55
ESCOLA SOARES DOS REIS – PORTO – ANO LECTIVO 2014/2015 AESTHETE MARGARIDA GONÇALVES, 12º D3 RESUMO: Apresentação descritiva de todo o processo de pré-produção, produção e pós-produção do Documentário “Aesthete”, realizada no âmbito da Especialização de Vídeo da disciplina de Projecto e Tecnologias como conclusão do 12º Ano Trabalho elaborado para a disciplina de Projecto eTecnologias – Vídeo, leccionada pelo professor: Roberto Esteves

AESTHETE - Escola Artística de Soares dos Reisjafundo/PAA 2015/Video/Video 12D3... · 2015-06-29 · essenciais para obter um bom projecto. ... documentar o teatro no porto,

  • Upload
    vutruc

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

ESCOLA SOARES DOS REIS – PORTO – ANO LECTIVO 2014/2015

AESTHETE

MARGARIDA GONÇALVES, 12º D3

RESUMO: Apresentação descritiva de todo o processo de pré-produção, produção e pós-produção do Documentário

“Aesthete”, realizada no âmbito da Especialização de Vídeo da disciplina de Projecto e Tecnologias como conclusão

do 12º Ano

Trabalho elaborado para a disciplina de Projecto eTecnologias – Vídeo, leccionada pelo professor: Roberto Esteves

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

2

ÍNDICE

1. Introdução 2. Pré-Produção – CELTX 2.1. Do Tema ao Conceito 2.2. Nota de intenções 2.3. Descrição por cenas 2.4. Caracterização 2.4.1. Locais de filmagem 2.4.2. Ator (aqui considerados como entrevistados) 2.4.3. Adereços e objectos (se aplicável) 2.4.4. Câmara 2.4.5. Som 2.4.6. Equipa Técnica 2.5. Mapa de rodagem 2.6. Repérage 3. Produção 3.1. Gestão de meios (pessoas, locais, logística) 3.2. Rodagem 3.2.1. 1º Dia 3.2.2. 2º Dia 3.2.3. 3º Dia 3.2.4. 4º Dia 3.2.5. 5º Dia 3.2.6. 6º Dia 3.3. Desempenho da equipa técnica 3.4. Fotografias de Cena 4. Pós-Produção 4.1. Seleção de planos e Montagem 4.2. Efeitos e filtros utilizados 4.3. Áudio e Voz-Off 4.4. Capa Blu Ray 4.5. Menu Blu Ray 4.6. Ficha Técnica 5. Conclusão 6. Anexos 6.1. Digitalizações de ideias/estudos para a concepção do projecto.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

3

1.INTRODUÇÃO

No âmbito da disciplina de projecto e tecnologias foi proposto, aos alunos do Curso de Comunicação Audiovisual, a realização do Projecto de Aptidão Artística (PAA) que consistiu na concepção de um Documentário cujo tema é a cidade do Porto. O documentário deverá ter um tempo limite de dez minutos que devem ser cumpridos sob penalização de quem não o cumprir. Para a realização deste projecto é necessário passar pelas várias fazes que são essenciais para obter um bom projecto. A primeira fase é a de pré produção onde devemos pesquisar, reflectir e até fazer uma recolha de todas as possíveis ideias relacionadas com o tema que nos é dado. É importante registar todas as ideias que vamos tendo e procurar desenvolve-las. Cada aluno tem ao seu dispor uma equipa que foi sorteada entre a turma e que desempenha funções e cargos bastante importantes na curta-metragem de cada um. São cargos como operador de câmara, operador de som, iluminador, fotografo de cena e até alguém destinado a fazer o making of.

Procurei contactos de pessoas com quem eu gostava de trabalhar e locais onde, eventualmente, gostaria de filmar e registei. A seguinte fase é a Produção onde começam as rodagens e cada aluno tem uma semana para realizar as suas gravações. Esta fase implica que tudo esteja bastante organizado para que as coisas corram como planeado. Por fim, a fase de Pós produção, que consiste na edição de tudo aquilo que foi filmado e gravado em relação ao som. Com todo este moroso processo foram, então, exploradas as diferentes fases para a elaboração de um projecto e também foram consolidados os conhecimentos adquiridos ao longo do percurso escolar na área de comunicação audiovisual. Desta forma as competências dos vários alunos foram postas à prova de forma a serem justamente avaliados.

Ao longo deste dossiê irei descrever as diversas etapas do processo de realização do meu projecto de forma a deixar registado e também organizado aquilo a que chamo “o meu documentário”. Irei apresentar a minha ideia e a evolução que a mesma teve até chegar à produção descrevendo assim o processo criativo. Organizarei todas as fases, por datas de filmagem e explicando aquilo que pretendia filmar em cada um dos dias. Explicarei, ainda, o processo de edição e montagem dando origem à minha PAA.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

4

2.PRÉ-PRODUÇÃO

2.1. Do Tema ao Conceito

No âmbito da disciplina de projecto e tecnologias, na tecnologia de vídeo foi feita uma proposta aos alunos do décimo segundo ano que consistiu na realização de uma prova de aptidão artística (PAA) que servirá como elemento de avaliação das competências de cada aluno e, claro, como uma forma de concluir este último ano lectivo. Este primeiro período lectivo foi correspondente ao processo de pré-produção onde teríamos de ter a ideia e o conceito bem definidos. Após me terem apresentado a proposta e descobrir que o tema é “O Porto” e que tinha de escolher entre um documentário e ficção, foi importante organizar o meu pensamento e realizar algumas pesquisas sobre possíveis ideias relacionadas com este tema e as respectivas opções. Inicialmente apenas me surgiram ideias soltas e gerais como, por exemplo, documentar o teatro no porto, entrevistar artistas de rua, pensei também em focar-me num só local do porto e procurar histórias que tenham acontecido nesse local. Nenhum destes projectos, apesar de interessantes, me trazia algo novo. Mais tarde percebi que a PAA é um projecto que eu gostava que tivesse muito mais de mim do que apenas a técnica, por isso, pensei na minha experiência de vida como estudante. Como não sou de origem Portuense e vim para a cidade do Porto por decisão própria e com o intuito de organizar a minha vida e seguir os meus sonhos achei que, quando cheguei à cidade do Porto senti uma grande diferença pois vim de um meio mais pequeno. O olhar fresco de quem olha para o Porto pela primeira vez é, de facto, interessante pois acabamos por reparar em coisas, lugares e objectos que aqueles que estão habituados á cidade já não reparam e já nem dão valor. Ao pensar nisso, achei que seria bom mostrar essa visão fresca e inovadora de alguém que vê o porto pela primeira vez.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

5

Tive como base este pensamento e, a partir daí, desenvolvi a ideia. Achei que seria interessante mostrar de que forma as pessoas se ligam ao porto, de que forma elas olham para o porto e qual é a influência que o porto tem sobre a maneira de viver, ver e ser de quem vem de outros meios. Uma vez que existem muitos jovens que vem à procura de um futuro e de conhecer outra realidade, comecei a pensar em alguns amigos que pudessem ter passado pela mesma situação que eu, e então lembrei-me: Porque não mostrar o Porto através da arte? Porque não mostrar parte da cidade cultural e artística que é o Porto? Porque não, mostrar aquilo que são os lugares de inspiração escolhidos pelo artista? Sem motivo para não o fazer pensei em realizar um documentário sobre a relação de um jovem artista com a cidade do porto relatando apenas a sua experiência pessoal. Depois disto, falei com um amigo que é também de Arouca e que estuda artes na mesma escola, expliquei-lhe quais as minhas ideias para a PAA e perguntei-lhe se ele se importaria de ser o meu protagonista uma vez que já o conheço há muitos anos e estou a par dos seus trabalhos enquanto artista e da sua personalidade. Gostaria de focar, no projecto, alguns dos aspectos que caracterizam o personagem nomeadamente o desenho, o seu gosto pela natureza ou seja a preferência pelos locais calmos. Pretendo mostrar ainda a forma como ele vê a cidade através dos pequenos trabalhos que realiza como “urban sketcher”, digamos assim. Posto isto, ele adorou a ideia e disse que estava disposto a ajudar-me. Depois de ter conseguido uma resposta positiva à minha proposta, falei-lhe que seria muito importante, eu fazer algumas questões sobre as preferências dele quer por Arouca quer pelo Porto. Ao longo das aulas de Projecto e tecnologias fomos realizando pequenas apresentações à turma para que o professor fosse acompanhando o processo de construção das nossas ideias e nos ajudasse a formular uma ideia consistente e que pudesse ser levada para a frente. Enquanto os alunos ainda tinham apenas ideias vagas e algumas pesquisas feitas sobre aquilo que queriam abordar no projecto, foi convocada uma sessão conjunta com as 3 turmas de Vídeo no auditório grande, não só para ter-mos mais á vontade com o espaço como também para as ideias serem aprovadas e avaliadas num primeiro momento pelos 3 professores. Este será o auditório onde iremos apresentar o nosso projecto final e, por esta razão, considerei esta sessão muito importante para me familiarizar com o local. Para além disso foi imprescindível para mim pois obtive conselhos e pontos de vista diferentes que me abriram os olhos para possíveis problemas que eu teria de resolver posteriormente na minha ideia. Apesar disso, o feedback foi bastante positivo e eu estive muito a vontade a apresentar a minha ideia. Durante as primeiras aulas decidimos qual seria a melhor semana para cada um de nós realizar as filmagens e fizemos um sorteio para nos organizarmos por equipas, onde distribuímos tarefas importantes para cada projecto, nomeadamente: operador de câmara, operador de som, iluminador, fotógrafo de cena e making of. Realizamos ainda uma folha de rodagens para que toda a equipa e todas as turmas pudessem consultar a fim de saber quais os materiais que seriam utilizados para os respectivos dias de rodagem. Após esta etapa, comecei a ajustar a ideia com a ajuda do programa Celtx que já nos tinha sido apresentado no ano lectivo anterior mas, mesmo assim, o professor explicou-nos como utilizar o programa correctamente. Com a ajuda do programa, elaborei um texto argumentativo mais consistente e reflecti sobre alguns planos insert que queria fazer e iniciei o roteiro/Guião técnico. Pensei em alguns planos para uma parte mais conceptual do meu projecto e registei-os tendo em conta a linguagem utilizada no programa ( Int/Ext – local - Dia/Noite, referindo ainda qual seria a acção que eu queria que fosse feita. Como este ano a proposta foi mais direccionada para um registo documental, inicialmente achei que já não poderia dar um toque mais artístico, de autor, ao meu projecto. No entanto, logo fui esclarecida

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

6

de que poderei, sem dúvida, encaixar uma parte conceptual que esteja ligada àquilo que quero documentar.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

7

Essa parte consiste na realização de pequenas experiências com tintas que, anteriormente, tive de experimentar em casa quais seriam as melhores cores que funcionariam bem esteticamente. Estas experiências foram filmadas em estúdio por isso, pude adiantar trabalho muito antes da minha semana de rodagens. Esta etapa do meu projecto foi bastante interessante quer nos resultados finais quer no próprio dia de filmagens pois senti que, de facto, estava a trabalhar em grupo e que o produto final estava como eu queria que estivesse. Apercebi-me de que a minha equipa procurou ajudar-me e fiquei satisfeita com isso. Achei também muito divertido, trabalhoso sim mas também muito gratificante ver o resultado de todo o trabalho.

O 1º período correu bem, penso que realizei tudo aquilo que me foi pedido e estou contente com o meu esforço e empenho. Toda esta primeira fase de pré-produção da minha PAA foi muito importante para decidir temas, conceitos base, reunir autorizações e contactos importantes para a organização do meu trabalho.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

8

2.2. Nota de Intenções

Senti-me bastante ligada ao meu projecto e muito confiante de que iria resultar se eu seguisse o que tinha planificado. O que pretendia realizar no que diz respeito ao documentário foi aquilo para o qual trabalhei. Tentei que a minha ideia inicial permanecesse e que o produto final fosse o esperado. no primeiro período, desenvolvemos a fase de pré-produção afirmando conceitos e assentando as ideias. Durante o período, desenvolvemos as últimas fases do processo de criação da PAA que consistiram numa etapa de produção e pós-produção onde realizamos as filmagens de acordo com as equipas que já tinham sido estipuladas no período anterior. Os alunos tinham a sua semana de filmagens e a sua equipa em que cada membro do grupo tinha a sua função. Uma vez que, este ano, a proposta remetia para um projecto mais documental a organização foi feita de forma diferente quer pelos alunos quer pelos professores. Foi um processo de alguma forma complicado na medida em que é algo novo e existiram vários contratempos que tiveram influência nas datas estipuladas para filmagens. Desta forma, foi necessário um maior esforço e empenho por parte das equipas, uma grande disponibilidade física e mental. No entanto e uma vez que o meu projecto contava muito com um clima atmosférico propício, pois eram filmagens no exterior, tive uma fase, de certa forma, complicada. Fiquei bastante preocupada com as gravações que queria fazer em Arouca na serra da Freita não só pelo facto de que teriam de ser realizadas num fim-de-semana o que implicava disponibilidade por parte da minha equipa e ainda a questão do clima.

Tirando essa situação consegui fazer os planos que tinha planeado realizar e mais alguns que na altura surgiram. de facto, ficaram bastante interessantes. Também senti alguma dificuldade em realizar a parte conceptual baseada na estética e na arte. Utilizando tintas de várias cores colocadas em água, em vidro e até em papel. Resultaram em experiências interessantes mas que levaram a alguma pesquisa prévia. Durante essa pesquisa fiquei a saber que para que essas experiências resultassem era necessário utilizar óleo para que as tinhas tivessem mais gordura e o efeito fosse diferente.

Planeei utilizar uma voz of no inicio do filme nomeadamente uma leitura expressiva do poema de alberto Caeiro- “Sou um guardador de rebanhos” que nos remete para todos os nossos sentidos e obriga-nos a coloca-los à prova. A minha ideia era um fundo preto em que apenas se ouvia o poema mas, dependendo daquilo que a voz ia dizendo mostrar alguns flashes de imagens relacionadas ou apenas sons. Sempre de forma a apelar os sentidos. Seguidamente queria utilizar um plano do personagem a deitar-se na erva. Planeei muitos planos de pormenor dos pequenos objectos usados pelo personagem como o que usa para beber o chá, as aguarelas, os cadernos, telas e pinceis, a mochila com que sai a rua sempre, entre outros. Houve um plano que tive intenção de realizar mas que não funcionou, um zoom in na cara do personagem em movimento circular. Esse plano ficou muito pouco estável e, por essa razão, não foi utilizado no projecto. Os restantes planos concretizei-os da forma como queria.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

9

2.3. Descrição por cenas

A primeira cena é no exterior onde o protagonista mostra o que vê, o que ouve e o que sente na natureza. Há uma descrição daquilo que a natureza desperta no protagonista: as sensações;

A segunda cena é de algo realizado no estúdio da Escola Artística Soares dos Reis. Tratam-se, de algumas experiencias com tintas acrílicas. Para além das tintas de cor azul, preta, roxa, verde e alperce usei materiais como o vidro, a água, papel, pinceis e garrafas de plástico onde misturei as cores. Esta cena é essencialmente para o espectador relacionar o filme com a arte e são planos que uso como forma de transição usando algo mais estético e colorido para representar o gosto pela arte por parte do protagonista. Foi ainda uma forma que arranjei de introduzir algo, de certa forma, mais conceptual dentro da temática que é a Arte.

A terceira cena passasse no exterior, na pequena vila de Arouca numa serra chamada Serra da freita durante o dia. É uma das cenas importantes do filme e que pretende essencialmente retratar a ligação que o personagem mantem com a natureza. É a primeira cena onde o protagonista é identificado como sendo um amante da natureza e apreciador de tudo aquilo que activa os seus sentidos. O personagem é natural de Arouca mas desloca-se para as serras e montes muitas vezes caminhando e reflectindo sobre a sua vida. Esses caminhos são importantes para ele na medida em que o ajudam a entender o mundo. Costuma levar consigo uma mochila onde transporta os seus cadernos, lápis e aguarelas de forma a captar a realidade diante dos seus olhos e a colori-la deixando assim marcadas as suas vivências. Costuma levar ainda um camping gás para fazer o seu chá que diz se tratar de um ritual espiritual e harmonioso ou usa ainda para cozinhar quando passa o dia junto da natureza.

A quarta cena passasse na casa do protagonista onde tem um pequeno espaço para realizar o seu trabalho quer relativo à escola quer por hobbie embora seja sempre agradável para ele desenhar pois é algo que gosta de fazer. Nesta cena o protagonista encontra-se a desenvolver um projecto escolar e vai mostrando algumas das suas obras que já estiveram expostas em museus e bibliotecas locais (Arouca).

A quinta cena é no exterior da casa do protagonista onde ele dispõe de um jardim grande e um lago onde vai observando o movimento dos peixes. É uma casa isolada no meio de árvores mas que não poderia estar mais de acordo com a essência do protagonista. Vê-mos os cuidados que tem com a natureza e a absorção que faz daquilo que esta lhe proporciona. Vê-mos ainda o protagonista a colocar na mochila tudo o que necessita para passar o dia na Serra.

Na sexta cena o protagonista volta a estar em plena natureza, desta vez na frecha da Mizarela onde há uma queda de água e alguns campos de cultivo. O protagonista caminha sobre erva e terra, caminhos onde à partida apenas encontra sol, vento, animais e tudo o que está relacionado com os seres vivos. Vemo-lo a percorrer caminhos pedestres e a intimidade entre ele e a própria atmosfera. Nesta cena há ainda o desenho que está sempre presente nestes passeios que ele faz. Mostro o protagonista sentado a pintar uma paisagem campestre.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

10

A sétima cena decorre sob a transição da vila de Arouca para a cidade do Porto onde o protagonista refere quais foram as razões que o levaram a mudar para a cidade do Porto. É ainda referida a escola que frequenta mostrando imagens dessa mesma escola nomeadamente na oficina de trabalho correspondente à especialização do protagonista que é joalharia. É uma cena no interior que nos remete para o percurso profissional do artista.

A oitava cena passasse na cidade do porto no exterior onde o protagonista percorre as ruas estreitas do porto e vai observando e desenhando quer as paisagens quer os monumentos e até os movimentos das pessoas anónimas.

A nona cena é na ribeira do Porto onde o protagonista vai também observando e caminhando de forma a absorver tudo o que o rodeia. Desenha e pinta os barcos que vê e até as pessoas a quem pede para retratar.

A décima cena é no exterior, nos jardins do palácio de Cristal. Escolhi este local por ser um dos locais que o protagonista frequenta assiduamente no Porto devido ao facto de ser algo natural e muito próximo daquilo que há em Arouca. O protagonista interage com a natureza, observando e tocando nas plantas. Gosta dos locais calmos do Porto e a mensagem que passa é a de que embora esteja no Porto continua a procurar no Porto os melhores locais para lazer.

Na última cena o protagonista volta à sua terra (Arouca), volta aos campos e à serra pois apesar de gostar de estar no Porto e admitir que o Porto o fez crescer e ganhar maturidade que a nível pessoal quer a nível profissional e artístico ele acaba sempre por voltar devido ao familiares e amigos que tem.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

11

Entrevista ao protagonista-Perguntas

Antes de iniciar a entrevista ao meu protagonista elaborei uma série de questões para introduzir o tema do meu projecto e para que o rapaz se familiarizasse com essas perguntas e tenta-se responder da melhor forma de que maneira ele vê e desenha o Porto e qual a importância que a cidade teve na sua formação académica e também pessoal. As perguntas foram as seguintes:

1-Pouco ou nada sabemos sobre ti para além do teu nome. Diz-nos, quem é o André?

2-o que te levou a decidir deixar a vila de Arouca? Porquê? Com que finalidade/objectivo?

3-Como reagiram os teus pais ao tomarem conhecimento dessa decisão?Foi difícil tomar essa decisão? Exigiu um pensamento e planeamento plrévio?

4-o que te levou a escolher a cidade do Porto?

5-Houve uma pré-selecção de escolas e cidades, ou abraças-te a aventura e deixas-te que o instinto te guiasse?

6-Numa viajem e numa mudança de residência há sempre o ir e o voltar. Comenta.

7-Sentes necessidade de voltar à terra onde cresces-te?

8-Com que frequência voltas a Arouca?

9-o que te faz voltar a Arouca?

10-Fala um pouco sobre a tua maneira de ser, de que forma exprimes os teus sentimentos e as tuas observações?

11-Consegues identificar o que de melhor o Porto tem para oferecer?

12-Alguma vez pensas-te se esta cidade é o teu lugar? Onde pertences?

13-o que te agrada em viver e estudar no Porto?

14-acreditas que esta mudança do campo para a cidade foi preponderante da tua formação como individuo? Uma pessoa torna-se diferente pelo facto de “mudar de ares”?

15-Quando sais, quer pelo campo quer pela cidade, para onde vais?

16-Porquê a preferência por esses locais?

17-Quando sais à rua o que não pode faltar na tua bagagem?

18-Quais são os teus objectivos de vida?

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

12

19-Quais foram as dificuldades sentidas na mudança para a cidade?

20-Há algum arrependimento na volta que deste à tua vida?

21-Quais são os teus planos para o futuro? A médio/longo prazo.

22-Es um rapaz muito ligado à natureza. Mesmo estando na cidade continuas a procurar locais naturais, porquê?

23-Preferes o campo ou a cidade?

24-De que forma o porto influencia os teus desenhos visto que es uma pessoa bastante ligada às artes?

25-O desenho é a tua forma máxima de expressão?

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

13

CARACTERIZAÇÕES DIVERSAS (ACTORES/ENTREVISTADOS, OBJECTOS, LOCAIS DE FILMAGEM, EQUIPA DE RODAGEM, EQUIPAMENTO AUDIOVISUAL UTILIZADO)

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

14

2.4. Caracterização

2.4.1. Locais de filmagem

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

15

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

16

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

17

2.4.2. Protagonista (Entrevistado)

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

18

2.4.3. Adereços e Objectos

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

19

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

20

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

21

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

22

2.4.4. Câmara

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

23

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

24

2.4.5. Som

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

25

2.4.7. Equipa Técnica

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

26

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

27

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

28

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

29

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

30

2.5. Mapa de rodagem

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

31

2.6. Répèrage

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

32

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

33

3.PRODUÇÃO

Ao longo de todo o processo de produção e realização do documentário foi

necessário seleccionar os melhores locais, saber a disponibilidade das pessoas e

questões de logística. Foi necessário procurar contactos e comunicar às entidades

responsáveis pelos locais que escolhi se seria possível realizar as filmagens e quais os

dias em que estariam disponíveis.

Inicialmente fiz várias pesquisas e entrevistas ao protagonista e outros artistas

ligados a natureza de forma a entender quais seriam os locais de eleição para

reflexão, lazer, relaxamento. Os locais preferidos por essas entidades era todos

dentro do mesmo registo e bastante ligados à natureza. Realizei uma lista de locais

em Arouca e outra para visitar no Porto. Locais como a Serra da Freita e a frecha da

Mizarela. No Porto seleccionei dois locais: o palácio de Cristal e a ribeira. Filmei

ainda as ruas estreitas do porto pelas quais o protagonista costuma deambular.

Escolhi ainda uma cafetaria chamada “cafetaria da praça” em Arouca para

gravar o depoimento do protagonista mas acabei por não utilizar essas filmagens.

Depois de seleccionados os locais onde queria filmar falei com as entidades

responsáveis e levei alguns documentos que tiveram de assinar nomeadamente um

documento de credencia de espaços. No entanto nem sempre foi necessário recorrer

a este documento, por exemplo, no caso da autorização para filmar nos jardins do

palácio de cristal que foi obtida via e-mail.

Depois de obtidas todas as autorizações necessárias, de ter organizado e

planeado o documentário que queria realizar durante a fase de pré-produção

passamos para a segunda fase: a produção. Uma vez que as equipas já estavam

definidas e as semanas de rodagem de cada aluno também, foi fácil iniciar as

filmagens. Cada aluno dispunha de três dias e um fim-de-semana considerado extra

para produzir o seu filme. A minha semana de gravações ocorreu de 11 a 14 de Maio

e ainda utilizei o fim-de-semana de 2 e 3 de Maio. Este fim-de-semana foi

essencialmente destinado ás filmagens na Serra da Freita devido ao facto de que,

durante a semana seria complicado deslocar-me do Porto para Arouca apenas numa

tarde correspondente à aula de projecto e tecnologias.

A semana de filmagens foi bastante atarefada e exigiu esforço por parte da

equipa mas revelou ter sido bastante produtiva.

As funções necessárias à concretização do meu projecto foram: realização,

câmara man, operador de som, making of, fotografia de cena, iluminação. Todas elas

foram imprescindíveis para um bom projecto. Durante o processo de produção, para

além de realizadora, também cheguei a desempenhar o papel de câmara man

algumas vezes e fiz fotografia de cena. A minha equipa era constituída por 5

elementos além de mim: a Liliana Cunha no papel de------------, a Dulce Ribeiro que

realizou o making of, a Cláudia Santos a desempenhar a função de câmara man, a

Sara Castro como operadora de som e ainda o Pierre Levtchenco na iluminação.

Durante o fim-de-semana em que filmei não foi possível juntar toda a equipa mas

reuni os elementos necessário e contei com a ajuda de

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

34

3.1. Gestão de meios

Após ter as minhas ideias bem definidas, comecei a pensar nos locais onde

gostaria de filmar e também nas pessoas que gostaria de entrevistar assim como

também arranjei alguns contactos de entidades a quem necessitava de comunicar o

meu projecto a fim de obter autorizações. Os contactos iniciais realizados foram

cruciais para a realização do meu projecto na medida em que me autorizaram a

filmar nos locais que eu tinha planeado. Contactei inicialmente um rapaz que achei

pertinente e com um projecto de vida, ideais e valores interessantes para transmitir

a outras pessoas. Depois de ter falado com ele obtive uma resposta positiva e

comecei a pensar na melhor forma de abordar as questões da vida dele, associadas à

cidade do Porto. Após ter a certeza de quem seria o meu protagonista no filme

comecei a preocupar-me em contactar os locais onde tinha planeado filmar e

naqueles que o rapaz tem preferência.

Seleccionei alguns locais como os jardins do palácio de Cristal, a ribeira e a sé

do Porto assim como alguns caminhos por onde o protagonista costuma passar nos

seus passeios pela cidade. Contactei, primeiramente, uma entidade do Porto Lazer

que não se opôs às filmagens mas que me informou que as questões de

disponibilidade de espaço teriam de ser comunicadas com as entidades responsáveis

pelos parques urbanos. No seguimento desta informação contactei os parques

urbanos que logo atenderam o meu pedido e autorizaram e receberam a minha

equipa para a realização das filmagens nos jardins do palácio de Cristal no dia 11-05-

2015 (data proposta por mim). Tudo isto foi tratado por correio electrónico. Após

estes contactos informei o meu protagonista que também se mostrou disponível nas

datas que eu propus e assim iniciei o processo de realização do meu projecto.

As tintas que utilizei foram emprestadas por uma entidade amiga que as

disponibilizou no dia em que eu sugeri e por tempo indeterminado. No entanto as

tintas foram devolvidas no mesmo dia em que as utilizei.

Tentei gerir o tempo tal como previsto no mapa de rodagem e consegui ir aos

locais nos dias programados.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

35

3.2. Rodagem

3.2.1. 1º Dia

No primeiro dia de filmagens eu e a minha equipa dirigimo-nos para o estúdio

da escola a fim de realizar a parte conceptual e artística do meu projecto. A minha

ideia consistiu na realização de pequenas experiências com tintas acrílicas em papel,

em vidro e ainda em água. Para isso, dirigi-me ao estúdio de fotografia e pedi papel

de parede branco para usar como fundo para as experiências. Os materiais que

utilizei foram apenas a câmara 5D e ainda um tripé que manuseei de acordo com o

tipo de plano que queria realizar. Levei ainda uma terrina de vidro que enchi com

água. De seguida despejei as tintas, uma a uma, individualmente. O efeito produzido

era o que eu pretendia. Trata-se de uma espécie de fumo que se move lentamente

na água. Utilizei cores como o preto, o azul-esverdeado claro e ainda um cor-de-

laranja claro. Escolhi estas cores pelo simples facto de que são cores interessantes

que resultam bem esteticamente e também porque são cores fortes. Durante estas

filmagens a minha equipa esteve presente e concretizamos os planos tal como eu

tinha planeado anteriormente. Eram planos simples de pormenor em que se viam as

terrinas com água, em fundo branco. Coloca-mos a gravar e, logo despejamos alguma

tinta na água. Repeti o processo para as outras cores mas sempre com água pura.

Inicialmente, como a terrina era de vidro, tive alguns problemas com o reflexo dos

focos de iluminação que apareciam no vidro. Para contornar a situação usei

reflectores e tentei tapar os focos para que não batessem directamente no vidro.

Depois disso repeti algumas filmagens e passei para a fase do papel. Enquanto isso a

Dulce realizava o making of e eu cuidei da iluminação uma vez que o responsável por

essa área não estava presente inicialmente.

Para a fase das tintas no papel, comprei um papel texturado, de cor beje,

usado normalmente para tinta uma vez que tinha alguma espessura. Preparei

novamente as tintas colocando-as em garrafas de plástico e misturando-as com

alguma água para que não fossem tão espessas. Ajustei o tripé novamente pois este

plano foi filmado de cima para baixo de forma a que se visse de frente as manchas de

tinta sobre o papel. Este plano resultou como eu tinha previsto e utilizei-o como um

plano de transição. Após a experiência com o papel ainda realizei uma outra que

consistiu na utilização de uma travessa de cozinha em vidro, que prendi entre duas

mesas e, com a ajuda do, consegui filmar de baixo para cima de forma a que apenas

se visse as manchas de tinta a cair no vidro. Este plano ficou como planeado e, por

essa razão, não achei que deveria ser utilizado. Este dia de filmagens foi bastante

produtivo pois consegui concretizar o que desejei.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

36

Materiais utilizados:

Câmara Canon 5D;

Câmara Sony EX1;

Objectiva Zeiss de 50 mm;

Objectiva ZOOM;

Microfone shotgun com deathcat;

Cabo XLR;

Gravador de áudio ZOOM e phones;

3.2.2. 2º Dia

NO segundo dia de filmagens, eu e alguns elementos da turma dirigimo-nos

à Serra da Freita. A serra da freita localiza-se na vila de Arouca e, por essa

razão, estas filmagens foram especialmente programadas para um fim-de-

semana. Tive algumas dificuldades em escolher o fim-de-semana em que queria

filmar devido a questões climatéricas. Inicialmente quando reservei o primeiro

fim-de-semana, estava a chover e, por isso, acabei por não filmar. Depois

consegui reservar novamente um fim-de-semana, anterior à minha semana de

rodagem. No sábado dirigi-me à serra a fim de realizar alguns planos que

mostrassem quais os locais e caminhos percorridos pelo meu protagonista quando

se dirige à serra. Escolhi este local exactamente por ter feito o estudo prévio de

quais eram os locais mais frequentados pelo rapaz em Arouca. Os planos que

realizei foram essencialmente planos de pormenor e alguns gerais de forma a

introduzir o local onde ele se encontrava e os de pormenor para descrever alguns

materiais e acessórios que costuma levar consigo assim como as reacções do

protagonista perante aquilo que a natureza lhe transmite.

Neste sábado, o material que usei para as filmagens resumiu-se a uma

câmara canon 5D, um tripé Miller e ainda um gravador de som, microfone

shotgun com deathcat, ainda um cabo XLR e uns phones. As lentes que utilizei na

câmara Os sons que gravei neste dia foram apenas sons naturais, de vento,

pássaros, água a correr, o som que as botas do personagem faziam quando ele

caminhava sobre a estrada.

3.2.3. 3º Dia

O terceiro dia também fez parte do fim-de-semana que referi anteriormente.

Neste domingo realizei ainda algumas filmagens na Serra da Freita e ainda gravei o

depoimento do protagonista numa cafetaria na praça principal de Arouca. Neste dia o

som não ficou como eu desejava e, por isso, tive que repetir. As filmagens que fiz

relativas a esse áudio não foram utilizadas uma vez que o protagonista não iria

repetir novamente e de forma igual, o que já tinha dito. Como este dia fez parte do

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

37

fim-de-semana que falei no dia acima descrito, os elementos da equipa e o

equipamento mantiveram-se os mesmos. Nem todos os elementos da minha equipa

destinada em aula estiveram disponíveis para as gravações durante o fim-de-semana,

no entanto contei com o mesmo câmara-man e, para além de realizadora também

desempenhei o papel de câmara-man, assim como fotógrafa de cena. Em suma,

apesar de não ter corrido tudo como eu planeava principalmente em relação ao som,

foi um fim-de-semana em que consegui gravar tudo o que queria na Serra da Freita.

Materiais utilizados:

Câmara Canon 5D;

Objectiva Zeiss de 50 mm.

Microfone shotgun com deathcat;

Cabo XLR;

Gravador de áudio ZOOM e phones;

3.2.4. 4º Dia

As filmagens, neste dia, foram realizadas nos jardins do palácio de Cristal, no Porto.

Antes de sair da escola preparei o material necessário novamente. Utilizei uma

câmara canon 5D, um microfone shotgun com deathcat, um gravador de áudio zoom

e ainda um cabo XLR. Levei ainda um tripé Miller e uma câmara sony EX1. O que

filmei neste dia foi importante na medida em que explica o facto de o protagonista,

apesar de se encontrar na cidade do Porto, ter preferência por estes locais mais

calmos e naturais. Fiz bastantes planos de pormenor de plantas e árvores assim como

de animais que estavam presentes no local. Gravei algumas das reacções do

protagonista e também algumas das suas observações desenhadas e registadas nos

seus diários gráficos. Acompanhei também alguns desses registos assim como fiz

planos gerais e dos materiais, por ele utilizados (aguarelas e canetas) em pormenor.

Enquanto isso era realizado também o making of pela Dulce Ribeiro e ainda a

fotografia de cena pela Liliana Cunha.

Materiais utilizados:

Câmara Canon 5D;

Câmara Sony EX1;

Objectiva Zeiss de 50 mm.

Microfone shotgun com deathcat;

Cabo XLR;

Gravador de áudio ZOOM e phones;

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

38

3.2.5. 5º Dia

O quinto dia de filmagens realizou-se já na cidade do Porto, para onde nos

remete o tema da PAA deste ano. Para este dia tinha planeado andar pelo porto,

mais concretamente, pelas ruas estreitas, bastante características da cidade.

Preparei todo o material necessário para iniciar as filmagens e, juntamente com a

minha equipa, dirigi-me de carro para a sé do Porto. A sé também é um dos locais

frequentados pelo protagonista, onde costuma observar os turistas e desenha-los.

Os materiais que utilizei foram essencialmente: uma câmara canon 6D com

uma objectiva zeiss de 50 mm. Levai também a câmara Sony EX1 que foi utilizada

pela Dulce Ribeiro que ficou responsável por realizar o making of do meu

documentário.

De seguida, quando filmei tudo o que queria na Sé do Porto, desci umas

escadas que nos levaram directamente para as ruas estreitas, típicas do Porto e , por

fim, fizemos alguns planos na Ribeira, um dos locais mais visitados pelos turistas e

também pelos artistas. Estes locais foram escolhidos por mim após analisar os gostos

do protagonista. Escolhi locais característicos mas também naturais, capazes de

transmitir sensações de calma, paz, cultura e pureza.

Materiais utilizados:

Câmara Canon 6D;

Câmara Sony EX1;

Objectiva Zeiss de 50 mm.

3.2.5. 6º Dia

No sexto dia, as filmagens foram realizadas na escola Artística Soares dos

Reis, frequentada pelo protagonista. Foram realizadas também numa aula de

projecto em que eu e dois elementos da minha equipa nos dirigimos à oficina de

joalharia onde o rapaz trabalha nos seus projectos de design exclusivo. Filmamos

alguns planos de pormenor e planos médios do protagonista a trabalhar na sua última

criação. Estas filmagens foram realizadas num curto espaço de tempo de forma a

puderem completar aquilo que o autor referiu na entrevista que lhe fiz. Em geral

correram bem e gostei dos planos que realizei.

Materiais utilizados:

Câmara Canon 5D;

Câmara Sony EX1;

Objectiva Zeiss de 50 mm.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

39

3.3. Desempenho da equipa técnica

No início deste projecto, realizamos um conjunto de equipas para que as

diferentes tarefas de produção fossem devidamente distribuídas. Ao longo do

desenvolvimento do meu projecto nem todas as entidades previstas estiveram

presentes nos dias de rodagem. Muitas das vezes tive de criar equipas alternativas,

assim como no fim-de-semana em que filmei pois nem sempre as pessoas estavam

disponíveis para filmar fora do horário lectivo. A minha equipa era composta por

cinco elementos nomeadamente: a Cláudia Santos como operadora de câmara; a Sara

Castro como operadora de som; a Liliana Cunha como fotógrafa de cena; a Dulce

Ribeiro a realizar o making of e ainda o Pierre Levtchenko na iluminação. Consegui

fazer o meu projecto como desejava tê-lo feito no entanto, confesso que nem

sempre foi graças à cooperação da minha equipa. Sou uma pessoa bastante

organizada e penso que essa foi a qualidade em mim que me ajudou neste projecto.

Sei que sou uma pessoa temperamental o que exigiu compreensão e aceitação por

parte da minha equipa pois algumas das vezes resmunguei sobre o que não estava a

ser feito como eu queria ou se algo não corria bem eu sentia-me como se nada

estivesse a resultar. Durante todo o processo de rodagem apenas alguns elementos

da minha equipa estiveram presentes. O cargo de iluminação nem sempre foi

necessário, no entanto o elemento da equipa responsável pelo cargo não se mostrou

disponível nem mostrou qualquer interesse em resolver essas questões. Em relação

aos restantes elementos do grupo fiquei bastante satisfeita porque em todas as

situações e apesar de eu ser uma pessoa bastante exigente e complicada de se lidar

eles conseguiram fazer aquilo que eu pedi. Questionaram algumas das minhas

decisões mas compreenderam o porquê de eu as tomar. Gostei especialmente do

trabalho da minha operadora de câmara (Cláudia Santos). Mostrou interesse e

empenho para que o meu projecto tivesse um bom resultado estético assim como

manteve essa postura até ao fim do meu projecto.

A Sara Castro desempenhou o papel de operadora de som da melhor forma

que conseguiu. Senti que esteve empenhada mas nem sempre disponível. Quando

esteve presente desempenhou bem o seu cargo e foi uma pessoa responsável e

preocupada em desenvolver a sua função da melhor maneira possível. Gostei do

trabalho que realizou.

A Dulce Ribeiro ficou responsável pela realização do making of do meu

documentário. Esteve presente em todos os dias de rodagem excepto no fim-de-

semana devido ao facto de ser longe do local onde reside e claro da

indisponibilidade. Apesar de tudo realizou o seu trabalho com sucesso, mostrou-se

bastante interessada e empenhada para além de que foi creativa na montagem do

making of.

A Liliana Cunha, responsável pela fotografia de cena, desempenhou a sua

função da melhor forma e esteve sempre presente nas rodagens. Revelou-se bastante

preocupada e interessada pelos assuntos relacionados com o meu projecto.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

40

Desempenhou não só o papel de fotógrafa de cena como também foi operadora de

som quando precisei nomeadamente no fim-de-semana em que filmei em Arouca.

Mostrou-se uma pessoa prestável e disponibilizou-se para a deslocação do Porto a

Arouca assim como a assumir cargos necessários quando outros não estavam

presentes. Foi, sem dúvida, das pessoas que mais se predispôs a ajudar-me assim

como a Cláudia Santos. Em suma os meus dias de rodagem correram muito bem,

independentemente se cada elemento estava num dia mau ou se sentia mais em

baixo penso que o facto de termos um projecto em mãos nos deixou mais unidos para

a causa. Senti que apesar de tudo houve esforço e empenho para que o ambiente

durante as filmagens fosse o melhor. Mantivemos sempre uma boa relação e o

projecto ajudou a que houvesse confiança entre todos os elementos assim como

suscitou momentos de diversão e, ás vezes, algum desespero mas, no fim, atrevo-me

a dizer que olho para o percurso que foi feito com bastante orgulho quer nas

amizades que se fortaleceram como no resultado final. Por todas estas razões só

tenho a agradecer a toda a minha equipa e também ao professor orientador que se

mostrou disponível para esclarecer qualquer dúvida dentro e fora de aula. Obrigada!

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

41

3.4. Fotografias de Cena

5-Filmagens na Serra da Freita-Vila de Arouca

4-Filmagens na Serra da Freita-preparação do equipamento de som

2-Filmagens em estúdio-Tintas acrílicas-utilização dos reflectores para que não houvesse reflexos dos focos nas peças de vidro

1-Filmagens em estúdio-Tintas acrílicas

3-Filmagens em estúdio-Tintas acrílicas- utilização dos reflectores

6-Montagem do equipamento do som

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

42

8-Filmagens na Serra da Freita-Viajem

12-Filmagens nos Jardins do Palácio de Cristal

7-Visita ao local de filmagens

9-Filmagens finais na serra da Freita

11-Filmagens na baixa do Porto

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

43

4.PÓS-PRODUÇÃO

Na última fase de desenvolvimento do meu projecto foi necessário passar por

um processo de selecção dos vídeos filmados que tiveram mais sucesso tendo em

atenção aspectos técnicos como a exposição da luz e até as melhores prestações do

protagonista no caso do meu documentário. Após ter estes cuidados na selecção dos

planos iniciei a montagem.

A montagem é um processo bastante importante na concepção de qualquer

filme. É através da montagem que desencadeamos uma narrativa que pode ou não

funcionar. É importante definirmos o tipo de montagem que queremos.

4.1. Seleção de planos e Montagem

Depois da selecção dos vídeos e da consciencialização das atenções a ter para

montar um bom documentário iniciei então a montagem. Comecei então por arrastar

excertos das filmagens para a timeline editando-os da forma que achei mais criativa

e inteligente para quem vê pela primeira vez. Utilizei planos gerais que, no meu

entender posicionam o espectador para o local onde se passa a acção do

documentário e complementei essa mesma acção com bastantes planos de insert,

pormenorizados de acordo com a voz of que utilizei do personagem. A voz of foi

editada de acordo com a sequência fílmica que fiz, sempre de maneira a mostrar

visualmente aquilo que o espectador vai ouvindo sobre o artista em causa e a vida

dele. Desta forma fui editando o som à medida que ia inserindo imagens de forma a

contar uma narrativa. Começo por uma narrativa mais conceptual, mais técnica

relativamente às artes, usando as filmagens que fiz com as tintas e ainda utilizando

planos pretos intercalados com imagens que apelam aos sentidos do espectador à

medida que se vai ouvindo a declamação de um poema de alberto caeiro também

relacionado com as sensações. Esta montagem inicial já a tinha planeado e, por isso,

tornou-se algo rápido de se concretizar. Seguidamente, iniciei apresentando o

protagonista, explicando quem é, qual o seu dilema de vida e os objectivos a

cumprir. Durante a apresentação do autor e a introdução dos locais que frequenta

em Arouca, comecei, então, a pensar sobre o áudio que seria mais adequado a um

modo de vida calmo, ligado à natureza e à arte. Fiz uma pesquisa sobre músicas

calmas, praticamente, instrumentais de piano, violino, entre outros. Os sons que ouvi

também me foram inspirando para o tipo de planos e para a montagem que ia

fazendo. Sons inspiradores como “the tallest man on earth”, “Bon Iver”. Fui

procurando vários instrumentais através do Creative Commons até que encontrei um

site com vários sons instrumentais que se enquadravam no contexto da minha

narrativa. À medida que ia mudando os locais da narrativa de acordo com os locais

que o próprio protagonista frequentava quer em Arouca quer no Porto fui alternando

músicas que descrevessem melhor esses mesmos locais. Para a transição de uns locais

para outros para além de fazer essa associação das músicas também usei alguns

planos realizados para esse fim. Deste planos com queda de tintas coloridas que nos

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

44

remetem para a vida artística do autor até a planos como o de um pavão que, ao

abrir o seu leque introduz um novo local e, ao fechar, entendemos que vamos mudar

de local e de contexto ou até com um simples planos de vermos uma porta a fechar-

se. Tudo isto se torna bastante significativo nas transições que faço durante o meu

documentário.

A montagem consistiu em vários cortes instantâneos que eram suportados

pelas diferentes melodias dos diferentes contextos e que transmitia diferentes

sensações e os diferentes ambientes em que o protagonista está inserido. Tive de ter

bastante atenção aos planos em que não usei tripé devido ao facto de querer assumir

mais liberdade e transmitir essa mesma liberdade ao espectador. Desta forma utilizei

o stabilizer no programa de edição Final Cut. Em alguns planos foi mais complicado

estabilizar mas obtive um bom resultado. Procurei ter bastante cuidado quer na

sequência narrativa quer no som que a acompanhava baixando o som nomeadamente

quando há falas do protagonista e aumentando o volume do som quando quero que as

imagens falem por si e provoquem sensibilidade e emoções no espectador. Nesse

aspecto as imagens que realizei foram bastante apelativas e sensitivas no que toca

àquilo que a natureza nos pode oferecer de mais puro.

Em suma a montagem não foi, de todo, complicada apenas exigiu cuidados com

a narrativa para que ao visualizar houvesse um princípio, um meio e um fim, uma

experiencia de vida a ser relatada com o objectivo de o espectador a entender.

Esteticamente, preocupei-me na edição de imagem que irei comentar no item

mais abaixo. Desta forma finalizei a montagem realizando os créditos finais. Realizei-

os de duas formas diferentes e, no fim, pude escolher aquilo que, no meu entender

funcionava melhor. Primeiro fiz uma lista de toda a equipa que me ajudou na

produção do documentário e daqueles que, mesmo não fazendo parte da equipa,

mostraram-se disponíveis para ajudar e, por essa razão, mereciam os meus

agradecimentos. Primeiro, em texto corrido coloquei esses mesmos nomes com uma

das filmagens que realizei das tintas a decorrer mas, achei que era demasiado

simples e que não era muito bom de leitura, não pela imagem mas sim pelo próprio

texto aparecer e sair do plano todo ao mesmo tempo. Interessava-me sim que

soubessem quem fez parte da minha equipa e por isso, usei um plano para cada

função e apenas coloquei os agradecimentos juntos.

A fonte que utilizei tive de fazer download da internet, chama-se BELLABOO e

utilizei devido à sua simplicidade e ao mesmo tempo artístico e que encaixava bem

no tema do meu documentário. Antes de a seleccionar fiz uma pesquisa de fontes em

www.dafont.com e em www.creativeblog.com com fontes de design criativas. Foi a

mesma fonte que utilizei no teaser e com a qual o filme do género documental se

enquadra na perfeição.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

45

4.2. Efeitos e Filtros Utilizados

Com a montagem já realizada fui editando as filmagens no que toca aos

retoques de imagens para que resultassem bem do ponto de vista estético. Os efeitos

e filtros que utilizei quer para a imagem quer para o som foram os próprios do

programa de edição Final Cut X.

A minha edição de imagem não foi muito elaborada, ouve um ou outro plano

em que tive necessidade de criar algumas máscaras para encobrir alguns defeitos da

filmagem. Deste inicio que tinha em mente uma edição de imagem simples de forma

a criar e transmitir uma atmosfera realista e naturalista tanto do ponto de vista

estético como a nível fotográfico. Nas minhas filmagens não utilizei quase em

nenhuma situação o “color correction” apenas fiz algumas alterações na saturação e

luminosidade da imagem de forma a acentuar os contrastes que queria

principalmente tendo em atenção aos verdes da natureza. Fui criando settings

diferentes para os diferentes locais para facilitar depois a colocação dos mesmos

níveis. Tive bastante cuidado no aumento dos contrastes de forma a não eliminar

informação da imagem.

Relativamente a efeitos de transição não me quis estender muito não só porque

não aprecia certo tipo de efeitos como também já me tinta preparado para essas

transições através das filmagens que realizei. No entanto utilizei alguns “fade to

color” para branco sujo e para preto. A utilização destas transições veio permitir que

as mesmas fossem mais contínuas e veio, de certa forma, suavizar a mudança de

locais ou até de contexto para que não houvesse um corte rigoroso e brusco na

narrativa.

Em relação som, a edição que fiz foi apenas nos sons das gotas a cair nos

primeiros planos das tintas. Optei por fazer download de sons que fui

experimentando para ver se se enquadravam no tipo de gota e o material da própria

gota. Tudo isto necessitou de uma selecção rigorosa e claro de alguma edição. Na

edição optei, então, por subir os graves e mudando ligeiramente os sons mais altos.

Esta edição tornou o som da gota a cair mais realista e mais de encontro ao tipo de

material que estava a cair na água (tinta acrílica).

Finalizada a etapa de edição de imagem o meu documentário encontrava-se

pronto a ser visualizado.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

46

4.3. Áudio e Voz-of

Desde a fase inicial do meu projecto, correspondente à pré-produção do documentário, que decidi que seria interessante utilizar uma voz-of no início do mesmo. Uma vez que o protagonista é ligado ás artes, não só ao desenho como também à literatura comecei a pensar em poetas que estivessem relacionados com a arte, a natureza, as sensações. Pesquisei poetas como, por exemplo, Cesário Verde, Fernando Pessoa e cada um dos seus heterónimos, Florbela Espanca, António Gedeão, entre outros. De muitos autores que vi seleccionei apenas Fernando Pessoa. Depois desta pré-selecção recordei as aulas dadas na disciplina de Português durante o ano e escolhi um dos heterónimos de Fernando Pessoa –Alberto Caeiro.

Este heterónimo é, de todas as entidades de Fernando Pessoa, aquele que mais se enquadra no meu projecto e o que vai de encontro à personalidade do meu entrevistado. É o poeta das sensações, para ele “pensar é estar doente dos olhos”. Procurei alguns poemas deste heterónimo mas acabei por fazer uso de um excerto do livro o “Guardador de rebanhos” mais concretamente o poema IX.

Com este poema o que pretendi realizar foi uma forma do espectador conseguir activar as sensações. Pretendi, através de uma voz e de uma leitura reflexiva que o espectador tomasse atenção apenas naquilo que é dito no poema e que, mais tarde, consiga relacionar o poema inicial com a vida do protagonista. Como Forma de prender o ouvido do espectador utilizei apenas a voz-of enquanto aparece um fundo preto e, à medida que o poema vai sendo lido, vão aparecendo algumas imagens, intercaladas com planos negros, relacionadas com o mesmo poema.

Escolhi uma voz reflexiva e filosófica de um antigo professor (Professor Sousa Dias) que se mostrou, de imediato, disponível para me ajudar no que quer que fosse. A partir daí apenas foi necessário combinar a data, a hora e o local onde seria gravada a voz of que, neste caso, foi no estúdio de gravação de voz da Escola Artística Soares dos Reis. Não foi um processo complicado uma vez que já estava familiarizada com o estúdio e já sabia tecnicamente como o utilizar e quais os cuidados a ter antes de iniciar a gravação. Coloquei o microfone ajustado com a altura do professor Sousa Dias. Tornou-se uma etapa fácil e agradável do meu projecto e, uma vez que conhecia bem o equipamento de gravação foi também algo que, rapidamente, se fez.

Gravei também a voz do protagonista enquanto este falava sobre si numa tentativa de que o som ficasse melhor que o que tinha gravado anteriormente na entrevista. Esta entrevista foi realizada numa cafetaria mas como não utilizei as imagens e o som estava com algum ruído, optei por gravar em voz-of.

Em relação aos outros sons que utilizo no meu projecto foram seleccionados de acordo com aquilo que eu queria transmitir. Gravei com o material escolar vários sons naturais desde a água a correr até ao chilrear dos pássaros e aos passos do protagonista quando caminha pela Serra.

As músicas que escolhi foram através da Creative commons o que me facilitou muito pois não necessitei de autorizações pois são músicas autorizadas para estes fins. Há ainda uns sons de gotas de tinta a cair que retirei do próprio programa Final Cut mas que não resultaram muito bem pois o som não era coerente com a imagem que eu queria utilizar. Realizei uma pesquisa em sites próprios para fazer download, onde encontrei um que, de facto, com alguns ajustes nos graves e agudos, serviria perfeitamente.

Em suma o som foi realizado da melhor forma e contei com a ajuda da Liliana Cunha (elemento da equipa responsável pelo som) que o fez respeitando aquilo que

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

47

eu queria e fazendo-o da melhor forma. Esta etapa relativa ao som e voz-of não foi a mais difícil.

Ao editar o som no final cut tive algum trabalho nos cortes que fiz devido ao facto de que se ouvia alguma respiração do protagonista, algumas hesitações que eu fui ajustando à medida que fui editando o som. Em algumas partes tive que regular a altura do som criando pequenos vértices que me permitiam baixar o som apenas naquele local e não na faixa inteira.

Para as filmagens que realizei em Arouca, na Serra da Freita, utilizei uma música instrumental bastante calma, reflexiva e introspectiva pois acaba por se relacionar com o meio ambiente em que o protagonista está inserido assim como também encaixa na forma como a própria natureza o envolve. De seguida há uma mudança para a cidade do Porto que é notória não só através das imagens que utilizo como também pela música que é diferente, mais alegre e que reflecte também um ambiente calmo mas de cidade.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

48

4.4. Capa Blu Ray

A realização da capa Blu Ray foi uma das etapas mais simples e interessantes

do desenvolvimento de todo o documentário. Inicialmente tive alguma dificuldade

em escolher um frame de vídeo que se enquadrasse com o documentário e que fosse

suficientemente apelativo para que o espectador se sentisse tentado a ver o filme.

Inicialmente e como se tratava de algo artístico e da área e gosto do próprio

protagonista pensei em fazer-lhe a proposta de realizar uma espécie de caricatura

dela que mostrasse os seus gostos e personalidade. Mas, uma vez que o protagonista

tinha também em mãos um projecto final de curso (PAA) não teria disponibilidade

para desenvolver essa proposta. Por essa razão optei por escolher um frame de vídeo

em que aparece o protagonista na capa na beira de uma estrada em linha recta,

simples e conjugada com a natureza. Com isto pretendi simbolizar o carácter natural

dele, o próprio caminho que ele diz percorrer muitas vezes e também simbolizar o

futuro dele e os objectivos que ele pretende alcançar com o facto de se ter mudado

para a cidade do Porto. O protagonista encontra-se a meio da estrada a olhar

reflexivamente para o caminho que já percorreu e, atrás dele, vemos, aquilo que há

para descobrir e a vida que ele tem à sua espera com as oportunidades que a cidade

lhe vai dando.

A meu ver a capa funciona muito bem do ponto de vista chamativo e estético

e para além da figura do personagem também o título do documentário se encontra

na capa com a fonte Bellaboo que já referi anteriormente. Na contracapa encontra-

se a sinopse da obra e os menus que contem no menu Blu Ray assim como o nome da

realizadora e o logótipo da escola Artística Soares dos Reis e do Blu Ray em vez do

DVD. Optei ainda por eliminar algumas caixas transparentes e textos assim como as

caixas para colocar algumas das cenas mais interessantes pois não achei

esteticamente interessante e claro não queria muita informação na contracapa para

poder realçar a própria imagem, mais uma vez, deixando que a imagem fala-se por si

mesma.

Realizada a capa do filme parti para a realização do menu Blu Ray.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

49

2.5. Menu Blu Ray

Para iniciar a criação do menu Blu Ray foi necessário escolher também as

imagens de fundo que queria utilizar para o menu principal e para o menu extras.

Para isso utilizamos o programa Adobe Encore. Já finalizado o documentário, o

making of, seleccionadas as fotografias de cena e ainda o trailer que estariam no

menu extras iniciei então a criação do menu. Comecei por rever algumas imagens e

vídeos realizados e escolhi dois frames para os dois menus a realizar. Um dos frames

contem as marcas vermelhas e amarelas num troco de árvore que nos remete para os

caminhos naturais percorridos pelo protagonista. Como achei que estava relacionado

optei por utilizar esse frame como menu principal. De seguida utilizei para o outro

menu um frame com tinta em papel texturado. Aqui tive como base a capa que

elaborei para o filme, utilizando não a mesma imagem mas a mesma fonte de letra

da capa. Para cada menu que criei foi necessário fazer a linkagem para o respectivo

tema quer o filme, quer as fotografia de cena ou até o próprio trailer. Para cada

menu tive de incluir um “end action” para programar um destino de saída para o

menu após a visualização do filme.

Depois de criado o menu Blu Ray foi necessário grava-lo para o próprio Blu Ray

de acordo com o “PAL” de sistema de TV usado em Portugal. Desta forma de por

concluída a fase de pós-produção do meu projecto: “Aesthete”.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

50

4.6. Ficha Técnica

Aesthete:

Margarida Gonçalves-realização;

Cláudia Santos- Operadora de câmara;

Sara Castro-Operadora de Som;

Liliana Cunha-Fotografia de cena;

Pierre Levtchenko – Iluminação.

Agradecimentos:

Cláudia Santos;

Francisco Santos;

Maria Augusta;

Adelaide Valente;

Liliana Cunha;

Laurinda Machado;

Parques Urbanos;

Câmara Municipal do Porto;

André Gomes.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

51

5.CONCLUSÃO

Este projecto consistiu na realização de uma prova que provasse a aptidão

artística de cada aluno. Teve como principal objecto a defesa, perante um júri, de

um projecto de conteúdo audiovisual. Este projecto foi demonstrativo de

competências técnicas e artísticas que fui adquirindo ao longo da minha formação no

Curso de Audiovisual assim como também na apresentação de um relatório final

portador de uma apreciação crítica de todo o processo desenvolvido e do produto

final.

Foi um projecto que, de facto, exigiu muito trabalho e organização da minha parte e

também da equipa. Consegui evoluir a minha capacidade criativa e também

conceptual e até a minha técnica como sendo uma aprendiz daquilo que é o cinema.

Inicialmente não tinha certezas de como seria o meu projecto mas à medida

que fui excluindo ideias foi mais fácil aplicar-me e desenvolver uma só. Este projecto

tem muito da minha personalidade embora o protagonista seja outro e o

documentário retrate essencialmente a história dele, é certo que existem muitas

outras pessoas na mesma situação. Eu sou uma dessas pessoas. O facto de eu me

identificar muito com a história de vida e o processo de aprendizagem académica e

pessoal do protagonista fez com que eu estivesse deveras ligada ao meu projecto e,

por vezes, senti que estava a reflectir sobre a minha história de vida e não a dele.

Por essa razão, este projecto foi, para mim, algo mais do que um mero projecto

académico, pois contem também a minha história de vida.

Em relação ao processo de desenvolvimento nem tudo correu como planeado

tive algumas dificuldades a nível técnico e alguns imprevistos a nível de autorizações

e de cilma mas, apesar disso, aprendi muito e as dúvidas foram sempre esclarecidas.

Tudo o que aprendi não se resume apenas à técnica, materiais, montagem, som e

imagem mas também a alguns valores e ideais importantes para a minha formação

enquanto pessoa. Aprendi que cooperação é importante, e o entendimento entre os

elementos da equipa foi fundamental para a progressão do projecto. Fui uma pessoa

responsável e preocupada com o bom funcionamento da equipa e com o sucesso do

documentário e por isso mostrei-me sempre interessada e empenhada assim como

também me revelei uma pessoa determinada e desenrascada na resolução de

pequenos problemas que iam sucedendo durante as gravações.

As principais dificuldades durante todo o processo de desenvolvimento

residiram em lidar com os imprevistos e também senti alguma dificuldade em gerir os

dias de rodagem porque, uma vez que precisava de filmar no exterior e o tempo não

correspondia isso deixava-me bastante preocupada. Em relação à montagem foi feita

gradualmente, seleccionei os planos de que gostava e que retratavam melhor aquilo

que eu queria transmitir ao espectador. Toda a realização deste projecto foi

trabalhosa e morosa, exigiu muita determinação da minha parte e muita organização

de ideias e conceitos relativos à fase de pré-produção. Para mim e, como já referi

anteriormente este documentário é muito mais do que um projecto académico, é

quase um documentário daquilo que foi a minha mudança para a cidade do porto. Por

essa razão e também pelo empenho e técnica contido no projecto penso que 16

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

52

valores é uma nota justa para este projecto. Tudo foi pensado e planeado com tempo

e gosto.

Neste projecto e desde cedo, fui obrigada a tomar decisões importantes e

deixar ideias interessantes para trás. Tive de desenvolver um espírito critica e de

grupo para que tudo funcionasse da melhor forma. O resultado final está dentro das

espectativas que eu tinha e penso que acabei a surpreender-me a mim mesma

principalmente pelos conhecimentos adquiridos.

Gostava de agradecer à escola Artística Soares dos Reis que me proporcionou

um bom desenvolvimento muito para além do nível secundário. Vir para esta escola

ajudou-me a crescer, a fortificar e deixar bem definidos valores importantes para a

vida como: responsabilidade, determinação, persistência e também ambição e

amizade. Obrigada por me terem proporcionado uma oportunidade de fazer cinema e

por me ter mostrado o quão fascinante é 7º Arte e tudo aquilo que é necessário

passar para conseguir uma boa prestação.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

53

6.ANEXO

6.1. Digitalizações de ideias/estudos para a concepção do projecto.

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

54

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3

Margarida Gonçalves nº2 12ºD3

55