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Plantio Direto e Adubação Verde no Cultivo Orgânico da Berinjela (Solanum melongena L.) * Cristina Maria de Castro 1 Dejair Lopes de Almeida 2 Raul de Lucena Duarte Ribeiro 3 * Trabalho realizado com apoio financeiro da FAPERJ. 1 Engenheira Agrônoma, D.Sc. em Agronomia, Ciência do Solo, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; e-mail: [email protected]; 2 Embrapa Agrobiologia, Pesquisador, Eng. Agr., Ph.D., BR 465, km 07, CEP 23851-970, Seropédica, RJ; 3 UFRuralRJ, Prof. Adjunto, Eng. Agr., Ph.D., BR 465, km 07, CEP 23851-970, Seropédica, RJ; Introdução Um dos principais desafios à expansão da agricultura orgânica consiste em se encontrar alternativas para o aporte de nutrientes, principalmente o nitrogênio, com base em insumos renováveis e localmente disponíveis. Uma técnica de valor consagrado é a adubação verde, usando leguminosas adaptadas e eficazes quanto à simbiose com estirpes de rizóbio prevalentes em cada região. Existem vários modos de adubação verde, sendo mais comum o emprego de sistemas rotacionados com as leguminosas. No entanto, o aproveitamento de nutrientes poderia ser ainda melhor em cultivos consorciados, considerando que a decomposição dos resíduos vegetais roçados é, com freqüência, muito acelerada nos trópicos. No que se refere ao manejo do solo, o sistema plantio direto vem sendo apontado como uma das formas mais sustentáveis de se praticar agricultura. O plantio direto já está bastante difundido, especialmente na produção de grãos, existindo, ao contrário, pouquíssimos dados divulgados sobre seu emprego no cultivo de olerícolas e praticamente nada quanto a sistemas orgânicos, nos quais os herbicidas não são permitidos. O objetivo deste estudo foi de avaliar a contribuição de adubos verdes na formação de palhada e no aporte de nutrientes para produção orgânica de berinjela, em sistema plantio direto, na Região Metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Material e Métodos O ensaio foi conduzido no Sistema Integrado de Produção Agroecológica (“Fazendinha Agroecológica Km 47”), em Seropédica, Baixada Fluminense. Foram comparados 12 tratamentos, no delineamento de blocos ao acaso com três repetições, em esquema fatorial 4x3. Os fatores foram os seguintes: plantio direto na palhada de crotalária (Crotalaria juncea - PD/CR), plantio direto na palhada de milheto (Pennisetum glaucum cv. BRS 1501 – PD/M), plantio direto na palhada da vegetação espontânea (pousio – PD/VE) e plantio convencional após aração e gradagem; três tipos de cultivo: berinjela “solteira” (BS), berinjela consorciada com crotalária (Crotalaria juncea – B/CR) e berinjela consorciada com caupi (Vigna unguiculata cv. Mauá –B/CA). Noventa dias após a semeadura, em sulcos distanciados de 0,30 m entre si, os pré-cultivos foram roçados juntamente com a vegetação espontânea, ocasião em que a crotalária iniciava o florescimento e o milheto já estava na fase de grão leitoso. No mesmo dia (12/04/2001), foi realizado o transplantio das mudas de berinjela (cultivar F-100), produzidas em casa-de-vegetação (bandejas de poliestireno expandido com 128 células), para o espaçamento de 1,40 x 0,70 m. A adubação de cada cova consistiu de 3 L de esterco bovino e 50 g da mistura (1:1 p/p) de farinha de ossos com cinzas de lenha. A cultura foi irrigada por aspersão e os tratos fitossanitários restringiram-se a pulverizações semanais com calda sulfocálcica (1%) e óleo de nim (0,5%). Uma semana após o transplantio, foram semeadas, nas entrelinhas da berinjela, três fileiras de crotalária ou caupi, numa densidade padronizada, respectivamente, para 30 e 15 sementes por metro linear. O solo onde foi instalado o experimento é classificado como Argissolo vermelho-amarelo, cuja análise ISSN 1517-8862 Setembro/2004 Seropédica/RJ Comunicado 67 Técnico

Adubação Verde Para Berinjela

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Plantio Direto e Adubação Verde noCultivo Orgânico da Berinjela (Solanummelongena L.)*

Cristina Maria de Castro1

Dejair Lopes de Almeida2

Raul de Lucena Duarte Ribeiro3

* Trabalho realizado com apoio financeiro da FAPERJ.1 Engenheira Agrônoma, D.Sc. em Agronomia, Ciência do Solo, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; e-mail: [email protected];2 Embrapa Agrobiologia, Pesquisador, Eng. Agr., Ph.D., BR 465, km 07, CEP 23851-970, Seropédica, RJ;3 UFRuralRJ, Prof. Adjunto, Eng. Agr., Ph.D., BR 465, km 07, CEP 23851-970, Seropédica, RJ;

IntroduçãoUm dos principais desafios à expansão da agriculturaorgânica consiste em se encontrar alternativas para o aportede nutrientes, principalmente o nitrogênio, com base eminsumos renováveis e localmente disponíveis. Uma técnicade valor consagrado é a adubação verde, usandoleguminosas adaptadas e eficazes quanto à simbiose comestirpes de rizóbio prevalentes em cada região. Existemvários modos de adubação verde, sendo mais comum oemprego de sistemas rotacionados com as leguminosas. Noentanto, o aproveitamento de nutrientes poderia ser aindamelhor em cultivos consorciados, considerando que adecomposição dos resíduos vegetais roçados é, comfreqüência, muito acelerada nos trópicos.No que se refere ao manejo do solo, o sistema plantio diretovem sendo apontado como uma das formas maissustentáveis de se praticar agricultura. O plantio direto já estábastante difundido, especialmente na produção de grãos,existindo, ao contrário, pouquíssimos dados divulgados sobreseu emprego no cultivo de olerícolas e praticamente nadaquanto a sistemas orgânicos, nos quais os herbicidas nãosão permitidos.O objetivo deste estudo foi de avaliar a contribuição deadubos verdes na formação de palhada e no aporte denutrientes para produção orgânica de berinjela, em sistemaplantio direto, na Região Metropolitana do estado do Rio deJaneiro.

Material e MétodosO ensaio foi conduzido no Sistema Integrado de ProduçãoAgroecológica (“Fazendinha Agroecológica Km 47”), emSeropédica, Baixada Fluminense. Foram comparados 12tratamentos, no delineamento de blocos ao acaso com trêsrepetições, em esquema fatorial 4x3. Os fatores foram osseguintes: plantio direto na palhada de crotalária (Crotalariajuncea - PD/CR), plantio direto na palhada de milheto(Pennisetum glaucum cv. BRS 1501 – PD/M), plantio diretona palhada da vegetação espontânea (pousio – PD/VE) eplantio convencional após aração e gradagem; três tipos decultivo: berinjela “solteira” (BS), berinjela consorciada comcrotalária (Crotalaria juncea – B/CR) e berinjela consorciadacom caupi (Vigna unguiculata cv. Mauá –B/CA).Noventa dias após a semeadura, em sulcos distanciados de0,30 m entre si, os pré-cultivos foram roçados juntamentecom a vegetação espontânea, ocasião em que a crotaláriainiciava o florescimento e o milheto já estava na fase de grãoleitoso. No mesmo dia (12/04/2001), foi realizado otransplantio das mudas de berinjela (cultivar F-100),produzidas em casa-de-vegetação (bandejas de poliestirenoexpandido com 128 células), para o espaçamento de 1,40 x0,70 m. A adubação de cada cova consistiu de 3 L de estercobovino e 50 g da mistura (1:1 p/p) de farinha de ossos comcinzas de lenha. A cultura foi irrigada por aspersão e os tratosfitossanitários restringiram-se a pulverizações semanais comcalda sulfocálcica (1%) e óleo de nim (0,5%). Uma semanaapós o transplantio, foram semeadas, nas entrelinhas daberinjela, três fileiras de crotalária ou caupi, numa densidadepadronizada, respectivamente, para 30 e 15 sementes pormetro linear. O solo onde foi instalado o experimento éclassificado como Argissolo vermelho-amarelo, cuja análise

ISSN 1517-8862Setembro/2004Seropédica/RJ

Comunicado 67Técnico

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revelou os seguintes valores: pH (água): 6,3; em cmolc dm-3 -Al: 0,0; Ca+Mg: 4,8; Ca: 3,3; Mg: 1,6; em mg dm-3 - P: 69,0;K: 95,0.A partir do corte dos pré-cultivos e da vegetação espontânea,foi monitorada a temperatura do solo a 5 cm de profundidade,duas vezes por semana, às 13:00 h.Foram realizadas três avaliações da população de ervasespontâneas: com 28 e 41 dias após semeadura das plantasde cobertura (DAS) e com 51 dias após o respectivo corte(DAC) por meio de roçadeira costal. Foram utilizadasmolduras de 0,25 x 0,25 m, distribuídas ao acaso em trêspontos de cada parcela, contando-se as espécies presentes,segundo metodologia descrita por Almeida et al. (1993).O corte das leguminosas consorciadas foi efetuado rente aosolo, sendo toda a biomassa disposta junto às linhas deberinjela. Este corte foi procedido quando a crotaláriaatravessava plena floração e o caupi completava seu períodovegetativo (Fig. 1). Amostras de plantas de crotalária e caupiforam transferidas para estufa a 65ºC, para determinação debiomassa seca e análise de nutrientes (Silva, 1999).

Figura 1. Consórcio de berinjela com crotalária ou caupi imediatamente antes docorte das leguminosas.

A produtividade da berinjela foi avaliada por meio de 18colheitas semanais, considerando-se apenas os frutos depadrão comercial.

Resultados e DiscussãoApós o tombamento das plantas dos pré-cultivos e davegetação espontânea (pousio), avaliaram-se os aportes debiomassa seca referentes às palhadas, os quais somaram:6,4; 7,7; e 4,5 t.ha-1, respectivamente, para milheto, crotaláriae vegetação espontânea (Tabela 1). Tanto a crotalária comoo milheto forneceram acima de 6 t.ha-1 de matéria seca, oque, segundo diversos autores (Denardin & Kochhann, 1993;Alvarenga et al., 2001), representa quantidade capaz de

assegurar uma adequada taxa de cobertura do solo para osistema plantio direto.Analisando os valores em macronutrientes disponibilizadospara a cultura subseqüente de berinjela, a crotalária superouo milheto quanto a cálcio, magnésio e nitrogênio, porém nãodiferiu da vegetação espontânea.Tabela 1. Biomassa seca e teor em nutrientes das palhadasde crotalária (Crotalaria juncea), milheto (Pennisetumglaucum) e vegetação espontânea, após o corte para plantiodireto de berinjela.

Teor de nutrientesCa Mg P K NTratamento

Biomassaseca

(t.ha –1) ---------------g. kg-1--------------- ----%---Milheto 6,40* a 10,13 a 3,77 b 3,08 a 13,00 a 1,15 bCrotalária 7,69 a 28,13 b 6,17 a 3,01 a 14,67 a 3,35 aVeg. espont. 4,51 ab 25,10 b 4,67 a 2,83 a 15,67 a 3,51 aCV(%) 26,8 5,72 9,14 16,22 24,30 4,15* Os valores representam médias de três repetições; médias seguidas da mesmaletra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

No caso específico do nitrogênio, o aporte relativo àleguminosa foi 191% maior que o do milheto. A intensaocorrência da leguminosa nativa Indigofera hirsuta (anileira)nas parcelas em pousio, resultou em valores mais próximosaos da crotalária ou mesmo mais elevados, como no caso donitrogênio.A Figura 2 ilustra os efeitos das plantas de cobertura sobre apopulação de ervas espontâneas. Na primeira contagem (28DAS), não houve influência dos tratamentos. No entanto, com41 DAS, a crotalária já apresentava maior capacidade derestringir o estabelecimento das espécies espontâneas. Esseefeito supressivo de C. juncea tem sido constatado sobvariadas condições (Duke, 1981; Calegari et al., 1992).Quando a população de espontâneas foi avaliada com 51DAC (3ª contagem), verificaram-se diferenças significativasentre os três tratamentos.

Figura 2. População de ervas espontâneas em parcelas cultivadas com milheto,crotalária ou mantidas em pousio, correspondendo a três épocas de avaliação.(DAS= dias após semeadura; DAC= dias após o corte com roçadeira costal).

*Colunas encimadas por letras iguais representam valores que não diferem entre sipelo teste de Tukey (p<0,05).

bab a*

cba

aa

a

0100200300400500600700800900

1000

28 DAS 41 DAS 51 DAC

época de avaliação

núm

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duos

/m2 P.glaucum (milheto)

C. juncea (crotalária)Vegetação espontânea(pousio)

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Ficou, assim, demonstrado o potencial de controle davegetação espontânea por parte dos pré-cultivos de milheto ecrotalária, com superioridade da leguminosa.As leituras semanais acusaram uma diminuição datemperatura do solo de até 3,0ºC, nas parcelas comcobertura morta, em comparação ao solo descoberto (Fig. 3).

Figura 3. Temperatura do solo a 5 cm de profundidade sob as palhadas roçadas demilheto, crotalária e vegetação espontânea, em comparação ao preparo

convencional (aração/gradagem).

A partir da quarta semana de avaliação, as temperaturas seaproximaram, situando-se em 29-30ºC, mesmo nas parcelascorrespondentes ao solo descoberto. Isto se deve aocrescimento da berinjela, proporcionando sombreamentoparcial e reduzindo a evaporação. Ressalte-se, porconseguinte, a importância da presença de cobertura mortano estádio inicial de desenvolvimento da cultura, quando osolo encontrava-se diretamente exposto à insolação.Não houve diferença significativa quanto à biomassa secaproduzida pelo caupi e pela crotalária em consórcio com aberinjela (Tabela 2). O teor de potássio foi mais alto no caupido que na crotalária. O aporte de nitrogênio ao sistemaconsorciado foi da ordem de 50 e 90 kg N.ha-1,respectivamente, para crotalária e caupi. Embora o caupitenha fornecido biomassa para o sistema equivalente àcrotalária, pode acarretar problemas pelo fato de sofrerataque de “vaquinhas” (Diabrotica speciosa e Cerotomaarcuata) que também praguejam a berinjela.Os consórcios, quando combinados com o plantio direto deberinjela, dificultaram o manejo do sistema, sobretudo comreferência à semeadura e ao estande final das leguminosas.Tabela 2. Biomassa seca e teor em nutrientes nas palhadasde leguminosas em consórcio com a berinjela, imediatamenteapós os respectivos cortes.

Teor de nutrientesN Ca Mg P KLeguminosa

Biomassaseca

(t ha-1) ----%---- ------g kg-1-------Crotalária (C.juncea) 1,67* a 3,0 b 13,65a 5,33a 3,84a 11,98b

Caupi (V.unguiculata) 2,34 a 3,87 a 17,27a 4,50a 4,37a 21,46a

CV (%) 10,41 6,23 8,47 5,49 4,91 7,52* Os valores representam médias de três repetições; médias seguidas da mesmaletra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

A altura média das plantas das leguminosas consorciadas, nodia do corte, foi de 1,36 m e de 0,59 m, respectivamente,para crotalária e caupi,. O porte mais alto da crotaláriadificultou inicialmente a emissão de botões florais pelaberinjela, o que não ocorreu no consórcio com o caupi.Porém, como o tempo de permanência dos consórcios foicurto, quando comparado ao período de colheita, não chegoua haver influência na produtividade da berinjela.No sistema plantio direto nas palhadas da vegetaçãoespontânea ou de crotalária, a produtividade da berinjelaaproximou-se respectivamente de 27 t ha-1 e de 24 t ha-1

(Tabela 3). Esses valores se situam em torno da médianacional, estimada em 25 t ha-1 (Ribeiro et al., 1998). Tendoem vista que não foram efetuadas adubações suplementarescom “cama” de aviário, prática comum no cultivo dessahortaliça no Brasil, mesmo sob manejo convencional, aprodutividade pode ser considerada satisfatória. É importanteenfatizar que o desempenho da olerícola no plantio direto nãofoi estatisticamente inferior à do sistema convencional,observando-se, mesmo, uma tendência do sistema plantiodireto em favorecer a produção de frutos pela berinjela.Levando em conta os aspectos positivos e plenamentereconhecidos deste sistema de plantio, com referência aoaporte de matéria orgânica, controle da erosão, estímulo àbiota e conseqüente construção da fertilidade do solo(Derpsch & Calegari, 1992; Sá, 1993; Seguy et al., 1997;Embrapa, 2003), é lícito supor que, no médio e longo prazos,benefícios ao agroecossistema seriam intensificadosmediante seu emprego continuado.Tabela 3. Produtividade da berinjela sob manejo orgânico, emmonocultivo e consorciada com leguminosas (Crotalariajuncea ou Vigna unguiculata), a partir de plantio direto oupreparo convencional do solo.

Frutos comercializáveis(t ha-1)Tratamento BS(*) B/CR B/CA MédiaPlantio convencional(aração/gradagem) 20,43(**) 16,74 18,11 18,43

Plantio diretoPD/VE 26,88 21,58 18,89 22,45PD/C 23,48 22,65 19,49 21,87PD/M 15,21 22,19 23,93 20,44Média 21,5 20,79 20,11 -CV (%) 31,07 (*) BS = berinjela “solteira”; B/CR = berinjela consorciada com crotalária; B/CA =berinjela consorciada com caupi; PD/VE = plantio direto na palhada da vegetaçãoespontânea; PD/C = plantio direto na palhada de crotalária; PD/M = plantio direto napalhada de milheto. (**) Os valores representam médias de três repetições; as médiasnão diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

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2728

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12/a

br

18/a

br

23/a

br

26/a

br

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04/m

ai

07/m

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milheto crotalariaveg. Espont convencionaltemp. atmosférica

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Conclusões♦ O manejo orgânico é capaz de proporcionar

produtividade de berinjela comparável a de sistemasconvencionais de cultivo, com base na média nacionaldivulgada;

♦ o sistema plantio direto de berinjela mostra-se promissor,não diferindo do sistema convencional (solo arado egradeado), com referência à produtividade da hortaliça;

♦ o desempenho produtivo da berinjela cultivada naspalhadas roçadas de crotalária ou de milheto não sediferencia do plantio direto na palhada da vegetaçãoespontânea; esta, caracterizada pela ocorrênciaexpressiva da leguminosa nativa Indigofera hirsuta(anileira);

♦ para o plantio direto da berinjela, a palhada de crotaláriademonstra ser mais eficiente que a do milheto e que a dopousio, quanto à cobertura do solo e conseqüentecontrole da reinfestação pelas ervas espontâneas;

♦ consórcios de berinjela com crotalária ou caupi, para finsde adubação verde, não acarretam queda deprodutividade da hortaliça em comparação aomonocultivo, mas impõem dificuldades de manejoquando associados ao plantio direto.

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ComunicadoTécnico, 67

Exemplares desta publicação podem seradquiridos na:

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1ª impressão (2004): 50 exemplares

Comitê depublicações

Expediente

Eduardo F. C. Campello (Presidente)José Guilherme Marinho GuerraMaria Cristina Prata NevesVerônica Massena ReisRobert Michael BoddeyMaria Elizabeth Fernandes CorreiaDorimar dos Santos Felix (Bibliotecária)

Revisor e/ou ad hoc: Segundo UrquiagaNormalização Bibliográfica: Dorimar dosSantos FélixEditoração eletrônica: Marta MariaGonçalves Bahia