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ADUNESP FORMA in Seção Sindical do Andes - Sindicato Nacional Jornal da Associação dos Docentes da Unesp - Seção Sindical do Andes - Nº 36 - Julho 2003 Nova direção toma posse na Adunesp Confira quem são os companheiros que dirigirão a entidade no triênio 2003/2005 e a íntegra da carta programa apresentada na campanha eleitoral Página 3 Sindicato organiza “chapão” aos órgãos colegiados Página 2 Todo apoio à luta dos estudantes Página 2 Não à retirada de direitos! Não à privatização da previdência pública! Fórum das Seis convoca greve nas universidades para 11 de agosto Confira todas as informações sobre a reforma da Previdência nas páginas 4 a 8 Acima, o dia da deflagração da greve dos servidores federais, em 8/7. Ao lado, cenas da truculência policial contra os servidores, durante a votação na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, em 23/7 O Estado de S. Paulo O Estado de S. Paulo Site Andes Parecer foi aprovado na Comissão sob repressão policial Integralidade e paridade do relatório escondem armadilhas e retrocessos Comando Unificado antecipa marcha a Brasília para 6/8 Confisco de 5% em São Paulo já vale em setembro Greve forte do funcionalismo encosta governo na parede Parecer foi aprovado na Comissão sob repressão policial Integralidade e paridade do relatório escondem armadilhas e retrocessos Comando Unificado antecipa marcha a Brasília para 6/8 Confisco de 5% em São Paulo já vale em setembro Greve forte do funcionalismo encosta governo na parede Fórum das Seis convoca greve nas universidades para 11 de agosto

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ADUNESP FORMAin Seção Sindical do Andes - Sindicato Nacional

Jornal da Associação dos Docentes da Unesp - Seção Sindical do Andes - Nº 36 - Julho 2003

Nova direçãotoma posse naAdunespConfira quem são os companheiros quedirigirão a entidade no triênio2003/2005 e a íntegra da carta programaapresentada na campanha eleitoral

Página 3

Sindicatoorganiza“chapão” aosórgãos colegiadosPágina 2

Todo apoio à lutados estudantesPágina 2

Não à retirada de direitos!Não à privatização da previdência pública!

Fórum das Seis convocagreve nas universidades

para 11 de agostoConfira todas as informações sobre a reforma da

Previdência nas páginas 4 a 8

Acima, o dia da deflagração da greve dos servidoresfederais, em 8/7. Ao lado, cenas da truculência policialcontra os servidores, durante a votação na Comissão

Especial da Câmara dos Deputados, em 23/7

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Fórum das Seis convocagreve nas universidades

para 11 de agosto

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IV Congresso da Adunesp serárealizado de 5 a 7 de setembro

"DESAFIOS DO MOVIMENTO SINDICAL DOCENTE HOJE"

A última plenária ampliada daAdunesp, realizada no dia 9 de julho,decidiu adiar a realização do IV Congres-so da entidade, anteriormente marcadopara os dias 31/7 a 3/8. O local– campus de Bauru – foi mantido, mas adata passou para 5 a 7 de setembro.

Com o tema “Desafios do movi-mento sindical docente hoje”, o Con-gresso será um importante momentode avaliação da entidade no últimoperíodo e de definição de um plano de

lutas para o próximo. Instância máximade discussão e deliberação da Adunesp,será a oportunidade para se debaterdesde a conjuntura política maisampla, até as questões específicas dacategoria.

De acordo com o regimento geral daAdunesp, os delegados deverão sereleitos na proporção de um por 50 sóciosou fração, assegurando-se o mínimo dedois por unidade. Nas assembléias, sópoderão votar e ser votados os sócios do

Sindicato. Além dos delegados, tambémpoderão participar (com direito a voz)sócios inscritos como observadores econvidados dos organizadores.

Novo calendárioO novo cronograma do Congresso

será discutido e aprovado na plenáriaampliada que a Adunesp realiza no dia31 de julho, em São Paulo. Fique atentoà divulgação.

As eleições para os órgãos colegiados da Unespestão se aproximando. Para os docentes, a escolha derepresentantes que venham ao encontro dos anseiosda categoria e dos interesses do ensino público édecisiva. É nos órgãos colegiados centrais que seconcentra o debate sobre grande parte das propostasque definem o perfil da instituição. Portanto, énecessário que a categoria tenha um conjunto derepresentantes que não só apresente e defenda suaspropostas, mas que também atue como um tribunode denúncia de tudo o que for lesivo à Universidade eaos trabalhadores.

ELEIÇÕES NOS ÓRGÃOS COLEGIADOS

Adunesp inicia o debate para a formação do “chapão”A importância de uma representação

combativa e coesa nos órgãos colegiados leva aAdunesp, mais uma vez, a organizar uma chapa decandidatos, surgidos a partir do debate nas regio-nais. Trata-se do “chapão” da Adunesp, como jáficou conhecido.

Uma primeira reunião ampliada, que con-tou com a presença de companheiros de váriasunidades, já aconteceu no dia 9 de julho paradiscutir o assunto. Um novo encontro está pre-visto para o dia 31.

Mais informações nas próximas edições.

No pri-meiro semes-tre, a lutaestudantil tevea moradia comouma de suasprincipaisbandeiras naUnesp. Houveocupação noscampi de Baurue PresidentePrudente. EmBauru, cerca de60 estudantes

ocuparam uma sala deaula (fotos). Em Presiden-te Prudente, mais de 70alunos tomaram asdependências da direto-ria da faculdade.

Apesar de ser o maiorda Universidade, ocampus de Bauru é o

mais precário em assistência estudantil.

Adunesp apóia luta dos estudantes por moradiaAlém da falta de moradia, a unidadetambém não conta com restauranteuniversitário ou assistência médica.

Fruto de outra ocupação, o campusde Prudente já possui um bloco demoradia construído, mas que é insufici-ente para suprir a alta demanda do local.“Estas medidas, oferecidas pelas demaisuniversidades públicas paulistas, sãodireitos estudantis, que visam a garantiro acesso e a permanência do estudantede baixa renda na instituição”, avaliaValério Paiva, de Bauru, membro do DCEHelenira Rezende. “Tais direitos nãoestão sendo contemplados pela Unesp,muito menos na atual gestão do reitorJosé Carlos de Souza Trindade, preocupa-do apenas na expansão de vagas e criaçãode novos campi, todos sem nenhumaestrutura de assistência estudantil”,critica o estudante.

Reunião com o Cruespnão teve avanços

No dia 10 de junho, aconteceu

uma reunião entre o Fórum das Seis e oConselho de Reitores (Cruesp) que tevecomo um de seus pontos de pauta aassistência estudantil. Além dos sindi-catos de docentes e servidores, estavampresentes os DCE’s da USP, Unicamp eUnesp/Fatec. Os representantes doFórum defenderam a necessidade deacabar com o atual déficit no atendi-mento (moradia, restaurantes etc) e quetais tópicos estejam programados nosprojetos de expansão de vagas nasuniversidades. Os representantesestudantis também fizeram uma exposi-ção dos problemas concretos que estãoenfrentando em cada instituição.

Procurando destacar os investi-mentos que vêm sendo feitos, os reito-res informaram que esta não é umaquestão para ser tratada no âmbito doCruesp, mas sim em cada universidade.O Fórum insistiu que, assim como ossalários, também deveria haver umapolítica comum para a assistênciaestudantil.

Jornal daAssociação dos

Docentes daUnesp -

Adunesp SeçãoSindical.

Diretoria: Antônio Luís deAndrade (presidente), Ana

Maria Ramos Estêvão(secretária-geral), Marcelo

Batista Hott (vice-secretário), Alonso Bezerra

de Carvalho (tesoureiro-geral), Rubens Pereira dosSantos (vice-tesoureiro).

Praça da Sé, 108, 3º andar,SP. Fones (11) 3242-7080.

Home page:www.adunesp.org.br

E-mail:[email protected]

Jorn. resp.: Bahiji Haje

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ADUNESP

Chapa eleita toma posse no dia 31/7e apresenta suas propostas de lutas

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Quem são os novosdiretores da Adunesp

PresidenteMILTON VIEIRA DO PRADO JÚNIOR

(FC/Bauru)

Vice-presidenteSUELI GUADELUPE DE LIMA MENDONÇA

(FFC/Marília)

Secretário-geralRUBENS PEREIRA DOS SANTOS

(FCL/Assis)

Vice-secretáriaMARIA APARECIDA SEGATTO MURANAKA

(IB/Rio Claro)

Tesoureiro-geralOSVALDO GRADELLA JUNIOR

(FC/Bauru)

Vice-tesoureiroMARCELO BATISTA HOTT

(FEG/Guaratinguetá)

Nos dias 24 a 26 de junho, aAdunesp passou por eleições. A chapa“Democracia e Luta”, única a concor-rer no pleito, foi eleita com 491 dos533 votos apurados (houve 31 brancose 11 nulos). Os companheiros eleitos(veja quadro) dirigirão a entidade notriênio 2003/2005 e terão tarefasimportantes pela frente. Eles assu-mem a Adunesp num momento políti-co complexo, em que um governoeleito sobre a confiança da maioria dapopulação repete fórmulas amplamen-te repudiadas nos últimos anos. Areforma da Previdência, a primeira deuma série de compromissos firmadospelo governo Lula com o FMI e osbancos estrangeiros, deixa o funciona-lismo público perplexo e indignado. Areação, que começa com a greveiniciada pelos servidores federais nodia 8 de julho, é o mais importantemovimento de oposição ao novo gover-no até o momento.

Para nós, da Unesp, essa reali-dade é muito próxima. O arrochosalarial e as condições cada vez mais

precárias de trabalho desestimulam acarreira e dão munição para que aconcorrência privada atraia os bonsprofissionais. Somado à política denão contratação, esse quadro leva aum déficit crescente de professores etécnico-administrativos qualificados.Agora, com a possível reforma econfisco de direitos consagrados, asituação tende a se agravar.

Mas, não é só: a atual Reitoria,aliás, a exemplo do que ocorre emmuitas das instituições públicas deensino superior, tem se revelado umelemento de confiança do governo do

Estado e dos organismos financeirosdo neoliberalismo, como o BancoMundial, o FMI, o Bird. Exemplo dissotem sido a açodada e irresponsávelpolítica de expansão de cursos eunidades, contratações em regimeparcial, arrocho salarial, atropelo àdemocracia interna etc etc.

Em resumo: temos muita lutapela frente. Para a nova diretoria daAdunesp, o desafio é manter a entidadena linha de frente da defesa do ensinopúblico, gratuito e de qualidade, bemcomo dos direitos da categoria. Abaixo,a carta programa da chapa eleita.

A carta programa da chapa eleita

A chapa “Democracia e Luta”, eleita para a gestão 2003/2005 à frente da Adunesp,apresentou à categoria, durante o processo eleitoral, a sua carta programa. Nela,a chapa faz uma análise da situação política geral e dentro da Unesp, concluindo

com suas propostas de luta. A seguir, a íntegra:

“Estamos em um ano de mudanças. No nível federal, temos a posse do novo presidente, eleito pelamaioria esmagadora da população brasileira, que confiou em um conjunto de propostas de mudanças sócio-político-econômicas do país. Porém, algumas iniciativas do governo nestes cinco meses de mandato – projetode reforma da Previdência, reforma política e a manutenção de alguns acordos do governo FHC – colocam emalerta os trabalhadores e em risco a sua credibilidade.

E, o que é pior, este governo elege o funcionalismo público como o grande vilão dos problemas sociais.São estes os “privilegiados” que impedem a implantação das políticas sociais, fome zero, criação de empregos,reforma agrária. Portanto, estes são os eleitos para, mais uma vez, pagar a conta.

Para complicar ainda mais este contexto, no Estado de São Paulo o Sr. Geraldo Alckmin é reeleito coma lógica da continuidade, visto que assumiu no meio do mandato e necessita de tempo para governar com a suamarca. Marca essa que tem algumas metas: combater a violência, criação de mais presídios, investimento naeducação. Nós, da Unesp, sabemos o peso dessa marca; o acordo estava feito antes da eleição e, comcerteza, nossos dirigentes trabalharam fortemente para conseguir este “sucesso”.

A aprovação de oito cursos novos, que não haviam passado pela tramitação regular dos órgãoscolegiados de nossa Universidade, em unidades diferenciadas, que não existiam estatutariamente – apro-vadas em um ritmo acelerado e de forma tumultuada, sem amplo debate com a comunidade unespiana – foiutilizada de forma eficiente na propaganda eleitoral. Logicamente, não somos contra a ampliação do ensinopúblico gratuito e de qualidade, porém, a liberação financeira do governo para a Unesp, visando a consolidaressa ampliação, vem sendo executada extra cota aos recursos da Universidade, como verba suplementarespecífica para ampliação de vagas. Ou seja, trata-se de uma verba além da cota parte do ICMS destinada àUnesp e sem garantias de incorporação no percentual que lhe é destinado.

Este ano, paralelamente à posse da nova diretoria da Adunesp S. Sind., estarão entrando em atividadeos oito campi, além da ampliação de cursos nos campi existentes. Sem dúvida nenhuma, os problemaselencados pela Adunesp, que se posicionou contrária a essa política imediatista e clientelística de expansão,começarão a se concretizar. Aliado a esse fato, as mudanças no quadro de docentes e funcionários quepoderão ocorrer devido à reforma da Previdência, o encaminhamento dos concursos do Edunesp, a volta dadiscussão da interiorização da Reitoria e o início da sucessão da mesma fecham um quadro que vai necessitarde uma atuação firme e precisa do Sindicato, como instrumento de organização da categoria, espaço deinformação e de debate, em defesa de nossos direitos e da universidade pública, gratuita, democrática e dequalidade.

Nesse contexto, a atual chapa pretende atuar de forma transparente e com o objetivo de ampliar a basedo Sindicato, com uma intervenção forte e clara, visando a manutenção da Unesp como uma das melhoresuniversidades do Brasil, a partir de ações democráticas e com muita luta.

Princípios e compromissos1. Compromisso com a universidade pública, gratuita democrática e de qualidade;

2. Independência político-partidária;3. Independência em relação à Reitoria da Unesp;

4. Compromisso com um sindicato classista, contra o corporativismo;5. Fortalecimento das subseções sindicais: organização e ampliação da base do Sindicato.

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REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Deflagrada no dia 8 de julho, a fortegreve do funcionalismo federal constitui-se,sem sombra de dúvida, no maior movimento deoposição organizada contra a política pró-

imperialista do governo Lula até omomento. A paralisação, que atingecerca de 55% da categoria em todoo país (mais de 400 mil trabalhado-res), abriu uma crise no governo eobrigou-o a ensaiar alguns recuos,promovendo alterações na propos-ta original da PEC 40/03 e prome-tendo esforços para incluir nosistema previdenciário os mais de40 milhões de informais excluí-dos.

A imprensa atacou o recuoe os governadores – neo-aliados do PT – também nãogostaram. No entanto, asalterações estão longe decontemplar as reivindicaçõesdo funcionalismo e, na maioriados casos, escondem armadi-

lhas e retrocessos em relação aotexto inicial da PEC. O parecer do relator dareforma na Comissão Especial da Câmara,deputado José Pimentel (PT/CE), aprovado nodia 23/7 sob forte aparato policial (veja matériaao lado) incorporou as mudanças. As princi-pais foram a manutenção da aposentadoriaintegral para os atuais servidores, bem comoda paridade entre ativos e inativos. Mas acoisa não é bem assim. Para ter direito àaposentadoria integral, o atual servidor teráque combinar uma série de exigências que ofarão trabalhar, na maior parte dos casos, pormuitos anos extras: a idade mínima de 60 e55 anos (respectivamente, homens e mulhe-

Governo recua frente a uma das maioresgreves já feitas pelo funcionalismofederal, mas alterações escondem

armadilhas e retrocessosTexto aprovado na Comissão Especial, ao contrário do

que propagandeia o governo, não garante a integralidadenem a paridade da aposentadoria dos atuais servidores

res), tempo de contribuição de 35 e 30 anos,20 anos de serviço público e 10 no cargo.

Em relação à paridade, a armadilha éevidente. Os critérios seriam definidos em“lei complementar”, ou seja, não se sabe oque pode acontecer. Para a professora daUFRJ Sara Granemann, que desenvolve tesede doutorado sobre o tema “AcumulaçãoCapitalista e Previdência Complementar” ecompõe o Grupo de Trabalho sobreSeguridade Social do Andes-SN, o pareceraprovado na Comissão Especial, na realidade,quebra a paridade entre ativos e aposenta-dos. Em entrevista à Associação dos Docen-tes da UFBa (Apub), ela lembra que não estámais posto que o recebimento dos aposenta-dos ocorrerá a partir de toda a remuneração,benefícios e atividades dos servidores daativa. “É essa frase que está na Constituiçãohoje que garante a paridade”, diz ela. “A PECe o substitutivo do relator só falam quehaverá reajustamento do benefício parapreservar o valor real. Trabalham, ainda, coma lógica de que o reajuste salarial se tornagratificação e as gratificações não são jamaisincorporadas ao vencimento básico. Portanto,quando eles falam em paridade entre ativos eaposentados, provavelmente estão falando sóno vencimento básico, que, na maioria doscasos, não passa de um quarto ou de umterço do salário dos servidores públicos. Ficapior no substitutivo do relator”, conclui.

O próprio governo concorda que aparidade é uma farsa. “O governo cedeupoliticamente na paridade, mas na prática,não”, disse o presidente do PT, JoséGenoino, ao jornal O Estado de S. Paulo (23/7/2003). Ele reconhece que “a redação dadapelo relator, o deputado José Pimentel, à

questão da paridade, reme-tendo seu detalhamento parauma lei ordinária, foi feitapara limitar a concessão dobenefício”.

Crescimento da greveé decisivo

O desenlace da crise dogoverno, que tenta aprovar areforma a toque de caixa, paraabafar os impactos da greve,tem relação direta com oscaminhos que tomará amobilização do funcionalismodaqui para a frente.

O governo teme serforçado a um recuo maior, quevenha a interferir maisamplamente na situaçãopolítica do próximo período.Os acordos firmados com oFMI dependem do sucessodas três principais reformas(previdenciária, tributária etrabalhista), além da conti-nuidade do superávit primáriode 4,25% do PIB (que garanteo pagamento dos juros dadívida pública aos banquei-ros). Lula, Palocci, Dirceu ecia. sabem que a greve dofuncionalismo pode deixar ogoverno à mercê da retomadada mobilização em outrascategorias, submetidas aoarrocho salarial, e no conjun-to da população, pressionadapor um desemprego que passados 20%.

Diante desse quadro, agreve dos servidores federaisé decisiva. Trata-se, até omomento, do mais importantemovimento de oposição àpolítica pró-imperialista dogoverno Lula. Se conseguir oapoio do funcionalismo nosestados e municípios, ahistória da reforma podetomar outro curso.

Adunesp mantém site para consultasA Adunesp criou um Grupo de Trabalho (GT) sobre Seguridade Social, responsável pela edição de um boletim eletrônico regular. Se você quer

esclarecimentos gerais ou específicos, por parte da assessoria jurídica do Sindicato, mande um e-mail para:[email protected]

Também poderão ser enviadas mensagens aos parlamentares:[email protected] - [email protected] - [email protected]

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Atropelando todos oscalendários acordados, ogoverno conseguiu aprovar, nodia 23 de julho, na ComissãoEspecial da Câmara, o parecerdo relator José Pimentel. Otexto incorpora as mudançasanunciadas pelo governo apóso início da greve do funciona-lismo, mas que se constituem,em sua maior parte, numagrande falácia, como mostramtextos nesta edição.

Com a aprovação naComissão, a Proposta de Emen-da Constitucional (PEC) 40/03já pode ser votada no plenárioda Câmara, o que pode aconte-cer no início de agosto, em primeiro turno.

A votação na Comissão aconteceu sob um climapesadíssimo. Centenas de servidores tentavam se manifes-tar, democraticamente, mas foram impedidos pela bancada

governista. Opresidente daCâmara, depu-tado João PauloCunha (PT),chamou apolícia parareprimir osmanifestantes.Os servidoresEvaristoLuciano Rosa eRogério Mazola,da UnB e diretorda Fasubra(federação dasassociações deservidores dasuniversidades),foram espanca-dos e mantidossob cárcereprivado noprédio.

A truculênciada base gover-

Parecer do relator foi aprovado sobforte repressão policial

Servidores que protestavam foram agredidos dentro da Câmara Federal

nista deu lugar a situações irônicas.Os rotos falaram dos rasgados, como dizo provérbio popular. Parlamentaresconhecidos por seu passado hostil aostrabalhadores não pouparam críticas aogoverno. Eles acusaram o PT de terrompido com suas históricas causasdemocráticas e ter aderido ao “fascis-mo” (Valor Econômico, 24/7/2003). “Nós,do PT, não admitimos que qualqueresbulho que apoiou a ditadura venhanos dar lições de democracia. Nãoadmitimos que aqueles que fraudaramo painel venham dizer que essa Casaserá maculada por uma ordem que nãofoi dada pelo PT”, protestou, indignado,o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP),rebatendo declarações dos deputados

Jair Bolsonaro (PDT-RJ), José Roberto Arruda (PFL-DF) eOnix Lorenzzoni (PFL-RS).

Moção de repúdio

A CNESF - Coordenação Nacional de Entidades dos ServidoresPúblicos e o CNUG - Comando Nacional Unificado de Greve elabora-ram uma nota à imprensa, na qual repudiam os fatos ocorridos no dia23. Veja a íntegra:

Os servidores públicos federais, em greve desde o dia 8contra a reforma da Previdência contida na PEC 40, foram surpreendi-dos nesta quarta-feira pela truculência da polícia militar que, juntamentecom a segurança da Casa, cercou a Câmara dos Deputados, impedin-do o acesso do povo aos deputados que, enclausurados, votavamatropeladamente o referido projeto. Convocados pelo presidente da Câmara, deputado João PauloCunha, soldados do Batalhão de Operações Especiais reprimiramviolentamente manifestação dos servidores que, impedidos de entrarnum prédio público, curiosamente chamado de “casa do povo”, seconcentravam na porta do Anexo II. Os servidores Evaristo Luciano Rosae Rogério Mazola, da UnB, diretor da Fasubra, foram agredidos earrastados por soldados para dentro do prédio. Rogério foi levado parauma sala de detenção no subsolo do anexo II, de onde só conseguiusair depois de localizado por deputados, que o encaminharam aoserviço médico da Câmara para tratar dos ferimentos causados peloselvagem espancamento. Policiais militares circulavam durante todo odia dentro das instalações da Câmara, extrapolando sua competêncialegal e promovendo repressão gratuita e violenta a servidores públicosque só tentavam exercer seu direito de livre manifestação. O Comando Nacional Unificado de Greve dos Servidores PúblicosFederais (CNUG) repudia a truculência utilizada neste episódio com ointuito de aprovar apressadamente, sem discussão com a sociedade,um projeto nefasto aos interesses nacionais e dos trabalhadoresbrasileiros. A violência da repressão hoje vivenciada pelos servidoresnas dependências do Congresso Nacional lembrou a forma com queeram tratadas as manifestações populares nos tempos da ditaduramilitar. Da mesma forma, causou estranheza a todos o fato de que,desta vez, tais medidas foram ordenadas por quem até há bem poucotempo cerrava trincheiras com os trabalhadores contra todo o tipo derepressão. Os fatos ocorridos e os métodos empregados, ao contrário dedesestimular os servidores, reforçaram a certeza de que nossa luta éjusta, árdua e que estamos no caminho da vitória.

Abaixo a repressão! Pelo restabelecimento da democracia! Brasília, 23 de julho de 2003.

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REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Entenda as modificações feitas pelogoverno na PEC 40

O Departamento Intersindical deAssessoria Parlamentar (Diap) elaborouuma análise das modificações feitas pelogoverno na proposta original da PEC 40/03. Todas essas alterações foram incor-poradas ao parecer do relator da reformana Comissão Especial da Câmara, depu-tado José Pimentel (PT). O parecer dePimentel foi aprovado na íntegra no dia23/7, debaixo de forte aparato policialpara conter as manifestações dos servi-dores (veja matéria na página anterior). Opróximo passo é a sua votação no plená-rio da Câmara, o que pode acontecer, emprimeiro turno, ainda no início de agosto.

O parecer, que conclui por umsubstitutivo, promove algumas modifica-ções no texto original da PEC 40/03, masainda é extremamente maléfico ao

funcionalismo público.

As principais medidasO substitutivo, em resumo, prevê

as seguintes regras: - Que a aposentadoria dos futurosservidores será, no máximo, deR$ 2.400,00;- O fim da aposentadoria proporcionalpara os atuais servidores;- Que a paridade para os atuais é parciale depende de lei;- Que a integralidade para os atuaisservidores exige o cumprimento simultâ-neo de quatro requisitos: idade mínimade 60 e 55 anos, tempo de contribuiçãode 35 e 30 anos, 20 anos de serviçopúblico e dez no cargo;

- Que o atual servidor que seaposentar antes da nova idademínima (60, homem, e 55, mulher)terá sua aposentadoria calculadapela média e sobre ela incidirá umredutor de 5% por cada ano deantecipação;- Que haverá contribuição sobre asaposentadorias e pensões, inclu-

sive para os servidores em gozo debenefício;- Que, na pensão, o redutor mínimo, naparcela que excede a R$ 1.058,00, será de30%, podendo ser muito maior;- Que o teto nacional de remuneraçãoterá por base o salário de ministro doSupremo, atualmente de R$ 17.170,00;- Que haverá subteto nos Estados,vinculando ao salário de desembargadora remuneração do Judiciário estadual,do Ministério Público e da DefensoriaPública estadual; vinculando ao saláriode governador os vencimentos dosservidores do Executivo, exceto Ministé-rio Público e Defensoria; vinculando aosalário de deputado estadual os servido-res do Legislativo e ao salário do prefei-to a remuneração dos servidores muni-cipais;- Que institui, por lei ordinária, fundo depensão para os futuros, e,opcionalmente, para os atuais servidores.

Comando Unificado de Greve antecipa

marcha para 6 de agosto

Reunido no dia 23 de julho, logo após a aprovação do

parecer do relator José Pimentel na Comissão Especial, o

Comando Nacional Unificado de Greve (CNUG) do funciona-

lismo decidiu antecipar para 6 de agosto a nova marcha con-

tra a reforma, em Brasília. A data indicativa anterior era dia

13. Outra deliberação foi a imediata denúncia dos parlamen-

tares da Comissão Especial que votaram a favor do relatório,

com cartazes, outdoors etc.

No dia 7, haverá plenárias setoriais e, no dia 8, nova

plenária nacional dos servidores públicos federais. Antes dis-

so, no dia 30 de julho, será realizado um grande seminário

nas dependências do Congresso Nacional, quando falarão in-

telectuais e parla-

mentares que se des-

tacam na discussão

da Previdência.

O Comando de

Greve está orientan-

do a categoria a

pressionar os depu-

tados em cada re-

gião, o que vale tam-

bém para os servido-

res estaduais e mu-

nicipais.

A primeira marcha em

Brasília, no dia 11 de junho:

mais de 30 mil servidores de

todo o país.

(Foto: Paulo Cabral/Andes)

Você sabia...... que o confisco da aposentadoria dos servidores economizará R$ 56 bilhões

em 30 anos? Mas que, em apenas quatro meses, o governo Lula pagou R$ 51

bilhões em juros para os banqueiros?

... que os devedores do INSS (bancos e grandes empresas) acabam de ser

novamente agraciados pelo governo com um programa que refinancia suas

dívidas em 99 anos e que, na sua primeira edição, já renegociou R$ 178 bilhões

em dívidas?

... que no Chile também foi realizada uma reforma que privatizou a previdência

via fundos de pensão? E que, dos 14 fundos criados lá, hoje só existem seis?

Os outros oito faliram e deram o calote nos trabalhadores.

... que os fundos de pensão só serão regulamentados (por lei complementar)após a homologação da reforma, caso ela seja aprovada? Somente na leicomplementar, que pode ser aprovada por maioria simples, será definido se ofundo vai ser por contribuição definida (quando o contribuinte sabe quanto vaipagar, mas o valor de sua aposentadoria dependerá das oscilações domercado) ou por benefício definido (quando o contribuinte sabe o quanto vaipagar e de quanto será o seu benefício).

... continua

Fonte: Fórum Paulista em Defesa da Previdência (Jornal distribuído à população em julho 2003)

... que a previdência complementar privada espera lucrar R$ 670 bi até 2010?

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Três categorias de servidoresO texto aprovado na Comissão

Especial cria três categorias de servi-dores e aplica a cada uma delas regrasespecíficas: a) os atuais aposentadose pensionistas, bem como aquelesservidores que já preencheram osrequisitos para requerer aposentado-ria, b) os atuais servidores, que estãoem processo de aquisição de direitos,e c) os futuros servidores. Veja comofica cada uma delas: Atuais aposentados e pensionistas

Os aposentados e pensionistas,bem como os servidores que, na datada promulgação da emenda, contaremtempo suficiente para requerer apo-sentadoria, farão jus à paridade, com agarantia de que seus vencimentos“serão revistos na mesma proporção ena mesma data, sempre que se modifi-car a remuneração dos servidores ematividade, sendo também estendidosaos aposentados e pensionistasquaisquer benefícios ou vantagensposteriormente concedidos aos servi-dores em atividade, inclusive quandodecorrentes da transformação oureclassificação do cargo ou função emque se deu a aposentadoria ou queservir de referência para a concessãoda pensão”.

Entretanto, sobre seusproventos haverá cobrança de contri-buição, atualmente no percentual de11%, incidente sobre a parcela queexceda ao valor de R$ 1.058,00.

Atuais servidoresOs servidores que estão no

serviço público, mas não têm temposuficiente para requerer aposentado-ria, além de perderem o direito àaposentadoria proporcional, estarãosujeitos a uma série de restrições,entre as quais merecem destaque asseguintes:

Integralidade: só alcançarão aintegralidade se comprovarem simulta-neamente: a) 60 anos de idade, sehomem, ou 55, se mulher, b) 35 anosde contribuição, se homem, ou 30, semulher, c) 20 anos no serviço público,e d) dez anos no cargo.Cálculo pela média: o servidor commais de 48 anos, se mulher, e mais de53, se homem, que tiver tempo decontribuição, tempo de serviço públicoe no cargo, mas resolver sair antesdos 55 anos de idade e 60 respectiva-mente, além de ter sua remuneraçãocalculada com base na média decontribuições, sofrerá um redutor de5% por cada ano antecipado. Paridade – o atual servidor, quandopreencher os requisitos para seaposentar, terá seus proventos revis-tos na mesma proporção e na mesmadata em que houver atualização dos

salários do servidor em atividade,porém, não está garantida a extensãodos demais benefícios, vantagens,transformação ou reclassificação decargo ou função do servidor ativo. Ouseja, a paridade incidirá apenas sobreos valores fixos, desconsiderando oucondicionando à lei a extensão dequalquer outra vantagem que não sejaa mera revisão.Contribuição de inativo – esteservidor também pagará contribuiçãosobre os proventos da aposentadoriana parcela que exceda a R$ 1.058,00.Pensão – as pensões dos dependentesdos atuais servidores que vierem afalecer será garantida apenas até ovalor de R$ 1.058,00, podendo haveracréscimo de até 70%, dependendo decritério definido em lei. Ou seja, acimade R$ 1.058 haverá um redutor quepode chegar a 70%.

Futuros servidoresPara os futuros servidores, o

regime próprio só irá garantiraposentadoria até o teto doINSS, fixado em R$ 2.400,00.Acima desse valor, terão queingressar no fundo de pensão,que será criado para osservidores com renda superiora R$ 2.400,00.

O cálculo do benefício,que será limitado aR$ 2.400,00, terá por base ascontribuições efetivamentevertidas para o regime próprioou para o regime geral deprevidência social.

Tendência no CongressoO Diap avalia que há, no

Congresso, uma tendência apromover algumas alterações notexto aprovado na Comissão.São elas:Pensão – a idéia preponderanteno Congresso é de se instituirredutor apenas na parcela queexceda a R$ 2.400,00, o novo tetodo regime geral.Subteto – rever a vinculação dosubteto aos vencimentos degovernadores e prefeitos, sob ofundamento de que eles nãodependem do salário para semanter.Contribuição de inativos – Atendência natural, caso sejamantida, será de unificação dolimite de isenção emR$ 2.400,00, valor acima do qualé que então incidiria a cobrançade contribuição.,Regra de transição – Certamente,haverá alguma transição para osservidores que estão próximos deatingir os requisitos fixados naEmenda Constitucional nº 20/1998.

Reforma representa novo ataqueàs universidades públicas

Unesp corre o risco de ter número recordede aposentadorias neste ano

Quando o governo FHC ameaçou desfigurar aprevidência do funcionalismo, em 1998, as universida-des públicas quase foram à lona. A falta de pessoal, quejá era um problema crônico, somada à escassez deverbas, agravou-se ainda mais. Naquele ano, o númerode pedidos de aposentadoria aumentou drasticamente.Na Unesp, por exemplo, como mostra estudo da própriainstituição (“Diagnóstico da situação previdenciária naUnesp”), em 1998 houve um pedido recorde de aposen-tadorias: 203 docentes e 370 servidores técnico-admi-nistrativos.

A reforma de agora, ironicamente levada à frentepelo governo Lula, tende a piorar a situação. No dia 28 demaio, diretores da Adunesp estiveram reunidos com opró-reitor de Administração, professor Roberto Bazilli, na

tentativa de obter maisinformações sobre a situa-ção na Universidade. Bazilliinformou que o levantamen-to disponível na Reitoria,até 30 de abril, era de 310aposentadorias para o corpodocente e 400 para ostécnico-administrativos.

Embora não se tenhauma radiografia completado quadro, o mais provávelé que a maioria dessesdocentes esteja ligada àpós-graduação. Ou seja,trata-se de pessoal madu-ro, o que significará umaperda inestimável doponto de vista acadêmicoe científico. E como seriareposto este déficit? Sefor mantido o ritmo atualda Unesp, as possíveiscontratações serão feitasem regime parcial detrabalho. As últimas,como se sabe, acontece-ram em RTC.

Nem mesmo as modi-ficações feitas na refor-ma (como mostra matérianesta página e na anteri-or) devem alterar essequadro. Já se sabe que aintegralidade e a parida-de que aparecem noparecer do relator JoséPimentel não passamde enganação.

A reforma que queremos:

. Manutenção do caráter público e

estatal da Previdência;

. Manutenção da integralidade e da

paridade para os atuais e futuros servidores;

. Nenhuma taxação para os

aposentados e pensionistas;

. Fim dos desvios de recursos da

seguridade social para pagamento da

dívida pública;

. Combate efetivo e punição severa da

sonegação e corrupção;

. Revogação da emenda 20, com a

recuperação dos direitos dos

trabalhadores da iniciativa privada e do

setor público, eliminados pela reforma

promovida pelo governo anterior;

. Fim do Fator Previdenciário (criado

pelo governo FHC), que reduz

drasticamente as aposentadorias do

setor privado;

. Medidas efetivas para inclusão

daqueles que não têm amparo

previdenciário em nosso país (são 40

milhões de trabalhadores informais);

. Uma política agressiva de reajuste dos

valores mais baixos das aposentadorias

pagas pelo regime geral da previdência.

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Fórum das Seis indica greve apartir de 11 de agosto

Embora atinja os servidoresfederais num primeiro momento, areforma que o governo Lula queraprovar no Congresso valerá para todoo funcionalismo público brasileiro. Osgovernadores só esperam o sinal verdede Brasília para reproduzir as medidasnos estados. Em São Paulo, inclusive,Alckmin saiu na frente e já aprovou

na AssembléiaLegislativa umacobrança extrade 5% sobre ossalários dosservidorespaulistas, queentrará emvigor a partir desetembro. Comoos salários jásofrem umdesconto de 6%(Ipesp) e 2%(Iamspe), o total

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Vamos engrossar a luta dos servidores federais e impedir oconfisco de direitos na reforma da Previdência

de descontos, sobre o salário integral,passa a 13%. Um arrocho e tanto...!

Por isso, essa luta é de todos. OFórum das Seis (sindicatos e entida-des estudantis da Unesp, USP,Unicamp e Centro Paula Souza) estáindicando uma paralisação contra areforma a partir de 11 de agosto. Até odia 7 de agosto, deverão ser realiza-das assembléias em todas as unida-des. Os resultados serão analisadosem nova reunião do Fórum das Seis,

marcada para o dia 8.A ampliação da greve

deflagrada pelos companheirosfederais é decisiva para impedir quea reforma tenha êxito! Se nos calar-mos agora, a aposentadoria será umluxo de poucos no futuro. Não vamosdar a esse governo, a serviço do FMIe dos banqueiros, o direito de des-truir a Previdência pública.

Todos às assembléias! É horade mobilização!

A satanização do servidor* Luís Nassif

A previdência pública é um projeto em permanente busca de equilíbrio. Não existemsoluções definitivas dentro do sistema de benefícios assegurados. A cada ano que passaa população fica mais velha, ocorre aumento na expectativa de vida média, um aumentonatural da população aposentada e uma redução da proporção aposentados-trabalhado-res na ativa e há que providenciar novos ajustes.

Mesmo assim, mesmo com a necessidade de incendiar a retórica a fim de reduzirresistências, não se justifica essa satanização do funcionalismo público e das carreirastípicas de Estado. Como não procede a comparação pura e simples dos proventos dosetor privado e do setor público.

Há uma discussão mais ampla do que essa retórica de guerra, que é a necessida-de premente da reconstrução do Estado brasileiro. Não existe projeto de país que nãoconte, no seu bojo, com um funcionalismo de alto nível. Por isso mesmo, qualquer tenta-tiva de reduzir benefícios do funcionalismo deveria vir acompanhada de uma reestrutura-ção que valorizasse as carreiras de Estado e premiasse os bons funcionários.

Não se pode montar um modelo que torna profissões de juiz, ou de procurador, oude gestor público, pouco atraentes para os melhores quadros. Chega o que ocorreu nasuniversidades públicas, com a falta de verbas e de cobrança de resultado. Hoje em dia háuma proliferação de fundações com propósitos pouco claros e de pesquisadores especi-alizados em conseguir polpudas verbas de pesquisa em troca de resultado nenhum. Naoutra ponta, os verdadeiros pesquisadores, obrigados a se esfalfar sem condições ade-quadas de trabalho e sem remuneração condigna.

É esse o Estado que se deseja? Estão sendo montadas propostas para a recons-trução do aparelho oficial. Mas a discussão não pode ser precedida por essa demoniza-ção do funcionalismo público, com direitos institucionalizados há anos sendo tratadoscomo privilégios.

A comparação entre o ganho do trabalhador privado e o do funcionário público é desca-bida, a não ser no caso de funções semelhantes -e aí não tem nada a ver com a situaçãoprevidenciária. Quando optou por trabalhar no serviço público, o funcionário aceitou um contra-to de trabalho em que estava explícita a aposentadoria com valor integral. Se o Estado nãopode bancar, discute-se, negocia-se, reforma-se. O que não pode é essa história de conside-rar a aposentadoria privilégio, separando-a do conjunto de ganhos de cada trabalhador.

O provento do funcionalismo pode ser excessivo para o ocioso e insuficiente para ocompetente. Cada caso é um caso. Não se pode jogar todos os funcionários públicos nomesmo balaio e tratá-los como bem supérfluo. É a mesma simplificação, o mesmo prima-rismo de pretender tachar todo usineiro de caloteiro, todo sindicalista de corporativista, todoacadêmico de preguiçoso, todo banqueiro de sanguessuga e todo jornalista de leviano.

O desafio maior é montar um modelo de gestão pública que estimule o trabalhadore puna o ocioso. E aceitar que não existe grande nação do mundo que tenha sido constru-ída sem dispor de grandes quadros no setor público.

* Artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, no dia 22/7/03

O governador Geraldo Alck-min sancionou, no dia 24/6, a LeiComplementar 943, que instituiuma cobrança extra de 5% sobreos salários dos servidores, a títu-lo de contribuição para a aposen-tadoria, inclusive incidindo sobreo 13º salário. Ela entra em vigorapós 90 dias, ou seja, o descontojá vale para a folha de setembrodeste ano, paga em outubro. Amedida havia sido aprovada, nodia 16, pela Assembléia Legislati-va, sob forte aparato policial.

Atualmente, o servidorpaulista contribui com 6% para oIpesp, para o pagamento de pen-sões, e com 2% ao Iamspe (as-sistência médica). Se somadascom a nova taxa, o desconto totalsobe para 13%, o que significa umforte arrocho nos salários.

A aprovação dos 5% é só aprimeira parte do projeto do go-verno de São Paulo. Alckmin jáanunciou que espera apenas aaprovação da reforma do governofederal para instituir no Estado

Confisco de 5% em SP deve valer jáem setembro. Fórum questiona

legalidade da medidaa cobrança dos inativos, a cria-ção dos fundos complementaresde pensão etc.

Os departamentos jurídi-cos das entidades que compõemo Fórum das Seis (sindicatos daUnesp, USP, Unicamp e CentroPaula Souza) já se reuniramduas vezes para discutir as me-didas judiciais cabíveis contra oconfisco aprovado na AL.

Um dos aspectos que vêmsendo discutidos é o seguinte:o trabalhador do setor privadocontribui com 11% de seu salá-rio para a seguridade social, atéo limite de R$ 205,62 (o teto atu-al do INSS é R$ 1.869,34). Já ofuncionário público paulista,com a nova lei, chega aos 13%de contribuição... sobre o salá-rio integral!

O Fórum das Seis vai pro-curar, também, outras entidadesde servidores públicos de SP,para enriquecer a discussão ju-rídica e, se for o caso, viabilizaruma ação conjunta.

Ricardo Borges/Andes