adsorção

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOCENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCINCIASDEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUMICALABORATRIO DE ENGENHARIA QUMICAADSORORecife, Junho de 2011NDICE1. INTRODUO........................................................................................................................................2 2. OBJETIVOS .............................................................................................................................................3 3. FUNDAMENTAO TERICA..........................................................................................................3 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL................................................................................................5 5. RESULTADOS E DISCUSSES ...........................................................................................................8 5.1 EQUILBRIO DE ADSORO LQUIDO/SLIDO..................................................................................................8 1. INTRODUOEm um sistema que constitudo por uma fase condensada em contato com uma soluo ou comumamistura, geralmentehumaumentooudiminuiodaconcentraodosolutona interface lquido/slido, esse fenmeno denominado adsoro.Interaes fluido-slido, envolvendo contato de componentes de fases fluidas comas superfcies de slidos podem destacar efeitos fsicos e/ou qumicos. No processo adsortivo as espcies das fases fluidas aderem e so ou no retidas nas superfcies em dois principais nveis de interao. Um primeiro tipo, de natureza fsica, dito adsoro fsica. Interaes mais fortes, anvel energticodereaesqumicassoidentificadoscomoadsoroqumica. Etapasde liberao dos componentes adsorvidos incorrem sobre o fenmeno de dessoro.Aps ocorrer o processo de adsoro, o fluido fica retido na superfcie do slido at que ocorra a reaoe,apsafinalizao destaha separao dosprodutos formados, sendo estaetapa 2chamadadedessoro. Duranteaadsoro, asmolculasdofluidoperdemenergiaparaas vizinhanas ao aderirem no slido. Para ocorrer o processo inverso, conhecido como dessoro, necessrio que haja fornecimento de energia molcula para que esta se separe do slido, resultando em uma diminuio da temperatura.Para odesenvolvimentodoprocessode adsoro, pode-seutilizar umleitooucolunade partculas granulares porosas ou permeveis para a remoo seletiva de um componente valioso ou de um sem valor, de uma alimentao gasosa ou lquida. O leito pode ser fixo ou fluidizado. Acomposiodaalimentaoeavazopodemser constantesouvariveis. Combaseem mediespossvel determinar-seaquantidadedefluidoquefoi adsorvida, assimpode-se propor ummodelo que descreva como a reao se processa, combase emparmetros importantes mensurados durante o experimento.2. OBJETIVOSEstudar a adsoro do cido actico em carvo ativado atravs da titulao com Hidrxido de sdio; verificar a adsoro de gua emuma coluna de slica atravs de uma frente de propagao formada e acompanhar a dessoro de gua emslica quando posta emum dessecador.3. FUNDAMENTAO TERICAInteraesnassuperfciesdeslidosnosentidodetransformaesdecomponentesdefases fluidas retidos sobre elas podem envolver reaes qumicas conduzindo ao processo cataltico. Asespciesadereme so retidas nas superfciesem dois principaisnveis de interao. Um primeironvel, denaturezafsica, ditoadsorofsica. Interaes mais fortes, emnvel energtico das reaes qumicas, so identificados como adsoro qumica.[3]Omodelomais simples das isotermas deadsoroomodelodeLangmuir. Ateoriade Langmuir assume que todas as foras que atuam na adsoro so similares em natureza quelas que envolvem uma reao qumica. Este modelo tem as seguintes consideraes implcitas: Um sistema ideal; Asmolculassoadsorvidaseaderemsuperfciedoadsorventeemstiosdefinidose localizados, com adsoro em monocamada; Cada stio s acomoda uma nica molcula;3AsnA A As Aq C K q q1 1 1 1+

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.| A energia da molcula adsorvida a mesma em todos os stios da superfcie e no depende dapresenaouausnciadeoutrasmolculasadsorvidasnosstiosvizinhos, ouseja, a interao entre as molculas adsorvidas desprezvelEsta isoterma pode ser representada por:

Onde K a constante de adsoro. Esta isoterma do tipo favorvel. Quando K grande e K.C 1, a isoterma extremamente favorvel, e quando K.C < 1, a isoterma aproximadamente linear. A isoterma de Langmuir derivada assumindo uma superfcie uniforme, no entanto, vlida para gases que no so fortemente adsorvidos.Outra isoterma bastante utilizada a de Freundlich. Esta isoterma corresponde a uma distribuio exponencial de calores de adsoro. Para isotermas fortemente favorveis a equao emprica de Freundlich freqentemente uma melhor opo. Os sistemas reais podem ser melhor representados por este tipo de isoterma que pode ser expressa por:Onde K e 1/n so constantes e 1/n < 1. Os valores de K e n so constantes que dependem de diversos fatores experimentais e se relacionamcoma distribuio dos stios ativos e a capacidade de adsoro do adsorvente.Aisoterma de Freundlich, apesar de ser emprica, apresenta freqentemente uma melhor adequao dos pontos do que a de Langmuir, especialmente para adsoro de lquidos e tem sido vastamente utilizada na prtica industrial. Para a determinao da quantidade adsorvida de um componente na saturao e da constante de equilbrio no sistema, pode-se ainda se utilizar do modelo de Langmuir-Freundlich (Equao 3), que corresponde a uma combinaodos modelos de Langmuir (Equao1) e Freundlich (Equao 2). (3)O contato fluido-slido num sistema a leito fixo constitudo de partculas porosas converge nos processos fsicos e qumicos de separao para interaes do fluido na superfcie do slido. A 4C K 1C Kqqsat..+(1)n1C K q . (2)Ads A sAr mdtdCV, ]]]

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.| + + AAA AAsAAsA AdsAKCC CK VmCqkdtdC0012 , + (1 )cs As Auuq KscLtufase fluida em escoamento estabelece contato com a superfcie externa das partculas do leito e, nestas condies, componentes migram para o interior da estrutura porosa, detentora de grande rea superficial. Determinada a quantidade adsorvida no equilbrio e a constante de velocidade da reao, possvel se propor um modelo para descrever a taxa de adsoro no sistema:(4)Sendo V o volume da fase, ms a massa de slido e rA,Ads a taxa de adsoro. Segundo Langmuir, a taxa de adsoro pode ser representada segundo a Equao (5) (FOGLER, 2002), que combinadacomaEquao(4)resultanomodeloparaadescriodoprocesso, deondese podem obter os valores das constantes de adsoro e dessoro. rA,Ads = kAds,A .CA(1 A) + kD,A.CA.A(5) (6)Onde kAds,A a constante de adsoro do sistema, kD,A a constante de dessoro do sistema e a frao de molculas adsorvidas em um determinado intervalo de tempo.Construdoomodeloquedescreveadinmicadeadsoro, pode-seentofazerautilizao deste na operao de umreator contnuo, coma finalidade de observar se o mesmo representativo para o processo, descrito pelo emprego da equao mostrada a seguir:(8)(9)Onde a porosidade do leito, s a densidade do slido, (uc) velocidade da frente de adsoro, (ts) tempo de saturao na coluna, L o comprimento do reator, u a velocidade de escoamento do fluido.Por esta equao pode-se observar que a velocidade de propagao diminui com o abaixamento da porosidade do leito. Este modelo permite compreender os fenmenos que ocorrem no interior deumleitorecheadodeadsorvente, queumprocessobastanteutilizadoemprocessode engenharia.4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL1. Equilbrio de Adsoro Lquido/Slido.5Materiais utilizados Balana analtica; Erlenmeyers; Esptula; Slica; cido actico; Bureta;ProcedimentosForam preparadassolues de cidoactico com as seguintesconcentraes: 0,01M,0,02M, 0,05M, 0,1M, 0,25M e 0,5M. Pesou-se 1g de carvo ativado e adicionou-se a cada soluo. Em intervalos de 5 minutos agitou-se a soluo at que se completassem 30minutos. Em seguida, a soluo foi deixada em repouso por mais 30 minutos e em seguida foram realizadas filtraes. Da soluo filtrada, retiraram-se alquotas de 10mL e titulou-se com Hidrxido de Sdio 0,1M, anotando-se o volume utilizado em cada titulao. 2. Adsoro Gs/SlidoMateriais utlizados Balana analtica; Dessecador; Slica; Higrmetro; CronmetroPesou-se uma massa de slica que foi posta em um vidro de relgio no interior de um dessecador (2 L), e se comeou a marcar o tempo. Atravs de um higrmetro foi acompanha a diminuio daumidadenointeriordodessecador, fazendo-seestaatquenohouvessemaismudana significativaparaosvaloresnotempo. ComosdadosExperimentaisobtidospossvel se determinar a concentrao de gua na slica.Usando uma balana analtica, pesou-se uma massa de 0,5636 g de slica gel previamente seca em uma estufa a 100C para retirada da umidade. 6Cilindro de NitrognioRotmetro de GsGarrafa de guaColuna Recheadacom SlicaBolhmetroNo incio da pesagem, acionou-se um cronmetro. Manteve-se a balana ligada e aberta para que a slica pudesse adsorver a umidade do ar. Repetiu-se a pesagem a cada 30 segundos at que no mais ocorresse variao significativa da massa.3. Adsoro em Processo ContnuoMateriais utlizados Cilindro contendo gs Nitrognio; Recipiente para gua destilada; Coluna de adsoro; Bolhmetro; Mangueiras e conexes;Para a obteno dos dados experimentais, foi montado o esquema mostrado na Figura 1, atravs do qual pde se acompanhar a frente de adsoro em funo do tempo.Figura 1 Esquema de Montagem Experimental7A coluna foi preenchida com a slica-gel, com a finalidade de observar a frente de adsoro pela mudana de colorao de slica (de azul a rosa) devido passagem de um gs contendo certo teor de umidade que ser removida.Abriu-se a vlvula do cilindro, ajustando-a para uma presso baixa (em torno de 1,5 atm) e se controlouavazopelorotmetro. Avazodogs(nitrognio+umidade) foi medidacom auxlio de um bolhmetro e de um cronmetro na sada da coluna. Acionou-se o cronmetro assim que se iniciou a operao e, a cada 0,5 cm de deslocamento da frente de adsoro marcou-se o tempo. Mediu-se o dimetro interno da coluna, a altura do leito, sua densidade aparente, para a determinao da porosidade.5. RESULTADOS E DISCUSSES5.1 Equilbrio de adsoro lquido/slidoAps 30minutos de agitao intercalada em 5minutos, e mais 30minutos em repouso, retirou-se 10mL da soluo filtrada para que se pudesse titular com uma soluo de Hidrxido de Sdio 0,1M previamente padronizada. Atravs dos volumes obtidos se pde calcular a concentrao final da soluo de cido actico e ento calcular o percentual de cido adsorvido (os resultados obtidos encontram-se em anexos):Figura 2 - C0 do HAc. x Percentual adsorvidoApesar de ogrficonotornar evidente, era esperadoque houvesse uma diminuiodo percentual de cido actico adsorvido medida que se aumentasse sua concentrao, uma vez que a quantidade de cido que pode ser adsorvida limitada pela massa de carvo adicionada, que se manteve constante e igual a 1g, assim um aumento da concentrao no acompanhado pelo aumento da massa de carvo permite que haja maior quantidade de cido no adsorvido.8O erro encontrado , possivelmente, devido impreciso do volume aferido na bureta quando estemuitopequeno, ouporquerealmenteadicionou-semaisbasedoquenecessriopara virada, poisaquantidadeeramnima. Descartando-seosdoisprimeirospontosoresultado torna-se mais coerente.A partir do volume gasto na titulao, pde-se construir a isoterma de Langmuir-Freundlich. Os dados obtidos esto em anexos:Figura 3 Isoterma de Langmuir-FreundlichEra esperado que a isoterma apresentar-se linear uma vez que foram feitos os procedimentos de linearizao, no entanto no foi obtida tal linearizao o que impossibilita o clculo do qsat e do KA.5.2 Adsoro gs/slidoAtravs dos dados coletados se construiu o grfico a seguir:9Figura 4 q (g gua/g slica) versus tempoEra necessrio um maior tempo para que se pudesse obter o qeq, uma vez que ele corresponde ao q quando o grfico encontra-se paralelo ao eixo das abscissas. Estima-se qeq= 0,06 com teq= 5000s.Figura 5 - Diminuo da umidade relativa x tempoFoi observada uma diminuio da umidade relativa no dessecador ao longo do tempo. Tambem notavel que a umidade mantem-se aproximadamente constante, em torno de 37% nos ultimos instantes.10colunaslicaVmassa

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.| 1Sabe-sequeaumidaderelativaumarelaoentreamassadeguanoareapressode saturao quela temperatura. Uma vez que a temperatura ambiente girava em torno de 28C (estimativa) atravs do diagrama psicromtrico (em anexos) obtem-se W = Ceq = 0,0088gH2O/ gar.Assim, tem-se:K = qeq/Ceq = 0,06/0,0088 = 6,818 g de ar/ g de slicaKA = K.qeq = 6,818*0,06 = 0,409s-1 5.3 Processo Contnuo de adsoroFoi montado o esquema apresentado com a vazo mantida constante e igual a 0,17mL/min, aferida em triplicata atravs do bolhmetro. Os valores experimentais so mostrados abaixo:Tabela 01 Altura da frente de propagaoAltura (cm) Tempo(s)1,5 3123 6504,5 9306 12007,5 18009 3112Dados:- Massa de slica = 18,2431 g- Massa especfica da slica = 1,373 g/cm3- Vazo mdia = 0,17 mL/min- Altura da coluna = 20 cm- Dimetro da coluna = 1,5 cmA velocidade da frente de propagao pode ser obtida como:uc = z/t = 9/(3112/60) cm/min. = 0,174cm/min.A porosidade do leito foi calculada como:

= 1 (18,2431/1,373)/(*0,752*20) = 0,62u = vazo/(Ax) = 0,17cm3.min-1 / (1,77cm2.0,62) = 0,155cm/minO valor terico obtido seria de:11") 1 ( KuuSc + = 0,037cm/minA diferena entre os dados tericos e experimentais se deu devido a alguns fatores como a falta de estabilidade da vazo do nitrognio, ocasionando variaes da vazo e o arranjo da slica no leito, havendo assim caminhos preferenciais.O tempo terico de saturao pode ento ser calculado:ts = L/uc = 20/0,037 = 539min.Devido aos erros previamente citados o valor mostrou-se excessivamente elevado. CONCLUSOAtravs dos dados coletados e analisados pde-se analisar e compreender melhor os fenmenos envolvidos nos processos adsorvitos.O estudo do equilbrio de adsoro lquido/slido no obteve resultados satisfatrios, uma vez que no foi possvel linearizar a reta. A adsoro gs/slido para que pudesse ser estudada teve deserealizar umaestimativamuitogrande, pormos resultados foramsatisfatrios. Jo processo contnuo de adsoro apresentou um tempo terico de saturao muito elevado devido aerros citados anteriormente. Porm, demaneirageral os resultados encontrados estode acordo com a teoria estudada.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS1. ABREU, C. A. M.; FILHO, N. M. L.. Adsoro. ApostiladeAula. DEQUFPE- Recife, 1999.2. McCABE, W. L.; SMITH, J. C.; HARRIOTT, P. Unit Operations of Chemical Engineering. 5 Ed. McGraw-Hill.3. PERRY, R. H.; GREEN, D. W.Perrys chemical engineers handbook. 7Ed. - McGraw-Hill USA. 4. FOX, R. .W.; McDONALD, A. T.IntroduoMecnicadosFluidos.4Ed. Revista. LTC.127. ANEXOS13Figura XXX. Diagrama PsicromtricoFonte: Tabela 01 - Equilbrio de adsoro lquido/slidoConc. Inicial Hac. (mol/L)VNaOH_Inicial (mL)n_Hac_Inicial (mol)VNaOH_Final (mL)n_Hac_Final (mol)n_HAc _adsorvido (mol)q (g_Ac./g_carvo)Conc. Ac. _Eq. (g/L) 1/q (g/g) 1/C (L/g) 1/q (g/g)0,01 9 0,000101 8,9 9,10E-05 1,00E-05 1,06E-03 0,540594059 9,39E+02 1,8498168 1,06E-030,02 9,2 0,0001894 9,05 1,74E-04 1,50E-05 1,60E-03 1,030788177 6,26E+02 0,9701314 1,60E-030,05 9,4 0,0002752 9,2 2,55E-04 2,00E-05 2,13E-03 1,501323529 4,70E+02 0,6660789 2,13E-030,1 10 0,0003712 9,4 3,11E-04 6,00E-05 6,39E-03 1,761367925 1,57E+02 0,5677406 6,39E-030,25 5 0,0004242 2,7 1,94E-04 2,30E-04 2,45E-02 0,947317073 4,08E+01 1,0556128 2,45E-020,5 10 0,0005555 5 5,55E-05 5,00E-04 5,32E-02 0,222 1,88E+01 4,5045045 5,32E-0214