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Sociedade Brasileira de Pediatria N o 16 Ano III Abril - Maio - Junho / 2001 Toma posse a diretoria da SBP 4 e 5 Especialista recomenda atenção contra o vírus tipo 3 da dengue 3 ESPECIAL Realizado o II Fórum sobre a saúde da criança indígena NOTÍCIAS Definidos os novos presidentes dos Departamentos Científicos 11 12 Adolescentes e pediatras juntos por uma vida saudável Adolescentes e pediatras juntos por uma vida saudável Edson Ruiz

Adolescentes e pediatras juntos por uma vida saudável

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Page 1: Adolescentes e pediatras juntos por uma vida saudável

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Sociedade Brasileira de Pediatria No 16 Ano III Abril - Maio - Junho / 2001

Toma posse adiretoria da SBP

4 e 5

Especialistarecomenda atençãocontra o vírus tipo 3da dengue

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ESPECIAL

Realizado o II Fórumsobre a saúde dacriança indígena

N O T Í C I A S

Definidos os novospresidentes dosDepartamentosCientíficos

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aro amigo,Nos últimos

três anos vimosplantando mui-tas sementes.Nosso propósitoera identificar asn e c e s s i d a d e s

dos pediatras, aproximando-nos dasuniversidades, do Ministério da Saú-de, do UNICEF, da OPAS, da Pasto-ral da Criança. Nossos objetivoseram interiorizar, modernizar e dimi-nuir os custos dos processos de edu-cação continuada. E pensando nis-so, criamos os Cursos de Reciclagem

econduzidoao cargo para

o triênio que seinicia, o presi-dente LincolnFreire, gentil-mente convidou-

me para assumir a Diretoria de Qua-lificação e Certificação Profissional

SBP Notícias

Uma publicação da Sociedade Brasileira de

Pediatria.

Conselho Editorial: Lincoln Freire, Vera Bonfim

e Reinaldo Martins.

Editora e coordenadora de produção: Maria

Celina Machado (reg. prof. 2.774/ MG) /ENFIM

Comunicação;

Relações Públicas da SBP: Andréa de Souza;

Projeto gráfico e diagramação: Paulo Felicio;

Estagiários: Mariana Finamore e Rodolfo Abreu

Colaboraram nesta edição: José Eudes Alencar

(redator/copidesque) e os fotógrafos Aníbal, Edson

Ruiz e Marcos Amorim

Colaboraram também os funcionários da SBP;

Endereço para correspondência: SBP/ Rua

Santa Clara, 292.Copacabana, Rio de Janeiro. CEP

22041-010. RJ. Tel./Fax (0xx21) 548-1999.

E-mail: [email protected]

Site: http://www.sbp.com.br

e Atualização em Pediatria e os le-vamos a todo o país; com os congres-sos regionais, facilitamos o acessodos colegas a debates científicos.Com o Centro de Treinamento emServiços, os estágios em hospitais noexterior, a criação dos Cursos deReanimação Pediátrica, o incremen-to da Reanimação Neonatal, os Se-rões científicos e sociais, o baratea-mento da assinatura do Pronap, as vá-rias publicações, estamos contribu-indo certamente para a universaliza-ção do conhecimento.

Além disso, investimos na recupe-ração da memória de nossa especia-lidade e da SBP. Lançamos o livro dos90 anos, adquirimos o imóvel da sede,

que – de acordo com a necessidadede otimizar o organograma da SBPaprovada no Conselho Superior –abrange a coordenação do TEP, asáreas de atuação da Pediatria e osestudos sobre a recertificação.

Englobar o TEP, já consagrado,com algo em desenvolvimento comoas áreas de atuação e um trabalhonovo e polêmico como a recertifica-ção, é um desafio a ser enfrentado,

PALAVRA DO PRESIDENTE

PALAVRA DO PEDIATRA

elaboramos os projetos do Memorialda Pediatria Brasileira. Ao lado disto,temos ampliado nossa credibilidadejunto à AMB e ao CFM, conquista querepercutiu no atendimento de uma an-tiga reivindicação, a de que a adoles-cência se tornasse área de atuação dapediatria. Temos também participadoda elaboração da LPM, trabalhandopara que contenha um capítulo desti-nado à Pediatria, ou que venha a cor-rigir distorções históricas na nossa re-muneração. Quanto à Tabela do SUS,encaminhamos Projeto de Valorizaçãodos Serviços Profissionais dos Pedia-tras ao sr. Ministro.

Agora, ao iniciarmos uma novaetapa de trabalho, lançamos o site do

Jornal de Pediatria. Vamos ampliar areciclagem profissional, reforçar o in-tercâmbio com a Universidade. Pos-so dizer que não descansaremos, en-quanto não conseguirmos umamelhoria significativa nas condiçõesde trabalho e remuneração do pedia-tra e que não esqueceremos de nos-sa luta pela cidadania de pediatras,crianças e adolescentes – agora fa-cilitada por parcerias consolidadas.Tenho certeza, os próximos serãotempos de bons frutos.

Um forte abraço,

Lincoln Freire

Para falar com o presidente, o endereçoeletrônico é: [email protected]

PALAVRA DO DIRETOR mas necessário, nestes tempos de ele-vada e acelerada evolução da ciên-cia médica.

Tudo isso, sem perder o humanismocom o qual deve ser tratado o alvo denossa atenção, os pacientes, e respei-tando, eticamente, sem açodamento,sem ansiedade, as transições neces-sárias àquilo de novo que poderá seradotado.

Nossa intenção, nesta nova Dire-

toria que tem o pano de fundo e oobjetivo de qualidade de serviçoprestado pelo pediatra, não é obter-mos resultados rapidamente, mas simsatisfazer a grande maioria dos as-sociados da SBP.

Dr. Clóvis Francisco

ConstantinoDiretor de Qualificação eCertificação Profissional

uais os prin-

cipais pro-

blemas de cri-

anças e adoles-

centes em seu

estado?

A realidadenão é boa. Ape-

sar dos esforços do governo estadual,Alagoas ainda detém o maior índícede mortalidade infantil do Brasil. Nos-sa maternidade pública de gestante dealto risco encontra-se fechada, em re-forma há alguns meses, superlotandoa UTI-neonatal do hospital universi-tário, comprometendo ainda mais a as-sistência à criança em nosso estado.Não temos até o momento um hospi-tal público infantil e leitos de UTI pe-diátrica. As crianças são atendidas emum pronto-socorro geral e encaminha-das a pequenas clinicas conveniadascom o SUS, onde a limitação é gran-de. Para piorar a situação, o Ministé-

rio da Saúde diminuiu de 30.000 para10.000 AIHS, a quota para o estado,o equivalente ao que é destinado a umúnico hospital público em Porto Ale-gre, por exemplo.

E quanto aos pediatras?

A remuneração do pediatra que tra-balha com o SUS, e também com se-guradoras e planos de saúde, édesestimulante. Com isso, está ocor-rendo uma fuga dos profissionais, parasubespecializações, onde se possamelhorar os rendimentos com examese procedimentos. No momento parti-cipo de duas cooperativas médicas etrabalho como médico neonatologistae intensivista em um hospital privadode Maceió – uma realidade bastantediferente da que se encontra nos hos-pitais públicos daqui.

Como o sr. vê o trabalho de-

senvolvido pela SBP?

Excelente. Acredito que a conti-nuidade por mais três anos do presi-dente Lincoln Freire e toda a equipefortalecerá tudo que já foi realizado.

Parabéns pelo alto nível do Jornal dePediatria, do PRONAP, dos Cursos deReanimação, além do SBP Notícias,não esquecendo do Selo para produ-tos infantis, que demostra acredibilidade e confiança da socieda-de brasileira em nossa entidade.

Quais as suas sugestões para o

aprimoramento da atuação da SBP?

Seria muito importante a presençados diretores da entidade nacional aquino estado para conhecer de perto anossa triste realidade e pressionar osresponsáveis para melhorias e inves-timento na saúde infantil. É urgente aconstrução de um hospital públicodestinado às crianças, pois sem es-trutura, as nossas crianças pobres con-tinuarão morrendo em silêncio, em umpaís que precisa ser mais justo na dis-tribuição de suas riquezas.

Dr. Hélder de Oliveira Costaé pediatra em Maceió (Alagoas). Foi

escolhido aleatoriamente para participar desteespaço, que a cada edição ouve um profissio-

nal. Respondeu gentilmente a perguntaselaboradas pelo SBP Notícias.

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FALA O ESPECIALISTA

Todo cuidado com a dengue é pouco

SBP Notícias: Dr. Hermann, como o senhor

vê o aparecimento do vírus de dengue tipo 3?

Dr. Hermann Schatzmayr: O dengue tipo 3 foi re-gistrado nas Américas em 1994, quando reapareceuna Nicarágua, se espalhou pelos outros países daAmérica Central e posteriormente alcançou a Colôm-bia e a Venezuela. Sua entrada no Brasil era espera-da devido ao intenso tráfego com estes países.SBP Notícias: O sr. tem dados sobre o núme-

ro de infectados?

Dr. Hermann Schatzmayr: A dengue tem semantido com um total de cerca de 200.000 casosnotificados ao ano, número certamente muito ele-vado, considerando as infecções sub-clínicas e as

sub-notificações. Segundo dados oficiais do Minis-tério da Saúde, somente até a 18 ª semana desseano tivemos a notificação de 103.393 casos, dis-tribuídos principalmente na região norte (24.758casos), nordeste (32.967 casos) e sudeste (61.894casos). Podemos assim considerar que estamos comepidemias em pelo menos três estados: Amazonas,São Paulo e Rio de Janeiro – que notificaram15.817, 32.764 e 20.260 casos respectivamente,até o final de abril. O vetor Aedes aegypti está hojedisseminado em praticamente todo o País eassim a tendência é esses números se manteremelevados nos próximos anos, se não se conseguiruma redução dos índices de infestação do vetor.SBP Notícias: Os casos de dengue estão mais

graves atualmente? Seria por causa do vírus

tipo 3?

Dr. Hermann Schatzmayr: As sucessivas infec-ções por dengue provocam casos mais graves quan-do das reinfecções, fenômeno observado em outrospaíses e também no Brasil, após a entrada do tipo 2

em 1990. Estão sendo observados um maior com-prometimento hepático e também encefalopatias. Nãocreio, porém, que o tipo 3, no momento já estejainfluenciando a resposta dos pacientes, embora pos-sam ocorrer alguns casos mais graves por este tipo.SBP Notícias: Qual a tendência para os pró-

ximos meses?

Dr. Hermann Schatzmayr: Pela lógica, tendo emvista a tendência de ocorrerem temperaturas maisbaixas que inibem a eclosão dos ovos e o desenvol-vimento do vetor, deveremos ter uma queda no nú-mero de casos. Isso não exclui a possibilidade determos um grande número de infectados nas próxi-mas estações quentes ou nos estados com menorvariação de clima.SBP Notícias: Há perspectiva de alguma vaci-

na segura e eficaz contra a doença?

Dr. Hermann Schatzmayr: Perspectivas existeme vários grupos estão com produtos em fase de ava-liação pré-clinica e clínica em suas fases iniciais.Os problemas principais para obtenção de uma va-cina são a existência de 4 tipos de vírus, sendoportanto necessário preparar uma vacina quádru-pla, a falta de um bom animal de experimentaçãopara testes e a dificuldade em cultivar algumasamostras de vírus em laboratório.SBP Notícias: Que cuidados o sr. recomenda

hoje aos pediatras?

Dr. Hermann Schatzmayr: Cerca de 40 % dasinfecções são sub-clínicas, ou seja, não são detec-tados quaisquer sinais ou sintomas nos pacientes.Um pequeno número evolui para um quadro graveque pode chegar ao óbito. Entre estes dois extre-mos temos uma grande variedade de apresentaçõesclínicas que podem ser de difícil interpretação nafase inicial. Deve-se lembrar que a dengue evoluiem poucas horas para a resolução ou para seu agra-vamento e que, em curto prazo, muda bastante aapresentação clínica. O fundamental é incluir adengue como um provável diagnóstico, quando umou mais sintomas como febre elevada, dor retro-orbital, astenia e dores articulares e lombares fo-rem observados. O exantema pode ou não surgirapós alguns dias de doença, sendo semelhante àrubéola. Os sinais de alarme, indicando uma pro-vável evolução mais grave são a dor abdominal,desmaios, pele fria e queda de temperatura. He-morragias podem ser observadas. A queda do nú-mero de plaquetas e o aumento dos valores do

A dengue tem ocorrido no Brasil nos últimos anos, inclusive com o registro de epidemias em váriosestados. Mas a grande questão no momento é a entrada do tipo 3, que traz novas preocupações aos

pediatras e às autoridades de saúde. Sobre isto, o SBP Notícias conversou com o virologistaHermann Schatzmayr, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que também falou sobre a febre amarela.

hematócrito são importantes para avaliar a evoluçãodo caso. O tratamento consiste na imediata reposi-ção de líquidos e os pacientes atendidos com rapi-dez evoluem favoravelmente em poucas horas. NoBrasil, as crianças com casos graves de dengue ain-da são uma minoria, ao contrario da Ásia, onde ospacientes na faixa pediátrica predominam. É impor-tante lembrar que o diagnóstico e tratamento estãobem definidos em manuais distribuídos pelo Minis-tério da Saúde, aos quais qualquer profissional podeter acesso nas Secretarias de Saúde.SBP Notícias: E quanto à febre amarela, que

é transmitida pelo mesmo vetor?

Dr. Hermann Schatzmayr: A febre amarela man-teve uma média anual de 20 casos ao ano, comuma letalidade de 57.4 % entre 1980 e 1998. Apartir do segundo semestre de 1999, houve um pro-gressivo aumento do número de casos, sendo noti-ficados 75 em 1999, 84 em 2000 e 30 casos atéabril de 2001, incluindo este ano uma epidemia noestado de Minas Gerais.SBP Notícias: Nesse caso, além da imuniza-

ção, que outras medidas de controle

epidemiológico são importantes?

Dr. Hermann Schatzmayr: A vacinação contraa febre amarela é a medida mais eficaz para con-trolar e pode até eliminar a doença de uma re-gião, quando a campanha atingir uma percenta-gem próxima a 100% das populações de risco, ouseja as que vivem em áreas endêmicas e as queentram nesta áreas vindo de regiões não-endêmicas. A delimitação das áreas endêmicas enão-endêmicas vem sendo reavaliada, em espe-cial após o recente surto de febre amarela silves-tre em Minas Gerais e é provável que pelo menosaquele estado necessite de uma vacinação maisextensa. Além disso, é essencial a imediata redu-ção dos índices de infestação pelo vetor quandosurgem casos clínicos em uma área ou o relato decasos de morte de primatas. São ainda essenciaisuma Vigilância Epidemiológica e Laboratorial decasos suspeitos, com treinamento de pessoal ca-paz de reconhecer e investigar os possíveis casose realizar um diagnóstico laboratorial correto. Porúltimo, acho importante uma participação das so-ciedades médicas em geral, na divulgação dos ris-cos de reurbanizacao da doença e na atualizaçãode seus associados sobre as formas de apresenta-ção clínica e tratamento. �

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Posse da diretoria da SBP reúne entidades médicase de defesa da criança e do adolescente

“É inabalável nosso compromis-so com a esperança. Por isso mes-mo, ousamos sonhar com amelhoria das condições de saúdedas gerações futuras”, afirmou dr.Lincoln Freire ao tomar posse paraum novo mandato na presidência daSBP, no último dia 30 de março. Oevento ocorreu no Rio de Janeiro,com a presença de representantesde várias instituições e de entida-des médicas, dentre elas a dra.Reiko Niimi, responsável pelo

Unicef no Brasil, a dra. Ana GorettiMaranhão, coordenadora da Área daCriança do Ministério da Saúde, a dra.Zuleica Portela, da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) e os pre-sidentes das Sociedades de Pediatriado Uruguai, a dra. Gloria Ruocco; doParaguai, a dra. Lídia GarceteArguero; da Bolívia, o dr. RicardoArtiaga Bonello; assim como o dr.Osvaldo A. Blanco, diretor de Rela-ções Internacionais e ex-presidente daSociedade Argentina de Pediatria.

Na ocasião, o dr. Eleuses Paiva,presidente da Associação Médica Bra-sileira e da cerimônia de posse, lem-brou a importância da presença dospediatras na entidade nacional, res-saltando a atuação do dr. Lincoln, ago-ra também 1º vice-presidente daAMB. Também compareceram o pre-sidente do Conselho Federal de Me-dicina, dr. Edson Andrade – que fezquestão de contar que, bem antes deser eleito para dirigir o CFM, foi o dr.Lincoln quem lhe convenceu que erapossível unir o movimento médico na-cional – e o presidente da Unimed Bra-sil, dr. Celso Barros, além de presi-dentes de sociedades de especialida-des, associações e conselhos médi-cos estaduais.

O evento foi aberto com o lança-mento do site do Jornal de Pediatria(www.jped.com.br), com a presençados editores, drs. Jefferson Piva ePedro Celiny Ramos Garcia. “Foi umtrabalho exaustivo de planejamento edetalhamento, que levou mais de oitomeses para ser concluído. Mas o re-sultado valeu a pena”, comenta dr.Celiny. Em seguida, foi realizada aentrega do prêmio Conselho Acadê-mico às três melhores pesquisaspublicadas em 1998. Os premiadosforam o dr. Antônio Carlos Pastorino,pelo trabalho “Asma – aspecto clíni-

co-epidemiológico de 237 pacien-tes de um ambulatório pediátricoespecializado”, o dr. EduardoCarone, por “Transplante hepáticocom doador vivo familiar” e a dra.Lulie R. Susin, por “Uma estraté-gia simples que aumenta os conhe-cimentos das mães em aleitamen-to materno e melhora as taxas deamamentação”, representada naocasião pela dra. Elsa Giugliani.

Em seu discurso, dr. LincolnFreire lembrou o crescimento deimportantes parcerias – com enti-dades da sociedade civil e com oCongresso Nacional – , a presen-ça da Sociedade no planejamentode ações dos Ministérios afins eagradeceu a colaboração de todosque fizeram da última gestão umêxito. Os presidentes das 27 Soci-edades Estaduais de Pediatria, re-presentados pelo dr. AroldoProhmann de Carvalho, de SantaCatarina, prestaram uma home-

Dr. Lincoln recebeu um presente das filiadas,entregue pela dra. Diana Paiva Monteiro Rêgo,presidente da Sociedade de Pediatria do RioGrande do Norte.

nagem ao dr. Lincoln Freire, lem-brando o quanto tem colaboradotambém com as entidades filiadas.Finalmente, o dr. Lincoln Freire re-cebeu da socióloga Maria HelenaMachado a pesquisa “Perfil do Pe-diatra no Brasil”, trabalho reali-zado em parceria com a FundaçãoOswaldo Cruz (Fiocruz) e que aju-dará a entidade a pautar odirecionamento de ações futuras.�

Dr. Eleuses Paiva (esq.), presidente da AMB, dr. Licnoln e dr. Edson Andrade, presidente do CFM

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Em reunião realizada nos dias29 e 30, também no Rio de Janei-ro, o Conselho Superior da SBPempossou a nova diretoria da Soci-edade para o triênio 2001/2003.Em seguida, fo-ram discutidosdiversos assun-tos, entre osquais o rede-senho adminis-trativo ocorri-do, com a cria-ção dos setorescontábeis e derecursos huma-nos, a criação e implantação docentro de custos, a elaboração doorganograma da SBP, a criação doregimento interno, a substituição doadministrador da sede, a otimizaçãode custos, o compromisso dos dire-tores no planejamento para 2001 ea normatização dos procedimentosda entidade. Por unanimidade, fo-ram aprovadas as Normativas e asCirculares, assim como o Manualdo Candidato a Concurso e o Ma-nual de Controle Interno. Tambémfoi aprovado o Regulamento dosCongressos Nacionais. O dr. Cláu-dio Leone será o presidente do Con-gresso Brasileiro de Pediatria, mar-cado para outubro de 2003, em SãoPaulo.

Por sugestão do dr. Lincoln, foiconstituída uma comissão para

Reunião do Conselho SuperiorUnião do Cone Sul

Foi realizada dia 30 de março, no Riode Janeiro, a reunião dos representantesdas sociedades pediátricas do Cone Sul.Pela SBP, participaram os drs. LincolnFreire, Cláudio Leone e Remaclo FischerJúnior. Também presentes, o dr. OsvaldoA. Blanco, da Sociedade Argentina de Pe-diatria, e os presidentes das sociedadesde pediatria do Paraguai, dra. LídiaGarcete Arguero; do Uruguai, dra. Glo-ria Ruocco e da Bolívia, dr. RicardoArtiaga Bonello.

GT de Febre ReumáticaO Grupo de Trabalho de Contro-

le da Febre Reumática da SBP, co-ordenado pela dra. Cleunice Motta,prepara propostas de ação para aprevenção da doença. Para isso, estátentando a reativação deste progra-ma junto ao Ministério da Saúde. Adoença é conseqüência de um tipode amigdalite tratada de forma ina-dequada. De todas as causas de do-enças cardíacas existentes, a febrereumática é a mais passível de pre-venção e, atualmente, é a causamais comum de doenças cardíacas

GT contra Mortalidade InfantilCoordenado pela dra. Jocileide

Sales Campos, o Grupo de Trabalhoda SBP contra a Mortalidade Infan-til é constituído pelas dras. CéliaSilvany, Valéria Maria Bezerra,Anamaria Cavalcante e Silva,Zuleica Portela e pelos drs.Clemax Couto Sant’Anna e JaymeMurahovschi. Reunidos pela primei-ra vez em março, decidiram quecada um dos integrantes vai elabo-rar um documento, que depois seráconsolidado numa proposta de re-dução dos óbitos até um ano no País.

A dra. Jocileide lembra tam-bém que os resul tados do IFórum pelos Direitos da Crian-ça e do Adolescente, realizadodurante o Congresso Brasileirode Pediatria, em Fortaleza serãoreunidos em documento, a serentregue ao Ministério da Saú-de e ao Unicef , como contribui-ção às propostas do Brasil napróxima reunião da Cúpula Mun-dial em Favor da Infância, mar-cada para setembro, em NovaIorque. �

estudar a criação da FundaçãoSBP. Será coordenada pelo dr.Fernando Nóbrega e integradatambém pelos drs Dalva Sayeg,José Martins Filho, Dioclécio

Campos Júnior, Maria Tereza Cos-ta e Eduardo Vaz. Outra comis-são foi criada para elaborar a pro-posta da Sociedade para as ofici-nas que discutirão a participaçãodo pediatra no Programa Saúde daFamília. Seus integrantes são: odrs. Dioclécio Campos Júnior (co-ordenador), Cláudio Leone,Anamaria Cavalcante e Silva,Eliane Maluf, Marco AntônioBarbieri e Vera Bonfim. Os drs.Eliane de Souza, José Hugo LinsPessoa e Eduardo Vaz serão as-sessores desta comissão. Alémdisso, com o apoio da então pre-sidente, dra. Célia Silvany, o De-partamento Científico dos Direi-tos da Criança e do Adolescentefoi incorporado à diretoria de Pro-moção Social. �

na população jovem. O projeto doGT divide-se basicamente em duaspartes – prevenção primária da do-ença, com o tratamento correto dasamigdalites, e a prevenção secun-dária, voltada ao tratamento das cri-anças e adolescentes já portadorasda enfermidade, de maneira a evi-tar as crises. Dra. Cleonice apontaser fundamental a conscientizaçãoda população e dos próprios médi-cos, porque “a amigdalite é umadoença que, se for mal cuidada, podetrazer graves conseqüências”. �

“As entidades buscaram um con-senso, para uniformizar o exercício dapediatria nos seus diversos aspectos,preparando a especialidade para atin-gir os objetivos propostos pelo Trata-do do Mercosul”, comenta dr. Rema-clo. Entre os pontos discutidos, está otítulo de especialista e as formas desua obtenção: currículo mínimo, tem-po de formação, certificação, recer-tificação, entidades certificadoras emecanismos de avaliação. �

Reforma do estatutoNa mesma reunião foi também

constituída a Comissão de ReformaEstatutária. Fazem parte os drs. Rei-naldo Martins (coordenador), RubensTrombini, Clóvis Vieira da Silva,Severino Dantas Filho, Maria TerezaCosta e Eduardo Vaz. Com o objetivode tornar o Estatuto mais adequado

às necessidades da entidade, a Comis-são está recebendo sugestões dos só-cios, que deverão ser encaminhadasao coordenador, no endereço da sede,no Rio de Janeiro (Rua Santa Clara292, Copacabana, CEP 22041-010Rio de Janeiro – RJ / e-mail

[email protected]@[email protected]@[email protected] ). �

Mário Santoro no Conselho AcadêmicoReunido em 30 de março, no Rio

de Janeiro, o Conselho Acadêmico daSBP aprovou uma moção de pê-sames à família do dr. Eduardoda Silva Carvalho, recente-mente falecido. Dr.Lincoln Freire detalhouinformações sobre a re-organização adminis-trativa da entidade e asituação financeira. Em se-guida, tomou posse o novo acadêmi-co, dr. Mário Santoro Júnior, que foisaudado pela dra. Conceição Segre:“Sua vida profissional tem sido intei-ramente dedicada à pediatria”, frisou,

lembrando que o dr. Mário é autor deinúmeros trabalhos publicados em re-

vistas nacionais e interna-cionais e de livros como o“Dicas do pediatra”. Alémdisso, o ex-presidente daSociedade Brasileira de Pe-diatria e da Sociedade dePediatria de São Paulo, é di-retor da Alape, da Socieda-de Médica Italo-Brasileira e

vice-presidente da APAE São Paulo.Agradecendo, dr. Mário homenageouos seus antecessores na cadeira, o dr.Luiz Osório Serafim e o dr. RinaldoDe Lamare. �

A nova diretoria da SBP, no Rio de Janeiro.

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Adolescência, saúde e cidadaniajuventude é capaz de ultrapassar as dificul-dades, se for cuidada pela família, apoiadapor competentes e atenciosos adultos, e seforem dadas oportunidades para que se tor-

ne parte da solução, não sendo vista apenas comoproblema. A afirmativa, do dr. Roger Tomkin, pre-sidente do VII Congresso Internacional de Saúdena Adolescência, realizado em maio, em Salvador,juntamente com o VIII Congresso Brasileiro de Ado-lescência, promovido pela SBP, e o III Congressoda ASBRA, a Associação Brasileira de Adolescên-cia. Concomitantemente, 340 meninos e meninasbrasileiros e também da Suécia, Nova Zelândia, Por-tugal e Canadá se reuniram no Encontro Internaci-onal de Adolescentes.

“Conseguimos ouvir os jovens de forma organi-zada. Eles estão nos ajudando a construir um mo-delo novo de ação da Sociedade em relação à estafaixa etária”, diz o presidente da SBP, Lincoln Freire,que esteve na abertura do Congresso e aproveitoupara se encontrar com os garotos, que almoçavamno Pelourinho, depois de visitarem entidades quetrabalham com essa população. “Conversei, atra-vés de intérpretes também adolescentes, com me-ninos com deficiência auditiva, que me contaramsobre sua empolgação com o Encontro, pois esta-vam tendo acesso a muitas informações, que pode-riam agora repassar a seus colegas. Para VirgíniaFalcão, que juntamente com Ana Lúcia Velame, foiresponsável pela organização do evento dos ado-lescentes, “o mais importante é que trata-se de umaatividade pedagógica, com noções de cultura baianae cidadania”.

O intercâmbio com os jovens, considerado umagrande conquista para os quase 800 congressistas,“foi realizado pela primeira vez em caráter inter-nacional”, informa a dra. Darci Bonetto, presiden-te do Departamento Científico de Adolescência daSBP. Para a dra. DéaMascarenhas, presidentedo Congresso Brasileiro,“a oportunidade permitenovas descobertas para apromoção à saúde dosgarotos e garotas”. E ga-rante “que os profissionaisestão prontos para escu-tar”.

De seu lado, “o jovemquer falar e ser ouvido!”,diz o boletim diário edi-tado pela Cipó – Comuni-cação Interativa, ONGque coordenou o Núcleo

de Comunicação do encontro de jovens. Os repór-teres são adolescentes e cobrindo as atividades re-alizadas publicaram: “(...) A galera concluiu queum projeto de vida se resume em três conceitosbásicos: sentir, pensar e agir. Para en-tender melhor o assunto, que tal fazerem sua casa a dinâmica que rolou na ofi-cina? Feche os olhos e imagine comovocê vai estar daqui a dez anos. Profis-são? Filhos? Amigos? E seu bairro, mu-dou? E o mundo? Então, que tal come-çar a planejar e trabalhar para realizarseus sonhos hoje!”, escreveu EmídiaDarlyng, 15 anos.

Sobre a oficina de drogas, o texto éde Mariana Silva, 16 anos: “Alcoolis-mo, legalização da maconha, fumo e trá-fico foram algumas questões que apa-receram por lá. Eles acreditam que todaa sociedade civil deve trabalhar na conscientiza-ção para o problema, na capacitação de familia-res e professores para lidarem com usuários e nacobrança de políticas públicas efetivas sobre o as-sunto. Também acham que o tratamento adequa-do, com respeito à individualidade do usuário ain-da não é oferecido pelo sistema público de saúde.Diálogo, atenção, maior quantidade e qualidadede informações e melhoria das condições sociaissão algumas das soluções apontadas. Adolescen-tes com auto-estima e não-marginalizados não seenvolvem com drogas!”

Por uma política adequada“Não temos hoje uma política de saúde adequa-

da aos 50 milhões (dados do IBGE de 1998) deadolescentes e jovens de 10 a 24 anos”, diz a dra.Rachel Niskier Sanchez, da SBP, que participou damesa-redonda sobre “Organização de serviços de

saúde”. Apontando a mesma direção da IAAH, aAssociação Internacional de Saúde na Adolescên-cia dirigida por Roger Tonkin, a pediatra enfatiza:“O adolescente não pode ser entendido como um

cidadão que só tem problemas, mas sim como umapessoa em desenvolvimento, com necessidades desaúde que têm que ser atendidas a partir do acessouniversal e de qualidade às unidades municipais,que são locais apropriados para isso”.

Para o coordenador da Área Técnica da Saúdedo Adolescente e do Jovem no Ministério da Saúde(MS), dr. Guilbert Nobre, “a grande luta é por inse-rir o adolescente no sistema de saúde de maneiraapropriada. Atualmente os adolescentes são vistoscomo consequência – grávidas, drogados,alcoolizados. Mas esperamos reverter esse eixo doassistencialismo para a promoção da saúde. Paraisso, estamos elaborando normas, protocolos, ma-nuais para pais, adolescentes e profissionais desaúde e educação”, adianta, completando que oobjetivo é exatamente “formar multiplicadores nosmunicípios”.

A dra. Viviane Castello Branco, do DepartamentoCientífico de Adolescência da SBP e coordenadorado Programa de Saúde do Adolescente da Secreta-ria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, lembraque apesar do Programa de Saúde do Adolescente(Prosad) do MS ter sido oficializado em 1989, ain-da são poucos os serviços que atendem o jovem demaneira diferenciada.

“É preciso entender a especificidade do momen-to de vida dos meninos. E ter olhos para ver quemuitas das suas queixas não resultam de patologi-as, mas estão relacionadas às transformações físi-cas, sociais, psicológicas que estão atravessando.Para isso, o profissional precisa ouvi-los, entenderos sinais e sintomas como próprios desta fase davida, em que é preciso romper laços. E isso não ésimples”, completa a dra. Rachel, lembrando ain-

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da a importância de “apoiar os garotos em suasrelações familiares, que naquele momento podemestar conturbadas”.

Por isto mesmo, a SBP está empenhada em sen-sibilizar os pediatras a se prepararem para esseatendimento, objetivo do projeto “Adolescênciasaudável. Compromisso do pediatra” e do recém-lançado “Guia de Adolescência. Orientações paraprofissionais da área médica” (Nota na pg. 11). Atéporque a atenção à faixa etária dos 10 aos 19 anos(ou 20 incompletos) também é responsabilidade dapediatria, reconhecida pela Associação MédicaBrasileira e pelo Conselho Federal de Medicina.Dra. Darci Bonetto tem se dedicado a esse traba-lho e está conseguindo a adesão das SociedadesEstaduais de Pediatria: “em Minas e na Bahia, oscursos ocorreram este ano e foram um sucesso”,frisa.

Tendo participado da mesa-redonda “Medidasno mundo real dos programas”, juntamente com asuiça Krishna Bose, da Organização Mundial daSaúde (OMS), a dra. Viviane Castello Branco apon-ta a direção das pesquisas hoje incentivadas pelasagências internacionais: “a prioridade é investir nodesenvolvimento dos adolescentes”. Acrescenta quea ênfase não está mais nas situações de risco, masna identificação dos fatores de proteção, como osvínculos que existem entre pais e filhos, entre osadolescentes e a comunidade e na participação dosjovens, que faz com que possam ter voz ativa e con-tribuir para a transformação social”.

A participação, a cidadania, parecem crescerentre as soluções apontadas pelos profissionais queatuam com crianças e adolescentes. Na conferên-cia que abriu o evento científico, dr. Roger Tonkinressaltou a importância dos direitos da juventude ea necessidade de se ter assuntos relacionados à suasaúde na agenda mundial. O presidente do IAAHdisse: “precisamos envolver/habilitar os jovens,principalmente aqueles que são marginalizados ouprivados dos direitos civis. E mais: “Temos que nospreocupar com a qualidade de vida da nossa juven-tude e não somente se estão vivos ou mortos”.

TrabalhosTrês profissionais foram homenageados na aber-

tura do congresso: o pesquisador e professor FelixHeald, dos Estados Unidos, um dos primeiros a pu-blicar livros sobre a realidade da adolescência; atambém professora Anita Coli, de São Paulo, presi-dente do primeiro congresso brasileiro de saúde daárea, pioneira também no atendimento, pois insti-tuiu o primeiro serviço de medicina dirigido à essafaixa etária, e a dra. Marilene Coelho, pediatra doserviço público na Bahia, “que simboliza o médicode branco, aquele que, no anonimato, contribui deforma positiva para o estabelecimento de novosparadigmas”, assinala a dra. Déa Mascarenhas.

Em Salvador, o modelo mais discutido foi o damedicina preventiva. Entre as pesquisas apresenta-das, estava a do Instituto de Geriatria e Gerontologiae do Departamento de Pediatria da Faculdade de Me-dicina da PUC-RS, coordenado pelo dr. Manoel Pitreze focado nas doenças cardiovasculares. Foram estu-dados 186 adolescentes – número considerado re-presentativo da população local – com idades entre10 e 17 anos do município gaúcho de Veranópolis,analisados os índice de massa corporal (peso e altu-ra), medido o colesterol, a pressão arterial, glicosee o histórico familiar foi colhido em questionário.

Os pesquisadoresverificaram queaquela comunidadede adolescentesapresenta índicesbastante altos desobrepeso e obesida-de (53% dos garotose 36% das garotas),níveis de colesterolacima da média(registrados por12% dos meninos e22% das meninas),pressão arterial tam-bém elevada em am-bos os sexos (11%)e 61% tinham histó-ria familiar positivapara doença cardio-vascular em indivíduos abaixo dos 55 anos. Quan-to à glicose, apenas três por cento a tinham umpouco acima do normal e isto não foi consideradopatológico.

Para o dr. Manoel Pitrez, o estudo comprova anecessidade da prevenção das doençascardiovasculares desde a infância. “O pediatra fazmuito bem a imunização, incentiva o aleitamentomaterno, mas precisamos trabalhar melhor comnossos pacientes os hábitos alimentares, o estilode vida, medir o colesterol, a pressão. É necessá-rio que identifiquemos precocemente as predispo-sições,” alerta. “Hoje se fala em obesidade quasecomo um folclore. Pediatras, professores, as famí-lias, educadores em geral precisam participar des-ta mudança”, diz.

Outro trabalho, coordenado pela dra. Isabel Car-men Fonseca Freitas e pela dra. Déa Mascarenhas,avaliou o perfil escolar dos adolescentes atendidosnas Unidades de Saúde do Distrito Sanitário Barra-Rio Vermelho e no ambulatório do Hospital Uni-versitário Professor Edgard Santos. Foi um estudotipo corte transversal, com uma amostra de 755prontuários selecionados ao acaso de um total de7.264 atendimentos realizados no período de julhode 1996 a agosto de 2000. Na população estuda-

da, 93.8% dos jovens freqüentam a escola, 6.2%não freqüentam, 18,2% já tiveram deserção esco-lar, 24,8% apresentam irregularidades na escola.

Diante desses registros, as pesquisadoras sali-entam a importância da investigação e da detecçãodos problemas por parte dos pediatras, evitando-seassim, com uma intervenção precoce, a deserçãoescolar e o desencadeamento de outros fatores derisco que podem comprometer a saúde dos adoles-centes. “Grande parte dessas dificuldades, que po-dem resultar na repetência do ano letivo e chegarao abandono da escola, podem significar fatores de

risco para o adolescente, favorecendo situações quepodem leva-lo às drogas, à gravidez indesejada, aosmais diversos desajustes”, adverte a dra. IsabelCarmen, para quem “é importante que o estabe-lecimento de ensino tenha uma metodologia ade-quada e também que seja parceiro do sistema desaúde”.

Pelo visto, é voz geral que a união de pediatras,educadores e demais profissionais de saúde e edu-cação é um dos caminhos que podem levar crian-ças e adolescentes a uma vida melhor. Sem esque-cer, é claro, da participação dos jovens, protago-nistas de sua própria trajetória. E a dra. Darci in-forma que foram os adolescentes que encerraram oevento científico, e o fizeram de maneira “muitobonita”: entraram com as bandeiras do Brasil, daBahia, estandartes que pediam “paz”, leram umacarta em repúdio à violência policial sofrida no diaanterior pelos estudantes da Universidade Federalda Bahia, e apresentaram a Carta de Reivindica-ções preparada durante seu Encontro, na qual ex-pressam seus desejos e dizem o que querem – acomeçar de “acolhimento, alimentação, amizade”,passando por “cidadania, compreensão, conscien-tização”, até “solidariedade, trabalho, união”. Fo-ram aplaudidos de pé. �

Roger Tonkin

Page 8: Adolescentes e pediatras juntos por uma vida saudável

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SBP EM AÇAO~

As instituições que desejarem ad-quirir uma assinatura do PRONAP /ciclo completo, já podem efetuá-la. Opreço é R$ 120,00, e é preciso que ainstituição requerente encaminhe umalista com os nomes das pessoas inte-ressadas. Com relação ao Diploma deParede, os assinantes aprovados emtrês ciclos podem adquiri-lo. Para isto,

Onze serviços foram certificados pelo Grupo de Trabalho de Creden-ciamento de Residência da SBP. São eles:

Maternidade Clemério de Oliveira (UFBA) Neonatologia;

Hospital da Criança Obras Sociais Irmã Dulce (BA) Pediatria;

Hospital Universitário Prof. Edgar Santos (UFBA) Especialização e

aperfeiçoamento

em Gastroenterologia e

Hepatologia Pediátricas;

Hospital Universitário Prof. Edgar Santos (UFBA) Nefrologia Pediátrica;

Hospital Universitário Prof. Edgar Santos (UFBA) Pediatria Geral;

Hospital Estadual Roberto Santos (BA) Pediatria Geral;

Hospital Santa Lydia de Ribeirão Preto (SP) Pediatria;

Hospital Infantil Menino Jesus (SP) Pediatria;

Hospital Universitário Getúlio Vargas (AM) Pediatria Geral;

Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (AL) Pediatria Geral.

Outros dezesseis foram visitados pela Comissão de Reconhecimento,formada por membros do Grupo e dos Departamentos Científicos da SBP eaguardam a análise do processo. Os serviços interessados em se creden-ciar devem solicitar o Manual na SBP, preencher o documento de pedido dereconhecimento de residência e credenciamento e encaminhá-lo à:

Rua Padre Rolim, 123 - sala 301 - Cep 30130-090 - Belo Horizonte (MG)

As dúvidas podem ser esclarecidas no Escritório da SBP em BeloHorizonte, tel. (31) 3241-1128.

Os residentes que já fazem parte ou que quiserem cadastrar-se noProjeto Médico Residente, contam com os benefícios oferecidos pelaSociedade, como recebimento de todas as publicações científicas e des-conto na participação em eventos, mediante pagamento de uma taxa anualde R$ 20,00. Mas atenção, a renovação para os residentes de primeiroano é anual! �

O Conselho Federal de Me-dicina (CFM) aprovou umaresolução normativa queproíbe as operadoras de pla-nos de saúde de desligar oudescredenciar médicos,exceto por decisão motiva-da e justa, garantindo-se aomédico o direito de defesae do contraditório. A medi-da é apoiada pela Associa-ção Médica Brasileira(AMB).

A posição do CFM foimotivada pela série de denúncias quevêm sendo feitas de descredenciamen-to deliberado de médicos por estarem,em nome da boa técnica e do zelo pro-fissional, solicitando os necessáriosexames para bem atender seus paci-entes.

O descredenciamento de um mé-

As instituições já podem fazersua assinatura do PRONAP Credenciamento de Residência

Planos de Saúde proibidos dedescredenciar médicos

dico causa prejuízos para seuspacientes que se vêem, ines-peradamente, obrigados ainterromper tratamentos ouprocurar outro consultórioou clínica. Os riscos são in-calculáveis, mas não têmsido levados em conta pe-las operadoras dos planos,interessadas unicamenteem auferir lucros.

A resolução obriga tam-bém as operadoras a homo-logar o desligamento junto

ao Conselho Regional de Medicina noqual estejam inscritas e a comunicaros descredenciamentos a seus usuá-rios. Caso o médico queira se desli-gar do plano de saúde espontaneamen-te deverá, segundo resolução, comu-nicar sua decisão com antecedênciamínima de 60 dias. �

Dr. Lincoln Freire participou de umabaixo-assinado organizado pela ONGMédicos Sem Fronteiras (www.msf.es),para que 39 empresas farmacêuticasretirassem uma ação judicial movida

contra uma leisul-africana queautoriza o gover-

no a adquirir medicamentos genéricosmais baratos para enfrentar a Aids. Abatalha foi vencida – no dia 19 de abril,as empresas farmacêuticas que atuamna África do Sul, entre elas grandesmultinacionais americanas e européi-as, retiraram o processo contra a leisobre genéricos aprovada durante o go-verno de Nelson Mandela em 1997.�

As novas datas dos Cursos de Rea-nimação Pediátrica são as seguintes:em junho, dias 02 e 03, em RioBranco (AC), dias 05 e 06 emCaxambu (MG) e dias 09 e 10 emMacapá (AP) e em Porto Alegre (RS).Ainda neste mês, dias 15 e 16 o cur-so ocorrerá em Florianópolis (SC) eem 23 e 24 no Rio de Janeiro (capi-tal) e São Luiz (MA). Por fim, dias29 e 30 será a vez de Rio do Sul (SC)e Fortaleza (CE).

Cursos de Reanimação Pediátrica Em apoio aossul-africanos

Quatro estados já confirmaram asnovas datas dos Cursos Itinerantes deReciclagem e Atualização em Pedia-tria (CIRAPS). No Mato Grosso doSul, Dourados vai sediar o evento, nosdias 08 e 09 de junho. Pernambucomarcou para o período de 15 a 18 deagosto, em Arcoverde, Vicência ePetrolina. Ainda neste mês, de 22 a25, o curso ocorrerá em Rondonópolise Tangará da Serra, ambas em MatoGrosso. Em setembro, as datas são de13 a 15, na cidade de Palmas, emTocantins. As inscrições devem serfeitas na Sociedade de Pediatria doestado. �

Atenção! Os gráficos pondero-estaturais – tão úteis na prática pediá-trica diária – encontram-se no site daSBP (www.sbp.com.br) na seção “Pu-

Atenção para os próximosCursos Itinerantes

de Reciclagem

Gráficos Pondero-Estaturais no site da SBP

Em julho, , , , , nos dias 07 e 08 os cur-sos acontecem em Porto Alegre (RS).Nos dias 14 e 15 ocorrerão em SãoPaulo (capital) e em Florianópolis (SC)nos dias 20 e 21. Em agosto, estãomarcados para os dias 04 e 05 emRecife (PE), dias 17 e 18 em Criciúma(SC) e dias 18 e 19 em Belo Horizon-te (MG). Em 22 e 23, estão agendadospara João Pessoa (PB), dias 25 e 26para Campina Grande (PB) e nos dias26 e 27 para Salvador. �

blicações”. Os gráficos são classifica-dos por faixa etária para meninos emeninas e podem ser impressos direta-mente pelos interessados, sem custos.�

é preciso efetuar o pagamento doboleto já enviado, no valor de R$20,00. Sobre a avaliação final doPRONAP, a Secretaria Executiva avi-sa que será enviada em junho, emdecorrência do atraso na distribuiçãodo quarto número do ciclo IV. Paramais informações, o telefone doPRONAP é : (11) 3068-8595. �

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Slogan da SBP será lemada 4ª Conferência do Conanda

NOTICIAS DE BRASILIA,,

O Conselho Nacional dos Di-reitos da Criança e do Adolescen-te (Conanda) prepara para novem-bro, em Brasília, a 4ª ConferênciaNacional dos Direitos das Crian-ças e Adolescentes, que terá comtema a violência. Por unanimida-de, o slogan da Campanha da SBP– “Violência é covardia. As mar-cas ficam na Sociedade”– foi es-colhido como lema da conferên-cia, que irá discutir a política na-

cional de atenção à essa popula-ção, as medidas sócio-educativasaos adolescentes em conflito coma lei preconizadas pelo Estatuto daCriança e do Adolescente (ECA),a articulação com os ConselhosEstaduais e Municipais e a urgen-te e necessária criação dos Con-selhos Tutelares. Os participantesda Conferência Nacional serão osdelegados escolhidos durante asconferências estaduais. �

Novas estratégias para o Registro CivilEm reunião na Casa Civil da

Presidência da República, no fi-nal de abril, a SBP, representa-da pelo vice-presidente, dr. Di-oclécio Campos Júnior, e outrasinstituições, dentre as quais oComunidade Solidária, os Minis-térios da Saúde, Justiça, Educa-ção e Trabalho, avaliaram o re-sultado da Campanha do Regis-tro Civil e traçaram novas es-tratégias. Na opinião dos pre-sentes, foi cumprida a primeirafinalidade, tendo sido dada apartida para a conscientizaçãoda população sobre a gratuidadedo registro civil. A partir de ago-ra, a questão deve ser transfor-mada em programa de governo.Entre as estratégias aprovadas,

Diga Sim pela Criança!O Unicef está promovendo a cam-

panha “Diga Sim pela Criança”. A SBP,representada pelo dr. Lincoln Freire, foiuma das primeiras entidades a assinaro compromisso. Os resultados dessa

participação serão levados à SessãoEspecial sobre a Criança, em setem-bro deste ano, na Assembléia das Na-ções Unidas, em Nova Iorque. O ape-lo “Diga Sim pela Criança” faz parte

de um esforço maior do Unicef e dedezenas de entidades não-governamen-tais chamado “Movimento Global pelaCriança”. Para participar, visite o site

do Unicef: http://www.unicef.org/brazil/

SarampoNão há evidência da circulação

autóctone do vírus do sarampo noBrasil. Mas para manter a conquis-ta, o GT de Exantemáticas do Minis-

Tabela do SUS e Sala de PartoNo Ministério da Saúde, o pre-

sidente e o vice-presidente da SBPestiveram ainda com a dra. Nairade Bem Alves, assessora do dr.Renilson Rehen de Souza, Secretá-rio de Assistência à Saúde, e reite-

raram a reivindicação de melhoriada remuneração do pediatra na salade parto, assim como a resposta àproposta feita pela SBP, há um anoe meio, sobre a remuneração do pe-diatra na tabela do SUS. �

tério da Saúde pede atenção para anotificação imediata, investigaçãooportuna e a manutenção da amplacobertura vacinal, hoje de 95%. �

O pediatra do PSFDr. Lincoln Freire e dr. Dioclécio

Campos Júnior entregaram, no iníciode maio, à dra. Afra Suassuna, coorde-nadora do Programa Saúde da Família(PSF), a relação dos municípios cujossecretários de Saúde já foramcontatados pela SBP para a realizaçãodas oficinas que vão discutir a partici-pação do pediatra no Programa. Sãoeles: Florianópolis (SC), Belo Horizon-te (MG), Recife (PE), Olinda (PE),Camaragibe (PE), Cabo de Santo Agos-tinho (PE), Ribeirão Preto (SP) eManaus (AM). A Sociedade aguardaagora a organização das oficinas, con-forme foi acertado com o dr. CláudioDuarte, Secretário Nacional de Políti-cas de Saúde. �

SBP participa deplanejamento do Unicef

A SBP foi uma das entidades con-vidadas pelo Unicef a participar doplanejamento de suas ações para oquadriênio 2002/2006, discutido emBrasília, em reunião no final de abril.Dr. Dioclécio Campos Júnior infor-ma que, ao contrário do período an-terior, quando a queda da mortalida-de infantil mobilizava os principaisolhares das entidades voltadas paraa infância, as metas do Programa dasNações Unidas priorizam agora a ga-rantia de moradia condizente às fa-mílias, de nutrição adequada, de umaescola de qualidade – “objetivosmais difíceis de serem atingidos,mais caros e que dependem de trans-formações profundas na realidade dopaís. Mas acho que esse é o cami-nho”, frisa. �

exeqüível, já que 95% dos par-tos do Brasil são hospitalares.A idéia surgiu no Maranhão e al-gumas maternidades do país jávêem realizando esse trabalho,com base em uma portaria doMinistério da Saúde.

Dr. Dioclécio frisa que o re-gistro civil, além de ser um di-reito de cidadania, permite a par-ticipação da criança em progra-mas como o bolsa-escola. Em1999, a presidência da Repúbli-ca sancionou o projeto 553/99,elaborado pela SBP e apresen-tado no Congresso Nacional pelodeputado Agnelo Queiroz (DF) eque estabelece punição aos car-tórios que descumprirem a Leida Gratuidade (9. 534/97). �

está o aumento do número de car-tórios em maternidades – propostaapontada pela SBP como bastante

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FILIADAS

Como parte da Campanha dePrevenção de Acidentes e Violên-cia da SBP, foi realizado um semi-nário no final de abril, em Maceió(AL), que reuniu cerca de 200participantes, entre os quais au-toridades do estado. A dra. AnaMaria Cavalcante Melo, presiden-te da Sociedade Alagoana de Pe-diatria, informa que de acordo comuma pesquisa da dra. DivaniseSuruagy, doutora em Saúde Públi-ca e professora de Saúde Coletivada Universidade Federal deAlagoas, a violência é a terceira

O II Congresso Matogrossense dePediatria será realizado em Cuiabá,de 26 a 30 de junho.Na programação ci-entífica, estão pales-tras como a que serárealizada pela dra.Vera Hermínia Koch,de São Paulo, sobre“Hipertensão arterialna infância”, assimcomo “Panorama daAids pediátrica noBrasil e no mundo”, a cargo da dra.Marinella Dellanegra, também de SãoPaulo. Simultaneamente, ocorrerá oI Fórum Estadual de Prevenção à Vi-olência contra a Criança e Adoles-cente e o I Fórum de Prevenção a

A violência contra a criança eo adolescente é o tema central do9º Congresso Mineiro dePediatria, será realizadoem Caxambu, de 6 a 9de junho. Segundo a pre-sidente do evento, dra. Eliane deSouza, o encontro vai privilegiar te-mas relacionados ao dia-a-dia doconsultório, discutindo questõesbem práticas – “Sopro cardíaco: oque fazer?”, “Febre reumática: con-

causa de morte de crianças e ado-lescentes no estado.

Durante o evento, foi elaborada a“Carta de Compromisso de Alagoas emrespeito ao Estatuto da Criança e doAdolescente”- documento que será en-caminhado aos governantes. Entre suaspropostas, está a reivindicação de quesejam realizados cursos de capacitaçãono atendimento às vítimas de maus-tra-tos para os profissionais de saúde e dosConselhos Tutelares. O Guia de Pre-venção Frente a Maus-Tratos, o cartaz,a camiseta e adesivos de carro foramdistribuídos na comunidade. �

Seminário discute Maus - Tratos em Alagoas

Congresso e Fóruns sobre violência e acidentes no Mato Grosso

Acidentes de Trânsito na Infânciae Adolescência. Segundo a dra.

Alda Azevedo, presi-dente da Sociedade dePediatria do estado,o objetivo desseseventos paralelos éfortalecer a articula-ção entre os profis-sionais que atuamno atendimento àessa população, pro-piciando tanto o in-

tercâmbio de informações cien-tíficas, quanto um conhecimentomaior sobre o Estatuto da Crian-ça e do Adolescente. Para infor-mações, o tel. é (65) 623 4709,e-mail [email protected]. �

“Violência contra criança e ado-lescente é uma doença so-cial grave”. Assim come-ça o texto contido no versodos 450 mil cartões telefô-nicos distribuídos na região Sule Centro-Oeste com a logomar-ca da Campanha de Prevenção

Campanha nos cartões telefônicosà Violência da SBP. Os cartões fo-

ram lançados no final doano passado pelas So-ciedades Estaduais de

Pediatria, em parceriacom a Brasil Telecom. No

verso , está o telefone doDisque-denúncia local. �

Caxambu receberá o9º Congresso Mineiro de Pediatria

duta atual”– e também assuntos comoa “Evolução do conceito de violência

contra a criança”. Dentre oscursos pré-congresso, o desta-que é o “Atendimento inicial acrianças e adolescentes politrau-

matizados”, que abordará desde o re-conhecimento até o tratamento especí-fico de cada caso, utilizando manequinspara demonstração. Informações po-dem ser obtidas no tel. (31) 3222 7366,e-mail [email protected]. �

“Problemas mais comuns de con-sultório” foi o tema de um dos Serões– com cerca de 250 participantes –realizados em abril pelo Departamentode Pediatria e Cirurgia Pediátrica daAssociação Médica de Londrina(AML), no Paraná, com o apoio daSociedade Paraense de Pediatria. Arazão deste sucesso, segundo o dire-tor do Departamento, dr. MiltonMacedo de Jesus, é que, além de con-vidar palestrantes e debatedores com-

Foi lançado no início de maio, emCuritiba, o “Crescendo com Saúde”,projeto da prefeitura e daSecretaria Municipal deSaúde, que conta com a par-ticipação ativa da Socieda-de Paranaense de Pediatra.Para a primeira fase, foiproduzido pela Sociedade,juntamente com a Univer-sidade Federal do Paraná emédicos do Hospital das Clínicas edo Hospital Pequeno Príncipe, um ma-nual cujo objetivo é padronizar as con-dutas frente a doenças respiratórias ealérgicas – causa de inúmerasinternações e algumas mortes de cri-anças na região.

Dr. Donizetti Giamberardino Filho,presidente da Sociedade Paranaensede Pediatria, informa que está sendorealizado também um curso de capa-citação para 500 médicos do sistema

público, a maioria pediatras. O secre-tário de saúde de Curitiba, dr. Luciano

Ducci, comenta que são no-tificados por mês, em mé-dia, 500 diagnósticos deasma ou pneumonia em cri-anças do município. “Como respaldo técnico dos cur-sos de capacitação que aSecretaria e a Sociedade dePediatria estão oferecendo,

pretendemos diminuir significativa-mente esses números”, assinala.

Presente no lançamento, o dr.Lincoln Freire comentou que Curitibaé um bom exemplo de uma adminis-tração pública que tem consciência daimportância de unir esforços com asociedade civil. A dra. Reiko Niimi,representante do Unicef no Brasil lan-çou, na mesma solenidade, a campa-nha “Diga Sim pela Infância” (vejanota na pg. 09). �

Paraná lança projeto Crescendo com Saúdepetentes e escolher temas que tenhamuma importância prática, os serõessão realizado em parceria com impor-tantes entidades locais. O próximoserá dia quatro de junho, com o tema“Exames de Urgência”, coordenadopelo dr. Eduardo de Almeida Rego Fi-lho, do Conselho Acadêmico da SBP.Os encontros acontecem todas as pri-meiras segundas-feiras de cada mêsno auditório da Universidade Estadu-al de Londrina. �

Sônia Maria de Faria: “pois assim con-seguimos imunizar os bebês em até 5vacinas com uma única aplicação”.Segundo o dr. Aroldo Prohmann deCarvalho, presidente da SociedadeCatarinense de Pediatria, o Simpósiorefletiu a grande preocupação dos pro-fissionais com a prevenção de enfer-midades. �

Sucesso nos Serões de Londrina

Novidade em vacinas é tema de SimpósioPromovido pela Sociedade

Catarinense de Pediatria e com oapoio das Sociedades Brasileira eCatarinense de Infectologia e da SBP,o III Simpósio Brasileiro de Vacinas,realizado em abril, em Florianópolisreuniu 700 participantes. A importân-cia das vacinas combinadas foi res-saltada pela presidente do evento, dra.

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DEPARTAMENTOS CIENTIFICOS’

AGENDA

Data Evento Local Contato

Junho XXIV Congresso Nacional de Pediatria Cuba Sociedade Cubana de Pediatria

11 a 15 V Congreso Nacional de Cirurgia Pediátrica Fones: (537) 55-25593/

V Congreso Nacional de Terapia Intensiva, 55-2560/32-2907

Neonatal Y Pediátrica

II Congresso Internacional

“La Salud del niño menor de 5 anos”

Junho Assembléia Mexicana de Pediatria México / DF (525) 538-0437

13 a 15 Comemorativa do XXV Aniversário da [email protected]

Associação Mexicana de Pediatria - ALAPE

Junho IV Congresso Brasileiro de Rio de Janeiro/RJ JZ Congressos

13 a 16 Otorrinolaringologia Pediátrica (21) 286-2846

Junho I Congreso Latinoamericano de Discapacidad Buenos Aires / Argentina (005411)4821-8612

13 a 16 em Pediatría

I Congreso Argentino de Discapacidad em Pediatría

Julho III Congresso Mundial de Nutrição em Pediatria São Paulo / SP Eventus Plan. e Organização

06 a 09 tel: (11) 3361-3056

[email protected]

Julho Congreso Nacional - Medicina Interna República Dominicana (809) 688-9414

25 a 28 Pediátrica em El Nuevo Milênio / ALAPE [email protected]

Agosto Agosto Agosto Agosto Agosto IV Congreso Latinoamericano San Salvador /El Salvador (503) 226-3728

16 a 19 de Infectologia Pediátrica/ALAPE

Agosto Agosto Agosto Agosto Agosto XI Jornada Nacional de Pediatria Piva /Peru Sociedade Peruana de Pediatria

30 a 02/09 Curso Internacional/ALAPE (9521)422-6397 / 441-1570

[email protected]

Obs: O calendário completo dos eventos realizados ou apoiados pela SBP está disponível no site: www.sbp.com.br

Dr. Nelson Rosário, diretor-geral dos DC’s, informa que os Conselhos Científicos estão sendo organi-zados, a partir das indicações já feitas pelas filiadas. Os Departamentos são constituídos por um NúcleoGerencial (presidente, vice-presidente e secretário), por um Conselho Científico e pelos participantes. Ospediatras interessados em integrar os DCs como membros participantes podem se inscrever nas filiadasou diretamente no departamento científico de seu interesse e para isto não há limite de prazo. Os quesitossão os já divulgados, como o título de especialista na área e uma experiência de trabalho de pelo menosdois anos. Os nomes dos presidentes já foram definidos. São eles:Adolescência Darci Vieira da Silva Bonetto

Aleitamento Materno Elsa Regina justo Giugliani

Alergia / Imunologia Charles Kirov Nasptiz

Bioética Délio Kipper

Cardiologia Edmundo Carlindo de Oliveira

Cuidados Hospitalares Valéria Bezerra

Cuidados Primários Anamaria Cavalcante e Silva

Defesa Profissional José Hugo Lins Pessoa

Dermatologia Bernardo Gontijo

Endocrinologia Durval Damiani

Gastroenterologia Luciana Rodrigues Silva

Genética Clínica Marcos José Burle de Aguiar

Infectologia Regina Célia Menezes Succi

Nefrologia Eleonora Moreira Lima

Conheça os novos presidentes dos Departamentos CientíficosCongresso de

Gastroenterologia PediátricaÊnfase na prevenção e no aleitamento materno;

almoços com especialistas, que contaram com aparticipação de congressistas previamente inscri-tos e que tiveram a oportunidade de discutir com osconvidados estrangeiros vários temas da especiali-dade; temas livres apresentados em plenária, emhorários “nobres”. Estes foram, para o dr. MáironLima, presidente do evento, alguns dos aspectosinovadores, que conferiram sucesso ao X Congres-so Brasileiro de Gastroenterologia Pediátrica, rea-lizado pela SBP e pela Sociedade de Pediatria doDF, em maio, em Brasília. Participaram 530 profis-sionais e estudantes e 70 conferencistas – sendo10 professores vindos dos EUA e Europa. Foramapresentados 228 trabalhos científicos.

A dra. Luciana Rodrigues Silva, presidente doDepartamento Científico de Gastroenterologia daSociedade, destaca a mesa-redonda sobre colestaseneonatal – “extremamente importante, que requerdo pediatra agilidade no diagnóstico e na orienta-ção terapêutica, pois é possível modificar o prog-nóstico em muitas causas tratáveis”. Dra. Lucianainforma também que o Conselho Científico do De-partamento deverá estar constituído até junho e, apartir daí, será marcada a data do concurso de es-pecialidade da área. O próximo Congresso Brasi-leiro de Gastroenterologia Pediátrica está marcadopara Salvador, provavelmente em 2004. �

A prova para a obtenção do Título de Especia-lista em Endocrinologia Pediátrica será realizadano primeiro dia do congresso da especialidade, queocorrerá de 5 a 8 de setembro, em Salvador (BA).As inscrições podem ser feitas entre 15 de maio e15 de junho e os documentos deverão ser enviadosà Secretaria Geral da SBP, à Rua Santa Clara, 292,

Neonatologia Cléa Leone

Neurologia Magda Lahorge Nunes

Nutrição Fernando José Nóbrega

Onco-Hematologia Mara Albanei Pianovisky

Otorrinolaringologia Moacyr Saffer

Pediatria Ambulatorial Jayme Murahovski

Pneumologia Clémax Couto Santana

Reumatologia Flávio Roberto Sztajnbok

Saúde Escolar Jorge Harada

Saúde Mental Eric Yehuda Schussel

Segurança na Infância

e Adolescência José Américo de Campos

Suporte Nutricional Cléa Maria Pires Ruffier

Terapia Intensiva Paulo Ramos David João

Copacabana, Rio de Janeiro, Cep: 22.041-010. Ataxa para sócios das duas entidades é de R$ 70,00e para os não – sócios é da R$ 300,00. Outrasinformações podem ser obtidas pelo telefone 21.548-1999, email: [email protected] e também coma SBEM ( telefone: 21. 507-5189 / 221-7577, ra-mal 1193 , email: [email protected]). �

Lançado o Guia deAdolescência da SBP

Os sócios e residentes quites coma SBP já estão recebendo o Guia deAdolescência, publicação produzidapelo Departamento de Adolescên-cia, em parceria com a Área Téc-nica da Saúde do Adolescente e doJovem do Ministério da Saúde. Os40 mil exemplares produzidos fo-ram distribuídos entre os profissi-onais da SBP e da Federação Brasileira dasSociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo),que mantém o programa “AdolesSER com Saúde –Compromisso da Febrasgo”, em parceria com a So-ciedade. Dra. Darci Bonetto, presidente do Depar-tamento de Adolescência da SBP, informa que o Guia“aborda os pontos necessários da saúde e bem-es-tar do adolescente de forma clara e sem complica-ções; começando pelo seu formato prático e pelouso de uma linguagem direta”. O programa da SBP“Adolescência Saudável – Compromisso da Pedia-tria”, que prepara os profissionais da pediatria parao atendimento de adolescentes, já realizou cursosem 18 estados desde o ano passado. Os próximosserão no Rio Grande do Norte, Paraíba e Amapá. �

Título de Especialista em Endocrinologia Pediátrica

Page 12: Adolescentes e pediatras juntos por uma vida saudável

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TENDENCIAS & CULTURA^

Saúde aos curumins!Muitas infecções, pouca vacina-ção, um enorme choque cultural. É oque se pode afirmar sobre as crian-ças indígenas, diz o presidente da SBP,dr. Lincoln Freire. “O resto é uma gran-de especulação”, completa o vice-presidente, dr. Dioclécio CamposJúnior, explicando que os estudos ci-entíficos existentes sobre esta popu-lação são ainda incipientes. Para ten-tar entender como anda a realidadedos curumins, a SBP realizou, emManaus, juntamente com a Socieda-de Amazonense de Pediatria (SAP), oII Fórum Brasileiro sobre a Saúde daCriança Indígena.

O encontro aconteceu no últimoDia do Índio, 19 de abril, dando se-qüência ao Fórum do ano passado,uma iniciativa da Sociedade de Pedi-atria de Brasília. Reuniu médicos, di-retores de hospitais, representantes daFunai, Funasa, do Ministério PúblicoFederal e integrou a Semana dos Po-vos Indígenas, programação do Go-verno do Estado do Amazonas.

Lembrando as dificuldades de co-municação e a precariedade do aces-so aos serviços de saúde, a dra.Rossiclei Pinheiro, presidente da So-

ciedade Amazonense de Pediatria, fri-sa: “É extremamente necessária acriação de uma política de saúde di-recionada para os povos indígenas etambém que se cumpra o Estatuto daCriança e do Adoles-cente, que muitas ve-zes parece ser ignora-do quando se trata des-sas crianças”.

O quadro é de des-nutrição, pneumonia,diarréia, tuberculose,doenças imunopreve-níveis, como o saram-po e a varicela, a ma-lária – que atingem freqüência maiselevada e alta letalidade entre ospequenos indígenas. É bom lembrarque, enquanto a média nacional demortalidade infantil é de 34,6 óbi-tos para cada mil crianças nascidasvivas – segundo os últimos núme-ros divulgados pelo IBGE – entre osindiozinhos encontramos triboscomo os ianomâmis, na qual a cifraestimada chega a 140 – quatro ve-zes a média nacional – e outras,

como os xavantes, na qual regis-tram-se 87,1 mortes.

Um estudo realizado com os pe-quenos indígenas internados no Hos-pital Universitário de Brasília, a mai-

oria xavantes, oriundosdo Mato Grosso eMato Grosso do Sul,observou que a cober-tura vacinal estava in-completa ou ausenteem 66%, e 84% dosseus domicílios eramdesprovidos de infra-estrutura sanitária mí-nima. Dados coletados

por pesquisadores apontam ainda paraum déficit de 9% no parâmetro esta-tura/idade de crianças xavantes comidade entre 5 e 10 anos e um déficitde 14% em crianças da etnia Terenamenores de 10 anos. Tudo isto, semfalar no fato, divulgado durante o IIFórum pela coordenação do Progra-ma DST/Aids do Instituto de Medici-na Tropical de Manaus, de que reali-zado o teste para a detecção do vírusHIV em uma população indígena de

aproximadamente 150 pessoas, cons-tatou-se que 13 estavam infectados –um deles um bebê, vítima da trans-missão vertical, ou seja, de mãe parafilho durante a gravidez.

Preocupados com a força despro-porcional dos fatores determinantesdas doenças, que vêm rompendo oequilíbrio biológico estabelecido pe-los hábitos e condições de vida origi-nais desses povos, é que a SociedadeBrasileira e as Sociedades Estaduaisde Pediatria têm se mobilizado. “A dis-cussão em Manaus foi muito boa e co-meçamos a ter mais clareza sobre oassunto”, diz o dr. Lincoln, frisandoque entre as preocupações dos pro-fissionais está a humanização do aten-dimento no sistema de saúde, torna-do-o o mais próximo possível ao am-biente da tribo, com a utilização, porexemplo, de redes para crianças eacompanhantes no alojamento conjun-to e a tentativa de romper a barreirada comunicação. Entre as iniciativasque os pediatras querem divulgar estáa do Instituto da Criança do Amazo-nas (ICAM), que identificou as prin-cipais tribos e fez um pequeno dicio-nário de suas línguas.

Os participantes do II Fórum apro-varam as seguintes recomendações:

1. Apoiar a implantação dos Dis-tritos Sanitários Especiais Indígenas(DSEIs), como modelo de reestrutu-ração da assistência à saúde dessespovos (...);

2. Colaborar com a realização do re-censeamento da população indígena (...);

3. Defender estratégias que per-mitam promover, junto às populaçõesinfantis dos povos indígenas, maioratenção à saúde materno-infantil;amplo controle do crescimento e de-senvolvimento; orientação para o des-mame, com a utilização de alimentosdisponíveis, culturalmente aceitos ede reconhecido valor nutricional; re-alização de programas de saúde bu-cal (...); e a melhoria geral das con-dições ambientais (...);

4. Estender, a qualquer preço, acobertura vacinal das populações in-fantis dos povos indígenas, buscandodiscuti-la com o Programa Nacionalde Imunização (...);

5. Intensificar medidas capazes deconter a expansão potencialmente gra-ve das DST/AIDS entre os povos indí-genas;

6. Desenvolver, nas unidades deSaúde de Referência e nos Pólos Bá-sicos, treinamentos que qualifiquemos profissionais de saúde na sua rela-ção com as famílias indígenas;

7. Colaborar com a Sociedade Bra-sileira de Pediatria na elaboração deum manual prático, contendo orienta-ções fundamentais para a atuação dosprofissionais de saúde que atendemindígenas;

8. Estimular a produção de materi-al informativo, identificado com os idi-omas e valores culturais dos índios (...);

9. Comprometer, no orçamento dosHospitais de Referência, os recursosrepassados pela Secretaria de Assis-tência à Saúde (SAS/MS) e destina-dos ao atendimento das crianças in-dígenas (...);

10. Estabelecer níveis de comple-xidade das doenças para um encami-

nhamento racional dos pacientes àsunidades de Saúde de Referência epreparar, na sua estrutura, ambientesde acolhimento da criança indígena,que respeitem os hábitos e a culturade sua etnia;

11. Criar política de recursos hu-manos com remuneração salarialcompetitiva (...);

12. Promover maior integração en-tre as atividades de educação e saúdenas aldeias, com o intuito de intensifi-car, nas salas de aula, a orientação so-bre práticas preventivas das doenças;

13. Criar um grupo de acompanha-

mento coordenado pela SociedadeBrasileira de Pediatria, com a incum-bência de traçar estratégias e estabe-lecer as articulações indispensáveisà implementação das recomendaçõesaprovadas nos dois primeiros fórunssobre saúde da criança indígena;

14. Assegurar, nos próximosfóruns, o espaço para a apresentaçãode resultados e proposições de gru-pos de pesquisadores que atuam nodomínio da saúde indígena; e buscara participação de outros profissionaisque se dedicam à promoção da saúdedos povos indígenas. �

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Rossiclei Pinheiro

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