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____________________________________________________________________________ Contatos: Email: [email protected] 1 ADUBAÇÃO DE PASTAGEM GESSAGEM PARTE VI Autor: Mateus Contatto Caseta Zootecnista Sócio/Diretor Contatto Consultoria Ltda Data: 04 de Setembro de 2017 Muita gente se confunde achando que o gesso tem o mesmo poder reativo do calcário, o que não é verdade. Ambos os produtos tem suas funções distintas no solo. O calcário como já vimos ele tem um poder reativo no solo, onde irá melhorar o pH, a saturação de base (V%), colocar Ca e Mg no solo, eliminar Al e Fe que são tóxicos para a planta. O gesso não apresenta essas mesmas funções. O gesso é um sulfato de cálcio di-hidratado (CaSO 4 + 2H 2 O), que é um sal neutro. Sendo assim o SO 4 - forma par iônico com o Ca 2+ e Mg 2+ proveniente do calcário, arrastando-os para profundidades maiores que 30 cm ou mais dependendo da textura do solo. Portanto, o calcário ele é pouco móvel no solo, e aplicado isoladamente em pastagem em cobertura onde não incorporamos o mesmo ele acaba entrando no solo e corrigindo uma camada muito pequena, quando usamos gesso junto com calcário o gesso acaba tendo o que chamamos de arado químico, ou seja, como ambos são jogados na superfície sem incorporação, o gesso irá arrastar o calcário para camadas mais profundas no solo, fazendo com que esse calcário tenha seu poder reativo no solo em áreas mais profundas. Para esse tipo de função nos jogamos 25% da dose do calcário na forma de gesso, imaginemos que um solo pediu 2 ton/ha de calcário iremos jogar 500 kg/ha de gesso. O ideal é que esse gesso seja jogado 60 dias após a aplicação do calcário, caso as operações da fazenda estejam atrasadas ele pode ser jogado em seguida do calcário, lembrando que o gesso para essa função de arado químico sempre deve ser aplicado após o calcário. Nas figuras a seguir, os autores Souza; Lobato; Rein (1995) nos mostraram a importância na cultura do milho com o uso de gesso, sendo que na figura da direita nos mostra a distribuição relativa de raízes do milho em um latossolo argiloso, sem e com aplicação de gesso. Já na figura da esquerda nos mostra a utilização relativa de lamina de água disponível de um latossolo argiloso, pela cultura do milho, após um veranico de 25 dias, em parcelas que teve aplicação de gesso e parcelas que não tiveram.

ADUBAÇÃO DE PASTAGEM GESSAGEM PARTE VI · Contatos: Email: [email protected] 1 ADUBAÇÃO DE PASTAGEM – GESSAGEM – PARTE VI Autor: Mateus Contatto Caseta –

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ADUBAÇÃO DE PASTAGEM – GESSAGEM – PARTE VI

Autor: Mateus Contatto Caseta – Zootecnista Sócio/Diretor Contatto Consultoria Ltda

Data: 04 de Setembro de 2017

Muita gente se confunde achando que o gesso tem o mesmo poder reativo do calcário,

o que não é verdade. Ambos os produtos tem suas funções distintas no solo. O calcário como

já vimos ele tem um poder reativo no solo, onde irá melhorar o pH, a saturação de base (V%),

colocar Ca e Mg no solo, eliminar Al e Fe que são tóxicos para a planta. O gesso não

apresenta essas mesmas funções. O gesso é um sulfato de cálcio di-hidratado (CaSO4 +

2H2O), que é um sal neutro. Sendo assim o SO4- forma par iônico com o Ca

2+ e Mg

2+

proveniente do calcário, arrastando-os para profundidades maiores que 30 cm ou mais

dependendo da textura do solo.

Portanto, o calcário ele é pouco móvel no solo, e aplicado isoladamente em pastagem

em cobertura onde não incorporamos o mesmo ele acaba entrando no solo e corrigindo uma

camada muito pequena, quando usamos gesso junto com calcário o gesso acaba tendo o que

chamamos de arado químico, ou seja, como ambos são jogados na superfície sem

incorporação, o gesso irá arrastar o calcário para camadas mais profundas no solo, fazendo

com que esse calcário tenha seu poder reativo no solo em áreas mais profundas. Para esse tipo

de função nos jogamos 25% da dose do calcário na forma de gesso, imaginemos que um solo

pediu 2 ton/ha de calcário iremos jogar 500 kg/ha de gesso. O ideal é que esse gesso seja

jogado 60 dias após a aplicação do calcário, caso as operações da fazenda estejam atrasadas

ele pode ser jogado em seguida do calcário, lembrando que o gesso para essa função de arado

químico sempre deve ser aplicado após o calcário.

Nas figuras a seguir, os autores Souza; Lobato; Rein (1995) nos mostraram a

importância na cultura do milho com o uso de gesso, sendo que na figura da direita nos

mostra a distribuição relativa de raízes do milho em um latossolo argiloso, sem e com

aplicação de gesso. Já na figura da esquerda nos mostra a utilização relativa de lamina de água

disponível de um latossolo argiloso, pela cultura do milho, após um veranico de 25 dias, em

parcelas que teve aplicação de gesso e parcelas que não tiveram.

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Também existem mais duas formas de se usar gesso agrícola, uma delas é como fonte

de enxofre (S), se o seu solo pediu uso de enxofre na recomendação, você poderá comparar o

uso do gesso com as outras fontes de S disponíveis no mercado, verificando assim qual

produto por ponto de nutriente avaliado vai estar em melhores preços, sempre fazendo a conta

levando em consideração o produto (adubo) chegando até a propriedade, lembrando que o

gesso tem 15% de S na sua composição. A outra forma de uso do gesso é fazer a gessagem

propriamente dita, onde neste caso é necessário ter analise de solo de camadas profundas 40 a

80 cm de profundidade e saber qual teor de argila dessas camadas, pois a dose de gesso será

em função da mesma.

Quase que na totalidade dos projetos que acompanhamos usamos o gesso como arado

químico, como foi falado na dose de 25% do calcário, com essa dose praticamente em 100%

dos casos o gesso acaba suprindo todo enxofre requerido na adubação.