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ADMINISTRAÇÃO DE UMA EMPRESA FAMILIAR: estudo de caso
CLAUDIA RODRIGUES Prof. Me. FRANCISCO ORLANDO OLIVEIRA RIBEIRO
SÃO SEBASTIÃO 2013
CLAUDIA RODRIGUES
ADMINISTRAÇÃO DE UMA EMPRESA FAMILIAR: estudo de caso
Trabalho de Graduação do Curso de Tecnologia em Gestão Empresarial da Faculdade de Tecnologia de São Sebastião – FATEC, para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial, sob orientação do Professor Me Francisco Orlando Oliveira Ribeiro.
SÃO SEBASTIÃO 2013
CLAUDIA RODRIGUES
ADMINISTRAÇÃO DE UMA EMPRESA FAMILIAR: estudo de caso
Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 09 de dezembro de 2013.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
MESTRE FRANCISCO ORLANDO OLIVEIRA RIBEIRO
_________________________________________________________
DOUTORA MARIA DO CARMO CATALDI MUTERLE
_________________________________________________________
MESTRE ROSÂNGELA MOLENTO FERREIRA
MÉDIA FINAL: ___________________
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus por ter me dado forças, saúde e
sabedoria de escolher o melhor caminho e, em seguida, a meus familiares que me
apoiaram e deram forças para seguir adiante, em especial aos meus colegas que
conviveram comigo todo esse tempo, lutando junto com o mesmo objetivo que era
concluir com êxito o curso da faculdade. Gostaria de agradecer também aos
professores pela paciência e dedicação demonstrada em todo o curso e a todos que
direta ou indiretamente fizeram parte da minha vida ao longo destes últimos três
anos.
RESUMO
Esta pesquisa aborda a compreensão da administração de uma empresa familiar e sua dinâmica gerencial e busca identificar suas dificuldades. Assim, este trabalho tem por objetivo apresentar estratégias administrativas para a empresa pesquisada e verificar se há necessidade de um profissional da área na empresa. A fim de atingir tal objetivo, esta pesquisa caracterizou-se como estudo de caso, no qual foram realizadas pesquisas de campo e a pesquisa bibliográfica com os principais autores que abordaram as teorias estudadas nesta pesquisa. O método de coleta de dados foi uma pesquisa de campo exploratória com a aplicação de uma entrevista com a proprietária, em uma empresa de comércio varejista supermercadista do bairro Barra do Sahy em São Sebastião, SP. Pode-se perceber com a entrevista que proprietária tem uma boa dinâmica empresarial, mas sem técnicas administrativas científicas. A consideração final desta pesquisa indica que a empresa pode recorrer aos conhecimentos técnicos e científicos para crescer e desenvolver sem correr maiores riscos. Com a pesquisa identifica-se que a gestora conhece suas dificuldades e reconhece ser possível solucioná-las. Para tanto foi dada algumas sugestões como buscar auxílio de um profissional e ser mais formal na sua administração como, por exemplo, definir os objetivos a serem alcançados de curto e longo prazo. Palavras chaves: empresa familiar, administração, estratégia.
ABSTRACT
This research focuses on understanding the management of a family business and its management dynamics and tries to identify their difficulties. This work aims to present strategies for administrative researched company and check whether you need a professional company in the area. In order to achieve this goal, this research was characterized as a case study, in which field research and literature search were conducted with key authors who have addressed the theories studied in this research. The method of data collection was a survey of exploratory field with the application of an interview with the owner in a company of supermarket retailing of Bar Sahy neighborhood in São Sebastião, SP. It can be noticed that the interview with the owner has a good business dynamics, but without scientific management techniques. The final consideration of this research indicates that the company may have recourse to technical and scientific knowledge to grow and develop without higher risk. Through research it is identified that the management knows and recognizes their difficulties can solve them. To do so was given some suggestions as to seek help from a professional and be more formal in its administration, for example, define the objectives to be achieved in the short and long term. Key words: family business, management, strategy.
SUMÁRIO
1 Introdução ....................................................................................... 9
2 Referencial Teórico ...................................................................... 11
2.1 Definição de Administração ......................................................... 11
2.2 Funções Gerenciais .................................................................... 12
2 .2.1 Planejamento ............................................................................ 12
2.2.2 Organização .............................................................................. 13
2.2.3 Direção ..................................................................................... 16
2.2.4 Controle .................................................................................... 17
2.3 Formação de Preços de Venda para Comércio ................................ 18
2.3.1 Cálculo do Mark-up para Formação do Preço de Venda .................... 20
2.4 Características de uma Empresa Familiar ...................................... 21
2.4.1 Profissionalização da empresa familiar ........................................... 25
2.4.2 A sucessão em uma Empresa Familiar ........................................... 28
2.4.3 Cooperativa de consumo.............................................................. 29
2.4.4 Histórico das Empresas Familiares no Brasil e no Mundo................... 30
3 Metodologia .................................................................................. 34
4 Resultados e Discussão .............................................................. 37
5 Conclusões ................................................................................... 43
Referências ................................................................................... 45
Apêndices ..................................................................................... 48
Questionário para Entrevista ............................................................. 48
9
1. Introdução
Este trabalho analisou uma empresa familiar de comércio varejista
supermercadista, localizada no bairro da Barra do Sahy em São Sebastião, a fim de
avaliar a sua administração por meio de uma pesquisa qualitativa e identificar os
problemas do dia-a-dia, suas dificuldades para se manter no mercado competitivo e
sua luta para sobreviver diante da concorrência.
O objetivo deste estudo de caso foi verificar se há necessidade de
profissionalizar uma empresa de cunho familiar. Em específico na empresa
entrevistada, identificar os processos que envolvem as práticas administrativas.
Este trabalho se justifica pelo alto número de pequenas e médias empresas
que não sobrevivem, também pode oferecer auxilio para as empresas familiares que
estão em um mercado competitivo e em constantes mudanças, fato que pode
auxiliar no desenvolvimento e crescimento das empresas. Com o crescimento do
número de empresas familiares é importante que haja estudos para melhorar sua
administração.
Dado este contexto encontra-se como problema o fato das empresas
familiares se originarem a partir de relações de parentesco, com vínculos afetivos
muito fortes, embora seja por um lado bom para a empresa, pois a convivência entre
os membros é mais amistosa, por outro pode ser uma grande dificuldade para a
empresa familiar separar os sentimentos da administração, a sucessão em muitos
casos é passado para o parente sem levar em consideração a competência,
capacidade e a profissionalização necessária que os dirigentes precisam para
ocupar os cargos.
Portanto, o ideal seria que todos os membros da família que trabalhassem na
empresa fossem conscientes das obrigações a eles delegadas, mas quando isso
não ocorre, vêm os problemas, e para isto existem algumas hipóteses como:
a) Manter a rigidez exigida em uma organização independente dos laços
familiares.
b) Contratar um profissional da área administrativa para que possa dar mais
profissionalismo ao ambiente de trabalho, desta forma a família não entra em
conflitos desnecessários. Caso não queiram trabalhar com profissionais que não
sejam da família existe também a possibilidade de profissionalizar algum membro da
10
família para que possa trazer mais profissionalismo para a empresa, sem que a
mesma perca sua característica familiar.
No primeiro capítulo apresenta-se o referencial teórico com a definição de
Administração e as demais definições que dão embasamento a esta pesquisa. Para
tanto a pesquisa se utilizou de conceitos aplicados por grandes autores como:
Chiavenato, Lacombe, Bruni entre outros.
Já no segundo capítulo é demonstrada a metodologia utilizada, este trabalho
foi caracterizado como estudo de caso em uma empresa de comércio varejista
supermercadista no bairro Barra do Sahy em São Sebastião, SP, para o qual foi
utilizada pesquisas de campo e bibliográfica, tendo como objetivo pesquisa
exploratória, por meio de entrevista.
Em seguida encontram-se os resultados e discussão, onde é demonstrada a
colaboração da empresa através da entrevista, além de demonstrar que, mesmo
sem conhecimento científico, a proprietária tem grande experiência na área e não
encontra muitas dificuldades em sua administração.
Na sequência são apresentadas as considerações finais, onde são
demonstradas algumas informalidades na administração e oferecido algumas
sugestões para uma melhor administração.
11
2. Referencial Teórico
Neste capítulo serão apresentadas definições de Administração de alguns
autores como: Chiavenato, Bruni, Bernhoeft, entre outros, que abordam sobre as
definições das funções gerenciais, planejamento, organização, direção e controle.
2.1 Definição de Administração
Chiavenato (2009) afirma que a palavra administração tem sua origem no
latim, ad (junto de) e ministrativo (prestação de serviço) e que o mesmo significa a
ação de prestar serviço ou ajuda, outro significado é aquele que presta um serviço a
outro ou uma atividade que se recebe por transmissão de outros. “Modernamente,
administração representa o governo e a condução de uma organização ou empresa
por meio de atividades relacionadas com o planejamento, organização, direção e
controle da ação empresarial” (CHIAVENATO, 2009, p. 6).
De acordo com Chiavenato (2007) a tarefa da Administração baseia-se em
interpretar os objetivos aventados pela organização e transformá-los em ação
empresarial por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os
esforços realizados em todos os níveis e áreas da empresa, com a função de atingir
tais objetivos da melhor forma possível. Desta forma a Administração é o uso das
competências organizacionais e recursos para alcançar objetivos definidos com
eficiência e eficácia, por intermédio de um arranjo convergente.
E ainda, define-se processo administrativo como: administração, em seu
conceito tradicional, é definida como um conjunto de normas e princípios que
tem por objetivo planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar os esforços
de um grupo de pessoas que se associam para atingir um resultado em
comum, segundo Lacombe (2008).
12
2.2 Funções gerenciais
Segundo Sobral e Peci (2008) a Administração foi definida por Henri Fayol,
que era um administrador francês do início do século XX, como um processo
dinâmico que tem cinco funções interligadas: prever, organizar, comandar,
coordenar e controlar. Até hoje os manuais e livros de administração são
organizados com relação a essas funções.
De acordo com Sobral e Peci (2008) as funções de coordenar e comandar
foram integrados para formar uma nova função: dirigir- que tem associação aos
processos de gestão de pessoas na organização. Mesmo sendo quatro funções
distintas, elas estão associadas e são interdependentes, por este motivo os gestores
devem levar consideração os efeitos que cada uma dessas funções tem sobre as
outras.
2.2.1 Planejamento
Sobral e Peci (2008) afirmam que o planejamento se caracteriza na
especificação dos objetivos que devem ser atingidos, nas estratégias estabelecidas
e ações que permitem alcançá-los, e no desenvolvimento de planos que coordenem
e integrem todas as atividades da organização. O planejamento admite que os
administradores e trabalhadores consigam com que sua ação seja orientada para
determinados objetivos, permitindo-lhes centralizar sua atenção para o que é mais
importante para a empresa.
Chiavenato (2009) afirma que o planejamento é a primeira função do
processo administrativo que é planejar, organizar, dirigir e controlar, antes de
qualquer atividade empresarial deve vir o planejamento. É o planejamento que
determina com antecedência quais são os objetivos que a empresa almeja e como
deve ser feito para alcançá-lo de forma eficiente e eficaz, isto é, com o máximo de
rendimento e o mínimo de recursos, a administração deve determinar quais serão
seus objetivos e quais serão os meios necessários para alcançá-los antes que
qualquer função administrativa ser executada.
13
“Na verdade, o planejamento constitui a diferença entre uma situação atual e uma
situação desejada como objetivo. Em suma o planejamento está focado no futuro,
naquilo que deverá acontecer para que os objetivos sejam cumpridos”
(CHIAVENATO, 2009, p. 33). E na figura abaixo temos o planejamento como ponto
de ligação entre uma situação atual e uma situação desejada:
A importância e necessidade do planejamento, segundo Chiavenato (2009, p.
34): “[...] é a função administrativa que determina antecipadamente quais os
objetivos a serem atingidos e o que deve ser feito para atingi-los”. Focaliza-se no
futuro e está voltado para a continuidade da empresa, nisto reside toda sua
importância, sem o planejamento a empresa se perde em meio ao caos, o
planejamento é de vital importância para todas as funções administrativas, sem o
mesmo a direção, a organização e o controle perdem todo seu efeito.
De acordo com Chiavenato (2009) o planejamento é necessário devido a
racionalidade que as decisões necessitam, por racionalidade pode-se entender que
é a escolha dos meios mais adequados para atingir determinados fins ou objetivos,
pelo planejamento tornam-se racionais as ações das empresas, ou seja, mais
adequadas aos objetivos propostos, é a melhor maneira para alcançar objetivos
futuros.
Segundo Chiavenato (2009) é essencial para o sucesso das organizações o
papel do administrador. Na verdade, de acordo com que as organizações crescem e
aumentam de tamanho e complexidade, elas precisam de um aparato administrativo
composto de vários níveis de administradores, como presidente, diretores, gerentes,
supervisores, líderes de equipe.
2.2.2 Organização
Sobral e Peci (2008) afirmam que a organização tem a função de distribuir os
recursos e as tarefas entre os membros da organização, determina quem tem
Objetivo Situação atual
Situação desejada
14
autoridade sobre quem, onde e quando se devem tomar as decisões. A organização
procura partilhar o trabalho, os recursos e a autoridade entre os membros da
organização para que estes possam alcançar os objetivos estabelecidos
eficientemente.
De acordo com Lacombe (2008) organizar é o processo de identificar e
agrupar de maneira lógica as atividades de uma empresa, de delimitar as
autoridades e responsabilidades, de estabelecer as relações de trabalho que devem
vigorar entre as pessoas ou grupos que constituem a empresa, de modo que os
recursos disponíveis sejam aplicados eficiente e eficazmente, a fim de que as
empresas e seus colaboradores realizem seus objetivos mútuos. Ainda dentro de
organização existe o organograma que Lacombe (2008) define como uma
demonstração gráfica simplificada da estrutura organizacional de uma instituição,
classificando os seus órgãos, seus níveis hierárquicos e as principais relações
formais entre eles, é o recurso mais usado para demonstrar a formalização da
estrutura. Não significa necessariamente que a empresa seja organizada pelo fato
de possuir organogramas. O organograma não é o fim em si mesmo, mas sim um
meio para auxiliar administradores a visualizar o posicionamento e as relações entre
os subsistemas de um sistema organizacional (LACOMBE, 2008).
“Sua finalidade é permitir uma visualização rápida da forma como a empresa
está organizada” (LACOMBE, 2008, p. 103). O objetivo do organograma não é
mostrar de maneira total, precisa e abrangente toda a estrutura organizacional.
De acordo com Lacombe (2008) os organogramas tem o dever de mostrar a
organização real de uma empresa, caso isto não aconteça com fidelidade, poderão
deturpar a compreensão e acarretar decisões e atitudes errôneas por parte dos que
confiam na sua precisão.
Para Lacombe (2008) entre os inúmeros tipos de organogramas que existem,
o que é mais utilizado é conhecido como organograma clássico ou vertical, os
elementos básicos dos organogramas são as linhas e os retângulos.
“Os retângulos são a pedra de base na construção dos organogramas:
representam os órgãos que compõem a estrutura e não as pessoas” (LACOMBE,
2008, p. 104):
15
Exemplo de um organograma clássico típico
Lacombe (2008) afirma que as principais relações formais existentes na
estrutura são representadas pelas linhas, em específico o fluxo de autoridade. As
convenções se diferenciam de empresa para empresa, as consideradas mais
comuns de acordo com Lacombe (2008, p.104) são as seguintes:
_________ Autoridade de linha ou hierárquica
_ _ _ _ _ _ Autoridade funcional (ou normativa, ou técnica)
- - - - - - - - Autoridade de fiscalização
De acordo com Lacombe (2008) ao demonstrar o caráter formal da
organização, o organograma mostra aos funcionários como eles se enquadram no
sistema em que trabalham, tornando mais fácil a coordenação das atividades, a
comunicação entre as pessoas da organização, o treinamento e a integração dos
novos colaboradores. Ao colaborar para a definição de responsabilidades, favorece
melhores condições para o exercício do controle e para amenizar os conflitos de
autoridade.
O grande desafio, observa Lacombe (2008), é que o organograma formaliza
situações, que podem tornar-se desapropriado com o tempo, isso não deveria ser
desvantagem, teoricamente, porque quando uma estrutura organizacional se torna
inapropriada, deve ser mudada e o organograma deve ser correspondente à nova
estrutura. “Na prática, sabe-se que tudo que envolve pessoas é difícil” (LACOMBE,
2008, p.115). A divulgação da estrutura organizacional por meio de organogramas
Gerência Geral
Assessoria Jurídica
Auditoria
Gerência de pessoal
Gerência de Marketing
Gerência de Finanças
Gerência de pessoal
16
segundo Lacombe (2008) pode, no entanto, favorecer a inflexibilidade,
impossibilitando a alteração da estrutura organizacional.
Na interpretação de Lacombe (2008) as principais vantagens dos
organogramas são consequências da especificação que ele acarreta da estrutura
organizacional. Ver tabela abaixo. “É mais fácil ignorar deficiências quando não
estão explicitadas” (LACOMBE, 2008, p.115):
Vantagens Desvantagens
Facilita a identificação de deficiências da estrutura, como: superposições e duplicações de atividades, lacunas de atividades (isto é, atividades que não são executadas)
Subordinações múltiplas e níveis hierárquicos em demasia
Facilitar a identificação das deficiências induz a sua correção.
Formaliza situações, que, com o tempo, podem tornar-se inadequadas.
2.2.3 Direção
Para Sobral e Peci (2008) a direção tem relação direta com os processos de
gestão de pessoas na organização. O significado de dirigir é liderar, motivar e
coordenar os trabalhos no desenvolvimento de suas atividades e tarefas, dirigir
também significa escolher o melhor canal de comunicação para resolver os conflitos
entre os subordinados. De acordo com Sobral e Peci (2008) é uma função que
demanda mais ação que a organização ou o planejamento. O líder responsável por
um grupo ou equipe, tem a responsabilidade de possibilitar um ambiente propício à
execução de um trabalho de qualidade e com isso fazer com que os trabalhadores
se sintam satisfeitos.
Lacombe (2008) define liderar como: Coordenar um grupo, influenciando seu
comportamento, para alcançar objetivos e metas de interesse comum do grupo,
baseada num conjunto coerente de ideias e princípios de acordo com uma visão do
futuro. O líder empresarial deve ser capaz de atingir objetivos por meio dos liderados
de acordo com a ocasião e com os tipos de liderados, age de diferentes maneiras:
ordena, comanda, motiva, persuade, compartilha dificuldades e ações, ou delega e
17
cobra resultados, mudando a forma de agir de acordo com a necessidade de cada
momento e com o tipo de liderado, visando a atingir os objetivos da empresa.
2.2.4 Controle
Para Sobral e Peci (2008) o controle é a função da administração que atesta
que os objetivos estão sendo alcançados. Baseia-se na monitoração e na avaliação
do desempenho da empresa, na comparação deste com os objetivos planejados e
na correção dos desvios encontrados. A função de controle engloba: definir a
medida de desempenho, a verificar a sistemática do desempenho efetivo, comparar
entre os padrões e objetivos planejados e o desempenho efetivamente observado, e,
finalmente, estabelecer medidas corretivas, caso se verifique desvios significativos.
De acordo com Sobral e Peci (2008, p. 8) “É por meio da função de controle que a
organização se mantém no rumo pretendido ou planeja mudanças”.
Para Lacombe (2008) controle é uma função administrativa que serve para
medir e corrigir o desempenho de subordinados para certificar que os objetivos e
metas da empresa sejam alcançados e os planos formulados para atingi-los sejam
realizados. Desta forma, controlar abrange:
(a) acompanhar ou medir algo, confrontar resultados obtidos com previstos e
tomar as medidas corretivas cabíveis;
(b) compreender a medida do desempenho em comparação com os objetivos
e metas predeterminados; engloba a coleta e a analise de dados relevantes, as
analises das causas de ocasionais desvios, as medidas corretivas e, em caso de
necessidade, o ajuste dos planos.
Lacombe (2008, p. 50) sugere duas conclusões que se podem tirar dessas
definições:
(a) o controle é uma das funções do administrador e, em consequência,
envolve ação, ou seja, medidas corretivas para fazer com que aconteça o que
estava previsto, ou, se for indispensável, fazer mudança das previsões.
(b) o controle abrange a confrontação do desempenho de acordo com os
padrões determinados no planejamento.
18
“Por esses motivos, planejamento e controle são conhecidos como funções
gêmeas da administração” (LACOMBE, 2008, p.173). De nada resolve planejar se
não houver controle e não tem como controlar se não houver planejamento, a
relação entre as duas funções é tão forte que alguns autores incorporam o controle
como uma etapa do planejamento.
Na interpretação de Lacombe (2008) o controle envolve as seguintes etapas:
padrões de desempenho; medidas (confrontação); interpretação e ação corretiva. De
acordo com Lacombe (2008) os controles devem ser econômicos, significativos,
apropriados, coerentes, oportunos (obtidos no tempo adequado), simples e
operacionais.
Para Sobral e Peci (2008, p. 8) “na prática, todas as funções da administração
são executadas de uma forma inter-relacionada e não sequencial”. Na realidade, o
que se averigua é uma interação dessas quatro funções, e a sequencia
planejamento, organização, direção e controle são somente estabelecidas em nível
teórico para melhor entendimento do processo de administração.
2.3 Formação de preço de venda para comércio
Este capítulo se faz necessário devido à empresa pesquisada estar inserida
em um mercado muito competitivo que se faz necessário o conhecimento dos seus
custos para definir suas políticas de venda. Serão apresentadas, algumas fórmulas e
maneiras para a formação do preço de vendas.
Segundo Bruni (2008), para compreender os custos, principalmente os preços
e margens de lucro, é necessária uma análise muito cuidadosa dos tributos que se
incide sobre a operação, mesmo que os impostos não sejam registrados
contabilmente nos custos dos produtos, são muito importantes para o processo de
formação de preços.
Ainda segundo o autor, os preços praticados no mercado deverão ser
necessariamente capazes de remunerar os custos plenos, além de gerar uma boa
margem de lucro e ainda cobrir todos os impostos incidentes.
Em relação aos tributos específicos para formação de preços no comércio o
autor cita o ICMS, que é de esfera Estadual, que possui como fatores geradores a
19
venda de mercadorias de estabelecimento industrial, comercial ou produtor de
mercadorias importada do exterior; o fornecimento de bebidas, alimentação e outras
mercadorias em bares, restaurantes e outros estabelecimentos similares.
“Três processos distintos podem ser empregados na definição de preços e
costumam basear-se nos custos, no consumidor ou na concorrência”. (BRUNI, 2008,
p. 258). O autor explica que os processos de definição de preços baseados nos
custos procuram de alguma maneira adicionar algum valor aos custos. Outra forma
de estabelecer preço é baseado no valor percebido do produto pelo mercado
consumidor, neste caso as empresas não empregam os custos de vendedor, mas
sim a percepção que os consumidores têm do valor do produto, os preços são
definidos de maneira que se ajuste aos valores percebidos.
Bruni (2008) afirma que existe uma terceira forma de estabelecer preço, esta
emprega a análise da concorrência, neste caso as empresas prestam pouca atenção
a seus custos ou a sua demanda é a concorrência que determina os preços a serem
praticados, o preço pode ser de oferta ou de proposta, em relação a oferta é quando
a concorrência cobra mais ou menos que seus concorrentes, já em relação a
proposta é quando a empresa determina seu preço segundo seu julgamento da
forma como os concorrentes irão fixar os preços deles: “consiste em recurso que
possibilita analisar a formação de taxas de marcação (mark-ups) e preços no
segmento comércio”.(BRUNI, 2008, p. 352).
Para Megliorini (2007) mark-up consiste em uma margem, frequentemente
expressa em forma de um índice ou percentual que é acrescentado ao custo dos
produtos, este custo mostrará variações em relação ao método de custeio utilizado.
Lere (apud SANTOS, 1995, p. 191) recomenda um agrupado de regras
necessárias para a definição de preço com base nos custo, e relata que quem fixa
os preços deve:
Determinar o custo do produto;
Determinar o percentual de margem a ser usado;
Multiplicar o percentual de margem pelo custo do produto para obter a
margem em unidade monetária;
Somar a margem monetária ao custo do produto para determinar o preço.
De acordo com Lere (1979, apud SANTOS, 1995, p. 191) existem vários
“métodos” para se calcular o custo de um produto, o primeiro ponto (determinar o
20
custo do produto) abre margem para várias bases de Markups, dependendo do
método de custeamento utilizado. Desta maneira, pode-se ter:
Markup; com base no Custo Pleno;
Markup; com base no Custo Variável;
Markup; com base no Custo de Transformação;
Markup; com base no Custo Orçado;
Markup; com base no Custo Padrão;
Markup; com base no Custeio por Absorção.
Porém, de acordo com Dean (1964, apud SANTOS, 1995, p.195), ‘’a fixação
do percentual da margem sobre o custo é calculada quase sempre de maneira
arbitrária, variando conforme o ramo de atividade da empresa e de seus produtos’’.
2.3.1 Cálculo do Mark-up para Formação do Preço de Venda
De acordo com Megliorini (2009, p. 11), após definido os custos, o preço de
venda pode ser calculado através da fórmula:
Preço de venda à vista = custo/Mark-up
Preço de venda à prazo = custo x Mark-up
Megliorini (2009) afirma que para composição do Mark-up e necessário
determinar os percentuais das despesas com vendas e administrativas, os impostos
sobre o produto e o percentual do lucro desejado.
Segundo Megliore (2009, p.11) ponderando se como exemplo para o cálculo
em que o custo unitário de um determinado produto foi de R$ 100,00, sendo ICMS =
17,00%, Simples nacional = 3,61%, Despesas = 18,00%, Lucro = 15 %, dando um
total de 53,61%.
O mark-up preço de venda à vista divisor será:
100 % - 53,61 % = 0,46
100
21
PV=100,00/0,46=217,39
Preço de venda a vista= R$ 217,39
O mark-up preço de venda à vista multiplicador será:
1/ 0,46 =2,17
PV=100,00X2, 17= 217,39
De acordo com Magliore (2009) como exemplo, têm-se o valor de $100,00
como custo unitário e o preço de venda, utilizando o mark-up divisor será $217,39, e
pelo mark-up multiplicador será também de $217,39, resultando em lucro de $32,61,
ou seja, 15% do preço de venda.
2.4 Características de uma empresa familiar De acordo com Bernhoeft, (1989, p. 36-37), em sua obra Empresa Familiar:
sucessão profissionalizada ou sobrevivência comprometida apresenta as
características de uma empresa familiar:
Características de uma empresa Familiar
Laços afetivos muito fortes que influencia os comportamentos, relacionamentos e decisões da organização;
Exigência de mais dedicação; (vestir a camisa), caracterizado por atitudes como não ter horário para sair, levar trabelho para casa e etc.
Dificuldade de separar o emocional do racional, tendendo mais para o emocional;
Jogos de poder, onde muitas vezes vale mais a habilidade política do que mesmo a capacidade de administrar;
Expectativa de alto grau de fidelidade;
Os valores institucionais importantes da empresa identificam-se com uma família, seja em publicações formais da companhia, seja em tradições informais da organização;
Utilização em larga escala da mão de obra familiar;
Segundo Gonzalves apud Bernhoeft (1989) outro aspecto relevante a ser
observado, além dos relacionados às dificuldades na gestão, diz respeito ao
surpreendente número de abertura de novos negócios todos os dias, embora o
número de empresas que encerram suas atividades também seja alto. Segundo
22
pesquisa do SEBRAE sobre os principais motivos de mortalidade das empresas,
está abaixo relacionado como pontos fracos:
Pontos Fortes Pontos Fracos
Recursos financeiros disponíveis pela família;
Deficiência no planejamento prévio a abertura;
Aval pessoal e o fato de poder fazer um levantamento de patrimônio familiar em momentos de crise;
Deficiência na gestão do negócio (fluxo de caixa, finanças, aperfeiçoamento do produto, divulgação, vendas/ comercialização, não busca assessoria técnica/profissional);
Forte valorização da confiança mútua;
Consumo deprimido (reduzido) e concorrência muito forte;
Problemas de saúde, criminalidade e sucessão.
Fonte: Autora
Na gestão de empresas familiares há muita subjetividade envolvida no
processo de decisão gerencial, que muitas vezes não são compreendidas por
aqueles que não pertencem à família proprietária (GRZYBOVSKI, 2007).
Leone (2005) relata que como pequena e média empresa familiar as
principais características é a utilização em larga escala de mão de obra familiar,
tendo em vista que durante a fase inicial de criação da empresa, a participação da
família tem papel fundamental. No entanto, nas fases de crescimento e maturidade
da empresa essa condição se modifica.
Segundo Amman (in VERSTRAETE, 2000) uma característica importante na
empresa familiar é a vontade do proprietário de transmitir a empresa para a próxima
geração.
De acordo com Grzybovski (2002) a empresa familiar é a uma instituição de
capital fechado, com pouca transparência administrativa e tem um sistema de
tomada de decisões centrado no fundador ou em quem está no poder, onde todas
as regras são estabelecidas e seguidas pelos integrantes da família na empresa.
Já para Longenecker, Moore e Petty (1997) a empresa familiar é composta
por uma família e uma empresa que, apesar de serem instituições separadas, são
levadas a uma superposição constante nos negócios.
No entanto, Bernhoeft (2001, p. 68) relata que: “há casos de herdeiros que
uma vez iniciados em processos de mentoria, descobrem insuspeitados talentos
23
para dirigir os negócios da família e isto, acaba facilitando até mesmo a resolução de
impasses nos grupos familiares”.
Lazana (1999) apud Macedo (2000, p.1-2) explica que uma empresa familiar
é “quando um ou mais membros de uma família exerce considerável controle
administrativo sobre a empresa, por possuir parcela expressiva da propriedade do
capital”
De acordo com Bernhoeft (1989) uma empresa familiar é aquela que tem sua
origem e sua história vinculadas a uma família; ou mesmo, aquela que mantém
membros da família na administração das empresas.
Bernhoeft (1989) afirma que ao longo de doze anos de convivência, trabalho e
aprendizado, através de atividades de consultoria e treinamento, em centenas de
empresas espalhadas pelo Brasil, passou a considerar a resposta colocada acima
como sendo exageradamente simples para caracterizar o que vem a ser uma
empresa familiar. De acordo com Bernhoeft (1989, p. 35) “Uma das mais relevantes
refere-se à importância que desempenha a confiança mútua entre os membros da
empresa”. A partir deste dado, a visão de empresa familiar citada acima necessita
ser revista, pois seria possível dizer que a confiança mútua independe dos vínculos
familiares.
Para Bernhoeft (1989) existem muitas organizações, tidas como profissionais,
onde esta variável tem uma grande importância, tanto nas relações entre as pessoas
quanto no destaque que se lhe dá na obtenção de resultados, na concessão de
autoridade, na seleção de pessoas, nas promoções, etc.. Ou seja, ter como
característica de empresa familiar apenas o fato de ter membros da família parece
muito pouco para configurá-la como tal.
Bernhoeft (1989) explica que uma análise da própria administração pública
mostra características “familiares”, já que as escolhas são, invariavelmente, feitas
com embasamento na confiança entre as pessoas. E isto não tem relação com
qualquer grau de parentesco, mas é apenas uma preocupação “política” (que muitas
vezes não tem a ver com a eficácia administrativa) ou até os conceitos emocionais,
que estão distante daquilo que seria considerado “racional” em Administração.
Ainda de acordo com o autor, é importante lembrar que os fatos acima citados
são com base em experiências brasileiras e que o referencial externo é importante,
mas é preciso tomar os cuidados devidos. O autor classifica uma empresa familiar
nos Estados Unidos quando está perfeitamente identificada com uma família há pelo
24
menos duas gerações e quando essa ligação resulta numa influência recíproca na
política geral da empresa e nos interesses e objetivos da família. Revela-se a
existência de tal relacionamento quando há uma ou mais das seguintes condições
(BERNHOEFT, 1989, p. 36-37):
Os laços de família constituem um fator, entre outros, que determina a
sucessão nos cargos administrativos.
Esposas ou filhos dos atuais ou antigos dirigentes máximos encontram-se no
Conselho Administrativo.
Os valores institucionais importantes da firma identificam-se com uma família,
seja em publicações formais da companhia, seja em tradições informais da
organização.
As ações praticadas por um membro da família refletem-se, ou acredita-se
que reflitam, na reputação da empresa, independentemente da sua ligação
formal com a administração.
Os parentes que participam da companhia sentem-se obrigados a ficar com
ações por razões mais do que puramente financeiras especialmente quando
há prejuízos.
A posição do parente na firma influi em sua situação na família.
“Cada membro da família precisa chegar a um acordo quanto às suas
relações com a empresa, ao determinar sua própria carreira a seguir”.
Bernhoeft (1989) afirma que é possível observar que muitas destas
características poderão também ser encontradas em empresas consideradas como
“profissionais”. O que fica evidente é que o aspecto “familiar” está muito mais
relacionado à maneira com que a empresa é administrada, do que somente ao fato
de seu capital pertencer a uma ou mais famílias.
Bernhoeft (1989, p.35) explica que “existe, no entanto, algo que o considera
de mais alta importância para identificar uma empresa como ‘familiar’ e este ponto
está na sua própria história”. De acordo com Bernhoeft (1989) de uma forma geral, a
origem destas empresas tem um ponto em comum: se poderia afirmar que uma
característica geral da empresa familiar é a de que ela é, fundamentalmente, um
ideal que deu certo. Segundo Bernhoeft (1989) esta observação tem significativa
relevância, pois no passado de cada organização, seja ela pequena, média ou
grande, houve um momento em que seu fundador teve uma ideia e a maior
25
probabilidade é que tenha tido, de fato, apenas uma ideia, já que nem sempre havia
recursos disponíveis facilmente; mas o que houve foi um comportamento
empreendedor do fundador, que lutou sozinho com todas as forças para viabilizar
aquela ideia, na qual, provavelmente, apenas ele, acreditava.
Para Bernhoeft (1989), embora nem sempre este ponto mereça importância
por parte das pessoas que lidam com empresas familiares, arriscaria afirmar que aí
consiste uma das maiores dificuldades para conduzir os processos de
profissionalização ou sucessão dessas empresas.
Se imaginarmos por alguns instantes o que o fundador de uma empresa pode
sentir, quando olha para suas conquistas (prédios, equipamentos, empregos,
imagem, status etc.) e com isso relembra os momentos de dúvida, luta e incerteza
que viveu no passado. Possamos entender que este conjunto de emoções e
sentimentos cria um vínculo tão intenso entre a vida da empresa e sua própria vida,
que é difícil separá-las. Para muitos empresários, a empresa é a sua própria razão
de ser ou sua realização maior, mais intensa ainda que os filhos, a família etc.
(BERNHOEFT, 1989).
Segundo Bernhoeft (1989) a consideração de todas estas razões torna a
sucessão e a profissionalização da empresa familiar um dos temas mais delicados,
no entanto esse processo deve ser conduzido com respeito, considerando-se todas
as variáveis envolvidas. Segundo Bernhoeft (1989) não existem nenhuma receita
mágica ou fórmulas que possam ser usadas invariavelmente a todos os casos. De
acordo com Bernhoeft (1989, p. 39) “temos de considerar que o assunto deve ser
tratado no seu devido tempo, pois, do contrário, poderá comprometer a
sobrevivência e a imagem da própria empresa”.
2.4.1 Profissionalização da empresa familiar
De acordo com Bernheft (1989, p. 19) o fortalecimento e a modernização da
economia brasileira passam, inevitavelmente, pela profissionalização da empresa
familiar nacional. “Ser uma grande geradora de empregos, ter flexibilidade para
rápidas mudanças e agilidade para imediata adaptação organizacional e tecnológica
são algumas das características das empresas e seus líderes”.
26
Bernheft (1989) afirma que ao se falar de profissionalização da empresa
familiar, é importante levar em consideração que ela não se refere, somente, aos
aspectos organizacionais. Significa que em primeiro lugar devem-se conscientizar
aqueles que detêm a propriedade e o poder de que a continuidade do seu negócio
está necessariamente apoiada na gradativa separação entre família, propriedade e
administração, isto não significa que a família vai perder o controle acionário, mas
que é o único caminho para viabilizar o sucesso como estado duradouro.
Para Bernheft (1989) administrar é conviver com uma situação permanente de
incerteza, uma característica que é constante do Brasil, é um dos muitos méritos que
o empresariado brasileiro possui. De acordo com Bernhoeft a utilização permanente
da capacidade intuitiva do empresário, completamente pelo seu senso de
oportunismo, tem permitido que a empresa nacional sobrevivesse nesse ambiente.
O que ainda não mereceu a devida atenção das autoridades é o fato de que só na
medida em que a empresa familiar se profissionalize se dará o fortalecimento da
própria economia.
De acordo com Bernhoeft (1989) a palavra “Profissionalizar-se” possui várias
conotações. Tem seu início por uma postura dos próprios empresários, que
precisam entender quais são os riscos decorrentes de um processo de crescimento
desordenado. Muitas empresas brasileiras têm desaparecido, depois de um rápido
crescimento, porque não estabeleceu claramente sua vocação, o que permitirá fixar
os limites do seu crescimento que não viesse comprometer sua sobrevivência e seu
futuro.
Bernhoeft (1989) afirma que a capacidade empreendedora e intuitiva do
empresário brasileiro é, muitas vezes, o que impede de cuidar para que seu negócio
não perenize. Um dos erros mais comuns que encontramos em nossa empresa
nacional é a diversificação e o crescimento sem limites e a clara visão da sua
vocação. De acordo com Bernhoeft (1989, p. 19) as características que são
necessárias para manter o sucesso como estado permanente são muito diferentes
daquelas que são utilizadas na criação de novos negócios. “Não é sem razão que
muitas vezes se ouve a expressão ‘é mais fácil criar uma empresa que preservá-la
com desenvolvimento’”.
De acordo com Bernheft (1989) profissionalizar uma empresa não é
simplesmente criar uma estrutura organizacional copiada de um manual de
administração, nem muito menos entregar a administração dos negócios a um
27
profissional. O processo de profissionalização deve ser iniciado pela família, pois é
ela que detém, no momento ou potencialmente, todo direito sobre a vida ou morte da
empresa. Segundo Bernhoeft (1989) o trabalho precisa ser feito simultaneamente
em três pontos, e para melhor compreensão, será apontado alguns indicadores que
deve ser considerado em cada caso.
Família – Envolve questões emocionais e afetivas que, caso não resolvidas,
poderão comprometer o futuro dos negócios.
Propriedade – É o que dá prestigio. ““ Afinal, ser “dono”, ou utilizar o chavão”
sabe com quem está falando...”, implica em instituir diferenças de caráter
social que são comuns nas colunas sociais da imprensa. A riqueza rápida e
fácil tem produzido, em muitos membros da segunda geração, uma disputa
persistente pelos símbolos de ostentação que podem comprometer toda
história de esforços e sacrifícios.
Administração – Aqui está, de fato, o poder. É na administração que as
pessoas se protegem em função de que podem influenciar sobre o destino de
pessoas e empresas. Embora não seja totalmente lógica, a administração
exige maior dose de racionalidade. O empresário deve ter a habilidade de
introduzir mudanças sem romper com as características que permitiram o
sucesso até aquele momento da empresa.
Para Bernhoeft (1989) a família deve ser preparada para entender que ela
não é uma família comum, mas que, junto com o prestígio, vem à responsabilidade
relativa aos efeitos de seus atos. Da mesma forma que nem todos poderão
administrar a empresa, seja porque isto é impossível, mas também porque as
competências não são iguais. Profissionalizar os sócios da família é tão importante
quanto preparar os administradores.
Finalmente também é essencial a profissionalização daqueles que deverão
comandar os negócios. Eles precisam entender que o negócio familiar tem suas
próprias características. E este preparo somente poderá ser feito no dia-a-dia dentro
da empresa, o dirigente deve estar atento aos fatores a considerar, para que tenha
sucesso no desafio de dirigir um processo de transição tão delicado, quanto é a
profissionalização da empresa familiar (BERNHOEFT, 1989)
28
2.4.2 A sucessão em uma empresa familiar.
Segundo Bernhoeft (1989, p. 179) a sucessão na empresa familiar é um
assunto relevante e ao mesmo tempo delicado, não se pode tratar apenas sob os
aspectos lógicos da administração, porque envolve pontos afetivos e emocionais em
relação a própria estrutura familiar. O autor afirma que “existem seis pontos focais
fundamentais que devem ser encarados para que esse processo não comprometa a
sobrevivência da empresa. São eles: o sucedido, o sucessor, a organização, a
família, o mercado e a comunidade”.
Grzybovski (2002) afirma que o pai-sucedido, quando se sente seguro em
relação à continuidade do seu negócio e percebe que serão adotados os mesmos
fundamentos e cuidados na administração, reconhece o seu sucessor, independente
do sexo, idade ou a hereditariedade do mesmo.
Oliveira (2006) ressalta que o processo de sucessão pode ser consolidado em
familiar ou profissional e ainda discute suas vantagens e desvantagens. No caso da
sucessão familiar o autor considera como vantagens a continuidade do comando
familiar, a agilidade na tomada de decisão, o interesse dos sócios de otimizar os
resultados atuais e futuros, a remuneração por resultados, o espírito de família e o
maior poder de comando. Em relação às desvantagens, o autor destaca a disputa
por poder, a dificuldade na hora de demitir o sucessor e as dificuldades em
desempenhar os mais diferentes papéis.
Oliveira (2006) continua destacando como vantagens da sucessão
profissional, a maior facilidade em recrutar e selecionar um executivo com perfil
desejado, novos estilos de administração e a maior flexibilidade para substituição
dos executivos. Em relação às desvantagens o autor considera a incorporação de
estilos e filosofias que não são compatíveis com a empresa familiar, maior
probabilidade de perda do executivo e problemas na hierarquia.
Conforme cresce em estrutura e tamanho, há necessidade de repensar o
modelo de gestão da empresa (ADIZES, 1996; PADULA, 2000), de familiar para
profissional.
Para Leone (2005) o fato de ser um processo de longo e médio prazo deve
ser priorizado no conjunto de estratégias de empresas familiares, levando em conta
29
o reconhecimento da importância e significância que estas têm para a economia e
para a sociedade em geral.
Leite (2002) destaca que por trás de um processo sucessório existe um
emaranhado de interesses que envolvem a proteção dos descendentes diretos,
assegurar financeiramente os fundadores manter o dinheiro em família e manter o
controle do patrimônio.
2.4.3 Cooperativa de consumo
De acordo com o SEBRAE de 2010 (Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e
Pequenas Empresas), o objetivo das cooperativas é aglutinar pessoas que, através
do seu trabalho, da sua renda ou da sua produção, atuando de forma organizada e
coletiva, adquirem condições de conquistar espaços dentro da economia
globalizada. O SEBRAE ainda afirma que caso essas pessoas agissem
individualmente, dificilmente atingiriam suas metas.
Segundo o SEBRAE de 2010 a seguir serão apresentadas as características
da sociedade cooperativa, o SEBRAE de 2010 explica que a diferença entre as
cooperativas das demais sociedades são as características a seguir:
Características das cooperativas
Número ilimitado de associados;
Variabilidade do capital social, representado por quotas-partes;
Limitação do número de quotas-partes do capital social para cada associado (facultado o critério da proporcionalidade);
Impossibilidade de cessão de quotas-partes do capital social a terceiros, estranhos à sociedade;
Singularidade de voto;
Quórum para realização da assembleia geral;
Retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado; existência de fundos de reserva para assistência técnica educacional e social;
Neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial, social e de gênero;
Prestação de assistência aos associados e, se previsto no estatuto, extensível aos empregados;
Área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, controle, operações e prestação de serviços.
Fonte: SEBRAE. COOPERATIVA. Disponível em: http://www.cooperativismo.org.br/cooperativismo/sebrae/saibamaiscooperativa.pdf. Acesso em 17 de nov. de 2013
30
De acordo com o SEBRAE de 2010, existem 13 ramos do cooperativismo que
foram definidos, em 04 de maio de 1993, com base em modelos da Aliança
Cooperativa Internacional - ACI e da Organização das Cooperativas da América -
OCA. Estes ramos são: Agropecuário, Consumo, Crédito, Educacional, Especial,
Habitacional, Infraestrutura, Mineral, Produção, Saúde, Trabalho, Transporte,
Turismo e Lazer, outros:
Para o SEBRAE de 2010 “as cooperativas de consumo estão relacionadas à
compra em comum de artigos de consumo para seus associados”.
O SEBRAE de 2010 destaca que ao longo da década de 90, a quantidade de
cooperativas desse segmento ficou estável, “Isto demonstra o esforço realizado para
manter os espaços já ocupados e competir com as grandes redes de super e
hipermercados”.
O SEBRAE de 2010 ressalta que tendo em vista a integração com outros
ramos, o cooperativismo de consumo tem realizado estudos e vem promovendo
encontros com o objetivo de ocupar seu espaço no contexto cooperativista nacional.
2.4.4 Histórico das Empresas Familiares no Brasil
Segundo o SEBRAE de 2012, pesquisas apontam que as empresas familiares
representam a maioria das companhias brasileiras equivalem a 90% do total, por
esta razão desempenham um papel importante no desenvolvimento do País e na
formação do Produto Interno Bruto (PIB.). O SEBRAE (2012) afirma que para quem
pensa em montar uma empresa e ter sócios familiares, o seu desafio maior será a
sucessão, pois, de acordo com as estatísticas, de cada 100 empresas familiares
fundadas no Brasil e no mundo, apenas 30 sobrevivem à segunda geração, 15 à
terceira e quatro à quarta. “Como em todo negócio, existem pontos positivos e
negativos em administrar uma empresa familiar, o ideal é buscar se tornar
competitiva para garantir sua longevidade no mercado”.
De acordo com o IBGE de 2001 (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) cresce no Setor de Comércio e Serviços a participação das Micro e
Pequenas Empresas (de 1998 a 2001) o crescimento médio anual do faturamento
31
das micro e pequenas empresas foram, em termos reais, de 2,9% e o pessoal
trabalhando apresentou crescimento médio de 9,7% ao ano.
O IBGE de 2001 explica que as micros e pequenas empresas de comércio e
serviços no Brasil ocupavam cerca de 7,3 milhões de pessoas em 2001, o que
corresponde a 9,7% da população trabalhando, faturaram R$168,2 bilhões e
geraram R$ 61,8 bilhões de valor adicionado.
Os pequenos negócios que são formados por mercearias, cabeleireiros,
bazares, quitandas, sapatarias, armarinhos, etc., vêm gradativamente ganhando
mais participação nos setores de comércio e serviços, aumentando
significativamente a geração de novos postos de trabalho e apresentando
crescimento da receita operacional líquida (IBGE, 2001).
O IBGE (2001) afirma que “as micro e pequenas empresas aumentaram a
participação no número de empresas, na geração de postos de trabalho e
na geração de receita”.
E ainda acrescenta que “de 1985 a 2001, o segmento das micro e pequenas
empresas (empresas com Receita Bruta inferior a R$1.500.000,00 de acordo com a
Lei 9.841 de 05/10/1999) mais que dobrou o número de pessoas ocupadas,
passando de 3,4 milhões em 1985 (50,7% do total do setor de comércio e serviços)
para 7,3 milhões de pessoas em 2001 (60,8% do total)”.
O IBGE de 2001 relata que a receita, que antes era de R$149,6 bilhões em
1985 (19,0% do total), achegou a atingir R$168,2 bilhões em 2001 (22,3% do total),
enquanto as médias e grandes empresas de comércio e serviços diminuíram sua
participação nesses 16 anos, o número de micro e pequenas empresas do setor de
comércio e serviços, que antes correspondia a 95,5% do total de empresas deste
setor em 1985, chegaram a 2001 com 97,6%.
Estes dados apresentados acima são representados pela tabela e gráfico
abaixo.
Tabela 1 – Receitas das empresas de comércio e serviços,
segundo o porte da empresa – 1985/2001
Porte da empresa Receita (1000000000 R$)
1985 (1) 1994(1) 2001
Total
786,9 776,6 752,9
Micro e pequenas empresas 149,6 153,8 168,2
Médias e grandes empresas 637,3 622,8 584,7
32
Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas. Censo Cadastro 1994. Pesquisa Anual de Comércio 2001 e Pesquisa Anual de Serviços 2001; Censo de empresas. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. Acima do título: Censos econômicos 1985.
(1) Valores atualizados com base na variação do IGP-DI.
Gráfico 1 – Participação das micro e pequenas empresas no total do setor de comércio e
serviços – Brasil
Receita
Médias e grandes Micro e pequenas Fonte:IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Serviços e Comércio. Gerência de Cadastro e Classificação. Censo Econômico de 1985. Censo Cadastro de 1994. Pesquisa Anual de Comércio 2001 e Pesquisa Anual de Serviço – 2001.
De 1998 a 2001, em termos reais as micro e pequenas empresas tiveram um
crescimento médio de 2,9% ao ano neste mesmo período as médias e grandes
empresas cresceram 3,0% ao ano, sendo acompanhadas de pertos pelas micro e
pequenas empresas (IBGE, 2001).
Segundo o IBGE de 2001, “tomando-se como parâmetro o Quociente de Valor
Adicionado (QVA), que indica o valor agregado por empresa à economia por cada
real (R$1,00) faturado, as micro e pequenas empresas agregam R$0,37 para cada
R$1,00 faturado, enquanto as médias e grandes empresas agregam R$0,27 para
cada R$1,00 faturado, de cada 100 empresas, 32 eram de alimentação”.
Para o IBGE de 2001, tanto no setor de comércio como no de serviço, as
empresas relacionadas à alimentação eram correspondente a um terço do total.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de
2010 de cada cem empresas abertas no Brasil, 48 encerraram suas atividades em
três anos.
Segundo a pesquisa do IBGE de 2010, de um total de 464.700 empresas que
tiveram suas atividades iniciadas em 2007, 76,1% continuavam no mercado em
2008, 61,3% sobreviveram até 2009 e apenas 51,8% ainda estavam abertas em
2010, ou seja, quase a metade (48,2%) fechou as portas.
33
De acordo com o SEBRAE, serviço de apoio à micro e pequena empresa, a
falta de planejamento e o descontrole na gestão estão entre as principais razões
para a mortalidade precoce das empresas.
O IBGE de 2010 ressalta que quase todas as empresas que morrem são de
menor porte, de acordo com o estudo, 98,3% das empresas que entraram no
mercado e 99,3% das que saíram em 2010 tinham até 9 pessoas assalariadas.
Entre as empresas que abriram, 78,6% não tinham empregados e 19,7% tinham
entre 1 e 9 funcionários registrados. Já entre as que fecharam as portas, 89,1% não
tinham empregados e 10,2% tinham entre 1 e 9 funcionários.
O estudo do IBGE de 2010 conclui que ha “uma relação direta entre o porte
das empresas e a taxa de sobrevivência”. Segundo os dados do IBGE, enquanto
67,3% das empresas sem pessoal assalariado são sobreviventes, nas empresas
com 1 a 9 pessoas esta taxa sobe para 88,5% e, para as empresas com 10 ou mais
pessoas ocupadas o índice de sobrevivência foi de 95,9%.
34
3. Metodologia
Em relação aos objetivos da pesquisa, foi realizada a pesquisa do tipo
exploratória, de acordo Andrade (2010, p. 112), capaz de “proporcionar maiores
informações sobre determinado assunto; facilitar a delimitação de um tema de
trabalho”.
Já para Marconi; Lakatos (2011), a pesquisa tipo exploratória são
investigações de pesquisa empírica no qual o objetivo é a formulação de questões
ou de um problema, com finalidade tripla: aumentar a familiaridade do pesquisador
com um ambiente, desenvolver hipóteses, fato ou fenômeno para a realização de
uma pesquisa futura.
Como métodos de procedimentos este trabalho é um estudo de caso, definido
por Andrade (2010, p.122) como método que consiste no estudo de determinadas
profissões, indivíduos, instituições, condições, grupos ou comunidades, com a
finalidade de obter generalizações. Já para Severino (2007, p.121), é uma pesquisa
que tem como foco o estudo de um caso em particular, considerado representativo
de um conjunto de casos análogos, por ele significativamente representativa.
As técnicas utilizadas neste trabalho serão direta intensiva e direta extensiva,
definidas por Andrade (2010, p.123) como “observação direta intensiva: baseia-se
nas técnicas de observação propriamente dita e nas entrevistas”. Já para Marconi e
Lakatos (2011, p. 75), “a observação direta é realizada por meio de duas técnicas:
observação e entrevista”.
Segundo Andrade (2010, p.124), “observação direta extensiva: baseia-se na
aplicação de formulários e questionários; medidas de opinião e de atitude; testes;
pesquisas de mercado; história de vida e etc.”. Já para Marconi e Lakatos (2011, p.
86), “a observação direta extensiva realiza-se por meio de questionário, do
formulário, de medidas de opinião e atitudes e de técnicas mercadológicas”.
Para Severino (2007, p.125), questionário é um conjunto de questões, que
são sistematicamente articuladas, e que se destinam a levantar informações escritas
por parte dos sujeitos pesquisados, com vistas a conhecer a opinião dos mesmos
sobre os assuntos em estudo. Para Andrade (2010, p.136), o formulário é mais
35
usado quando se pretende obter respostas mais amplas com e com maior número
de informações.
Já para Rampazzo (2005, p.112), questionário é um instrumento que coleta
dados e é constituído por um a série ordenada de perguntas, que devem ser
respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em relação ao
formulário, Rampazzo (2005, p. 116), afirma que é um conjunto de questões,
enunciadas como perguntas, de forma organizada e sistematizada, que visa
alcançar determinadas informações. As formas escolhidas para assinalar as
respostas seja traço, círculo, quadrado ou parênteses – devem permanecer sempre
as mesmas em todo o instrumento.
Os tipos de pesquisas que foram aplicadas neste trabalho são bibliográficas e
pesquisa de campo, que são definidas como:
“Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em
material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, matéria
acessível ao público em geral”, segundo Vergara (2011, p. 43). Já para Rampazzo
(2005, p. 53), pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de
referências teóricas, que pode ser realizada independente, ou como parte de outros
tipos de pesquisas.
Para Vergara (2011, p. 43), “pesquisa de campo é investigação empírica
realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos
para explicá-lo”. Nesta pesquisa podem-se incluir aplicações de questionários,
entrevistas, testes e observação participante ou não. Já segundo Severino (2007, p.
123), na pesquisa de campo, o objetivo é abordado no seu próprio meio ambiente. A
coleta de dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem desta
forma são diretamente observados, sem intervenção nem manuseio por parte do
pesquisador. Andrade (2010, p. 131), afirma que pesquisa de campo utiliza técnicas
específicas, e que este tipo de pesquisa tem o objetivo de recolher e registrar, de
maneira ordenada, todos os dados sobre o assunto em estudo.
Este trabalho utilizou como técnica de pesquisa a entrevista para comprovar
ou não a necessidade de um profissional da área administrativa, em uma empresa
de cunho familiar.
Essa pesquisa foi aplicada em um comércio varejista supermercadista no
bairro da Barra do Sahy, na cidade de São Sebastião - SP, diretamente com a
proprietária e administradora da empresa.
36
Portanto, o questionário em anexo para entrevista foi produzido com 11
questões abertas, 14 semiabertas e 10 fechadas realizadas em de outubro de 2013,
com questões pertinentes ao assunto visando verificar a necessidade de um
profissional da área na empresa e levantar dados da sua administração com o
objetivo de fazer uma análise crítica e propor melhorias.
37
4. Resultados e Discussão
Este trabalho buscou, durante a pesquisa, verificar a existência da
necessidade de um profissional da área administrativa em uma empresa no bairro
da Barra do Sahy em São Sebastião – SP. Para fazer esta verificação foi formulado
um questionário para entrevista com a proprietária, que prontamente aceitou a
solicitação da entrevista. Abaixo são citadas as questões elaboradas e as respostas
dadas pela proprietária.
Na questão 1, sobre quando iniciou a empresa, a proprietária afirmou que foi
no dia 15 de agosto de 1998, ou seja, a empresa já existe há quinze anos,
superando a estatística do IBGE de 2010 de que a maioria das empresas familiares
não sobrevivem mais de três anos.
Na questão 2, se a empresa foi adquirida ou herdada, a proprietária afirma ter
fundado a empresa com um de seus dois filhos, que é formado na área da
educação. Segundo Bernhoeft (1989) em profissionalização da empresa familiar é
muito importante ter os acionários ou sucessores formados na área de
administração.
A proprietária afirma ter feito um ano de curso superior em letras, mas não o
concluiu e trabalhou em um banco como gerente por 18 anos, onde adquiriu a
experiência utilizada para fundar a empresa.
Na questão 3, onde é perguntado se tem sócios, apesar de trabalhar com o
filho desde a fundação, a proprietária afirma que ele não é seu sócio, mas será seu
sucessor o que segundo Bernhoeft (1989) é uma característica da empresa familiar.
Na questão 8, sobre qual é o tipo de atividade, a proprietária respondeu que
é comércio varejista supermercadista, trabalha com comércio de bairro atendendo
apenas um pequeno nicho de mercado.
Na questão 10, quanto ao número de funcionários, a proprietária afirma que
tem 5 funcionários. Aparentemente é um número pequeno de funcionários, mas a
proprietária afirma ser suficiente.
Na questão 11, em relação ao grau de escolaridade dos funcionários, afirma
que todos possuem o primeiro grau completo.
38
Na questão 12, como contrata seus funcionários, diz ser através de
indicações, e que sempre dá certo. Acredita-se que esta forma pode dar certo
porque a empresa é pequena a partir do momento que a empresa crescer esta não
será a melhor maneira.
Na questão 13, sobre o faturamento mensal, a proprietária afirma que fica
entre 10.001 e 50.000. De acordo com o IBGE, a empresa entra na estatística das
pequenas empresas que vem apresentando crescimento da receita operacional
líquida.
Na questão 14, se a empresa possui algum sistema gerencial informatizado, a
proprietária afirma que possui apenas para vendas e que não possui sistema
informatizado para financeiro, custos, estoque, entre outros, aparentemente tudo
funciona mesmo sem serem informatizados.
Na questão 15, se a empresa elabora planejamento das ações estratégicas, a
proprietária diz não fazer nenhum planejamento estratégico, o que parece ser um
risco para a empresa em caso de crescimento, pois de acordo com Chiavenato
(2009) o planejamento é essencial para todas as empresas.
Na questão 17, se tem algum controle de desempenho, a proprietária diz que
sim, que o faz uma vez por mês como descrito abaixo.
Na questão 18, sobre a frequência analisa o desempenho da empresa, afirma
que analisa uma vez por mês, verificando as anotações feitas em um caderno no
final de cada dia em relação ao total de vendas feitas à vista, no cartão e à prazo.
De acordo com Chiavenato (2009) é importante fazer o controle do desempenho
frequentemente.
Na questão 19, afirma que a empresa não possui missão, visão e valores, que
não havia pensado nisto anteriormente, é muito importante para empresa a missão
visão e valores para que todos possam saber onde quer chegar. Na teoria
Chiavenato (2009) explica a importância das empresas terem missão, visão e
valores.
Na questão 20, qual é a frequência com que a direção formula estratégias,
considerando as necessidades das partes interessadas, definindo ações para
maximizar o seu desempenho, como está relacionada à questão 15 não foi
respondida.
Na questão 21, se a empresa utiliza alguma ferramenta para identificar,
analisar e compreender as necessidades de seus clientes, a proprietária diz que faz
39
pesquisa de satisfação face a face e que atende aos pedidos dos clientes desde que
sejam viáveis, é um meio informal de fazer esta pesquisa mas nesta empresa em
particular funciona. Segundo Bernhoeft, isso demonstra uma característica da
empresa familiar.
Na questão 22, se a empresa registra as reclamações e as transformam em
informação para subsidiar decisões, a proprietária afirma que sim, que faz anotações
no momento da reclamação e que depois a utilizada nos momentos de decisões.
Na questão 23, se a empresa possui algum programa de gestão ambiental, a
proprietária afirma que faz tratamento adequado para os resíduos como: papelão,
embalagens recebidas do fornecedor, etc.
Na questão 24, se a empresa tem métodos para identificar e organizar as
informações como: sistemas de informação, dados em planilhas, relatórios
gerenciais entre outros, a mesma afirma que não utiliza nenhum destes métodos e
que apenas anota tudo em um caderno.
Na questão 25, se as informações são disponibilizadas para analise e tomada
de decisão, a proprietária afirma que sim, que todas as informações necessárias
para tomada de decisão são disponibilizadas.
Na questão 26, se os novos funcionários participam de algum processo de
treinamento e integração para execução das funções, diz que não, que o trabalho
exercido pelos funcionários não exige treinamento específico, e como a contratação
é feita através de indicações geralmente não há necessidade de um processo de
integração.
Na questão 27, se a empresa adota medidas para proteger a saúde e dar
segurança aos trabalhadores, a proprietária afirma que da treinamento para o uso
correto e seguro de equipamentos, como máquinas de frios e facas para cortes de
carnes no açougue, é de vital importância dar treinamentos para estes
equipamentos, já que os mesmos podem causar ferimentos graves.
Na questão 28, qual a metodologia adotada para o preço de venda, a
proprietária afirma usar tabelas do governo para produtos de primeira necessidade e
bebidas e para os demais produtos, utiliza sua intuição acrescentando entre 50% e
100%, conclui dizendo que aprendeu com seu contador. De acordo com Bruni
(2008) os processos de definição de preços baseados nos custos procuram de
alguma maneira adicionar algum valor aos custos. Ela poderia usar o markup para
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formação de preço de venda que é o mais indicado para micro empresas, podendo
assim entender melhor o porquê de seus preços.
Na questão 29, qual é o método utilizado para a seleção dos fornecedores, a
mesma diz que sua seleção é feita pelo preço, é importante que tenha mais de um
fornecedor já que o método de seleção é pelo preço, pois quem tem um preço mais
baixo pode não ter a entrega mais rápida.
Na questão 30, onde é questionado se a empresa adota alguma ação
estratégica para que se diferencie dos concorrentes, a proprietária afirma que sim,
que mantém a loja sempre limpa e as mercadorias muito bem expostas, acredita-se
que isto não seja suficiente em caso de aumento de concorrência.
Na questão 31, quais as principais dificuldades encontradas em relação à
gestão, a proprietária diz que sua maior dificuldade é encontrar fornecedores para
determinados produtos e, por ser micro empresa, também tem dificuldades com a
negociação de preços, já que não compra em grande quantidade. Poderia neste
caso, associar-se a uma cooperativa de compras existentes no mercado que
representa atualmente uma tendência irreversível de cooperação entre as empresas
menores, principalmente do varejo supermercadista podendo assim melhorar os
preços nas suas aquisições de mercadorias de acordo com o SEBRAE de 2010.
Na questão 32, quais os principais obstáculos encontrados no planejamento
familiar e empresarial, a proprietária afirma que são as divergências de ideias,
acredita - se que na maioria das empresas este seja um dos principais motivos de
conflitos. De acordo com Chiavenato (2009) o planejamento constitui a diferença
entre uma situação atual e uma situação desejada como objetivo. Quando os
objetivos não são os mesmos as divergências de ideias aparece.
Na questão 33, se existe algum planejamento em relação à sucessão da
empresa, a proprietária diz que prepara seu filho para assumir a empresa
futuramente, o mesmo já trabalha com a mãe na empresa desde sua fundação.
Segundo Bernhoeft (1989) a sucessão na empresa familiar é um assunto relevante e
ao mesmo tempo delicado.
Na questão 34, se a empresa possui organograma, a proprietária diz que não,
que nem tinha conhecimento do que seria um organograma, talvez isso se dê ao
fato da proprietária não ter conhecimento científico de administração. Sobral e Peci
(2008) define organograma como uma maneira formal de organizar a empresa.
41
Na questão 35, é sugerido que a proprietária descreva algo que, devido sua
experiência, possa acrescentar para o melhor desenvolvimento das empresas
familiares, a proprietária descreve que se deve separar bem os cargos entre os
gestores e que acredita ser muito importante que algum familiar envolvido na
empresa tenha curso superior na área, afirma, pois terá outra visão.
Empresa pesquisada
Características
Há 15 anos no mercado
Trabalha com o filho e cinco funcionários
Administrado de forma intuitiva e habitual
Prepara o filho para a sucessão
Administrado por uma mulher
Nem a proprietária nem seu filho tem formação na área administrativa
Preço de venda, estabelecido por intuição.
Estoque sem informatização
Fonte: Autora
Comparação entre empresa pesquisada e teoria
Empresa pesquisada Teoria
Características Características
Há 15 anos no mercado De acordo com o SEBRAE supera as estatísticas da grande mortalidade das empresas em até 3 anos.
Trabalha com o filho e cinco funcionários Segundo Bernhoeft (1989) essa relação tem laços afetivos muito fortes que influencia os comportamentos, relacionamentos e decisões da organização; tenha mais dificuldade de separar o emocional do racional, tendendo mais para o emocional;
Administrado de forma intuitiva e habitual De acordo com Chiavenato (2007) a tarefa da Administração baseia-se em interpretar os objetivos aventados pela organização e transformá-los em ação empresarial por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todos os níveis e áreas da empresa, com a função de atingir tais objetivos da melhor forma
possível. Prepara o filho para a sucessão Para Bernhoeft (1989) isto faz com
que a proprietária exija mais dedicação; (vestir a camisa), caracterizado por atitudes como não
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ter horário para sair, levar trabalho para casa e etc.; cria a expectativa de alto grau de fidelidade;
Nem a proprietária nem seu filho tem formação na área administrativa
De acordo com Bernhoeft (1989) a
palavra “Profissionalizar-se” possui várias conotações. Tem seu início por uma postura dos próprios empresários, que precisam entender quais são os riscos decorrentes de um processo de crescimento desordenado. Muitas empresas brasileiras têm desaparecido, depois de um rápido crescimento, porque não estabeleceu claramente sua vocação, o que permitirá fixar os limites do seu crescimento que não viesse comprometer sua sobrevivência e seu futuro.
Preço de venda, estabelecido por intuição. Segundo Bruni (2008), para
compreender os custos, principalmente os
preços e margens de lucro, é necessária
uma análise muito cuidadosa dos tributos
que se incide sobre a operação, mesmo que
os impostos não sejam registrados
contabilmente nos custos dos produtos, são
muito importantes para o processo de
formação de preços.
Estoque sem informatização Segundo Sobral e Peci (2008) a
Administração foi definida por Henri Fayol,
que era um administrador francês do início
do século XX, como um processo dinâmico
que tem cinco funções interligadas: prever,
organizar, comandar, coordenar e controlar.
Até hoje os manuais e livros de
administração são organizados com relação
a essas funções.
Fonte: Autora
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5. Conclusões
Durante a pesquisa, este trabalho buscou verificar a existência da
necessidade de um profissional da área administrativa em uma empresa no bairro
da Barra do Sahy em São Sebastião – SP.
As decisões da organização são tomadas de forma intuitiva e habitual pela
proprietária. Apesar de ter adquirido uma grande experiência profissional na área, a
proprietária reconhece a importância de profissionalizar sua empresa. Esse assunto
é abordado na teoria como imprescindível para o desenvolvimento de um
empreendimento. De acordo com Bernhoeft (1989) a utilização permanente da
capacidade intuitiva do empresário, completamente pelo seu senso de oportunismo,
tem permitido que a empresa nacional sobreviva nesse ambiente. O que ainda não
mereceu a devida atenção das autoridades é o fato de que só na medida em que a
empresa familiar se profissionalize se dará o fortalecimento da própria economia.
Para sucessão a proprietária prepara seu filho que é formado na área da
(educação física) diferente da área administrativa, o que reforça o motivo desta
pesquisa, que foi verificar a necessidade de ter um profissional da área trabalhando
na empresa ou profissionalizar um membro da família. Segundo Bernhoeft (1989) a
sucessão na empresa familiar é um assunto relevante e ao mesmo tempo delicado,
não se pode tratar apenas sob os aspectos lógicos da administração, porque
envolve pontos afetivos e emocionais em relação à própria estrutura familiar.
Após a realização desta pesquisa, percebe-se que a proprietária não tem uma
grande preocupação com a concorrência, que até o momento não lhe oferece riscos,
em contrapartida tem todos seus funcionários como multi funcionais, ou seja,
trabalham em diversas atividades, minimizando a ociosidade quando tem pouco
movimento o que lhe dá vantagem de manter menos funcionários, contratando
somente em épocas sazonais, tendo com isso uma redução nos custos, mas a
proprietária pode vir a ter dificuldades em caso de desenvolvimento da empresa
devido à baixa escolaridade de seus funcionários.
A pesquisa realizada mostra que a proprietária não utiliza métodos
administrativos para formação de preços de venda, se baseia apenas em sua
intuição, podendo com isso ter prejuízos ou mesmo não ser tão competitiva no
44
mercado. Segundo Bruni (2008), para compreender os custos, principalmente os
preços e margens de lucro, é necessária uma análise muito cuidadosa dos tributos
que se incide sobre a operação, mesmo que os impostos não sejam registrados
contabilmente nos custos dos produtos, são muito importantes para o processo de
formação de preços.
Conclui-se, portanto, que a empresa pesquisada funciona bem por ser de
pequeno porte, mas precisará de auxílio profissional para que possa crescer sem
correr grandes riscos e ser mais formal na sua administração, como por exemplo:
definir os objetivos a ser alcançados de curto e longo prazo. Esta profissionalização
deve ser feita com a total concordância da proprietária e com seu auxílio, não
significando de maneira alguma que a proprietária perderá o controle da sua
empresa, mas sim que irá conseguir um aliado para auxiliá-la de forma profissional.
De acordo com Bernhoeft (1989) a palavra “Profissionalizar-se” possui várias
conotações. Tem seu início por uma postura dos próprios empresários, que
precisam entender quais são os riscos decorrentes de um processo de crescimento
desordenado. Muitas empresas brasileiras têm desaparecido, depois de um rápido
crescimento, porque não estabeleceu claramente sua vocação, o que permitirá fixar
os limites do seu crescimento que não viesse comprometer sua sobrevivência e seu
futuro.
Por fim sugere-se, que outros trabalhos possam ser desenvolvidos a partir
deste tema, como profissionalização para a organização de empresas familiares
sem necessariamente sugerir o crescimento da mesma.
45
Referências
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GRZYBOVSKI, D. Plataforma de conhecimento e aprendizagem transgeracional em empresas familiares. 2007. 383 f. Tese (Doutorado em Organizações, Mudanças e Estratégia)– Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal de Lavras. IBGE. As Micro e Pequenas Empresas Comerciais e de Serviços no Brasil. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/11092003microempresahtml.shtm. Acesso em: 15 set. 2013. IBGE. NO BRASIL, QUASE METADE DAS EMPRESAS FECHAM EM 3 ANOS. Disponível em: http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/08/27/no-brasil-quase-metade-das-empresas-fecha-em-3-anos-diz-ibge.jhtm Acesso em: 17 nov. 2013. LACOMBE, Francisco José Masset; HEILBORN, Gilberto Luiz José. Administração: princípios e tendências. 2. Ed. Ver.e atualizada. São Paulo: Saraiva, 2008. LEITE, R. C. As técnicas modernas de gestão de empresas familiares. In: GRZYBOVSKI, D. e TEDESCO, J. C. (Orgs). Empresa familiar: tendências e racionalidades em conflitos. 3ª ed. Passo Fundo: UPF, 2002. LEONE, Maria de Clodoaldo Pinto Guerra. Sucessão na empresa familiar: preparando as mudanças para garantir sobrevivência no mercado globalizado. São Paula: Atlas, 2005. LETHBRIDGE, Eric. Tendência da empresa familiar no mundo. Revista do BNDS, artigo científico. 1997. Disponível em: http://www.konsulta.com.br/konsulta/pdf/empresa-familiar.pdf. Acesso em: 23 mar.2013. LONGENECKER, J. G.; MOORE, C. W.; PETTY, J.W. Administração de pequenas empresas. Tradução: Maria Lucia G. L. Rosa e Sidney Stancatti; revisão técnica RobertoLuís Margatho Glingani. São Paulo. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 7.ed.São Paulo: Atlas,2011.
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Apêndices
Entrevista para avaliação Assunto: Pesquisa sobre Administração de empresa familiar Prezado Administrador, O objetivo desta pesquisa é avaliar a administração da empresa em questão, visando à elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação: Gestão Empresarial pela FATEC de São Sebastião. Os dados aqui coletados serão tratados de forma absolutamente sigilosos, inclusive será preservado o nome da empresa se assim desejar. As conclusões serão descrita sem citar o nome da empresa ou de seus responsáveis. Agradeço desde já pela colaboração e atenção, e coloco-me a disposição para qualquer esclarecimento. Atenciosamente, Claudia Rodrigues Aluna do Curso de Gestão Empresarial Questionário para entrevista 1) Quando iniciou a empresa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2) Foi adquirida ou herdada?
3) Tem sócios? ( ) SIM ( ) NÃO Se não vá para pergunta número 9.... 4) Quantos sócios têm? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5) Qual o grau de parentesco dos Sócios:
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( ) Cônjuge ( ) Irmãos ( ) Filhos ( ) Outros ____________________ 6) Qual é a responsabilidade dos Sócios: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7) Qual o grau de escolaridade dos sócios? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8) Qual é o tipo de Atividade? ( ) Comércio ( ) Serviço ( ) Indústria 9) Tempo de funcionamento ( ) Até 10 anos ( ) 11 a 20 anos ( ) Mais de 20 anos 10) Número de funcionários da empresa ( )5 ( )10 ( )15 ( )mais de 20 11)Qual o grau de escolaridade dos funcionários? Qt por grau ( )1º grau incompleto ( )1º grau completo ( ) 2º incompleto ( ) 2ºgrau completo 12) Como são feitas as contratações de novos funcionários?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
(13) Faturamento mensal
( ) até10.000
( )de 10.001 até 50.000
( ) de 50.000 ou mais
50
14) A empresa possui um sistema gerencial informatizado? Se sim, marque quais módulos abaixo: ( ) Vendas ( ) Financeiro ( ) Custos ( ) Produção ( ) Estoque ( ) Tributos ( ) RH ( ) Expedição ( ) Logística Outros__________________________________________________________ 15) A empresa elabora planejamento das ações estratégicas? ( ) Curto Prazo ( ) Médio Prazo ( ) Longo Prazo ( ) Não faz Planejamento 16) Qual é a frequência com que as estratégias são transformadas em planos de ação pela empresa? ( ) A cada seis meses ( ) A cada ano Outros_________________________________________________________ 17) A empresa tem algum controle de desempenho? ( ) Financeiro ( ) Vendas ( ) Produção ( ) Produtividade ( ) Nenhum ( ) Outros______________________________________________________ 18) Qual é a frequência com que a direção analisa o desempenho da empresa, considerando indicadores como: qualidade de processos e serviços; financeiro; produção? ( ) Todos os dias ( ) Toda semana ( ) Todo mês ( ) A cada três meses ( ) Outros _____________________________________________________ 19) A direção define missão, visão e valores para promover a cultura da qualidade e o atendimento às necessidades das partes interessadas: cliente, sócios, fornecedores e comunidade? Se sim quais são? ( ) Sim ( ) Não
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20) Qual é a frequência com que a direção formula estratégias, considerando as necessidades das partes interessadas, definindo ações para maximizar o seu desempenho? ( ) A cada seis meses ( ) A cada ano Outros____________________________________________________ 21) A empresa utiliza alguma ferramenta para identificar, analisar e compreender as necessidades de seus clientes? ( ) Pesquisa de satisfação ( ) Pós-venda Outros_______________________________________________ Se houver, relate de forma breve o trabalho.
22) As reclamações dos clientes são devidamente registradas e transformadas em informação para subsidiar as decisões? ( ) Sim ( ) Não Se sim, como? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 23) A empresa possui algum programa de gestão ambiental? ( ) Tratamento adequado para os resíduos (papelão, embalagens recebidas do fornecedor, etc) ( ) Tratamento da água utilizada ( ) Outros___________________________________________________________ 24) A empresa tem métodos para identificar e organizar as informações? ( ) Sim ( ) Não Se sim, Qual? ( ) Sistema de informação ( ) Dados planilha dos em Excel
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( ) Relatórios Gerenciais ( ) Outros ___________________________________________________________________ 25) As informações necessárias são disponibilizadas a gerencia para análise e tomada de decisão? ( ) Sim ( ) Não 26) Os novos colaboradores participam de algum processo de treinamento e integração visando prepará-los para as execuções das funções? ()sim ()não 27) A empresa adota medidas para proteger a saúde e dar segurança aos trabalhadores? ( ) Treinamento para uso correto e seguro de equipamento. ( ) Conscientização para uso de equipamentos de EPI ( ) Outros ___________________________________________________________________ 28) Qual a metodologia adotada para a formação do preço de venda?
___________________________________________________________________ 29) Qual método é utilizado para seleção dos fornecedores? ( ) Por capacitação técnica ( ) Por capacidade produtiva ( ) Pelo preço ( ) indicação ( ) Outros _____________________________________________________ 30) Adota alguma ação estratégica para que se diferencie dos concorrentes? ( )Sim ( )Não Se sim qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 31) Em relação à gestão, quais são as principais dificuldades identificadas? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 32) Em relação à família, quais são os principais obstáculos encontrados no planejamento familiar e empresarial? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
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_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 33) Existe algum planejamento em relação à sucessão da organização? Se sim
descreva o brevemente.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________
_______________________________________________________________
34) A empresa possui organograma? Se sim anexar ao questionário. ( )sim ( )não 35) Devido a sua experiência há algo que queira acrescentar para melhor desenvolvimento das empresas familiares.