoxarifado.

    Armazenagem por

    frequncia

    Os materiais com maior frequncia de

    entrada e sada do almoxarifado so

    armazenados prximos sua entrada/sada;

    Armazenagem

    especial

    a tpica armazenagem complexa, destinada

    a materiais inflamveis, perecveis, explosivos

    etc. Note que este critrio de armazenagem

    pode ser acumulado com um dos anteriores

    (por exemplo: carnes so armazenadas em

    cmaras frigorficas armazenagem especial,

    e pode ser empregado em conjunto o critrio

    de armazenagem por frequncia).

    Importante: produtos perecveis devem ser

    armazenados segundo o mtodo FIFO.

    Armazenagem em

    rea externa

    Este critrio aplicvel a materiais que

    podem ser armazenados em reas externas

    (por exemplo, automveis acabados,

    armazenados em ptios), reduzindo custos e

    ampliando o espao interno do almoxarifado

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    MATERIAIS DE ARMAZENAGEM COMPLEXA

    CRITRIO CARACTERSTICAS

    para materiais que necessitam de maior

    proteo.

    Coberturas

    alternativas

    Trata-se de solues para a obteno de uma

    rea coberta, sem incorrer em custos de

    construo atinente expanso do

    almoxarifado. Em geral, a cobertura de de

    PVC.

    7. (CESPE / Cmara dos Deputados / 2012) A armazenagem porfrequncia o critrio mais indicado para se obter o

    aproveitamento mais eficiente do espao.

    O critrio de armazenamento que possibilita o melhor aproveitamento do

    espao fsico do almoxarifado a armazenagem por tamanho (peso / forma).

    A questo est errada.

    Finalmente, no que diz respeito s tcnicas de armazenagem

    propriamente ditas, essencial nos familiarizarmos com os dispositivos mais

    usuais empregados nessa atividade.

    PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA ARMAZENAGEM

    Prateleiras Podem ser de ao ou madeira. As de ao,

    apesar de mais caras, possuem maior

    durabilidade, e no so atacadas por

    insetos.

    De forma geral, as prateleiras tm a

    propriedade de alocarem materiais de

    dimenses variadas.

    Contenedores

    (containers) Caixas metlicas retangulares,

    hermeticamente fechadas e seladas,

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    14

    PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA ARMAZENAGEM

    destinadas ao transporte intermodal de

    mercadorias (ferrovirio, rodovirio,

    martimo ou areo).

    Pallets (paletes) Paletes so estrados que possibilitam o

    empilhamento das cargas, maximizando a

    utilizao do espao cbico do

    almoxarifado. Podem ser de madeira,

    metal, papelo ou plstico.

    A paletizao (possibilidade de

    empilhamento dos paletes e de

    manipulao de uma carga unitizada)

    possibilita o aproveitamento eficiente do

    espao vertical dos armazns.

    Engradados

    So destinados guarda e transporte de

    materiais frgeis ou irregulares, que no

    admitem o uso de simples estrados,

    carecendo de uma estrutura que oferea

    proteo lateral.

    Caixas ou gavetas

    So ideais para a armazenagem de

    materiais de pequenas dimenses, como

    pregos, porcas, parafusos e

    sobressalentes pequenos em geral.

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    8. (CESPE / ABIN / 2010) A paletizao impede a utilizao doespao areo do almoxarifado.

    Conforme exposto no quadro acima, a paletizao uma ferramenta

    que age em prol de um melhor aproveitamento do espao vertical (ou areo,

    conforme o enunciado) do almoxarifado.

    O enunciado est, portanto, errado.

    A fim de complementar nosso aprendizado, as vantagens e

    desvantagens da paletizao podem ser assim relacionadas:

    9. (CESPE / MPU / 2010) No que se refere armazenagem derecursos materiais, o uso de prateleiras adequado

    estocagem de materiais de dimenses variadas.

    O uso de prateleiras consiste em uma tcnica voltada a materiais de

    dimenses variadas.

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    Neste caso, os materiais podem ser dispostos diretamente sobre as

    prateleiras ou, ainda, alocados em caixas ou gavetas que, por sua vez, so

    depositadas nessas prateleiras.

    A questo est certa.

    10. (FCC / METR SP / 2008) As unidades de estocagem soutilizadas para o acondicionamento dos materiais no depsito.

    Os dispositivos que funcionam como equipamentos de

    armazenagem nos almoxarifados so:

    a) baldes, sacolas, engradados, big-bags

    b) caixas plsticas, caambas, esteiras transportadoras,

    gavetas

    c) caixotes, armrios, sacos plsticos, estiradores metlicos

    d) pastas arquivo, armrio de ao, bandejas, banquetas

    e) armaes, estrados do tipo pallets, engradados,

    contenedores

    Baldes e sacolas no so dispositivos apropriados. Esteiras

    transportadoras so equipamentos de transporte (movimentao). Por fim,

    banquetas so, simplesmente, bancos pequenos.

    Assim, a alternativa E est correta.

    11. (CESPE / INCA / 2010) Se o gestor de material dedeterminado rgo identificar a entrada de uma carga unitizada

    composta por resma de papel de formato A4, correto afirmarque esse rgo recebeu apenas uma unidade de resma de papel

    A4.

    Podemos definir carga unitizada ou unitria como um conjunto de

    objetos que so mantidos, fisicamente, como uma unidade de carga durante

    o trnsito entre uma origem e um destino. Assim, diversos volumes distintos

    so acondicionados de maneira a constiturem unidades fsicas maiores, com

    formatos padronizados, possibilitando o transporte e o acondicionamento

    mediante equipamentos usuais nos almoxarifados (como os paletes,

    prateleiras, etc.).

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    17

    Atravs da adoo da carga unitizada, reduzem-se os custos de

    manipulao da carga fracionada, bem como se aumenta a celeridade da

    movimentao de materiais.

    Quando o enunciado da questo refere-se entrada de uma carga

    unitizada composta por resma de papel no formato A4, deve-se compreender

    que no se trata de apenas uma unidade, mas sim de uma quantidade

    padro, capaz de ser movimentada e armazenada em um palete, por

    exemplo.

    A assertiva est errada.

    12. (CESPE / IFB / 2011) A carga unitria a embalagem quecontm diretamente o produto.

    Nada melhor do que responder essa

    questo atravs de um exemplo. A figura ao lado poderia representar uma

    carga unitria (ou unitizada) de caf (porexemplo). Note que, na carga unitria, um

    conjunto de embalagens de caf (mantidas nointerior das caixas), so agregadas fisicamente,

    comportando-se como uma nica unidade de cargadurante o trnsito entre uma origem e um destino.

    J a embalagem que contm diretamente oproduto est contida na carga unitizada. So,

    por exemplo, as embalagens de caf quecompramos nos supermercados.

    A questo est errada.

    13. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) Considere umdeterminado material que deve ser estocado em paletes.

    Considere ainda que cada palete pode conter, no mximo, 50caixas desse material, que o estoque mximo de 5.000 caixas

    e que o empilhamento mximo de 3 paletes. Nessa situao,sero necessrias, no mnimo, 34 posies de paletes para o

    armazenamento do material em apreo.

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    18

    Este um tipo de questo sobre armazenagem, cobrado de forma

    recorrente pelo CESPE, que envolve clculos matemticos (simples).

    Posio de palete o espao fsico da superfcie de um almoxarifado

    que ocupado por uma unidade de palete. Imagine que o almoxarifado

    uma espcie de estacionamento: cada vaga uma posio de palete (mas

    com a vantagem de ser possvel empilhar a carga).

    A primeira informao a ser determinada a quantidade de paletes

    que so necessrias para o armazenamento do estoque mximo:

    O enunciado nos informa que o empilhamento mximo de 3 paletes.

    Assim, basta sabermos quantas posies de paletes so necessrias para o

    armazenamento do material:

    Note que o nmero de posies deve ser um nmero inteiro, j que a

    frao de posio de palete no tem significado. Assim, o nmero obtido

    (33,33...) foi arredondado para cima (34). Caso tivssemos arredondado

    para baixo, haveramos chegado ao nmero de 33 posies, o que seria

    suficiente para apenas 99 (33 posies x 3 paletes empilhados) paletes.

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    19

    O esquema abaixo ilustra a situao abordada nesta questo.

    A questo, portanto, est certa

    1.2.2. Definio do layout (arranjo fsico) na armazenagem

    Com o desenvolvimento geral do sistema produtivo, observado na

    ltima dcada, a disposio fsica das reas de armazenagem foi merecedora

    de maior ateno.

    Nesse sentido, a definio do layout (ou leiaute) deixou de ser

    meramente intuitiva, e passou a ser estabelecida a partir de tcnicas de

    visualizao da dinmica de movimentao dos materiais no armazm.

    Dessa forma, hoje considerado como layout de um almoxarifado o arranjo

    de homens, mquinas e materiais, dispostos de modo que sua dinmica

    possa se dar dentro do padro mximo de economia (VIANA, 2000).

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    20

    14. (CESGRANRIO / PETROBRS / 2011) Na determinao dolayout interno de armazns e para determinar a melhor

    localizao dos produtos, so usados diversos mtodos e

    critrios. A respeito dos objetivos do planejamento da

    localizao dos estoques e seus mtodos e critrios, afirma-se

    que:

    a) o objetivo do planejamento da localizao dos estoques

    maximizar as distncias percorridas dentro do armazm.

    b) o critrio de compatibilidade restringe a localizao de

    produtos de acordo com o tamanho que possuam.

    c) o critrio de complementaridade restringe a localizao de

    produtos com base na frequncia de solicitao conjunta.

    d) a aplicao de um critrio isolado suficiente para minimizar o

    custo total de manuseio.

    e) um dos objetivos da armazenagem aumentar o tempo unitrio

    de manuseio, reduzindo o custo total de armazenagem.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) Um dos objetivos no planejamento da localizao dos estoques e do

    layout na armazenagem a minimizao das distncias percorridas (isso

    torna a operacionalizao do almoxarifado mais rpida e, consequentemente,

    menos onerosa). A alternativa est errada.

    b) No existe um critrio de compatibilidade para a armazenagem de

    materiais. A alternativa est errada.

    c) Como vimos, o atendimento ao critrio da complementaridade (ou

    semelhana / agrupamento) implica a alocao prxima de materiais

    associados ( o caso de sobressalentes de um mesmo automvel). Nesse

    caso, h uma frequncia de solicitao conjunta dos materiais bem prxima.

    A alternativa est certa.

    d) Muitas vezes, a aplicao de um nico critrio no suficiente para a

    obteno do custo mnimo de manuseio. Nesse caso, deve-se associar mais

    de um critrio, de acordo com as caractersticas do almoxarifado. A

    alternativa est errada.

    e) Deve-se procurar a minimizao do tempo unitrio de manuseio, tornando

    as operaes mais cleres (= rpidas). A alternativa est errada.

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    21

    Resposta: C.

    Para Muther (1978) a chave para uma definio satisfatria do

    layout inicia com a definio de caractersticas referentes aos itens de

    material. Esse diagnstico inicial denomina-se chave PQRST, e pode ser

    bem ilustrado pelo esquema abaixo, desenvolvido por aquele autor.

    Com base nessa abordagem, podemos listar os seguintes elementos

    principais que devem ser considerados quando da definio do layout na

    armazenagem:

    ELEMENTOS A SEREM CONSIDERADOS NA DEFINIO DO

    LAYOUT NA ARMAZENAGEM

    Definio dos materiais a serem armazenados;

    Volume de material;

    Tempo durante o qual ser feita a armazenagem;

    Equipamentos e instrumentos que sero empregados na

    movimentao dos materiais;

    Tipos de embalagens utilizadas no armazenamento;

    Possibilidade de se fazerem inspees nos materiais

    armazenados (h de se considerar a facilidade de acesso);

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    22

    ELEMENTOS A SEREM CONSIDERADOS NA DEFINIO DO

    LAYOUT NA ARMAZENAGEM

    Versatilidade, flexibilidade e possibilidade de futura expanso

    da rea de armazenagem.

    15. (CESPE / MPU / 2010) Os equipamentos e instrumentosutilizados na movimentao de materiais em estoques

    independem da estrutura fsica e do leiaute da unidade.

    Como vimos no quadro acima, h de se considerar os equipamentos

    e instrumentos empregados na movimentao de materiais estocados na

    definio do layout dos almoxarifados ou armazns.

    Nesse sentido, a questo est errada.

    A relao entre o layout de um almoxarifado e os equipamentos nele

    utilizados mais bem ilustrada na prxima questo:

    16. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) Considere que alargura dos corredores de um almoxarifado determinada pelo

    equipamento utilizado para manuseio e que os corredoresrealmente permitem a fcil movimentao dos itens, por meio

    de empilhadeiras. Nessa situao, correto afirmar que oscorredores principais e os utilizados para embarque permitem o

    trnsito de duas empilhadeiras ao mesmo tempo.

    Esta questo exemplifica o impacto de um equipamento de movimentao

    no projeto da rea fsica de um almoxarifado.

    Uma maior acessibilidade atingida quando possvel

    manipular, ao mesmo tempo, os itens de material contidos

    em ambos os lados de um mesmo corredor. Assim, a

    situao ideal que o o almoxarifado seja projetado de

    modo que duas empilhadeiras possam ser empregadas

    simultaneamente, em um mesmo corredor.

    Logicamente, a ampliao da largura dos corredores

    acarreta uma menor disponibilidade de rea para a

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    23

    armazenagem da carga, o que deve ser avaliado cuidadosamente por ocasio

    da confeco do projeto.

    A questo est certa.

    A acessibilidade aos materiais armazenados, conforme vimos

    anteriormente, fator a ser considerado na definio do layout de um

    almoxarifado.

    Nesse aspecto, a acessibilidade baseada em duas funcionalidades

    principais: a existncia de um sistema de localizao bem estruturado,

    permitindo saber as coordenadas de cada um dos itens de material em

    estoque; e um planejamento racional da rea fsica do almoxarifado,

    possibilitando, por exemplo, o amplo trnsito dos equipamentos de

    movimentao.

    No que diz respeito ao sistema de localizao dos itens de material, dois

    so os critrios passveis de serem empregados:

    CRITRIOS DE LOCALIZAO DE MATERIAL

    CRITRIO DESCRIO

    Sistema de estocagemfixo

    H a pr-determinao de reas deestocagem especficas de acordo com o

    tipo de material. Se, por um lado, estesistema facilita o controle, por outro

    suscita o desperdcio de reas dearmazenagem, j que a falta de um tipo

    de material acarreta reas vazias, ao passo que outro tipo de material em

    excesso, em outra rea, ficaria no corredor.

    Sistema de estocagemlivre

    No existem locais pr-determinados paraa estocagem (a no ser para materiais de

    demandam estocagem especial). Neste

    sistema, os materiais vo ocupando ao

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    24

    CRITRIOS DE LOCALIZAO DE MATERIAL

    CRITRIO DESCRIO espaos vazios no almoxarifado, o que

    exige um elevado controle , sob o risco deincorrer na existncia de material perdido

    em estoque.

    17. (CESPE / TJ ES / 2011) O endereamento imprescindveltanto ao sistema de estocagem fixa quanto ao sistema de

    estocagem livre.

    Independente do critrio de localizao utilizado (fixo ou livre), faz-

    se necessrio uma codificao (usualmente alfanumrica) que indique

    precisamente o posicionamento do material estocado. Sem essa informao,

    seria praticamente impossvel a gesto de estoques com os devidos controle

    e celeridade.

    A questo est certa.

    18. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) No sistema deestocagem livre, no existe local fixo de armazenagem, comexceo de materiais que requerem estocagem especial. Nesse

    sistema, os materiais vo ocupar os espaos vazios dentro do

    depsito.

    O enunciado da questo descreve o critrio de localizao de materialdenominado sistema de estocagem livre, em total conformidade exposto

    anteriormente.

    A assertiva est certa.

    19. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) A utilizao cbica e aacessibilidade a cada um dos itens so fatores que devem ser

    considerados no planejamento da rea fsica do estoque.

    Esta questo apenas sintetiza o discutido nesta seo. Somando-se

    utilizao cbica e acessibilidade, temos que os equipamentos a serem

    empregados na movimentao de materiais e os tipos de embalagens, entre

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    25

    outros aspectos, devem ser configurados na definio do layout de um

    almoxarifado.

    A afirmativa est certa.

    1.3. DISTRIBUIO DE MATERIAIS

    Distribuio de materiais a atividade derradeira da gesto de

    almoxarifados, cuja finalidade fazer chegar o material em perfeitas

    condies ao usurio.

    H autores que fazem a seguinte diviso:

    Distribuio interna = diz respeito distribuio de materiais

    internamente organizao, para a continuidade de seu processo

    de trabalho.

    Distribuio externa = trata da entrega dos produtos acabados a

    seus clientes, o que pode envolver mais de um meio de

    transporte.

    No mbito dos rgos pblicos brasileiros, a distribuio interna pode

    se dar por dois processos de fornecimento: por presso ou por requisio.

    Segue extrato da Instruo Normativa n 205/1988, da Secretaria de

    Administrao Pblica da Presidncia da Repblica (SEDAP), atinente

    distribuio interna para unidades administrativas integrantes das

    organizaes pblicas.

    5. As unidades integrantes das estruturas organizacionais dos rgos e

    entidades sero supridas exclusivamente pelo seu almoxarifado.

    5.1. Distribuio o processo pelo qual se faz chegar o material em

    perfeitas condies ao usurio.

    5.1.1. So dois os processos de fornecimento:

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    26

    a) por Presso;

    b) por Requisio.

    5.1.2. O fornecimento por Presso o processo de uso facultativo, pelo qual

    se entrega material ao usurio mediante tabelas de proviso previamente

    estabelecidas pelo setor competente, e nas pocas fixadas,

    independentemente de qualquer solicitao posterior do usurio. Essas

    tabelas so preparadas normalmente, para:

    a) material de limpeza e conservao;

    b) material de expediente de uso rotineiro;

    c) gneros alimentcios.

    5.1.3. O fornecimento por Requisio o processo mais comum, pelo qual se

    entrega o material ao usurio mediante apresentao de uma requisio

    (pedido de material) de uso interno no rgo ou entidade.

    Usualmente, as unidades administrativas adotam uma rotina para o

    fornecimento por requisio. Dessa maneira, prtica recorrente a

    determinao de um dia especfico da semana para que as requisies de

    material sejam entregues aos almoxarifados (toda quinta-feira, por

    exemplo).

    20. (CESPE / INCA / 2010) Os fornecimentos por presso e opor requisio so os dois tipos de processos de fornecimento

    de material para suprir a demanda das unidades de um rgoou entidade da administrao pblica brasileira. O fornecimento

    por presso refere-se ao processo de entrega de material parao usurio com base nas tabelas de proviso previamente

    estabelecidas pelo setor competente, enquanto o fornecimento

    por requisio refere-se ao processo de entrega do material

    formalmente requisitado ao usurio.

    Note que o enunciado da questo mostra-se integralmente baseado

    no extrato da IN n 205/1988 (SEDAP), transcrito na acima.

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    27

    A assertiva est correta.

    21. (CESPE / STM / 2011) No processo de fornecimento porpresso, a entrega de material ao usurio ocorre mediante

    tabelas de proviso, previamente estabelecidas pelo setorcompetente, nas pocas fixadas, independentemente de

    qualquer solicitao posterior do usurio.

    Mais uma vez, faz-se uma abordagem quase literal da IN n 205/1988

    (SEDAP), vista acima.

    Em se tratando do tpico Distribuio de Materiais, mostra-se

    essencial estarmos familiarizados com os conceitos de fornecimento por

    presso e por requisio.

    A afirmativa est certa.

    A distribuio de materiais, por envolver o deslocamento fsico dos

    bens (dos almoxarifados at o seu consumidor), est intimamente

    relacionada ao tpico movimentao e transporte de materiais.

    Para Gonalves (2007), h uma estreita relao entre os equipamentos de

    movimentao e os de armazenagem dos materiais. Segundo este autor, os

    equipamentos de movimentao devem ser escolhidos dentro de um

    planejamento global que envolve as caractersticas dos materiais, suas

    formas de acondicionamento e embalagens e o fluxo geral dos materiais no

    almoxarifado. Conseguir harmonizar estas variveis implica a reduo de

    custos operacionais e o aumento da produtividade.

    Com relao movimentao de materiais, devem-se perseguir os

    seguintes objetivos:

    obter um fluxo eficiente de materiais nos almoxarifados;

    utilizar critrios ergonmicos, visando a evitar fadiga e leses dos

    colaboradores.

    A eficincia do sistema de movimentao de materiais condicionada

    observncia de algumas regras bsicas, denominadas leis da movimentao

    de materiais, listadas a seguir.

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    28

    LEIS DE MOVIMENTAO DE MATERIAIS

    LEI DESCRIO

    Flexibilidade Empregar equipamentos que possam serutilizados na movimentao de vrios tipos de

    cargas.

    Manipulao

    mnima

    Evitar a manipulao dos materiais ao longo do

    ciclo de processamento e utilizar o transporte

    mecnico ou automatizado sempre quepossvel.

    Mxima utilizaodo espao

    disponvel

    Maximizar o aproveitamento do espao cbicodisponvel.

    Mxima utilizaodos

    equipamentos

    Maximizar a utilizao dos equipamentos,diversificando seu emprego.

    Mxima utilizaoda gravidade

    Aproveitar da gravidade, sempre que possvel,para a movimentao dos materiais (menores

    custos).

    Menor custo total Selecionar equipamentos ponderando custostotais e tempo de vida til.

    Mnima distncia Reduzir as distncias na movimentao,

    eliminando trajetos em ziguezague.

    Obedincia dofluxo das

    operaes

    Adotar as trajetrias de movimentao demateriais de modo a facilitar o fluxo produtivo.

    Padronizao Utilizar equipamentos padronizados (facilitando

    a manuteno e o intercmbio de

    sobressalentes)

    Segurana e

    satisfao

    Promover a segurana dos colaboradores e

    reduzir sua fadiga.

    Fonte: GONALVES, 2007.

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    29

    A escolha dos equipamentos que constituiro o sistema de movimentao

    interno de materiais deve se dar com base no critrio custo versus benefcio.

    Vejamos alguns dos principais dispositivos empregados neste sistema:

    PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAO INTERNA DE

    MATERIAIS

    Empilhadeira Equipamento cujo emprego principal o

    transporte de mercadorias em paletes,

    otimizando, assim, o uso do espao

    vertical em almoxarifados. H vrios tipos

    (eltricas, manuais, a combusto etc.) e

    modelos (frontais, laterais, trilaterais

    etc.). Necessita de operador especializado.

    Talha

    Equipamento baseado no uso de polias em

    srie, indicado para o deslocamento de

    cargas pesadas (motores, por exemplo).

    Pode ser manual, eltrica ou pneumtica.

    Ponte / Prtico Rolante Constitui-se de uma ou mais vigas que

    correm sobre trilhos, sendo capaz de

    transportar cargas com pesos muito

    significativos. Dentre as vantagens deste

    equipamento, destaca-se a no-

    interferncia com o trabalho a nvel do

    solo, visto que sua ocupao fsica no

    concorre com outros equipamentos ou

    com trabalhadores que situam-se no piso.

    Desta forma, similarmente aos guindastes,

    indicado para uso em reas com

    restrio de espao.

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    30

    PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAO INTERNA DE

    MATERIAIS

    Elevador

    So empregados na movimentao de

    cargas entre nveis (andares) distintos.

    Ocupam menos espao do que outros

    equipamentos, mas carecem, geralmente,

    de rgida manuteno preventiva e de

    cuidados na operao.

    Carrinho de carga De uso extremamente comum em

    almoxarifados, utilizado paramovimentao de cargas a curtas

    distncias, inclusive na formao de lotespara a distribuio aos clientes internos.

    prtico, de baixo custo e no carece demo de obra especializada. H carrinhos

    que transportam de 50 at 600 kg.

    22. (CESPE / IFB / 2011) Pontes rolantes e guindastes soequipamentos de manuseio para reas restritas.

    Justamente por no concorrerem diretamente com o espao ocupado

    por equipamentos ou por trabalhadores que se localizam no nvel do piso,

    os equipamentos relacionados no enunciado realmente tm sua utilizao

    indicada para reas restritas.

    A assertiva, portanto, est certa.

    23. (FCC / METR SP / 2008) Na maioria dos casos, orecebimento e disponibilizao dos produtos no almoxarifado

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    31

    dependem de transporte e movimentao, que so possveis

    pelo uso de equipamentos, tais como:

    a) carros-prtico, carrinhos-de-mo, macacos eletromecnicos,

    patins mecnicos. b) tratores, p carregadeiras, esteiras rolantes, tirolesas.

    c) correias transportadoras, moto-scrapers, triciclos, talhas. d) guindastes, automveis, plataformas estacionrias, caixas.

    e) empilhadeiras, talhas, pontes rolantes, elevadores.

    A alternativa E a que mais se adequa aos equipamentos utilizados na

    movimentao de materiais em um almoxarifado, conforme visto

    anteriormente.

    Em termos da distribuio fsica (ou externa), Viana (2000) enumera

    as principais modalidades de transporte das cargas, conforme sintetizado no

    quadro a seguir:

    PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRANSPORTE

    MODALIDADE APLICAO

    Rodovirio

    Destinado a cargas que demandam tempo

    relativamente rpido de entrega. No Brasil,

    esta modalidade , de longe, a mais

    empregada.

    destinado a pequenas e mdias distncias,

    apresentando boa relao custo X benefcio.

    A estrutura para a distribuio rodoviria

    composta pela malha de rodovias e pela

    disponibilidade de veculos.

    Ferrovirio

    Sua caracterstica principal o atendimento a

    longas distncias, comportando cargas de

    grande volume.

    Apresenta um ndice menor de acidentes,

    furtos e roubos, se comparado com o

    rodovirio.

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    32

    PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRANSPORTE

    MODALIDADE APLICAO

    A estrutura de distribuio ferroviria compe-

    se da malha ferroviria, de vages e

    locomotivas. Demanda o maior custo fixo

    operacional, entre todos os modais de

    transporte.

    Hidrovirio / martimo

    Muito voltado a transporte de cargas entre

    continentes, sendo que o tempo de entrega

    no um fator preponderante.

    o modal mais utilizado no comrcio

    internacional, mediante o emprego de navios

    mercantes (cargueiros).

    A estrutura de distribuio, neste caso,

    formada por navios de carga e pela estrutura

    porturia das localidades envolvidas.

    Aerovirio

    Voltado ao transporte de carga no qual o

    tempo de entrega um fator primordial.

    ideal para pequenos volumes, com alto valor

    agregado e com urgncia de entrega.

    A desvantagem fica por conta do maior custo

    e da menor capacidade de carga.

    A estrutura aeroviria formada por

    aeronaves de transporte de carga, bem como

    por aeroportos.

    Dutovirio

    um dos meios mais econmicos de

    transporte de cargas, muito voltado a grandes

    volumes de leos, gs natural e derivados. Ex:

    oleodutos, gasodutos etc.

    A estrutura dutoviria composta por canos /

    tubos cilndricos ocos desenvolvidos conforme

    normas internacionais de segurana. Uma vez

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    33

    PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRANSPORTE

    MODALIDADE APLICAO

    feita a instalao dos dutos, o custo

    operacional extremamente baixo.

    O transporte intermodal (ou multimodal, segundo a Associao

    Nacional de Transportes Terrestres ANTT) aquele que utiliza mais de uma

    modalidade de transporte. A exportao de produtos em contineres, por

    exemplo, usualmente feito pelas modalidades martima e rodoviria. Na

    realidade, o transporte intermodal no propriamente uma nova modalidade

    de transporte, mas sim uma combinao das anteriores.

    24. (CESPE / IFB / 2011) So cinco os modais de transporte decarga: areo, rodovirio, ferrovirio, aquavirio e intermodal.

    Primeiramente, conforme nos esclarece a ANTT1, os termos modo,

    modal e modalidade de transporte possuem o mesmo significado, ok?

    A questo apresente uma pegadinha do CESPE. Como vimos, o

    transporte intermodal no uma nova modalidade de transporte de carga,

    mas sim uma combinao das demais.

    Alm disso, a questo peca por no listar o transporte dutovirio, um

    dos cinco modais hoje considerados pela ANTT.

    A questo est errada.

    25. (CESPE / CAPES / 2012) No transporte dutovirio, aps aconstruo dos dutos, o custo operacional varivel baixo, pois

    a mo de obra intensiva desnecessria.

    Apenas para reforar o que vimos em nosso quadro sobre os modais de

    transporte. A questo est certa.

    1Endereo: http://www.antt.gov.br/faq/multimodal.asp

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    34

    26. (CESPE / CAPES / 2012) O custo fixo do transporte areo superior ao custo dos transportes ferrovirio, aquavirio e

    dutovirio.

    Como vimos, o custo fixo do transporte ferrovirio sobrepuja ao das

    outras modalidades de transporte.

    A assertiva est errada.

    II. A GESTO PATRIMONIAL

    2.1. CONCEITOS INICIAIS

    prudente iniciarmos esta tpico revisando o conceito de recurso

    patrimonial, j apresentado no incio de nosso curso:

    Recurso patrimonial = refere-se aos elementos fsicos empregados por

    uma organizao que so destinados manuteno de suas atividades. A

    natureza do recurso patrimonial permanente. Alm disso, nem sempre

    possvel armazen-lo em estoques.

    Sem ingressar muito no ramo da Contabilidade, podemos afirmar que o

    conceito de recurso patrimonial engloba os de ativo imobilizado e de ativo

    intangvel, assim definidos:

    Ativo imobilizado = so os bens de natureza permanente destinados

    manuteno das atividades da organizao, ou seja, bens permanentes que

    a organizao necessita para poder operar.

    Ativo intangvel = so os bens no materiais (abstratos ou incorpreos)

    destinados manuteno das atividades da organizao.

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    35

    27. (CESPE / TJ RR / 2006 adaptada) Patentes e direitosautorais so recursos patrimoniais intangveis.

    Patentes e direitos autorais so exemplos de bens patrimoniais

    intangveis. Tm existncia imaterial, ou abstrata, mas, atuam em prol da

    manuteno das atividades da organizao.

    Um bom exemplo de bens patrimoniais tangveis e intangveis provido

    pelo Professor Ed Luiz Ferrari, na obra Contabilidade Geral. Ao passo que,

    para um taxista, o txi (automvel) um bem patrimonial tangvel, a licena

    para o exerccio de sua atividade um recurso intangvel.

    A questo est certa.

    28. (CESPE / FUNESA SE / 2008) Prdios, terrenos, jazidas,caldeiras, reatores, veculos, computadores e mveis so

    considerados bens patrimoniais.

    Os elementos listados no enunciado so exemplos de bens tangveis

    (podemos encostar neles), constantes do ativo imobilizado de uma

    organizao. Note que so todos bens permanentes, categorizados, dessa

    forma, como pertencentes ao patrimnio mobilirio do rgo (j que

    possuem mobilidade).

    A assertiva, portanto, est certa.

    De agora em diante, iremos nos ater especificamente aos bens

    patrimoniais tangveis, dada sua relevncia para as atividades de

    administrao patrimonial.

    Pelas definies acima, vemos que os conceitos de recurso patrimonial

    (tangvel) e bem permanente esto intimamente relacionados.

    A classificao de um bem ou material como permanente (ou, em

    contrapartida, como um bem de consumo) essencialmente uma

    classificao contbil, pois referente sua Natureza de Despesa, no mbito

    do Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo Federal

    (SIAFI). Vejamos as definies abaixo:

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    36

    29. (ESAF / SUSEP / 2010 adaptada) Classificam-se comopermanentes os bens mveis cuja vida til seja superior a um

    ano.

    O prazo de durabilidade e no de vida til, como veremos quando

    estudarmos, mais adiante, depreciao que distingue um bem permanente

    de um bem de consumo dois anos.

    A questo est errada.

    A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministrio da Fazenda, atravs do

    artigo 3 de sua Portaria n 448/2002, apresenta 5 condies excludentes

    para a classificao de um bem como permanente. De acordo com essa

    norma, material de consumo aquele que se enquadrar em um ou mais dos

    seguintes quesitos:

    Art. 3 - Na classificao da despesa sero adotados os seguintes

    parmetros excludentes, tomados em conjunto, para a identificao do

    material permanente:

    I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas

    as suas condies de funcionamento, no prazo mximo de dois anos;

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    37

    II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificao, por ser

    quebradio ou deformvel, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou

    perda de sua identidade;

    III - Perecibilidade, quando sujeito a modificaes (qumicas ou fsicas) ou

    que se deteriora ou perde sua caracterstica normal de uso;

    IV - Incorporabilidade, quando destinado incorporao a outro bem, no

    podendo ser retirado sem prejuzo das caractersticas do principal; e

    V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformao.

    30. (CESPE / MPU / 2010) A durabilidade, a incorporabilidadee a tangibilidade so parmetros para identificao de material

    permanente.

    Os critrios utilizados para a classificao de um material como de

    consumo (o que, de maneira indireta, poderiam ser utilizados para sua

    identificao como material permanente), conforme o artigo 3 da Portaria

    STN n 448/2002, so: durabilidade, fragilidade, perecibilidade,

    incorporabilidade e transformabilidade. No consta, portanto, a tangibilidade

    como critrio de classificao.

    A assertiva est errada.

    A partir da Constituio Federal de 1988, houve uma crescente demanda

    da Administrao Pblica em prover leis e normas mais rgidas de controle

    financeiro, oramentrio, contbil e patrimonial.

    O controle patrimonial abrange tanto os bens patrimoniais mveis quanto

    os imveis. Vejamos:

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    38

    Muito das atividades inerentes Administrao de Recursos Patrimoniais

    dizem respeito gesto dos bens mveis, em especial pela maior dinmica

    (maior capacidade de movimento fsico, de aquisio e venda, por exemplo)

    tpica desses bens.

    Assim, ao longo desta aula, iremos ver com maiores detalhes essas

    atividades em especial a incorporao do bem (= entrada na

    organizao), o controle e a alienao (= desfazimento do bem).

    2.2. O RECEBIMENTO E A INCORPORAO DE BENS PATRIMONIAIS

    As atividades envolvidas na vida de um bem patrimonial podem ser

    concatenadas de modo que formem um processo:

    Bens mveis = bens que podemmovimentar-se por fora alheia ou que

    possuem movimento prprio. umconceito anlogo ao de material

    permanente, compondo o chamadoPatrimnio Mobilirio.

    Bens imveis = bens que no podemmovimentar-se sem que sua essncia seja alterada, compondo o chamado

    Patrimnio Imobilirio.

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    39

    A cada uma das atividades acima correspondem medidas administrativas

    especficas a serem tomadas pela Administrao. Didaticamente, podemos

    relacionar as atividades e medidas administrativas inerentes ao controle

    patrimonial de bens mveis a trs momentos cronolgicos: a entrada na

    organizao, as alocaes internas e a sada final do bem.

    No que diz respeito entrada e s alocaes internas na organizao, as

    atividades e as medidas administrativas correspondentes so as relacionadas

    no quadro abaixo:

    OPERAO ATIVIDADE MEDIDA

    ADMINISTRATIVA

    Entrada

    Recebimento

    Tombamento

    Registro

    Alocaes internas Guarda e

    Conservao

    Transferncia

    Movimentao

    Anteriormente, pudemos ver com detalhes como se d o procedimento de

    recebimento de materiais nas organizaes. O mesmo ocorre com os bens

    patrimoniais, sendo que, neste caso (bens patrimoniais), aps o

    recebimento, procede-se ao registro do bem, inscrevendo-o em uma relao

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    40

    de materiais sobre os quais deve haver um controle especial. Assim, de

    modo geral, as principais tarefas envolvidas nessa etapa podem ser

    relacionadas da seguinte maneira:

    Verificao se o material entregue nos almoxarifados corresponde

    descrio da nota fiscal;

    Verificao se o material entregue corresponde descrio da nota de

    empenho (no caso de rgos pblicos);

    Se as verificaes dos itens anteriores ocorrerem sem maiores

    problemas, atesta-se a nota fiscal (d-se um OK em seu verso,

    afirmando que o material foi recebido);

    Conferncia quantitativa e qualitativa do bem patrimonial;

    Incorporao do material permanente ao patrimnio da

    organizao.

    Esta incorporao chamada de tombamento, que definimos a seguir:

    Tombamento = procedimento de identificao de

    um bem, efetuado na incorporao do bem ao

    patrimnio de uma organizao. Por ocasio do

    tombamento, cadastram-se, em um banco de

    dados, informaes essenciais do bem

    (caractersticas fsicas, valor de aquisio etc.). O

    bem recebe um nmero patrimonial, pelo qual

    identificado, e uma plaqueta (ou etiqueta, ou

    gravao) contendo este nmero de registro

    afixada no bem (quando possvel).

    Logicamente, h almoxarifados especficos para materiais de consumo.

    Nestes, no ocorre o tombamento.

    A regra geral de todos os materiais permanentes serem tombados na

    Administrao Pblica. Isso implica maior possibilidade de controle, mediante

    a distribuio da carga patrimonial (= lista de bens permanentes sob a

    responsabilidade direta de determinado servidor) e de inventrios, atividade

    que veremos mais adiante nesta aula.

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    41

    31. (CESPE / STM / 2011) Para efeito de identificao einventrio, os equipamentos e materiais permanentes devem

    receber cdigos alfanumricos ou numricos, no

    necessariamente sequenciais, que devem ser apostos ao

    material, por meio de gravao, fixao de plaqueta ou

    etiqueta.

    Os nmeros patrimoniais apostos aos materiais devem sim ser

    sequenciais. o imposto pela Instruo Normativa (IN) n 205, de 1988 da

    Secretaria de Administrao Pblica da Presidncia da Repblica (SEDAP),

    conforme transcrio abaixo:

    7.13. Para efeito de identificao e inventrio os equipamentos e materiais

    permanentes recebero nmeros sequenciais de registro patrimonial.

    7.13.1. O nmero de registro patrimonial dever ser aposto ao material,

    mediante gravao, fixao de plaqueta ou etiqueta apropriada.

    7.13.2. Para o material bibliogrfico, o nmero de registro patrimonial

    poder ser aposto mediante carimbo.

    Como vemos, o enunciado est errado.

    32. (CESPE / MPU / 2010) Nas organizaes pblicas, todo bemlistado como material permanente, independentemente de suas

    caractersticas fsicas, deve ser identificado com plaqueta

    especfica para isso.

    Como vimos na resoluo da questo anterior, a IN n 205/1988 (SEDAP)

    nos traz outros modos de ser efetuada a aposio do nmero patrimonial nos

    materiais, alm da plaqueta. H a gravao, a etiqueta ou, no caso de

    material bibliogrfico, indicado o uso de um carimbo.

    Dessa maneira, a afirmativa est errada.

    33. (CESPE / MPU / 2010) Considere que, em uma organizaopblica, determinado lote de bens tenha sido adquirido por

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    42

    baixo custo unitrio. Nessa situao, admite-se que esse bem

    no seja incorporado ao patrimnio da organizao, podendo o

    seu controle ser feito em separado.

    As boas prticas administrativas nos do a seguinte orientao:

    Materiais que apresentem baixo valor monetrio, baixo risco de perda

    e/ou alto custo de controle patrimonial devem, preferencialmente, ser

    considerados como material de consumo.2

    Indica-se a considerao de um bem (ou lote de bens) de baixo valor

    monetrio como material de consumo (e no como material permanente)

    pela simples razo de que o controle patrimonial pode ser oneroso

    organizao. Controlar, em si, uma atividade que gera custos operacionais

    expressivos, em especial em termos de homens-hora. Assim, no faz sentido

    arcar com um gasto operacional de controle que pode at mesmo ultrapassar

    o valor do bem.

    De forma mais especfica, podemos recorrer posicionamento da Secretaria

    do Tesouro Nacional3:

    Observa-se que, embora um bem tenha sido adquirido como

    permanente, o seu controle patrimonial dever ser feito baseado na relao

    custo/benefcio desse controle.

    Nesse sentido, a Constituio Federal prev o Princpio da Economicidade

    (artigo 70), que se traduz na relao custo-benefcio, assim, os controles

    devem ser suprimidos quando apresentam como meramente formais ou cujo

    custo seja evidentemente superior ao risco.

    Assim, se um material for adquirido como permanente e ficar

    comprovado que possui custo de controle superior ao seu benefcio,

    deve ser controlado de forma simplificada, por meio de relao-carga, que

    mede apenas aspectos qualitativos e quantitativos, no havendo

    necessidade de controle por meio de nmero patrimonial. No entanto,

    2Texto constante do Manual de Procedimentos para Controle Patrimonial, do TRT da 7 Regio.

    3Fonte: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/contabilidade_governamental/downloads/Depreciacao.pdf

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    43

    esses bens devero estar registrados contabilmente no patrimnio da

    entidade.

    O mesmo documento prev a situao inversa: um material de consumo

    com significativa durabilidade ou valor relevante poderia ser incorporado ao

    patrimnio da organizao:

    Da mesma forma, se um material de consumo for considerado como

    de uso duradouro, devido durabilidade, quantidade utilizada ou valor

    relevante, tambm dever ser controlado por meio de relao-carga, e

    incorporado ao patrimnio da entidade.

    A questo, portanto, est certa.

    34. (CESPE / MS / 2008) Em organizaes pblicas, apenas osbens mveis permanentes de alto custo precisam ser

    cadastrados no sistema de controle patrimonial.

    O cadastro no sistema de controle patrimonial no leva em considerao o

    custo do bem mvel permanente. Todos os bens permanentes so

    cadastrados, com a ressalva da situao de controle antieconmico.

    Ainda, como vimos na discusso da questo anterior, at mesmo um

    material de consumo de uso duradouro poder ser incorporado ao patrimnio

    de uma entidade.

    A assertiva, dessa maneira, est errada.

    35. (COPEVE / UFAL / 2011) O patrimnio o objetoadministrado que serve para propiciar s entidades a obteno

    de seus fins. Como tal, so atribuies do setor de patrimnio,

    exceto a opo:

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    44

    a) extrair, encaminhar e controlar os Termos de

    Responsabilidade dos bens mveis dos diversos centros de

    responsabilidade do rgo.

    b) encaminhar s unidades de controle patrimonial os

    inventrios de bens pertencentes ao rgo.

    c) auxiliar os analistas de planejamento durante a elaborao

    da previso da receita oramentria.

    d) efetuar a identificao patrimonial, por meio de plaquetas

    (metlicas ou adesivas altamente colantes), fixadas nos bens

    mveis de carter permanente.

    e) registrar as transferncias de bens quando ocorrer mudana

    fsica deles ou quando houver alteraes do responsvel.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) Os bens mveis so sempre acompanhados de um Termo de

    Responsabilidade, por vezes denominado simplesmente de carga patrimonial.

    O servidor consignatrio do Termo passa a ser responsvel pela guarda e

    uso do bem. A alternativa est correta.

    b) Os inventrios espcie de auditoria dos bens patrimoniais so

    efetivamente conduzidas pelo Setor de Patrimnio da organizao, conforme

    veremos na prxima seo desta aula. A alternativa est correta.

    c) O auxlio na elaborao da previso da receita oramentria no

    tarefa do Setor do Patrimnio, mas sim do Setor de Finanas. A alternativa

    est errada.

    d) Trata-se da tarefa de tombamento que, como vimos, de

    responsabilidade do Gestor de Patrimnio. A alternativa, portanto, est

    correta.

    e) De modo geral, movimentao o deslocamento do bem permanente,

    podendo ou no ocorrer a troca de responsabilidade. A transferncia, por sua

    vez, a modalidade de movimentao de material, com troca de

    responsabilidade, de uma unidade organizacional para outra, em carter

    definitivo. Apesar da alternativa no se mostrar to rgida nesses conceitos,

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    45

    referindo-se transferncia em sentido genrico, podemos consider-la

    correta.

    Resposta: C

    36. (ESAF / SUSEP 2010 / adaptada) Transferncia aincorporao de bens patrimoniais movimentados de um rgo

    para outro, em carter definitivo.

    O enunciado espelha de forma apropriada a definio de transferncia

    de um bem patrimonial. Quando o carter no for definitivo, mas apenas

    transitrio, falamos de cesso do bem.

    A assertiva est certa.

    Aps o recebimento de um material permanente em um almoxarifado,

    efetua-se o registro de suas informaes fsicas e contbeis, para fins de

    controle. No entanto, como qualquer outra atividade da organizao, o

    controle dos bens patrimoniais est sujeito a uma auditoria, com o objetivo

    nico de garantir a confiabilidade das informaes prestadas pelos sistemas

    de controle material / patrimonial. Erros humanos, perdas e roubos so as

    causas principais das discrepncias entre os registros e o que efetivamente

    consta de estoques ou de cargas patrimoniais sob a responsabilidade de

    servidores. Estamos nos referindo aos inventrios, tema abordado na

    prxima seo.

    2.3. CONTROLE PATRIMONIAL: INVENTRIOS

    Nossa abordagem sobre o conceito de inventrio,

    entendido como uma ferramenta de controle dos

    estoques dos almoxarifados e dos ativo imobilizado

    (bens patrimoniais), inicia-se apresentando a definio

    de inventrio fsico:

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    46

    Inventrio Fsico = procedimento de levantamento fsico e contagens

    dos itens de material em uma organizao.

    A conferncia no se limita aos almoxarifados. As diversas incumbncias

    da organizao (sees, salas de reunio, lanchonetes etc.) tambm so

    inventariadas, em especial com relao a seus materiais permanentes

    (tombados e com registro patrimonial).

    Vejamos a definio apresentada pela IN n 205/1988 (SEDAP):

    8. Inventrio fsico o instrumento de controle para a verificao dos

    saldos de estoques nos almoxarifados e depsitos, e dos equipamentos e

    materiais permanentes, em uso no rgo ou entidade (...).

    Um aspecto essencial que devemos nos ater que os inventrios

    destinam-se no s ao controle dos materiais permanentes (bens

    patrimoniais), mas tambm ao controle dos estoques de uma organizao,

    ok?

    H dois modos de se efetuar o inventrio fsico:

    No inventrio rotativo, estamos permanentemente contando os itens. O

    mtodo consiste no levantamento rotativo, contnuo e seletivo dos materiais

    existentes em estoque ou daqueles permanentes distribudos para uso. Sua

    vantagem que no implica a necessidade de paralisao das atividades da

    organizao, elaborando-se um cronograma de trabalho (de acordo com os

    interesses da empresa) que abranja todos os itens dentro de um perodo

    fiscal.

    InventrioFsico

    Rotativo

    Peridico

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    47

    No inventrio peridico (ou geral / anual), efetua-se a contagem de

    todos os itens em determinados perodos. Quando esta rotina realizada no

    encerramento do exerccio fiscal (o que comum), o inventrio tambm

    chamado de geral. Neste caso, geralmente todo o processo operacional da

    empresa paralisado o famoso FECHADO PARA BALANO.

    As informaes coletadas no inventrio fsico so compiladas no

    inventrio analtico, figurando a perfeita caracterizao do material,

    atravs de dados como descrio padronizada, nmero de registro

    patrimonial, valor, estado, local de uso etc.

    37. (COPEVE / Prefeitura de Penedo / 2010) Em umarepartio pblica, ao se proceder ao levantamento de todos os

    seus ativos (tangveis, intangveis, ativo mobilizado etc.) est

    elaborando-se:

    a) o inventrio de patrimnio

    b) a lista de bens

    c) o rol de objetos e processos

    d) o registro de documentos

    e) a classificao pecuniria

    Esta questo, mais simples, tem o objetivo de nos situar no assunto

    inventrio. Note, no entanto, que at mesmo o levantamento de ativos

    intangveis pode fazer parte de um inventrio patrimonial!

    A letra A a alternativa correta.

    38. (CESPE / SEAD FHS SE / 2008) So objetivos de todoinventrio: verificar discrepncias em valor e quantidade entre

    os estoques fsico e contbil e apurar o valor total dos estoques

    para efeito de balano fiscal.

    Segundo a IN n 205/1988 (SEDAP), so objetivos do inventrio fsico,

    dentre outros:

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    48

    a) o ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentaes dos

    estoques com o saldo fsico real nas instalaes de armazenagem;

    b) a anlise do desempenho das atividades do encarregado do

    almoxarifado atravs dos resultados obtidos no levantamento fsico;

    c) o levantamento da situao dos materiais estocados no tocante ao

    saneamento dos estoques;

    d) o levantamento da situao dos equipamentos e materiais

    permanentes em uso e das suas necessidades de manuteno e

    reparos; e

    e) a constatao de que o bem mvel no necessrio naquela unidade.

    No qualquer tipo de inventrio que ir concorrer para a consecuo do

    primeiro objetivo acima listado. Alm disso, o inventrio geral ou anual,

    realizado no encerramento do exerccio fiscal, que pode subsidiar a

    confeco do balano fiscal.

    Podemos ter como objetivo de um inventrio o levantamento da situao

    de bens patrimoniais mveis, visando a um diagnstico sobre possveis

    baixas futuras desses bens.

    Em adio, a mesma Instruo Normativa nos apresenta distintos tipos de

    inventrio que, logicamente, tero objetivos distintos uns dos outros:

    8.1. Os tipos de Inventrios Fsicos so:

    a) anual - destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens

    patrimoniais do acervo de cada unidade gestora, existente em 31 de

    dezembro de cada exerccio - constitudo do inventrio anterior e das

    variaes patrimoniais ocorridas durante o exerccio.

    b) inicial - realizado quando da criao de uma unidade gestora, para

    identificao e registro dos bens sob sua responsabilidade;

    c) de transferncia de responsabilidade - realizado quando da mudana

    do dirigente de uma unidade gestora;

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    49

    d) de extino ou transformao - realizado quando da extino ou

    transformao da unidade gestora;

    e) eventual - realizado em qualquer poca, por iniciativa do dirigente da

    unidade gestora ou por iniciativa do rgo fiscalizador.

    Como vemos, a questo est errada.

    39. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) O inventrio rotativo,ou peridico, realizado em perodos determinados,

    normalmente no encerramento dos exerccios fiscais.

    Inventrios rotativo e peridico no so sinnimos. Enquanto o primeiro

    feito de modo contnuo, ao longo do exerccio, o segundo conduzido

    pontualmente em perodos pr-determinados (usualmente no encerramento

    do ano fiscal).

    A questo est, portanto, errada.

    40. (CESPE / STF / 2008) Caso, durante a realizao doinventrio, a comisso designada para o trabalho identifique e

    localize bens sem valor conhecido, o procedimento

    recomendado atribuir-se um valor simblico aos bens

    encontrados.

    A Instruo Normativa n 205/1988 (SEDAP), ao discorrer sobre o

    inventrio analtico, estabelece o seguinte:

    O bem mvel cujo valor de aquisio ou custo de produo for desconhecido

    ser avaliado tomando como referncia o valor de outro, semelhante ou

    sucedneo, no mesmo estado de conservao e a preo de mercado.

    Assim, caso sejam identificados e localizados bens sem valor conhecido,

    conduz-se uma pesquisa de mercado, a fim de obter um valor estimado de

    bem idntico (ou semelhante), aplicando-se, se pertinente, eventuais

    decrscimos devido desvalorizao ao longo dos anos.

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    50

    Dessa maneira, a questo est errada.

    41. (CESPE / AGU / 2010) Os inventrios rotativos so efetuadosno final de cada exerccio fiscal da empresa e incluem a

    totalidade dos itens de estoque de uma s vez.

    So nos inventrios gerais ou peridicos que so efetuadas a contagem de

    tosos os itens de estoque de uma nica vez, geralmente no encerramento do

    exerccio fiscal.

    Os inventrios rotativos, por sua vez, so levados a cabo de forma

    contnua, selecionando-se os materiais em estoque de forma que todos os

    itens sejam contados dentro do perodo fiscal.

    A questo est errada.

    ** o seguinte enunciado vlido para as questes 42 a 45 **

    (CESPE / IFB / 2011) Certa empresa classificou seu estoque com

    base no sistema ABC. Assim, decidiu que os itens do grupo A

    deveriam ser contados duas vezes por ano; os itens B, quatro vezes

    por ano, e os itens C, uma vez por ms. H, em estoque, 250 itens do

    grupo A, 80 do grupo B e 15 do grupo C.

    Com referncia a essa situao hipottica e adoo do sistema ABC

    para o controle de estoques, julgue os itens subsequentes.

    42. Se a empresa funciona 5 dias por semana e 50 semanas porano, ento ela deve efetuar, em mdia, 4 contagens por dia

    para cumprir sua meta de contagens anuais.

    O enunciado retrata uma situao prtica em que a empresa elabora

    um calendrio para a realizao do inventrio rotativo, com base na

    relevncia financeira dos itens (Classificao ABC).

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    51

    Para resolver a questo, a primeira coisa que devemos fazer definir

    o nmero de contagens necessrias para cumprir o calendrio proposto no

    enunciado.

    CLASSE N DE ITENS

    (1)

    N DE CONTAGENS/ANO

    (2)

    N TOTAL DE

    CONTAGENS

    (1)*(2)

    A 250 2 500

    B 80 4 320

    C 15 12 (= 12 meses) 180

    TOTAL = 1.000

    Como vemos, devemos contar 1.000 itens durante o ano. Mas, como

    nos diz o enunciado, no ano temos 50 semanas, considerando apenas 5 dias

    na semana. Isso nos d um total de 50*5 = 250 dias teis, durante os quais

    podemos realizar as contagens.

    Com esses valores determinados, basta estabelecermos a relao

    entre eles para que saibamos a mdia de contagens por dia para cumprirmos

    o calendrio do inventrio rotativo:

    A questo est, portanto, correta.

    43. A empresa aplicou de forma correta o sistema ABC quandodefiniu um controle mais rigoroso para os itens C do estoque.

    Como j vimos em nosso curso, na Classificao ABC, os itens

    categorizados como C so os que possuem menor relevncia, usualmente

    financeira. Assim, simplesmente no faz sentido exercer um controle mais

    rigoroso sobre esses itens. Logicamente, esse tipo de controle dever ser

    definido para os itens A.

    O enunciado est errado.

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    52

    44. As contagens dos itens fazem parte do inventrio peridicoanual exigido pelos auditores financeiros.

    O inventrio peridico anual realizado to somente uma vez por

    ano, por ocasio do encerramento do exerccio financeiro. O enunciado da

    questo retrata uma situao distinta, na qual h um cronograma de

    trabalho que implica esforos constantes para a contagem dos itens:

    estamos falando de um inventrio rotativo.

    A questo est errada.

    45. A adoo da curva ABC para controle de estoques no tornaimperativo que a programao das contagens ao longo do ano

    seja montada sob o critrio acima referido.

    O gestor de estoques, no caso, tem a liberdade de elaborar o seu

    cronograma de trabalho para a definio do calendrio do inventrio rotativo.

    A adoo da curva ABC serve, em primeira instncia, para a definio dos

    itens de maior valor em estoque, que devem ser objeto de maior ateno.

    Nada impede que um gestor de estoque que adote a Classificao

    ABC sobre o valor financeiro dos itens de material priorizar nos inventrios

    rotativos os itens mais perecveis, por exemplo.

    Assim, a afirmativa est certa.

    46. (CESPE / TJ ES / 2011) Caso determinado item apresenteduas contagens divergentes em um mesmo inventrio, deve-se

    adotar como estoque fsico a mdia aritmtica entre os

    resultados das duas contagens, assumindo-se o nmero inteiro

    imediatamente inferior.

    A boa prtica da rotina dos inventrios normalmente prev duas

    equipes para sua realizao: a dos reconhecedores, que fazem a primeira

    contagem, e a dos revisores, responsveis pelo novo cmputo dos itens.

    Para os itens que, eventualmente, apresentarem contagens distintas

    por essas equipes, a boa prtica demanda proceder-se a uma terceira

    contagem.

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    53

    A questo est errada.

    2.4. ALIENAO E DEPRECIAO DE BENS PATRIMONIAIS

    Uma vez adquirido um bem patrimonial (um aparelho de ar condicionado,

    por exemplo), ele registrado no sistema de cadastro patrimonial com suas

    caractersticas fsicas, bem como o seu valor de compra, conforme registrado

    na nota fiscal.

    No entanto, com o passar dos anos, no possvel afirmarmos que o seu

    valor permanece constante. Ele decresce, em virtude de seu desgaste

    temporal, bem como de sua ociosidade tecnolgica.

    Esse processo de minorao do valor de um bem patrimonial, originrio

    do transcurso do tempo denominado depreciao, assim definido pelo

    Manual de Despesa Nacional (MDN/2008):

    A depreciao a reduo do valor dos bens pelo desgaste (deteriorao)

    ou perda de utilidade por uso, ao da natureza ou obsolescncia.

    No setor privado, o clculo da depreciao tem impacto direto na

    apurao do lucro do exerccio. Dessa maneira, a Secretaria da Receita

    Federal do Brasil padroniza as taxas incidentes na depreciao, atravs da

    Instruo Normativa SRF n 162/1998, alterada pela Instruo Normativa n

    130/1999.

    Para o setor pblico, at bem recentemente os diversos rgos

    usualmente recorriam s mesmas taxas estabelecidas pela Receita Federal,

    apesar de no haver sido feito um estudo prprio a fim de definirem os

    percentuais e a estimativa de vida til a serem aplicados.

    No entanto, em novembro de 2010, a Secretaria do Tesouro Nacional

    lanou o Manual de Regularizaes Contbeis, definindo, entre outros

    assuntos, o mecanismo da depreciao no mbito do Sistema Integrado de

    Administrao Financeira do Governo Federal (SIAFI).

    recomendvel resumirmos os principais conceitos relativos

    depreciao. O quadro a seguir apresenta uma sntese sobre este tema.

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    CONCEITO SIGNIFICADO

    Depreciao

    Reduo do valor dos bens pelo desgaste ou perda

    de utilidade por uso, ao da natureza ou

    obsolescncia.

    Vida til Perodo de tempo durante o qual a entidade espera

    utilizar o bem.

    Vida til

    econmica

    Perodo de tempo durante o qual a entidade espera

    obter fluxos de benefcios futuros de um bem ($$).

    Observao: a vida til econmica de um

    automvel, por exemplo, pode girar em torno de 5

    anos, depois da qual ele se torna antieconmico

    (manutenes corretivas etc.). J a vida til deste

    mesmo automvel pode ser bem maior. Ainda nas

    ruas vemos veculos de mais de 20 anos de

    funcionamento.

    Valor residual

    Montante lquido que a entidade espera obter por

    um bem no fim de sua vida til econmica,

    deduzidos os gastos esperados para sua alienao

    (desfazimento). o bagao da laranja.

    Valor deprecivel

    o suco que sai da laranja.

    Para fins de ilustrao, vejamos um exemplo da tabela de vida til de

    bens, estabelecida pelo Manual de Regularizao Contbil da STN, da qual

    consta tambm o valor residual a ser adotado. A coluna da esquerda

    relativa conta contbil parties do patrimnio de determinada entidade.

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    Tomando por exemplo Aparelhos e Utenslios Domsticos, a vida til

    de 10 anos, com o valor residual de 10%. Para um aparelho de jantar

    comprado em janeiro de 2001 por R$ 100,00, por exemplo, o valor residual

    ao final de 2010 ser de R$ 10,00 (10% do valor inicial).

    47. (CESPE / MPU / 2010) No processo de depreciao total,quando o bem ainda existe fisicamente, mas alcana 100% de

    depreciao, ele deve ser automaticamente baixado

    contabilmente, a despeito de sua utilidade.

    Na tabela acima, podemos ver que para a conta contbil referente a

    Colees e Materiais Bibliogrficos, a vida til de 10 anos, com valor

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    residual de 0%. Assim, decorridos 10 anos de incorporao do bem, o valor

    contbil seria de R$ 0,00.

    Numa situao dessas, caso permanea a utilidade do bem, ele ser

    reavaliado (quantificado monetariamente), conforme nos explica o Manual de

    Regularizao Contbil do SIAFI:

    Ao final do perodo de vida til, os ativos podem ter condies de ser

    utilizados. Caso o valor residual no reflita o valor adequado, dever ser

    realizado teste de recuperabilidade, atribuindo a ele um novo valor, baseado

    em laudo tcnico. No h novo perodo de depreciao aps o final da vida

    til.

    A assertiva est errada.

    48. (IPAD / SENAC / 2008 adaptada) Depreciao a perda devalor que um recurso patrimonial tem decorrente da m

    utilizao.

    So trs os fatores que concorrem para a depreciao: desgaste ou

    perda de utilidade por uso, ao da natureza ou obsolescncia. Nenhum

    desses elementos relaciona-se com uma eventual m utilizao.

    Por mais que cuidemos de um automvel comprado h 10 anos,

    cumprindo de forma impecvel seu plano de manuteno, o desgaste

    inerente sua utilizao, exposio aos fatores ambientais e sua possvel

    obsolescncia tecnolgica favorecem o decrscimo de seu valor contbil.

    Dessa maneira, a questo est errada.

    49. (CESPE / TJ RR / 2006) Depreciao de um bem patrimonial a perda de seu valor por causa do uso, obsolescncia ou

    deteriorao. O clculo da depreciao embasado em

    parmetros definidos pela organizao detentora do bem.

    Como vimos, at mesmo na esfera privada, os parmetros envolvidos

    no clculo da depreciao no so facultados empresa detentora do bem,

    mas sim definidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, que padroniza

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    as taxas incidentes na depreciao, atravs da Instruo Normativa SRF n

    162/1998, alterada pela Instruo Normativa n 130/1999.

    A questo est errada.

    Por fim, a sada de um bem patrimonial da organizao, ou o seu

    desfazimento, efetuada atravs da alienao, sendo essa a medida

    administrativa correspondente:

    OPERAO ATIVIDADE MEDIDA

    ADMINISTRATIVA

    Sada Desfazimento Alienao (baixa de bens)

    Por sua vez, podemos definir o conceito de baixa de um bem como a

    sua retirada contbil do acervo patrimonial de uma organizao. Um bem

    baixado deixa de fazer parte do ativo imobilizado da organizao.

    A baixa patrimonial pode ocorrer por qualquer das seguintes formas:

    Alienao (venda, permuta ou doao, nas formas da Lei n

    8.666/1993 Lei de Licitaes e Contratos);

    Comodato (espcie de emprstimo de bens patrimoniais, por

    tempo pr-determinado);

    Extravio / perda / sinistro.

    O nmero de patrimnio de um bem baixado jamais deve ser

    repassado a outro bem. Quando um bem baixado, seu nmero patrimonial

    passa a fazer parte de um banco de dados gerenciado pelo setor de

    administrao patrimonial da organizao, referente a itens patrimoniais

    desincorporados.

    Em uma eventual reincorporao do bem (por exemplo, um bem

    furtado que recuperado), o nmero patrimonial restitudo ao mesmo

    bem.

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    50. (CESPE / MPU / 2010) O nmero de patrimnio de um bembaixado deve ser repassado a verses atualizadas que venham

    a substitu-lo na organizao.

    A questo aborda o que acabamos de ver acima. No se repassa o

    nmero patrimonial de um bem baixado a outro bem. O nmero deve

    permanecer em um banco de dados como registro do que ocorreu, em

    termos contbeis, com o bem.

    A questo est errada.

    51. (FCC / Cmara dos Deputados / 2007) Considere asassertivas:

    I. A alienao de bens imveis da Administrao Pblica

    depender de autorizao legislativa para rgos da

    Administrao direta e entidades autrquicas e fundacionais, e,

    para todos, inclusive as entidades paraestatais, depender de

    avaliao prvia e de licitao na modalidade de concorrncia,

    ressalvando os casos de dispensa devidamente regulamentados.

    II. A alienao de bens mveis da Administrao Pblica

    depender de avaliao prvia e