Adverso 165

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ISSN 1980315-X

Nº 165 - Abril de 2009

Diretoria incrementa açõesdefesa dos direitos de seusassociados. A proposta de

contratação do plano de saúde foiaprovada em assembleia geral. É

uma tentativa para que os decentesnão fiquem sem cobertura após o

término do atual planoUfrgs/Unimed.

Além disso, a Assessoria Jurídicacontesta cassação da liminar que

garantiu o pagamento da URP emfevereiro.

em

Adufrgs/Sindical trabalhapara resolver impasses

Páginas 14, 15 e 21

9 771980 315002 56100

ISSN 1980315-X

www.adufrgs.org.br

Imagem da capa extraída de obrade Diego Rivera: “Detroit Industry, 1933”

Í N D I C E

26 +1

23 ORELHA

27 A HISTÓRIA DE QUEM FAZ

14

24 EM FOCOSalão Internacional deDesenho para Imprensa

21

OBSERVATÓRIO

22 NAVEGUE

04 SEGURIDADE SOCIAL

Duas coisas ficaram muito claras na Assembleia Geral (AG) de 1º de abril de2009. Primeiro, os associados da Adufrgs não querem mais confusão. Segundo, aAdufrgs continua viva. São, portanto, dois dados da realidade atual de nossaentidade, dois sentimentos generalizados e relacionados aos lamentáveisacontecimentos da AG de 3 de dezembro de 2008.

O conjunto de associados quer virar a página, já somos a Adufrgs/Sindical,uma entidade que continua com o mesmo CNPJ, funciona, é operacional, emostrou isto na última AG. Em todos os momentos da plenária, a maioria dosassociados presentes deu andamento pacífico à pauta proposta pela Diretoria.Este dado concreto foi visualizado no maciço movimento de mãos levantadas,apoiando cada ponto de pauta, com poucas abstenções e votos contrários. Oconjunto de associados mostrou com isto que, a despeito das interferências eprovocações de uma minoria com nítidas motivações políticas, a postura e agestão da atual Diretoria respondem às principais demandas do conjunto deassociados. A Assembleia autorizou o conjunto de ações jurídicas quenecessitavam de aprovação e apoiou as iniciativas da Diretoria para um Plano deSaúde dos associados – caso a quinta licitação da Ufrgs não tenha êxito. E se nãofossem as interferências desviantes dos mesmos sempre contrários teriaconseguido tratar a questão da nova Carreira, grande e inquestionável vitóriacapitaneada pelo Proifes e em cujo processo a Adufrgs teve papel crucial. Esteúltimo item de pauta ficou para uma próxima plenária.

A Adufrgs, portanto, continua muito viva e é preciso dizer isso porque naAssembleia anterior, de 3 de dezembro de 2008, este mesmo pequeno grupo deassociados, contrários à postura política da atual Diretoria, sensibilizou earregimentou outros associados com um embuste: que a Adufrgs estaria sendoextinta naquela data. Se não fosse o caráter pernicioso, a adoção de umaestratégia que veiculou inverdades, poderíamos parabenizar a competência deconvencimento deste grupo. Mas sua tática conduziu à produção de umaautêntica farsa, com todas as características que são encontradas neste tipo depequena peça de teatro cômico, com suas ações burlescas, triviais, ridículas erisíveis.

Uma fala deste grupo na AG de 1º de abril sintetiza as diferenças depensamento que se encontram em confronto, não somente em Porto Alegre, masno cenário Brasil. Foi feita a crítica que o modelo da atual Diretoria é o modelo de“compadres”, é o modelo de “conversinhas” em que tudo é resolvido em cochichoscom as autoridades da gestão pública. Tratativas que invariavelmente deixariamesta Diretoria comprometida, empenhada não com a perspectiva de sua base deassociados, mas com a perspectiva de nossos governantes. Esta fala foiarrematada, dizendo que este modelo não poderia ir longe.

Em resposta a isto duas coisas precisam ser ditas. Primeiro que a atitude daDiretoria da Adufrgs/Sindical, de agir rapidamente em fevereiro, quando amaioria dos docentes estava de férias, impedindo judicialmente a suspensão dopagamento da URP, numa ação movida contra os administradores da Ufrgs, não é,de forma alguma, exemplo de política que se desvie do interesse de seusassociados. Em segundo lugar, como nenhum de nós tem uma bola de cristal não épossível dizer como as coisas serão no futuro. No entanto, pode-se dizer que, emapenas quatro anos de trabalho do Proifes e da nova mentalidade deenfrentamento político da Adufrgs/Sindical, muita coisa mudou para melhor, oque não podemos dizer que tenha acontecido nos 20 anos anteriores, sob aorientação política de uso exclusivo da pressão-passeata, da greve e da gritaria.Forma, estética, seja lá o que for, que não foi abandonada ainda por nossosinterlocutores.

06 PING-PONG

12

16

Mariza Abreu

VIDA NO CAMPUS1o

OPINIÃO

20 PRESTAÇÃO DE CONTAS

Chega de confusão

Diretoria Provisória da Adufrgs/Sindical

05 NOTÍCIAS

“O sistema educacional não está conseguindo responderàs novas demandas”

NOTÍCIASPontal do Estaleiro

CENTRALAssembleia aprova propostada Adufrgs/Sindical paracontratação de Plano de Saúde

Darwin ensina a aceitar as diferenças

18

JURÍDICO

SE

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04 ADVERSO 165 | ABRIL 2009

Atualmente são isentos do IR os segurados com renda mensal Marcílio, mas ele defende que a isenção do IRde até R$ 1.434,73 e anual de R$ 16.473,73, além dos portadores de deveria ser estendida para todos os aposentadosdoenças como câncer, Aids, mal de Parkinson, cegueira, paralisia independentemente de faixa etária. "É muitoirreversível, cardiopatia grave, esclerose múltipla, entre outras injusto o idoso pagar imposto, porque o benefícioprevistas na portaria 349/96 do Ministério da Saúde. A proposta não é renda", destaca. O sindicalista lembra queem discussão prevê a redução progressiva da tributação a partir dos atualmente oito milhões de segurados do INSS recebem acima do66 anos com desconto de 20% da renda tributável até chegar a teto do salário mínimo e a cada ano têm perdas porque o reajuste100% aos 70 anos. dos benefícios é inferior aomínimo.

Segundo o advogado tributarista Lázaro Rosa da Silva, do A proposta, de autoria do deputado Efraim Morais (DEM-PB),Centro de Orientação Fiscal (Cenofisco), pelas regras atuais não que alivia o bolso dos aposentados e pensionistas, seguirá para serexiste idade mínima para o contribuinte ficar isento do IR, desde votada na Comissão de Assuntos Econômicos e, se for aprovada,que reúna as condições previstas pela legislação tributária. Ele segue para o plenário do Senado. Uma emenda de autoria dolembra que a partir dos 65 anos, o aposentado e pensionista já têm senador Jayme Campos (DEM-MT) preserva os contribuintes comuma parte da renda de até R$ 16.473,92, que é isenta. Só é remuneração mensal até R$ 1.372,81, que já são beneficiados comtributado o que ultrapassa esse valor. "Além da isenção a partir de a isenção total do IR pessoa física, independente da idade. Para o70 anos o projeto deveria agregar outras deduções, como as tributarista Lázaro Rosa da Silva, o PLS-421/07 deve encontrardespesas commedicamentos", sugere. resistências da Receita Federal porque vai reduzir a base de dados

O projeto de lei é bem-vindo para o presidente da Cobap para o cruzamento de informações dos contribuintes pessoa física(Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), Benedito e jurídica. (Fonte: Diário de Pernambuco)

Aposentados podem ser isentos do IRAposentados e pensionistas com mais de 70 anos e que ganham até R$ 3.800 por mês podem ficar

isentos do Imposto de Renda (IR). É o que prevê o projeto de lei (PLS 421/07) aprovado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado.

O novo sistema Siape-Saúde deverá entrar em funcionamento a quer ou não ter o seu plano vinculado ao seu órgão de origem. Nóspartir de abril deste ano.A informação é do coordenador Geral de garantimos o acesso, mas a opção de adesão é do próprio servidor”,Seguridade Social e Benefício do Servidor, da Secretaria de disse Sérgio Carneiro.Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e O Sistema de Atenção à Saúde do Servidor (Siass) é umGestão (SRH/MPOG), Sérgio Carneiro. O novo sistema consiste em programa amplo, baseado em três grandes eixos: assistência,um prontuário eletrônico que vai reunir toda a informação perícia, promoção e vigilância à saúde; e tem como objetivoreferente à saúde do servidor. Além disso, será possível, por meio valorizar a saúde do servidor do Executivo Federal e padronizar osdo Siape-Saúde, fazer diagnósticos referentes a problemas de procedimentos que, hoje, são realizados com critérios definidos porambientes de trabalho ou identificar doenças funcionais que cada órgão da União.incidem sobre uma categoria específica de servidores, Além disso, o Siass vai possibilitar a revisão das aposentadoriaspossibilitando, assim, a prevenção. por invalidez; a regulamentação das licenças de curta duração; a

Segundo Carneiro, o processo de valorização da saúde do adoção de novos critérios para a atuação de juntas médicas e deservidor vem acontecendo há algum tempo: “Já tivemos conquistas perícias odontológicas; a realização, por parte dos servidores, deimportantes. Saímos de um per capita de R$ 37 para cada servidor exames médicos periódicos; mudanças na organização deou dependente para os atuais R$ 60. Além disso, estamos ambientes de trabalho; além da promoção e vigilância à saúde e nagarantindo o acesso ao plano de saúde para 100% dos servidores prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.federais. E esta é a idéia: queremos que o servidor possa decidir se (Fonte: Ministério do Planejamento)

Servidores ganham novo Siape-Saúde em abril

Atenção sócio

Retire seu estojo de caneta e lapiseira coma logomarca da entidade nas sedes Cidade

Baixa ou Campus do Vale.

da Adufrgs/Sindical

ErrataNa edição 162, de janeiro de 2009, cometemos um errono rodapé da página 17. Escrevemos "erradicado" em vez de"radicado".

do IRentados"É muitoo benefíciolembra que

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05ADVERSO 165 | ABRIL 2009

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Em recente visita ao Brasil, o Coral da Universidade deDüsseldorf (Unichor) fez apresentação única em Porto Alegre, nodia 10 de março, no Salão de Atos da Ufrgs. O evento tevepatrocínio da Adufrgs, dentre outras entidades. Fundado em 1989e composto por estudantes e funcionários da universidade alemã,o Unichor, em sua primeira turnê fora da Europa, apresentou-setambém nas cidades de Nova Petrópolis/RS, Ouro Preto/MG,Petrópolis/RJ, Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP.

Foi na tarde do dia 16 de março. Enquanto do lado de dentrodo prédio da Faced a pedagoga Isabela Camini defendia tese dedoutorado intitulada “Escola Itinerante dos Acampamentos doMST – Um contraponto à escola capitalista?”, crianças dosacampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra(MST), pais e educadores participaram de uma aula simbólica emprotesto ao fechamento das escolas itinerantes do MST no RioGrande do Sul. Isabela Camini acompanha a trajetória daschamadas escolas itinerantes desde o reconhecimento peloConselho Estadual de Educação gaúcho em 1996.

As escolas em acampamentos do MST foramfechadas em fevereiro por meio de um Termo de Ajustamento deConduta (TAC) assinado entre o governo do Rio Grande do Sul e oMinistério Público (MP). A medida afeta cerca de 600 crianças. Ogoverno estadual se comprometeu em garantir vagas para ascrianças na rede pública, mas prefeituras reclamam da falta deverbas para transportá-las até as escolas. A medida contraria alógica, defendida por educadores e que nos últimos anos norteoupolíticas públicas na área de educação, de que a escola deve ir atéo aluno e não o aluno até a escola.

Desde o fechamento, surgiram vários protestos por parte desetores da sociedade civil. No dia 23 de março, uma ReuniãoAmpliada da Comissão de Direitos Humanos da AssembleiaLegislativa do RS, com apoio da Comissão de Educação e Culturada Câmara Federal, gerou um documento que pede a reaberturadas Escolas Itinerantes do MST. O documento, protocolado noMinistério Público, se baseia em resolução do Conselho Nacionalde Educação (CNE), que estabelece que toda criança tem o direitode estudar nas proximidades de ondemora.

Para a coordenadora de Educação do MST, Marli Zimerman deMoares, o não reconhecimento oficial pelas autoridades do ensinorepresenta grave erro. Ela explicou que “o currículo sempreseguiu os conteúdos didáticos da rede convencional”. Segundolideranças do MST, cerca de seis mil crianças já foramalfabetizadas pelas Escolas Itinerantes. Mesmo semreconhecimento e apoio do governo estadual, as aulas continuamnas sete escolas instaladas nos acampamentos de Nova SantaRita, Canguçu, São Gabriel, Julio de Castilhos, São Luiz Gonzaga eSarandi.

(Com informações do site doMST e do jornal Correio do Povo)

Sem Terrinha têm aula em frente à Faced

Coral da Universidade de Düsseldorf na Ufrgs

A partir do edital de convocação, publicado no jornal Correio doPovo no dia 3 de abril de 2009, o Sindicato dos Professores dasInstituições Federais de Ensino Superior de Porto Alegre(Adufrgs/Sindical) deu início ao período de inscrições de chapaspara as próximas eleições.

O pleito, que irá eleger a primeira Diretoria após a mudançaestatutária e o Conselho de Representantes da Adufrgs/Sindical parao biênio 2009/2011, acontece no dia 13 de maio. O registro daschapas contendo nominata completa e programa, conformedetermina o Estatuto – deve ser feito até 23 de abril, na Secretaria daentidade, na Rua Otávio Corrêa, 45, de segunda à sexta, das 9h às12h e das 14h às 18h.

Adufrgs/Sindical realizaeleições em maio

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texto e fotos Maricélia Pinheiro

Mariza Abreu

“O sistema educacional nãoestá conseguindo responder

às novas demandas”Para enfrentar o desafio de alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade, a Secretaria de Estado da

Educação do Rio Grande do Sul (Seduc/RS) implantou em 2007 um projeto piloto de Alfabetização. São três

alternativas metodológicas para ensinar a ler e escrever. Entre elas está o método fônico, que foi amplamente

utilizado na Ditadura Militar. Na outra ponta, o pós-construtivista criado pelo Grupo de Estudos sobre

Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa), coordenado pela professora Esther Grossi. A terceira

opção é o apoio gerencial do Instituto Airton Senna. A adesão das escolas é facultativa, mas só quem optar

pelo projeto terá apoio do governo – material didático e capaci-

tação. Escolhendo ou não os caminhos apontados pela

Seduc, professores têm que dar conta da tarefa de

alfabetizar seus alunos até o final do 2º ano do

ensino fundamental, a antiga 1ª série.

Nesta entrevista à Adverso, a secretária de

Educação Mariza Abreu detalha este projeto,

defende o corte de ponto no caso de greve,

assegura que é a favor do piso nacional de

R$ 950, e diz que a Universidade não prepara

professores para a educação básica.


zação deve acontecer nas sériesutilizados por governos anteriores iniciais e um compromisso da escolanão deram resultado? pública com a cidadania brasileira.

Esse projeto surgiu a partir do Todo mundo sabe que tem que alfabe-desafio que o Brasil se colocou com a tizar, ou temos que fazer uma assem-implantação do ensino fundamental bleia para saber dos professores sede nove anos e com a obrigatoriedade devemos ou não alfabetizar?da matrícula a partir dos 6. Há tam-bém um dado do Sistema de Avaliação Há alguma escola que ainda nãoda Educação Básica (Saeb) de 2003 aderiu ao projeto de alfabetizaçãoque aponta que mais da metade dos da Seduc?alunos da 4ª série do ensino funda- O projeto foi apresentado a todasmental não estavam completamente as escolas da rede pública do Rioalfabetizados. Isso é uma catástrofe Grande do Sul em 2009. Elas podempara o Brasil! E se já havia uma escolher uma das três metodologiasdificuldade de alfabetizar na antiga do projeto, mas têm que chegar ao1ª série e uma alta taxa de reprova- final do ano com os alunos atingindoção, seria muito pior se fizéssemos o as metas determinadas. Podem aindamesmo com crianças de 6 anos. Por As escolas são livres para escolher o optar por outros métodos, mas seisso havia a consciência de que seu caminho, só não são livres para ficarem com um dos três sugeridosantecipar o início da escolaridade escolher não alfabetizar. terão o apoio do governo do Estado,para 6 anos não era simplesmente em material didático e em capacita-trabalhar com as crianças dessa idade O método fônico foi utilizado na ção. Como funcionários concursadoso que se trabalhava com as de 7 anos. e pagos com os impostos do povo, osDitadura Militar. A senhora espera

professores têm o compromisso decríticas?Como isso foi solucionado? chegar ao final do ano na matrizCom relação ao método fônico, há Queremos construir o que se chama determinada. Esse é o nosso combina-uma série de mitos. Já há alguns anos

a matriz de habilidades e competên- do, assim como a gente faz com filhoeducadores de vários países desenvol-cias em alfabetização e para isso pequeno, como a gente faz comvidos vêm desmitificando essa ideia,estamos trabalhando com a maior criança.propagada por educadores ligados aoespecialista em avaliação externa de Construtivismo, de que o métodoaprendizagem, no Rio de Janeiro. Nos Já é possível fazer uma avaliaçãofônico pertence à direita. É claro quedois primeiros anos do ensino funda- não dá para pressupor que crianças de dos resultados da implantação domental a criança aprende leitura, setores populares, cujos pais têm projeto?escrita e matemática. Definido o nenhuma ou pouquíssima escolarida- Está para sair o relatório de 2008. ponto de chegada, as crianças têm de, possam se alfabetizar indo direto O de 2007 mostra que as turmas queque, no final do primeiro ano, atingir à sílaba ou ao fonema. Por isso o aderiram tiverammelhor resultado doo estágio mínimo de aprendizagem e, projeto trabalha com a alfabetização que as demais. Levantamos algumasno final do segundo, estarem alfabe- em dois anos. Temos hoje na escola hipóteses para isso, mas a continui-tizadas. pública brasileira crianças de todas as dade é que vai nos permitir tirar mais

O interessante é que não estamos classes sociais e por isso é preciso conclusões. Sabemos que o fato dosimpondo às escolas e aos professores oferecer a elas a vivência da cultura professores receberem capacitação eum único método. As escolas são letrada antes de desconstruir a um material estruturado aumenta aslivres para escolher entre os métodos palavra e entender o processo da chances de sucesso. Porque efetiva-fônico, do Instituto Alfa e Beta, e o leitura alfabética. Dentro dessa mente, trabalhar com turmas diversi-pós-construtivista, do Geempa. Ou perspectiva, o método fônico não é ficadas, formadas por crianças oriun-ainda se querem o apoio de gerencia- ruim. das de setores populares não é tarefamento de aprendizagem do Instituto fácil.Airton Senna, utilizando qualquer E a maioria dos professores nãoHouve participação dos professo-outro método. Mas as escolas têm está preparada para lidar com essares na discussão desse projeto?conosco um compromisso de atingir a diversidade. É como se as nossasOlha, se a gente for discutir demaismeta traçada pelo governo. A faculdades ainda formassem profes-não faz nada. Estaríamos em assem-Secretaria de Educação não impõe sores para trabalhar com alunosbleia pública até hoje. Existe no Paísmétodos de alfabetização, ela pactua daquela classe média que antesuma lei que determina que a alfabeti-com as escolas um ponto de chegada.

Os métodos de alfabetização

“Se a gente for discutir demais não faz nada.Estaríamos em assembleia pública até hoje”


“Toda lógica dos governos do Brasiltem sido primeiro

atender aos servidores e depois

à população. É justamente

essa lógica que temque inverter”

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Mariza AbreuP

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ADVERSO 165 | ABRIL 2009

frequentava a escola pública. Então, recebe. É assim em qualquer lugar doos professores saem da universidade e mundo. Os sindicatos da iniciativalevam um choque com a realidade privada têm fundo de greve, porqueencontrada na escola pública, sem sabem que durante a paralisação elesfalar na maldita violência nas cidades têm que sustentar os trabalhadores.de médio e grande porte. Existem No serviço público se criou uma cultu-alguns professores que dão conta ra de pagar o tempo parado. Na verda-sozinhos, sem esse apoio, mas esses de, nem precisava do decreto darepresentam a exceção da exceção. governadora Yeda (para cortar o

ponto), bastava cumprir o Estatuto doServidor Público, onde está dito queQuer dizer então que as faculdadesquem não comparece ao serviço e nãode Educação não preparam o profes-cumpre as funções de seu cargo, nãosor para alfabetizar?pode assinar ponto e nem receberNão preparam para a educaçãosalário.básica em geral. Mas essa crítica à

Universidade não é frontal. Há umaMas as aulas perdidas foram recupe-crise geral na Educação. O granderadas .problema é que o mundo desenvolvido

Com relação à recuperação de diashavia construído uma educação básicaparados, há algo que a sociedadede qualidade a partir da segundaprecisa entender. Pela lei vigente norevolução industrial. O Brasil não. No agora passa pela inadequação daEstado, os professores da rede públicaúltimo quarto do século 20, surgiu mesma à terceira revolução industrial.têm direito a um período de férias deuma crise entre a sociedade da indús- Então, nós temos os dois dramas: o do45 a 60 dias. E quem define é a admi-tria e a sociedade do conhecimento. Mundo Desenvolvido e o do Terceironistração pública, considerando oEntão, aquela escola onde estão todos Mundo. E a Universidade está refletin-calendário escolar e diferentes ativi-enfileirados, olhando a nuca do cole- do sobre isso.dades. Então se a greve for de talguinha, copiando do quadro negro, é atamanho que a recuperação das aulasescola que prepara para o mundo O problema está na preparação dadanão implicar menos de 45 dias deret ratado no f i lme “Tempos aos futuros professores pelaférias, eles não têm direito ao recebi-Modernos”, do Chaplin. Até o início

Universidade?mento destes dias. Foi isso que aconte-dos anos 60, só havia o rádio como O sistema educacional como umceu. As aulas terminariam entre 23 emeio de comunicação – a televisão todo não está conseguindo responder30 de dezembro e com a recuperaçãochegava a poucos – e a escola centrali- às novas demandas. Nós, gestores danão passaram do dia 10 de janeiro. Issozava as informações. Esse era o mundo educação, não sabemos como organi-significa que todos puderam repor asantes da televisão, do computador, da zar a escola para a terceira revoluçãoaulas não tendo menos de 45 dias deinternet, do telefone celular. industrial e a Universidade não sabeférias. A Assembleia Legislativacomo preparar os professores para isso.manteve o veto, o Cpers entrou comA escola não se adaptou aos avanços Se a Universidade nos perguntar querecurso e perdeu por unanimidade notecnológicos. tipo de professor precisamos, nósTribunal de Justiça. Portanto, estáA função social da escola era outra, também não sabemos dizer commais do que legitimado o corte deo mundo da produção era outro. E a certeza.ponto. E se outras greves aconteceremescola, como toda grande estrutura,no serviço público do Estado, o pontodemora a se adaptar às novas exigênci- O corte de ponto dos professores será cortado.as da sociedade. Isso aconteceu no

grevistas não destoa do discurso demundo desenvolvido. O recente filme

valorização da educação?Essa foi a primeira vez que houvefrancês “Entre os muros da escola” O direito de greve foi estendido aoscorte de ponto no Rio Grande do(dirigido por Laurent Cantet, vencedor servidores públicos pela Constituição

da Palma de Ouro do festival de Cannes Sul?de 1988. A própria Constituição diz

em 2008) mostra o mesmo drama que Não. O governo Collares (Alceuque ele deveria ser regulamentado porvivemos por aqui: a inadequação da Collares) cortou 19 dias dos professo-lei específica, mas não foi até hoje. Oescola à juventude, ao mundo da res e eles nunca receberam esses dias.Supremo Tribunal Federal (STF)globalização. Claro que em uma escola Não é a primeira vez nem aqui nem nodefiniu que, na ausência de regula-da França, dos Estados Unidos ou da Brasil. O governo Lula já fez isso commentação, deve ser aplicada a mesmaInglaterra, eles vivem outro drama várias categorias de servidores federa-lei que rege as greves na iniciativarelacionado ao multiculturalismo. Só is e em vários estados, governos deprivada. Neste caso, a lei determinaque o Brasil tem o agravante de não ter diferentes partidos já fizeram o mesmoque, rompido o contrato de trabalhouniversalizado uma escola de qualida- em greve de professores. Mas no casopela greve, não se trabalha e não sede na segunda revolução industrial e do Rio Grande do Sul, como os traba-

“Nós, gestores da educação, não sabemos como

organizar a escolapara a terceira

revolução industrial e a Universidade não sabe como preparar

os professores para isso”


lhadores da Susepe (Superintendên- professores, de um totalcia de Serviços Penitenciários) de 156 mil (ativos ereceberam durante a greve, a gover- inativos). O projetonadora decidiu baixar o decreto para enviado ao Legislativo émarcar que dali pra frente o jogo será justamente para corrigirdiferente, acabou o acordo de cava- essa d i fe rença . Olheiros. Governo Yeda quer

cumprir o piso.E no que diz respeito ao piso de R$Foi em cima desse950?

projeto que o Cpers fezCom relação ao piso, nós somosum carnaval e gerou aabsolutamente a favor do projeto dogreve, inclusive mentin-presidente Lula. O problema é que odo para os professoresoriginal foi modificado e alterado noque quem ganhava maisCongresso. Na carreira dos professo-de R$ 950 teria o saláriores há vencimentos iniciais diferenci-cortado. Imagina queados para quem tem formação deabsurdo! Em decorrên-nível médio (Magistério) e para quem O investimento previsto para acia da confusão gerada com a greve, aé graduado. Ao longo da carreira, eles Educação em 2009 é menor que obase do governo na Assembleia pediuconquistam gratificações e adicionais

determinado pela Constituição. Aoque retirássemos a urgência. Agora opor tempo de serviço, que são calcu-mesmo tempo, o governo afirmaprojeto está tramitando regularmen-lados sobre este vencimento básico. Eque atingiu o déficit zero.te, e quando for aprovado vamosesse vencimento somado às gratifica-

Esse percentual de 35% é umapagar retroativo a janeiro de 2009ções e demais vantagens compõem aquimera do Estado do Rio Grande doessa diferença para estes poucosremuneração. Quando se fala em piso,Sul. Mas os problemas na realidadeprofessores.é um valor por fora desta estrutura,são outros. No Governo Yeda, assegu-abaixo do qual ninguém pode receber.ramos que o salário educação sejaSe o governo aceita o piso, porqueEntão, se um professor da rede públi-aplicado no seu fim, o que não vinhaca do Rio Grande do Sul tiver uma uma Ação Direta de Inconstitucio-sendo feito. O valor estava sendoremuneração total (vencimento nalidade?retirado da conta específica, passan-básico e gratificações) menor que R$ O que não concordamos é que essedo para a conta única do Estado e950, ele recebe no contracheque algo valor (R$ 950) vire o vencimentovirando salário dos servidores. Toda achamado “completivo” ou “parcela inicial da carreira. Porque aí terá um lógica dos governos do Brasil tem sidoautônoma” para completar o valor do reajuste na folha de pagamentoprimeiro atender aos servidores episo. Aí, se ele muda sua posição na inteira. Quando o salário mínimo édepois à população. É justamentecarreira, ganha um triênio ou com- reajustado, quem tem aumento éessa lógica que tem que inverter, sempleta a licenciatura plena, e o total da quem ganha salário mínimo, mas nãodeixar de atender aos servidores. Emremuneração supera o piso, ele perde todos os trabalhadores da iniciativa2007, 92% de nossos gastos comessa parcela autônoma. privada. Um piso salarial do magisté-Educação foram com pessoal e encar-

rio é um salário mínimo profissional egos, sendo que mais da metade com

Então não há professores hoje no tem que funcionar para todos osinativos.

trabalhadores. Não podem indexar oEstado que recebam abaixo do O problema dos investimentos comsalário de todo o magistério dapiso? educação em todo o Brasil é de faltaeducação básica pelo governo federal.Sim, temos. O Rio Grande do Sul de recursos, sim. Mas além da falta de

O governo federal não pode definirtem o Plano de Carreira mais antigo recursos existe a má gestão dessesa folha de pagamento de todos osentre todos os Estados do Brasil (é recursos. Porque estamos gastandoprofessores da educação básica deuma lei de 1974), por isso a gente já muito com pessoal e principalmentetodos os estados e municípios do País.tinha um piso, criado no governo inativos. Então o dinheiro nunca vaiParticularmente, acho os R$ 950 umBritto e que teve o último reajuste no ser suficiente para investir em esco-valor baixo para o Rio Grande do Sul.governo Rigotto. Hoje ele é de R$ 862 las de qualidade, equipamentos,Mas é porque tem que servir para opara 40 horas. Neste intervalo, de R$ projetos, tecnologia da informação,interior do Piauí, o interior do862 e R$ 950, estão entre 600 e mil cursos de capacitação.Maranhão.

“O corte de ponto está mais do que legitimado. E se outras grevesacontecerem no serviço público do Estado, o ponto será cortado”

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Do outro lado da linha, um morador do interior da Bahia caso é um caso, a estratégia varia de acordo com o diagnós-pede ajuda para livrar-se do vício de cocaína. Aqui em Porto tico. “Por isso é fundamental que haja um atendimentoAlegre – mais precisamente no 3º andar da Universidade exclusivo”, acredita Helena. Por exemplo, para uma mulherFederal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) – a fumante que tem medo de combater o cigarro com balinhasestudante Mariana Ungaretti está disposta a ajudar. Ela para não engordar – uma estratégia comum – mas precisacursa o quarto semestre de psicologia na PUC/RS e é bolsis- manter a boca ocupada, Mariana pode sugerir cenourinhasta do Projeto Viva Voz, mantido pela Secretaria Nacional de picadas em forma de cigarro. Sempre que vier a fissura, aPolíticas sobre Drogas através de uma parceria com a pessoa saca sua carteira de cenouras e come meia dúzia deUFCSPA. Supervisionada por uma equipe de estudantes de calorias. “Ela pode inclusive comer como se estivessepós-graduação e por três professores da instituição federal fumando, com a cenoura entre os dedos”, sugere a profes-de ensino, Mariana explica, passo-a-passo, as estratégias sora.que podem ser utilizadas para superar a dependência.Descobre razões e horários em que é consumida a droga e Serviço será ampliadodebate com o viciado as possibilidades de intervenção. Mariana e seus colegas atendem uma média de cinco milJuntos, eles determinam metas a serem atingidas e o ligações por mês. “Quando tem divulgação na mídia, nãocronograma do tratamento. Tudo isso pelo telefone. “É um paramos um minuto”, revela a estudante. Em fevereiro, porcall-center que atende toda a Nação”, orgulha-se a coorde- exemplo, depois de 15 dias de propaganda na rede Globo, onadora do projeto, professora Helena Barros. número de chamadas duplicou. Por isso o Viva Voz já está

O serviço é gratuito e não é preciso se identificar. passando por um processo de ampliação. Desde janeiro, oAtravés de um número de protocolo o dependente pode serviço atende até a meia-noite, de segunda à sexta (antes,retornar as ligações quantas vezes estava disponível entre 8h e 20h). “Em três anos vamosforem necessárias e qualquer atender 24h por dia, durante os sete dias da semana”,um dos bolsistas do Viva anuncia Helena Barros.Voz conhecerá seu

O Viva Voz existe oficialmente desde 2005, faz partehistórico. Como cadado Serviço Nacional de Orientações e

Informações sobre a Prevenção e o

texto e fotos Naira Hofmeister


Uma conversa amiga sobre drogasUFCSPA possui centro de atendimento que recebe chamadas do Brasil inteiro para auxiliar dependentes

químicos e seus familiares no combate ao vício.


call-center

Uso Indevido de Drogas. Mas a história começou muitoantes: desde 1989, a então Fundação Faculdade Federalde Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA) mantinhauma linha telefônica que prestava informações sobresubstâncias psicoativas para a população.

Ligações viram teses

Antes de poder conversar com os dependentes,Mariana passou por uma intensa preparaçãoque incluiu seminários, palestras, simu-lações e testes escritos. “Éfundamental para termosum atendimento qualifica-do e homogêneo”, justifi-ca a professora HelenaBarros. Isso sem falar notrabalho de coleta de dadosque alimenta os projetos dedissertação e teses dos estu-dantes de pós-graduação daUFCSPA.

Quando os dependentes aceitam,passam a fazer parte das estatísticas doViva Voz. “Em fevereiro, por exemplo,metade das ligações veio de pessoas que nãoquiseram se identificar”, revela Helena. Dasdemais, sabe-se que 36% eram usuárias de dro-

Brasil, 12% da população é dependente de álcool egas e 12% eram amigos ou familiares. A metade dessas10% de tabaco. A terceira droga mais consumida é a maco-pessoas não tinha sequer o segundo grau completo e 40%nha que, mantida uma substância ilícita, tem um índicepossuíam renda familiar inferior a cinco salários míni-de dependência de 0,5%”, justifica. E mais, ela é favorá-mos.vel ao aumento das restrições ao consumo das substânci-Os homens são os que mais procuram o serviço comoas que já são permitidas, álcool e tabaco. “Do ponto dedependente. As mulheres, como familiares. Em geral, têmvista social é possível estabelecer controles através defilhos ou maridos envolvidos com drogas. A maior parteleis”, sugere. Mas Helena admite que é possível, por exem-das ligações parte de cidades do interior. Entre os usuári-plo, beber socialmente – inclusive com a frequência diá-os, a maioria consome diversas substâncias simultanea-ria. “Italianos e franceses bebem vinho todos os dias emente. “Muitos não consideram tabaco e álcool drogas,não são populações viciadas”, observa. Mesmo assimmas aqui elas são tratadas como tais”, reitera a professo-sublinha que o consumo frequente pode levar à depen-ra.dência. Ela toma como padrão a medida de duas doses diá-A estatística mais comemorada é a que determina querias de bebida e quatro eventuais. Para homens. “Estáo atendimento especializado da equipe do Viva Vozcomprovado que as mulheres são mais fracas. A doseduplica as chances de um dependente parar de consumirdelas deve ser a metade dos seus companheiros”, avalia.drogas. “Nos projetos de pesquisa avaliamos a eficácia

dos procedimentos. Também passamos a encaminhar porcorreio folhetos explicativos para essas pessoas”, com-plementa.

Política sobre drogas

Recentemente, até o ex-presidente Fernando Henri-que Cardoso se mostrou favorável à descriminalização(nesse caso, da maconha) como forma de combater o trá-fico. Antes disso, diversos defensores da causa argumen-taram que é fundamental legalizar para que se tenhanoção do tamanho do universo de usuários.

A professora Helena Barros é contra e acredita queessa solução pode aumentar o consumo ainda mais. “No

VivaVoz

Serviço

Orientações e informações sobre o uso indevido de drogas

Horário de atendimento: de segunda à sexta, das 8h às 20h

0800 510 0015http://psicoativas.ufcspa.edu.br/vivavoz/principal.php

NO

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Com um discurso que exaltava a “vitória da democra- comissão na Casa para analisar a revisão do Plano Diretorcia”, o líder do governo municipal, vereador Valter de Porto alegre e os vereadores aprovam da maneira que Nagelstein (PMDB) comemorou a aprovação do projeto querem alterações pontuais nos índices de construçãoque permite a construção de residências na orla do permitidos através de projetos como esse”, critica oGuaíba. A votação do texto do Pontal do Estaleiro aconte- arquiteto e integrante da comissão municipal que trataceu no dia 16 de março e terminou com o placar de 22 do tema, Nestor Nadruz.votos a 10. É que ao invés de aprovar o projeto tal e qual o

O tema, em discussão há cerca de um ano, já havia Executivo havia encaminhado, a Câmara de Vereadoressido votado outras duas vezes. A diferença da matéria modificou o último artigo, que garantia um referendoaprovada foi a garantia de uma consulta popular para para consolidar as alterações. Ao invés de uma consultareferendar a lei. “O povo terá a palavra final graças à universal, o próprio Nagelstein apresentou emenda que ainiciativa do prefeito José Fogaça”, discursou Nagelstein reduz a um evento facultativo. “Pelo custo e pela amplitu-para a imprensa. de não vejo como fazer o referendo nos moldes previstos

Apesar da eloquência do vereador, o projeto aprovado na Constituição. O mais adequado é o sistema adotadofoi posto sob suspeita não apenas pela oposição, mas para a eleição dos Conselhos Tutelares, com uma comissãoprincipalmente pelo movimento comunitário que debate eleitoral e a delimitação de uma região na qual seriamum modelo de desenvolvimento urbano há anos. “Há uma distribuídas as urnas”, confirmou o prefeito.

Pontal do Estaleiro

por Naira Hofmeister

Proposta de consulta popularpreocupa movimento comunitárioCâmara Municipal aprova a construção de residências no empreendimento e prevê um referendo não obrigatório.

Mas barrou emendas que garantiam um debate amplo sobre o tema e exigiam um Estudo de Impacto Ambiental

para determinar compensações da obra

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Segundo cálculos do Tribunal Regional Eleitoral, o participativa e da vida política da cidade de Portopleito municipal de 2008 custou R$ 2 milhões, ao passo Alegre”, justificou o vereador. A emenda não passou.que a eleição de Conselho Tutelar de 2007 saiu por R$ 167 “Quem acredita que nossos vereadores da 'base domil. Mas menos de 10% dos eleitores cadastrados em Porto concreto' desejam que a população seja devidamenteAlegre votaram. Comparando os cálculos, percebe-se que esclarecida e vote conscientemente? Isso pode ser muitoem ambos os casos o custo de voto é de cerca de R$ 2,00 perigoso a alguns interesses”, ataca um texto postado nopor eleitor, e a diferença do valor total está justamente na blog do Porto Alegre Vive.parcela da população que vai participar. Outra emenda que deixou de ser aprovada foi a

proposta de Airto Ferronato (PSB) que previa a realiza-ção de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seuSem espaços de propagandarespectivo relatório antes da Secretaria Municipal doPlanejamento autorizar a construção. O EIA-RIMAPossivelmente prevendo a derrubada do referendo(Relatório do Impacto Ambiental) não é regulamentadoobrigatório, o vereador Pedro Ruas propôs uma emendano município, mas é amplamente utilizado em projetosque obrigava o poder público a viabilizar um debatede grande impacto em nível estadual. Os técnicos deamplo sobre o tema através da distribuição de materialPorto Alegre utilizam o Estudo de Viabilidadeinformativo e espaços de defesa dos pontos de vista emUrbanística para determinar os impactos, mas concen-meios de comunicação. Em resumo, propaganda igualitá-tram suas análises nos equipamentos urbanos deria para os dois lados. “A realização deste plebiscito deveinfraestrutura.configurar-se num importante marco da democracia


Charge de Santiago registrou manipulação das audiências

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L Plano de Saúde

por Maricélia Pinheiro


Professores aprovamproposta da Adufrgs/Sindical

Reunidos em Assembleia Geral (AG) no dia 1º de abril, professores filiados à Adufrgs/Sindical aprovaram,

com alguns adendos, a proposta da Diretoria do Sindicato com as diretrizes básicas para negociação e

contratação de Plano de Saúde. A assembleia também deliberou, por ampla maioria, que a Adufrgs/Sindical

exija da Reitoria a prorrogação do atual Plano Ufrgs/Unimed, que expira em 31 de julho próximo, para que o

Sindicato e a Universidade possam ter mais tempo para negociar com as operadoras


Proposta de Resolução sobre

Plano de Saúde da Adufrgs/Sindical

por Aldo Mellender de Araújoprofessor do Departamento de Genética da Ufrgs


Este ano de 2009 irá se caracterizar pela presença orgulha muito. Aliás, nossa origemmuito frequente, na mídia e nos meios acadêmicos, de africana havia sido prevista porCharles Darwin, o pacato cidadão que nasceu no dia 12 de Darwin, especialmente em outrafevereiro de 1809, portanto há 200 anos, e que mudou a obra importante, Anossa maneira de ver o mundo. Descendência

À época em que ele nasceu e viveu, todos os seres vivoseram tidos como criados, no passado, tal qual se mostramhoje, sem qualquer mudança. É o que se chamou defixismo: as espécies, incluindo a nossa própria, seriamfixas, isto é, imutáveis. Pois Darwin sugeriu, baseado emintensos e extensos estudos, principalmente após a suaviagem de quase cinco anos pelo mundo – viagem emgrande parte (três anos) passada aqui na América do Sul– que todos os seres vivos, sem exceção, modificaram-se ao longo do tempo, desde um início muito antigo.A abelha que hoje vemos formando colmeias eproduzindo o tão apreciado mel, no passado nãoera assim, não era nem mesmo um inseto social,como é hoje. As aves que hoje nos encantam comsua beleza e muitas delas, com seu canto, foramdiferentes no passado, milhões de anos atrás.

Na verdade, estudos já no século 20,mostraram que elas vieram – elas evoluíram – de umgrupo de dinossauros!! O termo evolução surgiu apartir dos estudos de Darwin. A evolução não quer dizerque o ser vivo tenha melhorado, mas simplesmente semodificado. Nós é que emprestamos um outro sentido àpalavra evolução. Na mesma obra em que essas ideiaseram defendidas, A Origem das Espécies (1859), ele criouo conceito de seleção natural, o qual utilizou para do Homemexplicar a causa das modificações em todos os seres vivos. e a Seleção Sexual (1871).

Nós, humanos, também no passado fomos Ao propor que todos os seres vivos sediferentes: de um início como uma forma simiesca, no modificaram a partir de formas ancestrais, diferentes,leste da África, mudamos nossa maneira de caminhar, Darwin criou a imagem de uma árvore da vida. Todas aspara bípede, mudamos nossa maneira de pensar e folhas desta árvore, que estão na parte externa dos ramos,adquirimos toda esta inteligência criativa que nos representam os seres vivos atuais; as internas,

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ensina a aceitar as diferenças

os extintos. Esta imagem da árvore nos leva à conclusão biológico. Como irmãos em uma família, temos nossasde que no passado muito remoto, todos vieram de um ou diferenças: alguns são mais altos, outros mais gordos,poucos ancestrais (como a convergência dos galhos no alguns possuem pele bem clara, enquanto outros têmtronco da árvore). De fato, estudos de biologia pele escura, alguns com cabelos lisos, outros não e assimmolecular têm confirmado esta inferência. por diante.

Qual a implicação desta ideia? Todos constituímos Na perspectiva darwiniana não há um povouma família!! Somos, portanto, parentes uns dos outros. escolhido, muito menos um povo que representa o mal.Nós, humanos, por exemplo, temos os nossos parentes Somos todos iguais do ponto de vista biológico, nomais próximos, o chimpanzé e depois o gorila. Darwin sentido de fraternidade. A simples diferença não implicatambém sugeriu este parentesco, o que foi confirmado na qualificação como melhor ou pior. É por isso quemuito depois, no século 20, com estudos aprofundados celebramos Darwin: por intermédio de algumas ideias ede anatomia, morfologia e biologia molecular. conceitos simples, ele revolucionou o mundo acadêmicoExtrapolando um pouco as ideias de Darwin, podemos e também o modo como nos vemos no dia-a-dia.admitir uma fraternidade entre os seres vivos e muito Há uma luta pela vida, como ele próprio disse. Mas

a expressão “luta” não significa necessariamente briga,beligerância, morte.

Darwin também mostrou que a cooperação podeevoluir, isto é, uma espécie que é solitária hoje, poderáser social amanhã. É o caso da nossa espécie: podemosser cooperativos, e de fato somos, na maior parte dasvezes.Cooperamos, quando formamos casais e temosnossos filhos – às vezes, infelizmente, isso termina.Cooperamos, quando resolvemos entrar para a política etrabalhar para a coletividade – às vezes, infelizmente ofazemos de modo desvirtuado. Esta é outra parte darevolução de Darwin: nossa vida social, nossos hábitos,nossos costumes, nossas crenças, se modificaram aolongo do tempo. É o que veio a ser conhecido comoevolução cultural.

A cultura, nossos costumes, nossas tradições,nossa ciência, é um sub-produto da nossaevolução biológica: à medida que nos tornamosmais e mais inteligentes, criamos sistemas

culturais. Como estamos distribuídos em várioscontinentes e dentro destes continentes, em grandesespaços, nossas culturas diferem.

Na perspectiva darwiniana, podemos aceitar areligião como mais um aspecto de nossa evoluçãocultural. Em consequência, da mesma forma queaceitamos e respeitamos as diferenças culturais entrenós gaúchos e nossos irmãos dos demais estados doBrasil, ou em relação a outros países, também devemosrespeitar e aceitar as diferenças culturais entre as

parti diversas manifestações religiosas e, talvez maiscularmente entre importante ainda, devemos aceitar e respeitar o

nós, humanos. Não se ateísmo e a religiosidade. É possível mesmo afirmar quetrata de uma concepção se o Adão e a Eva bíblicos morreram, o homem e a mulher

religiosa, mas a ideia de biológicos foram ressuscitados, com todas as suasuma irmandade ampla tem um suporte responsabilidades.

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Milhares de hectares de terras recém-confiscadas de latifundiários foram transferidas paraagricultores indígenas na Bolívia. O presidente Evo Morales afirmou que esta medida representa ocomeço do fim do latifúndio e da escravidão dos índios Guaranis no país. A entrega dos terrenos é frutoda nova Constituição boliviana, que limita o tamanho das propriedades e prevê maior controle doEstado sobre os recursos naturais.

A maior extensão de terras permitida pela nova lei são cinco mil hectares. No dia 15 de marçoforam entregues 34 escrituras de terrenos a índios guaranis. A área corresponde há 38 mil hectares naregião de Caraparicito e Alto Parapetí, na província Cordilheira de Santa Cruz. Nessa região, considerada o símbolo do latifúndio boliviano, onde Morales enfrenta forte oposição.

A cerimônia de entrega dos títulos aconteceu na antiga fazenda de Ronald Larsen, um cidadão estadunidense que estava entre os ricosproprietários que tiveram suas terras confiscadas no último mês. Segundo Morales, as terras foram expropriadas pelo governo porque nãoproduziam e não cumpriam sua função econômica e social.

O presidente da Bolívia afirmou que em três anos de governo não se pode resolver um problema de 500 anos, mas disse que este é oprimeiro passo da revolução agrária. De acordo com a nova Constituição, outros 36 grupos indígenas ainda têm o direito de receber terras.

Todo dia será dia de índio. Pelo menos é o que se espera a partir dadecisão do Supremo Tribunal Federal (STF) favorável à demarcaçãocontínua da Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. Foram 10 contra1, no embate do dia 19 de março, a exatamente um mês da data em quese comemora o Dia do Índio (19 de abril). A histórica vitória dos povosindígenas foi motivo de festa em vários pontos do País.

A demarcação da área de 1,7 milhão de hectares havia sidohomologada por decreto do presidente Lula em 2005. Desde entãotravou-se uma batalha não apenas judicial, mas repleta de atos deviolência, entre indígenas e plantadores de arroz que haviam ocupadoa reserva. Os ministros do STF estabeleceram 19 condições queservirão de base para as futuras demarcações e para as que estão emandamento. “Essas condições se aplicam à Raposa Serra do Sol, mastêm um efeito transcendente para as demais demarcações”, afirmou opresidente do STF, ministro Gilmar Mendes.

A decisão do STF apenas segue a Constituição que reconhece "aosíndios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições,e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos osseus bens" e comprova que retroceder a homologação para área não-contínua representaria um grave precedente jurídico para próximosprocessos demarcatórios, e poderia estimular grileiros e oportunistasa realizarem invasões nos mesmos moldes dos que ocorrem emRoraima.

Com 51,2% dos votos, o jornalista Mauricio Funesfoi eleito presidente de El Salvador Candidato pelopartido de esquerda e ex-grupo guerrilheiro FrenteFarabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN),Funes pôs fim a 20 anos de hegemonia da direitistaAliança Republicana Nacionalista (Arena). Ele seráempossado no dia 1º de junho para um mandato decinco anos.

Apesar de representar a sigla revolucionária, ojornalista não foi guerrilheiro, o que atraiu o voto dosindecisos e, inclusive, de antigos simpatizantes daArena. Além disso, cultivou durante sua campanhauma grande aceitação entre os eleitores de diversascamadas sociais por sua reconhecida carreira natelevisão local. Até poucos meses antes do lançamentoda sua candidatura, no fim de 2007, Funes foicorrespondente da CNN em espanhol no país.

Entre os desafios sociais do novo presidente estãoprincipalmente o combate à violência (El Salvador tema taxa mais alta de mortes violentas da América Latinadevido à ação de gangues juvenis armadas) e amelhoria de condições de vida da população (37% sãopobres, 10% estão abaixo da linha da pobreza e oanalfabetismo alcança 18,9% dos habitantes).

Já na área econômica, o objetivo deve ser aampliação dos laços comerciais, atualmente restritosaos Estados Unidos. O país norte-americano é oprincipal sócio comercial e receptor de mais de 2,5milhões de imigrantes salvadorenhos. As remessasamericanas se converteram na segunda fonte desubsistência do país (17% do PIB) atrás dos serviços(60%). Com a diversificação, o novo governo esperamelhorar os índices comerciais. O PIB cresceu 3,2% em2008, e a inflação, 5,5%. As exportações estãoconcentradas nas manufaturas e no café e a balançacomercial apresenta déficit de US$ 5,2 milhões.

Vitória dos povos indígenas

Partido de ex-guerrilheiroselege presidente em El Salvador

Evo Morales confisca terras de latifúndios na Bolívia

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(Com informações da Agência Carta Maior)

(Fontes: Carta Maior e Fórum Nacionalde Democratização da Comunicação)

(Fonte: Radioagência NP)


Apesar das múltiplas pressões para quesejam revisadas as práticas comerciais debloqueio, mantidas há meio século contra

Cuba, a agência norte-americana encarregada de acossar osfornecedores da Ilha acaba de penalizar com uma multa deUS$20.950 a companhia Lactalis USA, filial estadunidense dogigante francês Lactalis.

O Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC) doDepartamento do Tesouro impôs a sanção à empresa de queijos eprodutos lácteos, por descumprir as regulamentações dobloqueio ao "fazer transferências financeiras eletrônicas nasquais Cuba ou um cidadão cubano tinha interesse" entrefevereiro de 2004 e março de 2007, informou a imprensa deMiami. Trata-se da primeira sanção imposta pelo Departamentodo Tesouro a uma entidade por seus vínculos com a naçãocaribenha, desde que assumiu a Casa Branca o presidente BarackObama, com o que ratifica a política de bloqueio à Cuba.

Em 16 de janeiro último a OFAC decretou "clarificaçõeslegais"que impuseram regras ainda mais rigorosas sobre asviagens a Cuba e que afetam desde então as empresas norte-americanas de voos charters e as agências de viagens e deremessas.

As medidas anunciadas a quatro dias da posse do atualmandatário norte-americano foram naquele momentointerpretadas como resultado da resistência de funcionários"bushistas" recalcitrantes, inconformados com a chegada deuma nova administração.

A OFAC é apenas um elemento do enorme mecanismo deagressão desenvolvido contra Havana pelas sucessivasadministrações norte-americanas. Graças a esta agência, oDepartamento do Tesouro espia aos cidadãos norte-americanos eestrangeiros que ousem manter relações com Cuba. Há anosdedica anualmente milhões de dólares e grande parte de seupessoal a espiar, detectar e punir indivíduos, empresas eorganismos.

O papel da iniciativa privada no combate à escravidãocontemporânea ganhou um novo impulso com a realização do2º seminário do Pacto Nacional pela Erradicação do TrabalhoEscravo, no mês de março, em São Paulo. Durante o evento,foram apresentados o Código de Conduta e instrumentoscolaborativos para o monitoramento da iniciativa. Mais de umacentena de empresas já assinaram o Pacto Nacional eassumiram o compromisso de cortar relações comerciais comagentes econômicos envolvidos na exploração criminosa demão-de-obra escrava.

Na visão do ministro Paulo Vannuchi, da SecretariaEspecial de Direitos Humanos (SEDH), que esteve presente noSeminário, o setor empresarial – bem como o Poder Judiciário –tem potencial para exercer "protagonismo" nos esforços para aerradicação dessa prática criminosa. "Para além docompromisso da consciência, o trabalho escravo vulnerabilizao crescimento econômico brasileiro", declarou o ministro, emreferência direta aos riscos que os produtores nacionais (comoos de carne bovina e soja) correm de sofrer uma espécie de"dumping (sanção) social" em organismos internacionais porconta dos insistentes flagrantes de escravidão no meio rural.

Números divulgados no seminário pelo Ministério doTrabalho e Emprego (MTE) mostram que 5.016 trabalhadoresforam libertados em 2008. Durante o ano passado, foram

realizadas 158 operações queve r i f i c a ram a s c ond i ç õ e s

trabalhistas em 301 fazendas.Houve pagamento de R$ 8,9milhões de indenizações e 4,8mil autos de infração foramlavrados no mesmo período.

Governo de Obama multa empresas

por vínculos com Havana

Pacto Nacional pela Erradicaçãodo Trabalho Escravo

A Igreja Universal do Reino de Deus está dividida. No momento, atravessa umacrise de comando. Há cerca de três meses, seu chefe máximo, Edir Macedo, nomeou obispo Romualdo Panceiro, o então líder no Brasil, como o seu sucessor mundial. Adecisão foi tomada após Macedo ter se submetido a uma cirurgia no pâncreas, hánove meses. Seu estado de saúde não é bom, garantem religiosos próximos.

Panceiro mudou-se para a Califórnia, onde vive Macedo, de onde passaria a comandar a igreja, masmantendo-se próximo ao fundador da instituição. Surpreendentemente, o novo comandante retornou ao Brasil. Com umaprocuração nas mãos passada por Macedo, Panceiro obteve o controle de vários dos mais importantes e valiosos bens da igreja, tornou-se ohomem forte e deixou de ouvir o antigo guru, revelam fontes próximas à cúpula da Universal.

O bispo Macedo sentiu-se traído pelo ex-líder no Brasil. No entanto, não teria agora como reverter o poder outorgado a Panceiro. Umaimportante funcionária da área administrativa da igreja confirmou que o novo dirigente está fortalecido e “com amplos poderes”.Procurada para falar sobre a crise, a direção da igreja disse que a informação “não procede” e “é infundada”. “A Universal do Reino de Deustem em seu corpo a liderança do bispo Edir Macedo”, informou em nota.

Edir Macedo passa o controle da Igreja Universal

ADVERSO 165 | ABRIL 2ADVERSO 165 | ABRI

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(Fonte: Revista Carta Capital)

(Fonte: Jornal Granma Online)

(Fonte: Repórter Brasil)

RUBRICAS / MESES JAN

RECEITAS 171.768,24RECEITAS CORRENTES 134.275,75

RECEITAS DE CONTRIBUIÇÕES 134.275,75RECEITAS PATRIMONIAIS 35.859,66

RECEITAS FINANCEIRAS 35.815,66RECEITAS PATRIMONIAIS DIVERSAS 44,00

RECEITAS DE ATIVIDADS SINDICAIS 31,33PARTICIPAÇÕES EM AÇÕES COLETIVAS 31,33

OUTRAS RECEITAS 1.601,50RECUPERAÇÃO DE DESPESAS 1.601,50

DESPESAS 179.850,64DESPESAS CORRENTES 179.850,64

DESPESAS COM CUSTEIO 70.500,37DESPESAS COM PESSOAL 51.880,53DESPESAS COM OCUPAÇÃO E SERVIÇOS 5.050,87DESPESAS DE EXPEDIENTE 4.425,86DESPESAS TRIBUTÁRIAS 155,80SERVIÇOS DE TERCEIROS 5.658,55DESPESAS DE CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO 865,51DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES 1.587,22DESPESAS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO 763,79ENCARGOS FINANCEIROS 112,24

DESPESAS COM ATIVIDADES SINDICAIS 87.503,49DESPESAS COM OCUPAÇÃO E SERVIÇOS 1.036,21DESPESAS COM VIAGENS 21.123,71DESPESAS COM ATIVIDADES SÓCIO-CULTURAIS 2.589,00DESPESAS C/ATIVID. POLÍTICO-ASSOCIATIVA 1.897,85DESPESAS COM PUBLICAÇÕES 28.306,72DESPESAS DIVERSAS ASSOCIATIVAS 4.150,00DESPESAS COM ATIVIDADES SINDICAIS 28.400,00

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 21.846,78CONTRIBUIÇÕES PARA A CUT 8.425,68CONTRIBUIÇÕES PARA O PROIFES 13.421,10

RESULTADO LÍQUIDO DO MÊS (8.082,40)RESULTADOS ACUMULADOS DO EXERCÍCIO (8.082,40)

EDUARDO ROLIM DE OLIVEIRAPresidente

NINO H. FERREIRA DA SILVAContador - CRC-RS 14.418

SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

SUPERIOR DE PORTO ALEGRE ADUFGRS-SINDICAL

CNPJ-MF Nº 90.757.204/0001-64

BALANCETES – VALORES MENSAIS - 2009RUBRICAS / MESES JANATIVO 4.146.351,99

FINANCEIRO 3.914.250,58DISPONÍVEL 1.437.448,99

CAIXA 3.823,17BANCOS 3.849,88APLICAÇÕES C/LIQUIDEZ IMEDIATA 1.429.775,94

REALIZÁVEL 2.476.801,59APLICAÇÕES FINANCEIRAS A CURTO PRAZO 2.426.369,94

APLICAÇÕES FINANCEIRAS 2.426.369,94ADIANTAMENTOS 9.913,54

ADIANTAMENTOS A FUNCIONÁRIOS 9.913,54OUTROS CRÉDITOS 9.677,76

OUTROS DEVEDORES OU CRÉDITOS 9.677,76DESPESAS DE EXERCÍCIOS SEGUINTES 863,22

PREMIOS DE SEGURO A VENCER 863,22ESTOQUES ALMOXARIFADO 29.977,13

ATLAS AMBIENTAL 29.977,13NÃO FINANCEIRO 232.101,41

IMOBILIZADO 220.362,97BENS IMÓVEIS 258.103,71BENS MÓVEIS 151.181,58(-)DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS (188.922,32)

INTANGIVEL 11.738,44SISTEMAS PROCESSAMENTO DADOS 12.071,48BENFEITORIAS EM BENS DE TERCEIROS 16.425,74(-)AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS (16.758,78)

PASSIVO 4.154.434,39PASSIVO FINANCEIRO 68.146,38

OBRIGAÇÕES OPERACIONAIS 40.397,54OBRIGAÇÕES FISCAIS E SOCIAIS 21.405,68CREDORES DIVERSOS 18.991,86


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Depois de comemorar a liminar que impedia a retirada da rubrica Gratificação de Atividade Específica (GAE) e seu corte estava

referente à URP dos contracheques de fevereiro, a assessoria previsto para fevereiro, mesmo mês em que os salários seriam

jurídica da Adufrgs/Sindical foi surpreendida com uma nova sus- elevados. “O propósito do TCU era mascarar o corte”, critica o

pensão do benefício na metade do mês de março. No entanto, como presidente da Adufrgs/Sindical, Eduardo Rolim.

a Ufrgs não foi notificada a tempo, os contracheques mantiveram o O professor acredita que a solução virá a partir de uma negocia-

valor incluído. Se mantida durante o mês de abril, a suspensão da ção coletiva, envolvendo todos os sindicatos de servidores federais

liminar deve prejudicar dois mil docentes do Rio Grande do Sul. e representantes do governo. “Se não, estaremos sempre reféns de

A justificativa do Tribunal de Contas da União (TCU) para orde- interpretações judiciais”, reclama. Segundo Rolim, esses entraves

nar o fim do pagamento da rubrica era de que as perdas dos planos não se dão apenas em relação à URP/89. “O país é muito diverso no

econômicos da década de 1990 (Verão, Bresser e Collor) já haviam que diz respeito aos ganhos jurídicos”, revela. A própria rubrica que

sido compensadas com os aumentos salariais da última década – busca corrigir distorções dos planos econômicos da década de

coisa que a primeira decisão da Justiça do Trabalho, em 1994, 1990 não incide sobre os salários de professores de algumas

proibia. Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), por exemplo. “Isso

A URP equivale a 26,05% do vencimento básico e da extinta torna muito injusta a concepção de carreira”, completa.

Suspensa liminar que garantiapagamento da URP

Assessoria jurídica da Adufrgs/Sindical já contestou decisão do juiz

Outra briga jurídica que necessita concili- Holleben. e, especialmente doutores, cuja base de

Acontece que em 2006 foi criada umaação é a que trata dos pagamentos referen- cálculo diminuiu bruscamente. “Em alguns

nova classe de professores, a detes aos chamados artigos 192 da Lei casos houve redução salarial”, denuncia o

Associado. Uma nota técnica do Ministério8112/90 e 184 da Lei 1711/52. Em 1994, presidente da Adufrgs/Sindical, Eduardo

da Educação (MEC) or ientou ashouve o entendimento que estes direitos Rolim de Oliveira. O Sindicato, em conjunto

Universidades para que considerem novanão incidiriam sobre parcelas criadas após com o Proifes, incluiu o tema na Mesa

classe para calcular os benefícios tantoa aposentadoria. Na ocasião, a Adufrgs Técnica de discussão do Ministério do

para Adjuntos como para Titulares. Comobteve uma vitória na Justiça que determi- Planejamento, Orçamento e Gestão

isso o valor referente aos artigos 192 enava o pagamento da diferença também (MPOG). “Já houve a primeira reunião.

184 ficou menor. Apesar disso, algumas Acreditamos na negociação e por issosobre a Gratificação de Atividade

universidades mantiveram a concepção esperamos avanços sem que tenhamos queExecutiva (GAE). Contudo, aqueles profes-

original da diferença entre rendimentos, e recorrer a outras medidas”, avalia Mariasores que poderiam ter se aposentado até

incluem no cálculo, além de VB e GAE, as Luiza. Segundo Rolim, a nova rodada acon-1996, mas preferiram continuar na ativa,

novas gratificações e retribuições que os tecerá na segunda quinzena de abril e quesó recebem a diferença sobre o vencimento

docentes passaram a receber depois de antes de maio deve haver uma solução,básico (VB). “Só aqui na nossa

acordos recentes. ainda que provisória. “Mas nossa luta éUniversidade existem, pelo menos, doisEm fevereiro de 2009, a Ufrgs não pagou para que isso seja decidido o quanto antestipos diferentes de beneficiários desse

esta gratificação sobre a Retribuição por para que não haja prejuízo dos docentesbônus” , i n fo rma a d i r e to ra daTitulação (RT), o que prejudicou os mestres federais”, conclui.Adufrgs/Sindical Maria Luiza Ambros Von

União muda cálculo de benefícios e prejudica professores

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www.encontroscomarte.comPágina eletrônica do projeto cultural Encontros com Arte, idealizado pelas professoras

Clarisse Linhares e Mylene Rizzo, que inclui cursos, viagens e palestras sobre arte. O

site traz dicas de filmes e exposições, artigos e imagens, além de informações sobre os

cursos ministrados e as viagens culturais promovidas pela equipe do Encontro com a

História da Arte.

Vida, obra e bibliografia do mais famoso e premiado arquiteto brasileiro estão

no site da Fundação Oscar Niemeyer. A página disponibiliza centenas de

informações sobre o homem que projetou Brasília, hoje com 102 anos, sobre

os acervos, bibliotecas e espaços que compõem a Fundação. Na seção Casa

das Canoas, é possível visualizar por diversos ângulos a construção projetada

por Niemeyer em 1951, para sua moradia e da família, e considerada um dos

mais significativos exemplares da arquitetura moderna brasileira.

www.niemeyer.org.br

Site da Fundação Iberê Camargo, criada em 1995 com o objetivo depreservar e divulgar a obra do prestigiado pintor brasileiro. Além deaproximar o público deste que é um dos grandes mestres da arte noséculo 20, a instituição procura incentivar a reflexão sobre aprodução artística contemporânea. Na página eletrônica é possívelencontrar uma breve biografia do artista gaúcho – que morreu em1994, aos 79 anos, deixando um acervo de mais de sete mil obras –informações sobre exposições, programação cultural e links quedão acesso direto a sites de fundações culturais, escolas de artes emuseus do mundo inteiro.Na seção Multimídia, o internauta encontra quebra-cabeças paramontar digitalmente, além de podcasts, vídeos, papéis de parede edescansos de tela. Através do site é possível fazer uma visitavirtual pela nova sede, localizada às margens do Guaíba, na zona sulda capital gaúcha. Há ainda notícias e artigos atualizados. E quemquiser receber gratuitamente por e-mail as novidades culturais daFundação, basta cadastrar-se pelo site.

www.iberecamargo.org.br

OR

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Em 1924, Artur Virgilio Alves Reis, um comerciante português falido,

trama sozinho o maior golpe financeiro de todos os tempos. Em dois anos

se tornaria o homem mais rico e poderoso de seu país. O que parecia um

plano com pouca eficácia de um homem com muita imaginação, acabou

causando problemas macroeconômicos. Desde o grande terremoto de

1755, Portugal não sofria abalo econômico tão profundo. O autor narra,

com ares de romance policial, desde o momento da elaboração do golpe

até o julgamento dos réus, em 1930. Nas audiências finais, Alves Reis

contou ainda com uma presença ilustre entre os ouvintes da plateia: o

poeta Fernando Pessoa, curioso em assistir a sua defesa. Traz, em anexo,

a transcrição das anotações de Fernando Pessoa no último dia do

julgamento

Aprender e ensinarmúsica no cotidiano

Marlon de Almeida Editora 7 Letras

336 páginasR$ 49

Prosa do Mar

Segundo Fabrício Carpinejar, “era curiosa a ausência de

poemas sobre o litoral sul do Brasil, extensão litorânea do Rio

Grande do Sul a Santa Catarina. Marlon fecha essa lacuna, solta

as redes com os marisqueiros, reunindo, num tom de fala rimada, a

ênfase do cordel, o balanço da música popular brasileira (Dorival

Caymmi, Paulinho da Viola, Caetano Veloso) e uma tradição

metafísica da poesia ocidental a partir de infusões de pensamento

(Cecília Meireles, de Mar Absoluto, e Saint-John Perse, autor de

Amers)”.

O homem que roubou Portugal

A história do maior golpe financeiro de todos os tempos

Murray Teigh Bloom*

Jorge Zahar Editor

287 páginas

R$ 37

Os textos aqui reunidos visam a compreender uma educação

musical que se faz de uma maneira difusa no cotidiano. Por que a

música é tão importante para as crianças e os jovens? Como eles

utilizam os meios de comunicação para aprender e compartilhar

músicas? A preocupação em discutir essas questões, nesta obra,

é oriunda do Grupo de Pesquisa e Estudos Educação Musical e

Cotidiano, que atua junto ao Programa de Pós-Graduação em

Música da UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul.

90 páginas

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Jusamara Souza (organizadora)

Editora Sulina

* Jornalista e escritor norte-americano de grande renome, nasceu em

Nova York em 1916. Foi fundador e presidente da Associação Americana de

Jornalistas e Autores. É autor de diversos livros, alguns adaptados para o

cinema e o teatro.

por Naira Hofmeister


Sem dinheiro para divulgar o evento nem para premiar seus participantes, o Salão

Internacional de Desenho para a Imprensa chega à sua 17ª edição graças ao esforço da Grafar

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Alteração provoca polêmicaUma confusão nas regras de participação irritou os jurados. É que oregulamento do evento deixa claro que não seriam aceitos trabalhosselecionados ou premiados em edições anteriores. Mas a orientação dadaao corpo de avaliadores foi de que os artistas premiados é que nãopoderiam concorrer novamente. “É injusto um artista ser barrado porquefoi premiado antes. E além do mais, colabora para a perda de qualidade dacompetição”, critica o desenhista Eugênio Neves, da Grafar.

Categoria específicaO Salão Internacional de

Desenho para a Imprensa é o único emtodo o Brasil que possui a categoria de Ilustração

Editorial. “Premiamos capas de livros ou discos e desenhospublicados em reportagens de revistas ou jornais”, esclarece a

coordenadora de Artes Visuais de Porto Alegre, Ana Pettini. Além dessa,outras quatro categorias são premiadas: Charge, Cartum, História emQuadrinhos e Caricatura. “A importância desse evento é justamente a suaamplitude”, elogia Eugênio.

Uma mulher homenageadaNum reduto dominado pelos homens, ahomenagem do Salão Internacional deDesenho para a Imprensa em 2009será para a austríaca RoswithaWingen-Bitterlich. Ela fez carreira naEuropa, mas depois da 2ª GuerraMundial decide emigrar para o Brasil.Morando em porto Alegre, passa ailustrar coletâneas. Pela Editora Globolançou, por exemplo, Contos deAndersen (desenhos e aquarelas) eContos de Grimm (xilogravuras). Aartista continua vivendo em PortoAlegre aos 89 anos.

Gafe internaNa página virtual da Secretaria Municipal de Cultura, o Sidi éequivocadamente apresentado como um evento do Atelier Livre daPrefeitura. “Um dos principais objetivos do Salão é a profissionalizaçãodos alunos, o que envolve etapas como preparação de portfólio,fotografia dos trabalhos, apresentação da obra e adequação da propostapara o espaço expositivo”, anuncia o site. Na parte histórica, mais umaconfusão. “Nas primeiras edições, o Salão era exclusivo para alunos doAtelier, e o aluno premiado recebia isenção da matrícula para o próximosemestre e uma exposição no Espaço Alternativo do AL”.

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ADVERSO 165 | ABRIL 2009

Ilustrações: Roswitha Wingen-Bitterlish

Ato marcou os 10 anos do assassinato do índio Galdino dos Santos, da etnia Pataxó Hãhãhãe.

No local onde o pataxó foi morto, manifestantes ergueram um monumento em sua homenagem.

Em 20 de abril de 1997, cinco rapazes de classe média de Brasília atearam fogo no índio pataxó

Galdino Jesus dos Santos, 44 anos, que dormia em uma parada de ônibus na Asa Sul, bairro

nobre da capital Federal. Ele havia chegado a Brasília no dia anterior, 19 de abril, Dia do Índio,

onde participou de várias manifestações pelos direitos dos povos indígenas.

Foto: Marcello Casal Jr/ABr

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Adverso 165