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Adolescente infrator 15

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A obra envolvendo menores e adolescentes infratores é assunto corriqueiro na mídia e nas redes sociais e tem preocupado famílias, escolas, universidades, instituições e a sociedade em geral. O que fazer com o adolescente infrator? É frágil, mas perigoso. Personalidade em desenvolvimento, mas é capaz de matar, horrorizar e barbarizar situações sem piedade ou sentimento humano. É homem, mas animal indomável, especialmente quando sabe que é impune porque é menor.

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Adolescente InfrAtorUmA propostA de reIntegrAção socIAl bAseAdA em polítIcAs públIcAs

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São Paulo 2014

José Ildefonso bIzAtto e rosAnA mArIA bIzAtto

Adolescente InfrAtorUmA propostA de reIntegrAção socIAl bAseAdA em polítIcAs públIcAs

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Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE

Capa Jacilene Moraes

DiagramaçãoFelippe Scagion

Revisão Raquel Sena

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

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B551a

Bizatto, José Ildefonso Adolescente infrator : uma proposta de reintegração social baseada em políticas públicas / José Ildefonso Bizatto, Rosana Maria Bizatto. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2014. ISBN 978-85-437-0000-7

1. Jovens e violência. 2. Jovens - Política governamental. 3. Jovens - Condições sociais. I. Bizatto, Rosana Maria. II. Título.

14-11730 CDD: 305.23 CDU: 316.346.32-053.6

________________________________________________________________29/04/2014 06/05/2014

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Quitanda, 139 — 3º andarCEP 01012-010 — Centro — São Paulo - SP

Tel.: 11 3167.4261www.editorabarauna.com.br

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AUtor de: eUtAnásIA e responsAbIlIdAde médIcA

deontologIA JUrídIcA e étIcA profIssIonAl

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Menor adolescente: pobre menor.Se me pedires um pão, dar-te-ei chorando.

Se me pedires um conselho, indicar-te-ei sorrindo um bom livro.

Mas, se me pedires uma ideia, irei à frente indican-do-te um caminho a seguir: Isso é educação

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IntrodUção

Na área social e jurídica há vários pontos de estrangulamentos, todavia, um que chama atenção é o do adolescente infrator. A sociedade clama por providências, pois a situação está ficando insustentável. Os adolescentes praticam toda sorte de crimes e ao final, saem impunes, ou melhor, têm uma sanção privilegiada, em razão do Estatuto da Criança e do Adolescente. Como se sabe, os adolescentes não podem ser encarcerados e processados, segundo as normas pertinentes aos adultos, uma vez que eles estão sujeitos às normas de uma lei especial, denominada Estatuto da Criança e do Adolescente.

No desenvolvimento deste trabalho procurar-se-á enfocar os diversos aspectos da delinquência juvenil, suas causas e consequências. Analisar-se-á também a pessoa do adolescente infrator, seu perfil, o ato infracional e al-guns questionamentos favoráveis à redução da maiori-dade penal.Far-se-á também uma análise sobre o adoles-cente infrator, buscando saber se a culpa desse desvio é da área jurídica ou social. Finalmente, discorreremos sobre a importância das políticas públicas para o processo de reintegração social do adolescente infrator.

O objetivo do trabalho está voltado para a possibili-dade da reintegração social do adolescente infrator, des-de que seja aplicado o remédio correto. A realidade que

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temos é cruel e, em princípio, de difícil solução. Disse ‘difícil’ e não ‘impossível’. Bastam boa vontade e inves-timento em políticas públicas. Faz-se necessário tomar medidas que reencaixem os menores infratores ao meio social, com o menor dano psicológico possível.

O problema tem sido a falta de credibilidade na recuperação de adolescentes infratores, uma vez que a sociedade os dá como um caso perdido. Justamente por este pensamento se alastrar e com medo de que o Estado perca o controle sobre os jovens infratores, é que a socie-dade está exigindo a redução da maioridade penal.

Essa ideia começa a ganhar força. Casos reais deixam a sociedade em polvorosa. Acadêmicos e leigos se organizam em debates, exigindo do Estado um posicionamento mais rigoroso. O Congresso Nacional pensa em alternativas para a solução desse impasse, mas nada ainda foi feito de concreto.

É preciso investir maciçamente em educação e na reestruturação das famílias. Investir em políticas públicas setorizadas e não de cunho geral, que privilegia uma mi-noria de adolescentes infratores. Ainda, é preciso tomar cuidado com leis de emergência que mais parecem tapa-buracos do que solução propriamente dita.

A pesquisa evidenciou que não basta punir o menor infrator antes, é preciso orientá-lo e preparar a escola, a família e a sociedade para entendê-lo e colaborar para o processo de reintegração social.A punição faz parte do processo educativo, desde que aplicada à luz da lógica e da razão. Se a punição fosse a solução, a sociedade seria perfeita. Punir é preciso, mas, aliado a medidas que

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visam o desenvolvimento das potencialidades do jovem infrator. Deste modo, restou evidente que a redução da maioridade penal é inviável para o momento, eis que outros instrumentos estão em jogo.

Necessário se faz trabalhar com o Estatuto da criança e do Adolescente como uma ferramenta de solução e não de punição, porquanto a flexibilização dos dispositivos le-gais contribui para o processo de reajuste social. Antes de punir é necessário educar, e educar é desenvolver as po-tencialidades latentes dentro do adolescente, preparando-o para o trabalho e para o exercício consciente da cidadania.

Os autores não discutem o certo ou o errado, pois que, além da subjetividade do assunto, só o tempo dará a resposta à tão complicada ação praticada por adolescentes infratores.

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sUmárIo

1. O comportamento social e a delinquência juvenil . . 151.1 Breve análise histórica sobre a legislação menorista brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231.2 Causas, consequências e formas deprevenção da delin-quência infantojuvenil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 311.3 O abandono familiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 331.4 Lazer e condição social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 371.5 Agressões domésticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 421.6 O caminho das drogas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 461.7 Mudanças físicas, psíquicas e comportamentais do in-divíduo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 491.8 A prevenção da delinquência juvenil . . . . . . . . . . . . . 521.9 Normas das nações unidas para a prevenção da delin-quência juvenil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

2. O adolescente infrator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 612.1 Reflexões a respeito da criança e do adolescente . . . . 612.2 Ponderações e conceituações sobre o adolescente in-frator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 702.3 O perfil do adolescente infrator . . . . . . . . . . . . . . . . 802.4 Os inadaptados sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 832.5 Os associais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 842.6 Os pré-delinquentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 852.7 Os delinquentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 862.8 O adolescente inimputável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 882.9 Redução da maioridade penal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

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2.10 Política criminal: considerações . . . . . . . . . . . . . . . 992.9 O adolescente infrator após a prática da infração . . . 1032.10 O ato infracional: breve análise . . . . . . . . . . . . . . . 1102.11 Observações sobre normas procedimentais de apuração do ato infracional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115

3. Adolescente infrator e políticas de ressocialização . 1253.1 Adolescente infrator: questão social . . . . . . . . . . . . 1253.2 Adolescente infrator: questão jurídica . . . . . . . . . . . 1283.3 Aspectos relevantes da reintegração social do adolescente infrator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1323.4 O princípio do melhor interesse do adolescente . . . 1373.6 Conceitos e extensão social de políticas públicas . . . 1433.7 Políticas públicas como forma de aprimorar a reintegra-ção social do adolescente infrator . . . . . . . . . . . . . . . . . 1513.8 Breves aspectos sobre o delinquente e a respectiva pericu-losidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1563.9 Diversos tipos de infrações praticadas por adolescentes e as medidas socioeducativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173

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1. O COMPORTAMENTO SOCIAL E A DELINQUÊNCIA JUVENIL

considerações preliminares referente ao comportamento social

Inicialmente é preciso ponderar a importância do comportamento social, cuja figura se desenvolve ou retro-cede à medida que arrefece a educação familiar ou estatal. O enfraquecimento do comportamento social pode pro-vocar crimes,desajustes de personalidade, desorganização e delinquência juvenil. Discorrer sobre o comportamen-to social e a delinquência juvenil é atividade complexa, uma vez que a história da evolução de um indivíduo, se processa de diversas modalidades.

Segundo Teles (1970, p.71), o comportamento so-cial tem a finalidade de manter os indivíduos em seus lugares justos e com aquilo que lhes é devido.O foco principal da presente investigação é o adolescente infra-tor, muito embora, em alguns casos, a pesquisa se refere também à criança. Em verdade, tudo começa com a cri-ança ou com a infância, para em seguida surgir uma nova fase: a adolescência. Se a criança for bem orientada na sua faixa etária, poucas são as possibilidades de haver desvios no decorrer da adolescência.

Quando o indivíduo não é preparado para viver ou iniciar a vivência em sociedade,pode-se dizer que ele não