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Manual de Atendimento Pr-Hospitalar LIO 01 ATRIBUIES E RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA O Socorrista pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para com segurana, avaliar e identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequado socorro prhospitalar e o transporte do paciente sem agravar as leses j existentes. Tipos de socorrista A maioria das ocorrncias, tais como: Acidentes automobilsticos, ou atropelamentos em que nos deparamos, pelo menos 30% das vtimas j haviam sido socorridas pelo prprio causador do acidente, por pessoas que o tenham presenciado, ou por outras vtimas menos graves, tambm envolvidas. Socorrer no s o transporte ao hospital, ou a retirada das vtimas do acidente por estes tipos de socorristas, que sem material adequado, sem preparo tcnico, e principalmente psicolgico, podem levar morte ou a leses permanentes, as vtimas que teriam uma chance de sobreviver ou de no ficar com seqelas irreversveis. Isto ocorre devido a vrios fatores, os principais so a ansiedade e o medo, principalmente por aquelas pessoas envolvidas diretamente com o acidente, em que a dor e outros sinais e sintomas de ordem psicolgica, ainda no se manifestaram e que, se encontram em um estado mrbido sem ter conscincia do que ocorreu. A partir da comeam a vir os outros sinais e sintomas caractersticos da ansiedade e do medo, que podem vir associados ao pnico. Se a vtima estiver acompanhada, seu primeiro ato ser se preocupar com seus companheiros, neste caso, a mesma adotar alguns tipos de conduta: Procura se autoliberar e abandonar o veculo; Liberada, procura ajudar as outras vtimas; Entra em desespero e bloqueio mental; Tm alternncia entre crise de ansiedade/relaxamento muscular, principalmente se houver vtimas presas s ferragens.

Com isso podemos evidenciar os tipos de Socorristas existentes e a diferena entre eles. Tipo 1- Sobreviventes/causadores Estes esto diretamente envolvidos no acidente, normalmente no sabem o que fazer, e aps descobrirem que no esto seriamente feridos, suas intenes iniciais so ajudar aos demais. Estas situaes em que pessoas despreparadas, com estado emocional e fsico abalados, merecem especial ateno por parte das equipes de emergncia mdica. Estas boas intenes podem agravar as condies daqueles que precisam ser socorridos, podendo levar morte ou gerar leses permanentes, alm do fato de que as aes destas pessoas, por vezes, interrompem a ao das equipes especializadas. Tipo 2- Populao em Geral Constituda pelas pessoas que presenciaram o acidente ou que se encontravam nos arredores, e que por curiosidade ou com a inteno de ajudar vo at o local. O risco da participao de tais pessoas um fato a ser considerado, principalmente por no terem tcnicas e materiais

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar especficos, podendo agravar a situao, mas com a superviso das equipes especializadas podem ser de grande valia, no devendo ser dispensadas. Tipo 3- Equipe Especializada Constitudas por profissionais especializados na rea de resgate e emergncia mdica. As primeiras preocupaes deste grupo devem ser inicialmente duas; Evitar riscos associados ao acidente; Prestar socorro s vtimas. CARACTERSTICAS DOS PROFISSIONAIS DE ATENDIMENTO PRHOSPITALAR O trabalho de atendimento pr-hospitalar, no se pode dizer que fcil, principalmente pela sua peculiaridade, nem todas as pessoas conseguem adequar-se a tal tipo de servio; capacidade tcnico-profissional, preparo fsico, liderana, motivao, iniciativa, criatividade e sensibilidade, cooperao, controle sobre o medo (fobias), comportamento, so aspectos imprescindveis a um bom profissional. a) Capacidade Tcnico-Profissional Ser capaz de manusear todos os equipamentos que se encontram disponveis no local bem como conhecer sua aplicabilidade sob as mais diversas situaes. b) Preparo Fsico - de fundamental importncia a preocupao do profissional com a manuteno do seu preparo fsico, dada a peculiaridade do servio, podendo exigir um esforo fsico por longo perodo e para evitar doenas ocupacionais. c) Liderana - de suma importncia que todos os profissionais tenham o esprito de liderana, para coordenar as aes, as equipes envolvidas, a estabilidade emocional de todos os envolvidos, manter a ordem no local e saber utilizar os recursos locais. d) Motivao O socorrista deve procurar manter-se constantemente em treinamento para as mais diversas situaes, com relao a um bom padro tcnico-profissional, independentemente das situaes, polticas ou administrativas da instituio estadual e/ou federal. e) Iniciativa O socorrista tem que ter a capacidade de executar operaes de acordo com determinada situao, independente de ordem de padres pr-estabelecidos. f) Criatividade - O socorrista deve ser capaz, frente a situaes em que no dispe de materiais, saber improvisar, aplicando tcnicas e recursos sua disposio, evitando ser surpreendido pela fixidez funcional que a falta de percepo de mais de uma aplicao possvel para determinado equipamento, como por exemplo; o de uma escada, que alm de ser utilizada para subir, pode, sob determinadas condies, ser utilizada sob a forma de ponte. g) Cooperao O socorrista deve se conscientizar que ele no o salvador da ptria, que o trabalho de atendimento pr-hospitalar um esforo de equipe. h) Controle Sobre o Medo (fobia) importante que os socorristas sejam conscientes de suas limitaes. Parte deste conhecimento deve ser sobre fobias. fundamental que o chefe da guarnio conhea detalhadamente as limitaes de seu pessoal, e principalmente, a sua. i) Comportamento O comportamento da equipe deve instituir confiana aos outros e principalmente vtima.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar j) Sensibilidade O socorrista deve possuir a capacidade de experimentar sentimentos humanitrios, de ternura, simpatia e compaixo para com as vtimas, transmitindolhes confiana, tranqilidade e apoio.

COMPORTAMENTO DA EQUIPE DE EMERGNCIA MDICA A conduta dos elementos da equipe, constitui uma indicao de seu nvel. A natureza do servio de emergncia mdica torna-se maior pelo fato do pessoal no se afetar pela natureza do quadro que se apresenta, isto deve contribuir para que seja criada uma atmosfera em que se demonstre que a ocorrncia est sob mos competentes e tudo o que for possvel ser feito para o atendimento aos envolvidos no acidente. a) Atitude Uma atitude sria e profissional deve ser tomada, de uma forma que denote sempre confiana e apoio; b) Emoes Atuar como socorrista, exige o controle dos seus prprios sentimentos no local da emergncia. Por vezes so difceis de controlar, entretanto um esforo deve ser feito no sentido de prevenir emoes adversas que venham a influenciar seu desempenho . A despeito de toda tenso gerada no local do acidente a equipe de emergncia mdica deve ter a habilidade de ser manter calma, sem se envolver com o quadro; c) Cortesia A cortesia vital ao bom desempenho da equipe de emergncia mdica. d) Pblico Pessoas que esto doentes ou feridas no se encontram em condies normais. Voc deve ser capaz de superar comportamentos grosseiros ou pedidos descabidos, supondo que estes pacientes esto agindo assim devido doena ou ferimento presente. Lidar com as pessoas uma das mais exigentes tarefas do socorrista, e atuar de modo profissional, pode ser muito difcil, dependendo da situao. e) Honestidade Quando estiver ajudando uma pessoa, voc no deve dizer que ela est bem, se na verdade ela estiver doente ou ferida. Tambm no deve dizer que tudo est bem quando voc perceber que existe algo errado. Dizer para a pessoa no se preocupar uma bobagem. Quando uma emergncia acontece, certamente, existe algo com que se preocupar. A comunicao com o paciente pode ser benfica e contribuir para seu relaxamento, desde que voc seja honesto. Dizer ao paciente que est treinado em primeiros socorros e que ir ajud-lo, pode diminuir o medo e estabelecer vnculos de confiana;

Arrogncia e superioridade criam antagonismos instantneos, enquanto timidez, falta de iniciativa e brincadeiras reduzem a credibilidade. Estas criam ressentimentos que dificultam o trabalho. Os socorristas que demonstram atitudes no profissionais, adicionam uma ansiedade a mais aos envolvidos.

f) Discernimento - Avisar que um ente querido esta seriamente ferido ou morto, no ajudar em nada. Quando a assistncia prestada, o socorrista deve ter maior sensibilidade sobre o que dizer ao paciente. Nesta situao, o socorrista pode informar que outras pessoas esto cuidando deles. Lembrar que um paciente estressado com a doena ou trauma pode no tolerar uma presso adicional; g) Disciplina No local da emergncia, o socorrista deve ser um profissional altamente disciplinado.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Observar sua linguagem diante dos pacientes e do pblico; No fazer comentrios sobre os pacientes ou sobre a gravidade do acidente; Concentrar em auxiliar o paciente e evite distraes desnecessrias; Atitudes como a de fumar no local da emergncia ou no interior da viatura, mostra que o socorrista no disciplinado.

ATRIBUIES DO SOCORRISTA A primeira atribuio do socorrista, no local da emergncia, com sua prpria segurana e de sua equipe. O desejo de ajudar pode favorecer o esquecimento dos riscos no local. Voc e sua equipe devem ter certeza de que esto em segurana ao aproximar-se da vtima e que permaneam em segurana enquanto prestam o atendimento. Antes de o atendimento comear, a pessoa denominada vtima. No momento em que o socorrista inicia a atuao, a vtima torna-se paciente. O socorrista tem quatro deveres relacionados ao paciente, que devem ser cumpridos no local da emergncia: a) Ter acesso ao paciente com segurana, utilizando o equipamento necessrio, de acordo com a situao; b) Identificar o que est errado com o paciente e providenciar a assistncia necessria, utilizando os materiais e equipamentos corretos; c) Elevar ou mobilizar o paciente apenas quando for preciso, realizando tal procedimento sem ocasionar leses adicionais; d) Transferir o paciente e as informaes pertinentes para o mdico assim que chegar ao hospital. RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA Como socorrista, suas responsabilidades no local da emergncia incluem o cumprimento das seguintes atividades: a) Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, sua equipe, o paciente, e prevenir outros acidentes; b) Ter a certeza de que o COCB foi notificado, com relao ao deslocamento, chegada e detalhes da situao no local do acidente (reforos de outras viaturas, Defesa Civil, e etc); c) Ter acesso ao paciente, mesmo que ele esteja rodeado pela multido, preso no interior do veculo, ou no interior de um edifcio; d) Identificar os problemas utilizando-se das informaes obtidas no local e pela avaliao do paciente; e) Fazer o melhor possvel, para proporcionar uma assistncia de acordo com seu treinamento; f) Decidir quando a situao exige a mobilizao ou mudana na posio ou local do paciente. O procedimento deve ser realizado com tcnicas que minimizem as possibilidades de leses adicionais; g) Obter ajuda do pessoal presente no local da emergncia e controlar este auxlio; h) Auxiliar o pessoal do resgate no local da ocorrncia e trabalhar sob sua orientao. IMPRUDNCIA Definio: Expor a si prprio ou a outrem, necessrias para evit-los. a um risco ou perigo sem as precaues

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar imprudente o socorrista que dirige um veculo de emergncia sem colocar o cinto de segurana, ou ainda, exceder o limite de velocidade permitido na via. IMPERCIA Definio: Falta de conhecimento tcnico ou destreza em determinada arte ou profisso. (Medicar) um ato de impercia, a aplicao de uma injeo por parte de um socorrista que desconhece os detalhes da adequada tcnica de como faz-lo. Se o socorrista presta um auxlio a uma pessoa, alm de seu nvel de capacitao e, com isso lhe causa algum dano, ocorre em impercia e pode responder penalmente pela leso causada (Ver Art. 13, 2, letra a e Art. 129, 6 do CP). NEGLIGNCIA Definio: Descumprimento dos deveres elementares correspondentes a determinada arte ou profisso. Exemplos: negligente o socorrista que deixa de monitorar os sinais vitais de uma vtima traumatizada, durante seu transporte do local do acidente at o hospital (Ver Art. 13, 2, letra a combinado com o Art. 121, 3 - homicdio culposo). negligente o socorrista que deixa de usar EPI. FORMAS DE CONSENTIMENTO O consentimento implcito: Consideramos que o socorrista recebe um consentimento implcito para atender uma vtima quando ela est inconsciente, desorientada ou gravemente ferida, ou ainda menor de 14 anos e no pode tomar deciso sozinha; Nestes casos, assume-se que se a vtima estivesse consciente iria autorizar a prestao do socorro. Igualmente assume-se tambm que se um familiar ou representante legal do menor, estivessem presentes, autorizariam o atendimento. O consentimento explcito: Consideramos explcito o consentimento dado por um familiar ou representante legal para a prestao do socorro a uma vtima inconsciente, confusa, gravemente lesionada, menor de idade ou com incapacidade mental.

A legislao brasileira capitula a omisso de socorro como crime (Art. 135 do CP somente utilizado para civis), e que, nos casos de visvel risco de vida, a vtima perde o direito de recusar o atendimento, pois a vida considerada como bem indisponvel e nessa situao o bombeiro, policial ou socorrista fica amparado pelo excludente de licitude do estrito cumprimento do dever legal (Ver Art. 23, III do CP).

TICA PROFISSIONAL

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Quando o ser humano considerado do ponto de vista profissional, seus deveres so normas de conduta que o orientam n exerccio de suas atividades, nas relaes com os pacientes, com a comunidade e com os profissionais entre si. A tica profissional refere-se conduta do homem no exerccio de sua profisso. tica a cincia que ensina o homem a agir corretamente ou aquilo que o homem deve ser em funo daquilo que ele . DEVERES RELATIVOS PESSOA DO PACIENTE Respeito vida; Deveres para com a vida fsica; Assistncia espiritual; Segredo profissional.

DIREITOS DO PACIENTE Tratamento respeitoso; Obter de seu mdico informaes completas sobre o diagnstico de sua enfermidade, tratamento e prognstico, em termos que possa compreender razoavelmente; Sigilo em relao aos cuidados mdicos aplicados. A discusso do caso, as consultas, os exames e o tratamento so confidenciais e devem ser realizadas com discrio. Pessoas no diretamente envolvidas no tratamento precisam de permisso do paciente para estar presentes; Rejeitar o tratamento, dentro dos limites permitidos por lei, depois de informado sobre as conseqncias mdicas se seu comportamento; Saber porque de sua transferncia para outro hospital. Discrio a ressalva quanto aos fatos que no devem ser tornados pblicos ou servir de motivo para comentrios desagradveis. O indivduo discreto sabe como e quando ouvir, calar e falar. Por isso, inspira confiana e fator de harmonia e de unio entre os membros da comunidade. A reserva uma forma de discrio. Consiste em evitar familiaridade no exerccio das funes, confidncias desnecessrias e o excesso de palavras. Para proteger o segredo profissional, o melhor meio adquirir o hbito de no falar sobre pacientes, fora do servio. O hbito da discrio protege o segredo profissional e evita uma srie de dificuldades no servio, oriundas do mau costume de falar da vida alheia e fazer crticas destrutivas. Segredo tudo aquilo que no pode se revelado, sem uma causa justa, toda confidncia um segredo, mesmo quando no declarado como tal. Segredo Profissional aquele do qual algum se torna depositrio, em razo das funes profissionais que exerce, toda confidncia feita a algum profissional, por seu cliente e no interesse do mesmo,

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar desde que seja confiada em razo do exerccio profissional. O sigilo mdico o resultado das confidncias que o mdico recebe dos seus pacientes, com o fim de poder prestar-lhes qualquer servio relacionado com sua profisso. O doente confia ao profissional, males fsicos e, muitas vezes, problemas de ordem moral. A enfermeira l o diagnstico, auxilia numa cirurgia, recebe confidncias do doente. De tudo isso, deve guardar segredo. Nem mesmo com pessoas que trabalham no mesmo hospital, devemos comentar certos fatos. Somente os que recebem confidncias podem dizer aos que os ajudam o necessrio, para o bom andamento do tratamento, se isso for indispensvel. A falta ao segredo profissional passvel de multa ou priso.

O paciente que procura um mdico est defendendo seu direito vida, procurando sua sade. Para ter assistncia adequada, submete-se a exames, faz confidncias, s vezes penosas, s a certeza do sigilo lho proporcionar a tranqilidade necessria.

PESSOAS QUE ESTO OBRIGADAS AO SEGREDO PROFISSIONAL Mdicos; Enfermeiros e demais elementos da equipe de enfermagem; Estudantes da rea de sade, socorristas; Nutricionistas; Assistentes sociais; Psiclogos; Administradores e outros.

So obrigados ao sigilo, todos os profissionais, depositrios por profisso, dos segredos confiados, salvo caso de serem chamados a testemunhar em tribunal.

No que voc tenha que mudar o seu estilo de vida para ser um SOCORRISTA. Entretanto, no momento em que voc requisitado para prestar assistncia a uma pessoa, alguns aspectos relacionados mudana de seu comportamento devem ser considerados. Sua atuao pode facilitar a obteno da confiana por parte do paciente. Lio 02 A OCORRNCIA

Evento causado pelo homem, de forma intencional ou acidental, por fenmenos naturais, ou patologias, que podem colocar em risco a integridade de pessoas ou bens e requer ao imediata de suporte bsico de vida, afim de proporcionar uma melhor qualidade de vida ou sobrevida aos pacientes, bem como evitar maiores danos propriedade ou ao meio ambiente. Atendimento pr-hospitalar O atendimento pr-hospitalar (APH) a prestao de suporte bsico vida, dado ao paciente de acidente ou doena, executado por pessoal tecnicamente capacitado, desde o local da

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar ocorrncia at seu transporte ao recurso hospitalar adequado, buscando garantir-lhe a estabilidade das atividades vitais. Chamada de emergncia Dados a solicitar ou confirmar durante o deslocamento para a cena de emergncia: Local do acidente (ponto de referncia); Solicitante; Tipo de emergncia; N. de vtimas e idade; Gravidade das vtimas; Aes j empreendidas.

Avaliao do local Reconhecimento da situao, realizado pelo socorrista no momento em que chega no local da emergncia. O reconhecimento necessrio para que o socorrista possa avaliar a situao inicial, decidir o que fazer e como fazer. Reconhecimento do local da ocorrncia O socorrista dever avaliar o local da ocorrncia, observando principalmente os seguintes aspectos: A situao; Potencial de risco; As medidas a serem adotadas. Informes do socorrista Aps avaliar o local, o socorrista dever informar ao CIAD os seguintes dados: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Local exato da ocorrncia; Tipo de ocorrncia; Riscos potenciais; Nmero de vtimas; Gravidade das vtimas; Necessidades de recursos adicionais; Hospital para o atendimento.

A ordem dos dados a serem informados dinmica, podendo ser alterada conforme a situao. O importante report-los sempre e o mais breve possvel, pois s assim o socorrista ter o apoio necessrio.

Como manter seguro o local As prioridades para manter seguro o local de uma ocorrncia so: Estacionar adequadamente a viatura de emergncia; Sinalizar e isolar o local; Gerenciar os riscos.

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Equipamentos de proteo individual (EPI) EPIs so equipamentos destinados proteo da integridade fsica do socorrista durante a realizao de atividades onde possam existir riscos potenciais sua pessoa. EPIs bsicos Luvas de ltex descartveis; Mscaras de proteo facial; culos de proteo; Equipamentos e materiais bsicos utilizados no socorro pr-hospitalar Outros: Lio 03 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Anatomia Cincia que estuda a estrutura e a forma dos seres organizados e a relao entre seus rgos, bem como a disposio destes. Fisiologia Cincia que estuda as funes orgnicas e os processos vitais dos seres vivos. Posio Anatmica a posio padronizada de descrio do organismo, empregando-se os termos de posio e direo. Maleta Gaze Fita adesiva Tesoura Cobertores Lenis Colar cervical Oxignio e acessrios Prancha longa Lanterna Esfigmomanmetro Estetoscpio Cnulas orofarngeas Kit de parto Cobertor trmico Talas de imobilizao

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar O corpo humano dever estar em: Posio ortosttica; Face voltada para frente; Olhar dirigido para o horizonte; Membros superiores estendidos ao longo do tronco; Palmas voltadas para frente; Membros inferiores unidos.

PLANOS ANATMICOS Plano mediano: direito e esquerdo. Plano transversal: superior e inferior. Plano frontal: anterior (ventral) e posterior (dorsal). DIVISES DO CORPO HUMANO Cabea; Pescoo; Tronco; Membros.Plano mediano

Nos membros empregam-se termos especiais de posio: Proximal: situado mais prximo raiz do membro. Mdio: situado entre proximal e distal. Distal: situado mais distante raiz do membro.

Plano frontal

Plano transversal

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Quadrantes Abdominais (rgos)

QSD Fgado Vescula biliar Parte do intestino delgado Parte do intestino grosso Parte do pncreas

QSEQSD QSE Bao Estmago Parte do intestino grosso Parte do intestino delgado Parte do pncreas

QID

QIE

QID Apndice Parte do intestino delgado Parte do intestino grosso

QIE Parte do intestino grosso Parte do intestino delgado Parte do ovrio (mulher)

Descrio da localizao aproximada das indicaes abaixo.

Leso A Leso C Leso D

Leso E

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Leso B

Leso F

Leso A = regio posterior do trax em nvel de escpula esquerda. Leso B = membro inferior esquerdo, tero mdio da coxa, regio anterior. Leso C = membro superior esquerdo, tero distal do brao, regio anterior. Leso D = membro superior esquerdo, tero mdio do antebrao, regio anterior. Leso E = membro superior esquerdo, tero mdio da palma da mo. Leso F = membro superior esquerdo, tero mdio do dedo indicador, regio anterior SISTEMA TEGUMENTAR Sistema que inclui a pele e seus anexos, proporcionando ao corpo um revestimento protetor que contm terminaes nervosas sensitivas e participa da temperatura corporal, alm de cumprir outras funes. Pele Maior rgo do corpo humano. No adulto sua rea total atinge aproximadamente 2m2, apresentando espessura varivel (1 a 4mm) conforme a regio. A distensibilidade outra das caractersticas da pele que tambm varia de regio para regio. Funes Proteo; Regulao da temperatura; Excreo; Produo de vitamina D. Camadas da pele Duas camadas so reconhecidas na pele: Epiderme: camada mais superficial da pele. Derme: camada subjacente epiderme, tendo sob ela a tela subcutnea.

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Glndulas da pele A pele contm numerosas glndulas sudorparas e sebceas. As primeiras localizam-se na derme ou tela subcutnea, com importante funo na regulao da temperatura corporal, porque sua excreo, o suor, absorve calor por evaporao da gua. As glndulas sudorparas so especialmente abundantes na palma das mos e planta dos ps. Em certas regies, como a axila e a dos rgos genitais externos, existem glndulas muito semelhantes s sudorparas, cuja secreo, entretanto, produz odor caracterstico. Colorao da pele A cor da pele depende da quantidade de pigmentos, da vascularizao e da espessura dos estratos mais superficiais da epiderme. Entre os pigmentos, a melanina o mais importante e sua quantidade na pele varia com a raa. Anexos da pele Plos Os plos so uma caracterstica fundamental dos mamferos e cobrem considervel parte da pele, embora estejam ausentes em algumas regies do corpo, como a palmar e a plantar. Como ocorre com a pele, a colorao dos plos depende da quantidade de pigmento neles existentes. Unhas So placas curvas dispostas na superfcie dorsal das falanges distais, com funo protetora. Apresentam uma parte distal, exposta, o corpo e uma parte proximal oculta, a raiz (matriz). Esta coberta de epiderme. A unha repousa sobre o leito ungueal, que abundantemente vascularizado e inervado. O crescimento das unhas contnuo durante a vida, graas a um processo de proliferao e diferenciao de clulas epiteliais da raiz da unha.

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SISTEMA MUSCULAR Msculos o conjunto de vrias fibras musculares, formados por um tecido especial, especializado na contrao e relaxamento. Funes Assegurar a dinmica. Tornar possvel o movimento. Manter unidas as peas sseas, determinando a postura do esqueleto. Esttica do corpo humano.

Variedade dos msculos As clulas musculares esto sob controle do sistema nervoso. Cada msculo possui um nervo motor, este por sua vez divide-se em vrios ramos. As divises (microscopias) destes ramos terminam num mecanismo especializado conhecido como placa motora, esta possui a funo de transmitir os impulsos nervosos (que chegam atravs dos nervos) s clulas musculares determinando a sua contrao. Classificao Os msculos classificam-se em trs grupos. Estriados esquelticos (voluntrios). Estriado cardaco (involuntrio). Lisos (involuntrios). Msculos estriados esquelticos (voluntrios) A estrutura do msculo constituda de fibras estriadas, e esto sobre o controle voluntrio do indivduo, ou seja, tem a propriedade de contrair-se voluntariamente ao receberem impulsos cerebrais. O nico msculo estriado esqueltico involuntrio o diafragma. Msculo estriado cardaco (involuntrio)

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Assemelha-se aos msculos estriados esquelticos, porm atua como msculo involuntrio, ou seja, os impulsos que partem de uma poro do sistema nervoso determinam a contrao do msculo sobre o qual o indivduo no tem controle. Msculos lisos (involuntrios) Encontram-se nas paredes das vsceras de diversos sistemas do organismo e no dependem da nossa vontade. Exceo bexiga que possui musculatura lisa, porm obedece nossa vontade. Origem e insero de um msculo Origem: a extremidade fixa do msculo presa pea ssea que no se desloca em determinados movimentos. Insero: a extremidade mvel do msculo presa pea ssea que se desloca em determinados movimentos.

Um msculo pode alterar seu ponto de origem e insero em determinados movimentos.

Exemplos: 1. Ao fletir o antebrao a extremidade umeral no se desloca, por esta razo considerada origem, enquanto a extremidade ulnar desloca-se sendo considerada insero. 2. Ao elevar o corpo numa barra de exerccios, a pea ssea que se desloca o mero, considerando assim, a extremidade umeral (mvel) ser insero, e a ulnar (fixa) origem.

SISTEMA ESQUELTICO um conjunto de ossos e cartilagens que se unem atravs de articulaes, para formar o arcabouo do corpo e desempenhar vrias funes, sendo composto de 206 ossos. Funes

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Proteo dos rgos e tecidos. Sustentao e conformao do corpo. Armazenamento de minerais essenciais. Insero de msculos. Permitir a realizao de movimentos. Conferir rigidez e resistncia ao corpo. Produo de certas clulas sanguneas.

Ossos Tecido conjuntivo mineralizado vivo, altamente vascularizado, e em constante transformao. Classificao quanto forma Ossos Longos: o comprimento predomina sobre a largura e espessura. Ex: fmur, rdio, ulna, tbia, falanges, etc. Ossos Curtos: as trs dimenses equivalem-se. Ex: tarso e carpo. Ossos Laminares: o comprimento e largura equivalem-se, predominando sobre a espessura. Ex: escpula, ossos do crnio e ossos do quadril. Ossos Irregulares: apresentam uma morfologia complexa, onde no h correspondncia nas formas geomtricas. Ex: temporal, vrtebras, etc. Ossos pneumticos: apresentam uma ou mais cavidades de volume variado, revestido de mucosa e contendo ar. Ex: frontal, temporal, maxilar, etc

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Diviso anatmica do esqueleto O esqueleto subdivide-se em duas partes: AXIAL (cabea, pescoo e tronco) - crnio - coluna vertebral - costelas - esterno - mero - rdio - ulna - carpo - metacarpo - falanges - fmur - patela - tbia - fbula - tarso - metatarso - falanges

ESQUELETO - MMSS

APENDICULAR

- MMII

A unio dos esqueletos axial e apendicular ocorre atravs das cinturas: - escpulas ESCAPULAR - clavculas CINTURAS PLVICA - lio - squio - pbis

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Crnio Zigomtico Clavcula Costelas Osso esterno mero Coluna cervical

lio

Rdio Ulna

Carpos / metacarpos Fmur Patela Tbia Fbula

Tarsos / metatarsos

Crnio O crnio possui duas divises principais: Caixa enceflica (crnio propriamente dito): composto por 08 ossos largos e irregulares que se fundem formando a cobertura que protege o encfalo. Face: composta por 14 ossos que se fundem para dar sua forma.

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Parietal Sutura ssea Esfenide Temporal Zigomtico Processo mastide Maxilar

Frontal

Occipital

rbita Nasal

Mandbula

Coluna vertebral Estrutura ssea central, composta de 33 vrtebras, dividida em cinco regies: 1. 2. 3. 4. 5. Coluna cervical (pescoo): composta de 07 vrtebras; Coluna torcica (parte superior do dorso): composta de 12 vrtebras; Coluna lombar (parte inferior do dorso): composta de 05 vrtebras; Coluna sacral (parte da pelve): composta de 05 vrtebras; Coluna coccgea (cccix ou cauda): composta de 04 vrtebras. Coluna cervical

Coluna torcica

Coluna Lombar

Coluna coccgea

Coluna sacral

Articulaes Conexo entre dois ou mais ossos adjacentes, que de acordo com a conformao e o aspecto estrutural so agrupadas em trs tipos principais: - Articulaes fibrosas: So aquelas em que o tecido que interpe as peas sseas fibroso, impossibilitando o seu movimento.

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- Articulaes cartilaginosas: So aquelas em que o tecido que interpe as peas sseas formado por fibrocartilagem ou cartilagem hialina, possibilitando movimentos limitados. - Articulaes sinoviais: So aquelas em que o elemento que interpe as peas sseas o lquido sinovial, possibilitando movimentos amplos. SISTEMA RESPIRATRIO o conjunto de rgos que permite a captao de oxignio e a eliminao de dixido de carbono produzido na respirao interna. Funo Conduzir o ar do meio ambiente para os pulmes, e vice-versa, promovendo a troca gasosa, como tambm filtrar, pr-aquecer e umedecer o ar inspirado. Respirao Conjunto dos fenmenos que permitem a absoro do oxignio e a expulso do gs carbnico pelos seres vivos. rgos componentes O sistema respiratrio composto pelos seguintes rgos: Nariz Faringe Laringe Traquia Brnquios Pulmes Pleura Msculos da respirao

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Nariz No interior do nariz (narinas) existem plos, denominados vibrissas ou clios, que recolhem a maior parte das partculas e p existentes no ar, realizando assim, uma filtragem grosseira dessas impurezas e esto em constante movimento a fim de eliminar estes resduos atravs das narinas. guarnecido de uma camada de lquido (muco), que retm outras partculas de p em sua poro superior. Ainda existem as conchas nasais, superior, mdia e inferior, que servem para aumentar a superfcie mucosa da cavidade nasal, pois esta superfcie mucosa que umedece e aquece o ar inspirado, condicionando-o para que seja melhor aproveitado na hematose que se d ao nvel dos pulmes. Faringe um tubo muscular membranoso associado a dois sistemas: respiratrio e digestrio, situando-se posteriormente cavidade nasal, bucal e laringe. Laringe um rgo tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoo que, alm de via aerfera rgo da fonao, ou seja, da produo do som. Coloca-se anteriormente faringe, comunicando-se com a mesma atravs da glote, junto glote est a epiglote, que tem a funo de fechar a glote durante a passagem do bolo alimentar. Esqueleto da laringe A laringe continuada diretamente pela traquia e apresenta um esqueleto cartilaginoso, a maior cartilagem a tireide, constituda de duas lminas que se unem anteriormente em V; a cartilagem cricide mpar, situando-se inferiormente cartilagem tireide. Entre as duas cartilagens, situa-se a membrana ou ligamento cricotireideo.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Traquia um canal situado entre a laringe e a origem dos brnquios. Tem de 12 a 15 cm de comprimento e constituda por 16 a 20 anis cartilaginosos incompletos, em forma de C, sobrepostos e ligados entre si. Brnquios So os canais resultantes da bifurcao da traquia. Os brnquios vo se ramificando em direo aos lobos pulmonares em dimetros cada vez menores. Pulmes Principais rgos da respirao, sendo um direito e outro esquerdo, so rgos moles, esponjosos e dilatveis. Esto contidos na cavidade torcica e entre eles h uma regio denominada mediastino. Os pulmes se subdividem em lobos, sendo trs para o direito e dois para o esquerdo. As vias areas finalmente terminam nos alvolos, cada um dos quais est em contato com os capilares sanguneos onde se d a funo essencial dos pulmes, a hematose (oxigenao do sangue venoso). Pleura Cada uma das membranas serosas que cobrem as paredes internas da cavidade torcica (pleura parietal) e a superfcie externa dos pulmes (pleura visceral). Msculos da respirao Os principais msculos da respirao so o diafragma que separa a cavidade torcica da abdominal, e os msculos intercostais, que esto situados entre as costelas. Mecanismo da respirao Durante a inspirao (inalao), o diafragma e os msculos intercostais se contraem. Quando o diafragma se contrai, move-se para baixo, aumentando a cavidade torcica longitudinalmente. Quando os msculos intercostais se contraem, elevam as costelas. Estas aes se combinam para aumentar a cavidade torcica (fole) em todas as dimenses, os pulmes so puxados com ela e se expande pela suco exercida atravs das superfcies pleurais unidas. A presso area interna, menor que a externa, permite a entrada de ar pela traquia enchendo os pulmes. O ar se mover de uma rea de maior presso para uma de menor presso, at tornarem-se equivalentes. Durante a expirao, o diafragma e os msculos intercostais se relaxam. A medida que estes msculos se relaxam, a cavidade torcica diminui de tamanho em todas as dimenses. A medida que a cavidade torcica diminui, o ar nos pulmes pressionado em um espao menor, a presso interna aumenta e o ar empurrado atravs da traquia.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar SISTEMA CARDIOVASCULAR um sistema fechado, composto pelo corao e por uma rede de tubos denominado artrias, arterolas, capilares, vnulas e veias. Principais funes Fornecer aos tecidos: Oxignio; Substncias nutritivas; Hormnios. Transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e uria at os rgos responsveis por sua eliminao. Sangue O sangue um lquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte lquida), glbulos vermelhos (hemcias), glbulos brancos (leuccitos) e plaquetas. Plasma: transporta os glbulos e nutrientes para todos os tecidos. Tambm leva os produtos de degradao para os rgos excretores. Glbulos vermelhos: fornecem a cor ao sangue e carreiam oxignio. Glbulos brancos: atuam na defesa do organismo contra as infeces. Plaquetas: so essenciais para a formao de cogulos sanguneos, necessrios para estancar o sangramento.

O Corao um rgo muscular, oco, mpar e mediano, que funciona como uma bomba contrtil e propulsora do sangue. Msculos do corao As paredes do corao so formadas por trs camadas: Miocrdio: camada mdia determina a sstole e a distole cardaca. Endocrdio: camada de revestimento interno. Epicrdio: camada de revestimento externo. Cavidades cardacas So quatro: dois trios (cavidades superiores) e dois ventrculos (cavidades inferiores). - trio direito: desembocam as veias cavas superior e inferior. Comunica-se com o ventrculo direito atravs da valva tricspide (possui trs cspides). - Ventrculo direito: chega sangue rico em CO2 proveniente do trio direito, que posteriormente expulso para a artria pulmonar. - trio esquerdo: desembocam as veias pulmonares direita e esquerda. Comunica-se com o ventrculo esquerdo atravs da valva bicspide ou mitral (possui dois cspides). - Ventrculo esquerdo: chega sangue oxigenado proveniente do trio esquerdo, que posteriormente expulso para todo o corpo atravs da artria aorta.

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Veia cava superior trio direito Veia cava inferior

Aorta Artria pulmonar Veia pulmonar trio esquerdo

Ventrculo direito

Ventrculo esquerdo Miocrdio

Movimentos cardacos Para o corao realizar sua funo de bombeamento de sangue, efetua movimentos de contrao e relaxamento da musculatura das suas cavidades, que se chamam sstole e distole. Sstole: o perodo de contrao dos ventrculos, para expulsar o sangue proveniente dos trios para as artrias pulmonares e aorta. Distole: o perodo de relaxamento dos ventrculos, simultneos ao de contrao dos trios, permitindo a passagem de sangue dos trios, para os ventrculos.

Vasos sanguneos So tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constitudo por artrias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as arterolas, vnulas e capilares. Artrias: vasos sanguneos que saem do corao levando sangue para o corpo. Veias: vasos sanguneos que chegam ao corao trazendo sangue do corpo. Circulao sangunea A circulao sangunea tanto no homem, como nos mamferos em geral, dupla: Circulao pulmonar = pequena circulao. Circulao sistmica = grande circulao.

Percurso da circulao pulmonar: - Corao (ventrculo direito) pulmes corao (trio esquerdo). Percurso da circulao sistmica: - Corao (ventrculo esquerdo) tecidos do corpo corao (trio direito), passando pelos capilares dos diversos sistemas ou aparelhos do corpo.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Esquema da circulao sangunea O sangue arterial (rico em O2) deixa o ventrculo esquerdo atravs da artria aorta (circulao sistmica). As artrias tornam-se gradualmente mais finas (arterolas), at que o sangue circule atravs de delgados capilares. Os capilares so vasos de calibre diminuto, como fios de cabelo, onde as hemcias podem entrar em ntimo-contato com as clulas do organismo (ocorrendo o metabolismo celular: troca de nutrientes e O2 por produtos de degradao e CO2). O sangue (rico em CO2) passa dos capilares para pequenas veias (vnulas) que se unem e tornam-se maiores, medida que se aproximam do corao. Elas levam o sangue atravs da veia cava (inferior e superior) para o trio direito, impulsionando-o para o ventrculo direito, que o bombeia atravs da artria pulmonar para os pulmes (circulao pulmonar), onde volta a passar atravs de um sistema capilar (ocorrendo a hematose: troca de CO2 por O2). Retorna ento pela veia pulmonar desembocando no trio esquerdo, que por sua vez impulsionado para o ventrculo esquerdo (iniciando a circulao sistmica), completando o circuito. O sistema completamente fechado, com dois conjuntos de capilares conectando arterolas e vnulas nos pulmes e nos tecidos do restante do organismo.

SISTEMA GENITURINRIO So os aparelhos genitais (masculino e feminino) e urinrio, discutidos juntos por seus vrios rgos e canais se desenvolverem embriologicamente a partir dos mesmos precursores e, desta forma, possurem vrias estruturas em comum. Sistema urinrio As atividades orgnicas resultam na decomposio de protenas, lipdios e carboidratos, acompanhados da liberao de energia e formao de produtos que devem ser eliminados para o meio exterior. A urina um dos veculos de excreo com que conta o organismo. Assim, o sistema urinrio compreende os rgos responsveis pela formao da urina, os rins, e outros, a eles associados, destinados eliminao da urina: ureteres, bexiga urinria e uretra.

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Rim um rgo par, localiza-se sobre a parede muscular posterior do abdome, atrs do peritnio, situados direita e esquerda da coluna vertebral, ocupando o direito, uma posio inferior em relao ao esquerdo, em virtude da presena do fgado, direita. Retiram os produtos txicos do sangue e controlam seu equilbrio de gua e sais. Praticamente 1.5 litros de sangue circula por dia atravs dos rins, onde os resduos e a gua so constantemente filtrados para formar a urina. Ureter definido como um tubo muscular oco de pequeno dimetro (0,5 cm), que une o rim bexiga. capaz de contrair-se e realizar movimentos peristlticos, que impele a urina para a bexiga.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Bexiga uma bolsa situada posteriormente snfise pbica e que funciona como reservatrio da urina. O fluxo contnuo de urina que chega pelos ureteres transformado em emisso peridica (mico), estando sob o controle do msculo esfncter da bexiga. Uretra Constitui o ltimo segmento da via urinria e ser descrita junto com o sistema genital. Aqui importante lembrar que ela difere nos dois sexos, mas em ambos um tubo mediano que estabelece a comunicao entre a bexiga urinria e o meio exterior. No homem uma via comum para a mico e ejaculao, enquanto na mulher, serve excreo da urina. SISTEMA GENITAL MASCULINO

Ducto deferente Bexiga Reto Vescula seminal Snfise pubiana Pnis Prstata Testculo Uretra Testculos So os rgos produtores dos espermatozides, sendo que a partir da puberdade produzem tambm hormnios, que so responsveis pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundrios. Epiddimo uma estrutura em forma de C, situada contra a margem posterior do testculo, onde pode ser sentida pela palpao. Os espermatozides so a armazenados at o momento da ejaculao. Ducto deferente a continuao da cauda do epiddimo e conduz os espermatozides at o ducto ejaculatrio. Ducto ejaculatrio formado pela juno do ducto deferente com o ducto da vescula seminal. Das vias condutoras dos espermatozides, a poro de menor dimenso e de calibre mais reduzido. Uretra A uretra masculina um canal comum para a mico e para a ejaculao, com cerca de 20 cm de comprimento.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Vesculas seminais So bolsas situadas na parte pstero-inferior da bexiga. A secreo das vesculas seminal facilita a progresso dos espermatozides atravs de suas vias de passagem. Prstata Situada inferiormente bexiga e atravessada em toda sua extenso pela uretra. Os lquidos produzidos na prstata e nas vesculas seminais se misturam durante o coito, impedindo atravs dos mecanismos especiais do sistema nervoso, impedem a passagem de urina para a uretra. Apenas lquido seminal lquido prosttico e espermatozides passam do pnis para a vagina durante a ejaculao. Pnis rgo da cpula, normalmente flcido, mas quando seus tecidos lacunares se enchem de sangue, apresenta-se trgido, com sensvel aumento de volume e torna-se rgido, ao que se d a denominao ereo. Escroto Envoltrio externo que envolve e protege os testculos e propicia uma temperatura favorvel ao processo de formao dos espermatozides. SISTEMA GENITAL FEMININO rgos genitais internos

Ovrio Tuba uterina tero Colo do tero Reto nus Uretra Bexiga Snfise pbica

Vagina Ovrios Produzem os gametas femininos ou vulos ao final da puberdade; produzem tambm hormnios, os quais controlam o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundrios e atuam sobre o tero nos mecanismos de implantao do vulo fecundado e incio do desenvolvimento do embrio.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Tubas uterinas Transportam os vulos que romperam a superfcie do ovrio para a cavidade do tero. Por elas passam, em direo oposta, os espermatozides, e a fecundao ocorre habitualmente dentro da tuba. tero Estrutura muscular na qual o feto se desenvolve. Vagina o rgo de cpula feminino. A cavidade uterina e a vagina constituem no conjunto, o canal do parto, atravs do qual o feto passa no momento do nascimento. rgos genitais externos Lbio maior

Glande do clitris Lbio menor stio externo da uretra stio da vagina

Monte pbico uma elevao mediana, constituda principalmente de tecido adiposo. Apresenta plos espessos aps a puberdade, com distribuio caracterstica. Lbios maiores So duas pregas cutneas, alongadas, que delimitam entre si uma fenda. Lbios menores So duas pequenas pregas cutneas, localizadas medialmente aos lbios maiores. Clitris Pequeno rgo ergeno e ertil da mulher, situado na parte superior da vulva, entre os lbios maiores e lbios menores. SISTEMA DIGESTRIO Para que o organismo se mantenha vivo e funcionante necessrio que ele receba um suprimento constante de material nutritivo. Muitos dos alimentos ingeridos pelo animal

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar precisam ser tornados solveis e sofrer modificaes qumicas para que sejam absorvidos e assimilados, nisto consistindo a digesto. Os rgos que, no conjunto, compreendem o sistema digestrio so especificamente adaptados para que estas exigncias sejam cumpridas. Assim, suas funes so as de preenso, mastigao, deglutio, digesto e absoro dos alimentos e a expulso dos resduos, eliminado sob a forma de fezes.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Diviso do sistema digestrio O sistema digestrio dividido em duas partes principais: Canal alimentar composto pelos rgos situados na cabea, pescoo, trax, abdome e pelve, ou seja, cavidade bucal, faringe, esfago, estmago, intestinos (delgado e grosso), terminando no reto, que se comunica com o meio externo atravs do nus. O canal alimentar aberto em suas duas extremidades, na poro superior, boca e poro inferior, nus. rgos anexos Entre os rgos anexos incluem-se as glndulas salivares, o fgado e o pncreas. Boca e cavidade bucal A boca uma cavidade oval, sendo a primeira poro do canal alimentar. Palato Localizado na poro superior da cavidade bucal, sendo constitudo de duas partes: Palato duro parte anterior, sseo; Palato mole parte posterior, muscular.

Lngua um rgo muscular mvel situado na cavidade bucal, revestida por mucosa e que exerce importantes funes na mastigao, deglutio, gustao e articulao da palavra. Glndulas salivares Situadas junto boca, so responsveis pela secreo da saliva e apesar de serem numerosas, s nos interessam as chamadas extraparietais, que compreendem 3 pares de glndulas: partidas, submandibulares e sublinguais: Faringe Possui musculatura estriada esqueltica, situada entre a cavidade oral e o esfago. Esfago um tubo muscular que liga a faringe ao estmago. Para atingir o abdome ele atravessa o msculo diafragma e, quase imediatamente, desemboca no estmago. Estmago uma dilatao do canal alimentar situado entre o esfago e o intestino delgado. Est situado logo abaixo do diafragma. O estmago constitudo das seguintes partes: Crdia juno com o esfago; Fundo localiza-se na parte superior, projetando-se em direo ao diafragma; Corpo maior parte do rgo; Piloro parte terminal, aps esta segue-se o duodeno.

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Intestino O estmago continuado pelo intestino delgado e este pelo intestino grosso; estas denominaes so devidas ao calibre que apresentam. Intestino delgado Subdivide-se em trs segmentos: duodeno, jejuno e leo. O duodeno inicia-se no stio pilrico e termina ao nvel de brusca angulao. No duodeno desembocam os ductos coldoco (que traz a bile) e pancretico (que traz a secreo pancretica). Intestino grosso Constitui a parte final do canal alimentar, sendo mais calibroso e mais curto que o intestino delgado. O intestino grosso subdividido nos seguintes seguimentos. Ccum o segmento inicial que se continua no clon ascendente. Na sua base implantase um prolongamento cilindride, o apndice vermiforme, cuja inflamao produz a apendicite. - Clon ascendente segue-se ao ccum e tem direo superior ou cranial, est fixado na parede posterior do abdome, se flete para continuar o clon transverso. - Clon transverso segue-se transversalmente ao clon ascendente, flete-se para continuar no clon descendente. - Clon descendente segue-se ao clon transverso, est fixado na parede posterior do abdome. - Clon sigmide poro de continuao do clon descendente, continuado pelo reto. - Reto poro de continuao do clon sigmide apresenta sua parte final estreita, denominada canal anal, comunica-se com o exterior atravs do nus. Anexos do canal alimentar Fgado o mais volumoso rgo do sistema digestrio, localiza-se imediatamente abaixo do diafragma e direita, embora uma pequena poro ocupe tambm a metade esquerda do abdome. Trata-se de uma glndula que desempenha importante papel nas atividades vitais do organismo, seja interferindo no metabolismo dos carboidratos, gordura e protenas, seja secretando a bile e participando de mecanismos de defesa. Pncreas Situado posteriormente ao estmago. Depois do fgado, a glndula anexa mais volumosa do sistema digestrio. O pncreas uma glndula excrina e endcrina. A secreo endcrina denomina-se insulina, que lanada na sangue, cuja funo regular o metabolismo dos glicdios. A secreo excrina o suco pancretico, este lanado no tubo digestrio. SISTEMA NERVOSO Sistema responsvel pelo controle e coordenao das funes de todos os sistemas do organismo, e ainda, ao receber estmulos aplicados superfcie do corpo (frio, calor, dor, etc...) capaz de interpret-los e desencadear, eventualmente, respostas adequadas a estes estmulos. Assim, muitas funes do sistema nervoso dependem da vontade (caminhar, por exemplo, um ato voluntrio) e muitas outras ocorrem sem que delas tenhamos conscincia (a secreo da saliva, por exemplo, ocorre independente de nossa vontade).

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Funo Colher informaes do meio externo e interno e transform-las em estmulos; Controlar e coordenar as funes de todos os sistemas do organismo. Diviso Reconhecemos no sistema nervoso duas divises: anatmica e funcional. Na anatmica o sistema nervoso divide-se em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso perifrico (SNP), na funcional em sistema nervoso visceral (SNV) e sistema nervoso somtico (SNS). O sistema nervoso central uma poro de recepo de estmulos, de comando e desencadeadora de respostas. A poro perifrica est constituda pelas vias que conduzem os estmulos ao sistema nervoso central ou que levam at aos rgos efetuadores as ordens emanadas da poro central. Pode-se dizer que o SNC est constitudo por estruturas que se localizam no esqueleto axial (coluna vertebral e crnio): a medula espinhal e o encfalo. O sistema nervoso perifrico compreende os nervos cranianos e espinhais, os gnglios e as terminaes nervosas. O sistema nervoso somtico relaciona o indivduo com o meio externo, compreendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras (eferente) msculo estriado esqueltico. O sistema nervoso visceral relaciona o indivduo com o meio interno, compreendendo fibras sensitivas (aferente) interoceptores e motoras (eferente) msculo liso e gnglios. A este ltimo, est relacionado o sistema nervoso autnomo (SNA), ou involuntrio, constitudo apenas da parte motora do SNV. Meninges O encfalo e a medula espinhal so envolvidos e protegidos por lminas (ou membranas) de tecido conjuntivo chamadas, em conjunto, de meninges. Estas lminas so, de fora para dentro: a dura-mter, a aracnide e a pia-mter. Diviso do sistema nervoso central Em sntese a diviso anatmica do sistema nervoso central pode ser acompanhada da seguinte chave: Telencfalo Crebro Diencfalo Encfalo SNC Medula espinhal Cerebelo Tronco enceflico Mesencfalo Ponte Bulbo

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Telencfalo Diencfalo Mesencfalo Ponte Bulbo Cerebelo

Medula

Encfalo Poro do sistema nervoso central localizado na caixa craniana e que compreende o crebro, cerebelo e tronco enceflico. 1. Crebro Constitui a parte mais importante do encfalo, localiza-se na caixa craniana, centro da conscincia. As funes do crebro normal incluem a percepo de ns mesmos e do ambiente ao nosso redor, controla nossas reaes em relao ao meio ambiente, respostas emocionais, raciocnio, julgamento e todas as nuances que formam a conscincia, as sensaes e origem dos movimentos, compreendendo o telencfalo e o diencfalo. 1.1. Telencfalo O telencfalo a poro mais anterior e mais desenvolvida do crebro, ocupa a maior parte da cavidade craniana e envolvido pelas meninges, sendo o segmento mais desenvolvido do encfalo humano. Nele encontra-se o crtex cerebral que uma lmina cinzenta, de espessura varivel e que constitui a superfcie do hemisfrio cerebral. 1.2. Diencfalo um dos principais centros receptores de impulsos eltricos oriundos das vias perifricas, possui volumosos ncleos cinzentos. 2. Cerebelo Possui a funo de determinar o equilbrio do corpo e sua orientao no espao, bem como, a regulao do tnus muscular e a coordenao das atividades motoras do organismo. 3. Tronco enceflico Parte do encfalo que une a medula espinhal aos hemisfrios cerebrais e por onde transitam todas as grandes vias sensitivas e motoras.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar 3.1. Mesencfalo Protuberncia que constitui o ponto de juno do crebro, do cerebelo e da medula espinhal. Comunica-se com o crebro atravs de fibras nervosas encarregadas de conduzir estmulos oculares, visuais, acsticos e outros. 3.2. Ponte Localizada na parte mediana do tronco enceflico, formada por agrupamentos de fibras e clulas nervosas. A Ponte possui trs pares de nervos responsveis pela inervao dos msculos que movimentam os olhos para os lados, dos msculos mmicos da face, das glndulas salivares e lacrimais, e conduz sensaes de paladar captadas na lngua. 3.3. Bulbo Poro inferior do tronco enceflico no sentido crnio-caudal, sendo que o grande forame (forame magno), constitui o limite convencional com a medula espinhal. Possui feixes de fibras motoras que comandam os movimentos dos msculos voluntrios. Essas fibras dirigem-se, paralelamente, at o forame occipital, onde trocam de lado. No resto do percurso, caminham do lado oposto quele em que estavam originalmente. Este cruzamento de fibras faz com que as ordens emitidas a partir do hemisfrio cerebral direito, sejam transmitidas ao lado esquerdo do corpo e vice-versa. Por isso, acidentes que lesem o lado esquerdo da cabea provocam, em geral, paralisia do lado direito. Alm disso, no bulbo, localizam-se dois centros vitais, encarregados de controlar a respirao e o funcionamento vasomotor. Um tiro que atinja o bulbo mata instantaneamente. A presso sangunea cai de forma to acentuada que no permite mais a irrigao dos diversos rgos. Com a leso do bulbo, so cortados os impulsos que controlam o funcionamento dos vasos sanguneos e dos pulmes. Medula espinhal Continuao direta do encfalo, localizada dentro do canal vertebral. A medula espinhal tem papel fundamental na recepo de estmulos sensitivos e retransmisso de impulsos motores. Todos os centros importantes do encfalo so conectados atravs de longos feixes nervosos, diretamente aos rgos ou msculos que controlam. Estes feixes se unem formando a medula espinhal, transmitindo mensagens entre o encfalo e o sistema nervoso perifrico. Estas mensagens so passadas ao longo do nervo sob a forma de impulsos eltricos. Da base do crnio, a medula se estende pelo tronco at o nvel da primeira ou segunda vrtebra lombar. Na poro final da medula localizam-se nervos espinhais que formam uma espcie de cabeleira nervosa, comparada cauda eqina. Diviso do sistema nervoso perifrico Em sntese a diviso anatmica do sistema nervoso perifrico pode ser acompanhada da seguinte chave: Cranianos (12 pares) Nervos SNP Espinhais (31 pares) Gnglios nervosos Terminaes nervosas

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Nervos So cordes esbranquiados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo, tendo como funo conduzir impulsos ao SNC e tambm conduzi-los do SNC ao perifrico. Distinguem-se dois grupos, os nervos cranianos e os espinhais. 1. Nervos cranianos So 12 pares de nervos que fazem conexo com o encfalo. A maioria deles (10) originam-se no tronco enceflico. Alm do seu nome os nervos cranianos so tambm denominados por nmeros em seqncia crnio-caudal. A relao abaixo apresenta o nome e o nmero correspondente a cada um dos pares cranianos: Olfatrio puramente sensitivo, e ligado olfao como o nome indica, iniciando-se em terminaes nervosas situadas na mucosa nasal. ptico, tambm sensitivo, origina-se na retina e est relacionado com a percepo visual. Oculomotor, troclear e abducente enervam msculos que movimentam o olho, sendo que o III par tambm responsvel pela inervao de msculos chamados intrnsecos do olho, como o msculo esfncter da ris (que fecha a pupila) e o msculo ciliar (que controla a forma da lente). Trigmeo predominantemente sensitivo, sendo responsvel pela sensibilidade somtica de quase toda a cabea. Um pequeno contingente de fibras motor, inervando a musculatura mastigadora, isto , msculos que movimentam a mandbula. Facial, glossofarngeo e vago so altamente complexos no que se refere aos componentes funcionais, estando relacionados as vsceras e sensibilidade gustativa, alm de inervar glndulas, musculatura lisa e esqueltica. O nervo vago um dos nervos cranianos mais importantes pois inerva todas as vsceras torcicas e a maioria das abdominais. Vestbulo-coclear puramente sensitivo, constitudo de duas pores: A poro coclear est relacionada com os fenmenos da audio, e a poro vestibular com o equilbrio. Acessrio inerva msculos esquelticos, porm, parte de suas fibras unen-se ao vago e com ele distribuda. Hipoglosso inerva os msculos que movimentam a lngua, sendo por isso, considerado como o nervo motor da lngua.

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2. Nervos espinhais Os 31 pares de nervos espinhais mantm conexo com a medula e abandonam a coluna vertebral atravs de forames intervertebrais. A coluna pode ser dividida em pores cervical, torcica, lombar, sacral e coccgea; da mesma maneira, reconhecemos nervos espinhais que so cervicais, torcicos, lombares, sacrais e coccgeos. Gnglios nervosos Acmulos de corpos celulares de neurnios dentro do SNC so denominados ncleos. Quando estes acmulos ocorrem fora do SNC eles so chamados gnglios e apresentam-se, geralmente, como uma dilatao. Terminaes nervosas Existem na extremidade de fibras sensitivas e motoras. As fibras sensitivas so estruturas especializadas para receber estmulos fsicos ou qumicos na superfcie ou no interior do

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar corpo. As motoras so responsveis pela reao arco reflexa do organismo ao receberem tais estmulos. Diviso do sistema nervoso visceral O SN Visceral relaciona-se com a inervao das estruturas viscerais e muito importante para a integrao da atividade das vsceras no sentido da manuteno da constncia do meio interno. Distingue-se no SNV uma parte aferente e outra eferente. O componente aferente conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vsceras (visceroceptores) a reas especficas no SNC. O componente eferente traz impulsos de certos centros nervosos at as estruturas viscerais terminando pois em glndulas, msculo liso ou msculo cardaco. Por definio, denomina-se Sistema Nervoso Autnomo apenas o componente eferente do SNV. O SNA divide-se em simptico e parassimptico de tal modo que temos a seguinte diviso: Aferente (fibras sensitivas) interoceptores SNV Eferente (fibras motoras) glndulas, msculo liso ou cardaco = SN Simptico SNA Parassimptico Quadro demonstrativo de algumas funes do simptico e parassimptico. RGOS RIS SIMPTICO Dilatao da pupila (midrase) Acelerao (taquicardia) Dilatao Diminuio do peristaltismo Vasoconstrio: ejaculao PARASSIMPTICO Constrio da pupila (miose) Diminuio (bradicardia) Constrio Aumento do peristaltismo Vasodilatao: ereo Constrio

CORAO BRNQUIOS TUBO DIGESTRIO GENITAIS MASCULINOS TERO Dilatao Diviso do sistema nervoso somtico

O SN Somtico aquele que relaciona o organismo com o meio. Para isto, a parte aferente do SNS conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores perifricos, informando a estes centros sobre o que se passa no meio ambiente. Por outro lado, a parte eferente leva aos msculos estriados esquelticos o comando dos centros nervosos, resultando movimentos que levam a um maior relacionamento ou integrao com o meio externo. De tal modo temos a seguinte diviso: Aferentes (fibras sensitivas) exteroceptores SNS Eferentes (fibras motoras) msculo estriado esqueltico

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Lio 04 AVALIAO GERAL DO PACIENTE A avaliao geral do paciente um procedimento orientado, utilizado pelo socorrista para identificar e corrigir possveis doenas ou traumas que ameaam a vida em curto prazo, devendo o socorrista tomar decises sobre os cuidados mais adequados e o mais rpido possvel. O processo de avaliao geral do paciente divide-se em cinco fases distintas, a saber: Avaliao da cena; Avaliao inicial; Avaliao dirigida; Avaliao fsica detalhada; e Avaliao continuada.

1. Avaliao da Cena Ao chegar no local da emergncia, o socorrista deve: 1. Observar a cena procurando identificar riscos potenciais para si, para o paciente ou outros envolvidos (terceiros); 2. Observar os mecanismos do trauma ou a natureza da doena do paciente; 3. Avaliar o tamanho da emergncia (quantificar o nmero de vtimas); 4. Acionar, se necessrio, recursos adicionais.

Durante

o deslocamento para a cena de emergncia, o socorrista dever revisar as informaes contidas no despacho, bem como adotar medidas de proteo individual.

Fontes rpidas de informao no local da cena - A cena por si s; - O paciente (se estiver consciente e em condies de responder), familiares, testemunhas ou curiosos; - Os mecanismos do trauma; - A posio do paciente, qualquer deformidade maior ou leso bvia; - Qualquer sinal ou sintoma indicativo de emergncia clnica.

Aps avaliar a cena, o socorrista dever iniciar o gerenciamento dos riscos e o controle damesma, acionando se necessrio, recursos adicionais para as medidas de sinalizao do local, isolamento da cena, estabilizao de veculos, controle de trfego, desligamento de motores automotivos, desativao de cabos eltricos energizados, remoo de pacientes em situao de risco iminente, entre outros.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar 2. Avaliao Inicial Podemos conceitu-la como sendo um processo ordenado para identificar e corrigir, de imediato, problemas que ameacem a vida a curto prazo. Durante a avaliao inicial, os problemas que ameaam a vida, por ordem de importncia, so: Vias areas Permeabilidade e se h comprometimento da coluna cervical. Respirao Se respira e como se processa esta respirao. Circulao Se tiver pulso, se h hemorragia e risco de estado de choque. Como Realizar a Avaliao Inicial Observe visualmente a cena e forme uma impresso geral do paciente; Avalie o nvel de conscincia do paciente (AVDI). Identifique-se como socorrista e solicite autorizao para ajudar; Avalie a permeabilidade das vias areas e estabilize manualmente a coluna cervical; Avalie a respirao do paciente (usar a tcnica do ver, ouvir e sentir VOS); Verifique a circulao do paciente (avalie o pulso carotdeo e radial) e verifique a presena de hemorragias; Descida a prioridade para o transporte, atravs da escala CIPE . Escala CIPE Ao trmino da avaliao inicial, o socorrista dever classificar o paciente de acordo com a gravidade de suas leses ou doena. Essa classificao baseada na escala CIPE. Crtico Parada respiratria ou crdio-respiratria. Instvel Paciente inconsciente, com choque descompensado, dificuldade respiratria severa, com leso grave de cabea e/ou trax. Potencialmente Instvel Paciente com choque compensado portador de leses isoladas importantes. Estvel Paciente portador de leses menores e sinais vitais normais. Os pacientes crticos e instveis devem ser tratados no mximo em 5 minutos no local da emergncia e transportados de imediato. Nesses casos, a avaliao dirigida e a avaliao fsica detalhada devero ser realizadas durante o transporte para o hospital, simultaneamente com as medidas de suporte bsico de vida. J no caso dos pacientes potencialmente instveis e estveis, o socorrista dever continuar a avaliao no local da emergncia no mximo em 12 minutos e transport-lo aps sua estabilizao.

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Colar Cervical e Oxignio Aps decidir sobre a prioridade de transporte, a equipe de socorristas dever realizar um rpido exame fsico na regio posterior, anterior e lateral do pescoo e, em seguida, mensurar e aplicar o colar cervical de tamanho apropriado. Depois, os socorristas devero avaliar a necessidade de ofertar oxignio para o paciente. Para isto, devero examinar o nariz, a boca e a mandbula e atravs do emprego de uma mscara facial com reservatrio de oxignio.

Para tratar os pacientes de emergncia clnica, os socorristas podero utilizar os mesmos parmetros recomendados nos casos de trauma, no entanto, no necessitam imobilizar a regio cervical. 3. Avaliao Dirigida Podemos conceitu-la como sendo um processo ordenado para obter informaes, descobrir leses ou problemas clnicos que, se no tratados, podero ameaar a vida do paciente. dividida em trs etapas, so elas: - Entrevista: Etapa da avaliao onde o socorrista conversa com o paciente buscando obter informaes dele prprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo de leso ou enfermidade existente e outros dados relevantes. - Sinais Vitais: Etapa da avaliao onde o socorrista realiza a aferio da respirao, pulso, presso arterial e temperatura relativa da pele do paciente. - Exame rpido: O exame rpido realizado conforme a queixa principal do paciente ou em todo segmento corporal.

Fique atento durante todo o processo de avaliao, pois algumas vezes a natureza da emergncia pode no estar claramente definida. Guia Para Realizar Uma Entrevista: Se o paciente estiver consciente e em condies de respond-lo, questione-o utilizando as seguintes perguntas chaves: 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) Nome e idade (se menor, procure contatar com seus pais ou um adulto conhecido) O que aconteceu? (para identificar a natureza da leso ou doena) A quanto tempo isso aconteceu? Isso j ocorreu antes? (emergncia clnica) Voc tem algum problema de sade? Voc tem tomado algum remdio? Voc alrgico a alguma coisa?

Guia para aferir os sinais vitais: Sinal: tudo aquilo que o socorrista pode observar ou sentir no paciente enquanto o examina. Exemplos: pulso, palidez, sudorese, etc.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Sintoma: tudo aquilo que o socorrista no consegue identificar sozinho. O paciente necessita contar sobre si mesmo. Exemplos: dor abdominal, tontura, etc. Aferio de Sinais Vitais Pulso a expanso e o relaxamento das paredes das artrias devido a propagao de uma onde de sangue ejetada pela contrao do corao. Valores normais: Adulto: 60-100 batimentos por minuto (bpm); Criana: 80-140 bpm; Lactentes: 85-190 bpm. Respirao Absoro do oxignio e exalao do gs carbnico. Valores normais: Adulto: 12-20 ventilaes por minuto (vpm); Criana: 20-40 vpm; Lactentes: 40-60 vpm. Temperatura a diferena entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo humano. Valores normais: 36,5 a 37,0 C independente da faixa etria. Temperatura Relativa da Pele Em atendimento pr-hospitalar, o socorrista verifica a temperatura relativa da pele colocando o dorso da sua mo sobre a pele do paciente (na testa, no trax ou no abdmen). O socorrista estima a temperatura relativa da pele pelo tato. Convm recordar que a pele a grande responsvel pela regulao da temperatura e poder apresentar-se normal, quente ou fria, mida ou seca. Com relao colorao, a pele poder estar: - Plida, - Ruborizada ou, - Ciantica.

Nas pessoas negras, a cianose poder ser notada nos lbios, ao redor da fossas nasais e nasunhas.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar PRESSO ARTERIAL (PA) definida como a presso exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artrias. A PA verificada em dois nveis, a PA sistlica e a diastlica. A sistlica a presso mxima qual a artria est sujeita durante a contrao do corao (sstole). A diastlica a presso remanescente no interior do sistema arterial quando o corao fica relaxado (distole). A presso arterial diretamente influenciada pela fora do batimento cardaco, quanto mais fora, mais elevada a PA e o volume de sangue circulante. Valores normais: Adulto: Sistlica: mxima 150 mmHg e mnima 100 mmHg. Diastlica: mxima 90 mmHg e mnima 60 mmHg. Criana: As presses sistlica e diastlica presumveis podem ser calculadas atravs das seguintes equaes: Sistlica: 80 mmHg + 2 vezes a idade. Diastlica: da sistlica.

Dentro desses valores, consideramos a PA normal; se exceder mxima, denominamosalta (hipertenso) e ao contrrio, se no atinge o nvel mnimo, denominamos baixa (hipotenso).

Em geral no se afere PA em crianas com menos de 3 anos de idade. Nos casos dehemorragias ou choque, a PA mantm-se constante dentro de valores normais para no final desenvolver uma queda abrupta. Como Avaliar o Paciente de Trauma e de Emergncia Clnica

Os

procedimentos da avaliao dirigida so diferentes para pacientes de trauma e pacientes de emergncia clnica.

Tipos de Pacientes Pacientes de trauma - consciente - Observe o cenrio e tente identificar os mecanismos do trauma; - Inicie a entrevista com o paciente, enquanto verifica a respirao e a presena de hemorragias. Estabilize a cabea e o pescoo do paciente com um colar cervical e administre oxignio; - Realize o exame fsico dirigido segundo a queixa principal do paciente; - Realize a aferio dos sinais vitais; - Complete a entrevista para obter o histrico do paciente; - Providencie os cuidados necessrios;

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar - Faa o exame fsico detalhado, caso seja necessrio. Pacientes de trauma inconsciente - Observe o cenrio e tente identificar os mecanismos do trauma; - Entreviste testemunhas sobre o que aconteceu, enquanto verifica as vias areas, a respirao e a presena de hemorragias. Estabilize a cabea e o pescoo do paciente com um colar cervical e administre oxignio; - Realize um rpido exame fsico buscando identificar ferimentos mais graves; - Realize a aferio dos sinais vitais; - Realize o exame fsico completo da cabea aos ps; - Reavalie os sinais vitais. Pacientes de emergncia clnica consciente Inicie a entrevista com o paciente; Administre oxignio; Realize o exame fsico dirigido em funo da queixa principal informada pelo paciente; Realize a aferio dos sinais vitais; Providencie os cuidados necessrios.

Pacientes de emergncia clnica inconsciente - Inicie a entrevista com as testemunhas perguntando o que aconteceu e tente determinar a natureza do problema; - Assegure a permeabilidade das vias areas, a respirao e a circulao. Verifique a presena de hemorragias. Providencie o tratamento para qualquer alterao encontrada e administre oxignio; - Realize um rpido exame fsico tentando identificar a natureza da emergncia; - Realize a aferio dos sinais vitais; - Providencie os cuidados necessrios.

Fique atento durante todo o processo de avaliao, pois algumas vezes a natureza da emergncia pode no estar claramente definida. Como Realizar o Exame Rpido O exame rpido permite que o socorrista realize visualmente o exame fsico limitado regio que o paciente se refere como a de maior queixa, ou de todo o segmento corporal, com o objetivo de encontrar alteraes decorrentes de doenas ou traumas. Este exame tambm chamado de coleta de dados objetivos. 4. Avaliao Fsica Detalhada A avaliao fsica detalhada da cabea aos ps deve ser realizada pelo socorrista em cerca de 2 a 3 minutos. O exame completo no precisa ser realizado em todos os pacientes. Ele pode ser realizado de forma limitada em pacientes que sofreram pequenos acidentes ou que possuem emergncias mdicas evidentes.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Ao realizar o exame padronizado da cabea aos ps, o socorrista dever: 1) Verificar a cabea (couro cabeludo) e a testa; 2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e plpebras, o nariz, a boca, a mandbula e os ouvidos; 3) Verificar a regio posterior, anterior e lateral do pescoo (antes da aplicao do colar cervical); 4) Inspecionar os ombros bilateralmente (clavcula e escpula) distal / proximal; 5) Inspecionar as regies anterior e lateral do trax; 6) Inspecionar o abdmen em quatro quadrantes separadamente; 7) Inspecionar as regies anterior e lateral da pelve e a regio genital; 8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presena de pulso distal, a capacidade de movimentao (motricidade), a perfuso e a sensibilidade; 9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presena de pulso distal, a capacidade de movimentao (motricidade), a perfuso e a sensibilidade; 10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a regio dorsal. 5. Avaliao Continuada A avaliao continuada realizada durante o transporte do paciente, devendo o socorrista reavaliar constantemente os sinais vitais e o aspecto geral do paciente. A reavaliao dever ser realizada conforme a escala CIPE: CRTICO e INSTVEL: Reavaliar a cada 3 minutos. POTENCIALMENTE INSTVEL e ESTVEL: Reavaliar a cada 15 minutos.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar FLUXOGRAMA DA AVALIAO GERAL DO PACIENTESegurana EPIs Recursos adicionais Impresso geral Conscincia (AVDI) Vias areas/cervical Respirao Circulao (pulso e hemorragias) Deciso de transporte (CIPE)

Avaliao da cena

Avaliao inicialColar cervical e oxignio

Avaliao dirigida

TraumaExame rpido Sinais vitais Entrevista

Emergnci a Clnica Entrevista Exame rpido Sinais vitais

Avaliao Fsica Detalhada

Estabilizao e Transporte

Avaliao Continuada

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Lio 05 SUPORTE BSICO DE VIDA Movimento para cima Movimento para baixo

3,5 a 5 cm Fulcro (Articulao do quadril)

Introduo A American Heart Association (Associao Americana do corao) em conferncia realizada em agosto de 2000, anunciou as novas diretrizes para a Reanimao Cardiopulmonar (RCP) aps dois anos de debates e rigorosa avaliao cientfica, conforme consenso mundial para reanimao. Parada Respiratria Supresso sbita dos movimentos respiratrios, que poder ou no, ser acompanhada de parada cardaca. Avaliao: Determine a ausncia de respirao atravs do mtodo VOS (Ver, Ouvir e Sentir). Para se avaliar a presena ou ausncia de respirao espontnea: - Coloque o ouvido prximo boca e nariz do paciente, enquanto mantm as vias areas prvias; - Enquanto observa o trax do paciente: Respirao Normal - Veja os movimentos respiratrios. Observe a simetria da expanso e contrao do trax e a ausncia de esforo para executar esses movimentos.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Oua o ar entrando e saindo do nariz e da boca. Os sons devem ser como os que normalmente ouvimos na respirao (sem roncos, no estar ofegante ou outros sinais incomuns). Sinta o ar, entrando e saindo do nariz e da boca. Estes procedimentos de avaliao devem levar apenas de 3 a 5 seg.

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Respirao Anormal Nenhum movimento torcico ou movimentos assimtricos. No possvel sentir ou ouvir o ar movimentando-se atravs do nariz ou boca. A respirao ruidosa ou ofegante. O ritmo da respirao irregular, ou taquipnica ou bradipnica. A respirao muito superficial, muito profunda e difcil; ou ainda a respirao feita com grande esforo, especialmente em crianas e bebs. A pele do paciente fica ciantica, acinzentada ou plida. O paciente est obviamente se esforando para respirar, usando os msculos da parte superior do trax, ao redor dos ombros, e os msculos do pescoo. H batimentos de asas do nariz, especialmente em crianas.

Em RCP considerar: Lactente: 00 a 01 ano. Criana: 01 a 08 anos. Adulto: acima de 08 anos.

Ver, ouvir e sentir a respirao Reanimao Pulmonar A reanimao pulmonar todo esforo para reanimar ou para restabelecer artificialmente a funo normal dos pulmes

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar O ar atmosfrico possui 21% de oxignio. Dos 21% inalados, uns 5% so utilizados pelo organismo e os 16% restantes so exalados, quantidade suficiente para suprir as necessidades da pessoa na vida diria. Quando uma pessoa encontra-se com deficincia respiratria, necessrio se faz a oferta de uma concentrao maior de oxignio para suprir esta ineficincia. Tcnicas de Abertura das Vias Areas Manobra de Inclinao da Cabea e Elevao do Queixo 1. Colocar o paciente em decbito dorsal e posicionar-se ao seu lado, na altura dos ombros. 2. Colocar uma das mos na testa do paciente e estender sua cabea para trs. 3. Colocar a ponta dos dedos, indicador e mdio, da outra mo apoiados na mandbula para levant-la at perceber uma resistncia ao movimento.

Manobra de Empurre Mandibular 1. Colocar o paciente em decbito dorsal e posicionar-se de joelhos acima da parte superior de sua cabea. 2. Com os cotovelos na mesma superfcie que o paciente ou apoiados nas coxas, segurar os ngulos da mandbula do paciente com os dedos indicador e mdio. 3. Com os dedos posicionados, empurrar a mandbula para cima, mantendo a cabea estabilizada com a palma das mos. No elevar ou realizar rotao da cabea do paciente, pois a proposta desta manobra manter a via area aberta sem mover a cabea ou o pescoo.

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Se voc realizar uma abertura de VA, use a manobra correta: Em caso clnico: manobra de inclinao da cabea e elevao do queixo. Em caso de trauma: manobra de empurre mandibular. Tcnicas para ventilao artificial Mtodo boca-mscara: 1. Abra as VA empurrando a mandbula da vtima; 2. Posicione a mscara sobre a face da vtima, com o pice sobre a ponte do nariz e a base entre os lbios e o queixo; 3. Inspire e ventile atravs da abertura da mscara. Os dedos indicador, mdio e anular de cada mo seguram a mandbula da vtima em extenso, enquanto os polegares so colocados sobre a parte superior da mscara. A presso firme dos dedos mantm a mscara bem selada face; 4. Retire a boca e deixe o ar sair livremente. O tempo de cada ventilao o mesmo descrito na tcnica de boca a boca.

Mtodo boca-a-boca: 1. Abra as vias areas; 2. Feche as narinas da vtima com seus dedos (indicador e polegar); 3. Inspire o ar e coloque sua boca com firmeza sobre a boca da vtima e ventile lentamente (1,5 e 2 segundos) seu ar para dentro dos pulmes da vtima; 4. Retire sua boca e deixe o ar sair livremente;

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar 5. Repita a ventilao artificial a cada 5 segundos (12 por minuto) no socorro de adultos, e a cada 3 segundos (20 por minuto) no socorro de crianas e lactentes.

Mtodo boca-a-nariz: Utilizada em crianas e lactentes (bebs). A tcnica segue os mesmos passos da ventilao de boca a boca, incluindo no item 3 a colocao da boca do socorrista sobre a boca e o nariz da vtima e em seguida uma ventilao bem lenta.

Mtodo boca-estoma: Utilizada em pessoas que sofreram laringectomia (remoo cirrgica da laringe), tm abertura permanente que conecta a traquia diretamente a parte anterior do pescoo.

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Acessrios Para Reanimao Pulmonar Cnula orofarngea Dispositivo usualmente feito de plstico, que pode ser inserido na boca e faringe do paciente, a fim de sustentar a lngua, evitando o bloqueio das vias areas. Os tipos mais comuns em APH so os que possuem uma abertura no centro Guedel e dos lados Berman, a fim de permitir a respirao ou acesso fcil para aspirao, devendo ser usada em conjunto com o reanimador manual e colocada apenas em pacientes inconscientes.

Guedel Tcnica para seu uso

Berman

1. Escolha o tamanho correto: adulto: lbulo da orelha ao canto da boca. criana e lactente: ngulo da mandbula ao canto da boca. 2. Cruze os dedos, polegar e indicador, abrindo a boca do paciente. 3. Introduza-a na posio correta: adulto: com a extremidade contra o palato, girando-a em 180. criana e lactente: com a extremidade contra a lngua, sem giro. 4. Deslize a cnula at que a extremidade com rebordo se localize sobre os lbios ou queixo, de forma que sua curvatura siga o contorno da lngua.

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Reanimador manual Equipamento utilizado para ventilar artificialmente o paciente que no apresenta respirao espontnea, podendo liberar altas concentraes de oxignio (90 a 100%) quando instalado a uma fonte (cilindro de oxignio).

Reservatrio de O2

Mscara Facial

Bolsa principal

Tcnica para seu uso 1. Posicione o paciente corretamente (decbito dorsal); 2. Posicione-se prximo cabea do paciente; 3. Abra a boca do paciente e coloque a cnula orofarngea, conforme tcnica descrita anteriormente; 4. Coloque a mscara do reanimador sobre a face do paciente, com a base entre a protuberncia do queixo e o lbio inferior e a pice voltada para o nariz; 5. Faa a vedao com o polegar mantido na poro superior da mscara e o indicador na poro inferior, comprimindo-a de maneira firme para se obter boa vedao em toda sua borda; 6. Coloque os demais dedos ao longo da borda ssea da mandbula e levante-a ao mesmo tempo em que a cabea inclinada para trs (adulto), a fim de manter as vias areas prvias. Em lactente e criana muito pequena, deve-se utilizar apenas o dedo mdio sobre a mandbula, mantendo a cabea em posio neutra, sem hiperextenso; 7. Comprima, com a outra mo, a bolsa principal do reanimador de forma ritmada, uma vez a cada 5 segundos em adultos, e uma vez a cada 3 segundos em crianas e lactentes; 8. Observe durante cada ventilao a expanso torcica, caso esteja ausente ou insuficiente, reavalie todos os procedimentos adotados; 9. Aps 12 ventilaes (adulto) ou 20 ventilaes (criana e lactente), cerca de 1 minuto, reavalie o pulso. Caso o pulso esteja ausente, inicie a RCP.

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Parada Cardaca Supresso sbita e inesperada dos batimentos cardacos. Avaliao: Detectar o pulso. Para se detectar a presena ou ausncia de pulso carotdeo: 1. Localize a cartilagem da tireide e coloque a ponta dos dedos (indicador e mdio) ao lado deste ponto, mantendo a cabea em posio inclinada para trs (se no houver suspeita de leso na coluna cervical); 2. Deslize os dedos pelo espao entre a traquia e o msculo lateral do pescoo mais prximo a voc; 3. Exera pequena presso neste ponto e sinta o pulso da artria cartida (adulto e criana). Se no h pulso, inicie as compresses torcicas.

Para se detectar a presena ou ausncia de pulso braquial: Localize o tero mdio da parte interna do brao, entre o cotovelo e o ombro do lactente;

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Com o polegar na face externa do brao, pressione com suavidade os dedos, indicador e mdio, contra o mero para sentir o pulso braquial. Se no h pulso, inicie as compresses torcicas.

A verificao dos pulsos carotdeo e braquial no deve levar mais de 5 a 10 segundos. Compresses torcicas Se o paciente estiver em parada cardaca, voc dever: 1. Verificar o pulso. Se o paciente no tiver pulso: 2. Encontre o ponto de compresses da RCP: Adulto: dois dedos acima do processo xifide. Criana: mesmo modo do adulto. Lactente: um dedo abaixo da linha imaginria, entre os mamilos. 3. Posicione corretamente suas mos para as compresses: - Adulto: coloque a base de sua mo (que est prxima cabea do paciente) no ponto de compresso da RCP. Sua outra mo deve ser sobreposta primeira, de modo que as bases das duas mos fiquem alinhadas uma sobre a outra e seus dedos no devem tocar o trax do paciente. Seus dedos podem ficar estendidos ou entrelaados. - Mantenha seus dedos afastados do trax do paciente. - Criana: faa as compresses com a base de uma das mos, posicionada sobre o ponto de compresses da RCP. - Lactente: faa as compresses com a ponta de dois dedos, posicionados sobre o ponto de compresso da RCP. 4. Faa as compresses torcicas externas: - Adulto: deslocamento de 3,5 a 5cm e freqncia de aproximadamente 100 por minuto.

Lactente: deslocamento de 1,5 a 2,5cm e freqncia de no mnimo 100 por minuto. 5. Faa as ventilaes:

Criana: deslocamento de 2,5 a 3,5cm e freqncia de no mnimo 100 por minuto.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar - Adulto: 2 ventilaes a cada 15 compresses. - Criana: 1 ventilao a cada 5 compresses. - Lactente: 1 ventilao a cada 5 compresses. 6. Reavalie o pulso aps 1 minuto de RCP. - Adulto: 4 ciclos de 15x2. - Criana: 20 ciclos de 5x1. - Lactente: 20 ciclos de 5x1.

(OVACE) Conceito de OVACE

Obstruo Das Vias Areas Por Corpo Estranho Adulto Lactente Criana

a obstruo sbita das VA superior causada por corpo estranho. A OVACE em adulto geralmente ocorre durante a ingesto de alimentos e, em criana, durante a alimentao ou recreao (sugando objetos pequenos). As causas de obstruo de VA superiores podem incluir obstrues: Pela lngua: sua queda ou relaxamento pode bloquear a faringe. Pela epiglote: inspiraes sucessivas e foradas podem provocar uma presso negativa que forar a epiglote para baixo fechando as VA. Por corpos estranhos: qualquer objeto, lquidos ou vmito, que venha a se depositar na faringe. Por danos aos tecidos: perfuraes no pescoo, esmagamento da face, inspirao de ar quente, venenos e outros danos severos na regio. Por patologias: infeces respiratrias, reaes alrgicas e certas condies crnicas (asma), podem provocar espasmos musculares que obstruiro as VA.

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar Manobras Para Desobstruo em Adulto

Compresso abdominal administrada em vtima consciente

Compresso abdominal administrada

Compresso torcica administrada em vtima gestante ou obesa Manobras Para Desobstruo em Lactente

Varredura digital para limpeza da cavidade oral

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar

Golpes dorsais

Compresses torcicas

Em lactentes e crianas deve-se visualizar o corpo estranho antes de tentar remov-lo com o dedo mnimo. LIO 06 OXIGENIOTERAPIA E ASPIRAO

Oxigenoterapia O uso imediato e eficiente de alguns equipamentos permitir cuidados mais efetivos, principalmente para manuteno das vias areas permeveis, melhoria da ventilao e da oferta de oxignio ao paciente. No entanto, procedimentos inadequados podem acontecer, se ocorrer demora no atendimento ou uso de equipamento desajustado ou incorreto. Responsabilidades do socorrista na oxigenoterapia. Assegure-se de que o equipamento esteja limpo e funcionando adequadamente; Selecione o equipamento apropriado para a situao observando a individualidade do paciente; Monitore constantemente o paciente; Providencie a assepsia do equipamento ou que seja descartado, se for o caso. E reavalie condies para reutilizao. Oxignio O oxignio, imprescindvel para a vida, um gs inodoro, incolor, e sozinho no combustvel; entretanto, alimentador da combusto e reage violentamente com materiais

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar combustveis. Ele est presente no ar ambiente num teor de aproximadamente 21%. Na medicina largamente utilizado numa concentrao de 100%. Indicaes para o emprego do oxignio: Insuficincia cardaca; Infarto agudo do miocrdio; Edema pulmonar; Insuficincia respiratria; Hemorragias; Trabalho de parto complicado; Intoxicaes; Acidente vascular cerebral; Estado de choque; Traumas, etc... A administrao de oxignio no substitui as manobras de reanimao.

Riscos no Uso do Oxignio: 1. O oxignio facilita a combusto, portanto, mantenha-o afastado das fontes de chama do local onde estiver sendo empregado. 2. Nunca fume quando o estiver manipulando. 3. Evite o contato com leos e graxas, incluindo em manuteno, sob risco de exploso. 4. Evite pancada e quedas do cilindro. Um golpe mais forte que rompa a vlvula poder fazer o cilindro ser impulsionado como um mssil. O cilindro deve estar bem fixado, preferencialmente em p. 5. Altas concentraes de oxignio podem produzir intoxicao nas vtimas ou ainda, reas de colapso pulmonar. Esse problema raro no socorro pr-hospitalar, pois as vtimas no recebem concentraes de O2 suficientemente altas para produzir tais complicaes. 6. Transporte o cilindro de forma a no arrast-lo ou rol-lo. 7. Abra completamente a vlvula do cilindro; em seguida d meia volta quando estiver em uso. Isto servir como medida de segurana, caso algum pense que esteja fechada e force sua abertura. Equipamento de Proviso de Oxignio O equipamento porttil de proviso de oxignio constitui-se das seguintes partes: 1. Cilindro de oxignio com sua vlvula: O oxignio acondicionado em cilindro de ao ou alumnio. Segundo normas internacionais, o cilindro dever estar pintado na cor verde, quando para uso medicinal. Tipos de cilindros: No Brasil os tipos de cilindros mais usuais so:

Manual de Atendimento Pr-Hospitalar WHITE MARTINS de 625 litros (porttil) e de 1.100 litros (fixo) 2. Regulador de presso com manmetro e fluxmetro Destina-se a reduzir a alta presso do interior do cilindro (150-200 Kgf/cm) para uma presso de consumo em torno de 3 a 5 Kgf/cm. O manmetro indica em Kgf/cm a quantidade de O2 no interior cilindro, o fluxmetro destina-se a controlar e dosar, em litros por minuto, a administrao de oxignio. 3. Frasco umidificador Copo plstico, onde circula o oxignio para ser umidificado. No devendo ser utilizado em APH, em virtude do curto espao de tempo em que o paciente exposto a utilizao de oxignio sem umidificao.

Fique alerta para a utilizao de umidificadores contaminados, embora no sejam utilizados os mesmos devero ser limpos constantemente.

1. Frasco aspirador Copo de vidro, para aspirao e coleta de secrees, atravs do vcuo produzido pela passagem de oxignio por um ejetor tipo venturi. 2. Mangueiras e mscara Tubo flexvel confeccionado em silicone ou similar. acoplado ao equipamento e conduz oxignio at a mascara facial, que permite a administrao de O2 ao paciente. 3. Cateter de aspirao Tubo utilizado para aspirar secrees. 4. Cateter nasal Oferece Oxignio pelas narinas do paciente, atravs de duas cnulas plsticas, sendo sua eficcia diminuda com existncia de ferimentos nasais, resfriados ou outras obstrues das vias respiratrias. Materiais Acessrios: Cnula orofarngea; Mscara de RCP; Mscara de RCP descartvel; Vlvula de demanda (CFR); Aspirador porttil; Reanimador manual (com ou sem reservatrio). SNTESE DOS EQUIPAMENTOS PARA VENTILAO E MXIMA CONCENTRAO DE OXIGNIO QUE SE PODE OBTE