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Projeto Gripen NG vai trazer 9 bilhões de dólares em compensações Mais que um caça Jul/Ago/Set - 2015 Nº 245 - Ano 42 OPERACIONAL SUSTENTABILIDADE Novos hábitos pela qualidade de vida HARPOON Esquadrões de helicópteros treinam combate FAB terá míssil antinavio para garantir soberania

AEROVISÃO nº 245 jul/ago/set - 2015

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Mais que um caça

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Projeto Gripen NG vai trazer 9 bilhões de dólares em compensaçõesProjeto Gripen NG vai trazer 9 bilhões

Mais que um caça

Jul/Ago/Set - 2015 Nº 245 - Ano 42

OPERACIONALSUSTENTABILIDADENovos hábitos pela qualidade de vida

HARPOONEsquadrões de helicópteros treinam combate

FAB terá míssil antinavio para garantir soberaniatreinam combate

FAB terá míssil antinavio para garantir soberania

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Edição nº 245 Ano 42julho/Agosto/Setembro - 2015

Prepare seu plano de voo

Mais aviões, menos esperaAeroporto Internacional de Brasília terá a maior capacidade do País: até 80 decolagens e pousos por hora. O número será alcançado com nova metodologia de gerenciamento de tráfego aéreo, com operações simultâneas das duas pistas.

12ESPAÇo AÉREo INdÚSTRIA

AVIAÇÃO DE RECONHECIMENTOAssista ao videoclipe em homenagem à Aviação de Reconhecimento da Força Aé-rea Brasileira, hoje equipada com aviões RA-1, R-35 e R-99, além das aeronaves remotamente pilotadas RQ-450 e RQ-900.

CONEXÃO FABTodo mês, acompanhe os fatos marcantes da Força Aérea Brasileira, como a exposição de uma maquete em tamanho real do caça Gripen NG na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Veja na FAB TV (youtube.com/portalfab)

Mais que um caçaSaiba como o projeto de desenvolvi-mento e aquisição dos caças Gripen NG pode trazer benefícios para o Brasil.

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MÍDIAS SOCIAISMÍDIAS SOCIAIS

A cidade do Rio de Janeiro comemorou 450 anos em 2015 e uma campanha na internet reuniu belas fotos feitas por militares e civis.

Acesse: https://www.fl ickr.com/photos/portalfab/

meu Rio visto de cima

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AERoNAVE hISTÓRICA P-16 TrackerConheça o P-16, aeronave de patrulha da Força Aérea que operou durante 31 anos a bordo de porta-aviões.

ESPAÇoPilotos de satéliteAviadores da FAB treinam para um novo desafi o: pilotar o novo satélite brasileiro, a ser lançado em 2016.

oPERACIoNAl - Esquadrões Falcão e Harpia, de Belém e Manaus, empregam seus helicópteros H-60 Black Hawk e H-36 Caracal em exercícios operacionais na Serra do Cachimbo. Treinamentos ocorreram também à noite, com o uso de munição real.

ENTREVISTAIndústria fluminenseFederação das Indústrias do Es-tado do Rio de Janeiro se prepara para ampliar sua participação no setor de defesa e segurança.

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Veja a edição digital

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Eirunepé é um município pequeno, de apenas 30 mil habitantes, cravado no meio da selva amazônica. Sua pista de pouso, apesar de grande, recebe poucas aeronaves. Já o Aeroporto Internacional de Brasília é cada vez mais um ponto de parada obrigatória para milhões de brasileiros que viajam dentro do País ou para o exterior. Para ser mais exato, foram 18,1 milhões só em 2014.

O que esses dois locais têm em co-mum (além de serem tema de matérias desta revista)? O trabalho dos homens e mulheres do Comando da Aeronáutica.

Os benefícios desses esforços podem às vezes ser claros, como o aumento da capacidade do aeroporto da capital do País, com menor tempo de espera para passageiros e menores custos para em-presas aéreas, mas, por vezes, precisam ser mais bem explicados. De fato, na pressa do dia a dia, será muito mais fácil reconhecer o ganho da capacidade em Brasília. Mas aqueles militares lá em Eirunepé são igualmente relevantes para a sociedade brasileira.

Ter um destacamento da Força Aé-rea em Eirunepé significa efetivamente “fechar” a defesa do espaço aéreo na-quela tão rica, desabitada e desconheci-da região do Brasil. A presença militar ali, mesmo discreta, é fundamental.

Essa dicotomia - benefícios visíveis e tantos outros invisíveis - também está presente na nossa reportagem de capa, sobre o Gripen NG, o futuro caça da FAB. Quando divulgamos os incríveis números de desempenho da aeronave ou detalhamos as capacidades de siste-

mas avançados, é fácil perceber como essa aeronave fará a diferença para a defesa da soberania do País.

Mas, nas fábricas, nos centros de de-senvolvimento, nas equipes de testes e de manutenção, engenheiros e técnicos brasileiros alcançam outros grandes feitos desse projeto. O Gripen NG será um salto operacional para a FAB, e, igualmente, um salto tecnológico para a indústria nacional. Estes benefícios serão tangíveis por décadas, e contamos esta história para você.

Outro destaque deste número da Aerovisão é o treinamento dos nossos esquadrões de helicópteros da Amazô-nia e da nossa unidade equipada com os aviões de patrulha marítima P-3AM Orion, em breve equipados com um novo míssil capaz de assegurar a plena soberania do mar territorial brasileiro. Sobre a imensidão azul do oceano, ou verde da selva, nossos tripulantes anônimos cumprem seu dever de se manterem preparados.

Nas páginas a seguir, mostramos o trabalho de resultados evidentes, e outros mais discretos. Em ambos os casos, um trabalho de militares que vivem em prol do Brasil. Ou, como eles costumam dizer, servem. Servem ao País, servem a você.

Boa leitura!

Brigadeiro do Ar Pedro Luís FarcicChefe do Centro de Comunicação

Social da Aeronáutica

A seu serviço

Nossa capa: Maquete em tamanho real do caça Gripen NG, exposta na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, revelada por meio da técnica de composição de três fotos noturnas assinadas pelo Sargento Johnson Barros, com trabalho de iluminação do Tenente Enilton Kirchhof e do Cabo André Feitosa. Abaixo, arte gráfica idealizada pelo Sargento Lucemberg Silva inspirada na camuflagem da aeronave separa a foto principal de três chamadas de matérias da revista.

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Aos Leitores

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ENTREVISTA

Foco na defesa

A proximidade entre o Rio de Janeiro e as Forças Armadas remete aos tempos do Império e se mantém forte até hoje: somente a Força Aérea Brasileira possui mais de 70 Organizações Militares no Estado, enquanto a Marinha sedia por

lá todos os seus submarinos e navios de grande porte. Já o Exército marca a presença por um grande número de quartéis e o imponente Palácio Duque de Caxias, no centro da capital, onde está sediado o Comando Militar do Leste. Fazer funcionar essa estrutura militar, e também atender aos projetos estratégicos para o futuro, significa uma ampla participação da indústria. E é esse o foco da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). O empresário Carlos Erane de Aguiar, membro da presidência da entidade, conversa sobre o tema e deixa claro o trabalho a ser feito: “Este mercado é ainda pouco explorado no Brasil.

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“Cada real investido

em projetos de defesa e segurança possui um

caráter multiplicador na economia

muito grande”

Aerovisão - Qual a visão da FIRJAN sobre o mercado de defesa no Brasil?

Carlos Erane - Inicialmente é pre-ciso ressaltar que o Sistema FIRJAN não faz distinção entre os mercados de defesa e segurança, por serem indis-sociáveis. Este mercado é ainda pouco explorado no Brasil e pelo Brasil, em especial devido à falta de cultura no que se refere à compreensão da importância da indústria de defesa e segurança para o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico, para a balança comercial - hoje o País é deficitário, com um grande volume de importações, em especial navios, aeronaves e veículos blinda-dos, e baixo volume de exportações, concentradas em aeronaves - para a inserção do Brasil no mercado global de alta tecnologia e para a afirmação da soberania nacional.

Consideramos que o mercado bra-sileiro é ainda pouco explorado em

comparação com a realidade nacional, um país de grandes dimensões, com enorme diversificação geográfica e que possui grande riqueza natural em terra e no mar. Além disso, o Brasil é a 7ª economia global e possui a 5ª maior população mundial. Essas característi-cas precisam ser acompanhadas pelo fortalecimento da segurança interna e da defesa contra ameaças externas, que são reais, pois estamos em uma região de grandes conflitos de governos con-tra grupos paramilitares, com grandes cartéis de drogas e outras ameaças às nossas fronteiras e à nossa população.

Apesar da grande dicotomia entre o que o Brasil precisa - uma estrutura forte de defesa e segurança, conside-rando as características apresentadas - e o mercado pouco consolidado e explorado, as companhias que atuam no setor geram cerca de 30 mil empre-gos diretos e outros 120 mil indiretos, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança. Esses números podem dobrar nas próximas duas décadas em se concretizando os investimentos pre-vistos para o setor, de US$ 180 bilhões.

Agora, é preciso destacar que, neste momento de ajuste econômico, o caminho natural para o setor é buscar a ampliação de sua participação no mercado internacional. Para isso é necessário fortalecer alguns mecanis-mos: a atuação dos setores de promo-ção comercial do Ministério da Defesa na divulgação da produção nacional, a oferta de garantias para os contratos internacionais, a adoção de um paco-te de desonerações em um mercado controlado e a maior divulgação dos projetos de compras do Ministério da Defesa e das forças militares e ci-vis dos estados. Em se tratando, por exemplo, de armamentos não letais, a maior divulgação permitirá que mais empresas da cadeia possam se credi-tar para estes projetos e, no processo, se tornarem aptas a exportar segundo os critérios da OTAN, ONU e outros.

Aerovisão - Projetos da área de defesa são considerados como oportu-nidades de crescimento para a indústria nacional?

Carlos Erane - Não apenas a indús-tria de defesa e segurança enxerga estes projetos como oportunidades de cres-cimento. Outros segmentos industriais, como construtoras, desenvolvedoras tecnológicas - software, principalmente - , laboratórios de pesquisa de matérias e químicos, estaleiros, metalurgias e indústrias metalomecânicas e tantos outros também estão, cada vez mais, enxergando os projetos de defesa como grandes oportunidades não apenas de crescimento econômico, mas também de evolução tecnológica e de processos produtivos, o que permite abrir merca-dos internacionais.

Este consenso só não é maior por-que falta uma cultura, como dissemos, sobre a cadeia direta e indireta dos pro-jetos de defesa e segurança. Em todos os projetos os profissionais são altamente qualificados, o que abre mercado para centros de profissionalização, capacita-ção, de pesquisa e desenvolvimento e até mesmo instituições acadêmicas. Os profissionais demandam alimentação, o que move fornecedores locais, bem como a indústria de papel, papelão, gráfica, têxtil e confecções, de plástico, isopor, madeira e mobiliário, constru-ção civil e diversos outros serviços, como transportes.

É preciso difundir o conhecimento que a indústria de defesa e segurança não é um círculo fechado dentro da economia, nem mesmo um setor que envolve apenas a relação direta com as forças militares. Cada real investido em projetos de defesa e segurança possui um caráter multiplicador na economia muito grande. Um exemplo: para se construir um navio, tem-se a cadeia do aço, da construção civil, dos sistemas tecnológicos, do vidro, gasquímico e petroquímico e por aí afora. A socie-dade, e até mesmo a indústria, precisa conhecer mais a fundo os impactos dos

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projetos de defesa e segurança, e nem estamos falando dos objetivos fins dos projetos, que se desdobram por toda a sociedade, como segurança pública, defesa da soberania nacional, etc.

Aerovisão - Na avaliação do senhor, o público brasileiro apoia investimentos públicos na área de defesa?

Carlos Erane - Não há grandes reações públicas aos projetos da área de defesa. Talvez esta seja a única área em que investimentos de grande porte por parte do governo não despertam desconfiança da sociedade. Isso ocorre porque a sociedade reconhece e respeita as Forças Armadas como essenciais para proteção do País e para a sua segurança. Muitos perguntam, ao ver um avião, um tanque ou um navio: “Por que não temos um mais moderno?”. Essa é a comprovação de que os investimentos em defesa e segurança não só têm o apoio como são exigidos pela sociedade.

Aerovisão - O Estado do Rio de Janeiro tem um grande número de unidades militares. Em que medida essa proximidade pode ajudar na par-ticipação de empresas sediadas no Rio de Janeiro em projetos para as Forças Armadas?

Carlos Erane - Neste particu-lar, vamos citar dois projetos em andamento pelas Forças Armadas: o primeiro é a Parceria Público Pri-vada para a contratação de serviços de manutenção da FAB. O Rio de Janeiro tem dezenas de empresas que se enquadram nos critérios de mobilização logística do Comando da Aeronáutica, reúne todas as condições necessárias para ser um grande cen-tro de MRO (Maintenance, Repair and Operations), possui importantes bases aéreas (Santa Cruz, Afonsos e Galeão), a base aeronaval de São Pedro da Aldeia, além de aeródromos como os de Nova Iguaçu, Jacarepaguá, Macaé,

Campos dos Goytacazes e Itaperuna. Considerando que temos alguns dos mais importantes centros tecnológi-cos e universidades do País, além do centro de controle do espaço aéreo na-cional, é mais do que racional pensar que esta estrutura deva ficar no Rio de Janeiro, aproveitando as vantagens locacionais e de integração entre os serviços, a qualificação e a existência de pistas da própria Aeronáutica, o que reduz o custo dos serviços.

O segundo é a expansão do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáu-tica), através de um contrato de cooperação com uma universidade estrangeira. Como o Rio de Janeiro possui toda a infraestrutura citada acima, por que não construir esta nova unidade do ITA no Rio de Janeiro? É uma decisão lógica, além de promover a desconcentração do setor, hoje em São Paulo. Não se trata de retirar nada de São Paulo, mas de trazer para o Rio

Projetos de aquisição de caças supersônicos, como o F-5 (acima), costumam chamar mais a atenção de empresas, porém, as Forças Armadas têm demandas como automóveis, armamentos portáteis, fardamentos, coletes à prova de bala, dentre outros itens.

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“Temos que

estimular o

desenvolvimento

acadêmico,

científi co e

tecnológico”

de Janeiro as novas oportunidades.Este processo é essencial, uma vez

que a descentralização abre novas oportunidades e atrai novos investi-mentos na criação de um novo cluster de indústrias de média, alta e altíssima tecnologia e de formação de pessoal altamente qualifi cado no Rio de Ja-neiro, o que trará um impulso socio-econômico muito maior das ondas de investimento do que se permanecesse concentrado em São Paulo, que por já possuir esta concentração teria meno-res efeitos de cadeia.

Aerovisão - Em todo o mundo há novas tendências de gestão na área de defesa, como Parceria Público Privada, terceirização e leasing de equipamentos, por exemplo. As em-presas brasileiras estão preparadas para fornecer esse tipo de serviço às Forças Armadas?

Carlos Erane - As empresas brasi-leiras estão preparadas, aguardando a convocação das Forças Armadas. A indústria de defesa e segurança possui capacidade para atuar em Parceria Pú-blico Privada, na terceirização de servi-ços, leasing de equipamentos e outros modelos. Mesmo que não sejam mode-los usuais e que exij am uma engenharia empresarial mais complexa, a indústria

de defesa e segurança no Brasil é capaz de rapidamente se estruturar.

Aerovisão - E em termos de quali-fi cação de mão de obra? Temos profi s-sionais aptos a atender às demandas do setor?

Carlos Erane - O setor emprega hoje 150 mil trabalhadores diretos e indiretos. Em duas décadas a demanda deverá aumentar 100%. O problema é que os trabalhadores do setor não são trabalhadores comuns. São altamente qualifi cados e com remuneração acima da média do mercado. E possuem for-mações que hoje já estão dentro de um forte grau de carência no País, como nas áreas de engenharias, desenvolvimento de soft ware e outros. Isso signifi ca que precisamos mudar de rota no trato dado à educação e à construção de conhecimento. Temos que estimular o desenvolvimento acadêmico, científi co e tecnológico. Para isso, investimentos em educação precisam ser não apenas preservados dos ajustes rigorosos da economia, mas ampliados. Quando se corta investimentos em educação em um período de crise, o resultado é o alongamento das carências de forma-ção de mão de obra qualifi cada com resultados perversos para o desenvol-vimento nacional.

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Aeroporto dois em umA partir de novembro, o aeroporto de Brasília será o primeiro da América do Sul a ter pousos e decolagens simultâneos em suas duas pistas

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Assista ao vídeo com o treinamento dos controladores de tráfego aéreo para a operação no aeroporto de Brasília.

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O Aeroporto de Brasília terá, ainda em 2015, a maior capa-cidade operacional de todos os

aeródromos do Brasil. Com a operação simultânea das duas pistas para pousos e decolagens, o pico de 60 movimentos aéreos por hora poderá chegar a 80. Este será o primeiro aeroporto da América do Sul a pôr em prática esse tipo de geren-ciamento de tráfego aéreo, e vai ajudar a capital federal a se consolidar como um dos polos da aviação brasileira.

Inaugurado em 1957, três anos antes da capital, o aeroporto de Brasília rece-beu sua segunda pista em 2005, se tor-nando um dos poucos do País detentor desse “layout” ideal: duas longas pistas paralelas, distantes suficientemente uma da outra, ao alcance visual de uma torre. Não há melhor meio de pousar e decolar o maior número de aviões num mesmo aeroporto do que dispondo de pistas lado a lado.

Porém, o procedimento que pare-ce ser simples não é. Hoje, uma pista é usada para pousos, e outra, para decolagens, que nunca ocorrem simul-taneamente. A partir de novembro,

será, na prática, como se houvesse dois aeroportos funcionando separadamente, com profi ssionais na torre de controle e auxílios à navegação aérea próprios.

Isso só será possível por conta do trabalho realizado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DE-CEA) destinado a otimizar os fl uxos de tráfego aéreo com a implemen-tação de novos procedimentos PBN(em português, Navegação Baseada

em Performance). Também houve a entrega de novos pátios de estaciona-mento de aeronaves e a ampliação do terminal de passageiros.

Para o Tenente-Coronel Ricardo da Silva Miranda, gerente do projeto que viabilizará as novas operações na capital, a medida resultará em um signifi cativo aumento de capacidade operacional e uma série de benefícios. “Com a implementação de operações

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Agora, as aeronaves poderão decolar, ou pousar, exatamente no mesmo momento.

Com duas pistas paralelas, o Aeroporto de Brasília já realizava aproximações simultâneas, porém com as aeronaves tocando as pistas em momentos diferentes.

As posições na torre de controle são duplicadas: cada equipe vai cuidar de uma pista específi ca.

Decolagens e pousos simultâne-os vão reduzir a ocorrência de fi la de aeronaves esperando para deco-lar ou, no céu, em rotas de espera para pouso.

Para tornar a metodologia viá-vel, ambas as pistas precisam estar com todos os equipamentos para operações de pouso e decolagem.

As pistas atendem tanto ao mo-vimento dos terminais de passagei-ros quanto da Base Aérea.

paralelas simultâneas independentes, espera-se também uma melhor dis-tribuição do tráfego, diminuição do tempo de táxi depois do pouso e antes da decolagem, aumento na capacidade de controle de tráfego aéreo por parte do controle de aproximação e melhoria nos níveis de segurança operacional”, explica o ofi cial. Cada equipe de con-troladores realizará procedimentos de uma pista, e não mais de duas.

O resultado prático será o fomento à atividade aérea. “Essas melhorias operacionais proporcionarão um ganho para as empresas aéreas, com redução dos custos de operação, e para a sociedade brasileira, com o aumento da disponibilidade de voos oferecidos, tanto de saída quanto de chegada a Brasília”, finaliza o Tenente-Coronel.

Operações simultâneas em pistas

paralelas são hoje uma exclusividade dos maiores aeroportos do mundo. Os três mais movimentados - Atlanta (Hartsfi eld-Jackson), nos EUA, Pequim (Beij ing Capital International), na Chi-na, e Londres (Heathrow), na Ingla-terra - receberam só no ano passado 95, 86 e 73 milhões de passageiros, respectivamente, segundo dados do Airports Council International (ACI). Jamais alcançariam esses números se não operassem com pistas paralelas independentes que viabilizam uma elevação no número de embarques e desembarques.

Em 2014, 18,1 milhões de pas-sageiros passaram pelo Aeroporto Internacional de Brasília, sendo que 8,1 milhões, cerca de 45% do total, utilizaram o aeroporto como conexão para visitar outras regiões, sobretudo no Sudeste e no Nordeste. O ganho de capacidade de controle de espaço aé-reo, somado à localização geográfi ca estratégica da capital poderão, enfi m, alçar o Distrito Federal como o grande centro de distribuição de passageiros entre o Norte e o Sul do País.

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entre o Norte e o Sul do País.

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ESPAÇo AÉREo

Você já viu um balão assim?

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Aeronáutica lança 90 balões todos os dias para monitorar o clima

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No solo, ele parece ser pequeno: 1,5 metros de diâmetro. Mas após subir e atingir alturas entre 25 e 30 quilômetros, a baixa pressão

atmosférica permite o balão se expandir e fi car até oito vezes maior. Todos os dias, 90 destes balões são lançados a partir de 45 pontos do território brasileiro, desde grandes cidades, como São Paulo, até a Ilha da Trindade, no meio do Atlântico, para monitorar o clima. “É um procedimento padronizado no mundo inteiro”, conta o Tenente-Coronel Paulo Roberto Bas-tos, do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA 1), em Brasília (DF). O trabalho realizado pela Aeronáutica permite fornecer dados precisos para os órgãos de controle de tráfego aéreo. Com eles, é possível prever as futuras condições climáticas e garantir a segurança da aviação. Cada balão leva uma sonda Väisala RS92, de fabricação fi nlandesa, capaz de captar e trans-mitir dados sobre temperatura, pressão, umidade, direção e velocidade do vento nas diversas cama-das da atmosfera. Após uma hora e quinze minu-tos de voo, o balão se rompe e o equipamento de aproximadamente 300g desce devagar, com o uso de um paraquedas. De acordo com o Tenente-Coronel Bastos, os voos desses balões não causam riscos para as ae-ronaves. “Existe uma coordenação com os órgãos de controle”, explica. Já a sonda Väisala é descartável: se encontrada, deve ser jogada no lixo reciclável.

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Confiança em altaPesquisa aponta Forças Armadas como a instituição mais confi ável no Brasil

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As Forças Armadas consolidam--se como a instituição em que o brasileiro mais confi a. É o que

aponta o Índice de Percepção do Cum-primento das Leis, divulgado em junho pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo dados da pesquisa, no primeiro trimestre de 2015, 68% da

população afi rmava confi ar nas Forças Armadas. A taxa subiu: era de 64% no mesmo período do ano passado.

“A alta confi ança nas Forças Arma-das talvez seja resultado da sua partici-pação em ações que envolvem a garantia de segurança em grandes eventos ou quando ocorrem casos de maior neces-

sidade. Além disso, o papel das Forças Armadas no salvamento e a assistência às populações em momentos de grandes tragédias, além da distribuição de roupa e alimentos, é reconhecido pela popula-ção, que traduz esse conhecimento como confi ança”, ressalta a professora Luciana Gross Cunha, coordenadora do Índice

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Confiança em alta

de Percepção do Cumprimento da Lei, da FGV DIREITO.

Com essa porcentagem, as Forças Armadas superam a Igreja Católica, que passou a ter 57% da confi ança da popu-lação, contra 54% em 2014; as emissoras de TV que viram sua confi ança subir de 31% para 34% em um ano e a polícia,

com um aumento de 30% para 33%. O Ministério Público manteve o mesmo nível de confi ança: 45%.

“É difícil ver coisas erradas envol-vendo as Forças Armadas, por isso acho que a instituição tem uma boa imagem perante a sociedade”, afi rma o estudante de administração Brendon

Marques, de 22 anos.O Centro de Pesquisa Jurídica Apli-

cada da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas ouviu 1.650 pessoas de oito Unidades da Federação: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Amazonas e Distrito Federal.

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Missão cumpridaForça Aérea Brasileira encerra sua participação na missão de paz da ONU no Haiti. Na bagagem, experiências e sentimento de dever cumprido

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Após quatro anos de atuação, a Infantaria da Aeronáutica encerra um ciclo de partici-

pações na Missão da Organização das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH). O último pe-lotão de 28 homens retornou ao Brasil no início do mês de junho trazendo na bagagem não só conhecimentos operacionais, mas sobretudo a certeza de ter contribuído para amenizar um pouco o sofrimento de um país ainda mergulhado em problemas econômi-cos e estruturais.

“A avaliação da presença da FAB no Haiti ao longo desses anos é muito positiva. Tivemos um ganho operacio-nal e pessoal muito grande. A expe-riência adquirida por esses militares foi repassada ao demais integrantes dos batalhões, disseminando assim os conhecimentos absorvidos naquele país. Em eventos futuros nos quais seja necessário nosso engajamento, estaremos preparados”, ressalta o Brigadeiro de Infantaria Augusto Cesar Amaral, do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR).

A trajetória da infantaria da FAB no Haiti iniciou-se em fevereiro de 2011, quando 27 militares do Bata-

lhão de Infantaria da Aeronáutica Especial de Recife (BINFAE-RF) co-locaram os pés pela primeira vez no país caribenho. “Tudo era novidade. O nosso conhecimento era baseado apenas em fotos. Mas a realidade era bem diferente”, relembra o Cabo Waldomiro Manoel de Farias, um dos integrantes do primeiro contingente da Força Aérea.

Ao todo, cerca de 250 militares de oito pelotões da FAB se revezaram nas atividades desenvolvidas nas ruas de Porto Príncipe, capital haitiana. “Rea-lizamos patrulhas, efetuamos prisões e, principalmente, tivemos contato mais estreito com a população. Isso foi muito importante, pois não estávamos acostumados com essas atividades”, avalia o Capitão Samuel Frank Gon-çalves, que embarcou para o Haiti em fevereiro de 2012 para comandar o terceiro pelotão da FAB.

Para ele, o grande diferencial foi a oportunidade de desempenhar ativida-des não habituais para a Infantaria da Aeronáutica. “O emprego era real e está-vamos sujeitos a tomar um tiro ou sofrer uma emboscada. Por isso, precisávamos estar atentos para as várias situações do dia a dia. A experiência no Haiti nos

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Assista ao vídeo em ho-menagem a participação da Força Aérea na missão de paz no Haiti.

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“A presença da

MINUSTAH constitui

incontestavelmente um

fator de estabilidade

e segurança no Haiti

durante esses últimos

onze anos”Madsen Chérubin, Embaixador do

Haiti no Brasil

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deu uma boa bagagem para engajarmos em outras missões de grande porte aqui no Brasil, como foi no caso da Copa do Mundo em 2014”, complementa o ofi cial.

Desde 2004, o Brasil lidera o co-mando militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), criada após a escalada de violência ocorrida depois da insta-bilidade política no país. Em janeiro de 2010, o terremoto que matou 300 mil pessoas fez a presença militar brasileira no Haiti aumentar. No mês do sismo, a Força Aérea chegou a montar um Hos-pital de Campanha em Porto Príncipe, onde atendeu 8 mil pessoas.

A Força Aérea Brasileira também apoia a MINUSTAH com suas aerona-ves. Somente em 2014, um total de 189 toneladas de carga e 1.058 passageiros foram transportados entre o Brasil e o Haiti em aviões da FAB. Na época do terremoto, além de militares, material de apoio e a estrutura do Hospital de Campanha, foram transportados comi-da, remédios e até água.

“A presença da MINUSTAH consti-tui incontestavelmente um fator de es-tabilidade e segurança no Haiti durante esses últimos onze anos. Reitero meus sentimentos de profunda gratidão, em particular ao Brasil, que liderou de ma-neira efi caz a parte militar, no melhor espírito de amizade, solidariedade e cooperação ativa”, afi rma o embaixador do Haiti no Brasil, Madsen Chérubin.

“A estratégia de proximidade uti-lizada pelo contingente brasileiro, a paixão bem conhecida da população haitiana pelo futebol brasileiro e algu-mas afi nidades culturais foram fatores importantes que contribuíram para uma experiência muito positiva”, com-plementa o diplomata haitiano.

De acordo com dados da Organi-zação das Nações Unidas (ONU), o efetivo da MINUSTAH em janeiro de 2015 era composto por 4.763 militares, 2.258 policiais da ONU, 343 civis es-trangeiros, 1.168 civis haitianos e 130 voluntários da ONU.

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Cenas da missão da FAB no Haiti. (1) Um dos mais de 8 mil atendimentos do Hospital de Campanha (2) Só em 2014 foram 189 toneladas de carga transportada (3) Militares re-encontram familiares após seis meses de missão (4) Treinamen-tos antes do embarque para o Haiti (5) Foco em interagir com a população haitiana.

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Os Jogos Mundiais Militares estão chegando. O evento esportivo que reúne cerca de

20 modalidades e atletas de ponta das Forças Armadas de mais de cem países vai ser realizado em outubro deste ano na cidade de Mungyeong, Coreia do Sul. A Força Aérea Brasileira vai levar 60 atletas de 13 modalidades.

A expectativa do Brasil, que também competirá com militares da Marinha e do Exército, é repetir o resultado conquistado na edição anterior, em 2011, quando ficou em primeiro lugar no quadro geral de medalhas. Foram 114 no total, sendo 45 de ouro, 33 de prata e 36 de bronze. A competição foi realizada no Rio de Janeiro (RJ), com a presença da torcida brasileira.

Já para 2015, os Jogos vão para bem longe. Para ser mais exato, a 18.282 km da capital carioca. Tudo será diferen-te: clima, horário das competições e torcida. A diferença de fuso horário, por exemplo, é de 12 horas a mais. Isso requer adaptação na rotina, como agenda de treinamento, período de alimentação e turnos para descanso.

“Se conseguirmos fazer uma adaptação adequada ao fuso horário, chegaremos disputando a medalha de ouro nas duas provas de tiro de armas curtas no masculino”, diz o Coronel

Júlio Antônio de Souza e Almeida, piloto de transporte e atleta da equipe de tiro do Brasil.

Militar de carreira, formado pela Academia da Força Aérea (AFA), ele já participou de duas Olimpíadas e está de olho em mais uma, mas o foco agora são os Jogos Mundiais Milita-res. Para conquistar uma medalha, o Coronel tem uma rotina de mais de cinco horas diárias de treinamento.

Quem enfrenta uma rotina pe-sada também é Ariel Kaczmark. Ele é Cadete-Aviador da Academia da Força Aérea e, enquanto se prepara para alcançar o sonho de ser piloto de caça, também tem o desafio de se manter pronto para competições internacionais. E não é de um esporte qualquer. O futuro oficial pratica o pentatlo aeronáutico militar, ou seja, ele treina e compete em diversas mo-dalidades: natação com obstáculos, orientação, esgrima, basquete e pista de obstáculos. “Algumas pessoas per-guntam se eu não sou louco por ter escolhido o pentatlo”, brinca.

Dedicação é a palavra-chave. Foi assim que ele conseguiu a primeira colocação na pista de obstáculos e segundo lugar por equipe geral no campeonato regional europeu de pen-tatlo aeronáutico militar, em Istambul

Sargento Janildes Fernandes, Cadete Ariel Kaczmark, Coronel Júlio Almeida, Sargento Clemilda Fernandes e Sargento Marílson dos Santos: Força Aérea repre-sentada em competições internacionais

Time de campeõesFAB participa dos Jogos Mundiais Militares da Coreia do Sul com sua equipe mais forte. Foco também é conquistar medalhas nas Olimpíadas do Rio, em 2016

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Sargento Marílson dos Santos: bicampeão da Maratona de Nova Iorque, hoje se prepara para as Olimpíadas de 2016.

na Turquia, realizado em 2014. O foco agora são os jogos da Coreia. “A minha expectativa é poder representar muito bem o Brasil. Seria um orgulho maior ainda subir no pódio com a minha equipe, e vou me dedicar para isso também”, finaliza o cadete.

Atletas de alto desempenho“A expectativa da Força Aérea para

bons resultados, em comparação a 2011, é maior, pois agora temos a in-serção de atletas de alto rendimento na Força”, explica o chefe da seção de alto rendimento da Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), Capitão Marcos Vinícius Pires Brant. Desde 2013, a FAB iniciou a incorpo-ração de atletas de alto desempenho no quadro de sargentos convocados. Hoje, são cerca de 200.

Ter esportistas profissionais nas For-ças Armadas não é novidade. No Brasil, a Marinha e o Exército também contam com esses militares nos seus quadros. Um dos nomes mais fortes desse grupo é a saltadora Mauren Maggi, sargento do Exército Brasileiro. Em outros países a prática também é comum. Um exem-plo é a major russa Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica do salto com vara.

A incorporação de atletas de alto desempenho significa vestir com a farda da Força Aérea os primeiros colocados nos rankings de diversos esportes, como o triatlo e o tiro com arco. “Nós temos a equipe mais forte da história do tiro com arco. Estamos muito empolgados para participar dos Jogos Mundiais Militares”, afirma o ar-queiro da FAB, Sargento Fábio Emílio.

No triatlo, o nome forte é Dio-go Sclebin. Sargento da FAB desde 2014, ele é o número dois do ranking brasileiro e 42° do ranking mundial, o que já garante sua vaga nas Olim-píadas 2016. A expectativa para os Jogos Mundiais Militares é chegar à primeira colocação. “A competição da Coreia será a minha última competi-ção internacional das 15 realizadas em

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A equipe de atletas da FAB é composta por militares convocados, como o maratonista Marilson dos Santos, e por militares de carreira, como o Coronel Júlio e o Cadete Ariel Kaczmark.

2015. Uma semana antes, farei uma etapa do Circuito Mundial de Triatlo no México para chegar à Coreia com bom ritmo de prova”, conta o atleta, em fase intensa de treinamento.

O ciclismo será uma das modalidades mais fortes nos Jogos. A equipe é formada 100% por militares da FAB, com 10 atletas no masculino e seis no feminino.

A Sargento Janildes Fernandes foi a primeira ciclista brasileira a colocar o Brasil no primeiro lugar do pódio em uma competição internacional. Ela foi a campeã do Tour de San Luis, na Argentina, no início do ano. Para a coordenadora da equipe, Tenente Re-nata Matt oso Gavinho, a expectativa é grande. “Estamos contando com sete medalhas nos Jogos”, promete.

A Sargento Janildes é de uma família que há 12 anos manda representantes para competições olímpicas. Na equipe da FAB estão Janildes, a irmã Clemilda e uma prima, além de mais duas militares. “Nós não competimos entre a família. Sempre que estamos juntas em uma corrida, procuramos nos ajudar”, afi rma a Sargento Clemilda.

Veterana de três Olimpíadas, a Sar-gento Janildes explica o que é preciso para se manter no topo do esporte. “De-terminação e empenho nos treinos são prioridades em minha vida. O que me inspira mais ainda é o fato de ser militar. É uma motivação”, diz a ciclista.

de olho em 2016Bicampeão da Maratona de Nova

Iorque, Marilson Gomes dos Santos agora veste a farda de sargento e sonha com a medalha olímpica nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro. Em 2012, nas Olímpiadas de Londres, ele conseguiu a quinta colocação. “O sonho de qualquer atleta é ganhar uma medalha olímpica. A de 2016 vai ser ainda mais especial por ser realizada no Brasil. Hoje, esse é meu principal objetivo”, revela.

Fora dos Jogos Mundiais Militares da Coreia por conta de uma lesão na panturrilha, ele diz não se afastar do seu lado militar. “Identifiquei-me muito com o fato de ser militar. Eles possuem características que todos os atletas devem ter para conseguir um bom resultado. No meu caso: disci-plina, coragem, determinação, rotina e foco”, fi naliza o Sargento Marílson.

jogos mundiais militaresOs Jogos Mundiais Militares são

organizados pelo Conselho Interna-cional do Desporto Militar (CISM). O primeiro aconteceu em 1995, em Roma, na Itália, como celebração dos 50 anos do final da Segunda Guerra Mundial. A Coreia é sede da sexta edição dos jogos, que também já passaram por Hyderabad (Índia), Zagreb (Croácia), Catânia (Itália) e Rio de Janeiro.

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Rotores sobre a selva

Esquadrões de helicópteros da FAB realizam simulações de combate na Amazônia

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Rotores sobre a selvaSerra do Cachimbo, Sul do Pará.

Foi nesta área de selva preser-vada, onde está localizado o

Campo de Provas Brigadeiro Veloso, que em maio e junho helicópteros H-60 Black Hawk e H-36 Caracal da FAB abriram fogo em exercícios de aperfeiçoamento operacional.

A cada dia, equipes compostas por pilotos, mecânicos, artilheiros e homens de resgate participaram de um cenário de guerra simulada, onde foram execu-tadas todas as fases necessárias para o resgate de combatentes atrás das linhas inimigas. É a chamada missão CSAR (do inglês Combat Search and Rescue), ou Busca e Salvamento em Combate.

Antes da ação, tudo começa na sala de planejamento. Rotas, meteorologia, posição do inimigo, preparo dos tripu-lantes e possíveis táticas: cada detalhe é estudado e analisado pela equipe para que a operação ocorra com sucesso. Após o briefi ng inicial, as tripulações e tropas embarcam nos helicópteros H-36 Caracal ou H-60 Black Hawk estacionados no pátio de manobras e decolam para resgatar o combatente em uma posição conhecida dentro do território inimigo.

Um outro grupo, infi ltrado próximo à área de resgate, equipado com fuzis, simula a chegada de inimigos, o que aumenta a complexidade e difi culta o cumprimento da missão. A novidade foi o uso de metralhadoras laterais acopladas às aeronaves H-36.

Os helicópteros sobrevoam o trajeto até chegarem ao local defi nido. Com cautela, o piloto faz a observação prévia da área para garantir a segurança e ini-cia a descida. Então, a equipe é autori-zada a descer e verifi car a identidade do evasor. Ao iniciar a subida para deixar o local do resgate, um dos helicópteros realiza tiros reais com suas metralha-doras laterais, simulando autodefesa contra inimigos no solo.

Enquanto isso, outras aeronaves podem ser empregadas para garantir a superioridade aérea no local do resgate.

Aeronaves de caça, de reconhecimento, de alerta aéreo antecipado, de reabaste-cimento em voo, entre outras, também podem participar do contexto tático.

“Quando o esquadrão é deslocado para uma manobra, temos a oportuni-dade de treinar toda a equipe. Usamos o aprendizado desses exercícios para nos prepararmos e atuarmos na defesa aérea em eventos, como as Olimpíadas de 2016, para que a sociedade sinta-se protegida e consciente de que nosso trabalho está sendo realizado com sucesso”, afi rmou o Major Denys Mar-tins de Oliveira, do Esquadrão Harpia (7°/8° GAV), sediado em Manaus (AM) e equipado com helicópteros

H-60 Black Hawk.Para que o exercício fosse repetido

à noite, foi utilizado um acessório que faz toda a diferença: os óculos de visão noturna (NVG, do inglês Night Vision Goggles). Pilotos, mecânicos, artilheiros e homens de resgate fi zeram o uso do equipamento que proporciona a ca-pacidade de ver no escuro, o que cria um fator-surpresa para os inimigos e aumenta a segurança da operação. O domínio do ambiente noturno para a realização do CSAR é algo indispen-sável nos cenários de guerra moderna.

O Tenente Rafael Teixeira Silva Bezerra, piloto de helicópteros H-36, contou que o exercício é fundamental

Treinamentos envolveram helicópteros H-36 Caracal (acima) e H-60 Black Hawk (abaixo). Ambos os modelos foram testados no estande de tiro do Campo de Provas Brigadeiro Veloso.

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Assista ao vídeo com o trei-namento de salvamento em combate (CSAR) dos esquadrões da FAB.

para aquisição de experiência ope-racional. “Eu me sinto realizado ao pousar e ver que tudo ocorreu bem. Resgatar um militar com vida em terre-no inimigo requer muito treinamento e estudo”, disse.

Durante quatro semanas foram realizados treinamentos de navegação NOE (do inglês, Nap of the Earth), tática usada onde a aeronave navega a baixa altura e com velocidade reduzida en-tre os obstáculos. Também ocorreram voos em formação, tiro no estande, infi ltração e exfi ltração de militares. Todas essas missões ocorreram tanto no período diurno como no período noturno e servem de ferramentas para o cumprimento da missão CSAR.

O Comandante do Esquadrão Falcão (1°/8° GAV), sediado em Belém (PA) e equipado com o modelo H-36 Caracal, Tenente-Coronel Marcelo Filgueira de Sena, ressaltou a importância da rea-lização desses exercícios fora de sede. “Nossa missão é manter o preparo técni-co e profi ssional das nossas tripulações para o cumprimento das ações de Força Aérea, sendo que uma das mais comple-xas é o resgate em combate, pois requer muito preparo, planejamento e possui uma grande diversidade de tarefas. Devemos estar adestrados e capacitados ao máximo para que, em um confl ito real, possamos cumprir as missões da forma como treinamos e voltarmos em segurança”, explicou.

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“Usamos o aprendizado desses exercícios para nos prepararmos e atuarmos na defesa aérea em eventos,

como as Olimpíadas de 2016”

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Cenas de um combate moderno. À esquerda, pilotos de um H-60 Black Hawk levam sua aeronave para uma zona hostil em meio à es-curidão. O artilheiro metralha o alvo no solo para cobrir o desembarque das tropas (página da direita). Todos, dos pilotos aos homens de solo, trabalham em conjunto e são treinados para operar os óculos de visão noturna para supreender os inimigos.

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A 1.160 quilômetros de distância de Manaus, capital do Amazo-nas, Eirunepé é um município

com 30 mil habitantes e, agora, mais um ponto de apoio para a operação de aeronaves da Força Aérea Brasileira na região amazônica. Em março, foi inau-gurado o hangar do Destacamento de Aeronáutica de Eirunepé, que poderá receber aeronaves de grande porte, como o jato de transporte KC-390.

“Teremos a capacidade para alo-jar até 140 militares em manobras operacionais”, explica o Capitão João Vicente Bacellar da Silva, comandante do destacamento. Além da pista de pouso, o hangar de 3.500 metros de área

AmAZÔNIA

Apoio na fronteira

Força Aérea inaugura base de desdobramento no interior do Amazonas para defender a fronteira noroeste do País

FláVIo NIShImoRI

construída abriga salas de manutenção e estoque, alojamentos e refeitórios.

Pautado na Estratégia Nacional de Defesa, o Destacamento de Aeronáutica de Eirunepé proporcionará à Força Aé-rea Brasileira melhor integração com as comunidades da área, uma vez que aero-naves e militares terão a oportunidade de promover ações sociais e humanitárias, além das missões em apoio a órgãos go-vernamentais. Aeronaves como os caças Gripen NG poderão ser temporariamente baseadas no destacamento.

“A Força Aérea, há muito tempo, tem esse planejamento de distribuir bases em posições estratégicas na Amazônia. Esta aqui de Eirunepé é uma base que já

está completa para receber unidades aé-reas desdobradas com toda a infraestru-tura necessária”, explicou o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, na inauguração.

No estado do Amazonas, a FAB também conta com o Destacamento de Aeronáutica de São Gabriel da Cachoeira. Na região Norte, há ainda a Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (CO-MARA), os Comandos Aéreos Regionais de Belém e de Manaus, as Bases Aéreas de Boa Vista, Manaus, Belém e Porto Ve-lho, além do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) e 22 destacamentos de controle do espaço aéreo.

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Apoio na fronteira

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Pilotos de caça devem estar ansiosos pela oportunidade de voar o Gripen NG. Mas os primeiros brasileiros a colocarem a mão no futuro caça da Força Aérea Brasileira (FAB) se-rão engenheiros. Enquanto os aviadores deverão esperar até 2019 para a entrega da primeira unidade, para o pessoal da engenharia o avião já é um trabalho atual. E, para a indústria, é o começo de projetos de compensação avaliados em aproximadamente 9,1 bilhões de dólares.

O valor é alcançado com o so-matório dos chamados projetos de

INdÚSTRIA

MAIS QUE UM CAÇAAntes de o primeiro Gripen NG pousar por aqui, a indústria nacional já terá colhido resultados. Projetos de compensação devem envolver cerca de 9,1 bilhões de dólares para o Brasil

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off set, compensações de natureza industrial, tecnológica ou comer-cial. Além de superar o que será pago pelo Brasil, pouco mais de 39,8 bilhões de coroas suecas (aproximadamente 4,8 bilhões de dólares, de acordo com a cotação do Banco Central em junho), as compensações vão, efetivamente, proporcionar novos horizontes tecno-lógicos para empresas nacionais.

Um exemplo é a Mectron, localizada

em São José dos Campos (SP). Quando os 36 Gripen NG chegarem, será essa empresa brasileira que fará

a manutenção do radar, um dos itens mais avançados do

novo caça. E, antes disso, atuará na integração de armamentos e de

um sistema de datalink nacional que possibilitará a troca de dados entre

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MAIS QUE UM CAÇA

as aeronaves de maneira criptografada.

Atech, AEL, Imbra, Akaer e Embraer são outras empresas benefi ciárias até o

momento. A indústria nacional terá, durante o desenvolvimento

do projeto e operação das aeronaves, contato com tecnologias de aviônica, sensores, fusão de dados, guerra centra-

da em redes, integração de motor, assinatura-radar, equi-pamentos de sobrevivência, integração de armamentos e integridade estrutural.

Não foram áreas selecio-nadas aleatoriamente. “Nós discutimos com a indústria tudo o que precisamos ter”,

explicou o Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso, do

Departamento de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa. Na área de estrutu-

ra, por exemplo, engenheiros brasileiros vão trabalhar em componentes tanto de metal quanto de materiais compostos, mais leves.

“É fácil simplesmente ir ao merca-do e comprar novas aeronaves. Mas a Estratégia Nacional de Defesa prevê capacitar a indústria nacional, e nós temos que fazer isso”, afi rmou o Bri-gadeiro. Cerca de 350 engenheiros de empresas brasileiras irão para a Suécia entre 2015 e 2021 para passarem perío-dos de um a 24 meses.

Assista ao videoclipe pro-mocional do Gripen NG.

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Page 42: AEROVISÃO nº 245 jul/ago/set - 2015

As negociações com a Saab, empresa sueca desenvolvedora das versões iniciais do Gripen, incluíram as qualificações prévias necessárias aos profissionais que participarão do projeto.

Nova versão

A participação brasileira no projeto do Gripen NG, sigla de New Generation, não será apenas aprender aquilo que Suecos já fabricam. Na realidade, o mo-delo ainda está em desenvolvimento, e o primeiro protótipo deve voar somente no próximo ano.

A Suécia já opera sua frota de Gri-pen desde 1997, mas são aeronaves das versões A, B, C e D. “Embora possam ser similares ao olhar, podem ser con-sideradas aeronaves completamente diferentes”, explica o Capitão Gustavo Pascoto, piloto da Força Aérea Brasilei-ra que acaba de voltar de treinamento com a força aérea da Suécia.

A fuselagem é semelhante, mas nem ela é igual: o Gripen NG é maior, tem uma asa aprimorada, e possui um novo design de trem de pouso

para suportar duas toneladas a mais de peso máximo de decolagem e ter mais dois cabides para armamentos. Os tanques de combustível terão 40% a mais de volume, o suficiente para le-var o alcance de traslado para a marca de quatro mil quilômetros, sem contar com a possibilidade de ser reabaste-cido em voo. A partir da Base Aérea de Anápolis (BAAN), no interior de Goiás, as aeronaves poderão viajar para qualquer região do País.

O motor também é novo. O F414G tem potência de até 22 mil libras, o su-ficiente para proporcionar a capacidade de realizar o chamado “supercruzeiro”. Isso significa poder manter a veloci-dade supersônica não apenas durante curtos combates aéreos, com uso do “pós-combustor” e gasto excessivo de combustível, mas durante voos de maior duração. Na prática, aviões de caça só voam acima da velocidade do som quando estão em combate. Com o Gripen NG será diferente e o Brasil será o único país do Hemisfério Sul a ter ae-ronaves com essa possibilidade.

Entre os armamentos que devem ser integrados à aeronave estão os mísseis ar-ar A-Darter, desenvolvidos pelo Brasil e África do Sul, e, futuramente, o MAR-1, uma arma 100% nacional para atingir radares e antenas. Estão acertadas ainda as compras de radares AESA (Active Electronically Scanned Array), capazes de monitorar alvos no ar, no solo e no mar ao mesmo tempo, e do IRST (Infra-Red Search and Track), um sistema de busca de alvos pelo espectro infravermelho.

Essa será a primeira vez que a FAB receberá uma aeronave de defesa aérea que também será novidade em seu país de origem. Por exemplo, quando o primeiro Mirage foi recebido, em 1973, a França já operava o modelo havia nove anos.

As entregas de 60 unidades para o país nórdico começam em 2018, um ano antes da primeira para o Brasil. Das 36 aeronaves encomendadas para a FAB, treze serão fabricadas por suecos, oito por brasileiros na Suécia e quinze no Brasil. A última deverá sair da fábrica da Embraer em 2024.

ouça a entrevista completa do Capitão Gustavo no Portal da FAb Acesse www.fab.mil.br/audios

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de aviões de combate a aeronaves comerciais

AMX

XAVANTE

TUCANO

ERJ 145

A história de desenvolvimento de aeronaves no Brasil foi marcada por processos de cooperação coordenados pela Força Aérea. O primeiro jato fa-bricado por aqui, o Xavante, saiu da fábrica da Embraer em São José dos Campos (SP) em setembro de 1971. Na época, coube aos brasileiros apenas adquirir a licença de produção do jato, já fabricado na Itália dez anos antes.

Foram produzidas 182 unidades pela Embraer, sendo 167 para a FAB, nove para o Paraguai e seis para o Togo. A licença de compra também incluiu a capacitação de engenheiros e técnicos brasileiros na Itália, onde aprenderam a trabalhar com tecnolo-gias então inéditas.

Menos de nove anos depois, em agosto de 1980, o treinador Tucano era apresentado pela empresa brasileira. O projeto nacional incluía novidades trazidas pelo Xavante, como a cabine

para dois pilotos sentados um na frente do outro, como nas aeronaves de caça. O Tucano foi também o primeiro trei-nador turboélice a contar com assentos ejetáveis. O modelo foi adotado por 15 forças aéreas do mundo, entre elas as do Brasil, da França e do Reino Unido.

Nos anos 80, a parceria com a Itália seria repetida, mas já em outro nível. O Brasil seria responsável pelo desenvol-vimento de 1/3 do jato de ataque AMX. Coube à Embraer o desenvolvimento e a fabricação das asas, tomadas de ar

do motor, estabilizadores horizontais, cabides de armas e tanques de combus-tível. Além disso, a Embraer participou do projeto dos sistemas de trem de pouso, navegação e ataque, comandos de voo e controle de armamentos. Dois protótipos de ensaio em voo foram construídos e testados no Brasil.

O primeiro voo ocorreu em 1985. Em 1989, quando a primeira unidade da aeronave de combate foi entregue à FAB, a empresa já se concentrava no desenvolvimento do ERJ 145: o pri-meiro jato comercial a ser fabricado no Brasil. Vinte anos depois, em 2009, mais de 1.100 aeronaves do tipo voavam em todos os continentes.

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mais de 10 mil pessoas conheceram o Gripen NG em brasília

Assista ao vídeo da exposição da ma-quete do Gripen NG na Esplanada dos Ministérios.

Entre os dias 10 e 14 de junho, uma maquete em tamanho real do caça Gri-pen NG foi exposta na Esplanada dos Ministérios, ponto turístico e centro do poder da capital federal.

Crianças, funcionários públicos, políticos, estudantes e muitos curio-sos passaram pelo local para ver de perto como será o futuro caça da FAB e conhecer mais detalhes do projeto.

A exposição acabou se tornando um sucesso também nas redes sociais.

Com as hashtags #oFuturoChegou e #Gripen, milhares de visitantes posta-ram suas fotos, de imagens artísticas aos selfi es.

Muitos também tiveram a oportu-nidade de conversar com o Capitão Gustavo Pascoto, um dos pilotos brasileiros que já voaram o Gripen na Suécia. Uma equipe de militares também estava à disposição para tirar dúvidas sobre a iniciativa e formas de ingresso na FAB.

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Protetor dos mares

Capaz de atingir alvos a 278 quilômetros de distância, o míssil Harpoon foi adquirido pela Força Aérea Brasileira para garantir a soberania de áreas estratégicas

EVEllyN AbElhA

São cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados de área marítima para vigiar e defender.

Essa é a extensão da responsabilidade da Força Aérea Brasileira sobre o mar territorial do Brasil, que abriga riquezas incalculáveis. Para garantir a soberania desta cobiçada área estratégica e econômica do País, a FAB vai ganhar mais um reforço: o míssil antinavio AGM-84L Harpoon, adquirido para ser utilizado pelos aviões de patrulha marítima P-3AM Orion.

O papel estratégico se explica pelos

números da arma. Com 278 quilôme-tros de alcance, o Harpoon é movido por uma turbina e atinge a velocidade de 850 quilômetros por hora. Para se ter uma ideia, seria como um avião lançar o míssil da cidade de Aracaju (SE) e, menos de 20 minutos depois, atingir um alvo em Maceió (AL).

Com 3,8 metros de comprimento, o míssil pesa mais de meia tonelada. Somente a ogiva tem 221 quilos de material explosivo, o suficiente para causar danos que levem um navio de guerra a afundar. Depois de lançado,

o Harpoon voa próximo ao mar para evitar ser detectado por radares. Os computadores de bordo utilizam dados dos sistemas da aeronave lan-çadora para calcular a sua rota até o alvo, e um radar embarcado corrige a direção nos instantes finais.

Os dados divulgados pela Força Aérea e pelo fabricante ficam por aí. Detalhes do desempenho da arma são considerados estratégicos, e por isso não são revelados.

De certo, o novo armamento dará uma capacidade inédita às Forças

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Armadas brasileiras. Esse será o pri-meiro míssil antinavio a ser operado por aviões no País. Hoje, a Marinha do Brasil possui armamentos semelhantes, porém lançados por helicópteros, e com menor alcance. Ser lançado por um avião signifi ca poder buscar alvos a distâncias ainda maiores.

“É um armamento estratégico, de altíssimo poder dissuasório ”, explica o Comandante da Segunda Força Aé-rea (II FAE), Brigadeiro do Ar Roberto Ferreira Pitrez. A unidade é responsá-vel pela Aviação de Patrulha da FAB.

“Apesar de nosso grande período de paz, o papel da Aviação de Pa-trulha continua o mesmo - defender os interesses brasileiros, preparar-se para combater o inimigo nos mares e zelar pela segurança da vida sobre

nossas águas”, comenta o Brigadeiro Pitrez em referência às capacidades do armamento.

Fabricado pelos Estados Unidos, o armamento é utilizado também por pa-íses como Índia, Paquistão, Coreia do Sul, Dinamarca, Egito, África e Taiwan.

Riquezas profundasDesde a descoberta de reservas

petrolíferas no mar territorial brasi-leiro, conhecida como camada pré-sal, a preocupação com a defesa marítima se intensifi cou.

Esta camada compreende uma faixa que se estende ao longo de 800 quilô-metros e engloba o Espírito Santo, Santa Catarina, além das bacias sedimentares de Campos e Santos. De 2010 a 2014, a média anual de produção diária do pré-

-sal cresceu quase 12 vezes, avançando de uma média de 42 mil barris por dia em 2010 para 492 mil barris por dia em 2014.

Para proteger a Zona Econômica Exclusiva do Brasil, a Aviação de Patrulha vem aumentando suas c a p a c i d a d e s e i n ve s t i n d o e m tecnologia. O novo míssi l será utilizado pelas oito aeronaves P-3AM, operadas a partir da Base Aérea de Salvador (BASV) pelo Esquadrão Orungan (1°/7° GAV). Os aviões têm capacidade de realizar voos com até 16 horas de duração, podendo atuar em todo o litoral e fazer a proteção das riquezas marítimas brasileiras.

A bordo do P-3 está embarcado um dos mais modernos sistemas de radares e sensores capazes até de identificar submarinos. As tecnologias de última

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geração permitem vasculhar centenas de quilômetros no oceano, de dia ou de noite. Os militares da FAB, conhecidos como patrulheiros, estão em alerta 24 horas por dia para garantir a soberania das águas jurisdicionais do País.

“Com o Harpoon teremos a capaci-dade de neutralizar ou destruir objetivos de superfície. Nesse contexto, o Brasil ganha estrategicamente o poder de dissuasão necessário para garantir os direitos do País sobre a Zona Econômica Exclusiva”, explica o Comandante do Esquadrão Orungan, Tenente-Coronel Antonio Ferreira de Lima Junior.

Para operar o novo armamento, as tripulações e equipes de manutenção já começaram a se preparar. O pacote de aquisição inclui treinamento de táticas, de operação e de manutenção. O coman-dante do Esquadrão Orungan explica que o Harpoon possui procedimentos especí-fi cos constantes dos manuais adquiridos pela FAB e já foram estudados por todos

os pilotos, coordenadores táticos e ope-radores de armamento.

A unidade aérea receberá um simula-dor tático que permitirá aos pilotos ades-trarem o engajamento e o lançamento do míssil sem o consumo de horas de voo. Além disso, todo o treinamento de ma-nuseio e manutenção do Harpoon será realizado no Brasil. “Isso permitirá maior acesso aos cursos para os militares do esquadrão e de outros órgãos da FAB”, afi rma o Tenente-Coronel Lima Junior.

Para o especialista em material bélico, Sargento Jean Kerle Ferreria Leite, a aquisição do míssil trará uma elevação operacional importante para a tripulação. “Os benefícios serão muitos, com destaque para o crescimento profissional a ser adquirido através de cursos e treinamentos. Também tem o aperfeiçoamento da doutrina de emprego armado, proporcionado por intercâmbios e exercícios táticos-operacionais”, comenta o especialista.

Concepção artística de um míssil Harpoon indo atingir um alvo na costa. Na página à esquerda, um P-3AM Orion sobre o litoral da Bahia.

operacionais”, comenta o especialista.

Assista ao programa FAb em Ação sobre a Aviação de Patrulha.

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Os homens que escutam o mar

Qual a diferença do som de um golfi nho para o de camarões? A resposta pode parecer difí-

cil, mas é fácil para Subofi cial Edson de Almeida Coelho, do Esquadrão Orungan. Quando ingressou na Força Aérea, em 1987, ele não imaginava fa-zer o que hoje faz parte da sua rotina: ouvir sons do fundo do mar.

Atualmente no quadro de tripulan-tes das aeronaves P-3AM Orion, ele é operador de sistemas acústicos. “O ob-jetivo é simples de falar, porém difícil de realizar: detectar um submarino”, conta.

Quando está em uma missão, seu papel é se concentrar no que escuta com os seus fones de ouvido: ruídos enviados por sonobóias, equipamen-tos lançados pela aeronave para captar sons submarinos. Mas o que mais se ouve é a vida marinha. “O som mais peculiar é o de baleias. É um som bonito”, relata.

O treinamento constante permite que ele já consiga identifi car, apenas pelo som, o que acontece no mar. “Ou-vimos muita coisa. Ouvimos peixes... Tem camarões que produzem ruídos específi cos, conhecidos no Brasil como camarões estaladores”, diz o Subofi cial Coelho. “Quanto mais calmo e menos ruidoso estiver o mar, mais fácil vai ser para nós”, explica. Chuvas, cor-rentes marítimas, fozes de rios e ecos causados pela proximidade do fundo do leito marinho atrapalham a escuta. “Em alto-mar, é bem mais fácil”.

Outro desafi o é conseguir identifi car o som de um alvo em uma área de grande

A bordo de aeronaves a centenas de metros da água, militares da FAB têm o desafi o de conhecer os sons do fundo do mar. O objetivo? Localizar submarinos inimigos

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trânsito naval. “Navios de superfície atra-palham muito porque são mais ruidosos que submarinos”, comenta o subofi cial.

jogo de XadrezAlém dessas variáveis, fatores

como a salinidade da água e a tem-peratura também afetam a lógica da guerra antissubmarino. As regras são conhecidas tanto pelas tripulações dos aviões de patrulha, como o P-3AM, quanto pelos submarinos, e esse tipo de combate se transforma numa ver-dadeira partida de xadrez.

“Se o submarino tiver indicação de que há alguma aeronave na área, ele vai se colocar em condição de extremo silêncio”, conta o militar. Isso signifi ca se deslocar a baixa velocidade ou até desativar seus motores elétricos. O desafi o fi ca maior com os modelos a propulsão nuclear, que podem passar mais tempo submersos. “Demanda muita paciência”.

Nesses casos, o papel do P-3AM é garantir que seu alvo não irá causar problemas. “A missão antissubmarino não é só detectar, atacar e destruir um submarino. Mas principalmente evitar que ele cumpra a sua missão”, explica. Segundo o Subofi cial Coelho, garantir que um comboio de navios possa se deslocar de maneira segura já é uma vitória estratégica.

TecnologiaMas não é só com os ouvidos que

o Subofi cial Coelho tenta localizar um submarino. Além dos fones de ouvi-

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do, o operador de sistemas acústicos a bordo desses aviões conta com o au-xílio de um computador. “Houve um tempo em que o ouvido do operador acústico era o único sensor. Hoje nós temos a capacidade de ter um pro-cessamento desse som em imagens”, lembra o militar.

Cada P-3AM conta ainda com ou-tros equipamentos, como um radar e um sistema ótico capazes de localizar, identifi car e acompanhar embarcações na superfície. Também há antenas para captar emissões eletromagnéticas, como sinais de rádio. E, utilizado quando é necessário determinar com precisão a localização de um submarino, há um detector de anomalias magnéticas, um “ferrão” localizado na parte de trás da aeronave que é capaz de identifi car objetos metálicos submersos.

A paciência é outra característica da missão. Com autonomia para até 16 horas de voo, um P-3AM pode permanecer longos períodos na caça a submarinos.

TreinamentoAntes de cumprir suas primei-

ras missões a bordo do P-3AM, o Suboficial Coelho fez cursos com a Marinha do Brasil e até embarcou em submarinos. Depois, ele e os demais operadores acústicos treinaram na Espanha, onde as aeronaves foram modernizadas, e em Portugal, onde voaram em aeronaves P-3.

Sua maior realização aconteceu no exterior, nas gélidas águas da Escócia. A FAB participou do exercício Joint Warrior, em 2013, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Durante o treinamento, o Subofi cial Coelho conseguiu, mais de uma vez, identifi car submarinos nucleares de potências internacionais. “É uma re-alização profi ssional porque a missão é realmente difícil”, afi rma.

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Acima , c omo o P -3AM loca l i za submar inos : a s s onobó ia s a t ivas emi t em ondas que re f l e t em em todos os obstáculos submersos. Os dados são enviados via rádio para a aeronave, onde operadores de sistemas, abaixo, anali-sam a situação tática. Na página ao lado, dentro do P-3AM, tripulante lança sonobóia a partir de um tubo da aeronave.

ouça sons submarinos no Portal da FAb Acesse www.fab.mil.br/audios

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Há 50 anos, em 1965, a Força Aérea Brasileira pousou pela primeira vez

a bordo do porta-aviões Minas Gerais, da Marinha do Brasil. Durante 31 anos, a frota de P-16 Tracker cumpriu missões como esclarecimento marítimo, patrulha e guerra antisubmarino. Na foto, destaque para as longas asas dobráveis, um artificício para as aeronaves caberem no diminuto hangar do porta-aviões.

Veja mais fotos de aeronaves da FAbAcesse www.flickr.com/photos/portalfab/

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“Eu me imaginava operan-do ou controlando algum veículo aéreo, dentro da

atmosfera, não fora dela, no espaço”. A frase é do Tenente-Coronel Marcelo Magalhães, um dos 30 brasileiros que estão diante do desafi o de pilotar um veículo que fi cará a 36 mil quilôme-tros da Terra. Piloto de aeronaves de reconhecimento e patrulha da Força Aérea Brasileira, o aviador interes-sado na área aeroespacial iniciou sua preparação em abril de 2014.

“Na aeronave a resposta ao co-mando é imediata e visível ao piloto. No satélite, a diferença é que não ve-mos o comando ser executado, temos que esperar e interpretar os dados recebidos”, compara.

São 20 militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, além de outros dez do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Agência Espacial Brasileira, Telebras e da empresa Visiona, que estão se especiali-zando na tarefa de operar, controlar e cui-dar do Satélite Geoestacionário Brasileiro de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). A “tripulação”do satélite é uma equipe que trabalha 24 horas por dia, sete dias na semana.

Pilotar o satélite signifi ca mantê-lo na sua posição defi nida: o espaço não é in-fi nito para ele. O espaço geoestacionário está dividido em 180 posições orbitais, cada uma separada da outra por um ângulo de 2°. No caso do SGDC, a órbi-ta é sobre a linha do equador, para que o satélite tenha um período de rotação

igual ao da Terra, o que dá a sensação de que ele está parado no espaço sobre a sua área de interesse.

Cada uma dessas posições é um cubo com cerca de 75 quilômetros de cada lado. Neste endereço espacial o SGDC deverá se manter para trabalhar bem. Porém, ele não estará sozinho. Outros dois satélites, sendo um da Embratel e outro estrangeiro, já orbitam por ali.

De acordo com dados do centro de operações espaciais da Força Aérea dos Estados Unidos, há 705 satélites geoes-tacionários em órbita. Quem organiza a posição desses veículos espaciais é a ITU (International Telecommunication Union), a agência especializada das Nações Unidas para tecnologias de informação e comunicação.

“Eu me imaginava operan-do ou controlando algum veículo aéreo, dentro da

atmosfera, não fora dela, no espaço”. A frase é do Tenente-Coronel Marcelo Magalhães, um dos 30 brasileiros que estão diante do desafi o de pilotar um veículo que fi cará a 36 mil quilôme-

São 20 militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, além de outros dez do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Agência Espacial Brasileira, Telebras e da empresa Visiona, que estão se especiali-

igual ao da Terra, o que dá a sensação de

Pilotos de satéliteConheça como é o trabalho dos futuros “pilotos” do satélite brasileiro que irá ao espaço no próximo ano

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Os pilotos de satélite têm outro desafi o: defender o satélite da atração da terra. O equipamento precisa se manter a 36 mil quilômetros do solo, uma zona de equilíbrio entre as forças que tentam lançar o satélite para o es-paço ou fazê-lo voltar para o planeta. O trabalho dos “pilotos” é baseado em cálculos e mais cálculos para planejar e manobrar o satélite.

Uma outra área de atuação da equipe é o monitoramento da “saúde” do satélite, ou seja, manter os subsis-temas, como soft wares e componen-tes físicos, operando normalmente. “Além de monitorar e corrigir alguma possível anomalia no funcionamento do satélite, temos que estar atentos a alguma situação de alarme de

uma possível colisão”, exemplifi ca o Tenente-Coronel Magalhães.

A operação e o controle do satélite serão realizadas no centro de opera-ções a ser construído em Brasília (DF). No local, de 11 mil m², nada poderá dar errado. Todos os sistemas terão dupla redundância. Mesmo assim, se necessário, entrará em ação o backup no Rio de Janeiro (RJ).

“Tudo tem que funcionar com 99,9999% de confi abilidade”, afi rma o Coronel Helcio Vieira Junior, Co-mandante do Núcleo do Centro de Operações Espaciais Principal (NU-COPE- P). A unidade da Aeronáutica tem como missão justamente a for-mação de profi ssionais para o futuro centro de operações espaciais.

Pilotos de satéliteEm desenvolvimento na Fran-

ça pela Thales Alenia Space, sob a coordenação da Visiona Tecnologia Espacial e fi scalização das equipes da

Telebras e do Ministério da Defesa, o Satélite Geoestacionário Brasi-

leiro de Defesa e Comunica-ções Estratégicas (SGDC) será lançado em 2016 no foguete Ariane 5, a partir

da base de Kourou, na Guiana Francesa, para atender demandas de comunicações militares e civis.

A construção do satélite brasilei-ro, segundo o Ministério da Defesa orçado em R$ 1,7 bilhão, é estraté-gica para garantir a soberania das comunicações do governo e também para assegurar o fornecimento de internet banda larga aos municípios distantes e isolados, aonde não che-ga a rede terrestre de fi bra ótica. A vida útil será de aproximadamente 15 anos. O projeto é desenvolvido em conjunto pelos ministérios das Comunicações, da Defesa e da Ci-ência, Tecnologia e Inovação.

A parte civil, gerenciada pela Te-lebras, ocupará cerca de 70% da capa-cidade do equipamento. Em relação à área militar, o SGDC vai aumentar em 2,4 vezes a capacidade da atual rede de comunicações de defesa. Um único equipamento vai trafegar mais informações do que os dois satélites em órbita atualmente. A principal ferramenta militar a ser atendida é o Sistema de Comunicações Militares (SISCOMIS), usado para dar suporte à rede operacional de defesa. “Vai mais que dobrar a capacidade de co-mando e controle”, analisa o Coronel Helcio Vieira Junior, Comandante do NUCOPE- P.

Saté l i te será lançado em 2016

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OPÇÃO PELA QUALIDADE DE VIDA

A tendência de substituir o carro como principal meio de transporte vem se consolidando nos centros urbanos brasileiros. E os militares da FAB têm aderido aos novos hábitos

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Moradora da cidade do Rio de Janeiro desde 2009, a Tenente Maria da Glória

Galembeck substituiu o ônibus pela caminhada e pela bicicleta para ir ao trabalho. Após as obras de revitalização portuária que aconteceram em 2013 no centro da cidade, a parada de ônibus, que ficava próximo ao trabalho dela, foi deslocada para outro ponto.

“Depois dessas mudanças, para eu ir de ônibus, teria que fazer cerca de me-tade do caminho a pé obrigatoriamente, de tão longe que ficou. Então, resolvi buscar alternativas que eliminassem o ônibus. Já que eu ia andar 1,5 km, por que não andar 3 km?”

Apesar de tímidas e descentrali-zadas, pesquisas e estatísticas vêm surgindo por todo o país para embasar aquilo que já é possível verificar nas ruas: a gradativa substituição do carro e do transporte público por opções

mais baratas, sustentáveis e saudáveis – como pedaladas e caminhadas.

Em São Paulo (SP), por exemplo, o IBOPE apurou que o número de pessoas que usa a bicicleta como meio de transporte aumentou 50% em 2014, em relação ao ano anterior. No Rio, a ONG Transporte Ativo divulgou que o número de ciclistas aumentou 300% na cidade em um período de dez anos

(1992-2002). Os pesquisadores estimam que 50% deles usem a bicicleta para trabalhar ou estudar.

Entre as vantagens da mudança de hábito, estão a melhora na condição física, a diminuição do estresse ligado às relações no trânsito e, em alguns casos, a maior rapidez no deslocamento.

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OPÇÃO PELA QUALIDADE DE VIDA

Carro na garagem faz bem para a saúde

Caminhar e pedalar são exercícios aeróbicos importantes para melhorar a resistência e para auxiliar na perda de peso, o que influencia no combate à diabetes, hipertensão, colesterol e tri-glicerídeos, além de ajudar no controle da dor de algumas doenças ortopédicas. A atividade física também melhora a autoestima, a libido e libera substâncias que melhoram o humor.

Segundo o Tenente Médico Maurício Leite, ortopedista do Hospital de Aeronáutica de Recife (HARF), andar de bicicleta é um exercí-cio de baixo impacto e, se executado de forma correta, não gera sobrecarga na coluna e joelhos. Apenas não se recomenda a atividade para portadores de artrose avançada. Quem possui capacidade pulmonar ou cardíaca limitada precisa consultar um médico antes de iniciar qualquer exercício.

“Existe uma série de recomendações quanto à ergonomia na hora pedalar para evitar dor du-rante e após os exercícios. A escolha da bicicleta adequada e o uso de acessórios como luva, ca-pacete e um assento adequado podem prevenir lesões”, explica o médico.

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Também é possível economizar o valor gasto com passagens ou com combustí-vel e estacionamento.

“Eu pagava muito caro pelo pouco que me deslocava de ônibus. Com o valor cobrado por três passagens, pago o aluguel da bicicleta para o mês inteiro. Além disso, o trânsito do Rio é alucinante e alguns motoristas abusam da velocidade. Eu não via a hora de saltar do ônibus”, diz a Te-nente Glória, que perdeu cinco quilos desde que passou a se deslocar a pé e de bicicleta.

Do outro lado do País, em Boa Vista (RR), o Sargento Fábio Ferreira Coimbra conta que leva menos tempo para realizar os trajetos de ida e volta do trabalho após ter trocado o ônibus oferecido pela FAB por uma bicicleta. Apesar de não existirem ciclovias ou ciclofaixas na cidade, já faz doze anos que o militar mudou seus hábitos e percorre de bicicleta 20 km por dia.

“O ônibus tinha horário fixo, e nós temos uma demanda de trabalho que não nos dá muita certeza sobre que ho-ras estaremos liberados. Chego muito mais disposto ao trabalho. Obviamente, ter uma boa bicicleta também implica em gastos, mas são eventuais, e o re-sultado na nossa saúde é impagável”, avalia o Sargento Fábio.

Segundo o levantamento da Organi-zação Não Governamental Transporte Ativo, um ciclista pedala, em média, a uma velocidade de 16km/h. Isso significa que, em trajetos de até 6km, em grandes centros urbanos, a bicicleta é mais rápida que o carro. Já entre 6 e 10km, o tempo gasto é o mesmo.

Outra vantagem é poder conhe-cer melhor a cidade em que vive. O trajeto da Tenente Glória, por exem-plo, contempla alguns dos principais cartões-postais brasileiros, como o Pão de Açúcar, o Aterro do Flamengo e os pousos e decolagens do Aeroporto Santos Dumont. “E tem o outro lado da cidade maravilhosa. Cruzo todos os dias com dezenas de mendigos que

vivem sob as marquises, sozinhos ou em grupo, e têm na rua a sua casa. Creio que andar a pé nos deixa um pouco me-nos indiferentes com relação às mazelas urbanas, a realidade está estampada na sua frente. É diferente estar imersa na cidade e apenas vê-la da janela”, conta.

Porém, nem tudo são flores. “No trânsito, muitos não respeitam os ci-clistas. Uso equipamento de proteção individual básico, como capacete e luvas. Não podemos perder a atenção em nenhum momento”, diz o Sargento Fábio. Embora não seja obrigatória, a utilização desses equipamentos é reco-mendada para os ciclistas.

Os problemas estruturais também fazem parte da rotina de quem pedala nas principais metrópoles do país. Na capital federal, o Tenente Rafael Oliveira da Rocha identifica algumas carências, como placas inadequadas, falta de edu-cação dos motoristas e descontinuidade das ciclovias e ciclofaixas.

O Tenente pedala de sua casa na Asa Sul até o Comando da Aeronáutica, na Esplanada dos Ministérios, todos os dias. Apesar dos percalços, recomenda. “Brasí-lia é uma cidade plana e quase não chove, e nós, militares, temos a vantagem de dis-pormos de vestiários nas organizações. O único empecilho é a preguiça”, afirma.

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“É preciso tirar os carros da rua”

A frase é do professor do Núcleo de Pesquisas Ambientais da Universidade de Brasília (UnB), Gustavo Souto Maior. Para ele, o atual padrão de mobilidade brasileiro com foco no uso do automóvel é causador de efeitos negativos, como a diminuição da qualidade do ar, a emis-são de gases que infl uenciam no efeito estufa e o aumento de doenças respira-tórias na população, além do estresse.

Segundo o professor, é necessário criar alternativas que estimulem o cidadão a usar o transporte público e andar mais a pé e de bicicleta. “A bicicleta pode ser um importante elemento de reordenação e reconfi -guração do espaço urbano e da lógica social, além de obviamente, por suas características, ser um vetor de melho-ria ambiental”, argumenta o professor.

bicicleta no mundoNúmero 1 de todas as listas de me-

lhores cidades para andar de bicicleta, Amsterdam possui quatro vezes mais bicicletas que carros. O governo esti-ma que transitem pelas ruas da capi-tal holandesa 880 mil bicicletas, uma média de 1,1 para cada habitante. Lá, todas as ruas são adaptadas para os ciclistas, que dispõem de semáforos próprios e mais de 400 km de ciclo-vias e ciclofaixas. Em Londres, o novo Plano Diretor, aprovado em fevereiro deste ano, prevê a criação da maior ciclovia da Europa, que deve integrar toda a região central da cidade.

Na Suécia, onde o Capitão Gus-tavo Pascott o foi treinar nos caças Gripen, as bicicletas também são muito comuns, inclusive dentro da base onde aconteciam os treinamen-tos, a F-7 Wing, na cidade de Sötenas. “A base é muito grande e dispõe de estações de bicicletas distribuídas em vários locais, para que os militares utilizem como meio de transporte”, conta o piloto.

Militares da FAB vão ao trabalho de bicicleta em Brasília. Eles cuidam da própria saúde enquanto se livram do trânsito cada vez mais complicado no Distrito Federal.

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EXPEDIENTE

Publicação ofi cial da Força Aérea Brasileira, a revista Aerovisão é produzida pela Agência Força Aérea, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER).

Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic

Edição: Tenente Humberto Leite - Jornalista Responsável (CE 189JP)

Repórteres: Daniel Marinho; Tenentes Evellyn Abelha, Flávio Nishimori, Gabriélli Dala Vecchia, Humberto Leite, Iris Vasconcellos, Jussara Peccini e Raquel Alves.

Revisão: Coronéis Henry Wilson Munhoz Wender e Adolfo Aleixo da Silva Júnior; Tenentes-Coronéis Emerson Mariani Braga e Rodrigo Alessan-dro Cano; Majores Marcones dos Santos Silveira e Bruno Perrut Garcez dos Reis; Tenentes Gabriélli Dala Vecchia, Daniele Gruppie e Iris Vasconcellos; e Subofi ciais reformados Carlos Antônio Almeida do Amaral e Walter Carlos da Silva.

Editoração/infográfi cos/arte: Tenentes André Longo e Rachid Jereissati; Sargentos Emerson Guilherme Rocha Linares, Ednaldo da Silva, Santiago Moraes Moreira e Lucemberg Nascimento Oliveira da Silva; e Cabo Pedro Henrique Sousa Bezerra .

Fotógrafos: Fábio Maciel (DECEA) e José Cruz (Agência Brasil); Tenentes Enilton Kirchhof e Daniele Maluf (V COMAR); Sargentos Bruno Batista, Johnson Barros e Paulo Rezende; Cabos André Feitosa, Silva Lopes e Vinicius Santos; e Soldado Sérgio Kremer.

Contato:[email protected] dos Ministérios, Bloco M, 7º Andar CEP: 70045-900 - Brasília - DF

Tiragem: 20 mil exemplares

Período: Julho/Agosto/Setembro - 2015 - Ano 42

Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que men-cionada a fonte.

Distribuição GratuitaAcesse a edição eletrônica: www.fab.mil.br

Impressão: Gráfi ca Editora Pallott i

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